Estudos entomologia geral

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Estudos entomologia geral

O êxito dos insetos como grupo que vem sobrevivendo há cerca de 300 milhões de anos é
devido ao fato de possuírem pelo menos seis principais vantagens, na luta incessante pela
sobrevivência: Capacidade de vôo, Adaptabilidade, Exoesqueleto, tamanho pequeno,
metamorfose e tipo especializado de reprodução.

Capacidade de vôo: Dotados de asas, puderam os insetos dispersar através do globo, e quando
as condições de um determinado local se tornam desfavoráveis, simplesmente alçam vôo em
busca de outro. O vôo lhes conferiu grandes vantagens sobre os animais presos à terra, como a
busca ativa de outro sexo para reproduzir-se, a procura de alimentos numa grande área, e a
fuga com êxito aos inimigos.

Adaptabilidade: A adaptabilidade a condições de vida tão extremas é outra vantagem que


nenhuma outra forma animal conseguiu. O seu regime alimentar é um exemplo da sua infinita
adaptabilidade, pois nutrem-se de substâncias às mais variadas e extravagantes que se possa
imaginar.

Exoesqueleto: O exoesqueleto funciona como uma armadura protetora contra choques,


compressão e esmagamento, tem proporcionado aos insetos uma segura proteção e grande
resistência, contra a penetração de microrganismos patogênicos, gases deletérios e água,
através do seu corpo, e ainda evitando a desidratação

Tamanho pequeno: O seu reduzido tamanho é uma vantagem para a sobrevivência, pois uma
migalha de alimento é um banquete, uma gotícula de água mata-lhe a sede, e uma pedrinha
no deserto proporciona-lhes sombra. Assim, muitos insetos ocupam minúsculos abrigos, onde
conseguem encontrar alimentação e proteção contra os seus inimigos.

Metamorfose: As metamorfoses são outra forma de garantir a sobrevivência, pois, durante as


múltiplas transformações para se tornarem adultos, são capazes de explorar diversas fontes de
alimentos, as quais variam do estágio de larva ao de adulto.

Tipo especializado de reprodução: Finalmente, os insetos alados são capazes de retardar a


fecundação de seus ovos, após a cópula, até encontrarem condições de vida favoráveis à sua
prole.

Filo Arthropoda

Corresponde a aproximadamente 80% do Reino Animal.

Principais Características:

• Pernas Articuladas: origem do nome do Filo (gr. Arthron = articulação; podes = pernas).

• Exoesqueleto: revestimento duro do corpo e respectivos apêndices, formando


principalmente por quitina, que é eliminada e renovada à medida que o animal cresce.

• Corpo segmentado: formado por uma série de segmentos (anéis ou metâmeros).

• Simetria bilateral: as metades do corpo cortado longitudinalmente por um plano vertical são
semelhantes entre si.
• Heteronomia: corpo c/ divisões distintas, formadas pela fusão ou não de grupos de
segmentos embrionários. Assim, o corpo apresenta-se dividido em cabeça, tórax e abdome.

• Aparelho circulatório dorsal.

• Sistema nervoso ventral.

Morfologia Externa: Cabeça

Apresenta os apêndices fixos (olhos composto e Ocelos) e os móveis (antenas e peças bucais).

• Epicranial. Na parte frontal da cabeça, em forma de um Y invertido; o ramo único denomina-


se sutura coronal e os ramos da bifurcação constituem as suturas frontais.

• Epistomal. Separa o Clípeo da fronte.

• Labro-clipeal. Separa o clípeo do lábio superior.

• Pós-genal. Uma de cada lado da cabeça, próximo às articulações das mandibulas.

• Oculares. Circundam os olhos compostos.

• Pós-ocular. Na parte inferior dos olhos até a base das mandibulas.

• Antenais. Circundam a base das antenas.

• Pós-antenal. Na base das antenas e orientam-se para as mandibulas.

• Occipital. Na parte posterior da cabeça.

• Pós-occipital. Atrás da occipital.

Antenas Todos os insetos adultos possuem um par de antenas (Díceros).

São apêndices sensoriais (olfato, audição, tato e gustação) e, desse modo, apresentam
inúmeras modificações e estruturas para desempenhar essas funções.

• Escapo. É o primeiro artículo, em geral o mais desenvolvido, e articula-se à cabeça por meio
de uma parte basal mais dilatada (bulbo).

• Pedicelo. É o segundo antenômero, geralmente curto, porém às vezes pode ser dilatado para
abrigar o órgão de Johnston (função auditiva).

• Flagelo. É formado pelos demais artículos, denominados de antenômeros.

Tipos de Antenas

• Filiformes. É as antenas encontradas nas esperanças, baratas etc.

• Clavada. È a antena típica das borboletas.

• Capitada. Encontrada em várias espécies de besouros, por exemplo, na broca-do-café


Hipotenemus hampei

• Imbricada. Ex: espécie de Calosoma (Carabidae).


• Fusiforme. Típica das espécies da família Hesperidae.

• Serreada. É a antena típica dos besouros da família Buprestidae Euchroma gigantea

• Denteada. Artículos com formação de dentes. Encontrada em alguns besouros.

• Estiliformes. Extremidade apical em forma de estilete. È a antena típica da família


Sphingidae.

• Plumosa. Flagelo c/ inúmeros pelos, assemelhando-se a uma pena. É a antena típica dos
machos de pernilongos.

• Flabelada. Expansões laterais em forma de lâminas ou folhas, como em algumas espécies de


besouros e de microimenópteros

• Setácea. Antenômeros diminuem de diâmetro da base para a extremidade da antena. È


comumente encontrada em gafanhotos e serra-paus.

• Furcada. Antenômeros disposto em dois ramos, tomando a forma da letra Y. É encontrada


nos machos de alguns microimenópteros.

• Pectinada. Artículos assemelhando-se a um pente. Comuns em mariposas, principalmente


nos machos. Pode ser também Bipectinada.

• Lamelada. Os três últimos antenômeros são expandidos lateralmente; juntos formam


lâminas que se sobrepõem. Antenas típicas dos besouros da família Scarabaeidae.

• Geniculada. Escapo longo; pedicelo e artículos dobrados em ângulos, assemelhando-se a um


joelho. Encontrado em formigas, abelhas, vespas e mamangavas.

• Aristada. Flagelo com um único artículo com uma cerda (pêlo) denominado arista. É antena
típica das moscas.

• Moniliforme. Antenas com antenômeros arredondados, semelhantes as contas de um colar.


Exemplo: Cupins.

• Composta. Formada pela combinação de uma antena geniculada (dobrada) com um outro
tipo, por exemplo, genículo-capitada, genículo-moniliforme.

Peças Bucais

• Labro ou Lábio Superior. É uma peça articulada ao epistoma. Pode movimentar-se para
baixo e para cima, com função de proteção e manutenção dos alimentos, que são triturados
pelas mandíbulas.

• Mandíbulas. Duas peças localizadas lateralmente ao labro. Têm função trituradora,


cortadora, moedora, perfuradora, modeladora e transportadora, além de defesa.

• Maxilas. Duas peças auxiliares das mandíbulas durante a alimentação. Cada maxila é
formada por várias peças, algumas c/ função tátil e gustativa ou função mastigadora.

• Lábio ou Lábio Inferior. Peça ímpar, constituída pela fusão de duas maxilas nos artrópodes
primitivos. Apresenta função tátil e de retenção de alimentos.
• Epifaringe. Localizada na parte interna ou ventral do labro. É constituída por uma dobra
recoberta por pêlos sensoriais, com função gustativa.

• Hipofaringe. Inserida junto ao lábio. Possui função gustativa, tátil e de canal salivar em
muitos insetos.

Classificação dos Aparelhos Bucais

• Mastigador

• Sugador Labial.

• Sugador Maxilar.

• Lambedor.

Aparelho Bucal nas fases Imaturas e Adultas

• Memorrincos. Aparelho bucal sugador labial ou picador sugador tanto na forma jovem como
no adulto.

• Menognatos. Aparelho bucal mastigador nas larvas e adultos.

• Metagnatos. Aparelho Bucal mastigador na fase larval e sugador maxilar (borboletas),


lambedor (abelhas) ou sugador labial (mosca, pernilongos) na fase adulta.

Direção das Peças Bucais

• Hipognata. Peças bucais dirigidas para baixo e cabeça vertical em relação ao eixo do corpo
(90º). Ex.: gafanhoto, baratas etc.

• Prognata. Peças bucais dirigidas para frente e cabeça horizontal em relação ao eixo do corpo
(180º). Ex.: Tesourinhas, cupins etc.

• Opistognata. Peças bucais dirigidas para baixo e para trás, formando um ângulo menor que
90º. Ex.: cigarras, percevejos, pulgas etc.

Morfologia Externa: Tórax

• É a segunda região do corpo do inseto e apresenta os apêndices locomotores (pernas e asas).

•O tórax está dividido em:

• Protórax - que está unido à cabeça,

• Mesotórax - é o mediano e

• Metatórax - é o terceiro e liga-se ao abdome.

Estrutura de uma perna

As partes constituintes de uma perna de inseto são:

• Coxa. Normalmente curta e grossa; articula-se ao tórax por meio da cavidade coxal.
• Trocanter. Segmento curto entre a coxa e o fêmur.

• Fêmur. Parte mais desenvolvida; fixa-se ao trocanter e às vezes diretamente à coxa,


deslocando o trocanter lateralmente.

• Tíbia. Segmento delgado e quase tão longo quanto o fêmur; pode apresentar espinhos e
esporões

Tarsos

Tarso. Porção articulada, constituída por articulos denominados tarsômeros, que variam de 1 a
5. De acordo c/ o número de tarsômeros, os insetos podem ser agrupados em:

Homômeros. Mesmo número de tarsômeros nos 3 pares de pernas. Os insetos homômeros


podem ser monômeros, dímeros, trímeros, tetrâmeros e pentâmeros.

Podem ser ainda criptotetrâmeros quando aparentam ter apenas 3 tarsômeros, mas na
realidade possuem 4, pois o 3º articulo fica entre o 2º e o 4º, e criptopentameros quando o o
4º tarsômero está oculto entre o 3º e o 5º, aparentando apenas 4 articulos em vez de 5.

Heterômeros. Diferente número de tarsômeros em pelo menos um par de pernas, como nas
fórmulas tarsais: 3-5-5, 4-5-5, 5-4-4, 5-5-4.

Pós-tarso. Parte distal da perna, também chamado de pré-tarso. As garras tarsais são
estruturas presentes na extremidade apical de todas as pernas. Entre as garras pode haver
uma expansão membranosa, que é oarólio.

Tipos de pernas

Ambulatórias. Sem modificação especial em nenhuma de suas partes; é o tipo fundamental,


próprio de quase todos os insetos, e são adaptadas para andar ou correr. É o tipo de pernas
das baratas, moscas, muitos besouros, borboletas, mariposas, formigas etc.

Saltadoras ou saltatórias. Pernas posteriores dos gafanhotos, grilos, esperanças, pulgas e


alguns besouros. Fêmur e tíbia bastante desenvolvidos e alongados, funcionando como uma
alavanca que impulsiona o inseto para frente.

Nadadoras ou natatórias. Pernas de insetos de hábito aquático, com adaptações mais


acentuadas nos tarsos posteriores, que assumem a forma de remo. Fêmur, tíbia e tarso
achatados e geralmente com as margens providas de pêlos que auxiliam a locomoção na água.
É o tipo de pernas das baratas-d’água e besouros aquáticos.

Preensoras. Fêmur desenvolvido com um sulco, onde se aloja a tíbia recurvada. Servem para
apreender outros animais, inclusive outros insetos, entre o fêmur e a tíbia. É o primeiro par de
pernas das baratasd’água.

Raptadoras ou raptatórias. Fêmur e tíbia possuem perfeita adaptação, além de numerosos


espinhos e dentes que auxiliam na apreensão das presas, geralmente outros insetos. São as
pernas anteriores dos louva-a-deus.
Fossoriais ou escavadoras. Tarso modificado em digitus (nas paquinhas) ou tíbia em forma de
lâmina larga e denteada (nos escaravelhos) para escavar o solo.

Escansoriais. Tíbia, tarso e garra tarsal com formação típica para agarrar o pêlo (ou cabelo) do
hospedeiro, para a sua fixação. São os três pares de pernas dos piolhos hematófagos.

Coletoras. Servem para recolher e transportar grãos de pólen. Primeiro segmento do tarso
bastante desenvolvido, provido de pêlos, a superfície externa da tíbia é lisa e com longos pêlos
nas laterais, formando uma espécie de “cesto” para o transporte do pólen. É o terceiro par de
pernas das abelhas.

Adesivas. Alguns tarsômeros das pernas anteriores são dilatados e pelosos, formando uma
“ventosa”. São as pernas anteriores dos machos de algumas espécies de besouros aquáticos,
que auxiliam sua fixação durante a cópula.

Asas

-Costal (C). Marginal sem ramificações;

-Subcostal (Sc). Logo abaixo da C, pode ramificar-se (Sc1 e Sc2);

-Radial (R). Bifurca-se em um ramo indiviso R1 e num segundo ramo (setor radial – Rs) que se
divide, e cada bifurcação divide-se novamente,originando-se 4 ramos terminais: R2, R3, R4 e
R5;

-Medianas (M). Situadas abaixo das radiais, iniciando-se no meio da asa, denominadas M1,
M2, M3 e M4.

-Cubital (Cu). Birfuca-se em Cu1 e Cu2.

Anais (A). Não ramificadas, percorrem a parte inferior da asa (região anal)

Estruturas de acoplamento

Jugo. Projeção do lobo jugal da asa anterior, que se encaixa na margem costal da asa posterior,
permanecendo presa entre o jugo e a margem anal da asa anterior. Ex.: algumas espécies de
mariposas.

Frênulo. Cerda ou várias cerdas inseridas no ângulo umeral da asa posterior, que se prende à
asa anterior por um tufo de cerdas, chamado de retináculo. Nos machos, o frênulo é
constituído por uma única cerda, e nas fêmeas por 2 ou 3 cerdas. Ex.: muitas espécies de
mariposas.

Hâmulos. Diminutos ganchos da parte mediana da margem costal da asa posterior, que se
prendem na margem anal da asa anterior. Ex.:abelhas e mamangavas.

Amplexiforme. Nas borboletas, o acoplamento das asas não é feito por estruturas, mas pela
expansão da região do ângulo umeral da asa posterior sobre a qual se apoia a região anal da
asa anterior.
Tipos de asas

Membranosa. Asa fina e flexível com as nervuras bem distintas. A maioria dos insetos
apresenta o par posterior das asas desse tipo.

Hemiélitro. Asa anterior de percevejos, com a parte basal dura (cório) e apical flexível
(membrana) onde estão as nervuras

Tégmina. Asa anterior de aspecto pergaminhoso ou coriáceo e normalmente estreita e


alongada. Ex. barata, louva-adeus, gafanhotos, grilos etc.

Élitro. Asa anterior dura, que recobre a asa posterior do tipo membranosa. Ex.: besouros e
tesourinhas.

Balacins ou halteres. Asas metatorácicas atrofiadas que possuem função de equilíbrio.

Pseudo-halteres. Asas anteriores atrofiadas. Provavelmente, originaram-se de élitros. Ex.


machos da ordem Strepsiptera.

Franjada. Asas com longos pelos nas laterais. Ex.: tripes, microlepidópteros e
microimenópteros.

Morfologia Externa: Abdome

• É a terceira região do corpo dos insetos, que se caracteriza pela segmentação típica,
simplicidade de estrutura e ausência geral de apêndices locomotores.

• Embriologicamente nunca ocorre mais de 12 segmentos abdominais ou urômeros.

• Apesar da sua aparência simplificada, o abdome é uma região altamente especializada, que
contém as principais vísceras; também essa é a região onde ocorrem os movimentos
respiratório.

Características dos segmentos abdominais

•Segmentos pré-genitais ou viscerais. Urômeros I a VII (fêmeas) e I a VIII (machos), muitos


semelhantes entre si. O primeiro urômero está, em geral, amplamente unido ao metatórax,
porém em alguns himenópteros (vespas, formigas) o primeiro urômero (propódeo ou epinoto)
está fundido ao metatórax, e o segundo e terceiro urômero formam uma constrição
(pedúnculo ou pecíolo).

•Segmentos genitais. Urômeros VIII e IX (fêmeas) e IX (machos), principalmente. Estão


associados às estruturas genitais. Nas fêmeas da maioria dos lepidópteros, a abertura para a
cópula localiza-se ventralmente no urômero VIII e o orifício de postura no urômero IX-X.

•Segmentos pós-genitais. X e XI urômeros. Em alguns casos é difícil a separação desses


segmentos, devido à fusão que pode haver entre eles. Os apêndices presentes no 10º
segmento são denominados pigópodos, por exemplo, as pernas anais das lagartas e de
algumas larvas.
Tipos de abdome

•Séssil ou aderente. Abdome liga-se ao tórax em toda a sua largura. Ex: baratas, gafanhotos,
besouros etc.

•Livre. Constrição pouco pronunciada na união do abdome com o tórax. Ex: moscas, abelhas,
borboletas etc.

•Pedunculado. Constrição acentuada no 2º ou 2º e 3º segmentos abdominais; o 1º segmento


abdominal está fundido ao metatórax. Ex: formigas e vespas.

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