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Edital
BANCA: CESPE
CARGO: Analista
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Referências
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Economia
MACROECONOMIA
1. INTRODUÇÃO
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Por outro lado, alguns produtos são excluídos do cálculo do PIB, como, por exemplo, drogas
ilegais. Também, os bens produzidos e consumidos domesticamente não entram no PIB, como,
por exemplo, verduras plantadas na horta doméstica.
Uma situação que produziria uma queda do PIB seria o casamento de um patrão com sua
empregada, já que o serviço da empregada não estaria mais sendo vendido no mercado.
“...Os bens e os serviços...”. O PIB inclui tanto bens tangíveis, automóveis, comida, etc., quanto
serviços intangíveis, como corte de cabelo, visitas médicas, etc. Quando você paga para assistir
a um show de música, você está comprando um serviço e o preço do ingresso também entra no
PIB.
“...Finais...”. O PIB só inclui o valor final dos bens. O motivo é que o valor dos bens intermediários
já está incluído no preço dos bens finais.
Uma exceção importante a esse princípio ocorre quando um bem intermediário é produzido e,
em lugar de ser utilizado, é adicionado aos estoques da empresa para ser utilizado ou vendido
posteriormente. Nesse caso, o bem intermediário é considerado “final” momentaneamente
e seu valor, como investimento em estoque, é adicionado ao PIB. Quando o estoque, o bem
intermediário é, mais tarde, usado ou vendido, o investimento da empresa em estoque é
negativo e o PIB do período posterior é reduzido de acordo.
“...Produzidos...”. O PIB inclui bens e serviços produzidos no presente. Não inclui transações
envolvendo itens produzidos no passado. Quando a GM produz e vende um carro novo, o valor
do carro é incluído no PIB. Quando uma pessoa vende um carro usado para outra pessoa, o
valor do carro usado não é incluído no PIB.
“...Em um país...”. O PIB mede o valor da produção gerada dentro dos limites de um país.
Quando um cidadão americano trabalha temporariamente no Brasil, sua produção é parte
do PIB do Brasil. Quando um cidadão brasileiro é proprietário de uma fábrica na França, a
produção de sua fábrica não faz parte dos PIB do Brasil (é parte do PIB francês). Portanto, bens
e serviços são incluídos no PIB de uma nação quando são produzidos internamente, sem levar
em consideração a nacionalidade do produtor.
Outro indicador, denominado Produto Nacional Bruto (PNB), usa uma abordagem diferente
para tratar dos bens e serviços produzidos por estrangeiros. O PNB é o valor da produção
dos residentes permanentes de uma nação. Quando um cidadão americano trabalha
temporariamente no Brasil, sua produção não faz parte do PNB brasileiro (é parte do PNB dos
Estados Unidos). Quando um cidadão brasileiro é proprietário de uma fábrica na França, o lucro
obtido com a produção daquela fábrica é parte do PNB brasileiro. Portanto, a renda é incluída
no PNB de uma nação se é obtida por um residente permanente dessa nação (denominado
nacional) sem levar em conta onde foi gerado.
“...Em dado período de tempo...”. O PIB mede o valor da produção, geralmente, de um
ano ou de um trimestre. O PIB mede o fluxo de renda ou a despesa da economia durante
esse intervalo. Quando o governo comunica o PIB trimestral, em geral, ele anuncia o PIB
“anualizado”. Isso significa que o número do PIB trimestral é o valor da renda e da despesa
no trimestre multiplicado por quatro. O governo emprega essa convenção para facilitar a
comparação entre os dados anuais e trimestrais.
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1.3 Preços
Como o PIB e o PNB são medidos a preço de mercado, o nível de preços é um componente
importante da contabilidade nacional.
O PIB pode ser escrito da seguinte maneira, ao considerarmos os preços da economia:
PIBt = ∑ Pit . Qit,
onde,
Pit representa o preço do bem ou serviço final i no período t; e
Qit, a quantidade do bem ou serviço final i no período t.
Como os preços variam, o PIB pode subir, simplesmente, pelo efeito dos preços. Para contornar
essa dificuldade, iremos mensurar o PIB sem o efeito da inflação, definida como a variação do
nível geral de preços da economia. Esse PIB ajustado é chamado PIB real, em contraste com o
anterior, o PIB nominal.
Para calcular o PIB real, iremos utilizar os preços de um ano-base, conforme a seguir:
PIB*t = ∑ P*i . Qit,
onde,
P*I representa o preço dos bens e serviços finais no ano-base.
A INFLAÇÃO
Se dividirmos o PIB nominal pelo PIB real, obteremos o deflator implícito de preços do PIB:
Deflator = ∑ Pit . Qit /∑ P*i . Qit
O deflator é um índice de preços e, portanto, sua taxa de variação constituí uma maneira de
medir inflação:
∏t, defl. = PIBt,defl. – PIBt-1,defl.
PIBt-1,defl.
Outra medida de inflação é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Para definirmos o IPC,
devemos definir uma cesta de bens que supomos representativa do padrão médio de consumo
de uma economia. Então, calculamos o valor dessa cesta de bens a preços correntes. Esse valor
é comparado com o valor da cesta no ano de referência.
IPCt = 100. ∑ Pit . Qi*/∑ P*i . Qi*,
onde,
Qi* representa a quantidade do bem ou serviço final I na cesta representativa; e
Pi*, o preço do bem ou serviço final quando a cesta representativa foi criada.
O IPC apresenta problemas, por ser um índice de preço com pesos fixos, pois sabemos que
a cesta que representa os bens e os serviços finais em uma economia muda com o tempo, à
medida que novos produtos são criados.
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Essa é conhecida como a equação de Fisher, a qual nos diz que a taxa real de juros pode ser
dada pela diferença entre a taxa nominal de juros e a taxa de inflação. A taxa real de juros é um
valor esperado, pois a inflação só será conhecida ao final do período. Assim, o cálculo da taxa
real de juros efetiva só é possível ex-post.
2. RATINGS
Este capítulo apresenta o conceito ratings, que significa risco de crédito, tanto a nível de país
como de empresas. Durante a conceituação, procura-se situar o Brasil, relativamente, a
outros países, ao longo dos últimos anos.
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Ratings
Distribuição geográfica
América Central e do Sul Europa do Leste Ásia
Rating Rating Rating
País País País
Moody’s S&P Moody’s S&P Moody’s S&P
Chile Baa1 A- Chipre A2 A+ Japão Aa1 AAA
El Salvador Baa3 BB+ Eslovênia A3 A Cingapura Aa1 AAA
Uruguai Baa3 BBB- Estônia Baa1 BBB+ Austrália Aa2 AA+
Nova
Costa Rica Ba1 BB Hungria Baa1 BBB Aa2 AA+
Zelândia
Panamá Ba1 BB+ Polônia Baa1 BBB Taiwan Aa3 AA+
República
Belize Ba2 NR Baa1 A- China A3 BBB
Tcheca
Hong
Colômbia Ba2 BB+ Letônia Baa2 BBB A3 A
Kong
Guatemala Ba2 - Croácia Baa3 BBB- Macau Baa1
Coréia do
Jamaica Ba3 - Eslováquia Ba1 BB+ Baa3 BBB-
Sul
Peru Ba3 BB Lituânia Ba1 BBB- Malásia Baa3 BBB-
Argentina B1 BB Turquia B1 B Fiji Ba 1
Bolívia B1 BB- Bulgária B2 B Filipinas Ba 1 BB+
Brasil B2 B+ Moldávia B2 - Tailândia Ba 1 BBB-
Papua
Honduras B2 - Romênia B3 B- B1 B+
Nova G.
Nicarágua B2 - Rússia B3 SD Vietnã B1 -
Paraguai B2 B Ucrânia B3 - Indonésia B3 CCC+
Venezuela B2 B+
Equador Caa3 -
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Economia x Rating
Déf. ou Sup. Trans. Corr./
País Rating País Rating
Público/PIB (%) PIB(%)
Chile 0,2 BAA1 Indonésia 6,1 B3
Vietnã -1,1 B1 Turquia 0,4 B1
Peru -1,5 Ba3 Venezuela -0,9 B2
Argentina -1,6 B1 Uruguai -2,5 Baa3
Uruguai -2,1 Baa3 Paraguai -3,3 B2
Paraguai -3,0 B2 Argentina -4,1 B1
Bolívia -4,0 B1 Vietnã -4,1 B1
Indonésia -7,0 B3 Brasil -4,3 B2
Turquia -8,0 B1 Peru -4,9 Ba3
Nicarágua -8,0 B2 Chile -5,2 Baa1
Venezuela -8,0 B2 Bolívia -7,2 B1
Brasil -10,5 B2 Nicarágua -50,0 B2
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Dív. externa/
País Dív. Ext./PIB (%) Rating País Rating
Exp. (%)
Venezuela 27,3 B2 Vietnã 85,5 B1
Paraguai 33,5 B2 Paraguai 94,3 B2
Chile 38,6 Baa1 Turquia 136,8 B1
Brasil 39,8 B2 Chile 144,7 Baa1
Turquia 43,1 B1 Venezuela 156,7 B2
Vietnã 45,0 B1 Indonésia 212,0 B3
Argentina 52,1 B1 Peru 327,1 Ba3
Peru 53,1 Ba3 Bolívia 333,8 B1
Bolívia 63,8 B1 Brasil 358,0 B2
Uruguai 67,4 Baa3 Uruguai 360,1 Baa3
Indonésia 98,7 B3 Argentina 489,6 B1
Nicarágua 295,0 B2 Nicarágua 674,0 B2
3. SETOR EXTERNO
O BALANÇO DE PAGAMENTOS
O Balanço de Pagamentos de uma nação busca registrar esse conjunto de transações do país
com o resto do mundo.
<O Balanço de Pagamentos de um país é um resumo contábil das transações econômicas que
esse país faz com o resto do mundo, durante certo período. A partir desse balanço, pode-se
avaliar a situação econômica internacional do país.>
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Serviços Governamentais
⎡ Relativos a Fatores de Produção
Serviços Diversos ⎢
⎢ Não Relativos a Fatores de Produção
⎣
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IV. SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS EM CONTA-CORRENTE
(I + II + III) = (TC)
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(i) quanto maior a renda do país, maior será a demanda por produtos importados; logo, piora
ao saldo da balança comercial;
(ii) quanto maior a renda do resto do mundo, maior será a demanda por produtos do país,
melhorando o saldo da balança comercial;
(iii) quanto mais desvalorizada a moeda nacional em relação às moedas estrangeiras, maior
será a competitividade dos produtos nacionais e, portanto, maior será o estímulo às
exportações e o desestímulo às importações;
(iv) quanto melhores os termos de troca, isto é, quanto mais caros forem os produtos que
exportamos em relação aos produtos que importamos, melhor será o saldo da balança
comercial.
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(v) Os empréstimos de curto prazo: empréstimos de até um ano recebidos do exterior menos
os concedidos ao exterior;
(vi) Outros.
<A principal variável que explica o movimento de capitais entre países é a diferença das taxas
de juros dos diversos países, embora essa variável não explique os fluxos de investimentos
diretos.>
O saldo do Balanço de Pagamentos, por definição, é dado pela soma do saldo das Transações
Correntes com o saldo dos Capitais Autônomos. Se essa soma é positiva, esse saldo positivo irá
aumentar as reservas internacionais do país; se negativo, as reservas serão reduzidas, ou o país
estará recorrendo a empréstimos junto ao FMI. Em casos mais extremos, o país poderá recorrer
à inadimplência, alternativa que irá aumentar o risco de crédito do país e, por conseguinte,
elevará seus custos de captações externas futuras.
O Capital Compensatório é aquele utilizado para fechar o saldo do Balanço de Pagamentos e é
composto das Reservas Internacionais, dos empréstimos levantados junto ao Fundo Monetário
Internacional (FMI) para regularizar déficits no Balanço de Pagamentos e dos Atrasados
Comerciais, que constituem inadimplência.
As reservas representam a conta de caixa. As reservas são compostas por dólares, marcos, ienes
japoneses e outras moedas de aceitação internacional, e de títulos de aceitação internacional.
Ouro monetário também compõe as reservas internacionais de um país. As outras duas formas
de reservas internacionais são o Direito Especial de Saque (moeda criada pelo FMI) e a Posição
de Reservas junto ao FMI.
Então:
CONTA DE CAPITAL = (Capitais Autônomos (Ka) + Capitais Compensatórios (Kc)
Do exposto até agora, temos que
(ii) Saldo das Contas de Capitais, que é a soma dos capitais Autônomos e
O
Compensatórios, é dado, portanto, por:
K = (Ka + Kc)
Devido ao uso do princípio das Partidas Dobradas, em que a cada débito corresponde a um
crédito, a soma total dos lançamentos nas contas corrente e de capitais deve ser nula. Daí,
temos:
TC = -K = – (Ka + Kc)
ou,
TC + Ka = – Kc
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Conclui-se que:
(i) Se TC + Ka < 0 ==> Kc > 0, isto é, se a soma dos saldos em TC e Ka for negativa, o saldo
do Balanço de Pagamentos será negativo e haverá queda das reservas internacionais,
o que significa KC > 0, pois, como na contabilidade, saída de caixa gera um crédito, ao
passo que:
(ii) Se o Saldo do Balanço de Pagamentos for positivo, ou seja, se: TC + Ka > 0, teremos que
KC < 0, isto é, haverá aumento de reservas e o lançamento contábil será de débito (KC <
0).
==> No final de 1996 e início de 1997, algumas características importantes do setor externo
brasileiro eram ressaltadas:
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Observações: Empréstimos e Financiamentos Externos na conta de Capitais Autônomos
geram novas dívidas externas, que gerarão pagamentos futuros de juros e que deverão ser
amortizadas, também, no futuro. Em contraste com os Empréstimos e Financiamentos Externos,
os Investimentos Diretos, capitais de risco aplicados no país (Brasil, no caso), não gerarão dívida
externa, nem pagamento de juros, porém gerarão remessa futura de lucros para os países de
origem (que investiram no Brasil) se, porventura, auferirem lucros em suas atividades no Brasil.
Os Investimentos Diretos aumentam o estoque de capital de risco no Brasil e, portanto,
aumentarão o Passivo Externo Líquido. Esses Investimentos Diretos poderão permanecer
décadas e décadas no Brasil em diversas atividades produtivas e somente gerar remessas de
lucros.
Passaremos, agora, a discutir o conceito de taxa de câmbio.
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A taxa à qual trocamos bens nacionais e estrangeiros depende dos preços dos bens em termos
das moedas locais e da taxa à qual essas moedas são trocadas.
Esse cálculo para a taxa de câmbio real para um único bem sugere a maneira pela qual
poderíamos definir a taxa de câmbio real para uma cesta de bens mais ampla. Denotemos por E
a taxa de câmbio nominal (a quantidade de ienes por dólar). P* será o nível de preços nos EUA
(medido em dólares) e P, o nível de preços no Japão (medidos em ienes). Então, a taxa de
câmbio real ∈ será:
Taxa de Taxa de Razão de
Câmbio = Câmbio x Níveis de
Real Nominal Preço
∈ = E x (P*/ P)
Considerando a taxa real de câmbio no Brasil, teríamos:
ε, a taxa de câmbio real;
E, a taxa de câmbio nominal, dada, por exemplo, em reais/dólar (R$/$);
P*, o índice de preços no país estrangeiro, EUA, por exemplo; e
P, o índice de preços domésticos, Brasil, por exemplo.
Vejamos um exemplo, considerando a moeda brasileira com somente um bem sendo
comparado e não uma cesta de bens.
Considere um carro norte-americano com preço US$ 10.000,00 e o mesmo carro no Brasil
vendido a R$ 20.000,00. Se a taxa nominal de câmbio for 1,0 R$/US$, a taxa real de câmbio será
0,5:
ε = 0,5 = 1,0 R$/US$ * US$10.000,00
R$ 20.000,00
ou seja, um carro brasileiro é duas vezes mais caro do que o carro norte-americano, ou duas
vezes menos competitivo.
Se a taxa nominal de câmbio for desvalorizada em 100 %, teremos, como nova taxa real de
câmbio, o valor 1,0, refletindo a nova taxa de troca de bens, igual a 1. Diz-se que ambas as
taxas, nominal e real, de câmbio foram desvalorizadas. Se a taxa nominal voltasse para 0,50 R$/
US$, diríamos que as taxas nominal e real de câmbio foram valorizadas.
Associa-se à ideia de ganhar competitividade a desvalorização da taxa real de câmbio, e
perder competitividade à valorização da taxa real de câmbio.
Observa-se que mudanças na taxa nominal de câmbio podem ser parcialmente, totalmente
ou mais do que compensadas por variações nos índices de preços. Assim, ganho e perda de
competitividade estão associados a mudanças na taxa real de câmbio e não na taxa nominal.
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Exemplo: Taxa de Câmbio iene/dólar
1985 1995
250¥ /$ 90¥/$
Seja a relação inflação nos EUA/inflação no Japão, (1+ π) EUA , dada por = 1,2.
(1+ π) Japão
∈ E /E 90
Então: 2 = 2 1 = = * 1,2 = 0,36* 1,2 = 0,43,
∈1 1 /1,2 250
ou seja, a competitividade japonesa cairia para menos da metade do que era em 1985.
Voltaremos, agora, nossa atenção para a taxa de câmbio nominal – a taxa à qual são trocadas as
moedas de dois países. Relembrando a relação entre as taxas de câmbio real e nominal:
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Essa equação mostra os determinantes da taxa de câmbio nominal: a taxa de câmbio real e os
níveis de preços nos dois países. Se o nível de preços interno, P, aumenta, a taxa de câmbio
nominal, E, cairá: com o dólar valendo menos, o dólar comprará menos ienes. Por outro lado,
se os preços japoneses, P*, aumentam, a taxa de câmbio nominal aumentará: o iene valendo
menos, o dólar comprará mais ienes.
É esclarecedor considerar a evolução da taxa de câmbio ao longo do tempo. A equação da taxa
de câmbio pode ser escrita como:
Essa equação diz que a variação na taxa de câmbio nominal entre dois países é igual à variação
da taxa de câmbio real mais a diferença entre suas taxas de inflação. Se um país tem uma taxa
de inflação alta em relação aos EUA, o dólar comprará quantidades cada vez maiores dessa
moeda. Se um país tem uma taxa de inflação reduzida em relação aos EUA, o dólar comprará
quantidades cada vez menores dessa moeda.
A análise mostra a influência da política monetária sobre a taxa de câmbio nominal. Sabemos que
o crescimento acelerado da oferta de moeda induz à alta da inflação. Uma das consequências
da inflação elevada é a depreciação da moeda: π alto implica E em queda. Em outras palavras:
assim como o aumento na quantidade de moeda eleva os preços monetários dos bens, também
aumenta o preço da moeda estrangeira medida em termos da moeda nacional.
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elevariam, desse modo, o preço interno em relação às cotações externas. Da mesma forma, se
um dólar comprasse mais trigo no exterior do que nos EUA, os negociantes comprariam o trigo
no exterior e o venderiam no país, reduzindo o preço interno em relação ao vigente fora do
país. Assim, as operações de arbitragem realizadas por negociantes em busca de lucro levariam
os preços internacionais do trigo à uniformidade.
Pode-se interpretar a doutrina da paridade do poder de compra usando o modelo da taxa
de câmbio real. A rápida ação desses arbitradores significa que as exportações líquidas são
extremamente sensíveis a pequenas variações da taxa de câmbio real. Uma pequena redução
no preço interno do bem, relativamente a seu preço externo – isto é, uma diminuição mínima na
taxa de câmbio real –, leva os negociantes a comprarem bens internamente para revendê-los no
exterior. Da mesma forma, um pequeno aumento no preço interno dos bens leva-os a importar
esses bens. Portanto, qualquer pequena variação na taxa de câmbio real pode determinar uma
profunda mudança nas exportações líquidas. A extrema sensibilidade das exportações líquidas
garantiria que a taxa de câmbio real de equilíbrio esteja sempre próxima do nível que assegura
a paridade do poder de compra (igualdade de poder aquisitivo entre países).
Essa teoria da paridade do poder de compra é realista? Muitos economistas acreditam que,
apesar da lógica atraente, a paridade do poder de compra não descreve adequadamente as
situações concretas. Em primeiro lugar, muitos bens não são facilmente negociados no mercado
mundial. Por exemplo, um corte de cabelo pode ser mais caro em Tóquio do que em Nova
Iorque; contudo, a arbitragem internacional é impossível, pois não há como transportar cortes
de cabelo. Em segundo lugar, mesmo os bens que são transacionados no mercado mundial
podem não ser sempre substitutos perfeitos. Por exemplo, alguns compradores de automóveis
preferem Toyota e outros preferem Ford. Assim, o preço relativo dos Toyotas e dos Fords pode
variar em certa medida, sem permitir oportunidades de lucro. Por essas razões, as taxas de
câmbio reais variam, de fato, ao longo do tempo.
Não só os preços dos diversos bens transacionados com o exterior devem respeitar o equilíbrio
descrito acima para evitar arbitragens, as taxas de juros também se equilibram entre países que
permitem a mobilidade internacional de capital financeiro.
A esse equilíbrio dá-se o nome de paridade de juros.
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Definição:
Cupom cambial: o cupom cambial do País A é a remuneração em dólares no País A. Em nosso
exemplo, o cupom cambial seria representado por:
[(E0 /E1 ) (1 + i) – 1] x 100.
Em suma, a relação entre os patrimônios obtidos nas aplicações alternativas nos dois países,
ilustrada na figura a seguir, resultaria em:
(KE0 / E1) (1+i)/K (1+i*)
Se desejarmos comparar as taxas de retorno obtidas nas aplicações alternativas nos dois países,
teríamos como relação o cupom cambial no País A divido por [(1+i*) – 1 ] x 100, ou seja:
[E0 / E1 (1+i) – 1] / [(1+i*) – 1]
Paridade de juros
Conclui-se que é melhor investir no País A se o cupom cambial em A for superior a [(1+i*) – 1],
ou seja, se a taxa interna de juros em dólares no País A for superior à taxa de juros internacional,
ou seja, a (1+i*); e investir no País B no caso oposto, isto é, se o cupom cambial em A for inferior
à taxa de juros nos EUA.
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Podemos definir o critério de escolha acima de outro modo: é melhor investir no País A se a
taxa de juros em A for superior à taxa de juros dos EUA somada à desvalorização da moeda
do País A (na realidade, a soma só seria correta se trabalhássemos com logaritmos – portanto,
estamos fazendo aproximações).
A paridade de juros nos diz que os juros em uma dada moeda (em nossa análise, em dólar)
devem ser iguais nos países onde os capitais financeiros se movimentam sem restrições; em
caso contrário, haveria arbitragem (ganho positivo e sem risco). Por exemplo, um investidor
poderia tomar recursos emprestados em dólares no País B e aplicar no País A, gerando um
ganho positivo sempre que os juros em dólares em A (cupom cambial em A) fossem maiores do
que os juros em dólares no País B.
Na realidade, como estamos considerando que a taxa de juros nos EUA (País B), i*, é
representada pelo tesouro norte-americano, não haverá risco de crédito na aplicação nos EUA,
enquanto que, no Brasil, haverá riscos, já que i é a taxa de juros dos títulos públicos brasileiros
que carregam risco de crédito. Isso significa que devemos introduzir o risco-país em nossa
análise.
Seja o risco-país em A representado por λ.
Assim, a nova decisão de aplicações alternativas seria: aplicar no País A quando o cupom
cambial em A for maior do que a taxa do tesouro norte-americano somada ao risco-país de
A, ou seja:
[E0 / E1 (1+i) – 1] > [(1+i*) – 1] + λ,
ou, de outro modo, quando após subtrairmos o risco-país de A do cupom cambial em A,
obtivermos uma taxa de retorno superior à taxa de juros do tesouro norte-americano. Caso
contrário, deveremos aplicar nos EUA.
(i) Se considerarmos a taxa de juros nos EUA (País B) como sendo a taxa dos títulos do tesouro
do País A denominados em dólares norte-americanos, como, por exemplo, o Brady Bond
brasileiro de maior liquidez, o C-Bond, não haverá necessidade de considerarmos o risco de
crédito do Brasil (País A) na análise, pois, na remuneração desse título, o C-Bond, já temos
o risco de país somado à taxa do tesouro norte-americano. Se a taxa do tesouro norte-
americano (de prazo semelhante ao C-Bond) apresentar taxa de remuneração igual a 4% ao
ano e se o C-Bond, por sua vez, apresentar rendimento igual a 12% ao ano (em dólares), a
diferença, 8% ao ano, representará o risco Brasil (chamado Spread over treasury).
A nova decisão de aplicações alternativas seria: aplicar no País A quando o cupom cambial em
A for maior do que a taxa do C-Bond.
(ii) Como o investidor, ao aplicar no País A, não sabe a taxa de câmbio nominal que vigorará ao
final da aplicação, E1, ele só fixará seu rendimento no final da aplicação e, por conseguinte,
ele só terá, de fato, um cupom cambial esperado ao escolher aplicar no País A.
A observação (ii) nos diz que, no processo de escolha entre aplicar em A ou em B, o investidor
incorrerá no risco de desvalorização cambial ao aplicar no País A e, por isso, suas expectativas
quanto às possíveis mudanças na cotação da taxa de câmbio do País A devem ser favoráveis o
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suficiente para compensar o risco da desvalorização da moeda de A. Isso significa que, a rigor,
o investidor não estaria fazendo uma arbitragem se tomasse recursos em dólares nos EUA e os
aplicasse em A, pois o resultado tanto poderia lhe ser favorável ou até extremamente favorável
quanto desfavorável ou até mesmo extremamente desfavorável (o que aconteceu no Brasil, em
janeiro de 1999, quando o Real desvalorizou, substancialmente, frente ao dólar).
Para levar em consideração a questão da arbitragem e da paridade de juros, deveríamos ter
que fixar a remuneração em dólares no País A no momento em que a aplicação tem início. Para
fixarmos a taxa de remuneração em dólares no País A, o risco cambial deve ser eliminado. Um
instrumento financeiro que atenderia às nossas necessidades seria o contrato futuro de dólar.
Ao utilizarmos o contrato futuro de dólar, estaríamos fixando a taxa de câmbio (não cabe, no
momento, discutir as imperfeições dos contratos futuros no que diz respeito à possibilidade de,
realmente, fixar um valor para a taxa de câmbio futura) para o final do período de aplicação em
A.
Retornando à figura anterior, observamos o símbolo F1, que representa a cotação da futura
de câmbio no momento em que a aplicação financeira tem início. Essa cotação para a data do
término da aplicação, determinada no início do investimento, substitui a taxa de câmbio que irá
vigorar, de fato, daqui a um ano, E1.
Ao usarmos os contratos futuros de dólar, teremos um cupom cambial predeterminado, dado
por:
[(E0/F1 ) (1 + i) – 1] x 100.
Como o rendimento em dólares no País A está prefixado, agora, devemos ter a igualdade entre o
cupom cambial acima e a soma entre a taxa de juros nos EUA (taxa de tesouro norte-americano)
e o risco-país de A. Essa é a mensagem da paridade de juros: a taxa de juros em dólares, sem
risco de crédito, nos EUA deve ser igual à taxa de juros prefixada, em dólares, no Brasil, já
descontada do risco Brasil, pois, em caso contrário, haveria, realmente, uma arbitragem.
A condição da paridade de juros seria, então:
[E0/F1 (1+i) – 1] – λ = [(1+i*) – 1],
Se o cupom cambial em A, já descontando o risco Brasil, for superior à soma da taxa de juros do
tesouro norte-americano com o risco País de A, deve-se tomar recursos em dólares nos EUA e
aplicar no Brasil, ou seja, se vale a equação a seguir, aplicamos em A.
[E0/F1 (1+i) – 1] – λ > [(1+i*) – 1],
Finalmente, se o cupom cambial em A, já descontado do risco Brasil, for inferior à taxa de juros
do tesouro norte-americano, deve-se tomar recursos em dólares no Brasil e aplicar nos EUA, ou
seja, se vale a equação a seguir, aplicamos em B.
[E0/F1 (1+i) – 1] – λ < [(1+i*) – 1].
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A fórmula: as variáveis que o Banco Central leva em conta para fixar a taxa básica.
Expectativa Juros nos Taxa de risco
de inflação + Estados + Brasil, segundo = Taxa de juros
anual Unidos o mercado
6% 6% 6,5% 18,5%
Com o cupom cambial esperado a 13,56% ao ano, os US$ 10.000,00 gerariam, no Brasil,
US$ 11.356,00. O investidor ingressou com US$ 10.000,00, converteu em R$ 10.000*2,3 =
R$ 23.000,00, que foram aplicados a 18,5% ao ano em reais, resultando, após um ano, em
R$ 23000,00*1,185 = R$ 27.255,00. Na conversão para dólares, ao fim de sua aplicação, o
investidor utiliza a taxa de câmbio vigente, igual a 2,4 R$/US$, o que lhe permite receber R$
27.255,00/2,4R$/US$ = US$ 11.356,00, resultando a taxa de 13,56% ao ano em dólares.
Comparando com a taxa de juros nos EUA, aplicar no Brasil geraria um excedente de juros de
13,56% – 5% = 8,56 % ao ano. Comparando, finalmente, esse excedente com o risco brasileiro,
avaliado em 8,5% ao ano em dólares, haveria uma pequena vantagem em aplicar no Brasil.
4. SETOR PÚBLICO
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Assim sendo, quando necessário, o governo pode tentar estimular a economia cortando
impostos e/ou elevando gastos, e, também, agir de modo oposto se desejar enfraquecer o nível
de atividade da economia.
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Caso o governo incorra em um déficit, o gasto que supera a receita deverá ser financiado de
alguma forma. As principais alternativas são:
(i) venda de títulos públicos ao setor privado; ou
(ii) venda de títulos públicos ao Banco Central.
As duas alternativas levam ao endividamento do Tesouro Nacional (órgão responsável pela
arrecadação e gasto – execução orçamentária). A diferença entre elas é que, na segunda, a
aquisição de títulos públicos pelo Bacen é feita por meio da emissão monetária, enquanto,
na primeira, é via transferência da poupança privada para o setor público, sem expansão
monetária.
O endividamento público gera o pagamento dos serviços dessa dívida. Os juros sobre a dívida
entram no item transferências. Portanto, para uma dada taxa de juros, quanto maior o estoque
da dívida, maior será o gasto com juros. A amortização da dívida e/ou sua ampliação entra(m)
na equação de financiamento, na diferença entre poupança e investimento – conta de capital
do governo.
(i) NFSP conceito nominal (NFSPcn), que engloba qualquer demanda de recursos pelo setor
público (inclusive para despesas financeiras – pagamento de juros sobre a dívida líquida do
setor público); e
(ii) NFSP conceito primário (NFSPcp), que é igual à NFSPcn menos as despesas financeiras
– pagamento de juros nominais sobre a dívida líquida do setor público calculados pelo
critério de competência.
Há, ainda, uma terceira forma de avaliação das necessidades de financiamento do setor público,
hoje, em desuso:
NFSP conceito operacional (NFSPco), que é igual à NFSPcn menos a atualização monetária
incidente sobre a dívida líquida do setor público.
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Assim, temos:
(i) NFSP conceito nominal (NFSPcn) = G – T +iB,
(ii) NFSP conceito operacional (NFSPco) = G – T + rB
(iii) NFSP conceito primário (NFSPcp) = G – T
onde,
G, representa o total de gastos públicos não financeiros;
T, o total de arrecadação não financeira;
i, a taxa de juros nominal;
r, a taxa real de juros; e
B, o estoque de títulos públicos.
NFSP = G – T + iB = ΔB + ΔM,
onde, ΔB, representa a variação da dívida pública nas mãos do setor privado;
e, ΔM, a variação no estoque de moeda (emissão monetária no período).
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Como o que se deseja com o cálculo do resultado fiscal é medir seu efeito sobre a demanda
agregada e como, em princípio, a privatização não afeta, pelo menos diretamente, a demanda
agregada, ao contrário do que ocorre com um aumento da receita tributária, que extrai renda
do setor privado e causa impacto contracionista na economia, então, a receita de privatização
não é entendida como arrecadação para efeitos do cálculo das NFSP (embora tenha havido
algumas exceções, casos em que parte dessas receitas foram demais receitas do setor público
tratadas como uma concessão, sendo computadas “acima da linha”).
Assim sendo, se receitas de privatização geradas forem usadas para pagamento de dívidas, a
NFSP não será afetada. Do mesmo modo, se dívidas antigas são reconhecidas, o item Outros
Ajustes Patrimoniais compensa a variação na dívida pública e, novamente, a NFSP não é
afetada.
No caso do Brasil, a partir de metade dos anos 1990, os itens Privatização e Outros Ajustes
Patrimoniais tiveram significativa importância, devido às desestatizações realizadas e ao
registro de passivos ocultos (hidden liabilities) que apareceram nas estatísticas, que passaram
a ser conhecidos como “esqueletos”.
O saldo líquido acumulado no tempo dessas duas variáveis representa um ajuste patrimonial
líquido. A dívida resultante dos sucessivos déficits medidos pelas NFSP é denominado de
“Dívida Fiscal” (diferença entre a dívida líquida do setor público e o ajuste patrimonial).
Portanto, o cálculo oficial das necessidades de financiamento é obtido como resíduo, dadas: (a)
a variação da Dívida Líquida do Setor Público; (b) a receita de privatização do período; e (c) a
existência de novos “ajustes patrimoniais”. Obtidas as NFSP e descontando a despesa de juros,
chega-se, então, ao resultado primário.
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Os bancos comerciais são instituições autorizadas pelo Banco Central a receber depósitos à
vista. Se uma instituição está autorizada a receber depósitos à vista, que são, geralmente,
aceitos para liquidação de pagamentos, ela está autorizada a criar moeda escritural. Por
exemplo, suponhamos que um indivíduo toma empréstimos no montante de R$ 1000,00.
O banco, ao conceder o empréstimo, abre uma conta-corrente para o cliente no valor de R$
1000,00. Contabilmente, temos:
ATIVO PASSIVO
Empréstimo 1000,00 Depósitos à vista 1000,00
Saldo Outras Contas X Saldo de Outras Contas X
Total: 1000,00 + X Total: 1000,00 + X
Considera-se dentro do Conceito PMPP os recursos que estão em posse dos Governos (central,
regional e local) e das instituições financeiras não monetárias.
Os meios de pagamento, PMPP + DVBC, são ativos considerados de plena liquidez, porque
conservam a função de reserva de valor e podem, em qualquer momento, liquidar dívidas
estabelecidas ou obrigações decorrentes de transações realizadas no mercado à vista. Nos
Estados Unidos, os títulos emitidos pelo Tesouro são ativos considerados líquidos, porque
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conservam valor e podem ser, facilmente, convertidos em dólares com o intuito de liquidar
dívidas. Em contraste, um bem de capital é, geralmente, considerado um ativo ilíquido, porque
seu valor de revenda pode estar muito abaixo do valor original de aquisição e dificilmente será
convertido em moeda, com o objetivo de saldar compromissos, dada a dificuldade de haver
potenciais demandantes.
Portanto, estatísticas de diversos agregados monetários e financeiros são necessárias para
avaliar qual a força dos agentes econômicos para gerar inflação, devido à sua capacidade de
demanda. Costuma-se definir como meios de pagamento, M1, a soma do papel-moeda em
poder do público com o total de depósitos à vista. Essa e as outras definições mais amplas de
meios de pagamento são apresentadas a seguir:
M1 = Papel-Moeda em Poder do Público + Depósitos à Vista
M2 = M1 + Fundos de Curto Prazo + Títulos Públicos em mercado
M3 = M2 + Depósitos de Poupança
M4 = M3 + Títulos Privados
A Tabela 1.1, a seguir, apresenta a evolução dos meios de pagamento, M1, no Brasil, no período
1992-1995.
Tabela 1.1
Papel-moeda em Meios de
Final de Período Depósitos à vista
Poder do Público Pagamento
1992 13 25 38
1993 340 308 848
1994 8622 14459 23081
1995* 6792 10727 17523
* Saldos em março de 1995
Fonte: Banco Central.
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pagando-os em moeda manual ou escritural. Isso é o que se chama monetização pelos bancos
de haveres não monetários do público. Assim, os bancos criam meios de pagamento quando
descontam títulos públicos; quando adquirem do público, pagando em moeda, quaisquer bens
ou serviços; quando adquirem cambiais dos exportadores, etc. De forma recíproca, os bancos
destroem meios de pagamento quando vendem ao público quaisquer haveres não monetários
em troca do recebimento de moeda. Assim, há destruição de meios de pagamento quando
o público resgata um empréstimo previamente contraído no sistema bancário; quando o
público deposita dinheiro a prazo nos bancos; quando os bancos vendem ao público, mediante
pagamento em moeda, quaisquer títulos, bens ou serviços; quando os bancos vendem cambiais
aos exportadores.
Vejamos alguns exemplos de expansão dos meios de pagamento. Em todos os seguintes casos,
há criação de meios de pagamento, pois o setor não bancário entregou um haver não monetário
ao setor bancário e recebeu um haver monetário.
(a) Uma empresa leva a um banco uma duplicata para desconto, recebendo um depósito à
vista ou moeda manual;
(b) Um banco compra cambial de um exportador, pagando-o com moeda manual ou
escritural;
(c) Um banco compra títulos da dívida pública – LTN – possuídos pelo público, pagando em
moeda manual ou escritural;
(d) O Banco Central fornece dinheiro à União, adquirindo uma NTN.
BASE MONETÁRIA
A Base Monetária (B) é a soma do papel-moeda em poder do público (PMPP) com o total
de reservas dos bancos comerciais (ET). A Base Monetária é, então, igual ao total de moeda
colocada em circulação pelo Banco Central. É, por vezes, chamada de estatística Mo. Então:
B = PMPP + ET
Lembrando que:
PMC = PME – CBC
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O conceito de Base Monetária está ligado ao total das exigibilidades monetárias líquidas da
Autoridade Monetária possuídas pelo público (público não bancário e bancos comerciais).
É o total dos recursos monetários utilizados para financiar o saldo das aplicações (em termos
contábeis, é o passivo monetário do balanço consolidado da Autoridade Monetária).
A Base Monetária é constituída pelo total das exigibilidades monetárias líquidas da Autoridade
Monetária, possuídas pelos bancos comerciais e pelo público. A evolução da Base Monetária
antes e no início do Plano Real é apresentada a seguir:
O REDESCONTO
O Banco Central pode prestar auxílio aos bancos comerciais quando esses se encontram em
dificuldade. Por exemplo, quando a razão reservas voluntárias/depósitos à vista estiver muito
baixa. Esse auxílio é chamado de redesconto. Porém, na realidade, o redesconto ocorre quando
o Banco Central compra títulos de um banco. Essa operação de crédito tem um ativo financeiro
como colateral. O Bacen empresta ao tomador um valor inferior ao do ativo dado em garantia.
Quando o banco for saldar o empréstimo, ele recompra o ativo por seu valor pleno. A diferença
entre os dois valores exprime a taxa de redesconto, ou seja, o custo para o banco tomador
de recursos. Esses recursos tomados junto ao Bacen irão expandir as reservas voluntárias do
banco. Um outro tipo de ajuda possível aos bancos comerciais consiste no empréstimo direto
do Bacen. A função do Bacen conhecida como emprestador de última instância é exercida por
meio dessas operações.
A taxa de redesconto, por sua vez, pode ser punitiva para os bancos que tomam recursos junto
ao Bacen. Uma taxa punitiva é aquela que supera a taxa de remuneração dos ativos do banco
que recorre ao redesconto. Uma taxa a níveis punitivos desestimularia o banco tomador de
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recursos a manter o título usado no redesconto ou a tomar empréstimos diretos; ela seria, sim,
um incentivo à venda do título para recomposição de suas reservas.
Exemplo: Suponha que o público mantenha 20% dos meios de pagamento em forma de
PMPP e o sistema bancário mantenha 40% de seus depósitos à vista sob a forma de reservas.
Assim, teremos,
m = 1 = 1/0,52 = 1,92
1 – 0,8 (1 – 0,4)
Isso significa que, para cada unidade monetária injetada na economia, teremos como resultado
uma expansão monetária de 1,92.
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A diminuição nas reservas possibilitou aos bancos comerciais aumentarem suas disponibilidades
para emprestar ao público, elevando a capacidade de expansão monetária.
Como podemos observar, com o Plano Real, a capacidade de expansão dos meios de pagamentos
ficou bastante reduzida, com o multiplicador passando de 1,63 em dezembro/93 para 1,16 em
março de 1995, resultado decorrente, principalmente, da elevação do compulsório, refletido
no indicador R2, que passou de 0,26 para 0,66.
Conceitos Operacionais
Mercados de Reservas Bancárias: é o espaço institucional onde o Banco Central executa a
política monetária. Pode-se dividi-lo em dois mercados:
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(i) Mercado Primário: onde ocorre uma transação entre o Banco Central e os bancos
comerciais, o que ocasiona a criação ou a destruição de reservas. Um exemplo típico é a
venda de títulos públicos por parte do Banco Central em leilões formais para instituições
bancárias, na forma de uma operação de venda definitiva.
(ii) Mercado Secundário: onde ocorre uma transação interbancária, que resulta em uma
permuta de reservas entre bancos. Nesse caso, não há criação nem destruição de reservas.
Trata-se do mercado conhecido como interbancário.
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inalterado, inclusive, no que diz respeito à quantidade real de moeda que demandam. Podemos,
então, considerar a demanda por moeda como:
(M/P)d = f (Y, i),
onde:
(M/P)d representa a demanda por encaixes reais,
M, a quantidade nominal de moeda,
P, o nível geral de preços
Y, o nível de renda real
i, a taxa nominal de juros
6. POLÍTICA MACROECONÔMICA
Por que razão as rendas são, atualmente, mais elevadas do que em l950 e por que eram
mais altas em 1950 do que tinham sido em l900? Por que razão alguns países têm inflação
alta enquanto outros têm preços estáveis? Quais as causas da recessão e da depressão – fases
periódicas em que as rendas caem e o desemprego aumenta – e como as políticas públicas
podem evitá-las? A Macroeconomia – o estudo da economia como um todo – tenta responder
a essas e a muitas outras perguntas semelhantes.
Basta ler os jornais ou assistir ao noticiário pela televisão para se ter uma ideia da importância
da macroeconomia. Diariamente, os meios de comunicação de massa noticiam fatos
macroeconômicos. Já se tornaram rotina manchetes do tipo “Renda disponível aumenta
5%”, “Banco Central adota medidas de combate à inflação”, “Bolsas caem entre temores de
recessão”.
Os fatos macroeconômicos afetam a vida de todos nós. Os executivos que planejam a demanda
por seus produtos devem fazer uma estimativa da rapidez com que a renda dos consumidores
vai crescer. Os cidadãos mais idosos que vivem com rendas fixas se perguntam com que
velocidade os preços sobem. Os trabalhadores desempregados buscam emprego com a
esperança de que a economia irá melhorar e, assim, conseguirão uma colocação. Todos são
afetados pelas condições da economia.
Não surpreende o fato de que a macroeconomia seja um tema central no debate político. Na
década de 1970, os Presidentes Richard Nixon, Gerald Ford e Jimmy Carter lutaram em vão
contra uma taxa de inflação crescente; na década de 1980, Ronald Reagan e George Bush
tiveram de combater um grande déficit no orçamento federal. A popularidade de um presidente
aumenta durante os períodos de prosperidade e diminui durante a recessão. Os eleitores são
extremamente sensíveis aos fatos que afetam a economia e os políticos têm igual percepção da
importância da política macroeconômica.
As questões macroeconômicas também têm um papel importante nas relações internacionais.
Nas décadas de 1950 e 1960, a maioria dos grandes países industrializados manteve uma
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taxa cambial constante e abriu-se uma nova era de câmbios flutuantes e altamente voláteis.
Durante os anos 1980, os EUA importaram mais do que exportaram e tiveram de financiar
as importações com empréstimos levantados nos mercados financeiros internacionais.
Acontecimentos econômicos internacionais desse tipo costumam ser fonte de tensões, mesmo
entre os aliados mais fiéis.
Os macroeconomistas são cientistas que procuram explicar o funcionamento da economia
como um todo. Reúnem dados sobre rendas, preços, desemprego e outras variáveis em
diferentes épocas e diferentes países. Procuram, então, elaborar teorias gerais que ajudem a
explicar esses fatos.
A figura a seguir mostra três tipos de dados extraídos da economia norte-americana:
crescimento do PNB real, taxa de inflação e taxa de desemprego. Cada variável mede um aspecto
do desempenho econômico: o PNB indica a totalidade das rendas de todas as pessoas; a taxa
de inflação mede a velocidade do aumento dos preços; a taxa de desemprego expressa fração
da força de trabalho que não tem emprego. Os macroeconomistas estudam a determinação
dessas variáveis, as razões de sua mudança no tempo e como interagem entre si.
Não estudamos macroeconomia apenas para explicar os fatos econômicos, também
queremos aperfeiçoar a política econômica. Os instrumentos fiscais e monetários do governo
podem exercer uma influência poderosa – para o bem ou para o mal – sobre a economia.
O conhecimento da macroeconomia ajuda as autoridades públicas a avaliarem políticas
alternativas. Os economistas são chamados a explicar o mundo econômico como ele é e a
refletir sobre como poderia vir a ser.
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Bacen (Analista) – Economia – Prof. Carlos Decotelli
Os Modelos Econômicos
Os modelos contêm dois tipos de variáveis: as variáveis exógenas e as variáveis endógenas.
Variáveis exógenas são as que têm origem fora do modelo – são insumos introduzidos no
modelo. As variáveis endógenas vêm de dentro do próprio modelo – são o resultado deste.
Em outras palavras, as variáveis exógenas são fixadas no momento em que entram no modelo,
enquanto as variáveis endógenas são determinadas dentro do modelo. Como ilustra a Figura
2.2, a finalidade de um modelo é mostrar como as variáveis exógenas influenciam as endógenas.
Imaginemos, por exemplo, como um economista desenvolveria um modelo do mercado de pão.
d
Primeiro, ele supõe que a quantidade de pão que os consumidores demandam, Q , depende do
preço do pão, Pb, e da renda agregada, Y. Essa relação é expressa na equação como:
Qd = D (Pb , Y).
Do mesmo modo, o economista supõe que a quantidade de pão ofertada pelos padeiros, Q0,
depende do preço do pão, Pb, e do preço da farina de trigo, Pf, usada para fabricar o pão:
QA = O (Pb , Pf).
Finalmente, o economista supõe que o preço do pão se ajusta para equilibrar oferta e demanda:
QS = Qd
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As três equações compõem um modelo do mercado de pão.
Introdução
As variáveis macroeconômicas que apresentamos no Capítulo 2 permitem que economistas
e autoridades econômicas meçam e comparem, entre anos e países diferentes, diversos
aspectos do desempenho da economia. Mas nosso objetivo não é apenas medir o desempenho
econômico, queremos, também, explicá-lo. Em outras palavras, queremos construir modelos
que nos auxiliem a compreender o comportamento da economia, as relações entre diferentes
variáveis e os efeitos das políticas econômicas.
A variável mais importante é, possivelmente, o Produto Nacional Bruto (PNB), que indica tanto
a produção de bens e serviços quanto a renda de uma economia. Neste capítulo, formulamos
quatro grandes indagações a respeito das fontes e dos usos do PNB.
•• Qual é o volume da produção das empresas? O que determina a renda total de um país?
•• Quem recebe a renda proveniente da produção? Quanto é destinado à remuneração dos
trabalhadores?
•• Quem compra a produção da economia? Quanto as famílias adquirem para consumo,
quanto as famílias e empresas adquirem para investimento e quanto o governo compra
para finalidades públicas?
•• Qual mecanismo equilibra a demanda e a oferta de bens e serviços? O que garante que a
soma de consumo, investimento e despesas governamentais iguale o nível de produção?
A figura a seguir apresenta um esquema mais preciso do funcionamento de uma economia:
torna visíveis os elos entre os agentes econômicos – famílias, empresas e governo, cada um
representado por um retângulo cinza – e como o fluxo de dinheiro circula entre eles, por meio
dos diferentes mercados.
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Os Fatores de Produção
Neste capítulo, admitimos como dados os fatores de produção de uma economia; em outras
palavras, supomos quantidades fixas de capital e de trabalho, a fim de simplificar a análise.
Assim, escrevemos:
__
k = k
__
L=L
A Função de Produção
A tecnologia de produção disponível determina a magnitude do produto gerada por
determinadas quantidades de capital e trabalho. Os economistas expressam, matematicamente,
a tecnologia disponível utilizando uma função de produção, que indica como os fatores de
produção determinam a quantidade do produto. Considerando Y como a quantidade do
produto, expressamos a função de produção do seguinte modo:
Y = F (K , L)
A equação afirma que o produto é uma função da quantidade de capital e de trabalho.
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A Oferta Fixa de Bens e Serviços
Percebe-se agora que os fatores de produção e a função de produção determinam, em
conjunto, a oferta de bens e serviços, que equivale ao produto da economia. Para expressar,
matematicamente, essa afirmação:
Y = F (K , L)
__
=Y
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Observação: A relação acima nos diz que um aumento na renda disponível dos indivíduos
levaria a um aumento menos que proporcional no consumo. Recentemente, no Japão, o
governo reduziu o Imposto de Renda, esperando que os japoneses consumissem mais, ativando
a demanda agregada da economia japonesa, com o objetivo de aumentar o produto agregado
e o emprego. Ocorreu que o consumo não aumentou. Isso mostra que a relação acima está
errada? Na realidade, o consumo depende da renda futura esperada pelos indivíduos e não
somente da renda atual. Se a renda atual aumenta, mas as expectativas com relação ao
emprego e à renda futura são negativas, o consumo pode não aumentar, e esse aumento de
renda pode se transformar em aumento de poupança. Foi o que aconteceu no Japão.
Investimento
Empresas e famílias adquirem bens para investimento. As empresas investem na ampliação
de seu estoque de capital e na substituição do capital que se desgasta. As famílias compram
novas residências que também fazem parte do investimento. O nível do investimento total na
economia americana alcança a média de, aproximadamente, 15% do PNB.
O montante da demanda de bens de investimento depende da taxa de juros. Para que um
projeto de investimento seja lucrativo, é preciso que seu retorno exceda os custos. Na medida
em que a taxa de juros mede o custo dos fundos de financiamento do investimento, toda
elevação dessa taxa reduz o número de projetos lucrativos e, por isso, causa uma diminuição da
demanda por esses bens.
Toda pessoa que pensa em comprar uma casa tem de enfrentar uma decisão semelhante.
Quanto mais alta for a taxa de juros, maior será o custo da hipoteca. Uma dívida de US$ 100.000
custa US$ 8.000 por ano se a taxa de juros for de 8% e US$ 10.000 se for de 10%. À medida
que a taxa de juros sobe, crescem os custos de aquisição da casa e cai a demanda por novas
moradias.
Os economistas distinguem entre taxa nominal de juros e taxa real de juros. A diferença se
torna visível nos períodos de inflação ou deflação – quer dizer, quando não há estabilidade
dos preços. A taxa nominal de juros corresponde à concepção usual do termo: é a taxa paga
pelos investidores para pagar empréstimos. A taxa real de juros é a taxa nominal corrigida pela
inflação.
Neste momento, basta anotar que a taxa real de juros mede o custo verdadeiro de levantar um
empréstimo. Por esse motivo, dizemos que o investimento depende da taxa real e não da taxa
nominal de juros.
A relação entre taxa real de juros, r, e investimento, I, pode ser expressa pela seguinte equação:
I = I (r)
A equação declara que o investimento depende da taxa de juros. A figura a seguir representa
a função-investimento; ela mostra uma inclinação descendente, porque a demanda por
investimento cai à medida que a taxa de juros sobe.
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Despesas do Governo
As despesas do governo são o terceiro elemento componente da demanda de bens e serviços.
O Governo Federal compra armas, mísseis e o trabalho de seus servidores. Governos municipais
compram livros para as bibliotecas, constroem escolas e empregam professores. Em todos os
níveis, o governo constrói estradas e outras obras públicas.
As compras são apenas um dos tipos de despesa governamental. Outro tipo são os pagamentos
de transferência, como assistência à pobreza e auxílio aos idosos. Mas as transferências, ao
contrário das despesas, não usam, diretamente, a produção de bens e serviços da economia e,
por isso, não são incluídas na variável G.
As transferências, no entanto, afetam, indiretamente, a demanda de bens e serviços. Esse
tipo de pagamento tem um efeito contrário ao dos impostos: aumenta a renda disponível
das famílias, enquanto os impostos têm o efeito de reduzi-la. Portanto, um aumento das
transferências resultante da elevação dos impostos mantém inalterada a renda disponível
agregada. Estamos, agora, em condições de redefinir nossa variável T, como consistindo de
impostos menos transferências. A renda disponível Y – T inclui tanto o impacto negativo dos
impostos quanto o efeito positivo das transferências.
Se as despesas do governo se definem como impostos menos transferências, então G = T
e, assim, o governo tem um orçamento equilibrado. Se G é maior do que T, o governo tem
déficit orçamentário, que ele financia pela emissão de títulos de dívida governamental, isto é,
contraindo empréstimos nos mercados financeiros. Se G é menor do que T, o governo opera
com um superávit orçamentário, que usa para pagar uma parte de seus empréstimos e reduzir
sua dívida.
Não nos preocuparemos em explicar o processo decisório que determina uma política fiscal
específica, isto é, a decisão quanto ao nível das despesas governamentais e dos impostos. Ao
contrário, estamos considerando despesas e impostos como variáveis exógenas. Para indicar
que essas varáveis são determinadas de fora do modelo, escrevemos:
__
G = __
G
T=T
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A equação afirma que a oferta de bens e serviços iguala sua demanda, que é a adição de
consumo, investimento e despesas governamentais.
É possível entender, agora, por que a taxa de juros r tem um papel decisivo: ela se ajusta para
assegurar que a demanda iguale a oferta. Quanto mais alta for a taxa de juros, mais baixo é o
nível do investimento e, em consequência, a demanda é menor por bens e serviços, C + I + G. Se
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a taxa de juros for muito alta, o investimento será muito baixo e a demanda será menor do que a
oferta. Se a taxa de juros for muito baixa, o investimento será muito alto e a demanda irá superar
a oferta. No nível de equilíbrio da taxa de juros, a demanda por bens e serviços iguala a oferta.
Embora não considerado, a taxa de juros também afeta o Consumo de forma negativa.
Observação: Na discussão do Capítulo V, não introduzimos o setor externo por questões de
simplificação. Com o Setor Externo, a taxa de juros afeta a Conta de Capital Autônomo (já
observado anteriormente). Assim, se a taxa de juros no Brasil aumenta, o efeito desse aumento
isolado é o de atrair capitais externos, elevando o saldo da conta de Capitais, o que poderia
financiar déficits em Transações Correntes mais elevados e/ou aumentar as Reservas Externas.
No contexto brasileiro atual, com taxa de câmbio flutuante, a elevação da taxa de juros
atrairia capital externo (logicamente, o ingresso de capitais externos vai depender do risco do
Brasil), e esse ingresso adicional de capitais externos (dólares) pressionaria a taxa de câmbio
para baixo, isto é, valorizaria o real em relação ao dólar. Uma redução da taxa de juros levaria
ao processo inverso, com desvalorização do real. E desvalorizações consecutivas gerariam
pressões inflacionárias, comprometendo as metas inflacionárias, por isso, o Banco Central,
recentemente, elevou a taxa básica (taxa dos títulos públicos) de juros (para conter pressões
inflacionárias). A elevação da taxa de juros também atua no câmbio, pois eleva o custo de
oportunidade de reter dólares.
Para dar uma visão mais ampla sobre a adoção de políticas econômicas, vamos considerar as
seguintes relações econômicas:
(i) Mercado de Bens e Serviços
Oferta = Demanda
ou, Y = C (Y − T)+I (r)+ G
Quando o governo decide aumentar seus gastos para estimular a demanda de bens e serviços,
a oferta tende a aumentar se houver capacidade produtiva não utilizada na economia. Nesse
processo, o consumo também aumenta, pois ele depende da renda (ou produto). Nesse
processo, a taxa de juros pode aumentar ou não, dependendo da reação do Banco Central,
aumentando a oferta de moeda ou não. Quando a renda aumenta, os indivíduos desejam
consumir mais e, para tanto, procuram mais moeda. Se a oferta de moeda aumentar, a taxa de
juros pode não aumentar ou até cair. Se a oferta de moeda não for alterada pelo Banco Central, a
taxa de juros subirá, pois a demanda de moeda superará a oferta de moeda. Nesse último caso,
juros mais elevados reduzirão os investimentos, o que compensará, parcialmente, o aumento
na demanda agregada iniciado com maiores gastos públicos (política fiscal expansionista, que
visa aumentar expandir a produção e o emprego).
(ii) Mercado de Moedas
Oferta = Demanda
ou, (M/P) = f (Y, i),
onde, M representa a oferta de moeda definida pelo Banco Central
P, o nível de preços
Y, a renda
i, a taxa de juros nominal.
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7. A DEMANDA AGREGADA
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As duas partes do modelo IS-LM são conhecidas, obviamente, como curva IS e curva LM. IS
se refere a “investimento”, (I), e “poupança”, (S). A curva IS representa o mercado de bens e
serviços apresentados no Capítulo 3. LM se refere a “liquidez”, (L), e “moeda”, (M). A curva
LM representa a oferta e demanda de moeda. Uma vez que a taxa de juros influi tanto sobre
o investimento quanto sobre a demanda por moeda, ela é a variável que liga as duas metades
do modelo IS-LM. O modelo mostra como as interações entre esses mercados determinam a
demanda agregada.
Inicialmente, consideraremos o modelo contendo somente o mercado de bens e serviços.
Em linguagem matemática:
Y = f (N, K)
onde:
Y = produto
N = volume de mão de mão de obra
K = estoque da capital (constante no curto prazo)
2) i = i e P = P
Supõe-se que tanto a taxa de juros (i) quanto o nível geral de preços (P) são constantes.
Além das hipóteses básicas, que são essenciais ao desenvolvimento do modelo, faremos outras,
que têm por objetivos simplificar a exposição (e que, portanto, podem ser removidas sem
prejudicar as conclusões):
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ambiguidade quanto a eles. Assim, por exemplo, o Produto Interno Bruto a preços de mercado
(PIBpm) é exatamente igual ao Produto Nacional Líquido a custo de fatores (PNLcf), uma vez
que são inexistentes a depreciação, a renda líquida enviada ou recebida do exterior, os impostos
indiretos e os subsídios.
Por outro lado, a diferença entre a Renda Nacional e a Renda Pessoal Disponível fica reduzida
ao volume de impostos diretos cobrados pelo Governo, já deduzidos das transferências que
este faz ao setor privado, uma vez que não há lucros retidos, nem outras receitas correntes do
Governo. Então:
YD = Y – T
onde:
YD = Renda Pessoal Disponível
Y = Renda Nacional
T = Impostos Diretos menos Transferências
Isso equivale a dizer, em termos mais simples, que toda a produção da economia no período será
vendida aos agentes econômicos, ou seja, a economia não apresentará variação de estoques
no período. De fato, se a Oferta Agregada for maior que a Procura Agregada, as empresas
terão produzido um volume maior do que o desejado pelos agentes econômicos e, portanto,
acumularão estoques indesejados (variação positiva de estoques).
AO > DA ==> Ve > 0
De forma inversa, se a Demanda Agregada for superior à Oferta Agregada, as empresas terão
uma redução indesejada de estoques.
DA > OA ==> Ve < 0
Em ambos os casos, como os preços da economia são considerados constantes, o ajuste da
economia dar-se-á pelo aumento (no caso de variação negativa de estoques) ou pela redução
(no caso de variação positiva de estoques) do volume ofertado no período de produção seguinte
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e terão como consequência um aumento ou uma redução no nível de emprego da economia,
respectivamente.
É possível que, no nível de equilíbrio da renda da economia, nem toda a mão de obra que deseja
trabalhar ao nível de salários vigente na economia encontre emprego.
7.3.1 O consumo
Os gastos das famílias com aquisição de bens de consumo (C) são função crescente de sua renda
disponível (Yd = renda menos a tributação = Y – T). Assim, quanto maior a renda disponível,
maior o consumo.
Podemos ter, então:
C = a + b YD
onde:
a representa o consumo autônomo
e b, a Propensão Marginal a Consumir
O parâmetro “a” representa o chamado consumo autônomo, ou seja, a parcela da demanda
por bens de consumo que é influenciada por outros fatores que não a renda corrente, tais como
taxa de juros, o nível de patrimônio das famílias, as facilidades de crédito aos consumidores e
outros fatores.
O parâmetro “b” representa a propensão marginal a consumir, ou seja, a proporção entre o
acréscimo de consumo (ΔC) e o acréscimo da renda disponível (ΔYd):
b = ΔC / ΔYd
Por exemplo, sendo
C = 20 + 0,8 Yd
E, com Yd = 100, o Consumo seria C= 100.
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7.3.1.1 A poupança
A poupança da sociedade é a diferença entre a Renda Disponível e o Consumo:
S = Yd – C
onde:
S = Poupança
Como C = a + bYd, temos:
S = Yd – a – b Yd,
ou S = – a + (1-b)Yd
onde, (1 –b) representa a Propensão Marginal a Poupar
Exemplo:
C = 20 + 0,8 Yd
Então,
S = Yd – 20 – 0,8 Yd
S = – 20 + 0,2 Yd
Se, Yd = 100, então, S = 0.
7.3.1.2 A tributação
A tributação (T) influencia a Demanda Agregada de forma indireta por meio do Consumo. De
fato, se a tributação aumenta, a renda disponível decresce e, consequentemente, o consumo
se reduz também. Se a tributação diminui, ocorre o contrário.
A tributação pode ser suposta totalmente autônoma ou em parte autônoma e em parte
dependente do nível da renda:
T=T
ou, T = T + tY
onde:
T = tributação autônoma
t = propensão marginal a tributar
A segunda função é uma suposição mais realista, uma vez que os sistemas tributários modernos
são constituídos tanto por tributos cujas bases de cálculo independem da renda (tais como os
que incidem sobre a propriedade) como o próprio imposto de renda.
Exemplo: T = 40
T = 20 + 0,1Y.
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7.3.2 O investimento
O Investimento (I) pode ser suposto total ou parcialmente autônomo:
__ __
I = I ou I = I + dY
onde: __
Na primeira hipótese, assume-se que os empresários tomam suas decisões de investir sem levar
em consideração o nível de renda presente. Na segunda, mais realista, o nível de investimento
depende de forma direta do nível da renda da economia, ou seja, quanto mais alto este, maior
aquele.
Exemplo:
I = 80
I = 10 + 0,05Y
7.3.4 As importações
As importações, à semelhança dos investimentos e da tributação, podem ser supostas total ou
parcialmente autônomas:
M=M
ou,
M = M_+mY
onde:
M representa as importações autônomas,
e m, a propensão marginal a importar.
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Exemplo:
M = 60 ou M = 20 + 0,02Y
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Isso significa que, no próximo período, as empresas reduzirão a produção até que se alcance o
equilíbrio ao nível de renda de 1000.
Ao inverso, caso a economia produza menos de 1000 (por exemplo, 900), a Demanda Agregada
será maior que a Oferta Agregada, provocando uma variação negativa de estoques de 20.
Yd = Y – T = 900 – 75 = 825
C = 70 + (0,8*825) = 730
I + G + X – M = 190
(=) Demanda Agregada = 920.
Exemplo 2:
C = 50 + 0,75 Yd
I = 40 + 0,05Y
G = 160
T = 20 + 0,2Y
X = 80
M = 15 + 0,15Y.
A condição de equilíbrio é: Y = C + I + G + X – M
Então:
Y = 50 + 0,75Yd + 40 + 0,05Y + 160 + 80 – (15 + 0,15Y)
Y = 315 – 0,1Y + 0,75Yd
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Y = 70 + 0,8Yd + 80 + 130 + 50 – 30
Y = 300 + 0,8(Y – 75)
Y – 0,8Y = 240
Y = 240/0,2 = 1200.
Observa-se que os gastos do governo aumentaram em 40 unidades, mas a renda aumentou
200 unidades.
Pode-se dizer que:
ΔYe = 5*ΔG,
Ou seja, o aumento da renda de equilíbrio foi igual ao acréscimo de G multiplicado por 5. Esse
número é denominado de multiplicador.
Para se entender porque ocorre o efeito multiplicador do aumento dos gastos do Governo
(ou de qualquer outro componente autônomo da Demanda Agregada), pode-se recorrer a
um exemplo simples: suponhamos que esse aumento foi em decorrência da contratação de
pessoas para efetuarem serviços de atendimento médico à população, sendo que essas pessoas
estavam desempregadas.
Em um primeiro momento, a produção (Produto) da economia aumenta pelo montante dos
salários pagos aos funcionários. Entretanto, a produção adicional gera uma renda de igual valor
(salários, no caso) e uma parcela dessa renda adicional será gasta pelos novos funcionários na
aquisição de bens de consumo (que corresponderá à multiplicação do acréscimo de renda pela
propensão marginal a consumir). Esse aumento da demanda por bens de consumo provocará
uma elevação da produção desses bens, fato que gerará uma renda adicional, que realimentará
a demanda por bens de consumo e assim por diante, gerando um mecanismo de multiplicação
dos gastos adicionais do governo.
Exemplo:
Dados: C = 35 + 0,8 Yd ; X = 40
I = 100; M = 30
G = 80
T = 5 + 0,15Y
Considerando esses dados, o multiplicador será igual a:
1 1 1
---------- = ----------------- = ---------------- = 3,125
1 – b + bt 1 – 0,8 + 0,12 0,32
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7.6 O mercado de bens e a curva IS
Passaremos, agora, a considerar que as taxas de juros afetam, explicitamente, os investimentos.
A curva IS mostra a relação entre a taxa de juros e o nível de renda que se estabelece no
mercado de bens e serviços. Para entender essa relação, começaremos com uma teoria simples
da demanda por bens e serviços conhecida como Cruz Keynesiana.
A Cruz Keynesiana é a interpretação mais simples da teoria keynesiana da renda nacional. Ela
constitui um alicerce útil para um modelo IS-LM mais complexo e realista.
Despesa planejada. Para construir a Cruz Keynesiana, começaremos observando os
determinantes da despesa planejada. Despesa planejada é o montante que famílias, empresas
e governo estão dispostos a gastar na compra de bens e serviços. A despesa observada difere da
despesa planejada quando as empresas são levadas a investir em estoques não previstos, isto
é, quando os estoques das empresas aumentam ou diminuem inesperadamente, em resposta a
vendas inesperadamente menores ou maiores.
Supondo uma economia fechada, de modo que as exportações líquidas sejam iguais a zero, a
despesa planejada, E, é a soma do consumo, C, do investimento planejado, I, e das aquisições
governamentais, G, portanto:
E=C+I+G
A essa equação, acrescentaremos a função consumo:
C = C (Y – T)
A função consumo diz que o consumo depende da renda disponível (Y – T). A renda disponível
é a renda total, Y, menos os impostos, T. Consideraremos, ainda, que o investimento planejado
é fixo:
__
I= I
E = C(Y − T)+ I + G
Essa equação diz que a__ despesa planejada é função da renda, Y, do nível exógeno do
investimento planejado, I , e das variáveis exógenas de política fiscal, G e T .
A Figura 6.1 mostra a despesa planejada como função do nível de renda. A linha se inclina para
cima, porque uma renda mais alta determina um consumo maior e, portanto, uma despesa
planejada maior. A declividade dessa linha é a propensão marginal a consumir, PMgC: mostra
quanto a despesa planejada aumenta quando a renda se eleva em um dólar.
Economia em equilíbrio: Consideremos agora que a economia está em equilíbrio, de modo que
a despesa observada é igual à despesa planejada.
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Como a economia alcança o equilíbrio? Para muitas empresas, os estoques têm um papel
destacado no processo de ajustamento. Se as empresas produzem mais bens do que aqueles que
os consumidores estão dispostos a comprar, o excedente é somado ao estoque. Inversamente, se
as firmas produzem menos do que as pessoas desejam, os estoques atendem a essa demanda.
Essas variações não planejadas nos estoques levam as empresas a mudar o nível de produção.
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Política Fiscal e o Multiplicador:
Despesas do governo. O primeiro caso a ser estudado será o do impacto de uma alteração
nas aquisições do governo. Como essas são um dos componentes da Despesa Agregada,
um aumento nos gastos do Governo significa que, para qualquer nível de renda, a despesa
planejada cresce. Se as aquisições governamentais aumentam de ΔG, a linha de despesa
planejada se desloca para cima em ΔG, como mostra a Figura 4.3. O equilíbrio da economia se
desloca do ponto A para o ponto B.
A figura mostra que um aumento nas despesas do governo provoca um aumento ainda maior
na renda, isto é, ΔY é maior do que ΔG. A razão ΔY/ΔG é chamada multiplicador das despesas
do governo; diz-nos quanto a renda cresce em resposta a um dólar de aumento das despesas
do governo. Uma implicação da Cruz Keynesiana é o fato de o multiplicador nas despesas do
governo ser maior do que um.
Por que a política fiscal tem um efeito multiplicador sobre a renda? De acordo com a função
consumo, uma renda mais alta é acompanhada por um maior consumo. Como o aumento das
despesas do Governo aumenta a renda, também aumenta o consumo, o qual, por sua vez,
aumenta a renda, que aumenta mais o consumo, e assim por diante. Portanto, nesse modelo,
um aumento nos gastos do Governo provoca um aumento ainda maior na renda.
O efeito total sobre a renda é dado por:
Alteração inicial nas Despesas do Governo = ΔG
Primeira alteração no Consumo = PMgC x ΔG
2
Segunda alteração no Consumo = PMgC x ΔG
Terceira alteração = PMgC3 x ΔG
..................................................................................................................
ΔY = (1 + PMgC + PMgC2 + PMgC3 +...) ΔG
Portanto, o multiplicador das despesas do governo é
ΔY/ΔG = 1 + PMgC + PMgC2 + PMgC3 + ...
A expressão do multiplicador é denominada série geométrica infinita. Algebricamente,
podemos escrever que o multiplicador:
ΔY/ΔG = 1/(1 – PMgC)
Por exemplo, se a propensão marginal a consumir for de 0,6, o multiplicador será
ΔY/ΔG = 1 + 0,6 + 0,6 2 + 0,6 3 + ...
= 1/(1 – 0,6)
= 2,5
Nesse caso, o aumento de US$ 1 nas despesas do governo aumenta a renda de equilíbrio em
US$ 2,50.
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A. Função Investimento
B. A Cruz Keynesiana
C. A Curva IS
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A Figura 6.6 usa a Cruz Keynesiana para mostrar como um aumento nas despesas do Governo,
de
__ G1 para G2, desloca a curva IS. A figura está traçada considerando-se uma dada taxa de juros
r e, portanto, um dado nível de investimento planejado.
A. A Cruz Keynesiana
B. A Curva IS
Figura 6.6 Um aumento nas despesas do Governo desloca a curva IS para a direita.
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Álgebra Simples da Curva IS
Começando pela identidade da contabilidade nacional,
Y=C+I+G
Suponhamos que a função consumo seja:
C = a + b (Y – T)
Onde a e b são números maiores do que zero e que a função investimento seja:
I = c – dr
Onde c e d também são números maiores do que zero.
O parâmetro b é a propensão marginal a consumir, de modo que esperamos que b seja um
número entre 0 e 1. O parâmetro d determina o quanto o investimento varia em resposta a
uma variação da taxa de juros, como o investimento cresce quando a taxa de juros cai, há um
sinal de menos na frente de d.
A partir dessas três equações, podemos obter uma expressão algébrica para a curva IS e ver o
que influencia a posição de IS e sua declividade. Se substituirmos consumo e investimento por
suas respectivas funções na identidade da contabilidade nacional, teremos:
Y = [a + b (Y – T)] + (c – dr) + G
Note que Y aparece nos dois lados da igualdade. Podemos simplificar, colocando todos os
termos Y do lado esquerdo e rearrumando o lado direito:
Y – bY = (a + c) + (G – bT) – dr
Resolvendo para Y,
Y= a+b + 1 G+ –b T+ –d r
1–b 1–b 1–b 1–b
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Vejamos, agora, a demanda por saldos monetários reais. Retém-se moeda, porque esta é um
ativo “líquido”, isto é, ela é, facilmente, usada nas transações. A teoria da preferência pela
liquidez postula que o montante dos saldos monetários reais demandados depende da taxa de
juros. A taxa de juros é o custo de oportunidade de se guardar moeda: é o que se perde quando
se guarda moeda, que não rende juros, em lugar de colocá-la em depósitos de poupança ou
títulos, que rendem juros. Assim como o preço do pão afeta sua demanda, o preço da guarda de
moeda afeta o montante de saldos monetários reais demandados. Em consequência, quando
a taxa de juros sobe, as pessoas desejam manter uma menor quantidade de sua riqueza em
forma de moeda.
Representamos a demanda por saldos monetários reais por:
d
(M/P) = L (r)
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A teoria da preferência pela liquidez indica que a redução na oferta de moeda aumenta a taxa
de juros e que os aumentos na oferta de moeda reduzem a taxa de juros. Para entender por
que isso ocorre, suponha-se que a Reserva Federal diminua a oferta de moeda. Uma redução
de M diminui M/P, uma vez que o modelo pressupõe P constante. Assim, a oferta de saldos
monetários reais se desloca para a esquerda, como mostra a Figura 6.9. A taxa de juros de
equilíbrio aumenta de r1 para r2. A taxa de juros mais alta induz as pessoas a reterem um
montante menor de saldos monetários reais.
Figura 6.9 Uma redução na oferta de moeda e a Teoria da Preferência pela Liquidez
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M2, o que provoca a queda dos saldos monetários reais de M1/P para M2/P. A Figura 6.11
mostra o que acontece. Mantendo constante o nível de renda e, assim, a curva de demanda
por saldos monetários reais, uma redução na oferta dos saldos monetários reais provoca uma
elevação da taxa de juros de equilíbrio. Por conseguinte, uma diminuição dos saldos monetários
reais desloca a curva LM para cima.
Figura 6.11 Uma redução na oferta de moeda desloca a curva LM para esquerda e para cima
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Alterações na Política Fiscal
Considere-se o efeito de um aumento nas despesas do governo, ΔG. O multiplicador das
despesas do governo, na Cruz Keynesiana, mostra que, a qualquer taxa de juros, essa mudança
na política fiscal aumenta o nível de renda de ΔG/(1 – PMgC). Portanto, como ilustra a Figura
6.13, a curva IS se desloca para a direita, na mesma proporção. O equilíbrio da economia passa
do ponto A para o ponto B. O aumento nas compras do Governo aumenta tanto a renda quanto
a taxa de juros.
Observe que o aumento na renda, em resposta a uma expansão fiscal, é menor no modelo IS-
LM do que na Cruz Keynesiana. Podemos ver isso nas Figuras 6.13 e 6.14: o aumento na renda
de equilíbrio é menor do que o deslocamento horizontal da curva IS. A diferença decorre do
fato de que a Cruz Keynesiana considera que o investimento é fixo, enquanto o modelo IS-LM
leva em conta que o investimento cai quando a taxa de juros sobe. No modelo IS-LM, uma
expansão fiscal aumenta a taxa de juros e reduz o investimento.
De forma semelhante, considere-se uma redução de impostos de ΔT. O multiplicador dos
impostos na Cruz Keynesiana mostra que, a qualquer taxa de juros, essa mudança na política
fiscal aumenta o nível de renda de ΔT x PMgC/(1 – PMgC). Logo, como mostra a Figura 6.14,
a curva IS é deslocada para a direita na mesma proporção. O equilíbrio da economia passa do
ponto A para o ponto B. A redução de impostos aumenta tanto a renda quanto a taxa de juros.
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A Interação entre as Políticas Monetárias e Fiscal
Quando se analisam alterações nas políticas monetária ou fiscal, é importante ter em mente
que essas políticas podem não ser independentes uma da outra. A alteração em uma delas
pode influir sobre a outra. A interdependência pode alterar o impacto da mudança feita.
Por exemplo, suponha-se que o Congresso, preocupado com o déficit orçamentário, aumente
os impostos para equilibrar o orçamento. Qual o efeito dessa medida sobre a economia? A
resposta depende da reação da Reserva Federal a esse aumento dos impostos.
A Figura 6.16 mostra que há três resultados possíveis. No gráfico A, a Reserva Federal mantém
constante a oferta de moeda. O aumento dos impostos desloca a curva IS para a esquerda e
para baixo, reduzindo, assim, a renda e a taxa de juros. No gráfico B, a Reserva Federal deseja
manter constante a taxa de juros. Nesse caso, quando a taxa de juros desloca a curva IS para
a esquerda, a Reserva Federal deve reduzir a oferta de moeda para garantir a permanência da
taxa de juros em seu nível original. Isso desloca a curva LM para a esquerda. A taxa de juros não
cai, mas a renda cai muito mais do que se a Reserva Federal tivesse mantido a oferta de moeda
constante. No gráfico C, a Reserva Federal procura impedir a queda de renda decorrente do
aumento dos impostos; para tanto, deve aumentar a oferta de moeda. Nesse caso, o aumento
nos impostos não provoca recessão, mas causa uma grande queda na taxa de juros.
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A partir desse exemplo, podemos verificar que o impacto de uma mudança na política fiscal
depende da política adotada pela Reserva Federal, isto é, depende de se procurar manter
constante a oferta de moeda, a taxa de juros ou o nível de renda. De modo mais geral, sempre
que se analisa a mudança em uma das políticas, deve-se verificar sua repercussão sobre a outra
política. As hipóteses sobre o caminho mais adequado dependem da situação concreta e das
muitas considerações que estão por trás da formulação de uma política econômica.
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Essas equações contêm três variáveis de interesse: Y, P e r. A abordagem keynesiana requer
que se complete o modelo como a hipótese dos preços constantes, de modo que a terceira
equação será:
P = P1
Essa hipótese implica um ajustamento de r e Y para que IS e LM sejam satisfeitas. A abordagem
clássica completa o modelo com a hipótese de que o produto atinge sua taxa natural, de modo
que a terceira equação será:
Y=Y
Nesse caso, os ajustes necessários para satisfazer as equações IS e LM são feitos por r e P.
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Contas do Governo
Moeda e Preços
Funções da moeda
•• meio de troca – viabiliza transações, facilita o comércio e a troca de mercadorias.
•• unidade de conta – parâmetro de referência nas relações de troca.
•• reserva de valor – permite reter poder de compra.
•• Motivo Transação
•• aumenta com a renda.
•• Motivo Precaução
•• aumenta com a renda.
•• Motivo Especulação
•• diminui com a taxa de juros.
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Criação de moeda
BACEN
Política monetária
•• Recolhimentos compulsórios;
•• Taxa de redesconto;
•• Operações no mercado aberto.
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3. GASTAR O DINHEIRO DOS OUTROS EM BENEFÍCO PRÓPRIO: funcionário jantando por conta
da empresa, normalmente, preocupa-se mais com a qualidade do que com o preço.
4. GASTAR O DINHEIRO DOS OUTROS EM BENEFÍCIO DOS OUTROS: as despesas do governo. É
frequente não haver muita preocupação com a qualidade nem com o preço.
•• Inflação de demanda
•• Política fiscal;
•• Política monetária.
•• Choque de oferta
•• Política neutra;
•• Política de acomodação;
•• Política contracionista.
MERCADO é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como fatores produtivos, são
trocados livremente.
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A demanda
•• Quanto maior o preço de um bem, menor será a quantidade que cada indivíduo estará
disposto a comprar. Alternativamente, quanto menor o preço, maior será o número de
unidades demandadas.
O quadro representa a relação existente entre os preços de venda das laranjas e a quantidade
em quilos demandada pelos consumidores em uma semana.
QUANTIDADE DEMANDADA
PREÇO POR QUILO (reais)
(milhares de quilos por semana)
A 10,00 20
B 7,00 50
C 4,00 80
D 2,00 110
E 1,00 130
Assim, se o preço for R$ 10,00, serão demandados 20 kg na semana; se o preço for R$ 7,00, o
número de quilos de laranjas demandadas na semana será 50.
Para cada preço, há uma certa quantidade de laranjas que os indivíduos estão dispostos a
comprar, uma vez que compram mais à medida que se reduz o preço. A curva de demanda
decrescente tem inclinação negativa.
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Tabela de Oferta
A curva de oferta
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Tabela e a curva crescente de oferta
Mostra como a quantidade oferecida aumenta junto com o preço, refletindo o comportamento
dos produtores.
O Equilíbrio de Mercado
O preço de equilíbrio
Quantidade Quantidade
Situação do
Preço/quilo(R$) demandada ofertada
mercado
(1000/quilo (1000/quilo)
Excedente ou excesso
10,00 20 150
de oferta
Excedente ou excesso
7,00 50 120
de oferta
4,00 80 80 Equilíbrio de mercado
Escassez ou excesso de
2,00 110 40
demanda
Escassez ou excesso de
1,00 130 20
demanda
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O equilíbrio de mercado
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Aspectos essenciais de uma economia de mercado
Concorrência Perfeita
Monopólio
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Regulamentação do Monopólio
Quando uma indústria se monopoliza, o preço de venda é maior que o preço de mercado em
concorrência perfeita e o nível de produção inferior. Logo, há maiores lucros para a empresa
monopolística e maiores prejuízos para os consumidores.
Possíveis alternativas de regulamentação do monopólio:
•• Dividir o monopólio em duas ou três empresas;
•• Estabelecer um imposto sobre o monopolista para reduzir os lucros extras, devolvendo aos
consumidores, sob a forma de transferências, o excesso de preço que pagam;
•• Obrigar o monopolista a fixar um preço que elimine os lucros extras;
•• Estabelecer um preço que situe a empresa monopolística em uma posição em que seu
volume de produção seja equivalente ao da concorrência perfeita.
Oligopólio
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⇒ Determinação de preços Empresa 2
Cobra $4,00 Cobra $6,00
Cobra $4,00 $12, $12 $20, $4
Empresa 1
Cobra $6,00 $4, $20 $16, $16
Concorrência Concorrência
Característica Monopólio Oligopólio
Perfeita Monopolística
1. Número de
Muito grande Uma empresa Pequeno Grande
Empresas
Homogêneo ou
2. Produto Homogêneo Não há substitutos Deferenciado
diferenciado
3. Controle sobre Sem Tendência de Pouco poder
Grande poder
preços possibilidades controle (substitutos)
4.Concorrência
Sem possibilidade _ Intensa Intensa
extra-preço
5. Condições de
Sem barreiras Com barreiras Com barreiras Sem barreiras
ingresso
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Solução:
Balança comercial = 200 – 400 = – 200
Balança de serviços = – 20 – 30 – 10 – 5 = – 65
Transferências unilaterais = + 15
Saldo do BP em conta corrente = – 200 – 65 + 15 = – 250
Movimento de capitais = 100 – 50 + 50 + 150 = 250
Saldo total do BP = zero
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2. O conflito entre inflação e desemprego no curto prazo, representado pela Curva de
Phillips, mostra que:
Conceito: a curva de Phillips mostra o comportamento das taxas de inflação e de desemprego,
indicando uma relação inversa não linear entre elas, no curto prazo.
Representação Gráfica:
Alternativas:
a) Quando a taxa de inflação aumenta, o desemprego (em porcentagem) sobe.
INCORRETA: O aumento da taxa de inflação REDUZ a taxa de desemprego, já que existe uma
relação inversa entre tais variáveis, como indicado na representação gráfica acima.
b) Quando a taxa de inflação cai, o desemprego (em porcentagem) diminui.
INCORRETA: a queda da taxa de inflação AUMENTA a taxa de desemprego, pelos mesmos
motivos registrados na alínea supra.
c) Quando a taxa de inflação cai, o desemprego (em porcentagem) aumenta.
CORRETA, devido à relação inversa existente entre taxa de inflação e taxa de desemprego no
curto prazo (veja a representação gráfica).
d) Quando a taxa de inflação aumenta, o desemprego (em porcentagem) permanece constante.
e) Quando a taxa de inflação cai, o desemprego (em porcentagem) permanece constante.
AMBAS INCORRETAS, pois, pela própria FORMULAÇÃO DO MODELO DA CURVA DE PHILLIPS, o
desemprego não é uma variável autônoma em relação à taxa de inflação, mas, pelo contrário,
conserva um forte nível de correlação com a evolução do nível geral de preços.
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A referida equação, conhecida como equação de Fischer, sofreu alterações de conceituação
a partir de formulações teóricas sobre as razões pelas quais os agentes econômicos retêm
moeda. Esse novo enfoque, conhecido como contribuição de Cambridge, conferiu nova forma à
equação da Teoria Quantitativa da Moeda:
MV = PY
onde:
M = oferta monetária
V = velocidade-renda da moeda = inverso do encaixe (retenção de moeda pelos agentes)
P = nível geral de preços
Y = produto real
Diz-se que o lado esquerdo da equação (MV) se refere ao lado monetário da economia, sendo
que o lado direito (PY) é o lado real da economia ou, mais precisamente, a expressão monetária
do lado real, já que se refere ao somatório da produção dos diversos bens e serviços por seus
respectivos preços médios. Assim, chama-se o lado direito, também, de produto agregado ou
Produto Interno Bruto (PIB).
A teoria tem o objetivo de formular qual a quantidade de moeda emitida em uma economia
que determina, em última instância, o nível geral de preços pois, no curto, a velocidade-renda
da moeda não se altera (é constante) e o volume de bens e serviços não aumenta na mesma
intensidade e velocidade do aumento da oferta monetária. Assim, para um aumento da
oferta de moeda, a equação MV = PY se dá em um nível mais elevado de preços. Aqueles que
defendem essa teoria são chamados de monetaristas e, portanto, pregam a rigidez monetária
(aperto de liquidez) como terapia anti-inflação.
Alternativas:
a) Multiplicada pela velocidade-renda da moeda é igual ao PNB monetário.
CORRETA, entendendo-se a Teoria Quantitativa da Moeda em sua formulação mais
desenvolvida, conhecida como Contribuição de Cambridge que, em essência, substitui o
conceito de velocidade de circulação da moeda pelo de velocidade-renda da moeda. Tal
substituição ocorre, pois os formuladores entendem a velocidade da moeda como sendo o
inverso da parcela da renda (ou produto) nominal retida sob a forma de moeda.
b) Multiplicada pela velocidade de circulação da moeda é igual ao PNB monetário.
INCORRETA, pois a Teoria Quantitativa da Moeda, quando utilizado o conceito de velocidade
de circulação da moeda (Fischer), estabelece igualdade com o volume físico de todas as
transações multiplicado pelo índice geral de preços, igualdade essa que não corresponde ao
produto monetário.
c) Multiplicada pela velocidade-renda da moeda é igual ao PNB real.
INCORRETA, a quantidade de moeda (M) multiplicada pela velocidade (V) é igual ao produto
monetário (P x Y) e não ao produto real (Y), lembrando-se que, na equação, P representa o
índice geral de preços (ou deflator do Produto).
d) Multiplicada pela velocidade de circulação da moeda é igual ao PNB real.
INCORRETA, pelas mesmas razões comentadas sobre a alternativa B.
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INCORRETA: Como já visto nas alternativas anteriores, a elevação do compulsório interfere
diretamente sobre a oferta monetária e não sobre a demanda. Entretanto, é oportuno destacar
que, caso haja uma elevação da demanda por moeda, mantidas constantes a oferta monetária
e as alíquotas do compulsório, haverá pressão sobre o mercado monetário com consequente
elevação da taxa de juros.
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8. Em regime de mercado competitivo, a curva de oferta é a curva de custo marginal
para preços:
Conceitos:
•• custo marginal: incremento de custo variável provocado por um incremento da quantidade
produzida;
•• custo médio: custo total (fixo + variável) dividido pela quantidade produzida; também
chamado de custo total unitário;
•• custo variável médio: custo variável dividido pela quantidade produzida.
Alternativas:
a) Superiores ao custo médio.
b) Superiores ao custo fixo médio
INCORRETAS: A curva de oferta, que expressa o desejo de ofertar, não leva em conta os custos
fixos médios (embutidos no conceito de custo médio), porque os custos fixos já são dados e
não interferem na decisão de ofertar.
c) Iguais ou superiores ao mínimo do custo variável médio.
CORRETA: Levando-se em conta a lei dos rendimentos decrescentes, tem-se que o custo
variável médio, ou custo por unidade produzida (custo unitário). Inicia-se de modo decrescente
(pelo aumento mais que proporcional da produtividade dos fatores), atinge um nível mínimo
e, depois, inicia uma trajetória crescente. Assim, o ponto em que se torna interessante a oferta
de um certo produto é justamente aquele em que o preço se iguala ao custo variável médio
mínimo, sendo que não seria lógico vender um produto a preços inferiores àquele custo.
d) Iguais ou superiores ao mínimo do custo médio.
INCORRETA: A curva de custo marginal não passa pelo mínimo da curva de custo médio.
e) Iguais ou superiores ao custo fixo total.
INCORRETA: A decisão de ofertar não considera o custo fixo total, mas sim o custo variável médio.
Se fosse como proposto pela alternativa, o preço do produto teria que ser excessivamente alto.
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compulsórias, poderemos afirmar que a liquidez aumentará. Entretanto, se as reservas
compulsórias se elevarem mais que proporcionalmente à elevação do papel-moeda emitido,
ocorrerá redução da liquidez da economia.
d) Expandem os saldos de papel-moeda emitido e contraem-se os encaixes bancários.
INCORRETA: O conceito de papel-moeda emitido, ou papel-moeda em circulação, inclui o
conceito de encaixe bancário. Entretanto, a simples elevação do papel-moeda emitido não
implica elevação de liquidez, dependendo de como o Banco Central atua sobre as reservas
compulsórias.
e) Contraem os saldos de papel-moeda emitido e expandem-se as reservas esterelizadas junto
ao Banco Central.
INCORRETA: A contração do papel-moeda emitido e a expansão das reservas compulsórias
atingem frontalmente a liquidez da economia, porque atuam no mesmo sentido, qual seja, o da
redução do volume de meios de pagamento.
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12. Por que o PIB pode ser considerado uma medida deficiente de bem-estar?
O bem-estar está relacionado à qualidade de vida dos residentes no país ou às condições de
vida de sua população. Esse conceito traduz a ideia de desenvolvimento econômico, que leva
em conta a natureza e a qualidade do crescimento. O crescimento do PIB indica a ampliação
quantitativa da produção, isto é, o crescimento econômico.
Por essa razão, nem sempre o crescimento do PIB, medido em valores monetários, é indicativo
de bom desempenho de uma economia. É preciso uma análise mais depurada para saber se o
comportamento do PIB é resultante da variação dos preços, dos níveis de produção, da geração
de empregos (mercado de trabalho), de distribuição de renda, dos investimentos em melhoria
da qualidade de vida da população ou da combinação desses fatores. É preciso identificar
se o crescimento do PIB é nominal ou real e o impacto efetivo na qualidade de vida do povo
daquele país. A melhoria do bem-estar social só acontece quando ocorre eficiente alocação da
quantidade e qualidade do estoque de capital físico e humano existente, agregados aos fatores
de produção disponíveis.
É importante salientar que o conceito de bem-estar varia entre as diferentes culturas e ao
longo do tempo, o que explica a dificuldade em medir o desenvolvimento de um país, já que
esse conceito pode variar de um lugar para outro. Desse modo, o PIB de um país não pode ser
utilizado como único indicador para definir o nível de bem-estar social de sua população.
1. O produto é a soma de todos os bens produzidos em um país, no entanto, esses bens são de
natureza completamente diferente, o que dificulta a soma. Considerando que os indivíduos
necessitam sobreviver, a maior parte dos bens produzidos é vendida no mercado para
adquirir o que precisam. Dessa forma, esses bens são convertidos em certa quantidade de
moeda, possibilitando que bens diferentes sejam somados para o cálculo do produto.
2. A produção é um ato contínuo e sem interrupção, necessitando ser delimitado por
determinado período de tempo, geralmente, um ano.
3. Os bens produzidos nem sempre são para atender diretamente as necessidades do
indivíduo, alguns produtos são utilizados como insumos na produção de outros, são
produtos intermediários que servem para compor outros bens. Por esse motivo, o cálculo
do produto não é realizado em todas as fases do processo produtivo, mas apenas levando
em consideração o valor da produção dos bens e serviços finais, que são aqueles que
satisfazem diretamente às necessidades humanas, evitando, assim, o problema da dupla
contagem.
4. Dos bens que são produzidos, nem todos são vendidos ao mercado; pode ocorrer que
quem o produziu venda uma parte de sua produção e destine outra parte para o próprio
consumo. Dessa forma, esse produto não gera valor monetário, não sendo contabilizado
para o cálculo do produto, consequentemente, não contribui para o cálculo do produto do
país.
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14. Explique o que significa “pleno emprego”. A seguir, mostre quais tipos de
desemprego existem.
Para entender o pleno emprego, é necessário saber que o produto potencial é aquele que
poderia ser alcançado e sustentado no futuro usando, eficiente e plenamente, os fatores de
produção ao longo do tempo. Quando o produto real (efetivo) está alinhado com o produto
potencial, chama-se de pleno emprego, isto é, a plena utilização da capacidade planejada.
Contudo, normalmente, há uma taxa natural de desemprego; é a taxa média de desemprego de
longo prazo que deve ser descontada do pleno emprego.
Desemprego cíclico ou conjuntural: aquele devido às condições recessivas na economia.
Quando há uma diminuição na atividade econômica, deve existir uma diminuição da demanda
por trabalho por parte dos empresários. Nesse caso, o mercado de trabalho determina o nível
salarial: há maior poder de barganha das partes, variando de acordo com a especificidade do
tipo de trabalho.
Desemprego friccional: é aquele decorrente do tempo necessário para que o mercado de
trabalho se ajuste. Exemplo: quando um indivíduo sai voluntariamente de um emprego para
trabalhar em outro e há um intervalo de tempo entre a saída e a admissão no novo emprego,
período esse que pode ser decorrente de deslocamento geográfico, problemas burocráticos,
entre outros.
Desemprego estrutural: é aquele decorrente de mudanças estruturais em certos setores
da economia que eliminam empregos, sem que haja, ao mesmo tempo, a criação de novos
empregos e outros setores. Esse tipo de desemprego pode ser exemplificado com a melhoria
tecnológica, que aumenta a produtividade e possibilita a demissão de empregados, que podem
ser absorvidos por outros setores, mas não imediatamente.
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•• A definição da periodicidade e das fontes para a coleta de preços (tipo e tamanho de pontos
comerciais, coletas de informações de preços de serviços e aluguéis, entre outras).
Para comparação, escolhemos dois índices de preços utilizados no Brasil, ambos calculados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São eles:
1. O IPCA é o índice mais relevante do ponto de vista da política monetária, já que foi escolhido
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) como referência para o sistema de metas para a
inflação, implantado em junho de 1999;
2. O INPC é um índice muito utilizado em dissídios salariais, pois mede a variação de preços
para quem está na faixa salarial de até 6 salários mínimos.
A coleta de preços para o IPCA e o INPC cobre as nove maiores regiões metropolitanas do País
(Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São
Paulo), além do Distrito Federal e do município de Goiânia. O índice nacional é calculado a partir
da agregação dos índices regionais. A variável de ponderação do INPC é a "população residente
urbana", enquanto, no caso do IPCA, considera-se o "rendimento total urbano". Em julho de
2006, o INPC e o IPCA passaram a ser calculados tendo por base as ponderações obtidas a
partir dos resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE de julho
de 2002 a julho de 2003.
Como ressaltado na Tabela 1, o IPCA e o INPC cobrem diferentes faixas de renda. O INPC se
restringe aos assalariados com renda entre 1 e 6 salários mínimos, enquanto o IPCA compreende
rendas familiares de qualquer natureza até 40 salários mínimos.
A pesquisa de preços do IBGE está subdividida nos seguintes grupos principais: alimentação e
bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais,
despesas pessoais, educação e comunicação. O peso relativo de cada grupo é reestimado
mensalmente, considerando-se a cesta de consumo na data-base e a variação relativa dos
preços dos bens e serviços do grupo.
A coleta de preços é realizada em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços,
concessionárias de serviços públicos e domicílios (neste último caso, para apuração do valor
de aluguéis e despesas de condomínio). O preço coletado é o valor de venda à vista. Os preços
são coletados durante o mês civil e os índices divulgados no início do segundo decêndio do mês
seguinte.
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16. A partir da década de 1990, tem-se registrado uma melhora no índice de Gini
brasileiro. Discuta quais razões são apontadas para explicá-la e sua importância para
a economia brasileira.
A análise dos conceitos de: i) crescimento econômico, que é a ampliação da quantidade
de produção; ii) desenvolvimento econômico, que está associado à condição de vida da
população ou à qualidade de vida dos residentes no país; e, iii) PIB per capita, que corresponde
ao PIB dividido pela população do país; permite-nos entender o porquê de o Brasil ainda ser
considerado um país em desenvolvimento.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que une os conceitos de renda per capita aos
indicadores sociais (condições de educação e expectativa de vida), aponta para melhoria no
nível de vida da população do país ou seu bem-estar. Entretanto, no Brasil, a distribuição de
renda ainda apresenta significativa concentração e desníveis regionais e/ou setoriais entre as
faixas de populações agrupadas (estratificadas).
Durante os anos 1990, observou-se uma deterioração da distribuição de renda no Brasil.
Enquanto o PIB per capita decrescia, a população mais pobre concentrava cada vez menos
renda (teve perda real de renda), a população mais rica ampliava sua parcela de participação
(teve aumento real de renda).
No início dessa década, o país intensificou sua abertura comercial, a livre concorrência, a
renegociação da dívida externa, fomentou as privatizações e a desregulamentação do mercado.
A estabilização da economia e a tentativa de eliminação da inflação ainda representavam
grande desafio.
Porém, entre 1990 e 1994, a política industrial restringiu-se à abertura comercial, redução
tarifária e eliminação imediata das restrições não tarifárias às importações.
Então, a partir do Plano Real (1993) e após a estabilização da economia, houve uma leve
melhoria do Índice de Gini, com a queda da inflação, que proporcionou a melhoria da renda
das classes mais baixas, as mais atingidas pela inflação. Contudo, a elevação dos níveis de
desemprego, ou subempregos, fez com que essa melhora fosse muito reduzida.
Como a estabilidade da economia tornou-se prioritária, a sobrevalorização da moeda nacional
e as elevadas taxas de juros resultaram em aumento das importações, dependência de bens
de capitais estrangeiros, perda de competitividade aos produtos industrializados brasileiros e
no aumento do desemprego: de 4,35%, em 1991, saltou para 7,66%, em setembro de 1998. A
capacidade de produção aumentou, a taxas pouco expressivas, motivadas pelos investimentos
em modernização, produtividade ou qualidade, mas resultou em menor utilização de mão de
obra e significativo crescimento do mercado informal de trabalho.
Na fase pós-Real, a queda brusca da inflação teve efeitos significativos no poder de compra
da população, que passou a consumir e demandar crédito em razão do poder de compra
reativamente constante da nova moeda. Essa situação levou o Governo, no final de 1995, a
sacrificar o crescimento da economia, implantando medidas de aumento dos compulsórios,
restrições de crédito e juros altos para conter uma eventual inflação de demanda e evitar
déficit elevado na balança comercial: preservar a estabilização. Cabe lembrar que o aumento
do consumo, atrelado às restrições externas e baixo nível de popança interna, não repercutiu
no crescimento econômico brasileiro, mas sim no aumento do consumo de importados e do
déficit na balança comercial.
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O agravamento da vulnerabilidade da economia brasileira às crises externas fez com que o Brasil
necessitasse recorrer ao FMI e levou à desvalorização do Real em janeiro de 1999, agravando
a perspectiva de recessão, da deterioração dos indicadores socioeconômicos e de empregos,
decorrentes da alta dos juros.
As condicionantes históricas (como concentração agrária e de renda, demanda reprimida das
classes menos favorecidas) tiveram grande impacto na queda do PIB per capita na década
de 1990. Por outro lado, a modernização do parque industrial brasileiro não absorveu a
contento a grande oferta de mão de obra, detentora de baixa qualificação, nem a remunerou
adequadamente, distanciando ainda mais a distribuição de renda entre os mais pobres e os
mais ricos.
Ao citar a Teoria do Bolo – que implica crescer primeiro para depois distribuir –, tenta-se explicar
a trajetória econômica enfrentada pelo país. Mas é somente a partir de 1998 que uma pequena
melhora no índice de Gini começa a ser percebida, demonstrando melhora na distribuição da
renda da população.
Finalizando, cabe lembrar que, para a economia, é importante a redução do Índice de Gini,
pois significa que está havendo uma melhor distribuição de renda, permitindo que classes
menos favorecidas consumam mais, impulsionando a economia do Brasil, na busca do atingir
as condições de “país em desenvolvimento”, ao invés de ser o eterno “país do futuro”.
17. Quais são as principais mudanças no papel do Estado no Brasil a partir da década
de 1990?
Ao longo de sua história, o Brasil apresenta mudanças significativas no papel do Estado no
desenvolvimento econômico.
O país viveu a forte presença do Estado na fase colonial (agroexportadora), quando qualquer
atividade sofria intervenção do governo, à intensa concentração de esforços no processo
de industrialização. Depois, na década de 1930, o Estado assumiu papel de condutor,
regulamentador, produtor e financiador da evolução industrial brasileira, o que resultou na
ampliação de empresas estatais que assumiram serviços públicos, de infraestrutura, energia,
transportes, telecomunicações e água, entre outros: período pró-estatização. Relações essas
que apenas se dinamizaram ou foram ampliadas no governos militares, pós-64.
Na década de 1990, a economia brasileira passou por uma profunda modificação da atuação
do Estado, que reduziu, substancialmente, suas intervenções nas atividades econômicas, no
controle de preços, nas relações trabalhistas, na produção subsidiada, adotando taxas de
câmbio flutuantes e permitindo o livre mercado.
Optou-se pelo demonte significativo da estatização promovida nos governos anteriores;
o Goveno, ao mesmo tempo em que questionou a atuaçao dos bancos públicos, passou a
fomentar as privatizações de bancos estatais; propôs, inclusive, a revisão da CLT, em razão
da elevação do nível de desemprego. Apesar dessas mudanças, o Estado ainda manteve seu
papel captador e repassador da poupança. Esse realinhamento de postura fora, em grande
parte, motivado pelo descontrole fiscal e ineficiência do próprio Estado, que, necessariamente,
adotou duas linhas de ação em suas reformas:
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a) A tentativa de racionalização e controle fnanceiro e administrativo do setor público
nacional;
b) A redefinição do papel do estado na economia e privatização de empresas públicas.
Consequentemente, buscou-se ampliar o controle dos gastos do governo em nível de
endividamento; racionalizar o processo orçamentário por meio da unificação dos orçamentos
existentes e da lei de diretrizes orçamentárias; redefinir as atribuições entre autoridades
monetárias e fiscais brasileiras; estabelecer limites de endividamento aos Estados e municípios
e atribuir ao Congresso o controle desses endividamentos.
Também se procurou implementar privatizações e concessões de seviços públicos para a
inciativa privada, por meio da criação do Programa Nacional de Desestatização. Isso se deu em
razão de que a capacidade do Governo de garantir recursos, investimentos em produção, novas
tecnologias, infraestruturas e promover o desenvolvimento socioeconômico da população
estava cada vez mais aquém das demandas geradas pela globalização dos mercados.
Todas essas mudanças exigiram uma nova postura do Estado, que se tornou mais focado
na regulamentação e na defesa da livre concorrência. Portanto, a partir de 1994, adotou o
fortalecimento de orgãos de defesa, da Lei de Livre Concorrência e a ampliação do poder de
decisão do Conselho Administrativo de Política Econômica (Cade), órgão público de defesa da
concorrência, como forma de prevenção e punição a práticas abusivas entre os concorrentes do
mercado. Outros órgãos ou autarquias de regulamentação de setores específicos, como energia
elétrica (Aneel), telecomunicações (Anatel), petróleo (ANP), saúde (ANS) e seguros privados
(Susepe), são criados com o intuito de avaliar o cumprimento dos contratos de concessões e as
metas acordadas com as empresas privadas que assumiram serviços públicos.
Entre as práticas anticoncorrenciais – desleais ou predatórias – utilizadas em razão do poder
de mercado das empresas, regulamentadas pela Lei de Defesa da Concorrência, de 1994,
estão a formação de cartéis, a venda casada, o dumping, a política de preços predatórios, a
discriminação de preços, a exigência de exclusividade ou a fixação de preços de revenda.
18. Explique o que é taxa de câmbio e fale sobre os diferentes regimes (ou sistemas)
cambiais, mostrando vantagens e desvantagens de cada um deles.
As relações econômicas de um país com o resto do mundo dependem, de forma crucial, de
como funciona o mercado de moeda estrangeira. Sendo assim, podemos conceituar a taxa de
câmbio como o preço em moeda nacional de uma unidade de moeda estrangeira, ou seja, valor
de troca entre a moeda nacional e as moedas de países diferentes.
A taxa de câmbio é determinada pelos mecanismos de oferta e demanda aplicados ao mercado
cambial ou mercado de divisas. A mercadoria transacionada nesse mercado são as divisas,
isto é, qualquer moeda estrangeira utilizável em transações econômicas internacionais que
envolvem, em geral, residentes no país e residentes no exterior.
Em geral, o Banco Central é o agente responsável pelo mercado de câmbio e detém grande
capacidade de comprar e vender divisas. Ele administra as reservas internacionais do país e, por
isso, pode atuar no mercado comprando e vendendo grandes valores em moeda estrangeira,
alterando as condições de oferta/demanda e interferindo no nível da taxa de câmbio. Seu
padrão típico de atuação determina o regime cambial de um país.
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18.1. Regime de Taxas de Câmbio Fixas: Regime por meio do qual a taxa de câmbio é mantida
constante. Se mudarem as condições de oferta e demanda e a taxa de câmbio tender a
se alterar, o Banco Central irá intervir como forma de manter a paridade fixada. O Banco
Central segue uma regra clara – não permitir a flutuação da taxa de câmbio –, por isso,
compra e vende dólares diretamente no mercado cambial para equilibrar o nível de oferta
e demanda de divisas no patamar estabelecido. Esse regime permite manter certo nível
de protecionismo interno, apenas como medida de curto prazo, e funciona melhor em
economias mais fechadas.
•• Vantagens: Não há grandes oscilações cambiais (taxas de câmbio); apenas se alteram os
volumes de reservas internacionais do país e de moedas nacionais em circulação no país.
•• Desvantagens: O Banco Central, por meio de processo de arbitragem, não permite a
autorregulação do mercado cambial e necessita manter contínua política de ajustes para
sustentar o equilíbrio entre déficit interno e externo, o que pode comprometer, em longo
prazo, a competitividade dos produtos do país no mercado mundial. A economia do país
fica mais vulnerável a choques externos.
18.2. Regime de Taxas de Câmbio Flutuantes: Regime no qual a taxa de câmbio pode variar
(flutuar) continuamente, até mesmo em um único dia. A interferência do Banco Central
é bem menor, podendo este permanecer totalmente ausente do mercado por longos
períodos de tempo, pois a taxa de taxa de câmbio é definida exclusivamente em função
do mercado.
18.3. Vantagens: Permite que a taxa cambial oscile em função da oferta e demanda de divisas
existentes no mercado (mercado se autorregula – livre mercado), sem comprometer
os volumes das reservas do país. Protege melhor a demanda e o nível de emprego da
economia nos momentos de crises externas. Esse regime é mais indicado para países onde
a influência da taxa de câmbio na inflação é pequena (baixo passthru ou passthrough), ou
seja, quando as variações cambiais não causam significativas desestabilizações nos preços
praticados no país.
18.4. Desvantagens: Provoca maior volatilidade no nível de preços e aumenta o nível de
expectativas dos agentes (ofertantes e demandantes de divisas), ocasionando grandes
desconfortos ao comércio mundial, que sofre interferência da constante alteração dos
preços.
Outros regimes cambiais são decorrentes dos modelos básicos apresentados:
a) Regime de Flutuação Suja: Regime em que prevalece a flutuação da taxa cambial, porém
as intervenções do Banco Central são pontuais, sem que haja uma regra clara para que elas
ocorram. Nesses casos, o Banco Central pode intervir quando as oscilações das taxas de
câmbio estiverem interferindo no desempenho econômico desejado, buscando equilibrá-la
ou redirecioná-la ao parâmetro desejado.
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18.5. Vantagens: Enquanto houver estabilidade no mercado, a taxa cambial funciona como
flutuante e ocorre o livre comércio. Prevalece a lei de oferta e demanda e há menor
interferência do Banco Central no desempenho da economia do país.
18.6. Desvantagens: A imprevisibilidade das reais intenções do Banco Central em suas
intervenções (quando e em quanto oscilará a taxa de câmbio) dificulta a avaliação de
riscos às contratações de operações cambiais de longo prazo: compromete políticas e
dimensionamento de riscos aos ofertantes e demandantes de divisas, sejam eles públicos
ou privados.
b) Regime de Bandas Cambiais ou Sistema de Bandas: É um regime intermediário em que o
Banco Central define uma regra explícita de intervenção: a taxa de câmbio poderá variar
entre limites preestabelecidos. O Banco Central determina um intervalo de variação para a
taxa cambial (teto e piso) e passará a vender ou comprar dólares no mercado, sempre que
atingidos esses parâmetros para manter a estabilidade cambial desejada. Algumas vezes, o
Banco Central pode efetuar as chamadas intervenções intramargem, realizadas antes que
atinjam os limites definidos da banda cambial.
19. Em uma economia, inicialmente, com dois setores, a propensão marginal a poupar
é 0,25 e o I = 150. O consumo autônomo é 50.
PERGUNTA-SE:
a) Qual é a renda de equilíbrio e o que ela significa?
PMgS = 0,25 PMgC = 1 – 0,25 PMgC = 0,75
Y = 50 + 075Y + 150 Y = 200/0,25 Y = 800 (renda de equilíbrio)
Significa que, quando a renda for igual a $800, toda ela será consumida, ou seja, é quando toda
a oferta agregada se iguala à demanda agregada.
b) Qual é o multiplicador e o que significa?
k = 1/PMgS k = 1/0,25 k = 4 (multiplicador)
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20. COM BASE NO QUE FOI ESTUDADO EM AULA (E EM SUAS PESQUISAS), CONSIDERE
AS SEGUINTES QUESTÕES PROPOSTAS:
a) Trace a diferença entre equação das trocas e teoria quantitativa da moeda. Que críticas
são, usualmente, feitas a esta teoria? Como se combate a inflação segundo ela?
As pessoas mantêm moeda para adquirir bens e serviços. Quanto maior a quantidade de moeda
de que precisam para essas transações, maior a quantidade de moedas que mantêm. Por
conseguinte, a quantidade de moeda na economia está relacionada à quantidade de unidades
monetárias trocadas nas transações.
O elo entre transações e moeda é expresso na equação chamada “equação das trocas”, de
Fisher, que é uma tautologia ou truísmo, isto é, uma verdade em si mesma.
MxV=PxQ
onde:
M = oferta monetária
V = velocidade-renda da moeda (quantidade de "giros" que uma unidade monetária dá, criando
renda durante certo período de tempo)
P = nível geral de preços
Q = quantidade produzida
O lado esquerdo da equação das trocas revela simplesmente que, ao multiplicar a quantidade
de moeda M pela velocidade V com que ela cria renda, teremos a própria renda nominal PY.
À direita da equação, temos o produto do preço e a quantidade produzida que resulta em uma
quantidade monetária trocada em determinado espaço de tempo. A equação é útil, porque
demonstra que, se uma das variáveis se modifica, uma ou mais entre as outras também deve(m)
mudar para que a igualdade seja mantida.
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Diferentemente, a teoria quantitativa da moeda levanta hipóteses de que a variáveis V e Q são
constantes no curto prazo, em consequência, as únicas que variam são as variáveis M e P. As
variações de M é que causam variações em P e não o contrário.
Essa teoria defende que, se a velocidade de circulação e a quantidade produzida forem
constantes no curto prazo, qualquer elevação na quantidade de moeda significa elevação nos
preços, isto é, quanto maior a quantidade de moeda na economia, maior serão os níveis de
preços.
No entanto, Keynes afirma que essa teoria só é válida quando a economia está em pleno
emprego, pois, nesse cenário, não seria possível aumentar a produção. Outra situação que,
para ele, teria efeito semelhante seria a demanda especulativa.
Ele propõe que, aumentando a oferta de moeda, em uma economia que tivesse desemprego e
capacidade ociosa, as taxas de juros cairiam e elevariam o investimento e a Y real.
Segundo a teoria quantitativa da moeda, a inflação é combatida com redução dos meios de
pagamento da economia pelos três instrumentos monetários básicos:
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2. “reforma monetária”, ao convívio de duas moedas, uma boa e uma ruim, com a primeira
substituindo a última ao longo do tempo, como aconteceu no Plano Real com a URV.
3. Por um “pacto” em que todos (ou grande parte) aceitam perder para a inflação poder
baixar.
O Plano Real dividiu o combate ao processo inflacionário em três fases:
Ajuste Fiscal (Política Fiscal) – Visava equacionar o desequilíbrio orçamentário para os
próximos anos e impedir que daí decorressem pressões inflacionárias. Esse ajuste se baseava
em três elementos: corte de despesas, aumento dos impostos e diminuição nas transferências
do governo federal. Ex.: Criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF).
Indexação completa da economia – Unidade Real de Valor (URV) – Uma série de preços e
rendimentos foram convertidos, instatanemente, em URV – preços oficiais , contratos, salários,
impostos, etc. –, e os demais preços foram sendo convertidos, voluntariamente, pelos agentes.
O valor da URV, nessa fase, manteria uma paridade fixa de um para um com o dólar, ou seja,
seu valor seria a própria taxa de câmbio. Esse seria um tipo de combate à inflação inercial, que
é a troca da moeda por outra indexada.
Reforma monetária – transformação da URV em reais (R$) – Quando, praticamente, todos os
preços estavam expressos em URV, o governo introduziu a nova moeda, o Real (R$), em 1º de
julho, cujo valor era igual ao da URV (e, por conseguinte, em US$) do dia: CR$ 2.750,00.
Dado o próprio diagnóstico do plano sobre o caráter inercial da inflação, seu sucesso estava
vinculado à importância do componente tendencial da inflação e à ausência de choques que se
transformassem em processo inflacionário.
d) Trace a diferença entre mercados de fix price e flex price. Em qual deles faz mais sentido
a promoção de vendas por meio de marketing para uma firma aumentar sua participação no
mercado?
O mercado de fix price é caracterizado pela oscilação rígida dos preços, em razão da existência
de monopólios, com grande influência na determinação dos preços de seus produtos e
serviços. Nesse mercado, os ofertantes (produtores) são poucos e, geralmente, formam os
preços de seus produtos/serviços especulando em função dos preços, dos estoques, do poder
de barganha que detêm e de acordo com os custos e mark-up desejado. Assim, no mercado
fix price, existem barreiras à entrada de novos ofertantes, tais como barreiras de domínio
tecnológico restrito (segredo de fórmula), legais, exigência de alto volume de capital inicial ou
gostos e preferências arraigados. Essas barreiras só podem ser removidas ou flexibilizadas de
acordo com os interesses dos monópolios ali já estabelecidos. Como exemplo de monopólios,
temos: as indústrias do aço, de cimento e automobilística; os fornecedores de energia elétrica,
gás e de telefonia fixa; os serviços de aviação e os bancos privados.
No mercado flex price, que se caracteriza pelo mercado concorrencial ou da concorrência
pura, não é possível distinguir os produtores individualmente, que são muitos e correspondem
apenas a “tomadores” de preços. Nesse mercado, também chamado de “atomizado”, a
formação dos preços é bastante volátil (oscila muito), pois obedece à oferta e demanda dos
produtos/serviços, tais como soja, trigo, feijão, etc. A especulação dos preços ocorre em função
dos estoques disponíveis no mercado e não há barreiras à entrada de novos produtores.
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Para C. E. Ferguson, em seu livro “Microeconomia”, “Diz-se existir o oligopólio quando mais de
um vendedor estiver no mercado, porém quando o número não for tão grande a ponto de se
poder negligenciar a contribuição de cada um”.
Ainda, segundo Roger Leroy Miller, em Microeconomia, “Em um duopólio ou em um oligopólio,
os rivais gastam grande parte de seu tempo tentando adivinhar as ações dos outros. A rivalidade
pode incluir outras formas de concorrência sem ser o preço, como propaganda e modificação
de produto, ao invés de utilizar a concorrência de preços”.
É no mercado fix price, no qual os poucos produtores disputam acirradamente market share e a
liderança de mercado, que as promoções de vendas por meio do marketing são mais efetivas à
ampliação da fatia do mercado.
Portanto, entendemos que é nesse mercado, no qual os preços de determinados setores
produtivos são definidos pelos grandes monopólios/oligopólios, que ganha mais mercado a
empresa capaz de ofertar produto com maior diferencial, qualidade, atendimento e serviços
para conquistar e fidelizar novos clientes. O consumidor só troca de marca ou produto se for
convencido que sairá ganhando com a nova aquisição.
No mercado concorrencial, o equilíbrio dos preços é determinado em função da oferta e
demanda dos produtos/serviços – padronizados ou com diferenças pouco relevantes de marca
ou origem –, de forma que o próprio mercado interage e busca a autorregulação; enquanto
que, em um mercado monopolista ou de grandes oligopólios, que se utilizam do poder de
mercado – da influência e do jogo de poder econômico que detém – para determinação dos
preços de seus produtos, faz-se necessário haver regulamentação por parte do Estado para
minimizar ou conter jogos especulativos, formação de cartéis, dumping, reservas de mercado
ou outras práticas desleais ou predatórias.
Foi em função desse cenário que, a partir da abertura econômica, o Estado brasileiro modificou
seu papel e tornou-se mais regulamentador e defensor do livre comércio (menos condutor,
financiador ou produtor), a fim de preservar as relações econômicas decorrentes do mercado,
ainda fortemente influenciado por grandes monopólios/oligopólios, agora globalizado.
Vale ressaltar que, em teoria, em uma situação de livre mercado ou concorrencia pura, a
atuação dos players equilibraria os preços, não havendo necessidade da intervenção do Estado,
mas, na prática, nenhuma economia (país) funciona completamente livre/isento de regulação
nas relações econômicas.
J) Os acordos de Basileia I e II, respectivamente assinados em 1988 e 2004, estabeleceram
princípios que devem ser seguidos pelos bancos dos países signatários. Pergunta-se: (a) quais
foram os objetivos dos acordos? (b) quais são os principais princípios estabelecidos por eles?
a) Os acordos de Basileia I e II foram firmados na cidade de Basileia (Suíça), por iniciativa do
Comitê da Basileia, e ratificados por mais de 100 países, com o objetivo de fortalecer o
sistema financeiro, pela criação de regras que conferissem maior solidez e credibilidade ao
sistema financeiro, e impedir que a competição entre os bancos leve a riscos maiores que
o capital por eles detido. Isso se deve à crescente complexidade dos sistemas financeiros
mundialmente interligados e da magnitude dos fluxos de capitais transacionados, tendo
como decorrência o aumento dos riscos e das turbulências econômicas a partir dos anos
1980 e 1990.
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b) Os princípios estabelecidos pelos acordos são:
•• Acordo de Basileia I: Foi assinado em 1988 e tem como objetivo criar exigências mínimas
de capital, que devem ser respeitadas por bancos comerciais, como precaução contra o
risco de crédito, bem como contemplar os mecanismos de mensuração de risco de crédito.
Em 1996, o Comitê apresentou emenda que incorporou ao Acordo de 1988 o cálculo do
risco de mercado.
•• Acordo de Basileia II: O acordo de Basileia II foi assinado em 2004 para substituir o acordo de
Basiléia I, de 1988, que não conseguiu evitar inúmeras falências de instituições financeiras
na década de 90. O Basileia II fixa-se em três pilares: 1. Capital (guardar); 2. Supervisão
(fiscalizar); 3. Transparência e Disciplina de Mercado (divulgação de dados).
O primeiro pilar do acordo de Basileia II visa aumentar a sensibilidade dos requisitos mínimos
de fundos próprios aos riscos de crédito e cobrir, pela primeira vez, o risco operacional. Com
esse novo acordo, as entidades bancárias serão obrigadas a alocar capital para cobrir, por
exemplo, falhas humanas, incluindo fraudes, e desastres naturais.
O segundo pilar vem reforçar o processo de supervisão quanto à suficiência de montante de
capital nos bancos.
O terceiro pilar visa implementar uma disciplina de mercado com vistas a contribuir para
práticas bancárias mais saudáveis e seguras. De acordo com esse último pilar, os bancos terão
de divulgar mais informação sobre as fórmulas que utilizam para gestão de risco e alocação de
capital.
O objetivo do acordo de Basileia II não é aumentar os fundos próprios regulamentares,
atualmente, detidos pela globalidade do sistema financeiro, mas redistribuir os requisitos entre
as instituições, premiando as que utilizem as metodologias de medição mais sensíveis ao risco
(Pilar 1) e que divulguem, em detalhe, a gestão de risco e os processos de controle adotados
(Pilar 3) .
As fórmulas de cálculo de fundos próprios que estão definidas no Basileia II buscam contemplar
os efeitos de diversificação e consistência das carteiras de crédito, obrigando à estimação das
determinantes da perda esperada – a probabilidade de descumprimento e a perda em caso de
descumprimento.
O novo acordo de capitais irá permitir que todas as instituições, notadamente aquelas que
ainda não adotam as práticas mais avançadas de cálculo de fundos próprios, passem a utilizar
um conjunto de conceitos e procedimentos que, de outra forma, estariam apenas ao alcance
das instituições de maior dimensão e capacidade técnica. Os modelos de risco de crédito, com a
maior proximidade entre capital regulamentar e capital econômico, deverão, necessariamente,
ser utilizados tanto no cálculo de fundos próprios como na decisão de crédito.
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Economia
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Edital
BANCA: CESPE
CARGO: Analista
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Introdução
Olá pessoal,
Esse é o material de microeconomia para o curso do Banco Central da Casa do Concurseiro.
Alguns alunos me pediram indicação de livros. Para o concurso de vocês, eu acho que os livros
mais indicados para Microeconomia são:
Microeconomia – Pindyck
Microeconomia – Varian
Conversaremos mais sobre isso em sala de aula.
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Economia
MICROECONOMIA
1. Curva de Demanda
A curva de demanda informa a quantidade a ser consumida para cada preço do bem.
Cinco fatores alteram a quantidade demandada de um bem.
•• preço do bem;
•• renda;
•• preço de produtos relacionados
•• gosto; e
•• expectativas
Alguns autores assumem que a quantidade de compradores também altera a demanda.
Todos os itens acima provocam um deslocamento DA curva de demanda.
A exceção a essa regra é uma mudança no preço do bem, pois aqui há um deslocamento SOBRE
a curva de demanda.
2. Curva de Oferta
A curva de oferta informa a quantidade a ser ofertada (produzida) para cada preço do bem.
A curva de oferta é, em geral, positivamente inclinada, pois quanto maior o preço do bem mais
os produtores desejam ofertar. A exceção ocorre quando há economia de escala.
Quatro fatores alteram a quantidade ofertada de um bem.
•• preço do bem;
•• tecnologia de PRODUÇÃO;
•• preço de insumo; e
•• expectativas.
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Alguns autores assumem que a quantidade de vendedores também altera a oferta.
Todos os itens acima provocam um deslocamento DA curva de oferta. A exceção a essa regra
é uma mudança no preço do bem, pois aqui há um deslocamento SOBRE a curva de oferta. A
regra é similar à demanda.
3. Elasticidade
A elasticidade irá mensurar a variação em uma determinada variável como reação a uma
mudança de 1% em outra variável.
A variação percentual na quantidade demandada decorrente de uma mudança de 1% no preço
do bem é chamada de elasticidade-preço da demanda. Como preço e quantidade são grandezas
inversamente proporcionais, essa elasticidade é negativa. Entretanto, o CESPE trata, em geral,
essa elasticidade em módulo apesar de não destacar isso nas questões. Fique atento a isso.
Se |ε| > 1⇒ Demanda Elástica
Se |ε|< 1 ⇒ Demanda Inelástica
Se |ε|= 1 ⇒ Elasticidade Unitária da Demanda
Em uma demanda inelástica, um aumento de preço provoca uma pequena reação dos
consumidores. Isto ocorre porque os bens são essenciais ou não possuem substitutos. Na
demanda elástica, os consumidores reagem mais.
A elasticidade-renda da demanda indica a variação na demanda quando há um aumento na
renda.
Se |εR |≥ 0 ⇒ Bem Normal
Se |εR |< 0 ⇒ Bem Infeior
Se |εR |> 1 ⇒ Bem de Luxo
Se 0 ≥|εR |≥ 1 ⇒ Bem Necessário
A elasticidade cruzada da demanda indica a variação na demanda de um bem quando ocorre
mudança na demanda do outro bem. Dá origem aos bens complementares e substitutos.
Se |εx,y |> 0 ⇒ Bens Substitutos
Se |εx,y |< 0 ⇒ Bens Complementares
4. Teoria do Consumidor
Se até esse momento o nosso foco esteve voltado para tentar verificar o comportamento
tanto do consumidor quanto do produtor em relação a um determinado bem, a partir desse
momento estaremos tratando apenas do comportamento do consumidor.
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A letra A representa uma possível cesta de consumo do consumidor. Essa cesta é composta de 6
quilos de maçã e 2 quilos de uva. Portanto, cada ponto no espaço das mercadorias representará
uma possível cesta de consumo.
A cesta B, por sua vez, representa uma cesta com 3 quilos de maçã e 7 quilos de uva, enquanto
que a cesta C é uma representação de uma cesta com 10 quilos de maçã e 10 quilos de uva.
Um consumidor qualquer deverá olhar para essas cestas e escolher uma para seu consumo. É
claro que a cesta escolhida deverá ser aquela, dentre as possíveis, que dá a maior satisfação ao
consumidor.
4.2. Utilidade
Conforme visto anteriormente, os consumidores quando optam por consumir uma determinada
cesta em detrimento de outra, o fazem porque ficam mais satisfeitos com uma cesta do que
com outra.
Esse conceito que mede a satisfação dos consumidores de uma forma geral se chama utilidade.
Portanto, utilidade é a satisfação gerada com o consumo de uma cesta de bens.
Devemos nos utilizar de uma equação matemática com o objetivo de mensurar o nível de
satisfação de cada consumidor quando consome cada cesta. Essa equação matemática poderá
ter várias formas.
Imagine que tenhamos duas mercadorias sendo consumidas por um determinado consumidor
e que a função utilidade associada a ele possa ser descrita pela seguinte equação:
( )
U x,y = 2⋅x + y
Dessa forma, se o consumidor consumir 3 unidades do bem X e 5 unidades do bem Y, ele terá o
seguinte nível de satisfação associado à cesta:
( )
U 3,5 = 2⋅3+ 5
U( 3,5) = 11
útiles
No entanto, quando vamos ao supermercado não levamos no bolso uma calculadora com o
objetivo de calcular quantos útiles teremos ao levar para casa um bem em detrimento de outro.
Mas, se pegarmos os dois bens, você seria capaz de escolher um deles e escolheria aquele
que lhe desse o maior nível de satisfação, não é mesmo? Portanto, é importante ressaltar que
usamos as equações matemáticas para fazermos as comparações, mas as escolhas do dia-a-dia
são feitas sem as equações explicitadas, mas tentando definir o nível de utilidade associado aos
bens.
Se a função utilidade tivesse a seguinte equação:
( )
U x,y = 4⋅x + 2⋅y
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( )
U 3,5 = 4⋅3+ 2⋅5
U( 3,5) = 22
útiles
Observe que a mesma cesta daria um nível de satisfação diferente, mas isto ocorre porque
mudamos a equação da utilidade. Vamos agora pensar em uma nova cesta de consumo
composta por 3 unidades do bem X e 6 unidades do bem Y. Vamos considerar essa cesta como
sendo a cesta E e a anterior sendo a cesta D. A satisfação seria igual a:
( )
UE 3,6 = 2⋅3+ 6
U ( 3,6 ) = 12
útiles
E
( )
UE 3,6 = 4⋅3+ 2⋅6
U ( 3,6 ) = 24
útiles
E
ΔU
UMg Y =
ΔY
ΔU
UMg X =
ΔX
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4.3. Curvas de Indiferença
Dentro do espaço das mercadorias temos um número infinito1 de cestas possíveis. Ao unirmos
todas as cestas que dão ao consumidor o mesmo nível de satisfação teremos a curva de
indiferença e o consumidor será indiferente entre quaisquer cestas que estejam sobre essas
curvas.
As curvas de indiferença mostram o comportamento de um determinado consumidor para cada
dois tipos de bens determinados. Existem várias formatações possíveis, sendo que as curvas do
tipo Cobb-Douglas são aquelas que mais comuns e utilizadas na representação dessas curvas.
Vamos, agora, analisar cada uma das curvas mais utilizadas.
a) Substitutos Perfeitos
Quando dois bens forem substitutos perfeitos, estamos falando de bens em que o consumidor
aceitar trocar um pelo outro em uma proporção qualquer. Imagine que o consumidor adora
refrigerante. Para esse consumidor tanto faz consumir Guaraná Antarctica ou Coca-Cola. Um
copo de guaraná dá a ele a mesma satisfação que o consumo de um copo de coca-cola. Coca-
Cola e Guaraná são bens substitutos perfeitos para esse consumidor.
Esse tipo de bem tem o seguinte formato de curva de indiferença:
1 Pense que os bens são divisíveis e podem ser consumidos, apesar de nos exemplos parecer uma variável discreta,
como uma variável contínua.
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b) Complementares Perfeitos
Se dois bens são considerados complementares perfeitos, isso significa que o consumidor
considera o consumo desses bens em conjunto. Imagine o consumo de gasolina e óleo de motor.
Não podemos pensar em um carro sem esses dois bens e eles andam juntos, há a necessidade
de utilizar os dois. Não podemos substituir um bem pelo outro.
c) Neutros
Quando um bem é considerado neutro por um determinado consumidor, isso significa que
aquele bem nem aumenta e nem reduz a sua satisfação. Para esse consumidor, tanto faz ter
ou não aquele bem. No entanto, é importante salientar que o consumidor é indiferente em
relação ao bem, mas o seu consumo não reduz sua satisfação. Graficamente, um consumidor
neutro em relação ao bem Y teria as seguintes curvas de indiferença:
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d) Cobb-Douglas
Uma curva de indiferença do tipo Cobb-Douglas é uma curva que em geral são destinadas a
representar bens, ou seja, mercadorias que possuem a utilidade marginal positiva.
Possuem o formato de uma hipérbole e são representadas, matematicamente, pela seguinte
função:
Sendo:
( )
U x,y = A ⋅xα ⋅yβ
Os índices α e β podem ter qualquer valor. No entanto, para que uma curva seja bem considerada
bem comportada (e é isso que devemos adotar caso nada além tenha sido dito), eles deverão
ter valores positivos, sendo considerados assim, como bens.
Qualquer que seja o valor positivo de cada um dos índices, podemos efetuar transformações
monotônicas por meio de operações de potenciação e radiciação, com o intuito de fazer com
que a soma dos índices seja igual a 1, ou seja, α + β = 1.
e) Males
Males são mercadorias cujo aumento do consumo provoca uma redução na satisfação do
consumidor. São mercadorias que possuem uma utilidade marginal negativa.
Elas podem ter várias equações matemáticas que as determinem, mas se o índice da função do
tipo Cobb-Douglas for negativo, há a presença de um mal. Se considerarmos a seguinte função
( )
U x,y = A ⋅xα ⋅yβ , sendo α um número negativo, a mercadoria x será um mal pois um aumento
em sua quantidade provocará uma redução na satisfação do consumidor.
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Chamamos de conjunto orçamentário o conjunto de todas as cestas que podem ser adquiridas
com a renda do consumidor. É o conjunto de cestas possíveis que atendem à seguinte equação:
px ⋅x +py ⋅y ≤ R
Por outro lado, quando essa desigualdade da equação passa a ser uma igualdade, temos a reta
de restrição orçamentária. Ela pode ser representada graficamente pela linha vermelha do
gráfico acima e matematicamente pela seguinte equação:
px ⋅x +py ⋅y = R
Podemos observar no gráfico que quando a reta orçamentária toca um dos eixos, o consumidor
optou por gastar toda a sua renda com um único bem. No ponto em que a reta toca o eixo
x, o consumidor não irá adquirir nenhuma unidade de y e gastará todos os seus recursos na
aquisição do bem x. Logo:
px ⋅x +py ⋅y = R
y=0
px ⋅x +py ⋅0 = R
R
x=
px
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De forma análoga, quando toda a renda do consumidor é utilizada para comprar apenas do
bem y, temos que o consumo do bem x é igual a zero e a quantidade que pode ser adquirida de
y é:
px ⋅x +py ⋅y = R
x=0
px ⋅0 +py ⋅y = R
R
y=
py
Sabemos que a tangente de um ângulo é igual à razão entre o cateto oposto e o cateto
adjacente. Logo:
cateto oposto
tg α =
cateto adjacente
R
py
tg α =
R
px
R px
tg α = .
py R
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px
tg α =
py
( )
Se o preço do bem x for reduzido px < px e o preço de y mantido constante, caso o consumidor
"
opte por consumir apenas do bem y, conseguirá comprar a mesma quantidade de bens.
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4.4.2. Variação no Preço do Bem Y
Vamos agora variar o preço do bem y e verificar o que ocorre na reta de restrição orçamentária
do consumidor.
'
Se aumentarmos o preço do bem y, passando de py para py , o consumidor conseguirá adquirir
a mesma quantidade do bem y caso opte por comprar apenas do bem x. A quantidade adquirida
será de R .
px
( )
Se o preço do bem y for reduzido py < py e o preço de x mantido constante, caso o consumidor
"
opte por consumir apenas do bem x, conseguirá comprar a mesma quantidade de bens.
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( )
Se a renda do consumidor aumentar para R R > R , mantendo os preços dos bens constantes,
’ ’
ele poderá adquirir uma quantidade maior do bem x se optar por consumir apenas esse bem
e, de forma análoga, poderá adquirir uma quantidade maior do bem y se optar por consumir
apenas o bem y. Graficamente, teríamos o seguinte:
Por outro lado, se a renda for reduzida, haverá um deslocamento paralelo, mas para baixo, da
reta de restrição orçamentária. Veja o gráfico abaixo:
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Com essas definições bem entendidas, podemos passar para a taxa marginal de substituição –
TMS.
A taxa marginal de substituição nada mais é do que a quantidade de um determinado bem
que deve ser entregue ao consumidor para que ele perca uma unidade do outro bem, mas se
mantenha com a mesma satisfação, ou seja, na mesma curva de indiferença.
Observe que a taxa marginal de substituição é uma medida do preço relativo entre os bens para
aquele consumidor. Explico.
Imagine que um determinado bem A custa R$ 3,00 e o bem B está com preço de R$ 1,00. Se
esse consumidor tem, em determinado ponto, uma taxa marginal de substituição de A por B
igual a 3, isso significa que ele deseja três unidades de B para se dispor de uma unidade de A.
Observe que essa é exatamente a relação de preços do mercado e, para esse consumidor, o
preço relativo dos dois bens é o considerado “justo”.
Graficamente, podemos representar a TMS da seguinte forma:
Δy
TMS X,y = −
Δx
Podemos ainda tirar mais algumas conclusões com o auxílio da TMSx,y. Sabemos que a utilidade
marginal é dada pela variação da utilidade total provocada por cada unidade de variação de um
determinado bem. Matematicamente, temos:
ΔUx
UMg x =
Δx
2 Alguns autores assumem que a TMS é negativa por causa da inclinação da curva. Outros assumem que ela é positiva
pois representa quantas unidades de um determinado bem são necessárias para deixar o consumidor na mesma
curva de indiferença após perder uma unidade do outro bem. Neste curso, adotaremos a TMS como sendo um
número positivo. Entretanto, isso não fará muita diferença ao longo das aulas.
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ΔUy
UMg y =
Δy
Sabemos que as utilidades marginais dessas duas mercadorias são positivas, pois, por definição,
estamos tratando de dois bens. Como estamos descartando uma unidade do bem e recebendo
algumas unidades de y, os sinais das equações ficariam da seguinte forma:
!− !+ !−
ΔUx + ΔUy = 0
UMg x Δy
=−
UMg y Δx
Δy
Como a TMS x,y = − , temos que:
Δx
Δy UMg x
TMS x,y = − =
Δx UMg y
Com isso, vemos que a taxa marginal de substituição entre dois bens, em qualquer ponto da
curva de indiferença, é igual à razão entre as utilidades marginais.
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Pela definição, a TMSx,y é menos a inclinação da reta tangente ao ponto sobre a curva de
indiferença. O gráfico abaixo mostra as tangentes à curva de indiferença em cada um dos
pontos.
Como a cesta ótima, pela propriedade da densidade das curvas de indiferença, é a cesta
formada pela tangente entre a curva de indiferença e a reta de restrição orçamentária, temos:
Dessa forma, a TMSx,y além de ser igual à razão entre as utilidades marginais também será a
razão entre os preços na cesta ótima. Isto porque a TMS é menos a inclinação da reta tangente
no ponto e a reta de restrição orçamentária tangencia a curva de indiferença na cesta ótima e a
inclinação da restrição orçamentária é a razão entre os preços.
Portanto, podemos escrever que, na cesta ótima, é válida a seguinte equação:
Δy UMg x px
TMS x,y = − = =
Δx UMg y py
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5. Teoria da Produção
A quantidade produzida pode ser tanto representada por Y ou por Q. Está claro que a
representação por Q advém da palavra Quantidade e a representação por Y ocorre em geral
nos livros que foram escritos em inglês e advém da palavra Yield que significa rendimento.
5.1. Isoquantas
De forma análoga à teoria do consumidor, que ligávamos todos os pontos que davam
ao consumidor o mesmo nível de satisfação, na teoria da produção fazemos isso com as
quantidades produzidas. Ao ligamos todas as combinações de capital e trabalho que geram um
produto final idêntico, teremos a formação das isoquantas.
5.2. Isocusto
A linha de isocusto representa o conjunto de cestas de insumos que custam exatamente o
mesmo valor. Se fizermos uma analogia com a Teoria do Consumidor, essa curva é a restrição
orçamentária da Teoria da Produção.
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Se o empresário utilizar apenas capital na produção do bem, ele conseguirá comprar o custo
total (C) dividido pelo preço do capital (r) de máquinas. Se a opção for por adquirir apenas
trabalho, ele conseguirá comprar a totalidade do custo (C) dividido pelo salário (w) dos
trabalhadores.
Q
PMeL =
L
Q
PMeK =
K
ΔQ
PMgL =
ΔL
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6. Teoria de Custos
Uma parcela muito importante no estudo da Microeconomia diz respeito à lucratividade dos
empresários e dos mais diferentes mercados existentes. Exatamente por isso, temos que
estudar os mais diversos tipos de custos existentes.
Existem 9 tipos de custos na microeconomia. São eles:
•• Custo de Oportunidade;
•• Custo Fixo;
•• Custo Afundado;
•• Custo Variável;
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•• Custo Total;
•• Custo Fixo Médio;
•• Custo Variável Médio;
•• Custo Médio; e
•• Custo Marginal.
O custo de oportunidade, em geral, é um custo que você incorre por deixar de fazer algo ou por
fazer algo. Normalmente, ele não precisa ser um custo financeiro.
Imagine um empresário que comprou um prédio ou galpão para instalar a sua empresa. Ele irá
pagar uma determinada quantia (considerável) por esse imóvel. Suponhamos que o preço de
aquisição seja da ordem de R$ 2 milhões. Logo de cara, esse projeto desenvolvido pela empresa
terá que retornar o valor equivalente à taxa SELIC do recurso gasto com a aquisição do imóvel.
Observe que o custo fixo, como o próprio nome diz, será fixo para qualquer quantidade que
seja produzido. Sendo, portanto, uma reta horizontal.
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Se formos representar o custo fixo matematicamente, ele será dado pela parcela do custo que
não dependerá da quantidade produzida. De forma genérica podemos representar a estrutura
matemática do custo da seguinte forma:
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Matematicamente, temos:
Custo Total = Custo Fixo + Custo Variável
Observe que a curva vai tendendo para zero, mas nunca será igual a zero por maior que seja a
quantidade produzida. Isto porque o valor do custo fixo (numerador) é maior do que zero.
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Graficamente, tanto a curva de custo médio quanto a curva de custo variável médio tem um
formato de U. Entretanto, a diferença entre essas duas curvas é exatamente o custo fixo médio.
Como com o aumento da quantidade produzida o custo fixo médio vai sendo reduzindo e caindo
assintoticamente a zero, as curvas de custo médio e custo variável médio vão se aproximando à
medida que a quantidade vai aumentando.
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7. Impostos e Incidência Tributária
Para começarmos a falar dos impostos devemos, inicialmente, definir quais tipos de tributação
iremos tratar e classificá-los.
Em Economia tratamos três formas de tributação: específico, “ad-valorem” e “Lump-Sum”.
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Se o Governo introduzir um imposto do tipo específico, o preço a ser pago pelo consumidor
fica diferente do preço a ser recebido pelo produtor. Isto ocorre porque uma parcela do valor
deverá ser entregue ao governo.
Observe que quando igualamos as curvas de oferta e demanda nas equações anteriores,
tínhamos apenas um valor para preço e, exatamente por esse motivo, era possível resolver a
equação.
Com a introdução do imposto, o preço contido na equação de demanda será diferente daquele
existente na equação da oferta. A quantidade a ser demandada depende do preço que as
pessoas demandantes (consumidores) irão pagar pelo produto. Por outro lado, a quantidade
a ser ofertada depende do preço que os produtores irão receber pelo produto. Com isso,
teremos:
D = 4000 – 400pc
O = 500 + 500pp
Igualando, temos:
– 500 + 500 ∙ pp = 4000 – 400 ∙ pc
Observe que agora temos uma equação e duas incógnitas e não temos como resolver essa
equação e encontrarmos solução única. Ela terá infinitas soluções.
Devem estar se perguntando como conseguimos fazer isso antes, não é mesmo? É claro que
a equação de demanda sempre dependeu do preço do consumidor e a de oferta do preço
do produtor, mas antes do imposto não fazíamos a diferenciação. Na verdade, se fizéssemos
existiria uma equação para montar um sistema que informaria que o preço do consumidor
seria igual ao preço do produtor e teríamos o seguinte:
{
−500 + 500⋅pp = 4000 − 400⋅pc
pp = pc
Dessa forma, podemos excluir a segunda equação e resolver apenas a primeira para chegar ao
resultado.
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A partir do momento em que introduzimos um imposto devemos modificar essa segunda
equação. Vamos fazer o seguinte? Chamaremos de equação do imposto essa segunda equação.
A equação do imposto específico é a seguinte:
p c = pp + T
Trataremos como T o valor do tributo, nesse caso específico.
Se considerarmos um tributo específico de R$0,90, ou seja, se houver a necessidade de se pagar
um tributo de R$0,90 por unidade vendida, a equação do imposto ficaria da seguinte forma:
p c = pp + 0,90
Portanto, deveríamos resolver o seguinte sistema de equações:
{
−500 + 500⋅pp = 4000 − 400⋅pc
pc = pp + 0,90
A solução deve ser feita pelo método da substituição. Se o tributo for cobrado sobre o produtor,
devemos resolver esse sistema de equações substituindo o preço do produtor na equação da
oferta pelo seu valor na equação do imposto. Teríamos, matematicamente, o seguinte:
{
−500 + 500⋅pp = 4000 − 400⋅pc
pc = pp + 0,90
pp = pc – 0,90
– 500 + 500 ∙ (pc – 0,90) = 4000 – 400 ∙ pc
– 500 + 500 ∙ pc – 450 = 4000 – 400 ∙ pc
900 ∙ pc = 4950
pc = 5,50
pp = pc – 0,90 ⇒ pp = 4,60
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Por outro lado, se o imposto fosse sobre o consumidor, deveríamos efetuar a substituição na
equação de demanda. Matematicamente, ficaria da seguinte forma:
{
−500 + 500⋅pp = 4000 − 400⋅pc
pc = pp + 0,90
pc = pp + 0,90
– 500 + 500 ∙ pp = 4000 – 400 ∙ (pp + 0,90)
– 500 + 500 ∙ pp = 4000 – 400 ∙ pp – 360
900 ∙ pp = 4140
pp = 4,60
pc = pp + 0,90 ⇒ pc = 5,50
Graficamente, essa substituição provoca um deslocamento da curva de demanda (curva do
consumidor) e a nova curva, em sua interseção com a curva de oferta original determinaria o
preço do produtor.
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A conclusão mais importante é que independentemente do agente que venha a ser tributado, o
resultado final é exatamente o mesmo e, nesse caso, o consumidor pagaria R$ 0,50 do imposto
(diferença entre o preço antes do imposto e o preço após o imposto) e o produtor pagaria
R$ 0,40.
A partir disso podemos determinar a quantidade de equilíbrio após a introdução do imposto.
Podemos substituir o preço do consumidor na curva de demanda original ou o preço do
produtor na curva de oferta original que o resultado será o mesmo.
D = 4000 – 400 ∙ pc
D = 4000 – 400 ∙ 5,50
D = 4000 – 2200
D = 1800
Com a nova quantidade e sabendo que o valor do imposto é de R$ 0,90 por unidade vendida,
podemos determinar que a arrecadação do Governo é o produto entre o valor do imposto e a
nova quantidade comercializada.
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Esse é um ponto sempre mais enrolado. Não que seja difícil, isso não é, mas pode ser complicado
de você colocar na prática, no dia a dia.
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O excedente do consumidor é a área que está acima da curva de oferta e abaixo do preço.
9. Mercados
O ponto em que o custo marginal cortar a receita marginal é o ponto de maximização de lucro
em qualquer mercado.
A concorrência perfeita possui quatro características básicas: produtos homogêneos,
informação completa, tomadores de preço e livre entrada e livre saída do mercado.
Exatamente pelo fato de os produtores serem tomadores de preço, eles não são capazes
de, individualmente, influenciarem o preço. Logo, a receita marginal é igual ao preço e a
maximização ocorre no ponto em que o preço iguala com o custo marginal. A empresa, nesse
mercado, não terá lucros extraordinários e, no longo prazo, operará no ponto em que o preço
iguala ao custo médio. A sua curva de oferta é a curva de lucro marginal acima do ponto de
cruzamento dessa curva com a curva de custo variável (isso ocorre no ponto de mínimo da
curva de custo variável). É um mercado eficiente.
O monopólio tem um vendedor e vários compradores. O monopolista irá sempre trabalhar no
ramo elástico da curva. Ele terá lucros extraordinários.
Monopólio é ineficiente.
1º Grau: Cobrança do preço de
Equilíbrio do Monopólio não é reserva
Pareto-Ótimo.
2º Grau: Preços diferentes para
Monopólio não possui curva de diferentes quantidades
oferta.
3º Grau: Divisão dos consumi-
Equilíbrio do Monopólio gera dores em grupos
perda de bem-estar.
O Oligopólio pode ser subdividido em quatro tipos: Bertrand, Stackelberg, Cournot e Cartel. O
oligopólio de Bertrand apresenta equilíbrio competitivo, portanto, é eficiente e se o número
de empresas for maior do que 2, o mercado irá na direção da concorrência perfeita (p=cmg).
Não possui lucro extraordinário. O cartel possui solução idêntica à do monopólio e é instável.
No oligopólio de Cournot, as empresas produzem bens homogêneos e as empresas decidem
quanto produzir de forma simultânea, mas levando em consideração a existência da outra. No
oligopólio de Bertrand, as empresas fazem suas escolham em momentos distintos.
Na concorrência monopolística, as empresas vendem bens substitutos com alta elasticidade
cruzada, mas os bens não são idênticos. Além disso, os lucros extraordinários tendem a zero e é
ineficiente no sentido de Pareto.
O monopólio natural deve apresentar alto custo fixo e custo marginal decrescente, tendo,
portanto, economias de escala. A regulação do monopólio não pode ocorrer no ponto de
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eficiência (p = CMg), uma vez que tal fato induziria o produtor a prejuízos. O equilíbrio do
monopólio natural regulado ocorrerá onde preço igualar o custo médio de produção.
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ECONOMIA BRASILEIRA
Vamos tratar, neste tópico, de um pouco da história da Economia Brasileira desde a Revolução
de 1930 até os nossos dias. Passaremos por várias etapas importantes do nosso processo de
desenvolvimento.
Algumas medidas do Governo foram tomadas para que esse desenvolvimento fosse continuado.
A implantação da necessidade de obtenção de licenças para realizar importações era uma
maneira de efetuar um controle cambial e de proteção à indústria nacional, à medida que
estas não eram concedidas em grande quantidade e nem quando existiam similares nacionais.
Em 1953, Getúlio Vargas criou o sistema de taxas múltiplas, em que as taxas de câmbio eram
divididas em categorias e leiloadas, sendo que cada bem deveria se adequar a uma categoria
conforme a sua essencialidade.
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Para que vocês tenham uma noção, a cotação média do dólar na categoria V era 2,5 vezes
maior do que a cotação da categoria I.
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O Governo de Juscelino Kubitschek chega ao fim deixando, além de um certo grau de
desenvolvimento ao País, uma herança para os próximos governos, tais como, aceleração
inflacionária, déficit fiscal e pressão sobre o balanço de pagamentos.
Observe que, há alguns anos, as crises econômicas estavam calcadas em dois pilares: a
inflação e as contas externas. Além disso, o ano de 1963 foi marcado por um dos eventos mais
problemáticos para a economia, a estagflação, que é a inflação seguida da falta de crescimento.
Esse evento retira do Governo uma de suas armas, que é a adoção de uma política monetária
restritiva no auxílio do controle da inflação. Isto porque, para que ocorra o crescimento, aplica-
se uma política monetária mais branda e, para conter a inflação, ela deve ser mais severa.
Quando há a presença desses dois eventos, o Governo fica sem muita opção de política
monetária.
Tanto é que, no início do Governo Militar, são feitas várias reformas do Sistema Bancário e
promulgadas importantes leis para a Economia, dentre elas a Lei que cria o Banco Central do
Brasil, outra que cria o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e ainda a reforma do mercado
de capitais. Essas são algumas das reformas institucionais do Plano de Ação Econômica do
Governo (PAEG).
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O PAEG possuía tanto políticas conjunturais de combate à inflação quanto medidas estruturais
que visavam auxiliar no controle inflacionário. Seus objetivos eram claros e abrangentes,
pois pretendia acelerar o ritmo de crescimento, conter o processo inflacionário, reduzir
desequilíbrios setoriais e regionais, aumentar investimento e, com isso, gerar emprego.
Para que vocês tenham uma noção da dimensão do problema inflacionário, nos anos de 1963
e 1964, a inflação anual superou a marca dos 80% ao ano. As medidas tomadas pelo Governo
Militar passaram a ter efeito e, em 1965, a inflação estava próxima de 40% ao ano, chegando
à casa dos 20% em 1968. Essa inflação vinha de um excesso de demanda, tanto que uma das
metas do PAEG era a instalação de uma política de contenção da demanda.
O período compreendido entre 1968 e 1973 é chamado de Milagre Econômico devido ao alto
crescimento do PIB e da produção industrial, e marcado por uma inflação, razoavelmente,
controlada. O PIB nesse período cresceu a taxas superiores a 10% ao ano, enquanto que a
inflação ficou entre 15% e 20% ao ano, na maior parte do período.
Segundo Lacerda:
“Novamente, nesse ciclo expansivo, observou-se a predominância dos
setores produtores de bens duráveis e de bens de capital, a partir da estrutura
industrial implantada ainda no Plano de Metas. Uma das características
marcantes desse processo (...) foi a presença de capital estrangeiro, na forma
de investimentos diretos, especialmente através de empréstimos.”
Após os ajustes das contas públicas efetuado pelo PAEG e o rígido controle dos salários,
a continuidade da queda da inflação dependia de uma política monetária expansionista, de
um aumento no nível de crédito para o setor privado e estímulos à produção. Por esta razão,
tanto a política monetária quanto a creditícia foram fortemente expansionistas no período,
comandadas pelo Ministro da Fazenda, Delfim Netto.
Na época, houve uma maciça entrada de capital externo com o intuito de financiar o
crescimento. Capital este que foi fundamental para a ocorrência do “milagre”. Entretanto, por
outro lado, houve um enorme crescimento do endividamento externo, crescendo em quase
300% o endividamento bruto do país entre 1965 e 1973.
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Apesar de o crescimento da economia ter sido considerável, isto não significou um aumento do
bem-estar ou uma mudança de qualidade de vida da população como um todo. Na verdade,
houve um favorecimento às classes mais ricas da população e também aos assalariados
da classe média, uma vez que esta parte da população fornecia a mão-de-obra necessária
e fundamental para o desenvolvimento, pois era composta por engenheiros, analistas de
sistemas, economistas, etc.
A concentração era tamanha que dados de 1972 mostram que mais da metade dos assalariados
brasileiros ganhavam até um salário mínimo e mais de três quartos dos assalariados recebiam
menos que dois salários mínimos.
Em 1973, o Brasil anota um crescimento de 14% do PIB. Há o surgimento de tensões
inflacionárias, que se intensificam com o primeiro choque do petróleo em setembro desse
ano. Em 1974, o Governo implanta o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), buscando
enfrentar os desequilíbrios estruturais da economia.
Esse Plano tinha metas muito ambiciosas e que necessitavam de tempo para a maturação do
investimento, fato que para alguns autores só foi ocorrer em meados da década de 80.
3 Máquinas e Equipamentos.
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Nos anos de 1981 e 1982, houve uma queda do PIB per capita, sendo que, em 1981, o PIB caiu
3%. Aliado a esse momento de recessão mundial, o Brasil assinou sete cartas de intenções com
o FMI no curto espaço de 24 meses. Neste período, a inflação anual girava em torno de 100%.
Há um aumento na taxa de juros internacional no período e, como os financiamentos com
petrodólares adquiridos no II PND foi com taxas flutuantes (que na época eram baratas), ocorre
uma elevação nos gastos com a dívida externa brasileira, auxiliando para deteriorar o balanço
de pagamentos. Em 1982, o México decreta moratória, fato que aumenta a pressão sobre o
balanço de pagamentos. Em 1983, aliado a estes fatos, internamente, há uma inflação que
supera 200%, uma queda do PIB de 2,8% e uma redução do poder aquisitivo da população
assalariada de 15%. No entanto, as metas acordadas com o FMI para as contas externas foram
atingidas.
Segundo Lacerda:
“A recuperação da economia americana a partir de 1984 foi de fundamental
importância para a retomada do crescimento da economia brasileira, apoiada
no aumento das exportações e no crescimento da renda agrícola, em função
de uma forte alta nos preços dos produtos primários, que repercutiam em
compras de insumos e maquinários.”
Ressalta-se que, em 1984, o PIB volta a crescer e atinge um patamar de 5,2%. Entretanto, o
PIB somente remonta o patamar de 1980 em 1985. A inflação oscilou próxima de 100% ao ano
entre 1980 e 1982 e aumentou para um estágio superior a 200% de 1983 a 1985. Portanto, não
é por menos que muitos economistas falam que a década de 80 é chamada de década perdida.
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troca anteriormente existente. Essa correção fazia com que a inflação de um período fosse
automaticamente incorporada ao período subsequente.
Com o intuito de frear a escalada inflacionária, surgiram no Brasil, entre 1986 e 1994, inúmeros
planos heterodoxos. Estes planos eram caracterizados por medidas de impacto para o controle
da inflação, como congelamentos de preços e salários. Abaixo citamos os planos existentes, o
período de vigência e as principais medidas em cada um deles.
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No entanto, este plano foi mais um que entrou em colapso até que, em janeiro de 1989, foi
anunciado o Plano Verão.
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•• desvalorização da taxa de câmbio em pouco mais de 16%, sendo a mesma mantida
constante pelo prazo de 3 meses.
Desde o início, o Plano esteve fadado ao fracasso e uma das causas principais era o descrédito
que a população tinha em relação a medidas como o congelamento. Lembro que este Plano
ocorreu um dia antes de eu e minha família viajarmos para as férias de janeiro na praia e
eu, ainda no segundo grau, pensei: “lá vem o Governo de novo com esses planos que não
funcionam”. Isto nunca mais saiu da minha cabeça.
A taxa de inflação no ano de 1989 atingiria, mesmo com mais um plano de estabilização, um valor
próximo a 2000%. Para que vocês tenham uma noção, uma taxa de 2000% ao ano representa
algo próximo a 30% ao mês. Ou seja, em um mês, tínhamos uma inflação equivalente a quase
seis anos de inflação no patamar atual.
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A primeira fase do Plano Real começou a ser implementada em 14/06/1993 com o Programa
de Ação Imediata (PAI). O PAI era, antes de tudo, uma reorganização das contas do Governo,
um forte ajuste fiscal. Acreditava-se que não seria possível construir uma moeda forte sem
que houvesse um ajuste fiscal nas contas públicas. Algumas medidas foram tomadas,
principalmente, com o objetivo de ajustar gastos e orçamentos.
Aliado a este ajuste fiscal, o Governo Federal, por meio da Receita Federal, aumentou a
fiscalização com o intuito de reduzir a sonegação de impostos. Proibiu que inadimplentes para
com o Governo Federal participassem de licitações.
Iniciou-se também o processo das privatizações e de um controle mais rígido sobre os bancos
estaduais.
4 Não achem que errei na digitação. A idealização inicial do plano real data de dez anos antes de sua implantação.
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A Unidade Real de Valor (URV) representava a criação de uma quase-moeda, que tinha por
objetivo básico proporcionar a transição para a estabilidade de preços.
Os primeiros preços a serem convertidos para a URV, em março de 1994, foram os salários,
os benefícios da seguridade social e os contratos envolvendo o setor público, não ocorrendo
qualquer tipo de intervenção nos mecanismos de formação dos preços dos bens e serviços.
Diariamente, saía a cotação da URV em Cruzeiro Real, de tal forma que a inflação em Cruzeiro
Real continuava existindo e era incorporada nesta cotação para que essa quase-moeda
não tivesse nenhum tipo de inflação. Parece-me que este Plano atingiu em cheio o aspecto
psicológico das pessoas, pois, até então, quem viveu na época não enxergava ser possível viver
sem inflação. Entretanto, com a URV correndo lado a lado com a moeda, era possível notar que
dava para viver sem a inflação e que seria bem melhor.
Segundo Lacerda:
“O pressuposto básico do Plano Real, na fase da URV, foi o da neutralidade
distributiva. Para evitar as distorções que haviam comprometido o êxito de
outras políticas anti-inflacionárias, notadamente o Plano Cruzado, a equipe
econômica considerava essencial que a conversão dos contratos para a URV não
interferisse no equilíbrio econômico das relações reguladas por esses contratos.
No caso dos salários e benefícios, a aplicação desse critério excluía tanto a
conversão “pelo pico”, que traria de volta a espiral inflacionária depois de
uma efêmera euforia de consumo, como a conversão “pelo piso”, que imporia
prejuízos aos trabalhadores. A alternativa encontrada foi a conversão pela média
de quatro meses, levando em conta a periodicidade da atualização monetária
dos salários conforme a política vigente quando da introdução da URV.”
A partir de 01/07/1994, foi introduzida a nova moeda, o Real. A sociedade ainda não estava
certa de que o período de transição havia sido completado, mas, talvez pela proximidade do
momento eleitoral, tornou-se necessária a sua implantação.
Foram estabelecidas regras rígidas para a emissão de moeda e determinado um patamar
máximo para a taxa de câmbio. Além disso, a conversão da URV para o Real foi estabelecida em
um patamar de um para um, sendo que cada URV, na data da conversão, valia CR$ 2.750,00.
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Questões
( ) Certo ( ) Errado
Enunciado para as Questões 5 a 7
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5. (CESPE – Auditor TCU – 2007) 9. (CESPE – Analista de Controle Externo –
TCE-AC – 2009)
O aumento dos salários dos atores de te-
levisão, por elevar o custo de produção de A ocorrência de grandes inundações nas
seriados e telenovelas, reduz a quantidade áreas de plantio desses produtos desloca a
disponível desses produtos e provoca um curva de oferta desses produtos para cima e
deslocamento ao longo da curva de oferta. para a esquerda.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
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13. (CESPE – Ministério da Saúde – Economista 17. (CESPE – Ministério dos Esportes – Econo-
– 2009) mista – 2008)
Se a função de demanda por um bem for A elasticidade preço da demanda de gasoli-
linear, então a elasticidade da procura por na tende a ser inferior àquela que prevale-
esse bem será igual a -1 no ponto onde o ce para uma marca particular desse tipo de
preço for igual ao ponto médio da curva de combustível, como Esso ou Texaco.
demanda.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
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21. (CESPE – Ministério da Saúde – Economista Se a alimentação aumentar de preço 10%, o
– 2009) aluguel diminuir 10% e as roupas encarece-
rem 20%, os demais preços permanecendo
A reta orçamentária é o conjunto de cestas constantes, a variação da renda real do con-
que custam a quantidade de dinheiro que o sumidor será
consumidor possui ou menos que isso.
a) nula.
( ) Certo ( ) Errado b) aproximadamente menos 2%.
c) exatamente menos 1%.
22. (CESPE – Ministério da Saúde – Economista d) aproximadamente mais 1%.
– 2009) e) exatamente mais 2%.
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29. (CESPE – BASA – Economista – 2010) a) é uma função homogênea do grau zero.
b) o uso ótimo de K e L se dá em propor-
A curva de custo marginal passa pelos pon- ção fixa, quaisquer que sejam os preços
tos de mínimo das curvas de custo variável dos fatores.
e de custo médio. c) o fator de produção L não é substituível
pelo fator K.
( ) Certo ( ) Errado
d) o valor de Y também dobra, dobrando-
-se os valores de K e L.
30. (CESPE – BASA – Economista – 2010) e) a função apresenta retornos crescentes
de escala, se A > 1.
A curva de custo médio alcançará seu ponto
de mínimo quando o custo médio se igualar 34. (CESGRANRIO – TJ Rondônia – Economista
ao custo marginal. Junior – 2008)
( ) Certo ( ) Errado A função de produção Y = A ∙ Min [K,L], onde
Y é o produto, K e L são os fatores de produ-
Enunciado para as questões 31 e 32 ção e A é uma constante,
www.acasadoconcurseiro.com.br 1177
35. (Cesgranrio – Casa da Moeda – Analista de d) O custo médio mostra a variação do
Economia e Finanças – 2009) custo marginal quando a produção au-
menta.
A função de produção dada pela expressão e) Quando o custo médio é crescente, o
α β δ
Q = A ∙ K ∙ L ∙ T , na qual Q é o produto, K, L custo marginal é maior que o custo mé-
e T são os fatores de produção e A, α, β e δ dio.
são parâmetros, apresenta
a) proporções fixas no uso dos fatores de 38. (Empresa de Pesquisa Energética –
produção. CESGRANRIO – 2006)
b) externalidades, se A > (α + β+ δ). Dada a função de custos totais CT(q) = 50 +
c) rendimentos crescentes de escala, se A 2
3q – 10q, no qual q é a quantidade produ-
> 1. zida, o custo médio da empresa é dado por:
d) homogeneidade do grau 1, se α + β + δ
= 1. a) 6q – 10
e) produto marginal de K decrescente, se b) 500
α > 1. c) 100
d) 50/q + 6q –10
36. (Cesgranrio – Eletrobrás – Economista – e) 50/q + 3q – 10
2010)
b 39. (Petrobrás – Economista Junior –
A função de produção Y = A ∙ K ∙ L , onde Y é CESGRANRIO – 2005)
o produto, K e L são os fatores de produção,
e A e b são parâmetros, Sejam C(a) e C(b) os custos de produção in-
dividual dos bens a e b, respectivamente,
a) é uma função homogênea do grau 2, se enquanto C(a,b) representa o custo da pro-
b = 1. dução conjunta dos referidos bens. Ocorre-
b) não permite substituição entre os fato- rá economia de escopo quando:
res de produção.
c) tem produto marginal de K igual a zero. a) [C(a) + C(b)] > C(a,b)
d) leva ao uso dos fatores de produção em b) [C(a) + C(b)] = C(a,b)
proporção fixa, independentemente de c) [C(a) + C(b)] < C(a,b)
seus preços. d) C(a) > C(b)
e) apresenta rendimentos decrescentes e) C(a) < C(b)
de escala, se A < 1.
40. (TJ Rondônia – Economista Junior –
37. (Empresa de Pesquisa Energética – CES- CESGRANRIO – 2008)
GRANRIO – 2007)
Considere os custos de uma empresa como
Considere os gráficos das curvas de custo função da quantidade produzida. O custo
marginal e de custo médio em função da marginal de produção é
quantidade produzida, e marque a afirma-
tiva INCORRETA. a) sempre menor que o custo total médio.
b) nulo quando não houver custo fixo.
a) A curva de custo marginal passa pelo c) igual ao custo total médio, quando este
mínimo da curva de custo médio. for mínimo.
b) O custo marginal mostra a variação do d) igual ao custo variável médio.
custo total quando a produção aumen- e) maior que o custo total médio, quando
ta. este decrescer com o aumento da pro-
c) O custo médio pode ser menor que o dução.
custo marginal.
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Assinale: 49. (CESPE – BASA – Economista – 2010)
a) se nenhuma afirmativa estiver correta. Se os preços praticados por uma empresa
b) se somente a afirmativa I estiver corre- forem inferiores aos seus custos médios,
ta. então seu lucro será negativo e, portanto,
c) se somente as afirmativas I e II estive- será viável encerrar sua produção e fechar
rem corretas. a empresa.
d) se somente as afirmativas I e III estive-
rem corretas. ( ) Certo ( ) Errado
e) se somente as afirmativas II e III estive-
rem corretas.
Enunciado para a questão 50
Enunciado para as questões 46 e 47 A respeito das curvas de custo, julgue os
A respeito das curvas de custo, julgue os itens subsequentes.
itens subsequentes.
50. (CESPE – BASA – Economista – 2010)
46. (CESPE – BASA – Economista – 2010) A área abaixo da curva de custo variável do
A curva de custo marginal passa pelos pon- produto, que se estende até o eixo y, forne-
tos de mínimo das curvas de custo variável ce o custo marginal de se produzir y unida-
e de custo médio. des do produto.
48. (CESPE – BASA – Economista – 2010) 52. (CESPE – BASA – Economista – 2010)
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53. (CESPE – BASA – Economista – 2010) 58. (CESPE – Analista Judiciário/AL – 2012)
Um equilíbrio de Cournot em um mercado Os preços orientam os agentes do mercado
oligopolista mostra que a produção de cada acerca da escolha do público consumidor e
empresa maximiza o seu respectivo lucro, dos produtos a serem comprados e vendi-
sem considerar a produção de outras em- dos.
presas.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
59. (CESPE – Analista Judiciário/AL – 2012)
54. (CESPE – BASA – Economista – 2010)
Agentes do mercado que atuam de acordo
Se o regulador exigir que um monopolista com seus próprios interesses podem pro-
natural pratique preços aos níveis dos seus mover o interesse coletivo.
custos marginais, então, nesse caso, o mo-
nopólio atingirá um nível de produção efi- ( ) Certo ( ) Errado
ciente com preços abaixo dos seus custos
médios. Enunciado para as Questões 60 a 64
( ) Certo ( ) Errado
Com relação ao custo de oportunidade, as-
sinale a opção correta.
55. (CESPE – BASA – Economista – 2010)
60. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
O monopsonista não adquire mercadorias
por preço inferior ao seu valor marginal. Se cada hora diária de estudo aumenta em
três pontos a nota de um indivíduo em uma
( ) Certo ( ) Errado prova de matemática, então o custo de
oportunidade de não estudar e jogar video-
game por uma hora diária é igual a 0,3 pon-
Enunciado para as Questões 56 a 59 to a mais na prova de matemática.
A respeito dos mercados e do papel dos ( ) Certo ( ) Errado
preços, assinale a opção correta.
61. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
56. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
Se dez reais são suficientes para a compra
Nos mercados oligopolistas, a identificação de apenas um CD ou de um DVD, então o
de compradores e vendedores a serem in- custo de oportunidade da compra de um CD
cluídos é irrelevante do ponto de vista eco- é dez reais.
nômico.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
62. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
57. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
O custo de oportunidade de estar no Brasil
– Em uma situação de equilíbrio, preços de em determinado instante equivale ao custo
mercado normalmente permanecem cons- de oportunidade de não estar em qualquer
tantes ao longo do tempo. outro lugar nesse mesmo instante.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
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63. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) 68. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
Se, para participar de um curso no exterior A renda dos consumidores define o tipo de
por certo período, é necessário pagar R$ curva de demanda: preço-elástica ou preço-
140 mil e abrir mão de um emprego no Bra- -inelástica.
sil com ganhos de R$ 280 mil pelo mesmo
período, então o custo de oportunidade de ( ) Certo ( ) Errado
desistir do curso e aceitar esse emprego é
igual a R$ 2 mil. 69. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
( ) Certo ( ) Errado Um aumento no preço de certo bem subs-
tituto desloca, para a direita, a curva de de-
64. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) manda por esse bem.
No que diz respeito aos fatores que deter- Curvas de indiferença que representam ní-
minam as curvas de procura, assinale a op- veis distintos de preferência podem se cru-
ção correta. zar.
( ) Certo ( ) Errado
65. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
A redução no preço de um bem comple-
71. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
mentar desloca, para a esquerda, a curva de
demanda por esse bem. Curvas de indiferença de dois bens substitu-
tos têm inclinações iguais a -1.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
66. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
72. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
Um deslocamento da curva de demanda
por um bem é deslocada para a direita pelo As curvas de indiferença entre bens com-
aumento no preço dos insumos. plementares demonstram que os consumi-
dores querem consumir os bens em propor-
( ) Certo ( ) Errado
ções fixas, ou seja, uma unidade de um bem
com uma unidade de seu bem complemen-
67. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) tar.
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73. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) 78. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
Se um indivíduo gosta de um bem e é neu- O efeito renda desloca-se em sentido con-
tro em relação a outro, então a curva de in- trário ao movimento dos preços.
diferença será uma linha paralela ao eixo do
bem neutro. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
79. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
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83. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) Enunciado para as Questões 88 a 92
Se um empresário quer determinar o preço Assinale a opção correta acerca de produti-
de um bem inelástico com o fim de maximi- vidade média e marginal, lei dos rendimen-
zar seu lucro, então ele deve fixar um preço tos decrescentes e rendimentos de escala.
no qual a demanda seja inelástica.
( ) Certo ( ) Errado 88. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
A taxa técnica de substituição indica quanto
84. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) de certa produção deve ser substituída por
outra para que a empresa produtora man-
Se, em uma demanda linear, o preço do tenha constante o uso dos fatores de pro-
bem for igual a zero, então a elasticidade- dução.
-preço da demanda será infinita.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
89. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
Enunciado para as Questões 85 a 87 Uma taxa técnica de substituição igual a – 4
entre os fatores 2 e 1 significa que, para se
No que se refere aos fatores de produção,
produzir a mesma quantidade de um bem,
assinale a opção correta.
com menos três unidades do uso do fator 1,
deve-se reduzir em uma unidade o uso do
85. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
fator 2.
Se a função de produção de um bem de-
( ) Certo ( ) Errado
pende apenas da mão de obra, então, nes-
se caso, não são considerados, no processo
produtivo de curto prazo, os demais fatores 90. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
de produção.
A distinção econômica entre curto e longo
( ) Certo ( ) Errado prazos está no fato de que, no curto prazo,
os fatores de produção são fixos e, no longo
prazo, os fatores são variáveis.
86. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
( ) Certo ( ) Errado
As curvas isoquantas mostram as diferen-
tes quantidades que podem ser produzidas
com a mesma quantidade de dois insumos 91. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
de produção.
Em um processo produtivo com rendimen-
( ) Certo ( ) Errado tos constantes de escala, uma duplicação
dos fatores de produção implica na duplica-
ção da produção.
87. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
( ) Certo ( ) Errado
Considere que, para se fazer buracos, sejam
necessários apenas um homem e uma pá.
Nesse caso, as curvas isoquantas são seme-
lhantes às do caso dos bens substitutos per-
feitos na teoria do consumidor.
( ) Certo ( ) Errado
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92. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) 97. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
Uma característica da maioria dos proces- Independentemente da existência de custos
sos produtivos é a ocorrência de aumento fixos que restrinjam a produção, a curva de
de produtividade de um insumo enquanto a custo variável médio inclina-se, desde o iní-
dos demais permanece constante. cio, para baixo.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
93. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) 98. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
Na curva de custo médio, o trecho inicial Um aumento da renda do consumidor afe-
será decrescente se os custos fixos forem ta a inclinação da reta orçamentária, pois os
crescentes. preços relativos são afetados.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
94. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) 99. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
O custo variável médio e o custo marginal A cobrança de um imposto levar à duplica-
da primeira unidade produzida são idênti- ção dos preços dos bens equivale à duplica-
cos. ção da renda do consumidor.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
95. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) 100. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
A curva de custo médio é decrescente no ma transformação monotônica de uma
U
seu trecho final em função do aumento dos função de utilidade gera uma nova função
custos variáveis médios. de utilidade que representa as mesmas
preferências da função original.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
96. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
101. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
Se o custo marginal for crescente, serão
crescentes os custos médios e os custos va- S egundo as teorias da utilidade cardinal, a
riáveis médios. ordem das curvas de preferência é o mais
eficiente meio de comparar cestas de bens.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
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102. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) Enunciado para as Questões 107 a 110
I ndependentemente de serem ou não mo- Acerca das funções de produção com o in-
notônicas, as preferências podem ser re- sumo trabalho variável e suas propriedades,
presentadas por uma função de utilidade. assinale a opção correta.
( ) Certo ( ) Errado
107. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
aplicação da lei dos rendimentos margi-
A
Enunciado para as Questões 103 a 106 nais decrescentes é limitada a casos de cur-
to prazo onde pelo menos um dos insumos
Em relação ao equilíbrio do consumidor e às permanece inalterado.
funções demanda, assinale a opção correta.
( ) Certo ( ) Errado
103. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
ens complementares, perfeitos ou não,
B 108. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
são comprados pelo consumidor em quan-
tidades iguais. lei dos rendimentos marginais decrescen-
A
tes de uma função de produção reflete o
( ) Certo ( ) Errado impacto do aumento das unidades do fator
trabalho na qualidade da mão de obra.
104. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) ( ) Certo ( ) Errado
Um consumidor com preferências Cobb-
-Douglas gasta uma fração de sua renda 109. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
em cada bem, fração esta que depende do
preço do bem. S e o produto marginal do trabalho for
maior que o produto médio do trabalho, a
( ) Certo ( ) Errado produção total crescerá a taxas decrescen-
tes.
105. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012) ( ) Certo ( ) Errado
O ponto de tangência entre a curva de indi-
ferença e a reta orçamentária do consumi- 110. (CESPE – Analista Judiciário-AL – 2012)
dor corresponde, necessariamente, a uma
escolha ótima de consumo. Se a produção total for máxima, então o
produto marginal do trabalho será zero.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
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Enunciado para as Questões 111 a 114 116. (Cesgranrio – BNDES – Economista – 2009)
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c) expor a indústria no Brasil à competição 120. (Cesgranrio – Eletrobrás – Economista – 2010)
externa, reduzindo paulatinamente as
tarifas alfandegárias. o Brasil, durante a década de 80, o
N
d) aumentar a eficiência das empresas governo Sarney adotou o Plano Cruzado
estatais, para evitar privatizá-las. para combater a inflação. Tal plano se
e) promover a produção de bens de baseou, principalmente, num(a)
consumo de massa. a) amplo congelamento de preços e várias
medidas de desindexação da economia.
119. (Cesgranrio – BNDES – Economista – 2009) b) vultoso corte dos gastos correntes do
ual a política cambial adotada em 1994,
Q setor público.
logo após a introdução da nova moeda, o c) nova unidade de valor monetário, a
Real? URV.
d) redução da oferta monetária, através
a) Taxa de câmbio flutuante do “confisco” dos ativos financeiros da
b) Taxa de câmbio fixa população.
c) Taxas de câmbio múltiplas e fixas e) moratória da dívida interna do setor
d) Currency board público.
e) Congelamento cambial
121. (Cesgranrio – Eletrobrás – Economista – 2010)
Plano Real, da década de 90, reduziu
O
muito a taxa de inflação no Brasil e foi
implementado em várias fases. A primeira
delas, em 1993, foi a
a) criação do Fundo Social de Emergência
para desvincular parcialmente os gastos
das receitas orçamentárias do setor
público.
b) redução das tarifas alfandegárias pelo
governo Collor, diminuindo o preço dos
produtos importados.
c) imposição de um congelamento da taxa
de câmbio R$/US$.
d) adoção de um sistema de metas de
inflação para orientar a atuação do
Banco Central do Brasil.
e) introdução de uma nova moeda, o Real.
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BIBLIOGRAFIA
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