Prof - Severeino-15 04 23-Lacan

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CLÍNICA PSICANALÍTICA:

JACQUES LACAN

Prof. Severino Claudio do Espírito Santo


✓ 1901: Nasce em Paris, no dia 13 de abril, Jacques-Marie Émile Lacan,
primeiro filho de uma próspera família católica.
✓ 1907: Nascimento de seu irmão, Marc-Marie, que mais tarde entrará
para a ordem dos beneditinos como o nome de Marc-François.
✓ 1919: Matricula-se na faculdade de medicina. Paralelamente estuda
literatura e filosofia, aproximando-se dos surrealistas.
Biografia ✓ 1928: Trabalha como interno da Enfermaria Especial para alienados da
Chefatura de Polícia, dirigida por Gaëtan Gatian Clérambault, que mais
tarde reconhecerá como seu único mestre na psiquiatria.
✓ 1931: Após examinar Marguerite Pantaine, que havia tentado
assassinar a atriz Huguette Duflos, escreve sobre o episódio
(conhecido como "Caso Aimée") uma monografia que está na gênese
de sua tese de doutorado.
✓ 1932: Inicia sua análise com Rudolf Loewenstein. Defende a sua tese de
doutorado, Da psicose paranoica em suas relações com a
personalidade.
✓ 1934: Casa-se com Marie-Louise Blondin, com quem terá três filhos.
Caroline (1937), Thibault (1939) e Sybille (1940).
✓ - 1936: Sua comunicação sobre o estádio do espelho, durante
congresso da Associação Internacional de Psicanálise (IPA) em
Marienbad, é interrompida no meio por Ernest Jones, discípulo e
biógrafo de Freud.
✓ 1938: Inicia relações com Sylvia Bataille, ex-mulher do escritor e
filósofo Georges Bataille. Torna-se membro da Sociedade Psicanalítica
de Paris (SPP).
✓ 1941: Separa-se de Marie-Louise. Nasce Judith Sophie, filha de Lacan
com Sylvia.
✓ 1951: Sua técnica de sessões curtas gera controvérsias na SPP. Dá
Biografia início aos Seminários, uma série de apresentações orais que
constituirão o núcleo de seu trabalho teórico.
✓ 1953: Em meio à crise na SPP, faz conferências fundamentais como "O
mito individual do neurótico" (em que utiliza pela primeira vez a
expressão Nome do Pai), "O real, o simbólico e o imaginário" (que
coloca suas teorias sob o signo do "retorno a Freud") e "Função e
campo da palavra e da linguagem em psicanálise" (pronunciada em
Roma). Deixa a SPP junto com Daniel Lagache, Françoise Dolto e outros
40 analistas. Funda a Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP). Realiza
o seminário Os escritos técnicos de Freud, primeiro a ser registrado
por estenotipista, possibilitando posterior publicação.
✓ - 1963: A IPA admite a filiação da SFP.
✓ 1964: Lacan funda a Escola Freudiana de Paris (EFP) com antigos alunos
como Françoise Dolto, Maud e Octave Mannoni, Serge Leclaire,
Moustapha Safouan e François Perrier.
✓ 1966: Publicação de Escritos e criação da coleção Campo Freudiano,
dirigida por Lacan.
Biografia ✓ 1967: Propõe a criação do "passe", dispositivo regulador da formação
do analista.
✓ 1968: Lançamento da revista Scilicet, do Campo Freudiano.
✓ 1973: Publicação da transcrição do Seminário XI, Os quatro conceitos
fundamentais da psicanálise, realizado em 1964. A partir daí, os
seminários passam a ser editados segundo esse procedimento.
Caroline morre num acidente de automóvel.
✓ 1975: Lançamento de Ornicar?, boletim do Campo Freudiano.
✓ 1980: Anuncia a dissolução da EFP e funda em outubro a Escola da
Causa Freudiana.
✓ 1981: Morre em Paris no dia 09 de Setembro.
01 – Jacques Lacan – O seminário – Livro 1 – Os escritos técnicos de Freud (1953-54)
02 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 2. O eu na teoria de Freud e na técnica da
psicanálise (1954-55)
03 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 3. As psicoses
04 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 4. A relação de objeto (1956-57)
05 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 5. As formações do inconsciente (1957-58)
(1955-56)
06 – LACAN, Jacques. O seminário. O desejo e sua interpretação (1958-59)
07 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 7. A ética da psicanálise (1959-60)
08 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 8. A transferência (1960-61)
09 – Jacques Lacan – O Seminário – Livro 9 – A Identificação (1961-62)
10 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 10. A angústia (1962-63)
11 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 11. Os quatro conceitos fundamentais da
psicanálise (1964)
Seminários 12 – Jacques Lacan – O Seminário – Livro 12 – Problemas cruciais para a psicanálise
(1964-65)
13 – LACAN, Jacques. O seminário. El objeto del psicoanálisis (1965-66)
14 – Jacques Lacan – O Seminário – Livro 14 – A lógica do fantasma (1966-67)
15 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 15. O ato psicanalítico (1967-68)
16 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 16. De um Outro ao outro (1968-69)
17 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 17. O avesso da psicanálise (1969-70)
18 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 18. De um discurso que não fosse semblante
(1971)
19 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 19. …ou pior (1971-72)
19 – LACAN, Jacques. O seminário. O saber do psicanalista (1971-72)
20 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 20. Mais, ainda (1972-73)
21 – Os não tolos erram – os nomes do pai 1973-1974 – Seminário Livro 21 – Jacques
Lacan
22 – Jacques Lacan – O seminário – Livro 22 -RSI
23 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 23. O sinthoma (1975-76)
24 – LACAN, Jacques. O seminário. Lo no sabido que sabe de la una-equivocación se
ampara en la morra (1976-77)
Seminários 25 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 25. El momento de concluir (1977-78)
26 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 26. La topología y el tiempo (1978-79)
27 – LACAN, Jacques. O seminário, livro 27. Disolución (1980)
Não Dar para Ler Lacan? "Um Mito"
Lacan nos ajudou a precisar instrumentos para ler o mundo e esquadrinhar
as diversas posições discursivas e os produtos dessas posições. Colocando de
outra forma: temos 4+1 (uma formação matemática das mais privilegiadas na
álgebra lacaniana), aliás, estruturações discursivas que foram sendo construídas ao
longo de décadas de sua transmissão: discurso do mestre, da histérica, da
universidade, do capitalista, do analista. De maneira bem sucinta, podemos pensar
que circulamos entre variados e abundantes discursos de mestria e saberes
universalizantes, passamos por sua mercantilização ou eventual interrogação e,
quem sabe, forjamos uma posição a partir da qual podemos analisá-los.

(Apostila GAIO)
Os Fundamentos da Clínica Psicanalítica
Lacaniana

Simbólico

Imaginário

Real

Nó Borromeano
Na psicanálise lacaniana, o sujeito é visto
Alienação na Psicanálise como produto do discurso do outro, sendo
que esse discurso rodeia a criança antes
Lacaniana mesmo que ela nasça e dá forma a seus
desejos e suas fantasias.

Sujeito do Inconsciente
A linguagem é definida na psicanálise lacaniana como uma
estrutura que antecede o sujeito no meio onde ele se
desenvolve. Essa concepção de linguagem está ligada à
influência de Freud e Saussure.
Para Lacan, o sintoma só é concebível na
estrutura da linguagem. A
sobredeterminação nada mais é do que a
articulação das cadeias significantes ao se
decifrar o sintoma, isto é, ao fazer deslizar
e desdobrar os significantes recalcados
que a ele estão ligados. Nessa dimensão,
o processo de análise é o processo de
Sintoma e a Interpretação: deciframento da articulação significante,
que se dá no desdobramento e no
Lacan desenrolar das cadeias de associação de
significantes. A associação livre, regra de
ouro da psicanálise, faz-se pela via do
significante, e não do significado. Para se
chegar ao significado, o que importa é o
lugar do significante em relação a um
outro significante.
A Tríade
O inconsciente é a trama tecida
um evento na análise, uma das pelo trabalho da
imagens através das quais a repetição significante, ou, mais
experiência se apresenta. Nem Sintoma Inconsciente exatamente, o incons ciente é
todas as experiências analíticas uma cadeia virtual de
são sintomas, mas todo sintoma acontecimentos ou "dize res"
que se manifesta no correr da que sabe atualizarse num "dito"
análise constitui uma oportuno, que o
experiência analítica sujeito diz sem saber o que está
dizendo.
Gozo

O gozo é a energia do inconsciente quando o energia do inconsciente trabalha, isto é, quando o inconsciente está
inconsciente ativo — e ele o está constantemente —, assegurando a repetição e se externalizando sem parar em produções
psíquicas (Si), como o sintoma ou qualquer outro aconetecimento significante
Sintoma
O sintoma segundo J D Násio possui 3 características:

1 a maneira como o paciente enuncia seu sofrimento, os detalhes


inesperados de seu relato e, em particular, suas palavras ditas de
improviso.

é a teoria formulada pelo analisando para compreender seu mal-


estar, pois não há sofrimento na análise sem que a pessoa se
pergunte por que está sofrendo. 2
3 O Analista faz parte do sintoma
esse sofrimento que me é imposto, é sempre a expressão involuntária
Ele constitui o fator que favorece Um dado sintoma representa fora da minha vontade, é Um de um ser falante Um gesto
acontecimento dentre outros que qualquer só será significante se for
a instalação e odesenvolvimento algo para aquele que sofre e e, lhe estão rigorosamente ligados, um um gesto desajeitado e imprevisto,
da transferência. às vezes, para aquele que escuta acontecimento que, ao contrário do executado fora de qualquer
signo, não tem sentido. intencionalidade e saber consciente.

Signo Significante

é desprovido de sentido, não na qualidade de acontecimento


um signo é aquilo que ocorre um evento doloroso e significa nada e, portanto, não entra significante, não invoca, pois, nem
representa algo para alguém surpreendente na alternativa de ser explicável ou uma suposição do analisando, nem
inexplicável uma construção do psicanalista.
Inconsciente
1 O INCONSCIENTE é, na inconsciente verdade, a ordem de um saber que o SUJEITO
VEICULA, MAS IGNORA.

O SIGNIFICANTE salta de um sujeito para outro, de tal sorte que a sequência repetitiva, a
cadeia dos significantes, ou seja, a ronda ordenada dos elementos já repetidos ou por se
repetir 2
3 O INCONSCIENTE é a trama tecida pelo trabalho da repetição significante, ou, mais
exatamente, o inconsciente é uma cadeia virtual de acontecimentos ou "dizeres" que sabe
atualizar-se num "dito" oportuno, que o sujeito diz sem saber o que está dizendo.
Gozo
1 O GOZO FÁLICO corresponderia à energia dissipada durante a descarga parcial, tendo
como efeito um alívio relativo, UM ALÍVIO INCOMPLETO DA TENSÃO INCONSCIENTE.

O MAIS-GOZAR, corresponderia ao gozo que, em contrapartida, permanece retido no


interior do sistema psíquico, e cuja saída é impedida pelo falo. 2
3 O GOZO DO OUTRO, estado fundamentalmente hipotético que corresponderia à situação
ideal em que a tensão fosse totalmente descarregada, sem o entrave de nenhum limite.
Dois Princípios Básicos

O inconsciente é um
saber estruturado
como uma
Não existe relação
linguagem
sexual

“Esses dois princípios parecem-me fundamentais, porque


definem toda uma maneira de pensar a análise.”
(JD Násio)

Borromeano
Diferença entre Lacan e Freud

A clínica freudiana foi relida por Lacan tanto como clínica da angústia, como clínica da
falta no Outro, ou ainda, como a clínica da transferência. Observa-se, que a razão do
sujeito procurar um analista, está no fato de ele supor que o analista saiba sobre sua falta,
saiba sobre a causa de seu sofrimento. Devido ao sujeito supor que o outro tenha o que
lhe falta, a clínica freudiana pode ser nomeada como clínica da transferência, na medida
em que o analista ocupará o lugar de saber sobre a falta.
Diagnóstico, Psicopatologia e
Psicanálise de Orientação
Lacaniana

Existe uma psicopatologia


psicanalítica?

Há uma especificidade do
diagnóstico feito em psicanálise?
Dúvidas?

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