Wilhelm Wundt

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Biografia - Wilhelm Wundt

Willhelm Maximiliam Wundt, nasceu em 16 de agosto de 1832 no Vilarejo de Nickarau, nas cercanias de Mannheim (sul da Alemanha). Entre as contribuies que o fazem merecedor de reconhecimento histrico esto a criao do primeiro laboratrio de psicologia no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig na Alemanha em 1879 e a publicao de Principles of Physiological Psychology / Princpios de Psicologia Fisiolgica em 1873, onde afirmava textualmente que o seu propsito, com o livro, demarcar um novo domnio da cincia. Wundt, filho de pastores luteranos e Alemes, estudou a rea de humanidades ao encargo de um vigrio com quem residiu na juventude. Formado pela Universidade de Heidelberg em 1855, foi transferido para a Universidade de Tubinga (Tbingen) em 1851. Aps um curso de fisiologia com Johannes Mller (1801-1858), o criador da teoria vitalista das energias nervosas sensoriais especficas, no mesmo ano da sua formatura em Berlim, retorna para Heidelberg em 1856, onde se doutora em filosofia e comea a lecionar fisiologia como Privatdozent. S mais tarde que iria lecionar na Universidade de Leipzig. No sistema de ensino alemo, Wundt fez um curso particular sem obter sucesso. Contudo, com a progresso dos seus estudos e publicaes (um universo de 53.735 pginas) recebeu vrias propostas de universidades e criou o laboratrio que, vinte e quatro anos depois, deu origem Instituto de Psicologia em 1903 (Psychologische Studien) e concomitante reconhecimento da psicologia como cincia. Ainda em Heidelberg, trabalhou como assistente de Hermann von Helmholtz (18211894) entre 1858 e 1864. Wundt discordava da teoria das cores, hoje conhecida como de YoungHelmholtz que explicava a viso das cores apoiando-se no esquema tricromtico, props um nmero ilimitado baseado nas teorias da variao contnua da qualidade cromtica com o comprimento de onda. (Pieron, 1969) Entre seus estudos da percepo visual inclui-se as iluses de ptica. Ainda na faculdade, pesquisou sobre os nervos cranianos e a respirao, com o mtodo da ablao em ces auxiliando a identificar as funes do ramo torcico do nervo vago (X par craniano). Entre as suas contribuies fisiologia est que o reconhecimento mtodo do tempo de reao e o equacionamento do problema da subjetividade desta, na espcie humana. Dando continuidade aos estudos de psicofsica da sua poca props uma modificao na relao, simultaneamente proposta por Exner (1868), entre os tempos de reao e a intensidade do estmulo estabelecendo o que hoje conhecido como lei de Wundt com o seguinte enunciado: O tempo de reao cresce em sentido inverso ao da intensidade estimuladora e tanto mais rapidamente quanto mais se aproxima do limiar. (1880) Os seus crticos classificam-no como "elementista" e atualmente os cognitivistas tmse identificado com as suas proposies. Tambm pode ser classificado como um empirista, em oposio ao nativismo. Acreditava que a vida mental era fruto da experincia e no de ideias inatas e que os fenmenos mentais do presente se baseavam em experincias passadas, antecipando, de certa forma, o construtivismo.

O seu laboratrio foi palco de muitas experincias. Os estudos das sensaes e da percepo, onde foram medidas e classificadas as sensaes no seu aspecto visual, ttil, olfativo e cinestsico. Foram pesquisados os sentimentos, a vontade e a emoo, registrando-se as variaes fsicas, tais como, da alterao da respirao e da pulsao, dentre outros. Os estudos feitos por Wundt foram frteis e abundantes. medida que a cincia se desenvolvia o laboratrio e as publicaes dos seus integrantes tornava-se mais produtivo. E com isso, surgiram vrias ramificaes, dando assim origem a novas tendncias que se estruturaram ao longo do sculo XX, as quais foram: O Estruturalismo, O Funcionalismo, O Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanlise. Cada uma dessas escolas caracterizou-se pela sua definio de psicologia, pelos seus contedos e pelos mtodos que empregavam no decorrer das suas actividades.

O estudo da conscincia
Wundt definia a psicologia como uma cincia da mente, o seu objeto a experincia imediata tal como dada direta e fenomenalmente ao observador. Analisava os compostos e complexos conscientes a partir dos elementos ou unidades: sensao (contedo objetivo da experincia imediata) e sentimentos ou afetos. As sensaes podem ser classificadas de acordo com a modalidade sensorial em que so recebidas, alm disso, possuem qualidade e intensidade. Para Wundt, a mente executa uma sntese qumica mental que se processa atravs da associao e que se realiza de trs formas: pela fuso, onde os elementos combinados aparecem sempre juntos, como o caso da nota musical; pela assimilao, que tambm uma combinao de elementos em que nem todos esto presentes do consciente. Quando se v uma casa por exemplo, podem no estar presentes na conscincia, as figuras que compem aquela casa (tringulo, rectngulo, quadrado). Como na fuso, essa combinao gera um produto novo que no o resultado da simples soma dos elementos; a terceira forma chamada complicao, em que se renem elementos de diferentes modalidades e sentidos: a noo do sabor e da temperatura. possvel que o autor tenha considerado as proposies de Aristteles sobre: contingncia, semelhana e contraste. Os afetos ou sentimentos acompanham as sensaes e suas combinaes entre os modelos de classificao dos sentimentos que utilizou o mais influente foi o referente sua teoria tridimensional das emoes, que estabelecia trs pares dicotmicos: agradvel desagradvel; tenso descontrado; excitado calmo. A conscientizao ou voluntarismo, segundo Wundt, uma combinao de complexos que envolvem as sensaes e os aspectos subjetivos: emoes, volies, inteleces. O principal processo de conscientizao a ateno: o que torna o campo consciente mais ntido que o fundo no processo denominado apercepo. Utiliza esse termo na mesma acepo de Leibnitz perceber claramente mediante o reconhecimento ou identificao do material percebido com o prexistente na memria. O materialismo cientfico tambm esteve com Wundt, buscando a relao entre os fenmenos psquicos e fisiolgicos, entre a mente e o corpo. Os processos mentais e os processos corporais e fisiolgicos decorrem paralelamente, sem interferncia mtua.

Psicologia social
Para este autor o mtodo experimental o adequado investigao dos processos bsicos como a sensao e associao, mas somente a observao deve ser usada para compreender os processos mentais superiores. Esta por sua vez, deve ser realizada atravs do estudo dos produtos ou artefatos culturais da vida social: arte, linguagem, hbitos culturais tica, etc. O aspecto social dos seus trabalhos, a contragosto seu, foi relegado a um segundo plano mas a sua obra Volkerpsychologie / Psicologia popular ou cultural (10 volumes) contm anlises detalhadas da linguagem humana (hoje psicolingustica) em 2 volumes; trs volumes sobre cultura intitulados Psicologia dos mitos e religio; um volume sobre cultura e histria intitulado Antropologia; um sobre tica e Lei o que hoje corresponderia aos estudos da psicologia forense e um volume sobre a psicologia da arte. Um verdadeiro (handbook) manual de procedimentos dessa observao. Segundo Farr, uma moderna reviso desse obra identifica a sua influncia na tambm emergente cincia social da poca cientistas como Durkheim (1858-1917); Franz Boas (1858-1942). Consta que Sigmund Freud (1856-1939) escreveu Totem e Tabu como uma resposta a Wundt. Ainda segundo Farr relevante para compreenso da psicologia moderna compreenso dos motivos de Wundt para separao da psicologia social da experimental e o seguimentos que estas proposies constituram.

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