Preparatório para o TI - Enzo
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(Referente a esse assunto há também uma perspectiva Marxista que aborda essa questão
apresentando o conceito de exército industrial de reserva. O conceito de exército industrial de
reserva, ajuda a entender sociologicamente a situação de rua como resultado de forças
estruturais do capitalismo. Segundo Marx, o exército industrial de reserva é composto por uma
massa de trabalhadores desempregados ou subempregados, que o sistema capitalista mantém
à margem para pressionar os empregados e garantir um contingente sempre disponível e
barato de mão de obra. Essa população reserva é mobilizada conforme as flutuações da
economia, mas em períodos de crise ou recessão, como nas últimas décadas marcadas pela
aplicação de políticas neoliberais, ela se expande de maneira acentuada. Nas sociedades
contemporâneas, a implementação de políticas econômicas neoliberais intensificou o tamanho
e o impacto desse exército de reserva. Medidas como cortes em programas sociais,
privatizações, flexibilização das leis trabalhistas e redução de direitos trabalhistas contribuem
para o aumento da precarização do trabalho e da falta de segurança financeira, empurrando as
camadas mais vulneráveis para condições de trabalho informais, intermitentes ou de baixa
remuneração. Como resultado, muitos desses indivíduos acabam sem condições de sustentar
suas necessidades básicas, como moradia, alimentando um ciclo que leva à situação de rua.)
Situação no Brasil:
A escravidão, que perdurou no Brasil por mais de 300 anos, foi um fator determinante
na exclusão social e racial. O país foi o último nas Américas a abolir a escravidão, em
1888, com a assinatura da Lei Áurea. No entanto, essa libertação formal não veio
acompanhada de políticas de inclusão social ou econômica para a enorme população
negra libertada. Sem terra, sem acesso a empregos formais e marginalizados,
ex-escravizados e seus descendentes foram obrigados a ocupar os espaços mais
precários das cidades, sem qualquer tipo de apoio estatal. Muitos desses indivíduos
acabaram vivendo em condições insalubres, formando comunidades à margem dos
centros urbanos que mais tarde se transformariam em favelas. Assim, a abolição sem
integração social consolidou um ciclo de pobreza e exclusão que ainda afeta
descendentes dessa população, que estão mais suscetíveis à falta de moradia e
condições de vida estáveis.
Um exemplo é a forma como movimentos de luta pela terra, como o MST, são
retratados na mídia. Muitas vezes, as ocupações e protestos são descritos como
"invasões" e "ameaças à ordem pública", ignorando o contexto de desigualdade
fundiária e a ausência de uma reforma agrária ampla no Brasil. Da mesma forma, o
MTST enfrenta resistência e é frequentemente acusado de “instrumentalizar” a
população de baixa renda para ganhos políticos, embora seu foco principal seja a luta
por moradia digna.