Geografia_9o-Ano_Amostra (1)

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 29

+

Coleção
Sumário
Lição de 1 a 9
user12555082/Freepik

Relembrando a Geografia
Continente europeu
Europa Ocidental: parte I
Europa Ocidental: parte II
Europa Ocidental: parte III
Europa Meridional: parte I
Europa Meridional: parte II
Grécia
Avaliação

Lição de 10 a 18
user16172657/Freepik

Turquia
Europa setentrional
Leste europeu: parte I
Leste europeu: parte II
União europeia
Continente asiático e seus países
Economia e transformação
social chinesa
Japão e sua tecnologia
Avaliação
EyeEm/Freepik

Lição de 19 a 27
Tigres Asiáticos
A Índia e seus desafios sociais
Geopolítica do Irã e Iraque
Etnias e religiões do Oriente Médio
Oceania e suas ilhas
Austrália
Nova Zelândia e outras ilhas
Antártica
Avaliação

Lição de 28 a 36
c f999/Freepik

Povos do Ártico
Fim da Guerra Fria e da URSS
Federação Russa
Governo de Putin
Geopolítica
Globalização
Tratados internacionais
Revolução tecnológica
Avaliação
Lição 2
CONTINENTE EUROPEU

O continente europeu é um dos mais fascinantes e históricos do mundo. Com uma área
de aproximadamente 10,18 milhões de milhas quadradas, a Europa abriga uma rica diversidade
cultural, uma paisagem variada e uma história milenar. Neste capítulo, exploraremos os aspectos
geográficos, políticos e culturais do continente europeu.

Localizando a Europa
A Europa é um continente lo-
calizado no hemisfério norte do
planeta Terra. É limitado a oeste
pelo Oceano Atlântico, a norte pelo
Oceano Ártico, a leste pela Ásia e a

Rob984/Commons
sul pelo Mar Mediterrâneo. A ex-
tensão territorial da Europa é de
aproximadamente 10,18 milhões de
quilômetros quadrados, o que re-
presenta cerca de 7% da superfície
terrestre do planeta. No entanto,
deve-se observar que a definição
dos limites exatos do continente
europeu é um tanto ambígua, uma
vez que não há uma fronteira geo-
gráfica clara entre a Europa e a Ásia.

Tradicionalmente, considera-se que a Europa se estende desde os Montes Urais, no Leste,


até o Oceano Atlântico, no Oeste. Essa delimitação inclui países como Portugal, Espanha, França,
Alemanha, Itália, Reino Unido, Rússia, entre outros. Além disso, existem algumas áreas europeias
fora do continente principal, como as ilhas do Mediterrâneo, as ilhas do Atlântico Norte e a Is-
lândia.
Adelson Malaquias/AMA Arte e designer
grebeshkovma-
Geografia política
A Europa é composta por 50 países independentes. A seguir, estão listados os países eu-
ropeus em ordem alfabética: Albânia, Alemanha, Andorra, Armênia, Áustria, Azerbaijão, Bélgica,
Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia,
Espanha, Estônia, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Cazaquis-
tão, Kosovo, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia do Norte, Malta, Moldá-
via, Mônaco, Montenegro, Noruega, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, Re-
pública Tcheca, Romênia, Rússia, San Marino, Sérvia, Suécia, Suíça, Turquia, Ucrânia, Vaticano
(Cidade do Vaticano).

Geografia física
Biomas
A Europa possui uma variedade de biomas devido à sua diversidade geográfica e climática.
Embora seja um continente relativamente pequeno, apresenta uma gama de biomas distintos.

A seguir, estão destacados alguns dos principais biomas encontrados na Europa:

Adelson Malaquias/AMA Arte e designer

Florestas Temperadas: As florestas temperadas são um dos biomas mais predominantes


na Europa. Elas são caracterizadas por árvores decíduas, como carvalhos, faia e álamos, que per-
dem suas folhas sazonalmente. Essas florestas estão presentes em várias partes da Europa, in-
cluindo a Floresta Negra na Alemanha, as florestas da Europa Central e Oriental, e as florestas
mistas do norte da Europa.
Estepes e Pradarias: As estepes e

Wirestock/Freepik
pradarias são biomas de vegetação ras-
teira, caracterizados por gramíneas e
ervas. Na Europa, esses biomas são en-
contrados principalmente nas regiões
do leste, como a estepe euroasiática,
que se estende desde a Ucrânia até a
Rússia. Essas áreas têm um clima conti-
nental, com invernos rigorosos e verões
quentes e secos.

Tundra Ártica: Nas regiões mais

Greg Garnhart/Unsplash
ao norte da Europa, como a península
escandinava e o extremo norte da Rús-
sia, encontra-se a tundra ártica. Esse
bioma é caracterizado por solos perma-
frost (permanentemente congelados),
vegetação rasteira e baixa biodiversi-
dade. A tundra é adaptada às duras con-
dições climáticas do Ártico, com inver-
nos longos e frios e verões curtos.

Mediterrâneo: O bioma mediter-

ZImages / Alamy Stock Photo


râneo é caracterizado por invernos
amenos e chuvosos e verões quentes e
secos. Ele abrange regiões como a bacia
do Mediterrâneo, a península Ibérica, o
sul da Itália e a Grécia. Os vegetais típi-
cos incluem oliveiras, ciprestes, pinhei-
ros e arbustos resistentes à seca, como
o alecrim e o tomilho.

Zonas Costeiras e Marítimas: As


zonas costeiras e marítimas da Europa
são caracterizadas por uma variedade
Frimufilms/Freepik

de habitats, como praias, dunas, falésias


e estuários. Essas áreas são ricas em bi-
odiversidade e fornecem habitats im-
portantes para aves marinhas, peixes e
outras espécies costeiras. As regiões
costeiras do Mediterrâneo e do Mar
Negro são particularmente diversas e
abrigam uma ampla gama de ecossiste-
mas marinhos.
Relevos e climas
A Europa apresenta uma grande variedade de relevos e climas, devido à sua extensão
geográfica e diversidade de paisagens. A seguir, são destacados os principais relevos e climas
encontrados no continente europeu

Relevos
Planícies: A Europa possui diversas planícies, como a Planície Central Europeia, que se
estende desde a França até a Rússia. Essas áreas são caracterizadas por terrenos planos ou le-
vemente ondulados, e são frequentemente utilizadas para atividades agrícolas.

Montanhas: A Europa abriga várias cadeias montanhosas. Os Alpes, localizados no centro


do continente, são a maior cadeia montanhosa da Europa e estendem-se por vários países, in-
cluindo França, Suíça, Itália e Áustria. Outras cadeias montanhosas notáveis são os Cárpatos, os
Pirenéus, os Apeninos, os Urais e o Maciço Escandinavo.

Planaltos: Existem diversos planaltos na Europa, como o Planalto da Escócia, o Planalto


Central da França e o Planalto da Boêmia, na República Tcheca. Essas áreas geralmente apre-
sentam terrenos elevados e mais planos em comparação com as montanhas.

Observe a imagem a seguir do mapa físico europeu.

Adelson Malaquias/AMA Arte e designer


Climas
A Europa possui uma ampla diversidade de climas devido à sua extensão geográfica e à
influência de fatores como correntes marítimas, altitudes e latitude. Os climas do continente
podem ser categorizados em várias regiões distintas, cada uma com suas características climá-
ticas específicas. Vamos explorar alguns dos principais climas encontrados na Europa:

Clima Temperado: O clima temperado oceânico é predominante em grande parte da Eu-


ropa Ocidental, incluindo países como Reino Unido, Irlanda, França, Países Baixos e Bélgica. Es-
sas regiões são afetadas pela Corrente do Golfo, que traz temperaturas amenas e moderadas. Os
invernos são suaves e os verões são frescos, com precipitação distribuída ao longo do ano. Esse
clima é caracterizado por chuvas frequentes e céus nublados.

Clima Mediterrâneo: O clima mediterrâneo é encontrado nas regiões costeiras do sul da


Europa, como a bacia do Mediterrâneo, sul da Itália, Grécia e Espanha. É caracterizado por in-
vernos suaves e úmidos e verões quentes e secos. A precipitação é concentrada nos meses de
outono e inverno, enquanto os meses de verão são caracterizados por longos períodos de seca.
As temperaturas são geralmente amenas no inverno e quentes no verão.

Clima Continental: O clima continental ocorre nas regiões do centro e leste da Europa,
como Alemanha, Polônia, Ucrânia e Rússia. Esse clima é caracterizado por invernos frios e rigo-
rosos, com temperaturas frequentemente abaixo de zero, e verões quentes. As variações sazo-
nais de temperatura são significativas, com grandes amplitudes térmicas. A precipitação é ge-
ralmente distribuída ao longo do ano, embora possa ser mais escassa em algumas áreas.

Clima Subártico: Nas regiões mais ao norte da Europa, como a península escandinava e a
Rússia setentrional, ocorre o clima subártico. Esse clima é caracterizado por invernos extrema-
mente frios, com longos períodos de escuridão, e verões curtos e frescos. As temperaturas mé-
dias permanecem abaixo de zero durante vários meses do ano. A precipitação é geralmente mo-
derada e ocorre principalmente na forma de neve.

Além desses climas principais, existem variações regionais e microclimas devido à topo-
grafia e a outros fatores locais. Por exemplo, regiões montanhosas, como os Alpes, possuem cli-
mas alpinos, com temperaturas mais frias e neves abundantes. Já as áreas costeiras do Mar Ne-
gro e do Mar Báltico podem ter um clima mais continental, com invernos mais frios e verões
mais quentes.

Rios
Os rios da Europa traçam um mapa líquido de beleza e vitalidade em suas terras. Eles fluem
majestosamente, serpenteando por paisagens pitorescas e deslumbrantes, deixando para trás
um rastro de vida e energia.

O Danúbio, um dos rios mais emblemáticos do continente, surge com toda a sua grandio-
sidade. Com águas serenas e cristalinas, ele atravessa uma variedade de países, proporcionando
uma visão panorâmica de culturas e paisagens. À medida que serpenteia, oferece uma beleza
inigualável, desde as montanhas alpinas da Alemanha e Áustria até as planícies da Hungria e a
espetacular região dos Cárpatos na Romênia.
Enquanto o Danúbio cativa com sua grandiosidade, outros rios europeus têm seu próprio
encanto único. O Sena, com sua elegância francesa, flui graciosamente por Paris, emoldurando
monumentos icônicos como a Torre Eiffel e a Catedral de Notre-Dame. O Tamisa, na Inglaterra,
testemunha séculos de história, refletindo majestosamente o perfil da cidade de Londres e seus
monumentos históricos.
saiko3p/Freepik

Vista panorâmica aérea do rio Danúbio em Bratislava, Eslováquia.

A diversidade não para por aí. Os rios da Europa levam consigo um mosaico de paisagens,
desde os fiordes noruegueses cercados por imponentes montanhas, até os canais pitorescos da
Holanda, entrelaçando aldeias encantadoras e campos de tulipas vibrantes. O Reno, com sua
imponente força, atravessa desfiladeiros dramáticos, pontilhados por castelos medievais e vi-
nhedos verdejantes.

Mares
A Europa é cercada por uma variedade de mares que desempenham um papel importante
na geografia, economia e cultura do continente. Esses mares oferecem recursos naturais, rotas
de comércio, atividades recreativas e uma rica biodiversidade marinha. Os mares europeus são:
Mar Mediterrâneo, Mar Negro, Mar do Norte e Mar Báltico.
Atividade

1. Qual a área total do território europeu?

2. Quais mares e quais oceanos banham o continente europeu?

3. Quais são os biomas mais característicos da Europa? Cite e explique-os.

4. Observe o mapa físico europeu e assinale a alternativa correta.


a) A Europa é banhada pelos oceanos pacífico e índico
b) O Leste europeu é conhecido por apresentar muitas planícies e planaltos.
c) A região onde se localiza a Alemanha possui uma altitude elevada, entre 1800 e 3000 me-
tros de altura.

d) A região dos alpes suíços é conhecida por sua baixa altitude.

5. Cite três rios europeus.

6. Quantos países fazem parte da Europa? Faça uma pesquisa e responda quais são os três mai-
ores e os três menores países da Europa.
Lição 14
UNIÃO EUROPEIA: INTEGRAÇÃO
ECONÔMICA E POLÍTICA

A União Europeia (UE) é uma união política e econômica única, composta por 27 países
membros que estão localizados principalmente na Europa. Desde a sua fundação, a UE tem
sido um dos projetos de integração mais ambiciosos da história moderna, buscando promo-
ver estabilidade e desenvolvimento econômico e agendas progressistas.

A história da União Europeia remonta ao período pós-Segunda Guerra Mundial,


quando líderes europeus perceberam a necessidade de estabelecer instituições que promo-
vessem a cooperação e a integração entre os países do continente, a fim de evitar conflitos
futuros. O processo de integração começou com a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
(CECA) em 1951, seguida pela Comunidade Econômica Europeia (CEE) e a Comunidade Eu-
ropeia de Energia Atômica (EURATOM) em 1957.

O Tratado de Maastricht, assinado em 1992 e em vigor desde 1993, estabeleceu a União


Europeia nos moldes atuais, ampliando as áreas de cooperação para incluir não apenas a
economia, mas também a política externa, a segurança e a justiça. Desde então, a UE tem
crescido em tamanho e influência, admitindo novos membros e aprofundando sua integra-
ção em diversas áreas.
Mateus2019/Commons

O Tratado de Maastricht com as assinaturas e selos dos Ministros plenipotenciários da Bél-


gica, Dinamarca, Alemanha e Grécia.
PAÍSES MEMBROS E CANDIDATOS Estados-membros
Commons

DA UNIÃO EUROPEIA Candidatos em negociação

Candidatos

Potenciais candidatos

Candidatos travados

Fonte: Autor Giorgi Balakhadze & others. Map of European Union members and mem-
bership candidates.

Economia
A influência da União Europeia (UE) na economia europeia é profunda e abrangente,
moldando significativamente as políticas econômicas, o comércio, o investimento e o desen-
volvimento em toda a região. Desde a sua fundação, a UE tem trabalhado para promover a
integração econômica entre os seus membros, visando criar um ambiente propício para o
crescimento econômico e a prosperidade.

Um dos pilares fundamentais da in-

sweet_tomato/Freeepik
fluência econômica da UE é o mercado único
europeu. Este mercado único permite a livre
circulação de bens, serviços, capital e pessoas
entre os Estados membros, eliminando bar-
reiras comerciais e facilitando o comércio
dentro da região. Como resultado, as empre-
sas europeias têm acesso a um mercado in-
terno vasto e diversificado, permitindo-lhes
expandir suas operações e alcançar econo-
mies of scale que não seriam possíveis em
mercados nacionais isolados.

Além da livre circulação de bens e serviços, a UE também promove a harmonização de


regulamentações e padrões técnicos em toda a região, o que reduz os custos de conformidade
e facilita a operação das empresas em vários países. Isso aumenta a competitividade das em-
presas europeias nos mercados globais e atrai investimentos estrangeiros para a região.
Outro elemento crucial da influência econômica da UE é a política monetária comum
e a adoção do euro por 19 dos seus membros. A introdução do euro facilita as transações
comerciais e financeiras dentro da zona do euro, eliminando os custos e incertezas associa-
dos às taxas de câmbio e às conversões de moeda. Além disso, o euro aumenta a estabilidade
macroeconômica na região, proporcionando taxas de juros mais baixas e uma política mo-
netária consistente.

A UE também desempenha um papel importante na promoção do comércio internaci-


onal. Através de acordos comerciais e negociações multilaterais, a UE busca abrir mercados
estrangeiros para produtos europeus e promover o acesso a matérias-primas e mercados
emergentes. Isso beneficia as empresas europeias, permitindo-lhes expandir suas exporta-
ções e diversificar seus mercados de destino.

Interferência políticas e econômicas


A história mostra que, a União Europeia pode interferir nas políticas nacionais através da
legislação e regulamentação europeias. Os Estados membros da UE concordam em adotar leis
e regulamentos comuns em várias áreas, como comércio, meio ambiente, direitos do consu-
midor e mercado de trabalho. Isso é feito através de processos legislativos que envolvem o
Parlamento Europeu e o Conselho da UE, com base em propostas da Comissão Europeia.

Uma vez que uma legislação é adotada a nível da UE, os Estados membros são obrigados
a transpor essas regras para a legislação nacional e garantir sua implementação. Isso pode
levar a situações em que os países membros são obrigados a mudar suas leis nacionais para
cumprir com as obrigações da UE.

Além da legislação, a UE também pode exercer influência sobre as políticas nacionais


através de outros mecanismos, como orientações e recomendações, programas de financi-
amento e monitoramento da conformidade. Por exemplo, os países que desejam acessar os
fundos estruturais da UE devem cumprir certos critérios e implementar políticas específicas
em áreas como infraestrutura, desenvolvimento regional e coesão social.

Quando um Estado
Amos Ben Gershom /Fotos Públicas

membro não cumpre as


regras e obrigações da
UE, isso pode levar a me-
didas corretivas por
parte da Comissão Euro-
peia e do Conselho da UE.
Isso pode incluir a aber-
tura de procedimentos
de infração, sanções fi-
nanceiras ou a suspensão
do acesso a certos pro-
gramas ou fundos da UE.
Porém, a União Europeia interfere nos países membros com pautas progressistas. O
caso mais recente foram as sanções econômicas que a União Europeia ameaçou os países
que não permitissem a entrada de imigrantes africanos e asiáticos, provenientes das guerras
civis. Apesar de parecer correto sempre abrir as portas aos que pedem, não é tão simples
assim. Uma rápida alteração social, como imigração em massa, trás problemas econômicos,
administrativos, sanitários e criminais para as soberanias nacionais. Assim ocorreu com as
imigrações dos sírios a partir de 2011 rumo à Europa.

BREXIT
O BREXIT, uma contração de "Britain" (Grã-Bretanha) e "exit" (saída), refere-se à saída
do Reino Unido da União Europeia (UE), após um longo processo político e negocial que teve
início em 2016 e culminou com a efetivação em 31 de janeiro de 2020. Esta decisão histórica
foi resultado de um referendo realizado em 23 de junho de 2016, no qual 51,9% dos eleitores
britânicos votaram a favor de deixar a UE, contra 48,1% que votaram pela permanência.

O BREXIT teve implicações profundas em diversas áreas, incluindo política, economia,


comércio, imigração e relações internacionais. Uma das consequências mais imediatas foi a
renúncia do então primeiro-ministro britânico, David Cameron, que havia liderado a cam-
panha pela permanência na UE. Theresa May assumiu o cargo de primeira-ministra e liderou
o processo de negociação do BREXIT, enfrentando desafios consideráveis para alcançar um
acordo que fosse aceitável para ambas as partes.

Um dos pontos mais con-


troversos das negociações foi a
questão da fronteira entre a Ir-
landa do Norte (parte do Reino
Unido) e a República da Irlanda
(membro da UE). Evitar uma
fronteira física entre essas duas
Domínio Público

regiões, devido ao Acordo da


Sexta-Feira Santa que encerrou
o conflito na Irlanda do Norte,
tornou-se um dos principais
obstáculos para um acordo de
saída negociado.

Boris Johnson foi uma figura central Em janeiro de 2020, após


na campanha Vote Leave do referendo uma série de adiamentos e deba-
de 2016, defendendo energicamente
a saída do Reino Unido da União Euro- tes acalorados no Parlamento
peia. Como Primeiro-Ministro, ele fi- britânico, o Reino Unido final-
nalizou o processo do Brexit, negoci- mente deixou formalmente a
ando e implementando o acordo de
saída da UE. União Europeia. No entanto, foi
estabelecido um período de
transição até 31 de dezembro de
2020, durante o qual as relações
entre o Reino Unido e a UE permaneceram essencialmente inalteradas, enquanto as duas
partes negociavam os termos de sua futura relação.

O período de transição foi marcado por intensas negociações sobre um acordo de co-
mércio e cooperação entre o Reino Unido e a UE pós-BREXIT. Em 24 de dezembro de 2020,
um acordo foi finalmente alcançado, definindo as relações futuras em áreas como comércio
de mercadorias, serviços financeiros, cooperação policial e justiça. No entanto, o acordo não
eliminou totalmente as barreiras comerciais e regulatórias entre o Reino Unido e a UE, o que
teve impacto significativo nas empresas e na economia.

Desde o BREXIT, o Reino Unido tem buscado redefinir suas relações não apenas com a
UE, mas também com outros parceiros comerciais ao redor do mundo. O governo britânico
tem buscado ativamente acordos comerciais bilaterais e multilaterais, visando expandir o
acesso a novos mercados e promover o crescimento econômico.

Atividade

1. Como a União Europeia (UE) foi fundada e qual era o seu objetivo principal inicialmente?

2. Quais foram os tratados fundamentais que moldaram a estrutura atual da UE e em que


anos foram assinados?

3. Como a UE influencia a economia europeia e quais são os principais pilares dessa influên-
cia?

4. Quais são os mecanismos pelos quais a UE pode interferir nas políticas nacionais dos Es-
tados membros?

5. Quais foram os principais desafios enfrentados durante as negociações do Brexit, especi-


almente em relação à fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda?

6. Que período de transição foi estabelecido após a formalização do Brexit e qual foi o obje-
tivo desse período?

7. Como o Reino Unido tem buscado redefinir suas relações comerciais após o Brexit e quais
são algumas das estratégias adotadas pelo governo britânico nesse sentido?
Lição 16
ECONOMIA E TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL CHINESA

Os primeiros vestígios de civilização na


INFORMAÇÃO DETALHE
China remontam a milhares de anos, com as
República Popular da primeiras dinastias surgindo ao longo das
País
China
margens dos rios Amarelo e Yangtzé. Entre as
Capital Pequim primeiras grandes dinastias da China estão a
Xia, Shang e Zhou, que estabeleceram as ba-
Área 9.596.961 de km²
ses da cultura chinesa, desenvolveram siste-
Moeda Renminbi (Yuan ¥) mas de escrita e governança, e construíram
as primeiras grandes cidades e estruturas.
População 1,41 bilhão de habitantes
Ao longo dos séculos, a China testemu-
Governo Partido Comunista nhou o surgimento e queda de muitas dinas-
tias, incluindo a Qin, Han, Tang, Song, Yuan,
IDH 0,761 (alto)
Ming e Qing. Cada dinastia deixou sua marca
PIB US$ 17,64 trilhões na história da China, contribuindo para o de-
senvolvimento da arte, ciência, literatura e
filosofia chinesas. Durante as dinastias Tang e Song, a China experimentou períodos de
grande prosperidade e avanço tecnológico, com avanços notáveis em áreas como cerâmica,
papel, impressão e navegação.

No século XIX, a China foi fortemente impactada


pelo imperialismo ocidental e japonês, que resultou
em uma série de conflitos, revoltas e tratados de-
siguais que enfraqueceram o governo central e mi-
naram a soberania do país. A queda da dinastia
Qing em 1911 e a subsequente revolução liderada
ThePaladin/Stock

pelo Kuomintang estabeleceram a República da


China, que, sob o governo de Sun Yat-sen e pos-
teriormente de Chiang Kai-shek, enfrentou de-
safios internos e externos, incluindo a guerra civil
e a invasão japonesa durante a Segunda Guerra
Mundial.

Em 1949, sob a liderança de Mao Zedong, o Partido


Comunista Chinês estabeleceu a República Popular da China,
marcando o início de uma nova era na história do país. Sob o governo comunista, a China
passou por um período de transformação radical, incluindo a coletivização agrícola, a indus-
trialização em massa e a Revolução Cultural, que teve profundas consequências sociais, cul-
turais e políticas.
ThePaladin/Stock

Partido Comunista Chinês, liderado por Mao Zedong. Campos agrícolas chineses durante o comunismo.

Economia
Desde o final do século XX, a China emergiu como uma potência econômica global,
impulsionada pelo rápido crescimento industrial, investimento em infraestrutura e uma mão
de obra abundante. As reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping na década de 1980
abriram o país para o comércio internacional e o investimento estrangeiro, resultando em
décadas de crescimento econômico impressionante

Uma das características mais marcantes da economia chinesa é o seu papel como a
"fábrica do mundo". Com uma vasta mão de obra disponível e custos de produção relativa-
mente baixos, a China se tornou o principal centro de fabricação para uma ampla gama de
produtos, desde eletrônicos e têxteis até móveis e brinquedos. As exportações chinesas ali-
mentaram o crescimento econômico do país e transformaram as cadeias de abastecimento
globais, tornando a China um ator indispensável no comércio internacional.

Além da manufatura, a China também tem investido pesadamente em setores como


tecnologia, telecomunicações, energia renovável e infraestrutura. Empresas chinesas como
Huawei, Alibaba, Tencent e Xiaomi emergiram como líderes globais em seus respectivos
campos, impulsionando a inovação e competindo com empresas ocidentais em escala global.

Outro pilar importante da economia chinesa é o seu mercado interno em rápido cres-
cimento. Com uma população de mais de 1,4 bilhão de pessoas, a China oferece um vasto
ThePaladin/Stock mercado consumidor para empresas nacionais
e estrangeiras. O aumento da urbanização e da
classe média chinesa tem impulsionado a de-
manda por uma variedade de produtos e servi-
ços, desde automóveis e eletrônicos até ali-
mentos e lazer.

Para sustentar seu crescimento econô-


mico, a China adotou uma série de políticas
econômicas, incluindo investimento em infra-
estrutura, estímulo fiscal, políticas industriais
direcionadas e reformas financeiras. No en-
tanto, o país também enfrenta desafios signifi-
cativos, incluindo desigualdade de renda, dí-
vida corporativa, poluição ambiental e tensões
comerciais com outras nações.
Além disso, a economia chinesa está pas-
sando por uma transição de um modelo base-
ado em exportações e investimentos para um
impulsionado pelo consumo e serviços. O go-
verno chinês está buscando promover o con-
sumo doméstico, estimular a inovação tecnoló-
gica e melhorar a qualidade de vida da popula-
ção, enquanto trabalha para enfrentar os desa-
fios de uma economia em rápida transforma-
ção.

Setor Contribuição para o PIB (aproximado)


Serviços Cerca de 52%
Manufatura Cerca de 30%
Construção Cerca de 7%
Agricultura Cerca de 8%
Outros Cerca de 3%

Socialismo de mercado
O sistema político da República Popular da China é uma mistura única de elementos do
comunismo e do capitalismo, com um partido único dominante, o Partido Comunista Chinês
(PCC), e uma economia de mercado altamente desenvolvida. Esse modelo, muitas vezes cha-
mado de "socialismo de mercado", tem sido fundamental para o desenvolvimento econômico
acelerado da China nas últimas décadas.
Desde as reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping na década de 1980, a China
adotou gradualmente uma economia de mercado e abriu suas portas ao comércio interna-
cional e ao investimento estrangeiro. Isso levou a um crescimento econômico sem prece-
dentes, impulsionado pelo setor privado, investimento estrangeiro e exportações. Atual-
mente, a China é uma das maiores economias de mercado do mundo, com um setor empre-
sarial dinâmico e uma integração profunda na economia global.

Apesar do avanço do setor pri-

X Screengrab/Commons
vado, o estado chinês ainda mantém
um controle significativo sobre a eco-
nomia, especialmente em setores es-
tratégicos como energia, telecomuni-
cações, finanças e infraestrutura. Mui-
tas empresas estatais ainda dominam
esses setores, com o governo man-
tendo participações acionárias majo-
ritárias ou exercendo influência atra-
vés de regulamentações e políticas.

Apesar da liberalização econômica, o governo chinês mantém um controle rígido sobre


a mídia e a liberdade de expressão, reprimindo qualquer forma de dissidência política ou
crítica ao regime. A censura é aplicada tanto na mídia tradicional quanto na internet, com o
Grande Firewall da China bloqueando o acesso a sites estrangeiros e monitorando de perto
o conteúdo online.

Três chinas
A geografia da China desempenha um papel fundamental na divisão do país em regiões
distintas. As áreas costeiras ao longo do Mar Amarelo e do Mar da China Oriental têm acesso
privilegiado ao comércio internacional e desenvolveram economias voltadas para a exporta-
ção e manufatura. Enquanto isso, as vastas planícies interiores e as montanhas do oeste
apresentam desafios geográficos para o desenvolvimento econômico, como a acessibilidade
limitada e a escassez de recursos naturais. Devido a estes fatores, a China pode ser regiona-
lizada em três partes, também conhecidas como “três chinas”.

A regionalização da China se dá da seguinte forma: litoral, interior e oeste.

: esta região compreende as províncias costeiras ao longo do Mar Amarelo, Mar da


China Oriental e Mar da China Meridional. Inclui áreas como Guangdong, Zhejiang, Jiangsu
e Shandong. A China Litorânea é a área mais desenvolvida e industrializada do país, com uma
forte ênfase em manufatura, comércio internacional e desenvolvimento urbano. É o centro
econômico da China, abrigando cidades globais como Xangai e Guangzhou, bem como vários
portos importantes.

Interior: esta região engloba as províncias localizadas no interior do país, longe das
áreas costeiras. Inclui áreas como Henan, Hunan, Hubei e Anhui. A China Interior é caracte-
rizada por uma mistura de áreas urbanas e rurais, com uma economia mais diversificada que
inclui agricultura, indústria pesada e serviços. Embora não seja tão desenvolvida quanto a
China Litorânea, a China Interior desempenha um papel crucial na produção agrícola e in-
dustrial, bem como na integração nacional.

China Ocidental: esta região abrange as vastas áreas montanhosas e planaltos a oeste
do rio Yangtzé, incluindo províncias como Sichuan, Yunnan, Gansu e Xinjiang. A China Oci-
dental é caracterizada por sua geografia acidentada, diversidade étnica e recursos naturais
abundantes, como petróleo, gás natural e minerais. Embora enfrentando desafios de desen-
volvimento devido à sua geografia e clima adversos, a China Ocidental tem um grande po-
tencial de crescimento econômico, especialmente com investimentos do governo em infra-
estrutura e desenvolvimento regional.

Aprofundando...

Antiga Cidade Imperial de Xi'an

Xi'an, localizada na província

vadim.nefedov/Freepik
de Shaanxi, é uma cidade que res-
pira história e cultura, sendo um
dos berços da civilização chinesa.
No centro de Xi'an encontra-se
uma verdadeira jóia arqueológica: a
Antiga Cidade Imperial, que já foi a
capital de várias dinastias ao longo
dos séculos.

Esta cidade histórica é famosa


por abrigar o mundialmente conhe-
cido Exército de Terracota, uma impressionante coleção de milhares de estátuas de guer-
reiros e cavalos, que foram enterradas com o primeiro imperador da China, Qin Shi Huang,
para protegê-lo na vida após a morte.

Além do Exército de Terracota, a Antiga Cidade Imperial de Xi'an possui uma muralha
defensiva maciça, construída durante a dinastia Ming, que se estende por mais de 13 qui-
lômetros ao redor do centro histórico da cidade. Esta muralha é uma das mais bem pre-
servadas da China e oferece vistas panorâmicas deslumbrantes da cidade moderna de
Xi'an.

População e densidade demográfica


A população chinesa é uma das maiores do mundo, com mais de 1,4 bilhão de pessoas,
o que a torna o país mais populoso do planeta.
Commons

DENSIDADE POPULACIONAL DA
CHINA

Fonte: Autor desconhecido

A densidade demográfica da China varia consideravelmente de região para região, com


as áreas costeiras e as grandes cidades geralmente sendo as mais densamente povoadas. Por
exemplo, cidades como Pequim, Xangai, Guangzhou e Shenzhen têm densidades populacio-
nais extremamente altas, refletindo o influxo contínuo de pessoas em busca de oportunida-
des econômicas e melhores condições de vida. Nessas áreas urbanas, é comum encontrar
arranha-céus, bairros densamente povoados e uma vida urbana vibrante.

No entanto, mesmo com a urbanização em rápida expansão, grande parte da população


chinesa ainda reside em áreas rurais e agrícolas, onde a densidade populacional pode ser
mais baixa, mas ainda assim significativa. As vastas planícies do norte da China, os vales dos
rios Yangtzé e Amarelo e as terras altas do Sudoeste são algumas das áreas onde a população
rural é concentrada.

Para lidar com os desafios associados à alta densidade populacional e ao rápido cres-
cimento urbano, o governo chinês implementou uma série de políticas e iniciativas, inclu-
indo a reforma agrária, o controle de natalidade (como a política do filho único, agora subs-
tituída pela política de dois filhos) e o desenvolvimento de novas áreas urbanas e infraestru-
tura de transporte.

Política de planejamento familiar


A política do filho único, também conhecida como a política de planejamento familiar,
foi uma medida implementada pelo governo chinês entre 1979 e 2015 com o objetivo de con-
trolar o crescimento populacional do país.
Sob a política do filho único, a
maioria dos casais urbanos na
China estava autorizada a ter ape-
nas um filho. Havia algumas exce-
ções para determinados grupos ét-

ThePaladin/Stock
nicos, áreas rurais e em casos de fi-
lhos nascidos com deficiências ou
em famílias onde ambos os pais
eram filhos únicos. Casais que vio-
lassem esta política poderiam en-
frentar penalidades, incluindo mul-
tas financeiras, perda de benefícios
sociais e, em alguns casos, esterili-
zação forçada ou aborto.

Atividade

1. Quais foram as dinastias antigas na China e qual foi a contribuição de cada uma para a
cultura, ciência e filosofia chinesas?

2. Como as reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping na década de 1980 afetaram a
economia chinesa e seu papel no comércio internacional?

3. Qual é o papel da China como a "fábrica do mundo" e como isso impacta a economia global?

4. Como o sistema político da China, que combina elementos do comunismo e do capita-


lismo, influencia o desenvolvimento econômico do país?

5. Quais são os principais pontos turísticos da Antiga Cidade Imperial de Xi'an e por que eles
são significantes para a história e cultura chinesas?

6. Como a densidade populacional na China varia entre áreas urbanas e rurais, e quais são
algumas das políticas implementadas pelo governo para lidar com os desafios associados
a essa densidade?
Lição 33
GLOBALIZAÇÃO

O globalismo é um fenômeno multifacetado que descreve a crescente interconexão de


pessoas, culturas, economias e governos em todo o mundo. Essa interdependência é impul-
sionada por avanços tecnológicos, como a internet e as comunicações globais, bem como
por mudanças nas práticas comerciais e políticas. O globalismo transcende fronteiras geo-
gráficas e políticas, buscando promover a integração econômica e cultural. No entanto, o
termo também é alvo de debates e controvérsias, com alguns críticos argumentando que ele
pode levar à homogeneização cultural, desigualdade econômica e perda de identidade naci-
onal. Essa dinâmica entre os benefícios e desafios do globalismo torna-o um tema de grande
relevância e interesse em discussões sobre o futuro da sociedade global.

A globalização é um fenômeno que se manifesta de diversas maneiras em diferentes


aspectos da vida econômica, social e cultural.

Globalização Econômica
Este é o aspecto mais evidente da globalização e refere-se à integração das economias
nacionais em um sistema econômico global. Isso envolve o aumento do comércio internaci-
onal de bens e serviços, investimentos transnacionais, fluxos de capital e integração das ca-
deias de suprimentos globais. A globalização econômica é impulsionada pela liberalização do
comércio, avanços tecnológicos na comunicação e transporte, bem como pela redução das
barreiras comerciais entre os países.
Um exemplo notável de globalismo econômico é a formação de blocos comerciais e
acordos de livre comércio entre países e regiões. Um caso emblemático é a União Europeia
(UE), que é uma união econômica e política de 27 países europeus que operam como um
mercado único, com uma moeda compartilhada, o euro, em grande parte de seus membros.
A UE foi estabelecida para promover a cooperação econômica e política entre os países
membros, eliminando tarifas e barreiras comerciais internas, bem como facilitando a livre
circulação de pessoas, bens, serviços e capitais dentro do bloco.
Commons

BLOCOS ECONÔMICOS

Fonte: Mellocorp

Outro exemplo de globalismo econômico são os acordos de livre comércio bilaterais e


regionais. Um caso importante é o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA),
que entrou em vigor em 1994 e estabeleceu uma zona de livre comércio entre os Estados
Unidos, Canadá e México. O NAFTA eliminou a maioria das tarifas e barreiras comerciais
entre os três países, promovendo o comércio e o investimento transfronteiriços e integrando
suas economias em uma escala regional.

Globalização Cultural
Este tipo de globalização diz respeito à disseminação e trocas de ideias, valores, práti-
cas culturais e produtos em todo o mundo. Isso inclui o fluxo de filmes, música, arte, moda,
alimentos e outras formas de expressão cultural entre diferentes sociedades. A globalização
cultural é facilitada pela mídia global, como a internet, televisão e redes sociais, que permi-
tem o acesso instantâneo a informações e entretenimento de todo o mundo.
Um exemplo simples de globaliza-
ção cultural é a disseminação da comida
rápida e da culinária internacional. Res-
Commons

taurantes de fast food como McDo-


nald's, Burger King e KFC são encontra-
dos em quase todos os cantos do
mundo, independentemente da locali-
zação geográfica ou da cultura local. Es-
sas cadeias de restaurantes oferecem
um cardápio padronizado, consistente
em todo o mundo, com itens como
hambúrgueres, batatas fritas e refrige-
rantes.

Globalização Tecnológica
Este tipo de globalização refere-se à difusão de tecnologias e inovações em todo o
mundo, promovendo o desenvolvimento econômico, a conectividade e o acesso à informa-
ção. Isso inclui avanços em áreas como tecnologia da informação, comunicação, transporte
e biotecnologia, que têm transformado fundamentalmente a maneira como as pessoas vivem,
trabalham e se comunicam em escala global.

Um exemplo marcante de globalização tecnológica é a disseminação e adoção genera-


lizada da Internet e das redes de comunicação em todo o mundo. A internet transformou
radicalmente a maneira como as pessoas interagem, comunicam-se e acessam informações
em todas as regiões do globo. Ela facilita a troca instantânea de dados, o acesso a recursos
educacionais e de entretenimento, o comércio eletrônico, bem como a colaboração e o tra-
balho remoto.

Empresas de tecnologia como Commons

Google, Meta, Amazon, Apple e Mi-


crosoft, entre outras, têm uma pre-
sença global significativa, oferecendo
uma variedade de serviços online que
são acessados por bilhões de pessoas
em todo o mundo. Essas empresas
desenvolvem tecnologias inovadoras,
como mecanismos de busca, redes
sociais, plataformas de e-commerce,
sistemas operacionais e aplicativos
móveis, que moldam profundamente
a vida cotidiana das pessoas em todos
os cantos do planeta.
Além disso, avanços em telecomunicações e infraestrutura de rede, como fibra óptica,
satélites de comunicação e redes de telefonia móvel, têm contribuído para uma conectivi-
dade cada vez maior em escala global. Isso permite que pessoas em diferentes partes do
mundo se comuniquem instantaneamente, compartilhem informações e colaboram em pro-
jetos de forma eficiente e rápida.

Globalização Política
A globalização política refere-se ao crescente interconhecimento e interdependência en-
tre os estados-nação e outros atores no sistema internacional. Esse fenômeno é caracterizado
pela disseminação de normas, práticas e instituições políticas que transcendem as fronteiras
nacionais, promovendo uma governança mais colaborativa e coordenada. Este artigo explora as
principais características da globalização política, seus impactos nas soberanias nacionais e for-
nece um exemplo prático para ilustrar esses conceitos.

Desenvolvimento da Globalização Política


A globalização política tem suas raízes nas transfor-
mações pós-Segunda Guerra Mundial, quando instituições
internacionais como as Nações Unidas (ONU), o Fundo Mo-
netário Internacional (FMI) e o Banco Mundial foram cria-
das para promover a cooperação e estabilidade global. A se-
guir, discutimos alguns elementos centrais desse fenô-
meno.

1. Instituições Internacionais

As instituições internacionais desempenham um pa-


pel crucial na globalização política. A ONU, por exemplo,
promove a paz e a segurança mundial, facilita a cooperação
internacional em questões econômicas, sociais e humani-
tárias, e defende os direitos humanos. O FMI e o Banco
Mundial, por outro lado, são essenciais para a estabilidade
financeira global e o desenvolvimento econômico, forne-
cendo assistência financeira e técnica aos países membros.

2. Acordos e Tratados Internacionais

A proliferação de acordos e tratados internacionais é outro aspecto significativo da globa-


lização política. Esses acordos abrangem uma ampla gama de questões, desde o comércio e o
meio ambiente até os direitos humanos e a segurança. Por exemplo, o Acordo de Paris sobre
mudanças climáticas representa um esforço coletivo global para mitigar os impactos das mu-
danças climáticas por meio de compromissos nacionais e cooperação internacional.
3. Governança Global

A globalização política também está associada ao conceito de governança global, que se


refere à coordenação de políticas e ações entre diferentes níveis de governo e outros atores,
como organizações não governamentais (ONGs) e empresas transnacionais.

Impactos da Globalização Política nas Soberanias Nacionais


A globalização política desafia a tradicional noção de soberania nacional, onde os estados
tinham controle exclusivo sobre seus assuntos internos. Agora, a soberania é frequentemente
compartilhada ou limitada por compromissos internacionais e normas globais. Existem vários
impactos dessa mudança:

 Erosão da Soberania Nacional: A adesão a acordos internacionais pode restringir a capa-


cidade dos estados de agir independentemente. Por exemplo, membros da União Europeia
(UE) devem conformar-se às leis e regulamentos da UE, que podem sobrepor-se às legis-
lações nacionais.

 Aumento da Interdependência: A globalização política aumenta a interdependência entre


os estados, tornando-os mais suscetíveis às políticas e crises de outros países. A crise fi-
nanceira de 2008, que teve origem nos EUA, rapidamente se espalhou para outros países
devido à interconexão econômica global.

 Desafios à Democracia e Autodeterminação: Críticos argumentam que a globalização po-


lítica pode minar a democracia ao transferir poder de governos eleitos para instituições
internacionais, que muitas vezes carecem de transparência e responsabilidade.

Atividade

1. O que é o globalismo e quais são seus principais impulsionadores?

2. Quais são os exemplos de globalização econômica mencionados no texto?

3. Como a globalização cultural se manifesta na disseminação de produtos e práticas culturais?

4. Quais são os elementos centrais da globalização política discutidos no texto?

5. Quais são os impactos da globalização política nas soberanias nacionais?

Você também pode gostar