Relatório_Avaliação-FINAL

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso


Exercício 2019

11 de dezembro de 2020
Controladoria-Geral da União (CGU)
Secretaria Federal de Controle Interno (SFC)

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO
Órgão: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Unidade Examinada: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado
de Mato Grosso
Município/UF: Cuiabá/MT
Relatório de Avaliação: 829623
Missão
Elevar a credibilidade do Estado por meio da participação social, do controle
interno governamental e do combate à corrupção em defesa da sociedade.

Avaliação
O trabalho de avaliação, como parte da atividade de auditoria interna, consiste
na obtenção e na análise de evidências com o objetivo de fornecer opiniões ou
conclusões independentes sobre um objeto de auditoria. Objetiva também
avaliar a eficácia dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de
controles internos relativos ao objeto e à Unidade Auditada, e contribuir para o
seu aprimoramento.
POR QUE A CGU REALIZOU ESSE
QUAL FOI O TRABALHO?
TRABALHO A presente auditoria teve o propósito de
REALIZADO avaliar a eficiência, eficácia, efetividade e
economicidade dos contratos de serviço de
PELA CGU? vigilância e segurança patrimonial, a partir da
etapa de planejamento, com ênfase na
Auditoria de Avaliação sobre
adequação da planilha de custos e formação
Serviços Terceirizados no
de preços, buscando potencialidades de
Serviço de Apoio às Micro e
redução de custos, bem como, a aderência da
Pequenas Empresas do
execução contratual as cláusulas pactuadas e
Estado de Mato Grosso, com
aos normativos vigentes.
o tema Vigilância, direcionado
as etapas de planejamento e
gestão contratual do Contrato
nº 086/2018 e seus aditivos, QUAIS AS CONCLUSÕES
decorrentes do Pregão
Eletrônico nº 027/2018, com
ALCANÇADAS PELA CGU? QUAIS
vigência a partir de AS RECOMENDAÇÕES QUE
02.06.2018, e, valor inicial de DEVERÃO SER ADOTADAS?
R$ 734.298,00.
As principais conclusões em decorrência desse
trabalho são as seguintes:
Não demonstração da realização de estudos
preliminares e ausência de gerenciamento de
riscos na contratação de serviços de vigilância
pelo Pregão Eletrônico nº 027/2018.
Fragilidades nas atividades de fiscalização e
acompanhamento da gestão contratual.
Inadequações na planilha de custos e
formação de preços da empresa contratada
relativas a: Inclusão de verbas de horas
intrajornada na composição da remuneração;
Permanência indevida de aviso prévio
trabalhado e indenizado após o primeiro ano
de execução do contrato; Permanência
indevida do Descanso Semanal Remunerado
após o advento da Lei nº 13.467/2017.
Foram recomendadas ações estruturantes na
etapa de planejamento das aquisições e das
contratações e fiscalização contratual, além
de, revisão da planilha de custo e formação de
preços, com a restituição de valores pagos
inadequadamente à empresa contratada.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AUDIN Auditoria Interna


CGU Controladoria-Geral da União
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
DSR Descanso Semanal Remunerado
EIRELI Empresário Individual de Responsabilidade Limitada
EPI Equipamento de Proteção Individual
EPP Empresa de Pequeno Porte
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
IN Instrução Normativa
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica
MPU Ministério Público da União
SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
TCU Tribunal de Contas da União
TST Tribunal Superior do Trabalho
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 6

RESULTADOS DOS EXAMES 8

1. Não demonstração da realização de estudos preliminares na contratação de serviços


de vigilância pelo Pregão Eletrônico nº 027/2018. 8

2. A implementação de gerenciamento de riscos nas aquisições propiciará melhorias na


Governança Corporativa da Entidade. 9

3. Inclusão de verba de horas intrajornada na composição da remuneração propiciando


reflexos indevidos nos encargos trabalhistas e previdenciários, resultando em
pagamento a maior no valor estimado de R$ 35.143,27. 11

4. Permanência indevida de aviso prévio trabalhado e indenizado em contrato de


serviço continuado após o primeiro ano de sua execução. 12

5. Permanência indevida do Descanso Semanal Remunerado - DSR na planilha de custos


e formação de preços em jornadas de 12x36 horas, após o advento da Lei nº
13.467/2017. 15

6. Aditivos de alteração de valores do contrato de prestação de serviços de vigilância. 16

7. Aprimoramentos nos controles internos administrativos nas atividades de fiscalização


e acompanhamento da gestão contratual poderá resultar em benefício na execução
contratual. 17

8. Boas práticas adotadas pelo Sebrae/MT com relação aos procedimentos de


pagamento do contrato de vigilância. 19

RECOMENDAÇÕES 20

CONCLUSÃO 21

ANEXOS 23

I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE DE AUDITORIA 23

II – TABELAS DE CÁLCULOS ELABORADAS PELA EQUIPE DE AUDITORIA 28


INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi realizado em Cuiabá - MT, consistindo em Auditoria de Avaliação sobre
a contratação de serviços terceirizados de Vigilância e Segurança Patrimonial no Serviço de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT).

O escopo do trabalho foi direcionado as etapas de planejamento e gestão contratual do


Contrato nº 086/2018 e seus aditivos, com vigência a partir de 02.06.2018, e, valor inicial de
R$ 734.298,00, para atender as necessidades de serviços de Vigilância e Segurança Patrimonial
da sede do Sebrae/MT e do Centro Sebrae de Sustentabilidade.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência, eficácia, efetividade e economicidade dos
contratos, a partir da etapa de planejamento, com ênfase na adequação da planilha de custos
e formação de preços, buscando potencialidades de redução de custos, bem como, a
aderência da execução contratual as cláusulas pactuadas e aos normativos vigentes.

Foram mapeadas as atividades relevantes e identificados os riscos inerentes e respectivos


controles internos necessários para gerenciá-los, resultando na elaboração de uma Matriz de
Riscos e Controles.

Após o conhecimento dos objetivos-chave da atividade e seus riscos, avaliados quanto a


probabilidade de ocorrência e impacto, realizou-se a priorização dos riscos associados a
contratação de serviços de vigilância. Nessa etapa construiu-se um Mapa de Riscos,
apontando os riscos considerados mais críticos para a gestão, com o propósito de realizar a
Auditoria Baseada em Riscos.

A partir da elaboração da Matriz de Planejamento foram formuladas as questões de auditoria


adiante indicadas:

Questão 1 - Houve a elaboração de estudos preliminares com a demonstração adequada da


necessidade do objeto, das estimativas de quantidades e de preços referenciais, a fim de
avaliar a viabilidade da contratação e de evidenciar os elementos essenciais para compor o
Termo de Referência?

Questão 2 - Na contratação foi realizado o gerenciamento de riscos que possam impactar no


alcance dos resultados pretendidos?

Questão 3 - A planilha de custos e formação de preços observa a legislação trabalhista,


tributária e previdenciária, e as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria,
bem como, está compatível com o preço de mercado?

Questão 4 - As alterações de valor (reajuste, revisão e repactuação) do contrato guardam


conformidade com as condições e limites estabelecidos no Regulamento de licitações e
contratos do SEBRAE, na legislação e na jurisprudência do TCU?

6
Questão 5 - A execução do contrato foi efetivamente acompanhada e fiscalizada, em
conformidade com Regulamento de licitações e contratos do SEBRAE, legislação e
jurisprudência do TCU?

Questão 6 - O pagamento dos valores decorrente da execução do contrato está sendo


realizado de acordo com o Regulamento de licitações e contratos do SEBRAE, jurisprudência
do TCU, legislação e instrumento contratual?

Ainda na fase de planejamento foram analisados normativos vigentes, documentos técnicos


que regulam a gestão e operacionalização do tema, e requisitados documentos e informações
acerca do planejamento e gestão contratual.

Os trabalhos de campo foram mitigados em razão das restrições sanitárias decorrentes da


Pandemia do Coronavírus, mas não foram impeditivos para alicerçar as conclusões obtidas.

As informações e os documentos solicitados foram disponibilizados em meio eletrônico pela


Unidade.

VISÃO GERAL DO OBJETO

Trata-se de Auditoria de Avaliação sobre serviços terceirizados de Vigilância no Serviço de


Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso.

Por meio da Pregão Eletrônico nº 027/2018, ocorreu a contratação da empresa Trunk


Segurança EIRELI - EPP, CNPJ 26.722.100/0001-15, para atender as necessidades de serviços
de Vigilância e Segurança Patrimonial da sede do Sebrae/MT e do Centro Sebrae de
Sustentabilidade, no montante de R$ 734.298,00.

Por meio do 3º aditivo, de 01.04.2019, o contrato foi prorrogado por mais 12 meses, com
vigência final para 01.06.2020, sendo que em abril de 2020, após realizada a prorrogação e
repactuação de preços, o valor anual dos serviços contratados passou para R$ 775.005,50.

7
RESULTADOS DOS EXAMES

1. Não demonstração da realização de estudos preliminares na


contratação de serviços de vigilância pelo Pregão Eletrônico nº
027/2018.
A exigência dos estudos técnicos preliminares está prevista no artigo 6º, IX, da Lei 8.666/1993,
que se aplica subsidiariamente aos entes paraestatais, ao se determinar que o projeto básico
para contratação de obras e serviços seja elaborado com base nas indicações dos estudos
técnicos preliminares. No mesmo sentido é o artigo 3º, III, da Lei 10.520/2002, ao deixar
expresso que na fase preparatória do pregão deverá constar nos autos os “indispensáveis
elementos técnicos sobre os quais estiveram apoiados” (Acórdão TCU nº 2681/2018 –
Plenário).

No Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema Sebrae (Resolução CDN nº 330/2019 de


05 de julho de 2019) não está prevista a realização de estudos preliminares do objeto.

A Instrução Normativa do Sebrae/MT nº 21.23/12, revisão de 12.05.2017, não aborda


procedimentos para realizar esses estudos na fase de planejamento, além disso, não prevê
modelos ou requisitos mínimos, deixando as equipes de contratação sem amparo orientativo.

Entretanto, o item 6.2 da Instrução Normativa do Sebrae/MT nº 24.26/17, de 12.05.2017,


estabelece que a estimativa de quantidades necessárias será justificada no processo de
solicitação mediante estudos e análises fundamentadas em relação ao histórico de consumo
ou necessidades específicas/demandas futuras.

Nos documentos encaminhados não se verificou evidências de análises sobre o histórico de


contratações anteriores.

A unidade informa, em resposta de 14.04.2020, que não há um documento específico de


planejamento prévio ao Pregão, sendo adotado o Termo de Referência, elaborado pela área
demandante, contendo as informações necessárias. No caso em análise, a quantidade de
postos foi definida conforme os locais de acessos de funcionários e público externo.

O Termo de Referência não substitui a peça dos estudos preliminares pois está relacionada a
apresentação das características do serviço e quantitativos, porém, sem demonstrar como se
chegou aos resultados informados.

Deve-se salientar que a IN Sebrae/MT nº 24.26/17 traz metodologia para cotação e


tratamento de preços, porém, não faz o mesmo para outros aspectos do planejamento, como,
por exemplo, a forma de se apurar as quantidades estimadas.

8
Observa-se a insuficiência de normas internas e definição de modelos de documentos com o
fim de detalhar os procedimentos necessários para o estudo completo do objeto a ser
contratado.

Nesse sentido, para ressaltar a importância dos elementos que devem conter o estudo
preliminar citam-se as determinações do item 9.1.16, do Acórdão TCU n. 2902/2015 - Plenário,
em auditoria realizada âmbito de Fiscalização de Orientação Centralizada, com o objetivo de
avaliar as práticas de governança e de gestão de aquisições públicas adotadas pela
Administração Pública Federal.

Nos documentos encaminhados referente ao Pregão Eletrônico nº 027/2018 para contratação


de empresa especializada em serviços de vigilância e segurança patrimonial, não há
demonstração da realização de estudos preliminares do objeto, contemplando a
compatibilidade das quantidades de postos de vigilância à necessidade indicada (a distribuição
dos postos noturnos e diurnos, tendo em vista a dinâmica de funcionamento da entidade em
cada uma de suas unidades), referência a outros instrumentos de planejamento
(levantamento de informações das contratações anteriores, com a inclusão das memórias de
cálculo e os documentos que lhe dão suporte), justificativas para o parcelamento ou não da
solução, demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e de melhor
aproveitamento dos recursos disponíveis, informação sobre contratações correlatas e/ou
interdependentes, e declaração da viabilidade ou não da contratação.

Os elementos trazidos no parágrafo anterior são exemplificativos, resultam em boa prática, já


que corroboram para que se tenha um estudo preliminar bem desenhado, e que possa trazer
benefícios nas fases subsequentes da contratação.

Com efeito, a contratação sem realização de estudo técnico preliminar poderá levar à
contratação que não produza resultados capazes de atender à necessidade da Entidade,
pactuação de aditivos para sanar a demanda não dimensionada adequadamente, inclusive,
podendo resultar em desperdício de recursos, previsão orçamentária insuficiente para o
exercício, e impactar o atingimento dos objetivos que dependiam de uma contratação
adequada.

2. A implementação de gerenciamento de riscos nas aquisições


propiciará melhorias na Governança Corporativa da Entidade.
A gestão de riscos em aquisições na administração pública é matéria ainda em processo de
implantação em muitos ambientes administrativos. Na esfera pública está prevista na
Instrução Normativa nº 05, de 26.05.2017, da Secretaria de Gestão do Ministério do
Planejamento.

No âmbito do Sebrae, observa-se que a entidade central não estabeleceu diretrizes para o
gerenciamento de riscos em seu Regulamento de Licitações e Contratos.

9
Em nível regional, não há a formalização do processo e do método para gerenciamento de
riscos.

Sobre o assunto, a entidade informou em resposta de 14.04.2020 que está sendo feito
pesquisas para implementação do gerenciamento de riscos nos novos processos de licitação.
O sistema Sebrae criou um grupo de estudo o GT-7 que está trabalhando sobre o tema, e
criará um procedimento para todos os 27 Sebraes do Brasil.

A Gestão de Riscos é um dos componentes da Governança Corporativa, ela é um processo


onde os objetivos a serem atingidos são definidos, os riscos relacionados devem ser
identificados e listados, esses riscos devem ser avaliados quanto à sua relevância em termos
de probabilidade e impacto e devem ser definidas as melhores formas de tratá-los.

Na esteira do Acórdão TCU n. 2902/2015 – Plenário ressalta-se que boas práticas de


governança e gestão na área de aquisições resultam em agregação de valor e minimização dos
riscos atrelados ao negócio da organização. Há interdependência entre esses fatores, quanto
mais sintonizados estiverem entre si, maior será a eficiência, a eficácia e a efetividade da
organização.

Destaca-se o trecho abaixo do citado acórdão:

”36. Acrescento que o levantamento das causas apontadas para as deficiências de governança
e gestão constatadas indica, como preponderante, a falta de cultura organizacional quanto a
práticas de governança, gestão de riscos, planejamento, adoção de processos de trabalho e
sistematização de procedimentos. Note-se que a solução do problema envolve a capacitação
de servidores e o empenho da alta administração em adotar instrumentos de governança e
gestão. Somente a partir da adoção de tais medidas estarão criadas as condições para
formação e consolidação da cultura organizacional sobre o tema.”

Nas contratações são desenvolvidas atividades de gestão de riscos, consubstanciadas em:

I) identificar os principais riscos que possam comprometer a efetividade do Planejamento da


Contratação, da Seleção do Fornecedor e da Gestão Contratual ou que impeçam o alcance dos
resultados que atendam às necessidades da contratação;

II) avaliar os riscos identificados (mensuração da probabilidade de ocorrência e do impacto de


cada risco);

III) tratar os riscos considerados inaceitáveis;

IV) definir as ações de contingência para o caso de os eventos correspondentes aos riscos se
concretizarem;

V) definir os responsáveis pelas ações de tratamento dos riscos e das ações de contingência.

Normalmente, essas atividades são materializadas através de Mapa de Riscos e juntado aos
autos do processo de contratação, além disso, há a atualização do documento em etapas

10
seguintes (ao final da elaboração do Termo de Referência, após a fase de Seleção do
Fornecedor, e após eventos relevantes, durante a gestão do contrato pelos servidores
responsáveis pela fiscalização)

O Projeto Básico ou Termo de Referência é elaborado a partir dos Estudos Preliminares e do


Gerenciamento de Risco.

As instruções normativas internas do Sebrae/MT não contemplam essa metodologia de


planejamento.

O desconhecimento da organização acerca dos riscos envolvidos nas suas contratações,


aumenta a probabilidade de efeitos danosos caso ocorra eventos adversos.

Além disso, a partir do mapeamento dos riscos e dos controles administrativos necessários
para mitigá-los, propiciaria a entidade distribuir melhor seus controles no fluxo das atividades,
evitando controles em excesso ou ausência destes em pontos chaves.

Baseado em experiências globais no mercado de gestão de projetos, a gestão adequada dos


riscos pode reduzir em até 20% os custos de um projeto (Mulcahy, 2010).

Nesse sentido, a atual prática adotada pela entidade poderia estar gerando um risco de
desperdício de recursos e/ou onerando o valor das contratações, com atrasos e excesso de
burocracia. Pois através da gestão de riscos é possível, entre outros benefícios, avaliar a real
necessidade e/ou efetividade dos controles administrativos.

A ausência de gestão de riscos na contratação de serviços de vigilância pelo Pregão Eletrônico


nº 027/2018 contribuiu para a ocorrência de falhas relativas à aceitação de planilha de custos
e formação de preços da empresa em desacordo com a legislação, por exemplo.

3. Inclusão de verba de horas intrajornada na composição da


remuneração propiciando reflexos indevidos nos encargos
trabalhistas e previdenciários, resultando em pagamento a maior no
valor estimado de R$ 35.143,27.
Com a finalidade de verificar se a planilha de custos e formação de preços do contrato
derivado do Pregão Eletrônico nº 027/2018 e de suas prorrogações está compatível com a
legislação trabalhista avaliou-se a composição da remuneração e seus reflexos nos
componentes de encargos.

Constatou-se nas planilhas de custos da empesa Trunk Segurança EIRELI - EPP, CNPJ
26.722.100/0001-15, que a verba de hora intrajornada está integrando o cálculo do valor da
remuneração do trabalhador, em desacordo com a legislação trabalhista e com a Convenção
Coletiva de Trabalho da categoria.

11
A Lei nº 13.467/2017, comumente chamada de Reforma Trabalhista, inseriu o §4º no art. 71
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), modificando a natureza do intervalo intrajornada,
conferindo o caráter indenizatório, ou seja, essa rubrica deve ser excluída do Módulo 1,
Composição da Remuneração, e passar a integrar um módulo apartado na planilha de custos
e formação de preços ou ser incluída no módulo referente aos benefícios mensais e diários,
sofrendo incidência apenas quanto ao Módulo dos Custos Indiretos, Tributos e Lucro.

A Convenção Coletiva de Trabalho da categoria também confere o caráter indenizatório para


a verba de horas intrajornada (cláusula sétima), não refletindo sobre as demais verbas
salariais, contratuais ou remuneratórias.

Nos recibos de pagamento de salário dos funcionários da empresa contratada verificou-se que
a referida verba está sendo paga de forma indenizatória, não incidindo o FGTS e contribuição
do INSS, conforme a legislação, porém, nas planilhas de custos apresentadas pela empresa as
horas intrajornadas compõem a base de cálculo dos encargos trabalhistas, resultando em
benefício indevido.

Dessa forma, não incide sobre essa verba encargos referentes a décimo terceiro salário, férias,
adicional de férias, encargos previdenciários, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),
entre outras contribuições.

A insuficiência de rotinas internas para avaliação da referida planilha causou a aceitação de


itens de custo incompatível com a natureza definida pela legislação trabalhista.

Essa situação provoca pagamento a maior em benefício da empresa, já que os valores dos
reflexos de encargos que incidem sobre a remuneração seriam menores.

Os valores estimados da diferença a maior em benefício à empresa correspondem a R$


35.143,27, no período compreendido entre 02.06.2018 e 01.06.2020, referente ao início da
vigência contratual e o fim da vigência pactuada pela prorrogação do 3º Aditivo, de
01.04.2019.

Os cálculos consideram as alterações contratuais de repactuações pactuadas até o 4º Aditivo,


de 07.04.2020, além disso, não compreendem eventuais reflexos indiretos em outros itens de
custos interligados.

As memórias de cálculo dos valores apontados estão apresentadas nas tabelas anexas
(Tabelas 1 a 4) ao presente relatório, sendo organizadas conforme a periodicidade decorrente
dos aditivos pactuados ao longo do tempo.

4. Permanência indevida de aviso prévio trabalhado e indenizado em


contrato de serviço continuado após o primeiro ano de sua execução.
Com a finalidade de verificar se a planilha de custos e formação de preços do contrato
derivado do Pregão Eletrônico nº 027/2018 e de suas prorrogações está compatível com a
12
legislação trabalhista avaliou-se as provisões relacionadas ao aviso prévio trabalhado e
indenizado.

a) Aviso prévio trabalhado:

O aviso prévio trabalhado está relacionado ao direito do empregado demitido a 7 dias de


licença para procurar outro emprego (ou 2 horas diárias). Assim, não se provisiona o valor
dos 30 dias do aviso prévio porque este já está dentro da remuneração normal já contida na
planilha, mas o valor do custo dos 7 dias que deverá ser cumprido por outro empregado
designado pela empresa prestadora do serviço.

O índice do aviso prévio trabalhado é fixo, corresponde a 1,94%, e não tem parâmetro
percentual de estatísticas no seu cálculo, sendo, portanto, uma provisão de 7 dias de trabalho
e tem fórmula única. Portanto, não constitui em uma despesa permanente relacionada à
execução do objeto contratado, e, sim, um custo decorrente de eventual rescisão do contrato
de trabalho mantido entre a empresa e seus trabalhadores.

A memória de cálculo é a seguir apresentada: (1 salário integral / 30 dias) x 7 dias / 12 meses


= 1,94%

O Tribunal de Contas da União se pronunciou por meio dos acórdãos nº 1.186/2017 e


1.586/2018, ambos do Plenário, sedimentando entendimento segundo o qual:

“Nas licitações para contratação de mão de obra terceirizada, a Administração deve


estabelecer na minuta do contrato que a parcela mensal a título de aviso prévio trabalhado
será no percentual máximo de 1,94% no primeiro ano, e, em caso de prorrogação do contrato,
o percentual máximo dessa parcela será de 0,194% a cada ano de prorrogação, a ser incluído
por ocasião da formulação do aditivo da prorrogação do contrato, conforme a Lei
12.506/2011.”

Em consequência, o TCU tem orientado às Unidades Jurisdicionadas para que adotem


providências necessárias ao exato cumprimento da lei, de forma a promover a repactuação
dos contratos, a fim de adequar as planilhas de custos dos serviços contratados, bem como
proceder ao ajuste de contas, nas futuras faturas, entre os valores efetivamente pagos e os
decorrentes da repactuação ora determinada, em relação à supressão do percentual da
Planilha de Custos dos Serviços Contratados, referente ao Aviso Prévio Trabalhado, tendo em
vista que os referidos custos consideram-se integralmente pagos no primeiro ano do contrato,
devendo ser ajustado nos anos subsequentes.

Com advento da Lei nº 12.506/2011, no caso de prorrogações de contrato o índice deve ser
reduzido na planilha de custos para, no máximo, o percentual de 0,194%, conforme já
apreciado no Acórdão do TCU nº 1.186/2017 Plenário que define e limita esse. Segue trecho
da decisão:

“9.2. determinar ao Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região que, nas futuras


contratações de mão de obra terceirizada, esteja expresso na minuta do contrato que a
parcela mensal a título de aviso prévio trabalhado será no percentual máximo de 1,94%

13
no primeiro ano, nos termos dos Acórdãos 1904/2007-TCU-Plenário e 3006/2010-TCU-
Plenário, e, em caso de prorrogação do contrato, o percentual máximo dessa parcela
será de 0,194% a cada ano de prorrogação, a ser incluído por ocasião da formulação
do aditivo da prorrogação do contrato, conforme ditames da Lei 12.506/2011;”

b) Aviso prévio indenizado:

O aviso prévio indenizado trata-se de valor devido ao empregado no caso de o empregador


rescindir o contrato sem justo motivo e sem lhe conceder aviso prévio, conforme disposto no
§ 1º do art. 487 da CLT.

Em estudo efetuado nos contratos do STF, cerca de 5% do pessoal é demitido pelo


empregador, antes do término do contrato de trabalho. Assim a provisão necessária será
somente para estes empregados, pois os demais receberão o aviso prévio trabalhado quando
findar o contrato. (Acórdão do TCU nº 6771/2009-1ª Câmara)

A memória de cálculo para a provisão representa: (1/12) x 0,05 x 100 = 0,42 %;

Nessa composição foi considerado estatisticamente o percentual de 5% de ocorrências de


demissões com aviso prévio indenizado, caso esse percentual seja diferente, há necessidade
de demonstração no processo em memória de cálculo com esclarecimentos baseados nos
dados históricos da empresa.

Por ocasião da prorrogação contratual, após o primeiro ano, os avisos prévios indenizado e
trabalhado devem ser reduzidos a no máximo 10% do percentual incialmente previsto na
planilha, pois os custos não são renováveis, diante da manifestação do TCU, por meio do
Acórdão 1.186/2017 - Plenário, e tendo em vista as consequências da Lei nº 12.506/2011.

Esses entendimentos também estão expostos nos Pareceres SEORI/AUDIN-MPU nº


1.107/2017 e SEORI/AUDIN-MPU nº 6/2018, da unidade de Auditoria Interna do Ministério
Público da União.

Na contratação derivada do Pregão Eletrônico nº 027/2018, observa-se na planilha de custo


dos serviços da proposta apresentada pela empresa contratada os percentuais de aviso prévio
trabalhado de 1,94% e de aviso prévio indenizado de 0,42%.

Após o primeiro ano de execução do contrato, os avisos prévios indenizado e trabalhado


deveriam ser reduzidos a no máximo 10% do percentual incialmente previsto na planilha, pois
os custos não são renováveis, conforme jurisprudência do TCU.

Entretanto, verificou-se nas planilhas de custos que acompanham o 3º aditivo, de 01.04.2019,


com vigência a partir de 01/06/2019, que não houve a redução para tais itens, permanecendo
de forma indevida os percentuais de 1,94% para o aviso prévio trabalhado, e de 0,42% para o
aviso prévio indenizado.

As análises do Sebrae sobre as planilhas apresentadas para prorrogação/repactuação não


detectaram as inconformidade relatadas.

14
A insuficiência de rotinas internas formalizadas com fim de verificar e acompanhar a efetiva
observância à legislação e jurisprudência do Tribunal de Contas da União que rege a matéria
estão relacionadas a possível causa dos fatos ocorridos.

Os valores estimados da diferença a maior em benefício à empresa correspondem a R$


6.905,33, no período relativo aos 12 meses da prorrogação contratual efetivada pelo 3º
Aditivo, de 01.04.2019, ou seja, de 01.06.2019 a 01.06.2020.

Os cálculos consideram as alterações contratuais de repactuações pactuadas até o 4º Aditivo,


de 07.04.2020, além disso, não compreendem eventuais reflexos indiretos em outros itens de
custos interligados.

As memórias de cálculo dos valores apontados estão apresentadas nas tabelas anexas
(Tabelas 5 a 7) ao presente relatório, sendo organizadas conforme a periodicidade decorrente
dos aditivos pactuados ao longo do tempo.

5. Permanência indevida do Descanso Semanal Remunerado - DSR na


planilha de custos e formação de preços em jornadas de 12x36 horas,
após o advento da Lei nº 13.467/2017.
Com a finalidade de verificar se a planilha de custos e formação de preços do contrato
derivado do Pregão Eletrônico nº 027/2018 e de suas prorrogações está compatível com a
legislação trabalhista avaliou-se a composição da remuneração.

A reforma trabalhista, decorrente da Lei nº 13.467/2017, permitiu que a jornada de trabalho


12x36h seja facultada às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação (art. 59-A).
A remuneração mensal pactuada abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal
remunerado (DSR) e o descanso em feriados, sendo, também considerados compensados os
feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o §
5º do art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho (§ único do art. 59-A).
Com essa alteração, as súmulas referente ao adicional pela jornada noturna prolongada
(Súmula nº 60) e da remuneração em dobro dos feriados trabalhados (Súmula n° 444) foram
mitigadas, tendo em vista a internalização na CLT como integrantes da remuneração.
Assim, o entendimento da Súmula nº 60 (cumprida a jornada noturna e com término após às
5h da manhã, o valor da hora noturna perduraria até o fim da jornada) não pode ser aplicado,
pois são considerados compensados dentro da jornada, sem necessidade de qualquer
pagamento de adicional.
Da mesma forma, acontece com o Descanso Semanal Remunerado e o trabalho em feriados,
em relação a Súmula nº 444 do TST, não poderá mais constar do computo de remuneração
dos trabalhadores inseridos nesta jornada tais pagamentos, por força do que dispõe o § 2º do
art. 8º da CLT.
15
A Lei nº 13.467/2017 e a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria conferem o caráter
indenizatório para a verba de horas intrajornada, não refletindo sobre as demais verbas
salariais, contratuais ou remuneratórias.

Constatou-se nas planilhas de custos da empesa Trunk Segurança EIRELI - EPP, CNPJ
26.722.100/0001-15, que está sendo cobrado como custo, na composição da remuneração do
trabalhador em regime de jornada 12x36hs, o item do Descanso Semanal Remunerado sobre
a hora intrajornada e/ou adicional noturno e hora noturna adicional.

Houve a insuficiência de rotinas internas por parte do Sebrae/MT, com fim de verificar os
componentes de custos e acompanhar a efetiva observância à legislação trabalhista.

Os valores estimados da diferença a maior em benefício à empresa correspondem a R$


33.294,40, no período compreendido entre 02.06.2018 e 01.06.2020, referente ao início da
vigência contratual e o fim da vigência pactuada pela prorrogação do 3º Aditivo, de
01.04.2019.

Os cálculos consideram as alterações contratuais de repactuações pactuadas até o 4º Aditivo,


de 07.04.2020, além disso, não compreendem eventuais reflexos indiretos em outros itens de
custos interligados.

As memórias de cálculo dos valores apontados estão apresentadas nas tabelas anexas
(Tabelas 8 a 11) ao presente relatório, sendo organizadas conforme a periodicidade
decorrente dos aditivos pactuados ao longo do tempo.

6. Aditivos de alteração de valores do contrato de prestação de


serviços de vigilância.
Avaliou-se a aderência as normas e procedimentos internos do Sebrae/MT sobre os aditivos
de alteração de valores por reequilíbrio econômico-financeiro ocorridos na contratação dos
serviços de vigilância, decorrentes do Pregão Eletrônico nº 027/2018.

No contrato em análise não há previsão de índice de reajuste para insumos/equipamentos,


contudo, na planilha de custo essa parcela corresponde a valor não significativo, além disso,
não possui cláusulas específicas sobre reajuste, revisão ou repactuação.

Apesar de não haver maior detalhamento operacional interno sobre os institutos, a Entidade
seguiu as regras gerais estabelecidas na legislação.

No período observado, até o 4º aditivo, de 07.04.2020, não houve reajuste ou revisão, apenas
repactuação em razão da Convenção Coletiva da Categoria, obedecendo a data-base e nova
remuneração estabelecida para os funcionários. As alterações de valor foram analisadas pelo
setor de contabilidade.

16
Apesar das alterações contratuais em si não terem inadequações formais ou procedimentais,
foram detectadas irregularidades nas planilhas de custos e formação de preços durante a
prorrogação contratual efetivada pelo 3º aditivo, de 01.04.2019, conforme abordado em
achados específicos desse relatório.

7. Aprimoramentos nos controles internos administrativos nas


atividades de fiscalização e acompanhamento da gestão contratual
poderá resultar em benefício na execução contratual.
Com a finalidade de verificar se os controles internos administrativos estão instituídos e em
pleno funcionamento na gestão da execução contratual avaliou-se os registros das atividades
de fiscalização do contrato decorrente do Pregão Eletrônico nº 027/2018.

Enquanto que na Administração Pública para configurar a responsabilidade subsidiária é


preciso demonstrar a conduta culposa em não acompanhar e fiscalizar o cumprimento das
obrigações legais atinentes à execução do contrato firmado com a empresa prestadora de
serviços (Súmula 331 do TST), nas entidades do Sistema “S” essa responsabilidade tem
natureza objetiva, impondo-se maior diligência no dever de fiscalizar seus contratos e, além
disso, adotar controles preventivos, capazes de eliminar ou mitigar os riscos de eventos
danosos aos empregados alocados nesse tipo de contratação.

Nesse sentido, a fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas e sociais deve buscar
a mitigação de riscos de inadimplência das empresas contratadas, os quais acarretam
consequências para os empregados terceirizados, que deixam de receber seus direitos e
benefícios, e para a Entidade contratante, que pode ser responsabilizada pelos débitos
trabalhistas.

Na resposta da Gerência de Auditoria Interna do Sebrae/MT, de 14.04.2020, consta a


informação sobre a existência da minuta de Instrução de Gestão de Contratos a ser validada
pela Diretoria Administrativa Financeira com vista a melhorar e padronizar o processo de
fiscalização dos contratos.
Observa-se que a minuta de Instrução de Gestão de Contratos indica as atribuições dos
agentes responsáveis pela fiscalização contratual, além de, estabelecer modelos de
instrumentos, tais como, ata de reunião, comunicação, termo de declaração e
responsabilidade, relatório de falhas/não conformidades, plano de ação/plano de melhoria e
checklist para conferência de documentos das obrigações fiscais, previdenciárias e
trabalhistas.

O Sebrae/MT possui normativos internos próprios que abordam aspectos operacionais das
primeiras três etapas da figura representativa abaixo, sendo a Instrução Normativa de
Pesquisa de Preços – INS 24.26/17, a Instrução Normativa de Licitações – INS 21.23/12-03, a
Instrução Normativa de Compras Diretas – INS 25.27.17-2, porém, quanto a etapa de Gestão
Contratual, conforme mencionado anteriormente, ainda não foram oficializadas normas
internas para definir as diretrizes das atividade de fiscalização da execução contratual.
17
Figura 1 – Ilustração sobre as etapas da contratação.

Fonte: Elaboração própria a partir do documento Riscos e Controles nas Aquisições (RCA) do TCU.

Nos documentos encaminhados relativos à execução do Contrato de Prestação de Serviços n.


086/2018, do Pregão Eletrônico n° 027/2018, não ficou evidenciada a utilização de controles
administrativos, tais como, plano de fiscalização, emissão de relatório de acompanhamento
com frequência definida, listas de verificação mensal sobre o cumprimento das obrigações
fiscais, trabalhistas e previdenciárias, conferência sobre as Carteiras de Trabalho e Previdência
Social - CTPS (registro de vínculo e anotações), termos/relatórios de recebimento dos serviços
(recebimentos provisórios e definitivos da prestação de serviços).
Também não ficaram registrados os controles sobre os comprovantes de entrega de
benefícios e obrigações suplementares, tais como, vale transporte, vale/cartão alimentação,
entrega de Equipamentos de Proteção Individual, e certificados de cursos obrigatórios da
categoria.
Por outro lado, deve-se destacar o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores instituído
pela Entidade, o qual baseia-se no compromisso e nas boas práticas de gestão, bem como na
relação de parcerias contributivas que conduzam à entrega do produto ou serviços com
eficiência e eficácia. A empresa contratada participou do referido Programa em 2018, sendo
realizadas reuniões e relatórios de avaliação de escopo.
Outro aspecto positivo, consiste no registro das reuniões em ata e a formalização de
comunicação de ocorrência durante a execução contratual.
Os efeitos potenciais que podem advir das fragilidades são a ausência de relatórios e de
registros que evidenciem o adequado acompanhamento dos serviços, e atesto com execução
incompatível ao previsto no Termo de Referência.

18
São exemplos de instituição de controles para mitigar esses riscos: normas internas com
procedimentos definidos para fiscalização e medição de serviços; fiscais com capacitação
adequada e tempo disponível para exercer os vários papéis na fiscalização; relatórios de
acompanhamento com frequência e parâmetros definidos; rotinas de verificação instituídas e
em funcionamento.
Dessa forma, observa-se oportunidade de aprimoramentos nos controles administrativos,
notadamente com a validação da Instrução de Gestão de Contratos, e instituição de
procedimentos, rotinas e instrumentos específicos para os contratos de prestação de serviços
de mão de obra terceirizada.

8. Boas práticas adotadas pelo Sebrae/MT com relação aos


procedimentos de pagamento do contrato de vigilância.
Foram avaliados os procedimentos internos relativos aos pagamentos para prestação de
serviços de vigilância contratados no âmbito do Pregão Eletrônico n° 027/2018.

A Instrução Normativa do Financeiro, INS 01.01/97-04, revisada em 15.09.2015, além do,


Manual do Fornecedor, estabelecem procedimentos operacionais sobre os pagamentos. Há
definição para que o gestor e o fiscal designados para gestão e fiscalização dos contratos com
mão de obra terceirizada façam a conferência mensal dos documentos comprobatórios de
regularidade das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, utilizando-se checklist.

Observou-se que são realizadas verificações de regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária


pelo Fiscal Administrativo para embasar o pagamento.

A Entidade possui gestão informatizada dos pagamentos, sendo que os documentos são
encaminhados diretamente pela empresa contratada, via internet, utilizando o portal do
fornecedor.

19
RECOMENDAÇÕES
Achados ns° 1, 2, 3, 4, 5 e 7
1. Aprimorar os normativos internos, rotinas e controles administrativos em referência aos
aspectos observados nos respectivos achados, especialmente quanto ao estudo preliminar do
objeto a ser adquirido, às diretrizes das atividades de gestão e fiscalização da execução
contratual, e às análises das planilhas de custos e formação de preços propostas pelas
empresas.
2. Incluir no Plano de Capacitação da organização cursos e treinamentos em referência aos
aspectos observados nos respectivos achados, notadamente quanto a gestão de riscos em
aquisições, e sobre a legislação trabalhista, tributária, previdenciária e jurisprudência do
Tribunal de Contas da União que afetam as planilhas de custos e formação de preços.

Achado n° 2
3. Estabelecer normas internas ou orientações com o fim de implantar o gerenciamento de
riscos para área de aquisições, definindo método e atividades, modelos e instrumentos de
avaliação.

Achados ns° 3, 4, 5
4. Proceder a revisão das planilhas de custos e formação de preços considerando à legislação
trabalhista, tributária, previdenciária e jurisprudência do Tribunal de Contas da União, e
solicitar à contratada a restituição dos valores calculados ou abatimento nos próximos
pagamentos, conforme o caso, respeitando o direito a ampla defesa e ao contraditório da
contratada.

20
CONCLUSÃO
Na avaliação da questão de auditoria 1, constatou-se que não ficou demonstrada a realização
de estudos preliminares na contratação de serviços de vigilância no âmbito do Pregão
Eletrônico nº 027/2018, sendo que os instrumentos utilizados pelo Sebrae/MT na fase de
planejamento não são suficientes para abordar todos os elementos necessários ao estudo
preliminar do objeto.

Sobre a questão de auditoria 2, a Entidade não instituiu o gerenciamento de riscos para suas
aquisições, sendo assim, há oportunidade de melhoria na Governança Corporativa na
implantação desse instrumento.

Quanto a questão de auditoria 3, foram identificadas algumas falhas graves na planilha de


custos e formação de preços do contrato derivado do Pregão Eletrônico nº 027/2018 e de sua
prorrogação, relacionadas a inobservância da legislação trabalhista e dos julgados do Tribunal
de Contas da União, resultando em pagamentos inadequados à empresa contratada.

Deve-se ressaltar que o potencial estimado de pagamentos inadequados corresponde ao


montante de R$ 75.343,00, considerando os dois anos primeiros anos de vigência do contrato.

Contribuiu para as falhas de análise da planilha de custos e formação de preços a insuficiência


de rotinas internas formalizadas com o fim de verificar e acompanhar a efetiva observância à
legislação e jurisprudência do Tribunal de Contas da União, e assim, possibilitar a atuação
tempestiva para correção dos itens inadequados pelos agentes designados pela Unidade.

Na questão de auditoria 5, observa-se que a Entidade não oficializou normas internas, através
de Instrução Normativa ou Manual de Fiscalização, para as atividades de fiscalização da
execução contratual, não sendo evidenciada a utilização de controles administrativos
suficientes, permitindo aprimoramentos sobre essa etapa, notadamente com a validação da
Instrução de Gestão de Contratos, e instituição de procedimentos, rotinas e instrumentos
específicos para os contratos de prestação de serviços de mão de obra terceirizada.

Nesse sentido, é possível aperfeiçoar os métodos, técnicas e procedimentos para planejar e


contratar os serviços de tal forma que seus resultados sejam racionalizados, propiciando a
redução de desperdícios e melhor alocação de recursos em benefício da sociedade.

As avaliações relacionadas as questões de auditoria 4 e 6 não resultaram em achados


relevantes, sendo que os controles estão instituídos e em funcionamento.

Registre-se as boas práticas adotadas pelo Sebrae/MT no tocante a instituição de normas


internas pela Instrução Normativa de Pesquisa de Preços – INS 24.26/17, pela Instrução
Normativa de Licitações – INS 21.23/12-03, e pela Instrução Normativa de Compras Diretas –
INS 25.27.17-2

21
Outro ponto a destacar refere-se ao Programa de Desenvolvimento de Fornecedores,
buscando a melhoria de relação com os contratados e a entrega do produto ou serviços com
eficiência e eficácia.

Os aspectos abordados neste relatório possibilitam a Entidade buscar o aprimoramento de


seus instrumentos e controles administrativos na etapa de planejamento e fiscalização das
contratações, reforçar os seus componentes de Governança Corporativa (através da
implantação da gestão de riscos), reduzir os custos de contratos de vigilância e segurança
patrimonial, além de, buscar o ressarcimento sobre pagamentos em desacordo com a
legislação.

As recomendações registradas neste relatório serão acompanhadas por meio do Plano de


Providências Permanente da Unidade.

22
ANEXOS
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE
DE AUDITORIA
A Unidade apresentou manifestação sobre o Relatório Preliminar por meio da Carta Disup nº
049, de 10 de dezembro de 2020, conforme excertos registrados abaixo.

Achados nº 1, 2 e 7

Manifestação da unidade examinada

“A auditoria explicitou sobre a importância dos estudos técnicos preliminares, bem como
reconhece que: “No Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema Sebrae (Resolução
CDN nº 330/2019 de 05 de julho de 2019) não está prevista a realização de estudos
preliminares do objeto.”.

O SEBRAE/MT, reconhece que embora ausente a peça física nos autos administrativos, o
Termo de referência explicitou de forma detalhada os quantitativos e necessidade da
contratação. Sendo que para o objeto da licitação de vigilância, foram considerados, os
quantitativos de postos de trabalho, de acordo com a rotina operacional do prédio, áreas de
entrada e saída de pessoas. O quantitativo de postos, para a área do edifício por si demonstra
que não houve exageros por parte do SEBRAE/MT, e que a licitação atingiu sua finalidade de
proteção patrimonial da entidade.

Neste sentido, e embora tal previsão não esteja contemplada no regulamento de licitações do
Sistema Sebrae, sendo, portanto, facultativa sua execução, a entidade reconhece a
importância dos estudos técnicos preliminares e de gerenciamento de riscos, e se
compromete, conforme cronograma previsto no plano de ação em anexo, a tomar
providências para que, doravante, tais itens essenciais à demonstração da realização do
estudo técnico preliminar e análise de riscos sejam materializados nos futuros processos de
licitação realizados pela entidade, bem como, que tais atitudes irão refletir-se no
aprimoramento do plano de fiscalização de execução contratual.”

Análise da equipe de auditoria

A Unidade informou que irá adotar as providências e apresentou um plano de ação.

O plano de ação está compatível com as proposições expostas nas recomendações de 1 a 3, a


serem acompanhadas por meio do Plano de Providências Permanente da Unidade.

A realização de estudo técnico preliminar, o aprimoramentos nos controles internos


administrativos nas atividades de fiscalização e acompanhamento mediante revisão dos

23
normativos internos, e a implementação de gerenciamento de riscos nas aquisições
contribuirão para melhorias na Governança Corporativa da Entidade.

Achados nº 3 e 5

Manifestação da unidade examinada

“Foi constatado nos pontos 3 e 5, pela equipe de autoria da CGU, que a empresa vencedora
do certame teria apresentado em sua planilha de composição de custos, valores referentes a
verba de hora intrajornada e Descanso Semanal Remunerado - DSR integrado ao cálculo do
valor da remuneração do trabalhador, fato este que estaria em desacordo com a Legislação
Trabalhista e Convenção Coletiva da Categoria.

Isto porquê, de acordo com o relatório preliminar, a Reforma Trabalhista haveria modificado
a natureza do intervalo intrajornada e DSR, conferindo caráter indenizatório a estas verbas,
fato também explicitado posteriormente na convenção coletiva da categoria profissional
(cláusula sétima).

Ademais, restou ainda constatado que a empresa contratada, de acordo com o expresso nos
holerites apresentados, pagou aos seus funcionários de forma indenizatória tais verbas
quando devidas, o que reforça a tese de que a empresa errou ao apontar em sua planilha de
composição de custos tal verba com caráter não-indenizatório.

Aponta por fim que tal erro, teria gerado um pagamento à maior em benefício da empresa no
valor de R$ 35.143,27 em razão do intervalor intrajornada e de R$ 33.294,40 em razão do DSR.

Sobre estes dois achados o SEBRAE/MT manifesta que, de fato o erro no preenchimento da
planilha pela empresa está evidenciado. Reconhecemos que até o recebimento do presente
relatório preliminar, não havíamos obtido nenhuma orientação técnica sobre os impactos da
Reforma Trabalhista nos contratos continuados de mão de obra, e tampouco, houve qualquer
fiscalização orientativa, para que nos atentássemos a estas implicações, razão pela qual
estamos bastante gratos pelas orientações recebidas.

No entanto, respeitosamente, nós não podemos nos ouvidar do fato de que a empresa
contratada foi aquela que também ofertou a proposta de melhor preço na licitação, preço
este que primeiro se ofertou, e, que foi julgado em forma global, para, só posteriormente à
declaração de arrematante, ter sido apresentado na forma de planilha.

Tal fato, é importante para explicitar que não houve pagamento em sobrepreço aos postos de
trabalho de vigilância ativados, sendo também evidente que o SEBRAE/MT, observou
fielmente o princípio da economicidade.

Assim sendo, o erro da licitante no preenchimento de sua planilha inicial, caso não tivesse
ocorrido, geraria por consequência a apresentação de uma taxa de lucro maior que a que foi

24
apresentada pela contratada, para que assim o valor global arrematado permanecesse igual
ao adjudicado.

Tratando-se de um erro saneável, caso fosse descoberto à época do certame, o mesmo teria
sido corrigido. Importante refletir que sequer tal erro é passível de prover a desclassificação
da empresa, isso de acordo com o que orienta a Jurisprudência do TCU, sobre erros formais
em planilha de mão-de-obra continuada.

Assim sendo, a conclusão das questão três e cinco, de que haveria uma diferença paga à maior
em favor da empresa, bem como a orientação para que o SEBRAE/MT venha a exigir sua
devolução, implicará, ao nosso ver, em possível contra-argumento de enriquecimento ilícito
de nossa administração, incorrendo nas violações dispostas nos art. 884-886 do Código Civil
Brasileiro.

A exigência de devolução destes valores, implicaria por consequência, na realização de


pagamento à menor do que, aquilo que foi arrematado pela empresa. Tese que ao nosso ver,
possui forte amparo jurídico para desconstituir o alegado direito de cobrança em favor de
nossa entidade, apontado na conclusão da questão.

Importante ainda esclarecer que o SEBRAE/MT, não se furta de notificar a empresa e explicitar
as razões trazidas no relatório final, bem como, em se comprovando o pagamento à maior,
fará exigir a devolução dos valores apontados pela CGU, no entanto, é muito importante
ressaltar que o procedimento a ser adotado comporta o direito ao contraditório e ampla
defesa, que certamente será ofertado a contratada, e, em ultima ratio, o procedimento
poderá inclusive vir a ser judicializado, isso, caso a contratada não concorde com os
argumentos ventilados em nossa decisão final de lhe exigir a devolução dos recursos
apontados como indevidos pelo CGU.

Em razão do exposto, e em conclusão, requer-se a esta ilustre Controladoria, através de seus


Auditores, nos auxiliem a demonstrar de forma cabal que o erro cometido pela contratada,
deve ser classificado como erro inescusável, e que, tal erro, de fato causou prejuízo ao
patrimônio do SEBRAE/MT.

Requer ainda que nos ajude a demonstrar que o valor a ser exigido em devolução não
implicará em alegações futuras de enriquecimento sem causa deste SEBRAE/MT, o que se
requer para fins de resguardar a transferência da responsabilidade civil para os
administradores em caso de ato administrativo anulável.

Alternativamente requer a revisão dos achados três e cinco, em suas conclusões, para que,
em se considerando a ausência de dano e de dever de devolução, sejam incluídos no dever de
aprimoramento dos controles internos, para fins de evitar achados semelhantes em licitações
futuras.

Renova-se por fim, o agradecimento pela riqueza das explicações dadas nos achados, bem
como reafirmamos o compromisso de ajustar as demandas internas, conforme cronograma
do plano de ação em anexo.”

25
Análise da equipe de auditoria

A natureza jurídica da verba do intervalo intrajornada está definida na Consolidação das Leis
do Trabalho, decorrente da alteração pela Lei nº 13.467/2017, bem como, na Convenção
Coletiva de Trabalho da Categoria.

Os itens da planilha de custos que utilizam como base de cálculo disposições legais, não
podem sofrer modificações nos componentes do cálculo, já que são fixados em lei ou
normativo equivalente, e serão necessariamente suportados pela empresa contratada.

A planilha de custo e formação de preço está sujeita a verificação da justa causa do preço,
com relação a cada item sobre os quais a licitante pretende receber remuneração.

A inserção de custo com afronta direta a dispositivo legal não se constitui em erro formal,
muito menos escusável, mas sim, em irregularidade que deve ser corrigida quando de sua
descoberta. A situação econômica-financeira do contrato deve ser inalterável apenas no caso
em que ele tenha tido regular processo de formação, o que de fato não aconteceu com os
itens mencionadas da planilha em análise.

Por outro lado, as condições efetivas do preço inicial contratado devem ser mantidas ao longo
de toda a execução contratual, não podendo ocorrer a utilização da repactuação para elevar
custos indiretos e lucros em desfavor do Sebrae-MT, inclusive para compensar irregularidades
nos valores de outras rubricas. Caberá à empresa licitante suportar o ônus de suas próprias
falhas.

Como demonstrado na auditoria, nos recibos de pagamento de salário dos funcionários da


empresa contratada a referida verba está sendo paga de forma indenizatória, não incidindo o
FGTS e contribuição do INSS, conforme a legislação trabalhista, porém, nas planilhas de custos
apresentadas pela empresa, as horas intrajornadas compõem a base de cálculo dos encargos
trabalhistas, ocasionando o recebimento de valor indevido pela contratada por custo não
suportado. Tal fato ensejaria a interpretação de enriquecimento ilícito por parte da empresa,
e não da entidade do Sebrae/MT.

Sobre o descanso semanal remunerado (DSR), segue o mesmo princípio da definição legal, em
razão do disposto de no art. 70 e o § 5º do art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho (§
único do art. 59-A), além da, alteração sobre o caráter indenizatório da hora intrajornada pela
Lei nº 13.467/2017 e a disposição expressa da Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria,
para não refletir sobre as demais verbas salariais, contratuais ou remuneratórias.

A possibilidade de judicialização do assunto pela empresa contratada citada na manifestação,


está compreendida no seu direito subjetivo assegurado pelo ordenamento jurídico,
entretanto, não afasta o dever da Entidade em buscar sanar as irregularidades encontradas
pelos órgãos de controle.

Cabe registrar ainda, conforme ressaltado na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, do dia
25.11.2020, as providências legais a serem adotadas pelo Sebrae/MT que afetem o contrato
devem respeitar o direito a ampla defesa e ao contraditório da contratada.

26
Pelas razões expostas, mantém-se os achados 3 e 5, tanto para se recomendar a revisão das
planilhas de custos e formação de preços considerando à legislação trabalhista, tributária,
previdenciária e jurisprudência do Tribunal de Contas da União, e a devolução de valores que
forem apurados, após o processo que ofereça o contraditório e a ampla defesa a contratada,
como para que a Entidade aprimore seus controles internos administrativos para que
situações semelhantes não ocorram em contratações futuras, a serem acompanhadas por
meio do Plano de Providências Permanente da Unidade.

Achado nº 4

Manifestação da unidade examinada

“O achado número quatro, apontou que os aditivos realizados após o primeiro ano de
execução contratual não desconsideraram o valor pago a título de aviso prévio indenizado de
cada um dos postos ativados, e que tal valor foi pagos integralmente no primeiro ano do
contrato. Por essa razão, a permanência desta verba, após o primeiro ano, seria indevida,
devendo a contratada proceder com a devolução dos valores pagos a maior, referentes a esta
natureza, que equivalem conforme memória de cálculo apresentada ao montante de R$
6.905,33.

Neste ponto, explicitamos nossa plena concordância com o achado, comprometendo-nos a


notificar a contratada a proceder a devolução dos valores os quais, poderão inclusive ser
descontados das parcelas vincendas do contrato em execução.

Esclarecemos que há divergência entre os achados três e cinco e o presente achado de número
quatro, os quais consistem principalmente em ser um erro materializado pela contratada,
após o primeiro ano de execução do contrato, ou seja, são valores que de fato não deveriam
se encontrar explicitados na tabela de repactuação.

Em razão do exposto, reafirmamos o compromisso de ajustar as demandas internas para fins


de mitigar e prevenir riscos semelhantes, conforme cronograma do plano de ação em anexo.”

Análise da equipe de auditoria

A Unidade informou as providências que irá adotar para notificação da empresa e devolução
dos valores.

As medidas possibilitarão ajustar os percentuais dos avisos prévios indenizado e trabalhado,


após o primeiro ano de execução do contrato, além disso, o aprimoramento das rotinas
mitigará os riscos de repetição em contratos similares.

27
II – TABELAS DE CÁLCULOS ELABORADAS PELA EQUIPE DE AUDITORIA
Tabela 1 - Hora Intrajornada: Cálculo em relação a planilha de custos e formação de preços -
Contrato, Período: 02/06/2018 a 31/12/2018.
Hora
Quant. Total de
Intra Quant. Grupo Grupo "B" Grupo Grupo Grupo "E"
Item de reflexo
Jornada Funcionários "A" (R$) (R$) "C" (R$) "D" (R$) (R$)
postos indevido (R$)
(R$)
A 153,45 2 4 380,56 133,93 1,10 88,39 207,34 811,32
B 153,45 2 3 285,42 100,45 0,83 66,29 155,51 608,49
Total mensal 665,97 234,38 1,93 154,68 362,85 1.419,81
Total no período de 06/2018 a 12/2018 4.661,81 1.640,66 13,53 1.082,74 2.539,94 9.938,68
Fonte: Planilha de custos e formação de preços do Pregão Eletrônico nº 027/2018.
Nota explicativa:

Grupo A: Considerou-se o percentual de 31% que corresponde ao somatório de encargos informados na planilha da
empresa.
Grupo B: Considerou-se o percentual de 10,91% que corresponde ao somatório de 13º e reflexo de encargos informados
na planilha da empresa.
Grupo C: Considerou-se o percentual de 0,09% que corresponde ao índice de afastamento maternidade informado na
planilha da empresa.
Grupo D: Considerou-se o percentual de 7,20% que corresponde ao somatório para os itens de provisão para rescisão
constante na planilha da empresa.
Grupo E: Considerou-se o percentual de 16,89% que corresponde ao somatório para os itens de custo para reposição de
profissional ausente informados na planilha da empresa.

Tabela 2 - Hora Intrajornada: Cálculo em relação a planilha de custos e formação de preços - 2º


Aditivo considerando repactuação, Período: 01/01/2019 a 31/12/2019.
Hora
Quant. Total de
Intra Quant. Grupo Grupo "B" Grupo Grupo Grupo "E"
Item de reflexo
Jornada Funcionários "A" (R$) (R$) "C" (R$) "D" (R$) (R$)
postos indevido (R$)
(R$)
A 159,45 2 4 395,44 139,17 1,15 91,84 215,45 843,04
B 159,45 2 3 296,58 104,38 0,86 68,88 161,59 632,28
Total mensal 692,01 243,54 2,01 160,73 377,04 1.475,33
Total no período de 01/2019 a 12/2019 8.304,16 2.922,53 24,11 1.928,71 4.524,43 17.703,92
Fonte: Planilha de custos e formação de preços do Pregão Eletrônico nº 027/2018.
Nota explicativa:

Grupo A: Considerou-se o percentual de 31% que corresponde ao somatório de encargos informados na planilha da
empresa.
Grupo B: Considerou-se o percentual de 10,91% que corresponde ao somatório de 13º e reflexo de encargos informados
na planilha da empresa.
Grupo C: Considerou-se o percentual de 0,09% que corresponde ao índice de afastamento maternidade informado na
planilha da empresa.
Grupo D: Considerou-se o percentual de 7,20% que corresponde ao somatório para os itens de provisão para rescisão
constante na planilha da empresa.
Grupo E: Considerou-se o percentual de 16,89% que corresponde ao somatório para os itens de custo para reposição de
profissional ausente informados na planilha da empresa.

28
Tabela 3 - Hora Intrajornada: Cálculo em relação a planilha de custos e formação de preços - 4º
Aditivo considerando repactuação, Período: 01/01/2020 a 31/05/2020.
Hora
Quant. Total de
Intra Quant. Grupo Grupo "B" Grupo Grupo Grupo "E"
Item de reflexo
Jornada Funcionários "A" (R$) (R$) "C" (R$) "D" (R$) (R$)
postos indevido (R$)
(R$)
A 166,80 2 4 393,65 143,98 1,20 95,68 222,71 857,22
B 166,80 2 3 295,24 107,99 0,90 71,76 167,03 642,91
Total mensal 688,88 251,97 2,10 167,43 389,74 1.500,13
Total no período de 01/2020 a 05/2020 3.444,42 1.259,84 10,51 837,17 1.948,72 7.500,66
Fonte: Planilha de custos e formação de preços do Pregão Eletrônico nº 027/2018.
Nota explicativa:

Grupo A: Considerou-se o percentual de 29,50% que corresponde ao somatório de encargos informados na planilha da
empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.
Grupo B: Considerou-se o percentual de 10,79% que corresponde ao somatório de 13º e reflexo de encargos informados
na planilha da empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.
Grupo C: Considerou-se o percentual de 0,09% que corresponde ao índice de afastamento maternidade informado na
planilha da empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.
Grupo D: Considerou-se o percentual de 7,17% que corresponde ao somatório para os itens de provisão para rescisão
constante na planilha da empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.
Grupo E: Considerou-se o percentual de 16,69% que corresponde ao somatório para os itens de custo para reposição de
profissional ausente informados na planilha da empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.

Tabela 4 - Hora Intrajornada: Resumo


dos valores apurados.
RESUMO DOS VALORES APURADOS R$
Total no período de 06/2018 a 12/2018 9.938,68
Total no período de 01/2019 a 12/2019 17.703,92
Total no período de 01/2020 a 05/2020 7.500,66
Total Geral 35.143,27

29
Tabela 5 - Aviso Prévio: Cálculo em relação a planilha de custos e formação de preços - 3º Aditivo - prorrogação,
Período: 01/06/2019 a 31/12/2019.
Base de Quant.
Quant. Alíquota Valor Alíquota Valor Diferença
Item Verba trabalhista cálculo da de
Funcionários Cobrada cobrado adequada adequado apurada
planilha postos
A Aviso Prévio Indenizado 1.753,31 2 4 0,42% 58,91 0,04% 5,89 53,02
A Aviso Prévio Trabalhado 1.753,31 2 4 1,94% 272,11 0,19% 27,21 244,90
B Aviso Prévio Indenizado 2.094,89 2 3 0,42% 52,79 0,04% 5,28 47,51
B Aviso Prévio Trabalhado 2.094,89 2 3 1,94% 243,85 0,19% 24,38 219,46
Total mensal 564,90
Total no período de 06/2019 a 12/2019 3.954,27
Fonte: Planilha de custos e formação de preços do Pregão Eletrônico nº 027/2018.

Tabela 6 - Aviso Prévio: Cálculo em relação a planilha de custos e formação de preços - 3º Aditivo -
prorrogação, Período: 01/01/2020 a 31/05/2020.
Base de Quant.
Quant. Alíquota Valor Alíquota Valor Diferença
Item Verba trabalhista cálculo da de
Funcionários Cobrada cobrado adequada adequado apurada
planilha postos
A Aviso Prévio Indenizado 1.832,11 2 4 0,42% 61,56 0,04% 6,16 55,40
A Aviso Prévio Trabalhado 1.832,11 2 4 1,94% 284,34 0,19% 28,43 255,91
B Aviso Prévio Indenizado 2.188,49 2 3 0,42% 55,15 0,04% 5,51 49,63
B Aviso Prévio Trabalhado 2.188,49 2 3 1,94% 254,74 0,19% 25,47 229,27
Total mensal 590,21
Total no período de 01/2020 a 05/2020 2.951,07
Fonte: Planilha de custos e formação de preços do Pregão Eletrônico nº 027/2018.

Tabela 7 - Aviso Prévio: Resumo dos


valores apurados.
RESUMO DOS VALORES APURADOS R$
Total no período de 06/2019 a 12/2019 3.954,27
Total no período de 01/2020 a 05/2020 2.951,07
Total Geral 6.905,33
Tabela 8 - Descanso Semanal Remunerado: Cálculo em relação a planilha de custos e formação de
preços - Contrato, Período: 02/06/2018 a 31/12/2018.
Quant. Total do custo
Quant. Grupo Grupo "B" Grupo "C" Grupo Grupo "E"
Item DSR (R$) de e reflexo
Funcionários "A" (R$) (R$) (R$) "D" (R$) (R$)
postos indevido (R$)
A 32,84 2 4 81,44 28,66 0,24 18,92 44,37 436,35
B 90,60 2 3 168,52 59,31 0,49 39,14 91,81 902,87
Total mensal 1.339,22
Total no período de 06/2018 a 12/2018 9.374,52
Fonte: Planilha de custos e formação de preços do Pregão Eletrônico nº 027/2018.

Nota explicativa:
DSR: No total do custo e reflexo indevido considerou-se o valor total da verba e os reflexos diretos sobre ela.

Grupo A: Considerou-se o percentual de 31% que corresponde ao somatório de encargos informados na planilha da
empresa.
Grupo B: Considerou-se o percentual de 10,91% que corresponde ao somatório de 13º e reflexo de encargos informados
na planilha da empresa.
Grupo C: Considerou-se o percentual de 0,09% que corresponde ao índice de afastamento maternidade informado na
planilha da empresa.
Grupo D: Considerou-se o percentual de 7,20% que corresponde ao somatório para os itens de provisão para rescisão
constante na planilha da empresa.
Grupo E: Considerou-se o percentual de 16,89% que corresponde ao somatório para os itens de custo para reposição de
profissional ausente informados na planilha da empresa.

Tabela 9 - Descanso Semanal Remunerado: Cálculo em relação a planilha de custos e formação


de preços - 2º Aditivo considerando repactuação, Período: 01/01/2019 a 31/12/2019.
Quant. Total do custo
Quant. Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo
Item DSR (R$) de e reflexo
Funcionários "A" (R$) "B" (R$) "C" (R$) "D" (R$) "E" (R$)
postos indevido (R$)
A 34,12 2 4 84,62 29,78 0,25 19,65 46,10 453,36
B 94,33 2 3 175,45 61,75 0,51 40,75 95,59 940,04
Total mensal 1.393,40

31
Total no período de 01/2019 a 12/2019 16.720,75
Fonte: Planilha de custos e formação de preços do Pregão Eletrônico nº 027/2018.

Nota explicativa:
DSR: No total do custo e reflexo indevido considerou-se o valor total da verba e os reflexos diretos sobre ela.

Grupo A: Considerou-se o percentual de 31% que corresponde ao somatório de encargos informados na planilha da
empresa.
Grupo B: Considerou-se o percentual de 10,91% que corresponde ao somatório de 13º e reflexo de encargos informados
na planilha da empresa.
Grupo C: Considerou-se o percentual de 0,09% que corresponde ao índice de afastamento maternidade informado na
planilha da empresa.
Grupo D: Considerou-se o percentual de 7,20% que corresponde ao somatório para os itens de provisão para rescisão
constante na planilha da empresa.
Grupo E: Considerou-se o percentual de 16,89% que corresponde ao somatório para os itens de custo para reposição
de profissional ausente informados na planilha da empresa.

Tabela 10 - Descanso Semanal Remunerado: Cálculo em relação a planilha de custos e formação


de preços - 4º Aditivo considerando repactuação, Período: 01/01/2020 a 31/05/2020.
Quant. Total do custo
Quant. Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo
Item DSR (R$) de e reflexo
Funcionários "A" (R$) "B" (R$) "C" (R$) "D" (R$) "E" (R$)
postos indevido (R$)
A 35,70 2 4 84,25 30,82 0,26 20,48 47,67 469,07
B 98,51 2 3 174,36 63,78 0,53 42,38 98,65 970,76
Total mensal 1.439,83
Total no período de 01/2020 a 05/2020 7.199,13
Fonte: Planilha de custos e formação de preços do Pregão Eletrônico nº 027/2018.

Nota explicativa:
DSR: No total do custo e reflexo indevido considerou-se o valor total da verba e os reflexos diretos sobre ela.

Grupo A: Considerou-se o percentual de 29,50% que corresponde ao somatório de encargos informados na planilha da
empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.

32
Grupo B: Considerou-se o percentual de 10,79% que corresponde ao somatório de 13º e reflexo de encargos informados
na planilha da empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.
Grupo C: Considerou-se o percentual de 0,09% que corresponde ao índice de afastamento maternidade informado na
planilha da empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.
Grupo D: Considerou-se o percentual de 7,17% que corresponde ao somatório para os itens de provisão para rescisão
constante na planilha da empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.
Grupo E: Considerou-se o percentual de 16,69% que corresponde ao somatório para os itens de custo para reposição
de profissional ausente informados na planilha da empresa, após análise do setor de contabilidade do Sebrae/MT.

Tabela 11 - Aviso Prévio: Resumo dos


valores apurados.
RESUMO DOS VALORES APURADOS R$
Total no período de 06/2018 a 12/2018 9.374,52
Total no período de 01/2019 a 12/2019 16.720,75
Total no período de 01/2020 a 05/2020 7.199,13
Total Geral 33.294,40

33

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