Dissertação_Adalto-Mooc_Introducao_Iniciacao_Cientifica

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E


TECNOLÓGICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

ADALTO DOS REIS JUNIOR

CURSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA


FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO MÉDIO

Vitória
2024
ADALTO DOS REIS JUNIOR

CURSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA


FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO MÉDIO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


graduação em Educação Profissional e Tecnológica,
ofertado pelo campus Vitória do Instituto Federal do
Espírito Santo, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre / Mestra em Educação
Profissional e Tecnológica.

Orientadora: Profª. Dr.ª Márcia Gonçalves de


Oliveira

Vitória
2024
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca Nilo Peçanha do Instituto Federal do Espírito Santo)

R375c Reis Junior, Adalto dos.


Curso de iniciação científica como princípio educativo na formação
de estudantes de ensino técnico integrado ao médio / Adalto dos Reis
Junior. – Vitória, 2024.
116 f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Profª Drª Márcia Gonçalves de Oliveira.

Dissertação (mestrado em ProfEPT) – Instituto Federal do Espírito


Santo, Programa de Pós Graduação em Educação Profissional e
Tecnológica, Vitória, 2024.

1. Ciências (Ensino médio) - Estudo e ensino. 2. Iniciação Científica.


3. Educação Profissional. 4. Educação à distância. I. Oliveira, Márcia
Gonçalves de. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III. Título.

CDD 21 – 370.112
Elaborada por Wagner Ayrão de Castro – CRB-6/ES – 1.005
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Autarquia criada pela Lei n°. 11.892 de 29 de dezembro de 2008.

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM


EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

ADALTO DOS REIS JUNIOR

CURSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA


FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO MÉDIO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação


em Educação Profissional e Tecnológica, ofertado pelo
Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre em Educação
Profissional e Tecnológica.

Aprovado em 30 de setembro de 2024.

COMISSÃO EXAMINADORA

Doutora Márcia Gonçalves de Oliveira


Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
Orientadora
(Telepresença: Portaria Nº 783 de 19/11/2021 - Campus Vitória)

Doutora Renata Gomes de Jesus


Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
Membro Interno
(Telepresença: Portaria Nº 783 de 19/11/2021 - Campus Vitória)

Doutora Márcia Cristina de Oliveira


Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
Membro Externo
(Telepresença: Portaria Nº 783 de 19/11/2021 - Campus Vitória)

Doutora Luciana Itida Ferrari


Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes
Membro Externo
(Telepresença: Portaria Nº 783 de 19/11/2021 - Campus Vitória
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO FOLHA DE ASSINATURAS
SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E CONTRATOS

FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC Nº 4/2024 - LIN-CTI (11.02.25.12)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 12/11/2024 13:13 ) (Assinado digitalmente em 12/11/2024 12:06 )


ADALTO DOS REIS JUNIOR MARCIA CRISTINA DE OLIVEIRA
ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMACAO PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO
LIN-CTI (11.02.25.12) COL - CCTMA (11.02.21.01.08.02.15)
Matrícula: 2141408 Matrícula: 1814878

(Assinado digitalmente em 12/11/2024 18:15 ) (Assinado digitalmente em 12/11/2024 10:45 )


MARCIA GONCALVES DE OLIVEIRA RENATA GOMES DE JESUS
PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO
CEF-CGPE (11.02.38.01.06) SER (11.02.32)
Matrícula: 1018213 Matrícula: 1348124

(Assinado digitalmente em 12/11/2024 17:10 )


LUCIANA ITIDA FERRARI
ASSINANTE EXTERNO
CPF: ***.069.147-**

Visualize o documento original em https://sipac.ifes.edu.br/documentos/ informando seu número: 4, ano: 2024, tipo:
FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC, data de emissão: 12/11/2024 e o código de verificação: 68f614ef37
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Autarquia criada pela Lei n.° 11.892 de 29 de dezembro de 2008.

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM


EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

ADALTO DOS REIS JUNIOR

REIS JUNIOR, Adalto; OLIVEIRA, Márcia Gonçalves de. Curso Mooc: Introdução
à Iniciação Científica. Vitória: Ifes, 2024. (Curso Online/Site).

Produto Educacional apresentado ao Programa de Pós-


graduação em Educação Profissional e Tecnológica,
ofertado pelo Instituto Federal do Espírito Santo, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em
Educação Profissional e Tecnológica.

Aprovado em 30 de setembro de 2024.

COMISSÃO EXAMINADORA

Doutora Márcia Gonçalves de Oliveira


Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
Orientadora
(Telepresença: Portaria Nº 783 de 19/11/2021 - Campus Vitória)

Doutora Renata Gomes de Jesus


Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
Membro Interno
(Telepresença: Portaria Nº 783 de 19/11/2021 - Campus Vitória)

Doutora Márcia Cristina de Oliveira


Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes
Membro Externo
(Telepresença: Portaria Nº 783 de 19/11/2021 - Campus Vitória)

Doutora Luciana Itida Ferrari


Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes
Membro Externo
(Telepresença: Portaria Nº 783 de 19/11/2021 - Campus Vitória
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO FOLHA DE ASSINATURAS
SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E CONTRATOS

FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC Nº 3/2024 - LIN-CTI (11.02.25.12)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 12/11/2024 13:13 ) (Assinado digitalmente em 12/11/2024 12:06 )


ADALTO DOS REIS JUNIOR MARCIA CRISTINA DE OLIVEIRA
ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMACAO PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO
LIN-CTI (11.02.25.12) COL - CCTMA (11.02.21.01.08.02.15)
Matrícula: 2141408 Matrícula: 1814878

(Assinado digitalmente em 12/11/2024 18:15 ) (Assinado digitalmente em 12/11/2024 10:45 )


MARCIA GONCALVES DE OLIVEIRA RENATA GOMES DE JESUS
PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO
CEF-CGPE (11.02.38.01.06) SER (11.02.32)
Matrícula: 1018213 Matrícula: 1348124

(Assinado digitalmente em 12/11/2024 17:10 )


LUCIANA ITIDA FERRARI
ASSINANTE EXTERNO
CPF: ***.069.147-**

Visualize o documento original em https://sipac.ifes.edu.br/documentos/ informando seu número: 3, ano: 2024, tipo:
FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC, data de emissão: 12/11/2024 e o código de verificação: eda7f0f1a3
AGRADECIMENTOS

A Deus, fonte de toda sabedoria e força, por me guiar e sustentar ao longo


desta jornada.
À minha amada esposa, Monique, e à minha querida filha, Helena, por serem
meu porto seguro, meu alento e minha inspiração. A sua compreensão, paciência e
amor incondicional foram essenciais para que eu pudesse concluir este trabalho.
Aos meus pais, por me incentivarem a buscar o conhecimento e por me
apoiarem em todos os meus projetos. A vocês, minha eterna gratidão.
À minha família e aos meus amigos, pelo apoio, incentivo e por compreenderem
a minha ausência em diversos momentos.
Aos professores(as) do Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica,
minha sincera gratidão pelos ensinamentos, pelo incentivo e pelas valiosas
contribuições que enriqueceram minha formação. Em especial, à minha orientadora,
meu profundo reconhecimento pela paciência e orientação precisa ao longo de todo o
processo.
A todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho,
meu sincero agradecimento.
O ato de conhecer, ao mesmo tempo que
cria e recria objetos, forma os estudantes
que estão conhecendo.
(Freire, 2014).
RESUMO

A iniciação científica desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos


estudantes, especialmente no Ensino Médio Integrado aos Institutos Federais no
Brasil. No entanto, a falta de tempo, o conhecimento limitado sobre pesquisa e os
interesses concorrentes dos estudantes dificultam seu engajamento em projetos de
pesquisa. Visando minimizar essas dificuldades, esta pesquisa desenvolve e
implementa um Curso Online Aberto e Massivo (MOOC) de Introdução à Iniciação
Científica para analisar suas contribuições para a educação de estudantes nessa
modalidade educacional no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). O curso,
disponível na plataforma MOOC do Ifes, aborda conceitos básicos, apresenta
programas e plataformas de fomento, descreve as etapas de um projeto e oferece
sugestões práticas, buscando desmistificar o processo de pesquisa para jovens
estudantes. A estrutura do curso, que incentiva a colaboração, o questionamento, o
pensamento crítico e a produção independente, visa promover uma aprendizagem
significativa, em que o estudante se torna protagonista do processo de aprendizagem.
Esta pesquisa também dialoga com autores da Educação Profissional e Tecnológica
(EPT), como Ramos, Frigotto, Ciavatta e Manacorda, que destacam a importância da
integração entre o Ensino Médio e a Educação Profissional, com foco no pensamento
crítico, na autonomia intelectual e no desenvolvimento de habilidades para
compreender e transformar a realidade social. Utilizando uma abordagem qualitativa,
a pesquisa empregou questionários online e entrevistas semiestruturadas com
estudantes e pesquisadores do Ifes. A análise dos dados, baseada na análise de
conteúdo de Bardin, através das lentes das ideias de Demo e Freire, convergindo com
os princípios da EPT, revelou que o MOOC ampliou o conhecimento dos estudantes
sobre pesquisa, despertou seu interesse pela prática científica e contribuiu para o
desenvolvimento de habilidades essenciais como o pensamento crítico e a autonomia.
Portanto, os resultados indicam que o curso é uma ferramenta promissora para
fomentar a iniciação científica entre os estudantes, alinhando-se aos princípios da EPT
e contribuindo para a formação de cidadãos críticos e participativos na construção do
conhecimento.

Palavras-chave: Iniciação Científica, Massive Open Online Course, Pesquisa como


Princípio Educativo, Consciência Crítica.
ABSTRACT

Scientific initiation plays a fundamental role in student development, particularly in


Integrated High School programs at Federal Institutes in Brazil. However, limited time,
insufficient knowledge about research, and competing student interests often hinder
their engagement in research projects. Aiming to address these challenges, this
research developed and implemented a Massive Open Online Course (MOOC) titled
"Introduction to Scientific Initiation" to analyze its contributions to student education
within this educational model at the Federal Institute of Espírito Santo (Ifes). The
course, available on the Ifes MOOC platform, covers basic research concepts,
introduces research funding programs, describes the stages of a research project, and
offers practical tips, aiming to demystify the research process for young students. The
course structure, which encourages collaboration, questioning, critical thinking, and
independent production, seeks to promote meaningful learning, where students
become protagonists in their learning journey. This research also engages authors in
Professional and Technological Education (EPT), such as Ramos, Frigotto, Ciavatta,
and Manacorda, who emphasize the importance of integrating high school and
professional education, focusing on critical thinking, intellectual autonomy, and
developing skills to understand and transform social reality. Using a qualitative
approach, the research employed online questionnaires and semi-structured
interviews with students and researchers from Ifes. Data analysis, based on Bardin's
content analysis, through the lens of Demo and Freire's ideas, and converging with the
principles of EPT, revealed that the MOOC broadened students' knowledge about
research, sparked their interest in scientific practice, and contributed to developing
essential skills like critical thinking and autonomy. Therefore, the results indicate that
the course is a promising tool for fostering scientific initiation among students, aligning
with the principles of EPT and contributing to the formation of critical and participatory
citizens in knowledge construction.

Keywords: Scientific Initiation, Massive Open Online Course, Research as an


Educational Principle, Critical Consciousness.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Gráfico de vagas em cursos de graduação, por modalidade de ensino no
Brasil -2014 até 2022 ................................................................................................ 32
Figura 2 – Comparativo de munícipios com alunos matriculados em Polo EAD – Brasil
2014 e 2022 .............................................................................................................. 33
Figura 3 – Características dos cursos do tipo MOOC ............................................... 34
Figura 4 – Tabela do BUSCAD .................................................................................. 35
Figura 5 – Passo a passo da pesquisa ..................................................................... 39
Figura 6 - Etapas da Análise de Conteúdo ................................................................ 47
Figura 7 – Etapas do modelo ADDIEM ...................................................................... 53
Figura 8 – Identidade visual - Banner do curso ......................................................... 54
Figura 9 – Identidade visual dos tópicos do curso..................................................... 55
Figura 10 – Gravação dos depoimentos sobre os projetos ....................................... 55
Figura 11 – Identidade visual - Item de tópico ........................................................... 56
Figura 12 – Abertura da aula inaugural ..................................................................... 57
Figura 13 – Aula inaugural, apresentação do curso .................................................. 58
Figura 14 – Convite para o curso MOOC .................................................................. 58
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Caracterização dos estudantes participantes .......................................... 61


Tabela 2 – Caracterização dos estudantes participantes – antes do curso ............... 62
Tabela 3 – Caracterização dos estudantes participantes – após do curso ................ 63
Tabela 4 – Sumarização das respostas da questão 14 no questionário diagnóstico. 63
Tabela 5 – Sumarização das respostas da questão 12 no questionário prognóstico 64
Tabela 6 – Sumarização das respostas da questão 11 no questionário prognóstico 64
Tabela 7 – Caracterização dos juízes (pesquisadores) ............................................. 65
Tabela 8 – Análise da organização do curso ............................................................. 66
Tabela 9 – Análise do conteúdo do curso .................................................................. 67
Tabela 10 – Análise da relevância do curso .............................................................. 69
LISTA DE QUADROS

Quadro 1– Quadro de Trabalhos Relacionados ........................................................ 36


Quadro 2 – Categorias de análise e unidades de registro. ....................................... 72
Quadro 3 – Depoimentos sobre percepção dos estudantes sobre a importância da IC
.................................................................................................................................. 73
Quadro 4 – Depoimentos sobre percepção dos estudantes sobre a importância da IC
.................................................................................................................................. 73
Quadro 5 – Depoimentos sobre percepção dos estudantes sobre a importância da IC
.................................................................................................................................. 74
Quadro 6 – Depoimentos sobre desafios e dificuldade na prática da IC ................... 75
Quadro 7 – Depoimentos sobre desafios e dificuldade na prática da IC ................... 76
Quadro 8 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de
práticas da IC ............................................................................................................ 78
Quadro 9 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de
práticas da IC ............................................................................................................ 79
Quadro 10 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de
práticas da IC ............................................................................................................ 80
Quadro 11 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de
práticas da IC ............................................................................................................ 81
Quadro 12 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de
práticas da IC ............................................................................................................ 84
Quadro 13 – Depoimentos sobre formação para a Pesquisa Científica .................... 85
Quadro 14 – Depoimentos sobre formação para a Pesquisa Científica .................... 86
Quadro 15 – Depoimentos sobre formação para a Pesquisa Científica .................... 87
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
ETIM – Ensino Técnico Integrado ao Médio
EPT – Educação Profissional e Tecnológica
FAPES – Fundação de Amparo à Pesquisa do estado do Espírito Santo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC – Iniciação Científica
IFES – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo
MOOC – Massive Open Online Course
PIBIC – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
PIBIC – JR – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior
PICTI – Programa de Iniciação Científica e Iniciação Científica Tecnológica do Ifes
PIVIC – Programa Institucional de Voluntariado de Iniciação Científica
PIVIC – JR – Programa Institucional de Voluntariado de Iniciação Científica Júnior
PIVITI – Programa Institucional de Voluntariado de Iniciação em Desenvolvimento
PPC – Projetos Pedagógicos dos Cursos
PROFEPT – Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
PROFEPT – Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
PRPPG – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
SIGPESQ – Sistema Integrado de Gestão de Pesquisa Tecnológica e Inovação
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 18
1.1 MEMORIAL E MOTIVAÇÕES ........................................................................ 18
1.2 JUSTIFICATIVA, DELIMITAÇÃO E RELEVÂNCIA DA PESQUISA ................ 19
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................... 25
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 27
2.1 PESQUISA CIENTÍFICA E OS INSTITUTOS FEDERAIS .............................. 27
2.2 A PESQUISA COMO PRINCÍPIO CIENTÍFICO E EDUCATIVO ..................... 28
2.3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ............................................................................ 31
2.3.1 Cursos Online Abertos E Massivos (MOOC) .............................................. 33
2.4 TRABALHOS RELACIONADOS .................................................................... 35
3 PERCURSO METODOLÓGICO .................................................................... 39
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 40
3.2 CENÁRIO DA PESQUISA .............................................................................. 41
3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .............. 42
3.3.1 Primeira etapa da coleta de dados da pesquisa (estudantes) .................. 44
3.3.2 Segunda etapa da coleta de dados da pesquisa (pesquisadores) .......... 44
3.4 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE DADOS .......................................... 45
4 PRODUTO EDUCACIONAL .......................................................................... 49
4.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO EDUCACIONAL ................................ 50
4.2 APLICAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL ............................................... 57
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 60
5.1 PERFIL PARTICIPANTES – ESTUDANTES .................................................. 60
5.2 PERFIL PARTICIPANTES − PESQUISADORES ........................................... 65
5.3 AVALIAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL ................................................ 66
5.4 ANÁLISE DE CONTEÚDO ............................................................................. 70
6 CONCLUSÕES .............................................................................................. 89
7 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 92
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIOS E ROTEIRO DE ENTREVISTA .............. 96
APÊNDICE B – TERMOS: ASSENTIMENTO, CESSÃO E
RESPONSABILIDADE .................................................................................104
APÊNDICE C – FORMULÁRIO DE PROJETO DE CURSO MOOC............ 109
APÊNDICE D – MAPA DE ATIVIDADES DO CURSO MOOC ..................... 116
18

1 INTRODUÇÃO

A pesquisa científica é um pilar fundamental para o avanço do conhecimento e


para a solução de problemas que afetam a sociedade. No contexto educacional, a
iniciação científica assume um papel crucial na formação dos estudantes,
introduzindo-os ao método científico e instrumentalizando-os para a produção do
conhecimento. Os Institutos Federais, instituições de ensino reconhecidas pela
excelência educacional, têm a pesquisa científica como um eixo estruturante de sua
proposta pedagógica.
No entanto, diversos desafios se impõem à prática da pesquisa, especialmente
no Ensino Técnico Integrado ao Médio, como a falta de tempo dos estudantes, a
sobrecarga de atividades e o desconhecimento sobre o tema. Diante dessa
problemática, esta pesquisa se propõe a analisar as contribuições de um curso MOOC
de Iniciação Científica para a formação de estudantes do Ifes.
Neste capítulo, inicialmente apresentamos um pequeno memorial do
pesquisador, com a intenção de contextualizar as motivações que originaram o
desenvolvimento da pesquisa e destacar sua relação com o estudo desenvolvido. A
seguir, através da seção 1.2, expandimos o escopo do tema, demonstramos as
justificativas, delimitações e a relevância da pesquisa. Por fim, na seção 1.3, definimos
os objetivos que orientaram o processo e o desenvolvimento desta dissertação.

1.1 MEMORIAL E MOTIVAÇÕES

Meu nome é Adalto dos Reis Junior, tenho 36 anos e sou servidor efetivo do
Ifes desde 2014, no cargo de Analista de Tecnologia da Informação. Iniciei minha
trajetória na instituição no Campus Barra de São Francisco. Transferi-me para o Ifes
Campus Linhares no final de 2015, sendo Linhares minha cidade de origem. Sempre
estive lotado na Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI), setor que atende
a diversas áreas da instituição e permite contato com várias realidades e demandas
institucionais.
Durante toda minha formação básica, fui estudante de escola pública. No
entanto, na graduação, com auxílio de uma bolsa, formei-me no curso de Bacharelado
de Sistemas de Informação, em uma instituição particular, onde, após alguns anos,
cursei pós-graduação em Gestão de Projetos.
19

Como profissional de Tecnologia da Informação (TI), sempre foi muito


prazeroso desenvolver trabalhos ligados ao desenvolvimento de software. Esse
conhecimento gerou convites de pesquisadores do Campus Linhares para participar
de projetos de pesquisa. Essas atividades foram minha primeira experiência com
pesquisas científicas, permitindo-me entender suas nuances e benefícios. Em 2017,
propus meu primeiro projeto de Iniciação Científica, como pesquisador do Campus
Linhares, entretanto devido a várias adversidades, boa parte destas relacionadas aos
bolsistas, ele não foi finalizado.
Ao ingressar no programa de mestrado em Educação Profissional e
Tecnológica, em 2022, foquei minha pesquisa em demandas ligadas aos desafios do
meu dia a dia profissional. Busquei contribuições significativas para a realidade dos
discentes e servidores da EPT. Após algumas reuniões com minha orientadora, profª.
Dra. Márcia Gonçalves de Oliveira, delineamos o tema deste trabalho. Acredito que
ele seja de grande relevância e possa trazer benefícios significativos para toda a
comunidade acadêmica, principalmente aos estudantes que, assim como eu, não
tiveram oportunidades de desfrutar do ambiente e das experiências ligadas às
pesquisas científicas durante sua formação básica.
As principais motivações para o desenvolvimento da pesquisa estão ligadas às
propostas deste programa de mestrado e aos benefícios que o produto educacional
pode proporcionar junto à comunidade acadêmica na qual estou inserido.

1.2 JUSTIFICATIVA, DELIMITAÇÃO E RELEVÂNCIA DA PESQUISA

Ao estudarmos sobre o tema Iniciação Científica (IC), somos remetidos a


outros termos e definições que são indissociáveis, por exemplo, “Pesquisa Científica”.
Por mais que os termos sejam recorrentes no meio acadêmico, é válido reforçar
algumas definições. Segundo Gil (2019), pesquisa é um procedimento formal que
utiliza metodologia científica para o estudo de situações ou problemas. Visa validar ou
não a descoberta de novos conhecimentos a partir de conhecimentos anteriores.
O autor Gil define também “metodologia científica” como o estudo dos métodos
das diversas ciências, que buscam classificar e sistematizar as formas de se proceder
na investigação do problema. Na mesma linha, Ruiz (1996, p. 48) define: “a pesquisa
científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e
redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência”.
A pesquisa científica é uma importante ferramenta para o desenvolvimento de
20

uma sociedade, permitindo a descoberta de novos conhecimentos e a solução de


problemas complexos. No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq) desempenha um papel fundamental no fomento à pesquisa,
através da concessão de bolsas e financiamento de projetos. Segundo o CNPq (2021),
sua missão é fomentar o progresso científico e tecnológico para o desenvolvimento
sustentável do Brasil.
O CNPq define Iniciação Científica como o primeiro passo na carreira de um
cientista, professor ou pesquisador. Seu objetivo é permitir aos estudantes interagirem
com a cultura científica, para que possam aprender a produzir conhecimentos de
forma metodológica, visando “contribuir para a formação de jovens para as carreiras
de ciência e tecnologia, bem como contribuir para a formação científica de
profissionais aptos a enfrentarem os desafios da sociedade” (CNPq, 2021). Assim,
desenvolve diversos programas de Iniciação Científica e Tecnológica.
Através de ações de fomento focadas na iniciação no meio científico, são
concedidas diversas bolsas de estudos direcionadas a grupos específicos de
discentes, com os mais variados objetivos. Segundo o CNPq (2021), “os programas
institucionais dirigidos aos estudantes do Ensino Superior são: o PIBIC, o PIBIC-Af, o
PICME e o PIBITI. Os programas voltados para os estudantes do Ensino Médio e
Fundamental são: a PIC-OBMEP, o ICJ / FAPs e o PIBIC-EM”. Essas iniciativas
promovem o incentivo à pesquisa e contribuem para a formação acadêmica e
científica em diferentes níveis de ensino.
No Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), os programas são organizados em
uma estrutura que é subdividida em outros subprogramas, com finalidades específicas
e, de acordo com o Ifes (2023), temos:
● Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e
Programa Institucional de Voluntariado de Iniciação Científica
(PIVIC), voltados aos discentes de graduação para produção de
pesquisa científica;
• Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação (PIBIT) e Programa Institucional de
Voluntariado de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e
Inovação (PIVITI), voltados aos discentes de graduação como o
principal objetivo estimular as atividades científicas de desenvolvimento
tecnológico e inovação;
21

● Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior


(PIBIC-JR) e Programa Institucional de Voluntariado de Iniciação
Científica Júnior (PIVIC-JR), voltados aos discentes de ensino médio e
técnico para participação e produção de pesquisa científica.

Todos os subprogramas apresentados possuem subprograma equivalente com


a mesma finalidade, entretanto se diferenciam na ausência de contrapartida financeira
para execução dos projetos, assim os pesquisadores são chamados de voluntários.
Os Institutos Federais de Educação Profissional, Ciência e Tecnologia foram
criados pela Lei Federal 11.892 / 2008. Eles formam uma rede educacional com um
ambiente favorável ao desenvolvimento científico, em vários níveis de qualificação.
Esses institutos promovem educação de qualidade e fomentam o desenvolvimento de
diversas áreas do conhecimento. A Lei de criação dos Institutos Federais (IFs)
demonstra a importância da pesquisa científica para essas instituições, ficando
evidente na definição das suas finalidades e objetivos. Segundo Soares e Carvalho
(2021), os artigos 6.º, 7.º. e 8.º. dessa lei estão intimamente ligados aos pressupostos
da educação pela pesquisa. Nesse tocante, destacam-se os trechos:

Art. 6.o Os Institutos Federais têm por finalidades e características:


[...]
VII - desenvolver programas de extensão e de divulgação científica e
tecnológica;
VIII - realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o
empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e
tecnológico;
[...]
Art. 7.º Observadas as finalidades e características definidas no art. 6.º desta
Lei, são objetivos dos Institutos Federais:
[...]
III - realizar pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções
técnicas e tecnológicas, estendendo seus benefícios à comunidade;
IV - desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e
finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o
mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção,
desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos; [...]
(Brasil, 2008).

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes),


no intuito de cumprir sua missão e objetivos, através do seu Programa Institucional de
Iniciação Científica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PICTI), desenvolve
anualmente diversas atividades para promoção da produção científica nos seus campi.
Atividades de estruturação e promoção do conhecimento científico na instituição são
desenvolvidas desde junho de 2005, quando foi aprovada uma das primeiras
22

resoluções sobre o tema.


A resolução da Câmara de Ensino n.º 03/2005 do conselho diretor do Centro
Federal de Educação Tecnológica (CEFETES), como a instituição era nomeada no
período, estabeleceu a criação de setor responsável pelo desenvolvimento e
adequação do programa institucional nos moldes definidos pelo CNPq, Ifes (2005).
Com o passar do tempo, o PICTI passou por diversas revisões, sendo a mais recente
a publicada no ano de 2023 – Resolução CONSUP/IFES n.º 150 de 6 de abril de 2023.
O programa sempre esteve alinhado às diretrizes nacionais propostas pelo CNPq, e
por outras instituições de fomento à pesquisa, como a Fundação de Amparo à
Pesquisa do estado do Espírito Santo (FAPES).
Um dos principais subprogramas para promoção das pesquisas científicas é o
PIBIC / PIVIC. Como descrito em seu nome, o subprograma tem foco no processo de
Iniciação Científica, sendo grande propulsor do fomento à produção científica entre os
estudantes do ensino superior.
Na mesma linha, o subprograma o PIBIC-JR também é focado no processo de
IC, porém, destinado aos discentes que estão cursando o ensino médio. Assim, eles
constituem uma parte crucial do nosso objeto de estudo.
Os últimos relatórios de gestão apresentados pelo Ifes indicam um grande
volume financeiro investido nos projetos de IC. No ano de 2022, foram 2,5 milhões de
reais, valor 42,3% superior ao ano anterior (Ifes, 2023). Nesse período, o programa
PIBIC-JR, que é voltado aos discentes de nível médio, representou 11% do valor
investido, com aproximadamente 274 discentes envolvidos em projetos científico.
Conforme o relatório, um dos objetivos da Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
(RPPG) é “aumentar a adesão dos pesquisadores do Ifes aos programas de bolsas
PIBITI e PIBIC-Jr” (Ifes, 2023).
Partindo do cenário apresentado, constatamos a existência de algumas
dificuldades recorrentes durante a execução do processo de Iniciação Científica no
âmbito do Ifes. Relatos informais de pesquisadores e estudantes revelam que muitos
alunos, especialmente os de ensino médio, desconhecem o tema e vários conceitos
ligados à pesquisa científica. Eles também não compreendem quão importante é este
processo para seu desenvolvimento acadêmico e social, mesmo que estejam no
ensino básico.
Essas constatações puderam ser evidenciadas, após análise dos Projetos
Pedagógicos dos Cursos (PPC) de ensino Técnico Integrados ao Médio do Ifes,
23

disponíveis no site da instituição. Essa análise apresentou evidências iniciais que


sustentam as premissas, ao constatar a carência de conteúdos e disciplinas ligadas à
iniciação e pesquisa científica. Os documentos analisados não apresentavam na sua
grade curricular conteúdos alinhados ao tema.
Pesquisas recentes desenvolvidas com alunos da EPT, em diversos IFs do
Brasil, como as de Pontel (2020); Melo (2020) e Oliveira (2020), demonstram que os
discentes, em especial os do Técnico Integrado ao Médio, enfrentam problemas
comuns aos evidenciados, quando se trata de iniciação científica. Além do que já foi
mencionado, a complexidade envolvida no processo de participação, elaboração,
planejamento e aprovação dos projetos são outros problemas relatados. Muitos
alunos ainda possuem limitação de tempo, que já está ocupado com outras atividades
acadêmicas, o que acarreta baixo interesse em participar de pesquisas científicas.
Pontel (2020), em seu trabalho realizado no âmbito do Instituto Federal do Rio
Grande do Sul (IFRS), relatou, durante sua análise, esses problemas. Com uma
proposta similar, Melo (2020), através de sua pesquisa no Instituto Federal Goiano (IF
Goiano), apurou, entre outras coisas, que algumas das dificuldades dos discentes, do
ponto de vista do orientador para o estudante, era “maturidade para pesquisa” e
“carga-horária livre”. Já Oliveira (2020), pesquisando no Campus Morrinhos do IF
Goiano, destacou que algumas das principais questões identificadas pelos discentes
e pesquisadores eram a falta de conhecimento para elaborar relatórios e textos
científicos, a falta de interesse dos alunos, a dificuldade para cumprir prazos e a
disponibilidade de tempo dos alunos. Oliveira (2020, p. 84) também afirma que:

“Dentre os problemas apontados, destacam-se aqueles relacionados à


introdução à ciência e à pesquisa. Verificou-se que a maior parte dos alunos
do ensino médio não sabem o que é pesquisa científica e a relacionam às
atividades desenvolvidas por cientistas em laboratório; observou-se ainda
que projetos que tentam inserir o aluno desde cedo nesses espaços, como a
Iniciação Científica (IC), são pequenos frente ao grande número de
ingressantes na instituição.”

Observa-se que são diversas as variáveis e os problemas apontados por


estudantes e pesquisadores quando se trata de Iniciação Científica no EMI. Entretanto,
diante do cenário identificado no Ifes e dos apresentados nos trabalhos estudados, foi
possível observar que muitos dos problemas são comuns e se repetem independente
da instituição de ensino estudada. Desse modo, com relação aos discentes,
destacam-se: a falta de formação em IC, a falta de interesse por IC e baixa
disponibilidade de tempo dos estudantes.
24

Diante das dificuldades identificadas, surgiu a seguinte situação problema:


Como potencializar o processo de formação científica dos discentes dos cursos
técnicos do Ifes, por meio de um curso MOOC de Iniciação Científica?
Diante desse problema, foi identificada a necessidade de desenvolver e aplicar
um curso do tipo MOOC. Que visa contribuir na formação introdutória em iniciação
científica dos estudantes, com foco no ensino técnico integrado ao médio, porém
aplicável a discentes de vários níveis de vinculados ou não ao Ifes. Espera-se que a
formação obtida por meio do curso MOOC possibilite aos discentes a aquisição de
conhecimentos básicos, essenciais para o desenvolvimento da sua jornada como
pesquisadores de forma ampla: com compreensão da importância da produção de
conhecimento científico e alto grau de envolvimento nesse processo; construindo
diversos impactos positivos no seu desenvolvimento profissional e acadêmico;
desenvolvendo e aprimorando habilidades escolares, como: a capacidade de leitura
crítica, a interpretação de textos, o pensamento crítico e o científico; despertando
contribuições para o fortalecimento de um ciclo virtuoso, onde novos discentes
buscam o processo de iniciação científica, motivados pelos conhecimentos obtidos ou
exemplos de outros estudantes que realizam o seu processo de IC.
Além da contribuição para a comunidade acadêmica em geral, espera-se ainda,
que a formação possa contribuir com as instituições de ensino. Como os Institutos
Federais, auxiliando-os nos processos cujas finalidades vão de encontro aos seus
objetivos e diretrizes, fortalecendo os eixos ligados à pesquisa científica e tecnológica,
além dos pilares e dos pressupostos da EPT voltados à formação integral e crítica dos
sujeitos, pois “pesquisa pode significar condição de consciência crítica e cabe como
componente necessário de toda proposta emancipatória” (DEMO, 2011, p. 10).
O curso Introdução à Iniciação Científica será apresentado como produto
educacional desta pesquisa e será construído no formato de Massive Open Online
Course (MOOC), sendo aberto a toda comunidade acadêmica e disponível online,
para ser realizado a qualquer momento. O curso contará com a contribuição de
pesquisadores do Ifes que já trabalham com discentes do ensino técnico integrado ao
médio. Eles possuem conhecimento sobre carências e habilidades necessárias para
capacitação dos jovens pesquisadores(as). Os recursos e conteúdos serão
trabalhados com elementos ligados à gamificação para MOOCs e possuirá linguagens
focadas no público do ensino técnico integrado ao médio, sendo mais simples e clara
possível, visando aumentar o interesse do estudante pelo tema apresentado,
25

cativando-os e desmistificando eventuais dificuldades imaginadas pelos estudantes


menos experientes.
A coleta de dados da pesquisa junto aos estudantes foi conduzida em duas
etapas, sendo a primeira realizada quando os estudantes iniciam o MOOC com um
questionário de cunho diagnóstico sendo executado; e a segunda etapa se deu ao
término do curso, onde outro questionário foi aplicado, com o intuito de aferir possíveis
contribuições junto aos discentes com relação a sua percepção sobre iniciação
científica, e sua formação profissional e tecnológica.
De maneira paralela, realizamos coleta de dados com pesquisadores da
instituição, onde foram executadas entrevistas semiestruturadas e aplicado um
questionário eletrônico. Com o intuito de obter a avaliação do conteúdo e obter
contribuições para melhorias futuras no curso, além da sua percepção sobre a
iniciativa proposta. Desse modo, esperamos, ao avaliar os resultados, responder ao
problema proposto.
Esperamos que esta pesquisa contribua para a Educação Profissional e
Tecnológica (EPT) em múltiplas vertentes que norteiam seus princípios, uma vez que
se espera a promoção da prática de pesquisa científica junto à comunidade
acadêmica. Proporcionando benefícios originados desse processo por exemplo: a
formação omnilateral, a integração entre teoria e a prática, o desenvolvimento de
competências analíticas, o desenvolvimento do pensamento crítico, a capacidade de
resolução de problemas e o estímulo à inovação, além de promover maior qualidade
no ensino profissional e técnico desenvolvido no Ifes.

1.3 OBJETIVOS

O objetivo geral deste projeto de pesquisa é analisar as contribuições de um


curso MOOC de Iniciação Científica voltado para o Ensino Médio Integrado (EMI) do
Ifes.
A partir do objetivo geral apresentado, são elencados como objetivos
específicos deste projeto de pesquisa:

a) Desenvolver um projeto de curso MOOC para capacitar os estudantes do Ifes


em pesquisa científica, contando com a colaboração de pesquisadores da
instituição;
26

b) Promover a formação em iniciação científica de um grupo específico de


estudantes do Ifes, realizando uma avaliação diagnóstica e prognóstica de seus
conhecimentos, habilidades e práticas de pesquisa científica.
c) Analisar os impactos da aplicação do curso MOOC de iniciação científica na
formação de discentes do EMI do Ifes.

De modo consolidado, este trabalho está organizado conforme a ordem a


seguir: no Capítulo 2 de Fundamentação Teórica, apresentamos a base teórica
selecionada para fundamentar a pesquisa, evidenciando teorias que atestam a
proposta do projeto de pesquisa sobre capacitação em Iniciação Científica no EMI; no
Capítulo 3 de Metodologia, destacamos o processo metodológico proposto para o
trabalho, o planejamento e desenvolvimento do curso, a aplicação, a coleta de dados
e o método de análise definido para o estudo; O capítulo 4 Produto Educacional
apresenta o produto educacional, sua estrutura e o processo de desenvolvimento; por
fim, no Capítulo 5 de Resultados e considerações, apresentamos os dados e
análises que foram obtidos com a execução da pesquisa apresentada e as
considerações finais para este trabalho.
27

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, fundamentamos a base teórica da pesquisa, apresentando


aspectos relacionados à pesquisa científica nos Institutos Federais, destacando a
importância desta como princípio científico e educativo. Além disso, abordamos temas,
como educação a distância e a relevância dos Cursos Online Abertos e Massivos
(MOOCs). O capítulo também apresenta uma revisão dos trabalhos relacionados,
trazendo uma análise crítica sobre as pesquisas já realizadas na área e identificando
lacunas que podem ser exploradas no presente estudo.

2.1 PESQUISA CIENTÍFICA E OS INSTITUTOS FEDERAIS

Os Institutos Federais têm como princípios norteadores a preparação para o


exercício técnico-profissional com foco na formação integral dos estudantes, a
articulação entre educação básica e profissional tecnológica para a produção de
conhecimento e intervenção social, e a indissociabilidade entre educação e prática
social (Brasil, 2021). A Educação Profissional e Tecnológica (EPT) é parte fundamental
dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). Criados no Brasil,
em 2008, pela lei federal 11.892, os institutos têm como um de seus principais
objetivos promover a Educação Profissional Técnica (EPT) integrada ao Ensino Médio
(Santos et al., 2020).
O Ministério da Educação, por meio Resolução CNE/CP N.º 1, de 5 de janeiro
de 2021, define, entre outras coisas, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Profissional e Tecnológica, destacando-se para o contexto dessa pesquisa,
o item “V” do 3.º artigo no capítulo II, onde estão definidos os princípios norteadores
da EPT:

V - Estímulo à adoção da pesquisa como princípio pedagógico presente em


um processo formativo voltado para um mundo permanentemente em
transformação, integrando saberes cognitivos e socioemocionais, tanto para
a produção do conhecimento, da cultura e da tecnologia, quanto para o
desenvolvimento do trabalho e da intervenção que promova impacto social;
(Brasil, 2021, p. 2).

Seguindo os princípios da EPT, os IFs propõem uma formação que vai além do
ensino tradicional, buscando promover a interação entre ensino, pesquisa e extensão,
com base na perspectiva de uma educação crítica e transformadora (Soares e
Carvalho, 2021). Esses princípios refletem a importância da EPT na formação
28

profissional e tecnológica, capacitando os estudantes não apenas para o mercado de


trabalho, mas também para o exercício da cidadania e da participação na sociedade.
Diante desse panorama, os Institutos Federais assumem um papel de destaque
na oferta de cursos de EPT. Através de uma abordagem integrada e interdisciplinar,
eles proporcionam uma formação que engloba não apenas conhecimentos técnicos,
mas também valores éticos, políticos e estéticos (Brasil, 2021). Além disso, promovem
a interação entre teoria e prática, buscando a superação da fragmentação de
conhecimentos e a integração de saberes específicos, contribuindo para a produção
de conhecimento e a transformação social (Brasil, 2021).
O ensino integrado praticado pelos IFs tem como objetivo uma “proposta de
formação baseada nos princípios do ensino, da pesquisa e da extensão, buscando
superar a divisão histórica entre a ação de executar e a ação de pensar, dirigir ou
planejar” (Frigotto; Ciavatta; Ramos, 2005, p. 85). Essa abordagem pedagógica visa
promover uma formação geral dos estudantes, estimulando o desenvolvimento da
autodisciplina e da autonomia intelectual, direcionando suas potencialidades em todas
as áreas (Oliveira; Frigotto, 2021).
No contexto da EPT, Ramos (2014) afirma que é essencial fortalecer a relação
entre o ensino e a pesquisa para contribuir com a construção da autonomia intelectual
dos indivíduos diante da (re)construção do conhecimento e outras práticas sociais.
Essa interação entre ensino e pesquisa desafiam os estudantes a trabalhar
habilidades de análise, síntese e reflexão crítica, capacitando-os a compreender e
enfrentar os desafios da atualidade.

2.2 A PESQUISA COMO PRINCÍPIO CIENTÍFICO E EDUCATIVO

O professor e pesquisador Pedro Demo, teórico que possui várias obras


retratando o tema “Pesquisa científica como princípio Educativo”, afirma que

A prática da pesquisa em alunos (projeto de iniciação científica do PIBIC, em


especial) tem demonstrado não só a importância de ser fazer ciência, como
igualmente sua face formativa, educativa e emancipatória. A arte de saber
pensar é em grande parte a arte da cidadania. Cuidado metodológico não se
encerra na lide científica, mas constitui profundamente o processo formativo
de alunas/alunos e professoras/professores (Demo, 2002, p. 366).

Demo (2015), reforça ainda que a pesquisa como princípio educativo tem como
essência a pesquisa científica e educativa como uma prática rotineira. Ao fazer da
pesquisa instrumento principal do processo educativo, o estudante deixa de ser o
29

objeto do ensino para tornar-se sujeito participativo do processo. Por meio da


pesquisa como princípio científico e educativo, “[...] se constrói o sujeito histórico
autossuficiente, crítico e autocrítico, participante, capaz de reagir contra a situação de
objeto e de não cultivar os outros como objeto [...]” (Demo, 2011, p. 43).
Em suas obras, Demo identifica e ressalta, diante do contexto educativo
proposto, a relação existente desse tema com as correntes teóricas de aprendizagem
baseadas na filosofia construtivista ou como também é conhecida: cognitivista.

A filosofia cognitivista trata, então, principalmente dos processos mentais: ela


se ocupa da atribuição de significados e da compreensão, transformação,
armazenamento e uso da informação envolvida na cognição. Na medida em
que se admite, nessa perspectiva, que a cognição se dá por construção,
chega-se ao construtivismo[...] (Moreira, 2013, p.18).

Ao estabelecer essa relação em suas obras, Demo afirma que o aluno que
realiza pesquisa científica é um aprendiz genuíno e protagonista da sua formação, ao
utilizar-se de métodos e técnicas relativos à produção de conhecimento, em que se
iniciam as dúvidas, curiosidades e iniciativas, unindo teoria e prática aplicados de
forma autônoma. Demo (2006) ressalta que o “saber pensar” cria oportunidades que
exigem diversas habilidades, sejam elas no eixo político ou metodológico, sendo
verdadeiramente úteis na transformação da realidade.
Ao considerar as contribuições de Pedro Demo, podemos estabelecer ainda
uma relação direta com as teorias e obras desenvolvidas pelo consagrado pensador
brasileiro, Paulo Freire, principalmente no que confere à práxis do diálogo ativo e suas
teorias como a da pedagogia da libertação e pedagogia da autonomia, em que o aluno
é parte central do processo de ensino, e o docente traz a realidade do educando para
o processo educativo. Paulo Freire (2000, p. 29) afirma que “não há ensino sem
pesquisa e pesquisa sem ensino”. A pedagogia da autonomia defendida por Freire
(2000) traz a superação da curiosidade ingênua para a curiosidade epistemológica,
como parte da construção da consciência crítica e da emancipação.
É importante destacar que essa proposta de educação, com base em
pesquisas científicas, proporciona ainda a possibilidade de desenvolver nos discentes
uma aprendizagem significativa. Ausubel (1968) define essa aprendizagem como o
processo de expansão de uma estrutura cognitiva através da assimilação de novas
ideias. Esse processo é desenvolvido, segundo o autor, baseado em uma estrutura
hierárquica de conceitos, que são denominados subsunçores.
Silva, Dorneles e Heidemann (2020) afirmam que, nesse processo, os
30

conceitos / conhecimentos pré-existentes são elementos numa estrutura cognitiva que


se organiza com novas informações para gerar novos elementos de conhecimento,
que podem lhes dar novos significados. Porém existe grande complexidade para tal,
sendo válido destacar que:

As condições para ocorrência da aprendizagem significativa requerem


consideração a essa complexidade e à totalidade do ser cultural/social em
suas manifestações e linguagens, corporais, afetivas, cognitivas. Envolve a
compreensão de que o aprender ocorre em cada um na sua individualidade,
imbricado nas relações: do ser que aprende com o objeto do conhecimento,
em cada situação específica; na interação sujeito-aprendiz com sujeito-
professor em um contexto cultural e social ao qual pertencem (Masini, 2011,
p. 17).

Giffoni, Barroso e Sampaio (2020), em sua pesquisa, afirmam que a


aprendizagem significativa pode ser útil na formação de um indivíduo mais crítico e
com responsabilidade social. Como ela é um processo, as novas experiências
vivenciadas em sociedade serão provavelmente questionadas e relacionadas com
subsunçores, ou seja, estruturas mentais que representam conceitos, gerando uma
nova aprendizagem, sendo essa significativa, uma abstração da experiência adquirida.
A adoção contínua de um método que promova a geração de conhecimento em
conjunto com a interação social e a responsabilidade comunitária tende a aproximar
o cidadão de uma perspectiva na qual o conhecimento científico e tecnológico está
integrado ao contexto social e ambiental. Essa abordagem busca fomentar uma visão
mais holística, na qual o saber não é apenas adquirido individualmente, mas também
aplicado de forma a beneficiar a sociedade e o ambiente ao seu redor
É relevante salientar, em consonância com o exposto anteriormente acerca dos
Institutos Federais, que há uma característica adicional que merece destaque:
conforme ressaltado por Mendes e Andrade (2020), podemos observar que a
orientação realizada por professores que atuam na graduação e pós-graduação
dentro das instituições proporciona aos estudantes um modelo vertical de ensino.
Esse modelo permite que eles tenham a oportunidade de percorrer toda a trajetória
educacional, desde o Ensino Médio até a pós-graduação, e de dar continuidade às
suas pesquisas dentro da mesma instituição, o que se configura como um incentivo
valioso para sua formação.
A pesquisa como princípio educativo, defendida por Pedro Demo (2015),
propõe que o estudante, ao se engajar na investigação científica, torna-se
protagonista da construção do conhecimento. Essa perspectiva valoriza a autonomia,
o pensamento crítico e a transformação da realidade, dialogando com a pedagogia
31

libertadora de Paulo Freire, que defende o diálogo e a curiosidade epistemológica


como pilares da aprendizagem. A aprendizagem significativa, proposta por Ausubel,
acontece naturalmente quando o aluno se torna agente do processo, conectando
novos conhecimentos à sua realidade. Nesse contexto, a Educação a Distância (EaD)
surge como uma ferramenta poderosa para democratizar o acesso ao conhecimento
e oferecer oportunidades flexíveis de aprendizagem.

2.3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação a Distância (EAD), segundo o Ministério da Educação (MEC), é


definida como:

[...] modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos


processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos [...]
(Brasil, 2023).

Em outras palavras, a EAD utiliza ferramentas tecnológicas para conectar


professores e alunos, rompendo barreiras geográficas e expandindo as possibilidades
de acesso à educação.
O processo de democratização do acesso ao conhecimento impulsiona a EAD
desde o século XVIII. Em seu trabalho, Alves (2009) nos apresenta que educadores,
utilizando diferentes meios de comunicação, buscavam conectar professores e alunos
separados pela distância. Inicialmente as cartas manuscritas carregavam o
conhecimento através do serviço postal, abrindo caminho para os cursos por
correspondência.

No século XX, a incorporação de tecnologias, como o rádio e a televisão,


expandiu o alcance da EAD e permitiu o ensino em massa. Entretanto, foi com o
advento da internet que a EAD passou por uma verdadeira revolução. Plataformas
online e interativas, recursos multimídia e ferramentas de aprendizagem inovadoras
impulsionaram a criação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) cada vez
mais sofisticados, consolidando a EAD como uma modalidade educacional completa
e dinâmica.
No Brasil, a EAD se encontra respaldada por um conjunto de leis e decretos
que regulamentam sua oferta e garantem sua qualidade. O Decreto nº 9.057, de 25
de maio de 2017, estabelece as diretrizes para a oferta de cursos a distância, no país,
32

determinando que as instituições de ensino superior devem garantir a qualidade


pedagógica e a equivalência com os cursos presenciais. A Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB), Lei n.º 9.394 de 1996, também reconhece a EAD como
modalidade de ensino e incentiva sua expansão, especialmente para ampliar o acesso
à educação superior.
A EAD se destaca como uma ferramenta poderosa para democratizar o acesso
à educação, superando barreiras geográficas e socioeconômicas. A flexibilidade do
ensino a distância permite que os estudantes conciliem os estudos com outras
atividades, tornando a educação acessível a um público mais amplo. Além disso, a
EAD leva o ensino superior a regiões remotas e comunidades com infraestrutura
educacional limitada, democratizando o acesso ao conhecimento e promovendo a
inclusão social. Através de plataformas digitais e recursos online, a EAD contribui para
o desenvolvimento de diferentes regiões e para a formação de uma sociedade mais
justa e igualitária.

Figura 1 - Gráfico de vagas em cursos de graduação, por modalidade de ensino no


Brasil -2014 até 2022

Fonte: INEP (2022)


A Figura 1 que apresenta gráfico disponível no censo da educação superior de
2022, do Instituto Nacional de Educação (INEP), demonstra a ascensão meteórica da
oferta de vagas em cursos de graduação a distância (EAD) no Brasil. De 2014 a 2022,
a quantidade de vagas EAD mais do que triplicou, enquanto as vagas presenciais
mantiveram um crescimento mais gradual. Esse aumento exponencial da EAD sugere
uma mudança significativa no cenário educacional brasileiro, com a modalidade a
distância se consolidando como uma alternativa atrativa e cada vez mais popular.
A expansão da EAD no Brasil vai além do número de vagas ofertadas. Os
mapas (Figura 2), também extraídos do Censo da Educação Superior de 2022,
ilustram a abrangência geográfica da modalidade, com polos de ensino a distância
33

presentes em 3.219 municípios brasileiros, um aumento de 87% em relação a 2014.


Essa capilaridade demonstra como a EAD se tornou uma ferramenta crucial para
democratizar o acesso ao ensino, levando oportunidades de formação para áreas
antes desprovidas de opções.

Figura 2 – Comparativo de munícipios com alunos matriculados em Polo EAD –


Brasil 2014 e 2022

Fonte: INEP (2022)

2.3.1 Cursos Online Abertos E Massivos (MOOC)

A busca por alternativas para democratizar o acesso à educação e superar as


barreiras tradicionais do ensino é uma constante no cenário educacional
contemporâneo. Nesse contexto, os Massive Open Online Courses (MOOCs) surgem
como uma resposta promissora a essa demanda. Esses cursos, massivos, online e
abertos, representam uma revolução na forma como o conhecimento é produzido,
acessado e compartilhado.
Os MOOCs surgem como uma vertente inovadora da EAD, que amplia as
possibilidades de democratização do conhecimento em escala global. Um dos
primeiros autores a utilizar o termo foi Dave Cormier, no ano de 2008, no contexto do
curso Connectivism and Connective Knowledge, ministrado por George Siemens e
Stephen Downes. Seu curso rompeu barreiras geográficas ao conectar milhares de
estudantes em todo o globo. A partir de então diversas universidades americanas e
34

europeias, que visavam ampliar o alcance da educação, adotaram e disseminaram


seu uso. O autor Munhoz (2016, p. 83) nos afirma que “os MOOCs se apresentaram,
assim, como um novo fenômeno online, integrado às redes sociais e representando a
prática do conectivismo”.
Smaniotto Barin e Purificação de Bastos (2013, p. 2) nos afirma que “o que
diferencia um MOOC de uma iniciativa tradicional de EaD é principalmente sua
abrangência, visto que são planejados para atender a um número elevado de
estudantes, além de ser em sua maioria gratuitos e de curta duração.” Algumas das
principais características dos MOOCs, segundo o Ifes (2024) são:

Figura 3 – Características dos cursos do tipo MOOC

Fonte: Ifes / Cefor (2024)

As plataformas de cursos MOOCs se consolidam como uma ferramenta


poderosa para ampliar as oportunidades de aprendizagem em um mundo globalizado.
A acessibilidade, flexibilidade e o conteúdo de alta qualidade, combinados com o
potencial de interação e colaboração, tornam os MOOCs uma ferramenta promissora
para democratizar o conhecimento e promover o aprendizado ao longo da vida.

Enquanto palestras online ou gravações de aulas são estáticos e passivos e


proporcionam baixa interatividade aos estudantes, com pouco mais do que
uma lista de leitura e Slides do PowerPoint, um MOOC está estruturado para
ser muito mais interativo e é esse o segredo do (Barin; Bastos, 2013, p.4).

O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), por meio da sua plataforma de


cursos MOOC, mantida e gerenciada pelo Centro de Referência em Formação e em
Educação a Distância do Ifes (Cefor), tem se destacado na oferta de cursos abertos e
gratuitos, democratizando o acesso à educação e promovendo a formação continuada
35

em diversas áreas do conhecimento. A Instrução Normativa n.º 2/2019 da Pró-Reitoria


de Ensino (PROEN), regulamenta a oferta de MOOCs no âmbito do Ifes, consolidando
o compromisso da instituição com a modalidade de ensino e com a democratização
do acesso à educação de qualidade.

2.4 TRABALHOS RELACIONADOS

O método de pesquisa para identificação e seleção dos trabalhos relacionados


foi iniciado com a ferramenta BUSCAD versão 2.7.1 que, de acordo com Mansur e
Altoé (2021, p. 9) é “[...] uma ferramenta tecnológica, desenvolvida no Microsoft Excel,
que pode contribuir para o processo de importação e tratamento de dados de estudos
para realização de Revisão de Literatura [...]”, permitindo a inserção de termos para
pesquisa. Ela realiza a construção de sequências/combinações para uso em outro
processo, que realiza uma consulta automática e sistêmica dos trabalhos em até 09
plataformas de forma simultânea. Além disso, é possível realizar download dos títulos
e resumos dos trabalhos.
Conforme apresentado na Figura 1, foram utilizados para nossa pesquisa os
seguintes termos: “iniciação científica”, “ensino médio integrado” e “pibic-jr”. O
BUSCAD gerou 07 sequências de busca, sendo utilizadas as 04 primeiras, que
representam mais de um termo por sequência.

Figura 4 – Tabela do BUSCAD

Fonte: o autor, recorte de tela do BUSCAD (2023)


A busca com as sequências resultou em um total de 159 trabalhos localizados
nas plataformas pesquisadas. Os quantitativos de trabalhos por plataformas mais
relevantes foram obtidos nas plataformas EduCAPES e Google Acadêmico. Na etapa
final do processo de busca, foram realizados downloads dos títulos e resumos dos
trabalhos localizados que, em seguida, passaram por triagem, com seleção e análise,
sendo considerados critérios como: Ano de publicação dos trabalhos – sendo
considerados trabalhos de até 05 anos de publicação; Termos e objetivos identificados
36

no resumo – considerando termos equivalentes aos pesquisados; Alinhamento dos


trabalhos localizados com o problema proposto na pesquisa. O Quadro 1 apresenta a
seleção dos trabalhos, analisados.

Quadro 1- Quadro de Trabalhos Relacionados

Tema Autor(es) Público-alvo Objetivo / Resultado

Refletir acerca da proposta educacional dos cursos de EMI nos IFs,


enquanto ao fomento à produção de ciência e tecnologia, a nível de
educação básica.
SOARES;
Educar pela Institutos Promover a compreensão que os IFs possuem a prerrogativa de formar
CARVALHO
Pesquisa Federais cidadãos críticos, que a partir do contexto do ensino médio, possam
(2021)
adquirir uma profissão e inclusive, inserir-se na proposta de
verticalização de seus estudos, utilizando-se da pesquisa científica para
o desenvolvimento social.
Refletir sobre o “educar e aprender pela pesquisa” como proposta
Pesquisa metodológica à construção do conhecimento.
como VIEIRA et al. Discentes e Educar pela pesquisa, propicia que o aluno ultrapasse o paradigma da
princípio (2020) docentes cópia e desenvolva sua autonomia sustentada em uma proposta
educativo educativa que permita a leitura crítica do mundo, visando um fazer
social e político, que conduza educandos e educadores à liberdade.
Analisar a trajetória acadêmica de ex-bolsistas do PIBIC-EM, do IFPR,
Campus Curitiba, no período de 2011 a 2017, para investigar se o
Iniciação PIBIC-EM auxiliou na continuidade dos estudos acadêmicos ou se
FILHO;
Científica, Egressos ex- trouxe benefícios em relação ao trabalho.
URBANETZ
Ensino Médio bolsistas Confirmou-se a importância do PIBIC-EM para a formação inicial dos
(2020)
e Egressos egressos ex-bolsistas, como responsável na iniciação à pesquisa e
construção de conhecimentos práticos na verticalização do ensino e
acesso ao mundo do trabalho.
Analisar as percepções que estudantes e professores do ensino médio
integrado à educação profissional possuem sobre a IC, assim como os
Estudantes, principais desafios e perspectivas encontrados no desenvolvimento
Pesquisa professores e dessa atividade e as contribuições para o estudante de ensino médio,
Cientifica no coordenadore sendo desenvolvida no IFRS.
EMI, PONTEL s de pesquisa Este estudo demonstrou que a IC é uma atividade ainda incipiente no
percepções, (2020) do ensino EMI e no IFRS, pois abrange a minoria dos estudantes, apesar do
desafios e médio consenso entre os participantes sobre seus benefícios para a formação,
perspectivas integrado no necessitando ser ampliada, difundida e fomentada nos campi com o
IFRS intuito de que um maior número de estudantes e de professores possa
desfrutar das contribuições da IC, tal como está preconizado nas
diretrizes do IFRS.
Avaliar a influência e a contribuição da IC para a formação dos
estudantes do EMI na consolidação da pesquisa e da produção de
conhecimentos no IF Goiano - Campus Morrinhos.
Os resultados adquiridos apontam as contribuições da IC para a
Iniciação formação dos estudantes de EMI, que proporciona o contato inicial dos
Docentes e
Cientifica no OLIVEIRA estudantes com a pesquisa, além de reforçar a relevância dos programas
estudantes
EMI, estudo (2020) de IC para a concretização dos objetivos e finalidades da instituição.
bolsistas
de caso Depreende-se que, apesar da IC com estudantes de nível médio técnico
apresentar limitações e dificuldades relacionadas à inexperiência e falta
de conhecimento prévio dos estudantes, essa modalidade tem
colaborado com o desenvolvimento social e intelectual dos estudantes,
além de contribuir para a consolidação da pesquisa na instituição.
Analisar o perfil, a produção acadêmica e a evolução dos estudantes
vinculados ao Programa Institucional de Iniciação Científica e de
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IF Goiano.
Os resultados indicaram que os programas de pesquisa científica estão
Programa IC,
cumprindo seu papel na formação de indivíduos, não somente para a
estudo de Pesquisadore
MELO vida acadêmica, mas para o mundo profissional. Os estudantes e
caso, s e estudantes
(2020) orientadores estiveram satisfeitos na vigência que participaram e
Produção bolsistas
consideraram essa experiência como importante na vida do estudante. A
científica.
média da produção acadêmica dos estudantes reincidentes no programa
de pesquisa foi maior comparada com os novatos, nas variáveis: artigos,
artigos em inglês, resumo expandido, resumo simples, livros/capítulos e
patentes.
Entender como os estudantes do Ensino Médio percebem a pesquisa
Discentes do
Pesquisa BARBATO; científica, atividade, em geral, distante de suas realidades escolares.
EMI no IFTM
Científica no SOUZA Identificou-se que os estudantes têm ciência da importância da pesquisa
Patos de
Ensino Médio (2017) para o desenvolvimento de uma série de habilidades, mas que, também
Minas
encontram uma série de dificuldades para desenvolvê-la.

Fonte: Autoria Própria (2023)


37

Os trabalhos relacionados, dentre os diversos analisados, destacam-se por


apresentarem características relevantes e aderentes a esta pesquisa. A seleção
criteriosa desses trabalhos justifica-se por suas contribuições específicas ao nosso
tema de pesquisa.
De acordo com o Quadro 1, podemos concluir que esses estudos convergem
ao indicar a importância da pesquisa científica no ensino técnico integrado ao médio
e seu impacto na formação de estudantes ingressantes em programas de Iniciação
Científica.
A relevância deste tema ecoa fortemente na comunidade acadêmica,
especialmente nos Institutos Federais (IFs), entidades pioneiras na promoção da
pesquisa científica no ensino médio brasileiro. A busca por trabalhos sobre o tema
revelou um número significativo de pesquisas realizadas nos últimos anos no âmbito
dos IFs, demonstrando um interesse crescente nessa área. A promoção da prática de
pesquisa científica entre discentes, particularmente no ensino técnico integrado ao
médio, figura como um dos objetivos centrais em muitos desses estudos, assim como
na presente pesquisa.
Este trabalho, inspirado pelas descobertas apresentadas nas pesquisas do
Quadro 1, busca aprofundar a análise e identificar as principais percepções dos
discentes de EMI do Ifes acerca de sua participação na Iniciação Científica. O foco da
investigação repousa sobre as expectativas, contribuições e benefícios que os
próprios estudantes identificam em sua trajetória, tanto na esfera profissional quanto
acadêmica.
A pesquisa se mantém aberta para incorporar novas perspectivas e dimensões
que emergem da fala dos participantes e que enriqueçam a compreensão do tema. É
notável que as pesquisas analisadas, embora relevantes, concentram-se em produtos
educacionais, como livros e cartilhas digitais. Este trabalho, por sua vez, propõe uma
abordagem inovadora ao utilizar um curso MOOC como ferramenta de intervenção e
meio de produção de conhecimento sobre a Iniciação Científica.
Os estudos analisados apontam desafios comuns na área, como a limitada
participação dos estudantes, a falta de conhecimento prévio sobre pesquisa e a
dificuldade em conciliar as atividades de pesquisa com a rotina escolar. A utilização
do MOOC como ferramenta de aprendizagem busca justamente minimizar esses
obstáculos, oferecendo flexibilidade de tempo e local de estudo, linguagem acessível
e recursos interativos que facilitam a compreensão e estimulam o engajamento dos
38

estudantes. A estrutura do curso, além de apresentar conceitos introdutórios sobre a


IC e o processo científico, aborda as etapas de desenvolvimento de um projeto, as
diferentes áreas de conhecimento e os benefícios que a participação em projetos de
pesquisa pode trazer para a vida acadêmica e profissional do estudante. Acreditamos
que a acessibilidade, o caráter interativo e o formato dinâmico do MOOC possam
contribuir para despertar o interesse dos discentes pela pesquisa, especialmente os
alunos do ensino técnico integrado ao médio, expandindo suas percepções sobre as
possibilidades e contribuições da IC.
Dessa forma, este trabalho busca não apenas suprir uma lacuna na produção
de materiais sobre IC, mas também oferecer uma experiência de aprendizado mais
engajadora e democrática, ampliando o alcance da informação e incentivando a
participação dos estudantes na construção do conhecimento científico.
39

3 PERCURSO METODOLÓGICO

Neste capítulo, apresentamos dados relevantes da pesquisa, incluindo sua


classificação, as considerações éticas adotadas, o cenário de aplicação, as
ferramentas utilizadas, os participantes envolvidos e outras informações essenciais
para a investigação e desenvolvimento do estudo. Apresentamos a Figura 05 com a
visão geral das etapas desenvolvidas nesta pesquisa.

Figura 5 – Passo a passo da pesquisa

• IDENTIFICAÇÃO E
Etapa 02 • AVALIAÇÃO ÉTICA
Etapa 04
DEFINIÇÃO DO • APLICAÇÃO DO
PROBLEMA • DESENVOLVIMENTO
PRODUTO
DO PRODUTO • INFERÊNCIAS E
• PESQ. BIBLIOGRÁFICA • COLETA DE DADOS
EDUCACIONAL ANÁLISES
E FUNDAMENTAÇÃO
• INSTRUMENTOS DE • APRESENTAÇÃO DOS
COLETA RESULTADOS
Etapa 01 Etapa 03

Fonte: Autoria própria (2024)

As etapas 1 e 2 possuem atividades que correspondem, respectivamente, a


elaboração do projeto e produção do curso MOOC Introdução à Iniciação Científica,
atendendo ao primeiro objetivo específico da pesquisa: Desenvolver um projeto de
curso MOOC para capacitar os estudantes do Ifes em pesquisa científica,
contando com a colaboração de pesquisadores da instituição. O processo de
pesquisa bibliográfica foi iniciado com a ferramenta BUSCAD. Em seguida, utilizando
o modelo ADDIEM proposto por Battestin e Santos (2022), executamos o
desenvolvimento do curso, desde o projeto. Como previsto dentro da metodologia
ADDIEM, pesquisadores foram convidados a participar do desenvolvimento como
avaliadores e realizaram sugestões e apontaram correções. A produção do material
didático demandou a utilização de softwares, como Canva, CapCut e DaVinci Resolve
para edição de áudio, vídeo e imagens.
Durante a execução das atividades realizadas na etapa 3, foi atendido o
segundo objetivo específico: Promover a formação em iniciação científica de um
grupo específico de estudantes do Ifes, realizando uma avaliação diagnóstica e
prognóstica de seus conhecimentos, habilidades e práticas de pesquisa
científica. Na etapa 3, como observado na Figura 5, o curso MOOC Introdução à
40

Iniciação Científica foi disponibilizado na plataforma do Cefor e divulgado. Na estrutura


do curso ficaram definidos os questionários online que foram aplicados antes e após
a participação no curso.
O terceiro objetivo específico: Analisar os impactos da aplicação do curso
MOOC de iniciação científica na formação de discentes do Ifes foi contemplado
nas atividades executadas na etapa 4. A partir dos dados coletados nos questionários
online e entrevistas semiestruturadas, utilizamos a técnica de análise de conteúdo
proposta por Bardin (2016). Buscamos, assim, interpretar os dados e identificar as
principais categorias de análise, revelando as contribuições do curso para a formação
dos estudantes.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa apresentada tem sua classificação definida de acordo com Gil (2019)
como de natureza aplicada; abordagem do tipo qualitativa; sendo seus objetivos
classificados como do tipo descritivos e exploratórios; e procedimentos do tipo
participante.
Segundo Gil (2019), a pesquisa aplicada tem como objetivo gerar
conhecimentos que possam ser aplicados em situações concretas, visando à solução
de problemas específicos. Ainda segundo o autor, a pesquisa aplicada é uma forma
de utilizar a ciência e a tecnologia para promover melhorias em diversas áreas, como
a saúde, a educação e a economia. No contexto dessa investigação, buscou-se não
apenas compreender a percepção dos estudantes sobre IC, mas também através do
curso MOOC aprimorar a percepção e despertar o interesse dos estudantes por
pesquisa científica.
Os objetivos descritivos buscam descrever as características de um fenômeno
ou população, enquanto os objetivos exploratórios têm como propósito explorar o
fenômeno ou população em questão, com o intuito de compreendê-lo (Gil, 2019). No
nosso trabalho, o viés descritivo buscou traçar um panorama sobre como os
estudantes percebem a IC. Por sua vez, o viés exploratório buscou ir além da
descrição, visando identificar como o curso MOOC (ou “a participação no curso
MOOC”) pôde contribuir para despertar o interesse dos estudantes pela pesquisa
científica, fornecendo-lhes ferramentas e conhecimentos para a participação em
projetos de IC.
41

A pesquisa participante “caracteriza-se pelo envolvimento e identificação do


pesquisador com as pessoas investigadas” (Gehardt, 2017, p. 40). É uma modalidade
de pesquisa prática que buscou intervir na realidade social estudada, de modo a
colaborar para mudanças planejadas e eficientes. Esse tipo de pesquisa envolve um
processo interativo e dialético entre o pesquisador e o grupo social investigado,
promovendo uma ação coletiva e participativa com o objetivo de compreender e atuar
na realidade de forma dinâmica (Gil, 2019). Essa característica se intensifica no
contexto da pesquisa, uma vez que o pesquisador, atuando como servidor e
pesquisador no IF, possui um envolvimento cotidiano com a realidade da instituição.
Essa proximidade permitiu uma imersão mais profunda no campo de pesquisa,
enriquecendo a coleta e a análise dos dados.
Esta pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, reconhecendo a
complexidade e a riqueza do tema em questão. A escolha por essa abordagem se
justifica pela necessidade de ir além da mera quantificação de dados, buscando
compreender o significado e as nuances das experiências individuais dos
participantes. A coleta de dados, por meio de questionários online e entrevistas
semiestruturadas, permitiu explorar as perspectivas dos estudantes, suas motivações,
dificuldades e expectativas em relação à pesquisa científica. Todos os instrumentos
de coleta de dados foram aplicados de forma voluntária e de acordo com os
procedimentos éticos, garantindo a privacidade e autonomia dos participantes.

3.2 CENÁRIO DA PESQUISA

Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Instituto Federal do Espírito Santo


com o público-alvo de estudantes e pesquisadores. O ambiente virtual de cursos
MOOC do Cefor foi uma das principais ferramentas utilizadas durante a investigação,
permitindo grande possibilidade de capilaridade geográfica no processo de aplicação.
Em virtude das características do produto educacional deste trabalho, o curso
MOOC de Introdução à Iniciação Científica, foi possível viabilizar a participação de
estudantes em todos os campi do Ifes, graças ao seu acesso online, aberto e massivo.
Estudantes do Ifes, dos níveis técnicos até a pós-graduação, foram convidados a
participar da pesquisa, sendo os estudantes do Ensino Técnico Integrado ao Médio
considerados mais relevantes para este trabalho. A expectativa inicial mínima de
participação deste grupo é de cinquenta (50) estudantes.
42

É válido destacar que a participação de estudantes do Ifes Campus Linhares


foi intensificada devido a minha proximidade com esse público, em virtude do meu
vínculo profissional. Este cenário me permitiu oportunidades para realização de
convites a participação e de apresentação da pesquisa aos estudantes, professores e
pesquisadores da unidade, que contribuíram, incentivando e engajando sua
participação. Além de possibilitar a clara apresentação dos termos éticos aos
participantes menores de idade que necessitam da autorização de um dos seus
responsáveis.
O outro grupo, público-alvo desta pesquisa, foi o de pesquisadores. Esse foi
composto por 10 (dez) pesquisadores do Ifes Campus Linhares com experiência em
orientação de projetos de pesquisa de iniciação cientifica. A participação dos
pesquisadores foi livre e espontânea, mediante disponibilidade. Foram convidados
pesquisadores do Campus Linhares, em virtude do meu vínculo profissional, dos
prazos e de melhores possibilidades para execução da etapa de entrevistas e coleta
de dados.

3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas, cada uma com procedimentos e


instrumentos de coleta de dados específico para cada segmento de participantes:
pesquisadores e estudantes. Após a produção e disponibilização do produto
educacional na plataforma de cursos MOOC do Ifes criada e mantida pelo Cefor, foi
realizado processo de aplicação da primeira etapa da pesquisa, que se desenvolveu
com estudantes do Ifes de diversos níveis de qualificação, sendo em sua maioria
estudantes de ensino técnico integrado ao médio.
A participação dos estudantes aconteceu por meio da aplicação do
questionário inicial ou diagnóstico (Apêndice A) e pela execução do produto
educacional e questionário final ou prognóstico (Apêndice A). Esses
procedimentos foram realizados de maneira eletrônica, dentro da plataforma de
cursos MOOC;
De maneira simultânea à aplicação da primeira etapa da pesquisa, ocorreu a
segunda etapa de aplicação, com a participação dos pesquisadores. Através de
entrevistas semiestruturadas (Apêndice A) e avaliação do curso MOOC via
43

questionário eletrônico (Apêndice A), eles realizaram valorosas contribuições para


esta pesquisa.
Em ambas as etapas, ao iniciar a aplicação dos procedimentos, foram
apresentados aos participantes os termos de participação da pesquisa:
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – Apêndice B;
• Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) – Apêndice B.
O TALE se destinou aos estudantes menores de idade, sendo necessária a
solicitação de ciência e autorização aos seus responsáveis para a participação na
pesquisa, por meio do preenchimento e assinatura do termo. Esses documentos
visaram apresentar a pesquisa e esclarecer as questões éticas do trabalho,
ressaltando o caráter voluntário da participação.
Os questionários e as entrevistas da pesquisa foram aplicados somente após
a apreciação e aprovação1 do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do
Ifes. A assinatura dos termos TALE ou TCLE pelos participantes constituiu um requisito
para o início da participação na pesquisa.
Após a aprovação do projeto pelo CEP do Ifes e lançamento do curso MOOC
na plataforma do Cefor, teve início a etapa de coleta de dados da pesquisa. No
primeiro momento, os estudantes foram convidados, por meio de seus orientadores e
docentes a conhecer os objetivos da pesquisa e manifestar seu interesse em
participar.
Ao se inscrever no curso MOOC, os participantes eram apresentados ao TCLE
e seu aceite se deu de forma eletrônica. Os estudantes menores idade receberam o
TALE, conforme Apêndice B, impresso, para que pudessem junto ao seu responsável
autorizar sua participação na pesquisa.
Os termos visavam garantir a ética da pesquisa, assegurando a compreensão
dos objetivos, riscos e benefícios do estudo, bem como a confidencialidade dos dados
e o caráter voluntário da participação. Com a aprovação ética assegurada, o curso
MOOC, produto educacional da pesquisa, foi disponibilizado aos estudantes. Essa
etapa foi crucial para ampliar o alcance da pesquisa, tornando o conteúdo sobre IC
acessível a toda comunidade acadêmica do Ifes e demais interessados.

1O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Ifes, via Plataforma Brasil.
Foi aprovado de acordo com o parecer consubstanciado nº 6.341.097, em 03 de outubro de 2023.
44

3.3.1 Primeira etapa da coleta de dados da pesquisa (estudantes)

Ao se cadastrarem na plataforma e acessarem o curso MOOC, os estudantes


eram direcionados, assim que realizavam a autorização dos termos, para o
questionário diagnóstico (Apêndice A). Esse questionário, composto por questões
objetivas e subjetivas, visa mapear a percepção inicial dos estudantes sobre o
processo de Iniciação Científica, servindo como um ponto de partida para avaliar o
perfil do participante e possíveis impactos do curso na sua percepção sobre o
processo de iniciação.
Assim que o primeiro questionário (diagnóstico) foi finalizado, o estudante
habilitava o conteúdo do curso para seguir com o processo de capacitação. Ao concluir
esta etapa de qualificação com o conteúdo do curso, os estudantes eram convidados
a responder ao segundo questionário (prognóstico). Todo este processo foi realizado
de forma eletrônica no portal de cursos MOOC do Cefor. O objetivo do segundo
questionário foi de identificar possíveis mudanças de percepção dos estudantes sobre
a IC após a participação no curso e buscar avaliar sua influência na compreensão
sobre a temática, seu interesse e intenção em participar de projetos de IC.
Em todas as etapas, a ética foi rigorosamente preservada, garantindo o
anonimato dos participantes e tratando os dados coletados com sigilo e
responsabilidade.

3.3.2 Segunda etapa da coleta de dados da pesquisa (pesquisadores)

Com apoio da Diretoria de Pesquisa e Extensão do Campus Linhares, um


grupo de dez (10) pesquisadores foi convidado a participar da pesquisa. Dessa forma,
após aceite do TCLE, conforme Apêndice B, o curso foi apresentado em maiores
detalhes aos pesquisadores que puderam observar a sua estrutura, apresentação,
principais atividades, conteúdo e objetivos, com o intuito de familiarizá-los com a
proposta da pesquisa.
Em sequência, de maneira individual, foram realizadas entrevistas
semiestruturadas (Apêndice A), que foram gravadas e posteriormente passaram por
processo de transcrição para análise. As entrevistas visavam aprofundar a análise
sobre a percepção dos pesquisadores em relação as contribuições proporcionadas
pelo curso MOOC. Buscando compreender as possíveis contribuições do produto
45

educacional para os estudantes que, de alguma maneira, almejam participar do


processo de Iniciação Científica.
Também foi possível, através desse instrumento, reunir sugestões para o
aprimoramento do curso. Durante as entrevistas, os pesquisadores tiveram a
oportunidade de expressar livremente suas impressões sobre o curso, apontando
pontos fortes, limitações e sugestões de melhorias de acordo com suas expertises.
Outro procedimento realizado pelos pesquisadores foi a avaliação do curso
(Apêndice A), através de questionário online disponibilizado por meio da ferramenta
Google Forms. Nesse instrumento de coleta, os pesquisadores avaliaram aspectos
como pertinência dos conteúdos, organização das atividades, clareza da linguagem e
adequação dos recursos didáticos.
O questionário de avaliação foi estruturado com questões fechadas, utilizando
a escala de Likert de quatro pontos (1 - inadequado, 2 - parcialmente adequado, 3 -
adequado e 4 - totalmente adequado), e questões abertas, que permitiam aos
pesquisadores expressarem livremente suas impressões e complementar as
informações compartilhadas durante as entrevistas. A estrutura do questionário de
avaliação e a abordagem utilizada nas entrevistas foram inspiradas no trabalho de
Reis (2021), “LET US PLAY: UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
VIRTUAL PARA DOCENTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA”, que desenvolveu um curso
MOOC voltado para a formação de professores e aplicou e o submeteu para avaliação
de especialistas da área específica.

3.4 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE DADOS

Após a coleta de dados, as informações foram submetidas a uma análise


criteriosa e sistemática em duas etapas complementares. A primeira etapa visou
especificamente à validação de conteúdo do produto educacional desenvolvido. A
segunda etapa, por sua vez, buscou uma compreensão mais abrangente dos
resultados da pesquisa, utilizando a análise de conteúdo segundo a proposta de
Bardin (2016).
A validação de conteúdo do curso MOOC de Introdução à Iniciação Científica,
que é o produto educacional dessa pesquisa, foi norteada pelo Índice de Validade de
Conteúdo por Item (I-IVC), aplicado de forma similar à proposta de Reis (2021) em
sua pesquisa. Esse índice visa determinar a proporção de concordância entre os
juízes / avaliadores acerca de cada item proposto, contribuindo assim para a análise
46

da efetividade do curso junto ao público-alvo. No presente estudo, o I-IVC foi aplicado


às respostas dos pesquisadores, que atuaram como juízes / avaliadores, às questões
fechadas do questionário de avaliação do curso.
Segundo a proposta sugerida por Polit e Beck (2006), o I-IVC foi calculado a
partir de questões fechadas estruturadas em uma escala likert de quatro pontos (1 -
inadequado, 2 - parcialmente adequado, 3 - adequado e 4 - totalmente adequado). O
cálculo foi ser realizado, considerando o somatório de respostas 3 e 4 dividido pelo
total de respostas obtidas. Para que um item seja considerado válido, é preciso que
ele tenha um índice de concordância dos juízes de no mínimo 0,80. A fórmula para
calcular o índice por ser representada da seguinte forma:

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠 3 𝑒 4
I − IVC =
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠

O segundo momento de análise desta pesquisa voltou-se aos dados coletados,


por meio das entrevistas e dos questionários online. Para tanto, foi utilizada a técnica
de Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2016). Essa técnica permitiu uma análise
conjunta dos dados, explorando seus diferentes aspectos e revelando padrões e
tendências. Bardin o define como “um conjunto de instrumentos metodológicos cada
vez mais sutis em constante aperfeiçoamento, que se aplicam a “discursos”
(conteúdos e continentes) extremamente diversificados.” (Bardin, 2016, p. 2).
A metodologia proposta se organiza em três principais etapas cronológicas,
cuidadosamente planejadas para garantir uma análise sistemática e estruturada dos
dados. É importante destacar que, apesar de descritas sequencialmente, as etapas
apresentam idas e vindas, com o intuito de aprimorar a análise e interpretação dos
dados. As três principais etapas são definidas como:
• Pré-análise: fase inicial de organização, sistematização e escolha dos
documentos a serem analisados.
• Exploração do material: fase de codificação, categorização e análise
aprofundada dos dados, buscando padrões e relações.
• Tratamento dos resultados: fase em que os resultados da análise são
interpretados, relacionando-os com o referencial teórico e extraindo
conclusões relevantes para a pesquisa.

A Figura 6 apresenta as etapas da Análise de Conteúdo proposta por Bardin. A


47

primeira etapa, conhecida como “pré-análise”, tem, segundo Bardin (2016, p. 125-
126), “por objetivo a organização, embora ela própria seja composta por atividades
não estruturadas, “abertas”, por oposição a exploração sistemática dos documentos.”
(Bardin, 2016, p. 125-126). Assim, ao buscar a organização do material para torná-lo
operacional e sistêmico, são previstas a execução de cinco etapas: a leitura flutuante;
a constituição do corpus da pesquisa; a formulação dos objetivos; referenciação dos
índices e a elaboração dos indicadores; e, por fim, a preparação do material.

Figura 6 - Etapas da Análise de Conteúdo


PRÉ-ANALISE EXPLORAÇÃO DO TRATAMENTO DOS
MATERIAL RESULTADOS

Organização dos Aplicação Análise,


dados: sistemática e interpretação e
questionários e codificação resultados
entrevistas;

Fonte: o autor, segundo Bardin (2016)

A segunda parte do processo, conhecida como “exploração do material”,


consiste basicamente em executar a codificação e decomposição dos dados de
acordo com as regras sistêmicas estabelecidas. Bardin (2016, p.130) ressalta que,
nesse momento, temos uma “fase, longa e fastidiosa, que consiste essencialmente
em operações de codificação, decomposição ou enumeração em função de regras
previamente formuladas”. Podemos destacar ainda que é nesse momento que temos
neste a definição das: unidades de contexto; unidades de registro; definição dos eixos
temáticos e das categorias de análise.
Na última etapa, “tratamento dos resultados”, os dados são analisados de
forma a serem significativos e validados, ou seja, “falantes” e válidos. Para tal a autora
reforça que são necessárias,

Operações estatísticas simples (percentagens), ou mais complexas (análise


fatorial), permitem estabelecer quadros de resultados, diagramas, figuras e
modelos, os quais, condensam e põem em relevo as informações fornecidas
pela análise” BARDIN (2016, p.130).

Durante o desenvolvimento desta etapa, é essencial a construção de um


movimento dialógico das categorias de análise com o referencial teórico, para que
assim se construa Interpretações e Inferências sólidas. Dessa maneira, Bardin (2016,
48

p. 130) afirma que,

O analista, tendo à sua disposição resultados significativos e fiéis, pode então


propor inferências e adiantar a interpretação a propósito dos objetivos
previstos – ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas.

Durante o processo de desenvolvimento dessa etapa de análise, foi utilizado o


software Microsoft Excel para organização e sistematização dos dados. Após a etapa
de leitura flutuante na pré-análise, foi realizado o registro das informações com a
codificação dos respondentes e agrupamento dos dados por sua fonte de coleta. Na
sequência de atividades, após análise aprofundada do corpus, foram registradas as
unidades de contexto e posteriormente as unidades de registro, além do agrupamento
dos dados em uma única grande tabela. Rodrigues (2016) descreve que as unidades
de contexto são excertos (partes ou trechos significativos das respostas dos
participantes) eles auxiliam na definição das unidades de registro que são a essência
dos recortes dos dados.
A definição dos eixos temáticos e categorias de análise deste estudo emergiu
a partir de um processo iterativo de análise dos dados, caracterizando uma
abordagem dedutiva-inferencial. A partir do desenvolvimento das etapas iniciais,
foram emergindo as unidades de registro e as categorias, que embasaram a execução
das etapas finais de análise e inferência.
49

4 PRODUTO EDUCACIONAL

O desenvolvimento de produtos educacionais inovadores é um dos pilares do


Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
(ProfEPT). Como explicitado em seu regulamento, o Art. 3º, inciso I, o ProfEPT visa
ao desenvolvimento de "produtos educacionais e materiais técnico-científicos com
vistas à melhoria do ensino e à inovação tecnológica" (ProfEPT, 2022, p. 2).
O Produto Educacional (PE) desta pesquisa é um curso da modalidade
Educação a Distância (EaD) do tipo MOOC, intitulado Introdução à Iniciação Científica,
e tem como objetivo proporcionar aos estudantes interessados o primeiro contato com
o universo da pesquisa científica de forma clara, objetiva e com linguagem acessível,
especialmente voltada aos estudantes do Ensino Técnico Integrado ao Médio.
Alicerçado nos princípios da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), que
visa à formação integral do estudante, esse produto educacional dialoga com as ideias
de autores como Pedro Demo e Paulo Freire, que defendem a pesquisa como
princípio educativo e a importância da construção autônoma do conhecimento. O
curso busca desmistificar a pesquisa científica, tornando-a mais acessível e menos
intimidadora para os estudantes.
Esse produto educacional visa construir uma base sólida de conhecimentos
essenciais para que os estudantes possam se inserir e participar ativamente de
projetos de pesquisa durante sua trajetória acadêmica. Disponibilizado na plataforma
de cursos MOOC2 do Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância
do Ifes (Cefor), o curso está acessível a todos os estudantes que desejam desenvolver
habilidades introdutórias e essenciais para a prática da pesquisa científica.
Seu planejamento e construção foram voltados para o atendimento às
necessidades dos estudantes que desejam iniciar sua jornada no mundo da pesquisa.
Com uma linguagem clara e objetiva, ele aborda os conceitos básicos de pesquisa
científica, como as etapas de um projeto e as diferentes áreas do conhecimento. Além
disso, o curso apresenta e propõe para os alunos práticas em plataformas como a do
Currículo Lattes e SIGPESQ (Ferramenta de Gestão de Projetos de Pesquisas do
Ifes). Também aborda o processo de seleção de bolsistas dentro dos editais do Ifes e
inclui dicas valiosas para a elaboração de resumos e banners, capacitando os
estudantes para a divulgação de seus trabalhos em eventos científicos.

2 Link para plataforma de cursos MOOC do Ifes - https://mooc.cefor.ifes.edu.br/


50

A estrutura do curso, que incentiva o questionamento, a reflexão crítica e a


produção autoral, contrapõe-se à pedagogia bancária criticada por Freire (1987). Ao
estimular a participação ativa do estudante, o curso promove a dialogicidade (Freire,
2000) e o desenvolvimento da autonomia, elementos essenciais para uma
aprendizagem significativa.
O curso, estruturado de forma a conectar os novos conhecimentos com os
conhecimentos prévios dos alunos, busca promover também uma aprendizagem
significativa, nos termos de Ausubel (1968).
A plataforma MOOC, por sua vez, amplia o alcance do curso e democratiza o
acesso à informação, permitindo que um número maior de estudantes possa se
beneficiar dessa proposta de formação que visa construir jovens pesquisadores mais
críticos, autônomos e engajados na construção de um futuro mais inovador e
sustentável.

4.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO EDUCACIONAL

O professor e pesquisador Gabriel Kaplún (2003) descreve que as mensagens


educativas, nesse caso, o Produto Educacional, deve ser pensado como um objeto
que facilite a experiência de aprendizagem, ou seja, uma experiência de mudança e
enriquecimento em algum sentido: conceitual ou perceptivo, afetivo, de habilidades,
atitudes etc. O autor classificou três eixos necessários para análise e construção de
mensagens educativas: eixo conceitual, eixo pedagógico e eixo comunicacional.
O eixo conceitual está relacionado ao objeto de conhecimento, com foco central
no material. O eixo pedagógico está relacionado à metodologia de ensino escolhida
para o material, assim como a forma de organização dos conteúdos e os recursos
pedagógicos indicados. O eixo comunicacional relaciona-se à forma, ou seja, ao
“veículo” escolhido para a entrega do conteúdo. Esses três eixos articulam-se e dão
característica tridimensional ao material, servindo e orientando o processo criativo.
Considerando os conceitos propostos acima, este produto educacional possui
em seu eixo conceitual viés explicativo, conta com conceitos básicos em formato de
explicação e em formato de diálogo, com depoimentos de estudantes e pesquisadores,
além de abordar alguns aspectos práticos.
A estrutura do projeto do curso segue a organização de conteúdos propostos
da seguinte maneira:
51

Quadro 2 - Quadro do conteúdo do curso MOOC – Introdução a Iniciação Científica

CATEGORIAS TÓPICOS

O que é iniciação Científica


Conceitos Iniciais Por que realizar pesquisas científicas?
Conhecendo pesquisas realizadas no Brasil
O que é um projeto de pesquisa?
Como fazer para participar?
Como eu consigo participar?
Plataforma Lattes: cadastrando meu currículo
Plataforma SIGPESQ: Cadastrando e conhecendo uma
plataforma de Gestão de Projetos de Pesquisa
E agora como acontece a execução da pesquisa? O
que eu tenho que fazer?
O que eu tenho que fazer? Depoimentos de pesquisadores (orientadores e
estudantes), explicando a sobre a finalidade dos
projetos e relatando a experiência sobre as atividades
e resultados;

Como encerra meu trabalho? O que se fazer com o resultado de uma pesquisa?
(elaboração de resultados)
Dicas para elaboração de Resumo Científico
Material Extra Dicas para elaboração de Pôster
Dicas para boa redação científica

Fonte: Autoria Própria (2024)

No eixo pedagógico, o curso propõe uma metodologia baseada em estudos,


individuais com atividades de autoinstrução, como estudos dirigidos, práticas em
atividades colaborativas, apresentação com elementos com designer gráfico
atraentes, questionários online e participação em fóruns para compartilhamento de
experiencias. Os conteúdos foram disponibilizados em formato de vídeos, tutoriais,
materiais complementares como: links, textos. O aluno é convidado a aprender com
base em observações, atividades práticas e depoimentos.
Acerca do eixo comunicacional, utilizamos de recursos audiovisuais (vídeos
e animações), interação por meio de fóruns, linguagem simplificada e acessível,
voltada principalmente ao público de estudantes do ensino técnico integrado ao médio,
e com identidade visual e aspectos ligados ao mundo digital e dos games.
A disponibilização do curso na plataforma de MOOCs do Ifes demandou a
adesão às diretrizes e padrões estabelecidos pela instituição. Um dos requisitos para
52

submeter a proposta do curso é que o proponente realize uma capacitação na própria


plataforma, realizando o curso: Como criar um MOOC?. Neste processo, é realizada
orientação para utilização do modelo ADDIEM, para o planejamento e
desenvolvimento do curso do tipo MOOC, garantindo a qualidade do material e a
adequação do curso desenvolvido à plataforma de MOOCs.
O desenvolvimento do curso MOOC, portanto, foi uma experiência rica e
desafiadora, conduzida por meio do modelo ADDIEM. Inspirado no modelo ADDIE,
amplamente reconhecido na construção de cursos a distância, o modelo ADDIEM
adapta as etapas para a realidade dos MOOCs e considera as especificidades da
instituição onde foi concebido (Battestin e Santos, 2022).
O nome ADDIEM, proposto por Battestin e Santos (2022), refere-se à sigla que
contém as iniciais de cada uma das 5 etapas do modelo: A de Analysis (Análise), D
de Design (Desenho), D de Development (Desenvolvimento), I de Implement
(Implementação), E de Evaluate (Avaliação) e M de MOOCs.
O processo de desenvolvimento teve início na fase de Análise, onde, a partir
de uma imersão na literatura sobre a temática e nas demandas do público-alvo, foram
definidos os objetivos de aprendizagem, a metodologia, os recursos, o cronograma e
os instrumentos de avaliação do curso. "Na etapa de Análise, o proponente deve
estabelecer os objetivos do curso, sua metodologia, justificativa, elencar recursos
necessários e apresentar um diagnóstico de contexto do público-alvo e institucional,
se for o caso, além de demais necessidades para o desenvolvimento e implementação
do projeto." (Battestin e Santos, 2022, p. 7). Essa etapa resultou na elaboração de um
projeto detalhado (APÊNDICE C), norteador de todo o processo.
A fase de Desenho consolidou o planejamento, com a definição da estrutura
do curso, a organização dos módulos, a seleção dos conteúdos e a escolha dos
recursos didáticos. O mapa de atividades (APÊNDICE D), ferramenta fundamental
nessa etapa, permitiu visualizar a estrutura do curso e garantir a coerência entre os
objetivos, os conteúdos e as atividades.
O Desenvolvimento representou a etapa mais trabalhosa, com a produção de
videoaulas, a criação de textos interativos, a elaboração de questionários online e a
adaptação de atividades autoinstrucionais para funcionar na plataforma Moodle.
Busquei utilizar recursos visuais atraentes e uma linguagem clara e objetiva, a fim de
tornar o curso mais dinâmico e acessível ao público-alvo.
A Implementação trouxe o desafio de configurar a sala virtual no ambiente
53

Moodle, inserindo os materiais produzidos e ajustando as configurações do curso. A


utilização de um checklist, ferramenta essencial nessa etapa, garantiu que todos os
elementos estivessem funcionando corretamente antes da fase de avaliação.
A Avaliação, última etapa do processo, contou com a participação de
especialistas na área temática e de potenciais alunos do curso, que contribuíram com
sugestões e feedback para o aprimoramento do conteúdo e da estrutura do MOOC.

Figura 7 – Etapas do modelo ADDIEM

Fonte: Battestin e Santos (2022)

A Figura 7 apresenta um resumo e a sequência das etapas que compõe o


modelo ADDIEM. O desenvolvimento do curso MOOC, Introdução à Iniciação
Científica, guiado pelo modelo ADDIEM, foi uma experiência valiosa que me permitiu
aprimorar minhas habilidades na criação de materiais didáticos online e aprofundar
meus conhecimentos sobre a temática da pesquisa científica. Acredito que o curso,
agora disponível na plataforma MOOC do Cefor, poderá contribuir para a formação de
jovens pesquisadores e para a democratização do acesso ao conhecimento científico.
No Apêndice C deste trabalho, encontra-se o Projeto do Curso, onde foi
estabelecido seu planejamento de acordo com as diretrizes do modelo ADDIEM. O
Formulário de Cadastro (projeto inicial) apresenta informações detalhadas do curso,
abrange desde os dados cadastrais do proponente até a descrição do público-alvo, os
54

recursos necessários, a metodologia e os resultados esperados.


No Apêndice D, temos o Mapa de Atividades. Este, por sua vez, apresenta
um panorama da estrutura do curso, com a definição dos módulos, dos tópicos, dos
conteúdos, das atividades e dos instrumentos de avaliação, possibilitando assim
estruturar o curso em um documento completo e norteador.
Esses documentos demonstram parte da aplicação prática do modelo ADDIEM
e ilustram o processo de planejamento detalhado que norteou o desenvolvimento do
curso MOOC. A consulta a esses documentos permite ao leitor compreender a
estrutura e a organização do curso, bem como os objetivos e as estratégias
pedagógicas que o norteiam.

Figura 8 – Identidade visual - Banner do curso

Fonte: Cursos abertos do Ifes (2024)

A fase de Desenvolvimento, marcada pela materialização do planejamento,


concentrou os maiores esforços na produção dos recursos didáticos e na construção
da identidade visual do curso, que pode ser observada na Figura 8 e Figura 9.
Buscando um design atraente e intuitivo, contei com a colaboração de diversas
pessoas, inclusive de uma estudante do Curso Técnico Integrado em Administração
do Campus Linhares, que auxiliou na criação de alguns artefatos visuais do curso,
garantindo a coesão estética e a comunicação eficiente dos conteúdos.
55

Figura 9 – Identidade visual dos tópicos do curso

Fonte: Cursos abertos do Ifes (2024)

Buscando enriquecer a experiência de aprendizagem e aproximar os alunos da


realidade da pesquisa científica, foram gravados vídeos que apresentam projetos
desenvolvidos no Ifes – Campus Linhares. Na Figura 10, podemos observar atividades
de produção dos depoimentos com pesquisadores(as) e alunos(as).

Figura 10 – Gravação dos depoimentos sobre os projetos

Fonte: Autoria Própria (2024)


56

Também foi desenvolvida nessa etapa, desenvolvimento, a edição e a


organização de todo o material produzido, garantindo a qualidade técnica dos vídeos
e a coerência com a identidade visual do curso. A revisão textual e a aplicação de
legendas nos vídeos asseguraram a acessibilidade e a compreensão do conteúdo por
todos os alunos.
A produção do material didático envolveu a elaboração de textos explicativos,
com linguagem clara e objetiva, e a criação de vídeos tutoriais, utilizando a técnica de
gravação de tela para demonstrar o passo a passo de ferramentas e plataformas,
como o Currículo Lattes e o Sigpesq.
A Figura 11, a seguir, apresenta um dos itens de tópico que exibe o conteúdo
relacionado ao projeto IF-Maker Bots, contendo vídeo com apresentação do projeto,
depoimento do pesquisador e do aluno, com informações sobre as atividades que são
desenvolvidas durante o projeto, tempo gasto e sua satisfação em participar de IC.

Figura 11 – Identidade visual - Item de tópico

Fonte: Cursos abertos do Ifes (2024)

A fase de Implementação, última etapa antes da disponibilização do curso,


culminou com a avaliação do material produzido e a finalização da configuração da
sala virtual na plataforma do Cefor. Após a inserção e configuração de todo o conteúdo,
foram realizados testes para garantir a funcionalidade de cada elemento do curso, e
o material passou por uma avaliação realizada por especialistas conforme
57

procedimentos definidos pelo Cefor.


Com base nos feedbacks recebidos, foram realizados os ajustes necessários,
assegurando a melhoria, qualidade e a coerência do curso.

4.2 APLICAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL

A etapa de Implementação se completou com a liberação oficial do curso de


Introdução à Iniciação Científica na plataforma de cursos MOOC do Cefor. Para
marcar o lançamento e apresentar o curso aos estudantes, foi realizada uma aula
inaugural transmitida ao vivo pelo canal do Cefor no YouTube. O evento ocorreu no
dia 18 de outubro de 2023, às 15h. Na Figura 12 e 13, podemos visualizar etapas da
aula inaugural, disponível no canal do Cefor no YouTube.

Figura 12 – Abertura da aula inaugural

Fonte: Canal Cefor – Youtube (2024)

Durante a live da aula inaugural do MOOC, foram apresentados os objetivos do


curso, a estrutura, os conteúdos, os recursos didáticos e a metodologia utilizada. A
transmissão ao vivo também proporcionou um espaço de interação com os
participantes, que puderam tirar dúvidas sobre o curso e sobre o processo de iniciação
científica.
Após a aula inaugural, teve início a etapa de aplicação da pesquisa, com a
divulgação do curso para os estudantes do Ifes, com foco nos estudantes do Campus
Linhares. Contando com o apoio dos pesquisadores e professores, que se engajaram
na divulgação do curso, foram utilizadas diferentes estratégias para convidar os
alunos a participar da pesquisa.
58

Figura 13 – Aula inaugural, apresentação do curso

Fonte: Canal Cefor – Youtube (2024)

Além da divulgação em grupos de pesquisa e salas de aula de maneira


presencial, o WhatsApp foi utilizado como ferramenta de comunicação de larga escala.
Foram enviadas mensagens personalizadas, contendo convite a participação do curso,
como o apresentado na Figura 14 – Convite para o curso MOOC. Essa estratégia,
baseada na colaboração da comunidade acadêmica e na utilização de diferentes
canais de comunicação, visou ampliar o alcance da pesquisa e incentivar a
participação dos estudantes.

Figura 14 – Convite para o curso MOOC

Fonte: Autoria própria (2024)


59

Por fim, vale destacar que os cursos do tipo MOOCs têm como características
a gratuidade, serem massivos, abertos e online. Nesse sentido, Munhoz (2016, p. 10)
afirma que os cursos MOOCs:

[...] representam uma nova abordagem que exige uma preparação


diferenciada para os três atores do processo de ensino e aprendizagem:
instituições de ensino, localizadas no virtual; professores, colocados como
colaboradores e capacitados a desenvolver trabalhos no ambiente digital;
e estudantes de uma geração digital que ainda necessitam saber como
desenvolver a aprendizagem independente e superar a superficialidade
com que a velocidade das transformações os faz encarar as coisas.

A modalidade de ensino (EaD), escolhida para o produto educacional, justifica-


se e se faz adequada para essa proposta, pois uma de suas principais virtudes é
possibilitar ao aluno versatilidade de tempo e local para realizar seus estudos. Essas
características são interessantes alternativas para alguns dos problemas elencados
nos trabalhos anteriores e analisados por essa pesquisa, por exemplo, a baixa
disponibilidade de tempo um dos estudantes do Ensino Técnico Integrado ao Médio.
A possibilidade de trabalhar metodologias de ensino diversificadas em um
ambiente atrativo para o público do ensino médio, uma geração nativa, digitalmente,
é outro grande incentivo para efetiva participação e engajamento dos estudantes.
60

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, apresentamos os resultados oriundos da aplicação desta


pesquisa. Primeiramente, são expostos os dados gerais a respeito dos participantes,
com a finalidade de conhecer o perfil dos pesquisados. Na sequência, apresentamos
os resultados relacionados à avaliação do curso MOOC e, em seguida, os resultados
da etapa de análise de conteúdo com os dados coletados durante a pesquisa.
Para melhor compreender a diversidade de perspectivas e experiências que
permeiam os resultados desta pesquisa, este capítulo inicia-se com uma
apresentação dos perfis dos participantes. A amostra, composta por indivíduos com
diferentes backgrounds e vivências, foi dividida em dois grupos distintos: estudantes
e pesquisadores.
É fundamental reconhecer que este estudo possui um viés em relação ao
Campus Linhares do Ifes. A maioria dos estudantes participantes (95%) é vinculada a
esse campus, e todos os pesquisadores convidados para a validação do curso MOOC
atuam na unidade. Essa concentração se deve, em grande parte, à necessidade de
obter autorização dos responsáveis para a participação de estudantes menores de
idade na pesquisa. A proximidade física do pesquisador com o Campus Linhares, onde
atua profissionalmente, facilitou a comunicação e a obtenção das autorizações nos
TALEs.
Essa circunstância, somada ao vínculo profissional do pesquisador com o
campus, resultou em uma maior adesão de estudantes e pesquisadores de Linhares.
No entanto, é fundamental destacar que essa realidade pode não refletir a diversidade
de experiências e percepções presentes nos demais campi do Ifes, com seus
diferentes contextos e níveis de envolvimento com a Iniciação Científica. A análise dos
resultados, portanto, deve ser interpretada com cautela, considerando as
especificidades do campus e a possibilidade de que os resultados não sejam
generalizáveis para todo o Ifes.

5.1 PERFIL PARTICIPANTES – ESTUDANTES

É importante destacar que, após a liberação do produto educacional na


plataforma de cursos MOOC do Ifes, mais de 500 (quinhentos) estudantes se
matricularam até o mês de janeiro de 2024, data definida como limite para coleta dos
61

dados dessa pesquisa. Do quantitativo total de estudantes matriculados, 227


(duzentos e vinte e sete) estudantes são alunos do Ifes. Do montante de alunos do
Ifes, 73 (setenta e três) estudantes participaram integralmente das etapas definidas
na pesquisa, entregando o TCLE assinado, respondendo aos questionários e
cumprindo as atividades propostas no curso até sua conclusão.
Diante deste recorte, foram selecionados os dados apenas dos 73 (setenta e
três) estudantes para composição do corpus que representam os dados usados na
pesquisa. Com o objetivo de caracterizar os estudantes participantes do estudo,
apresentamos o perfil com características gerais e outras ligadas à Iniciação Científica.
Com o intuito de preservar a privacidade e o anonimato dos participantes,
apresentamos as Tabela 1 e 2 a seguir.
Diante dos dados sumarizados, podemos observar, na Tabela 1, que a maioria
dos participantes foram do sexo feminino (60%); com idade inferior a 18 anos (86%);
quase em sua totalidade são do Campus Linhares (95%) e na maioria dos casos
estavam no Ensino Médio (88%), com grande representatividade dos calouros os
alunos em seu primeiro ano de Ifes (77%).

Tabela 1 – Caracterização dos estudantes participantes

CARACTERÍSTICAS VARIÁVEIS CATEGORIAS N (%)

Feminino 44 60%
Sexo
Masculino 29 40%

Até 17 anos 63 86%


Idade
18 anos ou acima 10 14%
GERAIS

Campus / Linhares 69 95%


Localidade Outros campi do Ifes 4 5%

Ensino médio 64 88%

Ensino superior 9 12%


Formação
No 1º ano de curso 56 77%

No 2º ano de curso ou acima 17 23%

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)

Na Tabela 2, apresentamos outras características ligadas à pesquisa, que tem


como objetivo traçar uma perspectiva prévia a respeito dos conhecimentos,
experiências e percepções dos estudantes com relação ao tema Iniciação Científica.
62

Tabela 2 – Caracterização dos estudantes participantes – antes do curso

CARACTERÍSTICAS VARIÁVEIS CATEGORIAS N (%)

Já foi apresentado a IC por servidores do Ifes 41 56%

Não foi apresentado a IC por servidores do Ifes 32 44%

Possui alguma experiência com IC 14 19%


Experiências
Não possui experiência com IC 59 81%
INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Participa ou já participou de projetos de IC 14 19%

Ainda não participa de projetos de IC 59 81%

Conhece os programas de IC do Ifes 30 41%


Não conhece os programas de IC do Ifes 43 59%
Acredita que os programas de IC são
69 95%
importantes
Percepção
Não sabe se os programas de IC são
4 5%
importantes

Gostaria de participar de projetos de IC 58 79%

Não gostaria de participar de projetos de IC 15 21%

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)

Podemos observar uma quantidade considerável dos estudantes que já foi


apresentada ao tema IC (56%); porém, a maioria dos estudantes responderam que
não tem experiência com IC (81%); essa representatividade se repete quando
questionados se já participaram ou participam de projetos de IC: apenas 19%
responderam que sim, já têm experiência.
Quando avaliamos as questões ligadas à percepção dos discentes sobre IC,
mais da metade dos estudantes responderam que não conhecem os programas do
Ifes voltados à promoção desse tipo de prática – cerca de 59% dos estudantes
desconhecem os programas; entretanto 95% responderam que acreditam na
importância dos mesmos programas; 79% responderam que gostariam de participar,
uma representatividade bem interessante do total de participantes.
Apresentamos, na Tabela 3, a sumarização das questões ligadas à percepção
dos estudantes, entretanto esses dados foram obtidos no questionário após o curso,
com a finalidade de observar possíveis alterações de percepção sobre IC. O resultado
apresentado na Tabela 3 evidencia algumas diferenças significativas se comparado
aos resultados apresentados na Tabela 2. Uma das diferenças mais evidentes está
relacionada à resposta dos estudantes sobre os programas de IC do Ifes, que obteve
um aumento de cerca de 30%; quando questionados sobre a importância dos
programas, o resultado foi de 99% e com relação ao desejo de participar de projetos
63

de IC, a mudança foi discreta, com um aumento de 5%, em relação a resposta obtida
no início do curso, ou seja 84%.

Tabela 3 – Caracterização dos estudantes participantes – após do curso


CARACTERÍSTICAS VARIÁVEIS CATEGORIAS N (%)

Conhece os programas de IC do Ifes 51 70%


INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Não conhece os programas de IC do Ifes 22 30%


Acredita que os programas de IC são
72 99%
importantes
Percepção
Não sabe se os programas de IC são
1 1%
importantes
Gostaria de participar de projetos de IC 61 84%

Não gostaria de participar de projetos de IC 12 16%

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)

Nas Tabelas 4 e 5, são sumarizadas informações referentes aos principais


motivos para não participação dos estudantes em projetos de IC. A tabela 5 apresenta
os resultados após a execução do curso.
Ao observarmos os dados apresentados nas Tabelas 4 e 5, fica bem evidente
que, na perspectiva dos estudantes, o “Tempo para se dedicarem aos projetos” é um
dos principais motivos para sua não participação, com quase 50% dos estudantes
indicando esse item como um dos seus motivos para não participar. Outro motivo de
grande representatividade foi: “Já estou muito sobrecarregado com as atividades
escolares”, com aproximadamente 30% dos estudantes indicando esse motivo.
Tabela 4 – Sumarização das respostas da questão 14 no questionário diagnóstico
Quais os motivos para você não participar de projetos de Iniciação Científica?
*Você pode marcar mais de uma opção.

DESCRIÇÃO N (%)

Não sei o que são projetos de pesquisa científica 13 18%

Tenho pouco tempo para dedicar aos projetos 35 48%

Não conheço professores/pesquisadores que poderiam me incluir em projetos 11 15%

Acredito que as tarefas do projeto seriam muito difíceis 6 8%

Não me considero capaz para participar de um projeto de pesquisa 11 15%

Não sei o que precisaria fazer durante o projeto 15 21%

Não quero participar de projetos de iniciação científica agora 5 7%

Não acredito que terei benefícios/vantagens em participar de projetos de pesquisa cientifica 1 1%

Já estou muito sobrecarregado com as atividades escolares 23 32%

Outros. 11 15%

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)


64

Tabela 5 – Sumarização das respostas da questão 12 no questionário prognóstico


Quais os motivos para você não participar de projetos de Iniciação Científica?
*Você pode marcar mais de uma opção.

DESCRIÇÃO N (%)

Não sei o que são projetos de pesquisa científica 12 16%

Tenho pouco tempo para dedicar aos projetos 36 49%

Não conheço professores/pesquisadores que poderiam me incluir em projetos 13 18%

Acredito que as tarefas do projeto seriam muito difíceis 9 12%

Não me considero capaz para participar de um projeto de pesquisa 6 8%

Não sei o que precisaria fazer durante o projeto 16 22%

Não quero participar de projetos de iniciação científica agora 4 5%

Não acredito que terei benefícios/vantagens em participar de projetos de pesquisa cientifica 2 3%

Já estou muito sobrecarregado com as atividades escolares 20 27%

Outros. 7 10%

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)

Observamos, ainda, que alguns estudantes indicaram motivos relacionados à


falta de conhecimento sobre IC e desconhecimento das atividades que deveriam
desempenhar durante a execução do projeto. Esses estudantes representaram um
percentual de cerca de 20% dos participantes. A diferença da comparação entre as
respostas obtidas no primeiro e segundo questionário mostrou que o item “Não me
considero capaz para participar de um projeto de pesquisa”, com 15% no primeiro
questionário, passou para 8% no segundo questionário, representando assim uma
diminuição dessa percepção por parte dos estudantes.
Os estudantes também foram perguntados sobre motivos que os levariam a
participar de um projeto de IC. Essa questão foi realizada apenas no segundo
questionário, e a tabela 06 apresenta as respostas sumarizadas dessa questão.

Tabela 6 – Sumarização das respostas da questão 11 no questionário prognóstico


Quais os principais motivos para você participar de projetos de iniciação científica?
*Você pode marcar mais de uma opção.

DESCRIÇÃO N (%)

Tenho interesse na remuneração financeira da bolsa de pesquisa; 22 30%

Possibilidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula; 26 36%

Possibilidade de conhecer um pouco mais sobre determinada área profissional específica; 38 52%

Possibilidade de produzir conhecimento e descobertas científicas; 40 55%

Conhecer melhor o processo de pesquisa científica, que será útil na minha vida acadêmica; 32 44%

Outros 1 1%

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)


65

Com relação aos dados da Tabela 6, é que em sua maioria os estudantes têm
como motivações para participação dos projetos a possibilidade de conhecer mais
sobre determinada área e produzir conhecimentos e descobertas científicas, com mais
de 50% de indicação desta opção por parte dos estudantes.

5.2 PERFIL PARTICIPANTES − PESQUISADORES

Este estudo contou com a participação de dez pesquisadores, na etapa de


avaliação do curso proposto como produto educacional e na etapa de entrevista
semiestruturada com foco na proposta da pesquisa. A seleção dos avaliadores
convidados se deu, considerando o critério da localidade de atuação profissional
(Campus Linhares), experiência com coordenação de projetos de IC e a
disponibilidade em participar da pesquisa. A Tabela 7 apresenta a caracterização dos
avaliadores.

Tabela 7 – Caracterização dos juízes (pesquisadores)

CARACTERÍSTICAS VARIÁVEIS CATEGORIAS N (%)

Feminino 1 10%
Sexo
Masculino 9 90%
GERAIS

Pós-graduação stricto sensu (mestrado) 7 70%


Titulação
Pós-graduação stricto sensu (doutorado) 3 30%

Professor do ensino Básico Técnico e Tecnológico 9 90%


Vínculo
profissional Técnico Administrativo em Educação 1 10%

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)

Observa-se, a partir da Tabela 7, a predominância de avaliadores do sexo


masculino (90%), com titulação em nível de mestrado (70%) e que atuam como
professores no ensino Básico Técnico e Tecnológico (90%). É importante destacar a
baixa presença de pesquisadores do sexo feminino e de servidores Técnico
Administrativo apenas 10%.
A baixa representatividade de servidores técnico-administrativos na pesquisa
(apenas 10%) pode ser explicada por diversos fatores. A natureza das atividades
administrativas, em geral, não inclui a pesquisa como parte de suas atribuições,
limitando as oportunidades de envolvimento dos servidores nesse campo. Além disso,
o quantitativo de servidores técnico-administrativos é menor em relação à carreira
66

docente, o que impacta diretamente na proporção de participantes. Outro fator


relevante é a formação dos servidores, que nem sempre atinge o nível de graduação
ou pós-graduação, requisito obrigatório para a participação nos editais de fomento à
pesquisa do PICTI. Esses fatores, em conjunto, contribuem para a menor participação
dos servidores técnico-administrativos em atividades de pesquisa.

5.3 AVALIAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL

Com o início da etapa com participação dos estudantes, foi iniciada também a
etapa com participação dos pesquisadores, que, após entrevistas, realizaram
avaliação do curso segundo questionário pré-estabelecido (Apêndice A) e avaliado
conforme Índice de Validade de Conteúdo (I-IVC), que demonstra o grau de
concordância dos especialistas (pesquisadores) em relação a cada critério avaliado.
O primeiro quesito avaliado pelos juízes foi a organização do curso (Tabela
8). A avaliação do critério obteve um Índice de Validade de Conteúdo (I-IVC) de 1,
indicando concordância total dos especialistas em relação à estrutura e organização
do curso. Esse resultado demonstra a eficácia do modelo ADDIEM, utilizado na
construção do MOOC, e que prioriza a qualidade e a clareza do conteúdo.

Tabela 8 – Análise da organização do curso

ORGANIZAÇÃO DO CURSO

Parcialmente Totalmente
Item Inadequado Adequado I-IVC
adequado adequado

A estrutura do curso está


0 0 6 4 1
adequada

O conteúdo é apresentado numa


0 0 4 6 1
sequência lógica

Carga horária do curso está


0 0 4 6 1
adequada

Os objetivos educacionais são


0 0 4 6 1
apresentados claramente

Total do grupo (média simples) 1

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)


67

Battestin e Santos (2022) reforçam que as primeiras fases do modelo ADDIEM,


Análise e Desenho do curso, são essenciais para a qualidade do MOOC. Com
objetivos muito claros, essas etapas são responsáveis pelo projeto do curso e seu
planejamento.
Na fase de Análise, definimos a essência do curso: objetivos, justificativas,
metodologia, público-alvo, recursos, equipe, formas de fomento, pré-requisitos,
resultados esperados e avaliação da aprendizagem. É nesse momento que
estruturamos o projeto do curso, como um mapa detalhado que guiará as próximas
etapas.
Dando continuidade, a fase de Desenho tem como foco o planejamento
detalhado do curso, aprofundando a metodologia, os conteúdos, as atividades a
serem desenvolvidas e a avaliação da aprendizagem. Battestin e Santos (2022) nos
afirmam que, para facilitar a visualização e organização do professor, utiliza-se o Mapa
de Atividades, ferramenta fundamental para a construção de um MOOC eficaz e
estruturado. Em complemento, destacamos que o mapa de atividades tem “o objetivo
de possibilitar ao professor visualizar como ficará estruturada a sala de aula virtual do
seu curso” (Battestin; Santos, 2022, p. 8).
O próximo aspecto avaliado foi o conteúdo do curso (Tabela 9).

Tabela 9 – Análise do conteúdo do curso

CONTEÚDO DO CURSO

Parcialmente Totalmente
Item Inadequado Adequado I-IVC
adequado adequado
O conteúdo demonstra a
0 0 2 8 1
finalidade do curso

O conteúdo é apropriado ao
0 0 4 6 1
público-alvo

O conteúdo é claro e objetivo 0 0 3 7 1

A redação do material está bem


estruturada em concordância e 0 1 3 6 0,9
ortografia

Os recursos audiovisuais são


0 0 8 2 1
suficientes e satisfatórios

Total do grupo (média simples) 0,98

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)

A análise do conteúdo do curso, apresentada na Tabela 9, revelou um alto


índice de aprovação pelos especialistas, com I-IVC médio de 0,98, demonstrando a
68

qualidade do material produzido. Os itens O conteúdo demonstra a finalidade do


curso, O conteúdo é apropriado ao público-alvo, o conteúdo é claro e objetivo e
os recursos audiovisuais são suficientes e satisfatórios receberam I-IVC de 1,
indicando concordância total entre os avaliadores. Essa percepção positiva sugere
que o curso cumpre seu objetivo de apresentar a iniciação científica de forma clara e
direcionada ao público-alvo, utilizando recursos audiovisuais eficazes.
A aplicação do modelo ADDIEM, como descrito por Battestin e Santos (2022),
provavelmente contribuiu para essa clareza, visto que o modelo prevê, na fase de
Avaliação, a análise do curso por especialistas, garantindo a qualidade do conteúdo e
a adequação aos objetivos, conforme descrevem:

pessoas com o perfil do público-alvo são indicadas para avaliar o curso. Elas
farão o curso como alunos e preencherão um formulário de avaliação,
indicando possíveis melhorias [...] de posse das avaliações dos especialistas,
o professor/instrutor realiza os ajustes necessários e envia a um revisor de
Português (Battestin; Santos, 2022, p. 9).

Entretanto, o item a redação do material está bem estruturada em


concordância e ortografia obteve um I-IVC de 0,9, evidenciando uma leve
discordância entre os especialistas. Apesar da maioria considerar a redação
adequada, essa discrepância pode indicar a necessidade de uma revisão mais
aprofundada do material textual, buscando aprimorar a estrutura, concordância e
ortografia.
Apesar dessa pequena ressalva, o I-IVC geral de 0,98 demonstra que o
conteúdo do curso MOOC de Introdução à Iniciação Científica é considerado válido e
adequado pelos especialistas. Os resultados indicam que o curso é eficaz em
apresentar a iniciação científica ao público-alvo, utilizando recursos audiovisuais
adequados e um conteúdo claro e objetivo. No entanto, uma nova revisão textual pode
aprimorar ainda mais a qualidade do material.
O último aspecto avaliado, apresentado na Tabela 10, foi a relevância do
curso. A análise do aspecto relacionado à relevância do curso MOOC demonstra a
importância do tema para a formação dos estudantes, especialmente no contexto da
Educação Profissional e Tecnológica (EPT).
Todos os itens avaliados obtiveram um I-IVC de 1, indicando concordância total
dos especialistas sobre a relevância do curso. O destaque vai para os itens O curso
fomenta a reflexão sobre a importância da Iniciação Científica na EPT e O curso
69

fomenta a reflexão sobre a importância da pesquisa científica para a vida do


discente, que receberam a maior quantidade de votos em Totalmente adequado.

Tabela 10 – Análise da relevância do curso

RELEVÂNCIA DO CURSO

Parcialmente Totalmente
Item Inadequado Adequado I-IVC
adequado adequado

Os temas tratados têm relevância


na Educação Profissional e 0 0 2 8 1
Tecnológica

O curso fomenta a reflexão sobre


a importância da Iniciação 0 0 1 9 1
Cientifica na EPT

O curso fomenta a reflexão sobre


a importância da Iniciação 0 0 4 6 1
Cientifica no ensino médio
O curso fomenta a reflexão da
importância da pesquisa cientifica 0 0 2 8 1
para a vida do discente

Total do grupo (média simples) 1

Fonte: Elaborado pelo autor, dados da pesquisa (2024)

Todos os itens avaliados obtiveram um I-IVC de 1, indicando concordância total


dos especialistas sobre a relevância do curso. O destaque vai para os itens O curso
fomenta a reflexão sobre a importância da Iniciação Científica na EPT e O curso
fomenta a reflexão sobre a importância da pesquisa científica para a vida do
discente, que receberam a maior quantidade de votos em Totalmente adequado.
Essa percepção reforça o papel do curso em estimular a reflexão sobre a
pesquisa científica e sua importância não só para a vida acadêmica, mas também
para a formação integral do estudante. A iniciação científica na EPT, como abordada
no curso, vai além da produção de conhecimento técnico, incentivando o
desenvolvimento do pensamento crítico, da autonomia intelectual e da capacidade de
resolução de problemas.
A alta relevância do curso MOOC Introdução à Iniciação Científica evidencia a
necessidade de realizar a pesquisa científica durante a jornada do estudante na EPT,
despertando o interesse pela investigação e pela busca de soluções para os desafios
da sociedade. O curso demonstra que a iniciação científica é uma ferramenta
importante para auxiliar na formação de cidadãos críticos, criativos e engajados na
construção de um futuro mais inovador e sustentável.
70

Essa etapa da pesquisa também considerou as respostas discursivas dos


pesquisadores, complementando a respostas fechadas e buscando aprofundar a
compreensão de suas percepções em relação ao curso. Essas respostas trouxeram
detalhes e perspectivas individuais, foram analisadas em conjunto com os demais
dados da pesquisa de origem discursiva e serão apresentadas no próximo subcapítulo.
Essa análise inicial sugere que os pesquisadores consideram o curso relevante e
adequado aos objetivos propostos.

5.4 ANÁLISE DE CONTEÚDO

Esta sessão apresenta os resultados da análise realizada a partir dos dados


coletados nesta pesquisa. Ressaltamos que eles foram obtidos a partir dos
questionários (de estudantes e pesquisadores) e das entrevistas (pesquisadores). A
proposta metodológica aplicada nos permitiu uma abordagem sistemática e rigorosa,
proporcionando uma interpretação e uma compreensão profunda do significado dos
dados coletados.
Como já apresentado, a análise de conteúdo proposta por Bardin (2016) foi
definida e utilizada para amparar cientificamente as etapas de análise deste estudo.
Sendo ela estruturada em três principais etapas, conforme Figura 7: pré-análise;
exploração do material e tratamento dos resultados.
A pré-análise (Bardin, 2016) constituiu a primeira etapa da análise, onde foram
executadas atividades de organização, codificação e sistematização do corpus da
pesquisa. Destacamos que, durante o processo de codificação, o nome dos
participantes foi codificado através de lógica de que reúne algumas letras do nome
e sobrenome do participante. Esse procedimento foi motivado por critérios éticos e a
necessidade de garantir o anonimato dos participantes. Em seguida, na segunda
etapa, no processo de exploração do material, foram definidas as unidades de
contexto e as unidades de registro.
Segundo Bardin (2016), a unidade de contexto serve como um elemento
fundamental para a compreensão das unidades de registro, pois representa o
segmento da mensagem que permite contextualizar e interpretar o significado exato
da unidade de registro. As dimensões da unidade de contexto são sempre superiores
às da unidade de registro.
As unidades de registro, por sua vez, foram estabelecidas de forma indutiva,
71

ou seja, de acordo com o conteúdo observado no corpus da pesquisa. Para Bardin


(2016), a unidade de registro corresponde à unidade de significação codificada, que
representa o segmento de conteúdo considerado unidade de base para a
categorização e contagem frequencial.
A autora, ao discutir a definição das unidades de registro, destaca que estas
podem assumir diferentes formas, variando em natureza e dimensões. Ela menciona
que, em alguns casos, o recorte se dá em nível semântico, como a identificação de
temas, enquanto, em outros, o recorte se dá em nível linguístico, como a palavra ou a
frase. Nesse estudo, a abordagem utilizada para definição das unidades de registro
foi baseada em temas: “o tema é a unidade de significação que se liberta naturalmente
de um texto analisado segundo certos critérios relativos à teoria que serve de guia a
leitura” (Bardin, 2016, p. 136).
Em sequência às atividades de definição das unidades de registro, temos a
etapa de definição das categorias de análise. A categorização, para Bardin (2016),
constitui-se em um processo de agrupamento de elementos que compartilham
características comuns, identificadas a partir da análise do texto. A autora destaca que
esse processo pode se dar em duas etapas: o inventário, que consiste na identificação
e isolamento dos elementos, e a classificação, que organiza esses elementos em
categorias segundo critérios pré-definidos.
Para Bardin (2016), a categorização visa à classificação de elementos
constitutivos de um conjunto, por meio da diferenciação e posterior agrupamento
segundo analogias, utilizando critérios previamente definidos. As categorias, definidas
como rubricas ou classes, reúnem um conjunto de elementos sob um título genérico,
que representa a característica comum entre eles. A autora ressalta ainda que os
critérios de categorização podem ser semânticos, sintáticos, lexicais ou expressivos.
Para essa pesquisa, adotamos o critério semântico, pautando-nos nos
aspectos propostos pela própria autora ao trabalharmos esse processo. As categorias
definidas neste estudo seguiram os princípios de exclusão mútua, homogeneidade,
pertinência, objetividade e produtividade, conforme descrito por Bardin (2016).
A exclusão mútua garante que cada elemento seja classificado em apenas uma
categoria, enquanto a homogeneidade assegura que um único princípio de
classificação seja utilizado para a organização das categorias. A pertinência, por sua
vez, indica que as categorias devem estar em consonância com os objetivos da
pesquisa e as características das mensagens analisadas.
72

Quadro 2 – Categorias de análise e unidades de registro.

CATEGORIAS UNIDADES DE REGISTRO

1.1 - Percepção dos estudantes sobre a


Categoria 1 - Panoramas e importância da IC;
aspectos da vivência com Iniciação
Científica
1.2 - Desafios e Dificuldades na Prática da IC.

2.1 - Avaliação geral do curso;

Categoria 2 - Potencialidades do 2.2 - Conteúdo e impacto do curso;


curso para o fortalecimento da
prática de Iniciação Científica 2.3 - Contribuições do curso;

2.4 - Sugestões de melhoria;

3.1 - Despertar para a pesquisa científica;


Categoria 3 - Formação para a
Pesquisa Científica
3.2 - Competências e Habilidades Desenvolvidas.

Fonte: Autoria Própria (2024)

A objetividade, um dos princípios mais importantes da análise de conteúdo, visa


garantir que os resultados da categorização sejam consistentes e reprodutíveis,
independentemente do pesquisador que a realize. Por fim, a produtividade das
categorias se manifesta pela capacidade de gerar resultados férteis, que contribuam
para a formulação de inferências, novas hipóteses e a obtenção de dados precisos.
Ao tocante em que as etapas estabelecidas para definição das unidades de
registro e categorias foram definidas, temos as categorias de análise e unidades de
registro propostas para esta pesquisa, conforme apresentado no Quadro 2.
Nessa etapa, iniciamos os procedimentos de tratamento de resultados com
análise, interpretação e inferências, buscando aprofundar a compreensão do objeto
investigado a partir do movimento dialógico. Esse movimento se constitui em um
processo de interlocução entre os dados coletados e os conceitos teóricos que
sustentam esta pesquisa.
A primeira categoria de análise que abordaremos, Panoramas e aspectos da
vivência com Iniciação Científica, visa compreender as experiências e percepções
dos participantes em relação à Iniciação Científica. Essa categoria foi estruturada em
três Unidades de Registro.
73

A primeira unidade a 1.1 - Percepção dos estudantes sobre a importância


da IC, está relacionada principalmente aos excertos onde os estudantes manifestam
sobre seu entendimento acerca do processo de IC ao iniciar o curso.
Foi possível observar, diante dos dados, que boa parte dos estudantes
relataram, ao se referir sobre a importância dos processos de IC, de modo positivo,
acreditando que são muito valorosos para seu desenvolvimento, como destacado nos
trechos a seguir no Quadro 3.,

Quadro 3 – Depoimentos sobre percepção dos estudantes sobre a importância da IC

• “[...] por meio da participação em projetos científicos, o aluno adquire


conhecimento especializado em diversas áreas” (Estudante A-AME).

• “[...] ele dá aos alunos mais oportunidades de vivenciar experiências


importantes” (Estudante A-ANI).

• Acho muito importante, pois gera uma experiência nova aos alunos”
(Estudante A-IMUE).

• “A iniciação científica, a meu ver, é muito importante pois de desenvolve mais


de cada aluno em relação ao saber” (Estudante A-RLOS).

Fonte: Autoria Própria (2024)

Essa percepção inicial positiva, entretanto, contrasta com os dados


quantitativos da pesquisa, que revelam um baixo nível de contato dos estudantes com
a Iniciação Científica. Conforme demonstrado na pesquisa, 44% dos estudantes
nunca foram apresentados à IC por um professor ou tutor, e 81% não conhece e nem
participa dos projetos de IC e 59% declararam não conhecer os programas de IC do
Ifes. Nesse sentido, observando com profundidade os dados, alguns relatos se
destacam por seu alinhamento com essa constatação como observado no Quadro 4.

Quadro 4 – Depoimentos sobre percepção dos estudantes sobre a importância da IC

• “Não sei o que é iniciação científica” (Estudante A-FRES).

• “Não sei exatamente o que é, mas deve ser importante, já que muitos falam”
(Estudante A-EEES).

• “Não conheço bem sobre o assunto então não posso opinar” (Estudante A-
ILRO).

Fonte: Autoria Própria (2024)


74

A partir desse contraponto, refletimos sobre a falta de contato dos estudantes


com pesquisa científica, criando assim uma visão limitada e uma percepção pouco
convicta sobre o processo de IC. O pesquisador P-EPE, conforme apresentado no
Quadro 5, compartilha de tal percepção conforme seu relato.

Quadro 5 – Depoimentos sobre percepção dos estudantes sobre a importância da IC

• “[...] o contato que eles têm com a pesquisa, na maioria das vezes, se limita
a sites de internet [...]” (Pesquisador P-EPE)

Fonte: Autoria Própria (2024)

Em sua obra, Demo (2006, p.11) pontua sobre uma realidade onde o “processo
de pesquisa está quase sempre cercado de ritos especiais, cujo acesso é reservado
a poucos iluminados”. Nesse sentido, evidenciamos que apenas um grupo específico
de “atores” do meio acadêmico são capazes de se apropriar desse tipo de iniciativa.
Demo afirma ainda que, para obtermos uma proposta mais abrangente com a
inclusão de mais participantes nesse processo, é importante “[...] que se desmitifique
a pesquisa, para não a encerrar em sofisticações operáveis apenas por castas
superiores e raras” (Demo, 2006, p. 9). Evidencia-se, nesse sentido, a necessidade
de difundir propostas alinhadas com o tema desta pesquisa e seu produto educacional,
para que cada vez mais estudantes e até mesmo outros membros da comunidade
acadêmica se apropriem desses conhecimentos e iniciativas.
Após a participação no curso, observamos uma mudança significativa na
percepção dos estudantes sobre a Iniciação Científica. A pesquisa revelou um
aumento de 30% no número de estudantes que passaram a reconhecer os programas
de IC do Ifes, e um índice de 99% demonstrou compreensão sobre a importância do
processo. Além disso, notamos a ausência de respostas discursivas com cunho
negativo em relação à IC nessa etapa final da pesquisa.
Ao refletirmos sobre a próxima unidade de registro, Desafios e Dificuldades
na Prática da IC, observamos por parte dos estudantes e professores diversas
situações e condições que eles precisam superar para desenvolver a atividade de
pesquisa. Ao observamos os relatos apresentados, a seguir, no Quadro 6, pudemos
notar que existe percepção comum entre os pesquisadores.
75

Quadro 6 – Depoimentos sobre desafios e dificuldade na prática da IC

• “[...] pouca vivência, de atividades, conteúdos relacionados à pesquisa”


(Pesquisador P-ASL).

• “pouca experiência, pouca vivência com relação a isso. Então o desafio é


basicamente você começar mesmo do zero, entender o que é um processo
de pesquisa, passar pelo bê-á-bá ali” (Pesquisador P-ASL).

• “[...] há diversos desafios que os alunos enfrentam. Muitos deles,


principalmente os do ensino médio, demonstram imaturidade em relação à
pesquisa” (Pesquisador P-EPE).

• “essa falta de experiência deles com as regras, com as coisas que estão
relacionadas à pesquisa” (Pesquisador P-LVA).

• “A falta de experiência, a gente tem que ter muito acolhimento porque eles
têm, muitas vezes, muita vontade, mas muito pouco traquejo pra lidar com a
circunstância de pesquisa, com as situações, que surgem” (Pesquisador P-
WGA).

Fonte: Autoria Própria (2024)

Os relatos dos pesquisadores são, de modo geral, percepções sobre


dificuldades encontradas, inclusive por outros pesquisadores, em trabalhos de
pesquisa nesta temática, como apresentado por Pontel (2020, p.47),

Os pesquisadores e coordenadores relataram como uma dificuldade de


encontrar o bolsista adequado a pouca maturidade dos estudantes para
atuarem em pesquisas com temas complexos e/ou lidar com
responsabilidades intrínsecas à atividade de IC.

Os relatos convergem ainda com os registros numéricos da pesquisa,


demonstrando que poucos estudantes têm experiência com IC. Como apresentado
anteriormente (Tabela 2) apenas 19%, dos estudantes, responderam nos
questionários que estão participando de projetos de IC ou que já tiveram alguma
experiência de IC.
Demo (2006) nos traz que uma proposta mais adequada para prática da
pesquisa propõe uma abordagem alternativa. Assim destaca a ideia de introduzir a
pesquisa na educação básica. Considerando essa proposta, iniciariam a prática na
pré-escola e, certamente, os estudantes, quando atingissem o ensino técnico
integrado ao médio, estariam com um nível de formação para pesquisa mais
adequado. O autor defende a importância de considerar a atividade de pesquisa como
76

um processo contínuo, ao longo da vida, sugerindo que uma educação que valoriza a
pesquisa desde cedo poderia preparar melhor os alunos para os desafios que são
inerentes durante a jornada de qualquer estudante e pesquisador.
A falta de contato com a pesquisa científica e a sua aura de ritos especiais
(DEMO, 2006, p.11) limitam a participação dos estudantes nos processos de produção
do conhecimento. É preciso, portanto, desmistificar a pesquisa e torná-la parte da
leitura de mundo dos estudantes, desde a educação básica, para que possam se
engajar como sujeitos da produção do conhecimento, rompendo com um ciclo que
limita a um grupo restrito a possibilidade de ter uma participação crítica em processos
de investigação científica.
Outras observações relacionadas aos desafios e dificuldades que os
pesquisadores e os estudantes relataram estão relacionados principalmente à grande
sobrecarga de atividades imposta aos estudantes. Essa pesada rotina impacta
diretamente no tempo disponível dos estudantes para outras atividades. Alguns dos
relatos são apresentados no Quadro 7.
Diante de tais afirmações, apresentadas no Quadro 7, é possível identificar
dados na Tabela 4 e 5, que reforçam essa perspectiva a partir das respostas dos
estudantes, quando questionados sobre os motivos para não participação em projetos
de IC. Em geral, nos dois momentos em que foram questionados, cerca de 50% dos
estudantes assinalaram que não teriam tempo para desempenhar atividades em
projetos de pesquisa, e cerca de 30% declaram estar sobrecarregados(as) com outras
atividades.

Quadro 7 – Depoimentos sobre desafios e dificuldade na prática da IC

• “[...] o principal desafio deles, na minha opinião, é essa falta de experiência


e o excesso de ocupações, assim, acho que muitos querem fazer pesquisa,
muitos me procuraram, mas têm pouca disponibilidade de tempo”
(Pesquisador P-WGA).

• P-MVR, “[...] a observação que a gente encontra aí é a questão do tempo. E


o que a gente observa é, exatamente, a necessidade deles acharem a
equalização desse tempo[...]” (Pesquisador P-MVR).

• “O Ensino Médio é uma parte da vida acadêmica deles que consome muito
tempo falta de maturidade deles” (Pesquisador P-ECA).

Fonte: Autoria Própria (2024)


77

Essa realidade, em que o tempo para a pesquisa é comprimido por um excesso


de atividades, muitas vezes de caráter repetitivo e acrítico, remete à pedagogia
bancária criticada por Paulo Freire (1987). Nessa concepção de educação, o aluno é
visto como um recipiente vazio a ser preenchido pelo professor, que detém o saber. O
excesso de atividades e a falta de espaço para a pesquisa, para a formulação de
perguntas e a construção autônoma do conhecimento reforçam a passividade do
estudante, impedindo que ele se torne sujeito do processo de aprendizagem.
Em contraposição a essa lógica, a EPT, quando fundamentada no trabalho
como princípio educativo, propõe uma formação integral que, para além de
conhecimentos técnicos, valoriza o desenvolvimento da autonomia intelectual e o
pensamento crítico. Como defendem Frigotto, Ciavatta e Ramos (2010, p. 15), a EPT
busca “uma formação profissional que atenda aos requisitos das mudanças da base
técnica da produção e de um trabalhador capaz de lutar para a sua emancipação”.
Para isso, a pesquisa se torna um elemento fundamental, pois permite ao estudante
investigar a realidade do trabalho, as relações sociais de produção e as contradições
que as permeiam, tornando-o apto a intervir de forma crítica e transformadora.
É crucial lembrar que a mera transmissão de conhecimentos técnicos, sem a
devida problematização da realidade do trabalho e das relações sociais de produção,
não contribui para a formação integral do trabalhador.
Como Manacorda (2007) defende, a educação profissional, numa perspectiva
emancipatória, deve ter como horizonte a formação omnilateral, que capacite o
indivíduo a compreender o mundo em sua totalidade, a partir do trabalho como
princípio educativo. Isso significa que o estudante precisa ter acesso aos
conhecimentos científicos, históricos e culturais que lhe permitam interpretar a
complexidade do sistema capitalista e as contradições que o permeiam. A pesquisa,
nesse sentido, torna-se um alicerce importante, sendo importante chave para a
construção dessa compreensão crítica, possibilitando ao estudante não apenas se
adaptar ao mercado de trabalho, mas também transformá-lo em prol de uma
sociedade mais justa e igualitária.
A sobrecarga de atividades e a consequente falta de tempo para a pesquisa,
portanto, configuram um desafio importante a ser superado, para que a EPT possa se
consolidar como um espaço de formação integral, em que o trabalho seja de fato um
princípio educativo e a pesquisa, uma ferramenta de emancipação.
78

Dando continuidade à nossa análise, a próxima categoria a ser explorada é


Potencialidades do curso para o fortalecimento da prática de Iniciação Científica.
Esta tem como objetivo analisar as contribuições do curso para ampliar o
conhecimento e o interesse dos estudantes pela pesquisa científica, bem como para
capacitá-los para melhor desenvolver projetos de IC.

Quadro 8 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de


práticas da IC

• “O curso tem grande relevância para os alunos do ensino médio, pois


incentiva/motiva e inicialmente orienta as possíveis atividades que terão ao
participarem de grupos de pesquisa” (Pesquisador P-MVR).

• “Principalmente os alunos do Ensino Médio, que acredito que a imensa


maioria nunca teve contato com esse tipo de pesquisa científica, eu
considero o curso bem importante” (Pesquisador P-ECA).

• “O curso é interessante e é um recurso para ajudar aos alunos no


conhecimento da iniciação científica. Precisa ser trabalhado junto aos
pesquisadores, para criar uma estrutura de difusão do conhecimento”
(Pesquisador P-EPE).

Fonte: Autoria Própria (2024)

Por meio da análise conjunta das unidades de registro Avaliação geral do


curso e Conteúdo e impacto do curso, buscamos refletir sobre as avaliações dos
participantes a respeito das experiências com o curso como um todo. A partir dessas
unidades, vamos explorar os pontos que os participantes consideraram positivos e
negativos, além de refletir se o curso atendeu às expectativas iniciais.
Ao observamos os trechos de depoimentos dos Quadros 8 e 9, notamos que o
feedback geral foi positivo.
Alguns pesquisadores destacaram a grande relevância do curso,
especialmente para alunos do ensino médio, como um incentivo à participação em
projetos de pesquisa científica. O pesquisador P-EPE elogiou a estrutura do curso,
ressaltando a necessidade de aprimoramento contínuo, além do envolvimento e da
participação dos pesquisadores para melhor aproveitamento do seu potencial.
A percepção positiva também foi manifestada pelos estudantes, como
observamos no Quadro 9, e os relatos demonstram a satisfação dos estudantes com
a experiência da participação no curso.
79

O estudante A-LGRO destacou, em seu relato, sobre conteúdos que considerou


interessantes, a seção que apresenta os projetos já executados, como exemplos dos
resultados, e as atividades que são desempenhadas no decorrer de uma IC.

Quadro 9 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de


práticas da IC

• “Achei o curso muito bom” (Estudante A-ANAA).

• “Gostei bastante do curso, me ajudou a entender melhor o que é Iniciação


Científica” (Estudante A-RLOS).

• “O curso foi muito útil para mim, aprendi bastante sobre como fazer pesquisa”
(Estudante A-CDRO).

• “[...] eu aprendi o que que era o conteúdo científico” (Estudante A-BDES).

• “O curso aborda tudo que um iniciante precisa saber” (Estudante A-RLOS).

• “[...] mostrou pontos que eu não conhecia” (Estudante A-IADA).

• “Os vídeos que demonstraram os projetos realizados no campus e os


resultados obtidos deles” (Estudante A-LGRO).

• “Eu gosto da ideia de participar de projetos, porém tenho medo de não


conseguir finalizar por achar muito complexo” (Estudante A-LDOS).

Fonte: Autoria Própria (2024)

Contudo, o relato do estudante A-LDOS chama a atenção e destaca um desafio


importante a ser considerado: a insegurança dos estudantes em relação à
complexidade de uma pesquisa científica. Esse desafio, por sua vez, conecta-se à
discussão anterior, sobre a necessidade de desmistificar a pesquisa, tornando-a mais
acessível e menos intimidadora.
Antes de avançarmos para o movimento dialógico de análise, vamos nos
apropriar das próximas unidades de registro dessa categoria de análise que são
Contribuições do curso e Sugestões de melhoria. Essas estão relacionadas à
forma mais específica dos impactos do curso na formação dos estudantes e aos
benefícios para o processo de IC, além das perspectivas para seu aprimoramento.
80

Quadro 10 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de


práticas da IC

• “[...] o curso que você propõe, ele é fundamental no sentido de apresentar,


de ser a base onde vai construir esse hábito, vamos dizer assim, esse gosto
pela ciência. E aí, daí, você adquirindo nesse curso esse hábito, as demais
competências e habilidades vão se desenvolvendo” (Pesquisador P-ASL).

• “[...] a principal vantagem é de que ele, fazendo esse curso antes de entrar
na Iniciação Científica, ele vai ter menos atividades realizadas ao mesmo
tempo” (Pesquisador P-MVR).

• “[...] se ele fizer antes, isso vai facilitar o processo. Ele já vai chegar com uma
bagagem para entrar no processo de Iniciação Científica já sabendo onde ele
está atuando, e desenvolvendo o projeto com um pouco mais de
tranquilidade e clareza” (Pesquisador P-MVR).

• “Acredito que o principal benefício de um curso de iniciação científica seja o


despertar da curiosidade” (Pesquisador P-EPE).

• “para que o curso seja realmente eficaz, é fundamental oferecer um


treinamento básico que capacite os alunos a explorarem temas de forma
mais aprofundada. A familiarização com ferramentas de pesquisa, como
Google Scholar, periódicos e bases científicas, é essencial para que os
alunos consigam identificar informações relevantes e compreender o
contexto da pesquisa” (Pesquisador P-EPE).

• “do ponto de vista do professor orientador, poupa aquele tempo de fazer um


nivelamento, de toda aquela explicação inicial que, no meu caso, eu tenho
que fazer quando eu início com um estudante novo, esse curso ajudaria
nesse aspecto” (Pesquisador P-ECA).

Fonte: Autoria Própria (2024)

Os relatos das entrevistas dos pesquisadores, conforme apresentados no


Quadro 10, permitem identificar várias contribuições do curso para os estudantes e
para o processo de pesquisa.
Alguns pesquisadores destacam que, para eles, a principal contribuição
observada está relacionada à compreensão do processo de pesquisa, em
consequência se destaca a economia de tempo para familiarização dos estudantes
com procedimentos e ferramentas oriundos dessa prática.
O pesquisador P-ASL, por exemplo, destaca o papel do curso como base para
a construção de hábitos e o desenvolvimento de competências e habilidades
81

relacionadas à pesquisa. P-MVR afirma que a economia de tempo proporcionada pelo


curso é uma grande vantagem, visto que poupará atividades de introdução durante a
execução dos projetos.
Já P-EPE enfatiza a importância do curso para o despertar da curiosidade e
para a familiarização com ferramentas de pesquisa. Como observado no Quadro 9, o
pesquisador complementa, sugerindo uma melhoria na proposta do curso e
aprofundamento na proposta com demonstração de uso de outras ferramentas de
pesquisa como repositórios acadêmicos diversos e, assim, executando atividades de
revisão e análise de trabalhos acadêmicos e científicos.
A proposta do curso como facilitadora no processo de preparação inicial dos
estudantes para pesquisa foi comentada também por P-ECA, como observado no
Quadro 10. Nesse mote, além da formação, o curso pode auxiliar o pesquisador
coordenador no processo inicial do projeto e promover economia de tempo dos
estudantes durante o decorrer do projeto.

Quadro 11 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de


práticas da IC

• “Achei bem completo, intuitivo, interessante” (Estudante A-BLRA).

• “O curso deu um novo norte daquilo que é a pesquisa científica” (Estudante


A-BSRA).

• “A real importância da iniciação científica” (Estudante A-PHRO).

• “conteúdos que envolvem mais a pesquisa sobre outros problemas além dos
ambientais” (Estudante A-LFVA).

Fonte: Autoria Própria (2024)

No Quadro 11, podemos observar que os estudantes reconheceram diversas


contribuições do curso para a sua formação. Relatos como o de A-BSRA demonstram
o impacto positivo na compreensão do processo de pesquisa a partir de sua vivência
como estudante. Outro estudante, A-PHRO, destacou que o curso apresentou novo
significado ao que representa IC, evidenciando o potencial do curso para despertar o
interesse dos estudantes por trabalhos de IC.
Os estudantes também demonstraram engajamento com a proposta do curso
ao contribuir com sugestões para o seu aprimoramento. Diversos estudantes, assim
como A-BLRA, apresentaram feedback satisfatório com relação ao que o curso
82

proporcionou. Porém uma sugestão recorrente foi a necessidade de ampliar a


abordagem de diferentes áreas da pesquisa, com a inclusão de mais exemplos
práticos de projetos de pesquisa já executados.
A-LFVA, por exemplo, sugeriu que fossem incluídos outros exemplos de
projetos com temáticas em outras áreas de conhecimento, para além das que foram
apresentadas. Essa sugestão indica a importância de demonstrar aos estudantes a
diversidade de áreas e temáticas que podem ser investigadas, ampliando seus
horizontes e despertando a curiosidade por diferentes campos do conhecimento e
formatos de pesquisa, por exemplo, a pesquisa pura ou básica.
A partir dessas sugestões, percebemos que os estudantes buscam um curso
ainda mais completo e interativo, que lhes proporcione ferramentas e conhecimentos
para tornarem-se pesquisadores autônomos e preparados para os desafios da IC.
Ao adentrar no movimento dialógico, apropriando-se do conteúdo apresentado
até aqui, fica latente que as sugestões de melhoria, por sua vez, não apenas
contribuem para o aprimoramento do curso, mas revelam como os estudantes, ao
participarem ativamente do processo de aprendizagem, já se colocam como sujeitos
da construção do conhecimento, rompendo com a passividade do modelo pedagógico
bancário. A análise das sugestões, à luz das ideias de Demo (2006) e Freire (1987),
permite aprofundar a compreensão do potencial emancipatório do curso.
Esse potencial do curso para romper com as barreiras entre os estudantes e a
pesquisa, desmistificando e tornando a prática da pesquisa mais acessível, dialoga
com as ideias apresentadas por Demo (2006). Para o autor, a pesquisa precisa ser
desritualizada, deixando de ser vista como um processo exclusivo de castas
superiores e acessível a poucos, como um privilégio, e se tornar algo mais
democrático, disponível a todos.
Ao construir um ambiente de aprendizagem em que a pesquisa é parte da
leitura de mundo dos estudantes, o curso contribui para a superação da passividade
e para a formação de sujeitos autônomos e investigativos. A utilização da plataforma
MOOC, por sua vez, amplia esse potencial democrático, tornando o curso acessível a
um número maior de estudantes, rompendo com as barreiras de tempo e espaço que
limitam o acesso ao conhecimento.
A ênfase do curso na construção autônoma do conhecimento e na superação
da passividade do estudante se alinha à crítica de Freire (1987) à pedagogia bancária,
dialogando também com a necessidade de desenvolvimento da autonomia,
83

fundamental em cursos autoinstrucionais como o MOOC. Para Freire, a educação


libertadora exige uma relação dialógica, em que o saber é construído em conjunto. No
entanto, a natureza do MOOC, que prescinde da presença física do professor, exige
que o próprio curso seja capaz de promover essa dialogicidade e incentivar a
autonomia do estudante.
Ao incentivar o questionamento, a reflexão crítica e a produção autoral, por
meio de atividades autocorretivas e materiais didáticos que estimulam a autoavaliação,
o curso se contrapõe à lógica da mera transmissão de conteúdos e conduz o
estudante a assumir o papel de protagonista no processo de aprendizagem.
O uso de recursos audiovisuais, a linguagem acessível e a organização do
conteúdo em módulos, aspectos destacados pelos estudantes, contribuem para tornar
o curso mais dinâmico e estimulante, despertando o interesse, a curiosidade e a
autonomia dos participantes.
No contexto da EPT, essa perspectiva crítica e emancipatória se reforça, pois
o trabalho, como princípio educativo, exige a compreensão das relações sociais de
produção e das contradições que as permeiam. A pesquisa, nesse sentido, torna-se
ferramenta fundamental para o desenvolvimento de uma consciência crítica que,
como defendem Oliveira e Frigotto (2021), permita aos trabalhadores “compreender a
realidade em sua totalidade” e atuar em prol de sua transformação. Ao capacitar os
estudantes para a pesquisa, o curso contribui para a formação de profissionais mais
críticos, autônomos e engajados na construção de um futuro mais justo e igualitário.
O pesquisador P-ECA reforça essa ideia, conforme apresentado no Quadro 12,
retratando sobre habilidades que todo profissional precisa desenvolver e as relaciona
com a IC, aproximando as competências desejadas no mercado de trabalho com as
competências desenvolvidas durante sua jornada como pesquisador.
A análise dessa categoria demonstra que o curso contribui para a formação de
estudantes mais críticos e autônomos, mais bem preparados para a prática de IC.
Também traz sua contribuição para os orientadores, ao permitir iniciar o processo de
formação dos estudantes pesquisadores antes mesmo de seu primeiro projeto. O
curso se alinha ainda à crítica de Freire à pedagogia bancária e à ideia de Demo sobre
a desritualização da pesquisa científica, incentivando o questionamento e a
construção autônoma do conhecimento.
84

Quadro 12 – Depoimentos sobre potencialidades do curso para o fortalecimento de


práticas da IC

• “[...] todo profissional tem que ter um [...] um pensamento estruturado, tem
que ter uma metodologia para atacar os problemas e encontrar soluções”
(Pesquisador P-ECA).

• “Iniciação Científica, ela é extremamente importante, não só para o


profissional ser um pesquisador, mas sim resolver problemas de forma mais
assertiva, mais rápida, e encontrar melhores soluções” (Pesquisador P-
ECA).

Fonte: Autoria Própria (2024)

No contexto da EPT, o curso se mostra uma ferramenta valiosa para a formação


de profissionais mais críticos, capazes de compreender e transformar a realidade do
trabalho. As sugestões de melhoria apontam caminhos para o aprimoramento
contínuo do curso e reforçam o seu caráter dialógico e aberto à participação dos
estudantes.
Analisando, por fim, a terceira e última categoria definida para este trabalho,
denominada Formação para a Pesquisa Científica, evidenciamos registros que
retratam o aspecto motivacional dos estudantes com relação ao seu desejo de realizar
IC. Nessa fase, ainda são observadas competências e habilidades percebidas pelos
estudantes após a participação no curso.
A primeira unidade de registro dessa categoria é chamada de Despertar para
a pesquisa científica. Associada a essa unidade, temos os relatos de alguns
estudantes que, em sua maioria, retratam um aumento do interesse ou despertar do
desejo em participar de uma pesquisa científica. Em alguns poucos relatos, alguns
estudantes manifestaram seu desejo inalterado com relação a sua participação em
projetos de IC, em virtude das dificuldades de tempo e sobrecarga de atividades
escolares apresentadas anteriormente.
Podemos observar, ao analisar essa unidade de registro, uma conexão com a
curiosidade epistemológica que temos nas obras de Freire (1987). Com o aumento do
interesse dos estudantes pela pesquisa demonstrado em seus relatos, temos um
indicador que o curso contribuiu para o desenvolvimento da curiosidade
epistemológica, que é essencial para a construção do conhecimento.
O Quadro 13 apresenta alguns dos relatos que se alinham a esse eixo temático.
As falas evidenciam que o contato com os conceitos básicos, as etapas, os programas
85

de fomento e as plataformas de pesquisa despertaram a curiosidade e o interesse dos


estudantes em participar de projetos de iniciação científica.
Alguns estudantes, que já possuíam o desejo de se envolver com a pesquisa,
relataram que o curso contribuiu para a compreensão do processo e para a intenção
de participar de projetos. Outros, que antes não se imaginavam como pesquisadores,
descobriram áreas de interesse e passaram a se visualizar desenvolvendo projetos.

Quadro 13 – Depoimentos sobre formação para a Pesquisa Científica

• “Antes pensava que um projeto desses seria exaustivo, mas lendo alguns,
percebi que são interessantes e me vejo também pesquisando” (Estudante
A-LRA).

• “Eu já tinha vontade de participar, agora entendo como funciona e pretendo


tentar entrar em projetos ano que vem” (Estudante A-BLRA ).

• “Eu já gostaria de participar de um projeto muito antes dessa pesquisa aqui,


com ela agora só aumentou ainda mais meu desejo” (Estudante A-IADA).

• “[...] despertou interesse [...] porque agora eu sei como funciona e como é
um projeto” (Estudante A-GCLE).

• “[...] agora conheço mais sobre o que é o projeto de pesquisa científica”


(Estudante A-GRRE).

• “[...] descobri que tem cursos sobre os temas que eu me interesso”


(Estudante A-IBNI)

• “[...] apresentar os conceitos que são utilizados nos programas de iniciação


científica, os quais eu não possuía nenhuma base de conhecimento.
Conseguiu despertar meu interesse para os projetos” (Estudante A-LGRO)

Fonte: Autoria Própria (2024)

Esses relatos reforçam novamente o potencial do curso MOOC para


desmistificar a pesquisa científica e para incentivar a participação dos estudantes no
mundo da ciência.
O aumento do interesse dos estudantes pela pesquisa demonstra também a
importância da motivação no processo de aprendizagem. Como afirma Ausubel (1968),
a aprendizagem é mais eficaz quando o aluno está motivado e percebe a relevância
do conteúdo a ser aprendido. Complementando as constatações anteriores, temos em
86

Demo (2006) a definição de que a educação pela pesquisa deve encorajar a


autonomia do aluno, despertando sua curiosidade e promovendo o questionamento,
quebrando a passividade presente na educação tradicional.
A segunda unidade de registro, Competências e Habilidades Desenvolvidas,
complementa a análise das potencialidades do curso, focando nas contribuições
concretas para a formação dos estudantes. Nessa unidade, encontramos relatos que
demonstram como o curso auxiliou os estudantes a desenvolver ou aprimorar
habilidades práticas essenciais para a IC.
Ao refletir sobre os relatos, nessa unidade de registro, somos remetidos a
conexões com a importância da prática na aprendizagem: O aprendizado de
habilidades práticas para a pesquisa reforça a importância da prática no processo de
aprendizagem. Como afirma Paulo Freire (1996, p. 23), em Pedagogia da Autonomia,
“ensinar exige a convicção de que a mudança é possível”.
Um exemplo disso é o relato do estudante A-TBDA, apresentado no Quadro 14:
este afirma que o curso agregou ao apresentar orientações e procedimentos práticos
necessários durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa no qual está inserido.

Quadro 14 – Depoimentos sobre formação para a Pesquisa Científica

• “Agregou mais conhecimentos técnicos e dicas valiosas de redação,


construção de banners etc. que ajudaram no projeto de pesquisa em que
estou inserida [...] as dicas de resumos, redação científica e banners, deu-
me uma ideia mais centrada de como fazer com menor margem de erro"
(Estudante A-TBDA).

• “As dicas de como escrever resumos e realizar a pesquisas” (Estudante A-


LDOS).

Fonte: Autoria Própria (2024)

Esse relato evidencia o impacto direto do curso na prática da IC, demonstrando


que o curso não se limita à transmissão de conceitos, mas também fornece
ferramentas práticas para a sua aplicação. O estudante A-LDOS relata sobre a parte
do curso que considerou mais relevante, destacando também atividades ligadas à
prática desenvolvida no decorrer da IC.
Alguns pesquisadores, no contexto dessa unidade de registro, ressaltam, como
observado no Quadro 15, que o contato com as ferramentas oriundas do meio que
envolve as pesquisas, como a plataforma Currículo Lattes do CNPQ, e outras
87

internas ao Ifes como SIGPESQ, são uma grande ajuda, permitindo aos estudantes
experiência prática antes mesmo de iniciarem em projetos de IC.

Quadro 15 – Depoimentos sobre formação para a Pesquisa Científica

• “Isso é muito bacana, ainda mais pro ensino médio que eles nem sabem o
que é currículo, e isso acaba ajudando lá na vida profissional dele também,
se ele vai se submeter a um estágio, então ele já sabe que tem esse currículo,
que que ele precisa” (Pesquisador P-COM).

• “eles precisam, compreender de algumas ferramentas, por exemplo, os


nossos sistemas institucionais, a própria plataforma do Currículo Lattes, que
acaba sendo obrigatória quando o aluno chega pela primeira vez dentro de
um projeto[...]” (Pesquisador P-LVA).

Fonte: Autoria Própria (2024)

Esse aprendizado de habilidades práticas remete também a teorias como a de


Ausubel (1968) sobre a aprendizagem significativa. Para Ausubel, a aprendizagem é
significativa quando o novo conhecimento se conecta a conhecimentos prévios do
estudante, tornando-se relevante e aplicável em diferentes contextos. Ao oferecer
ferramentas e orientações práticas para a pesquisa, o curso criou condições para que
os estudantes pudessem conectar os conceitos aprendidos à sua realidade e à sua
prática como pesquisadores.
Em síntese, a análise da categoria Formação para a Pesquisa Científica
demonstra que o curso tem o potencial de despertar o interesse dos estudantes pela
pesquisa, fornecendo conhecimentos, habilidades e ferramentas para que se tornem
pesquisadores mais autônomos e preparados para os desafios da IC. Ao promover
uma aprendizagem significativa, que conecta teoria e prática e instrumentaliza os
estudantes para a leitura do mundo da pesquisa, o curso contribui para a formação
integral dos estudantes e para o fortalecimento da cultura de pesquisa na instituição.
Após o tudo percurso de análise, podemos afirmar que o produto educacional
desta pesquisa despertou nos estudantes uma nova percepção sobre o tema pesquisa,
abrindo um leque de possibilidades antes desconhecidas. Relatos como "antes
pensava que um projeto desses seria exaustivo, mas lendo alguns, percebi que são
interessantes e me vejo também pesquisando" e "eu já tinha vontade de participar,
agora entendo como funciona e pretendo tentar entrar em projetos ano que vem"
demonstram que a barreira da inacessibilidade foi rompida. O desejo de participar,
88

agora impulsionado pela compreensão do processo e das ferramentas, ganha espaço


e se traduz em intenção.
Os estudantes perceberam que a pesquisa não se limita a tubos de ensaio e
laboratórios, mas se estende a diferentes áreas do conhecimento, inclusive àquelas
que lhes despertam interesse. A insegurança inicial, expressa em frases como "Eu
gosto da ideia de participar de projetos, porém tenho medo de não conseguir finalizar
por achar muito complexo", parece ter se dissolvido diante da apresentação prática e
objetiva do curso.
Acreditamos que o curso tenha acendido uma centelha de curiosidade e
empoderado nos estudantes, inclusive nas mulheres, que representaram a maioria
dos participantes, a buscarem seu lugar no mundo da pesquisa. As sementes da
iniciação científica foram plantadas, e os frutos dessa jornada prometem enriquecer o
cenário da pesquisa no Ifes.
89

6 CONCLUSÕES

Esta pesquisa se propôs a analisar as contribuições de um curso MOOC de


Iniciação Científica para a formação de estudantes do Ifes. Para alcançar esse
objetivo, traçamos três objetivos específicos. O primeiro objetivo, desenvolver um
projeto de curso MOOC para capacitar os estudantes do Ifes em pesquisa científica,
foi alcançado com a elaboração do curso MOOC de Introdução à Iniciação Científica.
Estruturado de acordo com o modelo ADDIEM, o curso foi disponibilizado na
plataforma do Cefor, tornando-se acessível a todos os estudantes interessados.
O segundo objetivo, promover a formação em iniciação científica de um grupo
específico de estudantes do Ifes, foi realizado através da aplicação do curso a uma
amostra de discentes. Ao longo da pesquisa, realizamos avaliações diagnóstica e
prognóstica para buscar identificar o nível de conhecimento dos estudantes sobre a
temática e analisar a influência do curso em suas percepções e habilidades.
O terceiro objetivo, analisar os impactos da aplicação do curso MOOC na
formação de discentes do Ifes, foi concretizado através da análise dos dados
coletados por meio de questionários e entrevistas com os estudantes e pesquisadores.
Os resultados da pesquisa demonstram que o curso contribuiu
significativamente para a formação dos estudantes, superando as expectativas iniciais.
Observamos um aumento expressivo na compreensão dos estudantes sobre o
processo de iniciação científica, bem como um maior interesse em participar de
projetos de pesquisa.
Os dados coletados reforçam a importância de desmistificar a pesquisa
científica, tornando-a mais acessível aos estudantes, conforme defendido por Demo
(2006). O curso, ao incentivar a participação ativa dos estudantes, promove a
dialogicidade e a autonomia, elementos essenciais para uma aprendizagem
significativa, em consonância com as ideias de Freire (1987, 2000).
A aprendizagem significativa, nos termos de Ausubel (1968), foi evidenciada
pela conexão dos novos conhecimentos com os conhecimentos prévios dos alunos e
pela aplicabilidade do conteúdo em situações práticas.
A pesquisa também se alinha aos princípios da EPT, que busca a formação
integral do estudante, capacitando-o não apenas para o mercado de trabalho, mas
também para o exercício da cidadania. Autores como Ramos (2014), Frigotto, Ciavatta
e Ramos (2010) e Manacorda (2007) destacam a importância da integração entre
ensino médio e educação profissional, com foco na formação crítica, na autonomia
90

intelectual e no desenvolvimento de competências para compreender e transformar a


realidade social.
O curso, ao apresentar as plataformas e os processos de pesquisa, contribui
para aproximar os estudantes do mundo do trabalho e para fomentar o
desenvolvimento de habilidades práticas relevantes para a sua atuação profissional.
As habilidades e competências desenvolvidas pelos estudantes, como a
capacidade de leitura crítica, a interpretação de textos e o pensamento crítico,
confirmam o potencial do curso para promover uma aprendizagem significativa e para
formar jovens pesquisadores mais críticos e autônomos.
Os resultados desta pesquisa demonstram que a iniciação científica (IC),
apesar de ser reconhecida como uma ferramenta valiosa para a formação dos
estudantes, ainda enfrenta desafios significativos no contexto do Ensino Médio
Integrado dos Institutos Federais. A falta de tempo, a sobrecarga de atividades e o
desconhecimento sobre o tema, apontados como as principais barreiras à participação
dos estudantes em projetos de pesquisa, confirmam os achados de pesquisas
anteriores realizadas em outros IFs, como os trabalhos de Pontel (2020) e Oliveira
(2020). Essas pesquisas também revelaram que a IC ainda é uma prática incipiente,
atingindo apenas uma parcela dos estudantes, e que a falta de maturidade e de
conhecimento prévio sobre pesquisa são fatores que dificultam o engajamento.
Assim como nos estudos de Tedesco Filho e Urbanetz (2020), Melo (2020) e
Barbato e Souza (2017), que também se dedicaram a investigar a IC no ensino médio,
esta pesquisa demonstrou que a participação em projetos de IC contribui
positivamente para a formação dos estudantes, despertando o interesse pela
pesquisa científica, ampliando o conhecimento sobre o tema e desenvolvendo
habilidades essenciais, como o pensamento crítico e a autonomia. Os relatos dos
estudantes, após a participação no curso MOOC, confirmam a importância da IC para
a sua formação, tanto na esfera acadêmica quanto profissional. A pesquisa de Barbato
e Souza (2017) também evidenciou a percepção positiva dos estudantes sobre a IC,
apesar dos desafios enfrentados.
A partir da experiência com este trabalho, sugerimos o desenvolvimento de
novos trabalhos que explorem outras dimensões da iniciação científica, como explorar
a criação de um material ainda mais visual para o curso MOOC, com a produção de
animações, infográficos e ilustrações, que demandam maior investimento de tempo e
recursos com apoio de uma equipe multidisciplinar. Essa abordagem pode tornar o
91

curso ainda mais atraente e acessível para os estudantes.


Como sugestão para trabalhos futuros, propomos o desenvolvimento de um
curso MOOC complementar, com foco exclusivo no viés prático da iniciação científica.
Este novo curso poderia aprofundar o conhecimento dos estudantes em temas como
elaboração de projetos, metodologia de pesquisa, análise de dados e redação
científica, por meio de atividades práticas e simuladores.
Além disso, a criação de uma rede de colaboração entre pesquisadores e
estudantes, com o objetivo de promover a troca de experiências, o desenvolvimento
de projetos conjuntos e a disseminação da cultura científica, seria uma iniciativa
valiosa para fortalecer a iniciação científica no Ifes.
Acreditamos, em síntese, que a iniciação científica é de extrema relevância
para a formação integral dos estudantes, despertando a curiosidade, o espírito
investigativo e a busca pelo conhecimento. O uso de ferramentas inovadoras, como
os cursos MOOC, pode contribuir para democratizar o acesso à pesquisa e para
formar uma nova geração de pesquisadores, mais preparada para enfrentar os
desafios da sociedade contemporânea.
92

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29 maio 2023.
96

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIOS E ROTEIRO DE ENTREVISTA

QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO PARA ESTUDANTES, ANTES DA PARTICIPAÇÃO


NO CURSO MOOC

Olá, você está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), respondendo ao


questionário que faz parte do meu trabalho de pesquisa de mestrado denominado “Introdução
a Iniciação Científica no Ensino Médio Integrado do Ifes”, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Márcia
Gonçalves de Oliveira. A pesquisa será parte da dissertação a ser apresentada no Programa
de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (Prof-EPT), no Ifes – Campus
Vitória. Nosso objetivo é analisar as contribuições de um curso MOOC de “Iniciação à Pesquisa
Científica” voltado aos discentes do Ifes. Em caso de dúvidas, você poderá entrar em contato
com o Comitê de Ética em Pesquisa do Ifes (CEP / Ifes), na Avenida Rio Branco, 50 – Santa
Lúcia, Cep: 29056-255 - Vitória/ES, telefone (27) 27) 3357-7518 ou 3357-7500 (ramal 3088).
Poderá, ainda, entrar em contato com o pesquisador pelo e-mail [email protected] ou
telefone (27) 99914-6250.
Para responder ao questionário você precisará de cerca de 05 a 10 minutos.
Agradeço por sua contribuição.

PERFIL DO ESTUDANTE

1 Idade:

2 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino ( ) Outro

3 É aluno(a) no Ifes? ( ) Sim ( ) Não

4 Qual o campus onde estuda?

5 Em qual curso está matriculado?

6 Qual o seu período ou ano no curso?

INICIAÇÃO A PESQUISA CIENTÍFICA

Algum professor ou outro profissional da escola já te explicou sobre iniciação


7
científica? ( ) Sim ( ) Não

8 Você já teve alguma experiência com iniciação científica? ( ) Sim ( ) Não

9 Qual foi sua experiência? (caso tenha respondido “sim” na questão 8)

10 Você conhece os Programas de Iniciação Científica do Ifes? ( ) Sim ( ) Não


97

Você acha importante o programa de Iniciação Científica do Ifes para o


11
desenvolvimento acadêmico e profissional? Explique por quê.

12 Você participa de projetos de pesquisa científica? ( ) Sim ( ) Não

Se você ainda não participa de projetos de iniciação científica, gostaria de


13
participar? ( ) Sim ( ) Não

Quais os motivos para você não participar de projetos de Iniciação Científica?

*Você pode marcar mais de uma opção.

( ) Não sei o que são projetos de pesquisa científica;

( ) Tenho pouco tempo para dedicar aos projetos;

( ) Não conheço professores/pesquisadores que poderiam me incluir em projetos;

( ) Acredito que as tarefas do projeto seriam muito difíceis;


14
( ) Não me considero capaz para participar de um projeto de pesquisa;

( ) Não sei o que precisaria fazer durante o projeto;

( ) Não quero participar de projetos de iniciação científica agora;

( ) Não acredito que terei benefícios/vantagens em participar de projetos de


pesquisa cientifica;

( ) Já estou muito sobrecarregado com as atividades escolares;

( ) Outro(s): ___________________________________________________
98

QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO PARA ESTUDANTES, APÓS A PARTICIPAÇÃO


NO CURSO MOOC

Olá, você está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), respondendo ao


questionário que faz parte do meu trabalho de pesquisa de mestrado denominado “Introdução
à Iniciação Científica no Ensino Médio Integrado do Ifes”, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Márcia
Gonçalves de Oliveira. A pesquisa será parte da dissertação a ser apresentada no Programa
de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (Prof-EPT), no Ifes – Campus
Vitória. Nosso objetivo é analisar as contribuições de um curso MOOC de “Iniciação à Pesquisa
Científica” voltado aos discentes do Ifes. Em caso de dúvidas, você poderá entrar em contato
com o Comitê de Ética em Pesquisa do Ifes (CEP / Ifes), na Avenida Rio Branco, 50 – Santa
Lúcia, Cep: 29056-255 - Vitória/ES, telefone (27) 27) 3357-7518 ou 3357-7500 (ramal 3088).
Poderá, ainda, entrar em contato com o pesquisador pelo e-mail [email protected] ou
telefone (27) 99914-6250.
Para responder ao questionário você precisará de cerca de 05 a 10 minutos.

Agradeço por sua contribuição.

PERFIL DO ESTUDANTE

1 Idade:

2 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino ( ) Outro

3 É aluno(a) no Ifes? ( ) Sim ( ) Não

4 Qual o campus onde estuda?

5 Em qual curso está matriculado?

6 Qual o seu período ou ano no curso?

INICIAÇÃO A PESQUISA CIENTÍFICA

Você conhece os Programas de Iniciação Científica do Ifes e seus benefícios? ( ) Sim


7
( ) Não

Você acha importante o programa de Iniciação Científica do Ifes para o


8
desenvolvimento acadêmico e profissional? Explique por quê.

9 Você participa de projetos de pesquisa científica? ( ) Sim ( ) Não

Se você ainda não participa de projetos de iniciação científica, gostaria de participar?


10
( ) Sim ( ) Não
99

Quais os principais motivos para você participar de projetos de iniciação científica?

*Você pode marcar mais de uma opção.

( ) Tenho interesse na remuneração financeira da bolsa de pesquisa;

( ) Possibilidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula;

11 ( ) Possibilidade de conhecer um pouco mais sobre determinada área profissional


específica;

( ) Possibilidade de produzir conhecimento e descobertas científicas;

( ) Conhecer melhor o processo de pesquisa científica, que será útil na minha vida
acadêmica;

( ) Outro(s): ___________________________________________________

Quais os motivos para você não participar de projetos de Iniciação Científica?

*Você pode marcar mais de uma opção.

Por fim, informo que as pendências foram atendidas e informo que a alteração no
título não foi evidenciada na revisão anterior, por esse motivo, destaco-a para
apreciação.

( ) Não sei o que são projetos de pesquisa científica;

( ) Tenho pouco tempo para dedicar aos projetos;

( ) Não conheço professores/pesquisadores que poderiam me incluir em projetos;

12 ( ) Acredito que as tarefas do projeto seriam muito difíceis;

( ) Não me considero capaz para participar de um projeto de pesquisa;

( ) Não sei o que precisaria fazer durante o projeto;

( ) Não quero participar de projetos de iniciação científica agora;

( ) Não acredito que terei benefícios / vantagens em participar de projetos de

pesquisa científica;

( ) Já estou muito sobrecarregado com as atividades escolares;

( ) Outro(s): ___________________________________________________

13 Qual a principal contribuição do curso para sua formação científica e profissional?

14 Qual conteúdo do curso você achou mais interessante? Por quê?


100

Após a realização do curso, o seu interesse ou desejo em participar de projetos de


15
pesquisa científica mudou? Explique por quê.

Após a realização do curso seu interesse por conteúdo científico mudou? Explique
16
por quê.

17 Você considera que ficou faltando algum conteúdo no curso? Qual seria?
101

QUESTIONÁRIO PARA ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA PARA SER


APLICADO JUNTO AOS PESQUISADORES

1. Você possui experiência como pesquisador na área de iniciação científica, com


discentes de ensino médio?

2. Com base na sua experiência, quais são os principais desafios enfrentados


pelos estudantes ao iniciar sua jornada na pesquisa científica? E os estudantes
do ensino médio?

3. Quais são, na sua opinião, os principais benefícios que a participação em um


curso de iniciação científica pode trazer para os estudantes?

4. Quais são as competências e habilidades que você espera que os estudantes


desenvolvam ao participar de um curso de iniciação científica?

5. Na sua visão, quais são as principais melhorias ou ajustes que poderiam ser
feitos no curso de iniciação científica para torná-lo ainda mais eficaz?

6. Como você avalia a relevância da iniciação científica na formação acadêmica


e profissional dos estudantes de nível médio?
102

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO CURSO

Esta avaliação faz parte da validação do curso enquanto produto educacional e, para
tanto, contamos com sua participação como juiz especialista. Assim, após a conclusão
de todas as etapas, responda as questões a seguir, considerando uma escala tipo
Likert, com níveis variando de 1 – inadequado, 2- parcialmente adequado, 3 –
adequado e 4 – totalmente adequado.

ASPECTO: ORGANIZAÇÃO DO CURSO

Parcialmente Totalmente
Item Inadequado Adequado
adequado adequado
A estrutura do curso está
1 2 3 4
adequada
O conteúdo é apresentado numa
1 2 3 4
sequência lógica
Carga horária do curso está
1 2 3 4
adequada
Os objetivos educacionais são
1 2 3 4
apresentados claramente

Sugestões:__________________________________________________________

ASPECTO: CONTEÚDO DO CURSO

Parcialmente Totalmente
Item Inadequado Adequado
adequado adequado
O conteúdo demonstra a
1 2 3 4
finalidade do curso
O conteúdo é apropriado ao
1 2 3 4
público-alvo
O conteúdo é claro e objetivo 1 2 3 4
A redação do material está bem
estruturada em concordância e 1 2 3 4
ortografia
Os recursos audiovisuais são
1 2 3 4
suficientes e satisfatórios
103

Sugestões:__________________________________________________________

ASPECTO: RELEVÂNCIA DO CURSO

Parcialmente Totalmente
Item Inadequado Adequado
adequado adequado
Os temas tratados têm
relevância na Educação 1 2 3 4
Profissional e Tecnológica
O curso fomenta a reflexão sobre
a importância da Iniciação 1 2 3 4
Cientifica na EPT
O curso fomenta a reflexão sobre
a importância da Iniciação 1 2 3 4
Cientifica no ensino médio
O curso fomenta a reflexão da
importância da pesquisa 1 2 3 4
cientifica para a vida do discente

Sugestões:__________________________________________________________

Você tem outras considerações sobre o curso? Este é o espaço para deixar suas
críticas, elogios e sugestões.

___________________________________________________________________
104

APÊNDICE B – TERMOS: ASSENTIMENTO, CESSÃO E RESPONSABILIDADE

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE) − PARA MENOR DE IDADE

Gostaríamos de convidá-lo (a) para participar como voluntário (a) da pesquisa intitulada “CURSO DE INICIAÇÃO À
PESQUISA CIENTÍFICA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO
TÉCNICO INTEGRADO” desenvolvida pelo pesquisador Adalto dos Reis Junior, orientado pela professora Dr.ª
Márcia Gonçalves de Oliveira, pertencentes ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação
Profissional e Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Espírito Santo.
O objetivo deste trabalho é analisar as contribuições do curso MOOC de Introdução à Pesquisa Científica para o
processo de iniciação cientifica dos discentes do Ifes, seja no ensino médio ou superior.
Sua participação é muito valiosa na realização desse projeto. Para tanto, solicitamos a sua participação, respondendo
aos questionários propostos durante a pesquisa, autorização para utilizar os dados produzidos, ainda sua imagem e /
ou voz, caso necessário.
A sua participação não acarretará despesas e será de forma voluntária, sem direito à remuneração. Caso aceite,
poderá desistir a qualquer momento, e sua desistência não implicará em nenhum prejuízo ou penalidade.
A pesquisa poderá proporcionar aos participantes, ao fim das atividades, benefícios voltados ao desenvolvimento de
conhecimentos e habilidades ligadas ao processo de iniciação cientifica.
Essa pesquisa será realizada de forma totalmente online, através do preenchimento de questionário eletrônico. O risco
que você pode correr é o de ser identificado, mesmo com todos os cuidados de sigilo adotados, e o único desconforto
diz respeito ao possível constrangimento ao responder o questionário.
Para minimizar os riscos, esclarecemos que:
● Os dados da pesquisa são confidenciais e serão divulgadas apenas em eventos ou publicações científicas, não
havendo identificação dos voluntários;
● Os participantes sempre serão informados sobre a sua participação, com a assinatura de autorização para uso
dos dados produzidos e / ou uso da imagem e voz;
● O participante poderá desistir de sua participação a qualquer momento;
● Os dados coletados nesta pesquisa ficarão sob a guarda do(a) pesquisador(a), pelo período de no mínimo 5 anos.
● Este termo será elaborado em duas vias, sendo uma cópia entregue ao pesquisador e a outra ao voluntário.
Conforme Art. 17, item VI, da Resolução CNS n.º 510/2016, sempre que solicitado, os participantes terão acesso aos
resultados da pesquisa.
Caso precise de qualquer informação adicional, você ou seu responsável poderá entrar em contato com o pesquisador
pelo telefone (27) 99914-6250 ou pelo endereço eletrônico [email protected], ou então poderão entrar em contato
com o Comitê de Ética em Pesquisa do Ifes (CEP / Ifes), na Avenida Rio Branco, 50 – Santa Lúcia, Cep: 29056-255 –
Vitória-ES, telefone (27) 3357-7518 ou (27) 3357-7500 (ramal 3088).
Destacamos que este documento deverá ser assinado em duas vias para que o participante possa guardar consigo
uma via, assim como o pesquisador.

Diante do exposto no termo, eu ________________________________________________, e-mail ou telefone:


________________________________estou ciente e concordo em participar desta pesquisa.

Linhares-ES, _____, de ___________ 2023.

_____________________________ _____________________________
Assinatura do(a) Participante Assinatura do Pesquisador
105

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) − PARA RESPONSÁVEL


DO MENOR DE IDADE

Gostaríamos de seu consentimento para que o(a) aluno(a) _______________________________, matrícula


___________________, participasse como voluntário(a) da pesquisa intitulada “CURSO DE INICIAÇÃO À
PESQUISA CIENTÍFICA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO
TÉCNICO INTEGRADO” desenvolvida pelo pesquisador Adalto dos Reis Junior, orientado pela professora Dr.ª
Márcia Gonçalves de Oliveira, pertencentes ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação
Profissional e Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Espírito Santo.
O objetivo deste trabalho é analisar as contribuições do curso MOOC de Introdução à Pesquisa Científica para o
processo de iniciação cientifica dos discentes do Ifes, seja no ensino médio ou superior.
A participação do aluno(a) é muito valiosa na realização desse projeto. Para tanto, solicitamos a sua autorização
para que ele(a) participe, respondendo aos questionários propostos durante a pesquisa, autorize a utilizar os dados
produzidos, ainda sua imagem e / ou voz, caso necessário.
A sua participação não acarretará despesas e será de forma voluntária, sem direito à remuneração. Caso autorizado,
poderá desistir a qualquer momento, e sua desistência não implicará em nenhum prejuízo ou penalidade.
A pesquisa poderá proporcionar aos participantes, ao fim das atividades, benefícios voltados ao desenvolvimento
de conhecimentos e habilidades ligadas ao processo de iniciação cientifica.
Essa pesquisa será realizada de forma totalmente online, através do preenchimento de questionário eletrônico. O
risco que você pode correr é o de ser identificado, mesmo com todos os cuidados de sigilo adotados, e o único
desconforto diz respeito ao possível constrangimento ao responder o questionário.
Para minimizar os riscos, esclarecemos que:
● Os dados da pesquisa são confidenciais e serão divulgadas apenas em eventos ou publicações científicas, não
havendo identificação dos voluntários;
● Os participantes sempre serão informados sobre a sua participação, com a assinatura de autorização para uso
dos dados produzidos e / ou uso da imagem e voz;
● O participante poderá desistir de sua participação a qualquer momento;
● Os dados coletados nesta pesquisa ficarão sob a guarda do(a) pesquisador(a), pelo período de no mínimo 5
anos.
● Este termo será elaborado em duas vias, sendo uma cópia entregue ao pesquisador e a outra ao voluntário.
Conforme Art. 17, item VI, da Resolução CNS n.º 510/2016, sempre que solicitado, os participantes terão acesso aos
resultados da pesquisa.
Caso precise de qualquer informação adicional, você poderá entrar em contato com o pesquisador pelo telefone (27)
99914-6250 ou pelo endereço eletrônico [email protected], ou então poderão entrar em contato com o Comitê
de Ética em Pesquisa do Ifes (CEP / Ifes), na Avenida Rio Branco, 50 – Santa Lúcia, Cep: 29056-255 – Vitória-ES,
telefone (27) 3357-7518 ou (27) 3357-7500 (ramal 3088).

Diante do exposto no termo, eu, _________________________________, portador(a) do RG n.° ___________,


confirmo que o pesquisador Adalto dos Reis Junior me explicou os objetivos da pesquisa e a forma de participação
do(a) aluno(a), bem como os instrumentos que serão utilizados para a coleta de dados. As alternativas para a
participação do(a) aluno(a) também foram discutidas e recebi uma via original deste Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido. Após ter lido e compreendido este documento, concordo em dar meu consentimento para o(a) aluno(a)
____________________________, matrícula___________ participar como voluntário desta pesquisa.
Ressaltamos que este documento deverá ser assinado em duas vias para que o participante possa guardar consigo
uma via, assim como o pesquisador.

Linhares-ES, _____, de ___________ 2023

__________________________ __________________________ _________________________


Assinatura do(a) Responsável Assinatura do(a) Participante Assinatura do Pesquisador
106

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) − MAIOR DE IDADE

Gostaríamos de convidá-lo (a) para participar como voluntário (a) da pesquisa intitulada “CURSO DE INICIAÇÃO À
PESQUISA CIENTÍFICA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO
TÉCNICO INTEGRADO”, desenvolvida pelo pesquisador Adalto dos Reis Junior, orientado pela professora Dr.ª
Márcia Gonçalves de Oliveira, pertencentes ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação
Profissional e Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Espírito Santo.
O objetivo deste trabalho é analisar as contribuições do curso MOOC de Introdução a Pesquisa Científica para o
processo de iniciação cientifica dos discentes do Ifes, seja no ensino médio ou superior.
Sua participação é muito valiosa na realização desse projeto. Para tanto, solicitamos a sua participação, respondendo
aos questionários propostos durante a pesquisa, autorização para utilizar os dados produzidos, ainda sua imagem e /
ou voz, caso necessário.
A sua participação não acarretará despesas e será de forma voluntária, sem direito à remuneração. Caso aceite,
poderá desistir a qualquer momento e sua desistência não implicará em nenhum prejuízo ou penalidade.
A pesquisa poderá proporcionar aos participantes, ao fim das atividades, benefícios voltados ao desenvolvimento de
conhecimentos e habilidades ligadas ao processo de iniciação científica.
Essa pesquisa será realizada de forma totalmente online, através do preenchimento de questionário eletrônico. O risco
que você pode correr é o de ser identificado mesmo com todos os cuidados de sigilo adotados, e o único desconforto
diz respeito ao possível constrangimento ao responder o questionário.
Para minimizar os riscos, esclarecemos que:
● Os dados da pesquisa são confidenciais e serão divulgadas apenas em eventos ou publicações científicas, não
havendo identificação dos voluntários;
● Os participantes sempre serão informados sobre a sua participação, com a assinatura de autorização para uso
dos dados produzidos e / ou uso da imagem e voz;
● O participante poderá desistir de sua participação a qualquer momento;
● Os dados coletados nesta pesquisa ficarão sob a guarda do(a) pesquisador(a), pelo período de no mínimo 5 anos.
● Este termo será elaborado em duas vias, sendo uma cópia entregue ao pesquisador e a outra ao voluntário.
Conforme Art. 17, item VI, da Resolução CNS n.º 510/2016, sempre que solicitado, os participantes terão acesso aos
resultados da pesquisa.
Caso precise de qualquer informação adicional você poderá entrar em contato com o pesquisador pelo telefone (27)
99914-6250 ou pelo endereço eletrônico [email protected], ou então poderão entrar em contato com o Comitê
de Ética em Pesquisa do Ifes (CEP / Ifes), na Avenida Rio Branco, 50 – Santa Lúcia, Cep: 29056-255 – Vitória-ES,
telefone (27) 3357-7518 ou (27) 3357-7500 (ramal 3088).

Ressaltamos que este documento deverá ser assinado em duas vias para que o participante possa guardar consigo
uma via, assim como o pesquisador.

Diante do exposto no termo, eu ________________________________________________, e-mail ou telefone:


________________________________estou ciente e concordo em participar desta pesquisa.

Linhares-ES, _____, de ___________ 2023

_____________________________ _____________________________
Assinatura do(a) Participante Assinatura do Pesquisador
107

TERMO DE CESSÃO DE IMAGEM E VOZ

Nome:______________________________ Data de nascimento: ______________

CPF:___________________ Nacionalidade:___________ Estado Civil:_________

Telefone:_____________________ E-mail:________________________________

Endereço:___________________________________________________________

Autorizo o uso da minha imagem e voz na pesquisa “CURSO DE INICIAÇÃO À


PESQUISA CIENTÍFICA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE
ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO TÉCNICO INTEGRADO”, desenvolvida pelo
pesquisador Adalto dos Reis Junior para o Programa de Pós-Graduação em Educação
Profissional e Tecnológica − ProfEPT do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Espírito Santo, sob orientação professora Dr.ª Márcia Gonçalves de
Oliveira. Compreendo a importância da minha participação na pesquisa, autorizo a
utilização da minha imagem e da entrevista que será transcrita e utilizada durante o
processo.
Declaro estar ciente que a autorização ocorre de forma gratuita e sem ônus e tenho
conhecimento que as gravações e imagens produzidas durante a pesquisa terão fins
educacionais.

Assim, autorizo a utilização de imagem e voz e recebo uma via deste termo de igual
teor e forma.

Linhares-ES, __________ de ___________ 2023.

____________________________________
Assinatura do(a) participante

____________________________________________________
Assinatura do(a) responsável, quando o(a) aluno(a) for menor de idade

_____________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
108

TERMO DE RESPONSABILIDADE E COMPROMISSO DO PESQUISADOR


RESPONSÁVEL

Eu, Adalto dos Reis Junior, pesquisador responsável pelo projeto “CURSO
DE INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA
FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO TÉCNICO INTEGRADO”, a ser
desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo
(Ifes), DECLARO estar ciente e que cumprirei os termos da Resolução n.º 510/2016
do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde – CONEP, e declaro ainda:

(a) assumir o compromisso de zelar pela privacidade e sigilo das informações;


(b) tornar os resultados desta pesquisa públicos sejam eles favoráveis ou não; e,
(c) comunicar o CEP sobre qualquer alteração no projeto de pesquisa, nos relatórios
anuais ou através de comunicação protocolada, que me forem solicitadas.

Linhares-ES, em 05 de abril de 2023.

Adalto dos Reis Junior


Assinatura do pesquisador responsável
109

APÊNDICE C – FORMULÁRIO DE PROJETO DE CURSO MOOC

PRODUTO EDUCACIONAL (PROJETO INICIAL)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Avenida Rio Branco, 50 – Santa Lúcia – 29056-255 – Vitória – ES
27 3357-7500

FORMULÁRIO DE CADASTRO DE CURSO MOOC

I. DADOS CADASTRAIS

Identificação
Nome do Curso: CURSO INTRODUÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA
Nome: ADALTO DOS REIS JUNIOR

Data nasc.: 09/05/1987


CPF: 058.277.837-90
Siape: 2141408
Dados do
Proponente E-mail: [email protected]
Telefone: 27 32645711
Cargo: ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Setor: COORD. DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Campus: LINHARES
Nome: LUCIANO BIANCARDI FIORINO
Dados da chefia imediata
E-mail: [email protected]
do Proponente
Telefone: 27 3264-5711
Campus responsável LINHARES
Tipo do curso (apenas um) ( ) Ensino ( ) Extensão ( ) Desenvolvimento Institucional ( X ) Pesquisa
É artefato ou produto ( X ) Sim ( ) Não
educacional Se sim, informe o curso: Mestrando em Educação Profissional e
Tecnológica (ProfEPT)
(Aqui deve ser informado o ano/semestre previsto de lançamento do curso. Entretanto, a
Ano/semestre de início data efetiva será posteriormente definida pelo Cefor)
previsto 2023/2
110

II. CARACTERIZAÇÃO

Informações gerais
Carga horária (máx. 60h): 30h Idioma: Português
Nível de Dificuldade: ( X ) Básico ( ) Intermediário ( ) Avançado

Eixo Tecnológico (apenas um)


( ) Ambiente e Saúde ( ) Militar
( ) Controle e Processos Industriais ( ) Produção Alimentícia
( X ) Desenvolvimento Educacional e Social ( ) Produção Cultural e Design
( ) Gestão e Negócios ( ) Produção Industrial
( ) Informação e Comunicação ( ) Recursos Naturais
( ) Infraestrutura ( ) Segurança
( ) Turismo, Hospitalidade e Lazer

Categorias
(pode marcar mais de uma)

( ) Tecnologias e Informática ( X ) Educação ( ) Engenharia


( ) Tecnologias Educacionais ( X ) Educação a Distância ( ) Ciências da Natureza
( ) Gestão ( ) Línguas ( ) Artes e Humanidades
( ) Finanças e Contabilidade ( ) Ambiente e Saúde ( ) Matemática
( ) Design ( ) Desenvolvimento Pessoal ( ) Inclusão e Acessibilidade

Palavras-chave (tags)
(separe as palavras-chave com ponto e vírgula)

Pesquisa científica; metodologia científica, projetos de pesquisa, conhecimento científico;

Recursos Humanos
Equipe de Execução - Membros
Nome CPF Email Vínculo Instituição Função na Equipe
ADALTO DOS REIS 058.277.837-90 adalto.reis@ifes ( ) Docente IFES -
( X ) Servidor TA
JUNIOR .edu.br LINHARES Executor
( ) Estudante
( ) Externo

MÁRCIA 030.104.787-12 marcia.oliveira ( X ) Docente


GONÇALVES DE @ifes.edu.br ( ) Servidor TA IFES -
( ) Estudante Orientadora
OLIVEIRA CEFOR
( ) Externo

Recursos financeiros (se houver)


Ifes: R$
Agências oficiais de fomento: R$ -
Recursos financeiros
Contrapartidas de parceiros: R$ -
demandados (estimativa):
Arrecadação própria: R$ -
Outro: R$ -
Recursos financeiros Ifes: R$
disponíveis: Agências oficiais de fomento: R$ -
111

Contrapartidas de parceiros: R$ -
Arrecadação própria: R$ -
Outro: R$ -

Recursos Materiais
(Especificar os materiais educacionais a serem usados do curso (recursos da sala virtual, videoaulas, áudios, textos, animações etc) e
se os mesmos serão produzidos pela equipe do curso ou precisará de apoio de equipe do Cefor)

Ambiente Virtual Moodle (plataforma MOOC) com utilização de recursos de gamificação e disponibilização
de vídeos e materiais construídos utilizando os recursos do Moodle como livro e páginas. Os materiais serão
construídos pelo professor ou de uso livre e disponibilizados na internet.

Parcerias internas (se houver)


Campus Setor N.º docentes N.º servidores tec. Número de estudantes Descrição da participação
envolvidos adm. envolvidos envolvidos
Cefor CGTE - 01 - Auxílio com produção de artes
e esclarecimento de dúvidas
Vitória PROF-EPT 01 - - Orientação de dissertação

Parcerias externas (se houver)


Nome da instituição Sigla Vai aportar Descrição da participação
recursos e/ou
contrapartida?
- - ( ) Sim ( ) Não -

III. PÚBLICO-ALVO

Público-Alvo
Descrição do público- Discentes do Ifes do ensino médio/técnico que terão o primeiro contato com
alvo pesquisa científica ou que desejam conhecer um pouco mais sobre o trabalho
de pesquisa científica.
O curso também atenderá outros interessados, por exemplo: discentes de
graduação, pós-graduação ou servidores do Ifes, que desejam adquirir ou
ampliar seus conhecimentos sobre o tema independente do seu nível de
formação e/ou vínculo com o Ifes.
Requisitos técnicos: Computador com acesso à internet.
(informar se há necessidade de
equipamentos e/ou softwares Algumas etapas do estudo podem ser realizadas por meio de smartphone, mas
específicos, tipo de conexão, se algumas atividades demandam do uso de computador com editor de texto.
pode ser feito por meio de
smartphones, etc.)

Pré-requisitos para o
curso: Conhecimentos básicos em informática e editores de texto.
(informar se há necessidade de
conhecimentos prévios para a
realização do curso.)

IV. DETALHAMENTO DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO

(Descreva de forma sucinta a proposta do curso. Este texto aparecerá no item “Descrição do curso” na plataforma)
Resumo da Proposta (Ementa):

O curso de introdução à pesquisa científica é voltado para alunos do ensino médio técnico integrado do Ifes
112

e outros interessados como discentes de graduação ou pós-graduação, com o objetivo de fornecer o


conhecimento básico para que possam compreender a importância da pesquisa científica e sua função em
um projeto de pesquisa, além de desenvolver seu raciocínio investigativo e crítico. O conteúdo é apresentado
de forma clara e simples para cativar o interesse dos jovens e inclui metodologias de gamificação para tornar
a aprendizagem mais dinâmica e interativa. Durante o curso, serão apresentadas algumas plataformas e
ferramentas utilizadas em pesquisas científicas, como bases de dados, periódicos, plataformas de busca e
organização de referências bibliográficas. Os alunos terão a oportunidade de conhecer técnicas de revisão
bibliográfica e de fichamento, aprenderão sobre a estrutura de trabalhos científicos além disso, os alunos
receberão orientações sobre a elaboração de resumos e banners para apresentação em eventos científicos,
com demonstrações de como devem ser elaborados e apresentados os trabalhos científicos. A contribuição
do curso para os discentes capacitados é o de proporcionar o conhecimento base para sua iniciação
científica.

Justificativa:

A pesquisa científica é fundamental para o avanço do conhecimento em diversas áreas, mas muitos alunos
do ensino médio técnico integrado não possuem formação ou são iniciados na área de pesquisa científica,
por vezes, não sabem como se inserir em projetos de pesquisa. Visando preencher essa lacuna, o curso de
introdução à pesquisa científica irá fornecer o conhecimento básico necessário para que os alunos possam
compreender a importância da pesquisa científica e sua função em um projeto de pesquisa, além de
desenvolver seu raciocínio investigativo e crítico. Proporcionando a esses discentes orientação e formação
sobre o tema, atividades e habilidades recorrentes em projetos de pesquisa científica

Objetivo Geral:

Desenvolver o raciocínio investigativo e crítico de alunos do ensino médio técnico integrado e outros
interessados, despertando o interesse e a compreensão sobre a importância da pesquisa científica.

mover para outra parte


O curso irá preparar também os alunos para a participação em projetos e programas de pesquisa científica,
por meio do desenvolvimento de práticas e habilidades necessárias para executar as atividades dos projetos
desde seu início até a etapa de sua apresentação. Através do curso, os alunos serão incentivados a se
tornarem cidadãos ativos e críticos, capazes de contribuir para o avanço do conhecimento científico e
tecnológico, bem como para o desenvolvimento social e econômico de suas comunidades e do país como
um todo.

Objetivos Específicos (opcional):

- Desenvolver a compreensão das principais etapas do processo de pesquisa científica;


- Estimular o interesse e a curiosidade dos alunos em relação à pesquisa científica;
- Conhecer os principais programas de pesquisa do Ifes e compreender os requisitos e critérios de
participação;
- Aprimorar o raciocínio investigativo e crítico;
- Desenvolver habilidades práticas para execução em tarefas comuns em projetos de pesquisa;

(Informação que será exibida no verso do certificado. Não usar subtópicos)


Conteúdos:

1. Introdução à pesquisa científica: conceitos básicos, importância e aplicações;


2. Por que realizar pesquisa científica?
113

3. Quais os Principais programas de pesquisa desenvolvidos no Brasil e no Ifes?


4. O que é um projeto de pesquisa? Como faço para participar? Como é o processo de seleção
de bolsistas?
4.1. Cadastrando meu currículo Lattes;
4.2. Exemplo de plataforma de Gestão de Pesquisa (Sigpesq);
5. E agora como acontece a execução da pesquisa? o que tenho que fazer?
5.1. Exemplos de instrumentos de coleta e análise de dados;
6. O que se faz com o resultado de uma pesquisa? (elaboração de resultados)
7. Dicas para elaboração de resumos e banners para apresentação em eventos científicos:
estratégias para uma boa redação científica;

Metodologia:

O curso propõe uma metodologia baseada em estudos colaborativos, individuais e atividades de


autoinstrução, como estudos dirigidos, práticas em elementos gamificados, questionários online e
participação em fóruns. Os conteúdos serão disponibilizados em formato de vídeos tutoriais, materiais
complementares como links, textos, vídeos e jogos adaptados na plataforma Moodle.

Os cursistas terão acesso a um espaço de fórum colaborativo para troca de informações e colaboração mútua
na construção do conhecimento, serão incentivados a aplicar os conteúdos de forma livre e criativa,
explorando outros artigos e trabalhos de pesquisa disponibilizados em links e plataformas virtuais, para que
possam praticar e reconhecer o conteúdo adquirido.
O curso não contará com tutoria, mas os cursistas serão encorajados a participar ativamente das atividades
propostas, explorar os recursos disponíveis na plataforma e interagir entre si para enriquecer o aprendizado
e a aplicação prática dos conteúdos abordados.

O planejamento do curso está no mapa de atividades, com as demais definições, detalhamentos e


distribuição das atividades e conteúdos.

Resultados esperados:

Espera-se colaborar no atendimento da demanda de formação introdutória de discentes em processo de


iniciação à pesquisa científica, além de outros interessados da comunidade em geral, contribuído com seu
engajamento e participação nos projetos de pesquisa científica.

Perfil do egresso:

O egresso estará iniciado em conceitos, habilidades e processos da pesquisa científica; as principais etapas;
possuirá habilidades de análise, raciocínio investigativo e crítico; além de conhecer técnicas e práticas de
atividades comuns no desenvolvimento dos projetos científicos.

(Citar como se dará a avaliação da aprendizagem por meio de atividades de autocorreção)


Avaliação da aprendizagem

A avaliação da aprendizagem é constituída de seis atividades avaliativas, sendo três no formato de


questionário e duas atividades baseadas em gamificação e uma prática com envio de arquivo.
Para obter aprovação, o cursista deve alcançar 60% da nota máxima no curso, constituída da média de
todas as atividades avaliativas realizadas ao longo do curso e o envio da atividade final nos termos
estabelecidos.
114

Bibliografia:

FLICK, U. Introdução à metodologia de pesquisa: um guia para iniciantes. Porto Alegre: Penso, 2013
GERHARDT, Tatiana Engel. Pesquisa Participante: Concepções e Práticas. 1ª ed. Porto Alegre: Editora
da UFRGS, 2017.
GIL, A. C. Como elaborar projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002
http://ajuda.cnpq.br/index.php/P%C3%A1gina_principal
https://scholar.google.com/scholar/help.html
https://www.ifes.edu.br/images/stories/files/Comunicacao/caderno_normas_tcc_2017-277_rev_27-11.pdf
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa
bibliográfica, projeto e relatório, publicação e trabalhos científicos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992.
LAKATOS, Eva M. Fundamentos de Metodologia Científica. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN,
2021. E-book. ISBN 9788597026580. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026580/. Acesso em: 05 abr. 2023.
Normas para apresentação de trabalhos Acadêmicos e Científicos − IFES
Página de ajuda da plataforma Lattes
Página de ajuda do Google Scholar
Página FAQ do site - BDTD
https://bdtd.ibict.br/vufind/Content/faqs
Playlist Redação Científica – Canal Márcia Gonçalves de Oliveira -
https://www.youtube.com/watch?v=AWNOSBly30U&list=PLhISmO9A71AaRrf9eEsUYs4ZKKffPjSp6
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da
pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
VOLPATO, G. L. (2010). Dicas Para Redação Científica. 3. ed. São Paulo: Unesp, 2010.
VOLPATO, G. L. Guia Prático para Redação Científica. 1. ed. São Paulo: BEST WRITING, 2015.

V. CERTIFICAÇÃO

Critérios de certificação dos estudantes


(Não alterar)
O Estudante deve obter no mínimo 60 pontos (do total 100) para obter o certificado.

VI. INDICADORES

Indicadores
A proposta trabalha com temas transversais? ( ) sim ( x ) não
Em caso afirmativo, a qual(ais) tema(s) está relacionada?
( ) Ética
( ) Meio Ambiente
( ) Sexualidade
( ) Saúde
( ) Diversidade Étnica/Cultural
115

( ) Educação em Direitos Humanos


( ) Outros Qual(ais)?____________________________________________________
A proposta possui alguma interface na perspectiva inclusiva dos discentes?
( ) sim ( x )não
Em caso afirmativo, qual(ais) grupo(os) está relacionada?
( ) Alunos de baixo rendimento ou com dificuldades de aprendizagem
( ) Alunos da educação especial
( ) Grupos étnicos presentes no corpo discente
( ) Outros grupos/segmentos. Qual(ais)?
______________________________________
116

APÊNDICE D – MAPA DE ATIVIDADES DO CURSO MOOC

MAPA DE ATIVIDADES DO CURSO MOOC


MAPA DE ATIVIDADES
Curso: Introdução à Pesquisa Científica

Professor: Adalto dos Reis Junior


Ano /
semestre 2023 / 2
início:
Carga
30h
horária:
O curso irá preparar também os alunos para a participação em projetos e programas
de pesquisa científica, por meio do desenvolvimento de práticas e habilidades
necessárias para executar as atividades dos projetos desde seu início até a etapa de
Ementa: sua apresentação. Através do curso, os alunos serão incentivados a se tornarem
cidadãos ativos e críticos, capazes de contribuir para o avanço do conhecimento
científico e tecnológico, bem como para o desenvolvimento social e econômico de suas
comunidades e do país como um todo.
Atividade e
No Tópico Descrição/Objetivos Conteúdo Nota
recurso
Breve introdução sobre o que é Vídeo
pesquisa científica, qual o seu animado;
papel na sociedade e na produção Texto (livro do
Introdução à pesquisa científica:
de conhecimento, e quais são as Moodle);
conceitos básicos, importância e
principais áreas e tipos de
aplicações; Divulgação de
pesquisa. Apresentar exemplos de
podcasts para
pesquisas famosas ou atuais para
saber mais
ilustrar os conceitos.
Apresentar os benefícios e os Vídeo
desafios de realizar pesquisa animado;
científica, tanto para o
Por que Texto
desenvolvimento pessoal quanto
1 realizar descrição;
profissional dos estudantes.
pesquisa?
Destacar as competências e
Textos e
habilidades que são
elementos
desenvolvidas com a pesquisa,
Por que realizar pesquisa científica? gráficos
como pensamento crítico,
indicados
criatividade, comunicação,
itens;
colaboração etc.
Apresentar as oportunidades e os Textos e
incentivos que existem para os elementos
estudantes que se envolvem com gráficos
a pesquisa, como bolsas, prêmios, indicados
publicações etc. itens;
117

Apresentar uma visão geral dos


principais programas e instituições
que fomentam e realizam
pesquisa científica no Brasil e no
Quais os Principais programas de Textos e
Ifes. Mencionar os objetivos, as
pesquisa desenvolvidos no Brasil e no elementos e
áreas, os requisitos e os
Ifes? gráficos;
resultados desses programas.
Citar alguns exemplos de projetos
ou pesquisadores que se
destacaram nesses programas.
Fórum -
Atividade prática de buscas na compartilhar
internet para localizar e exemplo de
Atividade prática compartilhar uma pesquisa pesquisa
científica do interesse do cientifica que
estudante. achou
interessante
Vídeo
Apresentar e definir o que é um animado;
projeto de pesquisa, quais são
Texto;
seus elementos e etapas, e como
ele é elaborado e avaliado. Atividade
O que é um projeto de pesquisa?
Explicar sobre as características e arrastar e
as normas que devem ser soltar,
seguidas para a elaboração de um organizar
projeto de pesquisa de qualidade. sequencias de
Como eu
projetos;
2 consigo
Informar como os estudantes
participar? Vídeo
podem se candidatar e participar
animado;
de projetos de pesquisa no Ifes.
Esclarecer quais são os requisitos,
Como faço para participar? Como é o os documentos, os prazos e os Texto
processo de seleção de bolsistas? procedimentos necessários para a
inscrição. Indicar onde os Infográfico
estudantes podem acompanhar indicando
editais dos programas de pesquisa fluxo da
e as datas de publicação no Ifes. seleção;
118

Ensinar como os estudantes


podem cadastrar e atualizar seu
currículo na plataforma Lattes, que
é o sistema oficial de registro da
atividade científica no Brasil.
Mostrar como acessar, preencher Vídeo tutorial
Cadastrando meu currículo Lattes; e enviar o formulário do currículo e texto
Lattes, e quais são as informações explicativo
e documentos necessários.
Destacar a importância e a
utilidade do currículo Lattes para a
participação em pesquisa em
geral.
Apresentar um exemplo de
plataforma de gestão de pesquisa,
como o Sigpesq, que é o sistema
utilizado pelo Ifes para gerenciar
seus programas e projetos de
Conhecendo uma plataforma de Vídeo tutorial
pesquisa. Mostrar como navegar,
Gestão de Projetos de Pesquisa e texto
consultar e utilizar o Sigpesq, e
(Sigpesq); explicativo
quais são as funcionalidades e
vantagens que ele oferece.
Esclarecer as dúvidas e
dificuldades mais comuns sobre o
Sigpesq.
Atividade onde os alunos vão
realizar o cadastro na plataforma
Atividade prática Glossário
Lattes e compartilhar seu link em
um glossário
Apresentar como acontece a
execução da pesquisa um fluxo Vídeo
básico(padrão), desde o início até animado
o fim do projeto. Descrever as
principais atividades,
E agora como acontece a execução da responsabilidades e desafios
O que eu pesquisa? O que tenho que fazer? envolvidos na execução da
Texto com
3 tenho que pesquisa, como coletar dados,
imagem
fazer? analisar resultados, elaborar
resumo
relatórios, etc. Apresentar de
instrumentos de coleta e análise
de dados;
Depoimentos de ex-bolsistas e Apresentar em vídeos como Vídeo de
pesquisadores falando um pouco aconteceram alguns projetos qual entrevista:
sobre a execução de suas pesquisas; foi o papel dos alunos pesq. e alunos
119

Vídeo
animado

Texto com
imagem
Apresentar o evento de divulgação resumo
dos resultados das pesquisas
Atividade
como a Jornada Cientifica do Ifes,
colaborativa
onde os estudantes divulgam seus
E agora em fóruns
projetos. Explicar como elaborar
como tudo O que se faz com o resultado de uma onde o aluno
4 os produtos finais da pesquisa,
isso pesquisa? (elaboração de resultados) deverá
como artigos, pôsteres,
termina? navegar na
apresentações, etc. Explicar
página da
também sobre outros meios de
Jornada do
divulgação dos trabalhos como
Ifes e escolher
revistas e eventos científicos;
um trabalho
executado no
Ifes para
compartilhar
no Fórum
Questionário
Questionário final para avaliação
Hora da (validação dos
5 Questionário Final do conteúdo adquirido ao longo do 100
prática conteúdos
curso
apresentados)
Apresentar estratégias para
Dicas para elaboração de resumos e
construção de relatórios e artigos, Texto com
banners para apresentação em
6 Extras elementos essenciais. Exemplo de imagem
eventos científicos: estratégias para
como utilizar o template da jornada resumo
uma boa redação científica;
do Ifes.

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