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INSTITUTO BÍBLICO BETEL BRASILEIRO

COORDENAÇÃO ACADÊMICA
DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA

João Pessoa / PB
Janeiro / 2002

1
"Amados, não deis crédito a qualquer
espírito: antes, provai os espíritos se procedem
de Deus, porque muitos falsos profetas
têm saído pelo mundo afora."
(I João 4:1)

2
Heresiologia

I - História e Heresias
1.1Definição de Termos
1.2Perspectiva Bíblica
1.3Grupos heréticos que surgiram na história da Igreja.

II - Seitas e Heresias
2.1. Que é uma Seita?
2.2. Classificação das Seitas.
2.3. Características das Seitas.
2.4. Razão do êxito das Seitas.

III - Religião e Heresia


3.1. Local onde ocorre a heresiologia
3.2. Entendendo o Sistema Religioso
3.3. Os Blocos Religiosos do Mundo.

IV - Ortodoxia e Heresia
4.1. Ortodoxia e Credo
4.2. Cosmovisão Cristã
4.3. As crenças do Cristianismo Ortodoxo

V - Demonologia e Heresia

5.1. A Ação Demoníaca


5.2. Guerra Espiritual

3
Teste de Sondagem
1º Dia de Aula

1 - Nome

2 - Igreja, que pertence (Se já pertence a alguma outra, escreva também)

3 - Pastor ou Dirigente

4 - De acordo com a sua freqüência nos cultos, tente dizer a mensagem central do seu pastor.

5 - Tente diferenciar
Seita

Heresia

Religião

Cristianismo

Todas as informações contidas neste teste serão para o uso exclusivo da


matéria em pauta. Não serão repassadas a outrem.
4
HERESIOLOGIA
I - História e Heresias.
1.1 - Definição de Termos

A palavra grega hairesis significa: (1) uma escolha, e.g., Lv 22.18, 21 (LXX),
onde “dádivas segundo a escolha deles” significa ofertas voluntárias; (2) uma opinião
escolhida, sendo que a única ocorrência no NT é 2 Pe 2.1, onde “opiniões destruidoras” são
causadas por ensinos falsos [daí “heresias” na ARA]; (3) uma seita ou partido (que sustenta
certas opiniões), aplicada no NT (a) a saduceus e fariseus (At 5.17; 15.5), (b) aos cristãos (At
24.14; 28.22; em 24.14, Paulo substitui “heresia” por “caminho”, possivelmente porque ele
mesmo já tivesse atribuído à palavra o mau sentido) e (c) a uma seita ou facção dentro do
corpo cristão (sendo sinônimo de “cisma”, “partido, “facção”, em 1 Co 11.19; Gl 5.20),
resultando não tanto do falso ensino quanto da falta de amor e da auto-afirmação, que levam a
divisões dentro da comunidade cristã. O significado atribuído a hairesis, em 2 Pedro, veio a
predominar no uso cristão. A heresia é uma negação deliberada da verdade revelada,
juntamente com a aceitação do erro. Considerava-se que os credos continham o padrão da
verdade e da crença correta, e eles mesmos contradiziam formalmente vários ensinos falsos,
e.g., arianismo, apolinarismo, nestorianismo e eutiquianismo. A união entre Igreja e o Estado
depois de Nicéia causou, com o passar do tempo, penalidades legais contra hereges. O uso de
Paulo e Lucas (nº 3 acima) sobrevive em, e.g., a história X. v. 21-22 de Eusébio, onde o
cristianismo é “nossa santíssima heresia, e na Epístola 185 de Agostinho, comentário valioso
sobre a idéia cristã primitiva de heresia.
A Igreja Católica Romana faz distinção entre heresia, cisma (a desunião por
falta de amor) e apostasia (o abandono do cristianismo). A heresia pode ser “formal” (a
adesão a uma falsa doutrina por um católico romano batizado) ou “material” (a falsa doutrina
sustentada na ignorância por um não-romano).

1.2 - Perspectiva Bíblica

A era que presenciou o advento de Jesus Cristo foi uma época rica de religiões,
que iam desde o Animismo crasso e dos rituais sexuais adotados em grande parte do mundo,
até os panteões romanos, com seus deuses, e as misteriosas crenças dos gregos. Basta ler a
obra de Gibbon, Declínio e Queda do Império Romano para vermos claramente a
multiplicidade de deuses e deusas, bem como os sistemas filosóficos que figuram no
horizonte religiosos daquela era da história. O Judaísmo cessara com suas atividades
missionárias, já que os judeus se achavam debaixo do tacão de ferro do paganismo romano
que lhes era adverso. Seus escribas e rabinos haviam interpretado e reinterpretados tanto a lei
de Deus e acrescentado a ela tantas emendas que Jesus chega a dizer o seguinte, aos líderes
religiosos de seus dias: “Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa
da vossa tradição? ... E assim invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição” (Mt
15.3, 6).
E foi no meio desse torvelinho de filosofias humanas deterioradas e de
revelação divina deturpada que apareceu o Filho de Deus e, com seus ensinamentos e
exemplo, revelou o homem divino, e com seu poder miraculoso, sua morte vicária e sua
ressurreição corpórea, abriu um atalho no emaranhado de dúvidas e temores dos homens
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quando levantado da terra para atrair todos a si. Acertadamente alguém já disse que o homem
tem liberdade para aceitar ou rejeitar a Jesus Cristo, e a Bíblia como Palavra de Deus; tem
liberdade para fazer oposição a ele e até para desafiá-lo. Mas não tem liberdade para alterar a
mensagem essencial das Escrituras: a boa-nova de que Deus ama os perdidos e ama tanto que
enviou ao mundo seu Filho unigênito para que todos pudéssemos viver por intermédio dele.
Juntamente com esse evangelho da graça de Deus, o Senhor anunciou e
profetizou que seus seguidores iriam enfrentar provações e tribulações, tanto dentro como fora
da igreja, e que uma das maiores dificuldades que teriam seria a presença de falsos cristos e
falsos profetas, que viriam em seu nome e enganariam a muitos (Mt 24.5), Jesus estava tão
preocupado com essa questão que certa vez disse:
“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em
ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se,
porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons
frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus,
nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e
lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz:
Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está
nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não
fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de
mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mt 7.15-23)
Cristo revelou que haveria falsos profetas. O Filho de Deus não tinha dúvida de
que isso ocorreria. E as heresias dos primeiros cinco séculos da era cristã comprovam a
veracidade de suas predições. Cristo disse ainda que os frutos dos falsos profetas seriam
visíveis e que a igreja iria identificá-los prontamente. Não nos esqueçamos de que os frutos de
uma árvore má, além de éticos e morais, poder ser também doutrinários. Talvez uma pessoa
possa ser até ética e moralmente correta, segundo os padrões humanos. Mas se der as costas a
Jesus Cristo, rejeitando-o como Senhor e Salvador, o fruto dela será ruim, e deverá ser
repudiado, pois não passa de um simulacro da verdade. O apóstolo João compreendeu bem
isso quando disse: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se
tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que
ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19).
Então a Bíblia de fato fala de falsos cristos, falsos profetas e falsos apóstolos,
bem como de “obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de
admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os
seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme
as suas obras.” (2 Co 11.13-15).
Então a perspectiva bíblica com relação a esses falsos profetas e seus falsos
ensinos é a de que devemos ter compaixão e amor por aqueles que foram envolvidos nos
ensinos deles, mas também precisamos nos opor vigorosamente às doutrinas, com o supremo
objetivo de ganhar a alma do indivíduo, e não de discutir com ele. Não podemos esquecer que
os adeptos dessas seitas são almas pelas quais Jesus morreu, pois “ele é a propiciação pelos
nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1
Jo 2.2).
A Associação dos Bancos dos Estados Unidos utiliza para treinamento de
pessoal um recurso, que exemplifica bem o nosso objetivo. Todos os anos eles levam a
Washington centenas de caixas para ensiná-los a identificar o dinheiro falso, que sempre
acarreta enormes prejuízos para o tesouro do país. O mais interessante é que, nos quinze dias
de duração do treinamento, nenhum dos “caixas” manuseia cédulas falsas; só lidam com notas
verdadeiras. É que a direção da associação está convencida de que, se o funcionário estiver

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bem familiarizado com o dinheiro verdadeiro, identificará o falso assim que este lhe cair nas
mãos, por mais perfeita que seja a falsificação.
A verdade é que, quando os cristãos se familiarizarem com as doutrinas
fundamentais da fé, saberão identificar facilmente os falsos ensinos que divergem dos do
cristianismo bíblico.
As seitas têm lucrado muito com o fato de a igreja cristã não compreender bem
os ensinos e não criar uma metodologia prática para evangelizar seus adeptos, refutando seus
argumentos.
É verdade que a estrutura doutrinária delas contém inúmeras verdades, todas
elas, diga-se de passagem, retiradas de fontes bíblicas. Mas acham-se tão mescladas de erros
humanos que acabam mais mortíferas que uma mentira frontal. Além disso. Algumas seitas
têm dado ênfase a aspectos que a igreja cristã tem ignorado, como cura divina (Ciência
Cristã), profecias (testemunhas de Jeová e Mormonismo) e outros.

1.3 - Grupos Heréticos que surgiram nos Primórdios da História da Igreja.

No 2º século a religião cristã, como nova força no mundo, a qual se revelou na


organização da Igreja, teve de lutar pela sua própria existência. Teve de defender-se de
perigos externos e internos, de justificar sua existência e de conservar sua pureza de doutrina
diante de erros sutis.

1.3.1 Perversões Judaicas

Houve três grupos de cristãos judeus que revelaram tendências judaizantes.


Traços deles se acham até mesmo no Novo Testamento.

(a) Os Nazarenos. Estes eram judeus cristãos que haviam aceitado as doutrinas
da religião cristã. Usavam somente o Evangelho de Mateus em hebraico, mas, ao mesmo
tempo, reputava Paulo um autêntico apóstolo. Em distinção a outras seitas judaicas eles criam
na divindade e no nascimento virginal de Jesus. E apesar de se obrigarem na prática a uma
estrita observância da lei, não exigiam isso da parte dos cristãos gentios. Conforme diz
Seeberg, “Na realidade, foram cristãos da raça judia, ao passo que os outros dois grupos
foram apenas judeus cristãos”.

(b) Os Ebionitas. Esta seita era formada, realmente, por continuadores dos
oponentes judaizantes do apóstolo Paulo, e era farisaica em sua natureza. Seus adeptos se
recusavam a reconhecer o apostolado de Paulo, a quem reputavam apóstata da lei, além de
exigirem de todos os cristãos que se submetessem ao rito da circuncisão. Sua idéia de Cristo
era similar à de Cerinto, o que provavelmente se devia ao desejo que tinham de manter o
monoteísmo do Velho Testamento. Negavam tanto a divindade de Cristo como o Seu
nascimento virginal. Na opinião deles, Jesus Se distinguia de outros somente por uma estreita
observância da lei, tendo sido escolhido como Messias por causa de Sua piedade legal. Ter-
se-ia tornado cônscio de tal coisa por ocasião de Seu batismo, quando recebeu o Espírito, o
que O capacitou a realizar Sua tarefa, isto é, a obra de um profeta e mestre. Relutavam em
pensar nEle como alguém sujeito ao sofrimento e à morte.

(c) Os Elquesaítas. Este grupo representava um tipo de cristianismo judaico


assinalado por especulações teosóficas e ascetismo estrito. Não obstante, seus membros
rejeitarem o nascimento virginal de Cristo e dizerem ter Ele nascido como outros homens,
eles julgaram-nO espírito ou anjo superior. Consideraram-nO encarnação do Adão ideal, além
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de chamá-lO o mais elevado arcanjo. A circuncisão e o sábado eram grandemente honrados;
havia repetidas lavagens, sendo-lhes atribuídos poderes mágicos de purificação e
reconciliação; e a mágica e a astrologia eram praticadas entre eles. Tinham suas doutrinas
secretas acerca da observância da lei. Esse movimento foi, provavelmente judaico, adaptando-
se às tendências sincretistas da época. Com toda a probabilidade se referem a essas heresias a
Epístola aos Colossenses e a I Timóteo.

1.3.2 Perversões Gentílicas

(a) O Gnosticismo. Os heresiólogos consideravam o gnosticismo como o


produto da combinação entre a filosofia grega e o cristianismo. "É um fenômeno religioso
geral do mundo helenista e é o produto da fusão entre a cultura grega e a religião oriental. A
conceptualização grega" das tradições religiosas orientais - o monoteísmo judaico, a
astrologia babilônica e o dualismo iraniano - é vista como a base para o gnosticismo.
O gnosticismo dedicava-se à obtenção de um conhecimento genuíno maior, por
meio do qual, segundo seus adeptos criam, poderia ser obtida a salvação. Reivindicava ainda
possuir uma sabedoria esotérica, que se tornaria propriedade dos iniciados, em contraste com
os de fora, que não seriam assim privilegiados.
No gnosticismo deparamos com uma segunda perversão do cristianismo. Em
comum com as seitas judaicas, concebia como uma oposição as relações entre o Velho
Testamento e o Novo e suas respectivas religiões. Sua forma original estava arraigada no
judaísmo, mas por fim evoluiu em estranha mescla de elementos judaicos, de doutrinas cristãs
e idéias pagãs especulativas.
a.1. Origem do gnosticismo. Há indicações, no Novo Testamento, de que o
gnosticismo já aparecera em forma incipiente nos dias dos apóstolos. Havia, já naqueles dias,
mestres heréticos que derivavam seu impulso imediato do judaísmo, ocupando-se em
especulações acerca de anjos e espíritos, e que se caracterizavam por um falso dualismo, que
redundava em ascetismo, por um lado, e libertinagem imoral, por outro lado. Esses
espiritualizavam a ressurreição e faziam da esperança da Igreja objeto de derrisão (ver Cl
2.18ss; 1 Tm 1.3-7; 4.1-3; 6.3ss; 2 Tm 2.14-18; Tt 1.10-16; 2 Pe 2.1-4; Jd 4, 16; Ap 2.6, 15,
20ss). Também havia uma distinção entre um Jesus humano e um Cristo, que seria espírito
superior. João combate indiretamente essa heresia nos seus escritos (ver. Jo 1.14; 20.31; 1 Jo
2.22; 4.2, 15; 5.1, 5-6; 2 Jo 7).
a.2. Caráter essencial do gnosticismo. Antes de tudo, o gnosticismo era um
movimento especulador. Esse elemento especulativo estava sempre em primeiro plano. O
Próprio nome, gnostikoi, adotado por alguns de seus adeptos, indica que se arrogavam possuir
um conhecimento mais profundo das coisas divinas do que aquilo que se poderia obter entre
os crentes comuns. Seus dois maiores problemas eram o do ser absoluto e o da origem do mal,
problemas esses derivados do pensamento religioso pagão, e não do cristianismo.
Desenvolveram uma fantástica cosmologia, fazendo largos empréstimos das especulações
orientais, e com o que tentavam combinar as verdades do evangelho.
Apesar de seu caráter especulativo, o gnosticismo também foi um movimento
popular. A fim de influenciar as massas, precisava ser algo mais do que mera especulação.
Portanto, houve tentativas, em associações especiais, para popularizar a teoria cósmica geral,
através de ritos simbólicos, de cerimônias místicas e do ensino de fórmulas mágicas. A
introdução destes foi uma tentativa de transformar o evangelho numa filosofia religiosa e
numa sabedoria mística. No entanto, o gnosticismo reivindicava ser cristão em seu caráter. E
muitos acolhiam aos ensinamentos como se fossem genuínas verdades cristãs.

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O gnosticismo também era um movimento sincretista, dentro da esfera do
cristianismo. Segundo Seeberg afirma, o gnosticismo era pagão, e não cristão gentílico. Ele
propunha dar solução aos problemas que se originaram no pensamento religioso do mundo
pagão, e meramente dava às suas discussões um colorido um tanto cristão. Walther assevera
que o gnosticismo é o “... furto de alguns trapos cristãos para cobrir a nudez do paganismo”.
a.3. Ensinos principais do gnosticismo. Um traço dualista percorre o sistema
todo e se manifesta na posição que diz haver dois princípios originais ou deuses, que se
oporiam um ao outro como superior e inferior, ou mesmo como bom e mau. O deus supremo
ou bom é um abismo insondável. O mundo não foi criado pelo deus bom, ma provavelmente
foi o resultado de uma queda no “pleroma”, sendo obra de uma divindade subordinada, talvez
hostil. Esse deus subordinado se chama Demiurgo, sendo identificado com o Deus do Velho
Testamento, descrito como um ser inferior, limitado, cheio de paixões e vingativo. É
contrastado com o Deus supremo, fonte de bondade, da virtude e da verdade, o qual Se
revelou em Cristo.
O mundo da matéria, por ser produto de um deus inferior, talvez mau, é
essencialmente mau. Encontra-se no mesmo, porém, remanescentes do mundo-espírito, a
saber, a alma humana, uma fagulha de luz vinda do mundo superior de pureza que, de modo
inexplicável, viu-se enredado na matéria má. No gnosticismo cristão, Cristo é o emissário
especial do reino da luz enviado a este mundo de trevas a fim de conceder libertação. Ele é
representado como um ser celestial que apareceu em corpo fantasmagórico, ou como um ser
terrestre, com um poder ou espírito superior que se associou temporariamente.
A participação na redenção, ou vitória sobre o mundo, só foi obtida através dos
ritos secretos da associação gnóstica. A iniciação nos mistérios de casamento com Cristo, de
um peculiar batismo, de nomes mágicos e de uma unção especial, mediante a qual foi obtido o
conhecimento secreto do Ser, tornou-se a vereda da redenção.
A ética ou filosofia moral que acompanhava essas idéias acerca da redenção,
era dominada por uma falsa estimativa da sensualidade, resultando ou em rígida abstinência
ascética ou em vil carnalidade, gerada da certeza que nada realmente poderia atrapalhar os
favorecidos pelo céu. A doutrina da ressurreição dos mortos não era reconhecida. Quando a
alma finalmente fosse libertada da matéria, retornaria ao “pleroma”, e isso seria o fim.
a.4 Significação histórica do gnosticismo. Muitos foram arrastados, por algum
tempo, pelas suas ousadas especulações ou pelos seus ritos místicos, mas a grande maioria
dos crentes não foi enganada pelas suas fantásticas simulações ou por suas atrativas
promessas de felicidade secreta. O gnosticismo foi vencido pelas refutações diretas dos Pais
da Igreja, pela preparação e circulação de breves declarações dos fatos fundamentais da
religião cristã (regras de fé), e pela mais racional interpretação do Novo Testamento, com a
limitação do seu cânon, com exclusão de todos os falsos evangelhos, atos e epístolas que
então circulavam.
A Igreja também derivou proveito real do aparecimento do movimento
gnóstico, porém só de modo indireto. Aprendeu a determinar claramente os limites da
revelação divina e as relações entre Velho e Novo Testamento. Outrossim, tornou-se
agudamente consciente da necessidade de traçar breves declarações da verdade, baseadas em
fórmulas batismais correntes, que poderiam servir como padrões de interpretação (regras de
fé).

TIPOS DE GNOSTICISMO

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Trata-se de duas estruturas mitológicas que procuram explicar o problema do mal em
termos do seu relacionamento com o processo da criação.

A - IRANIANO - Ramificação gnóstica, desenvolveu-se na Mesopotâmia, reflete um


dualismo horizontal associado como culto Zoroastriano. Nesse padrão, a luz e as trevas, os
dois princípios ou divindades primordiais, estão entregues a uma luta decisiva.
O objetivo dessa luta é conquistar os seres humanos que contêm as partículas da luz, e
efetuar sua libertação da prisão deste mundo, de modo que possam reentrar na esfera da luz
celestial. (E.H.T. Vol.II.p.204).
B - SÍRIO - Surgiu na área da Síria, Palestina e Egito e reflete um dualismo vertical muito
mais complexo. Neste sistema, o princípio Ulterior (o deus) é bom, e a tarefa dos pensadores
gnósticos é explicar como o mal emergiu do único princípio do bem.

- Deus no Gnosticismo - Os gnósticos tinham um conceito deísta. O Deismo ensina que há um


ser supremo, mas que não teria qualquer interesse pela sua criação (ou emanação), não
interferindo na história humana, porquanto não puniria e nem recompensaria.
- Jesus no Gnosticismo - Não seria o Verbo exaltado, mas apenas um dentre muitas
emanações angelicais. Seria um dentre muitos salvadores ou pequenos deuses, mas em
sentido algum seria divino como Deus é divino.

b) Montanismo - Esse foi nome de um movimento apocalíptico do século II


d.C., que derivava seu nome de Montano. Montano nasceu em Ardabau na Frigia, o que
explica por que motivo seus seguidores chegaram a ser chamados frígios. Na cidade Pepuza
profetizava Montano e suas duas associadas, Prisca e Maximila. Ele proclamou ser o
escolhido para dar início à dispensação do Espírito Santo. Foi então, que aquelas duas
profetizas aliaram-se a ele, e passavam a anunciar para breve o fim de todas as coisas.
O Movimento Montano apelava às massas por declarar-se totalmente contrário a todas
as formas de mundanismo, salientando a importância do martírio e proclamando o retorno
iminente de Cristo, de tal modo que seus adeptos vivam na expectativa desse evento. Apesar
da Igreja, em linhas gerais, opor-se ao movimento, alguns cristãos notáveis, como Tertuliano,
sentiam-se atraídos pelo movimento.
Os exageros fantásticos de Montano incluíam a afirmação de que ele mesmo era o
"Paracleto" prometido (uma espécie de agente especial do Espírito Santo). Seu Carisma foi
suficientemente forte para atrair suas duas profetizas, que abandonaram seus respectivos
maridos a fim de dedicarem-se ao seu ministério profético.
DOUTRINAS PRICINPAIS:
- Montano era o Paracleto;
- Todo crente poderia ser canal de revelações especiais;
- Uma iminente parousia (a Segunda vinda de Cristo);
- Um discipulado estrito, com a exclusão de membros que não levassem a sério os
estatutos do grupo;
- Para os pecados mortais não se esperava que houvesse perdão;
- Segundos matrimônios (mesmo quando legítimos) eram condenados.

c) Monarquianismo - Essa palavra vem do grego 'monarchia', o governo


exercido por um único indivíduo. Doutrina comum nos séculos II e III d.C salientando a
natureza divina como a tendência de afirmar não distinções pessoais na deidade.

DOIS TIPOS DE MONARQUIANISMO:


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O Monarquianismo Dinâmico - ensinado por Teodoto de Bizâncio, por
Artemão e por Paulo de Samosata. Ensinaram que Cristo era um mero homem que fora
adotado, visto que a 'dunamis', "força" viera repousar sobre ele em um sentido todo especial.
Rejeitavam, porquanto a própria idéia de uma Triunidade em Deus.

O Modalismo - Sua defesa: A deidade tem seus modos de manifestação como


Pai, Filho e Espírito Santo, mas que esses modos não representam pessoas específicas e
separadas uma das outras.
Principais Expoentes: Noeto de Esmirna, Práxeas Cartago e Sabélio.

d) Arianismo - É incerta a data de nascimento de Ário, o sacerdote norte-


africano que deu seu nome a um dos cismas mais perturbadores do cristianismo. Durante o
episcopado de Pedro de Alexandria (300 - 311), Ário foi consagrado diácono naquela cidade e
começou a carreira pastoral tempestuosa conhecida na história. Ário (265 - 356 A.D) e seus
seguidores negavam a divindade própria de Cristo. Tendo obtido o apoio do imperador
romano e de teólogos notáveis. Exercia poderosa atração para as mentes bem informadas da
época.

DOUTRINAS PRINCIPAIS

- Deus é impar e não gerado (agennetos). Fora de Deus, tudo o mais foi criado ex
nihilo (do nada), através da vontade de Deus.
- O Logos (Cristo) é um intermediário entre Deus e os homens. Ele começou antes
do tempo, mas não seria eterno, o que significa que houve tempo em que o Logos
não existia, embora Deus já existisse.
- O Logos foi criado por Deus (genets). Nasceu (gennetos), o que, aponta para a
filiação por adoção.
- O Logos encarnado (Jesus Cristo) é assim inferior a Deus, embora seja objeto
próprio da adoração, por causa de sua elevada posição, estando acima de todas as
demais criaturas. Nessa exaltação, Ele é tanto Senhor quanto Redentor.
Posteriormente o Arianismo sofreu diversas subdivisões. (E.B.T.F. Vol. 1.p.271 /
E.H.T. Vol.1 p.105)

Champlin e Bentes falando sobre Montano, escreveu:


"Esses movimentos inovativos, revivalistas e proféticos, sempre deixam a
Igreja organizada envergonhada. Esses movimentos sempre atraem alguns homens
bons, e uma multidão mista que logo pensa ser a renovação da Igreja, ou mesmo a
sua única legítima expressão. Esses movimentos sempre se apresentam como uma
restauração do verdadeiro evangelho e da verdadeira Igreja. Mas, finalmente, após
terem percorrido seu curto trajeto, a Igreja de Cristo continua sendo expressa através
de sua corrente principal. Pelo lado positivo, contudo, esses movimentos ensinam-nos
a necessidade de maior zelo e sinceridade em nossa fé." ( E.B.T.F.p.350.Vol.4)

11
II - SEITAS E HERESIAS
2.1 - O QUE É UMA SEITA?

A palavra portuguesa "seita" vem de secta, de sequi, (seguir). Portanto designa


algum grupo de pessoas que segue alguma doutrina ou modo de vida específico.
Um outro uso do termo “seita” é aquele que designa qualquer subgrupo de
pessoas, dentro de alguma religião organizada, como foi o caso dos fariseus e dos saduceus
que faziam parte do judaísmo. (At. 5.17; At. 15.5 e 26.5).
Heresia que vem do grego heairesis (ocorre nove vezes no Novo Testamento –
At. 5:17; 15:5; 24:5,14; 26:5; 28:22; I Co 11:19; Gl 5:20; e II Pe. 2:1). O Verbo grego, airéo,
significa ‘tirar’, ‘escolher’. Portanto, aquilo que é tirado ou escolhido, em sentido religioso
político, é uma heresia, um partido ou uma seita. Em nossa versão portuguesa, o vocábulo
grego é também traduzido por:
- partidos (I Co 11.19)
- facções (Gl 5.20) e por
- heresias (II Pe 2.1). (E.B.T.F. Vol.6.p.175 ).
“Uma tal seita consiste num grupo de pessoas unânimes em terno de uma
interpretação particular da Bíblia, caracterizando-se por distorções do Cristianismo ortodoxo,
no que diz respeito às doutrinas centrais da fé cristã”.
No Cristianismo do Século I, o termo heresia indicava a negação do evangelho
pregado pelos apóstolos (Gl. 1.8)." (Antônio Gilberto, Seitas e Heresias, p.5).

O termo vem do latim e tem o sentido de partido, escola, facção. A identidade


mais precisa de uma seita está em seu líder mais importante ou em algum ensino ou prática
particular.
Os estudiosos da sociologia da religião têm entendido o termo ‘seita’ como
indicador de um tipo específico de movimento religioso.
Segundo Ernesto Troeltsh, uma seita é um grupo religioso formalmente
organizado que surge como protesto contra a religião dominante de uma sociedade, entrando
também em competição com a mesma. (Hexham, Gallatin e Sayão. E.H.T. p. 376)
"Uma seita é uma perversão, uma distorção do cristianismo bíblico e/ou a
rejeição dos ensinos históricos da Igreja Cristã." (McDowell e Stewart p. 9)

2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS SEITAS (POSSIVEL TENTATIVA)

O Estudo comparativo de muitas Seitas do Cristianismo tem levado os


estudiosos a sugerir várias categorias de tipos de seitas. Ou tentarem uma possível divisão
baseada nas doutrinas, ideologias e práticas.
A Divisão mais conhecida é a seguinte:

2.2.1 – Seitas Pseudocristãs.

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ – Resultado da obra da vida de Charles Taze Russell. Ele


nasceu a 16 de Fevereiro de 1852, Pensilvânia, nos Estados Unidos (EUA). Em 1870, quando
ainda era adolescente e não tinha formação teológica formal, Russell organizou uma classe
bíblica cujos membros, eventualmente, fizeram dele um “pastor”. Russell pertenceu à Igreja

12
Congregacional e a seguir, à Igreja Adventista. Em 1874, fundou formalmente o movimento.
Em 1879, começou a publicação do periódico “Torre de Vigia de Sião”, hoje chamada “A
Sentinela”.
O sucessor de Russell, Joseph Rutherford, efetuou 148 alterações doutrinárias no
sistema de crenças da seita.
No Brasil – Eles começaram em 1920. Sua sede nacional nasceu e continua em São
Paulo.
DOUTRINAS:

- A BÍBLIA – Não há como compreendê-la sem a revista ‘A Sentinela’. Não


reconhecem qualquer outra versão da Bíblia, além da “Tradução Novo Mundo”.
(deturpada).
- A Tradução Novo Mundo – É uma obra mutilada, tendenciosa, viciada e cheia de
interpolações. Foi preparada para contrabandear as crenças pré-fabricadas da Torre
de Vígia para o texto das Escrituras (Ex. Jo 1.1).
- DEUS – Há sérias tendências em não crerem na sua onipresença.
- TRINDADE – Dizem que a Trindade é uma doutrina pagã desenvolvida por
Constantino, imperador romano, no quarto século. Logo, nem Jesus Cristo, nem o
Espírito Santo são deidade.
- Jesus Cristo – Jesus não seria Deus em carne humana, mas antes é apenas um ser
criado. Ele seria o arcanjo Miguel, em seu estado preexistente.

Verificar correlação com Arianismo. (Ver também Mcdowell, Entendendo as Seitas,


p.47).

- ESPÍRITO SANTO – Ensinam que o Espírito Santo é a força ativa e impessoal de


Deus, negando tanto a sua personalidade como a sua divindade.
- SALVAÇÃO – Depende de se pertencer à Sociedade Torre de Vígia e estudar seu
manual de ingresso, o livro “Conhecimento que conduz à Vida Eterna”.
- INFERNO – Negam qualquer possibilidade de sua existência.
- CÉU – É restrita a sua entrada baseada em revelações de Rutherford.

ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA - Originou-se de uma série de profecias de Ellen Gould


White esposa de William Miller.
O movimento Adventista nasceu em 1860.
Os Adventistas dizem que a Lei de Deus é o Decálogo, e a de Moisés é a Lei
Cerimonial, ou seja: os demais preceitos, que não são universais.
Para os adventistas do Sétimo Dia, os escritos da Sra. Ellen Gould White têm a
mesma autoridade da Bíblia. Suas interpretações são errôneas, como exemplo, o bode
emissário (Lv. 16.5-10) e o Sábado.

MORMONISMO - O Norte-americano Joseph Smith Jr. Nasceu 23 de dezembro de 1805 e


morreu em 27 de junho de 1844. Seus adeptos alegam que, numa visão, em 1820, Joseph
Smith teria visto o Pai e seu Filho Jesus Cristo, os quais lhe entregaram a revelação da
verdadeira religião. Baseada ainda numa outra visão ao mesmo líder, surgiu o livro de
Mórmon.
O Mormonismo é conhecido como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias.
Existe aproximadamente um templo-sede em cada país. A sede mundial está em Salt
Lake, capital do Estado de Utah, EUA. Nele são realizados os rituais secretos:

13
- batismo pelos mortos, batismo por procuração e casamento para a eternidade
em que o casal se compromete a não contrair novas núpcias em caso de viuvez, para se
encontrarem no céu.
O Mormonismo considera o Livro de Mormon acima da Bíblia. O Artigo 8 da regra de
fé declara: “Cremos se a Bíblia Palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução,
cremos também ser o Livro de Mórmon a palavra de Deus”! Exige restrições para se crer na
Bíblia, entretanto para o livro de Mórmon nenhuma restrição é apresentada.
- Não reconhecem o conceito bíblico de Deus, e daí negam a Trindade.
- Jesus Cristo é polígamo, cuja única diferença entre Ele e nós é que Ele é
primogênito, negam sua concepção virginal.
- Não há salvação sem a Igreja Mórmon.

O Mormonismo é uma seita missionária.


Alguns Dados:

Só no ano passado 318 mil pessoas se converteram ao mormonismo em 162 países ao redor
do mundo, graças ao trabalho de 56.530 missionários, quase todos jovens e do sexo
masculino. Essa Igreja tem experimentado um crescimento muito maior que varias
denominações evangélicas. Eles eram 1 milhão de fiéis em 1957. Hoje são mais de 10
milhões. Poderão ser 23 milhões no ano 2030 e 52 milhões daqui a 40 anos. De cada dez
mórmons, sete vivem no continente americano. O maior crescimento ocorre nos Estados
Unidos, onde 95% dos mórmons são brancos. Depois é na América Latina, com 3,4 milhões
de membros. Só no Brasil são 590 mil.
( Revista Ultimato, Nº 255, p.16 ).

MENINOS DE DEUS (Também conhecida como A FAMÍLIA). – Seu fundador foi David
Brandt Berg, nasceu em Oakland, estado da Califórnia, nos Estados Unidos da América, a 18
de Fevereiro de 1919.
Pastoreou uma Igreja Cristã no Estado do Arizona, em 1949. Porém, com um ano
depois, em 1950, deixou o pastorado, após uma desavença com a liderança da Igreja. O
incidente deixou-o profundamente amargurado e ele passou a desprezar permanentemente a
religião organizada.
Sua Crença de que Deus tinha um destino e uma a missão especial para ele surgiu
pouco depois disso.
Em 1968 consegue seus primeiros seguidores; criaram então uma revolução nas
Igrejas do Arizona..
Em 1970, de setenta e cinco pessoas, em um ano e meio, o grupo cresceu para
duzentas e cinqüentas pessoas.
Os Meninos de Deus, que agora intitulam-se Família do Amor, contam com sete mil
membros em aproximadamente oitenta países.
A autoridade na Seita é David Berg, homem considerado e que se considera um dos
profetas de sua geração.
O sistema de doutrina se processa por meio de cartas. Por isso, é difícil sistematizar
suas crenças acerca de Deus.
Jesus foi uma criação de Deus; Não acreditam na Trindade.
Sua Moral é pervertida, pois é comum a troca de casais na Seita.
A tônica no slogan da Seita, no entanto é o destaque que se deve desistir de tudo,
incluindo a família, para seguir a Jesus.

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TABERNÁCULO DA FÉ – Fundada por William Marrion Branham (1906 - 1965). Ele era
chamado pelos seus adeptos de o profeta do Século e mensageiro do Apocalipse. Juntamente
com os demais fundadores de seitas, Branham arroga para si a mesma autoridade dos profetas
e apóstolos das Sagradas Escrituras, e nega a doutrina bíblica da TRINDADE. São modalistas
e batizam em água mencionando apenas o nome de Jesus. (Antonio Gilberto)

IGREJA DA UNIFICAÇÀO (Reverendo MOON) – Seu fundador chama-se Sun Myung


Moon. Nasceu na Coréia do Norte, a 6 de Janeiro de 1920. Quando tinha dez anos de idade,
sua família converteu-se ao cristianismo, e eles tornaram-se membros da Igreja Presbiteriana.
Moon afirma que teve uma visão aos 16 anos de idade. Ele relatou que Jesus teria lhe
revelado que a obra da redenção ainda não estava completa, e que Monn seria o único capaz
de completar a obra que o Filho de Deus havia começado. Em 1945, disse ter recebido outra
revelação. Nesse mesmo ano, começou a reinterpretar a Bíblia.
Depois de ter obtido sucesso no Extremo Oriente com sua nova religião, sobretudo na
Coréia do Sul, Moon chegou à América do Norte no fim de 1971, e sua seita começou a
florescer. Atualmente, eles afirmam contar com cerca de dois milhões de membros espalhados
pelo mundo todo.
Na Igreja da Unificação, os escritos e ensino de Moon tomam a precedência acima da
Bíblia: "Pode ser desagradável aos líderes religiosos, mormente os cristãos, saberem que
uma nova expressão da verdade terá que aparecer. Eles acreditam que a Bíblia, que
atualmente possuem é perfeita e absoluta em si mesma" (Principio Divino, 2ª
ediçào.1973,p.9)
A obra básica que, supostamente, contém as revelações dadas a Moon intitula-se
"Divine Principle" (em português, "Principio Divino").
A Visão global de Moon é dualista: Deus e a Deusa Mãe; Macho e Fêmea; Luz e
Trevas; Yin e Yang; Espírito e Carne; Cada parte da existência teria seu aspecto dual. E o
Deus de Moon (com seu duplo aspecto de macho/fêmea) sempre age de maneira dual com sua
criação dual.
A Queda do homem se processou na área sexual. Eva teria tido relações sexuais ilícitas
com Lucífer, o que foi a causa da queda espiritual. Depois, sua relação sexual com o
espiritualmente imaturo Adão resultou na queda física.
Para Moon "Jesus fracassou em sua missão messiânica. Sua morte na cruz não foi uma
parte essencial do plano de Deus para a redenção do homem pecaminoso" (Principio
Divino,pp.142,143).
Jesus perde sua deidade e sua crucificação foi uma falha de João, o Batista.
Moon afirma ser ele próprio o Messias. Ele é declaradamente adorado por seus
seguidores, que lhe dão o título de "Pai".

IGREJA LOCAL DE WITNESS LEE – "Seu principal líder é Witness Lee. Conhecida por
seu ônibus 'Expolivro' e por seu jornal Árvore da Vida. Faz proselitismo camuflado, sectário,
e, desleal em nossas igrejas. São modalistas. Ensinam que a Divindade consiste em uma só
pessoa. Como Sabélio. Usam até o nome Trindade, mas são avessos a esse ensino bíblico”.
(Antônio Gilberto, p36).

TESTEMUNHA DE IERROCHUA – Grupo religioso fundado por Ivo Santos de Camargo,


em 1987, no Estado do Paraná. De índole sincrética e exclusivista, esse inexpressivo
movimento religioso mistura elementos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Testemunhas de
Jeová, Pentecostalismo Unicista etc. Porém, tem mais afinidades com a Igreja de Deus (7º
15
dia). A doutrina principal e característica desse movimento está fundamentada numa
revelação particular que o fundador teria recebido, na qual foi-lhe revelado o verdadeiro nome
do Filho de deus: Ierrochua (corruptela de Yehoshua). Desconhecer essa pronuncia é razão
para a danação eterna. Assim, o grupo apregoa o abandono da pronúncia “Jesus”, tida como
produto da Igreja Católica Romana, que deixou-se influenciar pelo paganismo.

IGREJA PENTECOSTAL UNIDA DO BRASIL – Duas organizações brancas, a Igreja


Pentecostal (IP) e a Assembléia Pentecostal de Jesus Cristo (APJC), tentaram continuamente a
união, durante as décadas de 30 e 40. Em 1945, os esforços tiveram sucesso, com a formação
de um grupo pentecostal unicista maior, a Igreja Pentecostal Unida (IPU), a qual cresceu
rapidamente e logo tinha 50% de todos os defensores do Unicismo. Atualmente, o grupo
mantém nove escolas bíblicas e possui sua sede em Saint Louis. Muitas de suas doutrinas são
semelhantes às de sua progenitora, a Assembléia de Deus. A principal diferença é o seu
antitrinitarismo. A IPU mantém um pietismo muito mais rigoroso do que a AD. Códigos
estritos de santidade, relacionados com a maneira de vestir e o comportamento, são
características fundamentais da IPU.
Contudo, a IPU não deve ser confundida com a Igreja Unida, que também é
pentecostal, mas não é unicista. Além da IPU, outros grupos no Brasil defendem o Unicismo,
como a Igreja Voz da Verdade e o Tabernáculo da Fé.

O CAMINHO INTERNACIONAL – Seita norte-americana contemporânea fundada por


Victor Paul Wierville, com sede em New Knoxville, estado de Ohio. Nega a deidade de Cristo
e a personalidade e deidade do Espírito Santo. O Caminho Internacional (Way) ensina
salvação por meio de obras. Vende um curso chamado “Poder para Vida Abundante”, fazendo
propaganda de sua capacidade de solucionar os problemas da vida para quem siga o sistema.
Victor Paul Wierville, ex-ministro evangélico e reformado, desiludido com a
interpretação ortodoxa da Bíblia, desfez-se de sua biblioteca de cerca de três mil volumes e
deu início a seus estudos pessoais da Bíblia.
A Trindade para o Way é unicismo.
Wiervlle também nega que Jesus de Nazaré tenha tido um nascimento virginal.
A Salvação manifesta-se não somente por crer em Cristo, mas também pelo falar em
línguas, e sanidade física nesta vida.

2.2.2 SEITAS ORIENTAIS:

 ARIE MAHIKARI

 SEICHO-NO-IE – Sociedade fundada por Masaharu Taniguchi (1893-1985), no


Japão, me março de 1930, com o lançamento da revista Seicho-no-Ie. No Brasil, a SNI
foi fundada em agosto de 1952.
A expressão “Seicho-no-ie” significa “Lar do progredir infinito”. Após sua
“iluminação” em 1928, concluiu que negando a existência da doença e de todos os males, vem
como da matéria – que passou a chamar de “mundo fenomenal” – poderia livrar-se de todo o
sofrimento, pois segundo constatou, o mal e o sofrimento são produtos da mente humana,
portanto, ilusórios. Chegar-se-ia então ao mundo “real”, onde não há doenças nem nenhum
tipo de sofrimento. Esse mundo é a “Realidade Prima”, a “Mente de Deus”, conhecido como
Jisso. Tudo o mais é ilusão.

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PRINCIPAIS DOUTRINAS
Deus – É tarefa difícil definir a concepção de deus na SNI, pois trata-se de
ensinos contraditórios. Ora Deus assume identidade pessoal, particular; ora ele é tudo e tudo é
Deus, panteísmo.
Jesus – A SNI nega a deidade absoluta de Jesus e sua ressurreição corporal
dentre os mortos. O Jesus físico que sofreu parece não ter existido, uma vez que não existe o
sofrimento.
Salvação – Segundo a SNI, a salvação consiste em o ser humano se
conscientizar que é “filho de Deus”, originalmente sem imperfeição. O pecado, a doença,
enfim, todos os males pelos quais passamos são ilusão, produzidos pela falta de
autoconfiança. Quando o individuo toma conhecimento dessa “Realidade Prima” (da Mente
de Deus), a idéia de pecado desaparece. Sendo assim, a fé em Cristo não confere salvação,
nem libertação do pecado, uma vez que o pecado não existe.
Via após a morte – Assim como as doenças e o pecado, a morte não existe. É
uma ilusão. Faz parte do “mundo fenomenal” (material), que é ilusório. O mundo espiritual é
semelhante ao mundo material.
OBS: A SNI considera-se “ultra-religiosa”, misturando todas as religiões e
extraindo apenas o que há de bom em todas elas.

 HARE KRISHNA – A Origem dos Hare Krishna data do século XV d.C. quando
Chaitanya Mahaprabhu desenvolveu as Doutrinas do Krishnaísmo, a partir da seita
hindu do vishnuismo. Esse sistema crê que cada indivíduo deve atravessar uma série
de vidas sucessivas (reencarnações), para livrar-se das dívidas acumuladas de suas
ações (Karma).
Em 1965, o Krishnaísmo chegou à América do Norte através de Abbay Charran De
Bhaktivedanta Swami Phabhupada, um idoso expositor indiano da adoração a Krishna.
DOUTRINAS PRINCIPAIS:
Deus – é Krishna (Personalidade Suprema de Norayana). Abraçam o hinduismo
tradicional (panteísmo essencial). Para eles, todos eles são um só (Brahma, Siva, Fogo,
lua, estrelas, céu, sol e Krishna).
Jesus Cristo – é reduzido a um mero filho de Krishnna.
A Salvação – precisa ser merecida mediante uma série de obras.
Em resumo: Nenhuma harmonia pode haver entre a seita Hare Krishna e o Cristianismo
bíblico.

 IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL – A IMM foi fundada em 1935, no Japão, por


Mokiti Okada (1882-1955), que afirmou ter recebido a partir de 1926 uma série de
“revelações” acerca de Deus, do homem e do mundo: foi-lhe mostrado que as misérias
humanas no plano físico são causadas pelos males espirituais alojados no homem, que, ao
purificar seu espírito, teria “um destino melhor e libertar-se-ia das doenças e de toda e
qualquer aflição e sofrimento”.
Para atingir esses objetivos, Mokiti Okada apresentou um “método infalível” e
inovador, conhecido como Johrei, que significa “purificar o espírito”.
Mokiti Okada, também conhecido como Meishu-Sama, termo que significa
“Senhor da Luz”, passou a propagar sua “revelação”, fazendo prontamente adeptos,

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conhecidos como “messiânicos”, que o cultuam como “salvador”, o “messias”, o “mestre”, a
quem oferecem orações diárias.
No Brasil, a IMM chegou em 1955, na cidade de São Paulo, onde está
localizada sua sede nacional, mas foi fundada oficialmente em 1965. a sede mundial fica no
Japão, em Atami. O número de adeptos do Brasil está em torno de 90.000 (segundo
estimativas do próprio grupo).

 MEDITAÇÃO TRANSCEDENTAL – Uma seita religiosa hindu, fundada por


Maharishi Mahesh Yogi sob o disfarce da suposta não-religião Ciência da Inteligência
Criativa. Promete expandir a consciência e a criatividade.
A Visão de Deus do Maharishi reflete uma negação do Deus infinito e pessoal
revelado nas Escrituras. Escreveu ele:
"Deus pode ser encontrado em duas fases da realidade: como um ser supremo de natureza
absoluta e eterna, e como um Deus pessoal no nível mais elevado da criação fenomenal".
(Science of Being, Maharishi Mahesh Yogi, ed.revisada,1967,p.271)
Jesus Cristo não é entendido na sua missão de servo sofredor na Redenção do homem.

 TEOSOFIA - (Sabedoria de Deus?) A Teosofia é uma seita fundada por Helena


Blavatsky, em 1875, a qual tenta expor a sabedoria de Deus embutida em todas as
religiões. O grupo apela para práticas próprias do ocultismo.
Deus - é rejeitado tal idéia; crêem em um principio divino universal, a raiz de tudo, de
onde tudo procede e dentro do que será absorvido, ao fim do grande ciclo da exist6encia.
O Homem - compõe-se de Sete partes: (1) o corpo; (2) a vitalidade; (3) o corpo astral;
(4) a alma animal; (5) a alma humana; (6) a alma espiritual; (7) o espírito.
O homem estaria evoluindo individual e coletivamente. A Salvação seria obtida
quanto é atingido o sétimo estágio do homem, evoluindo de um corpo até outro, com base no
esforço próprio.
Não existem céu ou inferno como tais. Pensam chegar a um estado de "nirvana", onde
o indivíduo seria absorvido pelo mundo impessoal, perdendo toda a consciência pessoal.
Seu livro autoritário é hindu e não a Bíblia.

2.2.3 SEITAS OCULTISTAS

 KARDECISMO – O espiritismo tem em Allan Kardec (1804-1869) a sua estrela de


maior expressão. Nascido em Lyon, na França, seu nome verdadeiro é Hippolyte Leon
Denizard Rivail. Um acontecimento em 1855, porém, mudou por completo a vida desse
educador erudito, quando pela primeira vez, testemunhou um fenômeno sobrenatural: mesas
que giravam, pulavam e corriam aparentemente sozinhas.
Kardec começou a fazer perguntas aos chamados “Espíritos Superiores”,
através de médiuns. Compilou e coordenou todas as perguntas e respostas (foram ao todo
1018). Surgiu então O Livro dos Espíritos, dando origem ao Espiritismo Kardecista, em 18 de
abril de 1857, afirmando se a terceira e última revelação de Deus à humanidade, sendo as
duas anteriores o Judaísmo e o Cristianismo.
No Brasil, o kardecismo começou em Salvador, BA, em setembro de 1865. Seu
maior representante é a Federação Espírita Brasileira (FEB), fundada em 1884, sediada em
São Paulo. O Brasil é considerado a “pátria do kardecismo”, contando com quase 2 milhões
de adeptos, sendo Francisco Cândido Xavier – o Chico Xavier – sua figura mais destacada.

18
PRINCIPAIS DOUTRINAS
Bíblia – o kardecismo não crê na sua inspiração divina, nem na sua infabilidade. A
Bíblia só é citada quando convém aos interesses do kardecismo.
Deus – “Há um Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Ele é
eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, justo e bom”.
Jesus – Sua humanidade é defendida por Kardec, entretanto, sua divindade é negada.
Jesus era tão somente um espírito puro que foi enviado pelo Pai a fim de
cumprir uma missão.
Espírito Santo – Kardec interpretou, Jo 14.16 e 17a, estas palavras de Jesus como se
cumprindo no Espiritismo. Assim, o Espírito Santo predito por Jesus seria a
doutrina dos espíritos puros, superiores e bons,codificada por ele.
Salvação – Segundo Kardec, o destino dos homens na terra como no céu depende de
seguinte princípio: “Fora da caridade não há salvação”. Assim, a fé em Jesus
não confere salvação. Os pecados não podem ser perdoados pelos méritos de
Cristo. Ele foi apenas um exemplo de vida abnegada a favor do próximo.
Cada um deve expiar seus próprios pecados através da reencarnação.
Vida após a morte – não há nem céu nem inferno, tais como são concebidos pelo
cristianismo. Tanto o céu quanto o inferno são estados de consciência dos
espíritos desencarnados. O céu consiste em progredir moral e
intelectualmente, visando aperfeiçoamento, até atingir o grau máximo na
evolução; já o inferno consiste dos sofrimentos pelos quais passa o espírito
que, quando desencarna, carrega faltas de ordem moral, revelando uma
natureza impura e imperfeita.

 LEGIÃO DA BOA VONTADE – Em 1926, um jovem de 12 anos chamado Alziro


Elias David Abraão Zarur, mais conhecido como Alziro Zarur (1914-1979), afirmou ter
recebido uma “revelação”, na qual Jesus lhe mandava pregar e revelar o sentido oculto e
prático do Novo Mandamento, que se encontra no Evangelho de João 13.14: “Novo
Mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também
vos ameis uns aos outros”. Daí para frente, tudo o que Zarur viria a ensinar estaria baseado
nesse “Novo Mandamento”, que seria seu carro de batalha.
Afirmando que o Cristianismo fundado por Jesus se desviou de seus
propósitos, deixando de lado o Novo Mandamento, Zarur pregava que seu grupo estaria
restaurando o “Cristianismo do Novo Mandamento”, pois julgava que a LBV era a quarta e
última revelação de Deus à humanidade, sendo as três anteriores o Judaísmo, o Cristianismo e
o kardecismo. O próprio Zarur afirmou ser a reencarnação de Allan Kardec. Assim, por meio
da “Religião de Deus”, a “Divina LBA”, o fundamento e o coroamento de todas as religiões, o
plano de Jesus seria cumprido. Ela reuniria todos os povos, todas as religiões no ecumenismo
total, demonstrando desse modo sua vocação divina.

 SANTO DAIME – De caráter sincrético, o SD é uma mescla de cristianismo,


espiritismo, cultos afro-brasileiros e pajelança. Tudo começou quando Raimundo Irineu Serra
(1892-1971) foi para o Acre a fim de trabalhar na extração do látex, em 1912. Na floresta
amazônica, tomou contato com a cultura indígena, com a qual aprendeu a preparar uma
bebida do cipó alucinógeno oasca, também conhecido como mariri, yajé ou jagube e a
chacrona, uma folha que, quando mistura à bebida, intensifica seus efeitos. Os índios usavam
a bebida para fins terapêuticos, bem como em seus rituais religiosos, pois a ingestão
proporcionava-lhes visões do além.
19
Numa dessas visões, que o SD denomina de “mirações” ou “intuições”, Irineu
afirmou que uma mulher, dizendo-se Nossa Senhora da Conceição, a rainha da Floresta,
comissionou-o para fundar uma nova religião em torno da bebida, que passaria a se chamar
doravante Santo Daime, pois o nome estaria calcado no verbo dar.
PRINCIPAIS DOUTRINAS
Deus – deve ser adorado em espírito e verdade, seguindo-se o cerimonial do Ecletismo
Evolutivo.
Mestre Irineu – sua doutrina deve ser cultuada, pois trata-se fundamentalmente do
evangelho de Jesus Cristo.
Santo Daime –deve ser preservado das heresias, dos falsos princípios, da profanação
ou da comercialização, pois o SD é o Divino sacramento do Ecletismo Evolutivo.
Atendimento – seguindo a instrução de Nossa Senhora da Conceição, que teria
aparecido a Irineu, deve-se proporcionar sessões especiais aos que buscam o socorro espiritual
para sanar seus males físicos e/ou psíquicos. Ninguém que, com fé clamar “daime”, deve ser
desprezado.
Cooperativismo – implantação de um sistema comunitário cooperativista, com vias a
fortalecer o senso de irmandade, propiciando o bem-estar de todos.

 RACIONALISMO CRISTÃO – Fundado originalmente com o nome de Espiritismo


Racional e Científico Cristão, em 1910, em Santos, SP, pelo português Luiz de Mattos (1860-
1926) e Luiz Alves Thomaz, o RC apresenta-se como uma doutrina científico-espiritualista,
que tem como objetivo solucionar as seguintes questões: de onde viemos, o que somos e para
aonde vamos. Acredita-se que o RC foi idealizado por Mattos e Thomaz antes de encarnarem
aqui na Terra, quando ainda eram espíritos no Astral Superior. Haviam feito um pacto para
recuperar os ensinamentos de Jesus Cristo em sua forma original, pois teriam sido deturpados
pelas correntes cristãs.
PRINCIPAIS DOUTRINAS
Deus – O RC nega qualquer concepção de um Deus pessoal, classificando de
ignorância essa crença. Ao invés disso, afirma a existência de uma Inteligência Universal,
também chamada de Força ou ainda Grande Foco.
Jesus Cristo – Foi um espírito notável, habitante do Astral Superior, que veio à Terra,
movido por um ideal: reformar a humanidade, desbrutalizando-a. Entretanto, não foi
compreendido, e além disso, como fruto da ignorância, foi erroneamente divinizado.
Salvação – Adota o conceito de reencarnação, que se baseia na certeza de que sob leis
universais todos que cometeram erros terão de corrigi-los na presente ou em futuras
reencarnações.
Sobrenatural – O RC não admite o sobrenatural, o fantástico, por classifica-los como
misticismo ou religiosidade. Tudo no Universo e na vida tem explicação racional, dentro das
leis comuns, naturais e imutáveis.
Homem – É uma partícula individualizada da Inteligência Universal. Um espírito
indestrutível, indivisível e eterno. No momento da reencarnação, delibera a respeito do sexo
que adotar, quanto se decide reencarnar. Quando estiver pronto, após identificar aquela que
será sua mãe, o espírito assiste e acompanha a formação do seu corpo físico durante a
gestação, até completar a evolução fetal. Logo que reencarna, passa a constituir-se de três
corpos: Mental, Astral e Carnal.

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Vida após a morte – Como já foi dito, o RC apregoa a doutrina da reencarnação. A
Terra é vista como um mundo de Escolaridade. Os espíritos estão distribuídos em 33 classes,
de acordo com o grau de evolução de cada um.
Obsessão – Mas, a principal preocupação do RC são os espíritos “obsessores”.
Praticamente o RC gira em torno deles. Seriam seres que, quando encarnados, levaram vida
irregular, repleta de falhas de toda a espécie. Após desencarnarem, iriam para o Astral
Inferior, e de lá iriam infernizar a vida dos encarnados.

 UMBANDA – A Umbanda é o que chamam de produto nacional. Nasceu no Estado


do Rio de Janeiro, como mistura do Candomblé, Catolicismo Romano, religiosidade indígena,
Pajelança¸ Culto afro-islâmico e Espiritismo, alem de doses de ocultismo e esoterismo,
sobretudo da Cabala Judaica.
Há dois tipos de Umbanda: a popular e a esotérica. Outros apontam a
Quimbanda como um terceiro tipo. Ainda há outros que acham tratar-se de uma só Umbanda,
alegando que toda e qualquer religião tem o seu lado esotérico (restrito a poucos) e o seu
exotérico (publico, popular).
PRINCIPAIS DOUTRINAS
Deus – Existe um Ser Supremo, Zambi, potencia geradora de todo o universo, que
pode ser cultuado com outros nomes, dado o caráter sincretista da umbanda. Abaixo de Zambi
estão os Orixás, que por sua vez comandam cada qual uma das sete linhas na qual o mundo
dos espíritos está dividido, que por sua vez, se subdivide em Falanges.
Mediunidade – Influenciada pelo Espiritismo, a umbanda advoga a prática da
mediunidade sob suas mais diversas facetas, que inclui a clarividência, comunicação com os
mortos, possessão por entidades e guias etc. E o médium que intermédia a relação entre o
plano físico e o espiritual.
Homem – A umbanda assume uma visão antropocêntrica ao afirmar que o homem é a
síntese do universo.
Extraterrestres –Advoga-se a idéia de que há vida inteligente em outros mundos
habitados, dado que a umbanda sofreu a influencia do espiritismo de Kardec, que postula a
pluralidade de mundos habitados, em diferentes graus de evolução espiritual.
Natureza –Afirma ser uma religião natural e que, portanto, seus rituais são de
exaltação à natureza, da qual extrai os subsídios essenciais à cura, tanto física quanto
espiritual, através da manipulação mágica dos quatro elementos primordiais, a saber, o ar, a
água, a terra e o fogo.
Salvação – É preciso levar uma vida de abnegação e ajuda ao próximo, para que o
carma possa levar o indivíduo ao crescimento evolutivo do qual precisa.
Vida após a morte – a noção de vida após a morte está associada à influencia do
espiritismo de Kardec, que ensina a crença na reencarnação, ou seja, o indivíduo pode nascer
e renascer em outros corpos até libertar-se desse ciclo expiatório de erros pessoais,
dependendo do carma (ações – negativas ou positivas) que carregou.

 QUIMBANDA – Também denominada de Umbanda Negra, designa o ramo da


umbanda que trabalha com magia negra, voltada exclusivamente para o mau. Cultua os
mesmos orixás da umbanda popular, principalmente Omulú, o senhor dos cemitérios, pois
está associado à morte; por isso a iniciação de um quimbandista é feita geralmente num
cemitério, sendo exigido do neófito, entre outras coisas, deitar-se por um certo período de
tempo num túmulo. Muito cultuada também é a figura de exu, que tem o controle dos

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quiumbas (espíritos obsessores). Tornou-se sinônimo de feitiçaria. Originalmente, porem, era
o nome pelo qual designava-se um líder espiritual de tradição banto, especialmente em
Angola e no Congo.

 CANDOBLÉ – O candomblé foi originalmente introduzido na Bahia pelos negros


africanos, feitos escravos, que trouxeram consigo para o Brasil seus deuses, suas crenças,
rituais, tradições, lendas, danças e costumes de sua cultura religiosa. Todo esse conjunto
cerimonial africano foi chamado na Bahia de Candomblé. A nomenclatura variava de acordo
com a região onde os negros escravizados eram estabelecidos. Por exemplo, no Rio de
Janeiro, foi denominado de macumba; em Pernambuco e Alagoas, de xangô; no Maranhão, de
tambor-de-mina; e, Minas Gerais, de canjerê; no Rio Grande do Sul, de batuque etc. Fora do
Brasil é conhecido como santeria, em Cuba, e como vodu, no Haiti.
O Candomblé está dividido em diversos rituais cerimoniais. Desses, o que
melhor conservou a tradição africana, segundo o etnólogo Pierre Verger, foi o nagô, também
conhecido como ioruba. Em seguida,. Vem o ritual jejê. Estes seriam os autênticos
representantes da religião dos Orixás, normalmente, são os mesmos; mas há divergências em
algumas nações quanto aos nomes dos próprios Orixás, além de suas cores, vestimentas,
comidas e dias consagrados. As principais divisões são as seguintes: ioruba, jejê, angola,
queto.

 CULTURA RACIONAL – Fundada por Manoel Jacinto Coelho (1903-1991), no Rio


de Janeiro, em 1935, a CR é grupo religioso (embora negue isso) que pretende solucionar para
a humanidade, de forma definitiva, as seguintes questões: de onde viemos, para onde vamos,
como viemos, como vamos e quem somos. As respostas estão dadas em 21 volumes da obra
Universo em Desencanto, tida como autoria de um ser chamado Racional Superior, habitante
do Mundo Racional, que canalizou-a por intermédio de Jacinto Coelho.
Em síntese, o objetivo da CR é ligar o ser humano ao que considera ser o seu
mundo de origem, o Mundo Racional. Isso será possível pelo desenvolvimento racional, que
só poderá ser obtido exclusivamente pela leitura e releitura dos 21 volumes do Universo em
Desencanto. Acredita-se que a leitura do livro trará perfeito equilíbrio físico, moral e
financeiro. O ápice será a “vidência racional”, por meio da qual o leitor poderá manter contato
com os habitantes do Mundo Racional.
A CR está presente em diversos países, contando com um contingente de 400
mil filiados, sendo 380 mil aqui no Brasil.

 CIÊNCIA CRISTÃ - Sua fundadora foi Mary Ann Morse Bake Glover Patterson
Eddy. Ela nasceu em Bow, estado de New Hampshire, em 1821. Seus pais foram membros da
Igreja Congregacional, a qual defendia uma restrita doutrina da predestinação, que deixava a
jovem Mary revoltada. (McDowell, p.155).
À Semelhança de muitas outras seitas, a Ciência Cristã reivindica ter recebido
revelações que vão "além da Bíblia” - isto é, novas verdades divinas que antes eram mantidas
ocultas.
Embora a Ciência cristã afirme ser uma reafirmação do cristianismo primitivo e puro,
ela nega tudo quanto a Palavra de Deus considera sagrado.
A pessoa de Jesus é rebaixada a verdade ideal que vem para curar a enfermidade e o
pecado, através da Ciência Cristã, atribuindo todo o poder a Deus. Jesus "é o nome do homem
que, mais do que qualquer outro homem apresentou o Cristo, a verdadeira idéia de Deus...
Jesus é o homem humano, e Cristo é a idéia divina, o que explica a dualidade de Jesus, o
Cristo" (Science and Health 473.9-16).
22
Não há salvação na Ciência Cristã e o mal não existe.
A Ciência Cristã, porquanto nem é cientifica nem é cristã, visto que toda doutrina
básica do cristianismo histórico é rejeitada.

 NOVA ERA - "A Nova Era ensina práticas espirituais há muito vivenciadas pelos
egípcios, babilônicos, druidas, hindus, polinésios e o outros. A Crença na
reencarnação, o contato com espíritos, a cura psíquica, o uso de fetiches, a entonação
de mantras, a adivinhação e magia figuram nos registros escritos mais antigos da
humanidade (Noda, Nova Era, p 3 )

PRINCIPAIS DOUTRINAS

- Toda realidade é uma – A idéia de que “tudo é um“ é básica para a Nova Era, ela
permeia o movimento em todas as suas várias manifestações.
- Tudo é Deus. Panteísmo.
- O homem é Deus.
- O problema do homem é a ignorância.
- A solução é uma nova consciência.
- Reencarnação e Karma.
- A Era de Aquários.

2.2.4 SEITAS SECRETAS

 MAÇONARIA – Comunidade secreta que por trás de seus sistemas de moralidades,


comunicam doutrinas totalmente opostas ao cristianismo ortodoxo.
(Ver “Doutrinas Maçônicas versus Doutrinas Cristã”, em anexo)

 ORDEM ROSA CRUZ – O empenho da Ordem dos rosacruzes é levar o homem a


uma evolução pessoal e transcendental e, consequentemente propiciar o
aprimoramento da humanidade, isto é, fazer ou levar o homem ao estado de bom,
virtuoso, sem pecado. Enfim, restaurar o paraíso perdido na terra. (Ávila, p.33)

 TEOSOFISMO (Ver Teosofia)

2.3 AS CARACTERÍSITICAS DAS SEITAS

2.3.1 – Novas Verdades

Promovem a idéia de que Deus lhes revelou alguma coisa de especial. Usualmente, são
“verdades” que nunca haviam sido reveladas, mas que ultrapassaram e contradizem todas
revelações anteriores. Justificam sua existência ao afirmarem que têm algo mais do que
apenas a Bíblia e sua “mensagem inadequada.” É quase como se sentissem que a firme
asserção de sua própria exclusividade serve de prova suficiente de terem sido ungidos por
Deus.

2.3.2 – Novas Interpretações da Bíblia

23
A Bíblia, ato contínuo, é reinterpretada, usualmente, com textos fora de seu contexto,
para justificar as doutrinas peculiares da seita. Sem um padrão objetivo e razoável para
compreenderem o que a Bíblia ensina, os membros das seitas ficam ‘a mercê dos caprichos
Teológicos de seus respectivos presidentes. As reinterpretações são de modo diferente daquilo
que tem sido feito pelo cristianismo ortodoxo.

2.3.3 – Uma Fonte Não-Bíblica de Autoridade

Algumas seitas contam com escritos sagrados ou outra fonte de autoridade que torna a
Bíblia uma fonte secundária.

“ Essa informação abre porta para os livros sagrados adicionais deles, isto é,
como fontes autoritativas superiores à Bíblia. Na Ciência Cristã, a Bíblia é caracterizada
como equivocada, corrompida e inferior aos escritos de Mary Baker Eddy, fundadora da
Seita.
A Igrejas da Unificação crê que a Bíblia está incompleta, ao passo que o livro do
Reverendo. Moon, Princípio Divino, é que é a verdadeira fonte de autoridade para eles” .
(McDowell e Stewart, p.15 ).

2.3.4 – Um Outro Jesus

Uma característica encontrada em todas as seitas é um ensino distorcido sobre a pessoa de


Jesus Cristo, a luz do cristianismo bíblico e histórico. O Jesus das Seitas é sempre alguém
inferior ao eterno Deus da Bíblia, que se tornou carne, viveu aqui na terra e morreu pelos
pecados.
O Jesus das Seitas não é o mesmo Jesus da Bíblia.

2.3.5 – Rejeição ao Cristianismo Ortodoxo

Outra característica das seitas é o seu ataque frontal contra o cristianismo ortodoxo.
Elas sempre argumentam que a Igreja afastou-se da verdadeira fé.

2.3.6 – Incoerência nas Declarações

Um sinal seguro de algumas seitas é que elas dizem publicamente uma coisa, mas
internamente crêem em outra coisa, inteiramente diferente. Muitas organizações intitulam-se
Cristãs, quando, de fato, negam os pontos fundamentais da fé cristã.
O Exemplo mais patente é o mormonismo.

2.3.7 – Ensinos Antibíblicos sobre a Trindade

Não dão o devido valor à Santa Trindade, ou chegam mesmo a negá-la inteiramente.

2.3.8 – Liderança Forte

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As seitas usualmente são conhecidas por seus líderes que centralizaram em suas mãos
toda a autoridade, considerando-se mensageiro de Deus com acesso ímpar ao trono do Todo-
Poderoso.

2.3.9 – Salvação pelas Obras humanas

Nas seitas, a graça de Deus desaparece.


Elas sempre ensinam algo mais, além da fé, pela graça, para que o homem seja salvo.

2.3.10 – Profecias Falsas

Com freqüência, promulgam profecias falsas.


As Testemunhas de Jeová são a seita com um registro, mas claro de falsas profecias.

Conclusão:
A Marca mais reveladora de uma seita é aquilo que ela pensa da pessoa, do Senhor
Jesus. Todas a seitas, em última análise, negam o fato de que Jesus Cristo é Deus Filho, a
Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, a única esperança da humanidade.

2.4 – RAZÃO DO ÊXITO DAS SEITAS

2.4.1 – As Seitas Provêem Respostas

Elas provêem respostas autoritativas para questões fundamentais do homem:

 Quem sou eu


 Por que estou aqui?
 Para onde estou indo?

2.4.2 – As Seitas Satisfazem as Necessidades Humanas

Todos nós precisamos ser amados, sentir-nos necessários, sentir que nossas vidas têm
um rumo e um significado. Nesses momentos difíceis, muitas seitas oferecem um senso
insuspeito de aceitação e de orientação.

 Amor
 Sentimento de Utilidade
 Idealismo
 Aceitação e Orientação.

2.4.3 – As Seitas dão uma Boa Impressão.

As seitas prosperam porque muitas vezes os cristãos têm falhado na sua influencia
vital no mundo.
Se a Igreja falhar em prover um calor espiritual sério e cuidadoso e um ensino vivo da
Palavra de Deus, aqueles com necessidades espirituais encontrarão outros caminhos de as
preencher.
Muitas seitas aproveitam-se da ignorância, e tentam impressionar as pessoas sem
informação com uma falsa erudição.
25
26
III – RELIGIÃO E HERESIA

3.1 – Local onde ocorre a heresiologia:

É a natureza sócio-religiosa do homem. Onde houver homem vivendo em sociedade,


haverá possibilidade de heresias surgirem.

3.2 – Entendendo o Sistema Religioso

3.2.1 – Religião

Religare/Relegere “Crença na existência de força ou forças sobrenaturais.


Manifestação de tal crença pela doutrina e ritual próprios”. (Aurélio Buarque de Holanda
Ferreira, Dicionário).

“Conjunto de Práticas e princípios que regem as relações entre o homem e a


divindade; doutrina religiosa; dever e crenças e práticas relativas a coisas sagradas”
(Dicionário Escola da Língua Portuguesa).

A Religião constitui um aspecto componencial de todas as motivações básicas,


portanto dando significado com sanções sobrenaturais.(E. A. NIDA)
É uma tentativa de religar o homem à divindade.
É uma atitude de busca de nivelamento em sentido ascendente do homem para Deus,
de baixo para cima, do natural para o sobrenatural.

3.2.2 – O Cerne da Questão Religiosa

É o “Sensus deitate” (Senso de divindade). Inerente Ec. 3:11


O homem é constitucionalmente Religioso.

Religião e Cristianismo

Religião – é o homem na tentativa de procurar Deus.


Cristianismo – é Deus procurando o homem.

Onde houve um mortal humano, há também um senso de divindade e um desejo


religioso do sobrenatural.

3.2.3 – A Semântica Religiosa

Na abordagem de um adepto de um movimento religioso, faz-se necessário o reconhecimento


de que estamos invadindo em universo de significados pré-concebidos.
A maioria das Seitas se utilizam de terminologias cristãs – portanto, deve se tomar cuidado na
semântica das palavras.

27
3.3 - Os Blocos Religiosos do Mundo

Há 10 grandes religiões no mundo além do Cristianismo, chamadas por todos também


de religião. São elas:

1. – Budismo
2. – Confucionismo,
3. – Hinduísmo,
4. – Taoísmo,
5. – Jainismo,
6. – Xintoísmo,
7. – Zoroastrismo,
8. – Sikhismo,
9. – Islamismo, e
10. – Judaísmo.

3.3.1 – Budismo

Teve início na Índia, cerca de 500 a.C. O povo da época ficara desiludido ante certas
crenças do hinduismo, inclusive o sistema de cartas, que se tornaram extremamente
complexo. Nasceu, portanto o Budismo, dentro do hinduísmo, sob a liderança de Siddhatha
Gautana, ensina de uma forma diferente, do hinduismo, a reencarnação, o karma e o nirvana
(que é a iluminação final, a compreensão espiritual de que tudo é vazio). O Zen-Budismo é a
corrente mais influente dessa religião/Filosofia. É "uma ramificação do Budismo onde a
lógica, o racional e a razão são considerados tabus. Estimula o pensamento intuitivo e a busca
egocêntrica de uma autoridade subjetiva" (Costa, p.190).
Atualmente está deixando de ser uma religião local e tornando-se uma religião
mundial, prevendo-se um crescimento igual ao do Islã e do Hinduismo. Tem grande
resistência ao cristianismo e seus ensinos, e os cristãos não têem-se empenhado muito na
evangelização dos budistas. O Japão é um dos países mais representativos desta religião.
“Siddharta Gautana buscou a resposta aos problemas na vida de doença, envelhecimento e
morte. Sua filosofia é a seguinte: achou como sendo de que existe uma tristeza essencial que
permeia o universo, sofrimento é encontrado em todos os aspectos da existência (a primeira
verdade nobre – “dukkha”). Sofrimento é conseqüência do caráter fundamental da existência
– todas as coisas são transientes. Tudo muda e a vida de todo ser termina em morte. É esta
caraterística de mudança que é a natureza inerente de tristeza. Embora possa-se sentir
Felicidade por um momento, as condições logo mudam e a Felicidade não estará mais.”
(Margareth Adiwardna, Fenomenologia, p.28).

3.3.2 – Confucionismo

O Confucionismo, uma religião de humanismo otimista, tem exercido um monumental


impacto sobre a vida, a estrutura Social e a Filosofia política da China. A Fundação dessa
religião retrocede a um homem conhecido como Confúcio, que nasceu meio milênio antes de
Cristo.
Confúcio ocupa ainda hoje um lugar santificado na tradição chinesa, porém poucos
dados sobre sua vida podem ser averiguados. A melhor fonte informativa disponível são “Os
Anacletos”, a coletânea de suas declarações feita por seus seguidores.
Contemporâneo de Buda, antecessor de Sócrates e de Platão, nasceu, cerca do ano de
550 a-C.
28
É imperativo entendermos a vida na China, ao tempo de Confúcio, a época na qual
viveu caracterizou-se pela anarquia social. A partir de então aconteceu a fomentação de seus
pensamentos

Principais Doutrinas

 Adoração aos Ancestrais – Trata-se da veneração dos espíritos dos mortos por
seus parentes vivos. Crê-se que os ancestrais podem controlar as fortunas de seus
descendentes. Se a família provê para as necessidades dos ancestrais, estes, por
sua vez, fazem coisas boas sucederem a seus parentes vivos. Mas se os ancestrais
forem negligenciados, então toda sorte de males sobrevirão aos vivos. Daí,
algumas vezes os vivos temem os mortos (McDowell e Stewart. P.69).
 Piedade Filial – Devoção e obediência dos membros mais jovens da família aos
mais idosos.

Princípios Doutrinários

 O Jen – regra-áurea, a regra da reciprocidade, ou seja, não fazer aos outros o que
não queremos que os outros façam a nós.
 O Chun – Tzu – (gentil – homem) – verdadeira varonilidade, ideal do adepto
confucíonista.
 O Cheng – ming – Consiste na retificação de nomes. Para que haja uma sociedade
ordeira, cada um deve desempenhar o papel que lhe cabe. Em conseqüência, um
rei deve agir como um rei, um cavaleiro como um cavaleiro, etc.
 O Te – (poder) – Poder pelo qual os governantes virtuosos inspiram seus
governados à obediência, através do bom exemplo.
 O Li - Está intimamente ligado com Confúcio. Reveste-se de certa variedade de
significados, dependendo do contexto. Pode significar propriedade, reverência,
cortesia, ritual ou o padrão ideal de conduta.
 O Wen – Refere-se às artes pacíficas, às quais Confúcio tanto dava valor. Estão
incluídas a música, a poesia e a arte.

O Confucionismo é encarado por alguns como um sistema ético que ensina como um
homem deve relacionar-se com os seus semelhantes. Abordando principalmente a conduta
moral, mas por trás de sua ética encontra-se uma preparação para a vida ulterior.
Por mais de dois mil anos, seus ensinos têm afetado profundamente um quarto da
população do globo; tornando-se a religião oficial da China.

3.3.3 – Hinduismo

Não somente é um dos mais antigos sistemas religiosos, como é também dos mais
complexos. Escreveu John Noss: “Não é uma religião só, antes, uma Família de Religiões... O
hinduismo é fluido e mutante...” (Noss. p.88).
“ A Filosofia hindu começou 6.000 anos atrás com o surgimento de um sistema de
crença baseada na aceitação de força indescritível, impessoal, sem qualquer atributos – o “
Brahmar”, que originou numa cosmovisão monística de repercussões sem fim, resultando em
Filosofia bem diferentes das do Ocidente. As idéias foram escritas nos Vedas (1.000 a-C. –
500 A .D), Veda significa conhecimento. A parte mais importante, Upanishads, trata de
questões fundamentais como o significado da vida e da natureza do universo. Os seres vivem
29
num processo contínuo de reencarnações até se livrarem através de iluminação, subindo à
existência superior fora do tempo e espaço. O Hinduismo não tem fundador nem profeta, sem
estrutura eclesiástica nem institucional, nem um conjunto de crença. Há uma distinção entre
o nível de crença popular com os rituais e filosofias.” (Adiwardana, p.22).

3.3.4 – Taoísmo

Historicamente, o Taoísmo enveredou por duas estradas diversas. O Taoísmo como


uma Filosofia, ou Taoísmo Filosófico, começou cerca de 300 a .C. Frisando o Tao (Caminho
– caminho para a realidade última, a base de toda existência. É o caminho do universo, pelo
qual o indivíduo deveria ordenar a sua vida) como fonte da realidade última, o Taoísmo
Filosófico tenta pôr o homem em contato com a harmonia da natureza, permitindo-lhe exercer
livremente os seus instintos e a sua imaginação.
O Taoísmo religioso começou a tomar forma cerca do século II d.C, quando o
imperador Hwan ordenou que um templo fosse erigido em honra a Lao-Tsé (Fundador), onde
lhe fossem feitas oferendas. Mas como religião formal, só foi realmente inaugurada no século
VII d.C.
O Taoísmo religioso passou a contar com escritos sagrados, com um sacerdócio, com
templos e com discípulos. Também havia a crença escatológica de que viria uma nova era,
derrubando a antiga ordem estabelecida. Com o passar do tempo, deuses foram introduzidos
no sistema religioso, juntamente com a crença no céu e no inferno e, eventualmente, a
deificação de Lao-Tsé.
Um dos conceitos que foi aceito pelo confucionismo, tanto quanto pelo Taoísmo
filosófico e religioso, é o do ‘Yin’ e do ‘Yang’. Embora todas as coisas supostamente emanem
do Tao, existem elementos que se opõem mutuamente, como o bem e o mal, a vida e a morte.
O lado positivo é chamado “Yang”, e o negativo “Yin”. Esses opostos podem ser expressos da
maneira abaixo.

YANG YIN

Macho Fêmea
Positivo Negativo
Bom Mal
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Luz Trevas
Vida Morte
Verão Inverno
Atividade Passividade.

De conformidade com o taoísmo “mesclar-se com o ciclo (do universo), sem fazer esforço, é
unir-se ao Tao, e, portanto, encontrar realização”. – Essa é a expressão do Yin e Yang.

3.3.5 – Jainismo

O Hinduismo deu origem a três facções religiosas: O Jainismo, o budismo e o


Sikhismo. O Jainismo foi a primeira delas; e, embora como uma criança, até certo ponto se
assemelha à sua mãe, eventualmente estabeleceu-se como uma nova religião independente, e
alicerçada sobre os ensinos de seu Fundador, Mahavira.
Há três milhões de seguidores na Índia.
Mahavira (Título Honorífico = grande homem). Nasceu em 599 a C. no noroeste da
Índia, também contemporâneo de Buda; atingiu o nirvana (iluminação) aos quarenta e três
anos de idade, após abnegada conduta. Tendo obtido a iluminação, Mahavira parou de viver
sozinho e conseguiu discípulos, pregando sua recém-achada crença. No fim de sua vida já
contava quatorze mil monges em sua fraternidade.
O Jainismo é uma religião ascética que envolve uma rígida auto-negação. A Salvação só
poderia ser obtida através de práticas ascéticas. Essas práticas são alistadas para os monges
como os “Cinco Grandes Votos”, incluindo a renúncia aos seguintes pontos: (1) matar as
coisas vivas; (2) a mentira; (3) a cobiça; (4) os prazeres sexuais; (5) o apego às coisas
mundanas.
De acordo com Mahavira, os monges deveriam evitar totalmente o contato com as
mulheres, pois ele acreditava serem elas a causa de todos os tipos de males.
Um ponto central no jainismo é a prática da não-violência ou ahimsa. O jaina dedicado
é constrangido a reverenciar a vida, sendo proibido de tirá-la até mesmo da mais
insignificante forma de vida. O resultado é o vegetarianismo estrito. A criação de gado é
evitada e proibido tirar a vida de qualquer animal inferior.

O Jainismo é uma religião legalista, pois o indivíduo só obteria sua própria salvação por meio
de uma rígida autonegação. Nessa religião não há liberdade, apenas deveres.

3.3.6 – Xintoísmo

É uma religião puramente japonesa, cujas origens estão sepultadas na antigüidade.

“O Xintoísmo denota as práticas religiosas tradicionais que se originaram no Japão e que se


desenvolveram mormente entre o povo japonês, paralelamente atitudes diante da vida e a
uma ideologia subjacentes que dão lastro a tais práticas” (Carl Offners, p.95).

Os japoneses são um povo que ama sua terra e que acredita que as ilhas do arquipélago
japonês foram a primeira criação divina. As duas doutrinas fundamentais são: O Japão é o
país dos deuses, e seus habitantes são os descendentes dos deuses. Esse idealismo nacional, o
amor pelo país, é a principal razão do fato de que o xintoísmo tem-se limitado ao Japão.
O ensino da superioridade do povo japonês e de sua terra, acima de todos os demais
povos da terra, é diretamente oposto aos ensinos bíblicos.
31
3.3.7 – Zoroastrismo

É uma religião sem igual; salienta a eterna batalha entre o bem e o mal, e tem exercido
um impacto maior do que o pequeno número de seus seguidores (cerca de cem mil) poderia
sugerir. Foi fundada por um homem que viveu perto de seiscentos anos antes do nascimento
de Cristo, Zoroastro. Sua terra de origem: área religiosamente fértil da Babilônia (modernos
Irã e Iraque). Foi com a idade de trinta anos que ele recebeu iluminação. Segundo diz o relato,
Zoroastro recebeu uma visão às margens do rio Daitya, quando lhe apareceu uma figura
enorme (Vohu Manah [ bom pensamento ]). A figura levou Zoroastro à presença do sábio
Senhor, Ahura-Mazdda, o qual instrui-o quanto a verdadeira religião.
O livro sagrado do zoroastrismo é conhecido como o “Avesta”, que foi originalmente
escrito em uma antiga língua iraniana, avestan. O Avesta contém hinos, orações e instruções
rituais (eqüivale a uma décima parte do volume da Bíblia).
De acordo com Zoroastro, há uma só verdadeira deidade que deve ser adorada. Seu
nome é Ahura-Mazda (Senhor sábio).
Qualidades que Zoroastro atribui a Ahura-Mazda:
 Criador,
 Aquele que tudo vê,
 Onisciente
 Poderosíssimo
 Amigável
 Pai da Justiça ou Direito
 Pai da Boa mente
 Beneficente
 Generoso
 O Espírito mais generoso.

Embora Ahura-Mazda seja tido como a deidade suprema, ele sofreria a oposição de
uma força poderosa, conhecida como Angra Mainyu, o “espírito mau”. Desde o
começo da existência, esses dois espíritos antagônicos têem-se combatido
mutuamente; são co-iguais desde o começo do tempo, e continuarão a combater-se um
ao outro até o fim do mundo.

Paralelo entre Ahura-Mazdda e Angra Mainyu no Zoroastrismo:

Ahura-Mazda Angra Mainyu

Ahura-Mazda (Deus da luz, sabedoria) Angra Mainyu


Asha (direito, justiça) Druj. (Falsidade)
Vohu monah (mente boa) Akem (mente ruim).
Kshathra (poder) Dush-Kshathra (covardia)
Armaiti (amor) Taromaiti (Pretensão Falsa)
Haurvatat (saúde) Avetat (miséria)
Ameretat (imortalidade) Merethyn (aniquilamento).

O Zoroastrismo foi uma das mais antigas religiões a ensinar o triunfo final do bem
sobre o mal. No fim, haverá punição para os maus e recompensa para os bons.

32
Uma das idéias de alguns eruditos religiosos é que o zoroastrismo tem tido um
profundo efeito na formulação da doutrinas de três grandes religiões: o judaísmo, o islamismo
e o cristianismo.
Porém, eruditos ortodoxos discordam dessa posição, quando se refere ao
cristianismo.
O Deus concebido pelo Zoroastrismo pode ser similar ao Deus revelado na Bíblia, mas
há diferenças capitais. Ahura-Mazda não é o Deus Todo-Poderoso, porquanto é apenas igual
em poder a Angra Mainyu. Os dois são co-iguais e eternos. Mas em consonância com a
Bíblia, Deus é o único Ser Todo-Poderoso, ao passo que seu arquinimigo, Satanás, é tão-
somente um ser criado.
A prática do zoroastrismo envolve muito de ocultismo e de superstição. A adoração do
zoroastrismo é de natureza legalista e impessoal, refletindo a sua idéia de um deus impessoal,
Ahura-Mazda.
O Zoroastrismo pode assemelhar-se superficialmente ao cristianismo bíblico, mas
quando os confrontamos de perto, fica claro que há grandes diferenças que os põem em
campos opostos.

3.3.8 – Sikhismo

Religião praticamente desconhecida na civilização ocidental. Seus adeptos acham-se,


em sua maior parte na província indiana do Punjabe. Ainda recentemente fundada, o Sikhismo
é uma tentativa para harmonizar duas das maiores religiões do mundo, o hinduísmo e o
islamismo. O Sikhismo é o terceiro ramo do hinduísmo; seu fundador foi Nanaque.
Nanaque alega ter sido tomado à presença de Deus, no interior da floresta, com trinta e
três anos de idade. Nasceu em 1469 d.C. no hinduismo e após seu chamamento começou a
proclamar a nova mensagem.
As doutrinas do Sikhismo são um sincretismo de ensinos islâmicos e hindus. Mas ao invés de
se valerem dos escritos sagrados do hinduismo e do islamismo, os sikhs compuseram seus
próprios escritos sacros (Granth Sahib [Livro do Senhor]), baseados em sua interpretação
particular de certas idéias ensinadas por ambas aquelas religiões. Na verdade o Sikhismo
rejeita certos ensinos do hinduísmo e do islamismo. O resultado é uma interessante
combinação de teologia hindu com a teologia islâmica.
De acordo com as crenças dos Sikhs, há um Deus quer é absoluto e soberano acima de todas
as coisas; porém não é considerado um ser pessoal (Seu nome é Sat nam).
A Salvação consiste em conhecer Deus, em obter Deus, em ser absorvido por Deus – através
de uma absorvição panteísta do “eu “individualmente com a alma do mundo místico.

3.3.9 – Islamismo

A Fé islâmica é uma das grandes forças impulsionadoras nas vidas de muitas das
nações do Oriente Próximo e Médio, da Ásia Ocidental e do norte da África. O impacto dessa
fé sobre o mundo vem aumentando constantemente. Atualmente, o islamismo é a religião de
mais rápido crescimento no mundo.
Os primórdios da historia do islamismo giram em torno da figura humana central da
religião: Maomé. Nasceu por volta de 570 d.C. na cidade de Meca, na Arábia. Morreu em 632
d.C. porém foi 622 que deu-se o início do islmaismo quando aconteceu a Hégira (fuga de
Maomé).

Os Cinco Artigos de Fé:


33
1. Deus - Só existe um verdadeiro Deus, e sue nome é Allah. Allah é onisciente,
todo-poderoso, o juiz soberano. No entanto não é pessoal – não podendo ser
conhecido como uma personalidade.
2. Anjos – A existência dos anjos é um ponto fundamental no ensino do islamismo.
Gabriel, o anjo-chefe, apareceu a Maomé e foi o agente das revelações feitas a ele,
contidas no Corão. Al Shaytan é o diabo, sendo mais provável que ele seja um anjo
caído ou jinn. Um jinn é uma daquelas criaturas entre os anjos e os homens, e
podem ser bons ou malignos.
3. Escrituras – Na fé islâmica existem quatro livros inspirados. A Torah de Moisés; o
Zabin, de Davi; o Injil, o evangelho de Cristo; e o Qurán, o Alcorão. Os islamitas
crêem que os três primeiros livros foram corrompidos pelos judeus e pelos cristãos.
E, visto que o Alcorão é a palavra mais recente e final ao homem, tem mais
autoridade do que aquelas outras três obras.
4. Os Profetas – No islamismo, crê-se que Deus falou através de inúmeros profetas,
no decurso dos séculos. Os seis maiores dentre eles são: Adão, Noé, Abraão,
Moisés, Jesus e Maomé. E Maomé é o último e maior de todos os mensageiros de
Allah.
5. Os Últimos Dias – No último dia haverá a ressurreição e o julgamento. Aqueles
que tiveram seguido a Allah e a Maomé irão para o céu islâmico, chamado paraíso,
um lugar de prazeres físicos. Mas aqueles que lhes tiverem feito oposição, serão
atormentados no inferno.

As Cinco Colunas de Fé

1. O Credo (Kalima) “Não há Deus além de Allah, e Maomé é o profeta de Allah.”


2. As Orações – A prática de Oração, cinco vezes ao dia (ao nascer do sol, ao meio-
dia, no meio da tarde, após ao pôr-do-sol e antes de recolher-se ao leito).
3. As Esmolas – Quem doar deve considerar-se feliz por ter alguém para quem possa
fazer doações
4. Jejum – (Ramadan). Os islamitas fiéis jejuam do alvorecer ao crepúsculo, a cada
dia desse mês de Ramadan, que é o considerado santo.
5. A Peregrinação (Hajj). De todos os muçulmanos espera-se que ao menos uma vez
na vida façam uma peregrinação a Meca.

À semelhança do judaísmo, o islamismo é tanto uma religião quanto uma identidade


cultural, que não podem ser separadas do povo. O aumento astronômico da religião se
dá principalmente à taxa de natalidade.
Excluem por completo a doutrina da Trindade.
Jesus foi um profeta impecável, mas não tão grande quanto Maomé.
A Salvação de uma pessoa nunca é certa, visto que está alicerçada sobre um sistema de
obras e sobre uma completa rendição (Islã) à vontade de Allah.

O Deus concebido pelo islamismo é por demais caprichoso, por demais afastado do ser
humano, não podendo envolver-se nem interessar-se pessoalmente pelos homens. Esse Deus
do islamismo não somente é impessoal, mas também enfatiza o julgamento com a exclusão do
amor, e motiva os homens através do temor, e não através da graça.

O Islamismo é uma religião missionária agressiva. Está hoje espalhada por vários
países do mundo, além dos tradicionais países muçulmanos.

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Argentina - 350 mil muçulmanos

Brasil - mais de 3 milhões

Suriname - 80 mil

Guiana - 65 mil

Europa - 25 milhões

Entre os Povos não alcançados – 4 mil grupos distintos de muçulmanos.

Nos Estados Unidos – com crescimento atual, no ano 2015 serão o segundo
grupo religioso.

Dos 77 países de difícil penetração do Evangelho 36 são de maioria muçulmana.


“Representam 1/5 da população mundial hoje (Ronaldo Lidório) ou 1,035 bilhões de
adeptos. Chegaram a crescer 400% nos países do oeste africano nos últimos 10 anos. Para
cada missionário evangélico enviado ao mundo, os muçulmanos estão enviando 50; e existe
apenas 1 missionário cristão para cada milhão de muçulmanos no mundo.
Eles somam hoje 92,5% da população do Oriente Médio, representando um total de
306 milhões de pessoas.” (Os povos não alcançados, aula CENAM, agosto 96).

3.3.10 – Judaísmo (Ver Anexos).

Progenitora do Cristianismo permanece como a mais antiga religião monoteísta do


mundo. Sua história estende-se até os primórdios dos tempos, quando Deus estabeleceu sua
Aliança (berith) com Abraão.
Como o Cristianismo, o Judaísmo faz uma alegação de particularidade e de
universalidade. Num mundo de paganismo e politeísmo, o Criador revelou-se como o único
Deus verdadeiro, acima de todo o panteão de divindades competidoras; nesta revelação,
chamou um homem em particular, Abrão, para ser o pai de uma nação particular (Israel), que
por sua vez receberia uma área geográfica particular (a Palestina), a qual constituiria a “Terra
Prometida”. A partir desta particularidade, Deus revelou uma mensagem na história que se
destinava a tornar-se aplicável universalmente a todas as nações e todos os povos. A Aliança
de Deus com Abrão (Gn 12.1-3) foi estabelecida e renovada. Israel foi escolhido para ser o
recipiente padrão desta grande revelação, tanto pelo exemplo para as nações pagas como pela
obediência aos preceitos da aliança divina, revelados através da Tora sagrada, ou da Lei.
O judaísmo tem passado por algumas modificações, ao longo de sua história milenar.
Houve oportunidades em que esteve bem perto do verdadeiro Deus,servindo-O em espírito e
em ações. Mas noutras ocasiões afastou-se da vontade de Deus, esquecendo-se das promessas
que fizeram a Ele. Mas Ele tem permanecido fiel a Israel.
O verdadeiro Deus, o Yahweh do Antigo Testamento, o deus do cristianismo bíblico, é
o deus do judaísmo histórico. Para ele, que é o divino Mestre, o povo de Israel sempre ocupou
um lugar especial dentro de Seu plano, e os cristãos não devem perder de vista essa rica
herança espiritual dos judeus.

Declaração de Fé

35
Uma das grandes figuras da história judaica foi Moses Maimonides, um judeu
espanhol que viveu no século XII d.C. Pensador sistemático, Maimonides procurou condensar
as crenças básicas do judaísmo, seu credo continua sendo seguido pelas formas tradicionais
do judaísmo. Esse credo é expresso através destas treze crenças fundamentais:

1. Creio, com perfeita fé, que o Criador – bendito seja o Seu nome – é o Criador e Guia de
tudo quanto foi criado; e que somente Ele fez, continua fazendo e fará todas as coisas.

2. Creio, com perfeita fé, que o Criador – bendito seja o Seu nome – é Um, e que não há
unidade fora Dele, e que somente Ele é o nosso Deus, que era, e será.

3. Creio, com perfeita fé, que o Criador – bendito seja o Seu nome – não tem corpo, e que Ela
está livre de todas as propriedades da matéria, não tendo qualquer forma.

4. Creio, com perfeita fé, que o Criador – bendito seja o Seu nome – é o primeiro e o último.

5. Creio, com perfeita fé, que o Criador – bendito seja o Seu nome – é o único a quem se deve
orar, não sendo correto orar a qualquer ser além dEle.

6. Creio, com perfeita fé, que todas as palavras dos profetas são verazes.

7. Creio, com perfeita fé, que a profecia de Moisés, nosso mestre – paz a ele – é veraz, e que
ele foi o principal dos profetas, tanto dos que o antecederam quanto dos que o seguiram.

8. Creio, com perfeita fé, que essa Torah inteira, agora em nossa possessão, é a mesma que foi
dada a Moisés, nosso mestre – paz a ele.

9. Creio, com perfeita fé, que essa Torah não será modificada, e que nunca haverá qualquer
outra Lei da parte do Criador – bendito seja o Seu nome.

10. Creio, com perfeita fé, que o Criador – bendito seja o Seu nome – conhece cada ato dos
filhos dos homens, bem como todos os seus pensamentos, segundo foi dito: Foi Ele quem
moldou os corações de todos eles, e que atenta a todas as suas obras.

11. Creio, com perfeita fé, que o criador – bendito seja o seu nome – recompensa àqueles que
guardam os seus mandamentos e pune àqueles que os transgridem.

12. Creio com perfeita fé, na vinda do Messias e embora Ele se demore, esperarei diariamente
pela sua vinda.

13. Creio com perfeita fé, que haverá o reavivamento dos mortos, no tempo em que isso
agrade ao Criador – bendito seja o seu nome, e exaltada seja a sua fama para todo o
sempre.

Espero pela tua salvação, ó Senhor.

36
IV – ORTODOXIA E HERESIA

4.1 – Ortodoxia e Credos

4.1.1 – Ortodoxia – Vem do grego “orthós”(reto) é dóxa (opinião). Daí essa palavra veio a
indicar “crença correta”. Começou a ser usado, este termo, na antiga Igreja Cristã devido a
duas influências maiores: a oposição ao judaísmo e o conflito contra as heresias, mormente o
gnosticismo. Os cristãos valiam-se de textos de prova do Antigo Testamento no esforço para
mostrar que o cristianismo estava levando avante os melhores elementos do judaísmo, a
verdadeira essência dessa fé, em combinação com as novas revelações trazidas por Jesus e
pelos demais apóstolos. Isso tudo originou o credo.

4.1.2 – Credo – Vem do Latin ‘credo’ que significa “Creio”.

Credo dos Apóstolos - Esse credo é usado no culto da Igreja Catódica e também por muitos
grupos protestantes, como uma afirmação tradicional de crenças fundamentais:

Credo:
“Creio em Deus, o Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo,
Seu Filho unigênito e nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da
virgem Maria, sofreu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu ao
inferno. Ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos. Subiu ao céu e assenta-se à direita de
Deus Pai, Todo-Poderoso. Dali virá para julgar a vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na
Santa Igreja Universal, na comunhão dos santos, no perdão dos pecado, na ressurreição do
corpo e na vida eterna. Amém.”

Essa forma do credo é uma elaboração local de uma forma romana mais antiga, usada
no sudoeste da França no século VII. No século XV divulgou-se por tirânio Rufino, que foi
escrito pelos apóstolos, sob a inspiração do Espírito Santo de Deus, pouco depois da
ressurreição de Cristo. A Tradição confirmava tal afirmação, porém não aceitou como veraz
posteriormente.

Credo Atanasiano – Originou-se no Ocidente, mas os seus conceitos tiveram vasta influência
por toda a Igreja. Foi incluído como um apêndice nos Ofícios Horários da Igreja Ortodoxa
Oriental.

Credo:
“Quem tiver de ser salvo, antes de tudo é mister que se apegue à fé católica, fé
essa que, se alguém não a guardar sã e sem mácula, sem dúvida perecerá
eternamente. E a fé católica é esta”.

A Fé católica é esta: adoramos um Deus em Trindade, e a Trindade em unidade; nem


confundindo as pessoas do Pai, outra do Filho e outra do Espírito Santo. Mas a deidade do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, é apenas uma; a glória é igual, a majestade é co-eterna.
Tal como é o Pai, assim é o Filho e assim é o Espírito Santo; a saber, não criado,
incompreensível, eterno. O Pai não foi feito de ninguém, nem criado e nem gerado. O Filho é
apenas do Pai; nem feito e nem criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai e do Filho;
nem feito, nem criado, nem gerado, mas procedente.”
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Esse credo foi composto para opor-se a vários presumíveis erros acerca da cristologia
e da divindade. A maioria dos eruditos vêem-no como pós-agostiniano, mas outros
argumentam em favor de uma origem nos dias de Apolinário (Bispo de Laodicéia da Síria,
nos fins do século IV. Opôs-se ao arianismo).

Credo Niceno – Entre os anos 313 e 590 A.D. isto é, de Constantino a Gregório I, a Igreja
Católica obteve a supremacia do Mundo Romano. E foi durante esse tempo que ela formulou
os seus principais credos. Por ocasião do concílio de Nicéia, em 325 A.D. foi formulado o
chamado Credo Niceno. A Principal distinção do credo Niceno foi o seu ensinamento sobre a
relação ente Deus Pai e Deus Filho. Especialmente formulado para derrotar o arianismo. A
principal declaração emergente promove a doutrina da eterna geração de Cristo, onde a
palavra ‘gerado’ não indica começo, e, sim, posição no seio da Trindade. Não demorou a ser
usado como o credo batismal padrão da Igreja Ortodoxa Oriental.

Credo:
Creio em Deus Pai, o Pai Todo-Poderoso, criador dos céus e da Terra, e de
todas as coisas visíveis e invisíveis. E no Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, luz
de luz, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, gerado, não feito; sendo de uma substância com
o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; que por nós homens e por nossa salvação veio
dos céus e foi encarnado pelo Espírito Santo da Virgem Maria, e foi feito homem; foi
crucificado por nós sob Pôncio Pilatos. Ele sofreu e foi enterrado; e no terceiro dia
ressuscitou, segundo as escrituras, e ascendeu aos céus, e está sentado a direita do Pai. E
voltará de novo, com glória, para julgar tanto os vivos quanto os mortos, cujo o Reino não
terá fim.
E Creio no Espírito Santo, o Senhor e doador da vida, que procede do Pai e do
Filho, que com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; que falou pelos profetas.
E Creio na única Igreja Cristã e Apostólica. Reconheço um batismo pela
remissão dos pecados, e aguardo a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que vem.
Amém.

Confissão de Augsburgo – Uma declaração de fé regida por Melancton, com a qual


concordou Lutero. Foi apresenta ao Imperador Carlos V, quando da Dieta de Augsburgo, a 25
de Junho de 1530, tendo se tornado um alicerce do Luteranismo. Contém 21 artigos, além de
mais 07 artigos a cerca de abusos eclesiásticos. Foi o primeiro símbolo ou declaração de fé
dos Protestantes.
“Uma discussão abrangente dos ensinos da confissão de Augsburgo exigiria um
manual inteiro de Teologia. Aqui podemos, no máximo, dar alguma idéia daquilo que ela diz.
Ela ensina a Trindade; o Pecado original que condenaria se não fosse perdoado; A divindade
e humanidade de Jesus; Seu sacrifício por todo o pecado humano; A justificação pela graça
mediante a fé sem as nossas obras; O Evangelho, O Batismo e A Ceia do Senhor como
ferramentas reais do Espírito Santo para gerar e sustentar a fé; as boas como resultado e não
causa, da salvação, motivadas pelas boas novas de que a salvação foi obtida por Cristo para
nós. Muito mais poderia ser dito, mais isto já indica que a confissão de Augsburgo
simplesmente ensina a posição que os Luteranos consideram bíblica.(J.M. DRICKAMER.
E.H.T. p. 329)

Confissão de Westminster – Essa confissão veio à existência quando a Câmara dos


Comuns, em 1645, solicitou à Assembléia de Westminster (grupo consistente de cento e vinte
38
e um membros, a maioria puritanos e presbiterianos, embora houvesse alguns
congregacionais, rastiano e episcopais), formulasse uma confissão para a Igreja da Inglaterra.
Essa assembléia já vinha considerando a questão fazia algum tempo, pelo que prontamente
pôde atender à solicitação. O trabalho foi efetuado entre Julho de 1645 e Dezembro de 1646.
Essa confissão somaria a doutrina Cristã em 33 capítulos, que ocupam cerca de 35 grandes
páginas.

4.2 – Cosmovisão Cristã:

James W. Sire:
 Deus é infinito e pessoal (Triúno), transcendente e imanente, onisciente, soberano e bom.
 Deus criou o cosmos (ex-nihilo) do nada. Para operar com uniformidade de causa e efeito
num sistema aberto.
 O Homem é criado a imagem e semelhança de Deus, e por tanto possui personalidade,
auto-transcendência, inteligência, moralidade e criatividade.
 Deus pode e se comunica com o homem.
 O Homem foi criado bom, mas na queda a imagem de Deus foi desfigurada, porém não
destruída. Cristo redimiu o homem e iniciou a restauração, embora o homem possa optar a
redenção.
 A morte: eterna vida com Deus, ou eterna separação.
 A ética é transcendente, baseada no caráter de Deus como bom (Santo e Amoroso).
 A história é linear: uma seqüência de eventos significativos levando ao cumprimento do
plano de Deus para o homem.

Reconhece-se a realidade do mundo invisível e o criador Supremo que é distinto e maior


que a sua criação bem como absolutos morais claramente definidos baseado no fato que há
um criador último. Reconhece a presença do mal bem como o bem dentro da ordem criada,
Deus se relaciona pessoalmente com o homem.

4.3. – As crenças do Cristianismo Ortodoxo

39
ANEXO 1

Credo Betelino

40
ANEXO 2

"A Importância do Culto aos Antepassados"


Ano III Nov. 96 Nº 29
Revista Seicho-No-iê

41
ANEXO 3

Judaísmo

42
ANEXO 4

Orixás, Caboclos e Guias


Deuses ou Demônios

43
ANEXO 5

Doutrina Maçônica Versus Doutrina Cristã

44
ANEXO 6

Árvore Genealógica da Igreja

Por Joyce Elizabeth Winifred Every-Clayton.


( Junho 99 – C.N.M ) .

DENOMINAÇÕES

IGREJA IGREJA
CATÓLICA IGREJA ORTODOXA
PROTESTANTE (CONSTATINOPLA)

Facção 1.517

IGREJA
OCIDENTAL
ROMANA
(1054)

45

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