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Cadernos de Educação Ambiental

PESCA
SUSTENTÁVEL

PESCA SUSTENTÁVEL
18

Cadernos de Educação Ambiental


GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE

18
18
Cadernos de Educação Ambiental

PESCA
SUSTENTÁVEL

1ª Reimpressão

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO


SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE
SÃO PAULO
2014

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Governo do estado de são Paulo
Governador Geraldo Alckmin

secretaria do Meio aMbiente


Secretário Rubens Rizek Jr.

coordenadoria de educação aMbiental


Coordenadora Yara Cunha Costa

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S ão Paulo tem um extenso litoral, entrecortado por extensas unidades
de Conservação, que tratam de proteger a riquíssima biodiversidade
característica daquela região. Entre as áreas protegidas, destacam-se
Parques Estaduais, que formam o maior contínuo de mata atlântica do
mundo e as áreas marinhas Protegidas, encarregadas de preservar a
biodiversidade dos ecossistemas litorâneos e, também, de garantir a
reposição dos estoques pesqueiros.
a importância dessas áreas protegidas é incomensurável. O litoral é uma
área muito ameaçada e sofre pressões causadas por atividades humanas como
a pesca predatória, a ocupação desordenada da costa, o turismo de segunda
residência, que aumenta ainda mais a especulação imobiliária, operações
irresponsáveis de indústrias navais e petroleiras, entre outros fatores.
Nesse contexto, o Governo do Estado de São Paulo criou o “mosaico das
Ilhas e áreas marinhas Protegidas do Litoral Paulista”, um conjunto de áreas
protegidas do litoral paulista, englobando áreas já legalmente protegidas
e criando outras. assim, promove-se a recuperação e a manutenção dos
recursos pesqueiros, visando o bem-estar das comunidades pescadoras,
bem como a recuperação da diversidade biológica e cultural.
a pesca sustentável deve ser estimulada, visando o uso responsável
dos recursos pesqueiros, a adoção de boas práticas de forma a assegurar
a reprodução das espécies e manter em bons níveis os seus estoques. Este
Caderno de Educação ambiental trata desse assunto, destacando também
a criação de áreas marinhas Protegidas como importante estratégia de
desenvolvimento sustentável.

Rubens Rizek JR.


Secretário de Estado do meio ambiente

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SUMÁRIO
PESCA SUSTENTÁVEL

01. PESCANdo CErTo.................................................... 10

02. AmbiENTE m AriNho ............................................... 14

03. ÁrEAS mAriNhAS ProTEgidAS Por LEi .............. 38

04. PESCAdor Amigo do mEio AmbiENTE ................ 70

05. mEio AmbiENTE E ECoCidAdANiA ........................ 120

06. TodoS NA mESmA rEdE ........................................ 130

07. PEqUENo diCioNÁrio AmbiENTAL ....................... 134

ANExo i .............................................................................. 157

ANExo ii ............................................................................. 158

ANExo i ii ............................................................................ 160

rEfErêNCiAS bibLiogrÁfiCAS ....................................... 163

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Foto: São Se
bastião - P
raia de Bo
içucanga.
Iris Poffo.

Foto: Canal de São Sebastião. Iris Poffo.

Quem me ensinou a nadar


Quem me ensinou a nadar
Foi, foi, marinheiro,
Foi os peixinhos do mar
Foi, foi, marinheiro,
Foi os peixinhos do mar.

(Cantiga Popular – Folclore)

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Pescando ceRto

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10 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

1. Pescando certo
“O mar é a extensão do território brasileiro. Abriga florestas e animais,
possivelmente em maior quantidade e diversidade que na área continen-
tal. O acesso da sociedade ao conhecimento sobre o bioma marinho cons-
titui uma condição fundamental para que os cidadãos compreendam a
necessidade de protegê-lo e se mobilizem nesse sentido.”
(Fonte: GREENPEACE. À deriva - Um panorama dos mares brasileiros.
Leandra Gonçalves (org.) – São Paulo: 2008.)

A pesca realizada nas regiões marinhas e costeiras do Brasil é essencial


para as famílias dos pescadores que diretamente vivem dessa atividade
e para o fornecimento de alimento para um grande número de outras
pessoas. No entanto, é importante que os pescadores utilizem estratégias
ambientalmente corretas para permitir que seus filhos e as gerações
futuras possam conhecer e conservar a biodiversidade aquática do tempo
de seus avós. É preciso estar alerta e seguir alguns cuidados necessários
para não causar danos ao ambiente marinho ou mesmo a extinção das
espécies existentes.
A constatação de que a quantidade de peixes vem diminuindo, cada
vez mais, afeta, de imediato, aqueles que têm na pesca o seu meio de
sobrevivência. Em longo prazo, essa é uma situação preocupante. Mas,
isso pode ser mudado com a ajuda dos governos e com a participação
dos próprios pescadores. Como? Mudando procedimentos e atitudes,
e praticando técnicas de pesca sustentável, que levam em conta a
importância da conservação dos recursos marinhos.

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1. PESCANdO CERtO 11

Foto: Fernanda Terra.

Foto: Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba – Ubatuba – SP. SMA.

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Arte: Denise Scabin Pereira

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ambiente maRinho

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2. aMBIente MarInHo
BIodIversIdade: conceItos e rIquezas das
áreas costeIras e MarInHas

Foto: Atobás (Sula leucogaster). Secretaria do Meio Ambiente.

O ser humano não está sozinho no planeta. Olhando ao seu redor,


é possível perceber diferentes ambientes, com uma infinidade de
outros animais e de plantas que se inter-relacionam, mantendo um equi-
líbrio dinâmico. No entanto, a interferência humana predatória nesses
ambientes vem ocasionando desequilíbrios aos ecossistemas.
Mas, afinal, o que é um ecossistema?
um ecossistema é o conjunto de fatores físicos (elementos abióticos,
não vivos) e bióticos (seres vivos) que se relacionam entre si. Fazem parte
dos fatores físicos o relevo, a água, os raios solares, o clima, as condições
do solo e de temperatura, o sal presente na água, entre outros.

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2. AMBIENtE MARINHO 15

É a variedade e o grande número desses diferentes ambientes, de se-


res vivos e das muitas relações existentes entre eles, que formam a biodi-
versidade da terra. um exemplo dessa variedade e riqueza está na região
litorânea brasileira. O ambiente marinho é rico em biodiversidade.
Nas regiões litorâneas, existem variados ecossistemas estuarinos e
marinhos, que abrigam milhares de seres vivos, em condições ambientais
diversas. Entre eles estão os manguezais, as restingas, as praias, as dunas,
os costões rochosos, as ilhas, os recifes de corais e o fundo do mar. Que tal
conhecer um pouco mais sobre nosso litoral?

Foto: Jatob
á – Hymen
aea courbar
il. Denise Sc
abin Pereir
a.

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16 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Quando se navega pela costa do litoral de São Paulo vê-se a Serra do


Mar coberta pelo verde da Mata Atlântica, onde há árvores centenárias,
como o jequitibá, o cedro e o jatobá, as coloridas quaresmeiras, o manacá
e o pau-brasil, de onde veio o nome do nosso país.
Na Serra do Mar, nascem muitos rios que vão desaguar no litoral pau-
lista. Por exemplo, na região sul: Ribeira de Iguape, Juréia e Itanhaém.
Na região central: Pilões, Quilombo e Jurubatuba. Na região norte: una,
Juqueriquerê e Picinguaba.

Foto: Serra do Mar (região da estrada velha de Santos). Secretaria do Meio Ambiente.

E onde o rio e o mar se encontram, surgem as águas salobras dos


estuários, margeados pelos manguezais, árvores especialmente adaptadas
a viver em solos basicamente lodosos, com pouco oxigênio e resistentes à
influência do sal e do sobe e desce das marés.
A maior concentração de manguezais preservados do Estado de São
Paulo ocorre na região da Juréia, Iguape e Cananéia. Igualmente impor-
tantes são aqueles localizados no Mar Pequeno, entre Praia Grande e São
Vicente e no Canal de Bertioga. E há ainda outros situados às margens dos
rios citados anteriormente.

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2. AMBIENtE MARINHO 17

Foto: Guar
ás-vermelh
os (Eu
de Cubatão docimus ruber) no m
. Iris Poffo anguezal
– CETESB.

Os manguezais são grandes “condomínios” ecológicos, importantes


ecossistemas. Os rios tortuosos, as pequenas lagoas e as gamboas que
existem neste ambiente formam um excelente criadouro de muitas espé-
cies de peixes, que deixam o alto mar para desovar nos rios costeiros, como
a tainha, a parati, a corvina, o bagre e o robalo. As tainhas, por exemplo,
saem em grandes cardumes do litoral gaúcho para desovar na região de
Cananéia, Iguape, Bertioga e em outras regiões estuarinas.
Os ovos e os filhotes desses peixes buscam abrigo e alimento junto às
raízes das árvores do mangue vermelho, do mangue branco e do mangue
preto, que servem de base para a fixação de algas, ostras e cracas.
As raízes das árvores, que ficam mais próximas das margens, servem,
também, para reter o excesso de terra e de outros materiais trazidos pelos
rios que descem a serra, de modo a evitar o assoreamento dos canais de
navegação. As folhas que caem nutrem o solo e alimentam caranguejos,

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que fazem suas tocas (algumas com mais de um metro de profundidade),


ajudando a aerar a terra. Entre eles estão o pequenino chama-maré e o
grande guaiamu, que serve de alimento para o guaxinim ou “mão-pelada”.

Foto: Caranguejo-amarelo (Gecarcinus lagostoma). Iris Poffo – CETESB.

Nos troncos e galhos destas árvores se abrigam lagartas, aranhas,


formigas, caramujos e o aratu, outro tipo de caranguejo; além das
garças-brancas, dos guarás vermelhos, dos socós e dos martins-pesca-
dores, que neles fazem seus ninhos. Estas aves, junto com os biguás,
excelentes mergulhadores, encontram nos manguezais abrigo e grande
variedade de alimento para seu sustento. E é em busca de alimento e
de águas abrigadas que se aproximam sardinhas, botos e tartarugas
marinhas.
A destruição dos manguezais poderá levar ao declínio da pesca cos-
teira, por ser a fonte e a base das teias alimentares dos estuários e das
áreas marinhas. Por este e outros motivos, os pesquisadores alertam para
conservar e não para aterrar e desmatar este precioso berçário natural.

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2. AMBIENtE MARINHO 19

Saindo dos estuários para o fundo das baías, sacos e enseadas estão
outros grupos de animais. Além dos mexilhões, dos berbigões e dos lingua-
dos com seus olhos de um lado só, encontram-se os camarões e siris que
se alimentam de animais mortos no leito marinho e colaboram, assim, para
limpeza e reciclagem de nutrientes das águas costeiras.
Apesar dos camarões adultos serem encontrados a certa distância da cos-
ta, é nas áreas de mangue que eles passam a primeira fase de vida. E atrás
destes moluscos e crustáceos, em busca de alimento, vêm a corvina, a pescada,
o baiacu, a maria-luisa, o peixe-espada, a manjuba, o bagre e o linguado.
Nas águas do litoral há muito mais diversidade de vida, nadando contra
ou a favor da correnteza e das marés. Mais próximos da superfície estão as
algas, os pequenos invertebrados e os peixes como o peixe-espada e o baiacu.
Alguns metros abaixo, estão as lulas, os golfinhos e peixes como o bonito, o
badejo, entre outros, que migram do mar para o estuário e vice-versa.
Nestas áreas, é comum a observação de voos das gaivotas, os mergulhos
dos atobás e as investidas das fragatas desejando roubar o peixe de alguma
ave desatenta, além das tartarugas que sobem à superfície para respirar.

Foto: Mergulho do atobá (Sula leucogaster). Secretaria do Meio Ambiente.

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20 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Nos costões, fixados às rochas, vivem aqueles seres que desenvolve-


ram a capacidade de sobreviver ao forte choque das ondas do mar, como
as algas (verdes, pardas e vermelhas), as cracas, os mariscos, os espinhosos
ouriços, entre outros.
um pouco mais abaixo da rebentação das ondas, nadam peixes colori-
dos como o listrado sargentinho, o esbelto peixe-frade azul, o pomposo bo-
dião, o peixe-papagaio, o pampo e filhotes de certos peixes marinhos como o
xaréu. E lá no fundo estão as estrelas-do-mar, entre outros animais marinhos.
À medida que se avança das águas da superfície para as mais profundas,
nadam a anchova (ou enchova), o xaréu e o badejo. Entre as tocas abrigam-
-se a garoupa, o mero, o polvo, a moreia e certos tipos de crustáceos.
E quando se navega em direção ao oceano, afastando-se da costa,
não é só a paisagem que muda de formato. A água se torna mais salga-
da, longe da influência dos rios e dos estuários, e mais pobre, também,
em nutrientes.
Nas águas abertas, outras formas de vida se fazem presentes, adap-
tadas a este tipo de ambiente. Nadam a albacora e outros tipos de atuns,
excelentes nadadores de grandes distâncias, o espadarte e o marlim, os
golfinhos, que se alimentam de atuns entre outros peixes, e vários tipos de
tubarão ou cação que, com seu intenso apetite, possuem grande importân-
cia para manter o equilíbrio da teia alimentar marinha.
Com maior profundidade e mais espaço, em alto mar, os oceanos abri-
gam os maiores animais da face da terra: as baleias franca e jubarte, a raia
jamanta, o tubarão-baleia, o peixe-lua e a tartaruga de couro, que se ali-
mentam dos menores seres marinhos, consumindo toneladas de plâncton.
Assim, pode-se perceber como os ambientes estuarinos e marinhos
estão interligados pelo fluxo de águas, que se renovam com os ciclos das
marés; e pelos peixes migratórios, que vão e vêm para desovar e se alimen-
tar, formando uma complexa teia alimentar.
Nesta teia, há os seres que produzem seu próprio alimento, os cha-
mados seres autótrofos, como as árvores de mangues, as algas planctô-

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2. AMBIENtE MARINHO 21

nicas e as de costões; e os animais heterótrofos, aqueles que não produ-


zem seus próprios alimentos.
Entre eles, há os animais herbívoros, que só se alimentam de vegetais;
os animais carnívoros, que só comem outros animais; os onívoros, que não
têm preferências alimentares específicas, comendo de tudo um pouco; e
por fim os que se especializaram em ser os “lixeiros” do mar: os decom-
positores.
Várias são as ameaças ao equilíbrio do ambiente marinho: destrui-
ção dos manguezais, pesca predatória, poluição de origem terrestre e
dos navios, mudanças climáticas, bioinvasão, etc. Infelizmente, é comum
encontrar tartarugas e aves marinhas presas em redes de pesca, mortas
por ingestão de sacos plásticos jogados no mar, feridas pelas hélices das
embarcações e afetadas pela liberação ou derrame de óleo.

Foto: Lixo
boiando n
o mar de Sa
ntos. Secret
aria do Mei
o Ambiente
.

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22 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

ESB.
ens da CET
ntos. Banco de imag
óleo no mar de Sa
flutuante e
Foto: Lixo

A pesca predatória e sem controle interfere na teia alimentar, impede


a reprodução e o crescimento das espécies marinhas, causa o desequilíbrio
ecológico dessas regiões e prejudica os recursos pesqueiros. Isso não é
bom para nenhum ser vivo, incluindo o próprio homem.
É importante conservar os ecossistemas marinhos, manter a biodiver-
sidade existente nesses ambientes, garantindo, desse modo, a sobrevivên-
cia das espécies animais e vegetais e a própria continuidade da atividade
pesqueira.
Para garantir que as crianças, filhos desta e de futuras gerações, pos-
sam viver em um mundo melhor, é preciso que todos façam a sua parte,
colaborando sempre para a preservação das áreas estuarinas e marinhas.

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2. AMBIENtE MARINHO 23

coMPetIÇÃo e cooPeraÇÃo

Foto: Filhote de atobá (Sula leucogaster) - Laje de Santos - SP.


Secretaria do Meio Ambiente.

A pesca é uma das atividades mais antigas da história da humanidade.


Na América do Sul, no lado oeste do Brasil, e na região costeira do Peru,
por exemplo, cientistas encontraram vestígios de anzóis e redes feitas de
algodão por populações que viveram há 5.000 anos atrás, nos sítios histó-
ricos da civilização de Caral – Supe (www.caralperu.gob.pe)
Os índios brasileiros que viviam na região costeira, desde antes da
ocupação dos portugueses, que começou a partir do ano de 1500, coleta-
vam ostras, mariscos e caranguejos para comer, como também saíam para
pescar nas canoas feitas em grandes troncos de árvores da Mata Atlântica.
Seguindo suas tradições culturais e respeitando o ciclo de vida dos ani-
mais que habitam os manguezais e regiões costeiras, os indígenas tinham
regras próprias: não coletavam ou pescavam caranguejos, siris, camarões e
peixes na época da reprodução e da desova dos mesmos.

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24 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Já no período colonial, os pescadores de nosso litoral, muitos oriundos


de miscigenação e imigração, além dos índios originais, que continuaram
vivendo no litoral, aperfeiçoaram as técnicas de pesca artesanal, a cons-
trução das canoas e respeitavam os períodos de defeso (ver glossário).
Aventuravam-se ao mar com poucos recursos de segurança da navegação,
em embarcações do tipo balsa ou jangada, que contavam apenas com os
remos e as velas para navegar e trazer o sustento para suas famílias.
O tempo passou e muita coisa mudou. Neste século XXI, somamos
mais de sete bilhões de habitantes no Planeta terra e é enorme a quanti-
dade de barcos pesqueiros navegando pelos oceanos, causando uma su-
perexploração pesqueira ou sobrepesca. Barcos cada vez maiores e bem
equipados, com motores potentes, cabines, cozinha a bordo e refrigerado-
res permitem aos pescadores ficarem várias semanas ou meses a bordo.
Na costa brasileira, pescam camarão, lula e peixes, como sardinha, en-
chova, badejo, pampo, pescada, corvina, entre outros, com grandes redes
de arrasto, de espera e com espinhéis.

Foto: Mar de Santos – SP. Denise Scabin Pereira.

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2. AMBIENtE MARINHO 25

Foto: Gaivo
tão (Larus
dominican
us) em Itan
haém – SP.
Denise Scab
in Pereira.

Assim, acabam caindo, nas gigantescas redes, animais de todos os


tamanhos: jovens, adultos e inclusive fêmeas ovadas. Animais que se ali-
mentam de algas, os que se alimentam dos peixes pequenos, os que pre-
ferem viver no ambiente de fundo, como bagres e raias; e, também, os que
ocupam o topo da cadeia alimentar, como golfinhos e tubarões.
E essas redes apreendem, também, tartarugas marinhas, aves, como as
gaivotas e os albatrozes, lobos-marinhos e golfinhos, que acabam perden-
do a vida ou sendo gravemente feridos. todos estes animais são, também,
grandes pescadores, em busca do sustento para sua família ou para eles
mesmos. Ocorre aqui competição pelo alimento entre animais de espécies
diferentes, incluindo o homem.
Quando a rede de pesca traz tartarugas, aves e mamíferos marinhos presos
acidentalmente, muitos já chegam mortos ou moribundos ao barco de pesca,
enrolados nas redes, e são jogados de volta ao mar. Isto é chamado de captura
acidental, pois o pescador não tinha a intenção de capturar outros animais.

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26 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Como consequência há danos à vida marinha e há prejuízos à ati-


vidade pesqueira, com a rede danificada. E, para agravar a situação dos
pescadores, golfinhos e tartarugas são animais protegidos pela legisla-
ção federal e sua captura pode ser considerada como crime ambiental,
segundo a Lei de Crimes Ambientais nº 9.605, de 12/02/1998 e o decreto
Federal nº 6.514, de 22 de julho de 2008. Por isso, normalmente, quando
isso ocorre, eles desejam se livrar logo do animal morto e não informam ao
IBAMA ou à Polícia Ambiental.

tonInHas

Foto: Toninha (Pontoporia blainvillei) nadando. Valéria Ruoppolo –


Aiuká / Fundación Mundo Marino.

um dos animais mais afetados pelas redes de espera é a toninha, um pe-


queno golfinho que chega a medir até 1,7 m de comprimento. Possui o focinho
(rostro) muito fino, nadadeiras peitorais curtas e tem cor cinza acastanhado.
Elas habitam as águas costeiras, desde o norte do Espírito Santo, passando
pelo litoral do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul, até a Argentina. Alimentam-se, preferencialmente, de peixes e lulas.

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2. AMBIENtE MARINHO 27

Estudos de cientistas do Projeto toninhas e da Fundación Mundo Ma-


rino, que vêm estudando estes golfinhos, no Brasil e na Argentina, estimam
que centenas de animais morram por ano, somente no Rio Grande do Sul,
presos nas redes de espera. Isto acontece porque, sendo mamíferos aquá-
ticos, eles se enroscam nas redes de fundo e de espera e não conseguem
subir à superfície para respirar. Muitos outros morrem devido à ingestão de
sacos plásticos e pedaços de redes, além dos efeitos da poluição.

Foto: Toninha (Pontoporia blainvillei) morta com rede no rostro.


Valéria Ruoppolo – Aiuká / Projeto Biopesca.

Por estes e outros motivos, as toninhas estão na Lista Nacional das


Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Para preservar estes
golfinhos, pesquisadores do Projeto toninhas e do Projeto BioPesca estão
realizando uma série de estudos para poder conhecer mais sobre seus há-
bitos alimentares, lugares preferidos para alimentação e reprodução. Junto
às universidades e outras organizações nacionais e internacionais estão
investigando, também, outros tipos de redes e sinais sonoros que possam
ser usados no futuro para evitar que tantos animais fiquem presos. Para
isso, a colaboração dos pescadores é muito importante.

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28 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Os pesquisadores do Projeto BioPesca vêm desenvolvendo um tra-


balho muito interessante com pescadores da Praia Grande e na Bai-
xada Santista. À medida que está sendo criado um elo de confiança
e respeito mútuos, eles passaram a colaborar voluntariamente, forne-
cendo informações importantes para os estudos e, inclusive, trazendo
os próprios animais mortos, por meio da licença de pesquisa, para que
biólogos e veterinários possam estudá-los nos laboratórios. Espera-
-se, assim, que em pouco tempo, as toninhas possam nadar com mais
segurança e liberdade, e que os pescadores tenham menos redes
danificadas.

tartarugas MarInHas

Foto: Tartaruga-cabeçuda ou tartaruga-amarela (Caretta caretta).


Fundação Florestal - SMA.

da mesma forma que ocorre com as toninhas, as tartarugas ficam


presas nas redes, principalmente nas da pesca de arrasto do camarão e de
espinhel, e não conseguem subir para respirar na superfície.

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2. AMBIENtE MARINHO 29

Foto: São Vicente – Litoral de São Paulo. Denise Scabin Pereira.

Elas se alimentam de esponjas, medusas (água-viva), algas, corais e


peixes. Quando os filhotes estão nos ovos, enterrados nas praias, servem
de alimento para lagartos, por exemplo. Quando saem dos ovos e nadam
em direção ao mar, servem de alimento para gaivotas, fragatas e peixes.
Quando adultas, são predadas pelas orcas e pelos tubarões. Possuem, as-
sim, grande importância na cadeia alimentar marinha.
Os cinco tipos de tartarugas marinhas que vivem no litoral brasileiro
são: cabeçuda, pente, couro, verde e oliva, e todos estão ameaçados de
extinção de acordo com a Portaria do IBAMA nº 1.522, de 19/12/1989,
(já retificada pela Portaria IBAMA nº 221/90). Por isso, captura, matança,
coleta de ovos e comércio de produtos derivados de tartaruga (casco, ovos,
carne) são passíveis de punição pela Lei de Crimes Ambientais nº 9.605, de
12/02/1998 e decreto Federal Nº 6.514, de 22 de julho de 2008.
Pesquisadores do Projeto TAMAR (www.tamar.org.br) vêm reali-
zando um bonito e importante trabalho de Educação Ambiental e cons-

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30 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

cientização com pescadores, moradores e turistas que visitam as regiões


litorâneas brasileiras, para proteger as tartarugas marinhas. Isto inclui a
proteção das áreas de desova, os cuidados com os filhotes quando saem
dos ovos e o monitoramento dos animais, por meio das placas de identifi-
cação que são colocadas nas nadadeiras.
Outra atividade em conjunto com os pescadores é o desenvolvimento de
novos recursos e petrechos de pesca, que possam reduzir a quantidade de
animais capturados acidentalmente. A Instrução Normativa nº 31/2004, do
Ministério do Meio Ambiente – MMA, de 13/12/2004, determina que os bar-
cos de pesca, que fazem arrasto de camarão (camaroeiros), devem ter meios
para possibilitar o escape das tartarugas que ficaram presas (nas redes).

o que você deve fazer se encontrar uma tartaruga marcada?

dicas do TAmAr
Pesquisadores colocam plaquinhas nas nadadeiras das tartarugas para po-
derem conhecer como elas se desenvolvem, por quais regiões costeiras ou
oceânicas elas nadaram, entre outras informações.

• Se você encontrar uma tartaruga presa na rede, viva, se mexendo ou se


debatendo, veja se é possível anotar ou fotografar o número de identifi-
cação da plaquinha. Não retire a marca e devolva-a ao mar. Anote a data,
horário e local onde a tartaruga estava. Assim que possível, passe essas
informações para a Sede do tAMAR, em ubatuba, (12) 3832-6202 ou (12)
97014-4046 ou ainda pelo endereço eletrônico: [email protected].

• Se a tartaruga estiver “mole” ou aparentemente morta, coloque-a na sombra.


Se estiver no barco, deixe-a com a cabeça mais baixa que o resto do corpo,
cubra-a com um pano úmido sobre o casco e aguarde até que volte a se mexer,
para devolvê-la ao mar. Pode ser que ela demore muitas horas para se recuperar.

• A tartaruga só poderá ser considerada morta após 24 horas sem se mexer.

• Avise sempre ao TAMAR nos números indicados.

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2. AMBIENtE MARINHO 31

aves MarInHas

Foto: Atobá (Sula leucogaster). Secretaria do Meio Ambiente.

Gaivotas, atobás, artim-pescador, garças, biguás e pinguins são alguns


tipos de aves que podem ser encontradas presas em redes de pesca, em
pedaços de redes ou linhas de pesca, às vezes, inclusive, com ferimentos gra-
ves. tenha cuidado ao pegá-las ou manuseá-las, pois, para se defenderem,
podem bicar braços, mãos e até os olhos de quem as estiver segurando.

12773 miolo.indd 31 16/9/2014 20:53:52


32 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Foto: Ovos de atobás (Sula leucogaster). Secretaria do Meio Ambiente.

o – CETESB.
riatus). Iris Poff
utorides st
Foto: So cozinho (B

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2. AMBIENtE MARINHO 33

Foto: Guar
ás-vermelh
os (Eudoci
mus ruber).
Iris Poffo –
CETESB.

Importante: observe se existe algum anel ou anilha de identificação


em uma das pernas das aves ou nas nadadeiras, no caso dos pinguins.
Estas anilhas servem para ajudar os pesquisadores a conhecer o compor-
tamento das aves nacionais e migratórias que vivem em liberdade. Anote
o número que estiver marcado e avise ao CEMAVE – Centro Nacional de
Pesquisa e Conservação, vinculado ao Instituto Chico Mendes de Con-
servação da Biodiversidade – ICMBio. telefone para (83) 3245-5001 ou
escreva para: [email protected]. Será enviado um certificado de
agradecimento a você.

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34 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

ando ao mar,
icus) retorn
h en is cu s magellan IFAW.
Sp ooth /
agalhães ( E. Miguel B
uins-de-m do CEMAV
Foto: Ping com anilha

Foto: Gaivotão (Larus dominicanus) em Itanhaém – SP. Denise Scabin Pereira.

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2. AMBIENtE MARINHO 35

Para ajudar a cuidar das aves marinhas presas nas redes, com ferimentos
ou mesmo sujas de óleo, é necessário chamar pessoas especializadas, como
os biólogos e veterinários da Aiuká (http://aiuka.com.br/), com sede
na Praia Grande (SP) pelos telefones: (13) 3302-6025 ou 3302 6026 ou
(13) 7808 0469. Este grupo de biólogos e veterinários, que são parceiros
do Projeto BioPesca, também presta apoio ao Projeto toninhas e ao tAMAR.

Foto: Mar
de Santos
– SP. Denis
e Scabin Pe
reira.

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36 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Campos.
restal - Fausto Pires
ndação Flo
ela - SP. Fu
Foto: Ilhab

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ÁReas maRinhas
PRotegidas PoR lei

12773 miolo.indd 37
3 16/9/2014 20:54:06
38 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

3. áreas MarInHas ProtegIdas Por leI


Por que é tÃo IMPortante a exIstêncIa de
áreas de ProteÇÃo aMBIental MarInHas?

Foto: Iris Poffo – CETESB.

O litoral paulista é uma área de grande biodiversidade1 e vem sofrendo


drasticamente o impacto de inúmeras ameaças, a maioria delas causada por
atividades humanas, como a pesca predatória, a ocupação desordenada da
costa, o turismo sem regulamentação, a poluição, entre outras.
devido às mudanças climáticas, provocadas pelo aquecimento global,
“no Brasil, já foi detectado o branqueamento excessivo de corais na costa
do Estado de São Paulo, em 1993 e 1994.” (Fonte: GREENPEACE, 2008.)

1 Biodiversidade [bio = vida e diversidade = variedade] ou diversidade Biológica compreende a varie-


dade de vida no planeta, incluindo os genes, as espécies da flora, da fauna e os micro-organismos; a
variedade dos ambientes onde os seres vivem, os quais são chamados de ecossistemas (terrestres e
aquáticos) e os processos ecológicos associados).

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3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 39

Mas, o que são mudanças climáticas?

2 - Cadernos de Educação Ambiental – Ecocidadão


Cap. 2 – Vigiando a qualidade do ar e o aquecimento global
“A terra é protegida por uma camada de gases, que impede que o ca-
lor absorvido dos raios solares se disperse totalmente, mantendo estável a
temperatura no planeta. Graças a esse fenômeno natural chamado efeito
estufa, a vida é possível na terra.
Entretanto, essa camada natural de gases vem aumentando devido ao uso
e produção de energia, em decorrência de atividades humanas, especialmente
as que usam derivados de petróleo (como gasolina e diesel), das queimadas e
do desmatamento. Essas atividades emitem grandes quantidades de dióxido
de carbono - CO2 e monóxido de carbono - CO, além de outros gases, intensi-
ficando o efeito estufa e elevando a temperatura no planeta. Esse é o chamado
aquecimento global, uma espécie de “febre” que o planeta está enfrentando.
O aumento da temperatura na terra, medido em 0,8 °C, desde a Revolu-
ção Industrial, tem consequências como o derretimento de geleiras, a eleva-
ção do nível dos oceanos, a desertificação, a perda de áreas para a agricultura,
o desaparecimento de florestas e de suas espécies animais e vegetais, além
do aumento de catástrofes relacionadas ao clima, como enchentes, furacões
e ciclones. As mudanças climáticas podem, ainda, influenciar na produção de
alimentos e aumentar os casos de doenças como a dengue e a malária.
Para combater o aquecimento global, é necessário reduzir as emissões
dos gases de efeito estufa; evitar o desmatamento e as queimadas; reduzir
o consumo dos combustíveis derivados do petróleo, como o óleo diesel e a
gasolina; incentivar o uso de energias limpas e renováveis, como os biocom-
bustíveis e as energias solar e eólica, respectivamente; incentivar a eficiência
energética, a economia de energia e estimular o uso do transporte público.”
Fonte: SãO PAuLO (Estado) Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Educação
Ambiental. Cadernos de Educação Ambiental – Ecocidadão. São Paulo: SMA/ CEA, 2012.

Edmo Campos, Professor do Instituto Oceanográfico da universidade de


São Paulo (uSP) explica que: “as mudanças climáticas apresentam dois prin-
cipais efeitos nos oceanos: o aumento da temperatura do mar e a elevação de

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40 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

seu nível. Esses fatores têm grande potencial destrutivo para as populações
costeiras e para a fauna marinha, podendo causar, dentre outros impactos:
• danos ambientais e socioeconômicos nas zonas costeiras;
• intensificação de eventos climáticos extremos, como furacões e enchentes;
• perda de biodiversidade marinha. (...)
No período de 1961 a 2003, o nível do mar subiu, em média, 1,8 mm
por ano. Entre 1993 e 2003, a taxa acelerou-se, passando para 3,1 mm por
ano. Os motivos são o aumento no degelo das calotas polares e o aumento na
temperatura do oceano. Mantidos os atuais níveis de emissões atmosféricas
de gases causadores de efeito estufa (GEE), a situação tende a se agravar. O
nível médio do mar pode subir entre 30 cm e 80 cm, nos próximos 50 a 80
anos. As consequências seriam catastróficas. Milhões de pessoas sofreriam
com inundações em todo o mundo (...).”

Fonte: GREENPEACE, 2008.

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente

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3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 41

“Virginia Garcia, professora da universidade Federal do Rio Grande, ex-


plica que a biodiversidade dos oceanos é afetada não apenas pelo aumento
da temperatura, mas também por sua acidificação. Com o aumento do CO2
na atmosfera, e o consequente aquecimento global, ocorrem modificações
nas trocas gasosas e, assim, os oceanos absorvem mais CO2, mudando o
pH da água, tornando-a mais ácida. A maior ocorrência do branqueamento
dos recifes de corais, fenômeno observado em vários pontos do planeta, está
diretamente relacionada a esses fatores – o aquecimento causa a perda total
ou parcial das algas que vivem em simbiose com corais, ocasionando o seu
branqueamento. Além disso, a acidificação impede que os corais depositem
carbonato de cálcio (CaCO3), que constitui sua principal estrutura. Estima-se
que aumentos da temperatura da superfície do mar entre 1 e 3 ºC possam
levar à mortalidade generalizada dos corais, afetando cerca de 25% das es-
pécies marinhas que vivem nos recifes. trata-se do ecossistema marinho de
maior biodiversidade.” (Fonte: GREENPEACE, 2008.)

15 - Cadernos de Educação Ambiental


Mudanças Climáticas Globais no Estado de São Paulo
Capítulo 2. As mudanças climáticas globais
no Estado de São Paulo
Ecossistemas oceânicos e zonas costeiras

Em zonas costeiras e em ecossistemas oceânicos há uma evidência das


mudanças nos sistemas físicos e biológicos associada com as tendências re-
gionais do clima, especialmente relacionados ao aumento da temperatura
atmosférica. Entretanto, separar das questões de ecossistemas oceânicos a
variabilidade causada por fenômenos climáticos extremos, como o El Niño,
das mudanças climáticas regionais é um desafio. (IPCCb, 2001)
Os impactos globais nos sistemas físicos de zonas costeiras relacionam-
-se às tendências de aquecimento regional e incluem associações com o der-
retimento das geleiras, elevação dos níveis dos mares em consequência da
expansão térmica da água e erosão na costa litorânea.

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42 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Segundo o IPCCa (2007), as observações feitas, de 1961 a 2003, de-


monstram que os oceanos têm absorvido mais de 80% do calor acrescido ao
sistema climático. Estas constatações apontam um aumento do nível do mar,
do século XIX para o século XX. Entre 1961 a 2003, o nível do mar global
aumentou em média 1,8 mm, por ano. de 1993 a 2003, o aumento calculado
foi de 3,1 mm por ano, o que evidencia uma taxa mais rápida de aumento, do
que no período analisado anteriormente. Estima-se que o aumento do nível
do mar até o final deste século varie de 9 a 88 cm, de acordo com variações
no aumento da temperatura nos cenários previstos. (IPCCa, 2007)

Tabela 1 – Taxa de elevação do nível do mar (mm/ano)


fontes de elevação do nível do mar 1961 a 2003 1993 a 2003
Expansão térmica 0,42 +
- 0,12 1,60 +
- 0,50
Geleiras e calotas de gelo 0,50 +
- 0,18 0,77 +
- 0,22
Mantos de gelo da Groenlândia 0,05 +
- 0,12 0,21 +
- 0,07
Mantos de gelo da Antártica 0,14 +
- 0,41 0,21 +
- 0,35
Soma das contribuições individuais do 1,10 +
- 0,50 2,80 +
- 0,70
clima à elevação do nível do mar
Total da elevação do nível do mar 1,80 +
- 0,50 3,10 +
- 0,70
observada
Diferença (observada menos a Soma das 0,70 +
- 0,70 0,30 +
- 1,00
contribuições do clima estimadas)

tabela 3 – taxa de elevação do nível do mar (mm/ano). Fonte: IPCCa, 2007.

Nos últimos 50 anos, foi observada uma tendência de aumento no nível


do mar brasileiro de 40cm/século ou 4mm/ano. Variáveis como a expansão
térmica provocada pelo aquecimento global e pelo aumento na intensidade
dos ventos. Estes aumentos podem provocar uma elevação de até 20 mm na
água da costa brasileira, principalmente nas capitais: Rio de Janeiro, Fortaleza,
Recife, Salvador e Belém. (MARENGO et al, 2007)
As mais antigas medições do nível do mar na costa do Estado de São Paulo
indicam um aumento de até 40 milímetros, nos anos entre 1950 e 2000.
Atualmente, cerca de 25% da população brasileira vive na zona costeira
e de acordo com o IPCCa (2007), estima-se que o aumento do nível dos oce-

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3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 43

anos varia entre 18 a 59 centímetros, chegando até a 1,4 metro com o degelo
da Groenlândia e da Antártica, até o final do século.
desta forma, esta população torna-se ameaçada e, dependendo da in-
tensidade e magnitude das áreas afetadas, o número de refugiados ambien-
tais pelos efeitos da elevação do nível do mar na costa brasileira incidirá sobre
o aumento da migração para as metrópoles do país, ocasionando problemas
relacionados à infraestrutura e economia.
No Brasil, a tendência do aumento do nível do mar afetará a zona cos-
teira do país, incluindo as áreas de mangue, que serão submersas e a intrusão
salina nos recursos de água doce, o que propiciará a extinção de inúmeras
espécies que se utilizam destes habitats para desenvolvimento e reprodução.
As projeções também indicam que, com o aumento das concentrações
atmosféricas de CO2, consequentemente, ocorrerá um aumento na acidifi-
cação do oceano, o que ao longo do século XXI reduzirá o pH da superfície
oceânica entre 0,14 e 0,35. (IPCCa, 2007)
Nos recifes de corais do Estado de São Paulo, ainda não há evidências cien-
tíficas que correlacionem o aquecimento global ao fenômeno de branqueamen-
to.1 Porém, na década de 90 observou-se a ocorrência do fenômeno associado
ao aumento da temperatura da água pelo El Niño. (MARENGO et al, 2007).
As mudanças na circulação atmosférica associadas às alterações na tem-
peratura das correntes marítimas contribuirão para o aumento da frequência e
intensidade de ressacas na costa brasileira. No litoral do Estado de São Paulo,
os processos erosivos apresentam-se de forma localizada, como resultado da
interação da posição geográfica, com a interação da dinâmica dos sistemas
costeiros internos à costa e pela intensidade das ondas geradas pelos sistemas
meteorológicos. Entretanto, com a variação climática, há maior vulnerabilidade
ao aumento da ocorrência destes processos devido às mudanças climáticas.

Fonte: texto extraído do livro: 15 - Cadernos de Educação Ambiental - Mudanças Climá-


ticas Globais no Estado de São Paulo. SMA, São Paulo, 2012.

1 O branqueamento de corais ocorre quando as algas que compõem estes organismos são expe-
lidas em resposta a algum estresse, que pode ser causado por poluição, sedimentação ou ciclos
de aquecimento natural das águas oceânicas.

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44 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Por isso, é fundamental a criação de Áreas Marinhas Protegidas.

nte.
aria do Meio Ambie
ulo. Secret
l de São Pa
– Litoral Su
Foto: Juréia

“‘As Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) são a melhor ferramenta para


proteger espaços naturais, que devem ser reservados para garantir a reposição
de estoques pesqueiros e a proteção da diversidade biológica e genética.’ A
afirmação é de Mabel Augustowski, Coordenadora Executiva do Centro de
Estudos para a Conservação Marinha. (...)
As AMPs servem como berçários naturais de espécies marinhas, prote-
gendo a biodiversidade, e beneficiam inclusive a produção pesqueira, pois
exportam indivíduos maduros para as áreas adjacentes, aumentando os es-
toques e, consequentemente, a produtividade do setor. ‘também são núcle-
os de interação com a sociedade, realizando a conscientização por meio de
atividades de Educação Ambiental, práticas interpretativas, turismo e outras
atividades manejadas’, explica Mabel. (...)
A Organização das Nações unidas (ONu) recomenda que, no curto e
no médio prazos, 20% dos oceanos se tornem Áreas Marinhas Protegidas
(AMPs). No longo prazo, esse percentual aumenta para 30%. (...)

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3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 45

A comunidade científica destaca a importância da proibição da pesca,


em determinadas áreas, para aumentar o estoque pesqueiro. Há mais de 15
anos, estudos revelam ser essa a melhor maneira de aumentar densidade,
biomassa, tamanho médio e fecundidade de peixes, além de permitir que as
populações de peixes existentes em recifes atinjam e mantenham seus níveis
naturais. Levando-se em conta que, atualmente, mais de 70% dos estoques
pesqueiros estão ameaçados, as AMPs são uma importante ferramenta para
combater a crise do setor.”
Fonte: (GREENPEACE, 2008.)

A criação de unidades de Conservação Marinhas no Estado de São


Paulo visa encontrar soluções para a recuperação e manutenção dos recursos
pesqueiros, de modo a garantir o bem-estar das comunidades pescadoras do
litoral paulista, além de recuperar sua diversidade biológica e cultural.

Foto: Guar
ás-vermelh
os (Eudoci
mus ruber)
em Cubatão
. Iris Poffo
– CETESB.

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46 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Para unir esforços voltados para a conservação ambiental marinha, o


Governo do Estado de São Paulo reuniu no chamado “Mosaico das Ilhas e
Áreas Marinhas Protegidas do Litoral Paulista”, o conjunto das áreas protegidas
do litoral paulista, englobando áreas já legalmente protegidas e criando outras.
É importante lembrar que há um grande número de espécies em
regiões costeiras e marinhas altamente expostas ao resultado de atividades
humanas, como a poluição por vazamentos de óleo, o descarte inadequado
de lixo, a falta de saneamento básico, entre outras.

Foto: Lixo flutuante no Estuário de Santos – SP. Iris Poffo – CETESB.

No caso dos mangues, que são fontes de sustento de muitas famílias,


é muito importante protegê-los por serem “berçários” de várias espécies,
exportarem nutrientes para outros ecossistemas e serem locais de
fornecimento de alimentos para outros seres marinhos.
A criação das unidades de Conservação é de extrema importância
para garantir os meios legais de proteção da biodiversidade estuarina e
marinha, regular a biodiversidade oceânica e os estoques pesqueiros.

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3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 47

Você sabe quais são os fundamentos legais das


Áreas de Proteção Ambiental - APAs?

unidades de Conservação são espaços protegidos, criados legalmente


pelo Poder Público, com o objetivo de conservar os recursos naturais; promo-
ver a pesquisa científica, a Educação Ambiental e o turismo ecológico; prote-
ger as espécies ameaçadas de extinção e as populações tradicionais.
O Sistema Nacional de unidades de Conservação - SNuC, criado pela Lei
9.985, de 18 de julho de 2000, estabeleceu normas para a criação, gestão e
implantação de unidades de Conservação, que são divididas em dois grupos:
o de Proteção Integral e o de uso Sustentável.
unidades de Conservação de Proteção Integral são unidades de conser-
vação mais rigorosas, que visam preservar a natureza em áreas com pouca
ou nenhuma ação humana. Nelas só é permitido o uso indireto dos recursos
naturais, não envolvendo consumo, coleta, dano ou destruição dos seus ele-
mentos naturais.
Neste grupo estão as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Par-
ques Nacionais e Estaduais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida
Silvestre.
As unidades de Conservação de uso Sustentável apresentam uso restri-
to, porém maleável, associando a conservação da natureza ao uso sustentável
de seus recursos naturais. Nelas é possível, por exemplo, a visitação pública
com controle de impacto ao meio ambiente.
Neste grupo estão as Áreas de Proteção Ambiental - APAs, as Áreas de
Relevante Interesse Ecológico - ARIEs, as Florestas Nacionais, as Reservas Ex-
trativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de desenvolvimento Sustentável
e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPNs.
As unidades de Conservação devem ter um Plano de Manejo desenvolvido
com a participação da população local. trata-se de um documento que esta-
belece, basicamente, o zoneamento, o uso da área e de seus recursos naturais.

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48 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

áreas legalMente ProtegIdas do


lItoral PaulIsta

stal.
ação Flore
P. de Campos – Fund
ela – SP. Fausto
Foto: Ilhab

Na região costeira do Estado de São Paulo, existem unidades de


Conservação de Proteção Integral e de uso Sustentável e áreas declaradas
de importância fundamental para a proteção costeira.
A Organização das Nações unidas para a Educação, Ciência e Cultura /
uNESCO indicou o Litoral Paulista como integrante da Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica e uma parte do litoral sul como Sítio do Patrimônio
Mundial Natural.
Essas medidas e ações internacionais destacam a importância da
região e apontam para a necessidade de preservá-la, assim como outras
leis específicas do Estado de São Paulo, voltadas para a proteção da
biodiversidade marinha.

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3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 49

É importante ressaltar que, além das unidades de Conservação, que


são formas de proteção do ambiente marinho, existem outras leis que
devem ser observadas, como a Lei Estadual nº 10.019, de 3 de julho
de 1998, que institui o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro,
que proíbe a pesca de arrasto de parelha em toda a costa (até o limite da
isóbata2 de 23,6m).

GERENCIAMENTO COSTEIRO – GERCO


O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro foi institucionalizado
no Brasil a partir da promulgação da Lei Federal nº 7.661/88, como
parte integrante da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA e
da Política Nacional de Recursos do Mar - PNRM, com o objetivo
de orientar a utilização racional dos recursos da Zona Costeira, de forma
a melhorar a qualidade de vida de sua população e a proteção do seu
patrimônio natural, histórico, étnico e cultural.
Nessa ocasião, o Plano indicou de forma genérica os bens naturais
a serem protegidos na zona costeira, e definiu que a elaboração dos
zoneamentos era de atribuição exclusiva dos Estados e que sua conclusão
constituiria pré-requisito para o desenvolvimento das demais ações.
O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, instituído pela
Lei nº 10.019/98 estabeleceu objetivos, diretrizes, metas e instrumentos
para sua elaboração, aprovação e execução, com a finalidade de disciplinar
e racionalizar a utilização dos recursos naturais da Zona Costeira. A Lei
Estadual definiu a tipologia das zonas costeiras, os seus usos permitidos,
as atividades proibidas e as penalidades a serem aplicadas no caso de
infrações. Por fim, a Lei estabeleceu que o licenciamento e a fiscalização
deveriam ser realizados com base nas normas e critérios estabelecidos no
Zoneamento Ecológico-Econômico, a ser instituído mediante decreto
estadual, sem prejuízo das demais normas estaduais, federais e municipais
definidas pelos órgãos competentes.

2 Linha que une pontos de igual profundidade.

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50 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Posteriormente, em âmbito federal, o Decreto nº 5.300/04 estabeleceu


os limites, princípios, objetivos, instrumentos e competências para a gestão, bem
como as regras de uso e ocupação da zona costeira, especialmente, da orla
marítima.
No Estado de São Paulo, a Zona Costeira apresenta uma
extensão de 700 km e uma área de cerca de 27.000 km²,
incluindo 36 municípios e abrigando a maior parte da Mata
Atlântica existente no Estado. De acordo com as características
socioambientais, a zona costeira paulista foi dividida em quatro
setores: Litoral Norte, Baixada Santista, Complexo Estuarino -
Lagunar de Iguape-Cananéia e Vale do Ribeira. Cada um desses
setores possui um sistema colegiado de gestão, denominado Grupo Setorial,
com participação dos governos estadual e municipal e da sociedade civil.
Os Grupos Setoriais têm como atribuição elaborar as propostas
de zoneamento e fazer a sua atualização quando necessário, bem
como elaborar os planos de ação e gestão.

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3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 51

Complexo Estuarino Cananeia-Iguape


O Complexo Estuarino - Lagunar de Iguape-Cananéia abrange ainda o
município de Ilha Comprida, e possui um significativo conjunto de atributos
ambientais e culturais, constituídos de cobertura vegetal original, manguezais
e restingas. Caracteriza-se como uma das regiões mais preservadas do
litoral brasileiro e também como um dos ecossistemas costeiros mais
produtivos do mundo. Por ser extremamente vulnerável, encontra-se sob a
jurisdição de um mosaico de unidades de Conservação. Em 1993, a região
foi reconhecida como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e, em 1999,
recebeu o título de Patrimônio Natural da Humanidade, conferido pela
uNESCO.

Vale do Ribeira
O Vale do Ribeira engloba os municípios de Apiaí, Barra do Chapéu,
Barra do turvo, Cajati, Eldorado, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Itariri,
Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba, Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de toledo,
Registro, Ribeira, São Lourenço da Serra, Sete Barras e tapiraí. Embora
tenha seus limites físicos distantes da orla marítima, influencia diretamente
os ecossistemas costeiros, principalmente a região estuarino-lagunar de
Iguape, Cananéia e Ilha Comprida, considerando sua bacia de drenagem
na vertente atlântica. destaca-se por apresentar o maior remanescente
contínuo de Mata Atlântica, sendo titulado, pela uNESCO, como Patrimônio
Natural da Humanidade, em 1999.

Baixada Santista
Abrange os municípios de Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Cubatão,
Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Caracteriza-se como uma região
metropolitana com impactos ambientais decorrentes da implantação do polo
industrial em Cubatão e pelo intenso e consolidado processo de ocupação
habitacional em áreas protegidas e/ou em áreas de risco.

Litoral Norte
O Litoral Norte abrange os municípios de São Sebastião, Ilhabela,
Caraguatatuba e ubatuba e caracteriza-se pela diversidade de recursos

12773 miolo.indd 51 16/9/2014 20:54:17


52 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

naturais e elevado potencial turístico, que podem ser ameaçados em


decorrência da intensa especulação imobiliária, do parcelamento irregular
do solo, da pesca predatória e das estruturas náuticas e atividades portuárias
em desconformidade com relação à conservação dos recursos marinhos.

Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente, disponível em: http://www.


ambiente.sp.gov.br/cpla/zoneamento/gerenciamento-costeiro/

O resultado da integração das diferentes leis de proteção da região


costeira e marinha foi a criação de um grande Mosaico de Unidades de
Conservação.

B.
ffo – CETES
Foto: Iris Po

O Governo de São Paulo, para garantir o uso racional dos recursos


naturais da região, regular as atividades turísticas e as atividades de pesca,
mantendo o estoque pesqueiro, criou, no ano de 2008, três Áreas de

12773 miolo.indd 52 16/9/2014 20:54:19


3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 53

Proteção Ambiental Marinhas, totalizando mais de 01 milhão de hectares,


localizadas no litoral norte, centro e sul do Estado.
Nesse sentido, foram assinados alguns decretos:
• Decreto nº 53.525, de 08 de outubro de 2008, que criou a Área de
Proteção Ambiental Marinha do Litoral Norte e a Área de Relevante
Interesse Ecológico de São Sebastião;
• Decreto nº 53.526, de 08 de outubro de 2008, que criou a Área de
Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro;
• Decreto nº 53.527, de 08 de outubro de 2008, que criou a Área
de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul e a Área de Relevante
Interesse Ecológico do Guará; e, por fim, o
• Decreto nº 53.528, de 08 de outubro de 2008, que criou o Mosaico
das Ilhas e Áreas Marinhas Protegidas do Litoral Paulista.

Foto: Itanhaém – SP. Denise Scabin Pereira.

12773 miolo.indd 53 16/9/2014 20:54:20


54 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Conheça o Mosaico das Ilhas e Áreas Marinhas Protegidas do


Litoral Paulista

Decreto Nº 53.528, de 08 de outubro de 2008:

- Área de Proteção Ambiental Estadual - APA Marinha do Litoral Norte;


- Área de Proteção Ambiental Estadual - APA Marinha do Litoral Centro;
- Área de Proteção Ambiental Estadual - APA Marinha do Litoral Sul;
- Área de Proteção Ambiental Estadual - APA da Ilha Comprida;
- Área de Proteção Ambiental Municipal - APA de Alcatrazes;
- Parque Estadual da Ilha Anchieta;
- Parque Estadual da Ilhabela;
- Parque Estadual da Laje de Santos;
- Parque Estadual Xixová-Japuí;
- Parque Estadual da Ilha do Cardoso;
- Área de Relevante Interesse Ecológico Estadual de São Sebastião;
- Área de Relevante Interesse Ecológico Estadual do Guará;
- unidades de Conservação costeiras integrantes do Mosaico Estadual da
Juréia-Itatins;
- unidades de Conservação costeiras integrantes do Mosaico Estadual de
Jacupiranga;
- unidades de Conservação costeiras do Estado de São Paulo integrantes do
Mosaico Federal da Bocaina;
- unidades de Conservação costeiras do Estado de São Paulo integrantes
do Mosaico Federal do Litoral Sul do Estado de São Paulo e Litoral Norte do
Estado do Paraná.
Poderão integrar o Mosaico das Ilhas e Áreas Marinhas Protegi-
das do Litoral Paulista, as seguintes Unidades de Conservação
Federais:
- Área de Proteção Ambiental Federal - APA Cananéia-Iguape-Peruíbe;
- Estação Ecológica Federal dos tupiniquins;
- Estação Ecológica Federal dos tupinambás;
- Reserva Extrativista do Mandira.

12773 miolo.indd 54 16/9/2014 20:54:20


3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 55

20
localIzaÇÃo das áreas MarInHas ProtegIdas
Localização das áreas marinhas protegidas
Mosaico
da Bocaina
E. Ec.
Tamoios

P.E. Ilha
Anchieta
São Paulo

APA Marinha do Litoral Norte

ARIE de S. Sebastião
P.E. Ilhabela

E. Ec. Fed. Tubinambás


APA Mun. de Alcatrazes

P.E. Marinho da

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo


Laje de Santos

E. Ec. Juréia-Itatins
E. E. Tupiniquins
MOSAICO DE ILHAS DO
APA APA Marinha do Litoral Centro
ARIE Federal da Ilha da Que imada
ESTADO DE SÃO PAULO
Ilha Comprida
APA Federal Grande e Queimada Pequena
Cananéia-Iguape-Peruíbe ARIE Guará

APA Marinha do Litoral Sul


Mosaico do ARIE da ZVS da
Jacupiranga APA da Ilha Comprida

RESEX do Mandira

µ
P.E. Ilha do Cardoso

Mosaico do Litoral Sul de SP


e Litoral Norte do PR

0 10 20 40 60
km

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.


O Mosaico das Ilhas e Áreas Marinhas Protegidas representa o esforço da administração estadual,
em conjunto com representantes da sociedade, no estabelecimento de normas e de cuidados com
as regiões costeiras e marinhas de São Paulo.
O Mosaico das Ilhas e Áreas Marinhas Protegidas representa o esforço
As APAs são administradas pela Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado
da administração estadual, em conjunto com representantes da sociedade,
de São Paulo – a Fundação Florestal, que deverá tomar as medidas necessárias para sua proteção e
no estabelecimento de normas e de cuidados com as regiões costeiras e
gestão. No entanto, a participação das comunidades locais também é muito importante.

marinhas de São Paulo.


As APAs são administradas pela Fundação para a Conservação e a
Produção Florestal do Estado de São Paulo – a Fundação Florestal, que
CartilhaPesca_FINAL.indd 20 9/21/09 4:55:32 PM

deverá tomar as medidas necessárias para sua proteção e gestão. No en-


tanto, a participação das comunidades locais também é muito importante.
As Áreas de Proteção Ambiental Marinhas têm por finalidade proteger,
ordenar, garantir e disciplinar o uso racional dos recursos ambientais da região,
inclusive suas águas, bem como ordenar o turismo recreativo, as atividades de
pesquisa e pesca e promover o desenvolvimento sustentável da região.
Os Conselhos Gestores das APAs Marinhas são constituídos por
representantes dos órgãos públicos e de organizações da sociedade civil.

12773 miolo.indd 55 16/9/2014 20:54:24


56 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

As atribuições do Conselho Gestor das APAs


• Elaborar seu regimento interno;
• Acompanhar a elaboração, implementação e revisão do Plano de
Manejo da APA, garantindo seu caráter participativo;
• Buscar a integração da APA com as demais Unidades de Conser-
vação e espaços territoriais especialmente protegidos e com seu
entorno;
• Promover a articulação dos órgãos públicos, organizações não
governamentais, população residente e iniciativa privada, para a
concretização dos planos, programas e ações de proteção, recupe-
ração e melhoria dos recursos naturais existentes na APA;
• Manifestar-se sobre obras ou atividades potencialmente causado-
ras de impacto na área de sua atuação;
• Acompanhar a aplicação dos recursos financeiros decorrentes da
compensação ambiental; e
• Avaliar os documentos e deliberar sobre as propostas encaminha-
das por suas câmaras técnicas.
A população pode e deve participar da formação do Conse-
lho Gestor das APAs.

CONHECENDO CADA UMA DAS APAs MARINHAS


Foram criadas três APAs no litoral, porque cada região tem caracterís-
ticas diferentes: o Litoral Norte, a Baixada Santista e o Litoral Sul. Por isso,
nem sempre as regras, que nascem das discussões no Conselho Gestor de
cada APA, serão iguais para cada APA Marinha.

12773 miolo.indd 56 16/9/2014 20:54:25


3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 57

Foto: Santo
s – SP. Den
ise Scabin
Pereira.

Foto: Caranguejo-amarelo (Gecarcinus lagostoma). Denise Scabin Pereira.

12773 miolo.indd 57 16/9/2014 20:54:28


22

58 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL


CONHECENDO CADA UMA DAS APAS MARINHAS

Foram criadas •três


APAAPAs no litoral
MARINHA DOporque cadaNORTE
LITORAL região Etem características
ÁREA DE RELEVANTE diferentes: o Litoral Norte,
a Baixada Santista e o Litoral Sul. Por isso, nem sempre as regras, que nascem das discussões no
INTERESSE ECOLÓGICO DE SÃO SEBASTIÃO
Conselho Gestor de cada APA, serão iguais para cada APA marinha.

APA MARINHA É composta


DO LITORALpelos setores:
NORTE E
ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE
I. Cunhambebe, situado no ECOLÓGICO DE SÃOde
litoral dos municípios SEBASTIÃO
ubatuba e Caragua-
É composta pelos setores:
tatuba;
I. Cunhambebe, situado no litoral dos municípios de Ubatuba e Caraguatatuba;
II. Maembipe,II.situado
Maembipe, situado
no litoral do no litoral dode
município município de Ilhabela;
Ilhabela;
III.Ypautiba,
III. Ypautiba, situado situado
no litoral do no litoral dode
município município de São Sebastião.
São Sebastião.

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+ SP
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m APA MARINHA DO LITORAL NORTE


-50
bat
a DO ESTADO DE SÃO PAULO
Isó

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Estão, ainda, incluídos na APA Marinha do Litoral Norte os manguezais


localizados:
CartilhaPesca_FINAL.indd 22 9/21
• junto à Praia da Lagoa e aos Rios Indaiá, Grande, Tavares, Acaraú,
Maranduba, ubatumirim, Onça, Puruba, Prumirim, Itamambuca,
Comprido e Escuro, situados no município de ubatuba;

12773 miolo.indd 58 16/9/2014 20:54:31


3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 59

Foto: São Se
bastião – P
raia de Bo
içucanga.
Iris Poffo.

• junto à Lagoa Azul e aos Rios Mococa, Cocanha, Gracuí, Tabatinga,


Massaguaçu, Lagoa e Juqueriquerê, situados no município de Cara-
guatatuba;
• junto aos Rios Una, Saí e Cubatão, junto ao Rio Paquera, situado no
município de Ilhabela; e
• nas áreas do Araçá e da Enseada/Canto do Mar, situadas no municí-
pio de São Sebastião, áreas de manejo especial.
São permitidas na APA Marinha do Litoral Norte as seguintes atividades:
• pesquisa científica;
• manejo sustentável de recursos marinhos;
• pesca necessária à garantia da qualidade de vida das comunidades
tradicionais, bem como aquela de natureza amadora e esportiva;
• moradia e extrativismo necessário à subsistência familiar;
• ecoturismo, mergulho e demais formas de turismo marítimo;
• educação ambiental relacionada à conservação da biodiversidade;
• esportes náuticos.

12773 miolo.indd 59 16/9/2014 20:54:32


60 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Fica proibida na APA Marinha do Litoral Norte a pesca de arrasto, com


a utilização do sistema de parelha de barcos de grande porte e a pesca
com compressor de ar ou outro equipamento de sustentação artificial, em
qualquer modalidade.
Foi criada a Área de Relevante Interesse Ecológico de São Sebastião
(ARIE de São Sebastião), composta pelos setores CEBIMAR-uSP, Costão do
Navio e Boiçucanga, anteriormente reconhecidos como Áreas Sob Proteção
Especial (ASPEs).

Foto: Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba, Ubatuba – SP. SMA.

12773 miolo.indd 60 16/9/2014 20:54:34


3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 61

• APA MARINHA DO LITORAL CENTRO


24

É composta pelos setores:


APA MARINHA DO LITORAL CENTRO
É composta pelos I. setores:
Guaíbe, situado no litoral dos municípios de Bertioga e Guarujá;
I. Guaíbe, situado II. Itaguaçu, situado
no litoral dos no litoral
municípios dedo município
Bertioga de Santos;
e Guarujá;
II. Itaguaçu, situado no litoral do município de Santos;
III. Carijó, situado no litoral dos municípios de São Vicente, Praia
III. Carijó, situado no litoral dos municípios de São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e
Peruíbe.
Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.

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Laje da Conceição Isó

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo


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APA
Setor Carijó 0 10
µ 20 40
m km
0
-4
ta
ba APA MARINHA DO LITORAL CENTRO
Isó
DO ESTADO DE SÃO PAULO

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Estão incluídos na APA Marinha do Litoral Centro os manguezais


haPesca_FINAL.indd 24
localizados às margens dos Rios Itaguaré, Guaratuba, Itapanhaú e Canal de 9/21/09 4:55:37 PM

12773 miolo.indd 61 16/9/2014 20:54:36


62 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Bertioga, situados no Município de Bertioga, às margens do Rio Itanhaém,


no Município de Itanhaém, e às margens dos Rios Preto e Branco, no
Município de Peruíbe, áreas de manejo especial.
São permitidas na APA Marinha do Litoral Centro as seguintes atividades:
• pesquisa científica;
• manejo sustentável de recursos marinhos;
• pesca necessária à garantia da qualidade de vida das comunidades
tradicionais, bem como aquela de natureza amadora e esportiva;
• moradia e extrativismo necessário à subsistência familiar;
• ecoturismo, mergulho e demais formas de turismo marítimo;
• educação ambiental relacionada à conservação da biodiversidade;
• esportes náuticos.
Fica proibida na APA Marinha do Litoral Centro a pesca de arrasto,
com a utilização do sistema de parelha de barcos de grande porte, nas
profundidades inferiores a 23,6 m e a pesca com compressor de ar ou
outro equipamento de sustentação artificial, em qualquer modalidade e
em qualquer profundidade.

Obs.: A Lei Estadual N° 14.982, de 08 de abril de 2013, alterou


os limites da Estação Ecológica Jureia-Itatins, cuja área marinha
foi incorporada pelas APAs Marinhas do Litoral Centro e Sul
(municípios de Peruíbe e Iguape, respectivamente). Assim, a
APA Marinha do Litoral Centro foi ampliada em 3.823 hectares,
enquanto que a APA Marinha do Litoral Sul incorporou 11.137
hectares. A mesma lei definiu também a criação de novas Reservas
de desenvolvimento Sustentável na região, assim atendendo às
comunidades tradicionais locais.

12773 miolo.indd 62 16/9/2014 20:54:37


3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 63

Foto: Santo
s – SP. Den
ise Scabin
Pereira.

reira.
e Scabin Pe
aém – SP. Denis
Foto: Itanh

12773 miolo.indd 63 16/9/2014 20:54:41


64 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

26

• ÁREA DE PROTEçÃO AMBIENTAL MARINHA DO LITORAL SUL E


ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MARINHA DO LITORAL SUL E
ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO DO GUARÁ
ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO DO GUARÁ

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Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo


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DO ESTADO DE SÃO PAULO



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SP
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0 10 20 40
km

m
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ta
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Isó

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.


A APA Marinha do Litoral Sul situa-se no litoral dos Municípios de Iguape, Ilha Comprida e Cananéia.
É composta por um único setor. Na APA Marinha do Litoral Sul são consideradas áreas de manejo
A APA Marinha do Litoral Sul situa-se no litoral dos Municípios de
especial para a proteção da biodiversidade, o combate de atividades predatórias, o controle da
Iguape,
poluição e a sustentação Ilha Comprida pesqueira:
da produtividade e Cananéia. É composta por um único setor. Na
APA Marinha do Litoral Sul são consideradas áreas de manejo especial
• Ilha do Bom Abrigo,para a proteção
situada da biodiversidade,
no litoral do Municípioode combate de atividades predatórias, o
Cananéia;
• Ilha da Figueira-Sul,controle
também situada no litoral do Município de Cananéia.
da poluição e a sustentação da produtividade pesqueira:
• Ilha do Bom Abrigo, situada no litoral do Município de Cananéia;
• Ilha da Figueira-Sul, também situada no litoral do Município de Cananéia.

Pesca_FINAL.indd 26 9/21/09

12773 miolo.indd 64 16/9/2014 20:54:43


3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 65

São permitidas na APA Marinha do Litoral Sul as seguintes atividades:


• pesquisa científica;
• manejo sustentável de recursos marinhos;
• pesca necessária à garantia da qualidade de vida das comunidades
tradicionais, bem como aquela de natureza amadora e esportiva;
• moradia e extrativismo necessário à subsistência familiar;
• ecoturismo, mergulho e demais formas de turismo marítimo;
• educação ambiental relacionada à conservação da biodiversidade;
• esportes náuticos.
Fica proibida na APA Marinha do Litoral Sul a pesca de arrasto, com
a utilização de sistema de parelha de barcos de grande porte e a pesca
com compressor de ar ou outro equipamento de sustentação artificial, em
qualquer modalidade.
Foi criada a Área de Relevante Interesse Ecológico do Guará (ARIE do
Guará), no Município de Ilha Comprida.

Fonte: Pra
ia do Maru
já – Parque
Estadual d
a Ilha do C
ardoso - C
ananéia - SP.
SMA

12773 miolo.indd 65 16/9/2014 20:54:46


66 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Como É fEiTA A fiSCALizAção dAS ÁrEAS ProTEgidAS?


A fiscalização das áreas protegidas é realizada pela Polícia Militar Ambiental
e pela Marinha do Brasil, cada qual com uma responsabilidade diferente. A
Polícia Militar Ambiental atua na terra e no mar. Com o uso de barcos que
possuem radar, a Polícia é capaz de identificar as embarcações de pesca e o
que está sendo pescado, pois a pesca irregular é crime ambiental. A Marinha
do Brasil é responsável pela defesa nacional, por fiscalizar a segurança da
navegação, o tráfico, as condições das embarcações e, também, a poluição do
mar causada por navios e outras embarcações (Lei Federal nº 9.966/2000).

Foto: Secretaria do Meio Ambiente.

A gestão das APAs Marinhas, desde sua instituição, por meio dos gestores
das unidades, suas respectivas equipes e Conselhos Gestores, já obteve
alguns resultados significativos e produziu avanços, antes mesmo do processo
participativo dos planos de manejo, que começaram em 2013.
Por meio das Câmaras técnicas e Grupos de trabalho, lidaram com temas
diversos, como pesca e seu ordenamento, educação ambiental e licenciamento
de empreendimentos portuários e de prospecção de petróleo.
A APA Marinha Litoral Centro, por exemplo, teve sucesso em propor a
exclusão de pesca no Setor Itaguaçu, no entorno do Parque Estadual Marinho
da Laje de Santos, medida importante para garantir os estoques pesqueiros
na região; ainda regulamentou a pesca com rede a partir das praias. A APA

12773 miolo.indd 66 16/9/2014 20:54:47


3. ÁREAS MARINHAS PROtEGIdAS POR LEI 67

Marinha Litoral Norte, por sua vez, realiza discussões sobre maricultura e cercos
flutuantes. A APA Marinha Litoral Sul busca com os pescadores estabelecer
novas regras para a pesca, com emprego de rede de emalhe, de modo a evitar
a captura acidental de animais, como as tartarugas marinhas e as toninhas.
Cada região apresenta suas particularidades. No Litoral Norte, o turismo
tem grande importância na economia, mas também novos empreendimentos
portuários, rodoviários e de exploração de petróleo offshore vêm ganhando
destaque. Na Baixada Santista, além do maior porto da América Latina, há
impactos gerados pela atividade industrial e pelo crescimento populacional. No
Litoral Sul, a pesca é atividade econômica muito relevante.
Em todo o litoral paulista, ações de ordenamento de pesca visam
proteger não somente os estoques pesqueiros, mas também o modo de vida
e cultura das comunidades tradicionais. Na equação do desenvolvimento
sustentável para essas áreas, o turismo responsável e a educação ambiental
são importantes fatores.
Saiba de todas as informações, legislação e atualizações re-
ferentes às APAs Marinhas e à Pesca Sustentável no site da Se-
cretaria do Meio Ambiente: www.ambiente.sp.gov.br e da Funda-
ção Florestal: http://fflorestal.sp.gov.br/unidades-de-conservacao/
apas-marinhas/
Conheça também o Mapa da Pesca Sustentável e Legislações de
Áreas de Restrição à Pesca:
O Mapa da Pesca Sustentável é uma ferramenta desenvolvida pelo Governo
do Estado de São Paulo para auxiliar pescadores e agentes de fiscalização na
correta condução de suas atividades. As áreas com restrição à pesca definidas
nas normas federais e estaduais vigentes são visualizadas no mapa, permitindo
ao interessado o conhecimento do local proibido para a atividade.
Para orientar os usuários, foi elaborado um manual: o “Manual prático
para a utilização do Mapa da Pesca Sustentável”, com um tutorial passo a
passo para a melhor utilização da ferramenta nos seus diversos formatos.
Para utilizar o mapa online ou fazer download dos arquivos, o usuário deverá
acessar o site: www.ambiente.sp.gov.br/mapadapesca

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68 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Arte: Denise Scabin Pereira.

12773 miolo.indd 68 16/9/2014 20:54:54


PescadoR amigo
do meio ambiente

12773 miolo.indd 69
4 16/9/2014 20:54:54
70 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

4. Pescador aMIgo do MeIo aMBIente

Foto: Ilha Anchieta – Ubatuba - SP. Secretaria do Meio Ambiente.

Aquela velha ideia de que os mares e oceanos são infinitos e verdadei-


ras fontes inesgotáveis de recursos naturais está perdendo força.

“Os oceanos cobrem 71% da superfície da terra e são fundamentais


para todas as formas de vida que aqui habitam. No imaginário da maioria
das pessoas os mares são apenas sinônimos de praia, feriado e diversão e
não sofrem influências das ações do nosso dia a dia. Mas não é bem assim.
Os oceanos são responsáveis por 50% do oxigênio que respiramos. Eles
nos fornecem alimentos, energia, água, sal, entre outras matérias-primas
importantes, além de meios de locomoção. Como são fundamentais para
o equilíbrio climático da terra, o planeta inteiro sentirá as consequências
de qualquer mudança marítima. O futuro dos oceanos depende de todos
nós e todos nós dependemos dos oceanos.” (Fonte: GREENPEACE, 2008.)

12773 miolo.indd 70 16/9/2014 20:54:55


4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 71

A quantidade e a qualidade dos estoques pesqueiros de todo o mundo


estão sendo seriamente ameaçadas pelo crescimento desordenado da pes-
ca. Muitos peixes estão desaparecendo e isso está comprometendo seria-
mente toda a biodiversidade marinha e, também, a vida das pessoas que
dependem da pesca para viver.
“dados da Organização das Nações unidas para a Agricultura e a
Alimentação (FAO, na sigla em inglês) apontam que o volume pescado
marinho, em todo o mundo, vem aumentando continuamente, chegando
a atingir 158 milhões de toneladas, em 2005. Cerca de 60% da produção
provém da pesca – outros 40%, da aquicultura. Aproximadamente 75%
desse total é para o consumo humano – o restante transforma-se em
produtos como óleo e ração para peixes.
O crescimento desordenado da pesca vem ameaçando seriamente a
sustentabilidade dos estoques pesqueiros mundiais. Segundo a FAO, em
2005, 76% deles se encontravam plenamente explotados (pescados em
seu limite de reposição natural), sobre-explotados (pescados além de
seu limite de reposição natural, o que leva ao declínio na quantidade de
indivíduos) ou em situação de recuperação. (...)
A quantidade excessiva de barcos e aparelhos de captura e o desen-
volvimento tecnológico acentuado constituem as principais faces da pres-
são que a humanidade está exercendo sobre os oceanos. Estudos da FAO
mostram que, entre 1970 e 1992, o número de embarcações com convés
passou de cerca de 581 mil para quase 1,2 milhão, enquanto o número
de barcos de pequeno porte, sem convés, cresceu de 1,5 milhão para 2,3
milhões. Além disso, estima-se que, entre 1965 e 1995, o desenvolvimento
tecnológico possibilitou duplicar a taxa de crescimento da capacidade pes-
queira mundial. Hoje, equipamentos de navegação por satélite, ecosson-
das e radares localizadores de cardumes, dentre outros aparelhos, auxiliam
a frota pesqueira a aumentar sua produtividade. Essa elevação exponen-
cial da capacidade de captura é responsável pelo declínio acelerado dos
estoques pesqueiros do mundo.” (Fonte: GREENPEACE, 2008.)

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72 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Como em todos os mares do mundo, a situação das águas do Brasil


é preocupante. Os mares do Brasil (a costa brasileira possui 8.698 quilô-
metros; e a zona costeira e marinha sob jurisdição brasileira ocupa, apro-
ximadamente, 4,3 milhões de km², equivalentes a quase a metade do ter-
ritório terrestre do país) sofrem com os impactos do crescimento urbano
desordenado; com a poluição; com a especulação imobiliária; o turismo
descontrolado; a pesca predatória; a pesca pirata ilegal; com operações
irresponsáveis de indústrias navais e petroleiras; e com outras atividades
que comprometem a vida da biodiversidade da região e das populações
locais. Portanto, os mares do Brasil precisam de proteção urgente.

Foto: Pequena amostra de lixo retirado do mar, em Santos – SP.


Secretaria do Meio Ambiente.

“dados do Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Re-


cursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva Brasileira (Revizee), do Governo
Federal, apontam que 80% dos recursos economicamente explorados pela
pesca marinha encontram-se em situação de sobrepesca, ameaçados ou
em processo de recuperação.” (Fonte: GREENPEACE, 2008.)

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 73

A pesca comercial, por exemplo, muitas vezes não respeita orientações


que permitem a reposição dos estoques pesqueiros, como: não ultrapassar
cotas de captura, atuar somente com licenças de pesca, utilizar técnicas
não predatórias, respeitar áreas e períodos de reprodução das espécies,
além do tamanho mínimo dos indivíduos de cada espécie.

“No Brasil, pesca-se mais do que a capacidade de reprodução das


espécies. Essa prática insustentável já coloca em risco cerca de 80% dos
principais estoques pesqueiros do País. Apenas 0,4% dos mares brasileiros
são protegidos, porcentagem muito inferior à média mundial de 1%, que
já é insuficiente para a recuperação da biodiversidade. (...)

Mais do que reduzir os estoques de espécies exploradas comercial-


mente, a pesca predatória sem manejo sustentável implica outra grave
ameaça à biodiversidade marinha: a captura incidental de animais sem
valor comercial. todos os anos, as redes de arrasto, os espinhéis e outras
técnicas inadequadas, utilizadas pela frota pesqueira brasileira, matam
inúmeras espécies, como aves, golfinhos, tartarugas e alguns tipos de
peixes. (...)

A exploração comercial dos recursos marinhos, no Brasil, tem sido feita


de maneira desordenada. Segundo Fabio Hazin, Professor da universidade
Federal Rural de Pernambuco (uFRPE), entre 1967 e 1973, a produção de
pescado cresceu, em média, 8% ao ano, atingindo 750 mil toneladas. A
partir daí, o ritmo de crescimento desacelerou. No início dos anos 1980,
chegou-se a um patamar próximo a 1 milhão de toneladas, caindo para
600 a 700 mil toneladas, na década seguinte. A partir daí, houve um novo
ciclo de crescimento, que durou até 2002, quando a produção ultrapassou
1 milhão de toneladas, nível que se mantém relativamente estável. Con-
forme dados do IBAMA, cerca de metade desse volume provém da pesca
marinha. (...)

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74 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Muitas vezes, essa exploração ocorre por meio de métodos antiqua-


dos, como as redes de arrasto, que provocam grandes danos aos recursos
pesqueiros e ao ecossistema marinho. A rede de arrasto de fundo, por
exemplo, captura todos os peixes e espécies marinhas na área varrida por
ela e revira o fundo do oceano, arrasando o substrato e os recifes de corais.
Grandes quantidades de peixes jovens, espécies protegidas e espécies sem
interesse comercial são descartadas mortas ou moribundas. (...)

onça.
ar T. Mend
Foto: Jocem

‘Os principais estoques ameaçados, no Brasil, são aqueles que sus-


tentavam as grandes pescarias nacionais, como a sardinha-verdadeira,
lagostas, bagre piramutaba, peixes demersais diversos e camarão-rosa
da costa Sul-Sudeste, entre outros’, afirma Karim Bacha, Subsecretário de
desenvolvimento de Aquicultura e Pesca da Secretaria Especial de Aquicul-
tura e Pesca (Seap), órgão vinculado à Presidência da República.” (Fonte:
GREENPEACE, 2008.)

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 75

Porém, todos esses fatos e dados nos dão uma oportunidade para re-
fletir e tentar reverter essa situação de degradação; nos dão a oportunida-
de para agir em prol de uma mudança positiva na forma como interagimos
com o ambiente marinho e na maneira como utilizamos os recursos pro-
venientes dos mares e oceanos; nos dão a oportunidade de rever e pensar
em políticas públicas, programas e projetos na área, e em novas formas e
técnicas adequadas de pesca que preservem a vida marinha.
E quem melhor que os pescadores artesanais para apoiar as
iniciativas de preservação e conservação do ambiente marinho e dos
recursos pesqueiros?
O pescador artesanal, detentor de um conhecimento incomparável so-
bre o ambiente marinho e as espécies aquáticas; sobre a interferência das
fases da lua nas marés; sobre os ventos e as épocas dos peixes na pesca,
tem uma das profissões mais antigas do mundo; e esse ofício é, muitas
vezes, ensinado pelos familiares mais velhos (pais, avós) aos filhos. Ele
se diferencia dos demais pescadores por trabalhar nas proximidades da
sua moradia. A pesca artesanal é exercida pelo proprietário do meio
de produção, sozinho ou em parceria com familiares, vizinhos e membros
da comunidade. O pescador tem a necessidade de levar alimento para as
pessoas da sua comunidade e de sua própria família.
A atividade pesqueira artesanal, mesmo ameaçada de desaparecer,
devido ao excessivo número de grandes embarcações de pesca indus-
trial, que vêm reduzindo drasticamente os estoques pesqueiros; mesmo
ameaçada pelos preços baixos oferecidos pelos supermercados; pela es-
peculação imobiliária e pela expansão do turismo (fatos que têm levado
muitos pescadores a abandonarem seu ofício e até sua terra), tem sido
considerada grande aliada da conservação ambiental e da preservação
dos recursos do mar.
Os pescadores artesanais dependem da biodiversidade marinha da
sua região, por isso deveriam ajudar a protegê-la. Eles conhecem muito
bem o ciclo de vida dos peixes e de outros seres do mar, muitas vezes

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76 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

melhor que alguns estudiosos da área, por isso poderiam apoiar iniciativas
de conservação dos recursos pesqueiros.
Os pescadores artesanais, com sua grande experiência de vida nesse
ofício, passado de geração em geração, além de serem grandes interessados
na melhoria e no aprimoramento da fiscalização contra a pesca ilegal em
Áreas Marinhas Protegidas e práticas predatórias, são as pessoas certas
para se envolver em atividades de monitoramento da biodiversidade,
de fiscalização das Áreas Marinhas Protegidas e de ecoturismo para o
desenvolvimento da sua comunidade.

Curiosidade
O Dia do Pescador é comemorado
em 29 de junho, que também
é dia de São Pedro Pescador.

nte.
aria do M eio Ambie
– SP. Secret
nchieta – Ubatuba
Foto: Ilha A

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 77

Em todo o mundo, os governos dispõem de uma série de me-


didas para proteger um estoque pesqueiro ameaçado. As prin-
cipais são:
• controle do acesso à pesca (emissão de licenças de captura);
• limitação por cota de captura global;
• limitação por cota de captura individual;
• limitação da eficiência dos aparelhos de pesca;
• fechamento de estação de pesca (defeso);
• fechamento de áreas para pesca;
• proteção de reprodutores;
• determinação de um tamanho mínimo para a captura (compri-
mento e/ou peso);
• restrição sobre os aparelhos utilizados (tamanho da malha e
proibição de uso, por exemplo).
Fonte: GREENPEACE, 2008.

conservaÇÃo e PreservaÇÃo dos estoques


PesqueIros: Pesca sustentável

um dos objetivos das unidades de Conservação de uso Sustentável


criadas é a necessidade de garantir a biodiversidade marinha e o esto-
que pesqueiro em águas paulistas, fundamental para a sobrevivência de
populações tradicionais e para a atividade socioeconômica. Isto porque
as regiões costeiras são as mais ameaçadas do planeta, devido à ex-
ploração desordenada e predatória dos recursos naturais e ao fato de
tratar-se de um local de lazer, de turismo e moradia de grandes massas
de populações urbanas.

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78 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Essa situação fez com que ocorresse


uma redução de espécies da flora e fauna
locais, tão essenciais para os pescadores
e para o equilíbrio dos ecossistemas.
Por isso, é fundamental que os pesca-
dores estejam cada vez mais conscientes
da importância da conservação ambien-
tal e da necessidade da adoção de boas
práticas de pesca, para assegurar a repro-
dução das espécies e manter, em bons
níveis, os estoques pesqueiros existentes
para esta e para as próximas gerações.
A pesca sustentável e responsável é a
nova forma de agir em relação aos recur-
sos marinhos, conservando e preservan-
do, de forma consciente, esse ambiente e
Foto: Fernanda Terra. suas espécies.

ESB.
Poffo – CET
Ilhabel a – SP. Iris
de pesca, em
Foto: Cerco

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 79

Curiosidade Caiçara
Você sabia que as comunidades caiçaras são formadas por
descendentes dos índios tupis-guaranis e portugueses, além dos
descendentes de escravos africanos?
“Os caiçaras apresentam uma forma de vida baseada em
atividades de agricultura itinerante, da pequena pesca, do ex-
trativismo vegetal e do artesanato. Essa cultura desenvolveu-se
principalmente nas áreas costeiras dos atuais Estados do Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná e Norte de Santa Catarina. (...)”13, de
onde surgiram pratos típicos como o “azul marinho” e o peixe
cozido na folha de bananeira.
A cultura caiçara, com seu artesanato, com seus contos e ca-
sos e com sua culinária também merece ser melhor conhecida,
divulgada e preservada.

Atenta a essas questões, a Organização das Nações unidas para a


Agricultura e Alimentação - FAO (Food and Agriculture Organization), que
tem como missão acabar com a fome no mundo e auxiliar os países em
desenvolvimento na modernização e melhoria de práticas agrícolas, pes-
queiras e de silvicultura, criou, no ano de 1995, o Código de Conduta para
a Pesca Responsável, o qual possui como grande objetivo implementar e
divulgar as melhores estratégias de pesca no mundo, por meio da sensi-
bilização das nações para uma exploração sustentável e responsável dos
recursos pesqueiros.

3 Fonte: dIEGuES, Antonio Carlos. O OLHAR dO PESCAdOR. São Paulo, 2004.

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80 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Em períodos anteriores, a intensa exploração dos recursos pesqueiros


provocou a sobrepesca e o declínio da pesca artesanal. devido a esse fato,
na década de 80, a FAO passou a incentivar a pesca artesanal, promo-
vendo, inclusive, no ano de 1982, a Convenção das Nações unidas sobre
o direito do Mar, marcando uma nova etapa para o ordenamento dos
recursos marinhos.

Pereira.
ise Scabin
s – SP. Den
Foto: Santo

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 81

Em 1992, ocorreu, em Cancún, no México, uma Conferência


para a preparação do Código de Conduta para a Pesca Responsá-
vel da FAO, aprovado por unanimidade, no dia 31 de outubro de
1995, e que em seu artigo 2° apresenta os seguintes objetivos:
a) Estabelecer princípios, em conformidade com as normas pertinentes
do direito Internacional, para que a pesca e as atividades relacionadas com
a pesca sejam realizadas de modo responsável, tendo em conta todos os
aspectos biológicos, tecnológicos, econômicos, sociais, ambientais e comer-
ciais pertinentes;
b) Estabelecer princípios e critérios para elaborar e aplicar políticas na-
cionais direcionadas para a conservação dos recursos pesqueiros; a ordena-
ção e o desenvolvimento da pesca de forma responsável;
c) Servir como instrumento de referência para ajudar os Estados a es-
tabelecerem ou melhorarem o marco jurídico institucional necessário para
o exercício da pesca responsável e a formular e aplicar as medidas apro-
priadas;
d) dar orientações que possam ser utilizadas, quando for oportuno,
na formulação e aplicação de acordos internacionais e outros instrumentos
jurídicos, tanto obrigatórios como voluntários;
e) Facilitar e promover a cooperação técnica e financeira, assim como
outros tipos de cooperação, na conservação dos recursos pesqueiros e na
ordenação e desenvolvimento da pesca;
f) Promover a contribuição da pesca para o abastecimento alimentar e
para a qualidade da alimentação, outorgando prioridade para as necessida-
des nutricionais das comunidades locais;
g) Promover a proteção dos ambientes e dos recursos vivos aquáticos,
assim como das áreas costeiras;
h) Promover o comércio de pescado e produtos pesqueiros, em confor-
midade com as normas internacionais pertinentes e evitar o uso de medidas
que constituam obstáculos ao dito comércio;
i) Promover a pesquisa pesqueira, assim como dos ecossistemas asso-
ciados e fatores do meio ambiente pertinentes;
j) Oferecer normas de conduta para todas as pessoas envolvidas no
setor pesqueiro.42

4 Fonte: tradução livre do texto original da Organização das Nações unidas para a Agricultura e
Alimentação – FAO: Código de Conducta para la Pesca Responsable; 1995.

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82 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Para entender melhor o Código de Conduta para a Pesca Respon-


sável, da FAO, leia, a seguir, alguns comentários selecionados do Prof.
Antonio Carlos diegues - universidade de São Paulo, sobre esse impor-
tante documento.

• Comentários sobre o Código de Conduta para a Pesca Responsável


Prof. Antonio Carlos Diegues - Universidade de São Paulo
Em 1995, a FAO - Organização das Nações unidas para a Agricultura e a
Alimentação lançou em Roma o Código de Conduta para a Pesca Respon-
sável, documento que pretende lançar uma nova estratégia para a pesca
no mundo, ameaçada em muitos lugares pela sobrepesca e pela margina-
lização dos milhões de pescadores artesanais.
Faremos, a seguir, alguns comentários sobre esse importante documento.
• O tema central do Código gira em torna da preocupação com a
sobrepesca e degradação dos ecossistemas costeiros e seus im-
pactos sobre o setor pesqueiro, tanto industrial quanto artesanal.
• Caso brasileiro: nos anos 70, a FAO estimou a captura máxima
sustentável no Brasil em 1.4 milhões de toneladas. Certas esti-
mativas alcançavam 2.000.000 toneladas, o que levou a um oti-
mismo irrealista e à rápida destruição dos recursos pela pesca
industrial. Na verdade, mesmo nos anos de maior captura nunca
ultrapassou 700 mil toneladas. Para evitar essas estimativas irre-
alistas, a FAO propõe hoje o critério de precaução na conservação
e exploração dos recursos pesqueiros.
• O Código é abrangente, pois recomenda que a pesca responsável
leve em conta não somente os aspectos biológicos, mas também
os tecnológicos, sociais e ambientais.
• O Código afirma também que os objetivos do manejo pesqueiro
são a manutenção da qualidade, da diversidade dos recursos pes-

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 83

queiros em quantidade suficiente para atender às demandas das


gerações presentes e futuras, no contexto da segurança alimentar,
da erradicação da pobreza e do desenvolvimento sustentável.
• O Código introduz, pela primeira vez, de maneira formal, a ne-
cessidade de se levar em conta o conhecimento dos pescadores
artesanais sobre os recursos pesqueiros, ao lado do conheci-
mento científico.
• O Código enfatiza também a necessidade do uso de artes de
pesca seletivas, o que é mais costumeiro entre os pescadores
artesanais que entre os industriais. O exemplo disso é a utiliza-
ção maciça das grandes redes de arrasto pela pesca industrial
em oposição à variedade dos equipamentos de pesca utilizados
pela pequena pesca.
• O Código recomenda que o processo de ordenamento da pesca
seja transparente, a partir da consulta efetiva dos grupos envol-
vidos: pescadores industriais, artesanais, governo, organizações
não governamentais. A experiência brasileira dos grupos per-
manentes do estudo - GPEs não apresentou essa transparên-
cia, uma vez que ficou muito circunscrita aos cientistas. Por isso
mesmo, havia muita contestação dos resultados desses estudos
pelos pescadores.
• O Código relaciona, de forma correta, o manejo pesqueiro e o
gerenciamento costeiro, colocando o primeiro como parte do se-
gundo. Esse relacionamento é essencial hoje, sobretudo para a
pesca artesanal realizada em estuários, baías e recifes, ecossiste-
mas sujeitos diretamente à degradação ambiental pela expansão
urbano-industrial.
• No Brasil, a criação de áreas de proteção ambiental - parques
costeiros- marinhos constitui-se num instrumento importante dos

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84 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

planos de gerenciamento costeiro. Na maioria dos casos proíbe-


-se a pesca artesanal, gerando conflitos que põem em perigo a
própria conservação. A experiência de criação de reservas extra-
tivistas aquáticas, tanto em águas continentais quanto costeiras
pode ser uma solução para inúmeros conflitos já existentes entre
pescadores artesanais e a administração desses parques marinhos.
Fonte: Leia os comentários do Prof. Antonio Carlos diegues – uSP - na íntegra em: http://
nupaub.fflch.usp.br/sites/nupaub.fflch.usp.br/files/color/pescarespons.pdf

a.
Scabin Pereir
haém – SP. Denise
Foto: Mar de Itan

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 85

coMo deve ser a Pesca sustentável?

1u Deve ser administrada de modo a considerar todas as


espécies de vida marinha de um ecossistema.

2u Deve ajudar a proteger as espécies marinhas sensíveis e


os habitats vulneráveis.

3u Deve manter os estoques de todas as espécies alvo num


nível saudável.

4u Deve usar métodos de pesca seletivos e que não destru-


am os habitats marinhos.

5u Deve manter a biodiversidade associada à pescaria.

6u Deve proteger o oceano garantindo eficiência energética


e minimizando o uso de químicos e produção de lixo.

7u Deve operar de maneira social e economicamente justa e


responsável de modo a não prejudicar outras populações.

8u Deve oferecer o completo rastreamento de todos os pei-


xes que vende, desde o ponto de captura até o mercado,
de modo que os clientes identifiquem facilmente que são
produtos sustentáveis.

Fonte: http://www.greenpeace.org/portugal/pt/O-que-fazemos/Campanha-dos-Oceanos-Mer-
cados-em-Portugal/que-significa-sustentavel/

Os critérios da Greenpeace para pesca sustentável são baseados no “Código de Conduta para
Pescarias Sustentáveis” da FAO. Em 2002, na Cimeira Mundial para o desenvolvimento Susten-
tável, governos de todo o mundo concordaram em implementar este Código de Conduta com
o objetivo de repor os estoques globais de peixe até 2015.

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86 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Campos.
o Pires de
Foto: Faust

Foto: Santos – SP. Denise Scabin Pereira.

No Brasil, a Política Nacional para os Recursos do Mar, Decreto


n° 5.377, de 23 de fevereiro de 2005, que tem como um de seus obje-
tivos incentivar a exploração e o aproveitamento sustentável dos recursos
do mar, toma como base o Código de Conduta para a Pesca Responsável
– FAO, entre outros instrumentos.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 87

Fotos: Laje de Santos e Peixe – Sérgio Viegas.

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88 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

A PNRM – Política Nacional para os Recursos do Mar – tem


por finalidade orientar o desenvolvimento das atividades que visem à
efetiva utilização, exploração e aproveitamento dos recursos vivos, minerais
e energéticos do Mar territorial, da Zona Econômica Exclusiva e da Platafor-
ma Continental, de acordo com os interesses nacionais, de forma racional e
sustentável para o desenvolvimento socioeconômico do País, gerando em-
prego e renda e contribuindo para a inserção social.
Recursos do mar são todos os recursos vivos e não vivos existentes
nas águas sobrejacentes ao leito do mar, no leito do mar e seu subsolo,
bem como nas áreas costeiras adjacentes, cujo aproveitamento sustentável
é relevante sob os pontos de vista econômico, social e ecológico.
Os recursos vivos do mar são os recursos pesqueiros e a diversidade
biológica, incluindo os recursos genéticos ou qualquer outro componente da
biota marinha de utilidade biotecnológica ou de valor para a humanidade.
Os recursos não vivos do mar compreendem os recursos minerais
existentes nas águas sobrejacentes ao leito do mar, no leito do mar e seu
subsolo, e os recursos energéticos advindos dos ventos, marés, ondas, cor-
rentes e gradientes de temperatura.
Inserem-se, ainda, entre os recursos em questão, as potencialidades
do mar para as atividades de aquicultura marinha, turísticas, esportivas e
de recreação.
A PNRM não contempla o transporte marítimo de cargas, que é objeto
de políticas e normas legais específicas.

A PNRM tem como objetivos:


• promover a formação de recursos humanos;
• estimular o desenvolvimento da pesquisa, ciência e tecnologia ma-
rinhas; e
• incentivar a exploração e o aproveitamento sustentável dos recursos
do mar, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e
seu subsolo, e das áreas costeiras adjacentes.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 89

alguns ProBleMas causados Pela


Pesca nÃo sustentável

Certas técnicas ou métodos de pesca podem ocasionar graves proble-


mas ao ambiente marinho.
A pesca de arrasto é uma delas e é bastante comum no litoral brasileiro.
Ela é caracterizada pela captura de um grande número de peixes, muitos de-
les pequenos e sem valor comercial, devido ao minúsculo tamanho da malha
utilizada. Porém, esses peixes têm grande importância para o equilíbrio do
ecossistema marinho, como foi mostrado no primeiro capítulo.
O arrasto de fundo do mar causa sérios prejuízos aos seres vivos que
estão nesta parte do mar, havendo a destruição de seu habitat natural.
Estudos mostram que a cada 1 quilo de peixe comercial pescado, 9 quilos,
entre peixes e outros organismos sem interesse comercial, são jogados
fora. O arrasto afeta, sobretudo, a reprodução das espécies.
Acordos e leis existem para ordenar a atividade de pesca, garantindo
peixe durante todo o decorrer do ano, para todos. Para isso, é preciso que
cada um faça a sua parte, pescando de forma responsável.
O uso de alguns métodos de pesca inadequados acaba tornando o
alimento escasso e dificultando a sobrevivência de muitas famílias de pes-
cadores. A oferta de peixes só estará garantida quando forem tomadas
medidas de proteção e ordenamento dos recursos pesqueiros.

A Lei 11.959, de 29 de junho de 2009, dispõe sobre a Política


Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e
da Pesca e regula as atividades pesqueiras no Brasil:
Art. 1 Esta Lei dispõe sobre a Política Nacional de desenvolvi-
mento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, formulada, coordena-
da e executada com o objetivo de promover:

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90 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

I – o desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura


como fonte de alimentação, emprego, renda e lazer, garantindo-se o
uso sustentável dos recursos pesqueiros, bem como a otimização dos
benefícios econômicos decorrentes, em harmonia com a preservação
e a conservação do meio ambiente e da biodiversidade;
II – o ordenamento, o fomento e a fiscalização da atividade pes-
queira;
III – a preservação, a conservação e a recuperação dos recursos
pesqueiros e dos ecossistemas aquáticos;
IV – o desenvolvimento socioeconômico, cultural e profissional dos
que exercem a atividade pesqueira, bem como de suas comunidades.

O que se busca com essa lei é o ordenamento pesqueiro, que deve considerar
as peculiaridades e as necessidades dos pescadores artesanais, de subsistência
e da aquicultura familiar, visando garantir sua permanência e sua continuidade.
Ainda de acordo com o artigo 4°, da Lei 11.959, de 29 de junho de
2009, a atividade pesqueira compreende todos os processos de pesca,
explotação e exploração, cultivo, conservação, processamento, transporte,
comercialização e pesquisa dos recursos pesqueiros.
Já, a pesca artesanal, de acordo com essa mesma legislação, é a pes-
ca praticada diretamente por pescador profissional, de forma autônoma ou
em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou me-
diante contrato de parceria, desembarcado, podendo utilizar embarcações
de pequeno porte. Por outro lado, a pesca industrial é a pesca praticada
por pessoa física ou jurídica, que envolve pescadores profissionais, empre-
gados ou em regime de parceria por cotas-partes, utilizando embarcações
de pequeno, médio ou grande porte, com finalidade comercial.
A atividade pesqueira artesanal diz respeito aos trabalhos de confecção
e de reparos de artes e petrechos de pesca, os reparos realizados em embar-
cações de pequeno porte e o processamento do produto da pesca artesanal.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 91

Foto: Fernanda Terra.

O respeito aos procedimentos fixados para as áreas marinhas em rela-


ção às quantidades legalmente permitidas de peixes pescados, o respeito
ao período de desova, ao ciclo de reprodução, aos locais utilizados como
“berçários”, entre outros fatores, asseguram a oferta contínua de peixes, o
que é bom para todos: homem e meio ambiente.
A pesca deve acontecer de maneira harmônica com o meio ambiente,
garantindo o equilíbrio ambiental da zona costeira e marinha. A pesca,
quando ocorre de maneira predatória e ilegal, provoca o desequilíbrio na
teia alimentar marinha, pois algumas espécies, que servem de alimento
para outras, podem desaparecer.

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92 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Conheça um breve trecho da Lei 11.959, de 29 de junho de


2009, que dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável da Aquicultura e da Pesca

CAPÍTULO III
DA SUSTENTABILIDADE DO USO DOS RECURSOS
PESQUEIROS E DA ATIVIDADE DE PESCA

Seção II
Da Atividade Pesqueira

Art. 6º O exercício da atividade pesqueira poderá ser proibido transi-


tória, periódica ou permanentemente, nos termos das normas específicas,
para proteção:

I – de espécies, áreas ou ecossistemas ameaçados;


II – do processo reprodutivo das espécies e de outros processos vitais
para a manutenção e a recuperação dos estoques pesqueiros;
III – da saúde pública;
IV – do trabalhador.

§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, o exercício da


atividade pesqueira é proibido:

I – em épocas e nos locais definidos pelo órgão competente;


II – em relação às espécies que devam ser preservadas ou espécimes
com tamanhos não permitidos pelo órgão competente;
III – sem licença, permissão, concessão, autorização ou registro expedi-
do pelo órgão competente;
IV – em quantidade superior à permitida pelo órgão competente;
V – em locais próximos às áreas de lançamento de esgoto nas águas,
com distância estabelecida em norma específica;
VI – em locais que causem embaraço à navegação;
VII – mediante a utilização de:
a) explosivos;

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 93

b) processos, técnicas ou substâncias que, em contato com a água,


produzam efeito semelhante ao de explosivos;
c) substâncias tóxicas ou químicas que alterem as condições naturais
da água;
d) petrechos, técnicas e métodos não permitidos ou predatórios.

§ 2º São vedados o transporte, a comercialização, o processamento e a


industrialização de espécimes provenientes da atividade pesqueira proibida.

Art. 7o O desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira dar-se-á


mediante:

I – a gestão do acesso e uso dos recursos pesqueiros;


II – a determinação de áreas especialmente protegidas;
III – a participação social;
IV – a capacitação da mão de obra do setor pesqueiro;
V – a educação ambiental;
VI – a construção e a modernização da infraestrutura portuária de ter-
minais portuários, bem como a melhoria dos serviços portuários;
VII – a pesquisa dos recursos, técnicas e métodos pertinentes à ativi-
dade pesqueira;
VIII – o sistema de informações sobre a atividade pesqueira;
IX – o controle e a fiscalização da atividade pesqueira;
X – o crédito para fomento ao setor pesqueiro.

CAPÍTULO IV
DA PESCA

Seção I
Da Natureza da Pesca

Art. 8o Pesca, para os efeitos desta Lei, classifica-se como:

I – comercial:
a) artesanal: quando praticada diretamente por pescador profissional,
de forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de pro-

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94 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

dução próprios ou mediante contrato de parceria, desembarcado, podendo


utilizar embarcações de pequeno porte;
b) industrial: quando praticada por pessoa física ou jurídica e envolver
pescadores profissionais, empregados ou em regime de parceria por cotas-
-partes, utilizando embarcações de pequeno, médio ou grande porte, com
finalidade comercial;

II – não comercial:
a) científica: quando praticada por pessoa física ou jurídica, com a fina-
lidade de pesquisa científica;
b) amadora: quando praticada por brasileiro ou estrangeiro, com equi-
pamentos ou petrechos previstos em legislação específica, tendo por finali-
dade o lazer ou o desporto;
c) de subsistência: quando praticada com fins de consumo doméstico
ou escambo sem fins de lucro e utilizando petrechos previstos em legislação
específica.

CAPÍTULO VI
DO ACESSO AOS RECURSOS PESQUEIROS

Art. 24. toda pessoa, física ou jurídica, que exerça atividade pesqueira
bem como a embarcação de pesca devem ser previamente inscritas no Re-
gistro Geral da Atividade Pesqueira - RGP, bem como no Cadastro técnico
Federal - CtF na forma da legislação específica.

Parágrafo único. Os critérios para a efetivação do Registro Geral da


Atividade Pesqueira serão estabelecidos no regulamento desta Lei.

Art. 25. A autoridade competente adotará, para o exercício da ativida-


de pesqueira, os seguintes atos administrativos:

I – concessão: para exploração por particular de infraestrutura e de


terrenos públicos destinados à exploração de recursos pesqueiros;
II – permissão: para transferência de permissão; para importação de
espécies aquáticas para fins ornamentais e de aquicultura, em qualquer fase
do ciclo vital; para construção, transformação e importação de embarcações

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 95

de pesca; para arrendamento de embarcação estrangeira de pesca; para


pesquisa; para o exercício de aquicultura em águas públicas; para instalação
de armadilhas fixas em águas de domínio da união;
III – autorização: para operação de embarcação de pesca e para opera-
ção de embarcação de esporte e recreio, quando utilizada na pesca esporti-
va; e para a realização de torneios ou gincanas de pesca amadora;
IV – licença: para o pescador profissional e amador ou esportivo; para
o aquicultor; para o armador de pesca; para a instalação e operação de
empresa pesqueira;
V – cessão: para uso de espaços físicos em corpos d’água sob jurisdi-
ção da união, dos Estados e do distrito Federal, para fins de aquicultura.

§ 1º Os critérios para a efetivação do Registro Geral da Atividade Pes-


queira serão estabelecidos no regulamento desta Lei.

§ 2º A inscrição no RGP é condição prévia para a obtenção de conces-


são, permissão, autorização e licença em matéria relacionada ao exercício
da atividade pesqueira.

Obs.: Para saber quem é pescador ou pescadora profissional artesanal, o


Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA criou o Registro Geral da Pesca
(RGP). Toda pessoa que faz da pesca a sua profissão ou o seu principal
meio de vida pode obter o RGP.
Para retirar o documento, o pescador ou pescadora profissional deve se
dirigir ao escritório da Superintendência do MPA no seu Estado.

Fonte: Conheça a Lei 11.959/2009 na íntegra no site do Ministério da Pesca e Aqui-


cultura: www.mpa.gov.br

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36
96 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Você sabe o que pode acontecer se os pescadores capturarem uma espécie de peixe ex-
cessivamente e sem respeitar
Você sabe oo período
que podedeacontecer
desova e desecrescimento dos filhotes,
os pescadores comouma
capturarem por
exemplo, a tainha? Esses pescadores não permitirão que essa espécie possa se reproduzir
espécie de peixe excessivamente e sem respeitar o período de desova e de
de forma que ela se mantenha em quantidade adequada para a continuidade da pesca.
crescimento dos filhotes, como por exemplo, a tainha? Esses pescadores
não
E se pescarem permitirão
peixes jovens,que essa
antes deespécie
estarempossa se reproduzir
prontos de forma queIsso
para se reproduzirem? elapo-
se
derá causar a diminuição do estoque pesqueiro dessa espécie. Veja o caso da pesca
mantenha em quantidade adequada para a continuidade da pesca.
indiscriminada das sardinhas: os animais que se alimentam delas ficarão sem comida
e as espécies de Epeixes
se pescarem peixes
que servem dejovens, antes
alimento parade estarem
elas prontos
tenderão para sepois
a aumentar, re-
perderão seuproduzirem?
predador natural.
Isso poderá causar a diminuição do estoque pesqueiro dessa espé-
cie. Veja o caso da pesca indiscriminada das sardinhas: os animais que
se alimentam delas ficarão sem comida e as espécies de peixes que
servem de alimento para elas tenderão a aumentar, pois perderão seu
predador natural.
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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 97

Foto: Jocem
ar T. Mend
onça.

A pesca sustentável e responsável pode ser feita, também, com in-


vestimentos nas fazendas de maricultura, como as que produzem ostras e
mariscos, em Cananéia e ubatuba. O Instituto de Pesca vem desenvolven-
do pesquisas nessas duas regiões para a produção, em cativeiro, de peixes
como o mero, a garoupa, o pampo, o robalo e a tainha.

Foto: Mexilhões coletados por um pescador. Iris Poffo – CETESB.

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98 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Outro grave problema que afeta a vida marinha e a pesca e deixa as


praias sujas é a grande quantidade de esgoto sem tratamento e de lixo lan-
çado nos córregos, rios e nos mares, diariamente. As águas contaminadas
são transmissoras de várias doenças, como cólera, hepatite, leptospirose e
esquistossomose, podem causar alergias e doenças de pele, vômitos, diar-
reias, febres e até levar a casos mais graves.
A CEtESB, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, monitora
a qualidade das praias paulistas desde 1984. Periodicamente, são feitas
coletas de água do mar para avaliar o grau de contaminação dos diversos
rios, córregos e canais que chegam às praias monitoradas.

Foto: Coleta de amostra da água do mar para análise da qualidade. CETESB.

Atualmente, estão cadastrados e são amostrados cerca de 600 cursos


de água em todo o litoral de São Paulo. Isto ajuda a avaliar se as praias
estão próprias ou impróprias para o banho de mar. Se houver grande quan-
tidade de bactérias (coliformes fecais) na amostra de água de uma praia,
isto significa que há contaminação por fezes humanas e nela será colocada
uma bandeira vermelha, sinalizando que aquela praia está imprópria. Se
a água estiver livre de contaminação, a praia será considerada própria e
receberá uma bandeira verde.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 99

Se você quiser saber mais sobre a qualidade das praias


de São Paulo, consulte sempre os jornais ou a página da
CETESB na internet, que publicam, regularmente, a relação
da qualidade das praias: http://www.cetesb.sp.gov.br

crItérIos Para classIfIcaÇÃo das PraIas


Classificação Semanal
Segundo os critérios estabelecidos na Resolução Conama nº 274/00 (texto
na íntegra em legislação), vigente desde janeiro de 2001, as praias são classifi-
cadas em ralação à balneabilidade, em 2 categorias: Própria e Imprópria, sendo
que a primeira reúne 3 categorias distintas: Excelente, Muito Boa e Satisfatória.
Essa classificação é feita de acordo com as densidades de bactérias fe-
cais resultantes de análises feitas em cinco semanas consecutivas. A Legislação
prevê o uso de três indicadores microbiológicos de poluição fecal: coliformes
termotolerantes (antigamente denominados Coliformes fecais), E. coli e entero-
cocos. A tabela 1 indica os limites de densidade dessas bactérias na água, por
categoria, utilizados para a classificação.
Pelo critério adotado pela CEtESB para águas marinhas: os enterococos,
densidades superiores a 100 uFC/100 mL, em duas ou mais amostras de um
conjunto de cinco semanas, ou valores superiores a 400 uFC/100 mL na última
amostragem, caracterizam a impropriedade da praia para recreação de contato
primário. Sua classificação, como Imprópria, indica um comprometimento na
qualidade sanitária das águas, implicando em um aumento no risco de conta-
minação do banhista e tornando desaconselhável a sua utilização para o banho.
Mesmo apresentando baixas densidades de bactérias fecais, uma praia
pode ser classificada na categoria Imprópria quando ocorrerem circunstâncias
que desaconselhem a recreação de contato primário, tais como; a presença de
óleo provocada por derramamento acidental de petróleo; ocorrência de maré
vermelha; floração de algas potencialmente tóxicas ou surtos de doenças de
veiculação hídrica. (Fonte: CEtESB, disponível em: www.cetesb.sp.gov.br)

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100 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Tabela 1 – Limites de coliformes termotolerantes, E. coli e ente-


rococos em 100 mL de água, para cada categoria.

uFC (unidade formadora de colônia) contagem de unidades formadoras


de colônia em placas obtidas pela técnica de membrana filtrante.

Coliforme Escherichia coli Enterococos


CATEGORIA Termotolerante (UFC/100mL) (UFC/100 mL)
(UFC/100mL)
Excelente Máximo de 250 em 80% Máximo de 200 em 80% Máximo de 25 em 80% ou
ou mais tempo ou mais tempo mais tempo

Muito boa Máximo de 500 em 80% Máximo de 400 em 80% Máximo de 50 em 80% ou
Própria ou mais tempo ou mais tempo mais tempo

Satisfatória Máximo de 1.000 em 80% Máximo de 800 em 80% Máximo de 100 em 80%
ou mais tempo ou mais tempo ou mais tempo

Superior a 1.000 em mais Superior a 800 em mais de Superior a 100 em mais de


de 20% do tempo 20% do tempo 20% do tempo
Imprópria
Maior que 2.500 na última Maior que 2.000 na última Maior que 400 na última
medição medição medição

(Fonte: CEtESB, disponível em: www.cetesb.sp.gov.br)

O lixo jogado nos córregos, nos rios e no mar, além de sujar as águas,
causa várias doenças às pessoas, aos animais marinhos e também preju-
dica a pesca. As tartarugas, por exemplo, e as aves marinhas, que comem
por engano os sacos plásticos, se asfixiam ou ficam aprisionadas neles e
acabam morrendo.
Os motores e as hélices dos barcos também são afetados pelos plásti-
cos flutuantes. Além disso, restos de redes ou mesmo redes perdidas, que
também se enroscam nos barcos, podem prender golfinhos e tartarugas,
que morrem afogados, pois eles necessitam subir à superfície para respirar.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 101

Foto: Tartaruga amarela ou cabeçuda (Caretta caretta)


presa em rede abandonada no mar. Sérgio Viegas.

Pilhas e baterias, quando lançadas ao mar pelos barcos, são, também,


bastante nocivas ao ambiente, porque liberam substâncias tóxicas que po-
dem se acumular em peixes e aves.
Os resíduos (lixo) gerados durante o período em que os pescadores
estão embarcados devem ser levados para terra e jamais jogados ao mar.
Além disso, é importante incentivar, em terra, a instalação de progra-
mas e sistemas de tratamento dos resíduos resultantes da atividade pes-
queira e do óleo residual gerado pelas embarcações, que não deve ser lan-
çado no mar, mas sim disposto em recipientes adequados, para posterior
descarte.
Evitar a poluição marinha é uma tarefa de todos: governo, moradores
das áreas costeiras, de ilhas, comunidades pescadoras, turistas e de todos
os que frequentam, trabalham ou vivem nas regiões do litoral. Mudar al-
guns hábitos do dia a dia é uma maneira de contribuir para a redução da
poluição nessas regiões e assegurar a manutenção das diferentes formas
de vida marinha.

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102 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Colabore você, também, com o tratamento de esgoto!


Se na sua casa existe fossa negra, quando puder, substitua por fossa
séptica. Se já existe fossa séptica, verifique se ela não apresenta
vazamentos. Se houver vazamentos, providencie reparos.
Procure se informar, no escritório mais próximo da SABESP da sua
cidade, se no seu bairro existe rede de coleta de esgotos e o que
você precisa fazer para se ligar à rede.
SABESP – Serviços de Emergência - em casos de vazamentos: 195

Foto: Itanhaém – SP. Denise Scabin Pereira.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 103

PratIcando a Pesca sustentável

Foto: Laje
de Santos.
SMA.

• Evitar o desperdício de peixes, dando atenção à qualidade com que


essa pesca é realizada;
• Escolher técnicas de pesca adequadas, que não causem danos am-
bientais;
• Disseminar entre os colegas pescadores a consciência ambiental, por
meio de projetos e programas de capacitação técnica voltados para
práticas de pesca ambientalmente corretas e legais;
• Evitar a perda de artefatos utilizados na pesca e, em não sendo pos-
sível recuperar equipamentos eventualmente perdidos, comunicar o
fato às autoridades;
• Evitar a sobrepesca, que é a pesca além do limite suportado pela po-
pulação de peixes para que se consiga repor a quantidade de peixes

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104 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

pescados por meio da reprodução, adaptando os equipamentos e as


técnicas de pesca utilizadas;
• Cuidar para que a atividade de pesca seja feita de modo seguro, quan-
do ela envolver áreas de grande concentração pesqueira, sinalizando
barcos e equipamentos e sem prejudicar as atividades dos demais
pescadores;
• Sair das áreas de pesca, evitando devoluções de peixes, sempre que
observar que a quantidade pescada é grande e não é de interesse
mantê-la;
• Observar os tamanhos permitidos e legais das espécies pescadas, res-
peitando as quantidades necessárias e os períodos indicados para que
possa ocorrer a reprodução de uma determinada espécie;
• Evitar o uso de equipamentos de pesca que capturem peixes peque-
nos ou jovens;
• Utilizar combustíveis de boa qualidade em suas embarcações, redu-
zindo os índices de poluição;
• Respeitar a regra do período de defeso (época do ano em que é proi-
bido pescar) e não pescar em áreas proibidas. O período de defeso é a
época que os peixes estão se reproduzindo ou quando os peixes jovens
estão em fase de crescimento. São épocas críticas na fase de vida dos
peixes e importantes para o restabelecimento do estoque pesqueiro;
• Observar as normas marítimas de segurança, as condições de higiene
das embarcações, as normas ambientais, o respeito a todos que exer-
cem atividades no mar, sejam eles pescadores ou não; e, sobretudo,
ter em mente a necessidade de preservar e conservar o ambiente ma-
rinho para esta geração e para seus filhos.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 105

Foto: Man
gue em Cu
batão – SP
. Iris Poffo.

Foto: Laje de Santos. SMA.

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106 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

a Pesca teM leI?


A pesca é a retirada, extração, coleta, apanha, apreensão
ou captura de animais marinhos, que podem ser diversos tipos
de peixes, tartarugas, botos, golfinhos, camarões, siris, carangue-
jos, mariscos, polvos e algas, possíveis ou não de aproveitamento
econômico.
As consequências para quem desobedece qualquer proibição
na pesca marinha podem ser desde o pagamento de multa até
prisão, segundo a Lei de Crimes Ambientais, Lei n° 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998.
Conheça algumas das proibições previstas em leis próprias:
• pescar em determinados períodos do ano, nos meses de re-
produção e desova, e em lugares interditados por órgãos com
competência legal sobre o assunto;
• pescar espécies que devam ser preservadas ou que estejam
ameaçadas de extinção ou indivíduos com tamanhos inferiores
aos previstos em lei;
• pescar além das quantidades superiores às previstas em lei;
• pescar com a utilização de aparelhos, técnicas e métodos
predatórios e não permitidos; transportar, comercializar, be-
neficiar ou industrializar pescado vindo da coleta, apanha e
pesca proibidas;
• pescar com o uso de explosivos ou substâncias que, em conta-
to com a água, produzam efeito semelhante;
• pescar com substâncias tóxicas e poluentes, como o óleo die-
sel, que podem causar a morte de animais e plantas existentes
no ambiente marinho.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 107

Foto: Voo do atobá (Sula leucogaster) – Laje de Santos – SP. SMA.

Foto: Laje de Santos – SP. SMA.

a.
Scabin Pereir
s– SP. Denise
Foto: Santo

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108 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

os 10 MandaMentos do BoM Pescador


i – Não lançar resíduos oleosos de porão, casa de máquinas, da troca de
óleo, limpeza de peças de motor, hélice e outros componentes mecânicos,
na água do mar ou no solo;
ii – Armazenar adequadamente produtos químicos, óleos e combustíveis a bor-
do. usar funil para transferir líquidos (óleo, combustível, tinta, solventes, etc);
iii – Abastecer os tanques de forma cuidadosa e com profissional habilita-
do. Manter kit de emergência a bordo – absorventes. Não permitir o ma-
nejo da bomba pelos tripulantes; implantar alarme de nível alto no tanque
de combustível; abastecer até 90 % da capacidade do tanque, prevenindo
eventuais extravasamentos;
iV – Substituir tintas tóxicas por tintas ambientalmente inócuas. trocar o
“spray” pelo pincel ou rolo. usar tintas a base de água. Adotar os procedi-
mentos de controle ambiental durante a pintura e reforma dos barcos. usar
os EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) adequados;
V – Guardar o barco em vagas secas para reduzir a frequência da pintura
antiencrustante;
Vi – usar antiencrustantes alternativos como teflon, silicone, poliuretano
e parafinas;
Vii – Buscar uma solução para destinação do esgoto sanitário do barco, ao
invés de drenar para o mar. Solicitar providências da sua marina ou atracadouro;
Viii – Ao adquirir embarcações, considerar aspectos ambientais, especialmente
dispositivos para armazenamento e tratamento de esgoto sanitário a bordo;
ix – Não jogar restos de alimentos, restos da limpeza de pescado, cigarros,
plásticos, embalagens, Pets ou qualquer outro material no mar; guardar,
separar e destinar adequadamente os lixos sólidos gerados a bordo; procu-
rar local adequado em terra e destinar os resíduos para a coleta municipal;
x – Minimizar o uso de água a bordo, como banho ou lavagem de panelas
e louças. usar sabões livres de fosfatos e criar rotina de lavagem de louças
e panelas em terra.
(Fonte: CEtESB – ubatuba, 2008)

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 109

MarIcultura: uMa oPÇÃo sustentável

Foto: Maricultura em Caraguatatuba - SP - criação de mariscos. Cláudio Dias – CETESB.

A aquicultura é o cultivo de organismos animais ou vegetais, cujos


ciclos de vida ocorrem total ou parcialmente em meio aquático. Quan-
do esta técnica é aplicada às espécies de água salgada, é chamada de
maricultura.
O ser humano pratica a aquicultura há milhares de anos. Existem
registros de que os chineses já tinham conhecimentos sobre esta técnica
há muitos séculos e de que os egípcios criavam a tilápia há cerca de
quatro mil anos.
(Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, disponível em
http://www.mpa.gov.br/index.php/aquiculturampa/informacoes/o-que-e 08/08/2013)

No Brasil, a pesca predatória associada à degradação e ao consequen-


te desequilíbrio dos ambientes costeiros contribuem para a exploração e

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110 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

escassez dos estoques de pescados, o que prejudica as comunidades que


se utilizam deles para a sobrevivência.
Neste contexto, a maricultura surge como uma opção à pesca e ao
extrativismo, favorecendo tanto a economia quanto o meio ambiente.
Cultivar espécies de consumo evita retirá-las do mar, o que contribui
para o aumento e manutenção destas em seus ecossistemas de origem.
O Brasil possui uma grande extensão litorânea e mais de 2,5 milhões de
hectares de áreas estuarinas, o que justifica o incentivo e a expansão da
maricultura.
Acredita-se que ela possa contribuir para minimizar as diferenças so-
ciais, trazendo impactos positivos e negativos. A maricultura sustentável
deve estar alicerçada em três pilares: a produção lucrativa, a preservação
ambiental e o desenvolvimento social.
(Fonte: tuRECK; OLIVEIRA, 2003. Sustentabilidade ambiental e maricultura.
disponível em http://periodicos.univille.br/index.php/RSA/article/viewArticle/48)

Além das vantagens socioambientais, a maricultura possui vanta-


gens econômicas, pois a produção é contínua, com duas ou três safras
por ano. Ao contrário do que ocorre na pesca, não há o dispositivo do
defeso – a época em que a pesca é proibida para proteger as espécies
durante o seu período de reprodução – bem como as incertezas quan-
to à disponibilidade dos estoques, já que os alevinos (filhote de peixe;
forma embrionária, inicial dos peixes, com bolsa vitelínica volumosa) e
indivíduos juvenis são produzidos em laboratórios. Assim, cria-se uma
cadeia produtiva onde são incentivados o aumento da produção e a ins-
talação de frigoríficos para o beneficiamento do pescado.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 111

Foto: Criação de mariscos em Caraguatatuba - SP. Cláudio Dias – CETESB.

PrIncIPaIs segMentos da MarIcultura

ALGICULTURA Cultivo de macro ou microalgas. São utilizadas na


alimentação humana, como matéria-prima da indústria
farmacêutica, ou mesmo, no caso das microalgas,
para servirem de alimento nos demais segmentos da
maricultura.

CARNICICULTURA Cultivo de crustáceos (camarões, siris e caranguejos).


É realizada em áreas de restinga e mangue e requer
manejo e controle constante da qualidade ambiental
do meio em que esta cultura se desenvolve.

MALACOCULTURA Ostreicultura Cultivo de ostras em fazendas


marinhas.
Mitilicultura Cultivo de mexilhões em fazendas
marinhas.
PISCICULTURA Criação de peixes. Os alevinos são criados em
laboratórios terrestres até serem introduzidos em
fazendas marinhas.
(Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, disponível em:
http://www.mpa.gov.br/aquiculturampa/informacoes/o-que-e)

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112 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

No litoral de São Paulo, a maricultura já vem sendo introduzida princi-


palmente em Cananéia, Caraguatatuba e São Sebastião.

Foto: Fazenda Marinha em São Sebastião - SP. Iris Poffo – CETESB.

Em Cananéia, a extração de ostras se iniciou com a comunidade qui-


lombola Mandira, nos anos 1970. Inicialmente, a ostra–do-mangue (Cras-
sostrea rhizophorae) foi amplamente extraída e comercializada na região,
como fonte de renda da comunidade, o que passou a ameaçar a espécie.
A partir de 1993, a atividade deixou de ser puramente extrativista para
se tornar maricultura, com o apoio da Fundação Florestal, do Instituto de
Pesca de São Paulo e do Nupaub/uSP - Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre
Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras.
Em 2002, o Governo Federal decretou a criação da Reserva Extrativista
do Mandira, uma área exclusiva de manguezal onde as famílias podem cul-
tivar suas ostras. No mesmo ano a comunidade obteve o reconhecimento
oficial como remanescente de quilombo.
(Fonte: National Geographic Brasil, disponível em http://viajeaqui.abril.com.br/materias/
ostra-de-cananeia-do-mangue-para-o-mundo-guardioes-do-sabor)

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 113

Em Caraguatatuba, ocorre o cultivo do mexilhão (Perna perna), em


fazendas marinhas na Praia da Cocanha. A mitilicultura, na Praia da Co-
canha, teve início, em 1989, por meio de um projeto de capacitação para
essa atividade, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado
de São Paulo, com assessoria do próprio Instituto de Pesca.
A MAPEC - Associação dos Pescadores e Maricultores da Praia da Co-
canha foi fundada, em 2000, tendo como associados pescadores e ma-
ricultores, todos membros da comunidade local. Atualmente, a Praia da
Cocanha é o maior polo produtor de mexilhões do Estado de São Paulo,
com cerca de 30 toneladas/ano.
(MARQuES et al.,2008. Revista tecnologia & Inovação Agropecuária. disponível em http://
www.dge.apta.sp.gov.br/publicacoes/t&ia2/t&IAv1n2/Artigo_Mexilh%C3%B5es_9.pdf)

Em 2012, iniciou-se, em São Se-


bastião, o Projeto Bijupirá, com par-
ceria entre a Prefeitura Municipal e a
iniciativa privada, para a implantação
da piscicultura no município. O bijupirá
(Rachycentron canadum) é um
peixe nativo da costa brasileira, com
produtividade quatro vezes maior que
a do salmão, chegando a seis quilos em
um ano.

Foto: Piscicultura (criação de bijupirá) em


São Sebastião – Praia Grande - SP. Iris Poffo.

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114 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Os alevinos são reproduzidos em tanques de maturação em um labo-


ratório terrestre, localizado na Praia Grande. Os reprodutores são peixes
de 4 a 6 quilos, mantidos em tanques com renovação contínua da água
do mar e desova no início do verão. Na fase jovem, são alimentados com
microalgas e pequenos crustáceos. Posteriormente, os peixes são levados
para engorda em fazendas marinhas localizadas em Ilhabela, onde são
mantidos em cercos apropriados.
O projeto prevê ainda: reserva de até 20% do fornecimento de ale-
vinos ao Poder Público; transferência de tecnologia com a realização de
workshops para os maricultores de São Sebastião, demonstrando téc-
nicas de cultivo, manuseio de equipamentos, noções da biologia do peixe
(ictiologia) e técnicas de manejo; e palestras sobre Ecologia Marinha e
Educação Ambiental em visitas monitoradas ao laboratório de produção
de alevinos para estudantes da comunidade.
(Fonte: Prefeitura Municipal de São Sebastião, disponível em http://www.saosebastiao.
sp.gov.br/finaltemp/news.asp?id=N45201219271)

Foto: Piscicultura em São Sebastião – Praia Grande - SP. Iris Poffo – CETESB.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 115

IncentIvo à aquIcultura no estado de sÃo Paulo

No fim de 2012, o Governador Geraldo Alckmin lançou a Via Rá-


pida Ambiental da Aquicultura, por meio da publicação do decreto nº
58.544/12 e da Resolução SMA nº 91/12. O programa tem por objetivo
facilitar o licenciamento ambiental desta atividade no Estado, incentivando
assim o crescimento deste segmento, além da proteção ao meio ambiente
e o aumento da geração de empregos.

De acordo com o disposto no Artigo 3º do Decreto Estadual


nº 58.544, estão dispensados de licenciamento ambiental
estadual:

I – aquicultura sem lançamento de efluentes líquidos em corpo


d´água, em:
a) Viveiros escavados cuja somatória de superfície de lâmi-
na d݇gua seja inferior a 5 ha (cinco hectares);
b) tanques cuja somatória de volume seja inferior a
1.000,00m³ (mil metros cúbicos);

II – ranicultura que ocupe área total de até 400,00 m² (quatro-


centos metros quadrados);

III – carcinicultura em água doce realizada em viveiros esca-


vados cuja somatória de superfície de lâmina d›água seja
inferior a 5 ha (cinco hectares);

IV – piscicultura e pesque e pague, exceto em caso de utiliza-


ção de espécie carnívora alóctone ou exótica, com lança-
mento de efluentes líquidos em corpo d´água, em:
a) viveiros escavados cuja somatória de superfície de lâ-
mina d’água seja inferior a 5 ha (cinco hectares);

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116 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

b) tanques cuja somatória de volume seja inferior a 1.000,00


m³ (mil metros cúbicos);

V – malacocultura cuja superfície de lâmina d›água seja infe-


rior a 2 ha (dois hectares);

VI – algicultura cuja superfície de lâmina d’água seja inferior a


2 ha (dois hectares).

Observações:
I. Os empreendimentos acima listados deverão cadastrar-se em
sistema eletrônico a ser disponibilizado pela Secretaria de Estado
de Agricultura e Abastecimento, conforme disposto na Resolução
Conjunta SMA/SAA/SJdC nº 02, de 14 de novembro de 2012.

II. Os empreendimentos não estão desobrigados da obtenção


de documentos de qualquer natureza exigidos pela legislação mu-
nicipal, estadual ou federal, bem como das demais exigências e res-
trições legais aplicáveis.

III. Os empreendimentos deverão adotar medidas para evitar a


poluição das águas, do ar e do solo e a fuga de espécimes alóctones
ou exóticos.

IV. Na ocorrência de ampliação dos empreendimentos dispen-


sados do licenciamento, que implique uma área ou volume total de
produção superior às linhas de corte estabelecidas, estes deverão
ser licenciados em sua totalidade.

V. Caso haja supressão de vegetação nativa ou intervenção


em área de preservação permanente, os empreendimentos deverão
obter a necessária autorização da CEtESB.

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4. PESCAdOR AMIGO dO MEIO AMBIENtE 117

VI. Os empreendimentos localizados nas Áreas de Proteção aos


Mananciais ou Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais da
Região Metropolitana de São Paulo estarão sujeitos à obtenção do
Alvará de Licença Metropolitana emitido pela CEtESB - Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo, além do cumprimento da legis-
lação específica pertinente.

VII. A dispensa de licenciamento ambiental prevista no artigo


3º do decreto Estadual nº 58.544, de 13 de novembro de 2012,
não se aplica aos empreendimentos localizados em área com aden-
samento de cultivos aquícolas que enseje significativa degradação
do meio ambiente, áreas com comprometimento da capacidade de
suporte dos ambientes aquáticos públicos, e áreas com floração re-
corrente de cianobactérias acima dos limites previstos na Resolução
CONAMA nº 357/2005, que possa influenciar a qualidade da água
bruta destinada ao abastecimento público.

(Fonte: CEtESB, disponível em http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/cetesb/


aquicultura_emp_disp.asp)

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118 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

– SP. SMA.
ia do Sul – Ubatuba
ieta – Trilha da Pra
Estadual da Ilha Anch
Foto: Parque

Foto: Praia de Parnapuã – Juréia. Fausto Pires de Campos – FF.

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meio ambiente e
ecocidadania

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120 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

5. MeIo aMBIente e ecocIdadanIa

Foto: Gaivotas no Parque Estadual da Ilha Anchieta – Ubatuba – SP –


Trilha do Saco Grande. SMA.

O meio ambiente é formado por elementos que não têm vida, como
a água, o ar, o solo e a energia; por elementos vivos, como a flora e a
fauna; e pela cultura humana, seus valores sociais, políticos, econômicos,
científicos, morais, religiosos, etc.
O meio ambiente oferece ao homem e a todo ser vivo as condições
necessárias para a sua sobrevivência. Por isso, é fundamental que o ser
humano tome consciência da importância de se respeitar e conservar a na-
tureza, preservar os recursos naturais e sensibilizar e incentivar as pessoas
quanto a isso, para que elas repensem e mudem seus hábitos cotidianos.
Cada pessoa pode dar sua contribuição para a melhoria, preservação,
conservação e recuperação da qualidade ambiental e dos recursos natu-
rais, adotando hábitos ecologicamente corretos no dia a dia.
todos podem e devem ser Educadores Ambientais. O Educador Am-
biental busca sensibilizar e conscientizar as pessoas quanto à questão

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5. MEIO AMBIENtE E ECOCIdAdANIA 121

ambiental: como ele funciona, como as pessoas dependem dele para viver
e como as pessoas o afetam. Partindo desta ideia nasceu o Ecoturismo.
O Ecoturismo ou Turismo Ecológico é o turismo que promove
um maior contato do homem com a natureza, a fim de sensibilizá-lo e
conscientizá-lo a respeito da importância da preservação e conservação do
meio ambiente e dos recursos naturais, por meio de práticas sustentáveis e
mudanças de atitudes, que reflitam uma nova maneira de vivenciar e usu-
fruir as regiões rurais, as florestas, as áreas costeiras e outros ecossistemas
de maneira responsável, harmônica e respeitosa com a biodiversidade e o
patrimônio natural e cultural.
O Ecoturismo é definido pelo Ministério do turismo como “um seg-
mento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio
natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma
consciência ambientalista, por meio da interpretação do ambiente, promo-
vendo o bem- estar das populações.” (Fonte: Ministério do turismo)
O Ecoturismo também tem o objetivo de promover o desenvolvimento
e a proteção da região e de sua comunidade, mediante a distribuição dos
benefícios resultantes das atividades realizadas.

Foto: Laje de Santos – SP. Secretaria do Meio Ambiente.

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122 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

mas, o que as pessoas, no seu cotidiano ou praticando o eco-


turismo, podem efetivamente fazer para ajudar a proteger
as praias e o ambiente marinho?
Veja a seguir algumas dicas:

Foto: Banhistas em praia de Santos – SP. Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

• Antes de ir para a praia, certifique-se de que você possui uma saco-


la, de preferência, biodegradável, para acondicionar o seu lixo. Não
jogue lixo na areia da praia e no mar. Não queime, nem enterre o
seu refugo. traga todo o seu lixo de volta com você, para descartá-lo
de forma adequada. O lixo suja, contamina e pode até ferir alguém.
Animais marinhos podem ficar presos, feridos e morrer sufocados em
meio ao lixo. Sacos plásticos no mar, por exemplo, são facilmente
confundidos com águas-vivas (alimento das tartarugas) e sua inges-
tão leva à morte. Lixo no litoral deixa as praias com um aspecto feio,
desagradável, o que prejudica o turismo e a economia da região. Co-
loque sempre o lixo na lixeira adequada, seja em casa, na praia ou na
rua. Mesmo que esteja viajando, contribua para a coleta seletiva e a
reciclagem dos materiais, separando seus resíduos.

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5. MEIO AMBIENtE E ECOCIdAdANIA 123

• Caso você não tenha uma sacola para acondicionar seu lixo, quando
estiver na praia, recolha suas latas e garrafas, papéis de sorvete, em-
balagens de sanduíche, biscoitos, etc., potes de filtro solar, pontas de
cigarro, lenços de papel e descarte na lixeira adequada mais próxima.
tudo que é jogado na areia termina no mar, e pode causar a morte de
animais e sérios danos ao ecossistema marinho.
• Se você estiver em um navio, barco ou em uma ilha, embale o lixo e
leve-o para as lixeiras no continente. Nunca jogue lixo no mar.

CÓDIGO DE CORES PARA OS DIFERENTES TIPOS DE RESÍDUOS

AZUL: papel/papelão
VERMELHO: plástico
VERDE: vidro
AMARELO: metal
MARROM: resíduos orgânicos

Foto: São V
icente – SP
. Denise Sc
abin Pereir
a.

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124 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

• Quando você for pescar, nunca deixe a linha ou a rede de pesca


esquecida na água, pois ela pode se prender em animais aquáticos
ou em aves, e provocar a sua morte. Linhas e redes de pesca aban-
donadas podem, também, causar acidentes com mergulhadores,
ocasionando lesões graves e até mesmo a morte. É proibido lançar,
descarregar ou depositar material poluente de qualquer espécie no
mar, seja lixo, esgoto de embarcações, garrafas de vidro ou plástico,
latas, óleo, etc. Ao pescar, junte os restos de peixes, iscas, pedaços de
linhas e redes, embale e coloque na lixeira adequada.

Foto: Mar de Itanhaém – SP. Denise Scabin Pereira.

• Jamais despeje combustível no mar. Verifique sempre o estado da


sua embarcação. Além disso, todo cuidado é pouco para evitar derra-
mamento de combustível ao abastecer uma embarcação. Restos de
combustível lançados ao mar, além de poluir a água, matam a fauna
e prejudicam a pesca.
• Durante seu passeio, não corte árvores e galhos, nem que estejam
mortos e tombados, pois podem estar servindo de abrigo para di-
versos animais.

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5. MEIO AMBIENtE E ECOCIdAdANIA 125

• Não arranque plantas, flores e vegetação nativa.


• Não remova pedras e conchas do local.
• Respeite a fauna local.
• Utilize as instalações sanitárias que existirem.
• Não faça fogueiras, pois elas destroem o solo e representam um
grande risco de incêndios florestais, os quais podem matar inúmeras
espécies da fauna e da flora locais.
• Respeite as pessoas, a cultura da comunidade que estiver visitando,
o patrimônio histórico, arqueológico, artístico e ambiental da região;
e, especialmente, a legislação local.
• Procure viajar de ônibus. Assim, além de você ajudar a reduzir as emis-
sões de gases que aumentam o efeito estufa, você aprecia a paisagem,
descansa, pode ler um livro, pegar um joguinho, ou ficar na internet.
• Prefira sempre ir a pé ou de bicicleta, da sua casa ou do hotel onde
está hospedado, até a praia. Além de você contribuir para a redução
da quantidade de dióxido de carbono emitida, você está fazendo um
ótimo exercício para melhorar a qualidade de sua saúde.
• Deixe seu cachorro e o gatinho em casa ou no hotel. O contato das
pessoas com as fezes desses animais pode provocar uma zoono-
se chamada de “larva migrans cutânea”, popularmente conhecida
como bicho geográfico, que é causada por larvas de algumas espé-
cies de vermes parasitas intestinais de cães e gatos.
• Antes de entrar na água do mar, procure saber se seu protetor solar
é fabricado com produtos atóxicos (não tóxicos) e biodegradáveis.
Alguns ingredientes de produtos de proteção solar para a pele e o
cabelo são prejudiciais aos corais, que são vitais para a manutenção
da saúde dos oceanos. Hoje já existem muitas opções de produtos
atóxicos e biodegradáveis no mercado, que são eficazes e seguros
para o meio ambiente.
• O cuidado com a saúde também é importante. Por isso, a CETESB –
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo monitora a qualidade

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126 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

e faz uma avaliação da balneabilidade das praias paulistas: quando


você vir uma bandeira verde da CEtESB na praia, a água do mar está
própria para banho; mas quando você vir uma bandeira vermelha, a
água do mar está imprópria para banho. A CEtESB recomenda: não
tomar banho nas águas das praias que forem classificadas como Im-
próprias; evitar o contato com os cursos d’água que afluem às praias;
evitar o uso das praias que recebem corpos d’água cuja qualidade é
desconhecida e após a ocorrência de chuvas de maior intensidade;
evitar a ingestão de água do mar, com redobrada atenção para com
as crianças e idosos, que são mais sensíveis e menos imunes do que
os adultos; e não levar animais à praia.

Foto: Bandeira da CETESB. Denise Scabin Pereira.

• Denuncie casos de pesca predatória; pesca em épocas ou locais


proibidos de acordo com o órgão competente; pesca de espécies
que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos não per-
mitidos pelo órgão competente; tráfico de animais; caça e comércio

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5. MEIO AMBIENtE E ECOCIdAdANIA 127

ilegais; cativeiro de animais; poluição; acidentes com produtos quí-


micos (combustíveis lançados ao mar, por exemplo); degradação de
áreas; desmatamentos e queimadas ao IBAMA - Instituto Brasi-
leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-
veis: [email protected] ou 0800-618080 e também
à Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo / Disque
Ambiente (SMA e CETESB): 0800 113560.

Lembre-se sempre dos princípios do ecoturista:

“Da natureza nada se tira, a não ser fotos.


Nada se deixa, a não ser pegadas.
Nada se leva, a não ser recordações.”

Foto: PESM
- Picinguab
a – Ubatub
a. SMA.

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128 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

s. Iris Poffo.
esportivas em Santo
dades náuticas e
Foto: Ativi

Foto: Santo
s e São Vic
ente. Denis
e Scabin Pe
reira.

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todos na
mesma Rede

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6
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130 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

6. todos na MesMa rede

Foto: Praia da Laje – Parque Estadual da Ilha do Cardoso – Cananéia – SP. SMA.

Sol e mar; plâncton; algas; mangues; rios; praias e costões; pesca-


dores; banhistas; turistas; esportistas; cientistas; operadores portuários
e comerciantes; peixes; camarões; lulas; polvos; tartarugas; golfinhos;
baleias e aves marinhas. Cada um tem sua função e importância
na grande rede da vida.
Estamos interligados por uma imensa rede de relacionamentos e de-
pendemos uns dos outros para sobreviver, mesmo que não tenhamos cons-
ciência disso. O sol é a grande fonte da vida, cuja energia é transformada
pelos seres do reino vegetal, que servem de alimento para os seres do rei-
no animal, incluindo os humanos, seguindo a teia alimentar. Buscamos pai-
sagens da natureza para descansar, praticar atividades físicas ou mesmo
para repor as energias gastas na vida estressante que levamos nas cidades.
Quando um trecho desta rede é afetado, todo o restante pode ser pre-
judicado. Vejamos alguns exemplos: o lançamento de esgotos domésticos

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6. tOdOS NA MESMA REdE 131

e industriais sem tratamento nas águas; o descarte de óleo combustível


usado pelos barcos; e os derrames de óleo proveniente das atividades por-
tuárias; o aterro dos manguezais; a sobrepesca e a pesca predatória vêm
afetando o ciclo de vida dos camarões, ostras, mexilhões, caranguejos, siris,
robalos, tainhas, paratis, tartarugas e golfinhos. Por consequência, há dimi-
nuição na produção pesqueira e no extrativismo, o que acarreta prejuízos
sociais e econômicos.
Embalagens plásticas, restos de linhas e redes de pesca e diversos
tipos de materiais jogados nos rios, nas praias e no mar somam-se aos
maus exemplos de comportamento de quem não se importa com a natu-
reza. Além de deixar a paisagem feia, o lixo flutuante enrosca nos lemes
e motores dos barcos, prejudicando o lazer, a navegação e a pescaria. E,
infelizmente, tem causado ferimentos e até a morte de golfinhos, peixes,
aves e tartarugas marinhas.
Somos a única espécie racional desta grande rede mundial e cabe, a
cada um de nós, pescador, morador, turista, esportista, colaborar para dei-
xar nosso litoral mais limpo e para que cenas de maus-tratos aos animais
sejam apenas cenas do passado.
um bom exemplo de que podemos conviver em harmonia com a
natureza ocorre em Laguna, sul de Santa Catarina, na Ponta da Barra,
onde o Rio tubarão deságua no mar. Na época que as tainhas começam
a subir o rio, elas são acompanhadas por grupos de botos ou golfinhos
(da espécie Tursiops truncatus), que vão cercando os cardumes em
direção ao interior da barra, onde pescadores artesanais as esperam com
as redes em mãos.
Este raro estilo de pesca sustentável tem sido estudado por biólogos
da universidade Federal de Santa Catarina há 15 anos e vem chamando a
atenção de turistas, jornalistas e pesquisadores do Brasil e de outros paí-
ses. todos saem ganhando nesta cooperação entre pescadores e golfinhos.
Há respeito mútuo, há divisão de tarefas, há somatória de esforços e há
alimento para todos.

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132 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

a.
Scabin Pereir
icente – SP. Denise
Foto: São V

Foto: Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Itutinga – Pilões – Trilha dos Caminhos do Mar –
Cubatão – SP. SMA.

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Pequeno dicionÁRio
ambiental

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7 16/9/2014 20:56:05
134 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

7. Pequeno dIcIonárIo aMBIental 1

u Abiótico: Qualidade dos elementos de um ecossistema que não


têm vida.
u Acidificação oceânica: Consequência das mudanças climáticas
que, com o aumento de concentração de CO2 na atmosfera, altera o equi-
líbrio químico das águas oceânicas, com prejuízos para a biodiversidade
marinha e produção de alimentos para consumo humano.
u Água: A água é uma substância incolor, insípida (sem sabor) e
inodora (sem odor), essencial para a vida e é um excelente solvente para
muitas outras substâncias. Ela é encontrada em três estados físicos: líqui-
do, como nos rios e mares; sólido, como nos cubos de gelo e nas geleiras;
e gasoso, como nos vapores e nas nuvens.
uÁguas continentais: Os rios, bacias, ribeirões, lagos, lagoas, açu-
des ou quaisquer depósitos de água não marinha, naturais ou artificiais, e
os canais que não tenham ligação com o mar.
u Águas interiores: As baías, lagunas, braços de mar, canais, estu-
ários, portos, angras, enseadas, ecossistemas de manguezais, ainda que a

1 Fonte dos verbetes:


Lei Federal n° 11.959/ 2009 - Política Nacional de desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca.
Lei Federal n° 9. 985/ 2000 - Sistema Nacional de unidades de Conservação/SNuC.
dECREtO Nº 6.040/ 2007 - Política Nacional de desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
tradicionais.
BRASIL, Anna Maria; SANtOS, Fátima. O Ser Humano e o Meio Ambiente de A a Z: dicionário. São Paulo:
FAARtE, 2007.
CEtESB: www.cetesb.sp.gov.br
CONSuMO SuStENtÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/IdEC, 2005.
LEAL, Antônio. dicionário de termos Ambientais, 2007.
Ministério da Pesca e Aquicultura - GLOSSÁRIO: www.mpa.gov.br
SãO PAuLO (Estado) Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Educação Ambiental. Cadernos de
Educação Ambiental - Ecocidadão. São Paulo: SMA/ CEA, 2012.

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 135

comunicação com o mar seja sazonal, e as águas compreendidas entre a


costa e a linha de base reta, ressalvado o disposto em acordos e tratados
de que o Brasil seja parte.
u Água salobra: É a água resultante da mistura da água doce dos
rios com a água salgada dos mares.
u Alevino: Estágio juvenil dos peixes.
u Alto-mar: A porção de água do mar não incluída na zona econô-
mica exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores e continentais de
outro Estado, nem nas águas arquipelágicas de Estado arquipélago.
uAntrópico: Referente às ações do homem e às modificações pro-
vocadas por tais ações no meio ambiente.
u Aquecimento global: O planeta terra é protegido por uma ca-
mada de gases que impede que o calor absorvido pelos raios solares se
disperse totalmente, mantendo estável a temperatura no planeta. Esse
fenômeno é o chamado efeito estufa e ele é importante para a manu-
tenção da vida na terra. Já, o aquecimento global é o aumento da concen-
tração desses gases, que forma uma barreira que impede a saída dos raios
solares, aumentando ainda mais a temperatura em nosso planeta. Esse
processo está acontecendo e se acelerando por causa das queimadas e de
certas atividades humanas (emissão de gases pelas chaminés de fábricas
ou indústrias e escapamento de veículos), que liberam gases que utilizam
derivados do petróleo (gasolina e óleo diesel, por exemplo) e lançam no
ar grandes quantidades de gases poluentes, como o dióxido de carbono –
CO2, o monóxido de carbono – CO, e outros gases.
uAquicultor: A pessoa física ou jurídica que, registrada e licenciada
pelas autoridades competentes, exerce a aquicultura com fins comerciais.
u Aquicultura: A atividade de cultivo de organismos, cujo ciclo de vida,
em condições naturais, se dá total ou parcialmente em meio aquático, implican-
do a propriedade do estoque sob cultivo, equiparada à atividade agropecuária.

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136 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Áreas de exercício da atividade pesqueira: As águas conti-


nentais, interiores, o mar territorial, a plataforma continental, a zona eco-
nômica exclusiva brasileira, o alto-mar e outras áreas de pesca, conforme
acordos e tratados internacionais firmados pelo Brasil, excetuando-se as
áreas demarcadas como unidades de conservação da natureza de prote-
ção integral ou como patrimônio histórico e aquelas definidas como áreas
de exclusão para a segurança nacional, para a manutenção dos estoques
pesqueiros e para o tráfego aquaviário.
u Áreas de Preservação Permanente - APP: São as áreas le-
galmente protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a fun-
ção ambiental de preservar os recursos hídricos, o solo e a biodiversidade,
propiciando o bem-estar dos indivíduos, e definidas pelo Código Florestal.
u Área de Proteção Ambiental (APA): É uma unidade de Con-
servação de uso Sustentável, geralmente extensa, que possui algum tipo
de ocupação humana, além de ter características importantes para a qua-
lidade de vida e para o bem-estar das populações humanas, seja do ponto
de vista biótico, abiótico, estético ou cultural. Formada por áreas de terras
públicas ou privadas, uma unidade de proteção ambiental tem por objeti-
vos proteger a diversidade biológica e disciplinar a ocupação, assegurando
a sustentabilidade do uso dos recursos naturais locais.
u Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): É uma uni-
dade de Conservação de uso Sustentável, de terras públicas ou privadas,
quase sempre de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação
humana. tem características naturais consideradas extraordinárias ou abri-
ga exemplares raros da biota regional. Manter os ecossistemas naturais de
importância regional ou local e regular o uso que lhe é permitido, de modo
a compatibilizá-lo com os interesses de conservação da natureza, são os
principais objetivos dessas áreas.
u Armador de pesca: A pessoa física ou jurídica que, registrada e
licenciada pelas autoridades competentes, apresta, em seu nome ou sob

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 137

sua responsabilidade, embarcação para ser utilizada na atividade pesquei-


ra pondo-a ou não a operar por sua conta.

uAssoreamento: É o processo de acúmulo de substâncias minerais


(sedimentos) ou orgânicas em um corpo d’água, provocando redução de
profundidade e volume.

u Aterro sanitário: É o local utilizado para disposição final de resí-


duos urbanos, onde são aplicados critérios de engenharia e normas opera-
cionais especiais para confinar esses resíduos com segurança, do ponto de
vista de controle da poluição ambiental e proteção à saúde pública.

uAtividade pesqueira: Compreende todos os processos de pesca,


explotação e exploração, cultivo, conservação, processamento, transporte,
comercialização e pesquisa dos recursos pesqueiros.

u Balneabilidade: É a qualidade das águas destinadas à recrea-


ção de contato primário, sendo este entendido como um contato direto e
prolongado com a água (natação, mergulho, esqui-aquático, etc.), onde a
possibilidade de ingerir quantidades apreciáveis de água é elevada.

u Bentônico: Que vive no fundo de ambientes aquáticos.

u Bentos: São os seres vivos (animais, vegetais e micro-organismos)


presentes no fundo de lagos, rios e oceanos (substrato marinho). Quanto à
sua locomoção, são divididos em sésseis (aderidos à superfície), sedentá-
rios (baixo poder de locomoção), cavadores (escavam a superfície) e vágeis
(locomovem-se com eficiência). Alguns exemplos de bentos são: as anê-
monas, arraias, camarões, crinóides, esponjas, lagostas, linguados, ouriços-
-do-mar, pepinos-do-mar, peixes, polvos e siris.

u Biodegradável: Aquilo que pode ser decomposto pelos micro-


-organismos usuais no meio ambiente.

u Biodiesel: É um tipo de combustível biodegradável produzido a


partir de óleos vegetais e de gorduras animais.

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138 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Biodiversidade: É a diversidade de vida no planeta terra, a varie-


dade genética de populações e espécies nos diferentes reinos, a variedade
de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossiste-
mas, é a variedade dos próprios ecossistemas, comunidades e habitats.
u Bioinvasão Marinha: É o ato ou efeito de um ou mais organis-
mos invadirem e se estabelecerem em ambientes onde não havia registros
anteriores para essas espécies. A introdução de espécies invasoras (exóti-
cas) pode se dar por diversos meios, como pela água de lastro de embar-
cações, incrustações em cascos e escape de cultivos. As espécies invasoras
são uma séria ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas marinhos.
u Bioma: É uma grande área geográfica com flora e fauna parecidas,
história evolutiva comum e mesmo tipo de clima. Apesar das semelhanças,
um bioma pode conter diferentes animais e plantas e vários ecossistemas.
u Biota: É o conjunto de seres vivos que habitam uma determinada
região ou um ecossistema e sua estreita relação com os fatores bióticos
(vivos) e abióticos (não vivos) do ambiente.
u Biótico: Qualidade dos elementos de um ecossistema que têm
vida.
u Brânquia: Estrutura lamelar, com membranas finas, úmidas e rica-
mente vascularizadas, responsável pela respiração dos animais que retiram
o oxigênio da água.
u Buraco na camada de ozônio: Na estratosfera, existe o cha-
mado bom ozônio. O bom ozônio atua como um filtro que retém grande
parte dos raios ultravioletas (prejudiciais à saúde por causarem o câncer de
pele) emitidos pelo sol. Porém, o uso de certos produtos químicos, como os
clorofluorcarbonos (CFCs) encontrados em aerossóis, extintores de incên-
dio, solventes, aparelhos de refrigeração e ar condicionado, vêm reduzindo
essa camada protetora de ozônio e provocando o fenômeno do buraco na
camada de ozônio.

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 139

u Carga poluidora: É a quantidade de material que exerce efeito


danoso em determinados usos de recursos naturais. Para as águas é ex-
pressa em dBO (demanda bioquímica de oxigênio), que é a quantidade de
oxigênio consumida por atividade de micro-organismos, ou em dQO (de-
manda química de oxigênio), que é a quantidade de oxigênio consumida
por processos químicos.

u Carnívoro: A maior parte da sua dieta é composta por proteína


de origem animal.

u Chorume: É um liquido escuro, com componentes tóxicos e um


forte odor. tem origem em processos biológicos, químicos e físicos associa-
dos à decomposição de matéria e resíduos orgânicos, e pode contaminar o
solo e as águas subterrâneas.

u Ciclo da água: Quando a temperatura está elevada, graças


à ação do sol, a água de rios, lagos, mares, oceanos e até do solo se
evapora para a atmosfera. Ao encontrar as camadas de ar mais frio, esse
vapor forma as nuvens. A água, então, volta para a superfície da terra em
forma de chuva.

u Coleta seletiva: É o recolhimento diferenciado de resíduos só-


lidos, previamente selecionados nas fontes geradoras, com o intuito de
encaminhá-los para reciclagem, compostagem, reuso, tratamento ou ou-
tras destinações alternativas.

u Comunidades Tradicionais: ver “Povos e comunidades tradi-


cionais”.
u Comprimento padrão: Medido da ponta do focinho até a base
dos raios medianos da nadadeira caudal.

uComprimento total: Medido da ponta do focinho até o final da


nadadeira caudal.

u Comprimido: Achatado lateralmente.

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140 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Correntes marítimas: Movimento das águas em grande esca-


la, podendo ocorrer na superfície ou nas profundezas dos oceanos, sen-
do geradas por vento ou diferenças de pressão, temperatura e salinidade.
Próximo à costa, há correntes costeiras típicas, como a corrente de deriva
lateral, paralela à costa, e corrente de retorno, esta perpendicular.

u Costões rochosos: São rochas, que ocorrem na transição entre


os meios terrestre e marinho, estruturadas por processos tectônicos e mo-
deladas por erosão provocada por batimentos de ondas, ventos, chuvas e
por animais como ouriços, esponjas e moluscos.

u Defeso: A paralisação temporária da pesca para a preservação


da espécie, tendo como motivação a reprodução e/ou recrutamento, bem
como paralisações causadas por fenômenos naturais ou acidentes.

u Degradação: É equivalente a destruição, estrago e devastação.

u Delta: Foz de rio dominado pela deposição de sedimentos conti-


nentais retrabalhados por maré e/ou ondas, geralmente apresentam diver-
sos canais.

u Demersal: Peixe que vive próximo ao fundo do mar.

u Deposição inadequada de resíduos: São todas as formas de


depositar, descarregar, enterrar, infiltrar ou acumular resíduos sólidos sem
medidas que assegurem a efetiva proteção ao meio ambiente e à saúde
pública.

u Desenvolvimento sustentável: É o desenvolvimento que tem


a capacidade de atender às necessidades da geração atual, sem compro-
meter a capacidade de atender, também, às necessidades das futuras ge-
rações e que, portanto preserva e não esgota os recursos naturais para o
futuro.

u Desertificação: Processo de perda da produtividade biológica e


econômica do solo, causado por alterações climáticas, destruição da vege-

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 141

tação natural e consequente agravo da erosão, manejo inadequado das


culturas, uso excessivo de fertilizantes e queimadas constantes.
u Desmatamento: Ocorre quando há a destruição de florestas ou
de um certo tipo de vegetação natural de uma determinada área. Essa
prática pode provocar desequilíbrio ambiental.
uDetritívoro: Que se alimenta de restos de plantas e animais
em decomposição, geralmente depositados no fundo de ambientes
aquáticos.
uDióxido de carbono: Substância gasosa resultante da respiração
e da ingestão de compostos orgânicos. Resulta também da queima de
combustíveis fósseis, sendo um poluente responsável pelo efeito estufa.
Sua fórmula química é CO2.
u Disponibilidade hídrica: Corresponde à quantidade de água
disponível em um trecho de corpo hídrico durante algum período de tempo.
uDiversidade: Número de espécies e sua abundância relativa em
uma determinada área.
u Dorso (região dorsal): Parte de cima do peixe.
uDunas costeiras e marítimas: São acúmulos de areia formados
pela ação do vento, localizadas no litoral ou no continente.
u Ecossistema: É o conjunto dos fatores físicos (relevo, hidrografia,
clima, etc), químicos e bióticos (seres vivos) e da relação entre eles, que
se estende sobre determinado espaço de dimensões variáveis. Ex. Floresta
Amazônica, Cerrado, Caatinga, etc.
u Efeito estufa: É causado por gases presentes na atmosfera, os
quais absorvem parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre,
retendo calor e permitindo a existência da vida. No entanto, o aumento do
efeito estufa, ocasionado pelo incremento de CO2 na atmosfera, resulta no
aquecimento global.

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142 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Efluentes: despejos tratados ou não, de origem industrial, do-


méstica ou agrícola, lançados no sistema de coleta de esgotos ou no meio
ambiente.

u Embarcação brasileira de pesca: A pertencente a pessoa natu-


ral residente e domiciliada no Brasil ou a pessoa jurídica constituída segun-
do as leis brasileiras, com sede e administração no País, bem como aquela
sob contrato de arrendamento por empresa pesqueira brasileira.

u Embarcação estrangeira de pesca: A pertencente a pessoa


natural residente e domiciliada no exterior ou a pessoa jurídica constituída
segundo as leis de outro país, em que tenha sede e administração, ou,
ainda, as embarcações brasileiras arrendadas a pessoa física ou jurídica
estrangeira.

u Empresa pesqueira: A pessoa jurídica que, constituída de acor-


do com a legislação e devidamente registrada e licenciada pelas au-
toridades competentes, dedica-se, com fins comerciais, ao exercício da
atividade pesqueira.

u Erosão: É o processo pelo qual solo e rocha são removidos e


transportados pela ação das águas, do vento, ou pelo movimento de mares
e geleiras.

u Espécie: Conjunto de indivíduos semelhantes aos ancestrais, que


se entrecruzam e ocupam uma área definida; unidade biológica funda-
mental.

u Estação de Tratamento de Água - ETA: Equipamentos e insta-


lações destinados à captação e tratamento da água dos mananciais, para
o abastecimento público, dentro de determinados padrões de potabilidade
da água.

u Estação de Tratamento de Esgoto - ETE: Equipamentos e ins-


talações destinados à remoção dos poluentes presentes nos corpos d’água.

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 143

u Estação Ecológica: É uma unidade de Conservação de Proteção


Integral, de posse e domínio público. Conforme a legislação dispõe, se
existirem áreas privadas em seus limites, elas deverão ser desapropriadas.
Visitações públicas são proibidas, admitindo-se apenas aquelas que te-
nham objetivos educacionais e previstas no plano de manejo da unidade
ou em seu próprio regulamento. Pesquisas científicas dependem, também,
de autorizações específicas.
uEstoque pesqueiro: Recursos vivos, de uma determinada comu-
nidade ou população, passíveis de serem explorados.
uEstuário: É o ambiente transicional entre o continente e o oceano,
nas áreas de foz, resultando na mistura da água doce dos rios com a água
salgada do mar, com variações verticais e horizontais de propriedades físi-
cas e químicas; diversas espécies possuem parte ou todo seu ciclo de vida
neste ambiente.
u Evaporação: É a passagem do estado líquido para vapor.
Evapotranspiração: É a perda de água pelos vegetais durante o
u
movimento contínuo de transpiração e exalação de vapores.
Família: Agrupamento de gêneros com características em comum;
u
o nome de família de animais termina com o sufixo “dae”.
uFauna: É o conjunto de animais de uma determinada área, época
ou ecossistema.
u Fitoplâncton: Espécies vegetais – geralmente algas – de for-
mas variadas e tamanho microscópico, que vivem flutuando em ambientes
aquáticos (água doce, salobra ou marinha) e que são levadas pela cor-
renteza, sendo parte importante da cadeia alimentar e da produção do
oxigênio atmosférico (produção primária).
u Flanco: Região lateral do corpo.
u Flora: É o conjunto de espécies vegetais de uma determinada
área, época ou ecossistema.

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144 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Floresta Nacional: É uma unidade de Conservação de uso Sus-


tentável, de posse e domínio público, com cobertura florestal e cuja pre-
dominância são as espécies nativas. Seu objetivo básico é o uso múltiplo
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, especialmente,
pela exploração sustentável de florestas nativas. Por lei, é necessário
desapropriar áreas particulares, se existentes em seus limites. A perma-
nência no local de populações tradicionais é admitida, se já estavam pre-
sentes no local quando de sua criação. São áreas chamadas de Floresta
Estadual se criadas pelo Estado e de Floresta Municipal se criadas por
municípios.
u Focinho rombudo: Focinho arredondado.
u Fossa séptica: É um poço construído para destinar o esgoto do-
méstico, o qual é decomposto por bactérias. dessa decomposição resulta
um líquido poluente que deve ser conduzido a uma rede própria ou a um
sumidouro, pois esse líquido pode contaminar lençóis freáticos.
u Fotossíntese: É o conjunto de reações químicas em que as células
dos seres clorofilados (a maioria dos vegetais) transformam a energia da
luz em energia química e em oxigênio, a partir de dióxido de carbono e da
água, por meio da produção de alguns compostos energéticos ou açúcares
simples.
u Foz: Local onde um rio desemboca; pode ser no mar, em um lago
ou em outro rio. dentre os diferentes tipos de foz no mar, temos os estuá-
rios, deltas e lagunas.
u Fusiforme: Corpo alongado, em forma de fuso.
u Gênero: Agrupamento taxionômico acima de espécie e abaixo
de família; grupo de espécies semelhantes ou intimamente relacionadas;
o nome do gênero é o primeiro nome na denominação científica de uma
determinada espécie.
u Guelra: O mesmo que brânquia.

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 145

uHábitat: Lugar onde um animal ou planta vive ou se desenvolve


naturalmente.
uHerbívoro: Que se alimenta de plantas, como algas e folhas/raízes
de plantas aquáticas.
u Ilhas-barreira: Ilhas paralelas à costa, separadas do continente
por uma laguna, de origem sedimentar e formação relacionada às varia-
ções do nível relativo do mar (transgressões e regressões marinhas).
u Ilhas continentais: São áreas emersas, próximas à costa, cuja
origem está relacionada ao continente, do qual está separada por águas
rasas, de pouca profundidade (até cerca de 200 metros).
uIlhas oceânicas: São áreas emersas, distantes da costa, sem liga-
ção com o relevo continental (sem continuidade). São ecossistemas com
muitas espécies animais e vegetais que ocorrem somente naquele local.
u Impacto ambiental: São as alterações e os efeitos positivos ou
negativos resultantes de atividades naturais ou de atividades humanas so-
bre os meios físico, biótico e socioeconômico de um determinado território.
u Invertebrado: Animal sem coluna vertebral.
u Iridescente: Propriedade ótica de superfícies que refletem as co-
res do arco-íris.
u Laguna: Lagoa costeira de águas rasas, que apresenta conexão
com o mar por meio de canais e também pode receber água doce prove-
niente de braços de rios.
u Lençol freático ou subterrâneo: Reserva natural de água sub-
terrânea, situada a pouca profundidade (fácil de ser explorada e vulnerável
à contaminação) e com pressão atmosférica normal; em áreas costeiras,
ocorre a cunha salina, intrusão de água salobra no aquífero.
u Lixo atômico: É o produto residual líquido, sólido ou gasoso,
gerado quando da produção de energia nuclear, chamado, ainda, de lixo

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146 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

radioativo, despejo atômico ou resíduo atômico. É considerado um dos


resíduos mais perigosos.
u Lodo: A parte sólida resultante do processo de tratamento de
esgotos.
u Mandíbula: Ver maxila.
u Manguezal ou mangue: É a área intermediária entre o ambiente
terrestre e aquático, na qual ocorre a vegetação costeira adaptada à água
salobra e ao movimento das marés, em zonas tropicais e equatoriais. É
considerado um ecossistema de extrema importância para o planeta por
ser um “berçário” de grande número de espécies marinhas.
u Mar territorial: Faixa de 12 (doze) milhas marítimas de largura,
medida a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasi-
leiro, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas
oficialmente pelo Brasil.
u Marés: Flutuação periódica do nível da água do mar causada pela
rotação da terra em combinação com as forças gravitacionais da terra, da
Lua e do Sol.
u Maré negra: Fenômeno da poluição resultante do derrame do
petróleo no mar.
u Mata Atlântica: É um dos ecossistemas mais importantes do
Brasil, localizado em faixa próxima ao Oceano Atlântico. Apesar de contar
apenas com, aproximadamente, 7% de sua cobertura florestal original, é
um dos biomas com a mais rica biodiversidade do mundo.
u Matéria orgânica: São as substâncias que possuem átomos de
carbono combinados a outros átomos (hidrogênio, oxigênio, nitrogênio,
enxofre e fósforo); é um composto natural formado por resíduos de ani-
mais e/ou vegetais.
u Maturidade sexual: Idade reprodutiva.

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 147

u Maxila: Formação óssea da boca dos peixes, onde os dentes se


inserem.
u Meio ambiente: O meio ambiente não é constituído apenas
pelas plantas e pelos animais. Ele é também constituído e alterado por
atividades humanas. Portanto, o meio ambiente é formado por elementos
abióticos, como a água, o ar, o solo e a energia; por elementos bióticos,
como a flora e a fauna; e pela cultura humana, seus valores sociais, políti-
cos, econômicos, científicos, morais, religiosos, etc.
u Metais pesados: São metais de densidade alta e tóxicos, devido
ao seu efeito bioacumulativo. A concentração desse tipo de metal aumenta
ao longo da cadeia alimentar, pois os seres vivos apresentam dificuldades
em eliminá-los no seu metabolismo.
u Micro-organismo ou micróbio: É um ser microscópico, geral-
mente unicelular, animal ou vegetal. São exemplos de micro-organismos
as bactérias, os vírus, os protozoários, alguns tipos de fungos e de algas.
u Migração: deslocamento periódico a longas distâncias; no caso
dos peixes, geralmente é realizado em cardumes.
u Monumento Natural: É uma unidade de Conservação de Prote-
ção Integral, constituída por áreas públicas ou particulares, cujo objetivo
básico é o de preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza
cênica.
u Nadadeira: Órgão locomotor dos peixes, constituído por raios
ósseos e membranas entre eles.
u Nafta: É um resíduo químico resultante da destilação do petróleo.
u Nécton: É constituído por criaturas aquáticas, com movimentos
próprios, como as lulas, sépias, polvos, tartarugas, peixes, golfinhos e pin-
guins. Esses seres nadam intensamente.
uOndas marinhas: Movimento superficial da água do mar, provo-
cado principalmente pelo vento, que transfere parte de sua energia para

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148 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

a água, fazendo com que adquira movimento; quando atinge barreiras ou


menores profundidades, a onda “quebra”.
u Onívoro: Que se alimenta de animais e vegetais.
u Ordenamento pesqueiro: O conjunto de normas e ações que
permitem administrar a atividade pesqueira, com base no conhecimen-
to atualizado dos seus componentes biológico-pesqueiros, ecossistêmico,
econômicos e sociais.
u Parque Nacional: É uma unidade de Conservação de Prote-
ção Integral, de posse e domínio público, cujo objetivo é a preservação
de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica,
favorecendo a realização de pesquisas científicas, atividades ambientais
educativas, recreação e turismo ecológico.
u Patrimônio da Humanidade: Instrumento criado para incenti-
var a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos
para a humanidade, em 1972, pela Convenção do Patrimônio Mundial da
uNESCO.
u Peixe ornamental: Peixe de aquário.
u Pesca: toda operação, ação ou ato tendente a extrair, colher, apa-
nhar, apreender ou capturar recursos pesqueiros.
u Pesca amadora: Quando praticada por brasileiro ou estrangeiro,
com equipamentos ou petrechos previstos em legislação específica, tendo
por finalidade o lazer ou o desporto.
u Pesca artesanal: Quando praticada diretamente por pescador
profissional, de forma autônoma ou em regime de economia familiar, com
meios de produção próprios ou mediante contrato de parceria, desembar-
cado, podendo utilizar embarcações de pequeno porte.
u Pesca científica: Quando praticada por pessoa física ou jurídica,
com a finalidade de pesquisa científica.

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 149

u Pesca industrial: quando praticada por pessoa física ou jurídica


e envolver pescadores profissionais, empregados ou em regime de parceria
por cotas-partes, utilizando embarcações de pequeno, médio ou grande
porte, com finalidade comercial.
uPesca de subsistência: Pesca para alimentação do pescador e de
sua família; o excedente pode ser comercializado.
u Pesca sustentável: É a pesca cujas práticas podem ser mantidas
indefinidamente, sem com isso reduzir a capacidade de manter níveis de
população saudáveis das espécies-alvo; e sem ter impactos negativos nou-
tras espécies do ecossistema, ao remover as suas fontes de alimentação,
prejudicar o seu ambiente físico ou capturá-las acidentalmente.
u Pescador amador: A pessoa física, brasileira ou estrangeira, que,
licenciada pela autoridade competente, pratica a pesca sem fins econômi-
cos.
u Pescador profissional: A pessoa física, brasileira ou estrangeira
residente no País que, licenciada pelo órgão público competente, exerce a
pesca com fins comerciais, atendidos os critérios estabelecidos em legisla-
ção específica.
u Petrechos de pesca: também conhecidos como artes de pesca,
são os diferentes instrumentos ou aparelhos utilizados na pesca, como
redes, linhas e outros (ver Anexo III).
u Petróleo: Substância natural – oleosa, inflamável, menos densa
que a água, com cheiro característico e coloração geralmente preta – for-
mada por hidrocarbonetos complexos; encontrada em rochas sedimenta-
res em profundidade, é formado pela decomposição anaeróbica e acumu-
lação de restos orgânicos de mares rasos, sendo assim conhecido como um
combustível fóssil.
u Piracema: Período de migração para reprodução dos seres aquá-
ticos; época de desova.

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150 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Piscívoro: Que se alimenta de peixes; o mesmo que ictiófago.


u Plâncton: Quase sempre são organismos microscópicos em sus-
pensão na água e fonte de alimento para muitos animais aquáticos; não
possuem natação eficiente, deslocando-se por deriva.
u Plano de Manejo: É o documento técnico mediante o qual, com
fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se es-
tabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área
e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas
físicas necessárias à gestão da unidade.
u Plataforma continental: Faixa de terra submersa (inclui o leito,
a massa de água e o subsolo) que se estende com declive (inclinação)
suave no oceano, desde o nível médio da mará até o talude continental,
assim com profundidade de 0 a 200 metros em média, mas podendo che-
gar a quase 500 metros, e distando de poucas a até mais de 200 milhas
marítimas da costa.
u Poluente: Qualquer agente que altera e polui as condições de um
ecossistema.
u Poluição: Contaminação e degradação do meio ambiente, causa-
da por agentes químicos, detritos domésticos e industriais, que são preju-
diciais à saúde.
u Povos e Comunidades Tradicionais: Grupos culturalmente di-
ferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias
de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais
como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral
e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e
transmitidos pela tradição.
u Praia: Faixa à beira mar ou ao longo de grande extensão de água
formada por sedimentos não consolidados, como areia, cascalho, seixos,
pedregulhos e material de origem biológica, como conchas; e que se es-
tende até o limite dos primeiros sinais de vegetação.

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 151

u Predador: Animal que caça ou mata outros animais para se ali-


mentar.

u Processamento: Fase da atividade pesqueira destinada ao apro-


veitamento do pescado e de seus derivados, provenientes da pesca e da
aquicultura.

u Prole: Filhotes.

u Reciclagem: É qualquer técnica ou tecnologia que permite o re-


aproveitamento de um resíduo, após o mesmo ter sido submetido a um
tratamento que altere as suas características físico-químicas.

u Recifes de coral: São constituídas por uma associação simbiótica


de algas e pólipos, formando corpos calcários; ocorrem em águas rasas,
limpas e quentes. Seu conhecimento é de interesse da navegação para
evitar acidentes. Há, também, recifes rochosos e de areia, além de recifes
artificiais, que são corpos situados próximos à superfície da água.

u Recursos do mar: São todos os recursos vivos e não vivos exis-


tentes nas águas sobrejacentes ao leito do mar, no leito do mar e seu sub-
solo, bem como nas áreas costeiras adjacentes, cujo aproveitamento sus-
tentável é relevante sob os pontos de vista econômico, social e ecológico.

uRecursos naturais: São as matérias-primas, renováveis ou não


renováveis, existentes na natureza, exploradas por atividades humanas.

u Recursos naturais renováveis: São aqueles que possuem a


capacidade de se reproduzir ou regenerar. Eles podem ser retirados da
natureza e depois repostos, como as plantas e os animais; ou não têm ne-
cessidade de reposição, como a energia solar (energia do sol) e a energia
eólica (energia dos ventos).

u Recursos naturais não renováveis: São aqueles de difícil re-


posição pela natureza, pois não se reproduzem. São exemplos: o carvão e
o petróleo.

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152 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Recursos pesqueiros: Os animais e os vegetais hidróbios passí-


veis de exploração, estudo ou pesquisa pela pesca amadora, de subsistên-
cia, científica, comercial e pela aquicultura.
u Refúgio de Vida Silvestre: É uma unidade de Conservação de
Proteção Integral, que pode ser constituída por áreas particulares, desde
que seus usos estejam de acordo com os objetivos da unidade e dos re-
cursos naturais do local. Seu objetivo é o de proteger ambientes naturais
que asseguram condições à existência ou à reprodução de espécies ou de
comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
u Reserva Biológica: É uma unidade de Conservação de Proteção
Integral, de posse e domínio público, cujo objetivo é a preservação da biota
e de outros atributos naturais existentes nos limites dessas áreas, sem in-
terferência humana direta ou modificações ambientais. A exceção prevista
é quanto às medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e de
ações de manejo necessárias à recuperação e preservação do equilíbrio
natural, da diversidade biológica e dos processos ecológicos naturais.
u Reserva da Fauna: É uma unidade de Conservação de uso Sus-
tentável, de posse e domínio público, com populações animais de espécies
nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para
estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de re-
cursos faunísticos. Nessas áreas, é permitida a visitação pública dentro de
normas e padrões definidos pela administração da unidade.
u Reserva de Desenvolvimento Sustentável: É uma unidade de
Conservação de uso Sustentável, de posse e domínio público, cujo objetivo
básico é o de preservar a natureza assegurando as condições e os meios
necessários para a reprodução e melhoria dos modos e da qualidade de
vida, da exploração dos recursos naturais pelas populações tradicionais,
além de valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e técnicas de
manejo ambiental. Essa área abriga populações tradicionais associadas a
sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, sistemas que

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 153

foram desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições eco-


lógicas locais e que desempenham importante papel na proteção da natu-
reza e na manutenção da diversidade biológica.
u Reserva Extrativista: É uma unidade de Conservação de uso
Sustentável, de domínio público, com o uso concedido às populações re-
sidentes e que é utilizada por populações extrativistas tradicionais. Essas
populações sobrevivem graças ao extrativismo, à agricultura de subsistên-
cia e à criação de pequenos animais. São objetivos dessas áreas assegurar
o uso sustentável dos recursos naturais da unidade, a proteção aos meios
de vida e à cultura dessas populações. A visitação pública é permitida nes-
sas unidades, desde que realizada de modo compatível com os interesses
locais e conforme normas do plano de manejo da área.
u Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): É uma
unidade de Conservação de uso Sustentável criada em uma área privada,
gravada com perpetuidade e cujo objetivo é o de conservar a diversidade
biológica. Nessas áreas são permitidaa pesquisas científicas e visitações
com objetivos turísticos, recreativos ou educacionais.
u Resíduos perigosos: São aqueles que em função de suas pro-
priedades químicas, físicas ou biológicas, possam apresentar riscos à saúde
pública ou à qualidade do meio ambiente. Alguns exemplos são embala-
gens de agrotóxicos, latas de verniz, solventes, inseticidas, etc.
u Resíduos sólidos: São os materiais decorrentes de atividades
humanas em sociedade, e que se apresentam nos estados sólido ou se-
missólido, como líquidos não passíveis de tratamento, como efluentes, ou
ainda os gases contidos.
u Restinga: É a vegetação relativamente baixa e caracterizada por
espécies com folhas e caules duros, resistentes e retorcidos, e raízes com
alto poder de fixação, já que o solo é arenoso; em geomorfologia, é tam-
bém sinônimo de cordão litorâneo, que são faixas de areia paralelas à linha
de costa, formadas por sedimentos em ambiente costeiro.

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154 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Reutilização: É a prática ou técnica na qual os resíduos podem


ser usados na forma em que se encontram sem necessidade de tratamento
para alterar as suas características físico-químicas.
u Rostro: Focinho de animais aquáticos.
u Saco: trata-se de uma pequena enseada.
u Saneamento básico: trata-se do conjunto de soluções e medidas
para os problemas vinculados ao abastecimento de água e à disposição
de esgotos de certa comunidade, evitando a propagação de doenças cuja
origem esteja associada à contaminação das águas.
u Sumidouro: Em engenharia sanitária é um poço destinado a re-
ceber o efluente da fossa séptica e permitir sua infiltração subterrânea.
u Sustentabilidade Ambiental: É o uso racional dos recursos na-
turais unindo o crescimento econômico à justiça social e à conservação da
natureza.
u Tamanho mínimo de captura: tamanho definido pelo órgão
regulador para a captura de espécies aquáticas; em geral garante que a
maioria dos indivíduos de uma população de peixes se reproduza pelo
menos uma vez.
u Tombamento: Medida legal tomada pelo poder público para pro-
teger bens de valor artístico, histórico, cultural ou natural.
u Toponímia: Estudo da origem e do significado dos nomes (topôni-
mos) atribuídos a localidades e acidentes geográficos naturais e artificiais.
No litoral paulista, são comuns nomes de origem indígena (tupi-guarani)
e de origem religiosa.
u Transbordo do produto da pesca: Fase da atividade pesqueira
destinada à transferência do pescado e dos seus derivados de embarcação
de pesca para outra embarcação.

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7. PEQuENO dICIONÁRIO AMBIENtAL 155

Ventre ou região ventral: Barriga ou parte de baixo do corpo de


u
um animal; nos seres humanos corresponde à parte frontal.
u Vento: Ar atmosférico em movimento natural. Os ventos se for-
mam em virtude das zonas de baixa e alta pressão, formadas respectiva-
mente pelo aquecimento ou esfriamento da superfície terrestre. O ar se
movimenta de uma zona de alta pressão para uma zona de baixa pressão.
Além disso, o vento sofre desvios em sua direção resultantes da rotação da
terra (efeito de Coriolis).
u Zona Costeira e Marinha: A zona costeira brasileira possui cerca
de 8.500 km de extensão e grande variedade de espécies animais, vegetais
e de ecossistemas. Já a zona marinha se estende por cerca de 320 km
da costa, delimitando a região que constitui a Zona Econômica Exclusiva
brasileira, na qual o Brasil tem exclusividade da exploração dos recursos
naturais. O bioma costeiro e marinho é um mosaico de ecossistemas, com-
posto por manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos,
baías, brejos, falésias, estuários, recifes de corais, entre outros ambientes.
Estima-se que nessa região possa ser encontrada uma diversidade biológi-
ca maior que a existente na parte terrestre do país. O bioma vem sofrendo
as consequências de um processo de ocupação desordenada, com sérios
danos aos ecossistemas. Metade da população brasileira (mais de 70 mi-
lhões de habitantes) reside numa faixa de até 200 quilômetros do litoral,
o que afeta a estabilidade dos ecossistemas costeiros e marinhos. dentre
os principais problemas que afetam a zona costeira e marinha estão os
vastos complexos industriais localizados em grandes cidades litorâneas,
como as indústrias químicas, petroquímicas e de celulose, a pesca preda-
tória, empreendimentos de carcinicultura (criação de camarões) em áreas
de manguezais, especulação imobiliária e o despejo de esgotos nos corpos
d’água. Por estes motivos, a zona costeira e marinha necessita de ações
preventivas e corretivas emergenciais.

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156 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

u Zona econômica exclusiva: faixa que se estende das 12 (doze)


às 200 (duzentas) milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base
que servem para medir a largura do mar territorial.
u Zooplâncton: É o conjunto de pequenos animais que se alimen-
tam do fitoplâncton e é alimento para animais como peixes e baleias. um
exemplo de zooplâncton é o krill (crustáceos parecidos com camarões),
que serve de alimento para as baleias nas águas polares da Antártica.

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ANEXOS 157

ANEXO I

Tamanho mínimo de captura

de acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura:


“O tamanho mínimo de captura refere-se ao tamanho a partir do qual é autorizada
a pesca de uma determinada espécie, baseado no tamanho da 1º maturação sexual
da espécie e é implantado com o objetivo de assegurar a correta conservação e
gestão da atividade pesqueira. No caso de haver captura de exemplares de
dimensões inferiores ao tamanho mínimo estabelecido é obrigatória a sua imediata
devolução, não podendo ser mantidos a bordo, transportados, armazenados, ou
vendidos. As dimensões dos peixes referidas nas tabelas equivalem ao comprimento
da ponta do focinho à extremidade da nadadeira caudal (comprimento total), essa
medição deve ser feita sob uma superfície plana. Esta informação é importante para
que o pescador/consumidor apenas adquira peixes com tamanho legal, contribuindo
assim para a conservação dos recursos pesqueiros.”

Medindo o peixe

* Em alguns casos específicos, adota-se outra forma de medir o peixe, que é sempre determinada em
norma específica.
Cabe observar que os Estados podem legislar sobre a pesca, tornando-se oportuna esta consulta aos
Estados onde se pretende realizar a pescaria.

Recorte Marinho
O Brasil possui cerca de 8.500km de linha de litoral e um
certo número de ilhas, totalizando 3,5 milhões de km2 de
ZEE e se estende desde o Cabo Orange (5º N) até o Chuí
(34º S), situando-se, na maior parte, nas regiões tropicais e
subtropicais (CNIO, 1998). Os ecossistemas dessas regiões
são caracterizados pela elevada diversidade de espécies e
baixa biomassa de cada estoque.

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura.

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158 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

iNSTrUção NormATiVA mmA Nº 53 dE 22 dE NoVEmbro dE 2005

Nome Nome científico tamanho mínimo (cm)


Badejo Mira Mycteroperca acutirostris 23
Garoupa Epinephelus marginatus 47
Cação listrado/malhado Mustelus fasciatus 100
Anchova Pomatomus saltatrix 35
Bagre branco Genindes barbus 40
Pescadinha Macrodon ancylodon 25
Robalo peba ou peva Centropomus parallelus 30
Sardinha lage Opisthonema oglinum 15
tainha Mugil platanus/Mugil Liza 35
Bagre Genindes genindes 20
Corvina Micropogonias furnieri 25
Linguado Paralichthys patagonicus 35
/P. brasiliensis

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, www.mpa.gov.br Conheça a tabela completa no


site do MPA, disponível em: http://www.mpa.gov.br/index.php/pescampa/tamanhos-minimos

ANEXO II - DEFESO MARINHO

De acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura:

“Períodos de defeso contribuem para a sustentabilidade do uso dos estoques


pesqueiros. Entre o período de outubro a fevereiro diversas espécies continentais
entram no período de defeso. O defeso é uma medida que visa proteger os
organismos aquáticos durante as fases mais críticas de seus ciclos de vida, como
a época de sua reprodução ou ainda de seu maior crescimento. dessa forma, o
período de defeso favorece a sustentabilidade do uso dos estoques pesqueiros
e evita a pesca quando os peixes estão mais vulneráveis à captura, por estarem
reunidos em cardumes. Nesta área do site (www.mpa.gov.br) os pescadores
artesanais, industriais e amadores podem conferir os períodos de defeso no

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ANEXOS 159

Brasil, não apenas das espécies continentais, como das marinhas e ainda de áreas
de transição. As informações abrangem tanto o período de defeso – ou seja, o
período em que a pesca é proibida – como também as instruções normativas
que deram origem à proteção das espécies. também são indicados os estados, as
regiões ou as localidades onde o defeso deve ser observado. As espécies de peixes,
crustáceos e moluscos contempladas pelo defeso são mencionadas pelo seu nome
popular e científico.”

DEFESO/ ESPÉCIE ATO PERÍODO ÁREA DE OPERAçÃO


NORMATIVO
CAMARãO ROSA, IN IBAMA Nº INÍCIO TÉRMINO Na área marinha compreendida
SEtE-BARBAS, 189/2008 15/nov 15/jan entre os paralelos 21º18’04,00”S
BRANCO, SANtANA (divisa dos estados do Espírito
Ou VERMELHO 1/abr 31/mai Santo e Rio de Janeiro) e
E BARBA-RuçA 18º20’45,80”S (divisa dos
(SudEStE E SuL) estados da Bahia e Espírito Santo)

1/mar 31/mai Na área marinha compreendida


entre os paralelos 21º18’04,00”S
(divisa dos estados do Espírito
Santo e Rio de Janeiro) e
33º40’33,00”S (Foz do Arroio
Chuí, estado do Rio Grande do
Sul)
SARdINHA IN IBAMA Nº 15/jun 31/jul Área entre os paralelos 22°00´S
(SudEStE / SuL) 15/2009 RECRutAMANtO (Cabo de São tomé, Estado do
Rio de Janeiro) e 28°36´S (Cabo
1/nov 15/fev de Santa Marta, Estado de Santa
REPROduçãO Catarina)
LAGOStA VERdE, IN IBAMA Nº 1/dez 31/mai Nas águas sob jurisdição brasileira
LAGOStA VERMELHA 206/08
(NORtE / NORdEStE)
CHERNE POVEIRO IN MMA Outb de Outubro Nas águas sob jurisdição brasileira
n°37/2005 2005 de 2015

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura: www.mpa.gov.br


Conheça a tabela completa no site do MPA, disponível em: http://www.mpa.gov.br/index.
php/pescampa/periodos-de-defeso/defeso-marinho

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160 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

ANEXO III – ARTES DE PESCA/ PETRECHOS

O material a seguir foi extraído do website do Instituto Chico Mendes


da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela gestão das unidades
de Conservação do Ministério do Meio Ambiente, e traz um bom apanhado
dos diferentes métodos de pesca mais comuns no litoral Sudeste e Sul do
país, de pesca artesanal e industrial.

ARTES DE PESCA

Artesanal
A pesca artesanal tem características bastante diversificadas, tanto
em relação aos diferentes habitats explorados, quanto aos estoques
pesqueiros e às técnicas de pesca utilizadas. um fator adicional de
complexidade nesta categoria de pesca são os diferentes tipos de
usuários, com diferentes estratégias e conhecimentos de pesca, bem
como diferentes comportamentos sobre os locais e espécies frente
aos recursos e ao ambiente. Mais recentemente, a pesca artesanal foi
ampliada não sendo empregada apenas para questões de subsistência
(por grupos familiares e/ou pequenas comunidades), mas também, e em
maior escala, vem sendo praticada por embarcações de pequeno e médio
porte com objetivos comerciais. Com base, portanto, na complexidade
das pescarias, apresenta-se a seguir as principais artes de pescas
artesanais que ocorrem nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, área de
atuação do Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros das
Regiões Sudeste e Sul do Brasil – CEPSuL. (Fonte: Gamba, Manoel da
Rocha. Itajaí-SC, 1994):

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ANEXOS 161

Aparelho Primitivo Arte caída


• Arpão • Tarrafa
• Fisga

Arrasto
Aparelho com Anzol • Arrasto duplo
• Caniço • Arrasto de praia
• Corrico ou linha de corso • Arrasto de parelha
• Espinhel fixo de fundo • Arrasto simples
• Espinhel de superfície • Bernunça
• Linha de fundo e linha de mão • Gerival
• Zangarilho • Picaré

Armadilha Emalhe
• Aviãozinho • Rede de emalhe de fundo
• Cerco flutuante • Rede de emalhe de superfície
• Cerco fixo (curral) • Rede de espera-fina
• Covo, Manzuá e Pote • Rede de volta/bate-bate
• Puçá • Caçoeiro
• Puçá grande • Feiticeira

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162 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Industrial

A complexidade da pesca marinha é alta, pois diferentes espécies


habitam diferentes estratos no mar, refletindo na variedade de petrechos
e estratégias de pesca. No litoral sudeste e sul do Brasil coexistem
diversos tipos de pescarias industriais, operando em várias modalidades.
A pesca industrial é realizada a partir da utilização de navios de grande
porte, geralmente bem equipados, dispondo de redes potentes. Este tipo
de pescaria está associado, sobretudo, à pesca longínqua e, por vezes,
à pesca costeira. As embarcações geralmente possuem equipamentos
necessários para a conservação e congelamento do pescado. A seguir, são
apresentadas as principais artes de pesca que ocorrem na costa brasileira,
com ênfase às regiões sudeste e sul do Brasil, área de atuação do Centro
de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros das Regiões Sudeste e Sul
do Brasil – CEPSuL. (Fonte: Gamba, Manoel da Rocha. Itajaí-SC, 1994):

Arrasto de Parelha (Bottom pair trawl); Simples (Bottom otter trawl) e


duplo (double-rig trawl)
Emalhe: Superfície (Pelagic gillnet); Fundo (Bottom gillnet) e Meia-água
(Midwater gillnet)
Espinhel: Superfície (Longline) e Fundo (Bottom longline)
Cerco: (Purse seine)
Vara e Isca-Viva (Bait boat/Pole and line)
Garateias automaticas (Jigging)
Linha de mão
Armadilha
Fonte: http://www.icmbio.gov.br/cepsul/component/content/article.html?id=47

Observação: algumas artes de pesca aqui descritas são proibidas em


determinados locais e épocas, como o arrasto de parelha e o arpão, por
exemplo. Verifique a legislação vigente, informando-se na Marinha, Ibama,
ICMBio ou colônias de pescadores. Pesca sustentável é legal.

12773 miolo.indd 162 16/9/2014 20:56:07


BIBLIOGRAFIA 163

referêncIas BIBlIográfIcas

AuRÉLIO. Novo Dicionário Aurélio – dicionário Eletrônico – 4ª Edição,


conforme a nova ortografia. Editora Positivo.

BRANCO, S.M. Ecossistêmica: uma abordagem integrada dos problemas


do meio ambiente. Editora Edgard Blücher Ltda. São Paulo, SP. 1ª Edição,
202 p., 1989.

BRASIL, Anna Maria; SANtOS, Fátima. O Ser Humano e o Meio Ambiente


de A a Z: Dicionário. São Paulo: FAARtE, 2007.

CAPRA, F. A teia da vida; uma nova compreensão científica dos


sistemas vivos. (trad. Einchemberg, R.R.) São Paulo, SP. Editora Cultrix;
256 p., 1996.

COMISSãO EuROPEIA. Código Europeu de Boas Práticas para uma Pesca


Sustentável e Responsável; 2004.

CONSuMO SuStENtÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers


International/ MMA/ MEC/IdEC, 2005.

dIEGuES, Antonio Carlos. Comentários sobre o Código de Conduta para a


Pesca Responsável - FAO - Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e a Alimentação. disponível em: http://nupaub.fflch.usp.br/
sites/nupaub.fflch.usp.br/files/color/pescarespons.pdf

dIEGuES, Antonio Carlos. O Olhar do Pescador. São Paulo, 2004.


GREENPEACE. À deriva - Um panorama dos mares brasileiros. Leandra
Gonçalves (org.) – São Paulo: 2008.

INStItutO BIOAtLÂNtICA. Pesca Sustentável na Baía da Ilha Grande. Rio


de Janeiro, 2009.

JAKIEVICIuS, Mônica. Vida no Mar. São Paulo, 2004.

MARQuES, Helcio Luis de Almeida; BORdON, Isabella Cristina Antunes da


Costa; ALVES, José Luiz; MEdEIROS, Aline Maria Zigiotto de. Produção de
mexilhões jovens (sementes) por maricultura da Praia da Cocanha,
Caraguatatuba (SP). (2008) Revista tecnologia & Inovação Agropecuária,
p.87, disponível em <http://www.dge.apta.sp.gov.br/publicacoes/t&ia2/
t&IAv1n2/Artigo_Mexilh%C3%B5es_9.pdf>.

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164 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

ORGANIZAçãO dAS NAçõES uNIdAS PARA A AGRICuLtuRA E ALIMENtAçãO -


FAO. Código de Conducta para la Pesca Responsable; 1995.

PHILLIPPI Jr., Arlindo. Saneamento do Meio. São Paulo, FuNdACENtRO, 1988.

SãO PAuLO (Estado) Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Educação


Ambiental. Cadernos de Educação Ambiental - Ecocidadão. São
Paulo: SMA/ CEA, 2012.

SãO PAuLO (Estado) Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de


Planejamento Ambiental. Cadernos de Educação Ambiental -
Mudanças Climáticas. São Paulo: SMA/ CPLA, 2012.

SãO PAuLO (Estado) Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Educação


Ambiental. Guia Didático sobre o Lixo no Mar. São Paulo: SMA/ CEA, 1997.

SãO PAuLO (Estado) Secretaria do Meio Ambiente. Mosaico de Áreas


Marinhas Protegidas do Estado de São Paulo – Relatório Técnico.
São Paulo: SMA, 2008.

SãO PAuLO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Apresentação Técnica:


Mosaico das Ilhas e Áreas Marinhas Protegidas do Litoral Paulista,
de Marília Brito Moraes. São Paulo: SMA, 2008.

tuRECK, Claudio Rudolfo; OLIVEIRA, t, N de. Sustentabilidade ambiental


e maricultura. (2003) Revista Saúde e Ambiente, p.22, disponível em
http://periodicos.univille.br/index.php/RSA/article/view/48/80>

Legislação Federal consultada:

decreto n° 5.377, de 23 de fevereiro de 2005 – Política Nacional para os


Recursos do Mar.

Lei Federal 9.985, de 18 de Julho de 2000 - SNuC - Sistema Nacional de


Unidades de Conservação.

Lei Federal n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998/ dos Crimes contra o Meio


Ambiente.

Lei Federal nº 9.966, de 28 de abril de 2000/sobre a prevenção, o controle


e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e
outras substâncias nocivas ou perigosas em águas brasileiras.

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BIBLIOGRAFIA 165

Lei Federal n° 11.959, de 29 de junho de 2009, que dispõe sobre a Política


Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da
Pesca.

decreto Federal Nº 6.514, de 22 de julho de 2008. Dispõe sobre as infrações


e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o
processo administrativo federal para apuração destas infrações, e
dá outras providências.

Legislação Estadual consultada:

decreto n° 53.525, de 08 de outubro de 2008 – Cria a APA de Proteção


Ambiental Marinha do Litoral Norte e a ARIE de São Sebastião.

decreto n° 53.526, de 08 de outubro de 2008 – Cria a APA Marinha do


Litoral Centro.

decreto n° 53.527, de 08 de outubro de 2008 – Cria a APA Marinha do


Litoral Sul e ARIE do Guará.

decreto n° 53.528, de 08 de outubro de 2008 – Cria o Mosaico das Ilhas e


Áreas Marinhas do Litoral Paulista.
decreto nº 58.544/12 – lança a Via Rápida Ambiental da
Aquicultura.

Sites consultados:

Caral – Supe: www.caralperu.gob.pe

CEMAVE – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação, vinculado ao Instituto


Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio: sna.cemave@
icmbio.gov.br

CETESB: www.cetesb.sp.gov.br

CETESB – COMPANHIA AMBIENtAL dO EStAdO dE SãO PAuLO, disponível em


<http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/cetesb/aquicultura_emp_disp.asp>

EcoDesenvolvimento.org
http://www.ecodesenvolvimento.org

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166 CAdERNOS dE EduCAçãO AMBIENtAL PESCA SUSTENTÁVEL

Fundação Florestal: http://fflorestal.sp.gov.br

Fundación Mundo Marino: www.fundmundomarino.com.ar


Greenpeace Brasil: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/

Greenpeace Portugal: http://www.greenpeace.org/portugal/pt/O-que-


fazemos/Campanha-dos-Oceanos-Mercados-em-Portugal/que-significa-
sustentavel/

Grupo Aiuká: http://aiuka.com.br/

IBAMA: http://www.ibama.gov.br/ceperg/paginas/menu.php?id=13

Instituto Chico Mendes da Biodiversidade - ICMBio: http://www.icmbio.


gov.br/cepsul/component/content/article.html?id=47

Instituto de Pesca: http://www.pesca.sp.gov.br

Ministério da Pesca e Aquicultura: www.mpa.gov.br

Ministério da Pesca e Aquicultura, disponível em:


<http://www.mpa.gov.br/index.php/aquiculturampa/informacoes/o-que-e
08/08/2013>
<http://www.mpa.gov.br/aquiculturampa/informacoes/o-que-e>
<http://www.mpa.gov.br/index.php/imprensa/noticias/1981-governo-federal-
lanca-nesta-sexta-feira-editais-para-o-cultivo-de-peixes-e-mariscos-no-mar-e-em-
reservatorios-de-sao-paulo>

Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação - FAO:


www.fao.org

Paixão e pacto com botos. disponível em:


http://www.almanaquebrasil.com.br/destino-cultura/10657-laguna.html

Pesquisa avalia pesca cooperativa entre golfinhos e pescadores em


Santa Catarina. danielle Jordan. Acessado em agosto de 2013. disponível em:
http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=nol&cod=_
ambientepesquisaavaliape

Portal Pick-upau - Central de Educação e Jornalismo Ambiental: http://


www.pick-upau.org.br/

12773 miolo.indd 166 16/9/2014 20:56:07


BIBLIOGRAFIA 167

Prefeitura Municipal de São Sebastião, disponível em <http://www.


saosebastiao.sp.gov.br/finaltemp/news.asp?id=N45201219271>

Presidência da República Federativa do Brasil: http://www2.planalto.gov.br/

Projeto BioPesca: www.biopesca.org.br

Projeto TAMAR: www.tamar.org.br

Projeto Toninhas: www.projetotoninhas.org.br; projetotoninhas.blogspot.com


Revista Ciência Hoje: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=54036&op=all
Revista National Geographic Brasil. disponível em <http://viajeaqui.abril.com.br/
materias/ostra-de-cananeia-do-mangue-para-o-mundo-guardioes-do-sabor>

Roteiro Metodológico para Implementação da Gestão Integrada das


Áreas de Proteção Ambiental: http://www.ambiente.sp.gov.br/apas/cd/
cd_apas.htm

Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo: www.ambiente.


sp.gov.br

Universidade Federal Fluminense: www.uff.br/ecopesca/.../pesca/Aula_13_


Abordagem_Ecossistemica.pdf

Wikiaves – A Enciclopédia de Aves do Brasil: http://www.wikiaves.com.br/

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TELEFONES ÚTEIS

Disque Ambiente: SMA, CEtESB e Polícia Militar Ambiental:


0800 113560
Ouvidoria - SMA: (11) 3133-3479, (11) 3133-3477 ou (11) 3133-3487
Polícia Militar: 190
Corpo de Bombeiros: 193
Polícia Civil: 147
Defesa Civil: 199
Ambulância: 192
Acidentes Ambientais – CETESB - Fone 24 Horas: (11) 3133-4000
Linha Verde - IBAMA: 0800-618080
Projeto TAMAR – Ubatuba: (12) 3832-6202 ou (12) 7014-4046
CEMAVE – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação, vinculado ao
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio:
(83) 3245-5001 ou (83) 3245-5278
Aiuká - Praia Grande (SP): (13) 3302-6025, (13) 3302 6026 ou
(13) 7808 0469.

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dados internacionais de catalogação na Publicação

S24f Pesca Sustentável. texto denise Scabin Pereira; Érica de Siqueira Mendes Agassi; Iris
Regina Fernandes Poffo; Regina Brito Ferreira. - - São Paulo: SMA/CEA, 2013. 172p.;
il.15,5x22,3cm. (Cadernos de Educação Ambiental, 18).

Bibliografia
ISBN – 978-85-62251-23-8

1. Educação ambiental 2. Pesca sustentável 3. Áreas marinhas protegidas 4.


Biodiversidade 5. Mudanças climáticas 6. Legislação I. Pereira, denise Scabin
II. Agassi, Érica de Siqueira Mendes III. Poffo, Iris Regina Fernandes IV. Ferreira,
Regina Brito V. título VI. Série.

1a reimpressão 2014

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Cadernos de Educação Ambiental

Coordenação Geral
Yara Cunha Costa

Caderno Pesca Sustentável – 1ª Reimpressão


Baseado em: “Pesca Sustentável em Áreas Marinhas Protegidas”

Autoria
Denise Scabin Pereira – CEA / SMA
Érica de Siqueira Mendes Agassi - Agência Ambiental de São Sebastião - CETESB
Iris Regina Fernandes Poffo – Setor de Atendimento à Emergência - CETESB
Regina Brito Ferreira - Setor de Avaliação de Empreendimentos Urbanos e de Lazer – CETESB

Revisão Técnica
Eduardo Silva Telles Bicudo do Valle – CEA / SMA

Colaboração Técnica
Eduardo Silva Telles Bicudo do Valle – CEA / SMA
Hélia Maria Piedade – CEA / SMA
Valéria Ruoppolo – Aiuká

Revisão Geral e Concepção das Ilustrações


Denise Scabin Pereira

Fotos
Cláudio Dias - CETESB
Denise Scabin Pereira
Fernanda Terra
Fausto Pires de Campos
Fundação Florestal - FF
Iris Regina Fernandes Poffo - CETESB
Jocemar T. Mendonça
Márcia Goldin
Miguel Booth / IFAW
Secretaria do Meio Ambiente - SMA
Sérgio Viegas
Valéria Ruoppolo – Aiuká

Arte de Capa
Cláudio Maluf Figueiredo
Vladimir Ferreira Arruda

Diagramação, CTP, Impressão e Acabamento


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

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secretaria de estado do meio ambiente
avenida Prof. Frederico hermann Jr., 345
são Paulo sP 05459 900
tel: 11 3133 3000
www.ambiente.sp.gov.br

Disque Ambiente 0800 11 3560

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Cadernos de Educação Ambiental

PESCA
SUSTENTÁVEL

PESCA SUSTENTÁVEL
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Cadernos de Educação Ambiental


GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE

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