Área Classificada - UTFPR
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REAS CLASSIFICADAS
INSTRUMENTISTA MONTADOR
REAS CLASSIFICADAS
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TEIXEIRA, Paulo Roberto Frade Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UTFPR, 2006. 56 p.:il.
PETROBRAS Petrleo Brasileiro S.A. Av. Almirante Barroso, 81 17 andar Centro CEP: 20030-003 Rio de Janeiro RJ Brasil
NDICE
1 1.1 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.2 1.2.1 1.2.2 1.3 1.3.1 2 2.1 2.1.1 2.2 2.2.1 2.2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.9 2.10 2.11 2.12 3 3.1 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.2 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4 3.2.5 3.2.6 3.2.7 3.2.8 3.2.8.1 3.2.8.2 3.2.9 3.2.10 3.2.10.1 3.2.11 4 4.1 4.1.1 Classificao de reas.............................................................................................................. 6 Definies ................................................................................................................................. 6 Atmosfera explosiva.................................................................................................................. 6 rea classificada....................................................................................................................... 6 Exploso ................................................................................................................................... 6 Ignio ...................................................................................................................................... 6 Classificao segundo as normas europias (IEC).................................................................. 7 Classificao em zonas ............................................................................................................ 7 Classificao em grupos........................................................................................................... 8 Temperatura de ignio espontnea........................................................................................ 9 Temperatura de superfcie........................................................................................................ 9 Mtodo de proteo................................................................................................................ 11 Possibilidade de exploso ...................................................................................................... 11 Mtodos de preveno ........................................................................................................... 11 prova de exploso (Ex d)..................................................................................................... 12 Caractersticas ........................................................................................................................ 13 Aplicaes............................................................................................................................... 14 Pressurizados (Ex p)............................................................................................................... 14 Encapsulado (Ex m)................................................................................................................ 16 Imerso em leo (Ex o)............................................................................................................. 16 Enchimento de areia (Ex q) .................................................................................................... 17 Segurana intrnseca (Ex i) .................................................................................................... 17 Segurana aumentada (Ex e)................................................................................................. 17 No ascendvel (Ex n)............................................................................................................. 18 Proteo especial (Ex s)......................................................................................................... 19 Combinao das protees.................................................................................................... 19 Aplicao dos mtodos de proteo ...................................................................................... 19 Segurana intrnseca (ex i)..................................................................................................... 20 Origem .................................................................................................................................... 20 Energia de ignio .................................................................................................................. 21 Princpios ................................................................................................................................ 22 Energia eltrica ....................................................................................................................... 22 Limitadores de energia ........................................................................................................... 23 Limite de corrente ................................................................................................................... 24 Limite de tenso...................................................................................................................... 24 Clculo da potncia ................................................................................................................ 25 Armazenadores de energia..................................................................................................... 25 Elementos armazenadores controlados ................................................................................. 26 prova de falhas .................................................................................................................... 26 prova de defeitos ................................................................................................................. 27 Categorias proteo ............................................................................................................... 28 Categoria ia .......................................................................................................................... 28 Categoria b ......................................................................................................................... 28 Aterramento ............................................................................................................................ 28 Equipotencialidade dos terras................................................................................................. 29 Clculo da sobretenso .......................................................................................................... 30 Isolao galvnica .................................................................................................................. 31 Marcao ................................................................................................................................ 33 A Certificao da segurana intrnseca.................................................................................. 34 Equipamento simples.............................................................................................................. 34
4.1.2 4.1.3 4.2 4.2.1 4.2.2 4.3 4.3.1 4.3.2 4.4 5 5.1 5.1.1 5.1.2 5.1.3 5.1.4 5.1.5 5.1.6 5.1.7 5.2 5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4 5.2.4.1 5.2.5 5.2.6 5.2.7 5.2.8
Equipamentos intrinsecamente seguros................................................................................. 34 Equipamentos intrinsecamente seguros associados ............................................................. 34 Parametrizao....................................................................................................................... 35 Intrinsecamente seguro .......................................................................................................... 35 Intrinsecamente seguro associado ......................................................................................... 35 Conceito de entidade .............................................................................................................. 36 Aplicao da entidade ............................................................................................................ 37 Anlise das marcaes........................................................................................................... 38 Temperatura de ignio espontnea...................................................................................... 38 Aplicaes tpicas ................................................................................................................... 39 Barreiras Zener ....................................................................................................................... 39 Contato seco ........................................................................................................................... 39 Sensor de proximidade ........................................................................................................... 40 Solenides e sinalizadores ..................................................................................................... 40 Transmissores de corrente ..................................................................................................... 41 Conversor eletropneumtico................................................................................................... 41 Termopares............................................................................................................................. 42 Termoresistncias................................................................................................................... 42 Isoladores galvnicos ............................................................................................................. 43 Repetidores digitais ................................................................................................................ 44 Monitor de velocidade............................................................................................................. 44 Drives digitais.......................................................................................................................... 45 Repetidores analgicos .......................................................................................................... 46 Smart transmitters................................................................................................................... 47 Drives analgicos.................................................................................................................... 47 Termoresistncias................................................................................................................... 48 Termopares............................................................................................................................. 49 Outras aplicaes ................................................................................................................... 50
CAPTULO I
1 Classificao de reas
A identificao das reas de risco das instalaes industriais normalmente executada por engenheiros de processos ou qumicos, altamente especializados na rea.
1.1 Definies
A seguir esto alguns termos utilizados na identificao e classificao das reas de risco, potencialmente explosivas:
1.1.3 Exploso
Do ponto de vista da qumica, a oxidao, a combusto e a exploso so reaes exotrmicas de diferentes velocidades de reao, sendo iniciadas por uma detonao ou ignio.
1.1.4 Ignio
a chama ocasionada por uma onda de choque, que tem sua origem em uma fasca ou arco eltrico ou por efeito trmico.
Descrio rea onde a atmosfera explosiva, formada por gases combustveis, ocorre permanentemente ou por longos perodos. rea onde a atmosfera explosiva, formada por gases combustveis, provavelmente ocorra em operao normal dos equipamentos. rea onde no provvel o aparecimento da atmosfera explosiva, formada por gases combustveis, em condies normais de operao, e se ocorrer por curto perodo de tempo. rea onde a atmosfera explosiva, formada por poeiras combustveis, ocorre permanentemente ou por longos perodos. rea onde no provvel o aparecimento da atmosfera explosiva, formada por poeiras combustveis, em condies normais de operao, e se ocorrer por curto perodo de tempo. rea onde a atmosfera explosiva, formada por substncias analgsicas ou antispticas em centros cirrgicos, ocorre permanentemente ou por longos perodos. rea onde no provvel o aparecimento da atmosfera explosiva, formada por substncias analgsicas ou anti-spticas em centros cirrgicos, em condies normais de operao, e se ocorrer por curto perodo de tempo.
ZONA G
ZONA M
Descrio Ocorre em minas onde prevalecem os gases da famlia do metano (grisou) e poeira de carvo. Ocorre em indstrias de superfcie (qumicas, petroqumicas, farmacuticas, etc), subdividindo-se em IIA, IIB e IIC. Ocorre em atmosferas explosivas, onde prevalecem os gases da famlia do propano. Ocorre em atmosferas explosivas, onde prevalecem os gases da famlia do etileno. Ocorre em atmosferas explosivas, onde prevalecem os gases da famlia do hidrognio (incluindo-se o acetileno).
Os gases representativos so utilizados para ensaios de equipamentos em laboratrio, pois so mais perigosos que as outras substncias que representam. O Anexo I lista as substncias mais comuns encontradas na indstria, de acordo com o grupo que pertencem. NOTA 1: O grupo de a maior periculosidade o Grupo IIC, conseqentemente se um equipamento projetado para este grupo, tambm pode ser instalado no Grupo IIB e assim sucessivamente.
NOTA 2: Esta classificao segundo a normalizao da IEC, no cobre as poeiras e fibras combustveis, a norma apropriada est em elaborao.
Temperatura de Superfcie
85C 100C 120C 135C 160C 165C 180C 200C 215C 230C 260C 280C 300C 450C
T4
T3
T2 T1
importante notar que no existe correlao entre a energia de ignio do gs (grau de periculosidade) e a temperatura de ignio espontnea, exemplo disto o Hidrognio que necessita
de 20 Joules ou 560C, enquanto o Acetaldedo requer mais de 180 Joules, mas detona-se espontaneamente com 140C. evidente que um equipamento classificado para uma determinada Categoria de Temperatura de Superfcie, pode ser usado na presena de qualquer gs (de qualquer Grupo ou Classe) desde que tenha a temperatura de ignio espontnea maior que a categoria do instrumento.
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CAPTULO II
2 Mtodo de proteo
2.1 Possibilidade de exploso
O risco da ignio de uma atmosfera existe se ocorrer simultaneamente: A presena de um material inflamvel, em condies de operao normal ou anormal; O material inflamvel encontra-se em um estado tal e em quantidade suficiente para formar uma atmosfera explosiva; Existe uma fonte de ignio com energia eltrica ou trmica suficiente para causar a ignio da atmosfera explosiva. Existe a possibilidade da atmosfera alcanar a fonte de ignio (Figura 2.1)
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Esses mtodos de proteo baseiam-se em um dos princpios: Confinamento: este mtodo evita a detonao da atmosfera, confinando a exploso em um compartimento capaz de resistir a presso desenvolvida para as reas vizinhas. (exemplo: equipamentos prova de exploso); Segregao: a tcnica que visa separar fisicamente a atmosfera potencialmente explosiva da fonte de ignio (ex: equipamentos pressurizados, imersos e encapsulados); Preveno: neste mtodo controla-se a fonte de ignio de forma a no possuir energia eltrica e trmica suficiente para detonar a atmosfera explosiva (exemplo: equipamentos intrinsecamente seguros).
Os cabos eltricos que entram e saem do invlucro devem ser conduzidos por eletrodutos metlicos, pois tambm so considerados como uma fonte de ignio. Para evitar a propagao de
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uma exploso interna, atravs das entradas e sadas de cabo do invlucro, devem ser instalados Unidades Seladoras, que consistem de um tubo rosqueado para unio do eletroduto com o invlucro, sendo preenchida com uma massa especial que impede a propagao das chamas atravs dos cabos.
2.2.1 Caractersticas
Os invlucros prova de exploso no so permitidos, em zonas de alto risco (Zona 0), pois a integridade do grau de proteo depende de uma correta instalao e manuteno. Abaixo indicamos alguns desses problemas: A segurana do invlucro prova de exploso depende da integridade mecnica, tornando necessria uma inspeo de controle peridica; No possvel ajustar ou substituir componentes com o equipamento energizado, dificultando os processos de manuteno; Normalmente tambm se encontram dificuldades de se remover a tampa frontal, pois necessita de ferramenta especial para retirar e colocar os vrios parafusos, sem contar o risco na integridade da junta (interstcio); A unidade atmosfrica e a condensao podem causar corroses nos invlucros e seus eletrodutos, obrigando em casos especiais a construo do invlucro e metais nobres como o ao inoxidvel, bronze, etc; tornando ainda mais caro, os invlucros, devido ao seu peso.
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2.2.2 Aplicaes
Este tipo de proteo indispensvel nas instalaes eltricas em atmosferas explosivas, principalmente nos equipamentos de potncia, tais como: painis de controle de motores, luminrias, chaves de comando, etc, conforme ilustrado nas Figuras 2.4, 2.5, 2.6 e 2.7.
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A atmosfera explosiva impedida de penetrar no invlucro devido ao gs de proteo (ar ou gs inerte) que mantido com uma presso levemente maior que a da atmosfera externa. A sobrepresso interna pode ser mantida ou sem um fluxo contnuo, e no requer nenhuma caracterstica adicional de resistncia do invlucro, mas recomenda-se a utilizao de dispositivos de alarme que detectam alguma anormalidade da presso interna do invlucro e desenergizam os equipamentos imediatamente depois de detectada a falha. Esta tcnica pode ser aplicada a painis eltricos de modo geral e principalmente como uma soluo para salas de controle, que podem ser montadas prximas s reas de risco, conforme mostrado na Figura 2.8.
O processo de diluio contnua deve ser empregado, quando a sala pressurizada possuir equipamentos que produzam a mistura explosiva, tais como: salas cirrgicas, analisadores de gases, etc. Desta forma o gs inerte deve ser mantido em quantidade tal que a concentrao da mistura nunca alcance 25% do limite inferior de explosividade do gs gerado. O sistema de alarme neste caso deve ser baseado na quantidade relativa do gs de proteo na atmosfera, atuando tambm na desenergizao da alimentao.
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As normas tcnicas prevem grande flexibilidade para os equipamentos de Segurana Aumentada, pois permitem sua instalao em Zonas 1 e 2, onde todos os cabos podem ser conectados aos equipamentos atravs de prensa-cabos, no necessitando mais dos eletrodutos metlicos e suas unidades seladoras, conforme ilustrado nas Figuras 2.12 e 2.13:
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Mtodo de Proteo Prova de Exploso Pressurizado Encapsulado Imerso em leo Imerso em Areia Intrinsecamente Seguro Segurana Aumentada No Ascendvel Especial
Cdigo Ex d Ex p Ex m Ex o Ex q Ex ia Ex ib Ex e Ex n Ex s
Princpios Confinamento
Segregao
Supresso
Especial
Nota: Os equipamentos projetados para a zona 0 podem ser instalados nas zonas 1 e 2, bem como os da zona 1 podem tambm ser instalado na zona 2.
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CAPTULO III
3 Segurana intrnseca (ex i)
3.1 Origem
A origem da segurana intrnseca data do inicio do sculo na Inglaterra, quando uma exploso em uma mina de carvo mineral provocou a perda de muitas vidas. Uma comisso foi formada para investigar as causas do acidente, comeou-se ento a analisar a possibilidade da ignio ter sido provocada por uma fasca eltrica, no circuito de baixa tenso que era utilizado na poca. Os mineiros acionavam uma campainha avisando os trabalhadores da superfcie, que os vages estavam carregados com o minrio conforme a Figura 3.1. A campainha era acionada por uma ferramenta metlica, que fechava o circuito atravs de um par de fios distribudos pelas galerias. Como a fonte de energia era composta por uma bateria de seis clulas Leclanch, com baixa tenso e corrente, o circuito era considerado seguro.
Uma pesquisa posterior provou que o fator mais importante, a fim de considerar um circuito seguro a energia que ele armazena. No caso da mina, a energia estava armazenada no indutor da campainha e nos longos fios de interligao. A circulao da corrente no ponto de chaveamento, se no for devidamente limitada, pode gerar nveis de energia capazes de provocar um arco eltrico, com potncia suficiente para detonar uma mistura explosiva. O conceito de Segurana Intrnseca havia nascido. Desde ento os equipamentos eltricos e seus circuitos tinham de ser projetados de forma a no produzir arcos capazes de detonar as substncias potencialmente explosivas.
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Estava criado o primeiro rgo de teste e certificao de sistemas de sinalizao para minas. Os estudos subseqentes e a aplicao de componentes eletrnicos permitiram a utilizao dos conceitos para as indstrias de superfcies.
O ponto que requer menor energia para provocar a detonao chamado de M I E (Minimum Ignition Energie), sendo tambm o ponto onde a exploso desenvolve maior presso, ou seja a exploso maior. Fora do ponto de menor energia MIE, a mistura necessita de maiores quantidades de energia para provocar a ignio, ou seja: a energia de ignio funo da concentrao da mistura. As concentraes abaixo do limite mnimo de explosividade LEL (Lower Explosive Limit) no ocorrem mais exploso, pois a mistura est muito pobre, ou seja, muito oxignio para pouco combustvel.
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Analogamente quando a concentrao aumenta muito, acima do limite mximo de explosividade UEL (Upper Explosive Limit), tambm no ocorre mais a exploso devido ao excesso de combustvel, mistura muito rica. Os circuitos de Segurana Intrnseca sempre manipulam e armazenam energias, abaixo do limite mnimo de explosividade dos gases representativos de cada famlia, considerando assim as concentraes mais perigosas. Desta forma mesmo em condies anormais de funcionamento dos equipamentos o circuito de Segurana Intrnseco no provoca a ignio, pois no possui energia suficiente para isto, tornando a instalao segura permitindo montagens at mesmo na Zona O.
3.1.2 Princpios
O princpio bsico da segurana intrnseca manipular e armazenar baixa energia, de forma que o circuito instalado na rea classificada nunca possua energia suficiente (manipulada e armazenada) capaz de provocar a ignio da atmosfera potencialmente explosiva, conforme a Figura 3.3.
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Transportando a energia em potncia eltrica, obtemos uma curva que ilustra as mximas tenses versus as mximas correntes de um circuito, conforme a Figura 3.4. Existem trs curvas, uma para cada grupo, pois quanto maior a periculosidade da mistura menor ser a energia necessria para a ignio e menor a potncia que pode ser seguramente manipulada, desta forma nota que um equipamento projetado para o grupo IIC pode ser utilizado no IIB. Analisando a curva podemos notar que a segurana intrnseca pode ser aplicada com sucesso a equipamentos que consomem pouca energia, tornando-se uma opo para a instrumentao.
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fcil prever que com a abertura ou fechamento do contato ir ocorrer uma centelha eltrica com energia suficiente para inflamar a atmosfera, conforme a Figura 3.5.
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P=UxI Po = Uo x Io 2 2 Po = Uo x Io 4
Uo/2
Io/2
Figura 3.8 Curva de transferncia de potncia
Io
1.1
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A energia armazenada nos capacitores (E = V2 (1 C)/2) liberada quando o contato fecha, sobrepondo-se na alimentao do campo, gerando uma fasca que pode causar a ignio. J o efeito indutivo aparece quando se abre o contato, pois a energia gerada proporcional a variao da corrente (E = I2 (1 L)/2).
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No exemplo acima o limitador de energia que possui entrada prevista para 24Vcc, acidentalmente conectado ao 220Vca, provocando a ignio da atmosfera potencialmente explosiva. Visando eliminar esta possibilidade inclumos no circuito um fusvel, conforme ilustra a prxima figura, que tem como funo proteger o diodo zener. O fusvel se rompe abrindo o circuito, antes que a sobrecorrente danifique o diodo zener, eliminando desta forma a possibilidade da tenso em corrente alternada atingir o contato de campo, conforme a Figura 3.12.
Logicamente pretende-se eliminar a maioria das falhas humanas, mas no significa que o profissional que ir manusear os equipamentos seja um leigo completo; capaz de conectar o elemento de campo diretamente a rede de corrente alternada.
O diodo zener um limitador de tenso por um problema de fabricao (defeito 1) como por exemplo na dopagem do material semicondutor, se rompe rapidamente antes do tempo previsto para abertura do fusvel (defeito 2). Analisando o circuito verificamos que existe ainda um outro diodo, que garante a segurana do elemento instalado na rea classificada.
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3.2.8.1 Categoria ia
Esta categoria mais rigorosa e prev que o equipamento possa sofrer at dois defeitos consecutivos e simultneos mantendo com um fator de segurana de 1.5, aplicado sobre as tenses e correntes, visando a incapacidade de provocar a ignio. Motivo pelo qual se assegura a utilizao destes equipamentos at nas zonas de risco prolongado (Zona 0).
3.2.8.2 Categoria b
A categoria ib menos rigorosa, possibilitando a instalao dos equipamentos apenas nas Zonas 1 e 2 devemos assim assegurar a incapacidade de provocar a detonao da atmosfera quando houver um defeito no circuito, mantendo tambm o fator de segurana como 1,5. A aplicao dos fatores de segurana objeto de estudo aprofundado para os projetistas dos circuitos intrinsecamente seguros, no sendo um fator importante para os usurios dos instrumentos, que devem preocupar-se apenas em utilizar os equipamentos nas zonas adequadas.
3.2.9 Aterramento
Visando ainda eliminar a possibilidade de ignio, o circuito deve estar apto a desviar as sobretenses perigosas capazes de provocar uma centelha eltrica na rea classificada, conforme ilustra a Figura 3.14:
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Um sistema de aterramento com alta integridade deve ser utilizado para a conexo do circuito limitador de energia, como nico recurso capaz de desviar a corrente gerada por uma sobretenso em relao ao potencial de terra, conforme a Figura 3.15.
As normas tcnicas recomendam que o sistema de aterramento ntegro possuir impedncia menor que 1, para garantir a eficcia do circuito. O limitador de energia da figura anterior tambm conhecido como barreira zener, que pode variar ligeiramente dependendo de fabricante para fabricante e tambm devido ao tipo de sinal, mas fundamentalmente tem a mesma funo.
Fora isto a normalizao regulamenta a equipotencialidade dos terras, ou seja, a necessidade de se igualar impedncia do sistema de aterramento, que no deve ser superior a 10, medido de dois pontos quaisquer da instalao.
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Este requisito solicitado, pois a falta de equipotencialidade muito perigosa, para exemplificar esta afirmao vamos supor o circuito da Figura 3.17, onde temos um conversor eletropneumtico ligado sada de um controlador, atravs de uma barreira zener.
Vamos calcular qual a sobretenso causada no elemento de campo devido diferena de impedncia entre o terra da barreira e o terra do campo. Para tanto vamos supor que ocorra um defeito na conexo do equipamento de campo que acidentalmente seja conectado ao terra dos equipamentos eletrnicos, tais como: controladores, fontes de alimentao, conversores, etc, que geram rudos elevados, vamos supor 10A.
3.2.10.1
Clculo da sobretenso
A Figura 3.18 mostra o circuito eletrnico realmente afetado pelo rudo eltrico gerado pelos instrumentos eletrnicos. Como a resistncia interna do conversor eletropneumtico muito maior que as resistncias do terra e do cabo, vamos desprezar a corrente desviada atravs de sua bobina .
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Calculando a Resistncia Equivalente: Req = (10+0,1)x5 )/ = 3,34 (10+0,1)+5 ) Calculando a Tenso no Terra do Campo U1 = 3,34x10A = 33,4V Calculando a Tenso U no Conversor U = 33,4V + 24V = 57,4V Desta forma podemos verificar que a tenso do instrumento subiu de 24V para 57,4V o que pem em risco a instalao que era considerada segura
Visando eliminar este problema desenvolveu-se a tcnica da isolao galvnica que possibilita dispensar-se a conexo do limitador de energia ao sistema de aterramento seguro. A Figura 3.20 ilustra um circuito bsico de isolador galvnico, onde temos a rede de corrente alternada conectada a um transformador redutor de tenso e a seguir uma fonte de corrente contnua.
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A tenso em corrente contnua aplicada ao isolador galvnico, que oscila o sinal em corrente contnua para envi-lo a um transformador isolador, que separa os sinais de entrada e sada da unidade. Em seguida o sinal reconstitudo atravs de um retificador com filtro, e enviado ao elemento de campo atravs do circuito limitador. Neste circuito no existe mais a possibilidade do potencial perigoso da rede CA atingir o elemento de campo, pois alm dos defeitos previstos pelas normas de segurana intrnseca (defeitos 3 e 4) teramos que ter ainda outros defeitos, para que a tenso atingisse o circuito limitador. O transformador isolador normalizado de forma a garantir alta isolao, e confiabilidade total de sua incapacidade de transferir sinais elevados, por efeitos de saturao, tornando-o um componente infalvel.
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CAPTULO IV
4 Marcao
A marcao a identificao do equipamento, que visa informar o tipo de proteo e as condies que deve ser utilizado, apresentado de uma forma simples para fcil memorizao e identificao dos instrumentos.
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4.2 Parametrizao
A parametrizao um sistema de certificao prprio para a Segurana Intrnseca, que informa parmetros para o equipamento intrinsecamente seguro, elemento de campo, e para os equipamentos intrinsecamente seguros associados, limitador de energia, de forma a tornar fcil verificao de compatibilidade entre eles, visando eliminar a certificao conjunta dos equipamentos permitindo ao usurio livre escolha entre os modelos e fabricantes.
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Po potncia mxima de sada Mxima potncia que pode ser obtida nos terminais intrinsecamente seguros de um equipamento eltrico. Co capacitncia externa mxima Mxima capacitncia que pode ser conectado aos terminais intrinsecamente seguros, sem afetar o tipo de proteo. Lo indutncia externa mxima Mxima indutncia que pode ser conectada aos terminais intrinsecamente seguros, sem afetar o tipo de proteo. Um - Tenso mxima Mxima tenso RMS ou CC que pode ser aplicada aos terminais no intrinsecamente seguros de um equipamento associado, sem afetar o tipo de proteo.
Uo Ui Io Ii Po Pi Lo Li + Lcabo Co Ci + Ccabo
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Cabo de interligao
Cabo de Interconexo Comprimento 500m Indutncia 2mH/km Lcabo = 2mH/km x 0.5km = 1mH Capacitncia 20nF/km Ccabo = 20nF/km x 0,5km = 10nF
Ci + Ccabo=30nF+10nF Co=65nF Como todas inequaes foram satisfeitas, conclumos que perfeitamente segura a interconexo dos instrumentos.
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Equipamentos de marcaes diferentes podem ser seguramente interconectados, desde que a favor da segurana, ou seja: - Um instrumento de campo ia pode ser conectado com um limitador de energia ib, desde que a associao seja instalada em zona 1 ou 2. Podem-se utilizar os dados de armazenamento de energia de um instrumento para o grupo IIB e efetuar os clculos com um limitador de energia IIC, desde que utilizado apenas nos grupos IIB e IIA. Tambm podem ser utilizados os dados de um limitador de energia ib IIA, para o clculo com um instrumento de campo ia IIC, desde que utilizados apenas nas zonas 1 e 2 e no grupo IIA.
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CAPTULO V
5 Aplicaes tpicas
Neste captulo iremos ilustrar aplicaes tpicas dos equipamentos Intrinsecamente Seguros tipo Barreira Zener e Isoladores Galvnicos, classificando as aplicaes de acordo com a funo do elemento do campo.
importante notar que o circuito acrescenta uma resistncia end to end de 300 (que considera a resistncia do fusvel e do resistor). Para efeitos operacionais foi introduzida no circuito, uma resistncia de loop de 600, sem considerar a resistncia da cablagem, o que pode influir no funcionamento, pois o rel se no for devidamente escolhido, pode no operar devido baixa corrente.
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Recomenda-se um teste prtico para confirmar o funcionamento operacional do amplificador Namur com a introduo da barreira zener.
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Nota: Deve-se ainda assegurar que a barreira zener permite a passagem de sinais digitais nas aplicaes com transmissores inteligentes.
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5.1.6 Termopares
Devem-se utilizar barreiras para sinais alternados, pois alguns termopares geram sinais positivos e negativos. Deve-se ainda certificar-se que o indicador ou controlador conectado ao termopar no ser afetado pela introduo da resistncia end to end da barreira zener. A Figura 5.7 mostra uma barreira zener para o uso com termopares.
5.1.7 Termoresistncias
Nas aplicaes com termoresistncias devem-se utilizar barreiras zener com configurao prpria para termoresistncias, ou seja, a barreira deve ter uma seo para fornecer alimentao ao termosensor e outra seo que permita a leitura da resistncia com fios de interligao independentes. Visando aumentar a preciso do sistema, pois importante que o circuito de medio da resistncia seja livre de correntes de alimentao para diminuir a queda de tenso na cablagem.
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A Figura 5.8 mostra uma barreira zener para o uso com termoresistncias.
Funes adicionais de controle e superviso, como as citadas abaixo, podem ainda ser encontradas em alguns fabricantes especializados no setor: Possibilidade de programao do estado normal da sada; Converso de sinais tipo: PT -100, TP, mV e V para sinal em corrente 4-20mA; Indicao de sinais atravs de display digital; Sinalizao de alimentao, sada ou entrada e de defeitos; Monitorao de defeitos no circuito de campo com indicao por rel e led; Programao do estado da sada sob defeitos burn out;
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Figura 5.9 Repetidor digital galvnico isolado para contato seco ou sensor de proximidade
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O instrumento pode fornecer um alarme de rotao ou ainda um sinal analgico proporcional a rotao do equipamento monitorado. A Figura 5.11 mostra um conversor de freqncia.
Figura 5.12 Drive galvanicamente isolado para solenide, sinaleiro luminoso e sonoro
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So idias para o acionamento de sinaleiros luminosos, sonoros e at pequenas vlvulas solenides, conforme as Figuras 5.13 e 5.14 a seguir:
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A confirmao do posicionamento da vlvula (Figura 5.18) pode ser obtida, instalando-se um potencimetro junto vlvula de forma que o cursor seja movimentado em conjunto com o mbolo. A resistncia do potencimetro, desta forma ser proporcional a abertura da vlvula, sendo que a medio da resistncia poder ser implementada por uma unidade intrinsecamente segura para potencimetros, que converte a variao de resistncia em um sinal de corrente em 4-20mA.
5.2.6 Termoresistncias
A medio de temperatura atravs de termoresistncias pode ser implementada atravs do Repetidor de PT -100, que um conversor de resistncia em corrente eltrica 4-20mA. Alguns modelos possuem precisos ajustes de zero e span, que resultam em grande preciso e flexibilidade de determinao das faixas de medio.
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5.2.7 Termopares
Os repetidores de termopares so conversores de mV, que podem operar com vrios tipos de termopares, sempre com compensao de junta fria e poderosos ajustes de zero e span. Com a isolao galvnica possvel utilizar termopares aterrados. A Figura 5.20 mostra um repetidor analgico galvanicamente isolado para termoresistncias.
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A unidade possui uma sada para alimentar a clula de carga, uma entrada para medir a efetiva tenso recebida na clula que possibilita compensar a queda de tenso no cabo. Existe ainda uma outra entrada que permite medir a diferena de tenso na clula, sinal que isolado e precisamente convertido em um sinal de corrente 4-20mA. O instrumento pode ser ajustado para as faixas de medio desejada, atravs de ajustes de zero (tara), span e nmeros de clulas utilizadas.
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BIBLIOGRAFIA
BEGA, Egidio A.: Instrumentao Industrial - Intercincia - Rio de Janeiro 2003 Norma IEC60079-10: Electrical apparatus for explosive gas atmospheres - Classification of hazardous areas TEIXEIRA, Paulo F.: Apostila de reas Classificadas - SENAI-PR 2002 www.smar.com
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ANEXOS
Temperatura de ignio
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