Guia Catequese 2.º Ano

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Qeremos conhecer Jesus

1 BLOCO

Nos primeiros encontros, aprofunda-se o conhecimento de Jesus, retomandose temas apenas introduzidos no ano anterior. Assim, Jesus apresentado como: Uma pessoa que, sendo em parte como ns, gostamos de escutar e de seguir como modelo. Com Ele, as crianas so motivadas para amar, respeitar, obedecer e dizer a verdade, na catequese, em famlia, na escola e na comunidade a que pertencem.

Nas catequeses antes do Natal, Jesus apresentado como o Filho de Deus, o Deus connosco. Pela sua encarnao, Deus d-nos Jesus; e Maria, sua Me , por isso, a bendita entre as mulheres.

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CATEQUESE 1

DE NOVO JUNTOS COM JESUS


I INTRODUO

APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A espinhosa misso do catequista Nunca foi fcil ser catequista. E hoje muito menos. No fcil pela responsabilidade da misso. Ser testemunha de Deus exige viver dEle e para Ele, de tal modo que Ele aparea ao vivo nas palavras e nos gestos, nas atitudes e nos pensamentos, nas convices e projecto de vida. O catequista , para as crianas, particularmente desta idade infantil, um dos rostos mais visveis de Deus e do Seu Filho Jesus Cristo. Que ele possa fazer suas as palavras de Paulo: J no sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim (Gl 2, 20). E que as crianas o sintam: pela sintonia entre o que ouvem e o que vem. Hoje, como sempre, os gestos so mais expressivos do que as palavras. So, pelo menos, mais convincentes. Por isso, os catequistas no se devem considerar como professores que ensinam a doutrina crist, mas, sobretudo, como discpulos de Jesus Cristo que guiam no caminho que eles prprios se esforam por seguir (CEP, Para que acreditem e tenham vida, Edio do Secretariado Geral da Conferncia Episcopal Portuguesa 2005, p. 24). No fcil ser catequista ainda pela sua ligao Igreja: como rosto e porta-voz da f da Igreja e testemunha da experincia da f das comunidades (...). Enquanto educadores da f, so o corao das nossas comunidades que vive da Palavra do Senhor e do po da vida (Ibidem). Como presena da Igreja, exige-se deles uma plena e activa insero nas comunidades a que pertencem. Exige-se que realizem a sua misso como um carisma que, ainda no dizer de Paulo, deve ser exercida para proveito comum (1 Cor 12, 7), para a construo do corpo de Cristo (Ef 4, 12). Vivem da Igreja e para a Igreja. S assim esto em condies de levar as crianas a integrarem-se plenamente na mesma Igreja. Mas no fcil a sua misso, sobretudo pelos espinhos que encontra: alm dos sacrifcios em tempo, meios, esforo, deparam-se tantas vezes com a ingratido e at incompreenses, muitas vezes de quem menos se devia esperar. o desinteresse

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de tantos pais, a falta de motivao das crianas, os desentendimentos com colegas, etc.. Vai ento desanimar, desistir? De modo algum. Pelo menos para quem verdadeiramente: 2. Um apaixonado por Cristo A cena da transfigurao de Cristo, relatada em Mc 9, 2-8, e que est no centro desta e da prxima catequese, a resposta de Cristo aos discpulos, os catequistas de ento, aos quais havia chamado a ateno para a misso apostlica que os esperava: Se algum quiser seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (8, 34). a cruz que nasce da negao de si mesmo, que nasce do amor, da entrega da vida, no seguimento do Mestre que tinha de sofrer muito e de ser rejeitado pelos ancios, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da lei, e ser morto e ressuscitar depois de trs dias (8, 31). Seguimento difcil, duro e espinhoso. Pedro percebeu-o e tentou demover Jesus... do caminho da cruz e da vida (8, 32). Por tudo isto e para convencer os discpulos de que vale a pena seguir esse espinhoso e duro caminho, para isso que Jesus sobe com os trs mais ntimos, a um alto monte, aquele em que maior a proximidade de Deus para a, ser invadido pelo sagrado: pelo branco, a cor da luz e da vida; pela presena de Elias e Moiss, as duas figuras da histria salvfica que mais haviam lutado por Deus; pela nuvem que, ao mesmo tempo, nos traz um Deus imanente e nos separa dEle como ser sumamente transcendente; pela voz, cujas palavras so uma das mais belas e densas declaraes do amor de um Pai que, todo Ele, se identifica com o seu Filho. A cena to fascinante e, simultaneamente, to densa, pelo peso do sagrado que nele se manifesta, que a reaco de Pedro seria, a nossa: Mestre, como bom estarmos aqui! Aqui no gozo daquele amor nico de que s Deus capaz. Aqui no triunfo definitivo sobre a morte, s possvel para quem ama medida de Deus. Aqui depois da subida dura, penosa, esgotante, at ao alto monte... do Calvrio, onde esse amor divino teve at hoje a sua expresso mxima. A cena mostra aos discpulos, aos catequistas hesitantes, tmidos ou descomprometidos, que vale a pena arriscar a subida. Porque quem quiser salvar a sua vida, h-de perd-la, mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, h-de salv-la (8, 35). Esta a palavra que Deus nos convida a acolher e interiorizar, quando, depois de nos ter apresentado o Seu Filho muito amado, conclui: Escutai-o... deixando-se apaixonar por Ele, seguindo-O na sua paixo, no amor que s autntico, quando sofrido, apaixonado. Da:

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3. A gratificante misso do catequista , gratificante porque nasce de uma graa, a maior graa: aquela em que o Deus Altssimo desceu at ns na pessoa do seu amado Filho, para nele nos dar a vida. Foi, esta graa que conquista, contagia, transforma... para nos fazer agentes dela. O catequista vive desta graa. E se vive dela, no pode deixar de a transmitir. Toda a graa se mantm como tal, se vivida no dom da vida... recebida gratuitamente. gratificante, pelos efeitos que produz: pela vida que se d queles a quem se fala de Deus, se conquista para Deus. Uma vida que ele por sua vez, iro transmitir a outros, numa torrente que no tem fim. Ver a vida que se recebe e se d a alargar-se a outros, haver coisa mais gratificante? No , afinal, para isso que vivemos: para que a nossa vida, j neste mundo, ganhe dimenso de eternidade? gratificante, pela vitria que se obtm: sobre o prprio egosmo e comodismo; sobre as frustraes que inevitavelmente vo surgindo; sobre as fraquezas e desnimos que elas, compreensivelmente, vo causando; sobre as incompreenses e at crticas destrutivas que, com razo ou sem ela, vo surgindo. nessas alturas em que a vida, de um modo ou doutro, nos vai fugindo, se vai perdendo, ento que temos as melhores ocasies para nos transcendermos... medida de Deus que , por natureza, transcendente no Seu amor, e na medida em que, sobretudo ento, a Ele nos entregamos, como Cristo na cruz e a caminho da ressurreio. E se a nossa misso assim to gratificante, ento vale a pena investir tudo nela: o aperfeioamento dos conhecimentos, a preparao das catequeses, o carinho e a entrega pelas crianas, a ateno e o acompanhamento dos pais e outros educadores e tanta outra coisa que as ocasies nos vo proporcionando e que um catequista, apaixonado por Cristo, vai descobrindo. Se ainda temos dvidas, voltemo-nos de novo para Cristo transfigurado, no Seu amor de crucificado e ressuscitado... e presente em tantos membros da Sua Igreja. OBJECTIVOS Partilhar a vivncia da proposta para frias da catequese 29 do 1. ano; Fortalecer, pela admirao, a f em Jesus; Dispor-se a vir sempre catequese. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. medida que a criana vai crescendo, aumenta progressivamente a sua sociabilidade e o gosto de viver em grupo: nesta idade j tem alguma experincia de vida em grupo, adquirida quer na escola, quer na catequese, ou nos tempos livres. Este ano de catequese deve fortalecer essa conscincia de grupo, como vivncia da sua convico de membro de uma famlia crist mais alargada, a Igreja. Que no grupo se explorem os elementos especficos e identificativos da Igreja.

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2. Por isso, fundamental a adeso da f quele que fundamento da Igreja: Jesus Cristo. Nesta primeira catequese essa adeso fortalecida atravs de uma caracterstica das crianas desta idade: a capacidade para se deixarem fascinar pelo maravilhoso. A cena da transfigurao de Jesus talvez aquela que nos Evangelhos mais suscita essa admirao. Tenha-se por isso um cuidado especial na sua apresentao: procurese sobretudo envolver as crianas na prpria cena, ajudando-as a fazer suas as palavras de Pedro. 3. Quanto maior for a adeso a Jesus, maior ser a caminhada em grupo e em Igreja. Ou ao contrrio: sem Jesus, na sua condio gloriosa de quem venceu a morte para sempre, no h Igreja que se mantenha. Por isso, j na experincia humana se procura conjugar as duas vertentes: a mo na mo de Jesus a mo de Jesus na mo de cada criana. E as experincias de frias exploradas devem centrar-se na mesma perspectiva. 4. Antes de entrar na sala, o catequista procure saudar cada criana do modo mais atencioso e afvel. O mesmo se diga em relao aos pais ou outros educadores que venham trazer as crianas. No se esquea que, na catequese, o testemunho do catequista o principal meio de transmitir a admirao por Jesus. MATERIAIS Imagem de Jesus da catequese 29 do 1. ano (Jesus a abraar o globo); Imagem de Jesus em silhueta e no branco mais puro; Cartolinas em formas que exprimam alegria e afecto, cada uma com o nome de cada criana e o do catequista (1. alternativa); Cartolinas nas mesmas formas e no mesmo nmero, mas sem nomes (2. alternativa); Esferogrficas (1. alternativa) e lpis de cores; Dsticos Moiss e Elias. MSICAS Guiado pela mo; Quero estar sempre contigo.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
II. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Preparao da sala: de um modo festivo e acolhedor. No placar, ao centro, est afixada a imagem de Jesus, em ponto grande, da catequese 29 do 1. ano (Jesus a abraar o globo terrestre). Em volta da imagem de Jesus esto 34

afixadas pequenas cartolinas (em forma de flor, corao, ou outra que tenha uma expresso afectiva), cada uma com o nome de uma criana e de cada catequista, mas s no caso de se seguir a 1. alternativa da experincia humana. Em cima da mesa est a Bblia fechada, rodeada de dois castiais apagados. Junto da Bblia, de um lado e do outro, esto os catecismos das crianas. Se forem trazidos por elas, so recolhidos pelos catequistas, fora da sala, e levados para a mesa, antes da entrada. Entrada na sala: se possvel, com as crianas em duas filas, e cada par de mo dada. Entram a cantar: Guiado pela mo. Depois de se sentarem: I. EXPERINCIA HUMANA

1 Alternativa

Para o caso de o grupo ser, na sua maioria, o mesmo do ano anterior e o catequista ser tambm o mesmo. Que bem que vs cantastes! Lembram-se de quando que aprenderam este cntico? (Deixar que se exprimam). Exacto. Foi num dos ltimos encontros do ano passado, antes de irmos para frias. Pelo que vejo, nem nas frias se esqueceram dele. Quer dizer que de vez em quando o cantavam. Quem que cantou este cntico durante as frias? (Deixar que se exprimam). Digam-me uma coisa: houve algum que vos ajudou a lembrarem-se deste cntico? Algum que esteja aqui dentro? (Deixar que se exprimam). Nesse mesmo encontro em que aprendemos este cntico, cada um de vs levou para casa uma cartolina com um desenho: Jesus de mo dada com um outro menino ou menina do nosso grupo. Foi para que cada um de vs se lembrasse daquele menino ou menina que lhe calhou: rezar por ele e at escrever-lhe ou telefonar-lhe. Agora digamme: algum de vs recebeu alguma mensagem do colega a quem saiu o nome? Se algum realizou a sugesto, louv-lo por isso. Podem tambm perguntar-se pormenores da mensagem: contedo, lugar donde foi enviada. Se ningum a realizou perguntar se, pelo menos, guardaram a cartolina e se lembraram do colega nela mencionado. No final continuar: No querem cantar outra vez o cntico Guiado pela mo? Ento vamos fazer assim: de p, demos as mos uns aos outros (...).

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que na mo do colega est tambm a mo de Jesus. Ele que nos leva a sermos amigos, de mos dadas. Ele que nos levou a pensar uns nos outros (e at a escrever ou telefonar). Ele, o nosso maior amigo. Ento, com os olhos na figura dEle que est no placar, cantemos: Guiado pela mo. (Repetir s o refro.) Podem sentar-se. Foi Jesus que nos guiou tambm para aqui, para a catequese. Por isso estamos muito contentes, por nos voltarmos a encontrar uns com os outros e, todos juntos, com Ele, Jesus. Eu tambm estou muito contente. Ele vai, durante este ano, ensinar-nos muitas coisas novas, que nos fazem felizes, muito felizes. Em sinal da nossa alegria, vou propor-vos uma coisa: vou entregar a cada um uma cartolina com o vosso nome. Depois cada um vai desenhar nela alguma coisa que mostre a vossa alegria por estar junto de Jesus, pertencer ao grupo dele. Podem ser flores, um corao ou outro desenho bonito. Pode ser em diversas cores. De acordo? O catequista distribui as cartolinas. 2 Alternativa

Para o caso de o catequista ser novo no grupo e/ou vrias crianas. Gostei muito de vos ouvir cantar Guiado pela mo com Jesus eu vou. V-se mesmo que gostam de Jesus. E gostam tambm uns dos outros? Quem gosta de Jesus tambm gosta dos outros. Ele leva-nos pela mo dele e a mo uns dos outros. Mas ns ainda no nos conhecemos bem a todos. Eu no vos conheo bem e vs tambm no me conheceis. Ento vamos apresentar-nos. Apresenta-se primeiro o catequista: nome, estado, profisso... e sobretudo a alegria e os motivos que o levam a ser catequista. Com as crianas pode ser mais breve, sobretudo se forem muitas. No final, continuar: Digam-se uma coisa: lembram-se quando aprenderam o cntico Guiado pela mo? Olhem para o cartaz que est no placar No ter sido juntamente com aquela figura de Jesus a abraar o mundo? (Deixar que se exprimam e, no caso de as crianas se no lembrarem, ajudar): Foi num dos ltimos encontros do ano passado que aquela figura de Jesus vos foi mostrada. E, na mesma altura, cada um de vs levou uma cartolina com uma figura de Jesus a dar a mo a um colega vosso. Lembram-se? Agora digam-me: algum de vs se lembrou, durante as frias, desse colega que estava desenhado na vossa cartolina?

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No caso de algum ter telefonado ou escrito, louv-lo por isso e perguntar pormenores sobre o contacto e a mensagem... e se aqueles que receberam ficaram contentes. No final, continuar: Parece-me que agora ainda temos mais razo para cantarmos outra vez Guiado pela mo, com Jesus eu vou. que foi Jesus que nos guiou no ano passado, nas frias e nos guiou at aqui. Querem cantar? Ento fazemos assim: de p, damos as mos uns aos outros. E lembremo-nos que nas nossas mos vo as mos de Jesus, porque Ele est nos amigos dEle. Por isso, olhemos para a figura dele no placar... e agora cantemos: Guiado pela mo (s o refro, mas repetido). Podem sentar-se. J nos apresentmos. Mas, para no nos esquecermos do nome uns dos outros, nem nos esquecermos de que somos mesmo amigos de Jesus, eu tenho uma ideia: vamos escrever o nosso nome numa cartolina que eu vou distribuir por cada um. Alm do nome, podem fazer volta dele desenhos de coisas que mostrem a vossa alegria por estarmos aqui em grupo e preparados para ouvir Jesus. Ele vai dizer-nos coisas muito lindas ao longo deste ano, como iro ver. Esto de acordo? O catequista distribui as cartolinas. II. PALAVRA 1. Enquanto as crianas fazem os seus desenhos, o catequista prepara, rapidamente, a sua cartolina e muda as figuras do placar: no lugar da figura inicial de Jesus, coloca a figura dele em silhueta branca. Terminados os desenhos das crianas, continua: Podem guardar os vossos desenhos. Daqui a pouco veremos o que podemos fazer com eles. Agora olhemos para o placar. (Deixar contemplar). Est l outra figura. De quem ser? E assim to branca!... 2. a figura de Jesus. E porque ser que est toda branca? Eu vou contar. Foi uma coisa muito maravilhosa que lhe aconteceu: Um dia, Jesus convidou trs dos seus maiores amigos. Chamavam-se Pedro, Tiago e Joo. Eram os amigos mais ntimos, que Jesus convidava para estar com Ele em ocasies muito especiais. Pois bem, com esses amigos subiu para um monte muito alto, daqueles montes que quase se metem pelo cu dentro... E, l no alto, a figura de Jesus comeou a mudar: comeou a ficar toda luminosa: uma luz muito forte foi-se formando nas Suas vestes que ficaram brancas, mesmo muito brancas, mais que a neve. Mais branco era impossvel. Tudo por causa da luz que se formou nele. 37

Depois apareceram as figuras de duas pessoas muito, muito importantes, que j tinham vivido havia muitos anos. Chamavam-se Moiss e Elias. Tinham sido dos maiores amigos de Deus e estavam no Cu. De l que apareceram, um de cada lado de Jesus e a falar com Ele. O catequista interrompe o relato e, em silncio, afixa de um lado e do outro da figura de Jesus, os dsticos Elias e Moiss. Acende as velas que rodeiam a Bblia e, depois, abre-a em Mc 9, 5. Coloca-se de lado, de modo a deixar ver a figura de Jesus. No se sabe o que que Moiss e Elias, aquelas duas figuras do Cu, diziam a Jesus. Mas sabemos o que que Pedro, um dos trs amigos que viam aquela cena, disse. Ele e os outros dois estavam to maravilhados com Jesus luminoso e rodeado de pessoas vindas do cu, que disse o seguinte: O catequista l calmamente da Bblia: Mestre, como bom estarmos aqui. Faamos trs tendas: uma para Ti, uma para Moiss e outra para Elias. Depois de um brevssimo silncio, repete, primeiro voltado para as crianas e, depois, meio voltado para figura de Jesus: Mestre, como bom estarmos aqui! (Pausa) Mestre, como bom estarmos aqui! 3. Querem saber o que aconteceu depois?... Antes disso, vamos pensar um pouco: no acontece tambm connosco, ns gostamos muito de estar com Jesus? No O vemos assim luminoso como viram Pedro, Tiago e Joo. Mas vemo-Lo com os olhos do nosso corao como Ele nos mostra quanto nos ama. Por exemplo na missa: Quando Ele, atravs do senhor Padre, nos oferece o Seu corpo e o Seu sangue. Ou quando o vimos, no ano passado, a rezar a Deus seu Pai. Ou quando no alegramos tanto por Ele, depois de morrer, voltar a viver, ressuscitado. Vimos tudo isso com os olhos do nosso corao... e ficmos maravilhados com Jesus. E, por isso, que gostamos de estar com Ele. Eu gosto muito, mesmo muito. E at sinto vontade de dizer como Pedro: Mestre, como bom estarmos aqui!. Digam-me: tambm sentem o mesmo? III. EXPRESSO DE F 1. Ento eu proponho que o faamos de um modo que ainda agrada mais a Jesus. assim: primeiro vamos aprender um cntico em que dizemos o mesmo por palavras um bocadinho diferentes: 38

Quero estar sempre contigo, Jesus meu doce bem. s o meu melhor amigo, Conta comigo tambm. O catequista ensaia o refro, depois continua: 2. Agora que j sabemos o cntico, vamos fazer o seguinte: cada um pega na cartolina com o seu nome e to bem enfeitada. E, um por um, vamos entreg-la a Jesus, como sinal de que queremos estar sempre com Ele, para j durante este novo ano de catequese. Esto de acordo? E Ele vai tambm ficar contente connosco, porque nos ama e nos quer ensinar ainda muito mais coisas. Quando cada um chegar aqui frente, junto do placar e da mesa onde est a Bblia, diz, voltado para Jesus: Mestre, como bom estar contigo. O catequista repete a pequena orao, at cada criana a fixar de memria. Entretanto, se alguma se esquecer, ajuda-a no momento da entrega. Primeiro diz a orao e depois entrega a cartolina, pondo-a junto ou em cima da Bblia. O catequista medida que vo sendo entregues, vai-as afixando no placar em volta da figura de Jesus. Pelo meio podem cantar o refro do cntico. Se forem muitas as crianas, podem aproximar-se em nmero idntico ao nmero de catequistas. Neste caso, dizem a orao ao mesmo tempo, e os catequistas afixam as cartolinas ao mesmo tempo. No final o(s) catequista(s) afixa(m) tambm a(s) sua(s) cartolina(s), fazendo individualmente a mesma orao. Depois de todas afixadas e com as crianas de p, o catequista continua: Que lindo! Todos em volta de Jesus! A admir-Lo maravilhados, como os seus amigos de ento, Pedro, Tiago e Joo. E se cantssemos todos o cntico outra vez. Agora podemos faz-lo batendo palmas em sinal da nossa alegria: Quero estar sempre Contigo... (refro e uma ou duas estrofes, conforme o tempo). Depois continuar: 3. Agora vou entregar-vos os catecismos. Vou chamar um por um, que vem aqui frente, junto da imagem de Jesus e da Bblia, porque o catecismo vai ajudar-nos a conhecer e a amar muito mais Jesus. O catequista diz a cada criana no acto da entrega: (N) recebe o catecismo para conheceres melhor Jesus.

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No final, pode voltar-se a cantar o mesmo cntico: Quero estar sempre contigo ou outro semelhante, mas s o refro. Depois continuar: 4. Lembram-se de eu ter dito que a histria que hoje ouvimos e que est ali representada no placar, ainda no terminou? De certeza que vo ficar muito admirados com o que falta contar. Ser no prximo dia. Mas at l e como preparao, vou pedir-vos que faam uma coisa l em casa: Propem-se duas tarefas, conforme as duas alternativas da experincia humana da prxima catequese: 1. alternativa Vou entregar uma folha a cada um de vs, em que est escrita uma pergunta: O que admiras mais em Jesus? No sois vs que ides responder. A pergunta para ser feita por cada um de vs a outra pessoa, de preferncia o pai e a me ou outros familiares. uma pequena entrevista. Escrevem nas folhas as respostas e trazem-nas para o prximo encontro. Est bem? 2. alternativa Cada um de vs ainda tem o catecismo do ano passado? (...) Pois bem, cada um vai escolher do catecismo as trs catequeses sobre Jesus de que mais gostou. Escreve numa folha, dizendo porque gosta dessas catequeses, e traz a folha para o prximo encontro. Se forem muitas as crianas, pode pedir-se apenas uma ou duas catequeses. Durante a semana podem tambm ir rezando as palavras ditas por Pedro a Jesus e que ns hoje rezamos: Mestre, como bom estar contigo.

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CATEQUESE 2

ESTE O MEU FILHO MUITO AMADO


I INTRODUO

APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. No corao da catequese: Cristo Um dos maiores problemas com que se debate a catequese, principalmente da infncia e da adolescncia, a sua escolarizao. No pior sentido que este ltimo termo foi adquirindo: o de um sistema escolar em que os alunos vo, por serem, de uma maneira ou de outra, obrigados. E quando no h uma motivao interior, seja ela qual for, dificilmente o ensino escolar resulta. Da os inmeros problemas com que se debate a escola nos nossos dias, sobretudo nos anos em que o ensino obrigatrio. muito fcil que uma idntica mentalidade passe para catequese. Alis em muitos lugares j passou. At a linguagem o mostra: fala-se nas aulas e nos alunos de catequese. E se fosse s uma questo de linguagem... at a catequese poderia salvar a escola. Por isso, so mais do que nunca oportunas as palavras de Joo Paulo II, na Exortao Apostlica Catechesi Tradendae, n. 5: No corao da catequese, encontramos essencialmente uma Pessoa: Jesus de Nazar, Filho nico do Pai (...), que sofreu e morreu por ns e que agora, ressuscitado, vive connosco para sempre (...). Catequizar (...) revelar, na Pessoa de Cristo, todo o desgnio eterno de Deus (...). procurar compreender o significado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele realizados. E qual o seu fim? Pr em comunho com Jesus Cristo: somente Ele pode levar ao amor do Pai, no Esprito, e fazer-nos participantes na vida da Santssima Trindade. Ora se a catequese essencialmente um encontro com Cristo em que Ele se d a conhecer, pelo amor, e nos convida ao mistrio comunitrio do amor, pode com razo perguntar-se quem o autntico catequista? Vejamos a resposta do Papa, no n. 6 do mesmo documento: Na catequese, Cristo, Verbo Encarnado e Filho de Deus, que ensinado; tudo o mais -o em referncia a Ele. E s Cristo ensina. Todo e qualquer outro o faz apenas na medida em que seu porta-voz, consentindo em que Cristo

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ensine pela sua boca (...). Todo o catequista deveria poder aplicar a si prprio a misteriosa palavra de Jesus: A minha doutrina no minha, mas dAquele que me enviou. (Jo 7, 16). H, por isso, que encontrar-se, sempre e sempre, com Ele. 2. Este o meu Filho muito amado. Escutai-O Foi esta a mensagem que os trs discpulos, testemunhas da transfigurao de Jesus, ouviram da voz que falou da nuvem, que o mesmo dizer, de Deus (Mc 9, 7). o auge da cena. Pela audio plenamente confirmado o que aos trs era transmitido pela viso: naquela pessoa, de vestes luminosas e entre duas figuras celestes, estava algum em quem se condensavam as fases mais representativas e mediadoras de Deus em toda a histria da salvao documentada pelo Antigo Testamento. So quatro as passagens bblicas que esto sintetizadas nesta breve, mas densssima revelao de Deus: O Sl 2, 8, sobre o futuro Messias ou Ungido e o seu poder dado por Deus, com estas palavras: Tu s Meu Filho, Eu hoje te gerei. Is 42, 1, com a apresentao, feita pelo prprio Deus, de uma figura proftica a que chama servo: Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Gn 22, 2, com a ordem dada por Deus a Abrao para lhe sacrificar o seu filho: Pega no teu filho, no teu nico filho a quem tanto amas. Dt 18, 15, com a promessa de Deus, transmitida por Moiss, de um profeta que seria, no futuro, voz de Deus no meio do Seu povo: O Senhor, teu Deus, suscitar no meio de vs, dentre os teus irmos, um profeta como eu; a ele deves escutar. Quer isto dizer que conflui para Jesus Cristo toda a aco salvfica de Deus. Nele concentra-se, de um modo nico e inexaurvel, a salvao com que Deus, desde Abrao, foi mantendo vivo o seu povo. Cristo est no centro da histria salvfica. nica a sua relao com Deus. O nome de Filho de Deus significa a relao nica e eterna de Jesus Cristo com Deus seu Pai: Ele o Filho nico do Pai e, Ele prprio, Deus. Crer que Jesus Cristo o Filho de Deus convico necessria para ser cristo (CIC 454) e muito mais para ser catequista. Crer! De que modo, por que caminho? 3. Do conhecimento ao anncio S. Paulo chama conhecimento ao seu encontro com Cristo ressuscitado, em que se situa a sua converso e vocao apostlica. Em Fl 3, 8 fala da maravilha que o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Em 2Cor 4, 6 v nisso um acto do Deus Criador: O Deus que disse: das trevas brilhe a luz foi quem brilhou nos nossos coraes, para irradiar o conhecimento da glria de Deus, que resplandece na face de Cristo.

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Se o conhecimento de Cristo se deu no corao humano, quer dizer que conhecer mais um acto do corao do que do intelecto. De facto, na tradio bblica, o conhecimento acima de tudo um processo afectivo. E entre ns, se pensarmos bem, no diferente: conhecemos, pelo menos melhor e de melhor vontade, aqueles a quem amamos e por quem somos amados. Assim aconteceu com Paulo: a luz que Deus fez brilhar no seu corao, era a que brilhava no rosto de Cristo morto e ressuscitado, a luz da ressurreio que ps fim para sempre s trevas do pecado e da morte, a luz do amor extremo, escala divina. Um amor que se apoderou de tal maneira dele, que a sua vida passou a ter nele todo o seu sentido: passou a irradiar essa mesma luz atravs da palavra do Evangelho e de uma vida marcada pela entrega em que esse mesmo amor brilhava com no menos intensidade. O mesmo se passa connosco: Deste conhecimento amoroso de Cristo brota o desejo de O anunciar, de evangelizar e levar os outros ao sim da f em Jesus Cristo. Mas, ao mesmo tempo, faz-se sentir a necessidade de conhecer sempre melhor esta f (CIC 429). No h outro caminho para o catequista: o conhecimento de Cristo gera a necessidade de mais conhecimento, de mais amor. E quanto mais dEle se conhecer, mais se transmite e se ama. E ento sim: no centro da catequese est Cristo a falar, a actuar e viver naquele que O transmite. OBJECTIVOS Reconhecer algumas das manifestaes de Jesus como Filho de Deus; Acolher a revelao de Jesus Cristo como Filho amado de Deus; Exprimir, pela orao, a f em Jesus, Filho de Deus. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Esta catequese forma uma unidade com a anterior. Ou melhor: o auge para o qual conflui a revelao de Jesus na cena da transfigurao. Por isso, se continua a apostar, como apoio psicolgico, na capacidade da criana de abertura para o maravilhoso. uma catequese central e fundamental na caminhada catequtica deste ano: na relao filial nica de Jesus com Deus Pai que est a base para O escutarmos, no que vai revelar-nos em algumas das catequeses acerca da conduta moral e, depois do Natal, na orao dominical que nos vai ensinar e nos encaminha para uma relao filial com Deus Pai. 2. Por isso, o principal apoio para as crianas ouvirem a voz de Deus a admirao que j tm de Jesus: na catequese do 1. ano e no contacto com os outros cristos, principalmente os pais que tm um lugar imprescindvel nas suas vidas.

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Mais do que por analogia (pai-filho), os pais so para os filhos revelao de Deus pelo que eles prprios recebem de Deus e usam para bem dos filhos. Isto , os pais so modelos para os filhos, atravs da f que eles tm (se for o caso) em Deus e transmitem aos filhos, sobretudo pelo bem que lhes fazem. Neste caso, convm que os catequistas tenham um mnimo de conhecimento das convices e da prtica religiosa dos pais das crianas, para no construrem a catequese em terreno falso. 3. Esta catequese tem, de um modo muito especial, o seu momento mais alto na Expresso de F. a resposta da criana revelao de Deus: uma resposta de f, de entrega, motivada pela mesma revelao. Tenha-se, por isso, um especial cuidado na preparao e realizao deste momento celebrativo, seguindo as indicaes propostas no desenvolvimento, adaptando-as (se for necessrio) e, sobretudo, fazendo desse momento uma autntica expresso de f. Para isso fundamental que o catequista participe, rezando tambm (e no estando espreita, para ver se as crianas rezam). MATERIAIS Figura de Cristo em silhueta branca (catequese anterior); Dsticos: Elias e Moiss (catequese anterior); Cartolinas com os nomes das crianas (catequese anterior); Folhas com as respostas das crianas s entrevistas (1. alternativa da experincia humana); Tiras de papel de diferentes cores para nelas se escrever o que as crianas dizem sobre Jesus. MSICAS Quero estar sempre contigo; Jesus, eu amo-Te.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: A sala est preparada conforme foi deixada no encontro anterior: No placar a figura de Jesus em silhueta branca. Em volta da figura as cartolinas com os nomes das crianas e dos catequistas. Em cima da mesa a Bblia aberta em Mc 9, 2-8, rodeada de um ou dois castiais apagados.

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I. EXPERINCIA HUMANA 1 Alternativa

Grupo pequeno Para as crianas que fizeram a entrevista aos pais sugerida no final do encontro anterior. Gostava de ouvir o resultado da vossa entrevista. Trouxeram as folhas com as vossas respostas? A pergunta que fizeram aos vossos pais (ou outros familiares ou amigos) era esta: O que que admiras mais em Jesus? Quem quer comear por ler as respostas? O catequista, medida que vai ouvindo as crianas, pode fazer um pequeninssimo comentrio, perguntando como que os entrevistados reagiram e informando-se se eles realmente gostam de Jesus, tendo presente o contedo da resposta. Se no forem muito numerosas as crianas e houver lugar no placar, pode pedir s crianas as folhas com as respostas e afix-las no placar. Em vez disso, pode ele prprio sintetizar a resposta em tiras de papel, em vrias cores, que vai igualmente afixando em volta da figura de Jesus. No final comenta: Que bom haver tantas pessoas que gostam de Jesus tanto ou at mais do que ns. E que coisas bonitas elas disseram dEle. O catequista pode repetir algumas, sobretudo as que mais se adequam ao tema da catequese: Jesus, como Filho de Deus, mas sem aprofundar ainda esta condio divina de Jesus. E sabem uma coisa: estas pessoas, sobretudo os vossos pais (se for o caso), por apreciarem e amarem tanto Jesus que gostam ainda muito mais de vs. Os amigos de Jesus so tambm amigos dos outros. Os pais que mais gostam de Jesus tm por isso muito mais amor para com os seus filhos. No gostavam de cantar outra vez o cntico que aprendemos na ltima catequese? Agora vamos faz-lo a pensar na resposta que recolheram e nas pessoas que deram essas respostas. Estou convencido de que, se estivessem aqui, tambm cantariam connosco e com muito entusiasmo. Ento de p, cantemos todos: Quero estar sempre contigo (refro e 1. estrofe, podendo bater as palmas).

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2 Alternativa

Grupo grande Para as crianas que procuraram no catecismo do 1. ano as trs catequeses sobre Jesus que mais lhes agradaram. Lembram-se do que eu vos sugeri na ltima catequese? (...) E quem de vs escolheu as trs catequeses sobre Jesus de que mais gostam? Quem quer comear a dizer? O catequista, pode ir escrevendo, em tiras de papel a catequese e, em uma ou duas palavras, as respostas de pelo menos algumas crianas e, se houver espao no placar, vai afixando-as em volta da figura de Jesus. Pode colocar a resposta junto ao nome da respectiva criana. Pode fazer um brevssimo comentrio s respostas das crianas, orientando-as para o tema desta catequese. No final comenta: Muito bem. Vejo que tendes uma grande admirao por Jesus (pode exemplificar com algumas respostas). E eu tambm. E com a vossa admirao por Jesus ainda fico a admir-lo mais. Digam-me: conhecem outras pessoas, entre os vossos familiares e amigos, que tambm conheam e gostem de Jesus? O catequista reala sobretudo as pessoas que tm mais ligao afectiva com as crianas, principalmente pais e mes. E sabem que essas pessoas (pode exemplificar), por gostarem de Jesus, que gostam muito de vs. sempre assim: Jesus com o seu amor que faz com que ns amemos tambm os outros. Um pai e/ou uma me que ame Jesus, tambm ama muito os seus filhos. E se ns cantssemos outra vez o cntico que aprendemos e cantmos to bem na ltima catequese? Podemos fazer assim: cantamos a pensar nas respostas que demos (apontar placar) e a pensar nessas pessoas que tambm gostam de Jesus. Se elas aqui estivessem, de certeza que tambm cantariam connosco. Ento vamos pr-nos de p (...) e agora cantamos com alegria: Quero estar sempre contigo (refro e 1. estrofe, batendo palmas).

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II. PALAVRA 1. Depois de mandar sentar as crianas. Porque ser que Jesus tudo aquilo que hoje dissemos e outros disseram dEle? Pode, rapidamente, recordar algumas respostas, apontando o placar. Quem que ter feito com que Jesus fosse to bom? (...) Querem mesmo saber? 2. Ento vamos voltar histria que vos comecei a contar na semana passada. Algum a quer lembrar aos outros? Deixar que se exprimam, ir alinhando os pontos sucessivos da transfigurao de Jesus. Quando chegar luz que iluminou as vestes de Jesus, acender os castiais em volta da Bblia, e depois de recordar as palavras de Pedro: Mestre, como bom estarmos aqui, recordar como cada criana fez suas as palavras de Pedro e ofereceu a cartolina com o nome para indicar como se sente bem com Jesus. Depois continuar: 3. Pois bem, aquele encontro de Jesus no alto monte, bem perto do cu, no terminou com aquelas belas palavras de Pedro. Falta ainda dizer o mais importante: aquilo que deixou os trs amigos de Jesus muitssimo mais admirados. Foi assim: quando Pedro acabou de dizer aquelas palavras, veio uma nuvem do cu que os cobriu a todos: Jesus com Moiss e Elias e os trs amigos Pedro, Tiago e Joo. Eles, ao verem-se dentro da nuvem, perceberam logo que ia acontecer alguma coisa ainda mais maravilhosa. Alguma coisa que, de certeza, ia confirmar o que as vestes de Jesus e a presena de Moiss e Elias j mostravam. O que ter sido? O catequista pega na Bblia aberta em Mc 9, 7, e l muito devagar: Formou-se, ento, uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem fez-se ouvir uma voz: Este o meu Filho muito amado. Escutai-O. Ainda com a Bblia aberta nas mos, o catequista repete, voltado para as crianas, as palavras de Deus. Depois coloca a Bblia no seu lugar e afixa o dstico, a envolver a figura de Jesus: no alto: Este o meu Filho muito amado. E em baixo: Escutai-O. 4. Sabem de quem so estas palavras? Quem as disse?...

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Foi Deus. Aquele Deus de quem Jesus falava a toda a gente. Aquele Deus que est no Cu, porque muito diferente de ns: muito melhor que qualquer pessoa que existe neste mundo. Aquele Deus que criou o cu e a terra, as plantas e os animais. Aquele Deus que muito, muito amigo de todos os homens. to bom que nos deu Jesus. E agora Ele vem dizer-nos que Jesus seu Filho. Um Filho a quem ama muito, muito, mesmo muito. E por Jesus ser o Filho que Deus tanto ama que Ele, Jesus, to bom. (Exemplificar com as respostas afixadas no placar). Portanto, Jesus o Filho mais querido, mais amado por Deus. De tal modo que quem ouve e escuta Jesus, est a ouvir o prprio Deus. Ningum nos disse mais coisas sobre Deus e nos mostrou melhor quem Deus como Jesus. III. EXPRESSO DE F 1. Se for possvel, a expresso de f, deve realizar-se numa igreja, o lugar especial para nos encontrarmos com Deus. Mas, neste caso, deve haver silncio na igreja. Se l estiverem pessoas, pea-lhes que no perturbem a orao das crianas. Quando muito podem associar-se a elas. Se houver sacrrio, para junto dele que o grupo vai. Se tal no for possvel, ento crie-se na sala de catequese um ambiente que contribua mais para a orao: pode colocar-se um crucifixo ou junto da Bblia ou em cima dela, ou ainda afixado no placar, sobre a silhueta branca de Jesus. As crianas devem ser preparadas para este momento, explicando-lhes os gestos que vo acompanhar as suas palavras: o ajoelhar-se, a inclinao, as mos levantadas ou erguidas. S depois de devidamente preparadas, se d incio orao. No caso de ser na igreja, a explicao feita na sala de catequese. Na igreja procure-se sobretudo uma ambientao ao lugar, procurando levar as crianas ao silncio interior e exterior. Ao passarem diante do sacrrio, devem fazer a genuflexo. O catequista deve rezar tambm. Para isso, no o deve fazer voltado para as crianas, mas, como elas, voltado para o sacrrio ou para o crucifixo.

2. Sabem o que que aqueles trs amigos de Jesus devem ter feito, quando ouviram aquela voz de Deus? Devem ter feito o mesmo que ns ainda hoje fazemos na igreja, naquela altura mais importante em que Jesus se mostra a ns. Nalgumas dessas alturas ns ajoelhamo-nos. Dobramos os nossos joelhos at ao cho, em sinal de um grande respeito por Jesus. J aprendemos a ajoelhar-nos, no ano passado, mas eu vou mostrar outra vez como se faz (o catequista ajoelha-se com os dois joelhos. Se achar necessrio, pode pedir s crianas que faam o mesmo). 48

Alm dos joelhos, podemos usar outras partes do nosso corpo para nos ajudarem a rezar melhor: erguendo as mos (exemplificar) ou levantando-as para o cu (exemplificar); tambm nos podemos inclinar (exemplificar); tambm podemos benzernos antes de comear e quando acabarmos de rezar (exemplificar e exercitar com as crianas). Muito bem. Agora que j sabemos como rezar com o nosso corpo, s falta saber que vamos rezar a Jesus, como Filho de Deus. Podemos rezar-lhe a cantar, e podemos cantar-lhe hoje assim: Jesus, eu amo-Te (4x) Tu s Filho de Deus Tu s o meu Senhor Jesus, eu creio em Ti 3. Depois de ensaiar as sucessivas letras, o catequista convida para a orao. Se for na igreja, conduza as crianas at l, procurando que no se dispersem. E, uma vez l, procure lev-las ao recolhimento. Esta orao deve ser feita numa relao pessoal de muita intimidade com Jesus. Ento j podemos comear: Ajoelhemo-nos (...) e agora benzemo-nos: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Amen. Agora cantemos, levantando as mos e depois pousando-as sobre o corao: Jesus, eu amo-Te Depois do primeiro verso, o catequista intercala algumas das respostas dadas pelas crianas e afixadas no placar, por exemplo: Jesus, Tu nasceste para ns; Jesus, Tu cresceste como ns; Jesus, Tu falaste-nos de Deus Pai... Depois canta-se o segundo verso, de mos erguidas: Tu s Filho de Deus (...) Depois o catequista diz: Jesus, tu s Deus como o Pai; Jesus, Deus Teu Pai o Teu maior amigo; 49

Jesus, Tu vieste do cu para junto de ns... Depois canta-se o terceiro verso, inclinando levemente o corpo: Tu s o meu Senhor () Depois o catequista diz: Jesus, Deus fez tantas coisas por meio de Ti; Jesus, Deus fez com que depois de morrer ressuscitasses; Jesus, Tu nos ds tantas pessoas que nos amam. No final volta-se a cantar, com os mesmos gestos, o primeiro verso do cntico ou o ltimo: Jesus, eu amo-Te ou Jesus, eu creio em Ti. Termina-se com o sinal da cruz: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Amen. J de p, o catequista diz: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. Crianas, se souberem ou com a ajuda do catequista: Graas a Deus!

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CATEQUESE 3

ESCUTAR JESUS
I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A vida de uma palavra Todos ns fizemos, certamente e muitas vezes, a experincia da vida que uma palavra produz em ns ou que a nossa palavra produz nos outros, sobretudo em situaes de desnimo ou at de desespero, de desorientao e confuso ou mesmo de erro e pecado. Situaes em que, por uma razo ou outra, a vida nos foge ou se perde. Uma palavra de amizade e orientao, um conselho ou at uma repreenso podem, tantas vezes, salvar uma vida. s vezes basta uma simples notcia, e a vida muda; como tambm e, infelizmente, sucede o contrrio: h palavras que ferem e matam: uma calnia, uma ofensa, uma mentira, uma injria, um mau conselho... e tudo se desmorona. No prprio e naqueles que dele dependem. Palavras ditas com essa inteno ou simplesmente de um modo inadvertido. claro que, num caso como no outro, preciso que a palavra seja ouvida, escutada, aceite. E isso depende de muitos factores: do contedo da palavra, do modo como dita... e sobretudo de quem a diz. Neste caso, da sua autoridade, do seu poder, da sua vitalidade. Se a palavra transmissora (ou destruidora) da vida, ser tanto mais eficaz e vivificante quanto mais vida tiver quem a pronuncia ou escreve. por isso que ns, perante certas pessoas, somos todos ouvidos. E a sua palavra raramente entra por um ouvido e sai pelo outro. Pelas provas dadas e reconhecidas nos conhecimentos, na seriedade, na amizade, na provao, etc., dificilmente as suas palavras caem em saco roto. E uma vida, construda sobre uma palavra cheia de vida, ganha aquela consistncia e firmeza da casa construda sobre a rocha. No h ventos, tempestade nem tormenta que a possam destruir. o caso da vida construda sobre Jesus Cristo, a quem, por isso, podemos chamar:

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2. A Palavra da vida De vida porque de Deus: Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias que so os ltimos, Deus falou-nos por meio de seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por meio de quem criou o mundo (Heb 1, 1-2). Ele o Logos (termo grego para Palavra) que no princpio (sem princpio) estava em Deus... e se fez carne e veio habitar entre ns (Jo 1, 2. 14a). E provou o que era, que quem o v, v o Pai. De que modo? Com a sua presena e manifestao pessoal, com as suas palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreio, enfim, com o envio do Esprito de verdade, aperfeioa e completa totalmente a revelao (de Deus) e confirma-a com o testemunho da vida, isto , que Deus est verdadeiramente connosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e nos ressuscitar para vida eterna (DV 4). Que Ele, Jesus Cristo, assim , sabemo-lo por experincia prpria, aliada h de tantos outros que, desde sculos e at aos nossos dias, apostam nEle, a Ele se entregam e confiam e, deste modo, adquirem uma vitalidade que se manifesta na vida que transmitem: pelo que dizem e pelo que fazem. Uma vida em que as palavras esto em sintonia com as aces ou, se quisermos, as aces se tornam palavras. J foi assim com Ele: a Sua mensagem do Reino de Deus teve o sucesso que teve, porque Ele prprio a viveu e transmitiu pelas suas aces. A palavra na vida fez que a Sua vida fosse a palavra que transforma, vivifica, salva... at aos nossos dias, nomeadamente: 3. A palavra que se tornou livro A Bblia nasceu da vida e para vida. fruto da vida do povo de Deus: Israel e a Igreja. a fixao por escrito das experincias e acontecimentos constitutivos da histria do povo de Deus. Uma fixao que teve como finalidade primeira alimentar a vida de todas as geraes que se seguiram. E assim acontece de facto: no h celebrao alguma na Igreja em que se no faa uma ou mais leituras da Sagrada Escritura. Se a isso juntarmos a leitura pessoal e em grupos, nas circunstncias mais diversas, podemos concluir: nem a Igreja, nem cada um dos seus membros, podem viver sem a Palavra de Deus contida e transmitida pela Bblia. Ela transmissora de vida, tambm e em ltima anlise, atravs daqueles que, em Igreja e individualmente, dela se alimentam e vivem. A vida que est na sua origem vai ganhando sentido novo naqueles que a lem, escutam... e pem em prtica. Se Jesus, em Mt 7, 24-27, nos chama a ateno para isso, porque imprescindvel. Na prtica da vida que as suas palavras se tornam num edifcio inabalvel. No texto em causa, so as palavras a que habitualmente chamamos Sermo da Montanha (Mt. 5, 7), porque situadas pelo evangelista no Monte (5, 1), isto , no lugar mais prximo de Deus. A montanha , em todas as religies, como que o eixo entre o cu 52

e a terra, entre Deus e os homens. Quando Jesus transfigurado no alto do monte (Mt 17, 1-9), as primeiras palavras que dirige aos seus discpulos, tm ou pretendem ter um efeito semelhante ao Seu, transfigurador, vivificante... para a felicidade e a vida de quem as escuta, acolhe e pe em prtica... e para que as suas palavras e aces sejam fonte de vida. Todo o catequista tem experincia disso: do bem, da felicidade, da vida que as suas palavras podem produzir nos catequizandos... se as palavras que dizem forem vistas ao vivo no seu comportamento, nas suas aces. Para isso fundamental uma leitura permanente da Palavra que se tornou Livro e, atravs dele, um profundo contacto de f com Aquele que para ns a Palavra mais viva de Deus... a Palavra da Salvao! OBJECTIVOS Despertar para a importncia de escutar Jesus; Desejar pr em prtica as palavras de Jesus, escutadas na catequese e na missa; Descobrir e venerar a Bblia como Palavra de Deus. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. As crianas escutam e seguem com interesse aquilo que as satisfaz, que corresponde s suas necessidades e seu bem momentneo ou permanente. Talvez mais do que os adultos, devido fase de crescimento e aprendizagem em que se encontram. E, na medida em que so conquistadas para Jesus, ouvem-No e seguem-No com um interesse tantas vezes exemplar. na base disso que elas so convidadas a terem um respeito especial pela Palavra de Deus, contida na Bblia, respondendo assim ao convite de Deus no monte da transfigurao: Escutai-O! 2. Dada a importncia da Bblia na vida da Igreja, particularmente nas suas celebraes, a parte da catequese referente Palavra decalcada na leitura do Evangelho da missa. uma ocasio para as crianas serem iniciadas nessa celebrao e assim participarem nela de um modo mais atento. 3. A importncia da Bblia nesta catequese confirma o lugar central que ela vem ocupando em toda a catequese e prepara para acolher os ensinamentos que Jesus vai transmitir nas prximas. Se, neste processo, puderem ser envolvidos os pais, tanto melhor. A proposta final vai nesse sentido. MATERIAIS Figura de Jesus em silhueta (catequese anterior); Cartolina com os nomes das crianas (catequese anterior);

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Dsticos: Mestre, como bom estarmos aqui, Este o meu Filho muito amado e Escutai-O (catequese anterior); Duas ou trs pedras que sirvam de suporte para a Bblia, em vez da habitual estante ou almofada; Um pano para cobrir as pedras; Dois castiais para ladear a Bblia (catequese anterior); Flores ou outros meios de ornamentao, em volta da Bblia; Uma flor para cada criana. MSICAS Quero estar sempre contigo (2. Alternativa da experincia Humana); Jesus, eu amo-Te (2. Alternativa da Experincia Humana); Fala, Senhor, pela Bblia.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar est afixada a mesma figura de Jesus da catequese anterior, rodeada das cartolinas com os nomes das crianas e dos catequistas. Se for adoptada 2. alternativa da experincia humana, esto tambm afixados os dsticos Mestre como bom estarmos aqui, Este o Meu Filho muito amado e Escutai-O. Em cima da mesa esto dois castiais, apagados, e, no meio, a Bblia, no numa estante ou almofada habitual, mas encostada a duas ou trs pedras, que servem de apoio e esto cobertas por um pano, que ser retirado a seu tempo. Em volta da Bblia podem colocar-se tambm algumas flores ou outros elementos de ornamentao, para realar a sua importncia. I. EXPERINCIA HUMANA

1 Alternativa

Grupo pequeno Ainda se lembram da histria que ouviram nas duas catequeses anteriores? Vamos todos pensar um bocadinho e, depois, vamos tentar cont-la. Mas no vale olhar para o catecismo. Portanto, os catecismos todos fechados. Cada um vai pensar, para ver se ainda se lembra. Depois de um breve silncio: 54

Ento vamos l histria com Jesus, que ouviram aqui. Quem quer comear? O catequista vai alinhavando, com as crianas, o relato a transfigurao de Jesus. Quando chegar s palavras de Pedro e de Deus, tenta que as crianas as digam no seu teor exacto. Logo que o faam, afixa no placar, no mesmo lugar da catequese anterior, os respectivos dsticos: Mestre, como bom estarmos aqui; Este o Meu Filho muito amado; Escutai-O. No final conclui: Dou-vos os meus parabns. Estiveram muito atentos s catequeses anteriores: ouviram e escutaram o que eu vos disse aqui. No fizeram como fazem algumas pessoas: entramlhes as coisas por um ouvido e saem-lhes por outro. E, s vezes, talvez acontea o mesmo convosco. Digam-me: quando que isso no acontece? Quando que vs estais mesmo atentos quilo que vos dizem? Sem perder uma palavra? (Deixar que se exprimam e concluir): Ns ouvimos com ateno, quando nos interessa aquilo que nos dito: quando para nosso bem e tambm quando gostamos muito das pessoas que nos falam. (As palavras seguintes podem ser ditas numa intensidade de voz mais baixa): Mesmo quando essas pessoas falam assim baixinho... mesmo nessa altura ns somos todos ouvidos. No queremos perder nenhuma palavra, porque sabemos que o que nos dizem para nosso bem e, sobretudo, se gostamos muito da pessoa que nos fala... Parabns! Mesmo a falar baixinho, esto a ouvir-me, como me ouviram quando vos falei de Jesus. Ou melhor, quando Jesus ou aqueles que estavam com Ele nos falaram (apontar no placar). 2 Alternativa

Grupo grande Quem se lembra dos dois cnticos novos que aprendemos aqui nas catequeses deste ano? Vamos comear pelo primeiro, porque mais fcil: j o cantmos em duas catequeses. O catequista deixe que as crianas descubram o cntico, no lhes permitindo que se sirvam do catecismo. Depois de o descobrirem, podem cantar todos, o respectivo refro: Quero estar sempre contigo Agora vamos ao cntico que aprendemos no ltimo encontro. Segue o mesmo processo, mas antes de todos cantarem o cntico, diz o seguinte:

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Parabns! Tm muito bom ouvido ou melhor: sabem usar muito bem os ouvidos que tm. Ouviram bem os cnticos que aqui ensinei, de tal modo que no mais se esqueceram. Merecem os meus parabns, at porque no acontece sempre assim. s vezes ouvimos uma coisa e como que no a ouvssemos. Entra por um ouvido e sai pelo outro. Sabemme dizer quando que isso acontece: quando que no ligamos quilo que nos dizem? Pois . No ouvimos porque no nos interessa ou no nos convm. Ao contrrio, quando para nosso bem e gostamos do que nos dizem, ou da pessoa que nos fala, ento somos todos ouvidos. o que est a acontecer aqui na catequese e eu estou muito contente convosco. Ou melhor: Jesus que est contente convosco. E vs tambm estais contentes com Ele, seno, no se lembravam dos cnticos que falam dEle ou com que falamos com Ele. Neste caso, foi um cntico por causa do que Deus disse dEle. Lembram-se? Olhem para o placar e vamos todos ler, ao mesmo tempo, as palavras que Deus, l num monte muito alto, disse dEle. Proclamam a uma s voz: Este o Meu Filho muito amado. Escutai-O E agora proponho que manifestemos o nosso apreo e o nosso amor para com Jesus, cantando-lhe, com os gestos que aprendemos: Jesus eu amo-Te (s a primeira letra e de p). II. PALAVRA 1. Se em todos os encontros de catequese estivermos to atentos como tem sido at agora, vai ser um ano maravilhoso. que Jesus tem muitas coisas para nos dizer. E vale a pena ouvi-lo. Tudo o que Ele nos diz para nosso bem. Alis o prprio Deus, que ama tanto Jesus e nos ama a todos, que nos diz. Olhem outra vez para as palavras que Ele, Deus, nos disse no ltimo encontro. Para nunca mais nos esquecermos delas, vamos todos diz-la mais uma vez e em coro: Este o Meu Filho muito amado. Escutai-O 2. Vamos, portanto, escutar Jesus. Ele fala-nos aqui na catequese. E mais onde? (Deixar que se exprimam e orientar sobretudo para a Eucaristia): Na Missa. E algum sabe dizer como que ns fazemos, quando Jesus, nos fala na Missa? Por exemplo: estamos sentados ou de p? Quando so palavras de Jesus ou dos livros que falam mais de Jesus estamos de p. Habitualmente, quem l essas palavras o senhor Padre (ou senhor Dicono). s 56

vezes, ele at vai acompanhado de dois aclitos, cada um com uma vela acesa. sinal de que muito importante o que vai ler. como uma luz que nos ilumina e nos guia. E algum sabe dizer o que que ns, antes e depois da leitura do Evangelho, dizemos? Chama-se Evangelho, porque as palavras de Jesus esto escritas nuns livros chamados Evangelhos. Ento o que que ns dizemos antes e depois da leitura? Quando o senhor Padre diz: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Mateus, o que que ns respondemos?... Exacto: Glria a vs, Senhor! Estamos a louvar, a dar glria a Deus pelas palavras de Jesus e sobre Jesus, por serem to importantes... e por estarmos atentos a elas. Querem dizer outra vez, para no nos esquecermos?... Glria a vs, Senhor! O catequista pode repetir, at se certificar de que as crianas fixaram bem. 3. Muito bem! Sabem no que estou a pensar?... Eu hoje vou ler a palavra de Jesus, como na Missa. Esto de acordo? No est c o senhor Padre, mas eu fao as vezes dele. Ento vamos fazer assim: eu irei pegar na Bblia, o livro da Palavra de Deus, e dois de vs nos castiais. Tambm pode ser outro catequista a ler, se o houver. Assim, dar-se-, ainda mais destaque leitura. Pode mesmo fazer-se um cortejo, vindo de fora da sala: frente as duas crianas que fazem de aclitos, seguidas do catequista com a Bblia levantada, como na Missa. Mas, antes disso, vamos aprender mais um cntico em que nos dispomos a escutar com muita ateno as palavras de Jesus. este: Fala, Senhor! Depois de ensaiar, s o refro, o catequista continua: J estamos preparados para ouvir a palavra de Jesus. E vamos estar com muita ateno. Depois veremos quem estava com mais ateno, isto , quem vai ser capaz de dizer, por palavras suas, o que Jesus nos vai dizer.

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4. Se houver cortejo, as crianas, de p, cantam o refro do cntico ensaiado. Se no, o catequista acende os dois castiais, entrega-os a duas crianas que o ladeiam, depois, pega na Bblia, levanta-a aberta em Mt 7, 24-27 e todos cantam: Fala, Senhor! (s o refro, repetido). Catequista: Com a Bblia preparada, faz de seguida, calmamente, a leitura: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo S. Mateus: Crianas: Glria a vs, Senhor! Catequista: Naquele tempo disse Jesus: Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as pe em prtica como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas no caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Porm, todo aquele que escuta estas minhas palavras e no as pe em prtica poder comparar-se ao insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi a sua runa. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor! 5. Depois de colocados a Bblia e os castiais, ainda acesos, nos seus lugares e de sentadas as crianas, o catequista diz: Ento, vamos l ver se ouviram mesmo bem o que Jesus nos acaba de dizer. Do que falava Ele? Falava exactamente das suas palavras, dos seus ensinamentos. J vimos que so muito importantes. Mas basta ouvi-las? preciso p-las em prtica. Assim que se v como no entram por um ouvido e saem pelo outro. E as pessoas que as pem em prtica, espero que sejamos ns. Pelo menos se for como at agora... e a que que Ele compara as pessoas que pem em prtica as suas palavras? Que fazem o que Ele diz? Deixar que se exprimam e sem comentar para j, levante a Bblia, e descubra as pedras que lhe servem de suporte. Se no forem visveis s crianas, levante uma delas e comente:

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uma pedra. Neste caso no uma pedra para fazer uma casa, mas, segundo nos disse Jesus, a pedra ou rocha sobre a qual um homem, que seja esperto e inteligente, constri a sua casa. E no sobre a areia. Se for sobre a areia, com o vento e a chuva a casa cai logo. Mas se estiver construda sobre uma rocha no cai, segura. Pois bem, so assim tambm as pessoas que ouvem as palavras de Jesus e fazem como Ele nos diz: ouvem as suas palavras e pem-nas em prtica. Essas pessoas no se deixam abater, desanimar, desistir por qualquer coisita. So pessoas fortes, seguras, porque esto unidas a Jesus e podem contar com a sua ajuda e proteco. Nem preciso dizer que ns queremos ser dessas pessoas. verdade ou no?... Ento iremos no apenas ouvir as palavras de Jesus, mas seguir, fazer o que Ele nos diz. Ele pode contar convosco? Depois de pousar a pedra, sem a cobrir, e colocar a Bblia no seu lugar, o catequista conclui: J que esto, e bem, dispostos a pr em prtica as palavras de Jesus, proponho que lhe digamos isso. Cantemos outra vez o cntico: Fala, Senhor (s o refro, duas vezes). III. EXPRESSO DE F 1. Muito bem. Gosto muito de vos ouvir cantar com tanto entusiasmo. V-se bem que esto mesmo dispostos no s a escutar as Palavras de Jesus, mas tambm a p-las em prtica. Tenho uma ideia, para mostrarmos ainda mais que apreciamos e amamos muito as palavras de Jesus. Querem ouvir? Esto todos a ver o livro onde esto escritas as palavras de Jesus? Apontar para Bblia. Algum se lembra de como se chama este livro? Isso mesmo: chama-se Bblia. Esto l escritas as palavras que Jesus disse e muitas outras que nos falam dEle. E outras ainda que nos falam de Deus e em que Deus nos fala. Por exemplo aquelas que Ele disse acerca de Jesus seu Filho. Apontar os dsticos respectivos. E j sabiam que umas partes da Bblia j estavam escritas, quando Jesus nasceu e viveu? verdade: esta parte j estava escrita. Mostrar o Antigo Testamento. De maneira que tambm Jesus lia muito essa parte. Lia tanto, tanto, que at sabia muita coisa de cor. E tambm Ele punha em prtica o que Deus diz nessa parte. Portanto, tambm Jesus amava muito a Bblia. Esto a ver como este livro grande to importante: esto aqui as palavras de Deus.

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2. Tenho uma proposta: vamos mostrar tambm ns como gostamos da Bblia. Querem saber como? Pode ser assim: cada um de vs vai receber uma flor. Depois, um de cada vez, vem aqui frente e, voltado para o livro da Palavra de Deus, a Bblia, diz aquelas palavras que aprendemos e dissemos h pouco: Glria a vs, Senhor!; depois, pe a flor junto da Bblia, faz uma inclinao e volta para o seu lugar. Esto de acordo? O catequista organiza o cortejo. Alm da flor, ou em vez dela, pode tambm sugerir s crianas que dem um beijo na Bblia, explicando, nesse caso, que o sacerdote ou dicono tambm a beija no final da leitura do Evangelho. Antes e no fim da entrega das flores e, se forem muitas crianas, l pelo meio, cantem o cntico: Fala, Senhor (com a 1. e 2. estrofes). No final conclui: 3. Com certeza que muitos de vs tm uma Bblia l em casa. Quem que tem? Ento eu proponho queles que tm a Bblia l em casa que, durante esta semana, peguem nela e falem sobre ela com as pessoas l da vossa casa. At pode acontecer que essa pessoa vos possa contar e ensinar mais coisas sobre este livro to importante. E podem ler convosco algumas palavras que vm l: por exemplo, aquelas que hoje Jesus nos disse, vm no catecismo. E j agora mais uma coisa: podem cantar o cntico que hoje aprendemos para cantar quando lemos a Bblia: Fala, Senhor. De acordo?

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CATEQUESE 4

COM JESUS QUERO AMAR


I INTRODUO

APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Quem o maior? A cena entre os Doze e Jesus narrada em Mc 9, 33-37 , apesar da sua brevidade de apenas cinco versculos, de uma densidade que tal s a um leitor apressado e desatento passaria despercebida. densa, antes de mais, pela sua dimenso humana. Querer ser o maior est longe de ser um mal. Pelo contrrio: est nisso a mola que nos faz crescer. Desde crianas e nos mais variados aspectos da vida: no desenvolvimento fsico e psquico, no reconhecimento da parte dos outros, to necessrio para uma boa integrao social. No ligar ou desprezar o outro devido sua pequenez , na prtica, destru-lo na sua condio de pessoa humanae uma perda para os outros. Por isso densa a cena, pelas suas implicaes na vida da sociedade e da Igreja. Qualquer grupo e instituio, minimamente organizados, dependem de uma boa chefia: de algum que, no tanto pelo lugar de topo que neles ocupa, como sobretudo pela capacidade e competncia, sabe orientar, dirigir e reconhecido pelos outros como tal. densa ainda a cena em questo, pelo caminho e o processo a seguir por se ser o maior. Diz o Evangelista que pergunta de Jesus: Que, discuteis pelo caminho?, os discpulos ficaram em silncio, porque, no caminho, tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior (v.33s). O problema devia estar no discutir, provavelmente nos desentendimentos e, sobretudo, num desejo da parte de todos de querer subir a todo o custo, mesmo dos outros, para obter o poder pelo poder. Se era isso, ento havia razo para o silncio de vergonha. que o maior no apenas o que tem competncia, preparao, meios e qualidades pessoais para isso. tambm e sobretudo o que as sabe usar: j na ascenso ao poder e, sobretudo, no seu exerccio. Basta ver o que se passou em todas as pocas da histria e se passa, talvez com mais gravidade, nas sociedades de hoje, ditas democrticas mas em que a democracia se reduz, na prtica, a uma srie de 61

estratgias, de carcter no mnimo duvidosas, para a ascenso ao topo. Um mal que, infelizmente, se infiltra na prpria Igreja e a todos os nveis da sua organizao. mais grave nela porque, alm dos efeitos negativos que tem dentro das comunidades crists, contradiz, destri o que especfico delas, as identifica na sua relao vital com Jesus Cristo. Para Ele: 2. O maior o que serve Literalmente: Se algum quiser ser o primeiro, h-de ser o ltimo de todos e o servidor de todos (v.36). primeira vista parece uma contradio: como se pode ser o primeiro, sendo o ltimo? Seria de facto uma contradio, se Jesus no esclarecesse em que consiste a condio de ltimo: ser servidor. No , por isso, aquele que nada fazpara ser o maior. No aquele que nada faz, por pensar apenas em si prprio, entregue a um comodismo destrutivo da prpria pessoa. Pelo contrrio: o ltimo aquele que tudo faz pelos outros. Aquele que desenvolve as suas qualidades, acumula os seus bens, no custa dos outros, mas em colaborao com eles e, sobretudo, para lhes dar, para se dar maisnomeadamente e, em primeiro lugar, queles que pouco ou nada tm. Por eles de um modo especial, porque, nada tendo, aquilo que por eles feito, movido pela gratuidade. E como quem age gratuitamente, isto , no condiciona o que faz lei da recompensa, faz muito mais, sobe muito maispara ser, de facto, o maior. o maior, porque a vida que tem, ao ser partilhada, se torna fecunda: gera novas vidas, dando vida a quem a no tem. A sua vida passa a ser a vida dos outros, e a destes, a sua vida. Uma vida ilimitada e, como tal, geradora de vida. Principalmente se aqueles que a recebem e dela vivem, passam a usar a vida que assim adquirem, na mesma perspectiva e dinmica da gratuidade e do dom. O melhor e, para ns cristos, decisivo exemplo o do Mestre: tornou-se o maior, o Messias de Deus, porque, como Filho do Homem, Filho de um Deus que, no Filho, se faz extremamente solidrio e servidor dos homens, se entregou nas mos dos homens, que o mataram; mas, morto, trs dias depois ressuscitou (9,31). Na sua morte partilhou do modo mais extremo a vidapara alcanar aquela vida que no tem limites, porque vivida num amor infinito. At hoje, at ns que dEle vivemos, para, com Ele, nos entregarmos queles que so: 3. Os mais pequeninos E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraou-o (v. 36). Um gesto encantador, pela ternura que exprime. Saboreemo-lo. Imaginemos, se quisermos, que essa criana da mais tenra idade cada um de ns: abraado por Jesus, ao seu colo, junto do seu corao 62

Sim, precisamos de nos deixar abraar por Ele, para compreendermos e aceitarmos a dimenso provocante do gesto: o maior, o que est de facto no centro mesmo o mais pequenino, em idade, em dependncia fsica e psquica, em precariedade material e espiritual, em desprezo ou at excluso social. Para Jesus, e para Deus que O envia, esse o maior, exactamente por ser o menor, o mais dependente, o mais necessitado. A medida do amor, do verdadeiro amor, o outro, nas suas necessidades e carncias. ele que, sendo o maior para Jesus, faz dEle, Jesus, o maior; faz com que Ele lhe d tudo, se d todo, sem outro interesse, seno o de ver crescer esse menor para, no amor que recebe e partilha, se tornar por sua vez, tambm ele um maior Imaginemos que esse menor cada um de ns. Ou melhor: no precisamos imaginar; somos mesmo. De quem nos vem, afinal, tudo o que temos e somos? No realmente dEle, atravs do nmero incontvel de pessoas que Ele tem colocado no longo caminho da nossa vida, para nos darem a vida que temos, em todas as suas componentes? Se a vida, que assim adquirimos, um dom que dEle nos vem, ento vivamo-la como tal: na doao incondicional E ento, sim, encontraremos a verdadeira vida, j nesta vida que vivemos no aqui e agora de cada dia: encontraremos Deus, como Jesus e com Jesus, o maior, por ter sido o menor com os menores. Para j, agradeamos-lhe a oportunidade nica que nos d, como catequistas, de o servirmos nas crianas que, semana a semana, coloca diante de ns: os pequeninos que Ele nos oferecepara os oferecermos a Ele no amor incondicional e gratuito que a todos nos une. OBJECTIVOS Reconhecer a necessidade do amor para crescer; Descobrir a proposta de amor feita por Jesus, para com os mais pequeninos; Experimentar a alegria do amar e de ser amado. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. As crianas desta idade esto a passar de uma moral orientada por adultos para uma moral autnoma e pessoal. At aqui as crianas apercebiam-se do bem e do mal que praticavam, consoante recebiam um louvor ou uma repreenso dos educadores. Agora comeam a ser mais objectivas e a fazer um discernimento pessoal. Lentamente formam os seus critrios, no apenas pelas reaces afectivas, mas tambm por argumentos racionais. Vo interiorizando os valores morais e compreendendo o sentido da responsabilidade e da justia. 2. Todos esses valores morais tm, a uni-los, o amor, na sua dimenso crist e na sua realizao prtica. por ele que a criana, como todo o cristo, deve orientar as suas decises e os seus juzos. Por isso dele que se parte, para uma srie de catequeses dedicadas vida e conduta moral. 63

Mas, tratando-se de cristos, um amor cujo modelo e fundamento Cristo. com base na revelao que dEle foi feita nas catequeses anteriores que so propostos os valores morais nesta e nas catequeses seguintes. 3. Nesta servimo-nos ainda de mais dois outros pontos de apoio: a necessidade que a criana tem de afecto, de amor, e o desejo de crescer, ser grande. S-lo- na medida em que, a exemplo de Jesus e guiada por Ele, se tornar agente do amor que ela prpria tanto deseja. 4. Na 2 alternativa da experincia humana, procura-se uma insero da criana na vida da comunidade crist a que pertence. uma dimenso fundamental da vida crist: a pertena a uma Igreja que se manifesta e constri, na medida em que vive na caridade que recebe de Cristo e pe em prtica em unio com Ele. A pessoa que for convidada para testemunhar esta vertente da vida comunitria, seja informada do tema desta catequese, dos seus objectivos e do seu desenvolvimento para que tudo decorra com xito. 5. A proposta final de pr as crianas em contacto com pessoas diferentes delas, a diversos nveis, tem como objectivo prepar-las para a catequese seguinte, cujo tema um prolongamento e concretizao desta catequese. MATERIAIS Imagem de Jesus em silhueta (catequeses anteriores); Dsticos:Este o meu Filho muito amado e Escutai-o (catequeses anteriores): Dstico: Amar; Cartolinas com os nomes das crianas e dos catequistas (catequeses anteriores); Uma fotografia ou imagem de uma criana at, ao mximo, 2 anos de idade; Cartolina em forma de corao, uma para cada criana; Canetas ou esferogrficas; Bblia e 2 castiais. MSICAS Fala, Senhor; O que fizerdes aos outros; Obrigado, Jesus, porque s meu amigo.

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II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: ao centro a figura de Jesus em silhueta usada nas catequeses anteriores, juntamente com os dsticos Este o Meu Filho muito amado e Escutai-O, e envolvido pelas cartolinas com os nomes das crianas e dos catequistas. Na mesa: a Bblia, entre dois castiais apagados. I. EXPERINCIA HUMANA Durante o acolhimento nos pequenos grupos ou antes de uma das seguintes alternativas, o(s) catequista(s) informa(m)-se da realizao, por parte das crianas, da proposta feita no final da catequese anterior: o uso da Bblia em casa, com outros familiares. Louva as crianas pelo que fizeram e prepara-as para a leitura a ser feita nesta catequese, sem, porm, aludir ao seu contedo. 1 Alternativa

Grupo grande Sei que vs tendes amigos: colegas, familiares e, certamente, o vosso pai e a vossa me. So pessoas que mostram de vrias maneiras a amizade que vos tm. Pensem um bocadinho nisso. Como so muitos os gestos da amizade, pensem naquele de que gostam mais: um beijo, um abrao, um aperto de mo, um bom dia ou outra palavra de amizade Depois de um breve momento de reflexo pessoal, o catequista chama, uma ou duas crianas e pede-lhes que lhe digam ao ouvido qual o gesto de amizade de que gostam mais e depois realiza-o para com elas. De seguida diz: Esto a ver, o (N) e a (N) gostam de quem lhes faa como eu lhes acabei de fazer. E certamente que ficaram contentes por ter amigos, e que mostram assim que o so. Os outros no levam a mal que eu agora no lhes faa o mesmo. No teramos tempo. Mas gostaria de saber, eu, e certamente, todos ns, como que gostamos que nos faam quando nos encontramos com uma pessoa amiga. Ento vamos fazer assim: vou distribuir por cada um de vs uma pequena cartolina em forma de corao e cada um vai escrever nela qual o gesto que mais aprecia para receber um sinal de amizade de outra pessoa. Escrevam o vosso nome. No se esqueam.

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Depois do trabalho das crianas, o catequista recolhe as cartolinas e coloca-as junto da Bblia. Depois continua: Querem saber o que vamos fazer com as cartolinas? Desculpem, mas no vou dizer ainda. S posso dizer que vai ser uma surpresa de que iro gostar. Para j, estas cartolinas, com o vosso gesto de amizade, precisam de estar aqui, durante algum tempo, junto da Bblia de que todos tanto gostamos. Jesus que vai sugerir-nos o que devemos fazer. 2 Alternativa

Grupo pequeno O catequista chama para a frente das crianas uma pessoa que convidou para dar testemunho de actividades caritativas, de preferncia a nvel paroquial: a Caritas, Conferncia de S. Vicente de Paulo ou outros grupos ou associaes scio-caritativas. Apresenta-a, rapidamente, s crianas, agradecendo-lhe desde j a sua colaborao nesta catequese. A prpria pessoa dir: O grupo/ associao em que colabora. O que fazem, procurando concretizar ao mximo e podendo contar um caso ou outro da ajuda, que pode no ser apenas material. De preferncia, que envolva crianas. Pode usar imagens documentativas das actividades ou outros materiais. D oportunidade s crianas de fazerem as suas perguntas. Procure que tudo no dure mais de 10 minutos. No final o catequista orienta a reflexo para o seguinte: Esto contentes com o que o Sr./Sra. (N) faz? Se fosseis vs que tivsseis necessidade, no gostareis que algum vos ajudasse? E vs? No estareis tambm dispostos a ajudar, a mostrar o vosso carinho e amor para com os necessitados? Ento eu proponho que faam o seguinte: numa cartolina que eu vou distribuir, vo escrever, numa palavra, aquilo que mais gostaram de ouvir do que disse o Sr./Sra. (N). Depois escrevam o vosso nome. No final dos trabalhos das crianas e depois de recolhidas as cartolinas, o catequista continua: O que iremos fazer com as nossas cartolinas? No digo, para j. Vo ficar aqui junto da Bblia, guardadas para uma surpresa, que vai ser sugerida por Jesus. 66

II. PALAVRA 1. Ser que Jesus tem hoje alguma coisa para nos dizer acerca do que devemos fazer para mostrar a nossa amizade para com os outros? Tem. E muito importante. uma coisa que todos os amigos dEle devem fazer. Eu vou contar: Um dia, ia Jesus com os seus maiores amigos de ento, os seus discpulos. Eram pessoas que O seguiam para onde Ele fosse. Claro que gostavam muito de Jesus, como ns, e queriam aprender dEle, para fazer como Ele fazia. S que s vezes no sabiam e at faziam o contrrio do que Ele fazia. Ainda hoje h pessoas assim, entre os amigos de Jesus. Certamente, que vs no quereis ser dessas pessoas. E o que que esses amigos de Jesus estavam a fazer? Estavam a discutir qual deles era o mais importante. Cada um queria ser mais importante do que o outro. No seria nenhum mal, se, com esse desejo de ser grande e importante no desprezassem os outros. Queriam ser mais do que os outros, mas desprezando-os. Ento Jesus, ao aperceber-se do que estavam a discutir os seus discpulos, parou, sentou-se juntamente com eles e, depois de lhes dizer que no assim que eles se tornam importantes e grandes, que fez Ele? 2. O catequista interrompe o relato e, em silncio, afixa no stio do corao da imagem de Jesus, no placar, uma fotografia ou imagem de um beb, de idade at ao mximo 2 anos. Deixa que as crianas contemplem e, em seguida continua: J viram que se trata de um beb. At podia ser cada um de ns, quando ramos pequeninos. E porqu aquele beb ali? Por causa do que Jesus fez e mostrou aos Seus amigos e nos quer mostrar a ns. Imaginem: Pegou numa criana pequenina, como aquela, p-la ao colo, assim bem perto do corao, depois colocou-se, com a criana ao colo, no meio dos seus discpulos e disse-lhes: esperem um bocadinho, at eu ler o que disse Jesus. Antes disso, vamos dizer a Jesus que estamos dispostos a escutar o que Ele tem para dizer. O catequista acende os castiais, pega na Bblia, abre-a em Mc 9, 36-37. Pode convidar duas crianas a lade-lo com os castiais e depois convida todos a cantar: Fala, Senhor (s o refro, repetido). Depois l, conforme se fez na catequese anterior: Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Marcos:

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Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, Jesus tomou um menino, colocou-o no meio dos discpulos, abraou-o e disse: Quem receber um destes meninos em meu nome a mim que recebe; e quem me recebe, no me recebe a mim, mas quele que me enviou. Palavra da salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 3. Depois da Bblia na estante ou almofada e os castiais no seu lugar, o catequista afixa por cima da imagem de Jesus o dstico: Amar. Depois de deixar contemplar, comenta: Amar foi o que Jesus fez e mandou fazer aos discpulos. Amar a quem? Exacto: uma criancinha. E porqu? Porque um beb precisa de mais amor. to pequenino. Se ningum lhe der comida e bebida, o vestir, o lavar e outras coisas, e o acarinhar, no consegue viver. Algum de vs tem assim um beb l em casa? S que este beb representa muitas outras pessoas que passam por necessidades. Exemplificar, sobretudo com casos da 2 alternativa. Jesus gosta muito de todas essas pessoas, porque precisam mais. Jesus ama a todos, mas principalmente os mais necessitados. Ama tanto, tanto que disse uma coisa muito importante para ns. Ainda se lembram? Ento eu vou recordar: Quem receber um destes meninos em meu nome a mim que recebe. Quem recebe um beb, quem ajudar um velhinho, cuidar de um doente e de outras pessoas assim, est a faz-lo a Jesus. No h dvida de que Jesus era mesmo muito, muito amigo dessas pessoas. E, por isso, que Ele era admirado por todos, era importante, era o maior de todos. Portanto, no a desprezar os outros que os amigos de Jesus se tornam grandes. Mas a am-los. (Apontar o placar). 4. Para no nos esquecermos disto, querem aprender um cntico em que dizemos as palavras de Jesus? assim:

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O que fizerdes aos outros. O catequista ensaia o refro at as crianas o saberem. Depois continua: 5. Mas no s a Jesus que ns agradecemos quando fazemos bem aos outros. H uma outra pessoa que ns recebemos quando recebemos os pequeninos e os necessitados. Quem ? Vejam l se se lembram?... Olhem para o placar: Quem disse aquelas palavras: Este o Meu Filho muito amado? Foi Deus. Pois bem, quem recebe Jesus, recebe Deus que O enviou a ns. Quem faz bem aos outros, sobretudo aos mais necessitados, a Deus que est a fazer o bem. Deus, Jesus e os outros a todos amamos. Esto a ver como importante amar, sobretudo quem mais precisa? Como devemos fazer para isso? III. EXPRESSO DE F 1. Eu tenho uma ideia. Esto a ver aqui as cartolinas que vs escrevestes? (O catequista refere-se a elas, conforme a alternativa seguida na experincia humana): 1 Alternativa

Vou distribuir por vs os coraes em que escrevestes aquilo que desejais que vos faam, para mostrar a amizade, o carinho para convosco. Mas vou dar a cartolina a um outro colega. E o que faz esse colega? Que vos parece?... Vai fazer aquilo que l est escrito. Mas com muito respeito e amizade, pensando no que Jesus nos disse: Amar! Para que isso acontea, antes de comearmos, proponho que cantemos o cntico que aprendemos. De acordo? O que fizerdes aos outros (1 estrofe e refro) De seguida, chama uma criana de cada vez, entrega-lhe a cartolina de uma outra criana, pede que a leia para si e, sem dizer nada, v fazer a esse colega aquilo que ele pede na cartolina para lhe fazerem como sinal de amizade. Se houver desejos que, por qualquer razo, sejam irrealizveis, pede-se s crianas que os substituam por um outro gesto que exprima essa amizade. Pelo meio e para manter a seriedade e o sentido cristo dos gestos, pode cantar-se, de vez em quando, o refro do cntico: O que fizerdes aos outros 69

2 Alternativa

Eu vou distribuir por vs as cartolinas onde escrevestes o que mais vos agradou de tudo aquilo que nos disse o Sr. (N) ou Sra. (N). Mas a cartolina que vo receber ser a que foi escrita por outro colega. Porqu?... Para pensardes tambm nesse colega e contribuirdes para que se realize aquilo que ele l escreveu. Assim estais a receber ao mesmo tempo duas pessoas: aquelas a que se refere a cartolina do colega e a ele prprio. E dois a colaborar no mesmo, mais fcil de alcanar. Quando se trata de amor, sobretudo os mais necessitados, devamos estar todos prontos a colaborar. Mas, antes de fazermos isso, vamos lembrar-nos do que Jesus nos disse. Sim: Ele que nos mandou amar. E o que fazemos aos outros a Ele que o fazemos e a Deus seu Pai. Ento cantemos o cntico: O que fizerdes aos outros (refro e 1 estrofe). O catequista distribui como na 1 alternativa: cada criana ao receber a cartolina, volta-se para as outras, l o contedo e o nome do colega. Pelo meio, vo cantando o refro do mesmo cntico. 2. Sabem o que eu estou a ver? J estamos todos maiores. Crescemos mais um pouco, porque fizemos j o que Jesus nos disse para fazermos, se queremos ser grandes, maiores. No esto contentes tambm? Ento vamos agradecer a Jesus o que Ele nos disse e a coragem que nos deu para o fazermos. De p () cantemos-lhe o nosso obrigado, com o cntico: Obrigado Jesus, porque s meu amigo Depois de cantarem uma vez: E agora agradeamos tambm a Deus seu Pai e ao Esprito Santo: Glria ao Pai, ao Filho e ao Esprito Santo, Como era no princpio, agora e sempre. Amen. Concluir a orao, com o refro: Obrigado Jesus, porque s meu amigo

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3. Podem sentar-se. S falta uma coisa: que vamos fazer s cartolinas que cada um recebeu?... Tenho uma proposta: Cada um leva para casa a que lhe calhou, para se lembrar mais vezes do colega que a escreveu e ainda para uma outra coisa. esta: cada um de vs conhece ou vai procurar conhecer uma pessoa que seja diferente de vs: uma pessoa que seja de outro pas, de outra lngua ou de outra religio. Ou ento que seja de outra idade: por exemplo um velhinho. Ou que no tenha sade, como ns temos. So pessoas que ns no podemos desprezar. Se puderem encontrar-se com elas, ainda melhor. Podem informar-se como a vida delas ou do seu pas, no caso de ser um estrangeiro. Depois escrevam o nome dessa pessoa e outras coisas sobre ela no outro lado da cartolina. E vo traz-la assim, escrita dos dois lados, para o prximo encontro. Vejam l se ningum se esquece de trazer a cartolina bem cheia. Podemos contar convosco? Pode terminar-se o encontro com o cntico: O que fizerdes aos outros (refro e 2 estrofe).

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CATEQUESE 5

COM JESUS APRENDO A RESPEITAR


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. preciso respeitar E no apenas tolerar. Infelizmente e com muita frequncia fica-se por a, quando se trata das diferenas que nos distinguem, a nvel de raas, lnguas e cores, de crenas e religies, de idades, mentalidades e convices. Habitualmente, fala-se apenas de tolerncia. Mas pouco! No basta suportar os outros na sua identidade. A tolerncia permite, quando muito, e melhor do que nada, a coexistncia... mas apenas em vidas paralelas, e ainda no integradas naquela conjugao social de vida que o segredo do progresso, da vitalidade de toda a sociedade organizada. As diferenas so um bem para o indivduo e para a sociedade. Ao vir ao mundo, o homem no dispe de tudo o que necessrio para o desenvolvimento da sua vida corporal e espiritual. Precisa dos outros. H diferenas relacionadas com a idade, as capacidades fsicas, as aptides intelectuais e morais, os intercmbios de que cada um pode beneficiar, a distribuio das riquezas. Os talentos no so distribudos por igual. Estas diferenas fazem parte do plano de Deus que quer que cada um receba de outrem aquilo de que precisa e que os que dispem de talentos particulares comuniquem os seus benefcios aos que deles precisem. As diferenas estimulam e muitas vezes obrigam a pessoa magnanimidade, benevolncia e partilha; e incitam as culturas a enriquecerem-se umas s outras. (CIC 1936-1937). Um bem, portanto, mas que exige, antes de mais, o respeito por essa diferena: conforme indica a prpria etimologia da palavra, exige que o outro seja olhado (do latim spectatus) mais e mais, to longa e repetidamente, que esse olhar leve ao acolhimento e aproveitamento das diferenas e, consequentemente, sua promoo. S assim as diferenas se tornam complementares na construo da vida, do bem, do progresso, to fundamentais para a existncia humana. Nesse sentido, o respeito uma atitude sagrada: uma virtude que assenta em Deus, que nos fez diferentes e, pelas diferenas, nos desafia ao amor. O respeito 73

constitutivo daquele amor em que o outro tratado e acolhido, como ... para ser mais. Porque ser que nem os discpulos de Jesus, segundo Mc 9, 38-41, se apercebem disso? 2. Dar-se ao respeito De facto, um dos Doze, Joo, disse a Jesus: Mestre, vimos algum expulsar demnios em teu nome, algum que no nos segue, e quisemos impedi-lo, porque no nos segue (v. 38). Neste caso, a diferena estava apenas na confisso crist, e no j na religio. Se a pessoa em questo expulsava demnios em nome de Jesus, era porque, no mnimo, acreditava nEle, no seu poder libertador e salvfico. Diferenas que se acentuaram ao longo da histria do cristianismo e tiveram os seus momentos mais dramticos e vergonhosos nos cismas das Igrejas ortodoxas orientais, no sc. XI, e das Igrejas reformadas nos sculos XVI. Seguiram-se, nos dois casos, tempos de turbulncia em que aumentaram as diferenas, se acentuaram as separaes, nalguns casos com lutas verdadeiramente fratricidas. Sim, porque os que se excluam e at se odiavam eram e so filhos do mesmo Pai que est nos Cus, a quem invocavam como tal, fundados no reconhecimento e adeso de f a Seu Filho Jesus Cristo. Como foi possvel chegarem to longe? Independentemente de circunstncias histricas, nomeadamente no campo poltico, h no fundo uma razo que tem a ver com a pessoa humana: aquela que est em jogo na cena imediatamente precedente, em que os discpulos discutiam e, pelos vistos, lutavam com todos os meios para serem os maiores... custa dos menores. Queriam ser os maiores, fazendo dos outros os menores, se possvel, to menores, que desaparecessem, deixassem de se ver... de se respeitar. Ora quem no respeita, cria condies para no ser respeitado. No fundo o prprio que impede que os outros o respeitem, porque lhes no permite que eles o olhem tal qual ... at com as suas fraquezas e pecados. A resposta de Jesus impressiona, antes de mais, pela sua vastido de horizontes: No o impeais, porque no h ningum que faa um milagre em meu nome e v logo dizer mal de mim. Quem no contra ns por ns (v. 39-40). Jesus, como fundamento e elo de unio entre todos os que agem em seu nome, sejam de que confisso forem, at dos que, voluntariamente ou no, o desconhecem, mas fazem o bem no diz: Quem no por ns, contra ns, o que seria muito mais redutor. Mas no. Todos os que, mesmo sem o saberem, se entregam s causas do Reino de Deus, nomeadamente no campo social da vida humana, esto de facto com Jesus e os seus. E se, de facto, se consideram seus discpulos, cristos como ns, ento muito mais... Porqu?

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3. Para ser respeitado Sim, muito mais facilmente respeitado aquele que, pelo bem que faz, pelo respeito como olha e trata os outros, se d ao respeito. Cria-se entre ele e os outros uma espiral virtuosa que, tantas vezes, comea num simples copo de gua: Sim, seja quem for que vos der um copo de gua por serdes de Cristo, em verdade vos digo que no perder a sua recompensa (v. 41). De facto, a recompensa acaba tantas vezes na adeso livre e convicta quele a quem se comeou por dar um copo de gua, em gratido pelo respeito com que, em qualquer altura e circunstncias, foi tratado por ele. Ou melhor: acaba na adeso a Cristo que efectivamente quem actua, por vezes de modo bem milagroso, naqueles que usufruem do Seu amor e, conquistados por Ele, se entregam prtica do bem, como prprio de quem ama. E um bem sem olhar a quem, como sempre faz quem a todos respeita, com e como Jesus. E quando isto acontece, quando o amor cria mais amor e conquista mais gente para a sua prtica, ento temos aquilo sem o qual no h sociedade que sobreviva: a paz, s possvel no respeito mtuo que, por sua vez, expresso imprescindvel da caridade... aquela com que somos amados por Deus, em Cristo. Felizes os catequistas, pela oportunidade nica que tm, todas as semanas e em cada dia da semana, de respeitar, de se darem ao respeito e criarem respeito: em primeiro lugar com as crianas a crescer para a vida, pelo respeito que experimentam e praticam, depois com os colegas que exercem o mesmo carisma na catequese; e ainda com os pais e outros educadores das crianas. So felizes, pelo contributo que do para a vida que, assim, vai muito mais alm da sua prpria vida. Vejam o que aconteceu, ou melhor, acontece ainda com Cristo: o homem ainda hoje mais respeitado em todo o mundo. E com toda a razo. OBJECTIVOS Tomar conscincia das diferenas entre as pessoas; Descobrir o respeito como forma e expresso do amor; Unir-se a Cristo no respeito para com todos. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Nesta catequese aprofundado e concretizado o tema da anterior: quem ama respeita, e sem respeito no h amor. Tudo na perspectiva da formao da conscincia moral das crianas, iluminada pela adeso da f a Cristo. 2. O tema do respeito , mais do que nunca, indispensvel. Por um lado, as crianas tm hoje muito mais contacto com as pessoas de outras raas, lnguas e religies, nomeadamente na escola, sobretudo em centros urbanos. Por outro, nem sempre fcil a integrao de todos. Em muitos lugares, nasce da um clima de violncia, com efeitos muito negativos para todos. Portanto, se, por um lado, fcil despertar e 75

sensibilizar as crianas para o tema, por outro, fundamental oferecer-lhes motivaes para porem em prtica o que, infelizmente, no se verifica em todos os lugares. 3. Como em todas as catequeses, o fundamento da prtica do respeito, Cristo. Da a importncia dada sua Palavra e resposta de f. Que esta seja feita em ordem e seriedade... na firme esperana de que a criana, assim, ir dar um testemunho prtico da mensagem escutada. MATERIAIS Figura de Cristo em silhueta (catequeses anteriores); Dsticos: Este o meu Filho muito amado; Escutai-o; Amar (catequeses anteriores); Dstico: Respeitar; Cartolinas com o nome das crianas (catequeses anteriores); Cartolinas em forma de corao que as crianas levaram para casa (catequese anterior); Mais algumas cartolinas idnticas (para o caso de algumas crianas se esquecerem de as trazer); Bblia e dois castiais. MSICAS O que fizerdes aos outros; Fala, Senhor; Senhor, para ti o meu corao.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: como nas catequeses anteriores, a figura de Jesus, em silhueta, envolvida pelos dsticos: Este o Meu Filho muito amado e Escutai-O. Em volta da imagem, as cartolinas com os nomes das crianas e do(s) catequista(s). Por cima da imagem de Jesus, ao nvel dos braos, o dstico da catequese anterior Amar. Na mesa: a Bblia rodeada de dois castiais apagados. I. EXPERINCIA HUMANA 1. O catequista informa-se, da parte das crianas, da realizao da actividade proposta no final da catequese anterior: escrever no verso da cartolina em forma de corao, o

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nome e outras referncias de uma pessoa diferente delas, pela raa, pas ou lngua, pela religio ou pela convico social, idade, etc.. Se no forem muitas as crianas, deixe que todas se pronunciem, procurando em que digam alguma coisa sobre essas pessoas e qual a relao que tm com elas. No final agradece s crianas o seu trabalho e colaborao e conclui: 2. Tantas pessoas diferentes de cada um de ns (pode recordar algumas dessas diferenas). E como que nos devemos comportar com essas pessoas? No digam. Ou melhor, vo dizer de um modo especial. Querem ver qual ? 1 Alternativa

O catequista chama uma das crianas, que pode ser mesmo uma das que no realizaram a tarefa pedida ou no se pronunciaram, para que v para junto de si, trazendo a cartolina que recebeu na catequese anterior. Uma vez junto de si, pedelhe que chame pelo colega cujo nome est escrito na cartolina. Depois pergunta aos dois que relao tm um com o outro: quando se conheceram, se andam na mesma escola... at pergunta final: se so amigos um do outro; na esperana de que respondam sim, dir o seguinte, mesmo que a amizade no seja grande: Como que sois amigos um do outro se sois to diferentes? O catequista concretiza essas diferenas, desde o nvel fsico, dos gostos, das ocupaes, da famlia, etc., podendo fazer perguntas aos dois nesse sentido. No final conclui, conforme se sugere, depois da: 2 Alternativa

O catequista prope s crianas que cada uma pense na pessoa de quem mais gosta. Depois pergunta quem o quer dizer aos outros. Chama uma dessas crianas para junto de si e informa-se sobre a pessoa de quem a criana mais amiga, explorando as diferenas entre elas, a diversos nveis: fsico, idade, ocupaes, etc.. Perguntalhe, no final, como que ela consegue ser amiga de uma pessoa que to diferente. No fim conclui: 3. Para as duas alternativas: Afinal as diferenas entre ns no impedem que sejamos amigos uns dos outros. Pelo contrrio, bom e at necessrio que no sejamos todos iguais; seno, 77

confundamo-nos todos uns com os outros e ningum se conhecia. s vezes at uma dificuldade quando estamos juntos de gmeos siameses. Ficamos sem saber de quem se trata exactamente. Agora pensemos naquelas pessoas cujos nomes escreveram na cartolina. So pessoas, algumas mesmo muito diferentes (pode exemplificar com algumas dessas diferenas). Vamos, por isso, desprezar essa pessoa? Mas nem toda a gente faz isso. Lembramse de alguns casos em que essas pessoas so desprezadas? Nem vos pergunto se as pessoas que desprezam os outros, por serem diferentes, fazem bem. Sei que me vo dizer que no. Mas acham que fcil? Mesmo quando se v que no bom desprezar, h pessoas, como vimos, que o fazem. Que nos dir Jesus? II. PALAVRA 1. Antes de ouvirmos o que Ele tem para nos dizer sobre isto, recordemos o que nos disse na ltima catequese. Para nos lembrarmos melhor, cantemos o cntico em que esto resumidas as suas palavras: O que fizerdes aos outros (refro). Agora, quem se lembra por que razo que Jesus nos disse estas palavras? O catequista ajuda as crianas a reconstrurem a cena de Mc 9, 33-37. No final, podem cantar o mesmo cntico, com a 3. estrofe. Neste caso conclui: Ouviram bem o que cantmos? Quem ama os outros at capaz de voar. Tem de ir mais depressa ao encontro deles. Para ela fazer qu? 2. Querem ouvir o que aconteceu, depois de Jesus dizer aquelas palavras aos discpulos que estavam a discutir sobre quem era o maior e at a zangar-se por causa disso? Ento eu vou contar: Um dos seus discpulos, que se chamava Joo, ao ouvir aquelas palavras de Jesus sobre a amizade para com os mais pequeninos e mais necessitados, ficou a pensar numa coisa que ele, juntamente com os outros, tinha feito. L lhe parecia que aquilo que tinham feito no tinha sido muito bom. E o que foi? Disse ele a Jesus que tinham visto outra pessoa a fazer bem em nome de Jesus e que lho proibiram. Mas proibiram porqu? Simplesmente porque se tratava de uma pessoa que no fazia parte do grupo dos amigos de Jesus: no o seguia, no o 78

escutava. Mas, por qualquer razo, servia-se do nome de Jesus para fazer bem aos outros. Hoje seria como outra pessoa que no faz parte da nossa religio, no vem nossa Igreja, no reza connosco. (Se tiver sido apresentado algum caso destes, mencion-lo). Imaginem: proibir de fazer o bem, em nome de Jesus, s por no ser do mesmo grupo. Estavam mesmo a desprez-lo. Agora, certamente, querem saber o que respondeu Jesus. O que Ele disse ento tambm para ns. Por isso, antes dele nos falar, vamos dizer-lhe que o queremos escutar. Est bem? Ento ponham-se de p, para lhe cantarmos o cntico: Fala, Senhor (refro). O catequista abre a Bblia em Mc 7, 39-41 e, de Bblia levantada e ladeado de duas crianas com os castiais acesos, depois do cntico, l: Catequista - Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Marcos: Crianas Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos: No o impeais, porque no h ningum que faa um milagre em meu nome e v logo dizer mal de mim. Quem no contra ns por ns. Sim, seja quem for que vos der a beber um copo de gua por serdes de Cristo, em verdade vos digo que no perder a sua recompensa. Palavra da Salvao. Crianas Glria a vs, Senhor 3. Podem sentar-se. (Depois dos castiais e da Bblia no seu lugar): No o impeais. Foi o que disse Jesus relativamente a quem faz o bem, em nome dEle. Mesmo que no pertena ao grupo dos amigos dEle, se est a fazer bem, a fazer milagres em nome dEle, certamente no vai depois dizer mal de Jesus. E depois disse umas palavras que valem para todas as pessoas que so diferentes de ns. Ou melhor, sobre o modo como devemos tratar essas pessoas. Lembram-se o que foi? 79

Quem no contra ns por ns. Isto , ser diferente no significa que seja contra mim. J vimos que at bom ser diferente. Mas, mesmo os que no so amigos? Vamos desprez-los? Claro que no. III. EXPRESSO DE F 1. Vamos antes (Em silncio, o catequista afixa no placar, por debaixo do dstico Amar, o dstico Respeitar). Querem ler comigo? O que Jesus nos manda Respeitar. E agora respondam-me: O que vamos fazer a uma pessoa de outra religio? Todos: Respeitar. O que vamos fazer a uma pessoa de outra cor? Todos: Respeitar. O que vamos fazer a uma pessoa de outro pas? Todos: Respeitar. O que vamos fazer a um velhinho? Todos: Respeitar Podem juntar-se outros casos e situaes apontados antes. 2. Muito bem. Esto a ver que respeitar est por baixo de amar? Quem ama respeita. E quem respeita os outros, como eles so, j est a am-los. Portanto, se os respeitamos j os temos no corao. Querem mostrar a Jesus que tm mesmo no corao todas as pessoas diferentes de vs? Ento, eu proponho-vos o seguinte: cada um de vs vai oferecer a Jesus a cartolina em forma de corao que tem na sua mo, onde esto escritos os nomes das outras duas pessoas e vm aqui frente com ela na palma da mo. (O catequista mostra, com uma cartolina na mo aberta, em sinal de oferta). Quando chegar aqui l o nome das duas pessoas, e acrescenta o meu corao. Assim: Por (N) e (N) o meu corao. Mas antes de comearmos, vamos todos oferecer o nosso corao a Jesus com o cntico: Senhor, para ti o meu corao (refro, 2 vezes).

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O catequista organiza o cortejo. Se as crianas tiverem dificuldades em ler os nomes, ajuda-as. Os coraes so colocados junto da Bblia. Pelo meio podem, de vez em quando, cantar o refro do cntico: Senhor, para ti o meu corao. 3. Que lindo. Sabem quantos coraes esto juntos de Jesus? Ora contem l So trs vezes, tantos quantos os que estamos aqui. Sim, porque o nosso corao, com o nosso nome j l estava desde o primeiro dia de catequese. Agora acabamos de apresentar os coraes com mais dois nomes, um de cada lado. Todos juntos do Senhor. No acham lindo? Ento manifestemos a nossa alegria, cantando o cntico: O que fizerdes aos outros (refro e 4. estrofe). Repararam bem no que acabmos de cantar? Amarmos os outros como quem faz Da Terra dos homens A Terra da Paz. o que acontece quando todos se respeitam uns aos outros. No foi isto que Jesus nos disse? Ele at apresentou um exemplo o do copo de gua. Lembram-se? Quem vos der de beber um copo de gua por serdes de Cristo, em verdade vos digo que no perder a sua recompensa. O que que Ele querer dizer com isto? Se ns, por sermos seus amigos, respeitarmos os outros, tambm os outros tm muito mais razo para nos respeitar. E podem manifestar esse respeito nem que seja por um simples copo de gua. Isto , o respeito que faz com que os outros, diferentes de ns, nos respeitem tambm. E quando todos se respeitam, h paz. 4. Ento, vamos fazer isso. Para no nos esquecermos, proponho que cada um de vs leve para casa um dos cartes que acabmos de oferecer a Jesus. Agora Ele que no-lo d, para que, onde quer que estejamos, respeitemos a todos, a comear pelas duas pessoas cujos nomes esto escritos nos coraes: um o do vosso colega e amigo e o outro de outra pessoa, mais diferente de vs. O Catequista vai distribuindo as cartolinas, medida que as crianas vo saindo, podendo ter para com elas um gesto e/ou uma palavra de apreo e respeito.

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CATEQUESE 6

COM JESUS QUERO DIZER A VERDADE


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Que a verdade? uma pergunta clebre. Foi feita por Pilatos durante o julgamento a que foi sujeito Jesus e em que lhe foi ditada a sentena de morte (cf Jo 18, 38). Mas clebre, porque de todos os tempos. Sinal de que no h uma resposta uniforme, que satisfaa a todos. Talvez porque no fcil realizar aquilo que nela est em causa. No caso de Pilatos isso mais do que evidente. Por isso, e como resposta, talvez seja mais fcil e esclarecedor perguntar: onde est a verdade? Onde e quando posta em prtica ou, ao contrrio, rejeitada por comportamentos que a contradizem ou distorcem? De entre as muitas ofensas verdade, o Catecismo da Igreja Catlica aponta-nos as seguintes: O falso testemunho e o perjrio, Uma afirmao contrria verdade feita publicamente (): perante um tribunal, um falso testemunho; quando mantida sob juramento, um perjrio. Estes modos de agir contribuem quer para condenar um inocente, quer para absolver um culpado ou aumentar a pena em que tiver incorrido o acusado (n. 2476). O juzo temerrio, em que se admite como verdadeiro, sem prova suficiente, um defeito moral do prximo (n. 2477). A maledicncia, em que algum, sem motivo objectivamente vlido, revela defeitos ou faltas de outrem a pessoas que os ignoram (ibidem). A calnia, em que algum, por afirmaes contrrias verdade, prejudica a reputao do outro e d ocasio a falsos juzos a seu respeito (ibidem). A lisonja, adulao ou complacncia, feita para estimular ou confirmar outrem na malcia dos seus actos e na perversidade da sua conduta (n. 2480). A jactncia ou vanglria (n. 2481). Ou simplesmente a mentira que consiste em dizer o que falso com inteno de enganar (n. 2482). 83

Como facilmente se v, em tudo isto, minada e destruda a relao com os outros. Nalguns casos com efeitos que podem levar perda da vida. Veja-se o que aconteceu com Jesus: foi sacrificado ao medo de Pilatos de deixar de ser amigo de Csar (Jo 19, 12), de perder o lugar que ocupava, escravo do poder exercido exclusivamente em proveito prprio. Rejeitou, por isso, a verdade, ou melhor, Aquele que por excelncia a verdade e o manifestou de modo especial quando foi vtima da mentira. Foi especialmente ento que Jesus demonstrou ser o que proclamava antes da pergunta de Pilatos: Para isto nasci, para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que vive da verdade escuta a minha voz (Jo 18, 37). Ele d testemunho daquilo que conhece, daquilo que Ele prprio : 2. O Caminho, a Verdade e a Vida assim que Ele responde a Tom, desejoso de saber o caminho por que iria seguir Jesus, aps a ltima Ceia, a refeio de despedida: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ningum pode ir at ao Pai seno por mim (Jo 14, 6). O caminho o que leva ao Pai, o autor e a fonte da vida. Um caminho da verdade, percorrido na verdade. Em que sentido? As palavras de Jesus so pronunciadas na sequncia do gesto de todo inesperado com que abre a ltima Ceia: a lavagem dos ps aos seus discpulos (Jo 13, 3-5). Um gesto de escravo, um gesto de quem se faz propriedade dos outros, rebaixando-se a eles, s suas necessidades, sua vida. Um gesto de amor: Ele que amava os seus que estavam no mundo, amou-os at ao fim (Jo 13, 1). Um preldio e prenncio do amor manifestado na cruz, em que se despojou de tudo, por aqueles pelos quais deu a vida. Foi ento que Ele consumou a obra de entrega total ao Deus vivo e verdadeiro (Jo 19, 28. 30). Verdadeiro, porque tanto amou o mundo que lhe deu o seu Filho Unignito (Jo 3, 16). A verdade filha do amor. Quem ama diz e faz a verdade, porque para ele o outro tudo. E quem assim, movido pelo amor e o respeito pela vida do outro, vive na verdade, est no caminho de conquistar o outro para o mesmo amor e a mesma verdade que lhe transmitida e com que tratado. Por isso, o mesmo Cristo que, pelo amor, transforma a mentira de que foi vtima na maior manifestao da verdade, aquela que conduz a uma vida ilimitada, a vida de amor pleno que s Deus tem, esse mesmo Cristo nos diz: 3. A verdade vos far livres Dito de modo completo: Se permanecerdes fiis minha mensagem, sereis verdadeiramente meus discpulos, conhecereis a verdade e a verdade vos far livres (Jo 8, 31). A Sua mensagem a que est reunida no mandamento do amor, aquele que Ele mesmo viveu at ao extremo e nos deixou como identificativo dos seus discpulos. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros; na medida

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em que Eu vos amei, amai-vos uns aos outros. Por isto que todos conhecero que sois meus discpulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 13, 34s). a verdade, filha predilecta deste amor, que nos liberta do egosmo, do comodismo e at das nossas incapacidades para dizer e realizar tudo o que destrutivo da vida dos outros. O discpulo de Cristo aceita viver na verdade, isto , na simplicidade de uma vida conforme ao exemplo do Senhor e permanecendo na sua verdade. Se dizemos que estamos em comunho com Ele e andamos nas trevas, mentimos, no praticamos a verdade (1Jo 1, 6) (CIC 2470). De facto, quem vive em comunho com Cristo, tudo faz para realizar o que Paulo diz queles que, pelo Baptismo despiram o homem velho dominado pelo pecado: despivos da mentira e diga cada um a verdade ao seu prximo, pois somos membros uns dos outros (Ef 4, 25). O catequista, como membro do Corpo de Cristo a que pertencem os catequizandos que lhe so confiados, o agente principal desta verdade, que transmite, na medida em que dela e para ela viva. E que feliz ser, se os catequizandos, por meio dele, se deixarem conquistar para a mesma verdade para Cristo! OBJECTIVOS Constatar que dizer a verdade nos faz felizes; Descobrir em Jesus a fonte da verdade, com base no amor e no respeito; Comprometer-se a dizer sempre a verdade. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Todas as crianas, num determinado perodo do seu crescimento, tm tendncia para mentir. Podem ser vrias as razes que a levam a isso: Imaginao ou incapacidade de distinguir entre o real e o fantstico; Imitao do que vem fazer aos adultos; Medo do castigo, que tira a coragem de confessar verdades difceis; Complexo de inferioridade que leva a criar realidades imaginveis que gostaria de viver; Inteno de enganar os outros. Porm, em si mesma, a criana clara e tem o desejo da verdade. simples, sincera, espontnea e transparente nos seus sentimentos. 2. Por tudo isto, deve ser rodeada de um clima de abertura, sinceridade, confiana e alegria, que lhe permita um crescimento harmonioso e apresentar-lhe a verdade como um valor fundamental que a leva a viver de bem consigo e com os outros. 3. Mas se a verdade , de facto, um valor fundamental, no menos importante a sua fundamentao. Evite-se que seja o medo e a vergonha de ser descoberto a mentir, a razo de dizer a verdade. Neste caso, a criana (e o adulto) continuaria fechado em 85

si mesmo, entregue ao egosmo e, na prtica, vtima da mentira. S uma verdade baseada na caridade e no respeito pelos outros verdadeiramente crist e pode levar a uma vida realmente feliz. Nesta perspectiva, imprescindvel a sua relao de f com Cristo, a verdade por excelncia. MATERIAIS Figura de Cristo em silhueta (catequeses anteriores); Cartolinas com os nomes das crianas e do catequista (catequeses anteriores); Dsticos: Este o meu Filho muito amado, Escutai-o, Amar, Respeitar (catequeses anteriores); Dstico: Verdade Bblia; Velas e dois castiais. MSICAS Fala, Senhor; Quero dizer a verdade; O que fizerdes aos outros.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: a mesma figura de Jesus em silhueta das catequeses anteriores, rodeada dos dsticos: Este o meu Filho muito amado e Escutai-o e ainda dos dsticos Amar e Respeitar, nos mesmos lugares das duas catequeses anteriores: Amar na altura dos braos e Respeitar por baixo do anterior. No devem figurar no placar as cartolinas com os nomes das crianas que vinham figurando desde a 1. catequese. O catequista guarda-os fora da vista das crianas. Na mesa: a Bblia, rodeada de um ou dois castiais apagados. I. EXPERINCIA HUMANA 1. J repararam que falta no placar alguma coisa muito importante? O que ser? () isso: as cartolinas com os vossos nomes em volta de Jesus. O que que lhes ter acontecido? Ser que algum os roubou? E quem que os roubou? Digam-me: parece-vos que estou a dizer a verdade ou a mentir? Estava a mentir. Mas parece-me que alguns de vs no estavam a pensar que eu estivesse a mentir. Quer dizer que, para vs, eu, habitualmente, no minto, no devo mentir. Se pensam isso, esto a pensar bem. As cartolinas esto aqui (mostr-las).

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O que eu estava era a experimentar-vos. Sabem para qu? Para ver se vs tambm dizeis sempre a verdade. Ou haver aqui algum que no diga sempre a verdade? Deixar que as crianas se exprimam e, entretanto, ir provocando cada uma das que vai respondendo: E como que ns sabemos que tu no mentes? (ou, conforme o caso:) Que o que ests a dizer no uma mentira (mesmo que a resposta seja: s vezes minto). Como que a gente sabe se a pessoa est a mentir ou a dizer a verdade? Porque ser que as pessoas mentem? 1 Alternativa

2. Vou contar-vos uma histria. Sempre quero ver como que vs ides reagir. Para j, posso garantir-vos que uma histria verdadeira. At porque h muitas histrias semelhantes a esta e, possivelmente, histrias em que alguns de vs j estiveram metidos. Neste caso uma histria que vem nalguns livros. possvel que alguns de vs j a conheam. Se a conhecerem, no digam como ela termina. Posso contar convosco? Que no estais a mentir? Ento assim: Era uma vez um rapaz que se chamava Horcio e tinha j 14 anos. O Horcio era pastor e costumava guardar as ovelhas e as cabras na encosta do monte, junto aldeia onde vivia. No era mau rapaz, mas tinha o hbito de mentir. Imaginem do que ele se lembrou um dia. Querendo rir-se custa dos vizinhos, psse a gritar muito alto: A vem lobo! A vem lobo! Os camponeses, que o ouviram, comearam a aparecer de todos os lados. Procuravam, procuravam, mas nem rasto de lobos. Voltaram para o trabalho, talvez a pensar que o lobo, vista deles, tivesse fugido. E o Horcio? Esse estava escondido, a rir-se do engano dos camponeses. Na semana seguinte repetiu-se a cena. O Horcio ps-se de novo a gritar: A vem lobo, A vem lobo! E os camponeses apareceram, mas em nmero menor do que da primeira vez. E, vendo-se novamente enganados, foram-se embora, abanando a cabea em sinal de que no voltariam mais a deixar-se enganar. claro que a histria no acaba aqui. O pior est para vir. Mas sobre isso iremos falar depois. Antes vamos ver, independentemente do modo como a histria acaba, o que de facto o Horcio estava a fazer. Que ele no estava a proceder bem, suponho que todos esto de acordo comigo. Ou no?... E onde que est o mal das pessoas que mentem? Por que razes no se deve mentir?

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As crianas podem exprimir-se. possvel que alguma apresente como razo o medo de virem a ser descobertas. O catequista no comente para j. Mas se essa razo for apresentada, procurar rebat-la a seu tempo. 2 Alternativa

Vou contar-vos trs (ou duas se o tempo for escasso) histrias. possvel que alguns de vs, conheam casos semelhantes e at j tenham estado envolvidos neles. 1. Histria: A Ana, uma menina mais ou menos da vossa idade, foi caixa dos bolos que a me tinha guardado. Quando a me deu por ela claro que perguntou: Quem comeu os bolos? O que ter respondido a Ana?... Se fsseis vs no lugar da Ana, que respondereis? O catequista no comenta as respostas.

2. Histria: Na escola o professor ouviu o sinal de mensagem de um telemvel. Como sabem, severamente proibido levar telemveis ligados para a sala de aulas. Mas, como estava voltado para o quadro, no percebeu de que lado veio o sinal. E perguntou: Quem veio para aqui com o telemvel ligado? Era o Miguel. Que ter ele respondido? Se fsseis vs que fareis? (O catequista ouve, sem comentar). 3. Histria: A me da Mnica um dia foi ao minimercado fazer as suas compras. Quando pagou e estava a receber o troco reparou que a menina da caixa se tinha enganado e lhe estava a dar 8 euros a mais. O que ter feito a me da Mnica? Se fosseis vs que fareis? (Ouvir as crianas e depois comentar, adaptando-se s respostas que, provavelmente, iro todas na perspectiva da verdade): Muito bem. Para j no digo nem o que fez a Ana nem o Miguel e nem a me da Mnica. Mas gostei de ouvir as vossas respostas (pode exemplificar). Vejo que pelo menos sabeis que no bom mentir. Mas algumas pessoas e ns, por vezes, tambm mentimos. Porque ser? E agora o mais importante: Por que razo mau mentir? Deixar que se exprimam, sem comentar. Se for apresentada a razo do medo e vergonha de vir a ser descoberto, ter o maior cuidado de, a seu tempo, esclarecer que essa no deve ser a razo que leva a dizer a verdade.

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II. PALAVRA 1. Vamos ver o que nos diz Jesus. claro que Ele nunca mentia. Era impossvel. Mas porqu? Por que razes que no podia mentir; era incapaz de alguma vez no dizer a verdade. Querem ouvir? Ele disse-o em vrias alturas aos seus amigos, queles que o seguiam, como ns. Mas houve uma altura mais especial. Foi na ltima Ceia que teve com os seus amigos, antes de ser morto. Foi naquela refeio em que Ele lavou os ps aos discpulos. Lembram-se? (Deixar que se exprimam e reconstruir, com as crianas, a cena do lava-ps. Depois continuar): Pois bem, depois de Ele ter lavado os ps aos seus discpulos, para lhes mostrar que os amava muito, fez-lhes algumas recomendaes. Disse-lhes entre outras coisas, que iria, com a sua morte, por um outro caminho que no era como os caminhos aqui da terra. Os discpulos no estavam a perceber que caminho era. Por isso Tom, um dos discpulos, perguntou-lhe que caminho era esse? Querem saber o que respondeu Jesus? Ento ponham-se de p e dois de vs venham pegar nos castiais que eu vou acender. O catequista acende-os, abre a Bblia em Jo 14, 6, levanta-a e convida as crianas a cantar: Fala, Senhor (o refro) Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Joo: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, respondeu Jesus a Tom: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ningum pode ir ao Pai, seno por Mim. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor Depois de pousados a Bblia e os castiais e as crianas se sentarem: 2. Repararam bem no que Jesus disse a Tom e aos outros?... Disse: Eu sou. E depois juntou trs palavras: o Caminho, a Verdade e a Vida. Vamos pensar na palavra do meio. 89

O catequista afixa no placar, por debaixo do dstico Respeitar, o dstico Verdade. Depois continua: Jesus no s dizia a verdade, mas Ele diz-nos que a verdade. Quer dizer que, quem olhava para Ele via a verdade. Como que se pode entender isto?... Pelas outras duas palavras: caminho e vida. Com o caminho mostrava o modo como Ele vivia. Como ns que andamos e podemos andar por caminhos bons e maus. Maus so os caminhos da mentira, da falta de amor e de respeito (apontar os dsticos respectivos). Jesus amava e respeitava a todos. E porque amava e respeitava que Ele dizia sempre a verdade. De tal maneira que Ele a prpria Verdade. E o que que acontece com quem diz, faz e se comporta como Jesus, levado pelo amor e pelo respeito? Est na outra palavra Vida. Mas que vida ser essa? 3. Quem nos vai dizer um outro grande amigo de Jesus. Chamava-se Paulo. Este amigo de Jesus escreveu muitas coisas sobre Jesus. Querem ouvir o que ele escreveu para as pessoas que, desde o Baptismo, se tornam amigos de Jesus? No se esqueam que essas pessoas tambm somos ns. Ento ouam com ateno: O catequista abre a Bblia em Ef 4, 25 e l calmamente: Meus irmos despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu prximo, pois somos membros uns dos outros. O catequista repita, voltado para as crianas, as ltimas palavras: Somos membros uns dos outros. Sabem o que um membro? uma mo, um p, um olho, o nariz. So estes e outros os membros do nosso corpo. E todos so precisos. Sem mos, custa muito viver. E viver sem olhos?... Pois bem, S. Paulo diz aos cristos, amigos de Jesus que somos membros uns dos outros. Quer dizer que estamos todos ligados uns aos outros, mas ligados como? Olhemos outra vez para o placar e para as palavras que Jesus nos tem vindo a dizer. Podemos l-las todos ao mesmo tempo: Amar, Respeitar, Verdade. 90

Muito bem. Pois so estas palavras que nos ligam uns aos outros para, todos, ficarmos como que num corpo. Como quem nos diz estas palavras Jesus, ento Ele quem nos liga uns aos outros. E s ligados uns aos outros, podemos viver felizes. No ? E agora digam-me: podemos estar bem ligados uns aos outros a mentir? Que acontece quando as pessoas mentem? 4. Vamos voltar s histrias que interrompemos h pouco: 1 Alternativa

Vamos ver o que aconteceu com o Horcio, o pastor, que por duas vezes mentiu, gritando que vinha l o lobo e no vinha. Passado algum tempo, depois de mentir pela segunda vez, o Horcio l andava na encosta da serra a guardar as ovelhas e as cabras. De repente, um lobo enorme apareceu e lanou-se sobre o rebanho: O Horcio desesperado, ps-se a gritar: Acudam! Socorro! Lobo! Lobo! Pensam que algum fez caso dele? claro que no. Ningum acudiu. Ovelhas e cabras fugiram assustadas em direco aldeia. O Horcio de pau na mo bem lutou com o lobo, mas, apesar dos seus esforos, no conseguiu evitar que o lobo apanhasse um dos mais lindos cordeiros. Com a roupa rasgada e algumas feridas no corpo, o Horcio voltou para casa, cansado e triste. Contou aos camponeses o que lhe tinha acontecido e censurou-os por no o terem socorrido. Ento um deles disse-lhe: - Meu rapaz, ns bem ouvimos os teus gritos. Mas quis-nos parecer que era para te rires nossa custa, como das outras vezes. Lembra-te de que muito perigoso mentir, mesmo a brincar. Esto a ver o que acontece, quando se mente? Quem que ficou prejudicado com aquelas mentiras?... Sim, o primeiro foi o Horcio. Mas foi s ele?... claro que no. Os camponeses j tinham sido prejudicados: tiveram que interromper os seus trabalhos para ajudar o Horcio, e este era s para se rir deles. Esto a ver como que todos somos membros uns dos outros? Mas no atravs das mentiras. A mentira separa-nos uns dos outros. Quem mente no respeita nem ama os outros. Engana-os. E sem amor, respeito e verdade, as pessoas no podem viver e ser felizes. Agora j percebemos melhor por que razo Jesus dizia h pouco que o Caminho, a Verdade e a Vida. Porque Ele nos ama e respeita muito, ajuda-nos a fazer o mesmo. E quem faz como Ele, esse que vive, isto , est em unio com os outros. 91

2 Alternativa

Voltamos s trs histrias que interrompemos h pouco: 1. Histria: A Ana que tirou os bolos da caixa que a me tinha guardado. Quando a me perguntou quem tirou os bolos que fareis vs? (Deixar que respondam). 2. Histria: Quando o telemvel do Miguel deu um sinal de mensagem e o professor perguntou: Quem veio para aqui de telemvel ligado? Que fareis vs? (Deixar que respondam). 3. Histria: Quando a me da Mnica reparou que a menina do minimercado lhe dava 8 euros a mais, que fareis? (Deixar que respondam). Espera-se que as crianas respondam positivamente. Seno, o catequista adapta as palavras seguintes: De facto a Ana disse me que foi ela e pediu desculpa me. O mesmo fez o Miguel e prometeu nunca mais levar o telemvel ligado para a sala de aulas. E a me da Mnica devolveu os 8 euros que recebeu a mais. E vs, como dissestes, fareis o mesmo. Mas porqu? Olhemos outra vez para o placar e as palavras que Jesus nos tem dito. Podemos l-las, todos ao mesmo tempo: Amar, Respeitar, Verdade. Pois bem, acabamos todos de dizer por que razes devemos dizer sempre a verdade: porque amamos os outros e os respeitamos. o amor e o respeito que nos une uns aos outros para sermos como que um corpo cheio de vida. Se mentimos e enganamos os outros, estamos a prejudic-los, e assim no se pode viver. Isto , no podemos ter aquela vida que Jesus nos d, pelo caminho da verdade, do amor e do respeito, o caminho que leva ao Pai do Cu. Portanto, em unio com Ele que temos a verdadeira vida. Quem est em unio com Ele, est tambm em unio com os outros e assim feliz. III. EXPRESSO DE F 1. Falta dizer-vos porque que eu tirei do placar as cartolinas com os vossos nomes. Querem saber porqu? Queria saber se cada um de vs quer mesmo que o vosso nome esteja junto de Jesus. Neste caso, o nome representa cada um de ns. Digam-me, querem ou no o vosso nome junto de Jesus?

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Mas, para estarmos unidos a Jesus, temos de procurar fazer como Ele: amar, respeitar e dizer a verdade. Esto dispostos a isso? E esto bem dispostos. Porque, unidos a Jesus, estamos unidos uns aos outros. Ele que nos d coragem e fora para amarmos, respeitarmos os outros e dizer-lhes sempre a verdade. 2. Ento vamos fazer assim. Eu vou pegar em cada uma das cartolinas com os vossos nomes e vou chamar cada um de vs. Depois pergunto-lhe: Ests disposto a dizer a verdade, como Jesus fez e nos ensinou? Se esse menino ou menina disser que sim, ento volto colocar a cartolina com o nome dele junto figura de Jesus. Mas, antes disso, e para termos todos coragem de dizer a verdade, vamos primeiro prometer-lhe, cantando o cntico: Quero dizer a verdade O catequista ensaia o cntico, depois convida as crianas a porem-se de p e, com as mos levantadas, em gesto de orao e oferta, canta o refro do cntico por duas vezes. Depois, manda sentar as crianas e vai chamando uma por uma, que se levanta e responde pergunta do catequista: (N) ests disposto a dizer a verdade, como Jesus fez e nos ensinou? Pelo meio podem ir repetindo o cntico. Se forem muitas as crianas, podem ser chamadas, ao mesmo tempo, tantas quantos os catequistas, que assim colaboram tambm na afixao das cartolinas. No final, cada catequista faz tambm a sua promessa. 3. Muito bem. Outra vez todos em volta de Jesus, proponho que lembremos as palavras em que Ele nos falou do amor aos outros: O que fizerdes aos outros, ser a mim que o fazeis. De p, cantemos todos, mas agora de mos dadas, em sinal de unio que temos entre ns Cantemos ento: O que fizerdes aos outros (1. e 2. estrofe).

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CATEQUESE 7

OBEDEO COMO JESUS


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A obedincia vital to vital que com o seu dever que comea a segunda parte do Declogo, o conjunto de normas fundamentais, comuns a todas as sociedades organizadas e, portanto, com base na natureza humana. Sem a obedincia, nem o indivduo cresce e vive para a dignidade da pessoa humana, nem na relao interpessoal se alcana aquela paz sem a qual a vida desaparece. E por quem deve comear a obedincia? O quarto mandamento dirige-se expressamente aos filhos nas suas relaes com o pai e a me, porque esta relao a mais universal. Mas diz respeito igualmente s relaes de parentesco com os membros do grupo familiar. Exige que se preste honra, afeio e reconhecimento aos avs e antepassados. , enfim, extensivo aos deveres dos alunos para com os professores, dos empregados com os patres, dos subordinados para com os chefes e dos cidados para com a ptria e para com quem a administra ou governa. Este mandamento implica e subentende os deveres dos pais, tutores, professores, chefes, magistrados, governantes, todos os que exercem alguma autoridade sobre outrem ou sobre uma comunidade de pessoas (CIC 2199). Por outras palavras: fundamental obedecer, mas tambm vital saber mandar. Um dever pressupe e exige o outro. Se no se sabe mandar muito difcil obedecer. E a crise por que se est a passar na nossa sociedade, neste campo, tem a a sua origem ltima. Se h falta de obedincia, manifestada nomeadamente numa crescente violncia, porque h falta de autoridade. Pelo menos em muitssimos casos. Alguns casos h em que o dever, em vez de obedecer o de desobedecer: perante leis claramente imorais, o dever de conscincia, desobedecer-lhes. A objeco de conscincia est, de resto, consagrada em todas as sociedades democraticamente organizadas.

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Que fazer ento para, por um lado, se evitar uma obedincia cega ou uma desobedincia sem motivo e, por outro, se exercer a autoridade de um modo que permita e at motive para uma obedincia livre e colaborante? Para ns, cristos, uma e outra tm de partir daquilo a que chamamos: 2. A obedincia da f No por acaso que a segunda parte do Declogo, o amor ao prximo, precedida de uma primeira parte, sobre o total e incondicional amor a Deus. A ordem intencional: sem o amor de Deus e a Deus, dificilmente temos o discernimento e, sobretudo, a capacidade para amarmos os outros, de um modo permanente e com todos, na medida do nosso alcance. A este amor a Deus a Bblia chama com frequncia obedincia da f. Isto , a f consiste realmente em obedecer, porque comea por uma audio: a da mensagem salvfica do amor inaudito e extremo de Deus, manifestado de um modo nico e inexcedvel na morte e ressurreio de seu Filho, Jesus Cristo. o ouvir (em latim, audire) deste Evangelho que leva a obedecer (em latim, obaudire). Obedecer na f submeter-se livremente palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que a prpria verdade (CIC 144). livre esta submisso, porque inserida no amor que, por sua vez, nasce do amor experimentado. Deus que est na origem da f que nele depositamos. Entregamonos, confiamo-nos, submetemo-nos a Ele, porque antes Ele se entrega a ns, nos ama... como entre um pai e um filho: se este ama o pai, porque antes por ele amado, de tal modo que o amor do filho , na sua origem, um dom do pai um dom que leva o pai a tomar posse do filho, na liberdade do amor. O mesmo se passa na nossa relao de f com Deus: na medida em que, levados por Ele, a Ele nos confiamos, nos sujeitamos, nessa medida Ele toma posse de ns, passa a habitar em ns, a agir em ns, com a fora e o dinamismo que s Ele tem. Da o poder de quem tem f, to bem expresso por Jesus: Se tiverdes f como um gro de mostarda, direis a este monte: Muda-te daqui para acol, e ele h-de mudarse; e nada vos ser impossvel (Mt 17, 20). Porque, diz-nos Ele noutro lugar: a Deus tudo possvel (Mt 20, 26). Talvez ns prprios j tenhamos experimentado isso mesmo: esta prova sobre-humana que tem quem, pela obedincia da f, est possudo por Deus. Mas o caso mais paradigmtico o de: 3. Jesus Cristo como fonte e modelo de obedincia A cena relatada por Lc 2, 41-52 , no campo da obedincia, particularmente significativa: porque aquilo que comeou por ser uma desobedincia, acabou por estar na base da sua total obedincia. No h dvida de que Jesus, ao permanecer em Jerusalm, quando todos regressavam, incluindo Maria e Jos, cometeu um acto de desobedincia mas 96

para realizar uma obedincia sem a qual obedincia alguma, no sentido mais puro do termo, ser possvel: a obedincia ao Pai estava acima da obedincia aos pais. Na obedincia ao Pai, Ele encontrava todo aquele poder e sabedoria que a todos deixava estupefactos, inclusive Maria e Jos que ficaram assombrados (v. 46). Tinha de estar na casa de seu Pai, em Jerusalm, antes de regressar a casa dos seus pais, em Nazar. Uma relao com Deus a que o Evangelho de Lucas d um relevo especial: de todos os quatro Evangelhos, nele que Jesus mais aparece a rezar. No h ocasio alguma importante ou manifestao especial de poder que no seja precedida da entrega a Deus pela orao... que culmina na cruz com duas expresses: Perdoa-lhes, Pai, porque no sabem que fazem (23, 34) e Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito (23, 46). Entrega a Deus o que antes, pelo perdo, entregara aos homens. Da a sua vitria, pela ressurreio, sobre a morte e, a sua autoridade, aquela que continua a conquistar pelo amor. O amor que manifestava j aos doze anos: regressado a Jerusalm com os seus pais, era-lhes submisso (2, 51), com a submisso ou obedincia com que no templo se entregava ao Pai. E a sua obedincia tornou-se realmente fonte e modelo de obedincia: Importa mais obedecer a Deus do que aos homens, responderam Pedro e os restantes Apstolos s autoridades que os tentavam proibir de dar testemunho de Cristo (Act 5, 29). Naquele caso, a obedincia a Deus exigia a desobedincia aos homens que tentavam impor-se a Deus e, consequentemente, ao verdadeiro bem dos homens: aquele que vem do amor do Ressuscitado. Que seja Ele, nesta comunho com Deus, e nEle, com os homens, a actuar nos que dEle do testemunho e por Ele conquistam os outros, a comear pelo catequista, na sua relao de amor com os catequizandos e de obedincia para com Deus. OBJECTIVOS Reconhecer a importncia da obedincia aos pais e a outras autoridades; Descobrir os critrios de obedincia, seguidos por Jesus; Viver a alegria de obedecer, a partir da unio com Deus. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. A criana est numa idade em que a obedincia lhe vital. Ela cresce, na medida em que obedece. Mas nem sempre lhe fcil obedecer: por capricho e egosmo, por preguia, por necessidade de se afirmar como pessoa... Ou porque aqueles a quem deve obedecer no sabem mandar, por ignorncia, incompetncia ou m vontade. Educar uma arte que se aprende... muitas vezes no seu exerccio. At porque os educandos so diferentes, e bem, e preciso adaptar-se a essas diferenas.

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2. Na obedincia, a criana precisa de tomar conscincia, antes de mais, do bem que para ela obedecer. Um bem que lhe advm do bem que lhe querem as pessoas a quem obedece. Este um ponto fundamental: a obedincia parte integrante do amor de quem o d e de quem o recebe. Mandar e obedecer so actos de amor... e, como tais, verdadeiramente eficazes. 3. Para que tal acontea, fundamental a comunho com Deus que por natureza amor... Ele est acima de tudo. a Ele que as crianas so convidadas a obedecer. nEle que se encontra a razo ltima e decisiva para a obedincia (ou desobedincia) aos diferentes agentes da sua educao. Da que a catequese culmine com um momento forte de expresso de f: a juno de todos na mesma orao: Deus, Jesus, os educadores e os educandos. Que seja um verdadeiro acto de f. MATERIAIS Figura de Jesus em silhueta (catequeses anteriores); Dsticos: Este o meu Filho muito amado; Escutai-o; Amar; Respeitar; Verdade (catequese anterior); Obedecer; Cartolinas (de cor diferente das recebidas em catequeses anteriores), uma por cada criana; Canetas/ esferogrficas e lpis de cores; Bblia; Dois castiais. MSICAS O que fizerdes aos outros; Fala, Senhor; Deus, nosso Pai, que sois to bom; bom estarmos juntos,

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar: a figura de Jesus em silhueta, com os dsticos colocados como no final da catequese anterior: Este o meu Filho muito amado; Escutai-o; Amar; Respeitar; Verdade, e as cartolinas com os nomes das crianas e dos catequistas. Na mesa: a Bblia rodeada de dois castiais apagados. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Quem se lembra do cntico que cantmos no fim da ltima catequese?

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Ento cantemos outra vez. J vejo que gostam muito dele. E eu tambm gosto. E se o cantssemos a bater palmas... Ento, vamos a isso, de p. O que fizerdes aos outros (3 e 4 estrofes). Digam-me: por que que gostam tanto deste cntico? Eu gosto muito da msica, mas no gosto menos das palavras: O que fizerdes aos outros. Quem nos disse estas palavras?... Isso mesmo: foi Jesus. E que nos disse Ele para ns fazermos aos outros? Podem ler no placar, precisamente por cima da imagem de Jesus. Vamos todos ler ao mesmo tempo: Amar, Respeitar, Verdade. Se fizermos isto aos outros a Ele, Jesus, que fazemos. Ele fica contente connosco. E ns? Tambm vos sentis felizes, quando amais os outros, respeitais os que so diferentes e dizeis a verdade? E que ter Jesus hoje para nos ensinar? ( possvel que as crianas, pelo catecismo, respondam: obedecer. O catequista, sem dizer se isso ou no, sugere): 2. Vamos tentar descobrir todos em conjunto. Est bem? 1 Alternativa

Grupo pequeno Mas, para isso preciso de uma ajuda especial de um de vs. Quem se oferece? O catequista chama para a frente das outras crianas uma das que se ofereceu e dizlhe: Ests mesmo disposto a fazer o que eu te vou pedir? (Se disser sim): Mesmo sem saber o que vai ser?... Quer dizer que tens muita confiana em mim. verdade?... Obrigado. Estou muito feliz por isso. Como estou tambm com os outros. At porque todos vo colaborar naquilo que te vamos fazer. (Para os outros): Esto dispostos? Mesmo sem saberem o que ? Formidvel. Ento assim: vamos fazer um exame ao (N), e vamos ver se ele (ela) passa no exame. Vamos perguntar-lhe o que ele(a) fez ontem, para ver se ele(a) foi ou no obediente. Mas ateno: ele(a) no pode mentir, seno j no est a ser obediente e fica logo mal no exame. (Voltando-se para a criana a ser examinada): Prometes dizer sempre a verdade? (Se no prometer, escolha-se outra criana). As perguntas vo ser feitas por todos: um de cada vez, e (conforme o nmero de crianas) cada uma faz s uma pergunta. Mas, ateno, no pode ser uma pergunta qualquer. Cada um faz uma pergunta sobre uma coisa que tambm tenha feito ontem. Por exemplo: quando a tua me (pai, av, etc.) te chamou para te levantares, obedeceste logo? Esta pergunta s pode ser feita por algum a quem tenha sucedido o mesmo. Mesmo que no tenha obedecido. Perceberam todos? 99

Ento podemos comear. Quem faz a 1. pergunta ao (N)?... O catequista pode ir ajudando, acompanhando o percurso que uma criana nesta idade, habitualmente, faz durante o dia. Registe para si a pessoa a quem a criana obedeceu ou desobedeceu. Se houver perguntas demasiado indiscretas ou ofensivas, impea a resposta e adverta a criana que as fizer. No final pergunta aos outros: Que vos parece: o/a (N), passou ou no no exame? Isto , foi ou no obediente? Se parecer oportuno, pode propor que lhe dem uma classificao. Depois agradece criana examinada: Parabns. At aqui foste obediente. Por isso vamos todos dar-lhe uma salva de palmas. Mas repararam que no foi s o (N), que foi examinado? Cada um de vs, ao fazer a pergunta ou ao ouvir a pergunta de um colega, tambm estava a ser examinado. E agora digam-me: passaram todos no exame ou no?... Agora vou distribuir uma cartolina para cada um de vs. Cada um vai desenhar nela uma flor com tantas ptalas, quantas as pessoas a quem devem obedecer. Um nome em cada ptala. Ao fundo, no caule da flor, escrevem o vosso nome. 2 Alternativa Grupo grande Vou distribuir por cada um de vs uma cartolina. () Depois da distribuio: Agora vo desenhar nessa cartolina uma flor. uma flor, porque um dos modos de ns mostrarmos a nossa alegria e a nossa gratido para com algum , muitas vezes, atravs das flores. A quem que vs habitualmente ofereceis flores? s pessoas que gostam de vs e de quem vs gostais. Pois bem, esta flor que ides desenhar, vai ser feita, no para todas as pessoas que gostam de vs, porque seriam muitas. Mas para as pessoas a quem deveis obedecer. Sabem o que obedecer?... Isso mesmo: fazer o que algum manda. Ento vo fazer assim: vo pr o nome de cada uma dessas pessoas (pai, me, professor, etc.) em cada ptala. Desenhais tantas ptalas, quantas as pessoas a quem deveis obedecer. Estou para ver qual a flor que vai ter mais ptalas. Depois de desenharem as ptalas com os nomes das pessoas, vo escrever em baixo, no stio do caule, o vosso nome. Perceberam todos? 3. Para as duas alternativas: Durante o trabalho das crianas, o catequista afixa o dstico Obedecer por debaixo dos anteriores... Prepara umas tiras de papel recortadas em forma de ptalas de flor,

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para nelas escrever as respostas das crianas: uma ptala para cada pessoa a quem devem obedecer. medida que as for escrevendo, afixa-as em volta do dstico Obedecer. Para evitar que se prolongue o tempo das respostas, e uma vez que elas se repitam, pode ir perguntando apenas se as restantes crianas tm alguma pessoa a acrescentar. No final desta partilha de respostas, diz: Que bela flor! Tantas ptalas, tantas pessoas a quem vs obedeceis. Mas ser que obedeceis sempre? (...) No se pode mentir. De qualquer modo, proponho que cantemos outra vez o cntico: O que fizerdes aos outros (4 estrofe). II. PALAVRA 1. Portanto, sempre que obedecemos aos outros (exemplificar, conforme as respostas dadas), estamos a obedecer a Jesus. Mas ser isto, mesmo verdade? Ser que temos sempre obrigao de obedecer a quem nos manda? Deixar que se exprimam e, sem comentar, acrescentar: Vamos ver o que nos diz Jesus. Ou melhor o que fez Jesus: a quem que Ele obedecia. Ter sido a todos da mesma maneira? 2. H uma histria que aconteceu com Ele, que vs j conheceis. possvel que alguns no se lembrem porque j foi no ano passado que ela vos foi contada. Mas eu ajudo a lembrarem-se. Aconteceu quando Jesus tinha 12 anos e foi, juntamente com Maria, sua Me, e com S. Jos, a Jerusalm, ao templo, casa de Deus. Ainda se lembram do que aconteceu? Deixar que se exprimam, para a reconstruo de Lc 2, 41-49, depois concluir: Digam-me: no vos parece que Jesus desobedeceu sua Me e a S. Jos? Por isso, eles ficaram to assustados e Maria perguntou-lhe mesmo: Filho, porque nos fizeste isto? Lembram-se de qual foi a resposta de Jesus? Querem ouvi-la, tal e qual vem na Bblia? Depois de acender os castiais e os entregar a duas crianas, levanta a Bblia, aberta em Lc 2, 48-49, e cantam: Fala, Senhor (s o refro). Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Lucas: Crianas: Glria a vs, Senhor.

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Catequista: Ao v-lo, ficaram assombrados e sua me disse-lhe: Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andvamos aflitos tua procura! Ele respondeu-lhes: Porque me procuraveis? No sabeis que devia estar em casa de meu Pai? Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 3. Depois de pousados a Bblia e os castiais e as crianas se sentarem: No sabeis que devia estar na casa de meu Pai? Foi assim que Jesus respondeu. Que Pai este de quem Ele fala? Olhem para o placar. Querem ler comigo as palavras que este Pai que est no Cu disse no alto do monte? Ento digamos: Este o meu Filho muito amado; Escutai-O. Este que era o verdadeiro Pai de Jesus. O Pai que ama Jesus muito, mesmo muito. E que, por isso, quer o seu maior bem. E sabe, mais do que ningum, qual o maior bem. Maria e Jos tambm lhe queriam bem. Mas naquela altura no sabiam que o maior bem era Jesus ficar em Jerusalm, a falar com os sbios do templo. E foi s por isso que Jesus l ficou. Depois voltou para casa com Jos e Maria, sua me. E sabem como que Ele se comportava? Ento eu vou ler. Agora escusam de se levantar, porque uma coisa muito pequenina, mas muito importante, mesmo muito. Ento oiam (o catequista, depois de abrir a Bblia, l Lc 2, 51): Depois desceu com eles, voltou para Nazar e era-lhes obediente. Repete voltado para as crianas: Era-lhes obediente! Depois de pousar a Bblia:

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4. Portanto, pode haver casos em que ns no somos obrigados a obedecer. Nalguns at devemos desobedecer. Sabem dizer quais so?... Escutar as crianas e, se necessrio, completar e concluir: Quando uma pessoa desconhecida, no se deve obedecer. Mesmo que vos ofeream coisas boas. Sabem que j houve meninos e meninas enganados. Portanto, muito cuidado. Quando uma pessoa conhecida e nos manda fazer uma coisa m: mesmo que seja algum que s vezes mostra gostar de vs. Mas, se vem que mesmo uma coisa m o que ela manda ou pede, ento devem dizer que isso mau e por isso no fazem. E quando no sabem bem se o que manda a pessoa amiga (pai, me, professor, etc.) bom ou mau? Devem perguntar-lhe por que razo que manda fazer isso. Se, mesmo assim, tm dvidas, devem fazer o que ela manda, uma vez que essa pessoa quer mesmo o vosso bem e sabe mais do que vs. Fora disso, quem desobedecer est a fazer mal. (O catequista que seguiu a 1. alternativa, pode exemplificar com casos apresentados). III. EXPRESSO DE F 1. E quem o nosso maior amigo, ainda mais do que os pais e os avs, etc? (Se responderem Jesus): E quem era o maior amigo de Jesus? O seu Pai do Cu. Por Ele, Jesus fazia tudo. Nem que s vezes tivesse de desagradar e at desobedecer a pessoas c da terra. Ao Pai do Cu que temos de obedecer sempre, sempre, sempre. E porqu? Sim, mas como que Ele mostra que, tambm para cada um de ns, Ele o nosso maior amigo? Foi Ele que nos deu os nossos maiores amigos e as pessoas aqui na terra que nos querem tanto bem e a quem por isso devemos obedecer. (Exemplificar com os nomes escritos na flor). No querem manifestar a vossa alegria e gratido por termos assim um Pai do cu to bom? Ento, podemos cantar-lhe um cntico que aprendemos no ano passado: Deus nosso Pai que sois to bom. Depois de ensaiar, convidar as crianas a porem-se de p, a levantar as mos para o alto e a cantar: Deus nosso Pai que sois to bom.

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2. Depois de mandar sentar: Muito bem. Vejo que esto mesmo a ser obedientes, tal e qual foi Jesus: primeiro, obedientes ao Pai do cu. Vamos agora falar mais um bocadinho daquelas pessoas aqui da terra a quem devemos obedecer: aquelas que esto escritas nas ptalas das cartolinas que tm. Podem pegar nelas: (O catequista leia as que constam no placar). H pessoas a quem queremos muito bem. Olhem: fazemos-lhes todas as coisas que Jesus nos manda fazer e que so tambm feitas a Ele: amar, respeitar, dizer a verdade e hoje, obedecer. Mas, preciso que essas pessoas queiram sempre o nosso bem e saibam qual o nosso bem. Por exemplo, Maria e Jos, nessa altura, no sabiam qual era o maior bem para Jesus. Ou seja, essas pessoas tm de saber qual o melhor bem para ns. Querem ajud-las a isso?... Certamente! Queremos-lhes tanto bem. Ento, para lhes quererem ainda mais bem, tenho uma proposta: rezar por elas a Deus nosso Pai. De acordo? Vamos fazer duas coisas ao mesmo tempo: agradecer a Deus por nos ter dado essas pessoas e pedir-lhe que as ajude a serem melhores. E podemos fazer assim: cantamos todos o cntico que acabamos de cantar; depois, cada um de vs l os nomes das pessoas que tm escrito nas ptalas das vossas cartolinas. E, pelo meio, voltamos a cantar o mesmo cntico. Quando o cantarmos, levantamos todos as mos, no para o alto, como h pouco, mas assim: com a cartolina nas palmas das mos abertas, como quem est a oferecer as pessoas que esto l escritas. (O catequista exemplifique). Ento ponham-se de p e comecemos por cantar: Deus, nosso Pai, que sois to bom. Se forem muitas as crianas, pode junt-las em grupos maiores ou mesmo deixar algumas crianas, explicando as razes. Depois da ltima criana, concluir com o mesmo cntico: Deus, nosso Pai, que sois to bom. 3. Se houver tempo: Esto contentes? Eu estou! E Jesus tambm, e Deus e as pessoas a quem obedeceis. bom obedecer, no ? E fazer outras coisas que nos fazem felizes. E se ns manifestssemos esta nossa alegria? Claro, a cantar mais um cntico de que certamente vo gostar. este: bom estarmos juntos.

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O catequista ensaia a 1. estrofe e sobretudo o refro e conclui: Gostam? Ento preparem-se, porque na prxima catequese voltamos a cant-lo. E s mais uma coisa: levem as cartolinas para casa. Podem mostr-las aos vossos pais e s outras pessoas que tm o vosso nome l escrito. E dizer-lhes que rezaram por elas para que elas vos ajudem a serdes obedientes. Depois guardam essa cartolina ao lado da outra que j levaram: aquela em forma de corao. No as percam porque vo ser ainda muito precisas. Para j, so precisas para se lembrarem, l em casa, dessas pessoas e rezarem por elas. Est bem? Sois mesmo encantadores: convosco mesmo bom estarmos juntos. Obrigado!

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CATEQUESE 8

QUE BOM TER JESUS


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A tentao do mais fcil Cada catequese apresenta habitualmente, no seu desenvolvimento, duas alternativas da experincia humana. O objectivo facilitar a adaptao do tema, nela tratado, situao e s circunstncias de vida, ao nmero de catequizandos e s condies e, por vezes, condicionalismos a que, compreensivelmente, est sujeito o encontro da catequese. O que assim, de um modo explcito, vale para a primeira parte do encontro, de aplicar a tudo o resto. Compete aos catequistas discernir qual o mtodo e o modo, quais as vivncias e orientaes, a seguir e a propor aos catequizandos, que mais lhes permitam no s a apreenso e compreenso da mensagem, como tambm a sua vivncia na f e na prtica da vida. Por isso, muitas das propostas feitas no guia devem ser lidas e aplicadas de modo crtico: sujeitando-as ao que mais ajuda a atingir os objectivos de cada encontro. H um critrio nesta escolha e adaptao que absolutamente de evitar: optar pelo mais fcil, pelo que d menos trabalho, exige menos esforo da parte do catequista. Seria cair numa das falhas, infelizmente, mais frequentes na sociedade de hoje: a do facilitismo. Porque determinados objectivos no so atingidos ou determinados valores no so respeitados por alguns, procura-se que isso seja regulamentado, normalizado, oficializado. Veja-se o que acontece, por exemplo, na atitude assumida em muitos pases na poltica familiar: porque o aborto praticado por alguns, faz-se disso uma permisso para todos, sem muitas vezes, chamar a ateno para a possibilidade de abertura para outras solues que permitam a vida a quem a tem como direito fundamental; ou porque entre casais surgem desentendimentos, regulamentam-se numa srie de passos que permitem mais facilmente obter o divrcio do que realizar o casamento. Os resultados desta opo, quase sistemtica, por acertar a fasquia da exigncia pelo nvel mais baixo, sem pelo menos abrir perspectivas e incentivos para os que 107

podem alcanar graus mais elevados, esto vista: diminuio assustadora da natalidade, medidas educativas nada facilitadoras da promoo de valores, nomeadamente, nas escolas e, sobretudo, a oficializao de um egosmo e individualismo que, mais cedo ou mais tarde, levar ao desmoronamento da sociedade. Alinhar por este modo de viver e actuar dentro da Igreja, designadamente na catequese, seria antes de mais, pela prtica, destruir aquilo que est na sua raiz: 2. A radicalidade da mensagem crist Manifesta-se, antes de mais, no duplo mandamento herdado por Cristo, do Antigo Testamento, e por Ele confirmado como resumo da Lei, pela qual se orienta todo o agir moral, e como caminho para a vida eterna, a vida pela qual todos, consciente ou inconscientemente, suspiram: Amars ao Senhor, teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma, com todas as tuas foras, com todo o teu entendimento, e ao teu prximo como a ti mesmo(Lc 10, 27). Quatro vezes todo em relao a Deus: um todo que abraa a totalidade do ser humano, com todas as suas partes constitutivas; um todo que corresponde grandeza infinita de um Deus que se d ao homem com um amor mesma escala infinita do seu ser. E se nesta medida que somos amados, que desejamos e precisamos de ser amados, ento o amor ao prximo acaba por se orientar pela mesma totalidade: amar o prximo como a mim mesmo , na prtica, am-lo como Deus me ama. Impossvel? S para quem no acredita verdadeiramente em Cristo, que realizou este duplo amor na sua forma mais radical: pela entrega da vida, j durante a sua actividade messinica de anncio e instaurao do Reino de Deus; e, de um modo pleno, no monte Calvrio, onde a entrega antes iniciada atingiu a sua expresso mxima e definitiva. Um monte extremamente difcil de atingir, sobretudo pelo isolamento progressivo em que foi caindo, mas que, por isso mesmo, e pela entrega persistente e crescente ao Deus que at parecia t-lo abandonado, se tornou no verdadeiro monte da transfigurao: foi a que todo o seu ser se transformou e a glria de Deus passou a brilhar definitivamente no seu rosto. Impossvel para uma simples criatura humana, como cada um de ns? Mas , no fundo, o que cada um de ns, exactamente na sua condio de criatura, mais deseja: subir, subir at atingir o mesmo grau de glorificao e experimentar o mesmo amor. E porque por isso que, na realidade, suspiramos, arriscamos a mesma entrega, com a mesma radicalidade. A f em Cristo e no Deus que nele se manifesta no permite meios termos: tem de ser total, como total o amor de Deus a quem nos confiamos e total a felicidade que se alcana, l no alto do monte da nossa prpria transfigurao. Vale a pena tentar escal-lo, na companhia de Cristo crucificado e ressuscitado e com a energia que Ele, pelo seu Esprito, transmite aos que a Ele se confiam.

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3. Felizes os olhos que vem o que estais a ver Porque, digo-vos, muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e no o viram, ouvir o que ouvis e no o ouviram! (Lc 10, 23-24). So palavras ditas por Jesus num contexto significativo e provocatrio. So precedidas do envio dos setenta e dois discpulos na mesma misso do anncio, pela palavra e pela vida, do Reino de Deus realizada por Jesus (10, 1-16). Uma misso coroada de xito, para aqueles que receberam o anncio e para os discpulos que o realizaram e assim viram os seus nomes escritos no Cu (10, 20). Um xito que levou Jesus a estremecer de alegria, sob a aco do Esprito Santo, e a manifest-la numa orao de louvor ao Pai, Senhor do Cu e da terra, numa orao expressiva da comunho total que os une (10, 21-22). Felizes so aqueles que usufruem desta mesma comunho e dos resultados que ela realiza neles e atravs deles: os que, levados por ela, se entregam de alma e corao ao anncio do Reino de Deus, tal qual se manifestou em Jesus. Os de ento e os de hoje. Num mundo marcado e, lentamente, saturado pelo facilitismo asfixiante, so cada vez mais os que se entregam, com a mesma radicalidade, vivncia e ao testemunho da mensagem do amor, prpria de Cristo: crianas, jovens e adultos que, em todas as reas da sua vida, se deixam apaixonar por Cristo, de tal modo que no podem deixar de falar dele, numa linguagem feita mais por aces do que por palavras e, por isso, mais convincente, transformante, transfigurante. Felizes os olhos que os vemQue neles vem Cristo em aco e, assim, resistem tentao de se orientarem pelo mais fcil. E felizes os catequizandos que so testemunhas desta radicalidade do amor porque deles ser o Reino dos Cus: no amor com que so amados pelos seus catequistas que, como concretizao desse amor, no se poupam a esforos na preparao e execuo de cada encontro da catequese, conquistando para isso colegas, que talvez nem sequer esta introduo lemlevados pela tentao do mais fcil. OBJECTIVOS Rever as catequeses 1 a 7; Viver e exprimir a alegria de seguir Jesus; Manifestar a f em Jesus pela adorao. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Nesta catequese feita uma reviso de todas as catequeses anteriores, que formam uma unidade em torno da pessoa e mensagem de Jesus. Uma reviso ao nvel de conhecimentos adquiridos e, sobretudo, de adeso de f e de prtica de vida. 2. Sendo Cristo o centro da vida de cada cristo, fundamental que se sinta alegria por isso. Da o cntico que, por um lado, ajuda a reviso, por outro, apela adeso da f. 109

3. A reviso feita em sentido inverso ordem em que as catequeses foram sucessivamente dadas. As crianas e os catequistas tm assim oportunidade de voltar a subir ao monte da transfigurao para a, de novo, escutarem Deus e contemplarem Jesus que se apresenta no seu lugar nico na histria da salvao e na vida da Igreja e de cada cristo. MATERIAIS Figura de Jesus em silhueta (catequeses anteriores); Cartolinas com os nomes das crianas e catequistas (catequeses anteriores); Dsticos: Este o meu Filho muito amado, Escutai-o, Amar, Respeitar, Verdade, Obedecer (catequeses anteriores); Dsticos de Moiss e Elias (catequese 2); Bblia; Dois castiais. MSICAS bom estarmos juntos (com estrofes prprias); Fala, Senhor; Jesus, eu amo-Te.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: a figura de Jesus em silhueta, com os dsticos Este o Meu Filho muito amado, Escutai-O, Amar, Respeitar, Verdade, e Obedecer, nos mesmos lugares das catequeses anteriores. Na mesa: a Bblia, ladeada de dois castiais j acesos. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Ainda se lembram do cntico que cantmos no fim da ltima catequese?... E gostam dele? Ento vamos cant-lo: bom estarmos juntos (1 estrofe e refro). Muito bem. V-se mesmo que esto a sentir o que cantamos: que bom sorrir, escutar, viver em Deus. Quem no gosta de sorrir, cantar e viver em Deus? Muito bem: viver em Deus que nos faz cantar, sorrir, para todos nos sentirmos como se cantava no princpio do cntico. Quem se lembra?

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Exacto: bom estarmos juntos e sermos to amigos que at nos chamamos irmos. Aqui, no nosso grupo, somos mesmo irmos. E que bom sermos irmos! Ento vamos mostrar isso uns aos outros. De acordo? Ponham-se de p. Agora dmo-nos as mos e, assim, de mos dadas, como amigos e irmos cantemos outra vez: bom estarmos juntos (1 estrofe e refro). 2. Podem sentar-se. Agora tentemos saber como nos tornamos irmos, para sorrir, cantar e estar em Deus. 1 Alternativa

Cada um vai pegar no seu catecismo. Agora, cada um, percorre nele todas as catequeses que j demos. O catequista indica a pgina em que comea a 1 catequese e a pgina em que termina a 7. Podem comear pelo fim ou pelo princpio. O importante isto: qual a catequese de que gostaram mais. Se for difcil escolhem s uma, podem tambm escolher duas. Est bem? Podem comear. 2 Alternativa

Estamos perto da festa do Natal. Quanto tempo falta?... E j se vem sinais disso. Quais so? E, de certeza, todos gostam do Natal. Ou h algum que no goste?... Ento vo descobrir porqu: por que razo que o Natal bom. Isto , cada um pensa um bocadinho naquilo de que mais gosta no Natal: em duas coisas que fazem do Natal uma festa especial, que nos faz felizes. Ateno, tm de ser s duas coisas. A escolha de dois motivos para evitar que as crianas refiram apenas as prendas, o motivo que habitualmente colocam em 1 lugar. Se, pelo menos, em 2 lugar no apresentarem Jesus e o seu nascimento, o catequista despert-las- para isso, como motivo central para o Natal cristo: J pensaram? Quem quer comear a dizer? (Deixar que se exprimam. Se o grupo for numeroso, reduzir a partilha. O importante dizer-lhes): O Natal bom, faz-nos felizes, porque celebramos o nascimento de Jesus. O mais importante Jesus. E porqu? Quem faz de ns um grupo de irmos que sorri, canta e vive em Deus? 111

3. Para as duas alternativas: Ento vejamos como que Jesus nos faz sorrir, cantar, em Deus. Podemos servir-nos do placar: Para as crianas que seguiram a 1 alternativa, o catequista percorre igualmente todas as catequeses, da 7 1, perguntando quem, entre as crianas, escolheu essa catequese. Comecemos pelas palavras que colocmos l na semana passada. a que est por baixo. Querem ler comigo todos ao mesmo tempo? Obedecer. E agora digam: quem nos ensina a obedecer? Muito bem: Jesus. E como que Ele nos ensina a obedecer? Recordar em poucas palavras a cena narrada em Lc 2,41-51. Ser mesmo bom obedecer como fez Jesus e nos ensinou a fazer?... Se bom, quer dizer que vs tendes sido ainda mais obedientes. verdade? Bom, mesmo que alguns ainda tenham falhado e tenham desobedecido, pelo menos sabem que bom e, no futuro, vo fazer melhor. Nesse caso, se mesmo bom obedecer, podemos cantar. De acordo? bom obedecer Como Jesus fazia 4. E que mais bom? Vamos todos ler a outra palavra que est, no placar, por cima de obedecer: Verdade. Todos sabemos que Jesus dizia a verdade. Dizia tanto, que Ele, na ltima Ceia com os seus amigos, at disse umas palavras em que estava tambm a palavra verdade. Quem se lembra?... Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). E por que razo que Ele dizia tambm caminho e vida?... Exacto: Ele o caminho para percorrermos, a verdade para sermos felizes. Quando no dizemos a verdade, o que acontece? As pessoas desconfiam umas das outras, no se entendem e s h desordem. E vs, quereis dizer sempre a verdade? Muito bem. Foi isso que todos prometeram. E como bom dizer a verdade, ento podemos cantar:

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bom nunca mentir, mas dizer a verdade 5. Podemos subir mais um degrau. Sim, esto a ver, no placar, que estamos como que a subir uma escada. J subimos dois degraus, obedecer e verdade. Agora vem o 3. Ento passemos todos a esse. Leiam todos comigo: Respeitar. Mas respeitar a quem? Quem sabe? Exacto: devemos respeitar a todos. Mas lembram-se que Jesus chamou a ateno para algumas pessoas que nem todos respeitam? Ajudar a reconstruir a cena de Mc 9, 38-41. So pessoas diferentes de ns: de outra religio, terra, cor ou lngua. E os doentes, os velhinhos, etc.. bom respeitar a todos. E como quereis vs fazer isso? Quereis mesmo? No se pode mentir. Ento cantemos todos: bom olhar os outros E a todos respeitar. 6. Querem subir mais um degrau? E difcil? Ser para quem no quer seguir Jesus. Mas no o vosso caso, pois no? Ento passemos ao degrau seguinte, l no placar, e digamos todos ao mesmo tempo: Amar. Lembram-se por que razo Jesus disse isto aos discpulos? Ajudar a reconstruir a cena de Mc 9, 33-37. Como Jesus nos ama! At nos pe ao seu colo, como fez quele menino que apresentou aos seus discpulos. E porque Jesus nos ama, por isso, que ns tambm somos capazes de amar. E quem ama, esse o maior de todos. Que bom amar com Jesus e como Jesus. Ento cantemos: bom poder amar Como ama Jesus. 7. Pronto, j chegmos ao fim da escada. J no h mais degraus. Pelo menos no placar no est mais nenhum. E a subir, a subir, onde que ns chegmos? 113

Leiam as palavras que esto escritas por cima da figura de Jesus Quem as disse? E onde que Deus as disse? L no alto monte, bem pertinho do Cu. Ajudar a reconstruir o resto da cena de Mc 9, 2-7, colocando, se necessrio, os dsticos de Moiss e Elias. Jesus todo luminoso e rodeado de Elias e Moiss, duas figuras vindas do Cu. E a voz de Deus Querem ler as palavras que Deus disse? Ento vamos ler todos ao mesmo tempo: as que esto no alto e as que esto em baixo, ao fundo: Este o meu Filho muito amado. Escutai-o. E quem mais est l em cima com Jesus? Somos ns. Subimos as escadas que nos levam a Jesus. Subimos, porque escutmos o que Ele nos tem vindo a dizer. Escutmos e fizemos. Por isso que os nossos nomes esto escritos em volta de Jesus. E no queremos que eles de l saiam. Ou algum quer? II. PALAVRA 1. Quer dizer que vale a pena estar com Jesus. Que mesmo, mesmo bom. o melhor que podemos ter. Mas, com isto, j me estou a adiantar. Porque o prprio Jesus quer hoje dizer-nos que vale a pena estar com Ele. Querem ouvir? Claro, j prometemos que o queremos escutar. Ento olhem: Ele, hoje, vai dizer-nos o que um dia disse aos seus discpulos. E disseo tambm numa altura muito bonita. Tinha mandado os seus discpulos irem por diversas terras a espalhar por toda a parte o nome e as palavras de Jesus. Eles foram e tudo correu muito bem. Correu to bem que, quando voltaram para junto de Jesus, Ele no se conteve e ps-se a agradecer a Deus, seu Pai do Cu, todas as coisas que os discpulos e Ele prprio tinham feito. E, quando acabou aquela orao, disse uma coisa que tambm para ns. Querem escutar? 2. O catequista convida duas crianas a pegarem nos castiais e as restantes a levantarem-se, depois pega na Bblia, aberta em Lc 10, 23-24, levanta-a e todos cantam: Fala, Senhor Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Lucas: 114

Crianas: Glria a Vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos: Felizes os olhos que vem e que estais a ver, porque, digo-vos, muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e no o viram, ouvir o que ouvis e no ouviram. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a Vs, Senhor. 3. Depois de pousados os castiais e a Bblia e as crianas se sentarem: Felizes! Disse-nos Jesus. Ns somos mesmo felizes, por vermos Jesus e ouvirmos o que Ele nos diz. Muito mais felizes do que os profetas e reis que viveram antes dEle. Sabem o que era um profeta? Eram pessoas muito, mesmo muito amigas de Deus e que falavam ao povo as palavras de Deus. Quem dera a essas pessoas poderem ter sido Jesus. E porqu? Por aquilo que Deus diz de Jesus. Vejam outra vez no placar: Este o Meu Filho muito amado. Que bom para ns ver, com os olhos do nosso corao, e ouvir, atravs da Bblia, as palavras de Jesus. E, pondo em prtica a sua Palavra, subir at ao monte onde Ele nos mostra Jesus e nos diz quem Ele . III. EXPRESSO DE F 1. No querem ter uma palavra e um gesto de gratido e amizade para com Jesus? Ento, eu proponho que faamos como fizemos, quando ouvimos pela primeira vez o que Deus disse de Jesus l no alto do monte. Ainda se lembram? Ajoelhmo-nos e cantmos aquele cntico: Jesus eu amo-Te. Querem repetir hoje? 2. Esta orao pode ser feita numa igreja, se houver condies, como foi proposto na catequese 2.

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Ento j podemos comear: Ajoelhemo-nos (...) e agora benzemo-nos: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Amen. Agora cantemos levantando as mos e depois pousando-as sobre o corao: Jesus eu amo-Te (4x) Tu s Filho de Deus Tu s o meu Senhor Jesus eu creio em Ti Depois do primeiro verso, o catequista intercala algumas das respostas dadas pelas crianas e afixadas no placar, por exemplo: Jesus, Tu nasceste para ns; Jesus, Tu cresceste como ns; Jesus, Tu falaste-nos de Deus Pai Depois canta-se o segundo verso, de mos erguidas: Tu s Filho de Deus (...) Depois o catequista diz: Jesus, Tu s Deus como o Pai; Jesus, Deus, Teu Pai, o Teu maior amigo; Jesus, Tu vieste do Cu para junto de ns... Depois canta-se o terceiro verso, inclinando levemente o corpo: Tu s o meu Senhor (...) Depois o catequista diz: Jesus, Deus fez tantas coisas por meio de Ti; Jesus, Deus fez com que depois de morreres ressuscitasses; Jesus, Tu nos ds tantas pessoas que nos amam. No final volta-se a cantar, com os mesmos gestos, o primeiro verso do cntico ou o ltimo. Jesus, eu amo-Te ou Jesus, eu creio em Ti (...)

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Termina-se com o sinal da cruz: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Amen. 3. Depois de se sentarem: Hoje foi uma bela catequese, no foi? Eu tambm gostei muito de subir convosco at ao alto monte, por aqueles degraus todos. Assim ficmos mais perto de Jesus e da festa do seu nascimento que est prxima. No querem cantar outra vez a alegria de termos Jesus? Dizer como bom ter Jesus? Ento vamos faz-lo de p e a bater as palmas (ou darmos as mos): bom estarmos juntos. Conforme o tempo, podem cantar-se algumas ou todas as estrofes cantadas no decurso da Experincia Humana.

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CATEQUESE 9

JESUS, FILHO DE MARIA


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Mes biolgicas e mes afectivas Esta uma distino muito ouvida nos ltimos tempos e, infelizmente, pelas piores razes. Situa-se primariamente no campo jurdico e, para bem ser, deveria ficar por a. que a me que o seja apenas a nvel biolgico, no merece o nome de me. Isso significaria, para j, que a vida se reduziria sua dimenso fsica. E que isso est longe de ser verdade, basta olhar para o que se passa com qualquer criana: sem afecto, carinho e educao, at a vontade de se alimentar ela perde. Se um beb saboreia o leite que bebe do seio materno, tambm e, em muitas situaes, principalmente pelo calor humano que a me, pelo contacto fsico e pela ternura nele expressa, lhe transmite. Mas no fcil ser me afectiva: por falta de tempo e disponibilidade, por deficincia de formao e, principalmente, de ideias claras sobre o verdadeiro objectivo das manifestaes afectivas. O afecto, pelo afecto, no basta. A criana precisa de saber e experimentar qual o fim por que e precisa de ser amada. Uma me ou qualquer outro educador que se limite a fazer todas as vontadinhas aos educandos, pode estar a deseduc-los: a lev-los a fecharem-se num egosmo que acabar, um dia, por fazer deles mes ou pais simplesmente biolgicos. E se, ainda crianas, muitos desses educandos manifestam desequilbrios, em muitos casos isso deve-se a afectos desequilibrados. O afecto tem de ser completado pelo amor. E o amor quer, acima de tudo, o bem daqueles a quem se ama, mas um bem que se no pode reduzir ao que ele quer ou, pelo menos, ao que lhe apetece. O amor autntico educa para o amor, para a doao mtua entre quem ama e quem amado. Uma doao que exige renncias, sacrifcios, perda da vida, para que esta se torne mais vida naqueles a quem dada.

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Ento, sim, a individualidade deixa de ser individualismo, o eu, prprio e necessrio a cada pessoa, no cai no egosmo. E h equilbrio: no prprio e nas suas relaes com os outros. E, quem diz equilbrio, diz felicidade. Uma felicidade que no fcil de alcanar. Exige discernimento, ideias claras e capacidade para as aplicar no momento e na medida certa. Exige a unio harmoniosa do afecto com o amor, porque o amor que no seja afectivo, tambm dificilmente conquista, transforma, educa. Felizmente, h mes e pais que, na perspectiva exposta, merecem o nome que tm. Muitos deles conseguem-no, porque se tornaram e so sensveis quele que , por natureza, amor: o Deus que se manifestou sobretudo no dom do seu Filho Jesus Cristo, o Filho encarnado no seio, na vida e no amor de Maria. 2. Felizes as entranhas que te trouxeram So palavras transmitidas por Lc 11, 27-28: Enquanto Ele falava, uma mulher, levantando a voz do meio da multido, disse: Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram (v. 27). No h dvida de que as palavras da mulher so ditas com a melhor das intenes. Qual a me que se no sente orgulhosa pelo xito e reconhecimento alcanado pelo filho que se formou no seu ventre e cresceu, amamentado pelo seu leite? Mas, Maria foi mais do que isso, mais do que uma simples me biolgica. Da a reaco de Jesus que, longe de contradizer as palavras da mulher, as completa: Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a pem em prtica (v. 28). Se algum, para alm de Jesus, o fez de um modo completo, foi Maria, sua Me. Ao anncio de que dar luz o Filho do Altssimo, sem conhecer homem, pela virtude do Esprito Santo, Maria respondeu pela obedincia da f, certa de que a Deus nada impossvel: Eis a escrava do Senhor, faa-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38). Assim, dando o seu consentimento palavra de Deus, Maria tornou-se Me de Jesus(CIC 494). graas sua f que ela vem a ser a Me do Salvador: segundo S. Agostinho, Maria mais feliz por receber a f de Cristo do que por conceber a carne de Cristo (Ibidem 506). Ouve-o de Isabel: Feliz de Ti, porque acreditaste (Lc 1, 45). Ao que ela responde com o Magnificat que, no dizer de Bento XVI, um retrato, por assim dizer da sua alma e est inteiramente tecido com fios da Sagrada Escritura, fios tirados da Palavra de Deus. Desta maneira se manifesta que ela se sente verdadeiramente em casa, na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus; esta torna-se palavra dela, e a sua palavra nasce da Palavra de Deus (). Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, pde tornar-se me da Palavra de Deus encarnada. E como esta Palavra encontra a sua sntese no mandamento e na vivncia do amor, conclui o Papa: Enfim, Maria uma mulher que ama. E como poderia ser de outro 120

modo? Enquanto crente que, na f, pensa, com os pensamentos de Deus, ela no pode ser seno uma mulher que ama (DCE 41) E continua a sua fonte de amor para quem a Ela recorre, nomeadamente atravs da orao: 3. Santa Maria, Me de Deus Continuemos com as ternas palavras de Bento XVI, na mesma encclica: vida dos Santos, no pertence somente a sua biografia terrena, mas tambm o seu viver e agir em Deus, depois da morte. Nos Santos, torna-se claro que quem caminha para Deus no se afasta dos seres humanos, antes pelo contrrio, est verdadeiramente perto deles. Maria disso o exemplo mais luminoso. A palavra do Crucificado ao discpulo () Eis a a tua Me (Jo 19, 27) vai-se tornando sempre nova e verdadeira no decurso das geraes. Maria tornou-se realmente Me de todos os crentes. sua bondade materna, e bem assim sua pureza e beleza virginal, recorrem as pessoas de todos os tempos e lugares do mundo, nas suas necessidades e esperanas, nas suas alegrias e sofrimentos, nos seus momentos de solido, e tambm na partilha comunitria; e sempre experimentam o benefcio da sua bondade, o amor inesgotvel que ela exala do fundo do corao. Os testemunhos de gratido, a ela tributados em todos os continentes e culturas, so o reconhecimento daquele amor puro que se no se v a si prprio, mas apenas quer o bem. A devoo dos fiis mostra, ao mesmo tempo, a infalvel intuio de que um tal amor possvel: -o graas mais intima unio com Deus, em virtude da qual se fica totalmente permeado por ele condio esta que permite, a quem bebeu na fonte do amor de Deus, tornar-se ele prprio uma fonte da qual jorram rios de gua viva (Jo 7, 38) (Ibidem 42). Que esses rios de amor, cuja gua viva recebida de Maria, inunde o corao e a vida de cada catequista e dele passe para os catequizandos e destes para os seus pais e mes e outros educadores, para que no sejam pais apenas biolgicos, nem simplesmente afectivos, mas pais amorosos, porque amados e amantes e felizes! OBJECTIVOS Iniciar a preparao da celebrao de Natal; Descobrir Maria, a Me de Jesus, como modelo de f e prtica crist; Confiar-se a Deus, pela mediao de Maria. OBSERVAES PEDAGOGICAS 1. As crianas, so, por natureza, especialmente sensveis s manifestaes de afecto. Por isso aderem, com muita facilidade, a Maria, na sua condio de Me, e para mais tratando-se da Me de Jesus, a quem esto ligados desde o incio da caminhada catequtica. a partir dele que descobrem o verdadeiro lugar de Maria na histria da criao e na vida da Igreja. Maria assim quem melhor as pode levar a Jesus e vice121

versa. E, com ambos, podem e devem encontrar o caminho para Deus e, nele, para os homens. Um caminho trilhado no amor. 2. Outra realidade a que as crianas so particularmente sensveis a celebrao do Natal. Mas, nem sempre, pelas melhores razes. No meio do consumismo dominante nesta poca do ano, correm o perigo de ser conduzidas para o que mais contrrio condio crist: ao egosmo, alimentado por presentes, extorquidos de modo, por vezes, violento. Ora o Natal cristo, como de resto todas as outras festividades, acima de tudo a vivncia do dom. 3. Nesse sentido, se procura, desde j, preparar as crianas para a celebrao do Natal: pelo afecto que encontram especialmente em Maria e, por meio dela, pela f em Deus que se faz dom, de um modo especial, na encarnao do seu Filho. Da que, nesta catequese, o Natal seja preparado e, em parte, j celebrado, em ligao com todas as catequeses anteriores, em que a escuta da Palavra e a prontido para a pr em prtica foram temas e objectivos dominantes. MATERIAIS A Bblia; Dois castiais; Dstico Ave Maria (2 alternativa da experincia humana); Letras separadas da AVE MARIA (1 alternativa da experincia humana); Pagela com o texto da Ave Maria (1 alternativa da experincia humana); Pagela com o texto da Ave Maria, sem algumas letras, conforme o Documento 1 (2 alternativa da experincia humana); Gravuras com as imagens do Anjo e de Santa Isabel; Imagem da Nossa Senhora, usada no prespio (ou gravura correspondente); Canetas/esferogrficas. MSICAS Ave Maria, cheia de graa (A. Cartageno); Fala, Senhor; bom estarmos juntos (com estrofe prpria).

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: O placar est totalmente vazio. Na mesa: a Bblia (ladeada de dois castiais apagados, se no for seguida a sugesto proposta para a apresentao da imagem de Nossa Senhora). 122

I. EXPERINCIA HUMANA 1. Certamente j repararam que hoje no est nada no placar Porque ser? Para descobrirmos, digam-me antes qual a festa que vamos ter daqui a (o nmero de dias que faltam at ao Natal) dias? O Natal a festa do nascimento de quem? Jesus, o nosso maior amigo, que tantas coisas nos tem ensinado aqui na catequese. Vai ser, de certeza, uma festa muito linda: ainda mais bonita do que as nossas festas de anos. Quanto maior o nosso amigo, mais gostamos de participar na festa do seu aniversrio. verdade ou no? Pois bem, hoje vamos comear a preparar a festa do Natal de Jesus. De acordo? Muito bem. Queremos festejar, no s em nossa casa e na Igreja, mas tambm aqui na catequese. Ento digam l o que que faz parte da festa do Natal? Ouvir as crianas, at uma delas dizer: O prespio. Pois bem, hoje vamos comear a construir o nosso prespio. Queremos que seja muito lindo e, por isso, que comeamos a faz-lo hoje. E, tambm por isso, que deixmos o placar livre. Vamos precisar dele para o prespio. 2. Como sabem, o prespio tem vrias figuras. Querem dizer quais so as principais? Deixar que as crianas se exprimam e, sem comentrios, concluir: No vou dizer se essas figuras chegam para o nosso prespio. Depois veremos. E tambm no digo por qual delas vamos comear. Quem vai descobrir sois vs. Esto dispostos? 1 Alternativa

Grupo pequeno Ento eu vou distribuir por vs umas letras soltas, isto , sem estarem juntas, para formar umas palavras. Quem as vai juntar sois vs. Posso dizer-vos que nessas palavras est o nome de uma das figuras do prespio. Mas no est s o nome. Alm do nome h uma outra palavra. E no digo mais. Vs que ides descobrir. O catequista entrega s crianas as letras soltas da AVE MARIA. Para facilitar a sua juno, as crianas podem deslocar-se para um espao da sala onde, at no cho, possam colocar as letras. Se forem muitas, podem formar 2 grupos, cada um com as mesmas letras. Terminado o trabalho, o catequista prope:

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No digam quais so as palavras. Digam s quantas so. Agora, para ser mais bonito, proponho que as letras sejam apresentadas por vs na ordem certa. Isto , primeiro levanta-se um menino com a primeira letra (no caso de muitos) e vem aqui frente. Depois outro menino com a segunda letra, que se coloca ao lado do primeiro e assim sucessivamente at as palavras estarem completas. Formado o grupo com as palavras, o catequista pergunta: Ento qual a figura do prespio?... E o que dizemos ns a Maria? Muito bem: Ave Maria. Pronto. J temos o nome da 1 figura do prespio e at o que temos para lhe dizer. Ento vamos colocar as palavras bem vista de todos. O catequista afixa, uma por uma, as letras da AVE MARIA ao centro do placar. Depois continua: Mas estas palavras continuam com outras. Quais so? Parece-me (se for o caso) que alguns de vs j se tinham esquecido desta orao to linda a Maria, Me de Jesus. Por isso, eu vou distribuir por cada um, uma folhinha com a orao inteira. Depois de ter entregue a cada criana uma pagela com a Ave Maria, o catequista prope: E no querem l-la do princpio ao fim? Feita a recitao em grupo: Agora podem escrever o vosso nome ao fundo: significa que querem rezar mais vezes essa orao e, no caso de perderem a folhinha, quem a encontrar sabe a quem pertence. Depois de escritos os nomes, continuar: Quem se lembra de quem fez esta orao, na primeira parte? Ajudar a reconstruir as cenas de Lc 1, 26-28 e 1, 39-42, para as palavras Ave Maria, cheia de graa, o Senhor convosco e Bendita sois vos entre as mulheres e bendito o fruto do vosso ventre, e continuar: Portanto, foram duas pessoas muito importantes: primeiro, um anjo que veio do Cu para anunciar a Maria que Deus a escolhera para ser a Me do Salvador. O catequista afixa, no placar, do lado esquerdo do dstico Ave Maria, e voltada para ele, a figura do Anjo. Depois continua: A seguir foi S. Isabel que to bem recebeu a prima Maria em sua casa. O catequista afixa, no placar, do lado direito o dstico Ave Maria e voltada para ela, a figura de S. Isabel. Depois continua:)

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E hoje somos ns que saudamos Maria com as mesmas palavras. Na segunda parte, pedimos-lhe que ela, que est no Cu, junto de Deus, pea por ns para no andarmos no pecado, isto , no nos comportarmos de um modo que desagrada a Deus e a Jesus. Querem rezar todos esta orao?... Ento ponham-se de p Finda a orao e depois de sentadas as crianas, continuar (no ponto 3): 2 Alternativa Grupo grande Ento, vou entregar a cada um de vs uma cartolina com vrias palavras. Mas h palavras onde faltam algumas letras. E at podem faltar as letras de uma palavra inteira. O trabalho de cada um consiste em completar as palavras, preenchendo os espaos vazios com as letras certas. l que ho-de descobrir o nome da primeira figura do nosso prespio. Mas no ser s o nome. Esto l outras palavras importantes. No fim, no se esqueam de escrever o vosso nome. O catequista distribui por cada criana uma cartolina em forma de pagela com a letra da Ave Maria, como consta do Documento 1. Concludo o trabalho das crianas, continua: Primeiro, qual o nome da figura do prespio? E que mais dizemos a Maria? O catequista afixa no centro do placar o dstico Ave Maria. Depois convida: 3. Quem se lembra de quem fez esta orao na primeira parte? Ajudar a reconstruir as cenas de Lc 1, 26-28 e 1, 39-42, para as palavras Ave Maria, cheia de graa, o Senhor convosco e Bendita sois vs entre as mulheres e bendito o fruto do vosso ventre... Portanto, foram duas pessoas muito importantes: primeiro, um anjo que veio do Cu para anunciar a Maria que Deus a escolheu para ser a Me do Salvador. (O catequista afixa, no placar, do lado esquerdo do dstico Ave Maria e voltada para ele, a figura de um anjo). Depois foi a sua prima Isabel: foi com estas palavras bendita sois vs entre as mulheres e bendito o fruto do vosso ventre que ela recebeu e saudou Maria em sua casa. E pela mesma razo do anjo: por Maria ter sido escolhida para Me de Jesus. (O catequista afixa no placar do lado direito do dstico Ave Maria e voltado para ele, a figura de Santa Isabel. Depois continua:) 125

E hoje somos ns que saudamos Maria com as mesmas palavras. Na segunda parte pedimos-lhe que ela, que est no Cu junto de Deus, pea por ns, para no andarmos no pecado, isto , no nos comportemos de um modo que desagrade a Deus e a Jesus. Querem rezar esta orao? Ento ponham-se de p. Finda a orao e depois de sentadas as crianas, continuar: II. PALAVRA 1. J descobrimos qual a primeira figura do nosso prespio e at j sabemos como rezar-lhe. Mas ainda no a temos. E no a temos, porque queremos receb-la bem. Querem aprender um cntico em que saudamos Maria com as palavras do Anjo que esto afixadas no placar? Ento ouam. O catequista ensaia pelo menos o refro do cntico Ave Maria cheia de graa (de A. Cartageno), ou outro cntico com a mesma palavra no refro. Depois convida as crianas a porem-se de p, para o cantar, quando for introduzida a imagem de Nossa Senhora. O ideal que seja uma imagem do prespio, de tamanho proporcionado ao tamanho da Bblia. Seno, pode usar-se uma gravura em cartolina, no placar. Se for a imagem, colocada ao lado da Bblia; se for em cartolina, afixada por baixo do dstico Ave Maria. Procure-se que a entrada seja to solene quanto possvel. O ideal que a imagem seja trazida de fora da sala, por um outro catequista, acompanhado de duas crianas, cada uma com um castial aceso. Se no houver catequista, seja uma criana, previamente preparada e que, na altura prpria, convidada a sair para trazer a imagem. S, em caso extremo, o catequista ou outra criana traga a imagem de um lugar da sala onde estava escondida at ao momento da sua apresentao. Depois de colocada a imagem no seu lugar, o catequista manda sentar as crianas e diz: 2. Que bela recepo demos imagem da Me de Jesus! Possivelmente, esto j com vontade de lhe rezar a orao que ensaimos h pouco: a orao feita pelo Anjo e por S. Isabel. Mas temos de esperar um bocadinho. Antes, temos de saber melhor por que razo Maria, a Me de Jesus, to importante para ns. Sem dvida que o mais importante ela ser Me de Jesus. Mas vs sabeis que nem todas as mes so iguais. H umas melhores e outras piores. Maria foi, sem dvida, a melhor Me. Mas porqu? Como que ela se comportou como Me? 126

E que tal, se fosse o prprio Jesus a dizer-nos? Querem ouvir? Ento eu vou contar. Um dia Jesus, j um homem bem crescido, estava a ensinar as pessoas. Olhem, at estava a responder a umas pessoas que no concordavam com o que Ele fazia e ensinava. Sim, infelizmente, havia e ainda hoje h pessoas que no se interessam por Jesus e at o combatem. Pois bem, estava Ele a responder quelas pessoas, quando uma mulher, que estava a ouvi-lo, estava to admirada com o que Ele dizia que no se conteve e disse: Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram. (O catequista pode repetir). Esto a ver de quem falava aquela mulher? As entranhas so a barriga; e os seios onde os bebs bebem o leite das suas mes. Portanto, ela falava da Me de Jesus. E, por causa de Jesus, dizia que a Me dele devia ser muito feliz por ter um filho assim. Se calhar, at j aconteceu convosco alguma coisa parecida (...) De qualquer modo, quanto melhores somos, mais contentes e felizes ficam as nossas mes. Mas, falta saber o que Jesus respondeu. Querem saber? 3. Ento, ponham-se de p, como fazemos sempre, para escutar a Palavra de Jesus. O catequista, ladeado de duas crianas com os castiais acesos, l de Lc 11, 28 depois de se cantar: Fala, Senhor (refro). Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Lucas: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Jesus respondeu: Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a pem em prtica. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 4. Podem sentar-se. Ento quem , para Jesus, mais feliz? Exacto: Os que escutam a Palavra de Deus e a pem em prtica. E ter sido isso que fazia Maria, a Me de Jesus? Lembram-se de alguma vez em que ela mostrava fazer a vontade de Deus? (Deixar que se exprimam e completar:)

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Uma das vezes mais importantes, foi quando o Anjo lhe anunciou que Deus a escolhera para ser Me de Jesus, o Salvador. A terminar o encontro com o Anjo, Maria respondeu: Eis a serva do Senhor, faa-se em mim segundo a Tua Palavra. Faa-se em mim, segundo a Tua Palavra. Como o Anjo falava em nome de Deus, Maria disps-se, com esta resposta, a fazer a vontade de Deus. E foi assim que ela se tornou a Me de Jesus: fazendo a vontade de Deus. E por isso que ela foi mesmo muito feliz. No foi s porque trouxe Jesus, nove meses, no seu seio e, depois de Ele nascer, lhe dava mama, para Ele crescer. O mais importante para ser uma boa me fazer sempre a vontade de Deus. Como ns. Ainda se lembram do que Jesus nos tem dito, aqui na catequese, para fazermos e sermos felizes? Quem quer dizer? Muito bem: amar, respeitar, dizer a verdade, obedecere tantas outras coisas que Jesus ainda tem para nos dizer. Quem faz assim, como Maria, que est em condies para fazer um prespio lindo. o que estamos a fazer. III. EXPRESSO DE F 1. Tenho uma ideia, para irmos fazendo o nosso prespio mais lindo. J l temos a imagem de Maria, mesmo pertinho da Bblia, para mostrar que ela escutava sempre a Palavra de Deus e a punha em prtica. Tambm temos as figuras do Anjo e de S. Isabel que nos ensinavam a primeira parte da Ave Maria e temos tambm o princpio da Ave Maria. O resto est nas nossas mos: nas cartolinas com esta orao to linda, que todos (ou a maior parte de) vs j sabeis de cor. Pois bem, a minha ideia esta: que rezemos todos, em coro, esta orao, voltados para a imagem de Maria, e depois cada um oferea a Maria a cartolina com essa orao e o nosso nome, para estar no prespio, junto de Maria: com o nosso nome escrito l como ficar sempre ao p dela a dizer-lhe o que disse o Anjo e S. Isabel. De acordo? Querem mesmo colocar-se ao lado de Maria? Ento, iremos fazer assim: depois de todos rezarmos a Ave Maria, cada um, vez, aproxima-se aqui da imagem de Maria e da Bblia e diz: Ave Maria, s o princpio desta orao. Se quiserem, podem tambm dizer: Quero obedecer como Jesus, ou dizer a verdade, ou respeitar, amar. Uma das coisas que Jesus nos ensinou a fazer. De acordo? 2. Ento peguem na folhinha com a orao. Ponham-se de p. E, antes de rezarmos, cantemos, voltados para Maria: Ave, Ave, Ave Maria (s o refro, repetido). 128

Agora, digamos todos ao mesmo tempo: Ave Maria Santa Maria E agora, cada um, vai oferecer a orao com o seu nome, para ficar no prespio, dizendo: Ave Maria e uma daquelas coisas que fazemos para cumprir a vontade de Deus. Se forem muitas as crianas, podem juntar-se em pequenos grupos e fazer a saudao, neste caso sem mais palavras, em conjunto. Pelo meio, pode repetir-se o refro do cntico ensaiado. 3. O nosso prespio est a ficar cada vez mais bonito. Mas ainda falta muita coisa. Vai ser para a semana. Para isso peo-vos trs coisas: Primeiro, convidem os vossos pais ou avs a virem nossa ltima catequese, antes do Natal. Com eles, o prespio, que vamos completar, ainda vai ficar melhor. Segundo, durante a semana, rezem todos os dias a orao que hoje aqui rezmos. Ela vem no catecismo. Assim, lembram-se melhor de que os vossos nomes j esto junto do prespio. Est bem? Terceiro, tragam as duas cartolinas que levaram para casa: aquela em forma de corao que tem, dum lado, o nome de um vosso colega e, do outro, nomes de pessoas que todos queremos respeitar e aquele com uma flor, com ptalas, com nomes de pessoas a obedecer. Vejam l, no se esqueam. Vo ser muito precisas para o nosso prespio. (Se houver crianas que as esqueam, o catequista fornea ele outras em substituio). 4. Mas, no nos queremos ir embora, sem manifestar a nossa alegria pelo que hoje aprendemos e fizemos. Foi mesmo bom, no foi? Ento de p, cantemos o cntico: bom estarmos juntos. bom estar com Maria Me do Filho de Deus. O catequista recolha a pagela com a Ave Maria e, durante a semana, escreva no verso, uma mensagem natalcia para os pais/educadores das crianas, que tenha a ver com os temas tratados at agora. Para que as crianas convidem os pais e tragam as cartolinas preferidas, procure manter-se em contacto com elas, usando os meios mais aptos ao seu alcance.

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III DOCUMENTOS
DOCUMENTO 1

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CATEQUESE 10

JESUS DEUS CONNOSCO


(Celebrao)

I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Natal todos os dias? Tornou-se quase um slogan: Natal devia ser todos os dias. A formulao (devia, no imperfeito) j deixa dvidas acerca da convico e da verdade da afirmao. Quer dizer que no ; que aqueles que o dizem, no parecem na disposio de fazerem que o seja; e que, talvez, nem sequer seja possvel s-lo. Percebe-se o que est por trs da frase: o desejo de que o esprito, sobretudo da paz e concrdia, especialmente sentido e vivido no tempo natalcio, se prolongue pelos restantes dias do ano. como acontece com o Domingo que, se de facto, o , tem incidncias nos restantes dias da semana. Mas, como s h por semana um Domingo, tambm a celebrao do Natal nica no ciclo anual. Se todos os dias fossem Natal, deixaria de haver Natal. Este distingue-se do resto dos dias do ano, exactamente pelo que dele especfico e que, entre ns de pases do hemisfrio norte do planeta terrestre, s pode ser celebrado nesta altura do ano. O Natal comeou por ser uma festa pag, da cidade de Roma: celebrava a 25 de Dezembro, isto , no solstcio de Inverno, o Nascimento do Sol Invicto, porque invencvel relativamente s trevas em que lentamente e todos os anos se vai afundando. Numa poca em que o disco solar j era venerado como divindade tutelar do Imprio Romano, o imperador Aureliano elevou-a, em 274, a festa estatal, numa tentativa de assim contribuir para a coeso e a paz do Imprio, ento seriamente ameaada. Foram os cristos de Roma os primeiros a opor-se medida imperial. Na mesma data do ano, passaram a celebrar o Natal de Jesus, o nico que, por ter vencido a morte para sempre, proclamavam como Sol da Justia, com base em profecias do AT. A substituio ter sido facilitada pelos textos bblicos que tratam do nascimento de Jesus. Deles irrompe a luz e a vida que, em plenitude, imperador ou estrela alguma 131

podem proporcionar. Portanto, j por razes climatricas, o Natal s pode ser celebrado no pino do Inverno. E ento nos pases onde as estaes decorrem em ordem inversa? Nesses, sentese tambm aquele frio que no escolhe estao: o das relaes humanas, contaminadas pelo egosmo, a explorao, a misria; onde falta aquele amor que, numa plenitude inexcedvel, s foi vivido e transmitido pelo Deus que em Jesus Cristo, seu Filho, se tornou o Emanuel, o Deus connosco. Mas, se as condies climatricas contriburam para acentuar os efeitos negativos desse frio e dessa escurido destrutiva da vida, na sua dimenso social, ento ser mais fcil deixar-se conquistar por Aquele que, pelo menos para ns, nasce em cada 25 de Dezembro. 2. Jesus: o Deus connosco Emanuel corresponde ao hebraico Himmanu-el que, letra, significa connoscoDeus. Possivelmente na origem era um grito de confiana em Deus, usado na liturgia do templo de Jerusalm: Deus est/esteja connosco. Veja-se o refro do Sl 46, 8.12: O Senhor do universo est connosco!, no meio das tribulaes, medos e guerras a que o salmista se v sujeito. E neste mesmo sentido aparece em Is 8, 10, a concluir uma srie de desafios do profeta queles que, pela violncia, ameaam a existncia do seu povo: Traai planos, que sero frustrados; ordenai ameaas, que no sero executadas, porque temos o Himmanu-el: Deus connosco. Um grito de confiana em Deus que adquiriu, segundo Is 7, 1-16, um alcance particular, no confronto do mesmo profeta com o rei Acaz. Na chamada guerra siro-efraimita ( volta do 734 a.C.), Acaz caiu na tentao de pedir socorro ao imperador da Assria, uma medida que implicava uma sujeio a todos os nveis, incluindo o religioso. O profeta procura demov-lo. Perante esta teimosia e irremovvel falta de confiana em Deus, o profeta remata a sua interveno com a clebre profecia: Escuta, casa de David: no basta j ser molestos para os homens, seno que tambm ousais s-lo para o meu Deus? Por isso, o Senhor, por sua conta e risco, vos dar um sinal. Olhai: a jovem est grvida e vai dar luz um filho, e h-de pr-lhe o nome de Himmanuel (v. 13-14). A jovem era, na origem, provavelmente a rainha, que deveria dar luz um descendente de Acaz, reconhecido e respeitado pela sua confiana em Deus. O Evangelista Mateus, influenciado pela 1 traduo grega da Bblia (is LXX), que interpreta jovem no sentido de virgem, aplica a profecia a Jos, precisamente no clima da incerteza em que se encontrava perante a gravidez inexplicvel da Maria, sua esposa (Mt 1, 18-25): ao Filho que h-de nascer de Maria, ho-de cham-lo Emmanuel, que quer dizer Deus connosco (v. 23). E, de facto, assim ser: nunca Deus esteve tanto connosco como em Jesus Nazar. Uma presena salvfica que se prolonga para alm da sua morte e ressurreio. O Evangelho termina com estas palavras, pronunciadas pelo Ressuscitado: E eis que 132

estou convosco todos os dias at ao fim dos tempos (Mt 28, 20). Portanto, Ele continua connosco. 3. Nos nossos dias Ele continua connosco, antes de mais, atravs da sua Palavra, a Boa Nova do Reino de Deus: do Evangelho, passa para as igrejas, as famlias, as salas de catequese, onde continuamente volta a soar o grito de confiana: Bem-aventurados os pobres de esprito, porque deles o Reino dos Cus (Mt 5, 3). Pobres, so aqueles que, conscientes da sua fragilidade, das suas limitaes, da falta de esprito, de nimo, se confiam ao Deus que est connosco no Emmanuel que nos fala do alto monte, de junto de Deus. Ele continua connosco, atravs daqueles que o seguem e que Ele continua a enviar no anncio da mesma Boa Nova do Reino. Um anncio em que as aces confirmam as palavras, em que o modo de viver e actuar uma encarnao viva da mensagem que transmitem: Recebestes de graa, dai de graa (Mt 10, 8). na gratuidade que o amor encontra a sua expresso mais visvel e ilimitada e conquista mais gente para a vida. Ele continua presente, sempre que o semeador da Palavra sai a semear: uma sementeira sujeita a fracassos, desiluses, decepes, por falta de frutos; mas confiante de que haver sementes que daro fruto: umas cem, outras sessenta, outras trinta gros por cada semente (Mt 13, 8). E, de facto, assim acontece: quantos no trocam tudo pela aquisio do tesouro e prola preciosa que o Reino de Deus (13, 44-46). Contribuem para que Ele continue connosco, sempre que dois ou trs se juntam na terra para pedir alguma coisa em seu nome, na certeza de que, assim, a ho-de obter do seu Pai que est nos cus (Mt 18, 19). Mesmo que isso parea humanamente impossvel: perdoar no apenas sete vezes, mas setenta vezes sete (18, 22). De facto, no perdo ilimitado que o amor tem a sua expresso mxima. Ele continua connosco, sempre que o alimentarmos, quando tem fome, o vestimos, quando anda nu, o visitamos, quando est doente ou preso, na certeza de que Ele nos dir: Sempre que fizestes isto a um dos meus irmos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes (Mt 25, 40). Ele continua connosco sempre que continuamos a ensinar tudo isto que Ele nos mandou fazer (28, 20): nomeadamente na catequese e em mais este Natal que nico, como todos os Natais, se o soubermos acolher com a confiana de quem lhe grita: O Senhor esteja connosco! E Ele estar, de facto, no meio de ns. OBJECTIVOS Dar sentido cristo festa do Natal; Descobrir e acreditar que Jesus Deus connosco; Celebrar o Natal em comunho com Jesus e com os outros. 133

OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Esta catequese constituda por uma celebrao, feita na concluso do 1 bloco de catequeses, centradas na condio divina de Jesus e nas orientaes morais que dEle se foram recebendo. Como celebrao, nela acentuada a vivncia da f em Deus, no seu Filho Jesus Cristo e nalgumas outras figuras histrico-salvficas atravs das quais Deus se revelou. 2. acentuado o mistrio da encarnao do Filho de Deus, fazendo-se uma unidade com as catequeses 1 e 2, em que a condio divina de Jesus foi revelada pelo prprio Deus: aquele que, transfigurado no alto do monte, foi apresentado por Ele como Filho muito amado, o mesmo que, pelo seu nascimento humano, se tornou o Deus connosco. 3. Tratando-se de uma celebrao, para mais natalcia, de todo conveniente a presena e participao dos pais das crianas ou outros educadores. uma ocasio para eles prprios serem elucidados sobre o significado do Natal e o viverem com os seus filhos, na sala da catequese e, depois, no seio familiar e comunitrio. Para que possam estar presentes, pode mesmo alterar-se o horrio da catequese. Nesse caso, os pais devem ser avisados e preparados com muita antecedncia. 4. As crianas no iro, na celebrao, receber qualquer presente, a no ser o maior de todas: a do Filho de Deus que as ama e a quem elas amam. Nessa perspectiva, em vez de receber, so convidadas a dar prendas, mas no na linha do consumo dominante na sociedade; a prenda a oferta dos prprios, em unio em Cristo, aos pais e aos mais marginalizados da sociedade. O catequista entra tambm nesta oferta, especialmente na mensagem natalcia escrita aos pais/educadores das crianas, no verso da cartolina com a Ave Maria. MATERIAIS Figura de Jesus em silhueta (catequese 1); Dsticos: Este o meu Filho muito amado. Escutai-o, Amar, Respeitar, Obedecer, Dizer a verdade, Ave Maria (catequeses anteriores); Dsticos de Moiss e Elias (se houver lugar no placar); Figura do Anjo e S. Isabel (catequese anterior); Cartolinas em forma de corao com os nomes das crianas e catequistas (catequese 1); Cartolinas com o texto da Ave Maria e uma mensagem (catequese anterior); Cartolinas em forma de corao com o nome das crianas e das pessoas a respeitar (catequese 5, a trazer pelas crianas); Cartolinas com uma flor e os nomes das pessoas a obedecer (catequese 7, a trazer pelas crianas); 134

Imagens do prespio: Nossa Senhora, S. Jos, Menino Jesus, em tamanhos proporcionais ao da Bblia; Dstico: Deus Connosco; Dois castiais; Bblia; Pedras de suporte Bblia (catequese 3); Motivos, de preferncia natalcios, de ornamentao da sala. MSICAS Dlim dlo; bom estarmos juntos (estrofes com letras prprias); Fala, Senhor; Alegrem-me os cus e a terra; Senhor, para ti o meu corao.

II DESENVOLVIMENTO DA CELEBRAO
I. EXPERINCIA HUMANA Preparao da sala: No placar: a figura de Jesus em silhueta (catequeses 1-8), rodeada dos dsticos Este o meu Filho muito amado(na parte superior) e Escutai-o (na parte inferior), e preenchida pelos dsticos (em posio descendente) Amar,Respeitar, Dizer a verdade, Obedecer e Ave Maria. Junto deste e uma de cada lado as figuras do Anjo e da S. Isabel (catequese anterior). Se houver lugar, podem tambm afixar-se os dsticos de Moiss e Elias, na posio da catequese 1. Em volta, de um lado e outro, as cartolinas com os nomes das crianas e dos catequistas. Se as figuras do prespio (Maria, Jos e o Menino) forem em cartolina, sero afixadas ao fundo, mais prximas da Bblia. Na mesa: a Bblia em cima de 2/3 pedras (catequese 3), com as imagens de Nossa Senhora e de S. Jos, uma de cada lado e voltadas para a Bblia, aberta em Mt 1, 1825. De um lado e do outro, as cartolinas com o texto da Ave Maria (catequese anterior). Nas paredes (e outros lugares): ornamentao festiva, de preferncia de carcter natalcio. Intervenientes na celebrao: alm do catequista que preside, um pai/me para a leitura da Bblia; e um outro/outra para introduzir a imagem do Menino Jesus, ladeada de duas crianas com castiais acesos.

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1. ENTRADA E ACOLHIMENTO Ainda fora da sala: frente o catequista que preside, seguido das crianas em fila e dos seus familiares e outros catequistas, cantando o cntico: Dlim-dlo (ou outro cntico natalcio) Depois de todos nos seus lugares, as crianas frente e os adultos atrs, o catequista manda-os sentar e diz: Que acham da nossa sala? Est especialmente preparada, porque hoje, aqui na catequese, dia de festa: celebramos o Natal de Jesus. Mas, esto aqui muitas coisas na sala que os vossos pais/avs no entendem. No querem explicar-lhes? Comecemos pelo placar: De quem aquela figura branca que est ao centro?... E quem disse aquela palavra ao alto e ao fundo? Ora leiam l. E de quem se trata? E onde foram ditas? E quem as disse? Muito bem, no alto do monte, onde a figura de Jesus se tornou muito luminosa e rodeada de Moiss e Elias, Deus disse-lhe: Este o meu Filho muito amado e Escutai-o. Portanto, Deus mandou-nos escutar Jesus, seu Filho. E que nos tem dito Jesus? Olhem para o placar... Exacto: amar, respeitar, dizer a verdade e obedecer. E vs tendes feito isso? Vejam l, os vossos pais/avs esto a ouvir... Bom, umas vezes mais, outras menos. De qualquer modo, todos sabemos que bom fazer o que Jesus nos mandou e Ele mesmo faz. Se bom, ento cantemos, de p: bom sorrir (com 1 ou 2 estrofes que tratem dos temas de que as crianas mais falaram; em ltimo lugar a estrofe:) bom estar com Maria, Me do Filho a Deus. 2. ORAO Repararam que tambm cantmos bom estar com Maria. Onde que ela est? a 1 figura do prespio, que acolhemos na catequese anterior. E rezmos-lhe uma orao. Lembram-se quem fez essa orao?...

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Por isso, l esto tambm as figuras do Anjo e de S. Isabel em volta das palavras Ave Maria. Querem rez-la? Ento vamos todos erguer as mos e voltados, para a imagem da Me de Jesus, digamos todos ao mesmo tempo: Ave Maria Santa Maria 3. PALAVRA Podem sentar-se. J repararam que do outro lado da Bblia e a olhar para ela est outra figura. De quem ser? Mas S. Jos no era o verdadeiro pai de Jesus. Quem era o verdadeiro pai?... Exacto: at est escrito no placar, l ao alto. Quer dizer que S. Jos no devia entrar no prespio. Que acham?... Ele tornou-se o pai adoptivo, como ainda hoje h tantos pais adoptivos. S que com S. Jos foi um pouco complicado. Querem ouvir o que se passou? Para vos apresentar a histria, vou pedir a colaborao do/a Sr./a (nome) que vem aqui ler a palavra de Deus. Eu at lhe vou entregar a Bblia. Mas at ele/ela ler as palavras que Deus vai dizer, vou contar o que se passou antes. Foi assim: quando S. Jos soube que Maria, sua noiva, estava de beb, ficou muito atrapalhado. Sabia que o beb no era dele, mas no sabia de quem era. Como ele amava muito Maria, pensou mesmo em deix-la em segredo. S. Jos era muito bom. Era um homem justo, diz ali na Bblia. Andava ele nisto, sem saber bem o que fazer, quando teve um sonho. E quem lhe havia de aparecer naquele sonho? Deus, o verdadeiro pai de Jesus. E que disse Deus? Para ouvirem com mais respeito, ponham-se de p e cantemos: Fala Senhor Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Mateus: Todos: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, Disse Deus a Jos, num sonho: Leitor/a: (Mt 1, 20-21) Jos, filho de David, no temas receber Maria, tua esposa,

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pois o que ela concebeu obra do Esprito Santo. Ela dar luz um filho, ao qual dars o nome de Jesus, porque Ele salvar o povo dos seus pecados. Catequista: Ser que S. Jos fez o que Deus lhe disse? claro que fez. Por isso aquele que escreve esta histria, S. Mateus, junta umas palavras ditas muitos sculos antes por um profeta, um homem que falava em nome de Deus. S. Mateus diz-nos que essas palavras se cumpriram em Jesus. Querem ouvir? Leitor/a: (Mt 1, 23): Eis que uma virgem conceber e dar luz um filho; e ho-de cham-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco. Catequista: Palavra da Salvao. Todos: Glria a Vs, Senhor. Depois de o leitor se afastar: Podem sentar-se. Ento S. Jos merece ou no estar no prespio? Claro: sem Ele, Jesus no teria nascido, pelo menos em boas condies. E reparem como ele est, aqui na nossa mesa, a olhar para a Bblia, onde vm aquelas palavras do profeta. Ainda se lembram que nome que esse profeta dizia para darem a Jesus?... Na lngua deles Himmanu-el. Mas S. Mateus traduz para a gente. Que quer dizer Emanuel? Deus (El) connosco (Emanu). Ento Jesus tinha dois nomes? No. Este segundo s um ttulo. Como s vezes se diz de uma pessoa que , por exemplo, um homem de Deus, assim se diz de Jesus: Ele Deus connosco. E mesmo. Olhem para o placar: que disse Deus de Jesus? Este o Meu Filho muito amado! Portanto, como Jesus era Filho de Deus, tambm Jos falava das coisas de Deus e falava muito com Deus. Parece-nos que de pr aqui junto do prespio este ttulo to lindo dado a Jesus?... O catequista afixa o dstico Deus connosco por baixo do dstico Ave Maria. Fica mesmo bem: Ave Maria para a Me de Deus; Deus connosco foi o que descobriu S. Jos. E se ns cantssemos a alegria de termos Deus connosco? Ento, de p, cantemos: bom ter Deus connosco Em seu Filho, Jesus. 138

4. ADORAO DO MENINO Mas, estou a reparar que, no nosso prespio, falta a figura principal. Quem falta?... Ento vamos receber a imagem do Menino Jesus. Vai ser trazido pela/o Sr./Sra. (nome), acompanhado de dois meninos com duas velas acesas. Voltemo-nos todos para a porta (indicar qual), por onde vai entrar. E cantemos com muita alegria: Alegrem-se os cus e a terra (ou outro cntico natalcio). Depois de chegarem frente , voltados para as crianas, o catequista, se achar oportuno, convida os presentes a irem beijar a imagem do Menino, nas mos de quem a transportou. Durante o sculo, continuem com o mesmo cntico ou outro. No final, a imagem do Menino colocada em cima da Bblia, aberta em Mt 1, 23-25 e ladeada dos dois castiais acesos. 5. ORAO E GESTO DA PAZ Digam l se o nosso prespio no est lindo. E grande! J repararam bem quantos esto em volta dele, a comear pelos que esto no placar. At l est cada um de ns, com o nome escrito naqueles coraezinhos. E mais aonde? Nas pagelas com a Ave Maria. Mas no tudo. No trouxeram mais cartolinas? Uma em forma de corao e outra com uma flor desenhada. E nas duas esto muitos nomes. Que nomes so? Orem peguem nelas. Que est escrito nas ptalas das flores? Os nomes das pessoas a quem vs mais deveis obedecer. No querem rezar por elas a Jesus? Ento fazemos assim: pegam nessa cartolina, colocam-na na palma da mo aberta e, voltados para Jesus no prespio, vamos oferecer a Jesus o nosso corao, o nosso amor por essas pessoas. Se o grupo for pequeno, pode sugerir-se a algumas crianas que, antes da orao, leiam apenas alguns nomes. Ento cantemos todos: Senhor, para ti, o meu corao (repetido). Muito bem. Agora podem ir entregar essa flor ao vosso pai/me/av com um beijinho. Se houver crianas sem familiares, dizer-lhes que o faam em casa, do mesmo modo: com um beijo e votos de um bom Natal. Se quiserem, podem guardar isso para a noite de Natal, quando receberem os presentes.

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Falta a outra cartolina em forma de corao e escrita dos dois lados: Dum lado, est o nome de um vosso colega e, do outro, esto nomes de pessoas que eles querem respeitar. Querem tambm oferecer esses nomes a Jesus? So pessoas que vs tambm amais e respeitais. Ento coloquem-na nas palmas das mos, estendidas para Jesus, e cantemos: Senhor, para ti, o meu corao (repetido). E que vamos fazer a essas cartolinas?... Eu proponho que cada um as entregue ao colega a quem pertence. De acordo? Mas fazem assim: entregam a cartolina e desejam-lhe um bom Natal. 6. RITOS FINAIS E DE DESPEDIDA Podem sentar-se. Ainda faltam duas coisas. Primeiro saber o que vo fazer com a cartolina em forma de corao e com nomes de pessoas a quem respeitam. Tm alguma ideia? Ento proponho o seguinte: vo ter um gesto de amizade e respeito para com ao menos duas dessas pessoas: podem escrever-lhe um carto de boas festas, ou simplesmente telefonar-lhe. O melhor ser visit-la e oferecer-lhe uma prenda de Natal. Pode ser uma das muitas que iro receber. Se isso no for possvel, talvez por no terem o contacto dessa pessoa, podem pelo menos rezar a Jesus por ela. Nesse caso, proponho que coloquem esse cartozinho no prespio que fizerem l em casa. Se fizerem isso, esto a dar uma grande alegria a Jesus e a fazer com que Deus esteja mais connosco. A ltima coisa: que vamos fazer s cartolinas com a orao da Ave Maria, que esto aqui junto do prespio?... Proponho o seguinte: cada um leva a sua e, l em casa, vai entreg-la ao pai e me e convid-los a rezar convosco essa orao a Nossa Senhora. De acordo? O catequista chama por cada criana e entrega-lhe a respectiva cartolina, com um gesto de carinho - beijo, carcia - desejando-lhe um bom Natal. Depois de todas distribudas, prope o seguinte cntico conclusivo: Dlim-dlo (ou outro natalcio). No final do encontro, o catequista procura obter dos pais, uma fotografia, tipo passe, de cada criana, necessria a partir da prxima catequese.

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Aprendo a dizer Pai Nosso


2 BLOCO
Aps o Natal, o Baptismo de Jesus visto como manifestao do amor de Deus Pai e arranque da sua actividade messinica de anunciar o Reino de Deus. dele que, nos encontros seguintes, Jesus nos fala: como seu Pai e nosso Pai. Com isso, e ao mesmo tempo, as crianas vo sendo progressivamente introduzidas na orao que Jesus nos deixou como modelo. medida que a vo aprendendo e compreendendo o sentido das suas palavras, sero motivadas para fazerem dela a expresso da sua f e ser anunciada na orao, nomeadamente, na orao em Igreja. Termina-se com uma referncia vivencial ao Mistrio Pascal: Jesus, entregando-se ao Pai pela orao, deu a vida por ns e, pela ressurreio, venceu a morte.

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CATEQUESE 11

JESUS ANUNCIA-NOS O REINO DE DEUS


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A (re)descoberta do religioso H quem diga que o sculo XXI ser o sculo do religioso. Embora o futuro s a Deus pertena, a verdade que se notam, j desde finais do sculo passado, sinais visveis daquilo que alguns chamam o regresso ao religioso. Nalguns meios, comeou de um modo bastante desordenado: acolhendo-se a primeira oferta que aparece, sem um discernimento, minimamente, fundamentado de que o que oferecido no ser obra humana. Nestes casos, o que interessa s pessoas a satisfao de uma necessidade, ao lado de muitas outras. E cai-se numa religio pelo menos, predominantemente consumista, em que cada um continua fechado em si prprio e, muitas vezes, escravo da explorao econmica dos muitos fabricantes de religies, atentos s leis e orientaes do mercado. Para algumas das vtimas quando do por isso, j tarde de mais. Entretanto, isso tem tido pelo menos a vantagem de colocar muitos outros de sobreaviso. E hoje, nesta redescoberta do religioso, nota-se um crescente interesse pelas grandes religies, aquelas com provas dadas, pelo bem que, durante os sculos da sua existncia, tm proporcionado aos crentes que, nelas e a seu modo, tm encontrado o caminho da vida, a soluo para as grandes questes que afectam o homem e, para as quais, s em Deus encontra uma resposta. Visto de um modo muito genrico, este fenmeno tem, pelo menos nas sociedades ocidentais, a sua origem nos efeitos negativos de uma opo, que j dura sculos, por se construir a vida apenas sobre o homem: um humanismo sem Deus, que deu origem a uma srie de desumanismos e que criou um vazio no qual a vida humana perdeu o seu sentido ltimo. S no campo poltico, a grande maioria das guerras e massacres que, no sculo passado, vitimou milhes de seres humanos, tanto na Europa como na sia, devem-se em ltima anlise, directa ou indirectamente, tentativa de banir Deus dos horizontes humanos.

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E o ser humano, exclusivamente entregue a si prprio, sente-se perdido. Ou vai, cada vez mais, sentindo-se perdido. Muitos h, ainda, que, pelo menos na prtica, teimam viver na iluso de construir o paraso e, como tal, encontrar a razo de viver numa vida restringida ao imediato, ao consumo, ao prazer aos limites deste mundo e, sobretudo, da sua condio de criaturas. Mas, mesmo entre esses, so cada vez mais os sinais de desiluso e frustrao, que manifestam de muitas maneiras, mas que, directa ou indirectamente, confluem para o desejo de regressar. Para ns cristos, a pergunta que se impe esta: que fazer para acolh-los? Que resposta temos ns para lhes dar e, sobretudo, como d-la? 2. O Reino de Deus est prximo com estas palavras que o Evangelista S. Marcos resume o Evangelho de Deus proclamado por Jesus Messias: Completou-se o tempo e o Reino de Deus est prximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho (1, 15). Antes (1, 1-13) faz a apresentao de Jesus como Cristo, Filho de Deus (v.1). Ou melhor, coloca o prprio Deus a introduzi-lo aos leitores: primeiro atravs da citao de algumas passagens do AT, em que Deus se dirige a Cristo, para lhe indicar o mensageiro que, no deserto, h-de preparar os seus caminhos (vv. 2-3). De seguida, surge esse mensageiro, Joo Baptista, o ltimo dos profetas, que aponta para Jesus como Aquele diante do qual no sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandlias Ele h-de baptizar-vos com o Esprito Santo (vv. 7-8). Finalmente, aparece em cena o prprio Jesus que, no Baptismo administrado por Joo, recebe a energia vivificante do Esprito e ouve da boca de Deus estas palavras: Tu s o meu Filho muito amado, em ti, pus todo o meu agrado (vv. 9-11). E depois de vencer a prova a que sujeito pelo tentador, nos 40 dias passados no deserto (vv.12-13), que Jesus, por sua vez, comea a anunciar Aquele que, deste modo to solene, o havia apresentado: o Deus que, depois de um longo tempo de expectativa, finalmente intervm na histria e vida dos homens, para estabelecer o seu Reino. Marcos chama a esta interveno de Deus o seu Evangelho: uma Boa Nova que, se aceite pelo arrependimento e a f dos ouvintes, pode transformar radicalmente as suas vidas, fazer com que Deus passe realmente a reinar neles. essa transformao que o resto do Evangelho de Marcos nos descreve: um Evangelho tecido por aces e palavras de Jesus que libertam os ouvintes e destinatrios de toda a espcie de opresses, com destaque para aquelas que afastam as pessoas da sua relao com Deus. Jesus no veio para abolir todos os males deste mundo, mas para libertar os homens da mais grave das escravides, a do pecado, que os impede de realizar a sua vocao de filhos de Deus e causa de todas as servides humanas (CIC 549). No final da sua actividade messinica, Ele prprio vtima desse pecado: na sua morte consuma-se a rejeio que Ele, como Messias e Filho de Deus, teve de sofrer. 144

Mas foi ento que Ele realizou, de um modo nico e inexcedvel, o que fora o programa de toda a sua vida: O Filho do Homem no veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos (Mc 10, 45). Pagou com a sua vida a libertao que a todos oferece. Fez da morte a entrega da vida. Deu ao Evangelho que anunciava a sua expresso mais viva e eficiente: Deus passou a reinar nele e por Ele, como ressuscitado. De tal modo que, de mensageiro do Evangelho de Deus, Jesus passou definitivamente a ser o contedo desse Evangelho: 3. Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus este o ttulo que Marcos d ao seu livro. A Boa Nova de que Jesus o Messias e Filho de Deus, que antes era anunciado de viva voz, por ele redigida por escrito, para que, deste modo, ultrapasse todas as fronteiras do tempo e do espao e chegue at ns, com a energia vivificante com que era anunciado pelas testemunhas do Ressuscitado. Sim, hoje somos ns os destinatrios e, ao mesmo tempo, os mensageiros desta Boa Nova. Na medida em que nos deixarmos conquistar por ela, nos convertemos e acreditarmos naquele que nela anunciado, tornamo-nos seus mensageiros. Na medida em que encontramos Cristo e ficamos por Ele possudos, com o poder vivificante do seu amor, no podemos deixar dele dar testemunho. A libertao que Ele opera em ns impele-nos, de um modo irresistvel, a tudo fazermos para que essa mesma libertao se torne real em todos aqueles com quem nos encontramos, com quem convivemos. como que uma obrigao que nos imposta, maneira do que acontecia com Paulo: Ai de mim, se no evangelizar! (1 Cor 9,16). Uma evangelizao que, Ele, Jesus fez pela vida: predominantemente atravs das suas aces. Elas falavam por si. Nelas aparecia ao vivo o Reino de Deus que as suas palavras proclamavam. E foi nesse mesmo sentido que Ele preparou os seus discpulos: para serem mensageiros do Evangelho, negando-se a si prprios, tomando a sua cruz, no seu seguimento (Mc 8, 34); tornando-se os ltimos de todos e os servidores de todos (9, 35). Numa poca em que cresce o nmero daqueles que, em busca do religioso, andam procura de Deus, este o caminho a seguir para que eles encontrem Aquele de quem, de facto, necessitam: o Deus libertador que se manifestou de modo nico em Jesus Cristo; o Deus que concede a sua vida queles que tm a dita de o encontrar nos que nele acreditam: em ns cristos. Para o catequista, so as crianas, os adolescentes ou os jovens a ele confiados. Mas so tambm tantos pais e outros familiares que, pelo bem que querem aos seus filhos, os levam Igreja na esperana, talvez inconsciente, de eles prprios encontrarem o Deus vivo que procuram no Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.

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OBJECTIVOS Recordar a vivncia do Natal cristo, como experincia do amor de Cristo e dos cristos; Descobrir o amor de Deus, proclamado por Jesus na Boa Nova do Reino; Acolher, pela f, o anncio do Reino de Deus. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. As crianas so particularmente sensveis ao afecto: para o receber e para o manifestar. Mais do que por simples palavras, deixam-se convencer e conquistar por razes e expresses afectivas. Por isso, as pessoas que mais admiram so as que mais amor lhes manifestam. Em primeiro lugar esto (ou deveriam estar) os pais ou outros familiares, como os avs, com os quais mais convivem. 2. Por isso, sobre pessoas e experincias afectivamente marcantes, que, nesta catequese, se d incio ao anncio do Reino de Deus, feito por Jesus Cristo. Atravs das pessoas, de quem mais directamente vivem, e atravs de Cristo, a quem se sentem ou devem sentir afectivamente ligadas, as crianas so conduzidas para Deus, a fonte ltima e determinante do amor, da vida e da paz. No se trata de uma mera analogia entre o amor divino e o amor humano: Deus no simplesmente comparado aos pais terrestres; Deus actua como Pai, atravs do seu Filho Jesus Cristo e dos pais das crianas ou outros familiares e educadores. Ele que os faz amar, ainda que no tenham conscincia disso. 3. Da o esquema seguido por esta catequese, determinante para todas as seguintes: das experincias afectivas das crianas, estas so conduzidas, pela Palavra do Evangelho, para Deus. A mensagem do Reino de Deus, proclamada por Jesus no incio da sua actividade pblica, depois da experincia determinante do seu Baptismo, essa mensagem volta a ressoar na sala de catequese. E as crianas so motivadas a acolh-la pela f: a resposta humana ao amor de Deus, uma resposta provocada pelo prprio Deus. E se as crianas e os catequistas forem verdadeiramente conquistados por Ele, tornamse mensageiros do mesmo amor, a comear pela famlia, o lugar onde, habitualmente, fazem a primeira experincia do amor de Deus. 4. Como motivo simblico desta catequese proposto o corao. Ser ele a fazer a unidade entre todas as catequeses deste segundo bloco: aquele em que as crianas iro aprender a rezar a grande orao do Reino de Deus. Em volta do corao de Deus estaro as cartolinas representativas dos coraes das crianas e dos catequistas. Para as tornar mais significativas, sugere-se que, alm do nome, cada qual tenha tambm a fotografia de cada membro do grupo de

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catequese. O catequista procura, obt-las com tempo. Se, nesta catequese, ainda as no tiver ou tiver muito poucas, deixe a sua apresentao para a prxima catequese. MATERIAIS Uma cartolina vermelha, recortada em forma de corao e com uma medida que ocupe cerca de 2/3 a 3/4 do placar; Pequenas cartolinas em forma de corao com os nomes e as fotografias das crianas e catequistas (as mesmas usadas nas catequeses anteriores); Uma ou duas fotografias dos pais de uma ou duas crianas da catequese, num tamanho que os torne reconhecveis na sala de catequese (2 Alternativa); Dsticos: Pais (ou outro correspondente, conforme se indica no desenvolvimento), Jesus e Deus; Bblia; Dois castiais. MSICAS Dlim-dlo (ou outro natalcio); bom estarmos juntos (estrofe prpria catequese 10); Jesus Cristo Senhor.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: vazio ou s uma cartolina vermelha em forma de corao com um tamanho que ocupe 2/3 a 3/4 do espao do placar. Na mesa: a Bblia, rodeada de dois castiais apagados, e as cartolinas, em forma de corao, com os nomes e as fotografias das crianas. I. EXPERINCIA HUMANA 1. O catequista convida as crianas a cantar o cntico com que terminou a catequese da celebrao do Natal: Dlim-dlo (ou outro natalcio). Vejo que no se esqueceram do cntico de Natal que cantmos na ltima catequese: aquele em que celebrmos o nascimento de Jesus, juntamente com os vossos pais e outros familiares. Quer dizer que gostavam do cntico e da celebrao. verdade?... Mas, no final dessa catequese, tambm combinmos fazer uma coisa durante o tempo de Natal. Quem se lembra do que foi? (Ouvir as crianas).

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Foi rezar a Ave Maria e ter um gesto de amizade com, ao menos, uma daquelas pessoas que estavam assinaladas naquele corao. Quem teve esse gesto de amizade? Deixar que as crianas contem e ter uma palavra de louvor para aquelas que o fizeram. Mas no prolongar. No final da partilha, concluir: Foram gestos muito bonitos (exemplificar) que vos deixaram felizes, porque fizeram felizes essas pessoas. Querem cantar a alegria que todos sentimos? Ento cantemos: bom estarmos juntos (refro e a seguinte estrofe:) bom ter Deus connosco, em seu Filho Jesus. Se no placar ainda no estiver afixado o corao gigante referido atrs, o catequista afixa-o neste momento e diz: 2. Hoje no nosso placar, temos um corao muito grande. Quase no podia ser maior, seno nem cabia no placar. De quem ser este corao? Vamos tentar descobrir a quem que ele pertence. De acordo? 1 Alternativa

Vamos fazer assim. Cada um de vs pensa naquela pessoa de quem mais gosta. Tem que ser uma pessoa com quem vs conviveis, que vedes, com quem falais. Uma ou duas pessoas. Mais no. Portanto, qual a pessoa viva e com a qual conviveis e de quem gostais mais. Pensem um bocadinho E agora digam l. Quem quer comear? Depois de todas as crianas se pronunciarem, o catequista escreve numa cartolina o nome da pessoa, ou das duas pessoas mais mencionadas. Espera-se que seja o pai e/ou a me. Se no for, escreve a que realmente for mais querida pela maioria. Se a maioria das crianas mencionar Jesus, nesse caso pergunta por outra pessoa, para alm de Jesus. Depois afixa o nome dessa pessoa por cima, mas de fora, do corao afixado no placar.

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2 Alternativa

O catequista afixa, por cima e do lado de fora do corao, uma fotografia, em formato que seja visvel de todos, dos pais de uma ou duas crianas da catequese. Mas tm de ser pais que tm um bom relacionamento entre si, com os seus filhos e uma prtica crist reconhecida. Depois pergunta: Conhecem as pessoas que esto ali nas fotografias? Deixar que se exprimam e convidar a(s) criana(s), cujos pais constem da fotografia, a virem para a frente e a contarem algo sobre os seus pais: O amor que tm por eles, as razes por que os amam, isto , o que os pais dela(s) lhe(s) fazem como pais. No final, agradece o testemunho da(s) criana(s) e pergunta s outras: Quem de vs tambm tem pais assim, to amorosos? 3. Para as duas alternativas: Ento quer dizer que este corao grande (apontar o placar) o dos vossos pais (ou a pessoa mais mencionada, na 1 alternativa)? Sim, os vossos pais tm um corao grande, um corao de quem vos ama muito. Mas, ser assim to grande? Digam l: Quem que faz com que os nossos pais nos amem tanto? Quem coloca no seu corao um amor to grande? Deixar que se exprimam e, adaptando as respostas, continuar: Em muitos casos , de facto, Jesus. Sem Jesus, os nossos pais no gostariam tanto de ns. Pelo menos aqueles pais (ou outras pessoas) que amam muito Jesus, esses amam-nos muito mais. Ento, nesse caso o corao (tambm) o de Jesus. Esto de acordo? O catequista afixa, por baixo do dstico pais ou outro idntico, o dstico Jesus. De facto, Jesus ama-nos mesmo muito. E um dos sinais disso Ele dar-nos pessoas que nos amam tanto, pessoas com um corao grande. Mas, agora podamos fazer a mesma pergunta a Jesus: para Ele, qual a pessoa de quem gosta mais? algum que tem um corao grande, muito, muito maior do que o que est ali no placar? No digam quem . Acho que deve ser Ele, Jesus, a dizernos. No acham tambm?

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II. PALAVRA 1. Depois de pegar na Bblia: Est aqui escrito na Bblia: logo no princpio dos Evangelhos que nos falam de Jesus e onde Jesus nos fala. Ora bem, antes de Jesus nos falar dessa Pessoa de quem gostava mais, essa Pessoa que fala para Ele. Sim, para Jesus. Foi assim: quando Jesus j era grande e tinha cerca de 30 anos, resolveu sair da sua terra para ir ter com Joo Baptista. Joo Baptista era seu primo. Acontecera que Joo Baptista tambm tinha sado da sua terra, para ir para junto de um rio, chamado Jordo. A convidava as pessoas a serem melhores, a no fazerem maldades que causam desordem e ofendem a Deus e aos outros. E as pessoas que aceitavam o convite de Joo, ele baptizava-as: lavava-as com gua, para significar que queriam mesmo emendar-se, ser melhores, ser mesmo bons. Aconteceu que Jesus foi ter com ele para ser tambm baptizado por ele. No que Jesus fizesse maldades. Mas queria mostrar a todos que estava de acordo com o que Joo Baptista ensinava e fazia. E sabem o que aconteceu quando Jesus foi baptizado por Joo Baptista? Antes de eu ler, peo a dois de vs que venham aqui segurar nos castiais que vou acender. Depois de acesos, e de todas as crianas se porem de p, a catequista l de Mc 1, 10-11: Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Marcos: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Quando Jesus saiu da gua, viu serem rasgados os Cus e o Esprito descer sobre Ele como uma pomba. E do cu veio uma voz: Tu s o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado O catequista repete, lentamente, as palavras de Deus, e comenta: Primeiro, de quem so estas palavras vindas do Cu?... E repararam que so muito parecidas com aquelas que Deus disse no alto monte, onde Jesus se tornou muito, muito luminoso? 150

L, no alto monte, foram ditas aos discpulos, aqui, no Baptismo de Jesus, a Ele que Deus as diz. Deus diz-lhe que o ama muito, mesmo muito. E que aconteceu a seguir? Vem aqui na Bblia. Passadas algumas semanas, prenderam Joo Baptista. Foram umas pessoas que no lhe queriam bem. E ento que fez Jesus? O catequista l de Mc 1, 14-15: Depois de Joo ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, e proclamava o Evangelho de Deus, dizendo: Completou-se o tempo e o Reino de Deus est prximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 2. Depois de pousada a Bblia e os castiais e as crianas se sentarem: Que fez Jesus, depois de ouvir a voz de Deus? Foi anunciar o Evangelho de Deus. Evangelho significa Boa Notcia. Jesus comeou a dizer a todas as pessoas uma boa notcia que Ele tinha recebido de Deus: que o Reino de Deus est prximo. Sabem o que um reino? uma terra, mas so mais as pessoas que vivem nessa terra. Por exemplo, as pessoas todas do nosso pas. Ou at do mundo inteiro. Quando essas pessoas ficam a conhecer a Deus e fazem o que Deus nos manda, ento Deus quem manda nelas. E temos o Reino de Deus: onde as pessoas j no sofrem nem fazem maldades, mas sentem que so amadas, e so muito felizes. Pois bem, foi o que Jesus comeou a fazer. Depois de Ele ouvir a voz de Deus e sentir que Deus o amava muito, mesmo muito, comeou a pregar, a dizer a toda a gente: o Reino de Deus est prximo. O que preciso as pessoas arrependeremse e emendarem-se das suas maldades e ouvirem o que Deus nos manda: que as pessoas se amem umas s outras e assim reine a paz entre todos. 3. Ento agora, j sabemos qual a resposta de Jesus pergunta: de quem que Ele gosta mais. Quem ? O catequista, em silncio, afixa, por baixo do dstico anterior e ligado ao corao, o dstico: Deus. 151

Este corao grande o corao de Deus. Foi o Reino de Deus que Jesus nos veio anunciar. Com um pedido: que as pessoas se arrependam e acreditem, aceitem as palavras de Jesus, a Boa Notcia que Ele traz; que as pessoas amem a Deus, como Jesus. Foi Deus que nos deu Jesus e, por meio de Jesus, nos tem dado tantas pessoas que nos amam. Exemplificar com a pessoa mencionada pelas crianas. Olhem, eu sei um cntico em que ns dizemos e cantamos aquilo que hoje Deus e Jesus nos disseram. Querem ouvir? O catequista ensaia o cntico: Jesus Cristo Senhor (refro e 1 estrofe). O refro pode ser acompanhado dos seguintes gestos: Jesus Cristo o Senhor (mos erguidas e corpo inclinado) Que do seu Pai nos trs (mos e braos abertos, e, juntamente com a cabea voltada para o alto) Um Reino s de amor (mos pousadas no corao) Um Reino s de paz (todos de mos dadas). III. EXPRESSO DE F 1. um cntico bonito no ? E cantado com o nosso corpo todo, ainda mais bonito. Com este cntico estamos a proclamar o que Jesus hoje nos disse de Deus seu Pai: que Ele nos traz um Reino s de amor, um Reino s de paz. Ento vamos cant-lo, agora de p. Jesus Cristo Senhor (refro e 1 estrofe). 2. Depois de as crianas se sentarem: J sabemos que aquele corao grande o de Deus: ningum nos ama tanto como Ele. O amor de Jesus e das outras pessoas vem de Deus. As pessoas que procuram amar como Ele, esto a aceitar o seu Reino, o seu amor, a sua paz. E ns tambm queremos fazer parte desse grupo de pessoas. Ou h aqui algum que no queira?... Ento falta alguma coisa no placar. O que ser? Somos ns todos. Querem ou no estar tambm no placar, juntamente com as pessoas que j l esto?

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Ento vamos fazer assim: eu vou dar a cada um de vs aquele coraozinho com o nome de cada um, aquele corao que j l estava nas outras catequeses. (No caso de j todos ou a maioria ter a fotografia colada na cartolina:) S que agora est um bocadinho diferente. Vai ser uma surpresa. O catequista chama por cada criana e entrega a cada uma, a respectiva cartolina com o nome e/ou a fotografia. Depois convida as crianas sua entrega: Agora vamos colocar o nosso corao junto ao de Deus. Cada um vem aqui, junto da Bblia, com o coraozinho com a vossa fotografia nas mos abertas e diz: Obrigado, meu Deus, pelo teu grande amor. Querem dizer todos, para no se esquecerem? Obrigado, meu Deus, pelo teu grande amor. Se as crianas forem muitas e/ou no houver tempo, a orao pode ser feita ou por pequenos grupos ou por todos ao mesmo tempo. O(s) catequista(s) faz(em) tambm a sua entrega. No final, cantam todos: Jesus Cristo Senhor. 3. S falta uma coisa. Mas no para fazerem aqui. E l em vossa casa. Esto a ver que junto ao corao de Deus no estamos s ns, mas tambm Jesus. E quem est l no alto? Exactamente: as pessoas, da terra, de quem mais gostais. So pessoas que, pelo amor que nos tm, nos mostram Deus, nos ensinam como Deus nos ama. Ento, eu proponho o seguinte: l em casa, vo contar a essas pessoas o que hoje aprendemos aqui e que elas tambm esto junto do corao de Deus. Se conseguirem lembrar-se, at lhes podem ensinar o cntico que hoje aprenderam. Ele vem no nosso catecismo. Combinado? Depois ho-de contar-nos como que essas pessoas reagiram. J estou com muita curiosidade.

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CATEQUESE 12

JESUS REZA A DEUS SEU PAI


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A orao na vida H cada vez mais pessoas a rezar. Graas a Deus! Depois de uns tempos em que, nomeadamente entre os cristos, muitos privilegiavam a aco, em detrimento da orao, hoje nota-se o movimento oposto. Com manifestaes diversas: H cada vez mais pessoas que procuram retirar-se para, individualmente ou em grupo e no silncio exterior e interior, se entregarem a escutar a Palavra de Deus, a confrontar com Ele a sua vida, a confiar-lhe as suas nsias, preocupaes e alegrias. Pessoas que, dedicam um ou mais dias, a fazer os seus exerccios espirituais e, neles, se encontrarem em Deus. H cada vez mais pessoas que, nalguns casos durante dias e at semanas, peregrinam a p para um santurio, sobretudo o de Ftima. So dias de silncio, meditao, dilogo, por vezes ntimo, com fortes momentos de orao pessoal e comunitria, ao ritmo do andamento, da caminhada para Deus. H cada vez mais pessoas que procuram, no silncio e recolhimento de uma igreja, diante do Santssimo exposto ou no sacrrio, de uma imagem sagrada, ou simplesmente sentadas num recanto, saborear a paz que o lugar proporciona, a paz que se obtm atravs do encontro consigo prprias e com Deus, diante de manifestaes ou sinais da sua presena. H cada vez mais pessoas, muitas delas na flor da juventude ou no incio de uma vida profissional prometedora, que deixam tudo para entrar no recolhimento de um convento de clausura para se sentirem mais prximas de Deus. H cada vez mais pessoas que, por livre iniciativa, no conseguem passar, pelo menos um Domingo, sem saborear a felicidade de, em Igreja, experimentar o amor extremo de Jesus, que se torna sacramentalmente presente entre ns atravs de celebrao eucarstica e de outras expresses de orao comunitria.

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H cada vez mais pessoas a integrarem-se em movimentos que privilegiam aces e vivncias da orao, realizadas sobretudo em comunidade. H at pessoas que, no estando filiadas em grupos religiosamente organizados, em Igrejas ou religies, precisam, periodicamente, de se entregar meditao, em busca de uma espiritualidade que lhes permita encontrarem-se consigo prprias e angariar foras para as lutas com que se vo deparando no seu dia-a-dia. As razes para esta (re)descoberta da importncia e necessidade da espiritualidade e, na maioria dos casos mencionados, da orao, so muitas e variadas. Mas na base de todas elas est, directa ou indirectamente, a (re)descoberta de que, sem Deus, a vida no tem sentido e de que fundamental dar-lhe espao na prpria vida, em tempo e lugares prprios: a convico de que nem s de po vive o homem (Dt 8, 3; Mt 4, 4), para que o po de que se vive d fora e sabor vida Alis, de acordo com os hbitos e as convices, as palavras e as aces de Jesus Cristo. 2. Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra Foi com estas palavras que Jesus iniciou uma das suas mais belas e eficazes oraes de bno e se tornou o modelo privilegiado da orao crist. A bno exprime o movimento de fundo da orao crist: ela o encontro de Deus com o homem: nela se encontram e unem o dom de Deus e o acolhimento do homem. A orao de bno a resposta do homem aos dons de Deus: uma vez que Deus abenoa, o corao do homem pode responder bendizendo Aquele que a fonte de toda a bno (CIC 2626). No caso de Jesus, a bno de Deus acabara de se manifestar na misso a que enviar os setenta e dois discpulos: um envio iniciado com um insistente convite orao ao dono da messe para que mande trabalhadores para a messe (Lc 10, 2); um envio, talvez por isso, coroado de xito: Os setenta e dois discpulos voltaram cheios de alegria, dizendo: Senhor, at os demnios se sujeitaram a ns, em teu nome!. Ao que Jesus respondeu com palavras que terminam assim: No vos alegreis porque os espritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Cu (10, 17-20), que o mesmo dizer, em Deus. Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a aco do Esprito Santo e disse: Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sbios e inteligentes e as revelastes aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado (10, 21). E se a bno de Deus est na origem da orao da bno pronunciada por Jesus, na alegria do Esprito Santo, esta mesma orao torna-se a fonte de mais bnos. A comear pelo prprio Jesus que, na sua orao sente e vive com especial intensidade a comunho vital que o une ao Pai, assim imediatamente expressa: Tudo me foi entregue por meu Pai; e ningum conhece quem o Filho seno o Pai, nem quem o Pai seno o Filho e aquele a quem o Filho houver por bem revelar-lho (10, 22). Trata-se de um conhecimento afectivo, conforme o sentido predominante que o verbo 156

conhecer e seus derivados tm na tradio bblica: um conhecimento do amor, da fuso de duas pessoas numa comunho to profunda e fecunda que d origem terceira pessoa divina, a do Esprito com que Deus se comunica e penetra na vida dos seres que dele vivem, pela f; o Esprito que faz delas filhos adoptivos e os leva, na orao filial mais ntima, a clamar: Abb, Pai (Rm 8, 15). deste modo que o Esprito divino, dado aos mais pequeninos, isto , queles que tm conscincia da sua condio de criaturas limitadas, dependentes e carentes de vida, faz com que, nas suas vidas, vivam da orao. 3. A vida da orao A orao , tambm para eles, para ns, fonte de vida, antes de mais pelo lugar de onde brota. De onde procede a orao do homem? Seja qual for a linguagem da orao (gestos e palavras), o homem todo que reza. Mas para designar o lugar de onde brota a orao, as Escrituras falam s vezes da alma ou do esprito ou, com frequncia, do corao (mais de mil vezes). o corao que ora. Se ele estiver longe de Deus, a expresso da orao ser v. O corao a morada onde estou, onde habito (e segundo a expresso temtica ou bblica, aonde eu deso). o nosso centro oculto, inapreensvel, quer para a nossa razo quer para a dos outros: s o Esprito de Deus que o pode sondar e conhecer. o lugar da deciso, no mais profundo das nossas tendncias psquicas. a sede da verdade, onde escolhemos a vida ou a morte. o lugar do encontro, j que, imagem de Deus, vivemos em relao: o lugar da aliana. A orao crist uma relao de aliana entre Deus e o homem em Cristo. aco de Deus e do homem; jorra do Esprito Santo e de ns, toda orientada para o Pai, em unio com a vontade humana do Filho de Deus feito homem (CIC 2562-2564). E se a orao se situa e brota deste meu centro vital, no pode haver pedao nenhum da minha vida que fique fora desta relao vital com Deus: nem da minha vida pessoal nem daqueles que fazem parte da minha vida. Da que a minha orao seja mais rica, mais completa, se para ela eu conseguir conquistar aqueles de quem e para quem vivo. Como? Atravs da orao que fao por eles At que, mais cedo ou mais tarde, seja tambm uma orao com eles, nomeadamente com aqueles que, pela catequese, Deus me confiou pela confiana que deposita em mim. E que feliz eu serei, se o conseguir, numa poca em que tanta necessidade se sente de orao! To feliz que possa tambm eu exclamar: Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra!... OBJECTIVOS Alegrar-se por tomar parte no anncio do Reino de Deus; Descobrir na orao de Jesus a expresso da sua comunho com Deus; Sentir a felicidade de ser envolvido na orao de Jesus. 157

OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Esta catequese a primeira de um conjunto sobre a orao, em que se insere, como parte central, a orao dominical. Como se aprende a rezar, sobretudo rezando, todas estas catequeses tm um cunho essencialmente prtico. s crianas so oferecidos meios e modelos de orao, que so convidadas a assumir como orao prpria. 2. Na sua base est a experincia vivificante e gratificante do Reino de Deus. pela f, expressa e vivida na orao, que o Reino de Deus acolhido. E pela colaborao no anncio do Reino que Deus reina naqueles que a Ele aderem. Da que, nesta catequese, as crianas partam da sua experincia de testemunhas do amor de Deus, especialmente na famlia, paralela misso dos setenta e dois discpulos, enviados por Jesus, como mensageiros do Evangelho do Reino. 3. E a orao feita por Jesus, na sequncia do xito da misso dos setenta e dois, deve ser experimentada pelas crianas como motivada por elas prprias. Ver que Jesus est a rezar por elas o melhor meio para elas se sentirem no corao de Deus, a quem Jesus se entrega, num comovente e imponente hino de louvor. E quanto mais se sentirem amadas por Deus, mais fora tero para continuar a anunci-lo. 4. Para tudo isto fundamental que o catequista se insira no mesmo dinamismo do amor divino: preciso que reze realmente, quando leva as crianas a rezar; ou melhor, para que possa levar as crianas orao. MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequese anterior); Dsticos Pais/Mes, Jesus e Deus (catequese anterior); Figura de Jesus em orao (de frente e com os braos erguidos para o Cu) que, na 1 alternativa da experincia humana, ser recortada em cerca de seis partes; Dstico Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra, cujas palavras, na 2 alternativa da experincia humana, so separadas; Canetas/esferogrficas; Bblia; Dois castiais. MSICAS Jesus Cristo Senhor; Obrigado Jesus, porque s meu amigo (com uma leve mudana na letra).

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II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar esto afixados, como no final da catequese anterior: a cartolina em forma de corao (de Deus), rodeada das cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e catequistas e, por cima, os dsticos: Pais/Mes (ou o correspondente), Jesus e Deus Na mesa esto colocados dois castiais apagados e, no meio, a Bblia. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Quem se lembra ainda do cntico que aprendemos na ltima catequese?... (O catequista ajuda a record-lo e a cant-lo, de p:) Jesus Cristo Senhor (s o refro, acompanhado dos gestos ensaiados nessa catequese). Quem de vs o cantou l em casa?... E algum de vs fez o que eu sugeri? Algum contou ao pai/me que ele(s) esto ali escritos por cima do corao de Deus? E os pais gostaram? Deixar que as crianas se exprimam. Se nenhuma seguiu a proposta, incentiv-las a faz-lo na 1 oportunidade. Depois concluir: Mas no sois vs os nicos que levam (ou querem levar) aos outros as palavras de Jesus de que o Reino de Deus j comeou com Ele: um Reino s de amor, um Reino s de paz. Tem havido e h ainda hoje muitos, mesmo muitos amigos de Jesus que no se contm sem contar aos outros a Boa Notcia trazida por Jesus. E ser que Jesus fica contente? claro que sim. Fica to, to contente que No digo. No digo, porque quero que sejais vs a descobrir o que Jesus faz, quando anunciamos o seu Reino de amor e paz. Querem experimentar, descobrir? 2. Vai ser uma espcie de jogo. 1 Alternativa Grupo pequeno Vou entregar-vos as peas dum puzzle. O vosso trabalho consiste em junt-las. E assim iro descobrir como reage Jesus, quando os seus amigos levam aos outros a feliz notcia do Reino de Deus, como fez o prprio Jesus. 159

O catequista entrega as peas,( volta de seis ou mais, conforme a capacidade e o tempo das crianas) da figura de Jesus a rezar, que, a seu tempo, ser afixada no placar. Para facilitar a sua juno, podem usar uma base em cartolina e afastar-se para um lugar da sala mais apropriado. Logo que as peas estejam juntas, uma (ou duas) criana(s) traz a figura para a frente das outras, junto mesa e ao centro. O catequista pergunta: Que estar Jesus a fazer?... Sim. Est a rezar. Mas a rezar porqu? E que estar Ele a rezar? 2 Alternativa Grupo grande Para j, preciso da colaborao nove meninos e meninas. Chamarei um por um destes nove e vou entregar a cada um uma palavra que at pode ser s uma letra. So as palavras de uma frase, mas vou d-las fora da sua ordem. E o que que os outros tm de fazer? Descobrir qual a ordem certa das palavras e dizer aos que tm as palavras para se porem nessa ordem. O catequista, medida que chama as crianas, vai entregando a cada uma, as palavras soltas e fora de ordem: Bendigo-te//Pai/Senhor/do/Cu/e/da/Terra. Depois das nove crianas estarem alinhadas e voltadas para as restantes, comea por perguntar qual ser a primeira A respectiva criana desloca-se ento para a ponta esquerda, e assim sucessivamente. Procure que se mantenha um mnimo de ordem, nem que para isso tenha de interromper a reconstruo da frase. No final pergunta: Estas palavras so dirigidas a quem? E por que razo Jesus bendiz e louva a Deus? II. PALAVRA 1. Eu vou contar Se foi seguida a 1 alternativa, o catequista coloca-se ao lado da criana que segura o quadro; na 2 alternativa, coloca-se ao centro, entre as crianas que seguram as letras. Depois de Jesus comear a anunciar a Boa Notcia do Reino de Deus, comearam a juntar-se a Ele alguns amigos: eram homens e mulheres que aceitavam a sua Boa Notcia, se convertiam e andavam com Jesus. Como ns hoje. Sim, ns tambm 160

aceitmos a Boa Notcia do Reino de Deus. Em sinal disso, at cantmos aquele cntico (e alguns at o cantaram l em casa). Ora bem, quando j eram muitos os discpulos de Jesus e j sabiam bem o que Jesus fazia pelo Reino de Deus, pelo seu amor e a sua paz, Jesus mandou um grupo deles, os melhores, a irem por outras terras anunciar tambm que o Reino de Deus, o seu amor e a sua paz, tinha comeado com Jesus. Diziam a toda a gente que Jesus era mesmo o enviado por Deus, o seu Filho muito amado. E no se limitavam a anunciar isso, mas faziam muitas coisas boas que tinham visto Jesus a fazer. Foi como fizeram alguns de vs desde a ltima catequese. Passado um tempo, esses discpulos de Jesus voltaram e contaram-lhe tudo o que tinham feito e como muitas pessoas tinham aceite a Boa Notcia do Reino de Deus, se tinham convertido, se tinham tornado amigos de Deus e dos outros. E sabem o que fez Jesus, depois de ouvir o que lhe contavam aqueles discpulos?... 2. Peo aos meninos que tm a figura de Jesus ou as suas palavras para as levantarem. Agora que vamos ver como que essa figura/essas palavras de Jesus aqui aparecem. Para ouvirem ponham-se de p. O catequista acende os castiais, entrega-os a duas crianas e, no meio, l de Lc 10, 21-22: Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Lucas: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria Sob a aco do Esprito Santo E disse: Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra, Porque escondeste estas coisas Aos sbios e aos inteligentes E as revelastes aos pequeninos. Sim, Pai, Porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, E ningum conhece quem o Filho Seno o Pai, nem quem o Pai seno o Filho e aquele a quem o Filho 161

houver por bem revelar-lho. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 3. Depois de sentadas as crianas e pousada a Bblia e os castiais, o catequista afixa, na parte superior do corao de Deus e em semicrculo, o dstico Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra. Se tiver sido seguida a 2 alternativa, so as palavras que tm as respectivas crianas, que, depois de as entregarem ao catequista, voltam para os seus lugares. O catequista pega ento na figura de Jesus a rezar ou aponta para ela, no caso de estar nas mos da criana que seguiu a 1 alternativa: C est! Depois de aqueles discpulos voltarem de espalhar a Boa Notcia do Reino de Deus, Jesus ficou to contente que at estremeceu de alegria. Ficou cheio do Esprito Santo e disse esta orao to linda: Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra. Mas Jesus louvava e agradecia a Deus por que razo? O que disse Ele a seguir? Bendisse a Deus por Ele ter mostrado o seu Reino de amor e paz aos pequeninos. Quem eram esses pequeninos? Eram pessoas diferentes daquelas que se consideravam muito importantes, pensavam que sabiam tudo e no ligavam a ningum. Essas pessoas no aceitavam a Boa Notcia de amor e de paz que Jesus trazia e espalhava por meio dos discpulos. Os pequeninos eram as crianas, como vs, mas eram tambm pessoas grandes, desejosas de aprender a ser boas, desejosas de ouvir o que Deus comunicava por meio de Jesus. Por elas que Jesus louvava e agradecia a Deus. E quem so essas pessoas hoje? (Deixar que as crianas se exprimam e completar): So tambm as pessoas a quem ns anunciamos Jesus, a sua Boa Notcia do Reino de Deus, e passam a ser amigos, a viver no amor e na paz. So essas pessoas e tambm aquelas que espalham a notcia do Reino de Deus. Sois vs! Olhem para Jesus no placar Que lindo: Jesus a rezar, a agradecer a Deus por ns!... Esto contentes? Ento, eu proponho que cantemos outra vez o cntico em que anunciamos o Reino de Deus, um reino s de amor e de paz: O catequista levanta um pouco a figura de Jesus a rezar ou pede s crianas da 1 alternativa que o faam e, todos de p e com gestos, cantam: Jesus Cristo Senhor (s o refro). 162

4. Podem sentar-se. E agora digam-me: que vamos fazer com esta imagem de Jesus a rezar? Onde a devemos colocar? Deixar que as crianas se exprimam e, conforme as respostas, propor: Lembram-se de que Jesus, depois de rezar pelos pequeninos, disse mais umas palavras sobre Ele e Deus seu Pai. Eu vou ler outra vez (l Lc 11, 22): Tudo me foi entregue por meu Pai; e ningum conhece quem o Filho seno o Pai, nem quem o Pai seno o Filho e aquele a quem o Filho houver por bem revelar-lho. Quem o Pai de que fala Jesus? A Deus ningum conhece to bem como Jesus conhece e ama. Se Deus conhece e ama tanto a Jesus e Jesus conhece e ama tanto a Deus seu Pai, ento onde devemos colocar esta imagem de Jesus a rezar a Deus seu Pai? O catequista, em silncio, coloca a imagem de Jesus no corao de Deus, deixa contemplar por uns momentos e diz: Jesus s pode estar no corao de Deus. E, para mais, a rezar-lhe. E quanto mais lhe reza, mais est no corao de Deus seu Pai. III. EXPRESSO DE F 1. Jesus, no corao de Deus, a rezar por quem?... A rezar tambm por ns; a agradecer e louvar a Deus seu Pai por ns: por aqueles de ns que j demos a conhecer o seu Reino de amor e de paz. No querem agradecer-lhe a orao que Ele fez por ns?... Fazemos assim: Eu vou dizer outra vez a orao de Jesus e, sempre que eu parar, levantamos todos os braos para o alto, como est a fazer Jesus, e cantamos: Obrigado, Jesus, porque s meu amigo Obrigado Jesus, porque rezas por mim. Esto a ver que um bocadinho diferente do que costumamos cantar. Aqui dizemos porque rezas por mim. Ao rezar por ns, Jesus mostra que gosta de ns.

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Ento ponham-se de p Agora, olhemos todos para Jesus, sem dizer nada. Depois de um breve silncio: Comecemos por nos benzer: Em nome do Pai Tambm voltado para a imagem de Jesus, o catequista reza lentamente e de braos levantados: Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra, porque revelastes estas coisas a estes pequeninos. Todos: Obrigado, Jesusporque rezas por mim (refro). Catequista: Sim, Pai, foi assim do teu agrado que estes pequeninos levassem a Boa Nova do teu Reino aos seus pais, avs, familiares e amigos. Todos: Obrigado, Jesusporque rezas por mim (refro). Em nome do Pai 2. Podem sentar-se. Repararam que Jesus agradeceu a Deus a Boa Notcia que vs levastes aos vossos pais, avs, colegas, familiares. Aqueles que ainda o no fizeram, vo faz-lo esta semana. Seno Jesus no tem razo para agradecer a Deus por eles. Tenho uma ideia de como podem fazer: por meio do vosso catecismo. Vem l a orao de Jesus. Mas, ainda no est completa. Faltam as primeiras palavras, aquelas que esto no placar. Quer dizer que, antes de nos irmos embora, temos de escrev-las. Seno, podem esquec-las. Ento vamos a isso. 3. Terminado o trabalho das crianas: Agora no se esqueam: l em casa mostram aos vossos pais como que Jesus, na catequese de hoje, rezou por vs. E se os vossos pais ou avs vos ouvirem, ento Jesus tambm reza por eles. Ele reza por todos os que aceitam o Reino de Deus seu Pai. Se eles aceitarem, ento podeis ler-lhes, no vosso catecismo, a orao que Jesus faz. Para no se esquecerem, proponho que cantemos outra vez: Jesus Cristo Senhor (refro e com gestos). 164

CATEQUESE 13

SENHOR, ENSINA-NOS A REZAR


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. difcil rezar Todos o sentimos, uns mais do que outros. Umas vezes mais do que outras. Sobretudo rezar bem. O Catecismo da Igreja Catlica, n. 2725, explica-nos porqu: A orao um dom da graa e uma resposta decidida da nossa parte. Pressupe sempre um esforo. Os grandes orantes da Antiga Aliana antes de Cristo, bem como a Me de Deus e os santos com Ele no-lo ensinam: a orao um combate. Contra quem? Contra ns mesmos e contra as astcias do Tentador que tudo faz para desviar o homem da orao e da unio com o seu Deus. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza. Se no se quiser agir habitualmente segundo o Esprito de Cristo, tambm no se pode orar habitualmente em seu nome. O combate espiritual da vida nova do cristo inseparvel do combate da orao. Depois indica-nos quais as objeces que temos de enfrentar: Concepes errneas da orao. Alguns vem nela uma simples operao psicolgica; outros, um esforo de concentrao para chegar ao vazio mental; outros ainda, reduzem-na a atitudes e palavras rituais. No inconsciente de muitos cristos, rezar uma ocupao incompatvel com tudo o que tm de fazer: no tm tempo. Os que procuram a Deus na orao desanimam depressa, porque no sabem que a orao tambm vem do Esprito Santo e no somente de si prprios (CIC 2726). Certas mentalidades deste mundo que nos invadem, se no estivermos atentos. Por exemplo: s verdadeiro o que se pode verificar pela razo e pela cincia (mas orar um mistrio que ultrapassa a nossa conscincia e o nosso inconsciente); os valores so a produo e o rendimento (mas a orao improdutiva, logo intil); o sensualismo e o conforto so os critrios do verdadeiro, do bem e do belo (mas a orao, amor da beleza... deixa-se encantar pela glria do Deus vivo e verdadeiro); em reaco ao activismo, temos a orao apresentada como fuga do 165

mundo (mas a orao crist no uma sada da histria nem um divrcio da vida) (Ibidem 2727). Os nossos fracassos na orao: desnimo na aridez, tristeza por no dar tudo ao Senhor, porque temos muitos bens, decepo por no sermos atendidos segundo a nossa prpria vontade, o nosso orgulho ferido que se endurece perante a nossa indignidade de pecadores, alergia gratuitidade da orao, etc.. A concluso sempre a mesma: de que serve orar? Para vencer tais obstculos, preciso combater com humildade, confiana e perseverana (Ibidem 2728). preciso pedir insistentemente, a Jesus, como fizeram os discpulos: 2. Senhor, ensina-nos a rezar (Lc 11, 1) Ensina-nos a rezar com a frequncia e a persistncia com que tu rezaste, nomeadamente, nos momentos mais decisivos da tua actividade messinica: Quando subiste das guas do Jordo com que foste baptizado, para, com a fora do Esprito e as palavras do Pai, partires pelas terras da Palestina, na bela e feliz misso de instaurares o Reino de Deus (Lc 3, 21-22); Quando, na sinagoga de Nazar, te dispuseste a anunciar a Boa Nova aos pobres, conforme a palavra proftica que leste e comentaste (Lc 4, 16- 21); Quando tomaste a deciso de alargar o anncio do Reino a outras cidades, para alm de Cafarnam, por onde comeaste (Lc 4, 42); Quando, perante os sucessos da tua misso, te afastavas para lugares solitrios (Lc 5, 16); Quando subiste ao monte e, durante toda a noite, te preparaste para escolher os doze discpulos que irias constituir teus Apstolos (Lc 6, 12-16); Quando de novo subiste ao monte, onde foste transfigurado diante dos trs discpulos que, como os restantes, tanta dificuldade sentiam em escutarem o desejo de te seguirem at ao sacrifcio da cruz. (Lc 9, 28-36); Quando os setenta e dois discpulos, por ti enviados a anunciar o Reino de Deus, regressaram com a alegria expressa nas palavras com que te relataram o xito da sua misso (LC 10, 17-24); Quando a tua orao suscitou neles o desejo e o pedido de aprenderem de ti a rezar (Lc 11, 1); Quando te retiraste para o Monte das Oliveiras e te preparaste para beber o clice do sofrimento que te estava a ser preparado (Lc 22, 39-46); Quando, suspenso na cruz, respondeste injustia e ignominia da crucifixo com o pedido de perdo para os teus algozes (Lc 23, 34); Quando, finalmente, ofereceste ao Pai o teu Esprito e, assim, venceste para sempre a morte (Lc 23, 46). Se foi assim, pela orao, que realizaste a tua misso salvfica, ento ensina-nos a rezar a orao que tu mesmo nos ensinaste, para, com ela, sermos mensageiros 166

dignos da misso que nos confiaste de sermos tuas testemunhas at aos confins da terra (Act 1, 8). 3. Rezai, pois, assim assim que Jesus introduz a orao que o Evangelho de Mateus nos transmite, na verso que se tornou mais comum na tradio da Igreja (Mt 6, 9-13; cf Lc 11, 2-4). Chamamos-lhe orao dominical, que o mesmo dizer, do Senhor, no apenas por ter Jesus, na sua condio de Senhor, por seu autor, mas tambm porque nela nos oferecido um compndio do Reino de Deus em aco. Na primeira parte entregamo-nos a Deus, a quem chamamos Pai, para que o seu nome seja santificado, o seu Reino se manifeste em plenitude, a sua vontade seja feita por todos, sempre e em toda a parte. Deixamos assim, que o Deus do Cu tome posse de ns, para nos tornarmos agentes do seu Reino na terra onde vivemos: com o po necessrio para o corpo e o perdo imprescindvel para uma paz que seja segura e duradoira, estaremos em condies de vencer as contnuas tentaes de nos desviarmos dos caminhos da vida, at saborearmos a definitiva vitria sobre o mal que de todos os lados nos ameaa. A f, dominante na primeira parte, assim completada pela caridade e a esperana que nascem em ns medida que rezamos a segunda parte. Entregues ao Deus do Cu, contribumos para que o seu Reino se torne mais visvel e palpvel na terra. Por isso, o Catecismo da Igreja Catlica (27672772) chama ao Pai Nosso a orao da Igreja: pela sua ligao indissocivel ao Esprito que lhe d vida, no corao dos crentes, o mesmo Esprito que anima a Igreja, o Esprito que, fazendo de ns filhos de Deus, nos leva a clamar: Abb, Pai (Rm 8, 15); e ainda porque misso central da Igreja dar testemunho vivo do Reino de Deus de que j participa... na medida em que se entrega a Deus pela orao que o Senhor, seu fundador, nos deixa, sempre que lhe pedimos: Senhor, ensina-nos a rezar! Uma orao que nos abre o caminho para a orao, e que devemos repetir tantas vezes que, na sua simplicidade e profundidade, nos ajude a vencer as dificuldades, de rezar, que todos continuamos a ter. Vence-las-emos, tambm, se nos tornarmos como crianas aquelas que Deus nos confia na catequese identificando-nos com elas, na sua dependncia de ns e do Senhor a quem nos entregamos... se a elas nos entregarmos, com o amor do Senhor em ns. OBJECTIVOS Descobrir o poder da orao na vida e obras de Jesus; Dispor-se a aprender de Jesus a rezar; Acolher e rezar a orao que Jesus nos ensinou.

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OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Uma catequese sobre a orao s resulta, se for feita em orao e em unio com Jesus que , para ns cristos, o maior modelo de orao. Por isso, a experincia humana j feita a rezar: assume-se a orao feita por Jesus na catequese anterior, em que Ele rezou por aqueles a quem vai ensinar a rezar, mostrando, ao mesmo tempo, o lugar e o poder que a orao teve na sua vida e actividade messinica. 2. Da brota o desejo das crianas de, tal como os discpulos de Jesus, dele aprenderem a rezar. E o pedido repetido Senhor, ensina-nos a rezar mais uma orao que lhes abre o caminho para acolherem a orao do Reino. A sua descoberta e apresentao pelas prprias crianas o modo ideal para a acolherem e fazerem dela a orao que os identifica como cristos. 3. Finalmente, na expresso de f, juntam-se as duas componentes: o desejo de rezar, expresso no pedido feito a Jesus, e a resposta de Jesus, na orao que as crianas j rezam com Ele. 4. Se tudo for feito em clima de orao, as crianas ficam com o desejo de aprofundar, na teoria e na prtica, a infinita riqueza espiritual que lhes oferecida com o Pai Nosso: quanto mais se entregarem a Deus, maior ser a felicidade de se deixarem possuir por Ele, com todos os dons que s Ele pode oferecer. MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequese anterior); Imagem de Jesus a rezar (catequese anterior); Cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e catequista(s) (catequese anterior); Dsticos: Pais/ Mes; Jesus; Deus; Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra (catequese anterior); Senhor, ensina-nos a rezar; Folhas/ cartolinas com cada uma das preces do Pai Nosso, tantas quantas as crianas (Documento 1); Canetas/ esferogrficas; Bblia; Dois castiais. MSICAS Obrigado Jesus, porque s meu amigo (com leve mudana na letra; ver catequese anterior); Deus nosso Pai, que sois to bom; CD com a letra e msica do Pai Nosso (melodia oficial). 168

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar est o que foi deixado no final da catequese anterior: o corao grande (em cartolina), sobre ele a imagem de Jesus em orao, por cima (em ordem ascendente) os dsticos: Bendigo-te Pai, Senhor do Cu e da Terra, Deus (fora do corao), Jesus, Pais/Mes (ou o correspondente) e os coraes com os nomes e fotografias das crianas e catequista(s). Sobre a mesa: a Bblia, ladeada de dois castiais j acesos. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Olhemos todos para o placar (o catequista, de lado contempla-o tambm e diz:) Est ficar cada vez mais lindo, no acham?... Aquele corao grande!... Representa o corao de quem?... E quem est j no corao de Deus?... E que est Jesus a fazer?... E Jesus est a dizer a Deus o qu?... E est a bendizer a Deus por quem?... Ser s por ns?... Depende: se vs fizestes o que vos propus na ltima catequese, no est a rezar s por ns (ou outras pessoas, referidas pelas crianas). Quem de vs contou aos pais e/ou avs, irmos, etc. o que Jesus nos mostrou aqui na catequese? (Deixar que as crianas se exprimam e, conforme as respostas, continuar:) Ento Jesus, agora, tambm reza por essas pessoas que, atravs de vs, aceitam o Reino de amor e de paz, de Deus seu Pai. Querem rezar com Ele? Ento ponham-se de p... Vou outra vez dizer a orao de Jesus e vs respondeis, levantando os braos para Ele: Obrigado, Jesus, porque s meu amigo Obrigado, Jesus, porque rezas por mim. Quando dizeis por mim estais tambm no lugar das pessoas s quais dissestes a Boa Notcia do Reino de Deus. Todos preparados?... Ento, comecemos por nos benzer: Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Amen.

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Catequista: Bendigo-te, Pai, Senhor do Cu e da Terra, porque revelastes o teu reino de amor e de paz aos pequeninos que crem em ti. Crianas: Obrigado, Jesus, porque rezas por mim. Catequista: Sim, Pai, foi assim do teu grado, que estes pequeninos que tanto amas levassem a Boa Notcia do teu Reino aos seus pais, avs e outras pessoas que assim crem em ti e te agradecem com elas. Crianas: Obrigado, Jesus, porque rezas por mim. Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Amen. 2. Podem sentar-se. O placar est a ficar lindo, mas ainda no est completo. H muitas coisas que Jesus ainda tem para nos dizer e que iremos colocar l. Qual ser a surpresa que Jesus hoje nos ir fazer? Vamos tentar descobrir: 1 Alternativa Grupo pequeno Peguemos no catecismo e vamos abri-lo na primeira catequese. (O catequista pode indicar a pgina). Que est a? Jesus no alto do monte com trs amigos seus, Pedro, Tiago e Joo, e a tornar-se luminoso, muito luminoso. E, depois, ouviram aquelas palavras de Deus: Este o meu Filho, muito amado. Escutai-o Sabem por que razo aconteceu tudo isto? Sabem o que antes fez Jesus, para que Deus falasse dele assim? No digo ainda. Passemos antes catequese 11. (O catequista pode indicar a pgina:) A fala-nos do Baptismo de Jesus. E que palavras que Deus disse a Jesus? Exacto: foram quase as mesmas que disse l no alto do monte, s que, no Baptismo, as disse directamente a Jesus: Tu s o meu Filho muito amado, em Ti pus todo o meu agrado. E que tinha feito Jesus, para Deus lhe dizer estas palavras to amigas? 170

No foi s por causa do Baptismo. Nos dois lados, no monte e no Baptismo, Jesus tinha feito outra coisa muito importante: Jesus, antes, rezou a Deus, seu Pai. Falou com Ele, como Filho que gosta muito de Deus e, por isso, que Deus, depois, declarou que tambm o amava muito. Esto a ver como, para Jesus, era muito importante rezar? E Ele rezava muitas, muitas outras vezes. Quando tinha alguma coisa importante para fazer, rezava primeiro a Deus, seu Pai. Ora bem, quando os discpulos se aperceberam disto, um dia, um deles fez este pedido a Jesus: O catequista, em silncio, afixa, ao fundo do placar, o dstico: Senhor, ensina-nos a rezar, deixa contemplar por uns breves momentos... e depois diz: Querem ler todos comigo?... Senhor, ensina-nos a rezar (repetir mais duas vezes). 2 Alternativa Grupo grande Primeiro digam-me: esto a ver todos aqueles coraes com os vossos nomes e fotografias? L esto... O catequista pode dizer os nomes de algumas crianas, talvez as mais distradas. No gostavam que os vossos nomes e fotografias passassem tambm para dentro do corao de Deus? Eu tambm gostava muito. E, de certo modo, j l estamos. Se Jesus est l a rezar tambm por ns, quer dizer que Ele, dentro do corao de Deus, est a pensar em ns e em todos aqueles que Ele tanto ama. Mas ser que ns j estamos em condies de colocar l os nossos nomes e fotografias? No teremos ns tambm de fazer bem feito aquilo que Jesus est a fazer? Olhem, eu vou contar-vos o que aconteceu um dia com os discpulos de Jesus que andavam sempre com Ele, escutavam o que Ele dizia e viam o que Ele fazia. E notavam uma coisa muito importante. Querem saber o que era? Era isto: eles viam como Jesus rezava muitas, mesmo muitas vezes. E viam que Jesus, por rezar tantas vezes a Deus seu Pai, ainda fazia as coisas muito melhor. Comearam a notar que era a orao que levava Jesus a ser muito mais amigo de todos, a fazer pelas pessoas coisas maravilhosas. E, ao verem isto, sabem o que que um deles disse um dia a Jesus? O catequista, em silncio, afixa ao fundo do placar o dstico Senhor, ensina-nos a rezar, deixa contemplar por uns breves momentos e depois diz:

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Querem ler todos comigo o que disse aquele discpulo? Senhor, ensina-nos a rezar (repetir mais duas vezes). II. PALAVRA 1. Que lindo. Afinal tambm ns pedimos a Jesus que nos ensine a rezar. (Para a 2. alternativa:) que se no soubermos e no quisermos rezar, no estamos totalmente em condies de entrar no corao de Deus. Ele ama-nos, mas ns tambm o queremos amar. E, na orao, mostramos que o amamos. Querem fazer todos outra vez aquele pedido dos discpulos? Ento, digam comigo: Senhor, ensina-nos a rezar. 2. E qual ser a resposta de Jesus? Que nos ir Ele dizer para sabermos rezar bem? Em vez de ser eu a dizer, quero que sejais vs a descobrir. Vamos fazer assim: vou entregar a cada um de vs uma folha com partes da resposta de Jesus. Em cada folha est um pedao da sua resposta ao nosso pedido. Mas no esto l as letras todas. Ser que vs sois capazes de adivinhar que letras que faltam l? Experimentem. Seno, eu posso ajudar. Mas seria mesmo bonito que fosseis vs a descobrir. Seria sinal de que aquilo que Jesus nos diz para rezar mesmo o que ns precisamos de saber. O catequista distribui por cada criana uma folha ou cartolina com apenas uma das frases do Pai Nosso, conforme consta do documento 1. Se forem mais de sete as crianas, as mesmas preces sero distribudas por vrias, tantas quantas as necessrias. Se forem menos de sete, algumas crianas recebero mais do que uma prece. As folhas/cartolinas, com as preces, podero ser usadas, sucessivamente, nas catequeses seguintes em que, prece por prece, vo sendo afixadas no placar, na figura de Jesus. Cada folha deve estar numerada de 1 a 7, para facilitar a reconstruo. Durante o trabalho das crianas, pode colocar-se uma msica de fundo com a letra do Pai Nosso, na melodia usada oficialmente nas celebraes litrgicas. 3. Ento foi difcil encontrar as letras certas? Vamos ver se todos acertaram. Para alguns foi, certamente, fcil, porque j conheciam as palavras de Jesus. Quem j sabia? Ento vamos l-las, uma por uma, conforme o nmero indicado na folha. Primeiro sero os meninos com o nmero um, depois o nmero dois e, assim, at aos sete.

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Quando chegar a vez de cada um, aquele/a(s) que tem (tm) esse nmero pe(m)-se de p e l(em) para todos. Mas, primeiro, vou introduzir as palavras que ides ler, com o que vem aqui na Bblia, onde Jesus nos fala. O catequista pega na Bblia em Mt 6, 9-13: Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo S. Mateus: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos: Rezai, pois, assim: 1(s) Criana(s): Pai nosso, que ests nos Cus, 2(s) Criana(s): Santificado seja o vosso nome, 3(s) Criana(s): Venha a ns o vosso Reino; 4(s) Criana(s): Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Cu. 5(s) Criana(s): O po nosso de cada dia nos dai hoje, 6(s) Criana(s): Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdomos a quem nos tem ofendido, 7(s) Criana(s): E no nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal. 4. Pousada a Bblia e sentadas as crianas: Que bonito! Hoje fostes vs a dizer as palavras de Jesus. Sabem o que isto significa? Significa que quereis mesmo rezar como Jesus nos ensina: rezar uma orao feita por Ele. Pensei bem? Quereis mesmo rezar como Jesus acaba de nos ensinar?

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III. EXPRESSO DE F 1. Ento, vamos rezar mesmo. Vamos rezar, juntamente com Jesus, como est ali representado no placar. Vai ser assim: fazemos tambm o pedido que est escrito no placar: Senhor, ensinanos a rezar. O pedido dito por todos e antes de um de vs dizer a parte da orao que tem. Isto , todos pedimos, ao mesmo tempo: Senhor, ensina-nos a rezar. Depois, o primeiro menino(a) diz a sua parte. De seguida fazemos todos, ao mesmo tempo, o mesmo pedido: Senhor, ensina-nos a rezar. Todos pedimos e s um l a sua parte. Sendo vrias crianas, com a mesma prece, o catequista escolha a criana que vai dizer. 2. Esto todos preparados? Ento ponham-se de p. E agora voltados para Jesus peamos: Todos: Senhor, ensina-nos a rezar. 1 Criana: Pai nosso, que ests nos Cus, Todos: Senhor, ensina-nos a rezar. 2 Criana: Santificado seja o vosso nome, Todos: Senhor, ensina-nos a rezar. 3 Criana: Venha a ns o vosso Reino, Todos: Senhor, ensina-nos a rezar. 4 Criana: Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Cu. Todos: Senhor, ensina-nos a rezar. 5 Criana: O po nosso de cada dia nos dai hoje, Todos: Senhor, ensina-nos a rezar. 6 Criana: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdomos a quem nos tem ofendido, 174

Todos: Senhor, ensina-nos a rezar. 7 Criana: E no nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal. Todos: Senhor, ensina-nos a rezar. Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Amen 3. Podem sentar-se. Ser que Jesus est contente connosco? E vs tambm estais contentes? uma orao muita linda, no ? a mais linda que temos. Ensinada e rezada por Jesus, para ns rezarmos, no podia ser melhor. Agora temos de a rezar bem. E rezar bem no s sab-la de cor. preciso ns percebermos, sentirmos bem o que estamos a rezar. Mas, vamos ter tempo para a aprender e rezar cada vez melhor. Como sinal disso, vamos agora fazer assim: colocar perto de Jesus e ao p da Bblia as folhas que receberam e completaram. Vamos pr ao p de Jesus, porque Ele quer continuar a ensinar-nos a rezar. Ento, vai ser assim: cada um de vs vem aqui entregar a sua folha, enquanto todos cantamos a Deus a nossa alegria por nos ter dado Jesus e Ele nos ajudar a rezar a Deus. Quando cada uma vier aqui faz assim: Primeiro, faz uma inclinao Bblia e a Jesus, depois coloca a sua folha na mesa e depois benze-se: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. men Esto de acordo? Ento, cantemos primeiro: Deus, nosso Pai, que sois to bom Depois de todos entregarem, voltam a cantar, mas com os braos erguidos para o alto. 4. Uma ltima coisa. L em casa, contem aos vossos pais e familiares o que hoje Jesus nos ensinou e perguntem-lhes se eles no querem rezar tambm a orao que Ele nos ensinou. Se ainda a no sabem de cor, podem servir-se do catecismo.

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III DOCUMENTOS

DOCUMENTO 1 1. Folha PA__ N__SS__ QU_ E__TA__S NOS C__US

2. Folha S__NTIF__CADO S__JA O V__SS__ N__M__

3. Folha V__NH__ A N__ O V__SS__ R__IN__

4. Folha S__JA F__ITA A VOSSA V__NTA__E AS__ N_ TER__ CO_O NO C_ ASS_M NA T_ERRA C_OMO N_ CU

5. Folha O P__ NOSS__ D__ C__DA D__A NO__ D__I H__JE.

6. Folha P__RDOAI-N__S AS N__SSAS OFENSAS ASSIM COM__ PERDOAMOS A QU__M NOS TEM OF__NDI__O. N__

7. Folha E NO NOS D__IXEIS C__IR EM T__NTAO M__S L__VRAI-NOS D__ M__L.

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CATEQUESE 14

PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CUS


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Pai Escreve o poeta que todo o homem quando pai, toda a mulher quando me, so a imagem de Deus, de onde toda a vida vem (F. Melro). Como se o termo pai e me tivessem sido aplicados primeiro a Deus. Historicamente, porm, deu-se o inverso: em sentido prprio e original, pai e me so os progenitores de um ser humano ou animal. E ainda hoje , predominantemente, esse o sentido em que so usados. S da que passaram a ser aplicados a outros seres que, a seu modo, contribuem para nossa vida. Entre eles e de um modo muito especial, Deus. Na Sagrada Escritura e por influncia de outras culturas e religies com implicaes na tradio bblica, sobretudo Pai que Deus chamado. De facto a Ele, de nome prprio IaHVeH, que Israel atribui a vida que tem como povo: foi Ele que interveio, decisivamente, na sua libertao do Egipto e noutras libertaes ao longo da histria; foi com Ele que Israel fez um pacto de aliana que lhe garante a existncia que tem at aos nossos dias. Por isso, j no Antigo Testamento, Deus invocado pelos crentes, primariamente, como Pai e, nalguns casos, tambm, pelo menos, comparado a uma me. Uma relao de paternidade e maternidade que, vista do lado dos filhos, sobretudo de f e implica o reconhecimento de IaHVeH como Deus nico e verdadeiro. Jesus adopta esta f, mas d-lhe uma expresso nova, fruto da sua relao nica com Deus. hoje um dado indiscutvel, entre os investigadores histricos, que Jesus, quando se dirigia a Deus, lhe chamava habitualmente Abb, um termo aramaico, diminutivo de Ab, que, por isso, se devia traduzir por Pap e que at ento era usado apenas no mbito familiar: dos filhos, predominantemente da tenra idade, para com os pais, ou, tambm, para com os adultos idosos. Nunca, porm, e tanto quanto conhecido da poca, do ser humano, por mais crente que fosse, para com Deus. Portanto, entre Jesus e Deus havia uma ligao de filiao e paternidade idntica quela em que filho e pai eram usados em sentido prprio. Jesus manifestava a conscincia e a convico de, naturalmente, ser Filho de Deus. 177

E transmite essa relao aos seus. Aos discpulos, que lhe pediram Senhor, ensinanos a rezar, Ele respondeu, na verso de Lc 11, 2, provavelmente a mais original: Quando rezardes dizei: Pai.... O termo, que assim traduzido para grego, a lngua do NT, era provavelmente em aramaico, a lngua falada por Jesus, Abb. A melhor prova disso o facto de S. Paulo citar esse termo, no seu original, em duas passagens relativas relao filial com Deus, adquirida pelos crentes a partir do Baptismo (Rm 8, 15; Gl 4, 6). Em ambos os lugares, quem assim nos permite dirigir-nos a Deus o seu Esprito e do seu Filho nico, Jesus Cristo: o mesmo Esprito que une, em comunho natural, Jesus com Deus, une-nos ao mesmo Deus seu Pai, atravs da unio da graa e da f que se estabeleceu entre Jesus Cristo e ns. NEle, o Filho, tornamo-nos tambm filhos e podemos, em toda a razo, chamar a Deus Pap, Abb. Com que efeitos? 2. Pai Nosso Na verso de Mt 6, 9, ao termo Pai acrescentado o pronome possessivo Nosso. No para exprimir uma posse, mas sim uma relao totalmente nova com Deus (CIC 2786). Qual, em concreto? Quando dizemos Pai nosso, reconhecemos, antes de mais nada, que todas as suas promessas de amor, anunciadas pelos profetas, se cumpriram na Nova e Eterna Aliana no seu Cristo: ns tornmo-nos o seu povo e Ele doravante o nosso Deus (Ibidem 2787). Mas este nosso, que assim assenta na nossa condio de povo de Deus, tem o seu fundamento em Cristo. Rezando ao nosso Pai, ao Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que ns nos dirigimos pessoalmente. No dividimos a divindade, pois que o Pai a sua fonte e origem, mas confessamos desse modo que o Filho por Ele gerado eternamente e que dEle procede o Esprito Santo (Ibidem 2789). Neste sentido, neste nosso com que invocamos a Deus como Pai, est tambm envolvido, embora a um nvel infinitamente superior, Jesus Cristo. Sempre que rezamos, Ele reza connosco, uma vez que o seu Esprito divino que reza em ns. E que acontece entre os crentes que, deste modo, unem, na mesma orao, as suas vozes e os seus coraes? Gramaticalmente, nosso qualifica uma realidade comum a vrias. H um s Deus que reconhecido como Pai por aqueles que, pela f no seu Filho nico, renasceram dEle pela gua e pelo Esprito. A Igreja esta nova comunho de Deus com os homens; unida ao Filho nico, que se tornou o primognito de muitos irmos (Rm 8, 29), ela est em comunho com um s e mesmo Pai, num s e mesmo Esprito Santo. Ao rezar Pai nosso, cada baptizado reza nesta comunho: A multido dos que haviam abraado a f tinha um s corao e uma s alma (Act 4, 32) (Ibidem 2790). Por fim, se rezamos em verdade o Pai Nosso, samos do individualismo, pois o amor que ns acolhemos dele nos liberta. O nosso do princpio da orao do Senhor, tal como o nos das quatro ltimas peties, no exclusivo de ningum. Para que 178

seja dito em verdade, as nossas divises e oposies tm de ser superadas (Ibidem 2792): as que tantas vezes separam os crentes uns dos outros e tambm as que, eventualmente, os separam dos no crentes. Os baptizados no podem dizer Pai nosso, sem levar at junto dEle todos aqueles por quem Ele deu o seu Filho bemamado. O amor de Deus sem fronteiras; a nossa orao deve s-lo tambm (Ibidem 2793). Mas, como chegar at l, at a um horizonte que est muito para alm das nossas capacidades humanas? 3. Pai Nosso que estais nos Cus Cus, no significa um lugar (o espao), mas um modo de ser; no o distanciamento de Deus, mas a sua majestade. O nosso Pai no est algures, est para alm de tudo o que podemos conceber da sua santidade. E por ser trs vezes Santo que Ele est mesmo junto do corao humilde e contrito: com razo que estas palavras: Pai Nosso que estais nos Cus se referem ao corao dos justos, nos quais Deus habita como em seu templo. Por isso, tambm aquele que ora h-de desejar ver morar em si Aquele a quem invoca (S. Agostinho). Os Cus tambm poderiam muito bem ser aqueles que trazem em si a imagem do mundo celeste e em quem Deus mora e passeia (S. Cirilo de Jerusalm) (Ibidem 2794). Neste caso tem plena razo o poema antes citado: Todo o homem quando pai, toda a mulher quando me, so a imagem de Deus, de onde toda a vida vem (F. Melro). Uma imagem em que se reflecte, se manifesta e actua o prprio Deus... Desde que o pai e a me dEle aprendam a ser pai e me... Se assim realmente acontecer, os filhos no s encontraro nos pais aquele Deus que, pelo amor infinito que nos tem, merece mais do que ningum ser chamado Pai, mas comearo desde j a saborear aquele Cu, aquela vida e felicidade por que aspiram, participando, activamente, no amor que est na sua origem. Para que assim seja, rezamos ao nosso Pai que est nos cus, para que os pais e mes, nomeadamente os das crianas da catequese, sejam verdadeiros mediadores e reveladores de Deus para os seus filhos... pondo tambm os filhos a rezar por eles... e no esquecendo que a orao da f ou a f em orao tudo pode, a orao em que, quais filhos to amados, nos entregamos confiantes a Deus nosso Pai. OBJECTIVOS Compreender o sentido da invocao Pai Nosso que estais nos Cus; Descobrir a paternidade divina como modelo e fonte da paternidade e maternidade humanas; Rezar pelos pais e mes (ou outros educadores).

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OBSERVAES PEDAGGICAS 1. As crianas desta idade mostram, habitualmente, uma grande admirao e respeito pelos seus pais. Neste sentido, so eles o ponto de apoio para a descoberta da paternidade divina: nos pais e mes, as crianas podem descobrir o rosto e a expresso do amor de Deus, para aprender a invoc-lo como Pai. 2. Infelizmente, tambm h pais e mes que no merecem esse ttulo. Por isso, o catequista esteja atento a possveis experincias negativas, procurando substituir os pais biolgicos pelos pais afectivos ou por aqueles pais que as crianas desejariam ter. 3. Mas, se os pais so a revelao da paternidade divina, tambm h que seguir o caminho inverso: s em Deus eles encontram a luz e a fora para serem pais e mes que se preocupam por uma educao integral dos seus filhos. Da que as crianas sejam convidadas a rezarem ao Pai dos Cus pelos seus pais da terra... e, deste modo, a manifestarem o amor que devem sentir por eles. 4. Tratando-se de mais uma catequese sobre a orao, feita, toda ela, em clima de orao: a comear pela experincia humana que j um momento de orao. 5. A sugesto de escrever (e enviar pelo correio) uma carta para os pais, d a toda a catequese um maior significado: a mensagem para os pais, de que as crianas se tornam portadoras, pode, deste modo, adquirir maior solenidade e mais impacto, aparecendo mais como revelao de Deus em que esto envolvidas as crianas. 6. A carta com a respectiva mensagem, a primeira pea de sete que, no final, iro constituir um puzzle com todo o Pai Nosso. O catequista providencie para que nenhuma se perca. MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequeses anteriores); Imagem de Jesus a rezar (catequeses anteriores); Dsticos: Pais/Mes, Jesus, Deus (catequeses anteriores); Cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e catequista (catequeses anteriores); Dstico: Pai Nosso que estais nos Cus; Dsticos com proposta da mensagem para os pais (ver Expresso de F); Dois castiais; Bblia.

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MSICAS Pai Nosso que estais nos Cus (Carlos Silva); Fala, Senhor; Vs, Senhor, sois o nosso Pai.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar: a cartolina em forma de corao (catequeses 11-13), sobre ela a figura de Cristo em orao (catequeses 12-13), por cima os dsticos Pais/ Mes, Jesus, Deus (catequeses 11-13), em volta as cartolinas com os nomes e as fotografias das crianas e do catequista. Na mesa: s a Bblia e os castiais, conforme a sugesto seguida na experincia humana. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Depois do acolhimento em pequenos grupos, a catequese comea com a introduo solene do incio do Pai Nosso: no dstico Pai Nosso que estais nos Cus. Pode ser feita de dois modos: 1 Alternativa Grupo grande Se possvel de um modo solene: um catequista ou uma criana, previamente preparada, traz nas mos, altura do peito e voltado para a frente, o dstico referido. precedido de duas outras crianas, cada uma com um castial aceso. Antes da entrada, o catequista prepara as outras crianas com as seguintes palavras ou semelhantes: Hoje a catequese vai comear de um modo diferente: vamos ter uma surpresa que nos vem de fora da sala, trazida por alguns colegas vossos. Enquanto eles entram, cantamos um cntico que vamos aprender num instante. O catequista ensaia o refro do cntico Pai Nosso que estais nos Cus. Agora, ponham-se de p para recebermos a surpresa. Durante a entrada cantam o cntico referido, com as estrofes suficientes para o acompanhamento do cortejo. Chegados frente, o catequista recebe o dstico das mos da criana e afixa-o no placar por cima da figura de Jesus altura superior do peito. 181

2 Alternativa Grupo pequeno Se no for possvel esta forma solene, o catequista comece por ensaiar o mesmo cntico, convidando as crianas a porem-se de p, e pegue no dstico Pai Nosso. Todas cantam o refro e uma estrofe e, no final, afixa o dstico no lugar referido anteriormente. 2. Podem sentar-se. Algum capaz de adivinhar porque que ns hoje comemos assim a catequese? Foi por causa do que Jesus nos disse na ltima catequese. Lembram-se? Ns pedimos-lhe que Ele nos ensinasse a rezar e Ele ofereceu-nos uma linda orao que comea com as palavras que esto ali no placar e que ns at aprendemos a cantar. Querem cantar outra vez, para no se esquecerem? Pai Nosso que estais nos Cus. A propsito, algum de vs rezou, l em casa, esta orao? (Deixar que se exprimam e perguntar se o fizeram com os pais). E eles gostaram de rezar convosco? E ser que eles entenderam o que quer dizer Pai Nosso que estais nos Cus? () 3. Tenho uma ideia: e se vs fosseis hoje escrever uma carta aos vossos pais (ou outras pessoas que ocupem o seu lugar)? Sim, uma carta. Pode ser entregue por mo ou enviada pelo correio (esta segunda hiptese s apresentada, se for vivel). Vai ser, de certeza, uma bela surpresa para eles: receber uma carta de vs. Esto de acordo? Falta saber o que vo escrever na carta. Tm alguma ideia? Pensem um bocadinho, mas a olhar para as primeiras palavras da orao que Jesus nos ensinou. Tem que ser alguma coisa que tenha a ver com estas palavras de Jesus Depois de um curto silncio, para reflexo, o catequista continua: Ento j pensaram? No se esqueam daquilo em que pensaram. E quem ainda no tem nenhuma ideia, no se preocupe porque Jesus vai ajudar-nos: aos que ainda no tm ideia do ho-de escrever aos pais e queles que j tm.

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II. PALAVRA 1. Olhem outra vez para as primeiras palavras da orao que Jesus nos ensinou. Porque ser que Ele no nos ensinou a dizer apenas Pai? Porque ser que Ele juntou nosso e, depois, que estais nos Cus? (O catequista aponta para a respectiva frase). Querem ouvir a explicao? Quem a d o prprio Jesus. Foi assim: Ele estava a explicar aos seus discpulos que eles e ns podemos preocupar-nos com as coisas para viver: com a alimentao, o vesturio, a casa. So coisas que so precisas, no so? Sem comida, sem roupa para vestir e sem casa para habitar, no podemos ser felizes. Quem pode ser feliz, se passa fome? Ou anda mal vestido, sem agasalho? Mas s isso no chega para sermos felizes. Por exemplo, se os meninos e as meninas tm alimento, tm livros, tm brinquedos, podem ir escola, mas no tm ningum que vos ame, que se interesse por vs, e em vez disso algum que at vos despreza, so felizes? Mas h alguns pais e mes que fazem isso? Do tanta coisa aos filhos, mas no tm tempo ou no o querem ter para estar com eles e os ajudar nas coisas da escola e da catequese, nos jogos, a brincar, etc.. E, depois, h ainda aqueles que s pensam nos seus filhos e no ligam aos outros ou at os desprezam. So pais s para os seus filhos. E aqueles meninos e meninas que no tm que comer, que vestir? Que no tm quem os ame aqui na terra? 2. Para evitar isso, isto , para que todos, a comear pelos pais, dem aos filhos mais do que o alimento e o vesturio e pensem tambm nas pessoas que pouco ou nada tm, foi para isso que Jesus nos disse Querem ouvir? O catequista abre a Bblia em Mt 7, 9-11 e convida: Ento ponham-se de p e cantemos todos: Fala, Senhor (s o refro). Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo S. Mateus. Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos:

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Qual de vs, se o seu filho lhe pedir po, lhe dar uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dar uma serpente? Ora bem, se vs, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que est nos Cus dar coisas boas queles que lhas pedirem. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. Podem sentar-se. 3. Que nos diz Jesus? Que o Pai que est nos Cus d coisas boas queles que lhe pedirem. Se os pais da terra, mesmo os maus, j do algumas coisas boas aos seus filhos Por exemplo, no do uma pedra em vez de po, ou alguma serpente em vez de peixe. Que horror! O Pai que est nos Cus muito, muito melhor. Ele s d coisas boas: d amor, carinho e a todos Por isso dizemos que Ele est nos Cus: nele s h amor. E por isso, que Ele nos deu Jesus, que tanto nos ama, a ns e a todas as pessoas. Ama at as pessoas ms, mas para que elas sejam boas. E Ele, Jesus, ama a todos, como o seu Pai que est nos Cus. Percebem ento porque que Ele, ao ensinar-nos a rezar, nos manda dizer:Pai Nosso que estais nos Cus? Est nos Cus porqu?... Porque ama muito mais do que qualquer pai e me da terra. Por isso que Ele est nos Cus: os pais e as mes da terra no conseguem amar como o Pai que est nos Cus. Mas vivem, procurando amar como Ele. E, por isso, que eles rezam ao Pai que est nos Cus. E que acontece aos pais e s mes da terra que rezam ao Pai que est nos Cus?... So melhores pais e melhores mes: amam muito mais os seus filhos e at as pessoas que no so os seus filhos. Mas que precisam de amor, de carinho. De certeza que conhecem pais e mes assim. Ora pensem l um pouco (silncio breve). Que bom termos pais e mes assim. Pais e mes que aprendem do Pai que est nos Cus a serem bons pais e boas mes.

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III. EXPRESSODE F 1. Olhem, eu conheo um cntico para nos ajudar a dizer que estamos contentes e felizes por termos todos um Pai, o Pai de Jesus que tambm nosso Pai. Querem aprender? O catequista ensaia o refro: Vs, Senhor, sois o nosso Pai. Depois convida a cant-lo, como orao. 2. Agora que j o sabemos, podemos cant-lo, com o nosso corao e as nossas mos voltadas para o Pai que est nos Cus. Querem?... Ento ponham-se de p Voltemos os olhos para Jesus que reza connosco. Levantemos as mos para o alto E cantemos: Vs, Senhor, sois o nosso Pai (refro). Agora vamos cant-lo de mos dadas. Sabem porqu? Porque ao cantarmos a Deus, que Pai de todos, somos amigos e irmos uns dos outros. E um sinal disso darmos as mos uns aos outros, bem apertadinhas, em sinal da nossa amizade. Ento de mos dadas cantemos: Vs, Senhor, sois o nosso Pai (refro e quarta estrofe). E agora cantemos, ainda de mos dadas, mas a pensar nos nossos pais e mes da terra. Se eles estivessem aqui, tambm lhes dvamos as mos. Ento, unidos a eles cantemos: Vs, Senhor, sois o nosso Pai (refro e quarta estrofe). 3. Podem sentar-se. Agora j esto em condies de escrever a carta ao pai e me. J todos sabem o que lhes podem escrever. O que ser? Deixar que se exprimam e, conforme as respostas, orient-las para o seguinte: Podemos escrever-lhes o que Jesus hoje nos disse. Repararam que Ele at falava mais para os pais e mes: os pais e mes que, at alguns que so maus do coisas boas aos filhos: po e nunca pedras, peixe e nunca uma serpente. Mas, para nos darem no apenas alimento e vestido, mas tambm muito amor e um amor para com todos, precisam de rezar a Deus nosso Pai que est nos Cus. Ele que nos d esse amor maravilhoso que Jesus nos tem. Querem escrever isto aos vossos pais?... Para isso eu vou distribuir por vs a folha de carta. Mas s comeam a escrever depois de eu explicar. Precisam de saber, pelo menos, de que lado devem escrever. 185

O catequista distribui por cada criana a folha ou cartolina em que esto escritas as primeiras palavras do Pai Nosso: Pai Nosso que estais nos Cus, conforme indicado no Documento 1. Depois explica: Que est escrito nessa folha? Digam todos outra vez e ao mesmo tempo: Pai Nosso que estais nos Cus. Muito bem. o princpio da orao que Jesus nos ensinou. Desse lado da folha, no vamos escrever mais nada. Mas do outro lado sim. Do lado detrs que escrevemos a carta para o pai e/ou a me. E que lhes vamos escrever? O que Jesus nos ensinou hoje. Podem escrever uma das frases que eu vou afixar no placar ou outra parecida. Est bem? O catequista afixa, por baixo do dstico Pai Nosso que estais nos Cus, as seguintes frases: Queridos pais Obrigado(a) por me ensinarem a rezar, como Jesus nos ensinou, ao nosso Pai que est nos Cus. Obrigado(a) por todas as vezes que rezais comigo ao nosso Pai que est nos Cus. Hoje Jesus ensinou-nos que Deus o melhor Pai, o Pai que est nos Cus, e ajuda todos os pais da terra a serem bons. Gosto muito mais de vs, depois de saber que todos temos um Pai que est nos Cus, um Pai que amigo de todos. Teu filho ou tua filha: (Nome) Data: Os catequistas acompanham as crianas na escolha e formulao das mensagens. Podem ser adaptadas a cada caso. Se o catequista achar vivel, prepare um envelope para cada criana e os respectivos selos, e convide as crianas a escreverem neles a direco dos pais. Se elas no souberem, ajude-as, tendo, nesse caso, recolhido os dados necessrios: nome dos pais, rua, cdigo postal e localidade. No fim da catequese convide as crianas a irem, em grupo, colocarem as cartas no marco de correio mais prximo.

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4. Depois de escritas as cartas: Antes de levarmos as nossas cartas, proponho que rezemos a Deus pelos nossos pais. Fazemos assim: colocamos todos a carta na palma das mos abertas, em sinal de oferta, e depois cantamos o princpio do Pai Nosso. De acordo? Ento ponham-se de p carta nas mos e cantemos: Pai Nosso que estais nos Cus (refro e quinta estrofe). Sabem: estou com muita curiosidade em saber como vo reagir os vossos pais com esta bela surpresa. Depois contem. Mas digam-lhes para eles guardarem bem a carta, porque ainda vai ser precisa.

III DOCUMENTOS

DOCUMENTO 1 Um corao dividido em 7 peas, cada uma com uma parte do Pai Nosso, para serem sucessivamente distribudas pelas crianas, nesta catequese e nas prximas seis.

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CATEQUESE 15

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Santificado seja No fcil compreender todo o alcance significativo desta primeira prece da Orao Dominical. Por vrias razes. Antes de mais, a nvel terico. Veja-se, nesse sentido, a explicao que nos oferecida pelo Catecismo da Igreja Catlica, n 2807: A palavra santificar deve ser entendida, aqui, antes de mais, no no seu sentido causativo (s Deus santifica, torna santo), mas sobretudo num sentido estimativo: reconhecer como santo, tratar de um modo santo. assim que, na adorao, esta invocao , por vezes, entendida como louvor e aco de graas. Mas esta petio -nos ensinada por Jesus na forma optativa: um pedido, um desejo, e expectativa na qual Deus e o homem esto empenhados. Desde a primeira petio ao nosso Deus, mergulhamos no mistrio ntimo da sua divindade e no drama da salvao da nossa humanidade. Pedir-lhe que o seu nome seja santificado envolvermo-nos no desgnio benevolente que Ele de antemo formou a nosso respeito (Ef 1,9), para que sejamos santos e imaculados diante dEle, no amor (Ef 1, 4). Mas, como fazer para nos envolvermos neste desgnio de Deus? a dimenso prtica, a dificuldade de rezar, de se entregar a uma orao que seja verdadeiramente uma expresso da f, a f em exerccio. Isto no fcil, porque no depende s de ns, no depende, primariamente, de ns. Mas depende, por outro lado, totalmente de ns. No depende de ns, porque, na f, o primeiro passo dado por Deus. nisto que est o amor: no fomos ns que ammos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o Seu Filho como vtima da expiao pelos nossos pecados (1 Jo 4,10). A f a resposta humana a este amor extremo de Deus. Mas, se Deus quem primeiro nos ama, ento a f um dom que nos vem dEle. Ele quem, pelo amor, desperta em ns a entrega, a adeso a Ele. Quer dizer que, da nossa parte, o primeiro passo para a f consiste em escutar, aprender, deixar-se amar. A f precedida 189

da audio que se torna ob-audio, isto , sujeio total quilo que ouvimos, quele que se revela naquilo que ouvimos: o Evangelho maravilhoso do seu amor inexcedvel, um amor que fonte de vida plena. E, nesta sequncia, a f depende totalmente de ns. que podemos rejeitar o amor. Se isso acontece ao nvel simplesmente humano, tambm pode acontecer na nossa relao com Deus. A talvez ainda mais, pela dimenso do amor com que Ele nos ama e, por isso mesmo, pelo grau de amor que exige de ns. Um amor correspondente quele com que se amado. O amor de Deus no exige apenas algo de ns, mas exige tudo: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todas as tuas foras, porque o Senhor nosso Deus; o Senhor nico (Dt 6, 5.4). neste mistrio de amor que somos convidados a mergulhar para que o Deus que assim se manifesta seja verdadeiramente santificado em ns, ou melhor santifique em ns. Porque ns no nos comprometemos, em primeiro lugar, em santific-lo, mas pedimos-lhe que seja Ele a faz-lo. E a petio exactamente essa f em exerccio: pedir-lhe humildemente que seja Ele a fazer o que s Ele pode fazer depois de mostrar que, realmente, o pode fazer. Como? 2. O santo nome de Deus santo, porque identificativo do seu ser, o Santo por excelncia. pergunta feita por Moiss ao Deus, que se manifesta na sara ardente, sobre qual o seu nome, Ele responde: Eu sou aquele que sou (Ex 3, 14). Uma expresso, possivelmente inspirada no nome IaHVeH, que indica acima de tudo uma presena activa, salvfica: IaHVeH Deus, na medida em que est com os seus, para os libertar da escravido mortfera a que esto a ser sujeitos e os conduzir para uma terra onde, em plena liberdade, podero saborear leite e mel. IaHVeH um Deus vivo, na medida em que d a vida. IaHVeH impensvel sem os seus, sem nsComo ns somos impensveis sem Ele, ou devemos ser. E nesta grandeza, na sua glria inexcedvel, que Ele Santo. Santo, porque est acima de tudo o que caduco, terreno, limitado. Santo, porque inexcedvel no seu amor infinito. Santo, para ser reconhecido, respeitado, adorado como tal. Santo, e por isso s acessvel queles que, por Ele eleitos, purificados e santificados, lhe pertencem. Foi este respeito sagrado, manifestado nomeadamente nas leis purificativas que condicionavam a participao no culto, que levou os judeus crentes, depois da experincia terrvel do exlio na Babilnia (587 a.C.), a nem sequer ousar pronunciar o nome IaHVeH. Substituam-no de diversos modos, o mais frequente, pelo hebraico Adonai que, letra, significa meu Senhor. Uma substituio que teve uma incidncia decisiva na primeira traduo da Bblia para grego, conhecida pelos LXX. A o nome prprio de Deus , quase sempre, traduzido por Kyrios Senhor. Um ttulo que se

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imps como nome, nomeadamente entre os primeiros cristos que liam a Bblia, predominantemente, na referida traduo grega. Mas foi um ttulo bem escolhido. Senhor exprime poder, aquele poder infinito que s Deus tem; exprime glria, aquela em que s Ele se revela e que ns crentes lhe reconhecemos, designadamente quando o glorificamos; exprime, pelas duas razes referidas, santidade, aquela que faz dele um Deus nico, diferente de ns em tudo, mas pelo amor extremo com que est prximo de ns, to prximo que se fez um Deus connosco, de um modo nico, em seu Filho Jesus Cristo . Da que a mesma santidade que reconhecida a Deus, igualmente atribuda a Jesus Cristo. Ele , por excelncia, o Santo de Deus: em Jesus que o nome do Deus Santo nos revelado e dado, na carne, como salvador: revelado pelo que Ele , pela sua Palavra e pelo seu sacrifcio. o corao da sua orao sacerdotal: Pai Santo [] por Eles eu me consagro (ou santifico) para que tambm eles sejam consagrados na verdade (Jo 17,19). Porque Ele prprio santifica o seu nome, que Jesus nos manifesta o nome do Pai. No termo da sua Pscoa que o Pai lhe d ento o nome que est acima de todo o nome: Jesus Senhor, para glria de Deus Pai (Fl 2, 11) o nome que nos faz santos (CIC 2812). 3. Atravs dos seus Santos Na acepo mais corrente, o ttulo de Santos hoje aplicado a uma elite de cristos, j falecidos, que, pela sua canonizao, nos so propostos como modelos de santidade. Mas nos primeiros tempos do cristianismo no era assim: por santos, eram tratados todos os cristos. Era assim que, por exemplo S. Paulo, se lhes dirigia nas suas cartas: aos chamados santos (Rm 1, 6; 1 Cor 1, 2). Isto , aos que, pelo chamamento de Deus no Evangelho em que haviam acreditado e pelo Baptismo, se haviam tornado santos, propriedade divina, pessoas em quem Deus reina e se manifesta. A santidade, antes de ser um conceito moral, tinha um sentido ontolgico: era expressiva do ser, antes de o ser do agir. que o agir moral s possvel, quando na sua base e na sua fonte est o ser. Sem a transformao operada pela graa de Deus, recebida pela f e o Baptismo, ningum suficientemente capaz, dum modo radical e persistente, de viver de um modo santo. A santidade a nvel moral pressupe a graa de Deus: para se viver conforme se , tem de primeiro ser-se. Por outro lado, se no se vive conforme se , deixa-se, mais cedo ou mais tarde, de se ser o que . Quem no vive ou procura viver como santo, facilmente cai no pecado e perde a comunho com o Deus Santo, deixando, assim, de ser santo. Que fazer para que tal no acontea? Recorrer permanentemente s fontes da santidade, s ofertas da graa divina, nomeadamente Palavra de Deus, aos sacramentos, participao activa na vida especificamente eclesial e orao. 191

Sobretudo quela orao em que deixamos que seja Deus a actuar em ns, a santificar-nos permanentemente; aquela orao em que, oferta que Deus faz de si mesmo, associamos a oferta da nossa vida, dos nossos meios; aquela orao em que nos deixamos amar por Ele, para Ele amar em ns; aquela orao que comea com a petio: Santificado seja o vosso nome em cada um de ns e naqueles a quem, fortalecidos pelo seu amor, nos entregamos, para que tambm eles possam vir a rezar com toda a confiana: Santificado seja o vosso nome. Faamo-lo com Jesus, que continua a rezar por ns, sempre que Ele diz: Pai Santo, guarda em teu nome aqueles que me deste (Jo 17, 11). E Ele di-lo, sempre que lemos ou escutamos a sua orao, na Igreja que sua e a que pertencemos com aqueles a quem, em cada encontro da catequese, nos dirigimos, para rezar por eles e com eles. OBJECTIVOS Compreender o significado da prece Santificado seja o vosso nome; Descobrir o sentido e a importncia do nome Senhor; Contribuir para a santificao do nome de Deus, pela orao em unio com Jesus e por uma vida em unio com Deus. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. S possvel compreender um pouco do alcance significativo da primeira prece da Orao Dominical atravs da sua prtica. Da que ela seja introduzida depois de as crianas entrarem em orao, um dos melhores meios para reconhecer como o nome de Deus santo. 2. No mesmo clima de orao, as crianas se associam a Jesus, para o escutarem na santificao do nome de Deus, seu pai, pela orao que Ele faz exactamente e tambm por aqueles que a Ele se entregam pela f em orao. 3. Da que a orao de Jesus volte a ser repetida e ainda mais personificada: orao que Jesus, pela boca do catequista, faz pelas crianas e pelos seus, elas juntam-se, cantando o inicio da orao que dele esto a aprender. 4. Na pagela que levam com esta segunda prece do Pai Nosso, sero convidadas a escrever os nomes e outros dados dos seus Santos patronos: se possvel os que tm o mesmo nome delas (mas s se isso acontecer com todas) ou ento o Santo patrono da parquia. Pela coincidncia do nome, que diz muito s crianas desta idade, podem encontrar no patrono mais um incentivo santidade. O catequista procure todos os meios para ajudar as crianas na recolha de dados biogrficos sobre o Santo escolhido.

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5. Nesta catequese usam-se muito os gestos que podem acompanhar as expresses da orao. Sejam bem explicados e, sobretudo, executados com respeito, no se esquecendo que a santificao inclui uma entrega total a Deus, de alma e corpo. MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequeses anteriores); Figura de Jesus em orao (catequeses anteriores); Cartolina com os nomes e fotografias das crianas e catequistas (catequeses anteriores); Dsticos: Pais/Mes, Jesus, Deus, Pai Nosso que estais nos Cus (catequeses anteriores); Dsticos: Senhor; O Senhor salva; Santificado seja o vosso nome; Bblia; Dois castiais; Canetas/esferogrficas. MSICAS Vs, Senhor, sois o nosso Pai; Pai Nosso que estais nos Cus; Santo, Santo, Santo o Senhor (J. P. Martins).

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar: como na catequese anterior, a cartolina em forma de corao, com a imagem de Jesus em orao e, acima do corao, os dsticos (em ordem ascendente) Deus, Jesus, Pais/Mes; sobre a imagem de Jesus (peito) o dstico Pai Nosso que estais nos Cus; em volta (de fora) do corao, as cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e catequistas. Na mesa: a Bblia, aberta em Jo 17, 17-19 (ladeada de dois castiais apagados, para a 2 alternativa da experincia humana). I. EXPERINCIA HUMANA 1. Ento, os vossos pais j receberam as vossas cartas? E como reagiram eles? Que fizeram e disseram? (Ouvir as crianas e, conforme a resposta, adaptar as seguintes palavras): Que bonito! Vs comunicastes aos vossos pais aquilo que eles vos mostram: ao serem bons pais e boas mes esto a mostrar-nos como Deus nosso Pai; ao serem

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bons pais e boas mes, esto a mostrar-nos como Deus nosso Pai. Ele que coloca no corao dos pais e mes o amor que eles nos tm. Por isso, quanto mais rezam a Deus, nosso Pai que est nos Cus, mais bons pais e mes eles so. E at so bons para outras pessoas que no fazem parte da vossa famlia, mas que precisam de amor e carinho (se as crianas deram testemunhos neste sentido, exemplificar com isso). Acho que todos devemos estar muito contentes e agradecidos a Deus nosso Pai que est nos Cus. No lhe querem agradecer? Ento vamos cantar-lhe o cntico que aprendemos na ltima catequese: Vs, Senhor, sois o nosso Pai. Mas hoje vamos cant-lo com gestos novos. assim: quando cantamos pela 1 vez, Vs, Senhor, juntamos e erguemos as nossas mos (o catequista ergue as mos) e, ao mesmo tempo, inclinamos o nosso corpo para baixo (o catequista exemplifica). Ora faam l Depois, quando cantamos, a 1 vez, sois o nosso Pai, cruzamos as mos abertas sobre o corao (o catequista exemplifica). Faam tambm Muito bem. Agora passamos repetio das mesmas palavras, mas com gestos diferentes: quando dizemos pela 2 vez Vs, Senhor, levantamos as mos, os braos e os olhos para o alto (o catequista exemplifica); e quando cantamos pela 2 vez sois o nosso Pai, damos as mos uns aos outros. Experimentem l: olhos e braos para o alto e agora de mos dadas. Experimentemos agora, do principio ao fim, ao mesmo tempo que cantamos Uma vez que j todos sabemos, ento ponham-se de p e, com muito respeito para com Deus, cantemos com o nosso corpo todo: Vs, Senhor, sois o nosso Pai (refro e 4 estrofe). 2. Podem sentar-se. Foi muito bonito: cantmos a Deus nosso Pai pelos pais que Ele nos d e para que sejam melhores pais e melhores mes. Agora digam-me: perceberam o significado de todos os gestos que fizemos quando cantmos? Comecemos pelos ltimos: Porque nos demos as mos, no fim? Exacto: quando rezamos a Deus nosso Pai, somos irmos e irms uns dos outros; irmos que se amam como Deus nos ama. E porque levantmos as mos para o alto? Porque Deus est nos Cus; isto , muito melhor do que qualquer pai e me da terra. E porque juntamos as mos no corao? ptimo! Para significar o amor: o amor de Deus e o amor que Ele pe no corao dos que lhe rezam. S falta um gesto: porque erguemos as mos e baixmos o corpo, quando cantmos pela 1 Vs Senhor? Quem capaz de adivinhar?

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Querem saber ao certo porqu? Por que razo, quando dissemos a palavra Senhor, erguemos as mos e inclinmos o corpo? Vamos todos ver. Mas vamos cantar primeiro as palavras Pai Nosso que estais nos Cus. Depois de cantarem uma vez: Agora ponham-se de p e voltemo-nos todos para a porta da sala (se for a 1 alternativa:) 1 Alternativa

Grupo grande Um catequista ou uma criana, previamente preparada e precedida de duas com os castiais acesos, entra, lentamente, na sala com o dstico Santificado seja o vosso nome, altura do peito e voltado para a frente, ao mesmo tempo que todos cantam: Pai Nosso que estais nos Cus (refro e 1 estrofe e outras at o catequista recebe o dstico e o afixar no placar por baixo do anterior Pai Nosso que estais nos Cus. As outras crianas pousam os castiais de cada lado da Bblia, afastam-se para os lugares e todas se sentam). 2 Alternativa Grupo pequeno Em vez do cortejo, o catequista acende os castiais e pode chamar uma criana frente, coloca nas suas mos o dstico Santificado seja o vosso nome, que o mantm altura do peito, voltada para as outras crianas, e todos cantam: Pai Nosso que estais nos Cus (refro e 1 estrofe). Findo o cntico, o catequista afixa o dstico, manda a criana para o lugar e que todas as outras se sentem. II. PALAVRA 1. Ainda no se esqueceram da pergunta: Que significa ter as mos juntas e erguidas (o catequista faz o gesto)? Significa que esto, como numa seta, a apontar para o alto, para Deus. E porque inclinamos o corpo?

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em sinal de respeito. Faz-se muitas vezes, na igreja e at fora da igreja. Para mostrar o respeito por algum, inclinamo-nos diante dessa pessoa. Mas hoje, inclinmo-nos quando cantmos uma palavra. Qual ? E j sabiam que Senhor um dos nomes mais antigos que as pessoas do a Deus? O catequista afixa, a seguir ao dstico Deus, o dstico Senhor. E porque lhe chamamos Senhor?... Porque Ele quem manda no mundo; foi quem tudo criou, os astros, as plantas, os animais; Ele quem mais nos ama. Tanto, tanto, que nos deu Jesus. Por isso, lhe chamamos Senhor. Querem cantar-lhe outra vez, com os gestos que aprendemos? Ento ponham-se de p. Vs, Senhor, sois nosso Pai (refro e 2 estrofe). 2. Podem sentar-se. Mas ns tambm chamamos Senhor a Jesus. Sabem porqu? Porque Jesus o Filho mais amado por Deus. Tanto, que Ele pode fazer, bem e totalmente, as coisas de Deus. Deus est presente nele. Olhem: at no nome Jesus est a Palavra Senhor. Ou melhor, aquela palavra que, na lngua de Jesus, corresponder nossa palavra Senhor. Por isso, o nome Jesus quer dizer O catequista em vez de dizer, afixa a seguir a Jesus o dstico O Senhor salva e deixa contemplar Jesus quer dizer, na nossa lngua, o Senhor salva: Deus, o Senhor, salva-nos sobretudo atravs de Jesus. Querem louv-lo por isso? Ento, de p, cantemos com o corpo todo: Vs, Senhor, sois o nosso Pai (refro e 1 estrofe). 3. Podem sentar-se. Sabem o que que ns temos estado a fazer com este cntico, cantado como a nossa orao e com os gestos de respeito?... Olhem para o placar e para as ltimas palavras que l afixmos. Querem ler todos, ao mesmo tempo, comigo? Santificado, seja o vosso nome. E agora outra vez, mas desde o princpio da orao: Pai Nosso que estais nos Cus Santificado seja o vosso nome Pois bem, com a nossa orao, feita com o corpo todo, j estvamos a santificar o nome de Deus, nosso Pai que est nos Cus. 196

Porque nos inclinmos com respeito ao nome de Deus que ? Senhor! Porque reconhecemos que Ele merece todo o nosso respeito. E merece, porque diferente de ns. Ele pode tudo, Ele o maior amigo de todas as pessoas, Ele ama a todos mais do que qualquer pessoa aqui da terra. Por isso que dizemos que Santo. Santo quer dizer que diferente de ns, muito, mesmo muito melhor do que ns. J tnhamos ouvido esta palavra Santo? (Deixar que se exprimam e orientar as respostas para o seguinte): Ns, na missa, at cantamos esta Palavra Santo, dizendo por exemplo, que Santo o Senhor. Querem cantar?... O catequista ensaia o cntico e pode acompanh-lo com gestos: Santo de olhos e mos erguidas para o alto, Senhor mos erguidas e corpo inclinado. Santo, Santo, Santo o Senhor (J.P. Martins ou outro). 4. Mas ns usamos a palavra Santo tambm para outras pessoas (se as crianas referiram alguma, recordar). Santas so as pessoas que mais amigas so de Deus. So seus amigos porque so santificados por Ele: tornam-se boas amigas, como Deus. Sabem quem a pessoa mais santa? Jesus, Jesus santo e santificou o nome de Deus, manifestando a maior amizade e o maior respeito para com Deus. E fez com que outras pessoas ganhassem a mesma amizade e o mesmo respeito por Deus. Porque Ele sabia que, quanto mais amizade e mais respeito tm para com o Deus Santo, para com o Senhor, mais felizes essas pessoas so. E at rezou a Deus por esses seus amigos. Querem ouvir um pedacinho dessa orao? Ento ponham-se de p. E agora, para ouvirmos com mais respeito, cantemos o cntico que acabmos de aprender (com gestos). Santo, Santo, Santo o Senhor (s o refro). E ento ouam: O catequista l lentamente de Jo 17, 17-19: Naquele tempo, Jesus rezou assim a Deus, seu Pai: Pai Santo, Santifica na verdade Aqueles que Tu me deste. A tua Palavra a verdade.

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Tu me enviaste ao mundo E tambm eu os enviei ao mundo E por eles eu me santifico a mim mesmo para que tambm eles sejam santificados na verdade. Cantemos outra vez (com gestos) Santo, Santo, Santo o Senhor 5. Sentem-se. Jesus acaba de rezar por ns. Que bom. Pediu a Deus para que Ele, o Pai Santo, nos santifique: nos ajude a viver na verdade, isto , segundo as palavras que Ele nos disse: a viver no amor. Quanto mais amamos os outros, mais santos somos e mais ajudamos os outros a serem santos. Querem assim ser santos e ajudar os outros a santificarem o nome de Deus nosso Pai? III. EXPRESSO DE F 1. Ento vamos fazer assim: eu vou dizer outra vez a orao que Jesus fez por ns. E vs respondeis com o cntico Pai Nosso que estais nos Cus. Mas agora com as mos levantadas para o alto, para Deus, o nosso Pai que est nos Cus. De acordo? Ento ponham-se de p. Voltemos os olhos para Jesus e cantemos com Ele: Crianas: Pai Nosso que estais nos Cus. Catequista (De lado e voltado para a figura de Jesus a rezar:) Pai Santo, santifica na verdade estes meninos e meninas que so teus e querem ser santos. Crianas: Pai Nosso que estais nos Cus. Catequista: Pai Santo, Santifica tambm todos os cristos que andam pelo mundo alm para que vivam segundo a tua Palavra e sejam cada vez mais Santos em unio contigo, Pai Santo. 198

Crianas: Pai Nosso que estais nos Cus. Catequista: Pai Santo, santifica de modo especial os pais, avs, familiares e amigos destes meninos e meninas para que, juntamente com eles, vivam segundo a Tua Palavra e sejam cada vez mais santos em unio contigo, Pai Santo. Crianas: Pai Nosso que estais nos Cus. Catequista: (canta a 1 estrofe): Como Jesus nos revela, assim aclamamos Deus: Santo, Santo o vosso nome Pai Nosso que estais nos Cus. Todos: Pai Nosso que estais nos Cus. 2. Podem sentar-se. Depois desta orao feita por Jesus, ficamos todos mais santos. E agora todos merecem receber uma folhinha com mais este pedao da orao que Jesus nos ensinou. O catequista distribui a segunda pea do puzzle com o Pai Nosso. O que est a escrito? Ento digam todos: Santificado seja o vosso nome. Muito bem. uma folha muito preciosa. No a percam. Mas ainda a podemos fazer mais bonita. Querem saber como? assim: do outro lado da folha vo escrever o vosso nome, que para nunca a perderem. A folha vossa. Mas vo escrever tambm um outro nome. Qual ser? Se todas as crianas tiverem nomes de que haja Santos com o mesmo nome, o catequista prope que escrevam o nome desse Santo. Seno, convida-as a escrever o nome do Santo patrono da parquia. Neste caso e se for possvel, podem passar pela igreja para verem a imagem desse Santo, junto da qual podem cantar o Santo, Santo, Santo o Senhor. Para alm do nome, convida a procurarem, junto dos pais ou outras pessoas, saber outros dados da sua vida: quando e onde viveram, o que fizeram, quando morreram, etc., e a escrev-los no verso da cartolina e a trazeremna, no prximo encontro de catequese. 199

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CATEQUESE 16

VENHA A NS O VOSSO REINO


I INTRODUO
APROFUNDAMENTODO TEMA 1. O Reino Discute-se se de aplicar este termo realidade que objecto da pregao e da actividade messinica de Jesus. Antes de mais, porque a palavra grega correspondente (Basileia), usada no Novo Testamento, pode traduzir-se de diversos modos: por realeza, a dignidade e regime monrquico; por reino, o estado ou territrio com regime monrquico; e por reinado, o governo ou domnio exercido por um soberano. Defendem alguns, e com razo, que s o ltimo significado adequado ao que Cristo anunciou e inaugurou: o reinado de Deus, que nem se confina a um territrio, mas universal, nem se trata de uma simples dignidade, mas do seu exerccio. Mas, mesmo traduzido por reinado, h ainda quem ache tratar-se de uma linguagem inadequada para os nossos dias. J no vivemos no tempo da monarquia, e as que temos por mais perfeitas que sejam, dificilmente so de associar ao que Deus, o Deus de Jesus Cristo, realmente . Como imaginar o esplendor, a riqueza, para no falar em comportamentos morais pouco dignos, num Deus que se fez pobre, humilde, solidrio com os mais miserveis e sujeito ao patbulo mais ignominioso e doloroso da cruz? No est isso em radical contradio com o modo como foi e continua a ser exercido o poder em regimes monrquicos? Mas outros, entretanto, contrapem: e ser muito diferente o que se passa noutros regimes considerados mais democratas, isto , em que o poder est nas mos do povo. Na prtica a diferena est apenas no modo de chegar ao poder. A partir da pouco se distinguem. A no ser que Para j, o principal problema no parece ser de linguagem. H muito que reino e reinar passaram a ser usados em sentido figurado e metafrico. Basta consultar um dicionrio, sobretudo idiomtico, para ver a gama de aplicaes que esses vocbulos tm.

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O problema situa-se, sim, ao nvel daquilo que expresso por tal linguagem. Um problema antiqussimo: j em Israel, quando se pensou adoptar o regime monrquico, no sc. XI a.C., houve uma forte oposio. Porque, noutros estados em que estava vigente, os monarcas eram mesmo aquilo que o termo, na sua origem etimolgica, exprime: s eles (mono) exerciam o poder, e de um modo to absoluto que se arrogavam dignidades divinas, procuravam controlar as divindades a seu belo prazer. Da a oposio em Israel e o aparecimento do profetismo, onde, como voz crtica de Deus durante todo o tempo da monarquia, se defendia que o nico Rei a que todo o povo, incluindo o rei terreno, se devia submeter, era Deus. E exactamente nessa perspectiva que se situa a actividade e a mensagem de Jesus Cristo: 2. O Reino de Deus assim que o Evangelho segundo S. Marcos, dos quatro o nico que assim intitula o seu livro, sintetiza o Evangelho anunciado por Jesus Cristo, Filho de Deus: Completou-se o tempo, e o Reino (no sentido de reinado) de Deus est prximo (ou est em aproximao): arrependei-vos e acreditai no Evangelho (Mc 1, 15). O anncio da interveno salvfica de Deus, esperada havia sculos, completado com a exortao f e converso. A converso ou inverso no modo de pensar (metnoia) e de agir o pressuposto para a f, a total sujeio a Deus. E assim acontece no resto do Evangelho: Jesus, aos sinais do reino, expressos nas suas aces poderosas contra todas as manifestaes do mal, junta sempre, de um modo explcito ou implcito um convite entrega de f ao Deus que nele se revela e actua. Sem f, no h milagres. No que Jesus fosse incapaz de os realizar, mas porque o objectivo ltimo, nas suas intervenes, era levar a que Deus realmente passasse a reinar, a exercer o seu domnio salvfico, naqueles que acolhem a sua mensagem e eram beneficirios do bem que realizava. Esta , de resto, uma constante em todos os outros Evangelhos. Por exemplo, em Jo 3, 1ss, no dilogo entre Jesus e Nicodemos. Quando este manifestava a sua admirao pelos sinais (o termo joanino para os milagres) realizados por Jesus, este responde: Em verdade, em verdade te digo: quem no renascer do Alto no pode ver o Reino de Deus. E renascer do Alto nascer da gua e do Esprito. Isto , do Esprito de Deus que tem na gua um dos smbolos mais tradicionais e significativos e que parte integrante do sacramento do renascimento espiritual, o Baptismo. Quer dizer que s quem acolhe este Esprito vivificante, oferecido por Jesus, com os seus milagres e as palavras que os acompanham, s esse participa no Reino de Deus. S quem aceita o reinado de Deus em toda a sua vida, passa a usufruir dos bens que s Deus pode dar: em ltima anlise, da vida eterna, experimentada j neste mundo, por um amor ilimitado, aquele que tem a sua expresso mxima na total entrega da vida, realizada por Jesus na sua morte e glorificao. 202

com base nisto que Jesus, em Lc 17, 20-21, a quem lhe perguntava: quando chegaria o Reino de Deus, responde: 3. O Reino de Deus est entre vs A preposio traduzida por entre susceptvel de ser traduzida de outros modos, entre eles por em. Neste caso poderia ser entendida numa perspectiva pessoal: est em cada crente que, pela f, se sujeita totalmente ao Deus anunciado por Jesus Cristo, deixa que Ele exera o seu domnio sobre ele e por meio dele. E, na medida em que cada crente se une aos outros crentes pelo mesmo amor que recebe de Deus, entre eles passa tambm a estar presente o Reino de Deus. nesse sentido que na Lumen Gentium se afirma: o Reino de Cristo j est misteriosamente presente na Igreja (3); ela o grmen e princpio do mesmo Reino na terra (5). o grmen e princpio, na medida em que nela se vive de Cristo, a maior concretizao e manifestao do domnio de Deus na terra; na medida em que ela o reconhece como Senhor, o ttulo divino originariamente dado a Deus, como Cabea de que ela, com cada um dos seus membros, o Corpo. Mas a Igreja tambm grmen e princpio do Reino de Deus, na medida em que a Ele totalmente sujeita, o anuncia pela Palavra e sobretudo pela vida: se torna, internamente, expresso viva do amor de Cristo e, externamente, o pe em prtica numa total entrega, sobretudo aos carenciados de qualquer espcie de bem, material e espiritual e, por essa entrega, os conquista para a converso, f no nico Deus vivo e verdadeiro. Para isso, precisa do reinado da orao: de, no seu conjunto e em cada um dos seus membros, humildemente reconhecer as suas fraquezas, fragilidades e limitaes e, consequentemente, se confiar ao nico Deus, para que Ele reine mais e mais sobre ela e nela. Neste sentido, a orao parte integrante, imprescindvel, do Reino de Deus. Por isso Jesus nos deixou o Pai Nosso, a orao por excelncia do Reino de Deus. E no por acaso que no centro da primeira parte est a prece: Venha a ns o vosso Reino. De facto, para ela que confluem os dois pedidos envolventes: Santificado seja o Vosso nome e Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no Cu: quanto mais santificado for o Seu nome e mais feita for a Sua vontade, mais Deus reina. No se esquea, porm, que este reinado de Deus s se manifestar em plenitude, quando Cristo voltar, na sua ltima vinda, para estabelecer, definitivamente e para todos, o Reino de Deus que j iniciou e, felizmente, j est entre ns. nesta esperana, fundada na f, que ousamos pedir: Venha a ns o vosso Reino. que esta petio o Maranatha, o clamor do Esprito e da esposa: Vem, Senhor Jesus! (CIC 2817) o grito que nos faz viver, nomeadamente, com e para as crianas que nos foram confiadas, na expectativa do Reino de Deus.

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OBJECTIVOS Acolher a petio Venha a ns o vosso Reino e compreender o seu significado; Aperceber-se de que o Reino de Deus j comeou com Jesus; Rezar e comprometer-se para que o reino de Deus se manifeste no mundo de hoje. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Uma vez que todas as peties da orao dominical esto interligadas e se completam mutuamente, a catequese comea por colocar as crianas a rezar a prece apresentada no encontro anterior: a santificao do nome de Deus j um contributo para que o seu Reino se torne mais real entre ns. , por isso, nesse contexto, que solenemente apresentada a petio Venha a ns o vosso Reino. O ambiente de orao em que acolhida j uma participao activa naquilo que, por ela, pedido a Deus. 2. Na base desta prece est a convico de que o Reino de Deus j comeou em Jesus. Por isso, a prece explicada e situada na actividade messinica de Jesus. Uma actividade que continuada, at aos nossos dias, pela Igreja a que pertencemos. 3. Tratando-se de uma tarefa que s podemos realizar em comunho de f com Deus, a orao imprescindvel. Por isso, o compromisso no estabelecimento do Reino de Deus tem de estar intimamente ligado orao. Por esta, se feita com f, Deus j comea a reinar em ns, para nos capacitar para a realizao no compromisso assumido. D-se, por isso, muito relevo expresso de f conclusiva. MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequeses anteriores); Figura de Jesus em orao (catequeses anteriores); Dsticos: Pais/Mes, Jesus, Deus, Pai Nosso que estais nos Cus e Santificado seja o Vosso nome (catequeses anteriores); Cartolinas com os nomes e fotografias das crianas (catequeses anteriores); Dstico: Venha a ns o vosso Reino; Imagens de situaes e pessoas, indicativas de sofrimento; Pagelas com a prece Venha a ns o vosso Reino (do puzzle do Pai Nosso), uma para cada criana; Bblia; Dois castiais; Canetas/esferogrficas. MSICAS Santo, Santo, Santo o Senhor (catequese anterior); Jesus Cristo Senhor; Pai Nosso que estais nos Cus; CD com o Pai Nosso, na melodia oficial usada na liturgia. 204

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: como nas catequeses anteriores, ao centro, est a cartolina em forma de corao (de Deus) e, sobre ela, a imagem de Jesus em orao, com os dsticos (em ordem descendente) Pai Nosso que estais nos Cus e Santificado seja o Vosso nome; ao alto e fora do corao, os dsticos (em ordem descendente): Pais/Mes, Jesus e Deus. Em volta do corao, as cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e dos catequistas. Na mesa: a Bblia (e, na 2. alternativa da experincia humana, dois castiais apagados). I. EXPERINCIA HUMANA 1. Trouxeram as folhinhas que receberam na ltima catequese (se ningum trouxe, servir-se do placar)? Que est escrito nelas? Primeiro lemos todos, ao mesmo tempo, as palavras de Jesus: Santificado seja o Vosso nome. E lembram-se ainda do cntico com que acompanhmos essas palavras de Jesus? Aquele cntico que, s vezes, escutamos na missa? Santo, Santo, Santo o Senhor (refro e 1. estrofe). Querem cant-lo com gestos? Santo de braos abertos; Senhor, de mos erguidas e corpo inclinado. Ento ponham-se de p. Olhemos para a figura de Jesus no placar... e agora cantemos todos ao mesmo tempo: Santo, Santo, Santo o Senhor (refro e 1. estrofe). 2. Podem sentar-se. Agora digam o que escreveram do outro lado. Alm do vosso nome, escreveram mais algum nome? O catequista deixa que todas as crianas digam pelo menos o nome do Santo que escreveram. Se no forem muitas as crianas, deixa tambm que indiquem outros dados da vida dos respectivos Santos. Se for o Santo patrono da parquia, devem faz-lo. Essas pessoas, alm do nome que tm, so chamadas tambm Santos. Porqu?

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Porque durante toda a sua vida santificaram o nome de Deus. Louvavam a Deus, como ns acabamos de fazer. Querem fazer outra vez? Agora em unio com todos esses santos e muitos outros De p, em sinal de respeito: Santo, Santo, Santo o Senhor (refro e 2. estrofe). Podem sentar-se. H um outro cntico que todos os santos tambm gostavam muito de cantar. que esse cntico tambm nos ajuda a sermos santos, porque nos mostra o que Jesus fez para que as pessoas sejam mais amigas de Deus e sejam mais santas. Ns j o aprendemos e cantmos aqui. Vamos ver se ainda se lembram dele. este: Jesus Cristo Senhor. Querem cant-lo? Jesus Cristo Senhor. Depois de todos cantarem o refro, o catequista diz: E como que Jesus nos trouxe de Deus, seu Pai, um reino s de amor, um reino s de paz? Sim, foi de muitas maneiras. Uma delas podemos v-la j. Vamos pr-nos de p e cantemos outra vez: Jesus Cristo Senhor. Depois de cantarem o refro, o catequista, para a 1. alternativa, convida as crianas a voltarem-se para a porta da sala: 1 Alternativa Grupo grande Como nas duas catequeses anteriores, uma criana, previamente preparada, entra da parte de fora da sala com o dstico: Venha a ns o vosso Reino, altura do peito, precedida de duas outras crianas com os dois castiais acesos. Caminham lentamente para junto da mesa. Durante o cortejo, todas cantam, ao ritmo das palmas, o cntico: Jesus Cristo Senhor (refro e estrofes suficientes para o cortejo).

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Chegadas junto da mesa, a criana que transporta o dstico, no meio das que levam os castiais, mostra-o s restantes, at terminarem o cntico. Depois, o catequista afixa-o no placar por baixo do anterior: Santificado seja o Vosso nome. As crianas voltam a sentar-se. 2 Alternativa

Grupo pequeno Em vez do cortejo, o dstico Venha a ns o vosso Reino apresentado junto da mesa. Pode ser apresentado pelo catequista ou, de preferncia, por uma criana. Num caso ou no outro, ladeado por duas crianas com os castiais que o catequista acende. Durante a apresentao, todas cantam: Jesus Cristo Senhor (refro e 1. estrofe). Depois do cntico, o catequista afixa o dstico no lugar indicado na 1. alternativa. Pousados os castiais, um de cada lado da Bblia, todos se sentam. II. PALAVRA 1. Foi lindo, no foi? Jesus a trazer-nos aquelas palavras para ns rezarmos, e ns a receb-las a cantar, batendo as palmas, que Ele nos traz um reino s de amor e s de paz. Querem ler comigo as palavras de Jesus? Ento digamos todos ao mesmo tempo: Venha a ns o vosso Reino. So palavras que ns rezamos a Deus, nosso Pai. Querem diz-las todas, desde o princpio? Ento digamos: Pai Nosso que estais nos Cus, Santificado seja o Vosso nome, Venha a ns o vosso Reino. 2. Mas, antes de Jesus nos ensinar esta orao, Ele j tinha comeado a mostrar como que o Reino de Deus, seu Pai, vem at ns. Talvez j no se lembrem. Mas eu ajudo. Abram os vossos catecismos na catequese 11. (O catequista indica a pgina e recorda s crianas o primeiro anncio do reino de Deus, feito por Jesus).

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Jesus, depois do seu Baptismo e de S. Joo Baptista ter sido preso, comeou a dizer essas palavras que esto escritas no vosso catecismo. Leiam todos comigo: O Reino de Deus est prximo: convertei-vos e acreditai no Evangelho. O Evangelho era a Boa Notcia que Ele dizia em todos os lugares por onde passava. 3. Mas Jesus no se limitava a anunciar o Reino de Deus: aquilo que Deus faz para que as pessoas vivam felizes. No. Ele tambm fazia muitas pessoas felizes, afastando delas os males que as faziam sofrer. E que fazia Ele? No posso aqui contar tudo. Mas posso dizer o que aconteceu um dia, quando Joo Baptista ainda estava preso. Pois bem, Joo Baptista, mesmo na priso, tinha ouvido dizer o que Jesus andava a fazer. E queria certificar-se se era mesmo verdade: se Jesus era mesmo enviado por Deus, seu Pai. Ento, mandou uns amigos dele junto de Jesus. E querem saber o que respondeu Jesus? Eu leio. O catequista convida as crianas a levantarem-se e l em Mt 11, 4-5: Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Jesus respondeu aos enviados de Joo Baptista: Ide contar a Joo o que vedes e ouvis: Os cegos vem e os coxos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova anunciada aos pobres. Depois de uma brevssima pausa o catequista comenta: Esto a ver? Jesus curava os cegos, os coxos e outros doentes e ajudava os pobres. Afastava o que fazia sofrer as pessoas. Isto j o Reino de Deus. Ento cantemos: Jesus Cristo Senhor (s o refro e batendo palmas).

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Mas, mesmo assim, ainda havia pessoas que duvidavam se era mesmo o Reino de Deus. E perguntavam a Jesus, quando que o Reino de Deus havia de chegar. Ouam a resposta de Jesus, do Evangelho segundo S. Lucas (17, 21): Reino de Deus est entre vs. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 4. Podem sentar-se. Ouviram bem? O Reino de Deus est entre ns. Como que ele est entre ns? Est dentro das pessoas que conhecem e amam Jesus. E est entre elas, se elas fazem como Jesus: se elas se amam umas s outras, se vivem em paz umas com as outras. Ento sim: a est j o Reino de Deus, porque a est Jesus. Mas ser que isso acontece em toda a parte? O catequista pode mostrar duas ou trs imagens actuais de cenas de guerra, de pobreza e misria e pergunta: Pois bem, por isto que Jesus nos manda rezar as palavras que hoje nos trouxe. Para nunca mais nos esquecermos delas, vamos todos diz-las outra vez e aos mesmo tempo: Venha a ns o vosso Reino (pode repetir-se). III. EXPRESSO DE F 1. O catequista afixe ou encoste, ao fundo do placar, as imagens que mostrou antes de dizer s crianas o seguinte: De certeza que conhecem outros casos de pessoas a sofrer: umas por causa de doenas, outras porque so desprezadas e abandonadas. Por exemplo, alguns velhinhos. Depois, h pessoas que andam sempre zangadas umas com as outras. Eu sei l, h tanto mal ainda por a. s vezes at bem perto de ns e, quem sabe, at nas nossas famlias. Querem pensar um bocadinho nalgum caso que conheam, nem que seja pela televiso. Mas o melhor serem pessoas bem perto de ns, pessoas que por qualquer razo andam a sofrer. Ento pensem l um bocadinho, cada um para si. Para no se distrarem at podem fechar os olhos. 209

2. Depois de algum silncio, o catequista distribui por cada criana a pagela, do puzzle do Pai Nosso, com a prece: Venha a ns o vosso Reino e diz: Nessa folha est a parte da orao que Jesus hoje nos ensinou: Venha a ns o vosso Reino. Na parte de trs est em branco. Mas a que cada um de ns vai escrever casos daqueles em que estiveram a pensar: casos de pessoas a sofrer e s quais ainda no chegou o Reino de Deus, trazido por Jesus. Se algum no for capaz de escrever, diga-me, que eu ajudo. Pode colocar-se como msica de fundo a melodia e a letra do Pai Nosso, j usada na catequese 13. 3. Depois de todas as crianas escreverem, o catequista convida-as orao: Agora vamos rezar por essas pessoas que escreveram nas vossas folhas. De acordo? Rezemos para que o Reino de Deus, de paz e de amor, venha tambm para elas. Fazemos assim: cantamos o princpio da orao que Jesus nos ensinou: Pai Nosso que estais nos Cus e, depois, aqueles que quiserem, lem o que escreveram na sua folha. E depois de alguns lerem, voltaremos a cantar Pai Nosso que estais nos Cus. Conforme o nmero de crianas, juntem-se as suas folhas, de modo que o refro seja cantado no mais do que quatro ou cinco vezes. Se poucas ou nenhuma criana ler a sua prece, o catequista leia o que escreveu e, se necessrio, formule uma ou duas oraes, baseando-se, por exemplo nas imagens mostradas: Antes de cantarem o refro pela ltima vez, pode cantar-se a seguinte estrofe: De tudo sois origem Pai Nosso que nos dais vida: Dais a toda a humanidade Vossa paterna guarida. 4. Sentem-se. Sabem uma coisa: com esta nossa orao, to bem feita, j estivemos a fazer, ainda que pouco, para que o Reino de Deus venha, e porque, ao rezar ao Pai do Cu, estivemos unidos a Jesus. E onde Jesus est, est l Reino de Deus. Por isso, Ele est, certamente, contente connosco. Mas ainda vai ficar mais contente se cada um de ns fizer uma coisa que eu vou dizer. Querem ouvir?

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assim: cada um de vs vai fazer alguma coisa por aqueles que escreveram na folha: por aquela pessoa ou pessoas que a escreveram e por quem j rezmos. Mas no basta rezar, Jesus tambm rezava e depois fazia o bem. Esto dispostos a fazer alguma coisa? Uma visita, uma palavra, ou ao menos rezem por ela(s) todos os dias. Estou para ver quem faz alguma coisa. Ou melhor, Jesus que est para ver. E tragam a folha para o prximo encontro. para ver quem faz alguma coisa pelas pessoas a escritas. E aquela folha que receberam na outra catequese, tragam-na tambm. que ela vai tambm ser muito precisa. E uma vez que hoje nos portmos to bem, acolhendo a Jesus, a sua orao e o seu Reino, proponho que cantemos outra vez: Jesus Cristo Senhor (refro batendo palmas).

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CATEQUESE 17

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Pelos seus frutos os conhecereis com estas palavras que Jesus responde a uma questo j antiga e sempre actual: como se distinguem os verdadeiros dos falsos profetas, aqueles que se apresentam disfarados de ovelhas, mas por dentro so lobos vorazes (Mt 7, 15). Apresentam-se hoje, por exemplo, frente de seitas, formadas revelia do cristianismo oficial ou de outras religies, com o fim de extorquir as fontes de vida, tantas vezes j escassas, de pessoas a braos com problemas de toda a espcie. Apresentam-se talvez dentro da prpria Igreja, servindo-se dos meios mais sagrados da transmisso da graa divina de que ela depositria, para proveito exclusivo ou, pelo menos, prioritrio daqueles que os administram. Um pecado, em muitas situaes, sacrlego, em que, facilmente, se pode cair como culpado e como vtima. Com a agravante de os culpados, quando descobertos, se desacreditarem no apenas a si prprios, mas de levarem rejeio da mensagem que anunciam e, pior ainda, do Deus de que se servem. Nesta perspectiva, o leque de prevaricadores muito mais largo do que o daqueles que se apresentam com pretenses profticas. Qualquer cristo que reduza a sua prtica crist aos momentos que passa dentro das paredes de um templo e que, no dia-a-dia, leva uma vida contrria quilo que a lhe oferecido, prova, de facto, dar maus frutos. E tem que, no mnimo, pr-se a si prprio a questo se no mesmo uma rvore m. que a rvore boa no pode dar maus frutos, nem a rvore m dar bons frutos, diz-nos ainda Jesus; E toda a rvore que no d bons frutos cortada e lanada ao fogo (Mt 17, 18-19), a no ser que, entretanto, receba um enxerto que transforme radicalmente a seiva que corre dentro dela, para se tornar uma rvore que d bons frutos. Deus no cessa de oferecer a sua graa, e a converso, da parte do ser humano, possvel a todo o momento. Na histria, no faltam casos desses, at aos nossos dias.

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uma questo, esta da rvore e dos seus frutos, que se pe tambm em relao catequese, ou, se preferirmos, evangelizao: aos catequizandos e aos catequistas. Se a vida destes no corresponde, pelo menos por um esforo srio e persistente, mensagem de que so mediadores Se a mensagem no se manifesta ao vivo na sua prtica da vida, ento devem perguntar-se a si prprios se no esto a ser falsos profetas, ou em vias disso; e se os frutos que produzem no acabaro por produzir sementes de que, por sua vez, nascem rvores ms, com maus frutos ou sem frutos nenhuns. Perante os resultados de tantas caminhadas catequticas, desde a infncia, passando pela adolescncia e at juventude, a questo no pode deixar de colocarse a partir das advertncias que o Senhor Jesus continua a fazer-nos: 2. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor Entrar no Reino dos Cus, mas sim aquele que faz a vontade do meu Pai que est nos Cus (Mt 7, 21). So palavras inseridas na parte final do chamado Sermo da Montanha, isto , proferido por Jesus no monte da revelao de Deus (Mt 5, 1). E porque vm de Deus apresentam-se com uma radicalidade, nas suas promessas e nas suas exigncias, ao nvel de quem as faz. Prometem uma vida plenamente feliz a quem se reconhece pobre em esprito (Mt 5, 3), isto , carente da vitalidade que tem a sua fonte ltima no Esprito, o sopro vital do Deus vivo e verdadeiro. Uma vida feliz, porque o mesmo Deus leva aqueles, que a Ele se abrem e se entregam pela f, prtica de uma misericrdia que nasce de um corao puro e conduz construo da verdadeira paz, mesmo tendo que enfrentar perseguies por causa da justia que anunciam e pem em prtica (5, 7-10) para serem sal da terra e luz do mundo: pelas suas boas obras, podem levar os que as vem e delas usufruem a glorificar o Pai que est nos Cus (5, 13-16). Uma vida plenamente feliz, porque de acordo com as palavras da Lei e os Profetas, como proclamada e vivida por Jesus (5, 17-20): na radicalidade de quem no se contenta em no cometer adultrio, mas evita todo o olhar desejoso de possuir a mulher ou marido alheios (5, 27-30); na radicalidade de quem sabe que, ao unir-se em casamento a um ou uma divorciada, est a cometer adultrio (5, 31-32); na radicalidade de quem no se limita a no jurar falso, mas rejeita toda a palavra e comportamento contrrios verdade (5, 33-37); na radicalidade de quem no apenas diz no vingana, mas se sacrifica a si prprio, num perdo sem limites (5, 38-42); na radicalidade de quem ama todo o prximo, nem que seja o inimigo (5, 43-47). a radicalidade de quem tudo faz para ser perfeito como o Pai celeste perfeito (5, 48). Por isso, os que dele vivem, se guardam de fazer as suas boas obras para serem vistos pelos homens: nas esmolas que do, nas oraes que proferem, no jejum que praticam (6, 1-18). que os tesouros que acumulam j neste mundo, no podem 214

estar confinados ao louvor que recebem dos outros (6, 19-24), mas j fazem parte do Reino do Deus a quem se confiam, sejam quais forem as suas preocupaes (6, 2533). E, nele, no julgam os outros (7, 1-5), mas conscientes das suas prprias fragilidades, entregam-se a Ele pela orao persistente, sabendo que o Pai que est nos Cus dar coisas boas queles que lhas pedem (7, 11). Nisto esto, pois, a Lei e os Profetas renovados e revitalizados por Jesus: O que quiserdes que vos faam os homens, fazei-o tambm a eles (7, 12). No h dvida de que duro um caminho destes e estreita a porta a que conduz (7, 13-14). Mas ser impossvel de percorrer? Sobretudo conhecendo-se a vida por Ele prometida e os meios que Ele nos oferece? 3. Seja feita a vossa vontade letra, a terceira e ltima prece da Orao Dominical deveria traduzir-se assim: Seja feita a vossa vontade, como no Cu assim na terra. Primeiro vem o Cu e s depois a terra. Porque no Cu que se cumpre plenamente a vontade de Deus e do Cu, isto , de Deus, que nos vem a capacidade para cumprir a sua vontade, na nossa caminhada terrena. E quem diz do Cu, diz de Cristo. Foi em Cristo e pela sua vontade humana que a vontade do Pai se cumpriu perfeitamente e de uma vez para sempre. Ao entrar neste mundo Jesus disse: Eu venho, Deus, para fazer a tua vontade (Heb 10, 7). S Jesus pode dizer: Fao sempre o que do seu agrado (Jo 8, 29). Na orao da sua agonia, Ele conformase totalmente com esta vontade: No se faa a minha vontade, mas a tua (Lc 22, 42). Eis por que Jesus se entregou pelos nossos pecados () consoante a vontade de Deus (Gl 1, 4). Em virtude dessa mesma vontade que ns fomos santificados, pela oferenda do corpo de Jesus Cristo (Heb 10, 10) (CIC 2824). Quer dizer que a nossa orao s ser verdadeiramente eficaz, se realizada em total unio a Cristo. Ns pedimos ao nosso Pai que una a nossa vontade do seu Filho, para que se cumpra a vontade dEle, o seu plano de salvao para a vida do mundo. Somos radicalmente impotentes para tal, mas unidos a Cristo e com o poder do seu Esprito Santo, podemos entregar-lhe a nossa vontade e decidir escolher o que o seu Filho sempre escolheu: fazer o que do agrado do Pai (Ibidem 2825). E sabendo que este mesmo Cristo no apenas nos ensina a rezar, mas reza connosco, na Igreja que o seu Corpo e a que pertencemos, ento numa orao feita assim que j estamos a cumprir a vontade de Deus. E se esta orao passa, deste modo, a fazer parte da nossa vida, temos o caminho para fazermos de toda a nossa vida uma orao: uma vida vivida na sua doao, na gratuidade do amor, na felicidade antecipada do Reino de Deus. Orao e prtica da vida no podem ser dois compartimentos estanques, separados. Como no o so a rvore e os seus frutos. S da rvore da nossa comunho com Deus, vivificada com a seiva da f em orao, nascem os frutos das boas obras. S na prece insistente seja feita a vossa vontade como no Cu assim na terra, 215

encontramos fora para cumprir a vontade de Deus, ou melhor, para Deus realizar em ns aquilo que lhe pedimos, como fez em Cristo. OBJECTIVOS Acolher e compreender a prece Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu; Descobrir a importncia da prtica da vontade de Deus; Rezar e comprometer-se, pela orao, em fazer a vontade de Deus. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. A catequese est construda de uma forma e com uma dinmica semelhante s das anteriores: num ambiente de orao, as crianas descobrem como o cumprimento da vontade de Deus depende da ajuda de Deus, pedida na prece correspondente, e do compromisso prprio, manifestado na coragem de rezar em unio com Cristo. 2. Procure-se motivar as crianas pela positiva, despertando nelas a alegria e a gratido a Deus pelo bem que j realizam no cumprimento da sua vontade. Naquilo que realizam pela vinda do Reino de Deus, esto a fazer a sua vontade. Mas que as crianas que ainda no se sentem suficientemente motivadas ou pouco ou nada fizeram, no se vejam, por isso, excludas. Pelo contrrio, o catequista ter uma ateno especial para com elas sabendo que, assim, ele prprio est a realizar a vontade de Deus. 3. Como j foi dito, as sucessivas preces do Pai Nosso formam uma unidade. Da que isso comece a transparecer nas sucessivas cartolinas que as crianas vo recebendo. Nesta catequese j se chama a ateno para o resultado final: o corao que todos, no seu conjunto, iro formar; o corao que as levar a sentirem-se mais no corao de Deus, se lhe rezarem com f e confiana. MATERIAIS Cartolina grande em forma de corao (catequeses anteriores); Figura de Jesus em orao (catequeses anteriores); Dsticos: Pais/ Mes, Jesus, Deus, Pai Nosso que estais nos Cus, Santificado seja o vosso nome, Venha a ns o vosso Reino (catequeses anteriores); Cartolinas com os nomes e fotografias das crianas (catequeses anteriores); Dstico: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu; Imagens: uma com uma pessoa em atitude de orao a outra em actividade caritativa; Cartolinas, uma para cada criana (do puzzle com o Pai Nosso), com a prece Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Cu; Canetas/esferogrficas; Dois castiais; Bblia. 216

MSICAS Jesus Cristo Senhor; Pai Nosso que estais nos Cus; CD com melodia oficial do Pai Nosso.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: como nas catequeses anteriores, ao centro, est a cartolina em forma de corao (de Deus) e sobre ele a imagem de Jesus em orao, com os dsticos (em ordem descendente) Pai Nosso que estais nos Cus e Santificado seja o vosso nome e Venha a ns o vosso Reino; ao alto e fora do corao, os dsticos (em ordem descendente): Pais/Mes, Jesus e Deus. Em volta do corao, as cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e dos catequistas. Na mesa: a Bblia (e, na 2. alternativa da experincia humana, dois castiais apagados). I. EXPERINCIA HUMANA 1. Hoje, comeamos a nossa catequese a cantar. Eu sei que vs gostais e eu tambm. Ou h algum que no goste?... Pois bem, o cntico que vamos cantar foi o ltimo que cantmos na ltima catequese: Jesus Cristo Senhor (refro e 2. estrofe). Repararam bem nas palavras que eu cantei?... Vou diz-las (ou cant-las) outra vez: Porque Deus nosso Pai E Jesus o nosso Irmo Ns dizemos sim paz, guerra dizemos no. Ser que todos ns dizemos no guerra? Vamos ver. Peguem na folha que receberam na ltima catequese. De um lado est escrito: Venha a ns o vosso Reino. Querem dizer todos comigo? Venha a ns o vosso Reino. E o que est escrito do outro lado da folha? O que escreveu cada um de vs? Algum quer ler? (Deixar que algumas crianas leiam).

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Muito bem. Agora vamos ver quem de vs fez alguma coisa por essa pessoa que est escrita na vossa folha. Quem fez? (Deixar que se exprimam algumas crianas. Conforme a resposta, se fizeram ou no, o catequista adapte as seguintes palavras): Aqueles meninos e meninas que fizeram o que contaram (pode exemplificar), no s rezaram a Deus Venha a ns o vosso Reino, mas fizeram j alguma coisa para que o seu reino de amor e de paz venha a ns (se ningum fez, incentivar para que o faa). E agora, sim, ainda podemos cantar com mais alegria: Jesus Cristo Senhor. Cantemos de p a bater as palmas. Mas antes pousem a folha ou coloquem-na dentro do vosso catecismo: Jesus Cristo o Senhor (refro e 2. estrofe). 2. Que bonito. Penso que Jesus est muito contente: no s por cantarmos, mas sobretudo porque fizemos alguma coisa pela paz e o amor do Reino de Deus. Querem saber melhor o que isso significa? 1 Alternativa Grupo grande Ento voltemo-nos todos para porta da sala e vejamos o que Jesus hoje nos envia. Como na catequese anterior, faz-se o cortejo com a 3. prece do Pai Nosso: Uma criana, previamente preparada, entra da parte de fora da sala com o dstico: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu, altura do peito, precedida de duas outras crianas com os dois castiais acesos. Caminham lentamente e em silncio para junto da mesa. Chegadas junto da mesa, a criana que transporta o dstico, no meio das que levam os castiais, mostra-o s restantes. Ento, o catequista convida todas as crianas a cantarem de novo: Jesus Cristo Senhor (refro). Depois, o catequista afixa o dstico no placar por baixo do anterior. 2 Alternativa Grupo pequeno Eu vou mostrar, mas antes tenho de acender as velas, porque se trata de uma palavra de Jesus.

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O catequista pede a duas crianas para segurarem os castiais e depois mostra o dstico: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. Deixa contemplar e convida a cantar: Jesus Cristo Senhor (refro). II. PALAVRA 1. Depois de pousadas as velas, uma de cada lado da Bblia, e de afixado o dstico no placar, por baixo do dstico Venha a ns o vosso Reino, o catequista manda sentar as crianas e diz: Querem ler todos comigo as palavras que Jesus hoje nos traz? Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. Porque ser que Jesus nos manda rezar estas palavras a Deus nosso Pai que est nos Cus? Ser mesmo importante fazer a vontade de Deus? Peguem nos vossos catecismos e abram-nos na catequese 9. O catequista indica a pgina com as palavras: Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a pem em prtica. Querem ler todos comigo as palavras a escritas? Depois da leitura em conjunto: Lembram-se quando que Jesus disse essas palavras? Exacto: foi quando uma mulher lhe disse que Maria era feliz por ser a Me de Jesus. E Jesus respondeu que Ele muito mais feliz, por escutar a Palavra de Deus e a pr em prtica. como as nossas mes e os nossos pais. Eles so felizes, se escutarem a Palavra de Deus e a puserem em prtica. E ns tambm 2. Olhem, to importante, que Jesus voltou a diz-lo mais vezes. Muitas vezes mesmo. Uma delas foi pouco depois de ensinar a orao que temos vindo a aprender. Querem ouvir? Ento vamos fazer assim: para nos prepararmos para ouvir Jesus, primeiro pem-se de p. O catequista pega na Bblia, aberta em Mt 5, 21, coloca-se de modo que todas as crianas possam ver o placar e convida: Agora olhem todos para o placar, com Jesus em orao, e de mos erguidas rezamos todos a parte da orao que l est escrita:

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Pai Nosso que estais nos Cus Santificado seja o vosso nome Venha a ns o vosso Reino Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. E agora ouam todos o que Jesus nos diz no Evangelho segundo S. Mateus. O catequista l lentamente: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrar no Reino dos Cus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que est nos Cus. O catequista pode repetir, se possvel voltado para as crianas. Rezemos, outra vez, as palavras que Jesus nos ensinou: Pai Nosso que estais nos Cus Santificado seja o vosso nome Venha a ns o vosso Reino Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. 3. O catequista depois de mandar sentar as crianas e pousar a Bblia, afixa de um lado e do outro, duas imagens, uma com uma pessoa em atitude de orao e outra, se possvel, com a mesma pessoa em actividade caritativa. Depois diz, apontando para as respectivas imagens: Que est aqui a fazer esta pessoa (em orao)? Est a rezar. Como ns tantas vezes fazemos. Est a dizer a Jesus: Senhor, Senhor. Ainda h pouco ns cantamos: Jesus Cristo o Senhor. Agora digam-me: basta rezar, dizer a Jesus: Senhor, Senhor, para fazer parte dos amigos de Jesus, como foi por exemplo Nossa Senhora? E ento o que preciso fazer? E o que est a fazer a mesma pessoa na outra imagem? Est a fazer o bem, para que haja um Reino s de amor, s de paz. Assim que esta pessoa cumpre a palavra de Jesus: est a fazer a vontade do nosso Pai que est nos Cus.

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III. EXPRESSO DE F 1. Conhecem pessoas assim, que rezam e depois procuram fazer a vontade de Deus? Peguem na folha que receberam na ltima catequese, aquela em que est escrito Venha ns o vosso Reino Se houver crianas que tenham realizado a tarefa sugerida, o catequista pode pedir a duas delas que venham para junto de si: pede a uma que leia a orao Venha a ns o vosso Reino, depois afixa essa cartolina sobre a imagem com a pessoa em orao; de seguida, pede outra criana que leia o que escreveu no verso da sua cartolina e, depois, afixa-a sobre a imagem com a pessoa em aco caritativa. Depois continua: Afinal tambm vs procurais fazer as duas coisas: rezais e fazeis o bem (pode mencionar o bem feito por essa criana). Entrega de novo as cartolinas s respectivas crianas e convida todas: Ento podemos cantar e agradecer outra vez a Jesus o que Ele est a fazer por meio de vs? Cantemos todos, batendo palmas: Jesus Cristo Senhor (refro). 2. O catequista distribui por cada criana a cartolina/folha com a 3. prece: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu e diz: Primeiro, vamos todos ler ao mesmo tempo o que est escrito em mais esta folha: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. Isto o que Jesus hoje nos manda rezar. Mas Ele tambm nos disse que no basta rezar. preciso fazer o que ns pedimos: fazer a vontade de Deus. E (alguns de) vs j fazeis isso. O que prometestes na ltima catequese? Ento, vo escrever isso no outro lado da cartolina que acabaram de receber: o bem que fizeram quelas pessoas que esto escritas nas cartolinas que tem as palavras Venha a ns o vosso Reino: escrevam o que fizeram por elas. Os que ainda no fizeram, escrevam o que pensam e prometem fazer. O catequista pode colocar, como msica de fundo, a mesma melodia com o Pai Nosso, j usada nas catequeses anteriores. Procure ainda ajudar as crianas que tenham dificuldade em escrever. No final, convide-as a fazer a seguinte orao:

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3. Agora vamos todos agradecer a Deus pelo bem que Ele nos ajuda a fazer, para podermos entrar no seu Reino de amor e de paz. De acordo? Fazemos assim: primeiro colocam as folhas que acabaram de escrever nas mos abertas (o catequista exemplifica) e, assim com as folhinhas nas mos, cantamos todos: Pai Nosso que estais nos Cus. Depois rezamos todos ao mesmo tempo: Seja feita a Vossa vontade assim na terra como nos Cus. De seguida, os que quiserem ler o que escreveram podem faz-lo. Quem se oferece? Depois de alguns lerem, voltamos a rezar: Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no Cu; no fim voltamos a cantar: Pai Nosso que estais nos Cus. Ento ponham-se de p... colocamos as folhinhas nas mos... Voltamo-nos todos para figura de Jesus a rezar e cantamos: Pai Nosso que estais nos Cus (refro). Agora rezemos todos: Seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no Cu. Se nenhuma criana se propuser a ler o que escreveu, o catequista formule uma orao, com base no que as crianas fizeram ou nas duas imagens afixadas no placar. No fim, todos cantam: Pai Nosso que estais nos Cus (refro e 4. estrofe). 4. Depois de mandar sentar as crianas: J experimentaram juntar as trs folhinhas com a orao que Jesus nos ensinou? Ora experimentem l (o catequista pode ajudar a uni-las). Agora digam: alm das palavras de Jesus, que vos parece que essas folhinhas esto a formar? Exacto: um corao. J tm nas mos uma parte desse corao. Sabem o que que isso quer dizer? Que tendes a uma parte da orao que todos temos de ter no nosso corao. Porque uma orao que nos leva a ter um corao bom, cheio de Deus, do seu amor e da sua paz. Mas no se esqueam, no chega rez-la. A orao s est completa, se tambm fizermos aquilo que rezamos: se fizermos a vontade de Deus e outras coisas que Jesus nos vai dizer nas outras partes da orao. Para j guardem essas partes. No as percam. E rezem o que l est. Quando essa orao estiver completa, vamos ter uma surpresa. Depois vero. Pode terminar-se com o refro do cntico: Jesus Cristo Senhor. 222

CATEQUESE 18

O PO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A fome A fome, vista como a sensao que traduz desejo de comer, um fenmeno natural. Pressupe a continua renovao do nosso corpo e contribui para ela. Mas s se esse desejo e essa necessidade de comer forem satisfeitas. Caso contrrio, a fome paralisa esse processo vital da renovao, quando se torna carncia alimentar, subalimentao. Ento, em vez de fenmeno natural, exactamente o oposto: contra a natureza e a vida Um fenmeno contra-natura que, infelizmente, se est a tornar cada vez mais natural, aqui no sentido de, frequente, comum. E nem preciso deslocar-nos para outros continentes, de onde nos chegam cada dia as imagens mais horrorosas. Talvez sem cores (ainda) to dramticas, a fome, ou melhor, os carentes de uma alimentao suficiente e condigna, encontram-se bem perto de ns, talvez mesmo na nossa vizinhana. Alguns tentam encobri-la. a chamada pobreza ou mesmo misria envergonhada. Mas outros h, e so cada vez em maior nmero, que no resistem mais e l vo, cada dia, bater porta de instituies que lhes sirvam ao menos uma refeio por dia, digna desse nome. O seu nmero aumenta quase na mesma proporo em que aumenta a quantidade da riqueza de uns tantos, cada vez menos. Os (poucos) ricos so cada vez mais ricos e os (muitos) pobres cada vez mais pobres. E a que est o escndalo. Escreve Bento XVI na Exortao Apostlica Sacramento da Caridade, n 90: Com base em dados estatsticos disponveis, pode-se afirmar que bastaria menos de metade das somas imensas globalmente destinadas a armamentos para tirar, de forma estvel, da indigncia o exrcito ilimitado dos pobres. Escreve o Papa, ainda no mesmo lugar, que impossvel calar diante das imagens impressionantes dos grandes campos de deslocados ou refugiados - em vrias partes do mundo amontoados em condies precrias para escapar a sorte pior, mas carenciados de tudo. Porventura estes seres humanos no so nossos irmos e irms? 223

Os seus filhos no vieram ao mundo com os mesmos legtimos anseios de felicidade que os outros? As causas so muitas, situam-se a diversos nveis, pessoais, sociais e estruturais, fazem parte do crescente e cada vez mais dominante processo de globalizao, em que tudo definido escala mundial. Seria, por isso, tarefa irrealizvel e, porventura, intil, falar delas aqui. Mas h uma a que no podemos furtar-nos. At porque tem a ver tambm com a fome dos ricos, a fome que eles ilusoriamente procuram saciar custa da vida dos pobres. aquela fome que, segundo Am 8,11, no fome de po nem sede de gua, mas de escutar a Palavra do Senhor. Que s ela pode matar tambm a fome insacivel custa da fome dos outros, confirmado por Cristo, quando nos diz: 2. Dai-lhes vs mesmos de comer O desafio feito aos discpulos em Mc 6, 36, isto , em pleno relato do que nos habitumos a chamar a multiplicao dos pes (6, 34-54). Na realidade, porm, mais do que isso. A fome de po precedida da fome da Palavra. Pelo menos por a que Jesus comea: ao ver uma grande multido, teve compaixo deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Comeou ento a ensinar-lhes muitas coisas (6, 34). O Evangelista no diz que coisas so. Mas, pelo conjunto do seu livro, s pode tratar-se do anncio do Evangelho de Deus com que Jesus inicia a sua actividade messinica: Completou-se o tempo e o Reino de Deus est prximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho (1, 15). Um convite f em Deus, presente e actuante em Jesus, que os Doze foram por Ele enviados a anunciar (6, 7-13). E na sequncia desse envio que a multido, como ovelhas desgarradas, acorre a Jesus, faminta de luz, orientao, aquela que s Deus pode dar. Da que Jesus comece por ensin-los. S na f no mesmo Deus, os crentes encontram a coeso e a comunho necessria para serem o seu povo, aquele de que Jesus pastor. A cena est decalcada naquilo que, quando Marcos escreveu o seu Evangelho, j era prtica da Igreja e continua a s-lo at aos nossos dias: primeiro necessria a evangelizao, aprofundada pela catequese. S depois tem lugar a celebrao sacramental. S na f, acolhida a graa oferecida pelos sacramentos. E como, no caso da Eucaristia, a mesa do po precedida da mesa da palavra, assim tambm Jesus, s depois de congregar pela palavra a multido desgarrada, lhes sacia a fome: Tomou, ento, os cinco pes e os dois peixes e, erguendo os olhos ao Cu, pronunciou a bno, partiu os pes e dava-os aos seus discpulos, para que eles os repartissem (6, 41). Os gestos de Jesus so praticamente idnticos aos da ltima ceia em que o po repartido o seu corpo (14, 22). De facto, a que se d a verdadeira multiplicao dos pes: aquela em que o corpo de Cristo, oferecido na morte da cruz em remisso pelos pecados da humanidade, se torna presente no po consagrado, para saciar a fome de vida plena queles que, na f, o recebem,

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para, por sua vez, oferecerem os seus prprios corpos, as suas vidas, no altar do mundo (cf Rm 12, 1). nesse contexto que tem pleno sentido e actualidade o desafio de Jesus: Dai-lhes vs mesmos de comer. Assim quando celebram a Eucaristia, devem consciencializarse cada vez mais de que o sacrifcio de Jesus por todos; e, assim, a Eucaristia impele todo o que acredita nele a fazer-se po repartido para os outros e, consequentemente, a empenhar-se por um mundo mais justo e fraterno. Como sucedeu na multiplicao dos pes e dos peixes, temos de reconhecer que Cristo continua, ainda hoje, a exortar os seus discpulos a empenharem-se pessoalmente: Dai-lhes vs mesmos de comer (Mt 14, 16). Na verdade, a vocao de cada um de ns consiste em ser, unido a Cristo, po repartido para a vida do mundo (SC 88). E neste contexto que adquire todo o seu sentido a prece, oferecida por Jesus: 3. O po nosso de cada dia nos dai hoje Na sua base est a confiana num Deus que, pela f, nos liberta das preocupaes exageradas e exclusivas pelo que havemos de comer e de vestir. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justia, e tudo o mais se vos dar por acrscimo, diz-nos Jesus (Mt 6, 33). Trata-se de uma justia, vivida e construda no amor. E a o acrscimo no tem limites. Vida partilhada significa vida alargada queles com quem a partilhamos. O nosso po passa a ser o seu po, para, por sua vez, se tornar po de outros. Trata-se do nosso po, de um para muitos. A pobreza das bem-aventuranas a virtude da partilha. Ela convida a comunicar e a partilhar os bens materiais e espirituais, no por coaco, mas por amor, para que a abundncia de uns remedeie a necessidade dos outros (CIC 2833). Se partilhado por amor, no dispensa o nosso trabalho. Pelo contrrio: pedir a Deus o po de cada dia empenha-nos e capacita-nos para o obtermos, tanto quanto as nossas foras o permitem. S que, uma vez obtido, isto , tendo ns feito o nosso trabalho, o alimento continua a ser uma ddiva do nosso Pai. bom pedir-lho dandolhe graas por ele. Tal o sentido da bno da mesa numa famlia crist (Ibidem 2834). Por isso a, na refeio de uma famlia em volta da mesma mesa, que a prece tem mais sentido. No po que os filhos recebem das mos dos pais vai a vida destes. E, se os pais, juntamente com o po para o corpo, souberem transmitir aos filhos a Palavra do Deus que neles e por eles actua, ento os filhos encontraro a fora e a orientao de que precisam para eles prprios, um dia, serem transmissores da mesma vida. Neste contexto, todo o catequista , deve ser, um pai ou uma me: pelo tempo e as energias que gasta na preparao e na realizao dos encontros de catequese; pelo empenho com que transmite aos catequizandos o carinho, o amor de que eles

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necessitam para, nele ou nela, descobrirem Deus em aco; pela Palavra de Deus de que portador, depois de, ele ou ela prpria, a ter acolhido na sua prpria vida. Para tudo isso fundamental que cada dia, se dirija ao Pai para lhe pedir: O po nosso de cada dia nos dai hoje. Tanto mais que na orao que encontra o nico alimento que pode saciar a sua prpria fome e a fome daqueles a quem se d. OBJECTIVOS Reconhecer a importncia do po e de outros alimentos para a vida; Acolher e compreender a petio O po nosso de cada dia nos dai hoje; Rezar a mesma petio juntamente com uma orao para antes da refeio. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Uma vez que a segunda parte da Orao Dominical est dependente das preces da primeira parte, a catequese comea com a recitao da primeira parte, mas cantada. Prope-se que se use a melodia oficialmente seguida nas celebraes litrgicas, para facilitar a participao das crianas nessas mesmas celebraes, sobretudo a da Eucaristia. 2. Sugere-se que os mveis da sala estejam ordenados de um modo o mais parecido possvel com uma sala de jantar: sobretudo com a mesa, onde ser colocada a cesta do po, a ser rodeada pelas cadeiras em que se sentam as crianas. 3. De entre os muitos significados da prece hoje introduzida, destaca-se a necessidade do alimento, para as crianas e para os que sofrem com a fome e a subnutrio. A relao com o po eucarstico tocada muito ao de leve, mas o suficiente para, um dia, as crianas compreenderem que o corpo de Cristo entregue por ns capacitanos para partilharmos o nosso po e a nossa vida. 4. Unida prece pelo po de cada dia, apresentada uma orao para ser rezada antes das refeies. nestas que as crianas encontram mais sentido para o que pedem no Pai Nosso: para si, para os pais e para os que passam fome. MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequeses anteriores); Figura de Jesus em orao (catequeses anteriores); Dsticos: Pais/mes, Jesus, Deus, Pai Nosso que estais nos Cus, Santificado seja o vosso nome, Venha a ns o vosso Reino, Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu (catequeses anteriores); Cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e catequistas (catequeses anteriores); Dstico O po nosso de cada dia nos dai hoje; 226

Um po ou dois (conforme o nmero de crianas) cortado em tantas fatias quantas as crianas; Uma cesta para o po; Sacos de plstico para as fatias do po; Uma mesa, se possvel redonda e mais baixa; Dois castiais; Bblia; Canetas/esferogrficas. MSICAS Pai Nosso (melodia oficial, seguida na liturgia); Vs, Senhor, sois o nosso Pai; Jesus Cristo Senhor; C/D com o Pai Nosso.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar: est a cartolina grande em forma de corao (de Deus) e, sobre ela, a figura de Jesus em orao, com os dsticos (em ordem descendente) Pai Nosso que estais nos Cus, Santificado seja o vosso nome, Venha a ns o vosso Reino, e Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu; por cima e fora do corao, os dsticos Pais/Mes; Jesus e Deus; em volta do corao, da parte de fora, as cartolinas com os nomes e as fotografias das crianas e catequistas. A mesa com a Bblia deslocada mais para o meio da sala, de modo que as cadeiras das crianas possam formar quase um crculo em volta dela. Ou, de preferncia, pode colocar-se nesse lugar (mais a meio da sala) uma outra mesa, mais baixa, onde, no desenrolar da catequese, sero colocados os pes. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Hoje a nossa sala est um bocadinho diferente. Temos mais uma mesa (ou a mesa mais ao meio da sala) e ns estamos todos em volta dela. Querem saber porqu? 2. Vai ser mais uma surpresa. Para j, s digo que por causa da orao que Jesus nos tem vindo a ensinar e que ns temos aprendido to bem. De certeza que todos vs j sabeis de cor as palavras que esto afixadas no placar. Olhem, para as rezarmos ainda melhor, tenho uma ideia: no gostavam de as aprender a cantar. Alguns de vs, se calhar, j sabem cant-las. Ns, s vezes, cantamo-las na missa. Querem aprender? Assim, podemos ns cant-las tambm, quando elas so cantadas na missa. 227

assim: O catequista ensaia a 1 parte do Pai Nosso, na melodia oficialmente proposta para a liturgia. No final, convida as crianas: Agora que j sabemos cantar, podemos faz-lo a rezar. Querem? Ento, ponham-se de p. Agora, levantamos os nossos braos e mos para Deus e, voltados para Jesus que reza connosco, cantemos: Pai Nosso que estais nos Cus, santificado seja o vosso nome, venha a ns o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. 3. Podem sentar-se. Que lindo: todos a cantar a uma s voz! Bom, agora vamos ver qual vai ser a 1 surpresa que Jesus nos traz hoje. Algum capaz de adivinhar? possvel que, devido s catequeses anteriores, digam que se trata da 4 prece do Pai Nosso: O po nosso O catequista, em vez de comentar as respostas, limita-se a dizer: 1 Alternativa Grupo grande Levantem-se e olhemos todos para a porta da sala. De l que vem a surpresa. Um outro catequista, ou uma criana, previamente preparada, entra pela porta transportando uma cestinha com um po, relativamente grande, que pode j vir cortado em tantas fatias quantas as crianas. Se estas forem muitas, podem ser dois pes. O catequista ou a criana que o traz, d a volta por detrs das cadeiras e, pela frente da sala, primeiro detm o po nas mos, para todos verem, e depois coloca-o em cima da mesa, ao centro. 2 Alternativa

Grupo pequeno Levantem-se e, em silncio, esperem um bocadinho, enquanto eu vou buscar a surpresa. O catequista sai da sala e traz a cestinha com o po, do mesmo modo como proposto na 1 alternativa. 228

4. Para as duas alternativas: Podem sentar-se. Por esta que vs no estveis espera (adaptar, se alguma criana tiver posto a hiptese)! Um po (ou dois) e como ele grande! mesmo parecido com o po que comemos l em casa. E que bem que ele sabe. Sobretudo quando estamos com fome. Nessas alturas, at o comemos, sem m a i s nada. Outras vezes acompanhado com outras comidas. Gostam mais do p o com qu? Deixar que as crianas se exprimam e concluir: Todos ns gostamos, uns mais do que outros, de po. Porqu? Porque precisamos dele: sem o po e outras comidas, no podemos viver. Quem no comer, comea a ficar cada vez mais fraco e pode at morrer. E, infelizmente, h pessoas, muitas delas, meninos e meninas como vs, que morrem por falta de alimento. Que isso nunca acontea convosco. E no acontece porqu? Quem vos d o po e os outros alimentos? Sim, so os vossos pais ou outras pessoas no lugar deles (exemplificar com casos que eventualmente tenham sido mencionados pelas crianas). Mas agora digam-me: quem faz com que os pais (e outras pessoas) nos dem o alimento? Se as crianas se referirem a Deus, no comentar, mas dizer apenas: Vamos ver. Vai ser a segunda surpresa que Jesus nos traz. II. PALAVRA 1. A apresentao da 4 petio do Pai Nosso. Pode ser feita de dois modos, conforme a dimenso do grupo: 1 Alternativa

Grupo grande De p, vamos cantar outra vez as palavras da orao que Jesus nos est a ensinar. Elevemos as nossas mos para Deus e cantemos: Pai Nosso que estais nos Cus, santificado seja o vosso nome, venha a ns o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. Agora, voltemo-nos para a porta da sala e vejamos o que Jesus nos oferece. Duas crianas frente trazem os castiais acesos e so seguidas por uma outra com o dstico levantado: O po nosso de cada dia nos dai hoje. Caminham lentamente

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e, chegadas frente do placar, deixam que as outras crianas contemplem. Depois, o catequista afixa o dstico no placar, a seguir ao anterior: Seja feita a vossa vontade. Os castiais so colocados na mesa com o po, um de cada lado. Depois convida as crianas a rezar essas palavras. 2 Alternativa Grupo pequeno Faz-se o mesmo: cntico da 1 parte do Pai Nosso, seguido de apresentao da 4 prece, mas pelo catequista, ladeado de duas crianas com os castiais acesosDeixa contemplar e afixa-o no lugar indicado na 1 alternativa, fazendo o mesmo com os castiais. Depois convida as crianas: Querem rezar todos comigo as palavras que Jesus nos ensina? Ento, de mos erguidas, rezemos: O po nosso de cada dia nos dai hoje (repetir duas vezes). 2. Podem sentar-se. Sabem por que razo Jesus nos manda rezar estas palavras a Deus Pai: a pedir-lhe que nos d o po de cada dia? Abram os vossos catecismos na catequese 14. (O catequista indica a pgina com as palavras de Jesus que terminam assim: Quanto mais o vosso Pai que est nos Cus dar coisas boas queles que lhas pedem, e convida as crianas): Podemos ler todos, ao mesmo tempo, as palavras de Jesus a escritas. (Depois da leitura): Com quem que Jesus compara o Pai do Cu? E que acontece com os pais da terra que rezam ao Pai do Cu? So melhores pais e melhores mes: Fazem tudo para que no falte nada aos seus filhos: o alimento, a roupa, os livros Portanto, o Pai do Cu que coloca no corao dos pais da terra mais amor pelos seus filhos. Ele que lhes d fora para trabalhar e poderem alimentar-nos. No querem agradecer ao Pai do Cu o po que nos d atravs das pessoas que trabalham para o fazer e ns recebemos? Podemos cantar-lhe: Vs, Senhor, sois o nosso Pai. De p pensem nos nossos pais e noutras pessoas que contribuam para a nossa alimentao... e, de braos levantados, cantemos: Vs, Senhor, sois o nosso Pai (refro e 1 estrofe).

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3. Depois de as crianas se sentarem, o catequista mostra-lhes uma ou duas imagens de pessoas subnutridas, deixa contempl-las e coloca-as ou junto da cesta com o po ou no placar junto do dstico O po nosso de cada dia nos dai hoje, num caso ou no outro, de modo a continuarem a ser vistas pelas crianas. Depois diz-lhes: Conhecem pessoas assim, a morrer fome? Felizmente no somos ns. Mas sabem o que Jesus nos diz? Vou contar-vos uma histria que se passou com Ele. O catequista pega na Bblia, aberta em Mc 6, 35-44, e conta por palavras suas: Um dia, andava muita gente com Jesus, mesmo muita: uns milhares de pessoas. J andavam com Ele havia bastante tempo e estavam num lugar deserto, onde no havia casas, em que pudessem encontrar alimento. As pessoas comearam a ter fome. E os amigos de Jesus disseram-lhe. Sabem o que respondeu Jesus? O catequista l da Bblia: Jesus respondeu aos discpulos: Dai-lhes vs mesmos de comer (repete, voltado para as crianas). Jesus manda aos seus amigos que dem de comer s pessoas que passam fome, como aquelas que esto ali representadas (aponta para as imagens). Mas como que ns podemos dar de comer a tantas pessoas? Foi o que perguntaram ento os discpulos de Jesus. que eles, mesmo que quisessem no tinham dinheiro que chegasse para comprar po para tanta gente. Ento Jesus fez um grande milagre. O catequista pousa a Bblia, pega na cesta com o po e diz devagar e com certa solenidade: Jesus pegou em cinco pes e dois peixes que algumas pessoas l tinham, elevou os olhos para Deus, deu-lhe graas por aqueles pes e depois entregou-os aos discpulos para eles distriburem pelas pessoas. E sabem o que aconteceu? Todas as pessoas comeram quanto quiseram e, no fim, ainda sobejaram doze cestos cheios com os restos dos pes. O que que Jesus quis mostrar com este milagre?... Que as pessoas devem fazer como Ele: Dar graas a Deus pelos alimentos que tm. E Deus que amigo de todos, sobretudo das pessoas que passam fome, faz com que os que lhe rezam, faam tudo para que todos tenham alimento. Sobretudo as pessoas que vo missa. principalmente para essas que Jesus diz: Dai-lhes vs mesmos de comer.

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E por causa disso que Ele nos ensina a rezar aquelas palavras que hoje nos ofereceu. Querem rez-las outra vez? III. EXPRESSO DE F 1. Vamos rez-las de duas maneiras. Primeiro vou entregar a cada um de vs mais uma folhinha com as palavras que vamos rezar. O catequista distribui por cada criana a pagela do puzzle do Pai Nosso com as palavras O po nosso de cada dia nos dai hoje. Depois diz: J todos temos as palavras de Jesus, para as aprendermos bem. E agora vamos rez-las assim: primeiro, cantamos aquela parte do Pai Nosso que j aprendemos a cantar; de seguida, iremos rezar essa orao, a pensar nas pessoas que Deus nos d para termos po e alimento e depois nas pessoas que passam fome. Est bem? Ento ponham-se de p e cantemos todos: Pai Nosso que estais nos Cus, santificado seja o vosso nome, venha a ns o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. Catequista: Agora pensemos um bocadinho nas pessoas que Deus nos d para termos alimento: os pais e outras pessoas. (Depois de um brevssimo silncio): e agora rezemos por essas pessoas: Todos: O po nosso de cada dia nos dai hoje. Catequista: Agora pensemos nas pessoas que passam fome, por no terem quem lhes d de comer, lembrando-nos das palavras de Jesus: Dai-lhes vs mesmos de comer. Depois de um brevssimo silncio: Todos: O po nosso de cada dia nos dai hoje. Catequista: Cantemos outra vez: Pai Nosso que estais nos Cus

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2. Podem sentar-se. Antes de rezarmos outra vez, tm que fazer outra coisa. Escrever no outro lado dessa folhinha uma orao que vem no vosso catecismo. O catequista indica a pgina com a orao para antes da refeio. uma orao para ns rezarmos antes de comermos, antes das nossas refeies. Primeiro vamos todos l-la. Depois da leitura: Agora copiem-na para a parte de trs da folhinha. Enquanto as crianas copiam, o catequista pode colocar como msica de fundo a melodia com a orao do Pai Nosso. Ao mesmo tempo, coloca cada fatia do po que est sobre a mesa num saco de plstico, para ser entregue uma a cada criana. Depois de elas copiarem a orao, diz-lhes: Agora vo levar para casa, no s a orao que Jesus nos ensinou hoje juntamente com a orao que escreveram para rezar antes da refeio, mas tambmuma fatia do po que estava aqui na mesa. O catequista distribui as fatias e depois diz: Antes de nos irmos embora, temos de agradecer a Deus esse alimento, no acham? Fazemos assim: de p numa mo a fatia de po e na outra a folhinha com a orao Primeiro rezamos as palavras que Jesus nos ensinou e depois a orao para antes da refeio. O po nosso de cada dia nos dai hoje. Orao para antes da refeio: Dou graas, pelo po que Deus me d, no o devo estragar. H muitos meninos que o no tm. 3. Falta saber o que vo fazer com a fatia de po. Tenho uma ideia: levam-na para casa e, quando tomarem a prxima refeio com a vossa famlia, levam-na para a mesa, para repartir com as pessoas que comerem convosco. Acham boa a ideia? Mas olhem: podem contar-lhes como que receberam esse po e o que Jesus hoje nos ensinou: a rezar O po nosso de cada dia nos dai hoje e Dai-lhes vs mesmos de comer. E mais uma coisa: podem rezar com as outras pessoas que comerem convosco a orao para antes da refeio. De acordo? Mas tambm est no catecismo outra oraozinha para depois da refeio.

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Olhem, se couber, escrevam-na tambm na mesma folhinha: aquela que j tem a orao para antes da refeio. E rezam as duas, uma antes e outra depois de comer. E a folhinha, guardem-na bem, junto das outras. E agora podemos cantar a nossa alegria pelo que Jesus hoje nos ofereceu do Reino do seu Pai. Ento cantemos: Jesus Cristo Senhor (refro).

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CATEQUESE 19

PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Assim como ns perdoamos?! H pessoas que sentem dificuldade e algumas rejeitam mesmo rezar a segunda prece da segunda parte da Orao Dominical. Dizem que no so capazes de perdoar. Mas continuam a sentir necessidade do perdo de Deus. uma reaco de levar a srio. Para j significa que se toma a orao com responsabilidade, que se acredita no seu valor, se tem conscincia das suas implicaes e seus efeitos no resto da vida, e, vice-versa, do lugar que a vida tem ou deve ter na orao, de modo que a vida seja vivida em orao e toda a orao tenha a ver com a vida. Significa, depois, que se tem conscincia das prprias incapacidades. Perdoar exige que a pessoa se transcenda a si prpria: que vena as barreiras criadas pelas ofensas, os maus tratos, as injustias, as injrias, numa palavra, a perda de vida, causada por quem contra ela atentou e continuar a dar-se a ele ou ela, no como se nada tivesse acontecido, mas no meio daquilo que realmente aconteceu. Quanto mais se sente a ofensa, maior o perdo e o amor que nele se manifesta. A relao restabelecida pelo perdo sempre diferente da anterior ofensa. E pode s-lo, deve s-lo para melhor. Porque s no amor possvel perdoar e no perdo que o amor tem a sua prova maior e ganha a sua mxima consistncia. Quem perdoa mostra que aquele ou aquela a quem se perdoa , de facto, tudo para quem perdoa. Por ele ou ela tudo se fez, a tudo se renuncia, nomeadamente vida perdida com a ofensa. Ora, se isto, contando apenas com as prprias foras, humanamente impossvel ou, pelo menos, tremendamente difcil, como fazer o perdo de Deus dependente da prpria incapacidade? Como pedir-lhe que me perdoe na mesma medida em que eu perdoo, se eu no sou capaz de perdoar? No ser reduzir o poder, o amor infinito de Deus dimenso das minhas prprias fraquezas e fragilidades? Numa palavra, no 235

ser exactamente pedir-lhe que me no perdoe? Que no me d aquilo de que afinal preciso para realizar o que Ele exige de mim e pelo qual, no fundo do meu ser, eu tanto anseio? Sim, porque manter-se de relaes cortadas, para no dizer, responder a ofensa com ofensa, deixa-me triste, infeliz. No apenas porque a vida feita de relaes e, isolando-me na minha individualidade, sou eu a primeira vtima, mas porque, na fome e sede da vida, de uma vida ilimitada, tenho uma necessidade quase inata de me dar sempre e em todas as situaes. Mas como? Sem Deus? Como entender o assim como que precede o ns perdoamos?... e, pelo menos aparentemente, condiciona a primeira parte da prece: 2. Perdoai-nos as nossas ofensas A ordem dos membros da frase, neste caso, no arbitrria. Embora seguido de um assim como, na realidade comeamos por pedir, primeiro, perdoai-nos as nossas ofensas. Mas em que sentido? Vejamos a explicao do Catecismo da Igreja Catlica (n 2839): Comemos a orar ao nosso Pai com um sentimento de audaciosa confiana. Suplicando-lhe que o seu nome seja santificado, pedimos-lhe para sermos cada vez mais santificados. Mas, apesar de revestidos da veste baptismal, no deixmos de pecar, de nos desviar de Deus. Agora, nesta nova petio, voltamos para Ele, como o filho prdigo, e reconhecemo-nos pecadores na sua presena, como o publicano. A nossa petio comea por uma confisso na qual, ao mesmo tempo, confessamos a nossa misria e a sua misericrdia. A nossa esperana firme, pois que, em seu Filho, ns temos a redeno, a remisso dos nossos pecados (Cl 1, 14). E encontramos nos sacramentos da sua Igreja o sinal eficaz e indubitvel do seu perdo. Portanto, o segredo est em fazer do pedido do perdo de Deus uma confisso da nossa misria e da sua misericrdia, devidamente comprovada e j experimentada. De resto, perante a grandeza infinita desta misericrdia divina que ns, mais facilmente, reconhecemos a nossa misria. No nasce esta da ausncia da misericrdia? No perante a experincia de um amor imenso que eu reconheo a gravidade de uma ingratido para com quem assim me ama? Por isso, a prece comea, e bem, por me colocar em Deus, tal qual me encontro e me sinto, e por me levar a abandonar-me a Ele. Um abandono sua graa e misericrdia; que no pode ficar sem efeitos, nomeadamente, nas minhas relaes com os outros. Do abandono em Deus revela-se como possvel o amor ao prximo no sentido enunciado por Jesus, na Bblia. Consiste, precisamente, no facto de que eu amo, em Deus e com Deus, a pessoa que no me agrada ou que nem sequer conheo. Isto s possvel a partir do encontro ntimo com Deus, um encontro que se tornou comunho da vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento. Ento aprendo a ver aquela pessoa j no somente com os meus olhos e sentimentos, mas tambm segundo a perspectiva de Cristo. O seu amigo o meu amigo (Bento XVI, Deus Amor, n 18). 236

E para Cristo, at os inimigos se tornaram amigos. Porque foi sobretudo por eles que Ele deu a vida, doando-a at ltima gota de sangue, a fonte da vida. E s nele, no Deus que nele se revela, eu encontro a capacidade para me transcender e perdoar: 3. Assim como Deus nos perdoa Este como no nico no ensinamento de Jesus. Sede perfeitos como o vosso Pai celeste perfeito (Mt 5, 48); sede misericordiosos como o vosso Pai misericordioso (Lc 6, 36); dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei (Jo 13, 34). Observar o mandamento do Senhor impossvel quando se trata de imitar do exterior o modelo divino. Trata-se de uma participao vital, vinda do fundo do corao, na santidade, na misericrdia e no amor do nosso Deus. S o Esprito, que nossa vida (Gal 5, 25), pode fazer nossos os mesmos sentimentos que existiram em Cristo Jesus. Ento, a unidade do perdo torna-se possvel, perdoando-nos, mutuamente, como Deus nos perdoou em Cristo (Ef 4, 32) (CIC 2842). A parbola do servo desapiedado, que conclui o ensinamento do Senhor sobre a comunho eclesial, termina com estas palavras: Assim proceder convosco o meu Pai celeste, se cada um de vs no perdoar a seu irmo do fundo do corao (Mt 18, 35). a, de facto, no fundo do corao, que tudo se ata e desata. No est no nosso poder deixar de sentir e esquecer a ofensa, mas o corao que se entrega ao Esprito Santo muda a ferida em compaixo e purifica a memria, transformando a ofensa em intercesso (Ibidem 2843). Quer dizer que na intercesso que tudo se resolve e se esgota: uma intercesso que , ao mesmo tempo, reconhecimento e confisso da prpria culpa (se for o caso) e, pelo menos, da prpria incapacidade. E se a orao , assim, o caminho para o perdo, o perdo o cume da orao: o dom da orao s pode ser recebido em sintonia com a compaixo divina (Ibidem 2844). Nesse caso, a soluo para a incapacidade de perdoar no est em deixar de rezar: Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido. Mas exactamente o contrrio: a prece de repetir tantas mais vezes, quanto maior for a dificuldade de perdoar. At porque nela o prprio Deus que, tratando-se da sua palavra, actua em Cristo, que to bela intercesso nos deixou e continua a rezar connosco, no seu Corpo, que a Igreja, que vive do perdo e para o perdo. OBJECTIVOS Tomar conscincia dos prprios pecados para deles pedir perdo a Deus; Acolher e compreender a prece Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido; Dispor-se a viver o perdo de Deus no perdo ao prximo. 237

OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Tambm a prece da Orao Dominical, hoje apresentada, s pode ser verdadeiramente compreendida e acolhida, se vivida durante o acto catequtico. Se uma orao, tem de fazer-se dela uma orao. Da que o encontro tenha, na prtica, o dinamismo de uma celebrao penitencial, de resto, bem situada no tempo quaresmal. 2. O exame de conscincia introdutrio situa-se, pelo menos no incio, no percurso catequtico feito at agora pelas crianas. Porque estas podem ser diferentes, de grupo para grupo, o catequista escolha a alternativa que melhor se adapte ao seu grupo. Entretanto, o leque de possveis ofensas alargado a outros campos da vida das crianas. fundamental a relao com Deus: todo o pecado, mesmo feito ao prximo, sempre uma ofensa a Deus, e de Deus que se recebe o perdo que leva ou deve levar reconciliao com o prximo. 3. A reentrada das crianas e catequistas (com as respectivas cartolinas) no convvio com Deus, s festa, plenamente, depois de todo o percurso do perdo: depois de, com o perdo de Deus, as crianas pelo menos se dispuserem a reconciliar-se com os outros e a colaborar na reconciliao entre eles. 4. A sala mantm-se com uma disposio quase idntica da catequese anterior, no apenas por causa da ligao entre as duas primeiras preces da segunda parte do Pai Nosso, mas tambm para, de algum modo, lembrar s crianas o lugar e o momento mais privilegiado da vivncia do perdo: a Eucaristia, onde o gesto da paz dado a seguir Orao do Senhor. MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequeses anteriores); Figura de Jesus a rezar (catequeses anteriores); Dsticos: Pais/Mes, Jesus, Deus, Pai Nosso que estais nos Cus, Santificado seja o vosso nome, Venha a ns o vosso Reino, Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu, O po nosso de cada dia nos dai hoje (catequeses anteriores); Cartolina com os nomes e fotografias das crianas (catequeses anteriores); Dstico: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido; Cartolina com a prece perdoai-nos as nossas ofensas do puzzle com o Pai Nosso, um para cada criana; Cesta (catequese anterior); Dois castiais; Bblia; Canetas/esferogrficas.

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MSICAS Jesus Cristo Senhor; Quantas vezes; Cantai o Senhor bom; Fala, Senhor; Pai Nosso que estais nos Cus (ou em alternativa:); Vs Senhor sois o nosso Pai; C/D com a e melodia do Pai Nosso, usado na liturgia.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: a cartolina em forma de corao (de Deus) com a imagem de Jesus em orao e, sobre ela, os dsticos (em ordem descendente) Pai Nosso que estais nos Cus, Santificado seja o vosso nome, Venha a ns o vosso Reino, Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu e O po nosso de cada dia nos dai hoje; fora do corao, na parte superior, os dsticos (em ordem descendente) Pais/ Mes, Jesus e Deus. Sobre a mesa, deslocada mais para o meio da sala (como na catequese anterior e como alternativa proposta seguinte), a Bblia e a cesta vazia (usada na catequese anterior) e dois castiais apagados. Ou uma outra mesa, mais baixa, no mesmo lugar e com os mesmos elementos indicados. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Olhem para o placar: No acham que falta l qualquer coisa? O que ser? Exactamente: faltam os coraezinhos com os nossos nomes e as nossas fotografias. No vos parece que deviam l estar?... Eu c tambm gostava que estivessem. E porque ser que no esto? (Deixar que se exprimam e concluir): Se calhar, no merecemos ter os nossos nomes e fotografias no placar, junto do corao de Deus e da imagem de Jesus a rezar. 2. Mas, no merecemos porqu? O que que nos faltar para merecermos? Vamos tentar descobrir. Querem?

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1 Alternativa

Para crianas menos interessadas e participativas nas catequeses anteriores: Continuemos a olhar para o placar: agora para a orao que Jesus nos tem ensinado aqui. E agora pensem um bocadinho e digam-me: Tm rezado esta orao todos os dias? Se no rezam, quer dizer que se no interessam de Deus que to nosso amigo. No lhe rezar, como rezava Jesus e nos ensina a rezar, ser ingrato para com Deus E tm procurado ser amigos dos vossos pais, avs, irmos e familiares? Se no so, esto a ser ingratos para com Deus que nos d os pais e tantas coisas que recebemos deles. E tm procurado interessar-se pelas pessoas mais pobres? Por exemplo, por aquelas pessoas que escreveram nas folhinhas que vos dei com as oraes Venha a ns o vosso reino e Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu? Se no ligamos a essas pessoas e at as desprezamos, estamos a desprezar Jesus e Deus, nosso Pai que est nos Cus. E quem despreza Deus no merece estar com Ele E mostraram l em vossa casa a orao para antes da refeio que aprendemos na catequese da semana passada? E rezaram-na antes de cada refeio? Se no a rezam, no agradecem a Deus o alimento que ele nos d E na escola e no jogo? Tm respeitado os vossos colegas e tm-nos ajudado sempre? Ou so invejosos e querem tudo para vs? E quando vos fazem mal? Desculpam-nos e perdoam-lhes? Quem no perdoa, no pode estar ao lado de Deus. O catequista pode, conforme tenha sido o comportamento das crianas, nomear outros factos negativos, sobretudo se passadas na catequese.

2 Alternativa

Para crianas mais interessadas, participativas e colaboradoras na catequese. Comecemos por cantar o cntico que tanto gostamos de cantar: Jesus Cristo Senhor. Mas peo-vos que estejam bem atentos s palavras que irei (ou iremos) cantar depois do refro. Est bem? Ento cantemos: 240

Jesus Cristo Senhor (refro e 3 estrofe). Cantmos, e bem, que Jesus nos traz um Reino s de amor, um Reino s de paz. E cantmos ainda: Vs, homens, no inventeis, A paz vossa maneira Pois maneira de Deus Paz amor sem fronteiras. Paz amor sem fronteiras. Ser que os homens, as pessoas fazem assim: amam a todos maneira de Deus?... Lembram-se daquelas imagens (o catequista pode mostrlas) com pessoas a morrer fome? Porque ser que isso acontece? claro que vs no estais de acordo com isso. E procuraismesmo fazer o contrrio: procurais amar a todos, sobretudo os mais necessitados. Fizestes o que vos propus quando recebestes as folhinhas com as palavras Venha a ns o vosso reino e Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. Lembram-se? Exacto: ajudastes essas pessoas mais pobres e desfavorecidas. E digam-me c: tambm rezastes l em casa a orao para antes da refeio? E os vossos pais? Contaram-lhes o que Jesus aqui nos ensinou: Dai-lhes vs mesmos de comer? J procurais fazer a vontade de Deus e por isso, estais a colaborar com Jesus na vinda do seu Reino de amor e de paz. Portanto at podia pr os nossos nomes e fotografias junto do corao de Deus. Mas, antes disso, vamos pensar bem: ser que cada um de vs sempre, sempre assim? Por exemplo: Rezam todos, todos os dias, a Deus nosso Pai que est nos Cus?... Tm rezado, antes e depois de todas as refeies?... E tm sido sempre obedientes aos vossos pais e avs?... Ateno: no se pode mentirSeno, ainda esto a afastar-se mais de Deus. E com os colegas e irmos: nunca se zangaram com eles? Tm-nos ajudado sempre que eles precisam? Ou quereis tudo para vs? E quando se zangam, procuram fazer a paz? Se calhar, nalgumas coisas temos falhado. Eu sei que custa um pouco pensar nas coisas menos boas que fazemos. Mas preciso, seno, no podemos estar junto de Deus. E vs quereis estar. Quereis estar mesmo? Quem se comporta assim, sem ser amigo de Deus e dos outros, no pode estar junto do corao de Deus. E vs quereis? Seno, nem vale a pena vir catequese. E como seramos ns, sem catequese! Ento, querem mesmo estar junto do corao de Deus?...

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3. Para as duas alternativas: Ento faremos assim: vou distribuir por cada um de vs o coraozinho com o seu nome e a sua fotografia. Depois, com ele sobre as mos abertas, vamos todos pedir perdo a Deus pelas coisas ms que fazemos, as maldades que cometemos ou pelo bem que no fazemos. Para pedir-lhe perdo, iremos cantar assim (O catequista ensaia o refro do cntico:) Quantas vezes. Como vem um cntico para pedir perdo a Deus. Ento levantem-se. Coloquemos o nosso coraozinho nas mos abertas e cantemos: Quantas vezes (estrofes 1 a 5). Em vez deste cntico, pode cantar-se outro, nomeadamente o Senhor tende piedade de ns, usado no acto penitencial da celebrao eucarstica, ou simplesmente rezar o acto de contrio que, neste caso, tem de ser rapidamente ensaiado e explicado. No final do pedido de perdo, o catequista diz: Agora j podemos por o nosso coraozinho aqui na cesta que est em cima da mesa, junto da Bblia. Vem um por um, quando chega em frente da mesa faz uma inclinao e s depois coloca o seu coraozinho. Depois de todos ou alguns colocarem, o catequista convida: Agora j podemos manifestar a nossa alegria pelo perdo que Deus nos d. Cantemos um cntico novo: Cantai, o Senhor bom (2 e 3 estrofes). Em vez deste cntico, pode cantar-se Jesus Cristo Senhor 3 estrofe, sobretudo se tiver sido seguida a 2 alternativa da experincia humana. II. PALAVRA 1. Mas, afinal, os nossos coraezinhos ainda no esto afixados no placar, junto do corao de Deus!...E as velas em cima da mesa continuam apagadas! Faltar ainda alguma coisa? Deixar que as crianas tentem adivinhar e, conforme as respostas, concluir: Sim, falta uma coisa muito, muito importante. Ns recebemos o perdo de Deus. Ou melhor: estamos para receber. Porque s o podemos receber se fizermos uma coisa muito importante. O que ser? Vamos escutar Jesus. E, para o escutarmos melhor, vamos acender as velas E agora, de p, cantemos: Fala, Senhor 242

Catequista (da Bblia, aberta em Mt 5, 23-24, l calmamente:) Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Mateus: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos: se fores apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmo tem alguma coisa contra ti, deixa l a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmo: depois volta para apresentar a tua oferta. Palavra da salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 2. Podem sentar-se Esto a ver o que falta?... Exacto: reconciliar-nos com os outros. S assim podemos estar junto do corao de Deus. Isto , junto do altar. O altar aquela mesa que est na igreja, para a missa. No somos dignos de estar na missa, sem estarmos de bem com todos, sem perdoarmos. Mas, como fazer para perdoar?... Jesus vai ensinar-nos. Querem ver como? Ento, ponham-se de p. (Como nas catequeses anteriores, feita a apresentao solene da 5 prece do Pai Nosso:) 1 Alternativa

Grupo grande Duas crianas pegam nos castiais, j acesos, e afastam-se com eles para fora da sala de onde regressam, frente de uma outra criana que traz, levantado, o dstico: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido. Em silncio e frente, por detrs da mesa, apresenta-o s outras crianas que o contemplam por uns momentos. Depois o catequista diz: C est o que devemos dizer e fazer para recebermos o perdo de Deus. Querem dizer todos comigo? 243

Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido: Olhem, to importante, ns perdoarmos aos outros, que Jesus depois de ensinar estas palavras para rezarmos a Deus nosso Pai, diz-nos: Querem ouvir? O catequista pega na Bblia, em Mt 6,14-15, e l calmamente: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, tambm o vosso Pai do Cu vos perdoar a vs. Se, porm, no perdoardes aos homens as suas ofensas, tambm o vosso Pai no vos perdoar as vossas. Palavra da salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. Depois o catequista afixa o dstico por baixo do anterior: O po nosso de cada dia nos dai hoje. As crianas com os castiais colocam-nos em cima da mesa, com a Bblia e a cesta. E todos se sentam. 2 Alternativa

Grupo pequeno A apresentao feita pelo catequista, ladeado de duas crianas com os castiais, seguindo o esquema proposto na 1 alternativa. III. EXPRESSO DE F 1. Digam-me: fcil perdoar aos outros? queles que nos fazem mal: nos batem, nos aleijam, nos roubam, nos chamam nomes feios e ofensivos? No fcil, mas preciso. Seno, no estamos de bem com Deus de quem Jesus o maior amigo. Jesus que nos traz o Reino de Deus, s de amor e s de paz. Jesus ama a todos, mas quer que ns amemos a todos. E vs quereis?!... Ento, antes de lhe pedirmos a coragem para amar e perdoar aos que nos ofendem e fazem mal, eu vou distribuir por vs mais uma folhinha com as palavras que hoje Jesus nos ensina para rezarmos. O catequista distribui por cada criana a pea do puzzle da Orao Dominical, com as palavras Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido e, depois, pede o seguinte:

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Agora, e antes de as rezarmos, vo pensar se h alguma pessoa, algum colega, familiar, que vos tenha ofendido. Se no se lembrarem de nenhum, ento pensem nalguma pessoa que vos tenha ofendido, vos tenha feito mal. E se no encontrarem ningum que vos tenha ofendido, para vs lhes perdoardes, pensai em algum que tenha feito mal, por exemplo, ao vosso pai ou vossa me ou a outro familiar ou amigo. Pensem e depois escrevam o nome dessa pessoa no outro lado da folhinha que receberam com as palavras de Jesus. Durante o trabalho das crianas, o catequista pode colocar, como msica de fundo, a orao do Pai Nosso na melodia seguida na liturgia. 2. Agora, sim, j podemos rezar as palavras que Jesus hoje nos ensinou e como Ele as ensinou a rezar: pedimos perdo a Deus, para ele nos dar coragem para perdoarmos aos outros: por exemplo, quela pessoa que escreveram no outro lado da folhinha. Fazemos assim: de p cantemos primeiro a Deus nosso Pai: Pai Nosso que estais nos Cus (ou Vs, Senhor sois o nosso Pai). Agora rezemos-lhe as palavras que Jesus hoje nos ensinou: Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido. Agora cada um olha para o nome da pessoa que escreveu no outro lado da folhinha e diga, baixinho, o nome dela a Deus que tambm lhe quer perdoar. Depois de um brevssimo silncio: Rezemos, por essa pessoa, as palavras que Jesus nos ensinou: Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido. E agora fazemos entre ns como fazemos na missa: damos um abrao ou aperto de mo ou um beijo aos colegas que esto ao nosso lado: Saudai-vos na paz de Cristo. O catequista sada tambm, procurando as crianas que mais dificuldades tm manifestado em integrar-se.

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Depois deste gesto do perdo e da paz cantemos: Cantai o Senhor bom (refro e 2 estrofe) ou Jesus Cristo Senhor (refro e 3 estrofe). 3. S falta uma coisa. Que ser?... Voltar a afixar os vossos nomes e fotografias no placar junto do corao de Deus. Agora, sim, j o podemos fazer, depois de pedirmos perdo a Deus e nos termos disposto a perdoar. Se houver tempo, o catequista distribui cada cartolina pela respectiva criana que, por sua vez, a traz frente, entrega ao catequista que a vai fixando no placar em volta do corao. Se o tempo for escasso, o catequista afixa directamente as cartolinas, ajudado, se necessrio, por outro catequista. Durante isso, podem cantar de novo, com as crianas de mos dadas: Cantai o Senhor bom ou Jesus Cristo Senhor. 4. Levem a folhinha que hoje receberam e juntem-na s outras. Mas, antes disso, no se esqueam de falar com a pessoa que est escrita l por trs: para fazer a paz com ela ou ela com outros. Est bem? Ento, Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

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CATEQUESE 20

NO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAO


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. As tentaes: um bem ou um mal? Esta uma questo a que no fcil de responder. A prpria terminologia ambgua: quer no original grego, quer na traduo portuguesa, tentar tanto usado no sentido de empregar todos os meios para conseguir algo, esforar-se por, empreender e experimentar, como, mais negativamente, instigar, induzir ou seduzir para o mal ou deixar-se seduzir. E mesmo o substantivo tentao significa, em si, acto ou efeito de tentar: pode ser entendido no sentido positivo de tentativa ou aco que tem por fim pr em execuo um projecto ou uma ideia; mas tambm usado, e talvez mais frequentemente, como impulso para a prtica de uma coisa censurvel ou no recomendvel. Isto quer dizer, para j, que as tentaes fazem parte da vida, no seu necessrio processo de desenvolvimento e crescimento. Quem no tenta, no arrisca, tambm no vai longe. E, nesse caso, j est a cair no sentido negativo do termo: a ceder tentao da indolncia, da preguia, do medo. Tentar, e at ser tentado, implica, pelo menos no termo grego correspondente, ter que submeter-se a um peso que pe prova as foras humanas de quem submetido. O desfecho tanto pode ser o de sucumbir e at perder a vida perante a violncia da provao, como o de sair mais reforado nas capacidades postas prova. Nesta segunda hiptese, a tentao ou provao um bem, ou, pelo menos, acabou por se resolver como tal. E, seja em que mbito for da vida, s assim que esta se desenvolve. Veja-se, a ttulo de exemplo, as inmeras provas a que uma criana, desde a mais tenra idade, sujeita ou at se sujeita a si prpria. E o que sucede a um nvel simplesmente humano passa, consequentemente, para as relaes do homem com Deus. H casos em que o prprio Deus que tenta, pe prova: por exemplo, nas humilhaes e privaes por que fez passar o seu povo no deserto, para te ensinar que nem s de po vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca do Senhor (Dt 8, 3). H outros casos em que Ele permite que o 247

Tentador, seu adversrio, ponha os crentes prova, os tente, para os fortalecer na sua f: um dos casos mais clebres o do livro de Job. Nesse contexto percebe-se o que Paulo escreve aos cristos de Corinto: No vos surpreendeu nenhuma tentao que tivesse ultrapassado a medida humana. Deus fiel e no permitir que sejais tentados acima das vossas foras, mas, com a tentao, vos dar os meios de sair dela e a fora para a suportar (1 Cor 10, 13). Mas, em todos estes casos, o perigo de o homem, e sobretudo, se for crente, se afastar de Deus e tentar colocar-se no seu lugar (e morrer) , pelo menos, pressuposto (cf Gn 3, 15s). Da as palavras de Tg 1, 13: Deus no tentado pelo mal, nem tenta ningum. Nesse sentido so tambm de interpretar: 2. As tentaes de Jesus Aparecem descritas nos trs Evangelhos Sinpticos (Mt 4,1-11; Mc 1, 12-13; Lc 4,113), logo a seguir ao seu Baptismo, e so localizadas nos 40 dias que Ele passou no deserto. O que duplamente significativo: com o simbolismo do nmero 40, indicativo de toda uma vida, d-se j a entender que as tentaes, a sintetizadas, se estenderam por toda a actividade pblica de Jesus, onde, de facto, se confronta com toda a espcie de foras do mal, que tentam desvi-lo do cumprimento da sua misso de, at morte e ressurreio, anunciar e instaurar o Reino de Deus; apresentadas na sequncia do Baptismo, quer dizer que as tentaes tm a ver com o dinamismo a recebido pela descida do Esprito e pela declarao de amor filial da parte do Pai. Isto , as tentaes de Jesus inserem-se, tambm elas, no seu processo de crescimento e de transmisso da vida. E, de facto, assim . Quem conduz Jesus ao deserto das privaes e das provaes o Esprito acabado de receber (Mt 4, 1); e, em todas as tentaes, Ele confrontado com a sua condio de Filho de Deus: Se s Filho de Deus prova-o, mas sempre contra Deus ou, o que se d no mesmo, no lugar de Deus. Isto (segundo Mt e Lc), nos trs gneros de relaes, fundamentais vida de qualquer ser humano: Na relao com os bens necessrios para a alimentao, aqui localizada apenas a nvel corporal, mas que se pode estender a todos os outros campos em que precisamos de ser alimentados. Precisamos do ter, desde que no sejamos por ele possudos e engolidos. Na relao com as outras pessoas, a um nvel to alargado quanto possvel, at porque no? abranger todos os reinos do mundo (Mt 4, 8). Precisamos do poder, desde que no nos sujeitemos ao terrvel poder do mal, prostrando-nos perante ele, at o adorarmos. Na relao com o Transcendente de que todos temos necessidade, at aqueles que pensam ou dizem que no. O religioso est inscrito na nossa natureza para suprir as suas debilidades e incapacidades de alcanar uma vida que a transcende.

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Precisamos de Deus desde que no tentemos sujeit-lo aos nossos caprichos ou mesmo desejos mais dignos. Trs tentaes paradigmticas, comuns a qualquer ser humano. Jesus no cedeu e tornou-se assim modelo para quem, como Ele, quer participar no Reino de Deus, deixando que Deus exera sobre Ele o seu poder, o seu amor. Jesus modelo sobretudo no caminho seguido para vencer o Tentador e sair mais reforado na sua comunho com o nico Deus vivo e verdadeiro: responde sempre com citaes bblicas, ou seja, com a Palavra de Deus que l ou escuta, interioriza e personaliza e reza. Nesse sentido, nos ensinou tambm a rezar, dizendo: 3. No nos deixeis cair em tentao A expresso traduzida por deixar cair no clara no texto grego original. letra deveria traduzir-se por conduzir. Neste caso, pede-se a Deus que at das tentaes Ele nos poupe. Mas, no ser pedir-lhe demais? Perante o que vimos, em relao a Cristo e a qualquer ser humano, no so as tentaes at necessrias vida? Por isso, outros, baseando-se num compreensivo pressuposto aramaico (a lngua falada por Jesus), preferem traduzir por deixar cair, no sentido de no ceder a inevitveis tentaes a que continuamente somos sujeitos. E resistir a elas pode mesmo tornar-nos mais fortes. Por que meios e em que sentido? Segundo o Catecismo da Igreja Catlica (n. 2846), esta petio implora o Esprito de discernimento e de fortaleza: Discernimento entre a provao, necessria ao crescimento do homem interior em vista de uma virtude comprovada (Rm 5, 3-5), e a tentao que conduz ao pecado e morte; discernimento entre ser tentado e consentir na tentao; discernimento que desmascare a mentira da tentao: aparentemente o seu objecto bom, agradvel vista, desejvel (Gn 3, 6), quando, na realidade, o seu fruto a morte (Ibidem 2847), porque no lugar de Deus, o Autor da vida. Fortaleza, porque no cair em tentao implica uma deciso do corao: Onde estiver o teu tesouro, a estar tambm o teu corao []. Ningum pode servir a dois senhores (Mt 6, 21.24) Se vivemos pelo Esprito, caminhemos tambm segundo o Esprito (Gl 5, 25). neste consentimento ao Esprito Santo que o Pai nos d a fora (Ibidem 2848). E isso s possvel pela orao, como Jesus e com Jesus: a orao acompanhada pela vigilncia ou, se preferirmos, a vigilncia alimentada pela orao. E com uma confiana que nasce e se alimenta da mesma orao: da unio com Cristo que j venceu, e de que maneira, o prncipe deste mundo (Jo 12, 31; 14, 30), tambm chamado Diabo (do grego dia-bolosseparador) que se mete entre ns e Deus, para nos separar. nesse sentido que, com Ele, rezamos: Livrai-nos de todo o mal (ou Maligno em quem se concentram todas as manifestaes do mal).

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Esta uma prece que, certamente, muito diz a muitos catequistas, cada vez mais sujeitos a tantas tentaes: desde o desnimo perante inmeras contrariedades, passando pela inrcia ou preguia na preparao e realizao dos encontros da catequese, at desentendimentos provocados ou sofridos. Razes mais que suficientes para rezar ao Deus que pode, e s Ele, fazer que no caiam em tais tentaesantes, delas saiam mais fortalecidos, para seu prprio bem e dos catequizandos a quem ensinam a rezar. OBJECTIVOS Reviver, pela orao, as duas primeiras preces da segunda parte da Orao Dominical; Acolher e compreender a ltima prece da Orao Dominical; Rezar a Deus para que ajude a no cair nas tentaes. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. A ltima prece da Orao Dominical a consequncia das suas anteriores, na perspectiva futura de uma vida em comunho com Deus. Da que a experincia humana seja preenchida com a recordao vivencial das duas catequeses anteriores. Como isso fundamental, no so apresentadas duas alternativas. Entretanto, o catequista, como sempre, procure adaptar as propostas situao do seu grupo, nunca perdendo de vista os objectivos a atingir. 2. A palavra preenchida pela ltima prece da Orao Dominical e pelo relato das tentaes de Jesus. Apenas se faz aluso primeira e ltima tentao, porque para crianas, nesta fase da caminhada catequtica, ser difcil compreender a segunda. Nos anos seguintes, tero ocasio de aprofundar o texto bblico proposto. 3. Na expresso de f, orao individual, com base na dimenso pessoal que deve ter toda a orao, junta-se a orao comunitria: no s no grupo de catequese, mas tambm na comunidade a que pertence o grupo. Por isso se insiste em que seja usada a melodia do Pai Nosso oficialmente proposta para a liturgia. Com boa vontade e com o jeito que deve ter todo o bom catequista, as crianas podero ganhar gosto pela referida melodia. Sobretudo sabendo que, assim, podem participar mais activamente nas celebraes das suas comunidades. 4. Tenha-se, desde j, a preocupao de preparar o prximo encontro, onde a presena dos pais ou seus substitutos de primria importncia. Um catequista, com engenho e empenho, conseguir certamente que eles estejam realmente presentes. Para isso, necessrio que sejam avisados e motivados com bastante antecedncia. MATERIAIS Cartolina grande em forma de corao (catequeses anteriores); 250

Figura de Cristo em orao (catequeses anteriores); Cartolina com os nomes e fotografias das crianas e catequistas (catequeses anteriores); Dsticos Pai/Me, Jesus, Deus, Pai Nosso que estais nos Cus, Santificado seja o vosso nome, Venha a ns o vosso Reino, Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu, O po nosso de cada dia nos dai hoje e Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido (catequeses anteriores); Dstico E no nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal; Cartolinas com a prece Perdoai-nos as nossas ofensas do puzzle com o Pai Nosso, uma para cada criana; Imagens da fome (catequese 18) e da guerra; Cesto (catequeses anteriores) com dois panos para a sua dupla cobertura; Bblia; Dois castiais; Canetas/esferogrficas. MSICAS Vs, Senhor, sois o nosso Pai; Cantai o Senhor bom; Jesus Cristo Senhor; Pai Nosso (melodia oficial da liturgia).

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar: a cartolina em forma de corao (de Deus) e, sobre ela, a imagem de Jesus em orao com os dsticos (em ordem descendentes) Pai Nosso que estais nos Cus, Santificado seja o vosso nome, Venha a ns o vosso reino, Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu, O po nosso de cada dia nos dai hoje e Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido fora do corao, na parte superior, os dsticos (em ordem descendente) Pais/Mes, Jesus e Deus. Sobre a mesa, deslocada um pouco para o meio da sala (como nas duas catequeses anteriores): dois castiais apagados, a ladear a Bblia e a cesta (usada nas duas catequeses anteriores) com as folhas/cartolinas (do puzzle com o Pai Nosso) que sero, a seu tempo, distribudas pelas crianas, com as palavras No nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal, cobertas com um pano e, sobre esse pano, o dstico, com as mesmas palavras, a ser, a seu tempo, afixado no placar, tambm este dstico devidamente coberto com um pano.

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Em vez da mesa anterior, pode colocar-se uma outra mesa, mais baixa, com os mesmos elementos (como nas duas catequeses anteriores). I. EXPERINCIA HUMANA 1. J repararam na cesta que est aqui em cima da mesa? Hoje est coberta com um pano. Que estar l dentro, assim to escondido? Vejam l se conseguem adivinhar? claro que eu no digo. Vai ser uma surpresa. Uma ou duas. Mas, antes de descobrirmos as surpresas, vejamos para que que esta cesta serviu nas catequeses anteriores. Lembram-se? Deixar que as crianas se exprimam e, depois, sem comentrios, mostrar as imagens de pessoas subnutridas, usadas na catequese 18, e, de seguida, afix-las no placar, ao lado do dstico O po nosso de cada dia nos dai hoje. Depois comentar: Aqui na cesta tnhamos um po (ou dois) bastante grande. At chegou para cada um de vs levar uma fatia para casa, para repartir com as pessoas que, l em casa, comem convosco. A propsito disso: tm rezado a orao para antes e depois de cada refeio? Podamos rezar hoje aqui a orao para o fim da refeio. Querem? Ento, para ningum se enganar, abram os vossos catecismos na pgina onde ela se encontra. O catequista indica a pgina e depois convida as crianas a rezarem de p, na seguinte ordem: Primeiro rezamos aquela parte da orao que Jesus nos ensinou: O po nosso de cada dia nos dai hoje. Agora, rezemos a orao para depois da refeio: Dou graas, pelo po que Deus me d, no o devo estragar. H muitos meninos que o no tm. 2. Podem sentar-se. uma orao linda, no ? Com ela agradecemos a Deus, nosso Pai, pela comida que tomamos. E agradecemos, para que no aconteam coisas como as que aquelas imagens (apontar) mostram. So horrveis, no so? Sabem por que que isto acontece? Porque as pessoas no querem partilhar a sua comida com os mais pobres. E isto desagrada muito a Deus. Mas h outras coisas que desagradam a Deus. O catequista mostra uma ou duas imagens com sinais e efeitos da guerra afixaas no placar, ao lado do dstico com as palavras Perdoai-nos as nossas ofensas, 252

assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido, e depois comenta: Esto a ver o resultado das guerras, das maldades e das ofensas que as pessoas fazem? Ns no fazemos coisas to ms e to graves, porque ainda somos pequenos. Mas algumas maldades fazemos. Lembram-se do que fizemos aqui na ltima catequese?... Os coraezinhos, com os nossos nomes e fotografias, tinham sido tirados do placar, de junto do corao de Deus. Porque quem faz maldades no pode estar junto de Deus. E que fizemos ns para voltarmos a ter lugar junto do corao de Deus? Primeiro pedimos perdo a Deus E foi ento que os nossos coraezinhos passaram aqui para dentro da cesta que est junto da Bblia. E quando que eles puderam voltar para junto do corao de Deus? Exacto: depois de fazermos a paz aqui, uns com os outros, e de prometermos a Deus perdoar a quem nos ofende. E a propsito: quem fez alguma coisa para isso? Deixar que se exprimam. Se fizeram, dizer que Deus est contente. Se ningum e nada fizeram, incentivar nesse sentido, para serem dignos de estar junto ao corao de Deus. Depois, completar: Se todas as pessoas fizessem assim, no havia guerras, mortes e destruies como aquelas que esto ali representadas (apontar). Mas ns no queremos, seno perdoar. E quando o fazemos, ficamos muito felizes. Lembram-se do cntico que cantmos ao Senhor pelo perdo que Ele nos d e nos ajuda a fazer? E se ns o cantssemos outra vez? Ento fazemos assim: de p, rezemos primeiro as palavras de Jesus: Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido. E agora cantemos: Cantai, o Senhor bom (refro e 2 estrofe). 3. Podem sentar-se. Repararam nas palavras que eu (ns) cantei (cantmos): O reino chegou ao meu corao. o reino de Deus, s de amor, s de paz. O amor que mostramos, por exemplo, quando partilhamos o nosso alimento e a paz que temos, quando perdoamos uns aos outros como Deus nos perdoa. E repararam que isto saiu desta cesta (apontar para ela): saiu o po que partilhmos e saram os nossos coraes, perdoados, para voltarem para junto de Deus. Ser que a cesta nos pode dar ainda mais alguma coisa, para vivermos no Reino de Deus, no reino do amor e da paz?... Vamos ver. Vai ser a primeira surpresa.

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II. PALAVRA 1. O catequista acende as velas, pode pedir a duas crianas que as segurem, depois convida uma outra criana a vir tirar o primeiro pano e, depois, a pegar no dstico No nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal que levanta e mostra s outras crianas, para o contemplarem por uns momentos. De seguida diz: Querem todos ler o que est ali escrito?... Ento digamos, todos ao mesmo tempo: No nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal (podem repetir). As crianas pousam os castiais, o catequista afixa o dstico no placar, por baixo dos restantes, e comenta: Que bela prenda que Jesus hoje nos oferece! Sim, uma autntica prenda. Sabem porqu? Olhem outra vez para aquelas imagens de fome e de guerra. So imagens horrorosas. E ns no queremos contribuir para que coisas daquelas aconteam. Por isso, j pedimos a Deus que nos d a ns e a todas as pessoas, o po de cada dia, j pedimos perdo pelas nossas ofensas e prometemos perdoar aos outros, para que haja paz. Mas ser que conseguimos fazer sempre isso? s vezes somos tentados a no faz-las: a no sermos amigos de todos, a no ajudar os mais necessitados, a vingar-nos quando nos fazem mal. E, para no cairmos na tentao de fazermos essas coisas, que devemos fazer?... 2. Vamos aprender melhor com Jesus. que Ele tambm foi tentado. Sim, sim, foi tentado pelo Maligno ou o Diabo que inimigo de Deus: quer que as pessoas se voltem contra Deus e faam o contrrio do que Deus nos mandou fazer, para sermos felizes, no seu Reino s de amor e de paz. Querem saber o que aconteceu um dia com Jesus?... Eu vou contar O catequista pega na Bblia, aberta em Mt 4, 1-11, e conta por palavras suas: Olhem, foi logo a seguir ao seu Baptismo. Lembram-se? Quando o Pai do Cu lhe disse: Tu s o meu Filho muito amado. Depois disso, Jesus afastou-se para o deserto, onde no h casas nem pessoas, para a, no deserto, se preparar para ir anunciar o Reino de Deus e convidar as pessoas a serem amigas de Deus. Ora, aconteceu que a no deserto, o Diabo, o inimigo de Deus, tentou Jesus a fazer vrias coisas que so contra a vontade de Deus. Primeiro desafiou-o a transformar as pedras em pes, para ter muitos, muitos pes,

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mas s para si. E quem tem muitos alimentos s para si, que acontece? Vejam aquelas imagens de fome (apontar). Sabem o que respondeu Jesus?... Ponham-se de p para ouvir com mais respeito. O catequista l: Mt 4, 4: Catequista: Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Mateus: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Jesus respondeu ao Tentador: Est escrito: Nem s de po vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. O catequista conta: Mais tarde, num alto monte, o Tentador mostrou-lhe muitas, muitas terras, dizendo a Jesus que tudo aquilo era seu. Jesus, se queria ter aquilo tudo, s precisava de se ajoelhar diante do Diabo e tudo seria dele. Sabem o que respondeu Jesus: O catequista l: de Mt 4, 10: Est escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorars e s diante dele te ajoelhars. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 3. Podem sentar-se. (Depois de pousar a Bblia, o catequista comenta): Esto a ver: se Jesus quisesse possuir todas aquelas terras s para ele, que aconteceria? Olhem para aquelas imagens da guerra isto que acontece, quando h alguns que querem tudo para si. Por isso que matam os outros. horrvel, no ? E que fez Jesus, para no cair naquelas tentaes? Pensou s em Deus. Pensou que s ter po e alimentos, sem Deus que nos leva a partilh-los, faz com que haja tanta fome e tanta misria. E adorou, entregou-se s a Deus, rezando-lhe todos, todos os dias. Pois bem, 255

exactamente isto que Ele hoje nos oferece: aquelas belas palavras, sadas da nossa cesta, para ns as rezarmos. Querem faz-lo j?... III. EXPRESSO DE F 1. Para isso, vamos ter outra surpresa que vem da cesta ali em cima da mesa. J de l saiu o po, saram os nossos coraezinhos que hoje esto ali juntos do corao de Deus; hoje saram de l aquelas palavras to importantes que Jesus nos ensinou. E que faltar ainda sair?... uma prenda para cada um de vsQuerem que eu descubra?... O catequista tira o pano que cobre as cartolinas com a orao No nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal, mostra uma delas s crianas e diz: Aqui esto escritas as mesmas palavras que esto no placar, s que ser uma folhinha para cada um de vs, para cada um poder rezar, muitas vezes, as palavras da orao que Jesus nos ensina. J disseram que querem rez-la, j. Ento, iremos fazer assim: Primeiro, cantaremos todos a Deus nosso Pai. Porque a Ele que rezamos, como fez Jesus. Depois, cada um de vs, um de cada vez, vem aqui, tira a sua folhinha, olha para as imagens da fome e da guerra que est ali no placar e, s depois disso, reza as palavras de Jesus que vem na folhinha. Depois de rez-las que volta para o seu lugar com a sua folhinha. Perceberam todos? Eu ajudo-vos. De p cantemos, de braos levantados: Vs, Senhor, sois o nosso Pai (s o refro). As crianas aproximam-se como foi indicado. Se forem muitas, podem vir em pequenos grupos e rezar em conjunto. Se o catequista achar oportuno e para quebrar a monotonia, pode ir intercalando as oraes individuais com o refro do mesmo cntico ou outro adaptado: Cantai o Senhor bom ou Jesus Cristo Senhor. 2. Pronto. Agora, j temos completa toda a orao que Jesus nos ensinou. Podamos agora rez-la toda do princpio ao fim. Querem? Mas, ainda ser melhor, se ns a cantssemos. J sabemos a primeira parte a cantar, agora s falta a segunda. Queremaprender? O catequista volta a cantar a 1 parte, na melodia usada na liturgia, e ensaia a 2. No final, convida as crianas:

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Agora j podemos rezar esta bela orao, a cantar. Vamos pr-nos de p de braos levantados para Deus com os olhos em Jesus, cantemos: Pai Nosso que estais nos Cus 3. Podem sentar-se. Falta saberem o que vo fazer com essa folhinha que receberam hoje. No acham que seria bonito escrever, no outro lado, qualquer coisa? Podem escrever umas palavras que vm no catecismo. O catequista indica a pgina onde vem a aclamao: Vosso o reino e o poder e a glria para sempre. Se o tempo for escasso, pede para o fazerem em casa. Conclui assim: Levem a folhinha para casa, juntem-na s outras e no se esqueam de as trazer todas para a prxima catequese. Vai ser muito bonito. E convidem tambm os vossos pais e/ou avs para virem prxima catequese. muito importante. E digam-lhes para eles trazerem ou mandarem aquela folhinha com o princpio do Pai Nosso. O catequista pode enviar todas estas comunicaes aos pais, atravs de uma carta ou outro meio eficiente. Se eles no puderem estar presentes, procure obter deles a referida cartolina com o incio do Pai Nosso. O encontro pode ser concludo com o cntico Jesus Cristo Senhor ou Cantai o Senhor bom.

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Em Jesus somos irmos


3 BLOCO

Nestes encontros, as crianas so levadas a redescobrir e a celebrar, em comunidade, que: Jesus Cristo, est vivo e vive connosco, o Esprito Santo, na aco de fazer de ns Filhos de Deus, irmos em Cristo, e membros da Igreja, principalmente pelo Baptismo. Tema dos ltimos encontros o mandamento do amor, a Deus e ao prximo ensinado por Jesus durante a sua vida pblica, e realizado por Ele sobretudo na sua morte e ressurreio. Encerra-se o ano com a entrega solene da orao do Pai-Nosso, no seio da comunidade.

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CATEQUESE 21

QUE BOM VIVER EM DEUS


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Precisamos de catequistas santos E j os temos, graas a Deus. Sim, a santidade , antes de mais, uma graa de Deus. Foi Ele que nos escolheu em Cristo antes da fundao do mundo, para sermos santos e irrepreensveis na sua presena, no amor. Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos por meio de Cristo, de acordo com o beneplcito da sua vontade, para que seja prestado louvor glria da sua graa, que gratuitamente derramou sobre ns, no seu Filho bem-amado. em Cristo, pelo seu sangue que temos a redeno, o perdo dos pecados, em virtude da riqueza da sua graa, que Ele abundantemente derramou sobre ns, com toda a sabedoria e inteligncia. Manifestou-nos o mistrio da sua vontade e o plano generoso que tinha estabelecido, para conduzir os tempos sua plenitude: submeter tudo a Cristo, reunindo nele o que h no Cu e na terra (Ef 1, 4-10). este o percurso da santidade que parte de Deus e se realiza na sua interveno salvfica em Jesus Cristo: fomos por Ele escolhidos, predestinados, libertados do pecado, atravs do Evangelho que nos foi anunciado; fomos e somos por Ele amados, com um amor encarnado de um modo nico por Cristo e concretizado no perdo; fomos por Ele constitudos colaboradores na realizao plena do seu plano salvfico: tudo submeter a Cristo. Precisamos de catequistas que acolham esta graa, recebida pela primeira vez no seu Baptismo, confirmada pelo azeite santo do Crisma, permanentemente alimentada pelo corpo e o sangue de Cristo, dados na Eucaristia, e renovada pelo perdo oferecido na reconciliao. sobretudo por meio destes sacramentos que Deus nos fez santos: passa a habitar em ns e ns nele, como sua propriedade, membros do seu povo eleito, para proclamarmos as maravilhas daquele que nos chamou das trevas sua luz admirvel (1 Ped 2, 9). Precisamos de catequistas que se entreguem a esta misso, de corpo e alma: a misso de transmitir a f em que vivem e de que vivem, pelo anncio e o testemunho 261

vivo, entusiasmante do Evangelho (Conferncia Episcopal Portuguesa, Para que acreditem e tenham vida, n 2). Um testemunho, por isso mesmo, contagiante. no modo dedicado, generoso e gratuito com que eles se entregam sua misso que os catequizandos se deixam conquistar para o percurso salvfico para o qual Deus continua a chamar os que escolheu em Cristo antes da criao do mundo (Ef 1, 4). Uma entrega aos outros que exige a entrega total a Deus, especialmente pela orao. 2. A orao dos Santos Bem podemos chamar assim Orao Dominical. Ela dominical, isto , do Senhor, porque Aquele, que reconhecemos como Senhor, exerce sobre ns o seu domnio, pela total obedincia ao Deus nico e verdadeiro, Senhor do Cu e da terra. E Jesus, tambm Ele o Senhor, ao oferecer-nos esta orao, conduz-nos mesma sujeio, pela qual somos santos, propriedade do Deus Santo. Vejamos como isso acontece, na sequncia dos dois conjuntos de peties de que composta esta orao. O primeiro conjunto leva-nos at Ele, para Ele: o vosso nome, o vosso Reino, a vossa vontade! prprio do amor pensar, em primeiro lugar, nAquele que amamos. Em cada um dos trs pedidos, ns no nos nomeamos, mas o que nos move o desejo ardente, mesmo a nsia do Filho bem-amado pela glria de seu Pai: Santificado seja [], venha [], seja feita. Estas trs splicas j foram atendidas no sacrifcio de Cristo Salvador, mas agora esto orientadas, na esperana, para o seu cumprimento final, enquanto Deus no tudo em todos (CIC 2804). O segundo conjunto de peties segue a dinmica de certas epcleses eucarsticas: oferenda das nossas expectativas e atrai o olhar do Pai das misericrdias. Parte de ns e diz-nos respeito j agora, neste mundo: Dai-nos [], perdoai-nos [], no nos deixeis [], livrai-nos. A quarta e quinta petio dizem respeito nossa vida, como tal, quer para a alimentar, quer para a curar do pecado. As duas ltimas dizem respeito ao nosso combate pela vitria da vida, que o prprio combate da orao (Ibidem 2805). Pelas trs primeiras peties, somos confirmados na f, repletos de esperana e abrasados pela caridade. Criaturas e, alm disso, pecadores, devemos pedir por ns um ns medida do mundo e da histria que entregamos ao amor sem medida do nosso Deus. Pois pelo nome de Cristo e pelo Reino do seu Esprito Santo que o nosso Pai realiza o seu desgnio de salvao para ns e para todo o mundo (Ibidem 2806). Em resumo: As trs primeiras, mais teologais, atraem-nos para a glria do Pai; as quatro ltimas, como caminhos para Ele, expem a nossa misria sua graa (Ibidem 2803). Elevamo-nos, portanto, para Deus e, nEle, descemos para ns. Um percurso feito:

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3. Em comunho com Cristo, o Santo de Deus A riqueza do Pai Nosso no est apenas no seu contedo. Esta orao, tambm o modelo para toda a orao. Da que o percurso nela percorrido se repita em muitas outras oraes, com destaque para aquelas que o prprio Cristo faz nos Evangelhos. Por exemplo Jo 17, 20-23, onde Jesus, depois de rezar ao Pai Santo pelos discpulos de ento, pede por todos os crentes que, ao longo da histria haveriam de acreditar nele, levados pela palavra dos mesmos discpulos: No rogo s por eles, mas tambm por aqueles que, por meio da sua palavra, hode crer em mim, para que todos sejam um s, como tu, Pai, ests em mim e eu em ti: que eles estejam em ns e o mundo creia que tu me enviaste. Eu dei-lhes a glria que tu me deste, de modo que sejam um, como ns somos um. Eu neles e tu em mim, para que cheguem perfeio da unidade e assim o mundo reconhea que tu me enviaste e que os amaste a Eles como a mim. comunho com Deus, na sua qualidade de Pai, corresponde a comunho entre aqueles que a Ele se entregam como filhos. A primeira condio imprescindvel para a segunda: s no amor ilimitado de Deus possvel um amor igualmente ilimitado entre ns. S na comunho com o Deus do Cu se obtm a comunho entre aqueles que nele crem, mas que continuam no mundo, no sendo j do mundo. O elo entre o Cu e a terra feito por Aquele que desceu do Cu para dar a vida ao mundo: o Filho Unignito, que Deus e est no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer (Jo 1, 18). Ele, como bom pastor, que nos continua a dizer: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundncia (10, 10). Ele, depois de vencer a morte pelo dom total da sua vida, que nos d o Esprito Santo Parclito: O Esprito da Verdade, que h-de guiar-nos para a verdade completa (16, 13). Por isso, na orao que dirigimos a Deus, dizemos habitualmente: Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho que Deus convosco na unidade do Esprito Santo. Isto , sempre que rezamos, fazemo-lo em unio com Cristo que continua a rezar connosco, pelo Esprito que, em ns, nos une a Ele e ao Pai e uns aos outros, como membros do seu corpo, a Igreja de que somos membros. Que o seu Esprito Santo e Santificador penetre em cada um de ns, para sermos os catequistas santos de que precisamos: escutando a orao que Cristo faz por ns para, dignamente, podermos rezar aquela que Ele nos deixou, como caminho para Deus e, dEle, para os catequizandos a quem somos enviados, para que tambm eles sejam santos. OBJECTIVOS Fazer a reviso das catequeses sobre o Pai Nosso; Compreender a unidade e complementaridade das duas partes do Pai Nosso; Rezar o Pai Nosso como orao por excelncia do Reino de Deus.

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OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Esta catequese de reviso e de sntese de toda a Orao Dominical. A sua necessidade justifica-se, no apenas pela reviso, mas sobretudo para as crianas se aperceberem de que a primeira parte do Pai Nosso, em que o crente se volta e se coloca em Deus, exige a segunda parte, em que os seus pedidos, na relao com Deus, tm efeitos na relao do crente consigo prprio e com os outros. E vice-versa: a vida inter-humana s possvel, numa plenitude desejvel, a quem se entrega a Deus pela f. 2. O smbolo do corao tem aqui um lugar especial como expresso de amor: a criana sentir-se- tanto mais no corao de Deus, por Ele amada e a Ele entregue pelo amor, quanto mais tiver Deus no seu prprio corao, atravs da orao que, vinda de Deus atravs de Cristo, se torna o meio privilegiado para a comunho com Deus. 3. Toda a catequese deve decorrer numa orao contnua. Mesmo a Palavra escutada , pelo menos no incio, uma orao que, vinda de Cristo, o meio por excelncia, para fazer do Pai Nosso uma verdadeira orao. A sua ligao, na expresso de f, com a celebrao eucarstica permite s crianas uma maior insero na vida da Igreja que tem o seu centro na Eucaristia. 4. A presena e colaborao dos pais ou outros familiares de todo desejvel, para no dizer, imprescindvel: com eles, tem outro sentido e outra eficcia a orao das crianas. Por isso, o catequista use de todos os meios ao seu alcance, para que os pais estejam presentes ou se faam representar. 5. O catequista procure tambm que as crianas se no esqueam das sucessivas peas do puzzle com o Pai Nosso que foram recebendo nas catequeses anteriores. possvel haver crianas que tenham perdido ou se esqueam de algumas. Para essa eventualidade, o catequista prepare umas tantas de reserva. 6. Dada a mobilidade da festa da Pscoa, possvel que, nalguns anos, pelo menos esta catequese tenha de passar para o tempo depois da Pscoa. Mesmo nesse caso, procure-se que a unidade de toda a Orao Dominical se no perca. MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequeses anteriores); Imagem de Jesus em orao (catequeses anteriores); Dsticos com as sucessivas peties do Pai Nosso (catequeses anteriores); Cartolinas com os nomes das crianas e catequistas (catequeses anteriores); Dsticos Pais/Mes, Jesus e Deus (catequeses anteriores);

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Peas do puzzle com o Pai Nosso, distribudas nas catequeses anteriores e a trazer pelas crianas e os pais ou outros familiares; Dsticos Como tu ests em mim e eu em ti, assim eles estejam em ns, Que eles sejam um s, como tu ests em mim e eu em ti e (se necessrio) Vosso o Reino e o poder e a glria para sempre; Dois panos para cobrir os dsticos com as duas partes do Pai Nosso; Bblia; Dois castiais. MUSICAS bom estarmos juntos; Obrigado Jesus (levemente modificado); Pai Nosso (melodia oficial); Jesus Cristo Senhor.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: Placar: cartolina em forma de corao (de Deus) com a imagem de Cristo em orao e os dsticos com o Pai Nosso; por cima (e de fora) os dsticos Pais/Mes, Jesus e Deus; de fora e a envolver a cartolina em forma de corao, as cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e catequistas. As palavras com o Pai Nosso devem estar cobertas com dois panos: um sobre os dsticos da 1 parte e outro sobre os dsticos da 2 parte. Os panos sero retirados durante a catequese, na altura indicada. Mesa: Bblia e dois castiais apagados. Cadeiras: para as crianas ( frente) e para os pais ou seus substitutos (atrs). I. EXPERINCIA HUMANA 1. Depois de uma saudao especial aos pais e/ou outros familiares das crianas, o catequista adopta uma das seguintes alternativas ou mesmo as duas, neste caso, devidamente adaptadas. 1 Alternativa

Aconselhvel para a presena de pais e outros familiares. Ainda se lembram do cntico bom estarmos juntos? Aquele em que todos cantamos bom sorrir, bom cantar, bom viver em Deus. J no o cantamos h muito tempo. Das ltimas vezes que o cantmos aqui, foi

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quando os vossos pais e outros familiares estiveram connosco. E lembro-me que eles tambm cantaram. Uma vez que eles hoje esto aqui de novo, podamos voltar a cant-lo. Acham bem? E eles vo cantar connosco. At porque o cntico muito bonito. Para ser ainda melhor, at o podamos cantar de mos dadas. Assim mostramos mais que nos sentimos felizes por estarmos juntos. Ento, ponham-se de p. Demo-nos as mos e cantemos. bom estarmos juntos (1 e 2 estrofe) Podem sentar-se. Repararam que ns cantmos que bom viver em Deus. Por isso que sorrimos e cantamos com tanta alegria. mesmo bom viver em Deus? E como ser que ns vivemos em Deus? Que devemos ns fazer para viver em Deus? Deixar que se exprimam e, adaptando-se s respostas, continuar: Temos que ver um pouco melhor o que viver em Deus. Primeiro porque muito importante. E, depois, para que queremos que os vossos pais e familiares tambm saibam e estejam de acordo connosco. Estais a ver? Hoje sois vs os catequistas dos vossos pais e familiares. Esto prontos para lhes fazer catequese? Eu vou ajudar-vos, para sair tudo certinho. E, depois, servimo-nos dos catecismos e do placar. Est l tudo. S que no est tudo vista. Sabem porqu? por causa dos vossos pais. Queremos fazer-lhes algumas surpresas. por isso que no lhes mostramos tudo de uma vez. S mostramos, quando ns e eles estivermos mesmo dispostos a fazer o que Jesus, no placar, j est a fazer. O que ? Est a rezar. Pois bem, tambm ns precisamos de rezar. Mas rezar bem. S assim que vivemos em Deus. 2 Alternativa

Olhem para o placar. Est lindo, no est? Algumas coisas j sabem o que significam. Por exemplo: De quem aquele corao gigante? Representa o corao de Deus. Ele tem um corao muito, mesmo muito maior do que aquele. Maior do que o mundo inteiro. que Deus ama todas as pessoas. At os maus. Ele ama os maus, mas para eles se tornarem bons e poderem estar no corao de Deus. Deus tambm os ama; mas se eles no amarem a Deus, ento no querem estar no seu corao. E quem est j no corao de Deus? Vejam no placar. 266

Jesus. E que est Ele a fazer? Jesus est sempre no corao de Deus. Mas a rezar est ainda mais. E vs? No gostveis de estar tambm no corao de Deus? Quem que no gosta?! Esto a ver os coraezinhos com os nossos nomes e as nossas fotografias? No gostariam que eles passassem tambm para dentro do corao de Deus? Vamos a ver se somos capazes. Temos de fazer como Jesus. Fazer o qu? Olhem, aquilo que hoje est coberto. S iremos descobrir quando Jesus nos disser mais uma vez o que devemos fazer. Isto , depois de rezarmos com Jesus e como Ele nos tem ensinado. 2. Para as duas alternativas: Para isso, vamos seguir o catecismo. Podem abri-lo na catequese 13. O catequista indica a pgina do incio dessa catequese e diz: Como se chama essa catequese? Pois bem, vamos comear por rezar essa orao: pedir outra vez a Jesus que nos ensine a rezar. Sim, se Ele no nos ensinar, no saberemos rezar bem. Ento poisem os vossos catecismos. Ponham-se de p. Todos de moserguidas (o catequista ergue as mos). Olhemos todos para a imagem de Jesus no placar. E agora digamos ao mesmo tempo: Senhor, ensina-nos a rezar (repetir duas vezes). II. PALAVRA 1. Podem sentar-se. Ainda se lembram de quem que disse pela 1 vez estas palavras? Foram os amigos de Jesus. E porqu? Porque viram Jesus a rezar. E viram que Jesus, depois de rezar, ainda era mais amigo de Deus e de todas as pessoas. Pois bem, o que ns vamos ter aqui nesta catequese. Vamos ter Jesus a rezar. Imaginem, a rezar por ns. Assim que Ele nos ensina a rezar bem. Sim, no basta rezar. preciso rezar bem. E Jesus vai, de seguida rezar a Deus por ns. Ele no rezou somente pelos amigos que andavam com Ele. Depois de ter rezado por eles, rezou tambm por todos os que haviam de se tornar seus amigos, at hoje. Isto , todos os que haviam de escutar a sua palavra, que se converterem a Ele, que acreditaram nele. E quem so eles? Somos ns e muitas outras pessoas: os nossos pais, avs, familiares e todos os cristos. Jesus vai rezar por todos. Ento vamos ouvir com muita ateno. Iro ver que Ele, com a sua orao, diz o que devemos fazer para rezarmos bem e estarmos no corao de Deus, vivermos em Deus. Ponham-se de p. 267

O catequista acende os castiais, abre a Bblia em Jo 17, 20-21 e l, calmamente, as seguintes palavras (a leitura pode tambm ser feita com a ajuda de um pai ou me): Catequista: Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Joo: Todos: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, Jesus rezou assim: Pai/Me: Pai Santo, no te peo s por estes, mas tambm por aqueles que, por meio da sua palavra, ho-de acreditar em mim. que eles sejam um s, como tu, Pai, ests em mim e eu em ti: que assim tambm eles estejam em ns e o mundo acredita que tu me enviaste. Catequista: Palavra da Salvao. Todos: Glria a vs, Senhor. Catequista: No querem agradecer a Jesus, por Ele ter rezado por todos ns? Ento cantemos: Obrigado Jesus, porque s meu amigo. Obrigado Jesus, porque rezas por mim: (repetir). 2. Podem sentar-se. O que que Jesus acaba de pedir ao Pai para ns? So duas coisas. Qual a primeira? O catequista descobre 1 parte do Pai Nosso e afixa a seu lado o dstico: Como tu ests em mim e eu em ti, assim eles estejam em ns. Depois convida as crianas: Leiam todos comigo as palavras que acabei de afixar no placar:

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Como tu ests em mim e eu em ti assim eles estejam em ns. Pois bem, isto que ns procuramos fazer, quando rezamos aquelas palavras da orao que Jesus nos ensinou para ns rezarmos: a 1 parte do Pai Nosso. Para vermos melhor como isso acontece, vamos servir-nos do nosso catecismo. Podem abri-lo na catequese 14. O catequista indica a pgina com referncias ao texto de Mt 7, 9-11 e pede a uma criana para o ler de p: Se o filho pedir po, o pai no lhe dar uma pedra, e se lhe pedir peixe, no lhe dar uma serpente. Os pais do coisas boas aos filhos, mas o Pai do Cu d muito mais. Muito bem. por isso que chamamos a Deus Pai Nosso que estais nos Cus. Agora passamos catequese 15. O catequista indica a pgina em que vem o texto referente a Jo 17, 17.19 e pede a uma criana para o ler de p: Pai Santo, santifica na verdade aqueles que Tu me deste. Por eles eu me entrego para que fiquem a ser inteiramente teus, por meio da Verdade. Obrigado. Esto a ver por que rezamos: Santificado seja o vosso nome. Vamos catequese 16. O catequista indica a pgina do catecismo em que vem o texto relativo a Lc 17, 21; Mt 11, 4-5 e pede a uma criana para o ler de p: O Reino de Deus j est entre vs: Os cegos vem e os coxos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova anunciada aos pobres. Bonito. Por esta razo que dizemos: Venha a ns o vosso Reino. E porque dizemos seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Cu? catequese 17. O catequista indica a pgina com o texto de Mt 7, 12 e pede a uma criana que o leia de p: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrar no Reino dos Cus, mas sim aquele que faz a vontade do meu Pai que est no Cu. Pronto. Quem faz como Jesus nos mostra em todas estas palavras que lemos, pode rezar as palavras do Pai Nosso. Querem rez-las todas? Com elas, estamos em Deus, com Jesus. Ento ponham-se de p. Levantemos as mos e os braos para Deus e rezemos todos, ao mesmo tempo: 269

Pai Nosso que estais nos Cus, santificado seja o vosso nome, venha a ns o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Cu. 3. Podem sentar-se. Falta a segunda coisa que Jesus pediu ao Pai por ns. Lembram-se do que foi? O catequista descobre a segunda parte do Pai Nosso e afixa a seu lado o dstico: Que eles sejam um s, Como tu ests em mim e eu em ti. Depois convida as crianas: Leiam todos comigo as palavras que Jesus tambm rezou por ns: Que eles sejam um s como tu ests em mim e eu em ti. Sabem o que quer dizer um s? Quer dizer que somos to amigos uns dos outros que quase somos uma s pessoa. To unidos estamos uns aos outros! Isto acontece, se rezarmos bem a segunda parte do Pai Nosso. Para isso, vamos recordar as palavras que Jesus nos disse, quando nos ensinou a rezar. Primeiro na catequese 18. O catequista indica a pgina do catecismo com as palavras relativas ao texto de Mc 6, 35-44 e pede a uma criana que o leia de p: Uma grande multido seguia Jesus. E, como foram para lugar deserto, no tinham de comer. Ento Jesus disse aos seus discpulos: Dai-lhes vs mesmos de comer. Eles, porm, s tinham cinco pes e dois peixes. Jesus tomou-os e erguendo os olhos para ao cu abenoou-os e deu-os aos seus discpulos para que os repartissem. Todos comeram e, no fim, sobraram doze cestos com bocados de po e os restos do peixe. Todos estavam maravilhados com o milagre de Jesus por isso que rezamos O po nosso de cada dia nos dai hoje. O po para ns e para todos os que precisam de comer. Mas isso ainda no chega, para sermos um s, muito amigos de todos. Abram os vossos catecismos na catequese 19. O catequista indica a pgina com o texto relativo a Mt 5,23-24 e pede a uma criana que o leia de p:

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Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmo tem alguma coisa contra ti, deixa l a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmo. C est. Precisamos de perdoar aos outros, porque para isso que Deus nos perdoa. E para que perdoemos sempre, o que preciso? Abram o catecismo na catequese 20. O catequista indica a pgina com o texto relativo a Mt 4, 1-11 e pede a uma criana que o leia de p: Ento, o Esprito conduziu Jesus ao deserto, e Jesus foi tentado pelo diabo. Jejuou durante 40 dias e 40 noites e, por fim, teve fome. Ento o Tentador disselhe: Se Tu s Filho de Deus, ordena que estas pedras se transformem em pes. Respondeu-lhe Jesus: Nem s de po vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. O Diabo conduziu-o depois cidade santa e colocou-o sobre o pinculo do templo e disse-lhe: Se tu s o Filho de Deus lana-te daqui abaixo, pois est escrito que Deus dar ordens aos seus anjos para te sustentarem nas suas mos. Mas Jesus disse-lhe: No tentars o Senhor teu Deus!. Mas o diabo insistia em tentar Jesus, ento conduziu-o a um monte muito alto e mostrando-lhe todos os reinos do mundo, disse-lhe: Tudo isto te darei, se prostrado, me adorares. Respondeu-lhe Jesus: Vai-te Satans, pois est escrito: Ao Senhor teu Deus, adorars e s a Ele prestars culto. Ento o diabo deixou-o e chegaram os anjos e serviram-no. Muito bem. Como Jesus disse no ao Tentador, tambm ns pedimos a Deus: No nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal: Se dissermos no ao tentador, seremos amigos de Deus e amigos uns dos outros. III. EXPRESSO DE F 1. Digam-me c: para ns rezarmos bem esta segunda parte do Pai Nosso como que podamos ter as nossas mos? Na primeira parte, para estarmos em Deus, levantmos as nossas mos para o alto, para Deus. E agora podamos rezar comas mos dadas. um sinal da nossa unio. Primeiro, levantamos as mos para o Cu e, em Deus, damos as mos uns aos outros, quando pedimos a Deus as coisas que precisamos aqui na terra. Acham bem? Ento, hoje iremos fazer assim com as nossas mos. E os nossos familiares vo fazer o mesmo. Mas, antes disso, temos ainda de combinar mais algumas coisas. Eu acho que devamos cantar. J aprendemos a cantar o Pai Nosso todo. E a cantar 271

ainda mais bonito. Querem que eu vos lembre como ? O catequista pode ensaiar rapidamente a melodia oficial. Muito bem. Assim at fazemos como s vezes costuma ser na missa. Mas na missa ainda fazemos mais uma coisa. Depois de todos cantarem o Pai Nosso, o senhor Padre reza uma outra orao. E, quando ele acaba, as pessoas respondem com umas palavras. Lembram-se quais so? Eu at vos pedi para as escreverem na ltima folhinha que vos entreguei com as palavras do Pai Nosso. Quem as escreveu? E todos as sabem de cor? Ento vamos aprend-las melhor. Se achar necessrio, o catequista pode afixar o dstico Vosso o Reino e o poder e a glria para sempre, ao fundo dos dsticos com o Pai Nosso. Digamos todos: Vosso o Reino e o poder e a glria para sempre. Depois de memorizada a aclamao, o catequista continua: Com estas palavras estamos a louvar, a bendizer a Deus: a dizer-lhe que Ele que reina, que est em ns. S o podemos fazer, se rezarmos bem o Pai Nosso. Mas, na missa, ainda fazemos outra coisa que j fizemos aqui: um gesto de paz. Pois bem, hoje tambm fazemos: que ao rezar a Deus, at com as nossas mos, estamos em paz uns com os outros. Esto de acordo? Ento ponham-se de p e preparem as vossas mos: primeiro para o Cu e depois, damo-las uns aos outros. 2. Cantemos ento como o Senhor nos ensinou: Todos: Pai Nosso que estais nos Cus Catequista: Livrai-nos de todo o mal, Senhor, e dai ao mundo a paz em nossos dias, para que, ajudados pela vossa misericrdia, sejamos livres do pecado e de toda a perturbao, enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso salvador. Todos: Vosso o Reino e o poder e a glria para sempre. Catequista: Saudai-vos na paz de Cristo. Todos: Gesto de paz. 272

3. Podem sentar-se. Faltam ainda duas coisas, que s podemos fazer agora. A primeira colocarmos os nossos coraezinhos dentro do corao de Deus. Com a nossa orao to bem rezada, mostrmos que queremos e podemos passar para o corao de Deus. Ento vamos fazer assim: eu vou pegar no coraozinho de cada um de vs, dizer o nome, e quem que o vai colocar no corao de Deus? Que vos parece? Eu proponho que seja o vosso pai, me, av. Os que no tiverem aqui ningum, posso ser eu (ou outro catequista) a colocar. Depois do pai ou me ou eu colocar o coraozinho no corao de Deus, o pai ou a me ou eu damo-vos aquela folhinha que ainda falta para completar as folhinhas todas que receberam com o Pai Nosso. Trouxeram-nas? Ento podem prepar-las e comear j a junt-las pela sua ordem. Depois de cada criana ter preparado o seu puzzle com o Pai Nosso, o catequista faz como indicou atrs: vai tirando do placar cartolina por cartolina, diz o nome da criana que se pode pr de p, entrega-a ao pai ou outros familiares que se aproximam da frente e a coloca no interior da cartolina representativa do corao de Deus. No final, o catequista coloque l a sua prpria cartolina e o dstico Pais/Mes. 4. Que lindo! Todos no corao de Deus, at os pais e as mes. E porqu? Porque temos no nosso corao a orao que Jesus nos ensinou. Olhem para as folhinhas, agora todas juntas, que tendes nas vossas mos. No formam elas um corao? Representa o vosso. Estais no corao de Deus, porque tendes Deus no vosso corao. No as percam. Um dia ho-de voltar a ser precisas. E agora podemos cantar aquele cntico que aprendemos e j cantmos aqui: bom sorrir, bom cantar, bom estar em Deus. que estamos mesmo em Deus. Fazemos assim: de pColoquem o corao com o Pai Nosso nas mos abertas. E agora cantemos todos: bom sorrir, bom cantar (refro e 2 e 5 estrofe). Tambm pode cantar-se: Jesus Cristo Senhor (1 estrofe).

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CATEQUESE 22

PAI, NAS TUAS MOS ENTREGO O MEU ESPIRITO


(Celebrao)

I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Quando sou fraco No nos faltam ocasies e situaes em que o experimentamos: as nossas fraquezas, fragilidades, insucessos. Em todos os campos da nossa vida: fsica e psquica, pessoal e social, humana e religiosa. Infelizmente ou felizmente? Em si, as fraquezas so, no mnimo, desagradveis. Pelo incmodo, o sofrimento e a dor que causam em ns prprios e naqueles que fazem parte da nossa vida; por travarem ou impedirem o desejo e o esforo natural de crescermos e nos desenvolvermos para uma vida plena e feliz. Mas tambm so um desafio a no nos resignarmos, a procurarmos os meios necessrios para as vencermos, a deixarmos que despertem em ns energias adormecidas, a procurarmos auxlio nos outros e, deste modo, a aprofundarmos a comunho com eles, a entregarmo-nos com redobrada intensidade ao Deus que tudo pode, como Senhor do Cu e da terra; numa palavra, a sermos mais humanos e mais cristos. Temos, para isso, inmeros exemplos. o caso de Paulo a quem pertencem as palavras: Quando sou fraco Escreve-as no final de uma das pginas mais belas das suas cartas, em 2Cor 11, 16-12, 10. So palavras conhecidas por discurso de loucos. Por vrias razes: primeiro, porque, com elas, se gloria do que, aos olhos dos outros, ainda hoje seria motivo de vergonha. Passar pela cabea de algum que se tenha por normal, que queira subir na vida e que, para isso, tem de mostrar os sucessos que o imponham diante dos outros, passar pela sua cabea apresentarse exactamente com o contrrio? Que exponha, como credenciais do seu valor e das suas capacidades, os aoites que sofreu, os flagelos a que foi sujeito, os apedrejamentos que quase lhe tiraram a vida, os naufrgios de que foi salvo por

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acaso? Algum que passou por toda a espcie de perigos de morte, desde os que provm de desgraas da natureza at aos que so provocados pela malcia humana? Algum que passou noites sem dormir, passou fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez (11, 27)? Ser um super-homem? De modo algum. Paulo no se gloria de ter vencido todos esses perigos e obstculos, mas diz claramente: Da minha fraqueza que me gloriarei (11, 30). E, para que no restem dvidas, acrescenta, em forma de juramento: O Deus e Pai do Senhor Jesus, que bendito pelos sculos, sabe que no minto (11, 31). Uma loucura, aos olhos humanos, tambm porque na raiz e base destas fraquezas est uma outra loucura: um Messias crucificado, escndalo para os judeus e loucura para os gentios (1 Cor 1, 23). A cruz, como sofrimento arrepiante e expresso mxima de ignomnia. Como foi possvel a Jesus fazer dela a confirmao definitiva da sua condio de Messias, de Ungido de Deus? Que caminho seguiu Ele para transformar o fracasso em vitria, a vergonha em glria? 2. Com Cristo em orao Os relatos da paixo e morte de Jesus esto, nos trs Evangelhos Sinpticos, envolvidos em dois momentos de orao. S. Lucas junta um terceiro. So momentos decisivos, porque neles, ou melhor, imediatamente antes deles, que Jesus se sente, com mais intensidade, a vacilar. O primeiro segue-se ltima Ceia em que Jesus anuncia a traio de Judas e as negaes de Pedro, agravadas por este lhe jurar que nunca o abandonaria. Jesus retira-se para o Monte das Oliveiras, onde o assalta a tentao, provavelmente, de recuar, fugir. Vence-a, entregando-se orao. Uma orao to intensa que, segundo Lc 22, 43, o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caam por terra. Um esgotamento fsico de quem, todo Ele, se esgota em Deus. O segundo segue-se imediatamente crucificao, no meio de dois malfeitores. A dor e o rebaixamento da cruz, confirmado pela corte que lhe dada. Como se de um criminoso, de um culpado de alta traio, se tratasse. injustia da sentena e da sua execuo, responde com a orao, a splica a Deus do perdo. Porque, diz Ele, no sabem o que fazem (Lc 23,34). No sabiam que, pelo amor que tem a sua prova mxima no perdo, o sofrimento acabaria em confirmao daquilo que Ele realmente era: o Messias de Deus. No tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glria? Tal a pergunta que, j ressuscitado, coloca aos discpulos de Emas, ainda incrdulos (24, 26). O terceiro momento da orao coincide, praticamente, com a sua morte ou, talvez melhor, com a confirmao da sua morte. Porque j antes, por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a regio at s trs horas da tarde. O Sol tinha-se eclipsado e o vu do templo rasgou-se ao meio (Lc 23, 44-45). Os sinais visveis da presena do 276

Deus da vida tinham desaparecido. Foi nessa ausncia que Ele, dando um forte grito, exclamou: Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito. Dito isto, expirou (23, 46). O esprito, o hlito vital, entregue ao Deus a quem pertence. O Deus que, de facto, no est ausente. As ltimas palavras gritadas por Jesus so tiradas do Sl 31, 6. So, portanto, Palavra de Deus. O ltimo suspiro de Jesus , por isso, preenchido pelo prprio Deus. Maior comunho no existe. O nico termo que no faz parte do Salmo Pai. Jesus acrescenta-o, como havia feito em todas as outras oraes. Em todas elas Ele trata Deus por Pai, que, no original aramaico, correspondia a Abb, expressivo da maior intimidade, da maior confiana, da maior entrega. Jesus abandona-se nas mos do Pai, quando se sente mais criana, mais frgil. E assim que Ele obtm de Deus o que lhe faltava para ser o Messias de Deus: a energia para se manter fiel a si prprio, ao amor sem fronteiras, at a dos inimigos, fiel ao Deus de quem vive e com quem passa a viver, depois de passar pela mxima fraqueza, a de um moribundo que vence a morte para sempre e nos abre o caminho para a mesma vitria: o caminho que, imprescindivelmente, passa pela orao. esse o caminho seguido por Paulo e que o leva a exclamar: 3. Ento que sou forte Tambm estas palavras do Apstolo so precedidas da referncia a uma orao. Neste caso, dirigida a Cristo, na sua condio gloriosa de Senhor. Perante talvez a maior fragilidade, um espinho na carne, provavelmente uma doena crnica, humilhante e dolorosa, conta ele: A respeito dele, pedi trs vezes ao Senhor que o afastasse de mim. Mas Ele respondeu-me: Basta-te a minha graa. Pois a fora na fraqueza que se manifesta plenamente o meu poder (2 Cor 12, 8-9). Paulo ouve da boca de Jesus o que Ele prprio havia vivido, o segredo da sua existncia e da sua misso messinica, que culminou com o mistrio da cruz. E a graa, o amor gratuito e total de Deus, passou definitivamente a ser tambm a sua graa. A graa que tudo pode, exactamente por ser graa: dom de Deus que se d, levado unicamente pelo amor que tem a quem se d, independentemente da falta de mritos daqueles a quem se d. esta graa que Paulo recebe de Cristo, atravs da orao com que a Ele se entrega: a graa com que, quando perseguia os cristos, Cristo se lhe manifestou, para o converter e constituir como seu Apstolo, essa mesma graa renovada nele, quando, na fraqueza, lhe pede insistentemente (trs vezes) que o liberte do espinho na carne. Da a reaco do Apstolo: Com a maior alegria, portanto, me gloriarei antes das minhas fraquezas, para que habite em mim a fora de Cristo (2 Cor 12, 9). E que fora de Cristo esta que passa a habitar nele com mais intensidade? o Evangelho que anuncia: a Boa Nova da vitria de Cristo sobre a morte, atravs da sua prpria morte, ou melhor, dom da vida, feito definitivamente na morte. este Evangelho que aparece ao vivo no Apstolo: nas suas fraquezas, nos seus 277

sofrimentos, causados na sua maioria pela sua misso de Apstolos manifestava-se com especial intensidade a graa que anunciava. Pelo sofrimento, adquirido por causa de Cristo, revelava-se, de um modo especial, o amor com que Cristo deu a sua vida por ns. Cristo continuava a dar-se atravs daquele que a Ele se dera, desde a sua converso e vocao, conquistado pelo seu amor infinito. Serei eu, como catequista, e perante tantas contrariedades, fraquezas e insucessos, causados pela misso que assumi serei eu capaz de fazer minhas as palavras de Paulo: Quando sou fraco, ento que sou forte? Tudo depende da minha orao: da minha entrega filial ao Deus de Jesus Cristo, uma entrega mais necessria, quando em mim no encontro a energia de que preciso; a entrega que o prprio Cristo me ajuda a fazer, de modo especial atravs da orao que Ele coloca nos meus lbios e reza comigo, como o fez na cruz: Pai Nosso que estais nos Cus?... Que o mesmo dizer: Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito. OBJECTIVOS Celebrar o mistrio da morte de Jesus; Descobrir o lugar e a importncia da orao na vivncia da paixo e morte de Jesus; Unir-se a Jesus, pela orao, na oferta da vida a Deus. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Nesta celebrao, vivido o mistrio pascal na sequncia das catequeses anteriores: a orao que Jesus nos ensinou vivida e, em parte, rezada por Ele no drama que culminou com a entrega definitiva e total da sua vida na cruz. As crianas so convidadas a associar-se a Jesus na mesma orao e na oferta da prpria vida. Isto decorre sobretudo na liturgia da palavra, onde so proclamadas as trs oraes, pelas quais Jesus, no Evangelho de S. Lucas, se foi entregando a Deus. 2. Procure-se dar uma solenidade especial adorao da cruz: nela que est concentrada toda a liturgia da Sexta-feira Santa, em que as crianas devero participar. Depois desta catequese, encontraro, certamente, mais sentido nos gestos que acompanham e exprimem essa adorao. 3. A celebrao pode ser feita na igreja. Ai ter mesmo mais sentido e atingir mais facilmente o objectivo de levar as crianas a participar na liturgia da celebrao pascal. Neste caso, devem fazer-se as devidas adaptaes. E, sobretudo, procure-se que na igreja no haja qualquer espcie de perturbaes. 4. Podem convidar-se os pais e/ou outros familiares das crianas para participarem na celebrao. A sua presena contribuir, certamente, para uma maior vivncia da parte das crianas. Neste caso, podem convidar-se e preparar-se alguns dos familiares, por exemplo, para fazerem as leituras. 278

MATERIAIS Cartolina em forma de corao (catequeses anteriores); Figura de Jesus em orao (catequeses anteriores); Cartolinas com os nomes e fotografias das crianas e catequistas (catequeses anteriores); Dsticos: Pai, no se faa a minha vontade, mas a tua, Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem e Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito; Um crucifixo de um tamanho que permita ser visto e reconhecido por todos os participantes e se adapte s dimenses da sala; Um sop para o crucifixo (se necessrio); Dois castiais; A Bblia. MSICAS Cristo Jesus, tu me chamaste; Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito; Jesus, eu amo-Te; O Senhor salvou-me; Vitria, tu reinars.

II DESENVOLVIMENTO DA CELEBRAO
Preparao da sala: No placar: a cartolina em forma de corao (de Deus) e sobre ela a figura de Jesus em orao; em volta da figura de Jesus, as cartolinas com os nomes e as fotografias das crianas, no interior ou no exterior do corao, conforme se tenha j realizado ou no a catequese anterior. Na mesa: a Bblia I. ACOLHIMENTO E ENTRADA 1. Fora da sala, o catequista acolhe as crianas e prepara-as, ensaiando com elas os cnticos menos conhecidos que sero cantados na celebrao. Entram em fila, na seguinte ordem: frente o catequista que preside, seguido das crianas e dos restantes catequistas. Durante a entrada, cantam o cntico: Cristo Jesus, tu me chamaste (1, 3 e, se necessrio, 4 estrofe). Depois de todos estarem nos seus lugares, o catequista diz: Que bem que vs cantastes! 279

E cantmos para quem? E que dissemos ns a Jesus? Exacto: Estou aqui. Ele chamou cada um de ns. Hoje e j mais vezes. Reparem no placar. L esto os vossos nomes (o catequista pode dizer alguns e, se no forem muitos, pode mesmo diz-los todos). Ele chama cada um pelo seu nome, aqui na catequese, servindo-se da minha voz. E cada um de ns respondeu: Estou aqui. Ento cantemos outra vez, agora a olhar para a imagem de Jesus: Cristo Jesus, tu me chamaste (s o refro). II. ORAO No placar esto os nossos nomes. E que mais est? O corao de Deus e Jesus dentro dele: Jesus est a rezar. Por isso Ele est no corao de Deus. J vimos, nas catequeses anteriores, o que acontece s pessoas que rezam bem, como Jesus. (Se tiver sido feita a catequese anterior, o catequista pode referir-se ao lugar que as crianas j ocupam no corao de Deus). Mas falta l, no placar, alguma coisa. Que ser? Falta a orao que Jesus nos ensinou. E sabem porque no est l? porque ela j est noutro lugar: est no nosso corao. Gostamos tanto dela que j nem precisamos de a ler. J a sabemos de cor. E se ns a rezssemos. Querem? Ento vamos rez-la assim: damo-nos as mos uns aos outros e levantamo-las, para Deus. (Se tiver sido feita a catequese anterior, a primeira parte pode ser de mos levantadas e a segunda parte de mos dadas). Olhemos todos para o corao de Deus e rezemos a uma s voz: Pai Nosso que estais nos Cus III. PALAVRA 1. Podem sentar-se. No sei se repararam bem no que cantmos h pouco: Quero subir montanha. Que montanha, que monte ser este? que ns hoje vamos mesmo subir montanha. Sem sairmos daqui, vamos ver Jesus a subir a uma montanha. No aquela em que Deus lhe falou. Lembram-se? Aquela montanha em que Jesus ficou todo iluminado e Deus disse: Este o meu Filho muito amado. Escutai-o. Hoje a montanha outra. E em vez de Deus falar, Jesus que vai falar a Deus, lhe vai rezar. E vai-lhe rezar, porque l, nesse monte, vai acontecer a Jesus uma coisa

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muito, mesmo muito desagradvel. Eu vou contar. Como sabem, Jesus era muito bom: veio anunciar o Reino de Deus, fez coisas maravilhosas. Por exemplo: matou a fome a muitas pessoas. Lembram-se? Mas, com o andar do tempo, comearam a aparecer pessoas que queriam mal a Jesus. E cada vez era pior. Eram pessoas que at procuravam maneira de o prender para o matarem. E Jesus sabia disso: sabia que, mais cedo ou mais tarde, iriam prend-lo e mat-lo. Mas Ele no tinha medo. Pelo menos no deixava de falar de Deus, ensinar as pessoas e de fazer o bem, sobretudo aos mais necessitados. Ora aconteceu que um dia houve uma festa muito importante. Chamava-se a festa da Pscoa. E, nessa festa, muitas pessoas iam a Jerusalm que era a cidade principal do pas de Jesus. Era ai que a festa era maior. Jesus tambm l foi com os seus discpulos, embora Ele soubesse que provavelmente o iriam prender. Dessa festa fazia parte uma refeio importante. Jesus, depois de chegar a Jerusalm, fez essa refeio com os seus discpulos. Foi aquela refeio em que Ele lavou os ps os seus discpulos. Lembram-se? Pois bem, Jesus sabia que seria a ltima vez que comia com eles. Por isso, j noite dentro, quando acabaram a refeio, Jesus retirou-se, acompanhado dos discpulos, para um jardim, onde havia muitas oliveiras. Por isso, se chama a esse jardim Jardim das Oliveiras. E a comeou a sentir-se muito triste Ele sabia que a seguir o iam prender. Infelizmente um dos seus discpulos j tinha ido ter com os inimigos de Jesus para lhes dizer onde que eles o podiam prender. Jesus estava muito triste, at por ser um dos discpulos que estava a colaborar na sua priso. E quase, quase sentiu vontade de fugir. Mas, se fugisse, como que Ele fazia a vontade de Deus? Como que Ele continuaria a ensinar as pessoas sobre Deus? Sabem o que fez Ele?... Olhem para o placar: Que est l Jesus a fazer? Pois bem, para vencer aquele medo, foi o que Jesus, naquele Jardim das Oliveiras, comeou a fazer. Querem ouvir a orao que Ele disse a Deus? 2. Ento, ponham-se de p O catequista que preside ou outro abre a Bblia em Lc 22, 42 e l: Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Lucas: Crianas: Glria a vs, Senhor.

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Catequista: Jesus ps-se de joelhos e comeou a rezar, dizendo: Pai, se quiseres, Afasta de mim este clice; Contudo, no se faa a minha vontade, Mas a tua. Palavra da salvao. Crianas: Glria a vs Senhor. Finda a leitura, o catequista afixa, abaixo do rosto de Jesus, o dstico: Pai, no se faa a minha vontade, mas a tua e comenta: Lembram-se de Jesus nos ter ensinado umas palavras muito parecidas? Quais so? Exacto: seja feita a vossa vontade assim na terra como no Cu. Foi o que fez Jesus: em vez de fugir, pediu a Deus que lhe desse coragem para fazer sempre e at ao fim a sua vontade. Querem unir-se a Jesus e dizer, todos, as palavras que Jesus nos ensinou? Ento fazemos assim: primeiro eu digo as palavras de Jesus e depois vs respondeis com as palavras do Pai nosso, semelhantes s de Jesus. Vamos rez-las de mos erguidas: Catequista: Pai, no se faa a minha vontade, mas a tua. Crianas: Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Cu. 3. A seguir Jesus foi mesmo preso. E, depois de andarem com Ele de um lado para o outro, acabaram por conden-lo morte. Foi horrvel. Primeiro porque Ele no tinha feito mal nenhum. E depois foi o modo como resolveram mat-lo: numa cruz. E quando estava nacruz ainda gozaram com Ele, dizendo-lhe palavras feias e provocatrias. E sabem como reagiu Jesus? Foi de novo, com uma orao a Deus seu pai. Querem ouvir? O catequista que preside ou outro abre a Bblia em Lc 23, 34 e l: Jesus dizia: Pai, 282

perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem. Palavra da salvao. Crianas: Glria a vs Senhor. O catequista afixa, por baixo do dstico anterior, o dstico: Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem e diz: Podem sentar-se. Tambm estas palavras de Jesus so muito parecidas com umas que Ele nos ensinou para ns rezarmos. Quais so? Isso mesmo: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido. Mas h uma diferena. Olhem bem para as palavras ditas por Jesus. Ele no precisa de pedir perdo para os seus pecados, porque nunca tinha feito nenhum. Mas pede perdo para aqueles que oestavam a ofender. E de que maneira. Ser que Ele tambm est a pedir perdo para os nossos pecados, as nossas maldades? Ns no estvamos l a ofend-lo. Mas, s vezes, fazemos algumas maldades: esquecemo-nos de rezar, ofendemos os outros, temos muita dificuldade em perdoar, desobedecemos Ora pensem l um bocadinho, para ver se ns, s vezes, no fazemos essas coisas ms. Podem at fechar os olhos, para pensarem melhor. Depois de um breve silncio: J pensaram e, possivelmente, viram que ns tambm ofendemos a Deus. Pois bem, Jesus, na cruz, pede perdo a Deus, tambm para os nossos pecados. Sobretudo para as vezes em que no somos capazes de perdoar aos outros e nos vingamos deles, lhes fazemos mal. Querem aproveitar a orao que Jesus faz por ns e pedir perdo a Deus para os nossos pecados? Fazemos assim: primeiro dizemos todos as palavras do Pai Nosso perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido e depois eu digo as palavras de Jesus. Ponham-se de pde mos erguidas a olhar para o corao de Deus e agora digamos todos: Todos: Perdoai-nos as nossas ofensas assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido.

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Catequista: Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem. 4. Podem sentar-se. Que bom. Jesus acaba de pedir perdo a Deus pelos nossos pecados. que mesmo os que no estavam l a ofender Jesus, quando pecam, quando fazem ou dizem maldades, esto a colaborar para o mal que fizeram a Jesus. Por isso, fizemos muito bem em pedir perdo pelos nossos pecados. Mas, voltemos ao que aconteceu com Jesus na cruz que ainda falta uma coisa muito importante que Ele fez. Depois de Ele pedir perdo para os que lhe faziam mal, ainda troavam mais dele. E Jesus ia perdendo as foras, cada vez mais. Mas ainda foi capaz de fazer outra orao. Foi a ltimas e das mais bonitas. Querem ouvir? Ento ponham-se de p. O catequista que preside ou outro abre a a Bblia em Lc 23, 46 e l calmamente: Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Dando um forte grito, Jesus exclamou: Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito. Dito isto, expirou. Palavra da salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. Pousada a Bblia, o catequista afixa, por baixo dos dsticos anteriores, o dstico Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito e comenta: Foi assim que Jesus morreu. Ou melhor, deu a sua vida. Deu-se todo a Deus seu Pai: entregou-lhe o seu esprito, a sua vida Por aqueles que o ofendiam, por ns. Querem acompanhar Jesus nesta oferta da sua vida? Ento, no vamos apenas rezar as suas palavras. Vamos cant-las, para as rezarmos melhor e nunca mais nos esquecermos delas. Eu canto uma vez e, a seguir, vs 284

cantais o mesmo. Mas, tambm com as nossas mos, agora levantadas, em sinal de oferta (o catequista exemplifica). Catequista (canta:) Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito. Crianas (de mos levantadas, repetem:) Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito. IV. ADORAO DA CRUZ 1. Podem sentar-se. J repararam como Jesus, na cruz, rezou grande parte da orao que Ele nos ensinou. E, sobretudo, mostrou como devemos rez-la. Vejam o placar. Quando rezamos esta orao, estamos a entregar-nos a Deus: entregamo-nos, ao pedir-lhe que se faa sempre a sua vontade, vencendo o medo; entregamo-nos a Deus, ao perdoar aos outros, em vez de lhes respondermos com a vingana. Devem estar muito agradecidos a Jesus. Eu estou. E gostava de lhe mostrar toda a minha admirao e gratido. Mas como? Olhem, vamos comear por acolher com muito respeito a imagem de Jesus na cruz. De p e em silncio, voltem-nos todos para a porta da sala. 2. Neste momento trazida a Santa Cruz: frente, duas crianas cada uma com um castial aceso, seguidas de outra criana ou um catequista, sobretudo se a cruz for pesada, que a traz, levantada. Entram vagarosamente na sala at junto da mesa e do placar. A voltam-se para as restantes crianas e deixam contemplar por uns momentos. Depois o catequista diz: Agora podemos manifestar a nossa admirao e gratido a Jesus. Podemos adorlo na cruz onde deu a vida por ns. Fazemos assim: quando chegar a vez de cada um, aproximamo-nos da cruz; chegando l, fazemos uma genuflexo: dobrando o nosso joelho, damos um beijo a Jesus (outro gesto, como uma carcia ou at um abrao) e depois benzemo-nos. Ao benzer-nos, fazemos no nosso corpo uma cruz. Com isto mostramos que queremos fazer como Jesus na cruz. como se a sua cruz passasse para o nosso corpo, para a nossa vida. O catequista o primeiro a fazer os trs gestos. Depois, ele prprio segura a cruz e as crianas que seguram os castiais pousam-nos na mesa, para tambm elas fazerem a adorao. No final, a cruz dependurada no placar, por cima da imagem de Jesus 285

em orao, ou, se tal no for possvel, colocada em cima da mesa, mas num sop, de modo a continuar a ser vista por todos. Durante a adorao e depois de as primeiras crianas o fazerem, pode cantar-se um cntico apropriado. Por exemplo: Jesus eu amo-Te (ou:) O Senhor salvou-me (ou:) Vitria, tu reinars (ou:) Pai, nas tuas mos entrego o meu Esprito (este pode ser gravado e passar com msica de fundo). V. ORAO E GESTO DA PAZ Foi muito bonito o que ns fizemos a Jesus. Eu gostei muito. E vs, de certeza, tambm. Mas, no basta mostrar a Jesus a nossa gratido. Temos de fazer o que Ele nos ensinou. E agora podemos fazer ainda melhor: rezar, como Ele rezou, a orao que nos tem ensinado. Assim ficamos mais unidos a Deus, seu Pai e nosso Pai, e unidos uns aos outros. Vamos cant-la, como j fizemos no princpio: dando-nos as mos e levantando-as para Deus Ento cantemos: Pai nosso que estais nos Cus E agora, em sinal do amor que temos por todos, saudemo-nos uns aos outros na paz de Cristo. (Depois do gesto de paz): VI. DESPEDIDA 1. Estamos em paz com Deus e uns com os outros. Podemos partir. Mas, antes de o fazermos, mostramos outra vez o nosso amor para com Jesus, cantando: Jesus eu amo-Te. Tu s o meu Senhor. Jesus, eu creio em ti. (Ou outro cntico, adaptado) 2. Todos sabem que vamos ter, nestas frias, uma festa muito importante: a festa da Pscoa. Nela celebramos a morte e a ressurreio de Jesus. No se esqueam de ir igreja nesses dias. l, com as outras pessoas, que mostramos a nossa admirao e o nosso amor para com Jesus. Para isso: Ide em paz e que o Senhor nos acompanhe. Todos: Graas a Deus. 286

CATEQUESE 23

RESSUSCITOU, ALELUIA
I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A importncia da Viglia Pascal No canto do precnio pascal com que, praticamente, inicia, solenemente proclamada como noite bendita, noite santa, noite de graa, noite ditosa, a noite, da qual est escrito: A noite brilha como o dia e a escurido clara como a luz. E, graas a Deus, h cada vez mais cristos que disso tm conscincia. Apesar de, pelo menos em toda a parte, ainda no ter a participao to numerosa quanto esperada e desejvel, aqueles que a ela acorrem, fazem-no de um modo mais convicto e participativo. Sobretudo onde ela bem preparada e, nas suas sucessivas partes litrgicas, bem executada e celebrada. Est l tudo o que a natureza nos oferece como elementos imprescindveis para a vida: o fogo que aquece e a luz que ilumina; a gua que purifica e sacia; o po que alimenta e fortalece. Est l tudo o que Deus, nas suas numerosas e decisivas intervenes salvficas, acrescenta, para que o homem no viva apenas do po e outros alimentos e elementos necessrios, mas insuficientes para uma vida que deixe de ser naturalmente limitada: a Palavra de Escritura que nos conduz aos acontecimentos fundamentais da histria da salvao; os sacramentos do Baptismo, da Confirmao e da Eucaristia que nos iniciam numa caminhada com Deus que vai infinitamente para alm das fronteiras desta vida terrena; a f, expressa e vivida em tantas formas de orao; a caridade que nos une uns aos outros numa comunho inquebrantvel; a esperana que, perante inmeros obstculos que nos aparecem pela frente e a falta de foras humanas para os ultrapassar, nos ajuda a vencer o medo, a hesitao e, porventura, o desespero. Por tudo isso, se canta no mesmo precnio pascal: noite ditosa, em que o Cu se une terra, em que o homem se encontra com Deus. E encontra-se, porque se trata da noite, em que Cristo, quebrando as cadeias da morte, se levanta vitorioso do tmulo. Nunca antes nem depois, Deus interveio de um modo to vivificante na histria dos homens. 287

Mas, repare-se que o precnio no fala de acontecimentos puramente passados: Cristo levanta-se, o homem encontra-se, o cu une-se. No se trata de acontecimentos que passaram histria, mas que se actualizam em todas as fases da histria, no momento em que so celebrados e atravs da prpria celebrao, como memorial litrgico que . Nomeadamente quando, no auge da liturgia da palavra, solenemente proclamado: 2. Ressuscitou Tal a inesperada Boa Nova que, na verso de Lc 24, 5-6, os anjos anunciam s mulheres que, na madrugada do primeiro dia da semana depois da morte de Jesus, acorrem ao sepulcro para ungirem o seu cadver: Porque buscais entre os mortos Aquele que est vivo? No est aqui: ressuscitou. Porque no original grego se trata de um passivo, letra deveria traduzir-se por foi ressuscitado. aquilo que entre biblistas e telogos se chama um passivo divino. De facto, a ressurreio de Cristo obra de Deus. O mesmo Deus que, ao longo da histria do seu povo, vrias vezes o libertara de situaes de morte e que, por isso, era reconhecido e aclamado como Deus vivo e verdadeiro. Vivo, porque assim se manifestava na vida que concedia, particularmente queles membros do povo que, exactamente por nEle acreditarem e nEle viverem, eram vtimas de ameaas, perseguies e ataques que punham seriamente em perigo as suas vidas. Habitualmente chamamos-lhes os justos sofredores, porque sofrem precisamente por serem justos e manifestam, sobretudo no sofrimento, a sua justia, numa vida de acordo com Deus e a sua Lei. De entre eles, destaca-se o Servo de IaHVeH, cuja paixo e morte descrita e celebrada em Is 52, 13-53, 12. Foi tambm o caso de Jesus, s que num nvel infinitamente superior. Porque, desde o princpio do Evangelho de Lc se sabia que Ele, o Filho de Maria, era o Filho do Altssimo (1, 32). Uma condio que, no seu baptismo, confirmada pelo prprio Deus: Tu s o meu Filho muito amado; em ti pus o meu encanto(3, 22), e reforada, com idntica declarao de amor, no Monte da Transfigurao (9, 35). A esta repetida declarao divina correspondia Jesus, principalmente, pela orao. Era nela que manifestava e, ao mesmo tempo, reforava a sua justia, numa actividade e conduta ajustada ao Deus de quem era Filho predilecto, nico. Manifestou-o especialmente no drama que culminou na sua morte. E se esta consistiu na entrega total do seu esprito nas mos de seu Pai, compreende-se por que razo esse Pai o ressuscitou de entre os mortos: quem entrega toda a sua vida ao Deus da vida, nessa entrega vence para sempre o acto em que feita, a morte. O Deus dos vivos no podia deixar entre os mortos quem desde sempre por Ele, com Ele e para Ele viveu, numa comunho que atinge o mximo da sua intensidade precisamente na morte. E foi assim que Jesus manifestou e confirmou para sempre a sua condio real de Messias, Cristo ou Ungido. Assim est escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar de entre os mortos, diz Ele, j ressuscitado, aos discpulos que envia em 288

misso de anunciar por toda a parte tal Boa Nova (Lc 24, 46). Por isso, eram de todo, desnecessrios os perfumes que as mulheres, quando a noite se fazia dia, levavam para o sepulcrovazio. Aquele, cujo corpo elas pensavam perfumar, j se havia tornado o ser cujo perfume mais homens e mulheres passou a atrair. E assim que Ele, cada ano, na Viglia solene da Pscoa, se apresenta, na Igreja que dele e para ele vive e que, perante o solene anncio da sua ressurreio, irrompe em jbilo, principalmente quando canta: 3. Aleluia uma palavra, originariamente hebraica, composta de hallelu, que significa louvai, e Ia, as iniciais de IaHVeH, o nome de Deus, habitualmente traduzido por Senhor. Na Bblia aparece no principio e/ou no fim de vrios Salmos. Provavelmente havia-se tornado, desde o fim do exlio na Babilnia (538 a.c.), a exclamao de louvor mais usada pela comunidade judaica que se reunia no templo e nas sinagogas para adorar a Deus. Os cristos adoptaram esta expresso para exprimir a sua alegria e o seu louvor ao Deus que, na ressurreio de Cristo, lhes oferecia a maior graa, aquela que lhes permitia encontrar finalmente resposta para o maior desejo, a maior nsia de qualquer ser humano: a de vencer a morte. De facto, por isso que todos ns mais lutamos. Tudo o que pensamos e fazemos, projectamos e realizamos conflui, directa ou indirectamente, para a busca de um triunfo sobre o maior inimigo: a morte. tal a luta que travamos contra ela, que a nossa vida consiste nica e exclusivamente nisso. Vivemos, na medida em que tudo fazemos para no morrermos. Quer se trate da morte, como fim ltimo da vida, quer se trate daquelas situaes em que a vida ou vitalidade corre perigo ou diminui: uma doena, um insucesso, uma desgraa. Situaes em que a morte j est em aco. Da o esforo, por vezes sobre-humano, para as vencer, as ultrapassar. Uma luta, porm, previamente condenada ao fracasso, se Se no tivssemos Algum que, realmente, obteve aquilo por que todos mais anseiam e lutam. A ressurreio de Cristo , por isso, o maior acontecimento da histria da humanidade. E a sua notcia tornou-se o Evangelho que maior impacto teve at hoje e que mais vida tem dado a quem o acolhe e por ele se deixa orientar. Aos que nele acreditam e, por ele, se entregam ao Deus que nele se manifesta e actua, Jesus Cristo concede uma energia e, um rumo de vida que ultrapassam todas as capacidades humanas. Veja-se o que tem sido e continua a ser a vida daqueles que, pela f e o Baptismo, a Confirmao e a Eucaristia, dele e para ele vivem: quanta f, quanto amor, quanta esperana irradiam! E quanta alegria! Aquela que tem uma das suas expresses privilegiadas nesse grito de louvor que nos une ao Deus que, j antes de Jesus, mas sobretudo nele e a partir dele, se revela com um poder e um amor inexcedvel: o grito Aleluia Louvai o Senhor. Uma das exclamaes mais musicadas. Porque, s pelo canto, possvel 289

exprimi-la na plenitude da sua fora vivificante: aquela que nos vem do ressuscitado e nos ressuscita j e h-de ressuscitar para sempre, a partir sobretudo da Viglia Pascal, em que as trevas da morte se transformam em luz da vida. Um grito que tem de se ouvir nas nossas salas de catequese, da boca daqueles que, nelas, saboreiam esse amor de Deus. OBJECTIVOS Acolher, na prpria vida, Boa Nova da Ressurreio de Cristo; Celebrar, pelo canto e a profisso de f, a festa pascal; Dispor-se a ser testemunha de Cristo Ressuscitado. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Em pleno tempo pascal, esta catequese pretende ser, tanto quanto possvel, a celebrao do acontecimento salvfico da Ressurreio de Cristo. , por isso, explicitamente ligada, sobretudo, celebrao da Viglia Pascal, na qual algumas crianas possivelmente participaram. Deste modo, uma celebrao d sentido outra. nesse sentido que se explica o significado do Aleluia pascal, se realiza o rito da luz e se faz a profisso de f. A referncia ao Baptismo guardada para a catequese seguinte. 2. No centro, est o anncio da Ressurreio de Cristo feito atravs do texto do Evangelho. O que comea como o relato de um acontecimento passado, termina com uma Boa Nova dirigida s crianas no acto catequtico. Para isso fundamental a arte narrativa do catequista e a alegria com que faz suas as palavras dos Anjos, dirigidas s mulheres que foram ao sepulcro. Se, deste modo, conseguir conquistar e contagiar as crianas, atinge-se o principal objectivo: lev-las a viver e a testemunhar a mensagem recebida. 3. O canto tem, compreensivelmente, um lugar especial nesta catequese. o modo privilegiado para se exprimir a alegria que se sente e pode at, como sugerido, servir de meio de anunciar a Boa Nova da Ressurreio. Tanto mais que um dos cnticos propostos sintetiza essa mensagem. Se o catequista no tiver os dotes musicais necessrios, pode pedir a colaborao de outra pessoa mais preparada, por exemplo, um membro do coro da igreja. MATERIAIS Dstico Jesus, rodeado de raios luminosos e de diversas cores; Letras soltas do dstico Aleluia (2 alternativa); Folhas/cartolinas de vrias cores, recortadas em forma de ptalas de flor, uma para cada criana e catequista; Crio pascal, se possvel, com os motivos identificativos: a cruz e os nmeros do ano; 290

Velas, uma para cada participante; Dstico Ressuscitou; Canetas/esferogrficas e lpis de cor para cada criana. MSICAS Aleluia, glria ao Senhor; Ressuscitou para nossa vida; Do Aleluia gravado (se necessrio).

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: O placar est vazio. Na mesa: a Bblia e, ao lado dela, um crio pascal, se possvel, com os motivos identificativos (uma cruz e os nmeros do ano em que se est). Nas paredes da sala motivos de festa: verdura, flores, fitas, bales, se possvel, tudo em diversas cores. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Esto a ver a nossa sala hoje toda enfeitadaflores, verduraPorque ser?... Vamos tentar todos descobrir. 1 Alternativa Para um grupo em que haja crianas, no mnimo duas ou trs, que tenham participado na Viglia Pascal. Primeiro, digam-me: Que tal foram as vossas frias? (Deixar que as crianas se exprimam e, no caso de nenhuma o referir, perguntar:) E no foram tambm igreja?... E algum de vs estava l, naquela noite em que foi acesa uma vela grande, parecida com esta que est aqui em cima da mesa?... Contem l como foi? (Depois de contarem, perguntar:) E houve algum cntico que vos chamou mais a ateno?... Um cntico que tem uma palavra que ns cristos cantamos muito na igreja, nesta altura do ano?...

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O Aleluia!... Pode cantar-se de muitas maneiras. Por exemplo, esta de que gosto muito (o catequista canta:) Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, glria ao Senhor. Querem cantar comigo? (o catequista ensaiae, no final, pergunta:) Algum sabe o que quer dizer Aleluia?... uma palavra muito, mesmo muito antiga. mais antiga do que Jesus. E cantava-se muito na terra dele. Mais: uma palavra da lngua dele. Essa lngua chama-se hebraico. Querem saber o que significa, na nossa lngua, a palavra Aleluia? Significa Louvai o Senhor. Portanto, quando cantamos, na lngua de Jesus, aleluia, estamos a cantar: Louvai o Senhor. Digam todos comigo: Louvai o Senhor. Pronto. Agora que j sabemos o que significa, podemos cantar com mais alegria: Aleluiaglria ao Senhor (refro e 1 estrofe). Mas, porque ser que ns cantamos mais vezes esta palavra nesta altura do ano? Por que que louvamos mais o Senhor? Quem souber, no diz. Antes disso, vamos fazer uma coisa uma coisa que nos ajuda a perceber melhor por que razo devemos louvar ainda mais o Senhor. 2 Alternativa

O catequista afixa no placar as letras da palavra Aleluia, mas soltas e desordenadas. Depois convida as crianas: Vamos comear por descobrir de que palavra sero estas letrase coloc-las por ordem, de modo a formarem a palavra certaOlhem bem (Se as crianas demorarem muito, o catequista pode indicar qual a primeira letrae depois a segunda. Depois pergunta:) Qual ser a letra que se segue?... (Ordenadas e afixadas as letras ao alto do placar, o catequista diz:) Afinal j conheciam esta palavra. E onde que a ouviram?... Sim, ela canta-se muito na igreja. E nesta altura do ano, ainda se canta mais. Querem aprend-la a cantar?... Pode ser assim: (o catequista canta:) Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, glria ao Senhor.

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bonito este cntico, no ? muito alegre. Ento vamos todos aprend-lo (o catequista ensaia e no final pergunta:) H algum que saiba o que quer dizer Aleluia?... Olhem, uma palavra muito antiga. Mais antiga do que Jesus. E cantava-se muito na terra dele. uma palavra da lngua dele. A lngua de Jesus era o Hebraico. Pois bem, sabem o que significa a palavra hebraica Aleluia?... quase como no final do cntico. S muda uma palavra. No cntico dizemos glria ao Senhor e Aleluia significa Louvai o Senhor. E louvar o Senhor dar-lhe glria. Querem dizer, para no se esquecerem, o significado da aleluia?... Ento, todos ao mesmo tempo: Louvai o Senhor. Muito bem. Agora que j sabemos o significado, podemos cantar outra vez: Aleluiaglria ao Senhor (refro e 1 estrofe). E porque ser que ns cristos cantamos mais vezes Aleluia nesta altura do ano? Por que razo que ns agora louvamos mais o Senhor? Quem souber no diga. Antes disso, por se tratar de uma palavra to importante, vamos fazer uma coisa: 2. Para as duas alternativas: Cada um de vs vai escrever esta palavra numa folhinha que eu vou dar. (O catequista distribui as cartolinas de diferentes cores e em forma de ptalas de flores. Para as crianas que seguiram a primeira alternativa e para que escrevam sem erros, pode indicar-lhes a pgina do catecismo, correspondente a esta catequese, ou afixar no placar, ao alto, a palavra Aleluia.) Escrevam as letras, e pode ser a diferentes cores e enfeitadas. No lado de trs da folhinha, escrevam o vosso nome. (Durante o trabalho, pode colocar uma msica de fundo com a letra do Aleluia. Entretanto, quando o trabalho das crianas estiver a terminar, afixa no centro do placar o dstico Jesus envolvido em raios de luz:) II. PALAVRA 1. Mostrem l as vossas folhinhasEsto lindas! No se esqueceram de escrever os nomes?... Por enquanto, podem guard-las. S vo ser precisas daqui a um bocadinho. Agora, gostava que olhassem para o placarQue est l de novo?... Jesus, todo rodeado de luz Porque ser?... Eu vou contar. Lembram-se da ltima catequese, aquela em que falmos da morte de Jesus na cruz? Mas no contei o que que sucedeu depois. Querem saber?

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Foi assim: Depois de Jesus ter morrido, houve um homem rico, que era amigo de Jesus foi pedir o corpo dele para o sepultar. E onde que ele o sepultou? Num jardim que ele tinha. A colocou o corpo de Jesus num buraco feito numa rocha. Era assim que muitas pessoas eram ento sepultadas. Depois de l pr o corpo de Jesus, tapou o sepulcro com uma pedra. E ter havido mais algum que viu? Os discpulos de Jesus no. Com medo, tinham fugido todos. Mas houve umas mulheres que eram tambm amigas de Jesus e andavam sempre com ele, essas, sim, viram o lugar exacto onde Jesus foi sepultado. Foram ver, porque queriam l voltar, para perfumar o corpo de Jesus, logo que pudessem. Isto passou-se numa sexta-feira. No sbado no puderam ir, porque era dia de descanso e, para mais, o maior dia da festa da Pscoa. Mas, quando chegou o domingo, foram logo de manhzinha para o sepulcro de Jesus. Levavam os perfumes. Mas, quando l chegaram, que viram elas?... A primeira coisa que viram foi que a pedra tinha siso arredada e o sepulcro estava aberto. Que ter acontecido?... Entraram e o corpo de Jesus no estava l. Imaginem, o que que elas no ficaram a pensar Estavam nisto, quando lhes apareceram dois homens de vestes resplandecentes. Eram dois anjos. E elas ficaram ainda com mais medo. At viraram a cara para o cho Foi ento que aqueles dois anjos lhes deram uma grande notciaQuerem ouvir? como se fosse para ns, hoje e aqui. Por isso, ponham-se de p. O catequista acende o crio pascal e, ele ou outro catequista, pega na Bblia Lc 24, 5-6a e l: em

Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo So Lucas: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Como as mulheres estavam amedrontadas e voltassem o rosto para o cho, os dois anjos disseram-lhes: Porque procurais entre os mortos Aquele que est vivo? No est aqui, ressuscitou.

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(O catequista, repete, voltado para as crianas: No est aqui, ressuscitou.. Passado um brevssimo tempo, conclui:) Palavra da salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 2. (As crianas sentam-se, e o catequista afixa no placar, por baixo do dstico Jesus, o dstico Ressuscitou. Deixa contemplare diz, exclamando com alegria:) Ressuscitou. Sim, Jesus ressuscitou. Venceu a morte. Para sempre. Que bela notcia. As mulheres a procurarem-no entre os mortos, e Ele estava vivo. E isto dito por dois anjos do Cu. Dois anjos enviados por Deus. Que melhor notcia podiam elas ouvir! E ns! Que amamos tanto Jesus. E ficmos to tristes com a sua morte. Ressuscitou. Jesus ressuscitou para sempre. E se ns fossemos cantar a alegria que sentimos? At conheo um cntico com as palavras dos anjos. Querem ouvir? Procurais entre os mortos aquele que est vivo? Ressuscitou para nossa vida, aleluia, aleluia. Querem cantar? Eu canto a pergunta dos anjos e depois vs respondeis: Ressuscitou para nossa vida, aleluia, aleluia. (O catequista ensaia o refro e depois convida as crianas a levantarem-se e a cantar:) Catequista: Procurai entre os mortos aquele que est vivo? Todos: Ressuscitou para nossa vida, aleluia, aleluia (repetem o refro). 3. um cntico lindo, no ?... E ento com as palavras dos anjos, enviados por Deus para nos darem to bela notcia. E agora j percebem por que razo a nossa sala est to linda, to alegre. E porque que cantamos Aleluia Louvai o Senhor. Temos razo para isso, no temos? Haveria coisa melhor que Deus, o Senhor, pudesse ter feito? No deixou que Jesus ficasse morto para sempre. Se Ele no tivesse ressuscitado, ns hoje no estvamos aqui. E tinha-se perdido tudo o que Ele fez. Por isso que ns no cantamos s que Ele ressuscitou, mas acrescentamos que foi para a nossa vida. Querem cantar outra vez?... Todos: Ressuscitou para nossa vida, aleluia, aleluia (s o refro, repetido).

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III. EXPRESSO DE F 1. Olhem, to importante que Jesus tenha ressuscitado, que ns os cristos fazemos a maior festa do ano: a Pscoa. E celebramo-la sobretudo na noite de Sbado para Domingo. E vo l muitos cristos. (Referir as crianas que seguiram a 1 alternativa). a partir dessa noite que ns cantamos muito mais o Aleluia, louvamos o Senhor. E se ns fssemos repetir aqui um bocadinho dessa festa. que tambm nos, hoje e aqui, acabmos de receber a notcia dos Anjos. Querem?... No podemos fazer tudo. Mas, ao menos algumas coisas. Eu proponho o seguinte: podemos acender umas velas naquela vela grande e depois, com as velas acesas, dizer a Deus que cremos nele. Crer ou acreditar dizer-lhe que confiamos nele, que o amamos: a Ele e a Jesus ressuscitado. Fazemos assim: cada um de vs vem aqui frente trazer a folhinha onde escreveu o Aleluia; depois acende uma vela, nesta vela grande que representa a luz de Cristo. (Se for o caso:) Reparem que at tem l os nmeros deste ano (o catequista diz qual ) e uma cruz, como aquela onde Ele deu a vida por ns. Esto de acordo? Depois de todos terem a sua vela acesa, ento diremos todos que cremos em Deus. Eu pergunto se credes em Deus, e todos respondem,levantando a sua vela acesa: Sim, creio. No se esqueam: Sim, creio. Ora digam l: Sim, creio. Muito bem. Vai ser mesmo bonito. a melhor maneira de manifestar a nossa alegria por Jesus ter ressuscitado. 2. De p E comecemos por cantar: Aleluiaglria ao Senhor (estrofes: Glria ao Senhor nosso Pai Gloria ao Senhor Jesus Cristo). As crianas e, depois, os catequistas, vo-se aproximando da mesa com o crio, entregam a sua folhinha que os catequistas vo afixando no placar em volta dos dsticos, como ptalas de uma flor. As crianas vo recebendo a sua vela acesa e voltam para o lugar. Ao mesmo tempo cantam Aleluiaglria ao Senhor, com as restantes estrofes. 3. Depois de todos terem a sua vela acesa, fazem a profisso de f: Catequista: Credes em Deus, Pai todo poderoso, criador do cu e da terra?

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Todos (levantando as velas): Sim, creio. Catequista: Credes em Jesus Cristo, seu nico Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e est sentado direita do Pai? Todos (levantando as velas): Sim, creio. Catequista: Credes no Esprito Santo, na Santa Igreja Catlica, na comunho dos Santos, na remisso dos pecados, na ressurreio da carne e na vida eterna? Todos (levantando as velas): Sim, creio. Catequista: Pela f que temos, louvemos o Senhor, cantando de novo: Aleluiaglria ao Senhor (refro e estrofe:) Glria ao Senhor nossa luz 4. Podem apagar as velas, mas com cuidado para no pingarem E agora sentem-se. Foi bonito, no foi? E j repararam onde esto as vossas folhas com o Aleluia? Em volta deJ e s u s , como ptalas de uma flor. como se estivssemos l, em volta dele, a cantar com Ele e por causa dele: aleluia, aleluia. E estamos mesmo. Porque no placar est s representado o que temos estado aqui a fazer, voltados para a Bblia, com as palavras de Deus, e para aquela vela que representa a luz de Cristo. Mas falta uma coisa: falta fazer o mesmo que fizeram as mulheres que foram ao sepulcro de Jesus e a receberam a boa notcia da sua ressurreio. O que que elas tero feito a seguir?... Claro: foram logo levar aquela notcia aos outros amigos de Jesus, os tais que tinham fugido com medo. Pois bem, o que ns temos de fazer. Uma notcia to grande no a podemos guardar para ns. Jesus no ressuscitou apenas para a vida de cada um de ns. Ressuscitou tambm para a vida dos outros, de todos. Claro que vs, agora e ainda to pequenos, no podeis ir a toda a parte.Mas pelo menos l em casa. Eu sei que os nossos familiares j conhecem a notcia. Mas no a conhecem da nossa boca. No sabem como ns celebrmos hoje a ressurreio de Jesus. Se

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calhar, no sabem o que quer dizer Aleluia. Por isso, h muitas coisas que vs lhes podeis anunciar. De acordo? Olhem, at lhes podem ensinar a cantar com eles o cntico que tem as palavras dos anjos. Elas at vm no catecismo. Mas, para as sabermos bem, vamos cant-las outra vez; de p: Procurais entre os mortos aquele que est vivo? Ressuscitou para nossa vida, aleluia, aleluia. Catequista: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia. Todos: Graas a Deus, aleluia, aleluia.

Nota: O catequista atenda atempadamente prxima catequese, sobretudo se seguir a 1 alternativa da Experincia Humana, mas tambm para a 2.

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CATEQUESE 24

PELO BAPTISMO SOMOS FILHOS DE DEUS


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. O Baptismo: um simples acontecimento social? H quem o afirme: que, em muitos casos, a celebrao do Baptismo no passa de um acontecimento social em que, alm da criana (sobretudo nesse caso), esto envolvidos os pais e outros familiares e amigos. uma espcie de apresentao da criana sociedade, pelo menos mais prxima, de que ela faz parte e na qual vai crescer. Um acolhimento que exige despesas, sobretudo com refeies ou at banquetes. Da que famlias, economicamente mais desfavorecidas, tenham que renunciar a tais luxos e adiar, para melhores dias, o que por enquanto para elas incomportvel. De resto, o mesmo se passa, diz-se, com o casamento: que, hoje e cada vez mais, s pode ser para gente rica. Ser por isso que so cada vez mais os que se contentam com a unio de facto, mesmo civilmente? Que o Baptismo seja um acontecimento social, no mal nenhum. Pelo contrrio: a sua celebrao ou deve ser sempre social. Se, por social, se entende eclesial. pelo Baptismo, em idade infantil ou adulta, que qualquer pessoa inserida na Igreja, presente nas comunidades crists que dela fazem parte. Mesmo que na celebrao participem s os seus familiares mais directos. Que seja simplesmente isso que est, no mnimo, incompleto. Que a celebrao propriamente litrgica seja completada por um convvio, com comida e bebida, mais especificamente profano, tambm no de modo algum condenvel. Convvios desse gnero so at recomendveis, na sequncia de outras celebraes religiosas e eclesiais. O mal est em fazer tudo dependente disso, sobretudo a deciso de baptizar ou no um filho ou uma filha. Mas, mesmo nesses casos, pelo menos de perguntar se o que, de facto, move os pais a pedir o Baptismo para os seus, so exclusivamente essas razes sociais, predominantemente profanas; se, l no fundo da sua conscincia, no h motivos que eles talvez no saibam exprimir, mas que, na realidade, so os mais decisivos: motivos que tm a ver com o futuro dos seus filhos, com a vida que desejam para 299

eles, uma vida que se no limite sua dimenso fsica e humana; motivos que nascem da observao da sociedade em que vivem, dos limites do que ela oferece aos seus membros, em ordem a uma educao verdadeiramente integral, em que o religioso naturalmente no pode faltar. Se isso que move os pais duma criana ou o adulto, candidato ao Baptismo, talvez sem eles terem plena conscincia, ento j Deus que neles actua. E o Baptismo tem todas as condies para no ser um simples acontecimento social. S preciso deixar que esse mesmo Deus, que os pais de facto procuram, fale mais neles. E isso um dever da Igreja: depois de os acolher, em nome de Deus, lev-los a descobrir, de um modo mais ntido, aquilo que, na realidade, procuram: 2. O sacramento do Baptismo No h aqui lugar para uma explicao, minimamente completa, de todo o significado deste primeiro dos trs sacramentos da iniciao crist (juntamente com a Confirmao e a Eucaristia) nos quais so lanados os alicerces de toda a vida crist (CIC 1212). Contentamo-nos, por isso, com uma das muitas passagens das cartas de S. Paulo em que dele nos fala, a de Gal 3, 26-28: Todos vs sois filhos de Deus em Cristo Jesus, mediante a f; pois todos os que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo: no h judeu nem grego; no h escravo nem livre; no h homem e mulher, porque todos sois um s em Cristo Jesus. possvel que estas palavras, na origem, fossem dirigidas a cristos acabados de baptizar, para lhes mostrar o que verdadeiramente tinha acontecido com eles: antes de mais, a relao nova que se havia estabelecido entre eles e Deus. Uma relao da filiao em que a vida humana, recebida sobretudo dos progenitores, ganhava a dimenso de uma vida ilimitada, aquela que se revelou em Jesus Cristo, especialmente na sua morte e ressurreio ou, se preferirmos, na morte que culminou na ressurreio. Ao entregar-se a Deus na totalidade do seu ser e num acto de amor que ultrapassa todas as capacidades humanas, Jesus venceu a morte para sempre e abriu humanidade inteira o caminho para a mesma vitria, o caminho para Deus. Um caminho a que se tem acesso e tem de ser percorrido pela f, a que Paulo, noutros lugares, chama obedincia (Rm 1, 5). obedincia porque, nela e por ela, o homem se verga, se submete quilo que ouve ou, melhor, quele que se faz ouvir: o Deus que actuou em Jesus Cristo e se revela e actua nas palavras do Evangelho, o anncio da morte e ressurreio de Cristo. E, na medida em que lhe obedece, invadido pelo amor extremo desse Deus. Um amor que cria um novo ser, d origem a uma nova criatura (2 Cor 5, 17; Gal 6,15). Para isso contribuem dois dos ritos mais significativos da celebrao baptismal, na medida em que esta vivida na f: o banho e a veste branca. A prpria palavra Baptismo significa, na origem, banho, to importante a gua como meio de purificao. Neste caso, ela no mata apenas, nem tanto, as impurezas corporais, 300

como sobretudo aquelas impurezas que sujam e destroem muito mais a vida humana, aquilo a que chamamos pecado e nos tira a vida que vem de Deus e dos outros. Foi desse pecado que Cristo nos remiu com a sua morte. Por isso o Baptismo consiste em morrer para o pecado, para surgir, nascer para a vida que Cristo j tem, enquanto ressuscitado (Rm 6, 3-11). E assim que ficamos revestidos de Cristo. A veste ainda hoje serve para nos identificar. No basta ser; preciso mostr-lo. branca, porque essa a cor da luz. E sem luz no h vida, nem na natureza nem em ns. na luz que nos vemos uns aos outros, mas com aqueles olhos em que os outros so vistos como so, amados na sua identidade, na sua dignidade de pessoas. Da a concluso de Paulo: entre os cristos, nos quais vive Cristo (Gal 2, 20), as diferenas deixam de ser motivo da separao ou excluso, sejam elas de que mbito forem. Pelo contrrio, as diferenas entre os que se amam maneira de Cristo, so acolhidas e promovidas no sentido da complementaridade, do enriquecimento mtuo, da construo daquele corpo, animado pelo mesmo Esprito Santo, o corpo de Cristo que a Igreja (1 Cor 12, 14ss). E nesta Igreja, em que vivemos, que se realiza: 3. A catequese baptismal No lhe chamamos nem pr-baptismal nem ps-baptismal, porque ela tanto precede como sucede celebrao do sacramento, quer se trate do Baptismo de crianas, quer de adultos. No caso das crianas, ela sobretudo posterior recepo do sacramento. Nos adultos, anterior. Mas, mesmo com crianas, h que catequizar os seu pais e padrinhos para poderem exercer o seu dever e compromisso de educadores na f. E os adultos que j antes do Baptismo se apaixonaram por Cristo, sentem necessidade de aprofundar os laos que tm com Ele, quer a nvel afectivo, quer a nvel cognitivo, para poderem exercer a sua misso de dele darem testemunho, dentro e fora da vida especificamente eclesial. Entre ns ainda predomina o primeiro caso: a maioria dos cristos so baptizados em criana. E o percurso catequtico a que so sujeitas as crianas, os adolescentes e os jovens insere-se nesta caminhada catequtica ps-baptismal. Mas com referncias permanentes ao Baptismo, como sacramento que tem implicaes em todos os campos da vida crist. Em que sentido? Nas regies onde o Baptismo das crianas se tornou largamente a forma habitual de celebrao deste sacramento, esta transformou-se num acto nico, que integra, de um modo muito abreviado, as etapas preliminares da iniciao crist. Pela sua prpria natureza, o Baptismo das crianas exige um catecumenato ps-baptismal. No se trata apenas da necessidade duma instruo posterior ao Baptismo, mas do desenvolvimento necessrio da graa baptismal no crescimento da pessoa. o espao prprio da catequese (CIC 1231).

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Ou seja, no caso concreto de uma catequese sobre o Baptismo, o catequista no se pode contentar em explicar, de um modo mais ou menos racional, o sacramento do Baptismo e os ritos constitutivos da sua celebrao, mas tem de encontrar meios que levem as crianas a acolher, pela f, a graa baptismal que Deus, sobretudo pela sua Palavra, lhes oferece no acto catequtico. Escusado dizer que, para isso, o catequista tem de viver aquilo que transmite, nomeadamente no acto em que o transmite, lembrando-se de que, deste modo, est ele prprio a reviver a graa recebida no seu Baptismo e a crescer na f. OBJECTIVOS Descobrir a ligao do Baptismo ressurreio de Cristo, celebrada na Viglia Pascal; Compreender que, pelo Baptismo, nos tornamos filhos de Deus, em Jesus ressuscitado; Exprimir a alegria pelo Baptismo, atravs de alguns ritos baptismais mais significativos. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Esta catequese uma continuao e um complemento da anterior, pela ligao do Baptismo ressurreio de Cristo e sua celebrao na Viglia Pascal. Para isso devem contribuir, no desenvolvimento da catequese: o cntico Ressuscitou para nossa vida com a 1 e a 3 estrofes; o crio pascal e os dsticos referentes Viglia Pascal; O nefito convidado a testemunhar o seu Baptismo (1 alternativa da experincia humana), a agua (se possvel, benzida na Viglia Pascal). 2. importante que as crianas personalizem o seu prprio Baptismo, atravs da 2 alternativa da experincia humana, atravs da proposta para a expresso de f, a realizar com muita ordem e o maior respeito, e atravs do trabalho que so convidadas a fazer no catecismo. Que, assim, cada uma delas se sinta feliz por, a partir do seu Baptismo, ser filho de Deus. Se os pais puderem ser envolvidos nesta vivncia, at eles aproveitaro mais desta catequese. De resto a 2 alternativa da experincia humana pode ajudar nesse sentido. 3. possvel que no grupo haja crianas que ainda no foram baptizadas. Neste caso, o catequista deve, nas alturas prprias, fazer as devidas adaptaes (algumas sugeridas no texto). Que essas crianas se sintam, nesta catequese, mais motivadas para este sacramento e para a preparao que, certamente, j esto a fazer. MATERIAIS Dsticos Jesus e Ressuscitou (catequese anterior); Cartolinas, em forma de ptalas de flor, com o Aleluia e os nomes das crianas e catequistas (catequese anterior); Crio pascal (catequese anterior); 302

Dsticos Somos filhos de Deus, Estamos revestidos de Cristo e Graas a Deus; Fotografias de baptismos de crianas; Recipiente/pequena bacia (se possvel, de vidro) com gua; Pano branco; Bblia; Canetas/esferogrficas.

MSICAS Ressuscitou para nossa vida; Vs, Senhor, sois o nosso Pai; Aleluia, glria ao Senhor.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: os dsticos da catequese anterior Jesus (envolvido em raios de luz) e Ressuscitou (por baixo) e as cartolinas em forma de ptalas de flor, com o Aleluia escrito e ornamentado pelas crianas e catequistas. Na mesa: a Bblia, ladeada pelo crio pascal aceso e um recipiente ou pequena bacia (se possvel de vidro), cheio de gua e coberto por um pano branco. Nas paredes da sala: ornamentao, se possvel, idntica da catequese anterior. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Ainda se lembram daquele cntico que aprendemos e cantmos na ltima catequese? Aquele que tem duas das palavras que esto ali escritas no placar?... (Se as crianas se lembram, confirmar:) esse mesmo: Ressuscitou para nossa vida, aleluia, aleluia, e se nos o cantssemos outra vez?... Ento, fazemos como aprendemos: eu canto as palavras Procurais entre os mortos aquele que est vivo? A propsito, quem que disse estas palavras pela primeira vez?...E a quem que os anjos disseram? s mulheres que foram ao sepulcro de Jesus para perfumarem o corpo dele. E foi a que os anjos lhes deram aquela maravilhosa noticia Que vs ides cantar, dizendo Ressuscitou. E a outra palavra que cantmos. Que significa Aleluia?... Louvai o Senhor. E porque que ns louvamos o Senhor com tanta alegria?Sim, foi Deus que ressuscitou Jesus, para ns o termos vivo para sempre.

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Pronto, uma vez que sabeis to bem o que significam as palavras, podemos cantlas, louvando o Senhor. E para ser maior a nossa alegria at podemos cantar, batendo as palmas. De acordo? Ento, ponham-se de p e preparem as mos e quando chegar a vossa vez de cantar, batem tambm as palmas. Catequista (cantando): Procurais entre os mortos aquele que est vivo? Todos (cantando, ao ritmo das palmas): Ressuscitou para nossa vida, aleluia, aleluia (repete). 2. Podem sentar-se. Que bem que vs cantais! V-se mesmo que vos sentis felizes com Jesus, vivo, ressuscitado. E algum de vs cantou l em casa este cntico? Se alguma criana o fez, louv-la por isso e perguntar mais pormenores: como reagiram os familiares, se tambm cantaram Se nenhuma o fez, incentiv-las a faz-lo: no podemos guardar para ns to grande notcia e to grande alegria. Mas, na ltima catequese, tambm vimos onde e quando que ns cristos mais celebramos a ressurreio de Jesus. Lembram-se?...Olhem ali para a mesa Que vos lembra aquela vela?... A noite de Pscoa, em que se acendem as nossas velas na luz de Jesus e todos dizemos que cremos em Deus, em Jesus, no Esprito Santo. At fizemos isso aqui e muito bem. Mas h mais coisas que ns fazemos na noite de Pscoa. (Se, na parquia, tiver havido baptismos na Viglia Pascal, juntar:) E fez-se mesmo, na nossa igreja. Que ter sido?... Mesmo que as crianas adivinhem, no comentar, mas seguir uma das seguintes alternativas: 1 Alternativa

Em parquias onde houve Baptismos na Viglia Pascal. O catequista apresenta o nefito convidado, ou pai/ou me, no caso de terem sido crianas, ou at o padrinho ou madrinha ou, como ltima hiptese, fotografias dos baptismos. Convm que sejam baptizados no ano em que se est e, se possvel, de pessoas conhecidas de, pelo menos, algumas crianas.

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Hoje temos aqui (N) que nos vai falar do que aconteceu com ele/ela na noite de Pscoa. Vamos fazer-lhe uma pequena entrevista (adaptada pessoa): Nome, idade, profisso (sobretudo sendo um nefito). O que lhe fizeram (Ao falar do Baptismo, o catequista descobre o vaso com gua e mostra-o). Por que foi baptizado, como se preparou, como se sente depois do Baptismo. Porque escolheu a noite de Pscoa para o Baptismo? 2 Alternativa

Em parquias onde no houve baptismos ou no possvel trazer nenhuma das pessoas referidas na 1 alternativa. O catequista afixe no placar uma ou duas fotografias de crianas do grupo que as mostram a ser baptizadas. O ideal que isso seja feito pelo pai ou me da respectiva criana que, nesse caso, ser devidamente apresentado. Se tal no for possvel, o catequista pede as fotografias aos pais das respectivas crianas, mas sem que estas o saibam. Como ltima hiptese, o catequista pode apresentar fotografias do seu prprio Baptismo ou de um seu filho ou filha. Depois de as afixar por baixo do dstico Ressuscitou, pergunte: Algum de vs sabe quem est na(s) fotografia(s)?... Vejam l se reconhecem (logo que as crianas em causa se reconhecem, eventualmente pela imagem dos pais e padrinhos, o catequista pode convid-las para a frente, para serem entrevistadas pelo prprio e as outras crianas). Quando, onde foram baptizadas Nome dos padrinhos Se a gua estava fria ou quente? claro que no se lembram Mas podiam ter perguntado aos pais. Ou est aqui algum que se lembre? 3. Para as duas alternativas: A melhor altura para sermos baptizados na noite de Pscoa. Muitos de ns, por vrias razes, no pudemos ser baptizados nessa noite. Mas mesmo a melhor altura. E porque ser?... O que que o Baptismo faz em ns?... Por que razo somos ns Baptizados? Querem saber?

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II. PALAVRA 1. Primeiro, vamos ouvir algum que nos explica. Chama-se Paulo, um dos maiores amigos de Jesus, e escreveu muita coisa sobre Jesus e sobre o que acontece a quem se faz amigo de Jesus. O que ele escreveu est aqui na Bblia. (O catequista mostra-a e abre-a em Gal 3, 26-27.) Ns vamos ouvi-lo, como se fosse na missa. Muitos de vs j sabem que ns na missa, quando ouvimos palavras que no sejam directamente de Jesus ou sobre Jesus, como respondemos no fim. Quem se lembra?... No fim de ler essas palavras o leitor diz: Palavra do Senhor e ns respondemos: Graas a Deus!. Agradecemos a Deus o que Ele nos diz. Ora, vamos l ensaiar: eu digo Palavra do Senhor e vs respondeis Graas a Deus. Outra vez: Graas a Deus. No se esqueam. 2. Ento vamos ouvir o que S. Paulo nos diz sobre o nosso Baptismo. Ou melhor, o que acontece connosco quando somos baptizados. Ouamos com ateno. O catequista ou outro leitor, por exemplo, uma das pessoas que intervieram numa das alternativas da experincia humana, l: Leitor: Leitura da carta de So Paulo aos Glatas: Irmos: Todos vs sois filhos de Deus em Jesus Cristo, mediante a f; pois todos os que fostes baptizados em Cristo fostes revestidos de Cristo. Palavra do Senhor. Todos: Graas a Deus. 3. O catequista afixa os dsticos Somos filhos de Deus e Estamos revestidos de Cristo e comenta: C est o que S. Paulo nos diz: pelo Baptismo, tornamo-nos filhos de Deus e ficamos revestidos de Cristo. Querem todos ler comigo? Ento, ao mesmo tempo: Somos filhos de Deus e Estamos revestidos de Cristo.

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O catequista afixa, por baixo das palavras ditas, o dstico: Graas a Deus e convida as crianas: Agora vamos ler tudo de seguida: o que S. Paulo nos diz sobre o nosso Baptismo e o que ns respondemos. Todos: Somos filhos de Deus, Estamos revestidos de Cristo, Graas a Deus. 4. Mas haver algum sinal no Baptismo que nos mostre isto? O catequista pega no recipiente com gua e diz: Sabem o que est aqui dentro?... E a gua para que serve?... A gua lava-nos das sujidades do nosso corpo, para andarmos limpinhos. No Baptismo, recebemos gua na nossa cabea, para nos lavar de outras sujidades. So aquelas maldades, aqueles pecados que no nos deixam ser amigos de Deus e dos outros. dessas maldades que o Baptismo nos lava. E, lavadinhos, entramos mais no corao de Deus. Lembram-se de ns, aqui h tempos, estarmos todos no corao de Deus? E assim que ns lhe chamamos nosso Pai: porque somos filhos de Deus. No querem dizer a Deus que Ele o nosso Pai?... Ento, levantem-see, de mos levantadas para Deus, cantemos: Vs, Senhor, sois o nosso Pai (refro e, se necessrio, a 1 estrofe.) 5. Podem sentar-se Como que ns tambm ficamos revestidos de Cristo?... O catequista pega no pano branco que cobria o recipiente de gua e mostra-o: De que cor este paninho?... E de que est envolvido o nome de Jesus ali no placar? Est todo envolvido em luz, porque Ele ressuscitou e est mesmo em Deus. Pois bem, o branco faz-nos lembrar a luz. Vestimo-nos de branco, porque ficamos iluminados por Deus. Por isso que ns, quando somos baptizados somos vestidos de branco. S que, em vez de dizermos que somos revestidos de branco, dizemos que somos revestidos de Cristo, a nossa luz. E por isso que tambm acendemos as nossas velas na luz daquela vela que representa a luz de Cristo ressuscitado. Velas acesas e veste branca estamos mesmo revestidos de Cristo (repetir).

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III. EXPRESSO DE F 1. No gostariam de cantar outra vez a alegria por Jesus ter ressuscitado e, pelo Baptismo, nos fazer filhos de Deus?...No mesmo cntico que cantmos h pouco podemos dizer isso mesmo. Querem ouvir?... O catequista canta a estrofe: Todos vs que fostes baptizados) e, de seguida, convida as crianas: A estas palavras, ns respondemos Ressuscitou para nossa vida. Vamos cantar?... Ponham-se de p e no se esqueam de bater as palmas quando cantarem. Catequista (canta):Procurais entre os mortos Aquele que est vivo? Todos (ao ritmo das palmas): Ressuscitou para nossa vida Catequista (canta): Todos vs que fostes baptizados estais revestidos de Cristo. Todos (ao ritmo das palmas): Ressuscitou para nossa vida 2. Podem sentar-se No gostavam de recordar ainda mais o nosso Baptismo?... Ento, primeiro, vo abrir o catecismo na pgina (O catequista indica a pgina onde vem a frmula baptismal __________, eu te baptizo em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo, e convida as crianas:) Vamos todos ler o que est a escrito (as crianas lem). Sabem quem disse essas palavras?... Foi o senhor Padre (ou Dicono) que vos baptizou. Mas tambm disse o vosso nome. S que ele ainda no est ai no catecismo. Ento escrevam-no. Mas s o primeiro nome. Depois de as crianas escreverem, o catequista continua: Agora vamos fazer assim: Esto a ver aqui este recipiente com gua, perto da Bblia e da vela acesa Pois bem, eu proponho que cada um de ns venha aqui frente, molhe a ponta dos dedos da sua mo direita na gua e, depois, se benza, dizendo ao mesmo tempo, o seu nome e estas palavras Eu (nome) estou baptizado em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Fazem isto, voltados para o nome de Jesus. (O catequista exemplifica). (Se for o caso, o catequista diz): Para os meninos e meninas que ainda no foram baptizados um bocadinho diferente. Em vez de dizerem Estou baptizado, dizem: Serei baptizado. Quando cada um acabar de se benzer e dizer as suas palavras, todos respondemos, ao mesmo tempo: Graas a Deus. 308

Perceberam todos?... Ento, comecemos. De pPrimeiro damos glria ao Senhor; cantando: Aleluiaglria ao Senhor (refro e 1 estrofe: Glria ao Senhor nosso Pai) Se as crianas forem muitas, podem aproximar-se e fazer o rito em grupos de trs. No final, podem cantar o mesmo cntico: Aleluiaglria ao Senhor (refro e 2 estrofe: Glria ao Senhor Jesus Cristo 3. Sentem-se E agora abram o catecismo na pgina (o catequista indica a pgina referente aos dados do Baptismo de cada criana). Esto a ver que falta a alguma coisa: em que dia e onde foram baptizados e por quem (os que j foram. Os outros, que ainda no foram baptizados, escrevero mais tarde). Perguntem l em vossa casa. Se o pai e/ou a me no se lembrarem, podem ver na cdula da vida crist. E peam-lhes tambm para ver as fotografias ou o vdeo do vosso Baptismo. Para o prximo encontro, tragam uma fotografia vossa, a serem baptizados, como as de (nome, no caso de terem seguido a 2 alternativa da experincia humana). Portanto, so duas coisas que devem trazer: o catecismo com o dia, o lugar e o sr. Padre do vosso Baptismo, e uma fotografia a serem baptizados. As crianas por baptizar so convidadas a trazer os nomes dos futuros padrinhos, se j escolheram, e a fotografia deles ou dos pais, se possvel a serem baptizados. Vai ser mesmo lindo, vermo-nos uns aos outros no nosso Baptismo. 4. E olhem: quando perguntarem essas coisas aos vossos pais, podem cantar com eles o cntico que hoje cantmos: Ressuscitou para nossa vida. Para no se esquecerem, vamos cantar outra vez: Catequista (cantando): Todos vs que fostes baptizados estais revestidos de Cristo Todos (cantando ao ritmo das palmas): Ressuscitou para nossa vida Catequista: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. Todos: Graas a Deus.

Nota: Durante a semana, o catequista procura lembrar as crianas das tarefas pedidas nesta catequese.

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CATEQUESE 25

RECEBEMOS O ESPIRITO SANTO


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Os sinais do Esprito Em vez de sinais podemos chamar-lhes smbolos. Na sua quase totalidade, so elementos da natureza imprescindveis para a vida humana. E como esta se no pode reduzir sua materialidade, tais elementos so usados como base para uma vida plena que, s numa relao de f com Deus, se pode obter. Pela Palavra que acompanha o seu uso nas celebraes sacramentais, tornam-se meios eficazes de transmisso da graa de Deus. Na tradio bblica e na liturgia destacam-se os seguintes, todos eles, alm de outros, referidos no Catecismo da Igreja Catlica (n. 694-701): O ar que respiramos e sem o qual no podemos viver. to importante que acabou por se tornar o termo mais usado para identificar a vida ou vitalidade que nos vem de Deus. Esprito corresponde ao latim Spritus que, em sentido prprio e original e tal como o grego Pneuma e o hebraico Ruah, significa sopro, ar, vento. nesse sentido que, em Gn 2,7, o ser humano, formado por Deus do p da terra, se tornou um ser vivo, s depois de Ele lhe ter insuflado pelas narinas o sopro da vida. E Jesus ressuscitado envia os seus discpulos na misso de transmitir o perdo, alcanado pelo amor ilimitado expresso na cruz com a entrega do Esprito ao Pai, depois de ter soprado sobre eles (Jo 20, 22-23). O ser humano vive, no sentido pleno do termo, e os discpulos de Jesus so agentes capazes e destemidos do perdo, na medida em que respiram o hlito divino. A gua de que necessitamos, dada a composio do nosso corpo, em que predomina o elemento lquido. Se, alm da gua que por isso temos de beber, juntarmos a que usamos para, todos os dias e vrias vezes ao dia, nos lavarmos, facilmente nos apercebemos de que impossvel viver sem ela. Que o digam os que a no tm e sentem falta dela ou a tm em condies impotveis. Um drama que, segundo estudos ecolgicos, tende a agravar-se escala mundial. Talvez porque os homens precisem, cada vez mais, de uma outra gua: aquela que Deus 311

promete atravs do profeta Ezequiel, aos exilados na Babilnia: Derramarei sobre vs uma gua pura e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as manchas e de todos os pecados (Ez 36, 25); a mesma gua que Jesus, em plena festa judaica dos Tabernculos, promete aos que dele se aproximarem e nele crerem: Como diz a Escritura, ho-de correr do seu corpo rios de gua viva, segundo o Evangelista, depois de Jesus ter sido glorificado (Jo 7,37-39). De facto, depois de ter entregado a Deus o seu Esprito, ainda brotaram do seu peito, perfurado pelo soldado, sangue e gua para aqueles que, na f, o contemplam trespassado (Jo 19, 34-37). A importncia destes dois smbolos faz com que, na linguagem bblica, apaream com frequncia aliados. S. Paulo para fundamentar a esperana crist, afirma que o amor de Deus foi derramado nos nossos coraes pelo Esprito Santo que nos foi dado (Rm 5, 5). Derramar, em sentido prprio, aplica-se a um lquido e no ao ar. Ou ento, aludindo ao Baptismo, escreve que todos bebemos de um s Esprito (1 Cor 12, 13). A juno dos dois smbolos, ao lado de muitos outros, torna-se necessria, acima de tudo, pela riqueza inesgotvel de vida que Deus concede queles que, acolhendo o seu amor, entram com Ele numa comunho nica, aquela em que, no dizer de S. Paulo em Gal 4, 5-6, recebemos a adopo de filhos, acrescentando como e porqu: 2. Deus enviou aos nossos coraes o Esprito do seu Filho E diz ainda que esse Esprito que, em ns, clama: Abb! Pai. A intimidade familiar que Jesus manifestava na sua orao, em que tratava Deus do mesmo modo, apoderase dos que, na f, acolhem o Evangelho do amor extremo de Deus, revelado no envio do seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domnio da Lei (4, 4). A encarnao completada pela morte, ditada pela Lei. Uma entrega do Filho de Deus e, nele, do prprio Deus, que assim nos oferece a possibilidade de uma vida nova, faz daqueles que pela f e o Baptismo a Ele aderem, novas criaturas (2 Cor 5, 17; Gal 6, 15). Tambm aqui, Paulo, como outros escritores bblicos, se serve das relaes humanas para exprimir o que ultrapassa infinitamente o que humanamente experimentamos: as relaes de paternidade ou maternidade e de filiao. pelo amor que nascemos e crescemos, particularmente o amor daqueles que mais contribuem para isso: os nossos pais. Mesmo aquilo que nos do para a vida do corpo, tem muito mais sabor e maior eficcia, na medida em que est integrado numa relao de amor, expressa e concretizada de inmeros modos. esse amor que nos faz crescer: vivemos da vida daqueles que, continuamente, do a vida por ns. E vivemos, porque esse amor nos desperta, educa, conduz para um amor idntico: amor para com aqueles de quem o recebemos, numa reciprocidade vivificante (os pais tambm vivem do amor dos

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filhos), e para com outros a quem, pelo amor, nos entregamos, para os levarmos a viver e, nessa entrega, ns prprios adquirirmos mais vida. Um amor que, para ser to consistente e persistente quanto possvel, precisa de ser alimentado pelo amor inexcedvel de Deus. Todos experimentamos isso: pais e mes que, para a realizao da sua misso, se confiam a Deus, o tratam como Pai na maior intimidade filial, adquirem mais energia, mais vitalidade, para serem verdadeiramente pais e mes. E o Esprito de Deus que respiram transmitido aos filhos que, atravs dos pais e mes e outros de quem vivem, descobrem a fonte ltima desse amor, do Esprito que respiram. E aprendem mais facilmente a chamar-lhe Pai, porque O vem, O sentem no seu pai e na sua me. E se o fizerem juntamente com o pai e a me, numa orao comum, ento a prpria orao torna-se o meio mais privilegiado para a vivncia e o fortalecimento do amor em todas as suas direces: para com Deus e uns para com os outros. Pela unio das vozes e dos coraes na invocao do mesmo Pai que est nos cus, aumenta a unio humana, fraterna entre os que a Ele se confiam. E porque este amor, vindo de um Deus que a todos ama, no pode ter limites, as relaes fraternas estendemse para alm dos membros da famlia biolgica: so vividas, em primeiro lugar, entre os membros da mesma Igreja, onde todos so amados como so, e, da Igreja, para com todos os homens e mulheres, sobretudo para com os mais carenciados de vida, de amor. O Esprito sopra onde quer. No tentemos, de modo algum, impedir que Ele o faa. Pelo contrrio, deixemos que Ele sopre atravs de ns. 3. A aco do Esprito Santo no Baptismo Alm da gua, que ocupa um lugar central neste sacramento, entram na sua celebrao outros smbolos: a uno com o azeite dos catecmenos e, sobretudo, com o do Santo Crisma que liga o Baptismo Confirmao; o fogo, particularmente se o Baptismo celebrado na Viglia Pascal; a luz acesa no crio pascal de Cristo que, sobretudo a partir da sua ressurreio, se tornou a luz do mundo; as mos, usadas vrias vezes e de vrios modos, com destaque para a sua imposio Mas todos estes smbolos ganham vida e tornam-se transmissores da vida do Esprito Santo e Santificador, atravs do meio mais privilegiado da aco do Esprito: a Palavra. Note-se que, quando falada, ela prpria se torna audvel e, como tal, perceptvel, porque transportada pelo esprito: o ar que respiramos que leva aos outros os sons produzidos pelas cordas vocais e articulados pela boca. Mas a Palavra veculo do Esprito, sobretudo pela vida que ela produz em quem a escuta. Uma vida que depende da vitalidade do contedo da palavra e, sobretudo, de quem a diz. Quanto mais autoridade e poder tem aquele que fala, mais eficaz a sua palavra e mais vida produz (ou destri).

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No Baptismo, como nos outros sacramentos, a sua eficcia est sobretudo no seu autor: Deus, que entra num processo de comunicao em que intervm, como seus mediadores e na seguinte ordem: 1. Os leitores que proclamam as leituras bblicas. pelas suas vozes que Deus fala no momento em que as suas Palavras so lidas e escutadas. Trata-se de Palavras inspiradas, fixadas por escrito pela aco do Esprito de Deus e acolhidas por quem se abre a esse mesmo Esprito, ao amor que Deus por elas lhes revela. 2. Os baptizandos, sejam eles os catecmenos que falam por si, sejam as crianas que dependem dos seus pais, padrinhos e restante comunidade crente, todos eles so convidados a proclamar a sua f. Esta, devem-na ao Deus que se revela e actua pelo seu Esprito, de tal modo que na sua proclamao o Esprito que j est em aco. O sim, renuncio e o sim, creio que lhes sai da boca e do corao, tanto mais sincero quanto neles est j o Esprito de Deus, que de novo acabam de receber atravs da Palavra da Escritura. 3. O ministro do sacramento que, nomeadamente, derrama a gua sobre o baptizando, ao mesmo tempo que diz faz-lo em Nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Pela sua boca, o Esprito penetra no corao daquele que lavado dos seus pecados, de que foi redimido por Cristo, o Filho de Deus, para entrar na comunho filial com o Pai, que o ama infinitamente. 4. O nefito que passa a proclamar a Palavra de Deus, atravs do multiforme testemunho cristo, dentro e fora da Igreja. Um testemunho que ou dado directamente pela palavra ou por ela completado, a palavra que d sentido e vida ao seu modo de viver. E isto por toda a sua vida. O Baptismo imprime carcter, uma marca que nunca mais se apaga. Para isso contribui a catequese ps-baptismal Onde tambm o catequista movido pelo Esprito de Deus. OBJECTIVOS Aperceber-se da aco do Esprito Santo em ns; Descobrir o lugar do Esprito Santo na adopo filial, obtida atravs do Baptismo; Deixar-se guiar pelo Esprito, na orao. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. No fcil levar as crianas a aperceberem-se da aco do Esprito Santo nelas e nos cristos. A palavra esprito demasiado abstracta para crianas desta idade. Da que, mais do que falar dele, devem criar-se condies para que Ele fale atravs, nomeadamente, da orao e do canto a que as crianas so convidadas e, sobretudo, da alegria que sentem nisso. Por outro lado, importante que elas, desde j, tenham conscincia de que essa alegria e a respectiva convico de f no dependem

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primariamente delas, mas de Deus que actua atravs do seu Esprito. Da que, nesta catequese, tenha um lugar imprescindvel a aco do Esprito nas crianas, atravs das diversas actividades a que so convidadas. 2. A ligao do Esprito ao Baptismo fundamental. Por isso, s crianas sejam recordadas quer a frmula baptismal, quer a confisso de f (baptismal) que fizeram na ltima catequese, ligadas fotografia, evocativa do Baptismo de cada uma, que so convidadas a trazer e a colocar junto de Cristo Ressuscitado. 3. A Palavra de Deus, para melhor ser fixada, apresentada como texto musicado. No uma melodia tipicamente infantil, mas tem a vantagem de ser cantada por muitas comunidades crists de que as crianas fazem parte. Pelo seu Baptismo, cada criana foi e est integrada na Igreja e na Igreja, na sua totalidade, que actua o Esprito. 4. possvel que no grupo haja crianas por baptizar. Nesse caso, faam-se as devidas adaptaes, algumas sugeridas ao desenvolvimento da catequese. Nessas crianas, esta catequese pode e deve despertar ou fortalecer o desejo e o gosto pelo Baptismo e a sua preparao. MATERIAIS Dstico JESUS envolto em raios de luz (catequeses anteriores); Folhas com o Aleluia e os nomes das crianas e catequistas (catequeses anteriores); Fotografias do Baptismo de cada criana baptizada (1 alternativa) ou, se no baptizada, do seu futuro padrinho/madrinha ou pai/me ou de uma criana ou adulto recm-baptizado (2 alternativa); Dsticos Pai, Filho e Esprito Santo; Recipiente de gua (catequese anterior); Pano branco (catequese anterior); Crio pascal (catequeses anteriores); Bblia; Canetas/esferogrficas. MSICAS Aleluia, glria ao Senhor; Ressuscitou para nossa vida; Recebestes um Esprito.

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II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar: o dstico Jesus, envolto em raios de luz (como nas duas catequeses anteriores) e rodeado pelas cartolinas com o Aleluia escrito pelas crianas, a formar como ptalas de flores. Na mesa: A Bblia, o crio pascal e o recipiente com e um pano branco (como na catequese anterior). I. EXPERINCIA HUMANA

1 Alternativa

Para grupos em que todas as crianas ou a maioria delas esto baptizadas. Se houver crianas por baptizar, podem seguir, adaptada, a 2 alternativa. Ento fizeram o que combinmos na ltima catequese? Foram duas coisas: primeiro, escrever, no catecismo, o dia e o lugar onde foram baptizados e o nome do senhor Padre (ou Dicono) que vos baptizou; segundo, trazer uma fotografia do vosso Baptismo. Quem fez isto? E no querem mostrar aos outros?... Fazemos assim: cada um de vs vem aqui frente, diz aos outros o que escreveu no catecismo e mostra a fotografia. O catequista, medida que vai recebendo as fotografias, afixa-as junto e em volta do dstico Jesus. Pelo meio e, sobretudo, no fim da entrega, convida as crianas a cantarem o cntico indicado a seguir. Coloquei as fotografias junto de Jesus, porque o nosso Baptismo se deve a Jesus. Cantemos-lhe de p: Ressuscitou para nossa vida (1 e 3 e, se necessrio, 2 estrofe).

2 Alternativa

(Para grupos em que todas, ou quase todas as crianas esto por baptizar) Vs no pudestes escrever o que est pedido no catecismo: o dia, o lugar e o nome do senhor Padre que nos baptizou. Ainda no fostes baptizados, mas havereis de ser.

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J sabeis quando?... E j escolhestes os vossos padrinhos? Quem j escolheu?... E trouxeram uma fotografia deles ou dos pais (no caso de j terem sido baptizados; se no for possvel nenhuma das hipteses, o catequista procure uma ou duas fotografias de crianas ou adultos a serem baptizados, se possvel, na ltima Viglia Pascal). Ento os que j tm, vm aqui frente dizer os nomes dos padrinhos, o que estes lhes tm feito e porque os escolheram. Depois mostram as fotografias deles a serem baptizados. O catequista, medida que vai recebendo as fotografias, faz como na 1 alternativa e, pelo meio e no fim, convida ao mesmo cntico: Ressuscitou para nossa vida (1 e 3 estrofes). Que bem que vs cantastes! Parece mesmo que estais iluminados por Cristo, como aquelas vossas fotografias em volta do seu nome. tal e qual como quem est baptizado; est revestido de Cristo, limpinho, como este pano branco (mostra o pano). Mas digam-me uma coisa: Quem que vos fez cantar to bem e com tanto entusiasmo? Olhem o mesmo que nos faz rezar e nos faz sermos bons uns com os outros. Vejam l se adivinham? (Deixar que as crianas se exprimam e, no fim, perguntar:) Para sabermos ao certo quem nos faz cantar com tanto entusiasmo, nos leva a rezar a Deus e a Jesus, a sermos seus amigos e amigos uns dos outros, para sabermos quem faz isso tudo em ns, pensem nas palavras que o senhor Padre disse a cada um, quando foi baptizado. Podem abrir os vossos catecismos, porque vm l (o catequista indique a pgina com a frmula baptismal e mande ler, primeiro, individualmente e, depois, em coro. Afixe no placar, por baixo de Jesus, os dsticos Pai, Filho e Esprito Santo, em ordem descendente:) Pois bem quem nos faz rezar e ser bons algum que vs dissestes e, est ali escrito. Quem ser? II. PALAVRA 1. Lembram-se de como S. Paulo, na ltima catequese, nos mostrou o que acontece no nosso Baptismo? Leiam l as palavras dele (o catequista indica a pgina do catecismo com o texto de Gal 3, 26-27 e pede:) Quem quer ler para os outros?... Somos filhos de Deus e ficmos revestidos de Cristo, como mostra a veste branca. Pois bem, S. Paulo ainda nos diz mais alguma coisa, para sermos filhos de Deus e ficarmos revestidos de Cristo. Vamos ouvir. E no se esqueam de no fim, responder Graas a Deus.

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O catequista, depois de abrir a Bblia em Gal 4.4-6, l s o seguinte: Leitura da carta de So Paulo aos Glatas: Irmos, Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, para sermos adoptados como filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos coraes o Esprito do seu Filho, que clama: Abb! Pai! Palavra do Senhor Todos: Graas a Deus O catequista repete, voltado para as crianas, as ltimas palavras lidas: Deus enviou os nossos coraes o Esprito de Seu Filho que clama Abb! - Pai. Sabem o que Abb? uma palavra da lngua de Jesus que quer dizer Pap ou, simplesmente Pai. E quem nos leva a chamar Pai ou Abb a Deus?... (O catequista serve-se do dstico do quadro para explicar o que se segue:) o Esprito Santo. E como que ns sentimos o Esprito Santo em ns? Quando sentimos uma vontade e uma alegria muito grande em rezarmos, por exemplo, o Pai Nosso, onde chamamos Pai a Deus, ou quando sentimos uma amizade muito grande por Jesus e queremos ser como Ele. Ou quando queremos e conseguimos ser bons uns para com os outros. E fazemos tantas outras coisas boas. Em tudo isso o Esprito Santo que est em ns. Que bom! No acham? 2. E se ns fossemos cantar estas palavras que S. Paulo nos disse sobre o Esprito Santo? Querem ouvir o cntico? Olhem, ele vem no catecismo (o catequista indica a pgina). Ento eu vou cantar uma vez e depois cantais vs. (O catequista ensaia:) Recebestes um Esprito. Ensaia tambm a cantar Abb, Pai! com gestos: as mos levantadaspara o alto.

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III. EXPRESSO DE F 1. Agora que j sabemos de cor, podemos todos cant-lo. E, no fim, chamamos mesmo a Deus Abb, Pai, como Jesus fazia. Ento, vo pr-se de polhemos todos para o placare agora cantemos: Recebestes o Esprito (refro e 1 estrofe). 2. Podem sentar-se. Esto a ver aquelas ptalas no placar, com o Aleluia. Que quer dizer Aleluia?... Exacto: Louvai o Senhor. E quem louva o Senhor? O que que est escrito por detrs do Aleluia? Muito bem: Os nossos nomes. Se no se esqueceram, porque gostam mesmo de louvar o Senhor. E quem nos leva a louvar o Senhor?... claro que o Esprito Santo. E quando o recebemos pela 1 vez? No dia do nosso Baptismo. Pois bem, tenho uma ideia: que na folhinha, onde escreveram o Aleluia e est o vosso nome, vo escrever junto do nome a data do vosso Baptismo, o dia em que foram baptizados (ou, para no baptizados, o ano em que sero baptizados). Acham bem?... Assim fica mesmo escrito o dia em que podiam, se soubessem, cantar o Aleluia, com a fora e o amor do Esprito Santo. Eu vou distribuir as folhinhas, aquelas lindas ptalas de flor. O catequista distribui a cada criana a sua ptala, pode ajud-las a copiar a data do Baptismo, a partir do catecismo. 3. Agora vo entregar as vossas folhinhas outra vez. Mas no de qualquer maneira. Eu proponho o seguinte: Primeiro, vamos todos cantar o Aleluia. Depois, cada um vem aqui frente entregar o seu Aleluia e diz aquela orao que todos j aprenderam: Glria ao Pai e ao Filho e ao Esprito Santo. Lembramse? (O catequista ensina). No fim de todos entregarem, cantaremos outra vez o Aleluia e rezaremos, em coro, o Pai Nosso, a orao que Jesus nos ensinou. De acordo? Tudo vai correr bem, primeiro, porque vs sois muito bons e quereis mostrar que o Esprito Santo est em vs; segundo, porque, se algum se esquecer, eu ajudo.

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Ento, de p, louvemos o Senhor: Aleluia, glria ao Senhor (1 estrofe: Glria ao Senhor nosso Pai; 2 estrofe: Glria ao Senhor Jesus Cristo). Entrega das folhas por cada criana ou em grupos de tantos quantos os catequistas. O Glria ao Pai pode tambm ser recitado por todos ao mesmo tempo. Aleluia, glria ao Senhor (3 estrofe: e ao Esprito Santo) Pai Nosso (em coro). 4. E agora que rezmos e cantmos, podemos cantar outra vez o cntico que aprendemos hoje: Recebestes o Esprito (s o refro). Se a prxima catequese for numa igreja, o catequista dever dizer isso s crianas e o local onde se encontram. No final: Catequista: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. Todos: Graas a Deus.

O catequista guarda as fotografias do Baptismo das crianas at ao prximo encontro.

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CATEQUESE 26

ENTRMOS NA IGREJA
I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. urgente o sentido de Igreja urgente, porque so ainda muitssimos os cristos que o no tm ou, pelo menos, comportam-se como no o tendo. Eu c tenho a minha f, dizem muitos. E no estaria mal, se o pronome minha indicasse a dimenso pessoal, fundamental, da f. Trata-se de uma comunho da pessoa com Deus. Ningum pode ser substitudo por outro nessa relao. mal, quando o minha significa, como acontece frequentemente, uma relao meramente individual e individualista. Como se o Deus em quem diz acreditar, fosse s o seu Deus, um Deus de quem, consciente ou inconscientemente, procura apropriar-separa a Ele se impor. Ou seja, para cair no pecado de querer ser como Deus; de, no fundo, querer ser Deus. Veja-se como ele descrito em Gn 3, com as terrveis consequncias para o ser humano. urgente o sentido de Igreja, tambm porque se continua a constatar um fenmeno, impensvel, no final da caminhada catequtica de tantas crianas e, sobretudo, adolescentes: o abandono, temporrio ou definitivo da Igreja. Quando se deviam sentir, mais do que nunca, comprometidos na famlia crist, deixam-na. Quer dizer que a caminhada catequtica no existiu. Se caminharam para Cristo, como se explica a debandada da comunidade crist, o seu corpo na terra. Se a catequese contribuiu para isso, ento seria melhor no ter sido feita. Pelo menos ficaria muito mais aberta a porta para, um dia mais tarde, por ela entrar, ao encontro do Pastor que tambm a porta para o redil onde nos oferece a vida e a d em abundncia (Jo 10, 1-10). urgente o sentido e a conscincia de Igreja, ainda porque a mensagem crist e, consequentemente, a sua vivncia fundamentalmente comunitria: est sintetizada e centralizada num acto de amor extremo, o dom da vida divina, realizando, de modo nico, por Jesus Cristo na cruz. Ele que assim, oferecido a Deus por ns e por toda a humanidade, nos liberta do pecado, destruidor da vida, por romper com toda a relao com Deus e, nele, com os outros. Se deste amor que nasce cada cristo, no o pode ter e viver, se o no pe em prtica: em primeiro lugar e principalmente 321

com os outros cristos com os quais constitui uma famlia, com laos muito mais profundos do que os laos que nos unem apenas humanamente. Quem no liga Igreja a que, como cristo, pertence, deve, no mnimo perguntar-se se, de facto, cristo. E se ele se no interroga, dever dos outros, dever da Igreja, faz-lo. Mas de um modo eclesial, isto , eivado pelo amor, aquele do qual o outro tanto necessita, para dele viver. 2. Eu estou no meio deles com esta promessa que terminam as palavras de Jesus em Mt 18, 19-20: Digo-vos ainda: se dois ou trs de entre vs se unirem na terra, para pedir qualquer coisa, hode obt-la de meu Pai que est nos Cus. Pois, onde estiverem dois ou trs reunidos em meu nome, eu estou no meio deles. Vistas no seu contexto literrio, so a ltima tentativa para reconquistar, para a comunho eclesial, um cristo que dela se afastou pelo pecado (18, 15-18): se rejeitar todos os convites e exortaes converso e assim continuar a auto-excluir-se da comunidade, nem nessa situao se devem baixar os braos. O que humanamente est a ser impossvel, ser possvel a Deus, desde que a comunidade, mesmo no nmero mais reduzido dos seus membros, para Ele se voltar numa orao de entrega filial. Tal o poder da orao: mantm, pelo menos os que a fazem, numa persistente insatisfao, perante o perigo que corre o irmo pecador de se perder para sempre. Uma orao em que, ao mesmo tempo, se unem ao Pai comum e a todos os seus filhos. Uma orao que expresso e fonte de um amor, que tem a sua prova mxima no perdo. Mas um perdo que necessita de ser aceite, para alcanar o seu fim: o arrependimento, a mudana de vida, a aceitao do amor que assim oferecido. Sobretudo se a orao e a comunho em que feita, se realiza em nome de Jesus, o Senhor. Um nome que Ele alcanou para sempre, depois dar a sua vida por todos, para remisso dos pecados. Foi desta entrega e do consequente reconhecimento deste seu amor extremo que nasceu a Igreja. Entregar-se e submeter-se a Cristo como Senhor, abrir a porta do corao e da vida a esse amor. Um amor que, naqueles que dele vivem, se exprime e concretiza no amor aos outros, sobretudo os mais necessitados fsica e espiritualmente. Para isso preciso uma coragem e uma constncia que ultrapassa as capacidades humanas. Da a promessa: Eu estou no meio deles. Palavras muito semelhantes s do nome dado a Jesus no princpio do Evangelho: O Emanuel, o Deus connosco (Mt 1, 23), e s que Ele, ressuscitado, diz aos Onze, no final do Evangelho: Eu estarei convosco at ao fim dos tempos (28, 20). Palavras que se inspiram no nome com que Deus se identifica, para garantir ao seu povo a libertao do Egipto e a sua organizao e existncia como povo: Eu sou Aquele que sou (Ex 3, 14). Isto , Eu sou, existo, tenho vida, uma vida plena, na medida em que estou convosco, para vos dar a vida que, de outro modo, no podeis adquirir. este Deus vivo e que, como tal,

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fonte de vida sem fim, que em Cristo se tornou mais vivo, porque mais connoscomormente na Igreja que nasceu de Cristo, o Emanuel. E quanto Ele preciso nela. Sobretudo se os seus membros se vem confrontados com a incapacidade e a tentao de limitar, o perdo at sete vezes, quando o que prprio de Deus perdoar at setenta vezes sete. O limite s se obtm, quando o irmo pecador finalmente acolheu o perdo infindavelmente oferecido, para o partilhar com aqueles que o ofenderam (Mt 18, 21-35). Ento que Deus est finalmente e realmente connosco, e Cristo no meio de ns. 3. A Comunidade crist, ambiente vital da catequese com este ttulo que os nossos Bispos iniciam o n 5 do documento Para que acreditem e tenham vida (Conferncia Episcopal Portuguesa 2005, p. 20). E fundamentam assim esse ambiente vital: A comunidade crist o sujeito, o ambiente e a meta da catequese. Na verdade, a vida crist um facto comunitrio, recebe-se, aprende-se e vive-se na Igreja, mistrio de comunho. Na vida das comunidades, a f crist torna-se um acontecimento vivido e actual, incarnado em pessoas, testemunhado em gestos e formas de viver. Portanto, em primeiro lugar, preciso levar a comunidade para a catequese. Os catequistas e os pais, juntamente com outros colaboradores mais prximos, no actuam primariamente por iniciativa e em nome individual, mas como membros e enviados de uma comunidade crist a que pertencem e na qual exercem o seu ministrio. Os contedos transmitidos partem e fundamentam-se na mesma Palavra de Deus que alcana a sua plena realizao como Palavra proclamada no anncio do Evangelho, celebrada na liturgia e praticada no servio fraterno da caridade (Ibidem, p. 20-21). Muitos dos gestos e ritos com que a comunidade recebe e transmite a graa de Deus, sobretudo pelas celebraes sacramentais, so adoptados nos encontros catequticos, como vivncia e expresso de f dos catequizandos e catequistas. Outros membros da comunidade, responsveis por servios comunitrios, so, pelo menos de tempos a tempos, convidados a dar testemunho aos catequizandos do carisma, isto , da graa inerente a esse servio, e da alegria com que o executam. Da nasce o movimento inverso e complementar: a catequese levada para a Igreja, j que esta a sua meta. Aos catequizandos , continuamente e de modo explcito ou implcito, transmitida a mensagem e a convico de que so membros de uma famlia mais alargada, aquela em que todos os seus membros so filhos do mesmo Pai, irmos do mesmo Cristo e animados pelo mesmo Esprito. Uma famlia em que entram pelo Baptismo e se integram mais intensamente pela Confirmao e, sobretudo, pela Eucaristia. Na Igreja so levados a reviver, no seu lugar prprio, as oraes e cantos, os ritos e os gestos que lhes so apresentados e explicados, para, j no acto catequtico, serem 323

executados, como expresso da orao e da f comunitria. Para isso, alm de uma persistente exortao participao nos actos de culto e de exerccio de caridade realizados na Igreja, eles prprios so, sempre que tal for possvel, conduzidos ao edifcio, a igreja, onde a Igreja se rene, em volta daquele que est na sua origem, o seu fundamento e a fonte permanente da sua vida: Cristo, morto e ressuscitado, que prometeu aos membros da sua Igreja estar no meio deles para sempre com o seu perdo ilimitado. OBJECTIVOS Tomar conscincia de que pelo Baptismo que entramos na Igreja; Descobrir e compreender que Cristo o fundamento e o centro da Igreja; Reviver e aprofundar, em orao e comunho, a integrao na Igreja. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Para a maioria das crianas, como dos adultos, a Igreja identificada com o edifcio em que se renem os cristos. Por isso, parte-se dessa noo para o sentido original e mais prprio do termo: a Igreja como assembleia dos cristos reunidos por Cristo, desde o Baptismo de cada um. Da o relevo que, nesta catequese, dado ao rito baptismal de acolhimento porta da igreja, onde cada baptizando recebido pela Igreja, a famlia crist a que passar a pertencer. 2. importante o fundamento cristolgico da Igreja: Cristo que chama cada um a integrar-se na comunidade em que Ele, com o Pai e o Esprito Santo, se manifesta e nos oferece a vida. Esta dimenso cristolgica realada quer pelo canto repetido, em que cada criana responde ao chamamento de Cristo, quer, depois, pela substituio da imagem da igreja edifcio pelo nome de Jesus, na sua condio de ressuscitado. em volta dele que as crianas se devem sentir membros da Igreja. 3. Como as catequeses anteriores, tambm esta muito vivencial. As crianas ganham sentido de Igreja, na medida em que, no acto catequtico, se sentem e mostram como membros da Igreja. nessa perspectiva que, na medida do possvel, a parte fundamental da expresso de f se realiza no templo, com especial relevo para o altar, onde Cristo mais nos oferece a sua graa e os cristos vivem com mais intensidade a sua comunho de membros da Igreja. 4. Apesar de vrias vezes repetido, nunca de mais lembrar ao catequista que tudo deve ser feito na maior ordem. Para isso conta muito o seu prprio comportamento, principalmente o modo e a intensidade com que se entrega a viver o que vai transmitindo.

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MATERIAIS O dstico Jesus rodeado de raios de luz (catequeses anteriores); As folhas em forma de ptalas com o Aleluia, de um lado, e os nomes das crianas e catequistas, do outro (catequeses anteriores); Crio pascal (catequeses anteriores); Recipiente com gua (catequese anterior), principalmente se toda a catequese decorre na sala; Bblia; Fotografia ou imagem da igreja (tirada de frente, de modo que seja visvel a porta da igreja), se possvel, da parquia ou do lugar onde vivem as crianas; Dsticos: Igreja e Onde estiverem dois ou trs reunidos em meu nome, eu estou no meio deles; Mquina fotogrfica. MSICAS Cristo Jesus, tu me chamaste (ou: Viemos com alegria); Somos a Igreja de Cristo.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Local de realizao trs alternativas: a) Na igreja paroquial ou onde haja baptistrio. Para isso, a igreja deve estar totalmente livre, de modo que no haja perturbaes no desenvolvimento da catequese. Neste caso, as trs partes da catequese decorrem nos seguintes lugares: Experincia humana: junto e do lado de fora da porta de entrada da igreja e, depois, em volta da pia baptismal (se esta fica situada entrada ou no meio de igreja). Palavra: o mais perto possvel do ambo, de onde feita a leitura e (se no for muito afastado) a sua explicao. Expresso de f: no baptistrio e em volta do altar. Neste caso, adapte-se o que apresentado, na alternativa seguinte: b) Numa igreja se possvel onde haja baptistrio, mas s a ltima parte da catequese. a alternativa exposta a seguir. c) Na sala da catequese, se nenhuma das alternativas anteriores for possvel. Neste caso, a mesa da catequese pode ser adaptada a altar e, para tal, deslocada de junto do placar. Preparao da sala: No placar: ao centro (e a cobrir o dstico Jesus das catequeses anteriores) uma fotografia (ou imagem) de uma igreja (de frente), se possvel a que as crianas j 325

conhecem e iro visitar a seguir; em volta dela, as fotografias das crianas a serem baptizadas (trazida na catequese anterior) e as folhas em forma de ptala de flores com o Aleluia (escrito pelas crianas e catequistas). Na mesa: a Bblia, ladeada pelo crio pascal (apagado) e o recipiente com gua, usados nas catequeses anteriores. I. EXPERINCIA HUMANA 1. J repararam, certamente, no que est hoje no centro do placar O que ?... Muito bem. a fotografia (ou imagem) de uma igreja. E sabem onde fica situada esta igreja?... (Se for o caso:) Fica na nossa terra. De certeza que j todos l foram. l que habitualmente temos a missa. E sabem quando l entraram pela 1 vez?... Sim, a maior parte de vs foi no dia do seu Baptismo. Quem de vs foi baptizado l?... E sabem como foi? Como que comeou?... No se lembram, porque ainda eram muito pequeninos. Mas j viram as fotografias do vosso Baptismo e alguns, se calhar, j assistiram a um baptizado. Quem j viu?... (Se for o caso:) Ento contem l como foi. (Deixar que se exprimam, mas s no que diz respeito ao acolhimento, entrada da igreja. Depois comentar:) A maior parte dos meninos e meninas que so baptizados, so recebidos, juntamente com os pais e padrinhos, entrada da igreja. A o senhor Padre (ou Dicono) perguntou aos pais o vosso nome. E depois perguntou, por exemplo aos pais do (nome de uma criana do grupo): que pedis Igreja para o/a (nome)? E eles que responderam?... o Baptismo. A seguir disse aos vossos pais e padrinhos que deviam ensinar-vos a amar a Deus e aos outros, como fez Jesus. E sabem o que ele fez a seguir, juntamente com os pais e padrinhos?... Exacto, fizeram uma cruz na vossa testa. Sabem porqu?... Porque foi na cruz que Jesus deu a vida por ns. A cruz o sinal do cristo. Por isso que ns nos benzemos tantas vezes. E se cada um de ns fizesse agora o que o sr. Padre, os pais e padrinhos fizeram ento entrada da igreja?... Mas tem de ser com muito respeito. Se no for com respeito, sinal de que no gostamos de ter sido baptizados. Ento vamos pr-nos de pE agora, cada um, com o dedo polegar (o catequista mostra e pede para cada criana fazer o mesmo) faz uma cruz na sua prpria testa.

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Se houver crianas por baptizar podem fazer o mesmo, mas adaptando para elas o que antes se disse: aquilo que um dia ir acontecer com elas. No fim, continuar: 2. Muito bem. Quase que parece que est agora a acontecer o nosso Baptismo, naquela igreja (apontar para o placar). Ento entrmos nela, como no dia do nosso Baptismo. Mas sabem como entrmos nesse dia?... Claro, foi ao colo da nossa me ou do nosso pai. A maior parte de ns ainda no sabia andar. Mas o que fizeram as pessoas que nos acompanhavam?... Cantaram. No sabemos qual foi o cntico. Mas podia ter sido um que j cantmos aqui. Talvez ainda se lembrem. assim: (O catequista recorda e, se necessrio, ensaia o cntico Cristo Jesus, tu me chamaste). Agora que j sabemos, cantemos todos: Cristo Jesus, tu me chamaste (refro e 1 estrofe). (Em vez deste, pode cantar-se Viemos com alegria). 3. Podem sentar-se Ser que Jesus Cristo nos chama mesmo?... Claro. At disse o nome. No dia do nosso Baptismo, chamou-nos pelo nome, vrias vezes. A primeira j vimos qual foi: entrada na Igreja. E depois disse-o noutra altura muito importante. Ora abram os catecismos na catequese 24. (O catequista indica a pgina onde vem a frmula baptismal e manda ler). Esto a ver: Jesus, atravs do senhor Padre, chamou por ns para nos baptizar Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. E foi assim que ficmos a ser Filhos de Deus e recebemos o Esprito Santo. E o Esprito Santo que nos leva a rezar e cantar com alegria e entusiasmo. Olhem, para que isso acontea, vamos todos dizer o que aconteceu no nosso Baptismo e, ao mesmo tempo benzer-nos. Assim (o catequista personaliza a frmula seguinte, convidando de seguida as crianas e fazerem o mesmo de p): Eu (nome) estou baptizado em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. E agora podemos cantar ainda com mais alegria: Cristo Jesus, tu me chamaste (s o refro).

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II. PALAVRA 1. Podem sentar-se. Voltemos ao nosso Baptismo, quando entrmos na Igreja. (O catequista afixa o dstico Igreja, na parte superior do placar). Esto a ver o que eu afixei no placar?...Ora leiam comigo: Igreja. Mas, porque ser que eu afixei essa palavra, se a igreja j l estava, naquela imagem? Algum capaz de adivinhar?... Eu vou explicar: ns chamamos igreja quela casa, quele edifcio. Mas tambm chamamos Igreja a outra coisa. Que ser? Igreja o grupo, a famlia dos que so baptizados, so filhos de Deus e recebem o Esprito Santo. No dia do nosso Baptismo, ns entrmos naquela casa (apontar) e fomos recebidos por outras pessoas que, por serem baptizadas, so a Igreja (apontar). Foram algumas dessas pessoas que ento tambm cantaram o cntico Cristo Jesus tu me chamaste ou outro. Querem cantar outra vez, agora a pensar tambm nessas e outras pessoas? Ento, cantemos outra vez, de p: Cristo Jesus, tu me chamaste (refro). 2. Que bonito. Cada um de ns acaba de dizer a Jesus estou aqui. Por duas vezes. Estamos aqui, para qu? Primeiro para o escutar. E querem ouvir o que Ele tem hoje para nos dizer?... muito importante. Ele vai dizer-nos o que, alm do nosso Baptismo, devemos fazer para pertencermos ao grupo dos seus amigos, daqueles que fazem parte da sua Igreja. O catequista acende o crio, abre a Bblia em Mt 18, 19-20 e l lentamente: Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Mateus: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discpulos: Se dois de entre vs se unirem, na terra, para pedir alguma coisa ho-de obt-la, do meu Pai que est nos Cus. Porque, onde estiverem dois ou trs reunidos em meu nome, eu estou no meio deles. Palavra da salvao. 328

Crianas: Glria a vs, Senhor. 3. Depois de mandar sentar as crianas e pousar a Bblia, o catequista afixa, na parte inferior do placar, o dstico: Onde estiverem dois ou trs reunidos em meu nome, eu estou no meio deles, e retira a fotografia ou imagem da igreja, descobrindo assim o dstico Jesus, rodeado de raios de luz, usado nas catequeses anteriores. De seguida, comenta: Querem ler todos, comigo, as palavras que Jesus nos acaba de dizer?... Ento digamos: Onde estiverem dois ou trs reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles. E agora lemos todos o que est escrito l em cima no placar: Igreja. Pois bem, a Igreja est onde estiverem pelo menos dois ou trs reunidos em nome de Jesus. E quem so eles? 4. Eu vou chamar pelo vosso nome e cada um, ao ouvi-lo, pe-se de p e r e s p o n d e : Estou aqui. O catequista vai pegando em cada uma das ptalas com o Aleluia, afixadas no placar l o nome da criana a quem diz respeito e, depois de ela responder Estou aqui, afixa a mesma ptala, mas agora com a face que tem o nome voltada para a frente. No fim, comenta: Que bonito est o placar!... Jesus no meio e ns todos em volta dele. Ele chamou pelo nosso nome, respondemos Estou aqui e colocmo-nos em volta dele. At parece uma flor. E as ptalas somos ns. O que que ns formamos, assim reunidos em volta de Jesus?... Vamos ler outra vez o que est escrito por cima e por baixo. Comecemos pelo que est escrito por baixo, porque so palavras de Jesus. Ento, todos: Onde estiverem dois ou trs reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles. E, com Jesus no meio de ns, ns formamos a Igreja. III. EXPRESSO DE F 1. E onde que ns nos reunimos em nome e em volta de Jesus?... Sim, aqui na catequese. Estamos mesmo reunidos, chamados por Ele e em nome dele. Mas, antes de virmos catequese, muitos anos antes, onde nos reunimos, chamados por Jesus? Naquela casa ou igreja que estava ali ou noutra parecida. Quando foi pela primeira vez? No nosso Baptismo. Estou com uma ideia: se ns fssemos hoje igreja onde fomos baptizados?... Eu (tambm) acho que uma bela ideia. que l, somos ainda mais Igreja, porque l 329

renem-se muitos outros cristos. E quevamos l fazer? No digo j, porque, antes disso, gostava que ns aprendssemos um cntico para l cantarmos. Eu vou ensinar. (O catequista ensaia, pelo menos, o refro do cntico: Somos a Igreja de Cristo). 2. Agora j podemos ir nossa igreja. Chegados porta da igreja: Que aconteceu aqui, no dia do nosso Baptismo?... Fomos recebidos, pelo nosso nome e com um sinal da cruz na testa. Cada um pode faz-lo na sua testa Agora entramos, cantando: Cristo Jesus, tu me chamaste. Chegados junto e, se possvel, em volta da pia baptismal, com gua: Aqui que cada um (ou muitos) de ns foi (foram) baptizado(s) Ento, molhemos todos os dedos da mo direita na gua E agora benzemo-nos dizendo: Estou (serei) baptizado em Nome do Pai e do Filho e do Esprito. E agora vamos para o lugar mais importante desta igreja: a mesa ou altar volta do qual se renem os cristos em nome de Jesus. l que ns mais formamos a Igreja. (Se for o caso:) Ao passar em frente do Sacrrio, fazemos uma genuflexo. Chegados l, rodeiam o altar e o catequista diz: Em sinal da nossa unio, demo-nos as mos e cantemos: Somos a Igreja de Cristo (refro e 1 estrofe). Agora, ainda de mos dadas, elevemo-las para Deus e rezemos a orao que Jesus nos ensinou: Pai Nosso que estais nos Cus Assim, a rezar todos a Deus nosso Pai, com Jesus e ajudados pelo Esprito Santo, somos ainda mais Igreja de Cristo. Cantemos outra vez: Somos a Igreja de Cristo (refro e 3 estrofe). Catequista: Ide em paz E que o Senhor vos acompanhe. Crianas: Graas a Deus.

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Se o Sacrrio estiver vista, o catequista convida todas as crianas a fazer a genuflexo, ao mesmo tempo, e, em fila, acompanha-as at porta da sada. Antes de o grupo deixar a igreja, se possvel ainda em volta do altar, faa-se dele uma fotografia no s para documentar o momento vivido e celebrado, mas tambm para servir nas prximas catequeses.

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CATEQUESE 27

AMARS O SENHOR TEU DEUS


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Faz o que Ele diz primeira vista, este ttulo podia bem fazer parte do conhecido ditado: Bem prega Frei Toms! Faz o que ele diz e no o que ele faz. Todos conhecem a quem se aplica: aos pregadores que o so s de boca, s de palavras. E se as palavras se no concretizam nos actos de quem as diz, ento prefervel s ouvir, j que ver pode levar rejeio do que se ouve, e no apenas daquele que se est a ouvir. Se os actos contradizem as palavras, ento so estas as palavras que correm srio perigo de cair em descrdito Se nem o prprio nelas acredita, pela prtica de vida? O ditado aplicado mais frequentemente aos ministros da Palavra, ordenados ou no ordenados. Mas pode dizer-se de cada cristo, uma vez que nenhum deles o pode ser, sem dar testemunho daquele que o fez cristo. tal o poder e o alcance de Cristo, que impossvel a quem nele verdadeiramente cr, deixar de falar dele. Se o no faz, tem de interrogar-se seriamente se, de facto, nele acredita, no sentido dito por Paulo: J no sou eu que vivo; mas Cristo que vive em mim (Gal 2, 20). E se Ele vive mesmo em mim, ai de mim se no evangelizar (1 Cor 9, 16). Uma evangelizao que, porm, para ser aceitvel e eficaz, no pode ser apenas de boca. f tem de corresponder a moral. Uma e outra so absolutamente constitutivas do ser cristo. No cristo quem no procede conforme . E quem no se comporta de acordo com o que pensa, acaba, mais cedo ou mais tarde, por pensar como se comporta. Esta separao e at contradio entre f e conduta moral um dos principais problemas com que se debate o cristianismo dos nossos dias. Entre ns, a maioria das pessoas so cristos. Pelo menos declaram-se como tal, e (ainda) procuram, para si e para os seus, os meios que a Igreja oferece para se tornarem cristos, nomeadamente o Baptismo e (menos) os restantes sacramentos de iniciao crist. Muitos pais (ainda) mandam os filhos catequese. Mas, muitos deles s mandam. 333

No vo, a no ser levar os filhos, cuja vida crist, por sua vez, se reduz, na prtica hora semanal da catequese. A verdade que, vivendo numa sociedade crist, os cristos, na realidade, vivem na dispora: dispersos e perdidos num meio ambiente que, cada vez mais, se rege por valores e prticas de vida contrrios e contraditrios da mensagem crist. E, infelizmente, a maioria dos cristos assume-os nas suas convices e comportamentos, ignorando assim os valores do Evangelho, defendidos pela Igreja. Veja-se o que se passa em relao ao aborto. Que fazer? O que Ele, diz. Porque, o que Ele, Jesus Cristo, diz, tambm o faz. Di-lo, fazendo. E s Ele nos pode levar a fazermos tambm o que dizemos. 2. Mestre, qual o maior mandamento da Lei? A pergunta feita a Jesus, segundo Mt 22, 35-36, por um fariseu, especializado na Lei. O mesmo sucede em Mc 12, 28: Qual o primeiro de todos os mandamentos? Trata-se de encontrar um princpio unificador para todas as leis que, j no AT, nomeadamente nos chamados livros da Lei (entre ns, mais conhecidos por Pentateuco), garantiam a ordem e, como tal, a existncia do povo de Deus; leis que esto resumidas, como uma espcie de constituio, no chamado Declogo, isto , nas Dez Palavras, mais conhecidas por Dez Mandamentos da Lei de Deus, e inseridas na aliana entre Deus e o seu povo, celebrada no Monte Sinai (Ex 20, 1-17; Dt 5, 6-22). Por nelas estar em jogo a vida, do povo de cada um dos seus membros, em Lc 10, 25 a pergunta, feita tambm por um doutor da Lei, formulada nessa perspectiva: Mestre que hei-de fazer para possuir em herana a vida eterna? Isto , uma vida sem as limitaes que a podem impedir de se desenvolver ou que a destroem. Uma vida que v para alm da minha individualidade ou do mundo, do crculo mais restrito das pessoas, de quem e para quem vivo. Uma vida constituda por um permanente e to alargado, quanto possvel, intercmbio de dons que se fazem e se recebem. Numa palavra: uma vida verdadeiramente feliz. Nesse sentido, a pergunta feita a Jesus de todos os seres humanos e de todos os tempos. Pode ter outras formulaes, de acordo com as circunstncias em que cada um se encontra. Mas, no h ningum que no queira ser feliz e lute por isso. Sobretudo quando se depara com contrariedades, se v em situaes limitativas da sua vida ou da vida daqueles que fazem parte da sua vida. E, mais ainda, quando no encontra sada, vista ou mo, para ultrapassar e vencer esses obstculos, essas limitaes. ento que surge com mais intensidade, por vezes bem dramtica, a pergunta: que fazer? que caminho seguir? Por que normas devo orientar-me no meu modo de pensar e de proceder? E, quando as conheo, como p-las em prtica? Sim, no basta saber o que devo fazer. Preciso de capacidade, por vezes de uma coragem que vai para alm das 334

minhas foras naturais, para realizar o que, teoricamente, conheo como caminho a seguir, como dever a cumprir. Neste contexto, o maior mandamento da Lei significa, antes de mais, aquele princpio que d sentido a todas as pequenas e pormenorizadas normas (e so tantas, dentro e fora da Igreja) que devo cumprir. Sobretudo quando, entre elas, no h uma ligao clara ou, devido a circunstncias diferentes, pode haver mesmo contradio. Como saber o que, nessas alturas, prioritrio ou mesmo o que no devo fazer? Mas a pergunta sobre o primeiro mandamento da Lei inclui tambm, pelo menos implicitamente, a questo da capacidade para o cumprimento do que sei dever fazer, para ser feliz. 3. Amars o Senhor teu Deus A resposta de Jesus esta: Amars ao Senhor, teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este o maior e o primeiro mandamento. O segundo igual a este: Amars o prximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mt 22, 37-40). O primeiro uma citao adaptada de Dt 6, 5, que todo o povo de Israel e cada um dos seus membros convidado a escutar e a, incondicionalmente, pr em prtica. O segundo cita Lv 19,18, onde o amor ao prximo aparece como um dos elementos que faz de Israel um povo santo, porque propriedade do Deus Santo. De resto, o Declogo, nas suas duas partes, constitudo por este duplo amor. E na mesma ordem em que apresentado por Jesus: primeiro o incondicional e total amor a Deus e, em segundo lugar, o amor ao prximo, exemplificado em 7 mandamentos. A ordem indicativa da sua dependncia: s no total amor a Deus possvel o necessrio amor ao prximo. Por outro lado no h verdadeiro amor a Deus, se este no se prolongar e concretizar num correspondente amor ao prximo, isto , a todos aqueles que Deus ama. Veja-se o que, nesse sentido, nos dito em 1 Jo, 4, 20s: Se algum disser: Eu amo a Deus, mas tiver dio ao seu irmo, esse um mentiroso; pois aquele que no ama a seu irmo, a quem v, no pode amar a Deus, a quem no v. E ns recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame tambm o seu irmo. Portanto, a prova de que se ama verdadeiramente a Deus est no amor que se tem pelos outros. Um amor como a mim mesmo. Fao aos outros o que quero que me faam a mim. Mas a ordem do duplo mandamento indica tambm que o segundo s se pode realizar mediante o primeiro. S quem ama verdadeiramente a Deus est em condies de, realmente, de modo completo e persistente, amar o prximo. Porque s em Deus encontro a capacidade para isso. S Ele me abre os olhos e o corao a uma dimenso que vai muito, infinitamente, para alm daquilo que os meus olhos e o meu corao so capazes de alcanar. Ns amamos porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4, 19). J assim no AT: o declogo que inicia com o mandamento a Deus precedido da referncia poderosa libertao da escravido no Egipto, realizada pelo Senhor Deus 335

(Ex 20, 2). E, no NT, aquele Cristo que nos manda amar a Deus acima de tudo, o Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim. E s na medida em que, a partir da transformao operada em mim por esse amor, j no sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim (Gal 2, 20), estou em condies de amar os outros, todos os outros, porque por todos Ele deu a vida. No ser este amor que falta a tantos pregadores e muitos outros cristos que no fazem o que dizem? E que levam a que outros tambm no faam o que eles dizem? E lhes tiram a oportunidade de serem verdadeiramente felizes? OBJECTIVOS Descobrir o amor a Deus como requisito essencial para todo o cristo, membro da Igreja; Fundamentar o amor a Deus pelo seu amor para connosco; Exprimir o amor a Deus, de modo especial pela orao. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Depois de tomarem conscincia de que, pelo Baptismo, so membros da Igreja, as crianas precisam de saber como se processa a sua vida em Igreja, num dos seus elementos fundamentais: duplo mandamento do amor. Nesta catequese, so motivadas para o amor a Deus, como resposta da f ao amor de Deus para connosco. Para isso, so instrudas pelo prprio Jesus, por ter sido Ele quem mais viveu esta relao de comunho total em Deus. Uma instruo desejada e pedida por elas prprias, depois de descobrirem que Jesus o centro, o fundamento e a fonte da vida da Igreja. 2. A pergunta a Jesus que as crianas so convidadas a fazer e a pr por escrito, insereas de um modo activo e vivo da dinmica da Palavra de Deus: o que no Evangelho formulado pelo escriba de todos os tempos. A nica diferena, em relao s crianas, que elas exprimem por outras palavras o que o escriba pergunta como primeiro mandamento da Lei. Como as crianas ainda no esto em condies de compreender o que se entende por Lei, dizem explicitamente aquilo a que a Lei pretende conduzir: uma vida feliz, dentro do povo de Deus, que vive do cumprimento da Lei. 3. Para a orao que as crianas so convidadas a fazer, introduzido o Amen to usado nas nossas oraes, particularmente na liturgia. mais um meio para elas servirem na vida da Igreja e nela participarem mais activamente. 4. Dada a ligao desta catequese com a anterior, no seu desenvolvimento devem ser feitas as necessrias adaptaes ao desenvolvimento da catequese anterior. Que o catequista tenha isso em ateno. E lembre-se ainda que esta catequese ser,

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necessariamente, completada pela prxima. Para isso, guarde a folha que as crianas iro escrever nesta. MATERIAIS Fotografia do grupo, tirada na catequese anterior, num tamanho que permita reconhecer ao longe os seus membros; Ou o dstico Jesus e as folhas, em forma de ptalas (catequeses anteriores); Folhas, se possvel de vrias cores, mais ou menos do tamanho de metade de A5, uma para cada criana; Dsticos: Mestre, que devo eu fazer, para ser feliz, Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento e Amen; Esferogrficas/canetas; Bblia; Crio pascal (catequeses anteriores); Recipiente com gua (catequeses anteriores). MSICAS Somos a Igreja de Cristo; Amen (melodia mais usada na liturgia eucarstica da parquia); Fala, Senhor.

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Preparao da sala: No placar: fotografia do grupo, tirada no final da catequese anterior, em ponto suficientemente grande, para as crianas e catequistas serem reconhecidos distncia, do lugar da sala onde se encontram; falta da fotografia, o dstico Jesus, envolto em raios de luz, rodeado das folhas, em forma de ptalas, com os nomes das crianas e as datas do seu Baptismo (catequese anterior). Na mesa: a Bblia, ladeada do crio pascal apagado e do recipiente com gua, usados nas catequeses anteriores. I. EXPERINCIA HUMANA 1. Ento gostaram da ltima catequese?... (Se decorreu, no todo ou em parte, na igreja:) Foi bonito irmos igreja, no foi?... Foi quase como no dia do nosso Baptismo: Jesus a chamar pelo nosso nome entrada da igreja e ns a respondermos Estou aqui. Depois foi a visita pia baptismal, onde fomos levados para sermos filhos de Deus, e no fim O que que aconteceu?... 337

Exacto; fomos todos para junto do altar, fizemos uma roda volta dele, rezmos todos de mos dadas o Pai Nosso e cantmos um cntico. Ainda se lembram qual foi?... Somos a Igreja de Cristo. E se o fssemos cantar outra vez?... Fazemos assim: levantem-se demo-nos as mos e cantemos tambm com o nosso corpo, balanando para um lado e o outro, assim (o catequista pode recordar o incio do canto e, no ritmo ternrio da melodia, balanar o seu corpo). Ento, cantemos: Somos a Igreja de Cristo (refro e as trs estrofes). 2. Podem sentar-se (Se for o caso:) Ainda falta falar da ltima coisa que fizemos em volta do altar. Est ali no placar, como j devem ter reparado. L est o/a (o catequista, vai dizendo os nomes, se possvel, de todas as crianas que constam da fotografia. Se esta no foi feita, adapta as palavras anteriores ao dstico e s ptalas afixadas no placar). assim que somos Igreja de Cristo Jesus: o grupo dos seus amigos, em volta dele. Ele que est no meio e fez a unio entre ns (se for a fotografia, chamar a ateno para o altar, onde Jesus se oferece na Eucaristia). E, por isso, vivemos em comunho. Comunho significa uma unio muito, muito grande. Mas, Jesus est no meio de ns tambm aqui na catequese. Ele que nos chama. Ainda h pouco Ele disse os vossos nomes. Quando foi?... Quando eu os disse, apontando para o placar. 3. Pois bem, se Jesus est aqui, para nos falar e ns o ouvirmos. o que temos feito sempre na catequese. Mas hoje gostava que fosse um bocadinho diferente Proponho que, antes de Jesus nos falar, sejamos ns a falar com Ele e fazer-lhe uma pergunta. Sim, vamos todos fazer uma pergunta a Jesus. E que pergunta vai ser? Podiam ser muitas. Mas eu proponho que seja uma pergunta especial. Olhemos todos outra vez para o placar E agora digam-me: gostavam ou no de ver l a vossa fotografia (ou o vosso nome)?... Se ela (ele) fosse tirado de l, ficavam tristes, no ficavam? Ento, vamos perguntar a Jesus o que que Ele quer de cada um de ns, para no nos afastarmos da sua Igreja, onde nos sentirmos to bem. O que que cada um de ns deve fazer para se sentir feliz, contente, sempre com Ele. Esto de acordo?... Eu vou afixar a pergunta no placar. (O catequista afixa, na parte superior do placar, o dstico: Mestre, que devo eu fazer, para ser feliz? Depois diz:)

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Esto de acordo com esta pergunta?... Mas cada um que a tem de fazer. Por isso, vou distribuir por vs umas folhinhas. A pergunta igual para todos, mas, ao mesmo tempo, diferente para cada um. Esto a ver aqueles trs pontinhos a seguir palavra eu? Pois bem, no lugar dos trs pontinhos, cada um vai escrever o seu nome. (O catequista exemplifique com um ou outro nome das crianas). De seguida distribua as folhinhas ou cartolinas, que podem ser de diferentes cores. Durante o trabalho das crianas, o catequista retire o dstico do placar e pode pr, como msica de fundo, a gravao do cntico Somos a Igreja de Cristo ou Cristo Jesus, tu me chamaste. Para a recolha das folhas, siga uma das seguintes alternativas: 1 Alternativa

Grupo pequeno Cada criana convidada a vir frente e, junto da mesa e voltada para o placar, l, de alta voz, a pergunta que escreveu e coloca, de seguida, a folhinha em cima da mesa, em volta da Bblia. 2 Alternativa Grupo grande Todas as crianas so convidadas a ler, ao mesmo tempo, a pergunta escrita por cada uma, e de seguida cada uma vai junto da mesa e coloca a folhinha junto da Bblia. Durante a entrega, podem cantar o cntico proposto como msica de fundo. II. PALAVRA 1. J fizeram a vossa pergunta a Jesus e colocaram-na mesmo no lugar certo, aqui, juntinho da Bblia, onde est escrita a resposta de Jesus. No querem fazer a mesma pergunta, todos ao mesmo tempo?... Ento digamos: Mestre, que devo fazer, para ser feliz? Aqui, como vimos, para ser feliz na Igreja. Feliz, nunca nos afastando dela. Ento agora preparemo-nos para ouvir a resposta de Jesus. O catequista acende o crio e abre a Bblia em Mt 22, 35-37. Para ouvir Jesus ponham-se de p e cantemos o cntico, com as mos levantadas: Fala Senhor (1 estrofe e refro).

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Se houver mais catequistas, a leitura, adaptada de Mt 22, 35-37, pode ser feita do modo dialogado: um leitor para as palavras da Escritura; outro para as palavras de Jesus. Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Mateus: Crianas: Glria a Vs, Senhor. Catequista: Um dia, aproximou-se de Jesus um homem conhecedor da lei de Deus e perguntou-lhe: 1. Leitor: Mestre, qual o maior mandamento da Lei? Catequista: Jesus disse-lhe: 2. Leitor: Amars ao Senhor teu Deus com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. Este o maior e o primeiro mandamento. Catequista: Palavra da Salvao. Crianas: Glria a Vs, Senhor. 2. Depois de pousar a Bblia e as crianas se sentarem, o catequista afixa o dstico Amars ao Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento e comenta: A est a primeira coisa que Jesus nos diz para fazermos, e assim no nos afastarmos da Igreja e sermos felizes. Vamos todos ler, ao mesmo tempo, as palavras de Jesus. (Todos lem, a uma s voz, as palavras do dstico e podem mesmo repetir a leitura). O mais importante, para sermos felizes, amar a Deus, com todo o nosso corao, com toda a nossa alma, com todo o nosso pensamento.

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E sabem porqu?... Porque ningum nos ama tanto como Deus, ningum nos d tantas pessoas e tantas coisas boas. Querem dizer algumas? (Ouvir as crianas, apoi-las e complet-las nas suas respostas): Deus criou o mundo to belo e to bom para ns. Deus deu-nos as pessoas que mais nos amam: pais, familiares, amigos. Foi Ele que ps no corao dessas pessoas o amor por ns. E o mais importante de tudo: Deus deu-nos Jesus, o seu Filho querido, que nos amou tanto, tanto que deu a sua vida por ns. E Deus que nos colocou no nosso corao, o Esprito Santo que nos fez ser to amigos uns dos outros e de todos. No querem agradecer a Deus tanto amor?... Ento digamos a orao que j sabemos: Glria ao Pai Mas no vamos dizer de qualquer maneira. Levantem-nos Ergamos as mos inclinemos um bocadinho o corpo para a frente E agora, sim, digamos todos ao mesmo tempo: Glria ao Pai e ao Filho e ao Esprito Santo, como era no princpio, agora e sempre. Amen. Podem sentar-se Eu penso que Deus est muito contente connosco. Sabem porqu?... Porque estamos j a fazer o que Jesus nos diz para sermos felizes. Quem reza, com muita ateno, como acabmos de fazer, est a mostrar que ama a Deus. E sabem que mais podemos e devemos fazer para mostrar que amamos a Deus, de todo o corao? (Deixar que se exprimam e, conforme as respostas, comentar ou completar): Por exemplo, amamos a Deus, se falarmos dele, de Jesus e do Esprito Santo aos outros. Porque Deus amigo de todos. S que alguns no sabem ou no querem saber dele. Querem pensar um bocadinho nalguma pessoa que precisa de conhecer e amar mais a Deus? Faam assim: fechemos os olhos e pensemos todos em silncio. (Depois de um breve silncio): III. EXPRESSO DE F 1. J pensaram. Algum quer dizer em quem pensou?... No obrigatrio dizer. Mas se quiserem que assim podamos todos rezar por essas pessoas. Olhem, podemos fazer assim: os meninos e meninas que quiserem, dizem os nomes das pessoas e, depois de 2 ou 3 (ou mais conforme o nmero de crianas), rezamos todos a Deus por elas. E vamos rezar com uma palavra que ns j conhecemos mas, se calhar, nem todos sabem o que que ela significa. (O catequista afixa, por baixo do dstico anterior, o dstico Amen). 341

a palavra Amen. Algum sabe o que quer dizer Amen?... uma palavra da lngua de Jesus e j era rezada no tempo dele. Significa Assim seja. Quando dizemos Amen, estamos a unir-nos quela orao que algum diz ou todos dizemos. Estamos a dizer a Deus que tambm ns queremos rezar como as pessoas rezam e por quem as pessoas rezam. uma palavra to importante que at se pode notar. Muitas vezes canta-se na igreja e, se calhar, alguns de vs at j a sabem cantar. Querem aprend-la todos? O catequista ensaia o Amen, na melodia mais usada na sua parquia, no final da orao eucarstica. 2. Pronto. Agora j estamos todos preparados para rezar a Deus como Ele quer. Vamos pr-nos de p E fazemos, como combinmos: quem quer dizer as pessoas por quem quer rezar? Depois das 2 ou 3 intenes, o catequista diz: Ns vos rezamos, Deus nosso Pai, por todas estas pessoas, para que tambm elas vos amem com todo o seu corao. Todos (cantando): Amen, amen, amen. Depois de mais intenes, das crianas e/ou do catequista este diz: Ns vos rezamos, Deus nosso Pai, por todas estas pessoas, para que tambm elas vos amem com toda a sua alma. Todos (cantando): Amen, amen, amen. Depois de mais intenes diz o catequista: Ns vos rezamos, Deus nosso Pai, por todas estas pessoas, para que tambm elas vos amem com todo o seu pensamento. Todos (cantando): Amen, amen, amen. ltima inteno, proferida pelo catequista: Ns vos rezamos, Deus nosso Pai, por todos estes meninos e meninas e seus catequistas, para que vos amem sempre e em toda a parte, com todo o seu corao, com toda a sua alma e com todo o seu pensamento. Todos (cantando e elevando as mos para o alto): Amen, amen, amen.

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3. Podem sentar-se Esto contentes e felizes? Eu tambm. Muito. Estamos a fazer o que Jesus nos diz para sermos felizes e no nos afastarmos da sua Igreja. Mas, Jesus ainda no nos disse tudo. No chega amar a Deus, para sermos felizes e fazermos os outros felizes. Jesus ainda tem mais alguma coisa para nos dizer. Fica para a semana. At l, no se esqueam de ir fazendo o que preciso para amar a Deus. Olhem, l em casa, quando rezarem, podem dizer ou at cantar o Amen que hoje cantmos aqui. Estou para ver quem que no se esquece. E, agora, podamos cantar outra vez o cntico Somos a Igreja de Cristo. Depois do que fizemos, daquilo que Jesus j nos disse, podemos cant-lo ainda com mais alegria. Para isso, dmo-nos as mos e balancemos o nosso corpo. Ento vamos l. De p Somos a Igreja de Cristo (refro e 2 estrofe). No fim: Catequista: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. Crianas: Graas a Deus.

O catequista guarda as folhas com as perguntas das crianas, necessrias para a prxima catequese.

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CATEQUESE 28

AMARS O TEU PRXIMO


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. O amor ao prximo est inscrito na nossa natureza o Papa Bento XVI, na Encclica Deus Amor, n. 31, quem o diz: O imperativo do amor ao prximo ter sido inscrito pelo Criador na prpria natureza do homem. E justifica esta afirmao com a crescente formao, nas sociedades dos nossos dias, de organizaes com fins caritativos ou filantrpicos, que procuram, face aos problemas sociais e polticos existentes, alcanar solues satisfatrias sob o aspecto humanitrio. Um fenmeno importante do nosso tempo o aparecimento e difuso de diversas formas de voluntariado, que se ocupam de uma pluralidade de servios. Tal empenho generalizado constitui, para os jovens, uma escola de vida que educa para a solidariedade e a disponibilidade para darem no apenas qualquer coisa, mas darem-se a si prprios. anti-cultura da morte, que se exprime por exemplo na droga, contrape-se deste modo o amor que no procura o prprio interesse, mas que, precisamente na disponibilidade para se perder a si mesmo pelo outro (cf Lc 17, 33 e paralelos), se revela como cultura da vida (Ibidem 30). De facto, impressionante como sobretudo jovens e reformados gastam grande parte do seu tempo e das suas energias em tantas formas de empenho pelos outros: no prprio meio em que vivem e em continentes e pases onde as carncias e a misria de toda a ordem so gritantes. impressionante como, por exemplo, cada vez mais jovens passam as suas frias e at mesmo alguns anos do incio da sua carreira profissional ao servio generoso e desprendido dos mais necessitados, nos chamados pases de misso. Para eles e tantos outros uma necessidade esta prtica gratuita do bem. De resto, qualquer pessoa normal, perante a pobreza ou o sofrimento dos outros, se sente espontaneamente impelido em socorr-los. Na grande maioria dos casos, sem outro interesse que no seja dar-lhe a vida que eles no tm. E, se o que pratica o bem se sente realizado e feliz no bem que faz, , no fundo, porque, talvez inconscientemente, sabe que deste modo que a sua prpria vida adquire aquela dimenso que 345

constitutiva de vida: esta s vida, se fecunda; se, pela sua doao, cria vida nos outros, que dele passam a viver. Veja-se, como exemplo mais frequente e significativo, a alegria que experimenta um pai ou uma me por ver como a sua vida se prolonga e alarga nos filhos a quem d a vida. Mas, por outro lado, por que razo aquilo que assim to natural, est ainda to longe de ser o mais normal? Que falta s pessoas para serem, na prtica, aquilo que so por natureza? 2. A necessidade do amor de Deus Segundo o Papa, o aumento de organizaes diversificadas, que se dedicam ao homem nas suas vrias necessidades, (...) efeito tambm da presena, no mundo, do Cristianismo, que no cessa de despertar e tornar eficaz este imperativo, muitas vezes profundamente obscurecido no decurso da histria (Ibidem 31). De facto, para que o imperativo de um amor generoso e gratuito se realize, na sua base e tendncia natural, precisa de se manter puro e constante na sua realizao. Puro de todos os interesses prprios ou alheios. H sempre quem procure aproveitarse do bem e da generosidade dos outros para se promover, no ter e no poder. E o que pratica o bem facilmente cai na tentao de o fazer para proveito prprio, acabando por estar a pensar mais em si do que naqueles a quem faz bem, at ao ponto de os manipular para os seus prprios interesses. Veja-se, por exemplo, como certas pessoas se sentem ofendidas e feridas, porque se no vem reconhecidas e at premiadas pelos servios prestados. E, depois, necessria constncia, persistncia. Servir os outros exige, j de si, sacrifcios, renncias, perdas. E, quando no que procura fazer, no obtm os resultados projectados e procurados ou acaba at num fracasso total, e, sobretudo, quando o bem que faz causa de invejas, incompreenses e at perseguies, no admira que em tais situaes se perca a pacincia, se caia no desnimo e, pura e simplesmente, se desista. para evitar tudo isso e para que o amor seja realmente o que deve ser a fonte de felicidade para quem o pratica e para quem dele usufrui que necessria uma fora sobre-humana: aquela que nos oferece o Deus que amor, s amor e sempre amor; o Deus que assim se revelou, todas as vezes em que interveio na histria, at para castigar os prevaricadores, e o fez de um modo nico em seu Filho Jesus Cristo. Tanto amou Deus o mundo, que lhe deu o seu Filho Unignito, a fim de que todo aquele que nele cr no se perca, mas tenha a vida eterna (Jo 3, 16). Um dom inexcedvel de Deus no dom do Filho, que, por sua vez, foi verdadeiramente nico na total doao da vida, aquela em que obteve uma vida realmente ilimitada, para Ele e para quem, nEle acreditando, regenerado por esse amor, atravs do mesmo Esprito que levou o Pai e o Filho a darem-se a ns sem limites.

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da aco deste Esprito que precisa quem quer levar at ao fim o que j est inscrito na sua prpria natureza. Pode encontr-la na comunho daqueles que dEle vivem. 3. O amor constitutivo da Igreja A afirmao , mais uma vez, do Papa Bento XVI, na mesma Encclica: O amor do prximo, radicado no amor de Deus, um dever, antes de mais, para cada um dos fiis, mas -o tambm para a comunidade eclesial inteira, isto , em todas as suas dimenses: desde a comunidade local, passando pela Igreja particular, at universal na sua globalidade (n. 20). uma necessidade inerente sua natureza, identidade e existncia: A natureza ntima da Igreja exprime-se num trplice dever: anncio da Palavra de Deus (Kerigma-Martyria), celebrao dos sacramentos (Leiturgia), servio da caridade (Diakonia). So deveres que se reclamam mutuamente, no podendo um ser separado dos outros. Para a Igreja, a caridade no uma espcie de actividade de assistncia social que se poderia deixar a outros, mas pertence sua natureza, expresso irrenuncivel da sua prpria essncia (n. 25). E a razo ltima, quer deste dever essencial quer da sua relao de interdependncia com os outros dois, dever estar naquele e naquilo que est na origem da Igreja: Jesus Cristo com a entrega total da sua vida por ns. Ele que, no testamento deixado aos seus na Ceia de despedida, no-lo diz: Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros, na medida em que eu vos amei. Por isso que todos conhecero que sois meus discpulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 14, 34-35). este amor, que teve a sua prova mxima na doao da sua vida pelos seus amigos (15, 13), que a Igreja proclama, ensina, explica pela Palavra, celebra e actualiza pelos sacramentos, de modo especial pelo da Eucaristia, e realiza pelo servio puro e persistente aos outros. Um servio que acaba por ser o melhor e mais convincente testemunho do Evangelho, celebrado no culto. perante o servio desprendido e gratuito de caridade que os crticos da Igreja mais facilmente se calam e os incrdulos so convertidos f que actua pelo amor (Gal 5, 6). Quer isto dizer que o servio prestado por um catequista , tambm ele, um servio de caridade: porque educa para a prtica da caridade e, principalmente, porque realizado com o mesmo empenho, a mesma entrega, os mesmos sacrifcios e renncias e a mesma alegria e felicidade que obtm e experimenta quem ama, e, pelo amor, v a sua f, os seus conhecimentos, a sua vida a frutificar e a alargar-se vida dos catequizandos e seus familiares. Por tudo isso vale a pena arriscar tudo, como fez Jesus Cristo. OBJECTIVOS Reviver pela orao o amor de Deus; Acolher o mandamento do amor ao prximo, na sua ligao com o amor a Deus; Pr em prtica o amor a Deus e ao prximo. 347

OBSERVAES PEDAGGICAS 1. Esta catequese est particularmente ligada anterior: o amor a Deus tem de levar ao amor ao prximo. Da que o encontro comece com algumas das expresses deste amor a Deus que, pelo modo como so feitas, j contm o amor ao prximo: pela unio das vozes e dos coraes na orao, as crianas j esto a amar-se umas s outras. O mesmo vale para a proclamao da Palavra: voltam a ser lidas as palavras de Jesus proclamadas na catequese anterior, para serem completadas com as que se referem ao amor ao prximo. Finalmente, na expresso de f, as crianas, que acolhem as palavras de Jesus sobre o amor ao prximo, so convidadas a rezar umas pelas outras. 2. Nesta catequese comea tambm a ser preparada a prxima: as folhas que as crianas escrevem s voltam a ser entregues aos seus destinatrios na prxima catequese. Por isso o catequista deve guard-las. 3. Deve igualmente tudo fazer para que os pais ou outros encarregados de educao das crianas estejam presentes na prxima catequese. Se necessrio, mude-se a hora da catequese. A participao dos pais tem a finalidade extra de, com eles, se preparar a festa do Pai Nosso. MATERIAIS Fotografia do grupo, tirada na catequese 26; Ou o dstico Jesus, rodeado das ptalas com os nomes das crianas (catequeses anteriores); Dstico: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua Alma e com todo o teu pensamento (catequese anterior); Folhas escritas pelas crianas com a pergunta: Mestre que devo eu fazer para ser feliz? (catequese anterior); Dstico: Amars ao teu prximo como a ti mesmo; Canetas/esferogrficas; Crio pascal; Bblia. MSICAS Amen (melodia usada na liturgia eucarstica); Se vos amardes uns aos outros; Somos a Igreja de Cristo; CD com os dois cnticos anteriores (facultativo).

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II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: a fotografia das crianas e catequistas, tirada na catequese 26, ou o dstico Jesus, rodeado de raios de luz, e as folhas em forma de ptalas com os nomes e as datas de Baptismo das crianas (catequese 25); por baixo, o dstico Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. Na mesa: a Bblia, o crio pascal (apagado) e as folhinhas escritas pelas crianas na catequese anterior, com a pergunta: Mestre que devo eu fazer para ser feliz? I. EXPERINCIA HUMANA

1 Alternativa

1. Para grupos em que o catequista tem uma relativa certeza de que h crianas que, habitualmente, cumprem as tarefas propostas para realizarem casa. Pode certificarse disso durante o acolhimento. Ento, vamos l saber quem fez em casa o que eu propus na ltima catequese. Lembram-se do que foi? Exacto: contar l em casa aquela palavrinha que dizemos no final de muitas oraes. Como ? Amen. Contem l como foi. Deixar que as crianas contem, comentar brevemente o seu relato e louv-las pelo que fizeram. No final, concluir: J que fizeram to bem e, de certeza as pessoas com quem cantaram ficaram contentes, vamos todos cantar outra vez: Amen, amen, amen.

2 Alternativa

Quem se lembra ainda daquelas palavrinhas que aprendemos quase no fim da ltima catequese? Exacto: foi Amen. de que lngua? Da lngua que Jesus falava. Quando dizemos esta palavra, como que ficamos mais perto dele. Falamos como Ele falava.

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Por isso que ns, muitas vezes, dizemos essa palavra a cantar. Ainda se lembram de como cantmos? Ento experimentemos outra vez, como aprendemos. Cantemos todos. Amen, amen, amen. Agora digam l quando que ns habitualmente dizemos ou cantamos Amen? Exacto: quando rezamos. No fim de uma orao dita por ns ou por outra pessoa, ento que dizemos ou cantamos Amen. Lembram-se de alguma orao em que dizemos sempre Amen? Por exemplo, a orao Glria ao Pai e ao Filho Ou ainda quando nos benzemos. Vamos todos rezar estas duas oraes. At fica muito bem no princpio da catequese. Mas hoje fazemos assim: dizemos as duas oraes, primeiro aquela em que nos benzemos, mas no fim em vez de rezar Amen, cantamos. De acordo? Ento ponham-se de p Olhemos todos para a Bblia (ou outro objecto, por exemplo o dstico Jesus indicativo da presena de Deus) E comecemos: Em nome do Pai (Amen cantado). Glria ao Pai (Amen cantado). Muito bem. Podem sentar-se. Esto contentes? Eu tambm, e Deus, de certeza, que tambm. 2. Para as duas alternativas: A que propsito que ns aprendemos o significado desta palavrinha Amen? Olhem para o placar e leiam o que l est escrito. Agora podemos ler todos ao mesmo tempo: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. E agora cantemos, com todo o nosso corao, com toda a nossa alma e com todo o nosso pensamento, o Amen: Amen, amen, amen. Bonito. Estamos a dizer assim seja. Estamos de acordo com as palavras de Jesus. E estamos j a amar a Deus com todo o nosso corao, com toda a nossa alma, com todo o nosso pensamento. E ficamos felizes, no ficamos? E mais uma coisa: estamos na Igreja. Para no nos afastarmos da Igreja, temos de amar a Deus.

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II. PALAVRA 1. Lembram-se de eu ter dito que Jesus no nos disse s aquelas palavras? Para sermos felizes, disse ainda outra coisa que todos devemos fazer. E sabem uma coisa? O que Ele nos disse, ns j comemos a faz-lo, mesmo antes de o ouvirmos. E foi aqui na catequese, e hoje Foi, por exemplo, quando cantmos todos a uma s voz: Amen, amen, amen Alm de vivermos e cantarmos Amen para Deus, ainda o fizemos de uma outra maneira. E essa maneira de o fazermos j como aquilo que Jesus tem para nos dizer, a fim de sermos felizes. Depois vou explicar melhor o que foi. Antes temos de ouvir Jesus. Certamente que esto com muita curiosidade em ouvir o que Ele ainda tem para nos dizer. verdade? 2. Ento para o ouvirmos com maior ateno e com mais respeito, vamos fazer assim: primeiro perguntamos-lhe o que devemos fazer para sermos felizes. Fazemos a mesma pergunta que fizemos na ltima catequese e cada um escreveu na folhinha. S que fazemos a pergunta, todos ao mesmo tempo. Depois cantaremos o cntico Fala, Senhor e s depois escrevemos o resto da resposta de Jesus. Irei ler tambm o que Ele j nos disse e est escrito no placar e, a seguir, o que Ele hoje nos diz de novo. De acordo? O catequista acende o crio pascal, pega na Bblia, aberta em Mt 22, 37-38, e diz: Ento levantem-se E agora perguntemos todos, ao mesmo tempo, a Jesus: Mestre, que devo eu fazer para ser feliz? (pode repetir-se). E agora cantemos: Fala, Senhor (s o refro). Catequista: Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Mateus: Crianas: Glria a vs, Senhor. Catequista: Naquele tempo, perguntaram a Jesus: Mestre qual o maior mandamento da Lei? Jesus disse: Amars o senhor teu Deus com todo o teu corao,

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com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. Este o maior e primeiro mandamento. o segundo igual: amars ao teu prximo como a ti mesmo. Palavra da Salvao. Crianas: Glria a vs, Senhor. 3. Depois de mandar sentar as crianas e pousar a Bblia, o catequista afixa, no placar, a seguir ao dstico anterior, o seguinte: Amars o teu prximo como a ti mesmo. Depois comenta: Amar ao prximo. E quem o nosso prximo? So as pessoas que esto prximas de ns. Por exemplo aqui: quem o nosso prximo? Os nossos colegas. E l em casa? E na escola? E na igreja? E na nossa terra? Amar a todos, mesmo os que esto longe, que ns no conhecemos, mas que s vezes vemos, por exemplo, pela televiso. 4. Amar o prximo como a ti mesmo. Vs no gostais de ser amados? se gostais! Quando algum vos faz mal ou no vos liga, vos despreza, ficais tristes, no ficais? Se vs ficais contentes e felizes por vos amarem, os outros tambm ficam felizes quando vs os amais. E vs tambm ficais felizes por fazer bem e amar os outros, no verdade? Algum de vs quer contar alguma vez em que fez bem aos outros?... 5. S falta saber uma coisa: porque ser que Jesus nos manda primeiro amar a Deus? Porque Deus que nos d fora e coragem para sermos bons para com os outros e am-los. Se ns amarmos a Deus, Ele ajuda-nos a ser amigos dos outros. Se amarmos a Deus, Ele coloca no nosso corao o Esprito Santo que nos faz ser amigos dos outros, como Deus e Jesus so amigos de todos. E se ns lssemos toda a resposta de Jesus? Querem?

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Ento eu fao a pergunta e depois lemos todos, ao mesmo tempo, a resposta de Jesus. Catequista: Mestre, que devo eu fazer para ser feliz? Crianas: Amars o senhor teu Deus com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. E ao teu prximo como a ti mesmo. III. EXPRESSO DE F 1. Sabem que, ao cantarmos todos ao mesmo tempo Amen a Deus, j estamos a amar-nos uns aos outros? Eu vou explicar: quando cantamos ou rezamos, todos ao mesmo tempo, ouvimos as vozes e as palavras que os outros dizem. Por exemplo o/a (N) est a cantar Amen e ouve o seu vizinho (N) a cantar tambm Amen. E os dois e todos esto assim unidos a cantar, o mesmo e ao mesmo Deus. E s vezes at nos damos as mos, quando cantamos. mais um sinal de que nos amamos: unimos as vozes, cantamos o mesmo e unimos tambm as nossas mos. E como a Deus que cantamos, ento Deus que nos est a fazer amigos uns dos outros e a fazer-nos felizes, porque assim que temos Deus em ns. Olhem, eu conheo um cntico em que dizemos isso mesmo. Alguns talvez j o conheam, porque s vezes canta-se na igreja. assim: Se vos amardes uns aos outros, Deus permanece em vs. Depois de cantar e ensaiar o catequista diz: 2. Estas palavras tambm foram ditas por Jesus. E, por isso, tm muito mais valor. E, por isso, ns ainda as cantamos com mais alegria e entusiasmo. Querem? Ento ponham-se de p Demo-nos as mos uns aos outros. E agora, a uma s voz, cantemos: Se vos amardes uns aos outros (refro e 1. e 3. estrofes). 3. Podem sentar-se. Falta uma coisa. Cada um de vs escreveu a Jesus a pergunta: Mestre, que devo eu fazer para ser feliz? Est aqui nas folhinhas que escreveram (o

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catequista mostra-as). Mas falta escrever a resposta. Temos de a escrever, seno cada um fica sem ela. Acham bem? Para ser mais bonito, tenho uma ideia: em vez de cada um escrever a resposta na sua folha, vai escrev-la na folha de um colega, isto , na folha do prximo. At vai ser muito engraado, porque no sabem qual o colega que escreve na sua folha. Vai ser uma bela surpresa. Acham boa a ideia? Ento eu vou distribuir as folhas. A resposta est no placar e podem escrev-la, no outro lado da folha que tem a pergunta. Como est dito, o catequista d a cada criana a folha com a pergunta de uma outra Durante o trabalho das crianas, pode colocar, como msica de fundo, a gravao do cntico Se vos amardes uns aos outros ou Somos a Igreja de Cristo. No final diz: 4. Falta escreverem o nome da pessoa que disse essas palavras. Quem foi? Mas olhem: no vo escrever o nome de Jesus. Sabem porqu? Porque vs estais de acordo com as palavras de Jesus. Por isso, em vez do nome de Jesus, escrevem o vosso nome. Jesus serve-se de cada um de vs para dizer ao colega o que deve fazer para ser feliz. Est bem? Ento, cada um escreve o seu nome por baixo das palavras de Jesus. 5. S falta saber o que vamos fazer s folhas. Que vos parece? claro que as temos de entregar ao colega que fez a pergunta. Mas, no vai ser hoje. Hoje vamos fazer o seguinte: vamos rezar uns pelos outros e depois cada um vem colocar aqui, junto da Bblia, a folha que escreveu. S no prximo encontro que vai fazer a entrega. Vai ser bonito. At porque para o prximo encontro, vamos ter aqui os vossos familiares e, eu gostava, que eles vissem como vs sois mesmo amigos uns dos outros. De acordo? Ento, faamos como eu disse: Primeiro ponham-se de p. Agora cada um coloca a folha na palma das suas mos, levantada como quem est a oferecer. (O catequista mostra com as suas mos). E agora, cada um pensa um bocadinho nesse colega (Depois de um breve silncio): Assim, com as mos estendidas para Deus, rezamos por esse colega dizendo a orao que Jesus nos ensinou: Pai Nosso

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No final da orao: Agora, em ordem, cada um vem colocar aqui, junto da Bblia, a folha que escreveu, sem dizer nada. No final da entrega: Agora demos as mos uns aos outros e cantemos, balanando o nosso corpo: Somos a Igreja de Cristo (refro e 1. e 2. estrofes) ou Se vos amardes uns aos outros. No se esqueam de convidar os vossos pais e/ou outros familiares a vir prxima catequese. At porque queremos combinar com eles a festa que vamos fazer na nossa igreja. (Indicar o tempo que falta para a Festa do Pai Nosso). Vai ser a Festa do Pai Nosso e eles tm de saber como .

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CATEQUESE 29

QUE BOM ESTAR NA IGREJA


I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. Basta bem possvel que, nesta altura do ano e depois de vinte e oito encontros de catequese, alguns catequistas se sintam tentados a dizer: basta! Motivos para isso no faltam. Infelizmente. Ou felizmente? Pode ser o simples cansao. O ano est, entre ns, ritmado pelas frias, e estas, habitualmente, no Vero que se gozam. E, se ao esforo dispendido na catequese e noutras actividades comunitrias, juntarmos, na maioria dos casos, o trabalho profissional e os deveres familiares, no admira que, por esta altura, se sintam com mais intensidade os limites e as limitaes das capacidades humanas, fsicas, psquicas e at espirituais. Se at as mquinas se gastam e precisam, tantas vezes, de descanso. Mas, pode ser mais do que um simples cansao, causado pela durao, a densidade e a dureza do trabalho. Sobretudo nas pessoas mais avanadas em idade, as faculdades fsicas e mentais j no tm aquela frescura que, em fases mais juvenis, facilmente se renova. Falta a pacincia para suportar crianas e adolescentes cada vez mais irrequietos e distrados, faltam os conhecimentos necessrios para responder a perguntas que fazem, provenientes de estudos, de meios tecnolgicos e de dados cientficos a que, por vrias razes, pessoas menos jovens no tm fcil acesso. Falta talvez uma preparao pedaggica e psicolgica que esteja a altura das exigncias feitas, e bem, noutras reas da formao e do ensino, nomeadamente nas escolas. E se at a no fcil o ensino e a educao e os docentes se deparam cada vez com mais dificuldades para verem reconhecida a sua competncia e autoridade, quanto mais na catequese, onde s a mensagem e os catequistas podem cativar o interesse e a apetncia dos catequizandos. No se pode obrigar ningum a ter f e a exprimi-la pela orao. Mas, pior do quer tudo isso, so os insucessos. Podem dever-se falta de competncia da parte dos catequistas. Em muitos casos, porm, so causados pelo desinteresse 357

dos pais, pelo fraco ou nulo apoio dos responsveis pela comunidade, pelo desentendimento entre os catequistas, pelo reduzido sentido comunitrio de alguns deles, pela pouca formao de muitos deles, por crises de f e de prtica crist de que ningum est livre, pelo pouco tempo que tm livre para uma preparao sria e empenhada dos encontros de catequese, etc.. Valer a pena continuar, nestas condies? Se este o teu estado de esprito, nesta altura do ano, l atentamente o que se segue. Se no , l igualmente. Porque no ests livre de que um dia venha a ser. E, alm disso, os que se sentem desanimados e tentados a desistir, possivelmente j nem estas linhas lem e, por isso, precisam da tua palavra, precisam de que lhes digas: 2. Basta-te a minha graa Foi assim que Cristo respondeu a Paulo, atormentado pelo que ele chama um espinho na carne, provavelmente uma doena fsica crnica, dolorosa e humilhante, que o limitava na sua actividade apostlica. A respeito dele escreve ele em 2 Cor 12, 8-9 pedi trs vezes ao Senhor que o afastasse de mim. Mas ele respondeu-me: Bastate a minha graa. Pois a fora na fraqueza que se manifesta plenamente. E bastou. No foram, nem esse espinho nem tantas outras contrariedades e obstculos, fracassos e provaes que o fizeram baixar os braos, desistir ou parar, na sua permanente e total dedicao ao anncio do Evangelhos e ao servio das comunidades crists por ele fundadas. O que a natureza humana no lhe proporcionava, era compensado e at superado pela graa de Cristo: por aquele amor incomparvel que dele se apoderou no encontro com o ressuscitado a caminho de Damasco; aquele amor que o transformou, de perseguidor de Cristo e da Igreja, em Apstolo de Cristo e da Igreja... e em perseguido por causa de Cristo e da Igreja. E, quanto mais perseguido, mais Apstolo. Porque era ento que ele mais sentia a fora vivificante da graa, desse amor gratuito e total que teve a sua maior manifestao na entrega da vida na cruz e na vitria sobre a morte, que s um amor assim pode alcanar. Foi este amor, omnipotente, que se apoderou de Paulo. E por um caminho quase idntico ao de Cristo. Tambm Jesus sentiu a fraqueza e a tentao de a ela ceder. A cena no Jardim das Oliveiras, que precede imediatamente a sua priso e a sua caminhada para a cruz, , ao mesmo tempo, a expresso mais visvel dessa fraqueza e a indicao mais clara do caminho para a superar. Tambm Ele pediu trs vezes ao Pai que afastasse dele o clice do sofrimento, da ignomnia e da morte que o esperava. Um pedido, porm, completado com a orao de oferta: Mas no se faa a minha vontade, mas sim a tua (Mc 14, 36). E foi nesta mesma entrega total a Deus, seu Pai, que ele expirou, isto , imediatamente depois de se lhe entregar no total abandono em que se encontrava, to bem expresso na ltima orao que proferiu: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? (Mc 15, 34). Abandonou-se quele que parecia t-lo abandonado. E foi nesse nada em que caiu que Ele encontrou o tudo que lhe foi 358

dado pela orao. Porque a Deus tudo possvel (Mc 10, 27), como tudo possvel a quem cr (9, 23). E na orao que a f mais se manifesta e se realiza, a f pela qual Deus se apodera daquele que nele cr, para, nele e por ele, realizar o que s Ele pode. Foi este Deus, totalmente presente e actuante em Cristo ressuscitado, que levou Paulo a realizar o que ele nos expe em Rom 8, 35.37: Quem poder separar-nos do amor de Cristo? A tribulao, a angstia, a perseguio, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Mas em tudo isso samos mais do que vencedores, graas quele que nos amou. Palavras de esperana que ele escreveu quase na concluso de uma das mais belas pginas sobre a esperana crist (Rom 8, 18-39), onde escreve, nomeadamente: 3. Salvos na Esperana Foi este o ttulo que o Papa Bento XVI escolheu para a sua segunda Encclica: Spe salvi facti sumus foi na esperana que fomos salvos: diz S. Paulo aos Romanos e tambm a ns (Rm 8, 24). Uma esperana fundada na transformao operada em ns pela f (n. 2). uma esperana que, ainda segundo o Papa, tem os seus lugares de aprendizagem e exerccio. Deles destacamos dois: A orao: Quando j ningum me escuta, Deus ainda me ouve. Quando j no posso falar com ningum, nem invocar mais ningum, posso sempre falar com Deus. Se no h mais ningum que me possa ajudar por tratar-se de uma necessidade ou de uma expectativa que supera a capacidade humana de esperar Ele pode ajudar-me. Se me encontro confinado numa extrema solido o orante jamais est totalmente s (n. 32). Uma orao purificadora: O modo correcto de rezar um processo de purificao interior que nos torna aptos para Deus, e precisamente desta forma, aptos tambm para os homens. Na orao, o ser humano deve aprender o que verdadeiramente pode pedir a Deus, o que digno de Deus. Deve aprender que no pode rezar contra o outro. Deve aprender que no pode pedir as coisas superficiais e cmodas que de momento deseja a pequena esperana equivocada que o leva para longe de Deus. Deve purificar os seus desejos e as suas esperanas. Deve livrar-se das mentiras secretas com que se engana a si prprio (n. 33). O sofrimento: Podemos procurar limitar o sofrimento e lutar contra ele, mas no podemos elimin-lo. Precisamente onde os seres humanos, na tentativa de evitar qualquer sofrimento, procuram esquivar-se de tudo o que poderia significar padecimento, onde querem evitar a canseira e o sofrimento por causa da verdade, do amor e do bem, descambam numa vida vazia, na qual provavelmente j quase no existe dor, mas experimenta-se muito mais a obscura sensao da falta de sentido e da solido. No evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o ser humano, mas a capacidade de aceitar a tribulao e nela amadurecer, de 359

encontrar o seu sentido atravs da unio com Cristo, que sofreu com infinito amor (n. 37). Esta unio com Cristo particularmente necessria para trs espcies de sofrimento: Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justia; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes so elementos fundamentais de humanidade, o seu abandono destruiria o prprio ser humano (n. 39) Que esta orao sofrida e este sofrimento orante sejam, de facto, a fonte daquela esperana que nos faz mais humanos e mais cristos, no culminar de um ano de catequese em que, ensinando a rezar, aprendemos tambm a entregar-nos ao Deus que tudo pode. Ele que Pai e assim se revela em Cristo e na Igreja que dele vive, na firme esperana da sua vinda gloriosa. OBJECTIVOS Rever as catequeses 23-28, se possvel com os pais das crianas; Aprofundar o sentido de Igreja, pelo amor a Deus e ao prximo; Preparar, sobretudo pela orao, a festa do Pai Nosso. OBSERVAES PEDAGGICAS 1. A reviso das catequeses do perodo ps-pascal serve, antes de mais, para descobrir a unidade entre elas: Cristo ressuscitado o fundamento da Igreja de que as crianas so membros (ou sero) desde o seu Baptismo, em que se tornaram filhos de Deus e templos do Esprito Santo. Como tal, comprometem-se a amar a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a si mesmos, o caminho para serem verdadeiramente felizes. 2. Nesta catequese sugere-se que sigam o itinerrio inverso: do amor ao prximo e a Deus que exprimem na experincia humana, so conduzidas para a Igreja que vive desse duplo amor e para Cristo, ressuscitado por Deus, para a vida de todos os homens. Terminam assim por reviver e aprofundar, nomeadamente na expresso de f, a sua unio a Cristo e, nele, a Deus, a quem aprenderam a tratar como Pai pela orao que Jesus nos ensinou. 3. Conta-se com a presena e a participao dos pais ou outros encarregados de educao das crianas: porque so eles os primeiros responsveis pela educao da f dos seus filhos; porque atravs deles que os filhos mais facilmente descobrem a paternidade divina e porque importante a sua colaborao, quer na catequese comunitria quer na vivncia da festa do Pai Nosso. As crianas esto numa idade em que decisiva a sua dependncia dos pais.

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4. Toda esta catequese para ser vivida num ambiente de grande alegria. Da a insistncia no canto. Se o catequista tiver dificuldades neste campo, pea a colaborao de outros membros da comunidade. MATERIAIS Dsticos: Jesus, Igreja, Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento e Amars o teu prximo como a ti mesmo (catequeses anteriores); Fotografia do grupo, tirada na catequese 26 (se houver); Folhas, em forma de ptalas, com o Aleluia e os nomes e as datas de Baptismo das crianas (catequeses anteriores); Folhas, escritas pelas crianas, com a pergunta: Mestre que devo eu fazer para ser feliz e a resposta de Jesus: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento e Amars o teu prximo como a ti mesmo; Pagelas com a mensagem do(s) Catequista (s) para os pais (documento 1); Crio pascal (catequeses anteriores); Recipiente com gua (catequeses anteriores); Pano branco (catequeses anteriores). MSICAS bom estarmos juntos; Cristo Jesus, tu me chamaste; Aleluia, glria ao Senhor; Pai Nosso, na melodia litrgica (como possibilidade).

II DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Preparao da sala: No placar: s est afixado, ao centro, o dstico Jesus, rodeado de raios de luz (catequese 23). Na mesa est a Bblia ao centro, ladeada do crio pascal (apagado) e do recipiente com gua, coberto com o pano branco (catequese 24), e, frente da Bblia, esto as folhas escritas pelas crianas nas duas ltimas catequeses. No corpo da sala, atrs das cadeiras das crianas, coloquem-se mais algumas para os pais e outros familiares, se estiverem presentes.

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I. EXPERINCIA HUMANA 1. Como sabem, hoje a ltima catequese deste ano. S falta a grande festa que vamos fazer no dia (o catequista indica a data da festa do Pai Nosso). E todos queremos preparar-nos bem para essa festa (se for o caso). Por isso que convidmos os vosso pais e/ou outros familiares. Esto contentes por eles estarem aqui? E eles, de certeza, tambm. Mesmo que os pais e os familiares no estejam presentes, dizer o seguinte: Ento vamos todos cantar a alegria por estarmos aqui. Hoje e em todos os outros dias de catequese. E tambm j pensamos na festa do Pai Nosso. E o que que podemos cantar? Eu proponho aquele cntico que j cantmos muitas vezes (e algumas delas com os vossos pais). o cntico: bom estarmos juntos. Lembramse? (O catequista pode cantar o incio do cntico). Ento, ponham-se todos de p. Agora damo-nos as mos e cantemos: bom estarmos juntos (1. e 2. estrofes). 2. Muito bem. Podem sentar-se. Agora vamos pensar naquilo que fizemos na ltima catequese (e mostrar aos vossos pais e familiares). Foram coisas que nos ajudam a sorrir, isto , a sermos felizes. A ltima coisa que fizemos, lembram-se que ainda no a acabmos? O catequista pega nas folhas escritas pelas crianas nas duas ltimas catequeses, mostra-as e pergunta: Que est aqui escrito nesta folha? (Deixar que as crianas se exprimam e, conforme as respostas, comentar ou completar): Esto aqui duas coisas escritas por cada um de vs: primeiro uma pergunta feita a Jesus. Qual ? Muito bem... Por exemplo, o/a (N) escreveu: Mestre que devo eu (N) fazer para ser feliz? A resposta de Jesus tambm est aqui, mas foi escrita por um colega. Porque o colega est de acordo com a resposta de Jesus, foi ele que escreveu o seu nome. No digo quem escreveu para o/a (N). Vai ser uma surpresa para ele(a). E tambm no digo qual foi a resposta de Jesus. Quem a vai dizer sois vs. De acordo? Ento vamos fazer assim: 1 Alternativa Grupo grande Vou entregar as folhas, mas queles meninos e meninas que escreveram a resposta de Jesus. Depois eles que as entregam ao colega que escreveu a pergunta. Mas s

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a entregam depois de todos terem a sua folha. E no a entregam de qualquer maneira. Depois de vos dar as folhas, direi de que modo as vo entregar. De acordo? O catequista chama cada criana que escreveu as palavras de Jesus e d-lhe a respectiva folha. No fim, diz: Agora vamos todos fazer a pergunta a Jesus. O nome dele est escrito no placar. Esto a ver? Ento perguntemos-lhe, mas sem dizer o nosso nome, porque a pergunta a mesma para todos. Preparados? Ento, voltados para o nome de Jesus, digamos a uma s voz: Mestre que devo eu fazer para ser feliz? (pode repetir-se). Agora, em ordem e sem fazer barulho, cada um vai entregar a folha ao colega. Mas ateno, quando a entregar d-lhe um beijo ou um aperto de mo, em sinal de amizade. No se esqueam. Prontos? Podem comear. Durante a entrega, o catequista afixa, na parte debaixo do placar, os dsticos com a resposta de Jesus. Depois da entrega procura que se restabelea a ordem, que cada criana esteja sentada no seu lugar e em silncio. S depois, convida a fazerem o seguinte: Agora, vamos todos ler a resposta de Jesus. Est nas folhas escritas por vs e tambm est no placar (para os vosso pais e familiares poderem ver melhor). Ento digamos todos ao mesmo tempo: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. E amars ao teu prximo como a ti mesmo. 2 Alternativa

Grupo pequeno Vou entregar a folha, mas queles meninos e meninas que escreveram a resposta de Jesus. S depois que eles a entregam ao colega que escreveu a pergunta. E entregaa aqui frente e da seguinte maneira: diz o nome do colega, que vem tambm aqui frente, l para ele a resposta de Jesus , entrega-lhe a folha e d-lhe um beijo ou um aperto de mo, em sinal de amizade. Primeiro, vamos todos fazer a pergunta a Jesus. Esto a ver o nome dele escrito no placar? Ento, voltemo-nos para Ele e perguntemos: Mestre, que devo eu fazer para ser feliz? (pode repetir-se).

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De seguida o catequista chama por cada criana que escreveu a palavra de Jesus. A criana vem frente, junto da mesa, recebe a folha da mo do catequista e chama pelo colega a quem vai entregar a folha. Depois de este se aproximar da frente, l para ele a resposta de Jesus: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. E amars ao teu prximo como a ti mesmo. Depois entrega-lhe a folha e d-lhe um beijo ou aperto de mo. De seguida voltam ambos para o lugar. Depois da entrega a todas as crianas, o catequista afixa, na parte debaixo do placar, o dstico: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. E amars ao teu prximo como a ti mesmo. De seguida, comenta: 3. Para as duas alternativas: Esto contentes? Claro. E Jesus tambm. E sabem porqu? que cada um de ns aceitou a resposta que Ele nos d para sermos felizes. E mais: cada um de vs j fez o que Ele nos diz: quando levou e entregou a resposta ao colega, deu-lhe um beijo ou um aperto de mo em sinal da amizade. Por isso, temos todos mais razo para nos sentirmos felizes. Querem cantar a alegria por nos amarmos uns aos outros, como manda Jesus? Para isso, colocam as vossas folhas nos catecismos Agora, pem-se de p... Dmonos as mos E cantemos. bom estarmos juntos (1., 2. e 3. estrofes). II. PALAVRA 1. Podem sentar-se. No gostavam de fazer uma coisa parecida aos vossos pais e familiares. Eu tambm acho que seria bonito e eles ficariam muito contentes. J tenho uma ideia, mas s a vou dizer daqui a pouco. Espero que gostem. Antes disso, e para que gostem mesmo, vamos pensar noutra coisa. Por que razo que nos amamos uns aos outros? Olhem para o placar: Jesus no nos diz apenas que nos devemos amar uns aos outros. Diz-nos para amar o prximo como a ti mesmo.

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Antes disso, que nos disse Ele?... Voltemos a ler a primeira parte da resposta de Jesus. Podemos l-la todos ao mesmo tempo. Vamos ler: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao, com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. Muito bem. Para amarmos os outros, temos de amar a Deus com todo o nosso corao, com toda a nossa alma, com todo o nosso pensamento. S assim que somos capazes de amar os outros. Deus que nos d a fora para isso. E sabem que foram os vossos pais que vos encaminharam para Deus? Eles fizeram uma coisa muito importante para ns conhecermos Deus e nos tornarmos seus amigos. E ns at recordmos isso numa catequese. Lembram-se de qual foi?... Exacto. Foi aquela em que fomos igreja (ou pensmos nisso aqui na catequese). E que fizemos l nesse dia? Quem se lembra?... Fomos juntos da pia, onde fomos (e alguns sero) baptizados, e depois para junto do altar. (Se tiverem uma fotografia do grupo, o catequista pode afix-la, na parte superior do placar, e comentar, a partir dela): 2. Mas, antes disso, fizemos pelo menos mais duas coisas. Primeiro, cantmos um cntico em que dizemos a Jesus que foi Ele que nos chamou. Lembram-se? Ento vamos cant-lo, est bem? De p... voltados para o nome de Jesus... cantemos: Cristo Jesus, tu me chamaste (s o refro). Muito bem. Jesus chamou-nos pelo nome e ns, mais uma vez, respondemos... como que respondemos? Digam todos: Estou aqui! III. EXPRESSO DE F 1. De certeza que muitos de vs esto mesmo com vontade de lhe rezar. Eu estou. Significa que temos o Esprito Santo. Mas, antes disso, vamos pr-nos ainda mais em volta de Jesus. Querem saber como? Eu vou mostrar-vos. O catequista pega nas folhinhas, em forma de ptalas, com o Aleluia escrito pelas crianas. Se o grupo no for muito grande e houver tempo, chama por cada uma das crianas, que se pode pr de p, e afixa as respectivas folhinhas, com o Aleluia da parte de fora, em volta do dstico Jesus, at se formar, no conjunto de todas, uma

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espcie de flor. Se o grupo for demasiado grande e o tempo escasso, limita-se a afixar, uma a uma, essas folhas. Pode, nisso, ser ajudado por outros catequistas. No fim, pergunta: Quem est aqui no placar em volta de Jesus?... Mas os vossos nomes no se vem. O que se v Aleluia. Que significa Aleluia? Exacto: Louvai o Senhor Pois bem, os vossos nomes esto l, mas na parte detrs das ptalas desta flor. E, alm do nome, que mais escreveram? A data do vosso Baptismo. Foi desde o Baptismo que ns, com os nossos pais, comemos a louvar o Senhor, em volta de Jesus, para sermos da sua Igreja. E como queremos estar ainda mais perto dele, por isso que eu coloquei as vossas ptalas em volta de Jesus. E o nome de Jesus est todo luminoso porqu? Por causa da sua ressurreio. Por isso que ns louvamos Deus, o Pai de Jesus e nosso Pai. Esto desertos para o fazer, no esto? (E ento com os pais aqui!) 2. Ento fazemos assim: primeiro cantemos todos o Aleluia, batendo as palmas. Depois rezaremos (ou cantaremos) o Pai Nosso, mas de mos dadas e levantadas para o alto. E, no fim, voltamos a cantar o Aleluia, batendo de novo as palmas. E os vossos pais e familiares iro cantar e rezar connosco. Ponham-se de p... Olhemos todos para o nome de Jesus... E cantemos batendo as palmas: Aleluia... Glria ao senhor (refro e as estrofes: Glria ao Senhor nosso Pai e Glria ao Senhor Jesus Cristo). Agora, dmo-nos as mos, levantemo-las para Deus e rezemos (ou cantemos) a uma s voz: Pai Nosso Louvemos outra vez o Senhor, cantando e batendo as palmas: Aleluia... Glria ao Senhor (refro e estrofe: Glria ao Esprito Santo). 3. Podem sentar-se. S falta uma coisa: a oferta aos vosso pais (ou outros familiares). (Se for o caso): Esto contentes por eles estarem aqui? Ento vamos agradecer-lhes por estarem aqui e pelo que fizeram por vs ao longo do ano e desde o dia do vosso Baptismo. Tenho aqui uma palavra para eles, escritas nestas cartolinas (mostrar). Mas quem as vai entregar sois vs. De acordo? Quando as entregarem, do-lhes um beijinho e podem ler as palavras juntamente com eles. 366

O catequista chama cada criana e entrega-lhes a mensagem (Documento 1) para os pais ou outros familiares. s crianas que no tm nenhum familiar presente, diz-lhes para o fazerem em casa. Depois conversa com os pais sobre o modo como vai decorrer a festa do Pai Nosso, indicado na catequese seguinte. No final, convida a todos, crianas e pais, a cantarem o cntico inicial: bom estarmos juntos.

III DOCUMENTOS

DOCUMENTO 1 Mensagem do(s) catequista(s) aos pais ou outros encarregados de educao das crianas. Pode ter o seguinte contedo:

Queridos pais de (nome da criana). Unido ao vosso(a) filho(a) e em nome da nossa comunidade crist, quero felicitar-vos e agradecer-vos pelo vosso contributo para a sua educao crist, nomeadamente durante este ano de catequese. Estamos a termin-lo com o mandamento de Jesus: Amars o Senhor teu Deus, com todo o teu corao com toda a tua alma e com todo o teu pensamento. E amars ao teu prximo como a ti mesmo (Mt 22, 37.39). Foi neste duplo amor que prometestes educar o vosso(a) filho(a) no dia do seu Baptismo. E, na medida em que o tendes feito, o(a) vosso(a) filho(a) tem descoberto como Deus nosso Pai, como todos somos membros da sua Igreja e como, assim, podemos ser verdadeiramente felizes. com essa alegria que iremos celebrar a festa do Pai Nosso no prximo dia (data), s (hora) na igreja de (lugar). Como preparao mais prxima, permiti-me que vos faa a seguinte sugesto: rezai todos os dias, com o vosso filho(a) o Pai Nosso, a orao dos filhos de Deus. Com a maior amizade e estima:

(Assinatura do catequista) (Lugar e data)

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CATEQUESE 30

FESTA DO PAI NOSSO


(Celebrao)

I INTRODUO
APROFUNDAMENTO DO TEMA 1. A festa Festejar uma necessidade para o ser humano, por vrias razes. Antes de mais, porque precisa de descanso fsico e/ou psquico. A dureza e a monotonia do trabalho e o consequente desgaste exigem que, periodicamente, se pare. Pode ser ao fim ou noutra altura do dia, ao fim de semana, durante um perodo mais prolongado de frias. O repouso imprescindvel para recuperar energias. Da que a apropria Bblia, precisamente no texto inicial em que se fala do trabalho, de Deus e do homem que com Ele colabora, determine o stimo dia, primariamente, como dia de descanso. Uma ideia que est contida no prprio termo Sbado (Gn 2, 2-3). Para festejar e descansar, precisamos de nos encontrar uns com os outros, de conviver. Porque a vida, sobretudo na sua irrenuncivel componente social, adquire-se vivendo com, no intercmbio de palavras, de gestos, de dons, em ambiente de descontraco, de paz. Esta vertente social absolutamente constitutiva da festa e, por isso, habitualmente muito cuidada, com destaque para as refeies melhoradas e prolongadas e as variadas manifestaes artsticas, especialmente musicais. Meios que muito contribuem para a comunho entre os que festejam. A festa necessria pelo que nela se festeja: acontecimentos e datas determinantes para a vida do indivduo e/ou grupo humano em que est integrado. A histria de cada pessoa, famlia, terra ou nao est cheia desses acontecimentos, que, pela sua densidade, vo muito para alm dos momentos em que se realizaram. Revivlos, se se trata de acontecimentos passados, ou simplesmente viv-los com intensidade na altura em que sucedem, pela sua incidncia no futuro, reconhecerlhes a sua importncia, colaborar nos seus efeitos vivificantes, guard-los para sempre na memria e nos hbitos da vida que, em maior ou menor grau, deles dependem. Numa festa comunitria entram, como elementos constitutivos, a palavra e o rito. A sua juno, do relato com os gestos, contribui para que o acontecimento celebrado 369

seja mais revivido, de tal modo que ele se torne presente e participado pelos que o celebram. E, se a isso juntarmos a componente religiosa, j que toda a vida depende de Deus, ento a celebrao torna-se memorial. Isto , o mesmo Deus que esteve na origem e interveio decisivamente no acontecimento celebrado, actua de novo naqueles que a Ele se entregam pela prpria celebrao. Este aspecto de memorial , na tradio judaico-crist, especialmente sentido na festa da Pscoa, decisiva para o nascimento e a constituio do povo de Deus do AT e NT. Repare-se na solenidade e na durao que ns cristos concedemos celebrao da morte e ressurreio de Cristo, o evento mais determinante da histria da humanidade, especialmente para aqueles que nele apostam e apoiam a sua vida: os cristos. E repare-se na sua fora vivificante, transmitida e recebida na sua celebrao... se vivida com a f a que o acontecimento desafia e que, ao mesmo tempo, oferece. De resto isso vale tambm para as restantes festas crists, e devia valer para todas as festas dos cristos, mesmo que o acontecimento nelas comemorado no tenha um carcter explicitamente religioso. Para um cristo no h bem que no venha de Deus e no tenha a ver com Ele. 2. O Pai Nosso em festa De facto em todas as festas crists e/ou dos cristos, tem de entrar o Deus da vida, a quem por isso invocamos como Pai. E chamamos-lhe nosso, porque a vida que nos d , por natureza, vida partilhada e, portanto, comum a todos os que, pela f, a Ele se entregam. Se o acontecimento celebrado j une aqueles que o celebram, o Deus que est na sua origem, o provocou, nele se revelou, por ser um Deus de todos, que a todos ama sem distino de espcie alguma, Ele quem mais faz do grupo daqueles que nEle crem e a Ele especialmente se unem pela festa que realizam, um povo, uma Igreja constituda por uma comunho indestrutvel entre os seus membros. E Ele quem por isso, faz festa connosco. Intervm nela atravs dos santos que festejamos, recordando acontecimentos e palavras das suas vidas em que mais se manifestou a aco salvfica de Deus e fizeram deles modelos de santidade para todos os crentes. Intervm, de um modo especialssimo, atravs do Seu Filho Jesus Cristo, o Mediador nico da sua salvao nos sucessivos acontecimentos da vida humana que assumiu entre ns e que marcam o ritmo do ano litrgico. Intervm, acima de tudo, no memorial da sua morte e ressurreio, celebrado em cada Eucaristia que, em qualquer festa crist, deve ocupar o lugar central e que, alm disso, decorre com particular solenidade. Intervm atravs daqueles que Ele consagrou, de modo particular pelo sacramento da Ordem, para serem mediadores privilegiados dos seus dons salvficos. Intervm atravs de toda a comunidade crente, o corpo de Cristo na terra, em que cada membro est integrado com o seu carisma prprio, que usa para o bem comum, para construo da comunidade. Intervm pela sua Palavra que, em 370

dias de festa, proclamada com redobrada solenidade, e pela orao e os cnticos expressivos da f que vai no corao de cada crente e os une na sintonia das mesmas palavras e da mesma melodia. Intervm pelos gestos e ritos, animados pelas palavras e constitutivos da vida humana, para lhes dar aquela dimenso ilimitada que s Ele pode dar. Por todos esses meios e tantos outros que a tradio e a criatividade crist nos oferecem, Ele faz festa connosco e, pela vida que nessas festas nos d, f-lo como pai, o nosso Pai, isto , de todos os que com Ele fazem festa e lhe rezam ou cantam, a uma s voz: Pai Nosso. 3. O Pai Nosso na vida da Igreja Se a Igreja constituda pela comunho dos filhos de Deus, ento no pode viver sem aquela orao que o seu Fundador e a sua Cabea, Jesus Cristo, lhe deixou para ser a sua orao, a que melhor exprime a identidade crist de cada um dos seus membros e, por esse meio, mais contribui para a sua unio vital numa nica famlia. De facto, tambm pela Orao Dominical que nos tornamos cristos, filhos de Deus e membros da Igreja. Seno, repare-se no lugar que ela ocupa nos Sacramentos da Iniciao Crist. No Baptismo dos adultos, ela -lhes solenemente entregue (na chamada tradio, do latim traditio que significa entrega), umas semanas ou dias antes de serem baptizados, para a rezarem em comunho com toda a Igreja, na celebrao em que, baptizados e crismados, se tornam filhos do mesmo Deus, pelo Esprito Santo que dele recebem. No Baptismo das crianas ela recitada pelos seus pais, padrinhos e outros familiares, juntamente com toda a assembleia crist que as acolhe, ou no final da celebrao ou, no caso de esta se integrar na Eucaristia, no momento para ela indicado. E na liturgia eucarstica, a orao do Senhor aparece como a orao de toda a Igreja. A se revela o seu sentido pleno e a sua eficcia. Situada entre a anfora (orao eucarstica) e a liturgia da comunho, recapitula, por um lado, todas as peties e intercesses expressas no movimento da epclese e, por outro, bate porta do festim do Reino que a comunho sacramental vai antecipar (CIC 2770). Da o lugar que esta orao deve ter no crescimento da f que, nas crianas baptizadas em idade infantil, deve acompanhar e completar o seu crescimento humano. Na caminhada catequtica que so convidadas a fazer e na qual realizam, de forma adaptada sua idade, o mesmo percurso seguido pelos catecmenos, tambm a elas solenemente entregue a orao que, assim, mais as integra na Igreja, isto , na famlia daqueles que, unidos na f, chamam ao mesmo Deus: Pai Nosso. E da a necessidade de que esta entrega seja feita na comunidade reunida para celebrar a sua salvao. Mesmo humana e psicologicamente, fundamental, e pode ser uma experincia inesquecvel, que as crianas sintam aquele calor do amor que lhes vem de Deus, mas atravs daqueles que Ele colocou na sua vida, como seus

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mediadores: os seus familiares mais directos, mas como membros da famlia crist, com a qual contam e para a qual vivem, como cristos. Se o conseguirem, ento, sim, a recepo do Pai Nosso ser uma autntica festa, celebrada com o Deus que Pai, porque faz festa com todos os seus filhos. OBJECTIVOS Celebrar, em Igreja, a graa de sermos filhos de Deus; Acolher e rezar o Pai Nosso, como a orao por excelncia da Igreja; Participar mais activamente na vida de orao da comunidade crist. OREINTAES E OBSERVAES PEDAGGICAS 1. O lugar privilegiado para rezar o Pai Nosso a comunidade crist: a, na comunho fraterna, que a criana experimenta, mais ao vivo, a sua condio de filho ou filha de Deus, que une todos os seus filhos na comunho de uma s f. Da a importncia desta celebrao, como coroao de todo um ano de catequese dedicado orao, que muito contribui para a comunho crist e tem a sua expresso mais rica no Pai Nosso. 2. Por isso, fundamental que esta celebrao seja feita num encontro da comunidade crist, de preferncia, para celebrar na Eucaristia dominical. Se no for possvel a Eucaristia, que pelo menos seja inserida numa celebrao da Palavra, realizada numa igreja e em que participem outros membros da comunidade, para alm das crianas, seus pais e outros familiares. 3. Se a celebrao for inserida na Eucaristia dominical ou noutra festa ou solenidade litrgica da Igreja, respeitem-se as normas litrgicas no dia, respeitantes, especialmente, s leituras bblicas. As que so propostas, no desenvolvimento da celebrao, s devem ser usadas se, liturgicamente, tal for permitido. Caso contrrio, desrespeitado o sentido de Igreja, importante na educao crist, dos adultos e das crianas. 4. Tanto as leituras bblicas como os cnticos sugeridos so j conhecidos das crianas, se, ao longo do ano, seguiram as propostas para as catequeses. O seu conhecimento facilitar a sua participao. As partes da celebrao que no vm assinaladas no desenvolvimento so preenchidas pela liturgia do dia. 5. A presena dos pais e outros familiares das crianas deve ser to participativa quanto possvel. Alm dos cnticos, que devem tanto quanto possvel aprender, podem tambm fazer as leituras da Bblia e da orao dos fiis, se para isso estiverem preparados e credenciados. O importante no que eles leiam, mas que o contedo da leitura chegue aos ouvidos e ao corao das crianas e dos restantes participantes. 372

6. A celebrao no tem, necessariamente, de ser feita como concluso do ano catequtico. Pode e, em muitos casos, deve ser feita antes. Sugere-se, como alternativa ideal, a seguir catequese 26, em que as crianas revivem o seu Baptismo, como entrada na Igreja. Se se optar por esta alternativa, ento faam-se as devidas adaptaes quer na catequese 26 (para a qual podem ser convidados os pais), quer nas seguintes. MATERIAIS Tudo o necessrio para a celebrao de Eucaristia; Adornamento da Igreja para que tenha um ambiente mais festivo; Estampas com o Pai Nosso, uma para cada criana. MSICAS Cristo Jesus, Tu me chamaste ou Viemos com alegria; Aleluia, Glria ao Senhor; Recebestes um Esprito; Vs, Senhor, sois o nosso Pai; Santo (J. P. Martins); Pai Nosso que estais nos Cus (Carlos Silva) ou Jesus Cristo Senhor; Jesus, eu amo-Te; Somos a Igreja de Cristo ou bom estarmos juntos.

II DESENVOLVIMENTO DA CELEBRAO

I. RITOS INICIAIS 1. Cntico de entrada Cristo Jesus, Tu me chamaste ou Viemos com alegria. 2. Saudao e acolhimento Depois da saudao inicial habitual, o Presidente da Assembleia pode dizer as seguintes palavras de acolhimento: Meninos e meninas, lembram-se de Jesus vos ter dito que onde estiverem dois ou trs reunidos em Seu nome, Ele est no meio deles?... Pois bem, hoje e aqui, somos muitos mais de dois ou trs. Alm de vs, esto os vossos pais e outros familiares, que sado com muita alegria, e muitas outras pessoas, amigas de Jesus como vs.

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Todos juntos o que somos? A Igreja de Cristo, ou a famlia de Deus. Todos rezamos a Deus como nosso Pai, e, por isso, somos todos irmos e irms. E, sabeis que, hoje, a maior parte destes familiares e amigos esto aqui tambm por causa de vs? Hoje todos queremos fazer festa convosco. Como se chama esta festa?... A do Pai Nosso, porque vs durante este ano aprendestes a orao mais bonita que temos. E todos ns queremos rez-la convosco. uma alegria, no acham? Ento preparemo-nos melhor para fazermos festa, com Jesus que nos chamou e a quem cada um de vs respondeu: Estou aqui. Como no dia do nosso Baptismo. Para sermos mais amigos de Jesus, filhos de Deus e amigos uns dos outros, peamos perdo das nossas maldades, dos nossos pecados. 3. Glria (se houver) Aleluia... Glria ao Senhor (estrofes: Glria ao Senhor, nosso Pai Glria ao Senhor Jesus Cristo Glria ao Esprito Santo...

II. LITURGIA DA PALAVRA 1. 1. Leitura (se no for obrigatria a do dia litrgico): Admonio: Lembram-se de quando entrmos, pela primeira vez na Igreja? Exacto: no dia do nosso Baptismo. Querem saber o que passmos a ser com o nosso Baptismo? Ento, ouam com ateno: Gal 3, 26-28. 2. Salmo responsorial Recebestes um Esprito. 3. Evangelho (se o dia litrgico o permitir): Mt 6, 7-15. 4. Homilia Sugestes, sobretudo para o caso de terem sido feitas as leituras bblicas propostas atrs: Lembram-se como que comearam a aprender o Pai Nosso? Foi com um pedido que fizeram a Jesus, no foi? Quem se lembra desse pedido?

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Senhor, ensina-nos a rezar. Querem repetir comigo? Senhor ensina-nos a rezar. E foi ento que Jesus nos ensinou esta bela orao. Tal e qual como fez h pouco. Parece-me que alguns de vs, quando a ouviram outra vez, at a comearam a rezar. E das palavras do Pai Nosso, de que gostais mais? Pensem l um bocadinho. O Presidente pode ir comentando, muito brevemente, as respostas das crianas, relacionando as preces, por elas indicadas, com as restantes. Depois, pode perguntarlhes: E, de tudo isto que ns pedimos Deus, nosso Pai, o que que vos pareceu ser mais difcil de fazer? O presidente associe as respostas das crianas prece do perdo e comente: O mais difcil para muitos de ns perdoar. Mas importante. Por isso Jesus nos dizia h pouco que, se no perdoarmos aos outros, tambm Deus nosso Pai no nos perdoa. Quem no capaz de perdoar aos outros, quer dizer que ainda no aceitou o perdo de Deus. Mas Deus, que nos ama muito, mesmo muito, ajuda-nos a perdoar. Por isso que lhe rezamos. Para Ele estar em ns e, pelo perdo, nos fazer amigos uns dos outros. Destas pessoas aqui presentes e de todas. E vai ser bonito, daqui a pouco, todos a uma s voz rezarmos (ou cantarmos) a Deus nosso Pai. E no vamos rezar de qualquer maneira. Vai ser como aprenderam na catequese. Lembram-se como foi? Tambm com o nosso corpo. Daremos as mos uns aos outros e iremos todos levant-las para o Cu. Assim que seremos mesmo a Igreja de Jesus. E seremos mais felizes. Mas, para isso, vamos antes dizer a Deus que cremos nele e em Jesus e no Esprito Santo. Assim que o Esprito Santo est mais em ns. Preparemo-nos para isso, pondo-nos de p. 5. Profisso de F Se possvel, a baptismal. 6. Orao dos fiis s preces propostas para o dia litrgico, juntam-se mais duas, adaptando a sua formulao das preces feitas antes: Pelas crianas que vo receber o Pai Nosso, para que o rezem todos os dias e, confiando-se assim a Deus nosso Pai, cresam na f e no amor, manifestado no perdo.

Pelos seus pais e outros familiares, para que sejam para os seus filhos modelos de f e de orao e os levem a reconhecer como Deus tanto nos ama. 375

III. LITURGIA EUCARSTICA 1. Cntico do ofertrio Vs, Senhor, sois nosso Pai. 2. Orao Eucarstica Uma das Missas com crianas. IV. RITOS DA COMUNHO 1. Pai Nosso Se houver lugar, o Presidente convida as crianas a rodearem o altar. De l ou da assembleia, convida-as a unirem-se umas s outras, dando-se as mos, e, elevandoas para Deus, e a rezarem, com toda a assembleia, a orao que Jesus nos ensinou. 2. Cnticos da Comunho Pai Nosso que estais nos Cus e/ou Jesus Cristo Senhor. 3. Cntico depois da Comunho Jesus, eu amo-te. 4. Entrega do Pai Nosso Depois da orao da comunho

1 Alternativa

Grupo pequeno O Presidente chama cada criana, pelo seu nome, e entrega-lhe a folha com o Pai Nosso, dizendo as seguintes palavras ou outras semelhantes: (N), recebe o Pai Nosso, a orao que Jesus te ensinou. Reza-a todos os dias, para seres muito bom filho (filha) de Deus.

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2 Alternativa

Grupo grande O presidente, depois de uma breve introduo, diz a todas as crianas ao mesmo tempo: Meninos e meninas, recebei o Pai Nosso, a orao que Jesus nos ensinou. Rezai-a todos os dias, para serdes bons filhos de Deus. Depois, com a ajuda dos catequistas, entrega-as, ou directamente s crianas ou aos seus pais, que, ao entreg-las aos filhos, podem dizer as palavras propostas para a 1. alternativa. Para as duas alternativas: Antes de se afastarem, o Presidente, pode fazer uma aluso folha, com o texto do Pai Nosso em forma de corao, que as crianas foram construindo, na catequese, medida que foram aprendendo a rez-la. Pode sugerir-lhes que, em sinal de reconhecimento pelo seu amor, a ofeream aos pais, por exemplo no princpio da prxima refeio em comum, e, depois disso, rezem em comum o Pai Nosso. 5. Cntico final Somos a Igreja de Cristo ou bom estarmos juntos.

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REUNIES DE PAIS E FAMILIARES


(PROPOSTA)

1. 2. 3. 4. 5. Se

Acolhimento: A sala deve estar preparada; bom que haja alguns catequistas a receber os familiares, logo chegada; Pode cantar-se uma cano, distribuindo a letra ou projectando-a. Introduo reunio: Saudao inicial; Para que estamos aqui? (Objectivos) Como vamos organizar a reunio? Apresentao dos participantes (se for oportuna). Apresentao do tema: Com recurso a audiovisual ou a um esquema fotocopiado; Dilogo sobre o tema ou trabalho de grupos; Plenrio ou resumo com as principais concluses. Encontro com os catequistas: Se necessrio, fazer a apresentao de cada um; Dialogar sobre o grupo(como que se pode ajudar no crescimento da f); Se houver casos delicados, falar em particular (ex. no final). Concluses for o caso, pode-se ainda voltar ao grande grupo: Agradecer a presena; Avaliar a reunio, pode ser com esquema (ficha); Avisar da prxima, se for o caso; Terminar com uma orao ou um cntico.

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CNTICOS

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INDICE
PG.

S i g l a s ........................................................................................................... A p r e s e n t a .............................................................................................. o

3 5 7 9

Itinerrio de Catequese de Iniciao da Infncia e Adolescncia ...................... I n t r o d u .................................................................................................. 1 BLOCO JESUS CHAMA-NOS Catequese 1 J vou ............................................................ Catequese 2 Tenho ........................................................... Catequese 3 Visitamos .................................................. Catequese 4 Festa ........................................................ a mais casa do de catequese amigos Deus o

31 39 49 59 73 83 91 99 109 119

acolhimento

Catequese 5 Na igreja, renem-se os amigos de Jesus ....................... Catequese 6 Na igreja .................................................... Catequese 7 Deus .................................................... cria Jesus tudo faz-nos fala-nos para ns

133 145 155

Catequese 8 Deus .........................................................

crescer Maria

Catequese 9 Chama-se ................................................................. Catequese 10 O Natal ............................................................. 2 BLOCO UM MENINO CHAMADO JESUS de

165 175

Jesus

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