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Direito Penal III – 4° ano -Noite.
Docente: Sandra Vilar.
Lei de abuso de autoridade 13.869/2019 – Art. 1° ao 8° -Parte
Geral. 2 | SUJEITOS DO CRIME 2.1. Sujeito Ativo 2.1.1. Quem pode cometer crime de abuso de autoridade? O art. 1º da Lei nº 13.869/2019 define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por:
✔ agente público,
✔ seja ele servidor ou não,
✔ que, no exercício de suas funções ou a pretexto de
exercê-las,
✔ abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
Professora o particular cometeria esse tipo de crime? Sim! Caso o mesmo estivesse em concurso de pessoas e se o mesmo souber que o agente é funcionário público. Caso não saiba ele não encore no crime de abuso de autoridade. Observação: os crimes previstos na nova lei são classificados como próprios, ou seja, só podem ser praticados por agentes públicos. Todavia, são admissíveis a coautoria e a participação de particulares caso esses concorram de qualquer modo para o crime, nos termos dos artigos 29 e 30 do Código Penal. O que seria concurso de pessoas? Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. O art. 2° da Lei nº 13.869/2019, é sujeito ativo do crime de abuso de autoridade:
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✔ qualquer agente público,
✔ seja servidor público ou não,
✔ da administração direta, indireta ou fundacional
✔ de qualquer dos Poderes
✔ da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e de Território. 2.1.2. Conceito de agente público A nova lei traz o conceito amplo de agente público para fins de sua aplicação, a semelhança do que faz a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92). Reputa-se agente público:
✔ todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração,
✔ por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
✔ mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou
entidade abrangidos pelo caput deste artigo. Observação: o conceito de agente público para fins de aplicação da nova Lei de Abuso de Autoridade é amplo e abarca todas as formas de vínculo que o agente possa ter com a administração pública. Como exemplo, podem enquadrar-se no conceito mencionado servidores públicos, empregados públicos, militares, servidores temporários, comissionados, detentores de cargo eletivo, função de confiança, voluntários, estagiários, mesários e demais particulares em colaboração com o poder público. 2.1.4. Crimes que exigem sujeitos ativos específicos Do comentário aos tipos penais em espécie, perceber-se-á que alguns delitos só podem ser praticados por agentes públicos específicos. Quando tal situação estiver presente, será feita a ressalva no campo “quem pode praticar este crime”. 2.2. Sujeito Passivo 2.2.1. Quem são as vítimas do crime de abuso de autoridade? No Direito Penal, as vítimas do crime são chamadas de sujeitos passivos. O crime de abuso de autoridade alcança dois sujeitos passivos, quais sejam:
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✔ a pessoa (física ou jurídica) diretamente prejudicada
pela conduta abusiva. Exemplo: a testemunha ou o investigado, no caso do art. 10 que trata da condução coercitiva; ✔ o Estado que tem a sua imagem, confiabilidade e patrimônio ofendidos quando um agente público pratica ato abusivo. 3 | ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL Os crimes previstos na nova Lei de Abuso de Autoridade são todos dolosos. Portanto, não existem crimes culposos no diploma legal em evidência. Além do dolo, a o art. 1º, parágrafo 1º da lei em tela exige que esteja presente uma finalidade específica de agir para que a conduta criminosa reste configurada, senão vejamos: Art. 1º. § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. Portanto, além do dolo de praticar a conduta prevista no tipo penal, é necessário que o agente pratique a conduta: ✔ Com a finalidade específica de prejudicar outrem;
✔ Com a finalidade específica de beneficiar a si mesmo
ou a terceiro; ✔ Por mero capricho ou satisfação pessoal. 3.1. Prejudicar outrem: O termo “prejudicar” é vago e pode ensejar múltiplas interpretações. Desta forma, tem se entendido que o prejuízo deve ultrapassar o exercício regular das funções do agente. Não é suficiente afirmar, por exemplo, que a prisão é o prejuízo em si mesmo, mas sim que a sua decretação buscou prejudicar o indivíduo de outras formas. EXEMPLO: AGENTE PÚBLICO QUE PROCEDE À PRISÃO EM FLAGRANTE DE RIVAL POLÍTICO APENAS PARA O PREJUDICAR, A AUTORIDADE QUE DEIXA DE ENTREGAR A NOTA DE CULPA DO PRESO AO JUIZ, A AUTORIDADE QUE DEIXAR PRESAS EM UM MESMO AMBIENTE DUAS PESSOAS DO SEXO OPOSTO EM UMA MESMA
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CELA, A AUTORIDADE QUE DEIXAR DE COMUNICAR A PRISÃO AOS
FAMILIARES DO PRESO 3.2. Beneficiar a si mesmo ou a terceiro: O benefício compreende qualquer vantagem que o agente possa obter, seja ela material, moral ou patrimonial. Exemplo 1: agente público que pratica determinado ato para ganhar visibilidade em sua rede social (vantagem moral). Exemplo 2: agente público que pratica determinado ato visando receber vantagem financeira (vantagem material). 3.3. Por mero capricho ou satisfação pessoal: Segundo a doutrina, o capricho é uma vontade repentina carente de justificativa. A satisfação pessoal ocorre quando o agente realiza determinada conduta no exercício da função não visando a finalidade prevista na lei, mas sim a satisfação de sentimentos e vontades pessoais do agente. QUAL É A AÇÃO PENAL? O art. 3º da Lei n. 13.869/19 dispõe que os crimes previstos na Lei são de ação penal pública incondicionada (na qual a investigação pelos órgãos competentes e o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público independem de qualquer provocação ou atuação da eventual vítima). Art. 3º. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. Exceção: § 1º Será admitida ação penal privada subsidiaria da pública se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal . Prazo: Preso: 5 dias; Solto: 15 dias. Portanto, os crimes da Lei de Abuso de Autoridade são perseguidos mediante ação penal pública incondicionada. A queixa subsidiária pressupõe comprovada inércia do Ministério Público, caracterizada pela inexistência de qualquer manifestação ministerial OS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
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NOVA LEI Art.4° São efeitos da condenação
I- Reparação do dano, suportados pela vítima. II- Inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública. Prazo:1 a 5 anos. III- a perda do cargo, do mandato ou da função pública. Não constitui efeito automático a perda do cargo ou inabilitação, como ocorre na sentença quando é praticado por tortura ou crime organizado. Que neste caso é de imediato a perda ou inabilitação. Ele só pode perder de imediato, se ele for reincidente em outro crime de abuso de autoridade. Se chama de reincidência específica. E terá que ser declarado motivadamente na sentença. DE ABUSO DE DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS Art.5° As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta lei são; Pena de detenção (regime semiaberto ou aberto). I- Prestação de serviço à comunidade ou entidade pública. II- Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 a 6 meses, com perda dos vencimentos e das vantagens. Parágrafo único: as penas podendo ser aplicadas autônomas ou cumulativamente. Esferas pela qual irá responder: Civil (inocente, vai ser arquivado), administrativo (inocente vai ser arquivado), penal (inocente: excludente de ilicitude), essas feras são todas independentes. Corregedoria de cada órgão correspondente. Estado de necessidade, legitima defesa, estrito cumprimento do dever legal, no exercício regular do direito, será excludente de ilicitude, vai ser feita coisa julgada, sendo inocentado. Art. 6°, 7°,8°