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PROJUDI - Processo: 0000825-68.2009.8.16.0078 - Ref. mov. 64.

1 - Assinado digitalmente por Talita Betiati de Oliveira:50561


18/06/2019: CONCEDIDO O PEDIDO . Arq: Decisão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DE CURIÚVA
VARA CÍVEL DE CURIÚVA - PROJUDI
Rua Edmundo Mercer, 94 - Fórum - Curiúva/PR - CEP: 84.280-000 - Fone: (43) 3545-1404 - E-mail:
nefe@tjpr.jus.br

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJYCY RW3QE FVTWJ L9DNY


Autos nº. 0000825-68.2009.8.16.0078

Processo: 0000825-68.2009.8.16.0078
Classe Processual: Busca e Apreensão
Assunto Principal: Busca e Apreensão
Valor da Causa: R$82.185,95
Requerente(s): UNIÃO ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS S/C LTDA
Requerido(s): JOÃO MARIA JUZ MAINARDES

Vistos.

Trata-se de cumprimento de sentença apresentado por UNIÃO ADMINISTRADORA DE


CONSÓRCIOS S/C LTDA em face de JOÃO MARIA JUZ MAINARDES.

O executado, JOÃO MARIA JUZ MAINARDES, foi condenado ao pagamento de R$ 13.081,72,


acrescido de correção monetária pela variação INPC, mais juros de mora de 01% ao mês (seq. 1.1).

Na seq. 1.1 – fls. 247/249 a parte exequente requereu pelo cumprimento de sentença.

Foi dado início ao cumprimento de sentença na seq. 1.1 – fls. 255.

A exequente levantou o valor de R$ 10.498,71 referente ao depósito que o executado tinha feito nos
autos no dia 08/01/2009.

A executada apresentou impugnação ao cumprimento de sentença na seq. 8.1.

Decisão de seq. 19.1 rejeitou a impugnação ao cumprimento de sentença, tendo em vista a


intempestividade da mesma.

Na seq. 40.1 foi apresentada exceção de pré-executividade, oportunidade em que o executado


alegou excesso na execução, informando que o valor depositado no ano de 2009, devidamente atualizado,
seria suficiente para o pagamento do débito.

A exequente se manifestou acerca da exceção de pré-executividade (seq.52.1).

Vieram os autos conclusos.

É o relatório. Decido.

A exceção de pré-executividade ou, nas palavras de Pontes de Miranda, objeção de


pré-executividade, é incidente apropriado para o executado arguir matérias cognoscíveis de ofício ou que
independam de dilação probatória, conforme ressalta Humberto Theodoro Júnior: “O que se reclama para
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permitir a defesa fora dos embargos do devedor é versar sobre questão de direito ou de fato
documentalmente provado.” (Curso de direito processual civil, 41. ed., Rio de Janeiro, Forense, 2007, p.
459).

Assim, considerando que as matérias suscitadas pela parte excipiente não demandam dilação

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probatória, conheço da exceção de pré-executividade.

Sustenta a parte excipiente a ausência de crédito a ser executado, tendo em vista que utilizando-se
da faculdade contida no §2º do artigo 3º do Decreto 911/1969, pagou a integralidade da dívida pendente
depositando em juízo o exato valor apresentado pelo credor fiduciário (ora exequente) na inicial, conforme se
constata dos anexos documentos.

Assiste razão a parte excipiente.

Através de uma breve análise dos autos foi possível constatar que a sentença transitada em julgado
no dia 18 de junho de 2016 foi clara ao condenar o executado em R$ 13.081,72, acrescido de correção
monetária pela variação INPC, mais juros de mora de 01% ao mês além das despesas judiciais e
honorários.

Ainda, determinou que após a atualização do valor depositado em juízo, em sendo maior que o
valor final deverá a diferença ser devolvida ao requerido e, sendo este menor deverá complementa-lo.

Ocorre que, foi dado início ao cumprimento de sentença sem ao menos atualizar o valor de R$
10.498,71 depositado pelo executado no dia 08/01/2009, para apreciar a necessidade da execução.

Vejamos os extratos abaixo:


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Podemos ver através dos extratos juntados acima que o valor depositado pelo excipiente no dia
08/01/2009 na quantia de R$ 10.498,71 devidamente atualizado até o transito em julgado da sentença
ocorrido em 18 e junho de 2016, totalizava o valor de R$ 17.341.31, valor este superior ao da condenação,
qual seja o de R$13.081,72.

Ainda, não menos importante, esclareço que o alvará fora levantado no dia 22/05/2017, totalizando o
valor de R$18.783,45, tendo sido levantado, aproximadamente, cinco mil reais há mais do que lhe era
devido.

Desta forma, de acordo com a fundamentação supra, não era necessário ter dado início ao
cumprimento de sentença, vez o que o valor depositado em 2009 seria suficiente para quitação do débito.

Assim sendo, ACOLHO a exceção de pré-executividade e declaro nulo o cumprimento de


sentença, tendo em vista a ausência de crédito a ser executado.

Ainda, determino que a parte excepta, no prazo de 15 (quinze) dias devolva o valor excedente a R $
13.081,72, qual seja R$ 5.701,73, acrescido de correção monetária pela variação INPC, mais juros de mora
de 01% ao mês, desde o levantamento do saldo (22/05/2017) até a data da presente decisão.

Não sendo devolvido o valor indicado no prazo legal, defiro desde já a penhora de ativos financeiros
na conta da excepta.

No que diz respeito às custas processuais e honorários advocatícios arbitrados na sentença de seq.
1.1 informo que os mesmos serão pagos com o valor a ser devolvido pela excepta.

Condeno a parte exequente/excepta ao pagamento das despesas processuais e honorários


advocatícios, que restam fixados em 10% sobre o valor da causa, diante do acolhimento da presente
exceção, consoante entendimento do STJ (REsp 1051393; REsp 1134076; REsp 1074400).
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P.R.I.

Curiúva, nesta data.

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TALITA GARCIA BETIATI

Juíza de Direito

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