INTRODUÇÃO (1)-1

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INTRODUÇÃO

No crime de sextorsão, são englobados a extorsão e a chantagem, nele


o agressor busca desestabilizar a vítima emocionalmente com a manipulação
digital, usando fotos ou vídeos íntimos, para fins financeiros, vingança, ou por
puro prazer sádico.

O crime se inicia muita das vezes com as vítimas compartilhando


imagens por impulso, ou por já terem tido um relacionamento com o agressor,
ou são induzidas a acreditar que a pessoa já tem algo íntimo delas. Além disso,
em casos de conversas online entre adolescentes, nos casos pesquisados nos
EUA, 40% dos abusadores mentem sobre a idade.

De acordo com dados do site SaferNet Brasil ([S.d.]), desde 2009


crianças e adolescentes já mostravam a prática de compartilhamento de
conteúdo sexual online e a ocorrência de solicitações de conteúdo sexual vindo
de desconhecidos. Podemos observar também, em nosso território nacional, os
dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2021) que indicam que
aproximadamente 30% dos jovens entre 15 e 24 anos já foram abordados para
compartilhar conteúdo sexual por desconhecidos. Essa estatística ressalta a
urgência de se discutir a sextorsão como um problema crescente em nossa
sociedade.

Com o avanço da tecnologia, fica mais complicado de se restringir que a


sextorsão aconteça, logo o estudo sobre o tema se mostra relevante em nossa
sociedade. Eis que contribui com o aumento da conscientização pública, pois é
um crime que muitas vezes é subestimado e mal compreendido, ademais, o
estudo pode evidenciar a necessidade de atualizações nas leis para abranger
melhor o fenômeno da sextorsão, sugerindo a inclusão de definições mais
claras e penalidades adequadas para os agressores. No entanto, essa mesma
tecnologia que aproxima as pessoas também proporciona um ambiente
propício para abusos e crimes.

Nos primórdios da internet, o anonimato e a facilidade de interação


permitiram que práticas de exploração e manipulação emergissem. À medida
que plataformas de redes sociais e aplicativos de mensagens se tornaram
comuns, o compartilhamento de conteúdo íntimo se tornou uma prática
recorrente, muitas vezes impulsionado pela cultura da imagem e pela busca
por validação social.
A sextorsão, por sua vez, muitas vezes se inicia a partir desse
compartilhamento imprudente. O agressor, utilizando a manipulação
psicológica, pode ameaçar divulgar o conteúdo íntimo da vítima caso não
atenda a suas demandas, seja financeira ou de outra natureza. Essa dinâmica
reflete uma nova forma de controle e violência, adaptada à realidade digital.
Nesse trabalho será abordado sobre a carência de uma regulamentação
específica no Brasil, eis que a maioria dos casos de sextorsão acaba sendo
enquadrada de forma genérica em crimes como extorsão ou exposição de
imagens íntimas, o que nem sempre reflete a gravidade ou especificidades da
situação. Por isso, essa pesquisa busca a necessidade de uma análise mais
profunda da resposta jurídica, e do impacto desse crime nas vítimas, apurando
explorar melhorias no sistema de proteção legal.

A falta de uma legislação clara e específica não apenas dificulta a


identificação e a punição adequada dos agressores, mas também impede que
as vítimas recebam o suporte necessário para lidar com as consequências
emocionais e sociais desse crime. É imperativo que a resposta jurídica evolua
para refletir as particularidades da sextorsão, reconhecendo sua natureza única
e os danos que causa.
Por meio da proposta de uma legislação mais robusta, que inclua
definições claras, penalidades adequadas e mecanismos de suporte às vítimas,
almejamos contribuir para um ambiente mais seguro e justo. A conscientização
pública e a educação digital também se mostram essenciais na prevenção da
sextorsão, promovendo uma cultura de respeito e responsabilidade no
compartilhamento de conteúdo íntimo.
Dessa forma, a análise deste tema não é apenas uma discussão
acadêmica, mas uma contribuição vital para a construção de uma sociedade
mais consciente e protegida contra os abusos da era digital.
JUSTIFICATIVA

O estudo desse tema se dá devido a sua importância acadêmica, já que


a literatura sobre a sextorsão é escassa. Mesmo com maior recorrência de
casos reportados, poucos estudos se aprofundam nas dinâmicas que envolvem
esse tipo de crime, nas vulnerabilidades que levam à sua ocorrência e nas
repercussões para as vítimas.
Dessa forma esse trabalho não só busca aprofundar o entendimento
sobre esse crime, mas também almeja fomentar uma discussão mais ampla
sobre como a sociedade pode se mobilizar para enfrentá-lo. Um ambiente
digital mais seguro e consciente é um objetivo fundamental para garantir que
todos possam interagir online sem medo de serem vítimas desse tipo de crime.

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