DECRETO N° 47.945, DE 16 DE JULHO DE 2003

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DECRETO Nº 47.945, DE 16 DE JULHO DE 2003

Regulamenta o SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS previsto nos artigos 15 da Lei


Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e da Lei Estadual nº 6.544, de 22 de novembro de
1989, e artigo 11 da Lei Federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e dá providências correlatas

GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso das atribuições que lhe
confere o artigo 47, inciso III, da Constituição do Estado,

Decreta:

Artigo 1º - O Sistema de Registro de Preços, visando à aquisição de bens e serviços no âmbito


da Administração estadual, obedecerá às normas fixadas neste decreto.

Artigo 2º - Para os efeitos deste decreto são adotadas as seguintes definições:


I - Sistema de Registro de Preços - SRP: conjunto de procedimentos para registro formal de
preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras;
II - Ata de Registro de Preços: documento de caráter obrigacional em que são averbados os
órgãos participantes, os preços, os fornecedores de bens ou prestadores de serviços e as
quantidades e condições a serem observadas nas futuras contratações;
III - Órgão Gerenciador: órgão ou entidade da Administração responsável pelo gerenciamento
do SRP, inclusive a condução da licitação;
IV - Órgão Participante - órgão ou entidade que participa dos procedimentos iniciais do SRP e
integra a Ata de Registro de Preços.

Artigo 3º - O SRP poderá ser adotado para aquisição de bens ou serviços que, pelas suas
características, ensejem contratações frequentes.
Parágrafo único - Os bens e serviços de informática poderão ser adquiridos por meio do SRP
se na licitação a ser realizada puder ser adotado o tipo MENOR PREÇO.

Artigo 4º - Caberá ao Comitê de Qualidade de Gestão Pública, de que trata o Decreto nº


47.836, de 27 de maio de 2003, definir um ou mais Órgãos Gerenciadores quando os bens ou
serviços tenham significativa expressão em relação ao consumo total do Estado, devam ser
adquiridos por mais de um órgão ou entidade da Administração ou atendam a programas de
governo.
Parágrafo único - Havendo a indicação de mais de um Órgão Gerenciador para o mesmo bem
ou serviço o Comitê de Qualidade de Gestão Pública editará normas necessárias à coexistência
dos vários Sistemas de Registro de Preços.

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Artigo 5º - Caberá ao Órgão Gerenciador a prática dos atos de controle e administração do


SRP, em especial:
I - convidar, mediante correspondência ou outro meio eficaz, os órgãos e entidades da
Administração para participarem do SRP;
II - consolidar todas as informações relativas à estimativa individual e total de consumo, bem
como promover as devidas adequações com vistas à definição das especificações técnicas ou
dos projetos básicos para atender aos requisitos de padronização;
III - realizar ampla pesquisa de mercado visando aferir os preços efetivamente praticados
antes da realização do certame e após, TRIMESTRALMENTE, para aferir a compatibilidade dos
preços registrados com os efetivamente praticados;
IV - obter a concordância dos órgãos participantes em relação às especificações e aos
quantitativos do objeto a ser licitado ou o projeto básico, quando for o caso;
V - realizar o procedimento licitatório pertinente;
VI - indicar os fornecedores, sempre que solicitado, obedecendo a ordem de classificação e os
quantitativos de contratação definidos pelos órgãos participantes do SRP;
VII - conduzir os procedimentos relativos à revisão dos preços registrados e à aplicação de
penalidades, observado o disposto nos artigos 17 e 20 deste decreto.
VIII - publicar trimestralmente, no Diário Oficial do Estado, e divulgar por meios eletrônicos, os
preços registrados para utilização dos órgãos participantes.

Artigo 6º - Caberá ao Órgão Participante:


I - manifestar interesse em participar do SRP, informando ao Órgão Gerenciador a sua
estimativa de consumo e suas pretensões quanto às especificações técnicas ou quanto ao
projeto básico, conforme o caso;
II - assegurar que todos os atos para sua inclusão no SRP estejam devidamente formalizados e
aprovados pela autoridade competente;
III - manifestar ao Órgão Gerenciador sua concordância com o objeto a ser licitado, antes da
realização do procedimento licitatório;
IV - manter-se informado sobre o andamento do SRP, inclusive em relação às alterações
porventura ocorridas, com o objetivo de dar correto cumprimento às suas disposições;
V - indicar o gestor do contrato;
VI - conduzir os procedimentos relativos à aplicação de penalidades decorrentes do
descumprimento de cláusulas contratuais, observadas as disposições do artigo 20 deste
decreto, mantendo o Órgão Gerenciador informado a respeito, sobretudo quanto ao resultado
dos referidos procedimentos.

Artigo 7º - Além das atribuições previstas no artigo 67 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho
de 1993, caberá ao gestor do contrato:
I - consultar o Órgão Gerenciador quando da necessidade de contratação, a fim de obter a
indicação do fornecedor, dos quantitativos a que este ainda se encontra obrigado e dos preços
registrados;
II - assegurar-se de que a contratação a ser celebrada atende aos seus interesses, sobretudo
quanto aos preços registrados, informando ao Órgão Gerenciador eventual desvantagem
quanto à sua utilização;

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III - encaminhar ao Órgão Gerenciador as informações sobre a contratação efetivamente


realizada;
IV - zelar pelo cumprimento das obrigações contratualmente assumidas;
V - informar ao Órgão Gerenciador quando o fornecedor não atender as condições
estabelecidas no edital ou recusar-se a firmar o contrato.

Artigo 8º - As licitações para o SRP serão realizadas nas modalidades PREGÃO e


CONCORRÊNCIA, nos termos da Lei Federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002 e da Lei Federal
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, respectivamente, adotando-se o tipo menor preço.
Parágrafo único - O SRP será precedido de ampla pesquisa de mercado.

Artigo 9º - O edital de licitação para o SRP observará, no que couber, as disposições do artigo
40 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e do artigo 4º, inciso I, da Lei Federal nº
10.520, de 17 de julho de 2002 e sua regulamentação, e indicará:
I - a estimativa de quantidades a serem contratadas no prazo de validade do registro;
II - o prazo de validade do registro de preços, observado o disposto no artigo 13 deste decreto;
III - os órgãos participantes do respectivo SRP;
IV - os locais e prazos de entrega e de execução do objeto.
Parágrafo único - Quando o edital previr o fornecimento de bens ou a prestação de serviços
em locais diferentes, é facultada a exigência de apresentação de proposta de preço
diferenciada por região.

Artigo 10 - O objeto da licitação poderá ser subdivido em lotes, quando técnica e


economicamente viável, de forma a possibilitar maior competitividade, sem perda da
economia de escala, observados a quantidade mínima, o prazo e o local de entrega fixados no
edital.
Parágrafo único - No silêncio do edital não será admitida cotação de quantidades inferiores às
demandadas na licitação.

Artigo 11 - Ao preço do primeiro colocado serão registrados tantos fornecedores de bens ou


prestadores de serviços quantos concordarem, respeitadas as quantidades oferecidas em cada
proposta.
Parágrafo único - Para efeito de registro, a classificação obedecerá a ordem crescente dos
preços ofertados nas respectivas propostas, decidindo-se eventual empate nos moldes
estabelecidos na Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Artigo 12 - Homologado o resultado da licitação, o Órgão Gerenciador elaborará a ata de


registro de preços, na qual serão registrados os preços e os fornecedores de bens ou
prestadores de serviços, com observância da ordem de classificação, as quantidades e as
condições a serem observadas nas futuras contratações e os órgãos participantes.
§ 1º - O primeiro colocado e os licitantes que concordarem em executar o objeto da licitação
pelo preço do primeiro colocado serão convocados para assinar a ata de registro de preços.
§ 2º - O licitante que, convocado para assinar a ata, deixar de fazê-lo no prazo fixado, dela será
excluído.

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§ 3º - Colhidas as assinaturas, o Órgão Gerenciador providenciará a imediata publicação da Ata


e, se for o caso, do ato que promover a exclusão de que trata o parágrafo anterior.

Artigo 13 - O prazo máximo de validade do registro de preços será de 12 (doze) meses,


contados a partir da data da publicação da respectiva Ata, podendo ser prorrogado por uma
única vez por igual período.
Parágrafo único - As contratações decorrentes do SRP terão sua vigência estabelecida
conforme as disposições contidas nos editais e respectivos instrumentos de contrato,
observado o disposto no artigo 57 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Artigo 14 - Os fornecedores de bens ou prestadores de serviços incluídos na ata de registro de


preços estarão obrigados a celebrar os contratos que poderão advir, nas condições
estabelecidas no ato convocatório, nos respectivos anexos e na própria Ata.

Artigo 15 - A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as


contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios,
respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro a
preferência de contratação em igualdade de condições.

(*) Redação dada pelo Decreto nº 51.809, de 16 de maio de 2007

Artigo 15A - A Ata de Registro de Preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por
qualquer órgão ou entidade da Administração que não tenha participado do certame
licitatório, mediante prévia consulta ao Órgão Gerenciador, desde que comprovada a
vantagem em tal adesão.
§ 1º - Caberá ao fornecedor beneficiário da Ata de Registro de Preços, observadas as condições
nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento, independentemente dos
quantitativos registrados em Ata, desde que este fornecimento não prejudique as obrigações
anteriormente assumidas.
§ 2º - As aquisições ou contratações adicionais a que se refere este artigo não poderão
exceder, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos registrados na Ata de
Registro de Preços.
§ 3º - Poderão igualmente utilizar-se da Ata de Registro de Preços, mediante prévia consulta
ao Órgão Gerenciador, outros entes e entidades da Administração Pública, desde que
observadas as condições estabelecidas nos §§ 1º e 2º deste artigo.

Artigo 15B - Os órgãos e entidades da Administração estadual poderão utilizar-se de Atas de


Registros de Preços realizadas pela União, Distrito Federal, outros Estados e Municípios, desde
que demonstrada a vantagem econômica em tal adesão comparativamente aos preços
registrados no Sistema Integrado de Informações Físico-Financeiras - SIAFISICO ou aos
praticados no mercado.

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Artigo 16 - A contratação com os fornecedores de bens ou prestadores de serviços registrados,


após a indicação pelo Órgão Gerenciador, será formalizada pelo Órgão Participante, por
intermédio de instrumento contratual, nos moldes previstos no edital.
Parágrafo único - O instrumento de contrato observará, no que couber, o disposto no artigo
55 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Artigo 17 - Quando o preço registrado tornar-se superior ao praticado no mercado, o Órgão


Gerenciador deverá:
I - convocar o fornecedor do bem ou prestador do serviço visando a negociação para a redução
de preços e sua adequação ao mercado;
II - liberar o fornecedor do bem ou prestador do serviço do compromisso assumido, e cancelar
o seu registro, quando frustrada a negociação, respeitados os contratos firmados;
III - convocar os demais fornecedores ou prestadores de serviços, visando igual oportunidade
de negociação.
Parágrafo único - Não havendo êxito nas negociações, o Órgão Gerenciador cancelará o bem
ou o serviço objeto do preço negociado.

Artigo 18 - O fornecedor do bem ou prestador do serviço terá seu registro cancelado quando:
I - descumprir as condições da ata de registro de preços;
II - recusar-se a celebrar o contrato ou não retirar o instrumento equivalente, no prazo
estabelecido pela Administração, sem justificativa aceitável;
III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese deste se tornar superior àqueles
praticados no mercado;
IV - for declarado inidôneo para licitar ou contratar com a Administração nos termos do artigo
87, inciso IV, da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993;
V - for impedido de licitar e contratar com a Administração nos termos do artigo 7º da Lei
Federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002.
Parágrafo único - O cancelamento do registro, assegurados o contraditório e a ampla defesa,
será formalizado por despacho da autoridade competente do Órgão Gerenciador.

Artigo 19 - O fornecedor do bem ou prestador do serviço poderá solicitar o cancelamento do


seu registro de preço na ocorrência de fato superveniente que venha comprometer a perfeita
execução contratual, decorrente de caso fortuito ou de força maior devidamente
comprovados.

Artigo 20 - Aplicam-se ao SRP e às contratações dele decorrentes as penalidades previstas nas


Leis Federais nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e nº 10.520, de 17 de julho de 2002, conforme
o caso.
§ 1º - Os procedimentos para aplicação de penalidades de advertência e multa relativas ao
inadimplemento de obrigações contratuais, serão conduzidos no âmbito do Órgão
Participante contratante e as penalidades serão aplicadas por autoridade competente do
mesmo órgão.
§ 2º - Os procedimentos para aplicação das demais penalidades não indicadas no parágrafo
anterior serão conduzidos no âmbito do Órgão Gerenciador e as penalidades serão aplicadas
por autoridade competente do mesmo órgão.

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Artigo 21 - O SRP poderá ser realizado com a utilização de recursos de tecnologia da


informação, nos termos de regulamentação específica.

Artigo 22 - O disposto neste decreto aplica-se, também, às fundações instituídas ou mantidas


pelo Poder Público, às empresas em cujo capital o Estado tenha participação majoritária, bem
como às demais entidades por ele direta ou indiretamente controladas.
§ 1º - O representante da Fazenda do Estado junto às fundações, às empresas, e às demais
entidades por ele controladas diligenciará para que os respectivos regulamentos licitatórios
sejam adequados às disposições deste decreto.
§ 2º - A adequação dos regulamentos licitatórios das empresas públicas das sociedades de
economia mista e de suas subsidiárias dedicadas à exploração de atividade econômica de
produção e comercialização de bens ou de prestação de serviços respeitará as disposições do
artigo 173 da Constituição Federal.

Artigo 23 - O Comitê de Qualidade de Gestão Pública editará normas complementares a


execução deste decreto.

Artigo 24 - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário, em especial o Decreto nº 35.946, de 30 de outubro de 1992.

Palácio dos Bandeirantes, 16 de julho de 2003


GERALDO ALCKMIN

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