Lazer Como Possibilidade de Intervenção
Lazer Como Possibilidade de Intervenção
Lazer Como Possibilidade de Intervenção
Fernando Mascarenhas
Caminho...
MASCARENHAS, Fernando. Entre o cio e o negcio: teses acerca da anatomia do lazer. 2005. 308 f. Tese (Doutorado em Educao Fsica) - Faculdade de Educao Fsica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
10 teses...
LAZER
=
ou
CIO ?
de Skhol e o ideal clssico de cio de Otium romano e o cio como oposio ao negcio docio da nobreza, do cio popular e docio como vcio da Idade Mdia = ao cio burgus ps-Revoluo Industrial
1 tese
O lazer uma fenmeno tipicamente moderno, portanto, uma inveno cultural bastante recente...
Era das Revolues (1789-1848) O jogos e passatempos da aristocracia palaciana Era do Capital (1848-1875) O cio conspcuo da burguesia ascendente Era dos Imprios (1875-1914) O quem quemde classe Era dos Extremos (1914-1991) A organizao das prticas operrias de tempo livre O direito ao lazer Era do Mercado... globalizao, terrorismo e democracia (1991-...) O mercolazer
2 tese
O Lazer, como sntese de mltiplas determinaes, expressa as condies econmicas, polticas e culturais de sua poca, observando-se a centralidade do trabalho.
3 tese
Constitui um tempo e espao prprio e de estatuto ampliado, correspondendo uma experincia orientada pelo prazer e marcada por vivncias ldicas que envolvem desde a... tradio dos jogos, dos passatempos, das festividades e da recreao... at a modernidadee ps modernidade, neo modernidadeou modernodade tardia da diverso e do entretenimento...
4 tese
O lazer, no contraditrio entre conformismo e resistncia, reinventado na e pela experincia da vida cotidiana, se sincretiza e se transforma monotonamente no tempo de longa durao.
5 tese
O lazer um (no)lugarde organizao da cultura perpassado por relaes de hegemonia, radicando-se, portanto, em vises de homem e de mundo distintas.
6 tese (a central)
O lazer, sob o ponto de vista sistmico, no mais responde funo de produo e reproduo (moral e fsica) da fora de trabalho, o que se expressa por um processo de subsuno formal, pois refuncionalizado assumindo uma posio de subsuno real ante as necessidades de reproduo ampliada do capital.
Disjuno entre produo de riqueza e necessidades humanas, com a relativizao do luxo e da necessidade;
O americanismo de novo tipo e o afrouxamento do puritanismo e do proibicionismo frente propagao da cultura hedonista;
A mundializao da cultura e o surgimento da Industria Cultural Globalizada;
7 tese
O lazer hoje est subordinado forma mercadoria, o que significa que o mercolazer ocupa uma posio histrica tendencialmente dominante e que sua expanso segue uma lgica de desenvolvimento desigual que, sob o ponto de vista do consumo, polariza, de uma lado, um lazer rico para os ricos,e, de outro, um lazer pobre para os pobres .
O Mercolazer...
A expresso categorial mercolazer procura traduzir tanto a dinmica tendencial de mercantilizao do lazer em sua manifestao mais imediata, quando assume a forma de uma mercadoria propriamente dita, como, tambm, sua manifestao como: valor de uso prometido, quando seu poder imagtico, como coisa significante, aparece involucralmente colado ao corpo de outras mercadorias; como palco de vivncias, servindo de atrativo divertido e emprestando o estatuto do lazer a um conjunto de pontos de venda ou equipamentos de comrcio; e como compra divertida, quando o prprio processo de troca assume a identidade de uma atividade de lazer.
Na base: Os 56,7 milhes (33,94%) de pobres, mais os 24,7 milhes (14,6%) de miserveis; So os sem-lazer.
(PNAD/IBGE, 2001)
8 tese
O desenvolvimento do mercolazer traz consigo o esvaziamento do contedo humanizador do lazer, o que se expressa atravs do processo de sua reificao, afastando-o da possibilidade de ser vivido como uma prtica educativa multilateral, frutificadora de uma nova tica e uma nova esttica, assentada em uma nova relao entre educao, cultura, alegria e sensibilidade.
9 tese
O projeto humanizador de lazer no pode ser confundido com a busca do cio perdido, desconsiderando a hostilidade do capitalismo ao cio e sua dissoluo em processo, fazendo com que ele, o cio, subsista isoladamente ou como abstrao e referncia de valores j alcanados, portanto, como referncia de uma outra relao possvel do homem com seu tempo disponvel.
10 tese
Outro lazer possvel! ateno s relaes de hegemonia no sentido da construo de outros parmetros para a organizao do lazer, o que requer a participao na e das polticas pblicas.
PROBLEMATIZAES
DIREITO SOCIAL AO LAZER De que lazer estamos falando? LAZER DE QUALIDADE De que qualidade estamos falando? QUALIDADE SOCIAL O que fazer?
Perspectivas
Um outro lazer cobra poltica econmica e poltica social. O protagonismo do esporte (?) como prtica social articuladora de polticas intersetoriais de lazer. A qualificao das polticas de lazer, i.., das polticas de lazerania, cobram, necessariamente, uma pedagogia crtica do lazer.
Fernando Mascarenhas
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