AULA 3

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Princípios

fundamentais
Profª. Dra. Melina Ferracini de Moraes
Direitos e Fundamentos da República
garantias
fundamentai Poderes da União
s na CF/88
Objetivos da República

Princípios que regem o Brasil em suas


relações internacionais
República

• Em 15 de novembro de 1889, foi proclamada a República pelo Marechal


Deodoro da Fonseca, afastando-se do Poder Dom Pedro II e toda a
dinastia de Bragança.
• Na Constituição de 1891 a República surge como cláusula pétrea e assim
é mantida em todas as Constituições, exceto na de 1988 em que aparece
como princípio sensível.
República

• Apesar de não ser cláusula pétrea, por meio de plebiscito, o povo


confirmou a forma de governo republicana, não podendo emenda à
Constituição instituir a Monarquia, sob pena de se violar a soberania
popular, a não ser que haja, necessariamente, nova consulta popular
(art. 2º do ADCT).
Federação

• A forma de Estado adotada pela Constituição de 1988 é a Federação, e


não o Estado unitário.
• O federalismo brasileiro se deu por desagregação a partir do Estado
unitário e estabeleceu-se na Constituição como cláusula pétrea (art. 60,
§4º, I).
• A solidez do sistema está na consagração de indissolubilidade do vínculo
federativo (inexistência do direito de secessão).
▪ Em caso de eventual crise, utiliza-se a intervenção federal como instrumento.
Estado
Democrático
de Direito

• O Brasil adotou um sistema de democracia semidireta ou


participativa.
▪ Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de seus
representantes eleitos ou diretamente, nos termos da CF.
República Federativa do
Brasil

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Fundamentos da
República

Soberania

Cidadania

Dignidade da pessoa humana

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

Pluralismo político
Soberania

Fundamento É formada pela união da independência, no plano


internacional, e da supremacia, no plano nacional. Assim,
s da internacionalmente, o país não está subordinado a nenhum
República outro país. Internamente, não haverá outra força que suplante
o poder do Estado, o qual é emanado pelo próprio povo.

Cidadania

Materializa-se na capacidade eleitoral ativa (ser eleito), na


capacidade eleitoral passiva (ser eleitor) e na previsão de
instrumentos de participação dos indivíduos nos negócios do
Estado.
Fundamento Dignidade da pessoa humana
s da Trata-se de um valor inerente à pessoa, que se manifesta
República singularmente na autodeterminação consciente e responsável
da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por
parte das demais pessoas e do Estado, constituindo-se um
mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve
assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam
ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais,
mas sempre sem menosprezar a necessária estima que
merecem todas as pessoas enquanto seres humanos.
Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

Fundamento O constituinte, além de privilegiar o modelo capitalista,


s da estabelece a existência digna, conforme os ditames da justiça
social, afastando-se de um Estado absenteísta nos moldes do
República liberalismo.

Pluralismo político

Enaltece-se uma sociedade plural, em que se assegura o


respeito à pessoa humana e sua liberdade. Não se pode
confundir pluralismo político com pluripartidarismo. Esse
último é apenas uma consequência do primeiro.
Separação
de Poderes

De acordo com o art. 2º da CF, são Poderes da


União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Separação de Poderes

• Cada um dos Poderes atua dentro de sua parcela de competência


constitucionalmente estabelecida e assegurada quando da
manifestação do poder constituinte originário, daí ser mais adequado
falarmos em órgãos que exercem funções típicas e atípicas.
Separação de Poderes

• Quanto às funções prevalentes (típicas), cabe:


▪ Ao Poder Legislativo, a função legislativa, isto é, a edição de leis para regular a
atuação do Estado, bem como a vida dos cidadãos.
▪ Ao Poder Executivo, a função administrativa, relativa sobretudo à aplicação das leis,
à regulamentação de certos tributos, à prestação de serviços públicos (água, energia
etc.) e à ordenação da vida social de forma geral (autorizando construções, aplicando
multas etc.).
▪ Ao Poder Judiciário, a função jurisdicional, isto é, a tarefa de julgar, a partir de
provocação dos interessados, os conflitos entre indivíduos ou desses com o Estado.
Separação de Poderes

• De forma atípica, os Poderes exercem funções tipicamente exercidas pelos outros


Poderes:
▪ Poder Legislativo: atos de administração, como a organização interna e, ainda, a função
jurisdicional no julgamento do Presidente da República por crime de responsabilidade.
▪ Poder Executivo: iniciativa de um projeto de lei ou edita medida provisória (função
legislativa) e julgamento de defesas e recursos administrativos (função jurisdicional).
▪ Poder Judiciário: eleição de membros diretivos, organização de suas secretarias, concessão
de licenças e férias (funções executivas) e edição de normas regimentais (função legislativa).
Separação de Poderes

• O Poder Judiciário tem papel crucial dentro da teoria da separação dos


poderes, especialmente naquilo que tange à limitação do poder pelo próprio
poder.
▪ Cabe sobretudo ao Poder Judiciário zelar para que os demais Poderes se atenham à
ordem jurídica vigente.
▪ Uma sentença judicial pode anular um ato administrativo do Poder Executivo se, de
forma fundamentada, considerá-lo ilegal, bem como cabe às cortes superiores o controle
de constitucionalidade das leis.
Objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil

• Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil estão


previstos no art. 3º da CF.
• Tratam-se de metas a serem atingidas, orientadoras das políticas
governamentais.
Construir uma sociedade livre, justa e solidária
Objetivos da
República A solidariedade aparece como consagração dos direitos de
terceira dimensão, tendo sido fundamento para importantes
Federativa decisões, como a que autorizou a pesquisa de células-tronco
do Brasil embrionárias (ADI 3.510).

Garantir o desenvolvimento nacional

Trata-se de dever do Estado o desenvolvimento nacional, e


esse objetivo vem justificando os diversos programas
governamentais.
Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
Objetivos da as desigualdades sociais e regionais
República Como desdobramento dessa ideia, podemos citar o fundo de
Federativa combate e erradicação da pobreza, prorrogado por prazo
indeterminado nos termos da EC 67/2010.
do Brasil
Promover o bem de todos, sem preconceito de
origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer
outras formas de discriminação

Um exemplo foi o caso do reconhecimento, pelo STF, da união


estável entre pessoas do mesmos sexo.
Princípios que regem o Brasil
nas relações internacionais

• Os princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas


relações internacionais estão dispostos no art. 4º da Constituição.
• Além de observar referidos princípios, o Brasil deverá buscar a
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações.
Independência nacional
Princípios que
regem o Brasil
Prevalência dos direitos humanos
nas relações
internacionais
Autodeterminação dos povos

Não-intervenção

Igualdade entre os Estados


Defesa da paz
Princípios que
regem o Brasil
Solução pacífica dos conflitos
nas relações
internacionais
Repúdio ao terrorismo e ao racismo

Cooperação entre os povos para o progresso da


humanidade

Concessão de asilo político


Princípios que Independência nacional
regem o Brasil O Brasil é não se subordina às vontades de outros
países.
nas relações
internacionais Prevalência dos direitos humanos
Sempre haverá conflito entre valores jurídicos
igualmente tutelados e, se entre esses valores
estiverem os “direitos humanos”, prevalecerão
sobre outros interesses (econômicos, financeiros,
diplomáticos, comerciais etc.).
Princípios que Autodeterminação dos povos
regem o Brasil Todos os povos têm o direito de estabelecer
livremente sua condição política e de determinar
nas relações seu desenvolvimento econômico, social e cultural.
internacionais
Não-intervenção
Nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito
de intervir, direta ou indiretamente, por qualquer
razão ou motivo, nos assuntos internos ou
externos de qualquer outro.
Igualdade entre os Estados
Todos os países devem receber o mesmo tratamento
Princípios que dos organismos internacionais, não podendo ser
regem o Brasil alijados por quaisquer motivos que se mostrem
nas relações discriminatórios ou irrazoáveis.
internacionais Defesa da paz
A CF prevê a possibilidade de declaração de guerra.
Segundo o art. 21, II, trata-se de competência da
União. A guerra é declarada pelo Presidente da
República, no caso de agressão estrangeira, com prévia
anuência do Congresso Nacional (art. 49, II, CF), ou
“referendado por ele, quando ocorrida no intervalo
das sessões legislativas” (art. 84, XIX, CF).
Solução pacífica dos conflitos
Princípios que Havendo conflitos, divergências econômicas,
regem o Brasil políticas, diplomáticas, entre o Brasil e outros
nas relações países, as saídas deverão ser negociadas,
internacionais diplomáticas e jamais (ou quase nunca) bélicas,
agressivas.

Repúdio ao terrorismo e ao racismo


O Brasil buscará, no plano internacional, a
colaboração com outros países para a punição de
ambos os crimes.
Cooperação entre os povos para o progresso da
Princípios que humanidade
regem o Brasil Auxílio mútuo entre dois ou mais países, com a
nas relações finalidade de atingir um objetivo comum, de
internacionais ordem política, humanitária, econômica,
ambiental etc.

Concessão de asilo político


Consiste no acolhimento de estrangeiro em
virtude de perseguição por ele sofrida e praticada
por seu próprio país ou por terceiro.

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