Versão Final - Merged - C - Capa
Versão Final - Merged - C - Capa
Versão Final - Merged - C - Capa
Aplicação de Ferramentas
de Contabilidade de Gestão na Restauração
Estudo de caso - Restaurante Calhau
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
setembro | 2023
Aplicação de Ferramentas
de Contabilidade de Gestão na Restauração
Estudo de caso - Restaurante Calhau
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ORIENTAÇÃO
Cátia Nunes Malheiros Ferreira
COORIENTAÇÃO
Conceição Ilda da Silva Gomes
Resumo
A gestão de processos ligados à produção e serviços de alimentação desempenha um
papel essencial nos negócios ligados ao sector da restauração. Este trabalho aborda os
desafios da alimentação e bebidas (A&B) e tem como objetivo demonstrar a utilidade das
ferramentas de gestão de A&B no dia a dia de um gestor. A gestão de alimentação e
bebidas é uma parte essencial de qualquer negócio hoteleiro que envolva restauração, e
uma abordagem eficaz permite melhorar os resultados e aumentar a satisfação do cliente.
Contudo, a bibliografia é extensa e não é clara em muitos aspetos, fazendo com que muitos
proprietários de negócios enfrentem desafios na implementação de estratégias efetivas de
gestão de alimentação e bebidas. Iremos apresentar um estudo de caso ilustrando
diferentes ferramentas de gestão de alimentação e bebidas que podem ser utilizadas no
setor hoteleiro. Paralelamente será efetuado um levantamento de alguns indicadores
financeiros da empresa de forma a compreender a saúde financeira da empresa e
subsequentemente a eficácia das estratégias de gestão de A&B apresentadas. As
ferramentas de gestão de alimentação e bebidas abordadas neste estudo apresentam
dados que enriquecem o processo de tomada de decisão. Estas abordagens podem ser
replicadas em outros casos de estudo, no entanto as conclusões podem ser distintas uma
vez que os resultados não dependem de técnicas, mas sim do enquadramento
socioeconómico e sociocultural de cada caso.
Palavras-chave:
i
ii
Abstract
The management of processes linked to food production and services plays an essential
role in businesses linked to the restaurant sector. This work addresses the challenges of
food and beverages (F&B) and aims to demonstrate the usefulness of F&B management
tools in a manager's daily life. Food and beverage management is an essential part of any
hotel business involving catering, and an effective approach allows you to improve results
and increase customer satisfaction. However, the literature is extensive and unclear in
many aspects, causing many business owners to face challenges in implementing effective
food and beverage management strategies. We will present a case study illustrating
different food and beverage management tools that can be used in the hospitality sector. At
the same time, a survey of some of the company's financial indicators will be carried out in
order to understand the company's financial health and subsequently the effectiveness of
the F&B management strategies presented. The food and beverage management tools
covered in this study present data that enrich the decision-making process. These
approaches can be replicated in other case studies. However, the conclusions may be
different since the results do not depend on techniques but on the socioeconomic and
sociocultural context of each case.
Keywords:
financial analysis; food and beverage management; F&B tools; decision making; food and
beverage strategic management accounting tools; letter performance analysis
iii
iv
Índice
Resumo ........................................................................................................................... i
Abstract........................................................................................................................... iii
1. Introdução ................................................................................................................... 1
v
4.3.3 Práticas revenue management ........................................................................ 42
5. Metodologia .............................................................................................................. 47
7. Conclusão ................................................................................................................ 93
8. Bibliografia................................................................................................................ 95
vi
Índice de Figuras
Figura 1 - Caraterização empresas CAE - 56 por dimensão 2021, Fonte: Banco de Portugal
............................................................................................................................................. 3
Figura 2 - Número de empresas por idade (2021), Fonte: Banco de Portugal.................... 4
Figura 3 - Representação quadrantes Matriz de Miller Fonte: Própria .............................. 34
Figura 4 - Representação quadrantes Matriz de Kasavana e Smith Fonte: Própria ......... 37
Figura 5 - Representação quadrantes Matriz de Pavesic Fonte: Própria .......................... 39
Figura 6 - Resumo da Investigação Fonte: Própria ........................................................... 49
Figura 7 - Organograma estabelecimento em estudo Fonte: Própria ............................... 51
Figura 8 - Planta Restaurante Fonte: Restaurante "O Calhau" ......................................... 52
Figura 9 - Sala interior Fonte: Própria ............................................................................... 53
Figura 10 - Esplanada Fonte: Própria................................................................................ 53
Figura 11 - Modelo ilustrativo ficha técnica Fonte: Própria................................................ 57
Figura 12 - Distribuição custos fixos com base na faturação. Fonte: Própria ................... 59
Figura 13 - Dados base para cálculo do RevPASH e ProPASH Fonte: Própria ............... 88
vii
viii
Índice de Quadros
ix
x
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Principais indicadores financeiros setor Restauração (CAE-56) Fonte: Banco de
Portugal ............................................................................................................................... 5
Tabela 2 - Resumo das leis de Omnes Fonte: Própria...................................................... 29
Tabela 3 - Tipos de análises para o estudo das cartas de restaurantes Fonte: Ozdemir
(2012) ................................................................................................................................ 32
Tabela 4 - Tabela com cálculo de variáveis utilizadas nas matrizes de engenharia da carta
Fonte: Própria .................................................................................................................... 33
Tabela 5 - Tabela Classificação cada item em Alto/Baixo Fonte: Própria ......................... 34
Tabela 6 - Tabela resumo de medidas de otimização sugeridas por LeBruto et al.(1995)
Fonte: Própria .................................................................................................................... 38
Tabela 7 - Principais indicadores financeiros da empresa em estudo Fonte: Dados empresa
........................................................................................................................................... 54
Tabela 8 - Categorização da carta do Restaurante Fonte: Própria ................................... 56
Tabela 9 - Estrutura de Custos Fonte: (Própria)................................................................ 58
Tabela 10 - Análise Ponto de Equilíbrio Multiproduto em Quantidade vendidas Fonte:
Própria ............................................................................................................................... 61
Tabela 11 - Ponto de Equilíbrio Multiproduto abordagem de Kim (2015) Fonte: Própria .. 63
Tabela 12 - Análise RevPASH e ProPASH Fonte: Própria ............................................... 89
xi
xii
Lista de Abreviaturas
A&B – Alimentação e Bebidas
CF – Custos fixos
CV – Custos variáveis
FC – Food cost
GV – Goal-value
KG – Quilograma
L – Litro
MC – Margem de contribuição
PE – Ponto de equilíbrio
xiii
Qv – Quantidade vendida
RM – Revenue Management
Un. - Unidade
xiv
CAPÍTULO 1
Capítulo 1
1. Introdução
Com base no crescimento do setor hoteleiro e da restauração nos últimos anos cada vez
mais é importante aprofundar temas ligados à área. A gestão de alimentação e bebidas
(A&B), também conhecida como food and beverage (F&B) em inglês, desempenha um
papel fundamental no sucesso financeiro dos estabelecimentos. Para garantir o
desempenho e a eficiência desses negócios, a contabilidade de gestão e a gestão de F&B
são áreas que se complementam e se mostram indispensáveis no dia a dia de um gestor.
Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância dessas duas
áreas da gestão através dos temas mais relevantes de cada uma.
Dentro do objetivo deste trabalho destacam-se diversos tópicos relevantes, entre esses
tópicos, é importante dar destaque à contabilidade de custos, métodos de custeio, margem
de contribuição, ponto de equilíbrio, relação custo-volume-lucro e análises baseadas em
matrizes. Esses aspetos desempenham um papel crucial na análise da gestão de
restaurantes pois permitem compreender a dinâmica financeira e operacional do negócio.
Para abordar a contabilidade de gestão, é essencial realizar um levantamento preciso dos
custos, distinguindo-os entre custos fixos e variáveis. Essa distinção proporciona uma
compreensão aprofundada de aspetos específicos do setor da restauração auxiliando
ainda na interação entre a contabilidade de gestão e a análise financeira tendo como
objetivo o sucesso e a eficiência dos estabelecimentos de F&B.
Por sua vez, a gestão de F&B é responsável por todo o processo de produção, distribuição
e serviço dos produtos, abrangendo o controlo de custos, a definição de preços e o ciclo
de serviço. Na revisão de literatura, são abordados tópicos como o controlo de custos,
fichas técnicas, compras e armazenamento, distribuição, definição de preços, ciclo de
serviço, gestão das vendas, análise de desempenho e práticas de revenue management
(RM).
1
CAPÍTULO 1
Desta forma o objetivo deste estudo passa por exemplificar e demonstrar a utilidade das
técnicas de gestão de alimentação e bebidas através de uma revisão de literatura
abrangente e subsequentemente aplicação num caso de estudo real.
2
CAPÍTULO 2
Capítulo 2
Dentro das muitas atividades, a restauração é uma das mais essenciais com enorme
impacto para o crescimento económico.
O tecido empresarial português em 2020 era constituído por 90% de pequenas e médias
empresas (PME) (1 314 944), e 10% por grandes empresas (1 312) (Pordata, 2020). A
estatística do setor da restauração em Portugal está frequentemente ligada ao setor do
alojamento, sendo este o principal entrave ao acesso de informação. Através da
segmentação dos dados consoante o código de atividade económica (CAE) que têm por
início 56, 56-Restauração e similares, foi possível perceber que em 2021 este setor possuía
36 506 empresas estando subdivididas como apresentado na figura 1:
Pequena Empresas
11%
Microempresas
88%
3
CAPÍTULO 2
O setor da restauração tem vindo a crescer nos últimos anos. Em 2021 este setor gerou
7mM de euros de receita e possuía 201 427 pessoas ao serviço. Este é um setor com uma
liquidez superior a 1, o que demonstra através deste indicador que é um setor estável e
capaz de satisfazer as suas obrigações a curto prazo. Ainda assim, este setor possui uma
taxa de mortalidade elevada nos primeiros anos de vida, sendo que em 2021 o número de
empresas que encerraram foi superior ao número de empresas que abriram apresentando
um saldo negativo de 772 empresas. Quanto à caraterização das empresas existentes e
face ao elevado número de empresas a encerrar é importante observar a idade média das
empresas, dados que podemos observar na figura 2.
De 11 a 20 anos
17% De 6 a 10 anos
19%
Como é possível observar na figura 2, existe um grande número de empresas que não têm
5 anos, sendo este um indicador de alta taxa de mortalidade das empresas deste setor e
que comprova a necessidade de uma gestão rigorosa para conseguir sobreviver.
4
CAPÍTULO 2
5
CAPÍTULO 2
6
CAPÍTULO 3
Capítulo 3
3. Contabilidade de Gestão
A contabilidade é uma das áreas mais importantes dentro de uma empresa uma vez que
permite compreender a informação acerca dos recursos financeiros e auxilia no processo
de tomada de decisões estratégicas. A contabilidade subdivide-se em dois ramos: a
contabilidade financeira e a contabilidade analítica. A contabilidade financeira, de cariz
obrigatório, é responsável pela criação de registos de todas as operações da empresa de
forma a cumprir com todas as obrigações legais junto do estado.
Para Leone (2014) a contabilidade de custos é um instrumento que recolhe dados internos,
externos, monetários e não monetários e transforma-os em informação essencial para o
processo de tomada de decisão e criação da política organizacional.
7
CAPÍTULO 3
Custeio por absorção aplica todos os custos da produção ao produto através da subdivisão
dos custos em materiais diretos (materiais que são integrados no produto tornando-se
assim parte integral do produto final (Ojugo, 2010)), mão de obra direta (é considerada a
mão de obra que está claramente envolvida na transformação do produto com as mãos
(Ojugo, 2010)) e custos industriais indiretos (são os custos que não são facilmente
conectados à transformação do produto final (Ojugo, 2010)). Takakura (1986) diz que o
custeio por absorção é um método importante na avaliação dos ativos e na determinação
de preços de longo prazo, sendo que Garrison et al. (2012) diz ainda que a utilização deste
métodos permite um cálculo preciso do custo do produto uma vez que é capaz de refletir o
impacto dos custos fixos no custo do produto. Horngren et al. (2012) apontava como
vantagens deste método a sua simplicidade e a conformidade com as normas fiscais e
contabilísticas, porém com a entrada do sistema de normalização contabilística (SNC) este
já não é o método utilizado.
Por outro lado, Martins (2003) refere que devido à dificuldade de afetação de custos
indiretos ao produto estes são afetados de forma proporcional tendo por base/denominador
de alocação o volume de produção, volume de matéria-prima consumida, custo da matéria-
prima utilizada, horas/homem, entre outros, sendo utilizado frequente uma taxa padrão
para alocação do custo indireto, nota que também é feita por Horngren et al. (2012) dizendo
que esta aplicação leva à distorção dos custos sendo difícil a futura separação dos custos
fixos e custos variáveis.
8
CAPÍTULO 3
Custos variáveis são definidos por Huefner (2015), Ivan Pinto (1992) e Ojugo (2010) como
custos que variam de acordo com as variações no volume de atividade, e por Dittmer &
Keefe (2009) e Martins (2003) como custos com materiais consumidos diretamente
associados ao volume de produção. Takakura (1986) e Horngren et al. (2012) definem
ainda como aqueles que tendem a crescer ou diminuir proporcionalmente às mudanças no
nível de atividade ou unidades vendidas.
Existem ainda custos semivariáveis constituídos por parte fixa e parte variável, ou seja,
custos que existem até certo ponto independentemente da produção e que variam após
esse ponto consoante o volume de produção, tendo muitas vezes a variação associada a
faixas de produção, aumentando ou diminuindo quando determinada faixa é atingida
(Takakura, 1986).
Por outro lado, o sistema de custeio variável tem como vantagens a eliminação de
flutuações entre vendas e quantidade produzida, aproximação do custo dos produtos aos
custos marginais, existência reduzida de alocação de custos, utilização da margem de
contribuição, controlo sobre custos fixos e sobretudo a possibilidade de definição de custos
fixos para um determinado período não esperando que estes sofram grandes alterações
(Padoveze, 2010; Takakura, 1986). Este é um método que só pode ser utilizado a nível
interno e facilita o processo de tomada de decisão. Devido aos factos apresentados será
este o método na parte prática da presente dissertação.
Custeio racional calcula o custo do produto através da junção dos custos variáveis da
produção com parte dos custos fixos da produção (Antunes et al., 2011; Lopes, 2021). A
parte dos custos fixos da produção é calculada utilizando um quociente entre a atividade
9
CAPÍTULO 3
3.2 Custo-Volume-Resultado
Cost volume profit (CVP) ou Custo-volume-resultado (CVR) em português é um método de
análise utilizado na contabilidade de gestão. Este método procura analisar como os
resultados são afetados pelo preço de venda, volume de venda, custo variável unitário,
custos fixos totais e mix de vendas (Garrison et al., 2012), de forma a achar o ponto de
equilíbrio ideal, ponto onde a empresa não tem lucro nem prejuízo (Alnasser et al., 2014;
Martins, 2003). Esta análise utiliza o ponto de equilíbrio (PE) para estabelecer os mínimos
necessários tendo como objetivo o lucro, ou seja, ultrapassar o ponto de equilíbrio das
vendas.
A análise CVR calcula as quantidades que são necessárias vender para atingir o ponto de
equilíbrio tendo por base os custos e o preço de venda (Dopson, 2004). Sendo que como
referido por Souza et al. (2011), a aplicação deste modelo pressupõe que os custos fixos
e custos variáveis estão separados, e que no caso de variações nas receitas ou custos,
estas sejam proporcionais à variação na quantidade produzida/vendida, ou seja, dentro do
período de análise os rendimentos e os custos necessitam de ser lineares não existindo
variação nos preços de venda garantindo assim que a proporção de vendas de produtos é
constante. A principal desvantagem desta análise é não considerar o valor do dinheiro no
tempo podendo gerar resultados desajustados no tempo.
10
CAPÍTULO 3
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑀𝐶𝑢 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜
𝑀𝐶𝑢
𝑅á𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑥100
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑈𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜
Fonte: (Atkinson et al., 2011, p. 67; Boussard, 2021, p. 223; Hansen et al., 2007, p. 596;
Horngren et al., 2012, p. 65)
11
CAPÍTULO 3
Assumindo que o resultado pretendido é zero, ponto onde não existe lucro ou prejuízo:
Podemos assim dizer que o ponto de equilíbrio é atingido quando o volume de negócios é
igual a soma dos custos fixos e custos variáveis.
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠
𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑙𝑖𝑏𝑟𝑖𝑜 𝑉 ∗
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠
1
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠
Numa análise mais complexa através da utilização da margem de contribuição e após ser
feita a separação dos custos fixos e variáveis é possível o cálculo do ponto de equilíbrio
em volume necessário de vendas/produção, fornecendo assim ao gestor além da receita
necessária a quantidade necessária para atingir o respetivo patamar de equilíbrio.
12
CAPÍTULO 3
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠
𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑄 ∗
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
Leone (2014) identifica como pontos mais importantes da utilização do ponto de equilíbrio
a sua capacidade de fornecer dados que auxiliam a capacidade de decisão, tal como no
aumento ou diminuição do preço de venda, custos variáveis, custos fixos, modificação da
combinação de produtos e análise do resultado face a variação dos custos.
Começa por efetuar o cálculo da margem de contribuição total média do mix de vendas
(McM):
∑ 𝑀𝑐 ∗ 𝑄𝑣
𝑁. º 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
n= Nº produtos
a= Prato 1
13
CAPÍTULO 3
𝑀𝑐𝑀 ∗ 𝑄 ∗ 𝐶𝐹 0,
𝐶𝐹
𝑄∗
𝑀𝑐𝑀
Onde:
0= Resultado
Os números acima são arredondados por excesso uma vez que a maioria dos produtos
vendidos nos estabelecimentos de comidas e bebidas não são vendidos parcialmente (Kim,
2015; Oliver, 2017). Após isso é calculado o valor do ponto de equilíbrio do multiproduto:
𝑀𝑐 ∗ 𝑄𝑣𝑁
É ainda sugerido por Kim (2015) uma abordagem com ligeiras alterações à acima
apresentada, nomeadamente o não arredondamento imediato da quantidade necessária
de venda do produto, sendo sugerido em alternativa ao arredondamento para cima através
14
CAPÍTULO 3
MCa<MCb<MCc
𝑀𝑐 ∗ 𝑄𝑣𝑁
A aplicação do método de Kim (2015) conclui que a redistribuição dos valores decimais
consoante a margem de contribuição para o cálculo das novas quantidades vendidas de
cada item permite obter um valor ainda mais próximo do PE.
15
CAPÍTULO 3
16
CAPÍTULO 4
Capítulo 4
Dentro das práticas de GEAB o controlo de custos é uma prática absolutamente necessária
para a obtenção de um negócio lucrativo. Apesar do método utilizado variar de gestor para
gestor o objetivo geral de todos é a regulação das ações do departamento de forma a
atingir lucro (Dittmer & Keefe, 2009). Independentemente das práticas utilizadas pelos
gestores Dittmer & Keefe (2009, p.98-99) enunciam os seguintes passos como essenciais
para atingir o sucesso:
17
CAPÍTULO 4
Estabelecer padrões, formar, monitorar e observar é assim essencial para garantir a gestão
eficiente, sendo que a mesma deve ser continua e regular em todo o ciclo dos produtos.
O processo de compras é um processo complexo e deve ser o mais rigoroso possível uma
vez que o departamento de compras é uma área de grande movimentação de dinheiro
dentro de uma empresa (Fonseca, 2017). Segundo Fonseca (2017), existem dois tipos de
compras. Compras diretas, ou seja, produtos que vão diretamente para o processo de
produção e compras de stock, produtos que são possíveis de armazenar em segurança. O
processo de compras envolve a negociação de preços, quantidades e prazos. Através da
gestão destes três aspetos é possível melhorar o preço de cada item da carta tornando-a
mais competitiva sendo que quanto mais eficiente for este departamento melhores
margens serão alcançadas (Fonseca, 2017).
18
CAPÍTULO 4
et al. (2017) demonstram que existem as seguintes vantagens na negociação direta com
intermediários:
19
CAPÍTULO 4
Todo este trabalho de análise teria de ser realizado e por um colaborador interno, contudo
através da criação de uma boa relação com o fornecedor este é feito por eles sem custos.
Como demonstrado por Feinstein et al., (2017), existe claramente um valor agregado
adquirido através da negociação direta com o fornecedor. Este tipo de negociação deve
ser tido em consideração em qualquer análise de custos que envolvam o processo de
aquisição de mercadoria.
Feinstein et al. (2017) e Ojugo (2010) referem ainda a necessidade de definir políticas ou
regras de compra que garantam que o objetivo inicial, mínimo custo, seja sempre
assegurado. Para isso as políticas recomendadas pelo mesmo são o não favorecimento
de fornecedores. Com isto querem dizer que os limites de reciprocidade devem estar
definidos e não devem ser aceites ofertas de fornecedores com o intuito de receber
encomendas. É referido ainda que deveram ser aceites amostras apenas quando existe
intenção de compra. É importante estar atento aos descontos fornecidos pelos
fornecedores, definir padrões de qualidade e procedimentos de compra, comprando
apenas o necessário. É ainda importante analisar a política de suporte de fornecedores,
definir limites de preço e estar atento às compras pessoais por parte dos funcionários
garantindo que estes seguem o código de ética da empresa.
O processo de encomenda não pode ser feito de forma aleatória, é necessário respeitar as
quantidades pré-definidas ou existe a possibilidade de ter dinheiro parado em stock
(Feinstein et al., 2017). Feinstein et al. (2017) indicam que para evitar o excesso de stock
é recomendado o mesmo não exceder 1/3 do total necessário mensal.
De forma a garantir os stocks ótimos as encomendas devem ser requeridas pelas diversas
secções através de um documento interno, requisições. Subsequentemente as requisições
são validadas pelo gestor de F&B e é gerada uma nota de encomenda para o fornecedor.
O gestor de F&B é responsável por garantir que as encomendas estão corretas e não
geraram prejuízo para a empresa. O gestor de F&B é ainda responsável por garantir que
20
CAPÍTULO 4
Feinstein et al. (2017) indicam que para o correto armazenamento dos alimentos é
necessário garantir o espaço, a temperatura, o equipamento adequado, a manutenção dos
equipamentos, pessoal, tempo para realização das tarefas de armazenamento e a
proximidade entre a área de armazenagem e produção seguindo as regras e
procedimentos de armazenamento estabelecidos pela empresa.
Para evitar o desperdício Dittmer & Keefe (2009) e Ojugo (2010) sugerem a utilização do
método First in First Out - (primeiro a entrar primeiro a sair) [FIFO], método que em termos
contabilísticos está de acordo com o SNC português mas que apenas tem como objetivo a
mensuração do inventário através da valorização das saídas não tendo em conta o produto
a nível físico. Este método de armazenamento pressupõe que o novo stock é para
utilização futura e apenas após a utilização do stock existente uma vez que o stock é um
item com validade e o espaço de armazenamento é limitado. No setor da restauração o
método mais adequado será o First Expired First Out-(Primeiro a expirar Primeiro a sair)
[FEFO], inicialmente abordado em 1980 este método pressupõe a rotação de stock
consoante a data de validade, garantindo assim a redução do desperdício e assegurando
a sua utilização dentro dos prazos pré-estabelecidos (Jedermann et al., 2014).
21
CAPÍTULO 4
Os processos de compras e armazenagem são cada vez mais complexos devido a todos
os fatores a ter em consideração. Contudo, estes processos estão a evoluir para processos
de compras sustentáveis através da compra de produtos locais ou de compras agrupadas.
Este tipo de processos por vezes torna o preço do item final superior, porém este é um
produto cada vez mais valorizado sendo já utilizado em grandes cadeias hoteleiras, a titulo
de exemplo o grupo Marriott utiliza o lema “Serve our World” (Feinstein et al., 2017).
4.1.1.1 Distribuição
Em grandes grupos é comum existir um departamento de economato que é responsável
por receber as requisições de todas as empresas do grupo, efetuar as compras e distribuir
as mesmas quando chegam. Este processo tem como objetivo aumentar a eficiência no
controlo de stocks de forma a reduzir os custos e gastos desnecessários. Além disso este
processo permite a padronização de produtos e garante uma negociação mais eficiente
com os fornecedores uma vez que as quantidades de aquisição serão maiores.
Este não é um procedimento habitual na restauração uma vez que como visto
anteriormente este setor é caraterizado por ser um setor de PME’s, que apenas possuem
um ponto de venda, não tendo local nem pessoal para efetuar tal processo.
4.1.2 Produção
Fechado o tema das compras e armazenamento, segue-se o processo de produção. Este
processo implica a criação de fichas técnicas, este documento é a base da gestão de F&B
fornecendo dados que auxiliam todas as etapas do processo de F&B.
22
CAPÍTULO 4
Moser (2002) identificou que o food cost1 unitário deverá ser idealmente inferior a 30%
(valor deverá ser ajustado consoante cada estabelecimento, tipo de cliente e conceito),
valor que é atingível segundo Dittmer & Keefe (2009) quando as compras são realizadas
de forma apropriada, a preços adequados e com competitividade entre fornecedores.
Moser (2002) refere que a quantidade de cada ingrediente colocado na confeção de cada
prato da carta é importante não só na gestão de custos, mas ainda na satisfação do cliente.
Segundo Dittmer & Keefe (2009) as fichas técnicas têm que ser idênticas nos seguintes
aspetos:
1. Ingredientes
3. Método de confeção
4. Quantidade
De forma a estabelecer as capitações ideais de cada prato existem três tipos de medida
que podem ser utilizadas, peso, volume ou contagem. No caso do peso é uma medida
métrica e é frequentemente utilizada para medir alimentos como carne ou peixe, garantindo
que todos os pratos possuem a mesma quantidade. O volume é utilizado para medir
líquidos na confeção de um prato ou bebida. Já a contagem é utilizada para itens como por
exemplo ovos, salsichas, camarões, entre outros, que são geralmente comprados num
tamanho standard. (Dittmer & Keefe, 2009)
1
Food cost é o custo da alimentação que representa o custo que os itens necessários à confeção
do prato possuem no preço de venda, é um valor representado em valor percentual e calculado
através da seguinte formula:
á
𝐹𝐶 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 % ç ∗ 100
á
23
CAPÍTULO 4
permite ainda um maior conhecimento dos custos pois é possível realizar uma estimativa
do custo de cada prato eliminando assim custos associados ao desperdício (Dittmer &
Keefe, 2009). Por outro lado, as capitações inconstantes levam à insatisfação do cliente
fazendo muitas vezes com que o mesmo nunca mais retorne por sentir-se inferior ou
enganado. Já a nível de controlo de custos é impossível o controlo exato do preço de custo
de cada prato pois existem sempre divergências mínimas entre confeções, assumindo
assim que a ficha técnica fornece o valor mais aproximado do custo de cada prato (Dittmer
& Keefe, 2009).
Segundo Fonseca (2017) e Moser (2002) as fichas técnicas são uma ferramenta que
garante a padronização e qualidade de todos os pratos produzidos e deve possuir as
seguintes indicações:
Foto
Local de Venda
Nº de Doses
Modo de confeção
Modo de serviço
Custo total
Food cost
Fichas técnicas são assim uma ferramenta que fornece à gestão dados sobre o custo de
produção, rácios e margem de contribuição. Fornece ao pessoal afeto ao serviço
informações sobre a composição do prato e modo de serviço. Além disso, fornece à
cozinha os ingredientes a utilizar, capitações, modos de preparação e apresentação
(Moser, 2002). As fichas técnicas são assim uma ferramenta de controlo e mensuração de
eficiência que nos fornecem o custo de cada item da carta e dados para efetuar a sua
análise (Ojugo, 2010).
24
CAPÍTULO 4
1- Telefone: é criada uma ligação com o cliente e permite ter mais controlo sobre a
distribuição, no entanto é um processo complicado em horas de maior movimento.
2- Call center’s: vem colmatar as dificuldades sentidas em momentos de maior
movimento e abranger um maior número de atendimentos simultaneamente.
3- Website/aplicação online: Permite ao cliente fazer a reserva no restaurante a
qualquer momento e através do controlo de informação o cliente não tem acesso a
informações de restaurantes da concorrência.
4- Websites de reservas de terceiros: divulga e permite efetuar reservas a qualquer
momento, embora publicita em simultâneo a concorrência.
Ojugo (2010) refere que os canais de divulgação que utilizam jornais, televisão, rádio,
revistas ou através de trocas de serviços são parte essencial do serviço de distribuição
uma vez que dão a conhecer ao cliente o produto e auxiliam na futura conversão em
25
CAPÍTULO 4
reserva. Estes são serviços com elevados custos associados e nem todos os
estabelecimentos têm capacidade para utilizá-los.
Para isso o estabelecimento necessita escolher o tipo de carta que pretenderá utilizar.
Segundo Ojugo (2010) a carta de um estabelecimento poderá ter uma das seguintes
formas:
26
CAPÍTULO 4
determinados pratos, possuir fotos dos pratos que são mais rentáveis (Ojugo, 2010),
destacar determinado item com uma caixa, utilizar variações de texto como negrito ou
tamanho da letra faz com que o cliente seja psicologicamente indicado a consumir
determinado item. Além do referido anteriormente o nome dos pratos desperta curiosidade
e deve ser bem escolhido sendo que o menu deve estar organizado por ordem de serviço
(Ojugo, 2010). Por outro lado, o estudo de Bowen & Morris (1995) revela que o redesenho
do menu não possui qualquer influência no volume de vendas de um prato sozinho, mas
pode criar vendas de itens complementares. Kwong (2005) diz que a ordenação dos itens
na carta tendo em conta a sua rendibilidade poderá auxiliar as recomendações dos
empregados aos clientes resultando assim num número maior de sugestões de pratos com
margens de contribuição superior uma vez que os empregados terão conhecimento do
propósito da ordenação dos itens na carta.
O processo de definição de preço pode ser efetuado utilizando vários métodos. Schmidgall
(2012) refere que um dos métodos utilizados para este processo é o método de bottom up,
que fixa os preços tendo por base o capital investido, a remuneração pretendida, os custos
(fixos e variáveis) e a quantidade de pratos vendidos prevista (Schmidgall, 2012). Este
método de definição do preço procura compreender se o preço estabelecido permite gerar
retorno financeiro aos investidores (Moser, 2002).
Para Fonseca (2017) o cálculo do preço de venda poderá ser feito através de métodos
informais ou métodos formais.
27
CAPÍTULO 4
definição dos seus preços. Ainda é considerado uma definição de preço informal a
utilização do método de tentativa erro para aplicação dos preços, método que tem impacto
negativo no posicionamento do estabelecimento sendo gerador de insatisfação aos
clientes. Por fim o último método informal utilizado é o preço psicológico, este método é
utilizado quando não existe forma de comparação sendo a base de definição do preço o
valor que o cliente espera gastar com tal prato (Fonseca, 2017). Todos os métodos
informais enunciados não utilizam ferramentas de GEAB logo são infundados, fracos e
frágeis podendo levar qualquer empresa a falência (Fonseca, 2017).
Os métodos formais têm por base a criação do preço tendo em conta os custos de
produção e o objetivo de maximizar a receita sendo métodos fundamentados e mais fiáveis
(Fonseca, 2017). Dentro dos métodos formais podemos enumerar o método de indexação
Texas Restaurant Association (TRA) que utiliza o food cost identificado na ficha técnica e
adiciona o custo da mercadoria vendida (CMV) como fator indexador (Araujo & Ghedini,
2012), no entanto este método apenas gera o valor de venda parcial sendo necessário
subsequentemente adicionar os impostos para atingir o preço de venda ao publico. O mark-
up é outro método formal e tem com o objetivo a formação do preço através da aplicação
de um multiplicador ao preço de custo do item, sendo que este multiplicador geralmente
cobre os impostos, custos variáveis, custos administrativos e gera lucro (Santos et al.,
2012). Fonseca (2017) fala ainda no método do lucro bruto que tem por base o histórico de
custos da empresa e é apurado através da divisão do lucro bruto sobre o número de pratos
vendidos e subsequente adição do food cost de cada prato. Mais à frente iremos abordar
os métodos de análise ao desempenho da carta, que embora por si só não definam o preço
prestam auxílio no ajuste dos preços através da classificação individual de cada item da
carta e respetivo volume de vendas.
Davis et al. (2018) referem que o preço a praticar em cada restaurante não está apenas
associado a um item da carta e ao food cost identificado na ficha técnica, mas sim à
qualidade do serviço a prestar, ao tempo médio de cada refeição, à arquitetura, à atmosfera
e localização do restaurante e ao tipo de cliente que o frequenta, ou seja, o preço é definido
por toda uma experiência que é prestada e sentida pelo cliente.
Os princípios de Omnes são constituídos por quatro leis que estabelecem regras para o
equilíbrio da carta. Brito (2017) e Gomes (2017) referem as leis de acordo com a tabela 2:
28
CAPÍTULO 4
Tendo em conta que o foco nesta fase do trabalho é o preço, iremos focar na 4.ª lei de
Omnes que analisa o PMO e o PMP. O PMO é a soma dos preços dos pratos a dividir pelo
número de pratos (Gomes, 2017), ou seja, este é um indicador sobre o qual o restaurante
possui controlo uma vez que os preços são estabelecidos pelo próprio estabelecimento.
O PMP é o preço médio que o cliente gasta no estabelecimento, sendo este calculado
através da divisão da receita sobre o número de pratos vendidos (Gomes, 2017).
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎
𝑃𝑀𝑃
𝑛º 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
29
CAPÍTULO 4
Através destes dois valores e do rácio gerado entre os mesmos é possível analisar se os
preços praticados pelo restaurante estão em equilíbrio com os preços procurados pelos
clientes e assim efetuar algum ajuste se necessário ao preço de venda praticado.
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝐸𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝐸
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑟𝑒ç𝑜
𝑃𝑟𝑒ç𝑜
Dependendo do resultado obtido por cada item da carta é possível classificar a elasticidade
segundo Huefner (2015) numa das seguintes categorias:
Preço não elástico (E=0) uma vez que a quantidade vendida não sofre alterações
consoante o aumento ou diminuição do preço;
Preço relativamente não elástico (-1 > E <0), representa que a procura sobre uma
ligeira alteração com a variação do preço.
Preço elástico (E=-1), representando uma alteração proporcional entre o preço e a
quantidade vendida.
Preço relativamente elástico (E < -1), acontece quando a variação da quantidade
vendida está diretamente associada ao preço, ou seja, uma alteração no preço
significa uma grande mudança na quantidade.
30
CAPÍTULO 4
Preço perfeitamente elástico quando uma alteração no preço pode provocar uma
explosão na quantidade vendida ou por outro lado uma redução definitiva na
quantidade.
se várias análises que procuram medir o desempenho através de duas ou mais variáveis,
como podemos observar na seguinte tabela (tabela 3) existem diferentes abordagens:
31
CAPÍTULO 4
Tipo de
Autor Ano Variáveis
Abordagem
Miller 1980 Custo Alimentação e Bebidas; Popularidade
Kasavana e Margem de contribuição ponderada;
1982
Smith Popularidade
Análise baseadas
Custo Alimentação e bebidas (%); Margem de
em Matrizes Pavesic 1983
contribuição ponderada
Margem de contribuição; Margem de
Uman’s 1983
contribuição ponderada
Hayes e
1985 Goal-value
Análises Huffman's
baseadas na Pavesic 1985 Profit Factor
Rendibilidade Bayou e
1992 Análise de margem por segmento
Bennett's
Análises Cohen et al. 2006 Análise multidimensional método de cohen
Multidimensionais Taylor et al. 2009 Análise múltiplo fator método de Taylor
Tabela 3 - Tipos de análises para o estudo das cartas de restaurantes Fonte: Ozdemir
(2012)
As análises multidimensionais são análises mais complexas e de difícil execução por parte
do gestor de restaurante, sendo que nem a bibliografia é clara sobre a sua
operacionalização foi decidido não aprofundar este tema.
32
CAPÍTULO 4
Numero de Margem de
Preço Custo total Margem de
Custo unidades Mix de Food Cost contribuiçã
Venda das Vendas Contribuiçã
Unitário (1) vendidas Vendas (5) (%)(7) o unitária
unitário (2) (4) o total (6)
(3) (8)
(3)/Total
Item x CU PV n (1)x(3) pratos ((2)-(1))*(3) (1)/(2) (2)-(1)
vendidos
Item 1 0,50 € 2,00 € 33 16,50 € 42,31% 49,50 € 25,00% 1,50 €
Item 2 1,00 € 2,00 € 45 45,00 € 57,69% 45,00 € 50,00% 1,00 €
Média 0,75 € 2,00 € 39 30,75 € 47,25 € 37,50% 1,25 €
Tabela 4 - Tabela com cálculo de variáveis utilizadas nas matrizes de engenharia da carta Fonte:
Própria
1
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 % , ∗ 0,7 ∗ 100
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜𝑠
1
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 % ∗ 0,7 ∗ 100
2
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 % 35%
33
CAPÍTULO 4
Matriz de Miller
A matriz de Miller (1980) integra os itens em estudo num dos quadrantes do gráfico que
tem como ponto de origem dos eixos (x,y)=(Food cost médio (%),Popularidade(%))
(Coelho, 2022; Taylor & Brown, 2007).
Matriz de Miller
Popularidade (%)
34
CAPÍTULO 4
1
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 % , 𝑦 ∗ 0,7 ∗ 100
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜𝑠
Após definido o ponto de interseção os pratos são colocados nos quadrantes utilizando o
como referência x= food cost(%) e y=mix de vendas (%).
Taylor e Brown (2007) referem que a matriz de Miller classifica os itens consoante a sua
disposição em um dos quadrantes sendo os itens classificados da seguinte forma:
Winner: Item que possui volume de vendas superior a 70% da média e um food
cost inferior à média;
Losers: Item que possui volume de vendas inferior a 70% da média e um food cost
acima da média;
Marginal1: Item que possui volume de vendas superior a 70% da média e um food
cost acima da média;
Marginal2: Item que possui volume de vendas inferior a 70% da média e um food
cost a baixo da média.
35
CAPÍTULO 4
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 % , 𝑦 ∗ 0,7*100
ú
Após definido o ponto de interseção os pratos são colocados nos quadrantes utilizando o
como referência x= margem de contribuição unitária e y= volume vendas (%).
𝑛. º 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜 1 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜 1 % , 𝑦 ∗ 100
𝑛. º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
Esta matriz classifica os pratos em Plow horses, quando possuem altas vendas e baixa
margem e contribuição unitária; Dogs quando possuem baixa margem de contribuição
unitária e baixas vendas; Puzzles quando possuem alta margem de contribuição unitária e
baixas vendas; Stars quando existe alta margem de contribuição unitária e alto volume de
vendas. Sendo a categoria Star como a categoria mais vantajosa e desejada a carta é
considerada um sucesso se 70% dos pratos estiverem localizados na categoria de stars
(LeBruto et al., 1995, 1997).
36
CAPÍTULO 4
Popularidade (%)
Rendibilidade (€)
Kwong (2005, p.5) sugere como medidas de otimização gerais do menu após a aplicação
de uma análise através de matriz o seguinte:
Já o autor LeBruto et al. (1995) é mais especifico e sugere medidas de otimização dos itens
da carta consoante a categoria no qual os pratos estão classificados como é demonstrado
na tabela 6:
37
CAPÍTULO 4
Margem de
Volume de
Classificação Contribuição Possíveis medidas Corretivas (*)
Vendas (y)
(x)
Aumentar ligeiramente o preço de
forma a aumentar a margem e
Plow Horses Baixa Alta
contribuição sem por em causa o
número de vendas
Dogs Baixa Baixa Alterar ou remover
Puzzle Alta Baixa Baixar o preço
Star Alta Alta Testar elasticidade do preço
Matriz de Pavesic
A Matriz de Pavesic (1983) enquadra os itens no gráfico utilizando como ponto de origem
dos eixos, (x,y)=(Food cost(%), Margem de contribuição total média) (Pavesic, 1983).
38
CAPÍTULO 4
Após definido o ponto de interseção os pratos são colocados nos quadrantes utilizando o
como referência x= food cost (%) e y= margem de contribuição total
Matris de Pavesic
MArgem de contribuição total
Pavesic (1983) mostra ainda que estes três modelos apesar de possuírem a mesma base
de indicadores revelam resultados diferentes que por sua vez podem conduzir a processos
de tomada de decisão distintos, sendo referido por Kotschevar (1987) que a escolha do
método a utilizar deverá ser ponderada tendo em consideração as condições e as
necessidades do utilizador.
39
CAPÍTULO 4
apontado por Hayes, Huffman (1985) e Kwong (2005) que a engenharia de menu possui
problemas, pois uma vez retirados os itens menos desejáveis o modelo entra num loop
onde surgirão as categorias retiradas com novos itens que anteriormente não estavam
nessa categoria. Beran (1994) indica que a única exceção à autodestruição da análise
através da retirada dos itens menos favoráveis seria se o volume de vendas e a receita
fossem constantes e iguais para todos os itens em estudo, caso que é apontada por este
como invulgar.
Qualquer que seja a estratégia utilizada é preciso ter uma visão clara do negócio, do cliente
e do local pois uma imprecisão na escolha da técnica a utilizar poderá conduzir a más
decisões (Kwong, 2005), sendo sempre recomendado a reaplicação da análise caso seja
efetuada alguma mudança à carta (Taylor & Brown, 2007).
Analise Goal-value(GV)
A análise do desempenho através de matrizes é apenas um dos métodos passiveis de
utilização. Uma vez que as diferentes análises por matrizes geram resultados distintos
consoante a matriz utilizada, Hayes e Huffman (1985) recomendam a utilização de uma
análise através do goal-value analysis (GVA).
A análise através do GVA utiliza uma fórmula algébrica que permite calcular o goal-value
global da carta. Depois de calcular este valor de referência, é calculado o goal-value de
cada item da carta através da mesma fórmula, mas desta vez item a item.
40
CAPÍTULO 4
Ao contrário da análise com matrizes, com esta ferramenta é possível que todos os itens
da carta alcancem um valor mínimo aceitável de goal-value (igual ou superior ao goal-value
global).
B, Nº refeições vendidas
Outra vantagem esta análise prende-se com o facto de permitir a utilização de qualquer
uma variável como incógnita, ou seja, após o cálculo do goal-value de cada prato, é
possível estabelecer valores a atingir para qualquer uma das variáveis e assim efetuar
análises consoante as variações pretendidas criando assim o cenário pretendido no
momento da análise.
Por exemplo:
𝐺𝑉 𝐺𝑉
𝐴 𝐶
𝐵∗𝐶∗𝐷 𝐴∗𝐵∗𝐷
𝐺𝑉 𝐺𝑉
𝐵 𝐷
𝐴∗𝐶∗𝐷 𝐴∗𝐵∗𝐶
A GVA tem como output o resultado que é possível de ser comparado entre todos os pratos,
sendo que este método não utiliza apenas uma variável para análise é um dos métodos
mais completos para analisar a carta de um estabelecimento de alimentação e bebidas
(Hayes & Huffman, 1985). Outra das vantagens da utilização deste método prende-se à
validade do mesmo uma vez que os parâmetros são definidos pela gestão e não são
necessários dados históricos, podendo ser assim utilizado para a previsão de vendas
necessárias para a adição de um novo item a carta (Hayes & Huffman, 1985).
41
CAPÍTULO 4
Profit Factor
O Profit factor é uma métrica que ajuda a avaliar a rendibilidade dos itens da carta de um
restaurante, a qual é calculada utilizando a seguinte fórmula:
Com base no resultado obtido após o cálculo do Profit factor, os pratos podem ser
classificados de acordo com a sua contribuição para a receita do negócio. Se o Profit factor
de um prato for maior do que 1, significa que a margem de contribuição do item é maior do
que a média da categoria, o que indica que o prato está contribuindo positivamente para a
receita do restaurante. Neste caso, é recomendável promover e destacar esse item na
carta de forma a aumentar sua venda e, consequentemente, melhorar o lucro do negócio.
Por outro lado, se o Profit factor de um prato for menor do que 1, significa que a margem
de contribuição do item é menor do que a média da categoria, o que indica que o prato
pode estar contribuindo negativamente para a receita do restaurante. Neste caso, é
importante a permanência do prato na carta ou avaliar a necessidade de ajustar o preço
ou o food cost do prato, a fim de melhorar sua margem de contribuição e,
consequentemente, seu Profit factor, sendo que em casos extremos, pode ser necessário
retirar o item da carta (LeBruto et al., 1997).
Barrish (2013) em Coelho (2022), recomenda que o Profit factor dos itens da carta
equilibrada esteja situado entre 0,9 e 1, o que significa que a margem de contribuição do
item deve estar próxima à média da categoria. Isso indica que o item gera uma contribuição
adequada para a receita do restaurante, sem impactar negativamente a rendibilidade.
O Revenue management (RM) tem como objetivo o aumento das receitas de uma empresa
através da utilização de técnicas de previsão do comportamento do consumidor (Fonseca,
2017) e de estratégias de interligação entre a empresa e o mercado (Talluri & Ryzin, 2005).
Huefner (2015) classifica RM como técnicas que direcionam a procura do cliente para um
42
CAPÍTULO 4
produto ou serviço. Sendo que a definição mais conhecida para RM é a de Kimes et al.
(1998, p. 33) “Estratégias de Revenue management são estratégias com o objetivo de
oferecer o produto certo, na hora certa, para o publico certo, pelo preço certo”.
Huefner (2015) e Kimes et al. (1998) referem que para a utilização de práticas de RM uma
empresa deve possuir as seguintes cinco características, sendo que as mesmas apesar de
não serem restritivas são recomendadas:
O objetivo final do RM é o aumento da receita e do lucro (Kimes & Wirtz, 2003), embora
seja possível aumentar o lucro através da redução de receita nos casos em que os custos
variáveis são muito altos (Huefner, 2015). É ainda recomendado que antes da aplicação
de qualquer estratégia de RM é necessário fazer uma análise de custos para compreender
a estrutura de custos da empresa pois só assim serão tomadas decisões corretas uma vez
que todas as estratégias a aplicar numa empresa têm custos associados (Huefner, 2015).
43
CAPÍTULO 4
Mais recentemente foi introduzida a análise através do profit per available seat hour
(ProPASH) que vem colmatar a fraqueza identificada na utilização do RevPASH (não
utilização das margens de contribuição de cada prato da carta) (Heo, 2017). A análise
através do ProPASH mede o lucro de um restaurante através do cálculo da margem de
contribuição de cada item em vez da utilização da receita total (Heo, 2017), este indicador
fornece assim um resultado que varia em períodos iguais de tempo onde existe mesma
receita.
A utilização do RRM tem como função a adaptação do preço e das ofertas de forma a
condicionar e direcionar a procura para períodos calmos, sendo que as estratégias mais
comuns implicam a utilização de descontos, preços especiais, preços de última hora,
ofertas antecipadas ou ofertas de take-away, sendo esta última dependente da capacidade
do serviço que tem como vantagem não influenciar a capacidade de lugares disponíveis
(Huefner, 2015; Kimes, 1999).
Além das estratégias de manipulação de preço, existem outras estratégias tais como
estratégias de gestão do espaço que utilizam o table mix, alteração do layout, etc para
aumentar a quantidade de lugares disponíveis. Existem ainda estratégias de manipulação
do tempo de cada refeição que são frequentemente utilizadas, apesar de serem estratégias
mais complexas estas estratégias são aplicadas através do redesenho do menu, aumento
da eficiência do serviço e alteração de políticas de reserva (Kimes, 1999).
44
CAPÍTULO 4
45
CAPÍTULO 4
46
CAPÍTULO 5
Capítulo 5
5. Metodologia
5.1 Metodologia Escolhida
Neste trabalho será utilizada uma metodologia baseada num de estudo de caso único por
conveniência. Yin (2005) diz que os casos de estudo único são aplicáveis quando é
realizado uma análise a um objeto com caraterísticas únicas onde não existe a
possibilidade de exercer qualquer tipo de controlo sobre a variável em estudo. Este é um
método utilizado quando existe escassez de informação sobre estudos similares e tem
como um dos muitos objetivos obter informações que auxiliam futuramente na
generalização de ideias ou conceitos (Benbasat et al., 1987; Campos, 2022).
Benbasat et al. (1987) e Yin (2005) referem ainda que este tipo de metodologia procura
responder a questões de investigação com perguntas do género “porquê” e “como” e obtêm
dados de múltiplas fontes.
Foram ainda recolhidos dados através de observação, técnica utilizada para a validação
dos dados documentais recolhidos. A observação permitiu a recolha de grande parte dos
métodos de trabalho do restaurante. A observação pode transmitir uma imagem irreal e
momentânea da realidade, de forma a evitar este problema a mesma foi efetuada em
períodos distintos, sem pré-aviso e com colaboradores distintos garantindo assim que não
existia uma pré-preparação por parte dos observados.
47
CAPÍTULO 5
As primeiras três questões são respondidas através do estudo da literatura disponível para
o tema, pois é lá que encontramos as respostas a estas questões. As duas últimas
questões são obtidas através da aplicação prática das ferramentas.
48
CAPÍTULO 5
49
CAPÍTULO 5
“Muito mais que uma simples refeição… Embarque numa viagem inesquecível à essência
dos sabores intensos inspirados na cozinha Mediterrânea. Os elementos frescos e fusões
gastronómicas inovadoras são o nosso prato principal. A paixão pela cozinha é o
ingrediente secreto. Desfrute de uma experiência gastronómica absolutamente memorável
num ambiente relaxado, moderno e elegante.
Da nossa deslumbrante esplanada, viva momentos especiais com vista privilegiada para a
emblemática Sé do Funchal. Sorria com o palato!”
50
CAPÍTULO 5
Admnistração
Diretor Geral
Departamento
Financeiro
Departamento
Marketing
Cozinheiros
Departamento
F&B Empregados de
bar e Mesa
5.4.1 O restaurante
O restaurante labora entre as 11h-22H todos os dias da semana. Este é composto por uma
cozinha, zona de bar, sala interior e esplanada. Na cozinha estão sempre presentes dois
cozinheiros que são responsáveis pela preparação da mise-en-place2 e pela confeção dos
pratos. O serviço é garantido com o mínimo de dois funcionários por turno.
2
Mise-en-place – Processo culinário onde os ingredientes são preparados e organizados antes da
confeção do prato
51
CAPÍTULO 5
A esplanada exterior tem capacidade para 32 pessoas e a sala interior para 44 clientes,
sendo assim a capacidade total de 76 clientes sentados.
52
CAPÍTULO 5
53
CAPÍTULO 5
Rendibilidade
Autonomia Rendibilidade
Liquidez Geral Capital
Financeira Ativo
Próprio
2017 0,64 11,05% 2,79 17,19%
2018 0,76 22,69% 4,19 29,77%
2019 0,53 -83,40% 2,16 -15,49%
2020 0,21 -94,40% 0,83 -435,90%
2021 0,35 27,30% 1,54 77,28%
Tabela 7 - Principais indicadores financeiros da empresa em estudo Fonte: Dados empresa
A rendibilidade do ativo mostra-se inferior à média nos anos de 2017, 2019 e 2020
mostrando uma recuperação e superando a média das restantes empresas em 2021. Este
indicador forte em 2021 dá um sinal positivo aos acionistas demonstrando que a empresa
está a gerar lucro sobre os seus investimentos.
A autonomia financeira por sua vez revela-se em todos os anos superiores à médio do
mercado mostrando-se assim uma empresa forte e capaz de geral capital próprio suficiente
para financiar os seus negócios sem necessidade de recorrer a financiamentos externos.
Estes indicadores em 2021 sendo superiores à média do mercado revelam que a empresa
está bem financeiramente mostrando-se capaz de recorrer a crédito bancário se
necessário, mostrando ser um bom local para os acionistas investirem capaz de gerar lucro
e de financiar os seus próprios negócios.
54
CAPÍTULO 6
Capítulo 6
55
CAPÍTULO 6
56
CAPÍTULO 6
De forma a poder calcular o food cost unitário foi efetuado um levantamento no arquivo
documental do restaurante dos preços dos ingredientes que constituem as fichas técnicas
e subsequentemente organizados numa tabela de excel por fornecedor e preço, anexo que
é passível de consulta no ANEXO 2.
De forma a facilitar a elaboração de futuras análises à carta foi criado um ficheiro excel,
com uma folha inicial [folha 1] que contém o fornecedor, preço por unidade de medida
comprada que subsequentemente converte automaticamente para uma medida standard.
As unidades de medida standard adotadas foram o quilograma (KG), o litro (L) e a unidade
57
CAPÍTULO 6
(un.). Cada item da carta possui a sua própria folha com a respetiva ficha técnica onde
consoante os itens que constituem a ficha técnica são obtidos os preços através da função
=PROCV que estão presentes na folha 1 (ingredientes) e são de seguida convertidos à
unidade de medida dos ingredientes presentes na ficha técnica. Este ficheiro criado tem
como objetivo facilitar análises futuras da carta uma vez que se não houver alterações à
constituição de cada prato será apenas necessário atualizar os preços por unidade de
medida para obter os food cost unitários atualizados e assim poder tomar decisões rápidas
e atualizadas.
Através da análise das demonstrações dos resultados entre 2017 e 2021 obtivemos a
seguinte estrutura de custos que se resumo na seguinte tabela:
58
CAPÍTULO 6
Existe uma variação no total de custo ao longo dos anos com um aumento
significativo em 2018 e 2019. Nos anos de 2020 e 2021 é possível observar uma
redução desses custos, redução que está associada a crise do setor originada pelo
Covid-19. Em 2022 com a recuperação do setor a estrutura de custos recupera para
valores similares aos de 2018.
Os custos fixos (%) representam grande parte dos custos totais e cresceram entre
2018 e 2021, tendo um pico no ano de 2020, ano pandémico, ou seja, a maioria
das empresas reduziu ao máximo os seus custos variáveis de forma a reduzir os
impactos da crise. Em 2022 a estrutura de custos inverte-se e os custos fixos voltam
a ser inferiores aos custos variáveis.
Os custos variáveis (%) apresentam valores superiores aos custos fixos em 2017 e
2018 e tornam-se inferiores em 2019, 2020 e 2021. Em 2022 os custos variáveis
voltam a ser superiores aos custos fixos.
Através da análise anterior os custos fixos foram calculados em 125 380,73 € para o ano
de 2022. Este valor foi obtido através da análise dos dados presentes na IES (informação
empresarial simplificada), onde são apurados através das contas de gastos (6) as rubricas
que pertencem a custos fixos e as que pertencem a custos variáveis. Esta é uma
abordagem simplificada que obtém valores aproximados aos que seriam obtidos numa
análise mais profunda. Uma vez que a empresa em estudo possui dois estabelecimentos
e deles presta serviços a uma unidade hoteleira será feita a distribuição dos custos fixos
consoante o volume de faturação de cada área. A utilização deste pressuposto permitirá
efetuar o cálculo mais aproximado ao ponto de vendas em estudo.
59
CAPÍTULO 6
Através da figura 12 com o pressuposto criado podemos concluir que os custos fixos do
ponto de venda situam-se em 94 035,55€, valor que será usado na análise seguinte.
A margem de contribuição unitária dos pratos foi obtida através da subtração do custo de
venda unitário de cada prato, apurado na ficha técnica, ao preço de venda unitário. Todas
as fórmulas e métodos utilizados estão referenciados na literatura. O número de pratos
vendidos foi obtido através dos dados dos recolhidos do Point of sales (POS) e
correspondem a quantidade de vendas no último trimestre de 2022.
Podemos assim aplicar a análise através do ponto de equilíbrio e obter a seguinte tabela:
60
CAPÍTULO 6
61
CAPÍTULO 6
De seguida foi calculado a margem de contribuição total média do mix de vendas (McM)
onde obtivemos o valor médio de 9,23€. Esta margem de contribuição é obtida através do
cálculo da média da multiplicação do mix de vendas pela margem de contribuição unitária.
Nesta equação:
"Mix de Vendas Unitário" é o valor por unidade vendida de seu mix de vendas.
De seguida dividimos os custos fixos pela margem de contribuição média e obtemos assim
o número de pratos necessários vender anualmente (13.589 pratos) a 9,23€ para atingir o
ponto de equilíbrio.
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠
𝑄 ∗ 𝑒𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
𝑀𝑐𝑀
Com o cálculo anterior obtemos o valor de Q*= 10 192 produtos, quantidade crítica de
vendas para o ano de 2022. Subsequentemente é necessário subdividir pelos respetivos
pratos, para isso multiplicamos o valor total de pratos pelo mix de vendas de cada prato e
obtemos o valor necessário de cada prato a ser vendido (QnV).
Na elaboração desta análise é necessário assumir que as vendas são constantes em todos
os restantes trimestres pois só assim conseguimos ter uma previsão correta. Esta análise
foi efetuada desta forma uma vez que estes dados já estavam tratados, não obstante é
possível replicar a análise para as vendas anuais sendo que com a utilização dos dados
anuais a previsão gerada será mais rigorosa.
62
CAPÍTULO 6
Uma vez compreendido qual o ponto de equilíbrio em quantidade necessário para cada
prato é importante a empresa traçar estratégias de marketing e vendas para alcançar essas
metas pois só assim é possível gerar esta distribuição das vendas e subsequentemente
gerar uma receita de 94 035,55€, valor que cobre os custos fixos. Apesar de este método
de cálculo não mencionar os custos variáveis os mesmos já estão incorporados no cálculo
da margem de contribuição unitária de cada produto. Este valor é assim capaz de cobrir os
custos fixos e custos variáveis, excedendo o ponto de equilíbrio em 189,08 €.
Aplicando a abordagem ajustada de Kim (2015), através da ordenação dos itens consoante
a margem de contribuição e redistribuição das casas decimas podemos obter um ponto de
equilíbrio que excede apenas em 88,25€ o ponto de equilíbrio sendo a nova distribuição
representada na tabela 11.
63
CAPÍTULO 6
-Terminal 2: Vendas associadas a grupos, eventos ou meias pensões, onde são aplicados
descontos.
Neste estudo de caso iremos apenas abordar as vendas do terminal 1 uma vez que é o
terminal onde encontramos o preço constante e os presentes na carta do estabelecimento.
Independentemente de o estudo ser focado no terminal 1, as conclusões dele obtidas são
válidas para o terminal 2 uma vez que a composição dos pratos é a mesma.
64
CAPÍTULO 6
65
CAPÍTULO 6
66
Para o período em análise através da matriz de Kasavana e Smith dois pratos enquadrados
na categoria Star (Salmão Fumado com cuscuz de manga e molho de iogurte; Salada
Mista), cinco puzzle (Salada Caprese; Salada de Frango com molho vinagrete; Carpaccio
de Vittela com rúcula; Salada de grão-de-bico c/camarão; Salada de Bacon e cogumelos)
e três Plowhorse (Creme de tomate; creme de ervilhas; Creme de cogumelos e rúcula).
Para esta análise é de notar que não existe nenhum item enquadrado na categoria de pior
desempenho desta matriz nomeada de dog.
Através da análise através da matriz de Miller existem quatro pratos na categoria de winner
(Salada Mista; Creme de tomate; creme de ervilhas; Creme de cogumelos e rúcula), um
categorizado na categoria Marginal1 (Salmão Fumado com cuscuz de manga e molho de
iogurte), dois na categoria marginal2 (Salada de grão-de-bico c/camarão; Salada de Bacon
e cogumelos), e três pratos categorizado na categoria de pior desempenho Loser (Salada
Caprese; Salada de Frango com molho vinagrete; Carpaccio de Vittela com rúcula).
Ainda através da análise da matriz de Pavesic vemos que existem três pratos caraterizados
como Problem (Salada Caprese; Carpaccio de vitela com rúcula; Salada de frango com
molho de vinagrete), quatro pratos na categoria de prime (Salada Mista; Creme de Tomate;
Creme de ervilhas; Salada de grão-de-bico c/ Camarão), dois pratos na categoria Sleeper
(Salada de Bacon e cogumelos; Creme de Cogumelos e rúcula), e um na categoria
Standard (Salmão Fumado com cuscuz de manga e molho de iogurte).
Nesta categoria é possível ainda observar que é necessário rever as leis de Omnes uma
vez que estas não são cumpridas. Este não cumprimento das leis pode dever-se ao facto
de estarmos a juntar duas categorias distintas numa única análise, ou então que existe
67
CAPÍTULO 6
uma oferta muito vasta de entradas. Esta questão merece um tratamento apropriado que
não será efetuado neste trabalho, no entanto é deixado o alerta a administração.
68
CAPÍTULO 6
69
CAPÍTULO 6
Para o período em análise através da matriz de Kasavana e Smith temos dois pratos
enquadrados na categoria Star (Sardinhas com tomate cherry; Salmão fumado, pepino e
queijo philadelphia), quatro pratos classificados como Plowhorse (Tomate e mozzarella;
presunto e espargos; Legumes na chapa; Tomate e basílico), dois pratos como Puzzle
(Cogumelos salteados; Espargos ao alho). Para esta análise é de notar que não existe
nenhum item enquadrado na categoria de pior desempenho desta matriz nomeada de dog.
Através da análise através da matriz de Miller existem quatro pratos na categoria de winner
(Tomate e mozzarella; Sardinhas com tomate cherry; Legumes na chapa e tomate e
basílico), dois categorizados na categoria Marginal1 (Presunto e espargos; Salmão
fumado, pepino e queijo philadelphia), um prato categorizado na categoria marginal2
(Cogumelos Salteados) e um prato na categoria de Loser (Espargos ao alho). De notar que
através da aplicação desta matriz as classificações dos pratos mudam em relação aos
resultados da matriz anterior de Kasavana e Smith passando a existirem pratos nos quatro
quadrantes ao contrário dos três quadrantes respetivamente.
Através da análise da matriz de Pavesic vemos que existem três pratos categorizados
como Problem (Presunto e espargos; Salmão fumado, pepino e queijo philadelphia;
Espargos ao alho), dois pratos na categoria prime (Tomate e mozarela; Sardinhas e tomate
cherry) e três pratos na categoria Sleeper (Legumes na chapa; Tomate e basílico;
Cogumelos salteados) não havendo nenhum prato categorizado na categoria Standard.
De notar que através da aplicação da matriz de Miller as classificações dos pratos mudam
em relação aos resultados da matriz de Kasavana e Smith passando a existirem pratos nos
quatro quadrantes ao contrário dos três quadrantes respetivamente. Podemos ver ainda
que o prato “Salmão fumado, pepino e queijo philadelphia” é um prato que se destaca na
análise de Kasavana e Smith sendo uma star, no entanto na matriz de Miller o mesmo já
se encontra considerado como um marginal1 e na matriz de Pavesic é já um prato
considerado um problem.
Como medidas de melhoria poderia ser aumentado o preço de venda unitário do prato
“tomate e mozzarella”, aproveitando a sua alta popularidade para gerar receita adicional.
70
CAPÍTULO 6
Ainda dentro das medidas corretivas é possível observar que o prato “Presunto e Espargos”
é o prato que possui maior food cost mas não é o prato mais caro da categoria. Desta forma
é possível sugerir como medida corretivo o ligeiro aumento do preço ou então oferecer
combinações com outros pratos que possuem maior margem de contribuição.
Nesta categoria é possível ainda observar que é necessário rever a segunda lei de Omnes
uma vez que este não é cumprido e ter atenção a terceira lei uma vez que o índice se
encontra próximo do limite máximo.
3
Outlier- São valores de dados que estão distantes dos outros valores de dados, podem afetar
fortemente seus resultados Fonte:(Interpretar os principais resultados para Gráfico de dispersão
marginal., 2023).
71
CAPÍTULO 6
72
CAPÍTULO 6
Na reanálise das bruschetas através da matriz de Kasavana e Smith temos três pratos (+1)
enquadrados na categoria Star (Sardinhas com tomate cherry; Salmão fumado, pepino e
queijo philadelphia; Cogumelos salteados), três pratos classificados (-1) como Plowhorse
(Presunto e espargos; Legumes na chapa; Tomate e basílico), e um prato (-1) como Puzzle
(Espargos ao alho). Para esta análise é de notar que não existe nenhum item enquadrado
na categoria de pior desempenho desta matriz nomeada de dog.
Através da análise através da matriz de Miller existem quatro pratos (=) na categoria de
winner (Sardinhas com tomate cherry; Legumes na chapa; Tomate e basílico; Cogumelos
salteados), dois pratos (=) categorizados na categoria Marginal1 (Presunto e espargos;
Salmão fumado, pepino e queijo philadelphia), nenhum prato (-1) carategorizado na
categoria marginal2 e um prato (=) na categoria de Loser (Espargos ao alho).
Através da análise da matriz de Pavesic vemos que existe um prato (-2) caraterizados
como Problem (Espargos ao alho), dois pratos (=) na categoria prime (Sardinhas e tomate
cherry; Tomate e Basílico) e dois pratos (-1) na categoria Sleeper (Legumes na chapa;
Cogumelos salteados) e dois pratos (+2) categorizado na categoria Standard (Presunto e
espargos; Salmão fumado, pepino e queijo philadelphia).
Numa comparação entre ambas as análises vemos que sem o outlier os resultados obtidos
não mostram variações relevantes e o prato Salmão fumado, pepino e queijo philadelphia
continua a ter uma constante alteração consoante a análise.
Nesta categoria é possível ainda observar que igualmente à análise anterior é necessário
rever a segunda lei de Omnes uma vez que este não é cumprido e ter atenção a quarta lei
uma vez que o índice se encontra muito perto do limite máximo.
Com esta adaptação, apesar de incomum é possível observar o que Hayes & Huffman
(1985) e Kwong (2005) defendem, ou seja, ao retirar um item da ementa esta entra num
loop contínuo provocando alterações constantes que requerem novas medidas corretivas.
Com isto concluímos que retirar o prato da carta não deve ser uma medida a aplicar de
forma imediata, sendo necessário antes compreender a razão de tal facto de forma a poder
corrigir se necessário.
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CAPÍTULO 6
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CAPÍTULO 6
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CAPÍTULO 6
Através da análise através da matriz de Miller existem três pratos na categoria de winner
(Caril de frango, arroz basmati e legumes grelhados; Lombinho de porco com puré de
batata-doce; Supremo de Frango com puré de batata e legumes salteados), um prato
categorizado na categoria Marginal1 (Entrecote grelhado com pimentos braseados), e um
prato na categoria de Loser (Medalhão de vaca no calhau (200gr)), não existindo nenhum
item classificado na categoria marginal2.
Através da análise da matriz de Pavesic vemos que existe um prato categorizado como
Problem (Medalhão de vaca no calhau (200gr)), um prato na categoria prime (Caril de
frango, arroz basmati e legumes grelhados), dois pratos na categoria Sleeper (Lombinho
de porco com puré de batata-doce; Supremo de frango com puré de batata e legumes
salteados) e um prato categorizado na categoria Standard (Entrecote grelhado com
pimentos braseados).
Outra possível medida corretiva seria estudar o aumento do preço do prato mais popular
da carta “caril de frango” dando ainda mais destaque a este prato na matriz de Miller e de
Pavesic, mas tornando-o um “star na análise através da matriz de Kasavana e Smith.
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CAPÍTULO 6
Nesta categoria é possível ainda observar que é necessário rever a segunda lei de Omnes
uma vez que este não é cumprido e ter atenção a quarta lei uma vez que o índice se
encontra muito perto do limite máximo.
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CAPÍTULO 6
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CAPÍTULO 6
Para o período em análise através da matriz de Kasavana e Smith temos três pratos
enquadrados na categoria Star (Atum braseado no calhau; Linguini de camarão com molho
de lagosta; Espada ao vapor com banana e molho de maracuja), um prato como Puzzle
(Bacalhau no forno com crosta de azeitonas) e dois pratos na categoria de Dog (Salmão
na chapa com arroz basmati; Polvo à lagareiro com puré de grão-de-bico). Para esta
análise é de notar que não existe nenhum item enquadrado na categoria de plowhorse no
entanto ao contrário das análises anteriores é encontrado pratos na categoria de dog,
pratos caraterizados por baixa rendibilidade e baixa popularidade.
Através da análise através da matriz de Miller existem três pratos na categoria de winner
(Atum braseado no calhau; Linguini de camarão com molho de lagosta; Espada ao vapor
com banana e molho de maracujá) e três pratos na categoria de Loser (Salmão na chapa
com arroz basmati; Polvo à lagareiro com puré de grão-de-bico; Bacalhau no forno com
crosta de azeitonas), não existindo nenhum item classificado na categoria marginal1 nem
nenhum categorizado na categoria marginal2.
Através da análise da matriz de Pavesic vemos que existe três pratos categorizados como
Problem (Salmão na chapa com arroz basmati; Polvo à lagareiro com puré de grão-de-
bico; Bacalhau no forno com crosta de azeitonas) e três pratos na categoria prime (Atum
braseado no calhau; Linguini de camarão com molho de lagosta; Espada ao vapor com
banana e molho de maracujá), não havendo nenhum prato categorizado na categoria de
Sleeper nem na categoria de Standard.
Como medida de melhoria sugere-se para o “Bacalhau no Forno com crosta de Azeitonas”
uma combinação com uma entrada plowhorse ou a promoção do mesmo com a ajuda dos
funcionários de sala de forma a tornar o prato mais popular. Esta medida iria torná-lo um
marginal1 na matriz de Miller e uma star na matriz de Kasavana e Smith.
Nesta categoria é possível ainda observar que é necessário rever a segunda lei de Omnes
uma vez que este não é cumprido e ter atenção a quarta lei uma vez que o índice se
encontra próximo do limite máximo.
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CAPÍTULO 6
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CAPÍTULO 6
Para o período em análise através da matriz de Kasavana e Smith temos quatro pratos
enquadrados na categoria Star (Spagheti com camarão ao alho e coentros; Tortellini com
tomate e basílico; Penne de Salmão, tomate cherry e courgette; Linguine de frango e
pesto), um prato como Puzzle (Linguine nero de seppie mar e terra), três pratos na
categoria de Dog (Espetada de tofu; Penne de quinoa com salsicha de soja; Penne de
lentilhas vermelhas com salsicha de soja) e cinco pratos classificados como plowhorse
(Beringela recheada com tomate e basílico no forno com mozzarella de búfala; Cogumelo
Portobello com queijo de cabra no forno com mel de cana; Penne com tomate e basílico;
Ravioli de carne com cogumelos, espargos e rúcula; Penne à carbonara).
Através da análise através da matriz de Miller existem seis pratos na categoria de winner
(Penne com tomate e basílico; Ravioli de carne com cogumelos, espargos e rúcula;
Spagheti com camarão ao alho e coentros; Tortellini com tomate e basílico; Penne à
carbonara; Linguine de frango e pesto) e quatro pratos na categoria de Loser (Linguine
nero de seppie mar e terra; Espetada de tofu; Penne de quinoa com salsicha de soja: Penne
de lentilhas vermelhas com salsicha de soja) e três pratos categorizados como Marginal1
(Beringela recheada com tomate e basílico no forno com mozzarella de búfala; Cogumelo
Portobello com queijo de cabra no forno com mel de cana; Penne de Salmão, tomate cherry
e courgette). Não existe nenhum prato categorizado na categoria Marginal2.
Através da análise da matriz de Pavesic vemos que existe cinco pratos categorizados como
Problem (Cogumelo Portobello com queijo de cabra no forno com mel de cana; Linguine
nero de seppie mar e terra; Espetada de tofu; Penne de quinoa com salsicha de soja: Penne
de lentilhas vermelhas com salsicha de soja), quatro pratos na categoria prime (Ravioli de
carne com cogumelos, espargos e rúcula; Spagheti com camarão ao alho e coentros;
Penne à carbonara; Linguine de frango e pesto), dois pratos categorizado na categoria de
Sleeper (Penne com tomate e basílico; Tortellini com tomate e basílico) e dois pratos na
categoria de Standard (Beringela recheada com tomate e basílico no forno com mozzarella
de búfala; Penne de Salmão, tomate cherry e courgette).
Nesta categoria de pratos vemos na matriz de Kasavana e Smith que o prato “ravioli de
carne, com cogumelos, espargos e rúcula” encontra-se muito próximo da categoria de star,
logo as ações corretivas deveriam passar pelo um aumento de preço do prato. Este
aumento de preço é justificado uma vez que como é possível observar existem itens na
82
CAPÍTULO 6
categoria com um food cost superior e preços de venda inferiores. Além desta medida, é
possível tentar a combinação com uma entrada que possua um food cost baixo de forma
a puxar a rendibilidade combinada. A mesma estratégia pode ser utilizada em outros pratos
que se enquadrem na categoria de “puzzles” na análise através da matriz de Kasavana e
Smith.
O prato “Linguine nero de seppia mar e terra” é um prato que tem uma boa rendibilidade,
mas não é um prato popular. Como medidas corretivas para este prato podemos sugerir o
renome do mesmo uma vez que este nome não é claro sobre a constituição do prato e
poderá estar a distanciar os clientes do mesmo. Além disso através da ajuda dos
colaboradores da sala é possível aumentar a sua divulgação através da recomendação do
mesmo, sendo esta estratégia eficaz em pratos que possuem uma margem de contribuição
alta.
Nesta categoria ainda encontramos dois pratos que não têm qualquer saída, contudo são
pratos que dão diversidade ao menu dando uma opção de “vegan” caso necessário. Logo
embora não haja qualquer venda a vantagem comercial de os possuir é superior à
vantagem obtida com a sua remoção da carta.
Nesta categoria é possível ainda observar que é necessário rever a segunda lei de Omnes
uma vez que este não é cumprido e ter atenção a quarta lei uma vez que o índice se
encontra muito perto do limite máximo.
83
CAPÍTULO 6
84
CAPÍTULO 6
Através da análise através da matriz de Miller existem dois pratos na categoria de winner
(Hambúrguer de bacon, tomate, cebola e alface; Hambúrguer de queijo), três pratos na
categoria Marginal1 (Prego no bolo do caco; Prego especial no bolo do caco; Hambúrguer
de salmão com pepino e molho de iogurte) e três pratos na categoria Marginal2
(Hambúrguer de queijo e cogumelos; Hambúrguer de queijo, tomate e rúcula; Hambúrguer
de atum com tomate, cebola e rúcula), não existe nenhum prato categorizado na categoria
Loser.
Através da análise da matriz de Pavesic vemos que existe um prato categorizados como
Problem (Hambúrguer de Salmão com pepino e molho de iogurte), um prato categorizado
na categoria de Prime (Hambúrguer de bacon, tomate, cebola e alface) quatro pratos
categorizado na categoria de Sleeper (Hambúrguer de queijo e cogumelos; Hambúrguer
de queijo, tomate e rúcula; Hambúrguer de queijo, tomate e rúcula; Hambúrguer de atum
com tomate, cebola e rúcula; Hambúrguer de queijo) dois pratos na categoria de Standard
(Prego no bolo do caco; Prego especial no bolo do caco).
Podemos sugerir como medidas corretivas a revisão do food cost do “prego no bolo do
caco” e o aumento do preço de venda unitário do “Hambúrguer de bacon, tomate, cebola
e alface” e do “Hambúrguer de queijo” pois estas duas medidas fazem com que se
coloquem em star em Kasavana e Smith e em winner em Miller.
Nesta categoria é possível ainda observar que é necessário rever a segunda e terceira lei
de Omnes uma vez que estes não são cumpridos.
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CAPÍTULO 6
A- (1- 16,87%)
B- 46
C- 10,68€
D- 1-(54,35% + 16,87%)
De seguida foi aplicada a mesma forma a todos os pratos do menu de forma a obter uma
classificação de desempenho de cada prato possível e comparação com o valor geral, onde
obtivemos o seguinte quadro:
86
CAPÍTULO 6
87
CAPÍTULO 6
Foi efetuado o levantamento de dois dias, dia 27/11/2022 e dia 28/11/2022. O período
analisado é o período do jantar que decorre entre as 18:00H e as 22:00H (4horas). O tempo
médio de refeição observado nos dois dias foi de 60 minutos. Sabendo que a capacidade
do espaço é de 76 lugares podemos assim apurar a capacidade máxima da seguinte forma:
240 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 ∗ 76
60 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
De seguida foram recolhidos do POS as vendas relativas aos períodos em análise onde
obtivemos os dados presentes na tabela 12:
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CAPÍTULO 6
89
CAPÍTULO 6
331,23
𝑅𝑒𝑣𝑃𝐴𝑆𝐻 27⁄11
76 ∗ 4
𝑅𝑒𝑣𝑃𝐴𝑆𝐻 27⁄11 1,09€ 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑢𝑔𝑎𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
147,78
𝑅𝑒𝑣𝑃𝐴𝑆𝐻 28⁄11
76 ∗ 4
𝑅𝑒𝑣𝑃𝐴𝑆𝐻 28⁄11 0,49€ 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑢𝑔𝑎𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
278,38
𝑃𝑟𝑜𝑃𝐴𝑆𝐻 27⁄11
76 ∗ 4
𝑃𝑟𝑜𝑃𝐴𝑆𝐻 27⁄11 0,92 €𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑢𝑔𝑎𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
125,95
𝑃𝑟𝑜𝑃𝐴𝑆𝐻 28⁄11
76 ∗ 4
𝑃𝑟𝑜𝑃𝐴𝑆𝐻 28⁄11 0,41€𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑢𝑔𝑎𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
90
CAPÍTULO 6
Após obter a receita máxima é possível efetuar o cálculo do RevPASH máximo para cada
dia.
4195,20
𝑅𝑒𝑣𝑃𝐴𝑆𝐻 27⁄11
76 ∗ 4
𝑅𝑒𝑣𝑃𝐴𝑆𝐻 27⁄11 13,8€ 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑢𝑔𝑎𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
4082,2
𝑅𝑒𝑣𝑃𝐴𝑆𝐻 27⁄11
76 ∗ 4
𝑅𝑒𝑣𝑃𝐴𝑆𝐻 27⁄11 13,43€ 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑢𝑔𝑎𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
Com os dados obtidos podemos concluir que ambos os períodos em análise estão a gerar
receita e lucro muito baixos incapazes de cobrir o custo com o pessoal afeto a cozinha e
sala no mesmo período. Como recomendação podemos sugerir investimento em
estratégias de revenue management de forma a incrementar a taxa de ocupação do
restaurante e garantir que o número de lugares ocupados aumenta, tais como aposta na
divulgação online ou promoções para determinados períodos. Com o aumento da taxa de
ocupação e quando for garantido um RevPASH superior as estratégias de RRM podem
passar pelo aumento do consumo individual de cada cliente de forma a poder aumentar
assim a receita acumulada.
91
CAPÍTULO 6
92
CAPÍTULO 7
Capítulo 7
7. Conclusão
Em conclusão, esta dissertação teve como objetivo demonstrar a importância das
ferramentas de contabilidade e de gestão de alimentação e bebidas. O objetivo inicial,
prendia-se na identificação das ferramentas de gestão de alimentação e bebidas
disponíveis para o setor da restauração e compreender como aplicá-las, objetivo esse que
foi concluído tanto a nível teórico na revisão de literatura bem como na aplicação no estudo
de caso.
93
CAPÍTULO 7
Este estudo vem contribuir para a compreensão do tema de estudo e fornece soluções
para problemas específicos de um determinado restaurante. Os resultados obtidos são
significativos e relevantes, pois demonstram a importância das ferramentas de
contabilidade e gestão de alimentação e bebidas para o sucesso da gestão de alimentação
e bebidas. Estes resultados podem ainda contribuir para o avanço do campo de estudo e
auxiliar estudos futuros bem na generalização de conceitos, sendo ainda importante referir
que este estudo de caso e os dados que dele surgiram permitiu ao estabelecimento
autoconhecer-se e melhorar.
Podemos ainda destacar que este estudo avançou a compreensão do tópico desde o início
do trabalho. Através da análise e aplicação das ferramentas de contabilidade e gestão de
alimentação e bebidas, foi possível obter conhecimentos e contribuir para o a compreensão
das ferramentas existentes.
Por fim, encerramos esta dissertação reforçando a importância das ferramentas de gestão
de alimentação e bebidas que quando combinadas com ferramentas de contabilidade de
gestão fornecem informações cruciais no processo de tomada de decisão de qualquer
gestor.
94
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100
ANEXOS
ANEXO 1
9. Anexos
101
ANEXOS
ANEXO 2
102
ANEXOS
ANEXO 2
103