aspectos ecologicos
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aspectos ecologicos
(Mauritia flexuosa)
RESUMO
O Buriti (Mauritia flexuosa) é uma palmeira de grande porte que possui folhas
dispostas em leque e produz um fruto castanho-avermelhado revestido por escamas
brilhantes, polpa amarela, semente oval dura e amêndoa comestível. No Maranhão,
em muitas das zonas rurais, encontram-se várias comunidades que vivem próximas
a muitos buritizais. Ainda assim, não têm o conhecimento da utilidade desta espécie
como alimento, vida e energia. Portanto, os objetivos desta pesquisa foram analisar
os aspectos ecológicos e o potencial econômico do buriti, explicar o manejo para
conservação dos buritizais e avaliar a produção geral do mesmo no Brasil. Para esta
análise foi feita uma pesquisa bibliográfica por meio de artigos científicos, manuais
tecnológicos e trabalhos de conclusão de curso relevantes para a temática de
interesse. As informações selecionadas permitiram deduzir que o buriti é uma
palmeira totalmente aproveitável, sendo utilizada como fonte de renda, essencial na
economia, tem poder medicinal, possuindo atividades bactericidas, propriedades
antioxidantes e cicatrizantes. No entanto, a falta de conhecimento das populações
que residem próximo a buritizais e que utilizam a palmeira como fonte de renda,
induz a realização de um manejo inadequado da palmeira do buriti, afetando assim
sua regeneração. Além disso, tem um papel ecológico importante, pois é
bioindicador de poluentes da água e serve de moradia e alimento para muitos
animais.
PALAVRAS-CHAVE: ecologia, economia, preservação.
ABSTRACT
Buriti (Mauritia flexuosa) is a large palm that has fan-shaped leaves and produces a
reddish-brown fruit lined with bright scales, yellow flesh, hard oval seed and edible
almond. In Maranhão, in many of the rural areas, there are several communities that
live close to many buritizais. Still, they are not aware of the usefulness of this species
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as food, life, and energy. Therefore, the objectives of this research were to analyze
the ecological aspects and the economic potential of the buriti, to explain the
management for the conservation of the buritizais and to evaluate the general
production of the same in Brazil. For this analysis a bibliographical research was
done through scientific articles, technological manuals and course completion works
relevant to the topic of interest. The selected information allowed us to deduce that
buriti is a fully exploitable palm, used as a source of income, essential in the
economy, has medicinal power, and possesses bactericidal activities, antioxidant and
healing properties. However, the lack of knowledge of the populations that live close
to buritizais and that use the palm tree as source of income, induces the
accomplishment of an inadequate management of the buriti palm, thus affecting its
regeneration. In addition, it has an important ecological role, as it is a bioindicator of
water pollutants and serves as housing and food for many animals.
KEYWORDS: ecology, economy, preservation.
INTRODUÇÃO
Desde o descobrimento do Brasil, o buriti paira majestoso pelas veredas e
buritizais do cerrado, sendo explorado sustentavelmente pelos índios e sertanejos,
que o denominavam “Árvore da Vida”. Porém, a partir desta época, grandes áreas
do cerrado e da Amazônia foram consideradas áreas potenciais para expansão da
fronteira agrícola brasileira, com vista a atender à demanda crescente por alimentos
e matérias-primas vegetais para as indústrias siderúrgicas (VIEIRA et al., 2011).
Os buritizais são fundamentais para a manutenção do equilíbrio do cerrado,
devido a sua capacidade de manter a umidade do solo e auxiliar na contribuição dos
corpos hídricos, principalmente nas épocas secas. Assim contribuem não só como
local de habitat abrigo e fonte de alimento para uma ampla diversidade de fauna
existente na região, como também evitam o assoreamento dos rios (RIBEIRO et al.,
2014). A palmeira buriti foi respeitável para as tribos indígenas da América do Sul,
considerada o sustento desses povos, que desta obtinham: madeira, palha, óleo e
fibras. Os frutos foram de fundamental valor para a dieta dessas populações, devido,
principalmente a abundância de vitamina contida na polpa (SILVA et al., 2010).
A espécie caracteriza as veredas do Cerrado. As veredas são compridas e
estreitas, e geralmente estão margeando pequenos cursos d’água nas áreas de
nascentes, onde o relevo é suave. Nas áreas úmidas das veredas ocorrem os
brejos, que geralmente possuem muitos buritizeiros formando uma floresta estreita
sobre o solo inundado. Dependendo do lugar, recebe diferentes nomes, como miriti,
muriti, palmeira-do-brejo, moriche, carangucha e aguaje (SAMPAIO, 2011;
SAMPAIO; CARRAZZA, 2012). Buriti na língua indígena significa "a árvore que
emite líquido” ou "a árvore da vida". Considerada sagrada pelos índios, pois da
mesma se extrai tudo o que é necessário para a sobrevivência. Como casa, objetos
e a alimentação (SOARES et al., 2014).
O buritizeiro é uma palmeira majestosa, de porte arbóreo, que desperta
admiração em quem a conhece. Além da importância cênica, possui valor cultural e
econômico em diversas regiões do Brasil; fornece enorme variedade em artigos que
são utilizados em eventos culturais, no dia-a-dia dos agroextrativistas, e também,
comercializados para a geração de renda das famílias (SAMPAIO; CARRAZZA,
2012). O mesmo pertence ao Reino Plantae, a Divisão Magnoliophyta, a Classe
Lliliopsida, a Ordem Arecales, a família Arecaceae, ao Gênero Mauritia e a espécie
M. flexuosa.
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O buriti é importante, pois é totalmente aproveitável, desde as folhas (ou
palhas) até a raíz. Do mesmo podem fabricar cestos, bolsas, esteiras e vassouras
utilizando as folhas trançadas; cordas, fios para costura e rendas com a seda
retirada das folhas novas; móveis e brinquedos dos talos das folhas; doces, sucos e
óleo do fruto; artesanato com as sementes; cercas e paredes podem ser construídas
com o uso dos caules; e remédios caseiros para diversos problemas de saúde com
as raízes. É também importante gerador de renda econômica e preserva a natureza,
conservando a quantidade e a qualidade da água nas veredas (ecossistemas
dominados por vegetação típica em solos alagados, com renques de palmeiras de
buriti (PIO, 2010; SAMPAIO, 2011).
O óleo do buriti possui atividades bactericidas, propriedades antioxidantes e
absorve os raios ultravioletas do sol, sendo considerado um protetor solar natural.
Assim como os óleos de oliva e canola, possui alto teor de ácidos graxos
insaturados, que ao ser utilizado na culinária promove a produção do bom colesterol
(HDL), no organismo que faz bem a saúde (SAMPAIO ; CARRAZZA, 2012).
Diante do exposto, os objetivos desta pesquisa foram analisar os aspectos
ecológicos e o potencial econômico do buriti, explicar o manejo para conservação
dos buritizais e avaliar a produção geral do mesmo no Brasil. Para esta análise foi
feita uma pesquisa bibliográfica por meio de artigos científicos, manuais tecnológicos
e trabalhos de conclusão de curso relevantes para a temática de interesse.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Buriti: caracterização botânica e área de ocorrência
O buriti (Mauritia flexuosa L. f.), família Arecaceae, é uma das palmeiras com
maior índice de distribuição no território nacional e é considerada a palmeira símbolo
do cerrado, tendo a ocorrência associada à presença de água nas formações
florestais do cerrado conhecidas como veredas (BITAR ; ALCÂNTARA, 2014). Cada
Palmeira adulta arranja-se de 20 a 30 folhas e cada uma composta de bainha, o talo
ou pecíolo e do limbo foliar. A primeira é a parte mais larga do talo que prende a
folha ao caule do buriti (SAMPAIO, 2011).
O buritizeiro pode ser macho ou fêmea, do primeiro brotam cachos com flores
alaranjadas, mas não produzem frutos. As fêmeas também produzem cachos com
flores alaranjadas, que se desenvolvem para a produção de frutos. As flores das
fêmeas precisam ser fertilizadas pelo pólen dos machos para que os frutos sejam
produzidos. A polinização ocorre principalmente por abelhas nativas, pequenos
besouros e pequenas moscas (SAMPAIO ; CARRAZZA, 2012). O fruto tem forma de
elíptica a oval, envolto por um pericarpo (ou casca), composto por escamas
triangulares castanho-avermelhadas. O mesocarpo (polpa ou massa) é fino,
amarelado ou alaranjado, carnoso e oleoso e muito rico em vitaminas,
principalmente vitamina A, óleos saturados e ferro (SAMPAIO ; CARRAZZA, 2012).
O fruto possui mesocarpo comestível representado por uma camada espessa
de massa amarelada ou alaranjada, endocarpo esponjoso que envolve a semente
muito dura, esta possui formato oblongo com coloração esbranquiçada e
bitegumentar. Variam entre 41,14 a 70, 36 mm com média de 56,49 mm, em relação
ao diâmetro dos frutos variaram entre 37, 24 á 52, 83 mm (ROSSI et al., 2014).
A bucha que envolve o caroço ou semente é importante, porque permite que
os frutos boiem e sejam transportados pela correnteza d’água para um ambiente
favorável a germinação. Geralmente, em cada fruto há apenas um caroço, mas é
possível encontrar frutos sem caroço e frutos com dois caroços. A época da floração
ocorre diferentemente em alguns lugares. No Cerrado, geralmente a floração ocorre
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de novembro a abril, mas os frutos amadurecem de setembro a fevereiro. No
entanto na Amazônia, ocorre de abril a junho e o amadurecimento somente de
março a agosto do ano seguinte (SAMPAIO, 2011).
É comum encontrar 60 a 70 buritizeiros femininos e 75 a 85 buritizeiros
masculinos por hectare. Uma palmeira de buriti produz de 40 a 360 quilos de fruto.
Em um hectare manejado podem ser produzidas de 2,5 a 23 toneladas de fruto por
ano (CYMERYS et al, 2005; SAMPAIO ; CARRAZZA, 2012).
Esta palmeira é propagada por sementes, que perdem o poder germinativo
em poucas semanas; contudo, as sementes recém-colhidas alcançam 100% de
germinação, que ocorre aos 75 dias. A produção do buriti é anual e em indivíduos
femininos ocorrem a cada dois anos, no final do período chuvoso. A cifra de
inflorescência (cachos) com frutos variam de cinco a sete por planta por ano, com
cerca de 400 a 500 frutos por cacho. A mesma acontece entre os meses de abril e
agosto, frutificando após nove meses (BRAGA, 2012).
É uma palmeira que aprecia locais ensolarados, clima quente e necessita de
terrenos ricos em matéria orgânica e levemente úmida. Para plantar, é necessário
abrir uma cova grande, mais larga que funda e maior que o torrão da muda. Como
esta ocorre em áreas de brejo, pede regas mais frequentes. Colocar adubo de curral
curtido, cerca de 3 litros/ cova, acrescido de adubo granulado formulação NPK 10-
10-10, cerca de 300 gramas. Misturar com composto orgânico antes de colocar o
torrão. Regar a cova antes do plantio. Colocar o torrão, adicionar mais composto
orgânico e colocar os tutores em número de três, amarrando com cordão de juta
para manter no lugar. Regar todos os dias, inclusive o ponteiro da copa todos os
dias por 10 dias após o plantio. Para cultivá-lo em terreno seco deve receber muita
água na sua fase juvenil (BRAGA, 2012).
Mais conhecido popularmente no Brasil como Buriti (Mauritia flexuosa L.) é
uma palmeira cuja ocorrência é registrada em diversos estados (Acre, Amazonas,
Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Detrito Federal, Pará, Minas Gerais, São Paulo,
Piauí e Maranhão). O buriti também ocorre em outros países como Bolívia, Peru,
Equador, Colômbia, Venezuela, Trinidad e Tobago, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa (SAMPAIO, 2011).
O buriti é uma palmeira nativa da flora brasileira, sendo uma espécie de
ampla ocorrência nas extensões de Cerrado do Brasil central, com ampla
distribuição pelos cerrados das regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste. A
espécie não é endêmica do Brasil, ocorrendo em outros países da faixa tropical da
América do Sul (FLORA DO BRASIL, 2017).
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O buriti em elevado plantio garante a manutenção de um banco de plântulas e
o consequente recrutamento destas em estágio adulto, sendo o grande número de
indivíduos jovens uma estratégia adaptativa importante para a continuidade temporal
da espécie no local. Por ser capaz de agregar o solo e conservar a água, a presença
dos buritizeiros é essencial em áreas de reflorestamento, principalmente na
recuperação e manutenção de olhos-d’água, margens de rios e lagos, e áreas
encharcadas. A palmeira possui raízes aéreas especiais, denominadas
pneumatóforos, que são capazes de trazer oxigênio para áreas brejosas (RESENDE
et al., 2012; PATRO, 2014).
De acordo com Alvarado et al. (2006), populações da palmeira alcançam
resultados melhores que qualquer outro ecossistema amazônico, sendo o solo o
componente que apresenta maior armazenamento de carbono. Foram obtidos nos
buritizais densos uma captura de 484,52 toneladas de carbono/ha e para buritizais
mistos, 424,72 toneladas de carbono/ha. Eles também estão funcionando como
sumidouros de carbono a uma taxa de 0,90 toneladas de carbono/ha/ano .
Segundo Mendes (2013) M. flexuosa tem sistema reprodutivo xenogâmico,
necessitando de agentes bióticos ou abióticos que realizem a polinização cruzada.
Os visitantes florais não são seus colonizadores, mas sim o vento, que age como
vetor primário na polinização. A polinização das flores se dá por coleópteros
(besouros e escaravelhos), himenópteros (formigas, vespas, abelhas), dípteros
(moscas e mosquitos). A palmeira brota cinco inflorescências por ano que possuem
de dois a quatro metros de tamanho. As inflorescências pistiladas (fêmea) produzem
um número médio de 3.500 flores e as estaminadas (macho) 200 flores (BRASIL,
2012).
As flores contêm néctar, que é utilizado por himenópteros como as abelhas
Trigona sp. e Apis mellifera L., as vespas Polistes sp. e Polybia sp. e as formigas
Camponotus sp. e por dípteros como a mosca Ornidia obesa. Os coleópteros das
famílias Nitidulidae, Mycetophagidae e Curculionidae usam as flores para
reprodução, e as larvas são grandes devoradoras de grãos de pólen (RESENDE,
2012).
Os indivíduos de M. flexuosa produzem uma abundância de flores masculinas
em relação às femininas, sendo que as inflorescências masculinas produzem
aproximadamente 85 vezes mais flores que as femininas. Por outro lado, as flores
masculinas de M. flexuosa duram apenas um dia, enquanto as femininas duram de
quatro a cinco dias. Enquanto as plantas masculinas investem em maior “display”
floral, as plantas femininas possuem maior longevidade floral, aumentando as
chances de polinização e produção de frutos (MENDES, 2013).
Sander (2014) afirma em seu estudo que o buritizal foi descrito como
importante para todos os quilombolas, auxiliando na manutenção do rio, como
habitat para os animais e como fonte de alimentos para o homem e para os bichos.
A lista livre de animais e aves associados ao buritizal, conhecidos pelos quilombolas
apresentou 22 etnoespécies de animais e 24 etnoespécies de aves. O jacaré, a
capivara e a anta, na lista dos animais e o ararão, na lista de aves foram os mais
lembrados e primeiramente citados por todos, estando no consenso cultural dos
quilombolas.
Os frutos que caem na água podem ser aproveitados por algumas espécies
de peixes que roem a polpa deixando o caroço mais leve para ser transportado,
assim, estes estão ajudando na disseminação dos buritizais. O mesmo acontece
com os que roem na terra, pois serve de alimento para alguns roedores (SOARES et
al., 2014).
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Conforme os autores acima em uma parte dos buritizais estudados foi
possível observar que alguns estavam com folhas douradas e ressecadas.
Procurou-se saber o que estava acontecendo, nessa área possui uma fábrica de
curtição de couro, nesse processamento é utilizado metal pesado. Recolheu-se uma
amostra da água que foi levada para o laboratório e ficou comprovada a presença de
metais pesados. Diante dessa observação o buritizeiro pode ser utilizado pelo
homem do campo como indicador de poluentes na água.
É sabido que o buriti tem uma relação direta e simbiótica com a água, além de
estar presente em praticamente todas as regiões do Brasil. Esses fatores, aliados às
potencialidades de utilização da planta, frutos e folhas, tornam essa espécie de
grande interesse para estudos de viabilidade de exploração econômica (SALES,
2016).
O buriti é igualmente responsável pela manutenção de cursos d’água no
Cerrado, uma vez que agem como “filtros” ao remover sedimentos e nutrientes,
fornecendo água limpa ao habitat à jusante. As raízes são do tipo pneumatóforo, e
suprimem a falta de oxigênio nos brejos, localizados nas áreas mais úmidas das
veredas (POTT, 2004 citado por SALGADO, 2014).
Um estudo comprovou a afirmação anterior. Um estudante, do Pará descobriu
que o caroço do buriti (palmeira típica da região) pode ser transformado em filtro
vegetal, e purificar a água poluída dos rios. O estudante Maurício Pantoja de 18
anos de Igarapé-Miri queria achar uma solução para o lixo formado por cascas do
buriti, que se acumulava na cidade. Com pesquisas em laboratório, descobriu que o
caroço do buriti é rico em carbono. Boa parte da população do município vive em
palafitas a beira do rio e não tem acesso à água de qualidade, eles usam para quase
tudo uma água que está poluída, por isso a ideia do projeto é implantar filtros
ecológicos nas casas dos ribeirinhos, e dar acesso a eles agua potável pronta para
ser consumida (DANTAS, 2015).
O carbono presente no buriti é capaz de capturar as impurezas da água.
Primeiro o caroço é queimado para se transformar em carvão, em seguida colocado
dentro de filtros. Os primeiros experimentos foram feitos com as caixas d’água de
uma Universidade da cidade de Abaetetuba no nordeste do Pará. A água do rio
passa por uma tubulação e depois do tratamento com cloro e o filtro de carvão, sai
limpa e pronta para o consumo da população (DANTAS, 2015).
Mesmo com todos os incentivos e políticas públicas, no cerrado o uso do
buriti é pouco difundido, apesar da ampla distribuição da palmeira. As enormes
possibilidades de utilização da mesma e de seus frutos podem ser fonte de renda
para agricultores familiares e também para a indústria. No campo das pesquisas
científicas o buriti é alvo de estudos em relação à sua composição química que pode
variar de acordo com o solo onde o mesmo é nativo ou na busca de novos materiais
para uso em designe nas indústrias química, de cosméticos e farmacêutica (BITAR ;
ALCÂNTARA, 2014; CATTANI ; BARUQUE, 2016).
O buriti fornece alimentos, ração para animais, adubo, materiais de
construção, enfeites, utensílios domésticos, móveis, remédios, cosméticos,
brinquedos e instrumentos musicais. Cada parte desta planta possui pelo menos
uma utilidade. Da capemba podem-se fazer colheres de pau e artesanatos, do talo
(pecíolo) podem-se fazer móveis como mesas, cadeiras, banco, cama, estante, forro
do telhado, portas, paredes, brinquedos, pequenas caixas para embalar o doce do
buriti, artesanatos em geral e etc. (SAMPAIO, 2011).
Das Folhagens jovens (ainda fechadas) são confeccionadas cordas, cestas,
cintos, bolsas, esteiras, chapéus, sandálias, capas de agendas e redes. As folhas
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também são usadas como adubo orgânico. As folhas adultas (palhas) são utilizadas
para cobertura do telhado, parede, cestos, balanços, vassouras e artesanatos. O
Estipe é aproveitado na construção de pontes e, por causa da propriedade flutuante,
o tronco serve como veiculo de transporte de madeira nos rios. Nesse caso,
geralmente, escolhem-se os buritizeiros masculinos (CYMERYS et al., 2005).
Do Tronco se produz vinho não fermentado, palmito, adubo, parede, muros e
pontes, tronco para a corrida de toras em alguns grupos indígenas e das raízes
fabricam-se remédios contra reumatismo. As sementes estão comestíveis quando
imaturas, sendo usada também na confecção de mudas, ração para animais,
artesanatos e café em determinadas regiões. Da casca do fruto se produz óleo,
ração para animais e também serve como adubo. A poupa (massa do fruto) é
empregada para fabricação de doces, sorvetes, sucos (conhecido como
sembereba), geleias, mingau feito com leite, raspa seca, óleo e vinho fermentado
(SAMPAIO, 2011).
O óleo do buriti é utilizado pelos pescadores após exposições longas sob o
sol. O buriti alivia as dores das queimaduras e revitaliza a pele cansada, além de
nutri-la, já que possui quantidade significante de provitamina A. Possui grande
capacidade de renovação celular e funciona como excelente esfoliante natural,
removendo as células mortas e proporcionando vitalidade à pele. O mesmo é usado
ainda na fabricação de remédios contra mordida de cobra, machucados e problemas
respiratórios como asma, pneumonia e resfriado (SAMPAIO, 2011; SOARES et al.,
2014). O elevado cultivo dos frutos de M. flexuosa garante a manutenção de um
banco de plântulas e o consequente recrutamento destas em estágio adulto, sendo o
grande número de indivíduos jovens uma estratégia adaptativa importante para a
continuidade temporal da espécie no local (RESENDE et al., 2012).
O uso do óleo do buriti na pele combate os radicais livres, prevenindo o
envelhecimento precoce, hidratando, melhorando a elasticidade e brilho,
estimulando a produção de colágeno e elastina e estimulando a regeneração celular.
Outra propriedade reconhecida é a cicatrizante. Os benefícios se estendem aos
cabelos, hidratando e recuperando cabelos ressecados e danificados. É facilmente
absorvido sem deixar aspecto oleoso, em peles com acne, ajuda na cicatrização e
recuperação e pode ser usado em todos os tipos de pele. Usa-se puro na pele ou
diluído em cremes corporais, cremes de pentear, máscaras hidratantes ou outros
óleos vegetais. Para garantir todos os benefícios é preferível usá-lo 100% natural. O
potencial terapêutico atribuído ao buriti abre perspectivas no sentido de ser utilizado
como fitoterápico. No entanto, há escassez de estudos que atestem a real atividade
do óleo (BRIANI, 2015).
O aproveitamento de frutos nativos na incrementação da dieta alimentar
torna-se característica crescente à população brasileira; a disponibilidade de
recursos naturais associadas a grande extensão territorial do país forma biomas
característico, fornecendo uma grande variedade de frutos nativos (CASTRO et al.,
2014).
Estudos mostram que, nas condições da região amazônica, algumas famílias
trabalham em conjunto e exclusivamente na extração de óleo de buriti, e conseguem
uma renda mensal de R$ 3 mil por família (BARBOSA, 2016). Em 2014 a
cooperativa comercializou uma tonelada do óleo de buriti, gerando uma lucratividade
de mais de 20 mil reais (MEIRELLES, 2015). O destino da produção é, em grande
parte, para empresas produtoras de cosmético e perfumaria, a exemplo da Natura,
Beraca e L’occitane.
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Nas cidades de Barreirinhas e Tutóia (MA) o artesanato é uma atividade
econômica importante e de grande valor para a economia familiar. Uma atividade de
valor cultural tradicional e de valor econômico. Estima-se que sejam milhares de
trabalhadores que se dedicam a esta atividade, nesta região a atividade é marcada
pela informalidade e precariedade das condições de vida e de trabalho (KELLER,
2011). Nessa área famílias inteiras herdaram de seus antepassados a tradição do
uso da fibra do buriti (palmeira frutífera abundante nesta região) como matéria prima
para produção em produtos artesanais de inspiração indígena. É um artesanato de
valor cultural. Uma prática transmitida e classificada como tradicional de geração
para geração no interior das famílias e da comunidade local (KELLER, 2011).
Uma bolsa produzida pelas artesãs, a qual é parte do catálogo da coleção do
Programa Talentos do Brasil (MDA) pode alcançar o valor de R$ 280, segundo relato
de uma artesã cooperada. Assim, este produto artesanal produzido a partir da fibra
do buriti, com apoio dos programas do MDA e do SEBRAE, é comercializado em
mercados distantes (nacional, e perspectivas do mercado internacional). Através
destes Programas, as artesãs associadas e cooperadas têm acesso a estratégias de
divulgação e de comercialização de seus produtos estando presente nas semanas
de moda e seus fashion business e no catálogo da coleção “Mãos que refazem o
mundo” e de outras formas de divulgação (KELLER, 2011).
Nos Lençóis Maranhenses, o buriti pode ser considerado a espécie-símbolo
da região. A fibra do mesmo é conhecida como “linho” na região e para sua
obtenção são coletados os brotos das folhas jovens - chamados de “olho”. A coleta
dos “olhos” pode ser efetivada pelos membros de toda a família. Mulheres e crianças
geralmente coletam das palmeiras jovens, enquanto a coleta nas palmeiras altas é
feita exclusivamente por homens (KELLER, 2011).
A partir da coleta do “olho”, a atividade envolve uma série de etapas, que são
realizadas quase exclusivamente pelas mulheres. Apesar da imensa gama de
artigos confeccionados a partir do linho do buriti, nos povoados do Município de
Paulino Neves a produção limita-se aos chamados “tapetes” e “mamucabos”. Os
tapetes consistem de esteiras de linho de mais de dois metros quadrados que são a
base para a produção das peças finais como bolsas, sacolas, carteiras e diversos
produtos que possuem valor agregado muito mais elevado. O mamucabo é uma fita
fina e comprida feita de linho trançado – também chamado de “cintos” – usado no
acabamento dos produtos finais (SARAIVA ; SAWYER, 2007).
Com paciência e habilidade, milhares de moradores de Barreirinhas extraem
e utilizam as fibras, para criarem diversos objetos artesanais, que vão de toalha de
mesa a bolsas. Esses artigos são expostos e vendidos em São Luís, onde turistas
do mundo inteiro conhecem o trabalho desenvolvido no interior (PEREIRA, 2015). A
produção do buriti é farta. A cada temporada, as palmeiras chegam a gerar de cinco
a sete cachos, com uma média de 500 buritis. Praticamente toda polpa extraída dos
frutos é utilizada nas fábricas de doce, que os vendem de forma artesanal. Cento e
cinquenta mil famílias extrativistas tiram o sustento dessa atividade e até pessoas
que trabalham em outros ramos, se dedicam a colher o fruto. As mulheres de
Barreirinhas criaram uma cooperativa, que facilita a venda do artesanato. Estas
comemoram a independência financeira que a medida trouxe (PEREIRA, 2015).
Nas cidades de Barreirinhas e Tutóia é comum as artesãs obterem a matéria
prima por meio de um mercado informal. Em Barreirinhas, muitas artesãs compram o
“olho do buriti” ou broto da palmeira dos homens extrativistas (preço por unidade =
broto ou olho). Já em Tutóia muitas artesãs compram a fibra já beneficiada (preço
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por quilo). Alguma década atrás era uma prática generalizada, as artesãs e seus
familiares extraírem eles próprios o “olho” da palmeira. (KELLER, 2011).
O buriti é empregado na indústria cosmética pelo poder de hidratação do óleo
e é abundante na Comunidade Santo Antonio do Abonari, que residem cerca de 60
famílias oriundas de diferentes regiões do país e do estado. A extração média de 50
toneladas por safra nesta região chamou a atenção para o potencial produtivo de
óleo de buriti para esta indústria. O extrativismo sempre ocorreu na comunidade
naturalmente, os agricultores recolhiam os frutos, estocavam em sacolas de 50
quilos e vendiam nas feiras e mercados locais. Com a introdução da miniusina este
processo foi alterado, o fruto passou a ser vendido dentro da própria comunidade e
beneficiado para a venda do produto a grandes empresas fornecedoras ou
produtoras de cosméticos regionais e nacionais (LOPES et al., 2016).
A comunidade possui uma associação comunitária – ABORITI – Associação
Comunitária Santo Antonio do Abonari, que começou a ser formada em 1990 e
formalizou-se em 11/05/1994. Em 2003/2004 a comunidade foi contatada pela
empresa CHRODA da Amazônia para a fabricação de óleo de buriti para
abastecimento das indústrias de cosméticos da região Sudeste do país e para o
exterior. O maquinário foi comprado por um empréstimo a fundo perdido pelo
governo estadual a UFAM- Universidade Federal do Amazonas ofereceu assistência
na implantação e capacitação dos comunitários para operar a miniusina (LOPES et
al., 2016).
Embora seja importante para o orçamento familiar a renda oriunda da
produção do óleo do buriti não se diferencia das demais quanto a destinação e
composição da renda da comunidade Santo Antonio do Abonari, representando em
média, R$ 150,00 mensais e R$ 1.000,00 anuais considerando todo o período da
safra (LOPES et al., 2016). O óleo do buriti é amplamente utilizado na medicina
popular brasileira. Segundo a população que pratica tal medicina, este óleo possui
propriedades vermífugas, analgésicas, antimicrobianas e antiplaquetárias e estudos
in vitro e in vivo demonstraram o potencial do óleo na aplicação para trombose e
para o tratamento do câncer (SAMPAIO, 2017).
O buriti (Mauritia flexuosa) é uma espécie bastante conhecida e utilizada
pelas comunidades Bacabinha, Ilha e Cabeceira, representando uma das espécies
de maior utilidade na região, evidenciada pela abundância de usos entre várias
categorias. Um total de 33,3% dos moradores citaram a palha (limbo foliar) para a
fabricação de vassouras e esteiras. O pecíolo e a casca (epiderme) são empregados
na fabricação de cestas ornamentais, abanos, peneiras, cordas, tapetes, chapéus,
balaios e vassouras (RIBEIRO et al., 2014).
A produção do buriti no Estado do Amazonas envolve todo um contexto
sociocultural amazônico, onde as comunidades se organizam e dividem as tarefas
de colheita, armazenamento, processamento, venda e até a fabricação de óleos em
pequenas usinas em cooperativas com subvenção do Governo do Estado, mas
ainda incipiente (LIMA et al., 2013).
Os principais compradores do buriti produzido pelas comunidades
amazônicas são da população local, mas também há empresas de grande
reconhecimento, como Natura (Natura Ekos), que compra e envolve comunidades
no extrativismo local, e a Empresa Croda (Crodamazon, filial em Manaus) que
também envolve todo um trabalho de compra de produtos oriundos das
comunidades (LIMA et al., 2013).
Em Balsas (MA), uma comunidade luta pela preservação dos buritizais, e
ainda trabalha na fabricação de um antigo meio de transporte da região. No povoado
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vivem cerca de 20 famílias, que entre outras atividades rurais, aproveitam muito de
algumas árvores nativas do cerrado, como os buritizais, presentes em outras regiões
do país. Essa riqueza que garante o sustento e sobrevivência de famílias rurais está
em extinção no cerrado sul maranhense. No município, os buritizais já não são mais
encontrados tão facilmente. São cerca de 1.500 talos de buriti para uma balsa com
capacidade para transportar 20 pessoas. O transporte fluvial é usado nos dias
atuais na festa de Santo Antônio, o padroeiro de Balsas. Outra utilidade da palmeira
na região é para o artesanato. Artesãos fazem telas com os talos e sementes. Nos
quadros rústicos, cenas do folclore da região e da natureza. Um trabalho que exige
muito capricho (COELHO, 2014).
Práticas de manejo
A conservação dos brejos é importante para manter os buritizeiros produtivos,
para que sempre haja água limpa para beber e para que muitos animais como
araras, catetos, antas e tatus, possam ter alimento e água. (SAMPAIO ; CARRAZZA,
2012). Para a conservação são necessárias algumas medidas, como a não
utilização de fogo nos brejos, pois pode degradar a vegetação e ocasionar a
queimada dos cachos de buritizeiros, consequentemente causando a morte e
reduzindo a produção do fruto. Não devem colher dois olhos seguidos do mesmo
buriti e não colher mais da metade das folhas do mesmo buriti, Assim como todas as
plantas, o buriti produz as folhas porque precisa destas para sobreviver. Manter a
vegetação nativa ao redor do brejo também é importante para ter a polinização pelos
insetos (abelha, besouros e moscas) (SAMPAIO ; CARRAZZA, 2012).
Existe uma preocupação quanto ao futuro dos buritizais, pois, é visível pelas
comunidades locais, a diminuição do tamanho dos “olhos” e a morte das palmeiras,
e como consequência a redução da oferta de água em pequenos riachos. Isso torna
urgente não só uma adequação das práticas de manejo e de controle da atividade,
como também o desenvolvimento de tecnologias que aumentem o valor agregados
dos produtos fabricados com as partes da palmeira do buriti, em especial com a fibra
linho de buriti. Embora o conhecimento comunitário acerca da produção e utilização
das fibras de buriti seja muito extenso e bem descrito na literatura, as perspectivas
futuras para o aumento da renumeração dentro da cadeia de valor do buriti, com
base em análises de propriedades físicas, químicas e mecânicas, esbarram em um
grande gargalo da desinformação (SOUZA ; PERPÉTUO, 2016).
Para ter uma boa colheita da seda do buriti Sampaio et al. (2010), dizem que
se deve colher o olho do buriti que tem mais folhas abertas, pois este produz mais
seda. Coletar o olho em veredas mais afastadas de casa, para que os buritis das
veredas mais próximos não fiquem sobrecarregados e terem tempo de produzir
novas folhas e também plantar buriti na vereda mais próxima de casa. Porém, o
extrativismo do buriti enfrenta problemas, como manejo do fogo e a organização dos
grupos extrativistas, que precisam ser melhorados para que tenha um extrativismo
sustentável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do seguinte estudo pôde-se perceber a variabilidade usual e a rica
aplicação econômica da palmeira do buriti como um todo. A mesma pode ser
totalmente aproveitável, sendo empregada na decoração, indústria cosmética,
alimentação, farmácia e estudos científicos. Os frutos têm um poder extraordinário,
sendo explorado para produção de cosméticos e em estudos sobre as propriedades
cicatrizantes, antioxidante e atividade bactericida. Além disso, é uma importante
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fonte de renda para as comunidades que residem próximas aos buritizais, porém há
uma deficiência sobre o conhecimento de um bom manejo na colheita dos frutos,
para assim manter a conservação e regeneração dos mesmos. Sobre ecologia
pouco se sabe ainda, há carência de estudos nesta área, mas já se sabe que é uma
palmeira que auxilia no reflorestamento de áreas de ocorrências, já que ajuda na
manutenção dos cursos d’água, serve de moradia e alimento para alguns animais e
estudos mais recentes comprovam que o caroço tem poder de purificação da água.
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