Escola_de_Ciências

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 18

Escola de Ciências da Saúde Santa Joana

Elaine Gomes Pereira


Elisete Zeferino da Silva Oliveira
Erenilton Pereira dos Santos
Francisco Tiago da S. Santos
Gabriella dos Santos Cardoso
Geovana da Silva Nascimento
Gustavo Leite Cavalcante

Eutanásia
E suas vertentes

2021
São Paulo
Elaine Gomes Pereira
Elisete Zeferino da Silva Oliveira
Erenilton Pereira dos Santos
Francisco Tiago da S. Santos
Gabriella dos Santos Cardoso
Geovana da Silva Nascimento
Gustavo Leite Cavalcante

Eutanásia
E suas vertentes

Trabalho de apresentação no curso de


técnico de enfermagem na instituição
de ensino Escola de Ciências da Saúde
Santa Joana
Orientador: Professora Elisangela
Souza

2021
São Paulo
Elaine Gomes Pereira
Elisete Zeferino da Silva Oliveira
Erenilton Pereira dos Santos
Francisco Tiago da S. Santos
Gabriella dos Santos Cardoso
Geovana da Silva Nascimento
Gustavo Leite Cavalcante

Eutanásia
E suas vertentes

Trabalho acadêmico, apresentado a Escola


de Ciências da Saúde Santa Joana como
parte de exigência para obtenção de nota

São Paulo, 09 de setembro de 2021

BANCA EXAMINADORA

X
Prof. Elisangela Souza
Epilogo

“A despenalização da eutanásia pode ser episodicamente aprovada, mas nós cá estamos,


como seres humanos, nesta frente comum por uma humanidade melhor. O tema não pode tratar de
ânimo leve” - Manuel Clemente, Cardeal-patriarca de Lisboa

2021

São Paulo
Sumário

Epilogo....................................................................................................................................................4
Introdução..............................................................................................................................................6
CONCEITO...............................................................................................................................................7
Eutanásia................................................................................................................................................8
E no Brasil.............................................................................................................................................10
Oque é ortotanásia...............................................................................................................................10
Suicídio assistido..................................................................................................................................11
Conceito de suicídio segundo Durkheim..............................................................................................11
Eutanásia: a jovem com problemas psiquiátricos que conseguiu ajuda dos médicos para morrer......13
Conclusão.............................................................................................................................................17
Bibliografia...........................................................................................................................................18
Referencias...........................................................................................................................................18
Introdução

A eutanásia é um dos temas de maior complexidade existentes atualmente


no direito, assim como para outros setores da sociedade, por envolver religião,
família, medicina, dentre outros. O objetivo do nosso trabalho foi investigar e
buscar a essência desse tema de forma minuciosa, através de tópicos criados para
melhor explicar as controvérsias existentes a respeito desse assunto. A fonte de
pesquisa realizada nesse estudo foi à bibliográfica, com a pretensão de analisar a
historicidade acerca da temática, bem como os seus aspectos legais, como
métodos de abordagem, o dialógico, além disso, foi utilizado o método dedutivo e
como método de procedimento utilizamos o histórico. Começando, pelo aspecto
histórico, fazendo uma conceituação baseada em alguns autores que escreveram
sobre esse assunto, observando também as várias classificações de eutanásia,
dentre elas estão à eutanásia ativa e eutanásia passiva, assim como o
posicionamento da doutrina e da igreja, analisando a tipificação legal da eutanásia
no direito comparado e no direito brasileiro atual, o qual não trata de forma direta
sobre a eutanásia, sendo esta entendida como homicídio. Os nossos resultados
revelam que as possíveis inovações que contarão no anteprojeto para o código
penal brasileiro, tais como, a eutanásia ser tratada de forma autônoma, direta e
como uma nova modalidade de crime, tornando-se desta forma, distinta do

homicídio. No entanto ela vai continuar a ser criminalizada .


CONCEITO

A eutanásia é uma forma de tratamento de pacientes portadores de


doenças incuráveis, cujo objetivo é garantir a essas pessoas uma morte mais
humanizada, com menos sofrimento. Trata-se de uma prática na qual um
agente, movido pelo sentimento de compaixão para com a situação clínica em
que o paciente se encontra, antecipa sua morte, para que este não tenha que
lidar com mais sofrimento. Em suma, é a morte assistida.
Eutanásia

A eutanásia é definida como a conduta pela qual se traz a um paciente em


estado terminal, ou portador de enfermidade incurável que esteja em sofrimento
constante, uma morte rápida e sem dor. É prevista em lei, no Brasil como crime de
homicídio.
Entre as formas dessa pratica existe a diferenciação entre Eutanásia ativa,
quando há assistência ou a participação de terceiro: quando uma pessoa mata
intencionalmente o enfermo por meio de artificio que force o cessar das atividades
vitais do paciente. E a eutanásia passiva, também conhecida como ortotanásia
(morte correta – orto : certo thanatos : morte), na qual se consiste em não realiza
procedimentos de ressuscitação ou de procedimentos que tenham como fim único o
prolongamento da vida, como medicamentos voltados para a ressuscitação do
enfermo ou maquinas de suporte vital como ventilação artificial, que remediariam
momentaneamente a causa da morte do paciente e não consistiriam propriamente
em tratamento da enfermidade ou do sofrimento do paciente, servido apenas para
prolonga a vida biológica e consequentemente o sofrimento.
A literatura que trata desse tema é ainda escassa no Brasil, uma vez que o
tema é um tabu e geralmente associado ao suicido assistido. No entanto, aqueles
que advogam a favor da “boa morte”. Como é referida por estes, a diferenciação do
suicídio assistido como argumento de que a ortotanásia, ou eutanásia passiva, nada
mais é que permitir que o individuo em estado terminal, portador de doença
incurável e que demonstre desejo conscientemente possa passar pela experiencia
da morte de forma “digna e sem sofrimento desnecessário”, sem a utilização de
métodos invasivos para a prolongação da vida biológica e do sofrimento humano.
Uma morte natural.
A eutanásia não é um dilema recente, trata-se de uma discussão que permeia
a história humana por tratar de um tema tão complexo e sensível: a escolha
individual da vida pela vida, ou o direito a escolher quando o sofrimento ou a dor
pode ser tornar uma justificativa, tangível para que se busque a morte como meio de
alivio.
A eutanásia é um direito legalmente previsto em alguns países como a
Holanda e a Bélgica, nos casos para pacientes terminais ou portadores de doenças
incuráveis que acarretam em sofrimento físico e emocional para o paciente e seus
familiares. Em outros países, no entanto, é possível que o paciente faça o
requerimento legal de não haver tentativa de ressuscitação no caso de parada critica
de órgãos. E importante destacar que a eutanásia é um ato de vontade própria e
individual do enfermo, quando em estado de plena consciência, que garante a esse
a escolha entre cessar seu sofrimento em vida ou continuar lutando. Este é o
principal ponto da discussão sobre o direito de escolha individual à vida: a liberdade
do sujeito que sofre em determinar se sua vivencia é justificada seja pelas suas
crenças, vontade individual, ou por simples compaixão por aqueles que seriam
atingidos pela sua morte.
No Brasil, a eutanásia é crime previsto em lei como assassinato, no entanto,
existe um atenuante que é verificado no caso de o ato ter sido realizado a pedido da
vitima e tendo em vista o alivio de um sofrimento latente e inevitável, que reduz a
pena para reclusão de 3 a 6 anos
Os debates sobre o assunto são geralmente encabeçados por membros de
organizações religiosas, que argumentam que a vida é uma dádiva divina sobre a
qual nenhum ser humano tem direito ou o poder de voluntariamente cessá-la, e por
alguns profissionais da saúde que argumentam que as enfermidades que acarretam
em sofrimento prolongado seriam reduzidas caso os governantes investissem mais
em formas de assistência de saúde de
maior qualidade. Aqueles que lutam pela
sua legalização se pautam no direito da
escolha individual independente de
crença religiosa, no que diz respeito à
sua própria vida, tendo sempre em vista
a dignidade humana e o direito de acabar
com o sofrimento quando não existe
outra alternativa.
O assunto é incrivelmente
complexo e possui vários lados a serem
vistos, para isso e importante que ele seja exposto de forma compreensível para
todos. Filmes que tratam sobre a eutanásia são uma boa fonte de informação. Um
deles é o filme “Você não conhece o Jack - 2010” que conta a história real de Jack
Kervokian, um medico que realizava a eutanásia para pacientes em estado terminal
e em sofrimento agudo.
A vida, a morte e o sofrimento humano são sempre assuntos complexos e
difíceis de serem tratados. Entretanto, essa é uma realidade a qual todos estamos
sujeitos.

E no Brasil

No Brasil, a eutanásia é ilegal e considerada antiética pelo código de


medicina, explica Rachel Duarte Moritz, médica e professora do departamento de
clínica médica da universidade federal de Santa Catarina. Porem, diz a professora, a
ortotanásia e aceita.

Oque é ortotanásia

A ortotanásia consiste em tratar os sintomas de uma doença, ainda que ela


seja terminal, para melhorar a qualidade de vida. A ideia é deixar morrer da maneira
mais confortável possível.
A ortotanásia seria deixar morrer, enquanto a eutanásia seria fazer morrer.
Por aqui, os avanços mais recentes em relação à "morte com dignidade", é a Lei
Estadual 10.241, de 1999, conhecida como Lei Mário Covas, que permite aos
paulistas "recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar prolongar a
vida" e "optar pelo local de morte".
Uma resolução do Conselho Federal de Medicina, de 2006, segundo a qual "é
permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que
prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável,
respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal".
Suicídio assistido

Suicídio, ação pelo qual o indivíduo põe fim a sua própria vida, é um assunto
tão complexo quanto a eutanásia, visto que deriva também de várias questões
internas e externas ao indivíduo. Essa ação é conceituada por Durkheim que busca
explicar os fatores que levam o indivíduo a realizá-lo e como a sociedade está
relacionada. O suicídio assistido, um procedimento normalmente relacionado a
pacientes em estado terminal, engloba as características de Durkheim ao mesmo
tempo que se assemelha a eutanásia, entretanto, apesar de possuírem um objetivo
em comum, são caminhos diferentes, que envolve as mesmas participações,
entretanto com níveis de influencias diferentes

Conceito de suicídio segundo Durkheim

Durkheim entendia o suicídio como um fato social, no qual o indivíduo retira


de forma consciente a sua própria vida. Para Cabral, o estudo do suicídio se torna
relevante no momento em à sociedade está ligada diretamente na decisão do
indivíduo. Como o indivíduo se vê na sociedade, ou como a sociedade influencia o
indivíduo são fatores que podem levar ao suicídio. Durkheim define três categorias
de suicídio, o anômico, o egoísta e o altruísta, que se diferenciam entre si
justamente pela relação do indivíduo com a sociedade.
No suicídio anômico, a sociedade encontra-se em crise, se desintegrando, e
com isso o indivíduo perde a esperança na sociedade e. Basicamente o indivíduo
não consegue perceber uma solução para aquela situação, desacreditando na
sociedade em que se encontra e optando por tirar a própria vida e esse fenômeno
pode gerar suicídios em massa. Isso pode ocorrer por diversos fatores, como
mudanças drásticas na política, perdas muito grandes de riqueza e classe social,
bloqueios econômicos, índices de desemprego entre outros. Um exemplo foi a crise
de 1929, que levou a um número alarmante de suicídios nos Estados Unidos.
Quanto ao suicídio egoísta, talvez o mais comum dentre os três, ocorre
quando o indivíduo não se vê mais pertencente àquela sociedade, e isso podem
ocorrer por diversos motivos, como depressão, exclusão social entre outros em que
ele se vê abaixo da sociedade, ou em casos que o contrário acontece e o indivíduo
se ver superior àquela sociedade ao qual pertence. Em ambos os casos, a escolha
pelo suicídio parte de uma ideia egoísta, ou seja, não foi por causa da sociedade e
sim por um brusco afastamento da mesma.
Por fim temos o suicídio altruísta, que, oposto ao anterior, ocorre quando o
indivíduo está fortemente ligado a sociedade, e literalmente daria sua vida por ela.
Nesse tipo de suicídio a uma forte crença no bem maior, onde o indivíduo acredita
que sua morte fará bem a essa sociedade. Dentre os exemplos é possível citar
os kamikazes, que possuíam a missão de se matar pelo bem do país.
Dentre essas três categorias, o suicídio assistido, terno que segundo Kovács
(2003), surgiu com o médico Jack Kervokian se classifica como egoísta, visto que o
indivíduo, acometido de alguma enfermidade incurável ou outros problemas, perde
suas esperanças e ao mesmo tempo se vê como alguém inútil ou não pertencendo
àquela sociedade, seja no nível macro, ou micro, no caso a família. No filme “Como
eu era antes de você” de 2016, o personagem Will interpretado por Sam Claflin,
sofre um acidente que o deixa tetraplégico e mesmo recebendo ajuda e apoio de
sua família e de Louisa Clark que é contratada para cuidar dele e acaba se tornando
sua amiga, interpretada por Emilia Clarke, ele está tão afastado da sociedade que
opta pelo suicídio assistido, indo até um país que permite tal prática para executa-la.
Doenças como câncer, AIDS, entre outras incuráveis, assim como traumas,
amputações, e outras lesões irreversíveis, que afastem o indivíduo de sua
sociedade, e o faça parecer inútil a esta, gerando assim um desligamento podem
desenvolver no indivíduo a ideia do suicídio que por sua vez quando acompanhada
por uma equipe médica e tem como decisão final o paciente, passa a ser um suicídio
assistido.

Eutanásia: a jovem com problemas psiquiátricos que conseguiu ajuda dos


médicos para morrer

Em janeiro, uma holandesa


identificada como Aurélia Brouwers
bebeu veneno fornecido por um
médico e se deitou para morrer. A
eutanásia, morte assistida por um médico é legal na Holanda, e o suicídio de
Brouwers foi sancionado pelo Estado. O detalhe, porém, é que não se tratava de um
caso de doença terminal, como ocorre normalmente nos que envolvem pedidos de
morte assistida. Aurélia foi autorizada a acabar com a própria vida devido a uma
doença psiquiátrica.
"Eu tenho 29 anos e escolhi ser voluntariamente submetida à eutanásia.
Escolhi isso porque tenho muitos problemas de saúde mental. Sofro de maneira
insuportável e sem esperança. Cada suspiro que eu dou é uma tortura ..."
A jovem passou o tempo, naquelas últimas semanas, com seus entes
queridos, fazendo artesanato e andando de bicicleta em Deventer, a cidade que
adorava. Também visitou o crematório - o lugar que escolheu para o próprio funeral.
A eutanásia é ilegal na maioria dos países, mas na Holanda é permitida se o
médico estiver convencido de que o sofrimento do paciente é "insuportável, sem
perspectiva de melhora" e se "não houver alternativa razoável na situação em que
se encontra".
Estes critérios podem ser mais simples de aplicar no caso de alguém, por
exemplo, com um diagnóstico terminal de câncer sem possibilidade de tratamento
que esteja em grande sofrimento. E a maioria das 6.585 mortes por eutanásia na
Holanda em 2017 foi justamente de pessoas com alguma grave doença física.
Houve, no entanto, 83 casos em que o procedimento foi realizado em razão
de sofrimento psiquiátrico.
Nesses casos, houve polêmicas. Eram pessoas como Aurélia, cujas
condições, segundo alguns observadores, não eram necessariamente incuráveis.
O desejo de morrer manifestado por Aurélia veio com sua longa história de
doença mental.
"Quando eu tinha 12 anos, sofria de depressão. E quando fui diagnosticada
pela primeira vez, me disseram que eu tinha Transtorno de Personalidade Borderline
(caracterizado, por exemplo, por mudanças súbitas de humor)", diz ela. "Outros
diagnósticos se seguiram - transtorno de apego reativo, depressão crônica, eu sou
cronicamente suicida, tenho ansiedade, psicoses e ouço vozes."
Os médicos de Aurélia não queriam endossar seus pedidos de eutanásia.
Então ela se inscreveu na Levenseindekliniek, a clínica Fim da Vida, especializada
em morte assistida, na cidade de Haia, na Holanda. O local é uma espécie de último
recurso para aqueles que tiveram suas candidaturas ao procedimento rejeitadas por
seus próprios médicos ou psiquiatras. A clínica supervisionou 65 das 83 mortes
aprovadas por razões psiquiátricas na Holanda no ano passado, ainda que apenas
cerca de 10% dos pedidos com essa motivação sejam aprovados, e que o processo
possa levar anos.
"Os pacientes psiquiátricos que vemos são mais jovens que os demais", diz
Kit Vanmechelen, psiquiatra que avalia candidatos e realiza eutanásia, mas que não
esteve diretamente envolvida na morte de Aurélia.
"Aurélia Brouwers é um exemplo desse quadro. Era uma mulher muito jovem.
E isso dificulta a tomada de decisão, porque nesses casos há muita vida subtraída."
A morte de Aurelia Brouwers provocou um grande debate na Holanda e
ganhou manchetes em vários países. Ninguém sugeriu que o procedimento foi
ilegal, mas muitos questionaram se foi para esse tipo de caso que a legislação de
2002 permitindo a eutanásia foi promulgada.
As opiniões dividem-se também sobre se havia uma alternativa aceitável no
caso dela. Kit Vanmechelen, por exemplo, argumenta que quando as pessoas
solicitam a eutanásia por motivos psiquiátricos, em alguns casos elas se matam se
não são atendidas. Em sua opinião, elas devem ser consideradas pessoas com
doenças terminais.
"Eu tratei pacientes que eu sabia que cometeriam suicídio", diz a especialista.
"Eu sabia. Eles me disseram, eu senti, e pensei, 'eu não posso te ajudar'. Então, ter
a eutanásia como alternativa me deixa muito grata por termos uma lei. Os que eu sei
que cometerão suicídio são terminais, na minha opinião, e eu não quero abandonar
meus pacientes que não conseguem seguir em frente com suas vidas. Isso me deixa
disposta a realizar a eutanásia ".
"Eu simplesmente discordo", diz Frank Koerselman. "Na minha carreira inteira
trabalhei com pacientes suicidas - nenhum deles foi terminal. Claro que tive
pacientes que cometeram suicídio, mas, na verdade, esses sempre foram casos que
você não esperava."
No documentário da RTL, Aurélia Brouwers conta que tentou se suicidar
"cerca de 20 vezes". "Fiquei em estado crítico algumas vezes, mas meu coração e
pulmões eram muito saudáveis. Os médicos diziam: 'É um milagre, ela conseguiu'."
E sobreviver a uma tentativa de suicídio não é incomum, há casos registrados todos
os dias.
Aurélia Brouwers morreu mais de uma década antes de chegar aos 40 anos.
Em seu último dia na Terra, ela foi visitada por seu cantor favorito, Marco Borsato.
Naquela noite, jantou com suas amigas - com risadas e um brinde. Na manhã
de 26 de janeiro, ela postou pela última vez nas redes sociais: "Estou me
preparando para a minha viagem agora. Muito obrigado por tudo. Eu não estou mais
disponível a partir deste momento."
Os entes queridos de Aurélia Brouwers se reuniram em seu quarto. Dois
médicos estavam presentes.
"Eu tenho certeza de que
no momento em que eu dou o
veneno - porque é o que você
faz, você dá veneno - eu tenho
certeza de que é a única coisa
que o paciente quer naquele
momento e que ele desejou
isso por um longo período, caso
Nos dias que antecederam a eutanásia ela visitou o crematório que
contrário, não seria capaz de escolheu para o próprio funeral

fazê-lo", diz Kit Vanmechelen.


"No primeiro encontro com um paciente, eu digo a ele, esta será a última
pergunta que vou lhe fazer: 'Você tem certeza que quer isso? E se houver uma
pequena dúvida, vamos parar, voltar e falar sobre isso novamente.'"
E isso já aconteceu com ela?
"Não. Isso não acontece."
No caso de Aurelia, os médicos não administraram as drogas que a mataram
- ela mesma bebeu a medicação.
No documentário da RTL Nieuws, ela tem uma última conversa com Sander
Paulus, enquanto segura o pequeno frasco de remédio lacrado.
"Esta é a bebida", diz ela. "Eu sei que o gosto é amargo, então vou engolir
rápido. E então vou dormir."
Sander Paulus pergunta se ela tem alguma dúvida.
"Sem dúvidas", diz Aurélia. "Estou pronta - pronta para viajar."
"Espero que você encontre o que está procurando", diz ele.
"Com certeza vou encontrar", responde Aurélia.
Aurélia Brouwers dá as costas a Sander Paulus e sobe as escadas. Logo
depois das 14h da sexta-feira, 26 de janeiro de 2018.
Conclusão

O assunto morte sempre é tema de interesse das pessoas, pois ainda não se
foi capaz de entendê-la satisfatoriamente. A vida após a morte é matéria estudada
por religiosos e só as pessoas de fé acreditam que isto possa ocorrer, pois,
cientificamente, não há como se comprovar este fato, relegando-o à mera crendice.
Em tempos primevos, matavam-se as pessoas que não tinham condições de se
sustentarem sozinhas, incluindo-se enfermos, velhos e crianças. Muitas dessas
pessoas, no entanto, com algum tratamento médico, mesmo os rudimentares da
época, poderiam se curar, ou mesmo, adquirir alguma qualidade de vida. No
entanto, esta chance não era conferida à maioria dos enfermos. O mundo evoluiu e,
assim, atualmente, é certo que o direito à cura será sempre oferecido ao doente.
Porém, há um limite, para se tentar lutar contra a morte.
Por outro lado, o valor da vida é desprezado no momento em que ela é
ilegitimamente tornada indisponível. Isto quer dizer que o indivíduo será obrigado a
viver contra a sua vontade, pois ele se transforma numa espécie de instrumento, do
qual o Estado se serve, a fim de que este venha a transferir para o seu âmbito a
liberdade do poder de decisão (viver ou morrer) do foro íntimo da própria pessoa,
uma vez que somente a ela cabe tal opção.
As pessoas não podem ser obrigadas a se sujeitarem em ter uma vida sem
dignidade, repleta de sofrimentos, sendo condenadas a viverem entrevadas em uma
cama, ligada a diversos aparelhos, até que a morte tenha piedade delas e as leve, o
que pode levar muito tempo. Não pode o Direito encarar a vida desta maneira
precária. É fato que a criminalização não impede a prática da eutanásia, quando
esta é requerida pelo doente ou por seu familiar, outrossim, facilita o favorecimento
de práticas clandestinas, executadas por médicos inescrupulosos, sem que tenha
havido a clara manifestação do consentimento do enfermo. A morte é um
acontecimento natural, e basta estar vivo, para se ter como certo que um dia ela
chegará
Bibliografia

RODRIGUES, Lucas de Oliveira. "Eutanásia"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/eutanasia.htm. Acesso em 04 de setembro
de 2021.

CRISTIANO, Antônio da Silva. “Eutanásia e suicídio assistido”, Meu Artigo.


Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/eutanasia-
suicidio-assistido-escolhas-feitas-com-fim-esperanca.htm. Acesso em 04 de
setembro de 2021.

Saiba onde a eutanásia é permitida e como e tratado o tema no Brasil


https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2014/11/Saiba-onde-a-
eutanasia-e-permitida-e-como-o-tema-e-tratado-no-Brasil-4634762.html acesso em
04 de setembro de 2021

Referencias

CABRAL, João Francisco Pereira. "Sobre o suicídio na sociologia de Èmile Durkheim"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/sobre-suicidio-na-sociologia-Emile-
durkheim.htm. Acesso em: 16 Nov. de 2019.
DOSSI, Alessandro de Araújo. EUTANÁSIA E SEUS ASPECTOS GERAIS E LEGAIS PERANTE A
LEI BRASILEIRA. 2017. Disponível em:
https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/docs/10102017_165528_alessandrodearaujodossi_ok.pdf.
Acesso em: 16 Nov. 2019.
FELIX, Zirleide Carlos et al. Eutanásia, distanásia e ortotanásia: revisão integrativa da
literatura. Ciência & saúde coletiva, v. 18, p. 2733-2746, 2013. Disponível em
https://www.scielosp.org/article/csc/2013.v18n9/2733-2746/. Acesso em: 16 Nov. 2019.
FRANCISCO, Susete. Os países que permitem a eutanásia. Diário de notícias. Disponível em:
https://www.dn.pt/portugal/os-paises-que-permitem-a-eutanasia-8959570.html. Acesso em: 16 Nov.
2019

KOVACS, Maria Julia. Bioética nas questões da vida e da morte. Psicol. USP, São Paulo , v.
14, n. 2, p. 115-167, 2003 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-65642003000200008&lng=en&nrm=iso. Acesso em 16 Nov. 2019.
MOLINARI, Mario. Eutanásia: análise dos países que permitem. (2013). Disponível em:
https://mariomolinari.jusbrasil.com.br/artigos/116714018/eutanasia-analise-dos-paises-que-permitem.
Acesso em: 16 Nov. 2019.

OLIVEIRA, Heriberto Brito de. et al. Ética e eutanásia. 2015. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/237760047_Etica_e_eutanasia. Acesso em: 16 Nov. 2019.

Você também pode gostar