JUS3150 Degustacao

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CLT

MAURO SCHIAVI

CONSOLIDAÇÃO DAS
LEIS DO TRABALHO
comentada 
4ª edição
revista, ampliada
e atualizada

2024
2024

Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 3 27/12/2023 17:58:08


Exposição de Motivos da
Consolidação das Leis do Trabalho

SR. PRESIDENTE DA REPÚBLICA: das teses, quer pela eficiência patente do sistema
paritário de equilíbrio social, evidenciando-se, do
Tenho grande honra de apresentar a Vossa Excelên- contraste de interesses, sob a luz de um pensamento
cia o projeto definitivo de Consolidação das Leis de público de bem comum, a fórmula de composição
Proteção ao Trabalho, relevante cometimento jurídico harmônica das forças do capital e do trabalho.
e social, cuja redação última foi procedida, havendo
8. A Consolidação corresponde a um estágio no
sido escrupulosamente apreciadas as sugestões e
desenvolvimento do progresso jurídico.
emendas propostas ao anteprojeto, após uma ver-
dadeira autocrítica, que a própria Comissão efetuou, 9. Entre a compilação ou coleção de leis e um có-
do texto original divulgado pelo Diário Oficial de 5 digo – que são, respectivamente, os momentos
de janeiro do corrente ano. extremos de um processo de corporificação do
2. A Comissão cotejou e julgou cerca de dois mil direito – existe a consolidação, que é a fase própria
reparos, observações ou comentários feitos à Con- da concatenação dos textos e da coordenação dos
solidação. princípios, quando já se denuncia primeiro o pensa-
mento do sistema depois de haverem sido reguladas,
3. Peço vênia a Vossa Excelência, preliminarmen-
de modo amplo, relações sociais em determinado
te, para ressaltar o esforço, a cultura, a inteligência
plano da vida política.
com que, no desempenho da difícil incumbência,
se houveram os signatários do Relatório incluso no 10. Projetada a ação do Estado em várias direções,
aprofundado exame da matéria. para atender ao tratamento de situações especiais e
constantes de uma mesma órbita jurídica, impõe-se,
4. Durante quase um ano, em longas reuniões diárias
desde o instante em que se surpreende a unidade
entregaram-se à tarefa complexa e ilustre, com uma
dedicação e um espírito público que bem demons- interna desses problemas, perscrutar a sua inteli-
tram o patriotismo que os inspirou. Desejo, por isso, gência ordenadora, que será então a ratio legis do
antes de mais nada, e perante V. Exa., patentear o sistema normativo necessário.
meu reconhecimento e a minha admiração por esses 11. Esse o significado da Consolidação, que não é uma
notáveis colaboradores da obra ministerial. coleção de leis, mas a sua coordenação sistematizada.
5. É da mais alta significação social e merece uma Não é apenas um engenho de arquitetura legislativa,
referência especial o interesse suscitado pela divul- mas uma recapitulação de valores coerentes, que
gação do anteprojeto. resultaram de uma grande expansão legislativa,
anterior, em um dado ramo de direito.
6. Juristas e magistrados, entidades públicas, empre-
sas privadas e associações culturais concorreram com 12. É o diploma do idealismo excepcional do Bra-
a judiciosa reflexão de sua experiência para sugerir sil orientado pela clarividência genial de V. Exa.,
um ou outro retoque. reajustando o imenso e fundamental processo de
7. Revelando, não só a repercussão alcançada pelo sua dinâmica econômica, nas suas relações com o
monumento legal projetado, mas, principalmente, trabalho, aos padrões mais altos de dignidade e de
uma vigorosa consciência sindical – prova plena de humanidade da justiça social. É incontestavelmente
um regime social já radicado – manifestaram-se as a síntese das instituições políticas estabelecidas por
classes de empregadores e de empregados, através V. Exa. desde o início de seu governo.
das respectivas instituições representativas. Esta foi, 13. Empenhou-se, por isso, a Comissão, na articulação
na realidade, a contribuição mais palpitante, trazida dos textos legais vigentes, na exata dedução dos
à Comissão, quer pelo teor original da discussão princípios, na concordância essencial das regras, na

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 23 27/12/2023 17:58:13


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA

unidade interna do sistema. As lacunas preenchidas classificações subjetivas ou sob a sugestão irrefletida
propuseram-se a tornar explícitas verdades inerentes de padrões quaisquer, mas sim, e verdadeiramente,
às leis anteriores. Algumas inovações aparentes não de acordo com dados racionais derivados do próprio
passam de necessárias consequências da Consti- valor e da função social que lhes é essencial.
tuição. As omissões intencionalmente ocorridas 21. Para melhor compreensão, dividiu a Comissão
restringiram-se a excluir do conjunto as leis tipica- o Título II do anteprojeto em dois Títulos, visando a
mente transitórias e que, para atender a situações de tornar ainda mais intuitivo o esquema da Consoli-
emergência decorrentes do estado de guerra, ficaram dação: ocupando-se essas duas divisões, respectiva-
à margem dos postulados do nosso direito social. mente, “Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho” e
14. O que importa salientar é ter havido a preocupa- “Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho”, que
ção dominante de subordinação às leis preexistentes constituem exatamente os princípios institucionais
e não como se procedesse à organização de um e básicos da proteção do trabalho.
código, para o qual se permite modernamente a
22. Mais uma vez nota-se nessa concepção um ânimo
originalidade inicial e onde é mesmo espontânea
de ordem que resultou de uma meditação exclusiva
e essencial a livre criação do direito, sem qualquer
sobre os institutos concatenados.
dependência do regime vigente.
23. O pormenorizado exame, nesta exposição, de
15. A Consolidação representa, portanto, em sua
todos os temas ali discutidos, importaria reproduzir,
substância normativa e em seu título, neste ano de
quase na íntegra, o referido relatório, com prejuízo
1943, não um ponto de partida, nem uma adesão
talvez de sua harmonia e da lógica irretorquível com
recente a uma doutrina, mas a maturidade de uma
que se apresenta.
ordem social há mais de um decênio instituída, que
já se consagrou pelos benefícios distribuídos, como 24. Peço licença, entretanto, para assinalar alguns
também pelo julgamento da opinião pública cons- aspectos principais do trabalho da Comissão.
ciente, e sob cujo espírito de equidade confraterni- 25. No concernente à identificação profissional, há
zaram as classes na vida econômica, instaurando quem incorra em absoluto equívoco, ignorando o
nesse ambiente, antes instável e incerto, os mesmos sentido exato dessa instituição jurídica.
sentimentos de humanismo cristão que encheram
26. Houve quem lhe apontasse apenas a utilidade
de generosidade e de nobreza os anais da nossa
de mero instrumento de contrato do trabalho, quan-
vida pública e social.
do, na verdade, é este, embora de grande alcance,
16. No relatório elaborado pela Comissão respectiva, apenas um aspecto da carteira profissional, cujo
que corresponde a um prefácio admirável da obra caráter fundamental é o de documento de qualifi-
monumental, e no qual se filia a presente exposição cação profissional, constituindo mesmo a primeira
de motivos, encontrará Vossa Excelência minucioso manifestação de tutela do Estado ao trabalhador,
e brilhante estudo das doutrinas, dos sistemas, das antes formalmente “desqualificado” sob o ponto de
leis, dos regulamentos e das emendas sugeridas vista profissional e a seguir, com a emissão daquele
comprovando que a Consolidação representa um título, habilitado à ocupação de um emprego ou ao
documento resultante da instituição do gênio com exercício de uma profissão. Não há como subordinar
que Vossa Excelência vem preparando o Brasil para essa criação típica do Direito Social ao papel acessório
uma missão universal. de prova do contrato de trabalho, quando, como se
17. A estrutura da Consolidação e a ordenada dis- vê, a sua emissão antecede livremente o ajuste do
tribuição das matérias que lhe compõem o texto emprego e agora, pela Consolidação, passará até a
evidenciam claramente não só um plano lógico como constituir uma condição obrigatória para o trabalho.
também um pensamento doutrinário. 27. Foi, aliás, considerando a importância da carteira
18. A sucessiva disposição das matérias, nos Títulos e profissional como elemento primacial para manuten-
Capítulos, corresponde a uma racional precedência. ção do cadastro profissional dos trabalhadores, como
19. Assim, sem fazer injúria ao bom senso geral, título de qualificação profissional, como documento
exemplificarei, entretanto: o contrato individual indispensável à colocação e à inscrição sindical e,
do trabalho pressupõe a regulamentação legal de finalmente, por servir de instrumento prático do
tutela do empregado, não lhe podendo ser adver- contrato individual do trabalho, que a Comissão
sa; a organização sindical pressupõe igualmente a encontrou razões bastantes para reputar uma ins-
condição de emprego ou o exercício de profissão e tituição fundamental de proteção do trabalhador e
a constituição da empresa; o contrato coletivo de não admitir fosse relegada à inoperância da franquia
trabalho seria, por sua vez, inviável sem a prévia liberal, tornando-a, então, obrigatória.
formação sindical das classes. 28. Em relação aos contratos de trabalho, cumpre
20. Essa uma distribuição em que os institutos esclarecer que a precedência das “normas” de tu-
jurídico-políticos são alinhados, não ao saber de tela sobre os “contratos” acentuou que a ordem

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 24 27/12/2023 17:58:13


Decreto-lei 5.452,
de 1º de maio de 1943

Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 180
da Constituição,
 Refere-se à CF/1937.
 Art. 22, I da CF.

DECRETA:
Art. 1º Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que a este Decreto-
-lei acompanha, com as alterações por ela introduzidas na legislação vigente.
Parágrafo único. Continuam em vigor as disposições legais transitórias ou de
emergência, bem como as que não tenham aplicação em todo o território nacional.
Art. 2º O presente Decreto-lei entrará em vigor em 10 de novembro de 1943.
Rio de Janeiro, 1 de maio de 1943,
122º da Independência e 55º da República.
GETÚLIO VARGAS.

A fase de desenvolvimento e fixação do reforçando a lógica da gratidão, já impreg-


Direito do Trabalho no Brasil ocorre a partir nada na cultura escravagista; c) difundir o
de 1930, com a chamada era Vargas, onde espírito da conciliação, quebrando, assim, a
houve grande desenvolvimento da indústria eficácia da própria legislação apresentada; d)
e do capitalismo. obter por meio da ausência de fiscalização
A legislação trabalhista durante os anos e da conciliação a concordância dos indus-
30, até 1945, inserida no projeto de industria- triais para edição das leis trabalhistas; e)
lização, segundo Souto Maior1, teve como não desagradar aos agricultores, deixando
objetivos: a) conter o sindicalismo revolucio- de levar a legislação trabalhista ao campo;
nário, por meio, sobretudo da criação dos e f) apagar da história as lutas e o poder de
sindicatos oficiais, vinculando a aquisição organização dos trabalhadores.
de direitos aos trabalhadores ligados a estes Até 1943, a legislação trabalhista era
sindicatos; b) criar uma classe operária dócil, esparsa, o que dificultava em demasia

1. História do Direito do Trabalho no Brasil. Volume I – Parte II. São Paulo: LTr, 2017, p. 255.

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 29 27/12/2023 17:58:15


CONSOLIDAÇÃO
DAS LEIS DO TRABALHO

TÍTULO I
INTRODUÇÃO

Art. 1º Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais


e coletivas de trabalho, nela previstas.

1. DEFINIÇÃO DO DIREITO DO TRABA- O Direito do Trabalho tem a missão de


LHO. AUTONOMIA. NATUREZA JURÍ- equilibrar a relação capital x trabalho, pro-
DICA tegendo a dignidade da pessoa humana do
A doutrina, em geral, não é uniforme trabalhador, por meio de um rol básico e
quanto à definição do Direito do Traba- mínimo de direitos, para garantia da cida-
lho. Alguns autores priorizam o critério dania do trabalhador.
subjetivo, que enfatiza os sujeitos aos quais A finalidade última do Direito do Tra-
se aplicam o Direito do Trabalho; outros balho é a melhoria da condição social do
priorizam o critério objetivo, que destaca as trabalhador, por meio de regras protetivas a
matérias à quais se dedica o Direito Laboral. fim de compensar as desigualdades materiais
Há ainda as definições mistas, majoritárias que tem em face do empregador.
na doutrina, que mesclam os critérios sub- Para que uma ciência seja considerada
jetivo e objetivo. autônoma são necessários os seguintes re-
O Direito do Trabalho conceitua-se como quisitos: a) ter princípios próprios; b) um
o conjunto de princípios, regras e instituições objeto de estudo específico; c) legislação
que regem a relação de emprego e as relações própria, e d) significativo número de estudos
de trabalho a elas equiparadas, tendo por doutrinários a respeito.
finalidade fixar os direitos do trabalhador, O Direito do Trabalho é considerado uma
para garantia de sua dignidade e melhoria ciência autônoma, pois possui princípios
de sua condição social. próprios que o diferencia do Direito Civil,
Os princípios são as normas gerais e abs- tem um objeto próprio de estudo, que é a
tratas dos quais derivam as regras. Regras relação de trabalho e os direitos do traba-
são normas positivadas. Instituições são lhador, tem significativo número de estudos
as entidades e pessoas que podem criar as doutrinários a respeito (autonomia científica)
normas trabalhistas, como os Sindicatos e e uma legislação própria (Consolidação das
empresas. Leis do Trabalho e Legislação Extravagante).
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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 33 27/12/2023 17:58:15


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
Art. 1º

Discutível a natureza jurídica do Direito individual do trabalho e as cláusulas que


do Trabalho. Alguns argumentam que ele lhe são incorporadas em virtude de lei,
se insere no Direito Público, pois, prepon- convenção coletiva, decisão normativa ou
derantemente, suas normas são de natureza regulamento.”
cogente. Outros sustentam a natureza priva- b) direito coletivo do trabalho: é a parte
da, pois este ramo do Direito rege a relação do Direito do Trabalho que se destina
entre empregado e empregador, que são en- a disciplina as relações entre grupos e
tes privados. Além disso, os Sindicatos que categorias de trabalhadores e empresas.
podem criar normas no âmbito trabalhista, Disciplina a organização sindical, a ne-
por meio da negociação coletiva, são pes- gociação coletiva e, principalmente, os
soas jurídicas de Direito Privado. Há ainda métodos de solução do conflito coletivo
os que classificam o Direito do Trabalho de trabalho.
como pertencendo ao chamado Direito So-
cial (Cesarino Júnior), pois se trata de direito Na visão de Magano7, o direito coleti-
destinado à justiça social e ao equilíbrio da vo é definido “como a parte do Direito do
relação capital x trabalho. Trabalho relativa às associações laborais, na
profissão e na empresa, aos seus contratos,
A doutrina, acertadamente, na sua com-
aos seus conflitos e à solução destes”.
posição majoritária, fixou entendimento
no sentido de que o Direito do Trabalho, O direito coletivo do trabalho ainda não
efetivamente, pertence ao ramo do Direito ganhou autonomia, embora hoje a doutrina
Privado, pois ele é destinado a regular a rela- já tenha sistematizado diversos princípios
ção de emprego que se dá entre particulares. que lhe são peculiares, a exemplo do prin-
Embora grande parte das normas que regem cípio da liberdade sindical. Na CLT, o tema
a relação de emprego sejam de ordem pública é tratado em título próprio.
(arts. 8º, 9º e 444, todos da CLT), este fato
não é suficiente para alterar natureza jurídica 3. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DI-
privada do Direito do Trabalho. REITO DO TRABALHO
Atualmente, as diretrizes básicas de pro-
2. DIVISÕES DO DIREITO DO TRABA- teção ao trabalho humano estão na Cons-
LHO tituição Federal. Já está sedimentada em
O Direito do Trabalho se subdivide em doutrina a existência do chamado Direito
dois grandes ramos, quais sejam: Constitucional do Trabalho8 fundamentado
em princípios regras e institutos disciplina-
a) direito individual do trabalho: regula dos na Constituição Federal, principalmente
o contrato individual do trabalho, bem em seus arts. 7º e 8º.
como os direitos e dever pertinentes à
relação entre empregado e empregador, Os postulados e valores da Constituição
individualmente considerados. Federal que protegem o trabalho humano e
promovem a dignidade da pessoa humana
Na feliz definição de Magano6, “direito do trabalho têm impacto na interpretação
individual do trabalho é parte do Direito e aplicação de todas as normas infraconsti-
do Trabalho que tem por objeto o contrato tucionais trabalhistas.

6. Manual de Direito do Trabalho. Parte Geral. São Paulo: LTr, 1980, p. 57.
7. Manual de Direito do Trabalho. Parte Geral. São Paulo: LTr, 1980, p. 57.
8 Vide a propósito a clássica obra de Arnaldo Sussekind: Direito Constitucional do Trabalho. Rio de Janeiro: Renovar,
1999.

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 34 27/12/2023 17:58:15


CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
Art. 2º

contratado sob a vigência de determinadas a revogação ou alteração do regulamento.


condições a ele asseguradas não pode ser (ex-Súmula nº 51 – RA 41/1973, DJ 14.06.1973)
II – Havendo a coexistência de dois regula-
rebaixado a condição inferior. A condição mentos da empresa, a opção do empregado
pode resultar de lei, de contrato individual, por um deles tem efeito jurídico de renúncia
de instrumento coletivo ou de regulamento às regras do sistema do outro. (ex-OJ nº 163
de empresa.” da SBDI-1 – inserida em 26.03.1999)
Este princípio tem grande importância Súmula 288: “COMPLEMENTAÇÃO DOS
PROVENTOS DA APOSENTADORIA (manti-
para preservação de direitos fundamentais
da) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
do trabalhador diante das alterações contra-
A complementação dos proventos da
tuais promovidas pelo empregador durante aposentadoria é regida pelas normas em
a vigência do contrato de trabalho (arts. 444 vigor na data da admissão do empregado,
e 468, da CLT). observando-se as alterações posteriores
desde que mais favoráveis ao beneficiário
O Tribunal Superior do Trabalho, con-
do direito.”
sagrou, em duas Súmulas, o princípio da
condição mais benéfica. São elas: Diante das referidas súmulas, constata-se
Súmula 51: NORMA REGULAMENTAR. que o Tribunal Superior do Trabalho consa-
VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGU- grou o princípio da condição mais benéfica.
LAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Quanto ao regulamento da empresa (Súmula
Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI- 51, II do TST), a opção do trabalhador pelo
1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I – As cláusulas regulamentares, que revoguem
novo regulamento deve ser espontânea, e
ou alterem vantagens deferidas anteriormente, não lhe trazer prejuízos diretos ou indiretos
só atingirão os trabalhadores admitidos após (art. 468, da CLT).

Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assu-


mindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviço.
 Arts. 10 e 448 da CLT.
 Arts. 3º e 4º da Lei 5.889/1973.
 Art. 1º, V, do Dec. 10.011/2019.
 Arts. 50 a 54 da LC 123/2006.

§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de em-


prego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalha-
dores como empregados.
 Art. 4º da Lei 5.889/1973.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, perso-
nalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de
outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem
grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decor-
rentes da relação de emprego.
 § 2º com a redação dada pela Lei 13.467/2017.
 Art. 3º, § 2º, da Lei 5.889/1973.
 Súm. 93, 129 e 239 do TST.

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 39 27/12/2023 17:58:16


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
Art. 2º

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo


necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse inte-
grado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas
dele integrantes.
 § 3º incluído pela Lei 13.467/2017.

1. DO CONCEITO DE EMPREGADOR Art. 966. Considera-se empresário quem


exerce profissionalmente atividade eco-
Segundo a Consolidação das Leis do nômica organizada para a produção ou a
Trabalho, empregador típico é a empresa circulação de bens ou de serviços. Parágrafo
que assumindo os riscos da atividade econô- único. Não se considera empresário quem
exerce profissão intelectual, de natureza
mica, contrata, assalaria e dirige a prestação científica, literária ou artística, ainda com
pessoal de serviços. o concurso de auxiliares ou colaboradores,
Conforme Evaristo de Moraes Filho: salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
empresa, em direito do trabalho, é a orga-
nização do trabalho alheio, sob o regime de O Código Civil, no artigo 1.142, nos
subordinação hierárquica, tendo em vista a define, por meio de interpretação autêntica
produção de determinado bem econômi-
o conceito de estabelecimento. Dispõe o
co. Daí o espírito de lucro e a assunção do
risco. A maior ou menor complexidade da referido dispositivo legal: “Considera-se
organização não a desnatura, sejam quais estabelecimento todo complexo de bens
forem o volume e a importância do conjunto organizado, para exercício da empresa, por
de coisas e pessoas, de bens materiais ou empresário, ou por sociedade empresária.”
imateriais, necessários à sua consecução,
ao pleno êxito dos seus propósitos. O que Estabelecimento é o conjunto de bens
importa sempre é esta diferenciação social materiais e imateriais destinados a atividade
mínima, entre direção e execução, com o econômica empresarial. É também chamado
objetivo de produzir para o mercado.18
fundo de comércio.
De nossa parte, empregador é a entidade, Conforme destaca Rubens Requião19,
individual, ou coletiva, que assumindo os
o fundo de comércio ou estabelecimento
riscos da atividade econômica, contrata, comercial é o instrumento da atividade do
remunera e dirige a prestação pessoal de empresário. Com ele o empresário comer-
serviços. cial aparelha-se para exercer sua atividade.
Forma do fundo de comércio a base jurídica
O empregador pode ser empresa devi- da empresa constituindo um instrumento da
damente constituída, ou não, que tenha ou atividade empresarial. O Código italiano o
não personalidade jurídica, que se dedique, define como o complexo dos bens orga-
ao lucro ou não, ou a pessoas físicas. nizados pelo empresário, para o exercício
da empresa.
Empresa é unidade econômica de produ-
ção destinada ao lucro. Trata-se de entidade
abstrata, cuja existência é reconhecida pelo 2. CARACTERÍSTICAS DO EMPREGA-
Direito. DOR
Nesse sentido dispõe o artigo 966 do São características do empregador:
Código Civil:

18. Do contrato de trabalho como elemento da empresa. São Paulo: LTr, 1993, p. 181-182.
19. Curso de Direito Comercial. v. 1. 21. ed. São Paulo: Saraiva, p. 203-204.

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 40 27/12/2023 17:58:16


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
Art. 4º

Art. 4º Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado


esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo
disposição especial expressamente consignada.
 Arts. 58, §§ 1º e 2º, e 294 da CLT.
 Súm. 96, 118 e 428 do TST.

§ 1º Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização


e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho
prestando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho.
 § 1º com redação dada pela Lei 13.467/2017.

§ 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será com-


putado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que
ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consoli-
dação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em
caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como
adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades
particulares, entre outras:
I – práticas religiosas;
II – descanso;
III – lazer;
IV – estudo;
V – alimentação;
VI – atividades de relacionamento social;
VII – higiene pessoal;
VIII – troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar
a troca na empresa.
 § 2º incluído pela Lei 13.467/2017.

1. TEMPO À DISPOSIÇÃO excluindo-se o tempo em que o empre-


Jornada de trabalho é o limite diário de gado está à disposição do empregador;
tempo em que o empregado está trabalhando b) o tempo em que o empregado está à
ou à disposição do empregador. disposição do empregador, aguardando
Horário se reporta ao início e final da determinações “no centro de trabalho,
jornada diária. Exemplo: o trabalho se inicia independentemente de ocorrer ou não
às 8:00 e termina às 18:00 horas. a efetiva prestação de serviços.”40
Segundo a doutrina, a jornada de traba- c) as horas de percurso, também denomina-
lho abrange três eventos, quais sejam: das in itinere, nas quais o empregado está
se deslocando para o trabalho, tendo saído
a) as horas efetivamente trabalhadas, nas de sua residência (indo ou retornando).
quais o empregado está produzindo,

40. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019, p. 1.032.

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 58 27/12/2023 17:58:17


CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
Art. 4º

A Consolidação das Leis do Trabalho 4. INEXISTÊNCIA DO TEMPO À DIS-


adotou a teoria do tempo à disposição como POSIÇÃO QUANDO O EMPREGADO
critério preponderante de abrangência da PERMANECER NAS DEPENDÊNCIAS
jornada de trabalho. DA EMPRESA POR MOTIVOS PARTI-
Nos termos do art. 4º da CLT, considera- CULARES OU POR EVENTOS ALHEIOS
-se tempo de serviço não só o tempo em que À VONTADE OU AOS COMANDOS DO
o empregado está trabalhando, mas também EMPREGADOR
aguardando ordens, à disposição do empre- A Lei 13.467/2017, conhecida como a Lei
gador. Quando houver disposição especial, da Reforma Trabalhista, inseriu o parágrafo
o tempo do intervalo intrajornada também 2º no artigo 4º da CLT, elencado hipóteses
integra a jornada de trabalho. que não são consideradas tempo à dispo-
sição do empregador, quais sejam: quando
2. SERVIÇO MILITAR o empregado, por escolha própria, buscar
O tempo em que o empregado estiver à proteção pessoal, em caso de insegurança
disposição do Serviço Militar obrigatório nas vias públicas ou más condições climá-
será computado como tempo de serviços, ticas, bem como adentrar ou permanecer
entretanto, o empregado não fará jus às ver- nas dependências da empresa para exercer
bas trabalhistas do período de afastamento. atividades particulares, entre outras: I – prá-
Trata-se de hipótese de suspensão do contra- ticas religiosas; II – descanso; III – lazer; IV
to de trabalho. Alguns autores, no entanto, – estudo; V – alimentação; VI – atividades de
sustentam a defesa de se tratar de hipótese relacionamento social; VII – higiene pessoal;
híbrida, pois na suspensão típica, não é devida VIII – troca de roupa ou uniforme, quando
a contagem do tempo de serviço, tampouco não houver obrigatoriedade de realizar a troca
o pagamento de verbas trabalhistas. na empresa.
As hipóteses previstas no referido pará-
3. ACIDENTE DE TRABALHO grafo, que constituem rol exemplificativo, so-
mente não integrarão a jornada de trabalho
No acidente de trabalho, também o tem-
do empregado quando, de forma inequívoca,
po de afastamento será computado como
a escolha por permanecer nas dependências
tempo de serviço.
da empresa fora do horário de trabalho, for
Alguns autores sustentam a tese de que do empregado. Embora o dispositivo não faça
a contagem do tempo de serviço do presen- menção, a permanência do empregado nas
te parágrafo único somente se aplica para dependências da empresa nas condições do
efeitos de contagem de serviços para os em- parágrafo 2º do art. 4º da CLT depende da
pregados regidos pela estabilidade decenal anuência expressa ao tácita do empregador.
(antes de 1988) e não para os trabalhadores
regidos pelo FGTS. ~ JURISPRUDÊNCIA:

No nosso entendimento, a contagem do ` Súmula nº 118 do TST: JORNADA DE TRABALHO.


HORAS EXTRAS (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
tempo de serviço é contada tanto para o 21.11.2003 Os intervalos concedidos pelo empregador na
empregado regido pela CLT como para o jornada de trabalho, não previstos em lei, representam
do FGTS, pois não há distinção na lei. Além tempo à disposição da empresa, remunerados como
serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.
disso, a situação em que se encontra o em-
pregado acidentado justifica a contagem do ` Súmula nº 428 do TST: SOBREAVISO APLICAÇÃO
tempo de serviço, a fim de que seja cumprida ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação alterada
na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) –
a função social do contrato de trabalho e Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
também protegida a dignidade da pessoa I – O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados
humana do empregado acidentado. fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não

59

Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 59 27/12/2023 17:58:17


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
Art. 5º

caracteriza o regime de sobreaviso. II – Considera-se em DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE


sobreaviso o empregado que, a distância e submetido TRABALHO – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30
a controle patronal por instrumentos telemáticos ou e 31.05.2011 Considera-se à disposição do empregador,
informatizados, permanecer em regime de plantão na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao des-
ou equivalente, aguardando a qualquer momento o locamento do trabalhador entre a portaria da empresa
chamado para o serviço durante o período de descanso. e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10
(dez) minutos diários.
` Súmula nº 429 do TST: TEMPO À DISPOSIÇÃO
DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE

Art. 5º A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção
de sexo.
 Arts. 5º, I e 7º, XXX da CF.
 Arts. 373-A, III, e 461 da CLT.
 Súm. 202 do STF.
 Súm. 6 do TST.
 OJ 297 da SDI-1 do TST.

Dispõe o caput do artigo 5º da Consti- e mulheres no mercado de trabalho. Desse


tuição Federal: modo, ocupando a mesma função, homens
Todos são iguais perante a lei, sem distinção e mulheres devem receber o mesmo salário.
de qualquer natureza, garantindo-se aos Não obstante, a CLT traça em capítulo
brasileiros e aos estrangeiros residentes próprio algumas regras protetivas ao Traba-
no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à lho da mulher, como a proteção à maternida-
propriedade, nos termos seguintes: I – ho- de, e às peculiaridades do seu organismo etc.
mens e mulheres são iguais em direitos e Quanto às normas internacionais de ve-
obrigações, nos termos desta Constituição.
dação à discriminação, temos as seguintes
A Constituição Federal assegura o prin- Convenções da OIT, ratificadas pelo Brasil,
cípio da não discriminação nas relações de quais sejam:
trabalho no artigo 7º, XXX, que assim dis- a) Convenção 100 da OIT que prevê igual-
põe: “Proibição de diferença de salários, de dade de remuneração entre homens e
exercício de funções e de critério de admissão mulheres;
por motivo de sexo, idade, cor ou estado
b) Convenção 111 OIT que veda a discrimi-
civil.”
nação no emprego e qualquer distinção
Como visto, a Constituição Federal ou preferência fundamentada em sexo;
consagra no caput do artigo 5º o princípio e
da isonomia entre homens e mulheres, e o
c) Convenção 117 da OIT que veda a dis-
inciso XXX do artigo 7º da Constituição
criminação no emprego, por motivo de
Federal veda a discriminação entre homens
cor, sexo, crença ou filiação sindical.

Art. 6º Não se distingue entre o trabalho rea­lizado no estabelecimento do


empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância,
desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 60 27/12/2023 17:58:17


CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
Art. 6º

Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e


supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais
e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.
 Art. 6º com a redação dada pela Lei 12.551/2011.
 Art. 83 da CLT.

1. DO TRABALHO FORA DO ESTABELE- restrita, devendo ser lido como residência,


CIMENTO DO EMPREGADOR ou até mesmo como sendo um local em que
Atualmente, diante do avanço tecnológi- o empregado possui para trabalhar, como
co, das mudanças no sistema de produção, um escritório particular.
da inserção dos portadores de necessida- Todos os requisitos previstos nos artigos
des especiais no mercado de trabalho, da 2º e 3º da CLT, quais sejam: pessoalidade, su-
redução dos custos e da necessidade de bordinação, não eventualidade e onerosida-
majoração da produção, tem sido comum de, devem estar presentes, simultaneamente
a prestação de serviços fora do estabeleci- para que se configure a relação de emprego.
mento da empresa. Não obstante, o requisito da pessoalidade
Dentre os trabalhadores que desempe- fica de certa forma mitigado, pois o empre-
nham o trabalho fora do estabelecimento do gado está fora das vistas do empregador.
empregador, a doutrina destaca: Entretanto, ele deve ser preponderante.
a) o trabalho em domicílio: executado na Quanto à subordinação, no trabalho a
residência do trabalhador, também cha- domicílio, ela deve ser aferida, tomando-se
mado de home office. Não se exige ne- em consideração os seguintes critérios:
nhuma condição especial para o exercício a) aspecto qualitativo do trabalho realizado,
deste trabalho. Sua previsão legal está no ou seja, aferição da qualidade final do
art. 6º da CLT; produto ou do trabalho desenvolvido
b) teletrabalho: realizado fora das depen- pelo empregado;
dências do empregador. Pode ser realiza- b) aspecto quantitativo: quantidade de
do ou não na própria residência do traba- produção de produto ou serviço num
lhador, mas exige utilização de tecnologia determinado lapso de tempo;
de informação ou de comunicação (arts. c) econômico: dependência econômica do
75-A a 75-E da CLT); trabalhador ao tomador de serviços.
c) trabalho externo: previsto no art. 62, I, Por outro lado, o empregador pode uti-
da CLT. Trata-se de situação clássica de lizar meios telemáticos e informatizados de
realização do trabalho fora do estabele- comando para controlar o trabalho a distân-
cimento do empregador em atividades cia, tais como telefone celular, aplicativos
incompatíveis com a fiscalização da jor- dentre outros. Nesta situação, a subordinação
nada. jurídica se equipara à do trabalhador que
presta serviços no próprio estabelecimento
2. DO TRABALHO EM DOMICÍLIO do empregador.
(HOME OFFICE) Tem o trabalhador a domicílio todos os
O caput do 6º da CLT disciplina o traba- direitos do trabalhador que presta serviços
lho realizado no domicílio do empregado, no estabelecimento do empregador. O local
também denominado home office. O ter- de trabalho é considerado a residência do
mo domicílio não pode ter interpretação trabalhador. Também terá direito a horas
61

Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 61 27/12/2023 17:58:17


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
Art. 6º

extras se comprovar que ultrapassa o limite Desse modo, o parágrafo único, inseri-
de 8 horas diárias e 44 semanais, e que sua do ao art. 6º, pela Lei 12.551/2011, permite
jornada pode ser mensurável, ainda que in- que subordinação seja aferida por meio dos
diretamente, como inserção de senha em algoritmos que atribuem tarefas e fazem a
computador no início e no fim da jornada, ou avaliação do cumprimento destas tanto nos
pela realização de determinada quantidade aspectos quantitativos e qualitativos. Trata-se
de trabalho que demanda jornada superior de grande avanço que permite que os requi-
ao limite legal ou contratual. sitos que integram a relação de emprego e o
conceito de empregado (arts. 2º e 3º da CLT)
3. MEIOS TELEMÁTICOS E INFORMA- estejam adequados à realidade e ao avanço
TIZADOS E CONTROLE SUPERVISÃO da tecnologia, permitindo que os direitos
sociais sejam preservados.
O parágrafo único do art. 6º da CLT
equipara aos meios pessoais e direitos de
controle e supervisão do trabalho alheio, 4. TRABALHADORES EM PLATAFOR-
os meios telemáticos e informatizados de MAS DIGITAIS (UBER)
comando, controle e supervisão. Muito se discute, atualmente, sobre a
Conforme destacam Juliana Carreiro natureza da vinculação entre prestadores
Corbal Oitaven, Rodrigo de Lacerda Carelli de serviços, a exemplos de motoristas que
e Cássio Luíz Casagrande41: transportam passageiros ou entregadores,
vinculados a plataformas digitais.
[…] enquanto o taylorismo/fordismo cen-
trava-se na subordinação do trabalhador a Há decisões da Justiça do Trabalho que
uma racionalidade que lhe restava exterior, reconhecem o vínculo de emprego entre
agora o foco está na sua programação, pela motorista e a plataforma UBER, conside-
apresentação de metas, regras e medida
dos resultados do trabalho, por meio de
rando que os prestadores de serviços são
indicadores estatísticos. É importante, no hipossuficientes, não fixam o valor de cada
entanto, que o sujeito se aproprie desta serviço, recebem valores baixos, têm ava-
avaliação para reagir positivamente à lacuna liação e fiscalização da atividade e estão
que ela revela entre sua performance e seus sujeitos a punição. Além disso, argumentam
objetivos”.
a existência, de forma muito expressiva, da
Atualmente, há uma série de trabalhado- dependência econômica do prestador junto
res que prestam serviços e têm o controle de ao tomador dos serviços.
suas atividades por meios informatizados ou Diante do avanço da tecnologia e da
telemáticos, exteriorizados por algoritmos. chamada Revolução 4.0 com a crescente
Como destaca Yuval Harari42: “um al- utilização da tecnologia digital, a cada dia
goritmo é um conjunto metódico de passos cresce o número de trabalhadores que pres-
que pode ser usado na realização de cálculos, tam serviços em dependência, quase total
na resolução de problemas e na tomada de dos meios tecnológicos, principalmente dos
decisões.” detentores desta tecnologia. Diante disso,
Os algoritmos têm sido utilizados para inevitavelmente, há uma crescente valoriza-
atribuição de tarefas e verificação de cum- ção do critério da dependência econômica,
primento de metas a trabalhadores. como traço configurador da subordinação,

41. Empresas de Transporte, plataformas digitais e a relação de emprego: Um estudo do trabalho subordinado sob
aplicativos. Brasília: Gráfica Movimento, 2018, p. 29.
42. “Apud” Juliana Carreiro Corbal Oitaven, Rodrigo de Lacerda Carelli e Cássio Luíz Casagrande. Empresas de Transporte,
plataformas digitais e a relação de emprego: Um estudo do trabalho subordinado sob aplicativos. Brasília: Grafica
Movimento, 2018, p. 30.

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 62 27/12/2023 17:58:17


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
Art. 920

Art. 920. Enquanto não forem constituídas as confederações, ou, na falta


destas, a representação de classes, econômicas ou profissionais, que derivar
da indicação desses órgãos ou dos respectivos presidentes, será suprida por
equivalente designação ou eleição realizada pelas correspondentes federações.

À época da vigência da CLT fora cria- confederações sindicais pudessem ser cons-
da uma regra de transição para que as tituídas.

Art. 921. As empresas que não estiverem incluídas no enquadramento sindical


em que trata o art. 577 poderão firmar contratos coletivos de trabalho com os
sindicatos representativos da respectiva categoria profissional.

À época da vigência da CLT, as empresas firmar acordos coletivos com os sindicatos


que não estivessem incluídas no enquadra- da respectiva categoria profissional.
mento sindical anexo ao art. 577 poderiam Atualmente, o quadro do art. 577 é me-
ramente exemplificativo.

Art. 922. O disposto no art. 301 regerá somente as relações de empregos


iniciadas depois da vigência desta Consolidação.
 Art. 922 incluído pelo Dec.-lei 6.353/1944.
 Optamos, nesta edição, pela não publicação do Anexo.

Dispõe o artigo 301 da CLT que o tra- Atualmente, a vedação ao trabalho de


balho no subsolo somente será permitido mulheres não prevalece, diante do disposto
a homens, com idade compreendida entre no art. 5º, I, da CLT (princípio da isonomia).
vinte e um e cinquenta anos, assegurada a
transferência para a superfície nos termos
previstos no artigo anterior.
Conforme disposição da CLT, o referido
dispositivo somente é aplicado a partir da
vigência da CLT.

1476

Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 1476 27/12/2023 18:01:28


ANEXO I
Quadro a que se refere o art. 577
da Consolidação das Leis do Trabalho

CONFEDERAÇÃO NACIONAL
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA
DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA

1º GRUPO – Indústria da alimentação 1º GRUPO – Trabalhadores na indústria de alimen-


Atividades ou categorias econômicas tação Categorias profissionais

Indústria do trigo
Trabalhadores na indústria do trigo, milho e man-
Indústria do milho e da soja
dioca
Indústria da mandioca

Indústria do arroz Trabalhadores na indústria do arroz

Indústria do açúcar
Trabalhadores na indústria do açúcar
Indústria do açúcar de engenho

Trabalhadores na indústria de torrefação e moagem


de café
Indústria de torrefação e moagem do café Trabalhadores na indústria da refinação do sal
Industria de refinação do sal Trabalhadores na indústria de panificação e con-
feitaria
Indústria de panificação e confeitaria
Trabalhadores na indústria de produtos de cacau
Indústria de produtos de cacau e balas
e balas
Indústria do mate
Trabalhadores na indústria do mate
Indústria de laticínio e produtos derivados
Trabalhadores na indústria de laticínio e produtos
Indústria de massas alimentícias e biscoitos derivados
Trabalhadores na indústria de massas alimentícias
e biscoitos

Indústria da cerveja de baixa fermentação Trabalhadores na indústria de cerveja e bebidas


Indústria da cerveja e de bebidas em geral em geral

Trabalhadores na indústria do vinho


Indústria do vinho Trabalhadores na indústria de águas minerais
Indústria de águas minerais Trabalhadores na indústria do azeite e óleos ali-
mentícios
Indústria de azeite e óleos alimentícios
Trabalhadores na indústria de docas e conservas
Indústria de doces e conserves alimentícias
alimentícias
Indústria de carnes e derivados
Trabalhadores na indústria de cernes e derivados
Indústria do fio
Trabalhadores na indústria de fio
Indústria do fumo
Trabalhadores na indústria do fumo
Indústria da imunização e tratamento de frutas
Trabalhadores na indústria de imunização e trata-
mento de frutas

1477

Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 1477 27/12/2023 18:01:36


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA

CONFEDERAÇÃO NACIONAL
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA
DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA

2 ° GRUPO – Indústria do vestuário 2.º GRUPO – Trabalhadores nas indústrias do


Atividades ou categorias econômicas vestuário Categorias profissionais

Trabalhadores na indústria do calçado


Indústria de calçados
Oficiais alfaiates, costureiras a trabalhadores na in-
Indústria de camisas para homem e roupas brancas dústria de confecção de roupas
Indústria de alfaiataria e de confecção de roupas Trabalhadores na indústria de guarda-chuvas e
de homem bengalas
Indústria de guarda-chuvas e bengalas Trabalhadores na indústria de luvas, bolsas e peles
Indústria de luvas, bolsas e peles de resguardo do resguardo
Indústria de pentes, botões e similares Trabalhadores na indústria de pentes, botões e si-
milares
Indústria de chapéus
Trabalhadores na indústria de chapéus
Indústria de confecção de roupas e chapéus de
senhora Trabalhadores na indústria de confecção de roupas
e chapéus de senhora

3 ° GRUPO – Trabalhadores nas indústrias da


3 ° GRUPO – Indústrias da construção e do mobi-
construção e do mobiliário Categorias profis-
liário Atividades ou categorias econômicas
sionais

Trabalhadores na indústria da construção civil


Indústria da construção civil (pedreiros, carpinteiros, pintores e estucadores,
bombeiros hidráulicos e trabalhadores em geral,
Indústria de olaria
de estradas, pontes, portos e canais)
Indústria do cimento, cal e gesso
Trabalhadores na indústria de olaria
Indústria de ladrilhos hidráulicos e produtos de
Trabalhadores na indústria do cimento, cal a gesso
cimento
Trabalhadores na indústria de ladrilhos hidráulicos
Indústria da cerâmica para construção
e produtos de cimento
Indústria de mármores e granitos
Trabalhadores na industries de cerâmica para cons-
Indústria de pinturas, decorações, estuques e or- trução
natos
Trabalhadores na indústria de mármores e granitos
Indústria de serrarias, carpintarias e tanoarias
Oficiais eletricistas
Indústria da marcenaria (móveis da madeira)
Oficiais marceneiros e trabalhadores nas indústrias
Indústria de móveis de junco a vime e de vassouras de serrarias e de moveis de madeira
Indústria de cortinados e estofos Trabalhadores na indústria de moveis de junco e
vime e de vassouras.

4º GRUPO – Indústrias urbanas Atividades ou 4º GRUPO – Trabalhadores nas indústrias urba-


categorias econômicas nas Categorias profissionais

Trabalhadores na indústria da purificação e distri-


Indústria da purificação e distribuição de água
buição de água.
Indústria de energia hidroelétrica
Trabalhadores na indústria da energia hidroelétrica.
Indústria da energia termoelétrica
Trabalhadores na indústria da energia termoelétrica.
Indústria da produção do gás
Trabalhadores na indústria da produção do gás.
Serviços de esgotos
Trabalhadores em serviços de esgotos.

1478

Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 1478 27/12/2023 18:01:37


Índice Remissivo
da Consolidação das Leis do Trabalho

–A–

ABANDONO DE EMPREGO  compensação de horas: Art. 59, § 2º


 justa causa: Art. 482, i  cumprimento no prazo e condições estabelecidas:
Art. 835
ABONO  dissídio coletivo: Arts. 863 e 864
 de férias: Arts. 143 a 145  dissídio individual: Arts. 846 e 847
 integração ao salário: Art. 457, § 1º  extrajudicial: Arts. 855-B ao 855-E
 prazo; pagamento: Art. 145  jornada de trabalho; acréscimo de hora suplemen-
tar: Art. 59
ABORTO
 reclamação; falta de anotação na CTPS: Art. 39, § 1º
 ausência da empregada: Art. 131, II
 comprovação: Art. 395 ACÚMULO
 não criminoso; repouso remunerado: Art. 395  férias: art. 137

AÇÃO ADIANTAMENTO SALARIAL


 cobrança judicial de contribuição sindical: Art. 606  desconto: Art. 462
 cobrança judicial de multas administrativas: Art. 642
 cumprimento das decisões: Art. 872, par. único. ADICIONAIS TRABALHISTAS
 declaratória: Art. 11.  de hora extra: Arts. 59 a 62
 desistência: Art. 841, § 3º  de insalubridade: Arts. 192 e 194
 fiscal: Art. 627-A  de periculosidade: Art. 193, § 1º, e 194
 regressiva contra subempreiteiro: Art. 455  de trabalho noturno: Arts. 73 e 381
 rescisória: Arts. 678, I, c, 2, e 836  de transferência: Art. 469, § 3º

ACIDENTE DE TRABALHO ADMISSÃO DO EMPREGADO


 anotações na CTPS: Arts. 30 e 41, par, único  anotação em documento fornecido pelo emprega-
dor: Art. 13, § 4º, I
 competência: Art. 643, § 2º
 anotação em livro de registro de empregados: Art.
 direito a férias: Art. 133, IV
41, par. único
 falta abonada: Art. 131, III
 anotação falsa na CTPS: Art. 49, V
 valor das anotações para cálculo de indenização:
Art. 40, III  anotação na CTPS: Art. 29
 tempo de serviço: Art. 4º, par. único  realização de exame médico obrigatório: Art. 168, I

ACORDO AFASTAMENTO DO EMPREGADO


 audiência; instrução e julgamento: Art. 846, §§ 1º e  gestação: Art. 392
2º  invalidez: Art. 475
 coletivo de trabalho: Arts. 611 a 625  serviço eleitoral: Art. 473, V

1489

Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 1489 27/12/2023 18:01:38


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
A

 serviço militar: Art. 472  ausência de anotação; auto de infração: Art. 29, § 3º
 vantagens asseguradas: Art. 471  cessação do contrato; anotação dos períodos aqui-
sitivos: Art. 141, § 3º
AGRAVO  desabonadoras: Art. 29, § 4º
 de instrumento: Arts. 897, b, §§ 2º e 4º a 7º  imprestabilidade ou esgotamento do espaço desti-
 de petição: Arts. 897, a, §§ 1º, 3º e 8º nado a registros e anotações: Art. 21
 regimental: Art. 709, § 1º  interrupção de serviço: Art. 133, § 1º
 penalidades: Arts. 49 a 56
AJUDA DE CUSTO (*v. REMUNERAÇÃO)  retenção: Art. 53
 não integração ao salário: Art. 457, § 2º  prazo para anotação: Art. 29
 serviço ferroviário: Art. 239, § 2º  reclamação por falta ou recusa de anotação: Arts.
36 a 39
ALIMENTAÇÃO
 remuneração: Art. 29, § 1º
 inclusão no salário: Arts. 81, § 1º, e 458
 valor das anotações: Art. 40
 intervalo: Art. 71
 horário obrigatório: Art. 230, § 2º APOSENTADO
 subsolo: Art. 297  invalidez: Art. 475

ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO APRENDIZAGEM (*v. MENOR)


 despesas; transferência: Art. 470  aprendiz; proporcionalidade salarial: Art. 358, c
 cargo de confiança; real necessidade de serviço: Art.  contrato: Art. 428
469, § 1º  deveres dos responsáveis legais e dos empregado-
 extinção do estabelecimento: Art. 469, § 2º res: Art. 424 a 433
 requisitos: Art. 468  duração do contrato: Art. 432
 transferência do local de trabalho: Art. 469  efetivação do contrato: Art. 431
 extinção do contrato: Art. 433
AMAMENTAÇÃO (*v. MULHER)
 penalidades: Arts. 434 a 438
 descanso durante a jornada de trabalho: Art. 396
 local apropriado; empresa com mais de 30 empre- ARBITRAGEM
gadas maiores de 16 anos: Art. 389, § 1º  cabimento: Art. 507-A
 local destinado à guarda dos filhos: Art. 400
ARMADOR: Art. 150
ANALFABETO
 CTPS; impressão digital ou assinatura a rogo: Art. 17, ARQUIVAMENTO
§ 2º  não comparecimento do reclamante à audiência:
 emissão da CTPS ao menor: Art. 419, § 1º Art. 844
 empresa com mais de 30 menores analfabetos; local  penalidades: Art. 732
reservado à instrução primária: Art. 427, par. único  procedimento sumaríssimo: Art. 852-B, § 1º
 homologação da rescisão contratual; pagamento
em dinheiro: Art. 477, § 4º ARREMATAÇÃO
 recibo de pagamento; impressão digital ou assina-  procedimento: Art. 888
tura a rogo: Art. 464
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
ANALOGIA  dever do sindicato: Art. 514, b
 aplicação; ausência de disposições legais ou contra-
tuais: Art. 8º ASSOCIAÇÃO SINDICAL
 categorias profissionais: Art. 511
ANOTAÇÃO NA CTPS (*v. CARTEIRA DE TRABA-  deveres: Art. 514
LHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL – CTPS)  legalidade: Art. 511
 acidente de trabalho: Art. 30  reconhecimento: Art. 512
 alteração de estado civil: Arts. 20 e 32
 atividade externa incompatível com a fixação de ATESTADO
horário de trabalho: Art. 62, I  esterilidade ou gravidez; proibição: Art. 373-A, IV
 ausência de anotação; empresa intimada: Art. 54  médico; aborto não criminoso: Art. 395

1490

Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 1490 27/12/2023 18:01:38


Índice Remissivo da Consolidação das Leis do Trabalho
B

 médico; fornecido à gestante: Arts. 392, §§ 1º e 2º, AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO


394  abertura: Art. 846
 relação empregatícia: Art. 13, § 4º, II  acordo entre as partes: Art. 846, § 1º
ATIVIDADE INDUSTRIAL E COMERCIAL  ata: Art. 851
 conceito: Art. 652, §1º  continuidade da audiência: Art. 849
 não comparecimento do reclamado: Art. 844
ATIVIDADES INSALUBRES  não comparecimento do reclamante: Art. 844
 adicional: Arts. 192 e 194  razões finais: Art. 850
 caracterização e classificação: Art. 195  substituição do empregado pelo sindicato ou por
 conceito: Art. 189 outro empregado: Art. 843, § 2º
 efeitos pecuniários: Art. 196  substituição do empregador pelo gerente ou pre-
 eliminação ou neutralização da insalubridade: Art. posto: Art. 843, § 1º
191  testemunhas e provas: Art. 845
 prorrogação de horário em atividade insalubre: Art.
60, parágrafo único AUSÊNCIA
 quadro das atividades e operações insalubres: Art.  empregado: Art. 131, IV
190
AUTO DE INFRAÇÃO
ATIVIDADES PERIGOSAS  defesa; prazo: Art. 629, § 3º
 adicional: Arts. 193, § 1º, e 194  lavratura: Art. 628 e 629
 caracterização e classificação: Art. 195  registro: Art. 629, § 2º
 conceito: Art. 193
AUTÔNOMO
 efeitos pecuniários: Art. 196
 trabalhador: Art. 442-B
 opção pelo adicional de insalubridade: Art. 193, § 2º
 trabalhador em motocicleta: Art. 193, § 4º AUXÍLIO
 doença: Art. 133, IV
ATO LESIVO DA HONRA OU BOA FAMA
 enfermidade: Art. 476
 praticado contra o empregador ou superior hierár-
quico; justa causa: Art. 482, k  funeral: Art. 592, II, i, III, i
 praticado contra qualquer pessoa; justa causa: Art.  maternidade: Art. 393
482, j
Aviso prévio
 praticado pelo empregador: Art. 483, e
 ato do empregado que justifique a rescisão por justa
ATOS E TERMOS PROCESSUAIS: Arts. 770 a 782 causa: Art. 491
 ato do empregador que justifique a rescisão ime-
AUDIÊNCIA diata do contrato: Art. 490
 abertura: Art. 815  despedida indireta: Art. 487, § 4º
 ausência do reclamante: Art. 844, § § 2º a 5º  jornada de trabalho reduzida: Art. 488
 disposições gerais: Arts. 813 a 817  não concessão pelo empregador: Art. 487, § 1º
 dissídio coletivo: Art. 860  não cumprimento pelo empregado: Art. 487, § 2º
 fornecimento de certidão: Art. 817, par. único  reajustamento salarial no período de aviso prévio:
 não comparecimento do juiz ou presidente: Art. 815, Art. 487, § 6º
par. único  reconsideração: Art. 489
 registro da audiência: Art. 817  requisitos: Art. 487

–B–

BANCÁRIO  empregados de portaria e limpeza; regime especial:


Art. 226
 direito à estabilidade: Art. 919  jornada de trabalho: Art. 224

1491

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MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
C

 prorrogação da jornada de trabalho: Art. 225 BERÇÁRIO


 local destinado à guarda dos filhos durante a ama-
BEBIDAS ALCOÓLICAS mentação: Art. 400
 forma de pagamento do salário; proibição: Art. 458
 motorista profissional submetido a teste: Art. 235-B BOLSA DE ESTUDO
 venda de bebidas alcoólicas por menor; proibição:  aplicação do imposto sindical: Art. 592, II, o, III, d, IV,
Art. 405, § 3º, d d
 concessão; preferência para o sindicalizado e filhos:
BENS Art. 544, IX
 imóveis; alienação, locação ou aquisição por enti-
dades sindicais: Art. 549, §§ 1º a 7º BRASILEIRO
 patrimônio; associações sindicais: Art. 548, c  proporcionalidade de empregados: Arts. 352 a 358
 venda por arrematação: Art. 888, § 1º

–C–

CABINEIROS (*v. SERVIÇO FERROVIÁRIO) CARTA PRECATÓRIA: Art. 721, § 2º


 jornada de trabalho: Art. 245 CARTEIRA DE IDENTIDADE
 estrangeiro: Art. 359
CALDEIRAS, FORNOS E RECIPIENTES SOB PRES-  fiscal; exibição obrigatória: Art. 630
SÃO
 fiscal; passe livre para agente de inspeção: Art. 630,
 dispositivos de segurança: Art. 187 §§ 5º e 7º
 inspeções de segurança: Art. 188
 normas complementares: Art. 187, par. único CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
 projetos de instalação: Art. 188, § 3º – CTPS (*v. IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL/*v.
 prontuário: Art. 188, § 1º ANOTAÇÕES NA CTPS)
 registro de segurança: Art. 188, § 2º  abreviaturas: Art. 33
 concessão de férias: Art. 135, § 1º
CAPACIDADE  crime de falsidade: Arts. 49 e 50
 de trabalho: Art. 475, § 1º  destinatários: Art. 13, caput e § 1º
 emissão: Art. 14
CARGO DE CONFIANÇA  entrega: Art. 25
 dispensa sem justa causa: Art. 499, § 2º  extravio ou inutilização: Art. 52
 estabilidade: Art. 499  fornecimento; ausência de documentos suprida por
 jornada de trabalho: Art. 62, II e par. único declarações verbais: Art. 17
 reversão ao cargo anterior: Art. 499, § 1º  registro de empregado: Art. 41
 transferência; empregado: Art. 469, § 1º  requisitos: Art. 16
 retenção pela empresa: Art. 53
CARGO EM COMISSÃO: Art. 450  retenção pelo sindicato: Art. 56
CARTA DE SENTENÇA  penalidades: Arts. 49 a 56
 extração para execução provisória: Art. 899  salário: Art. 29, § 1º
 segunda via: Art. 21
 venda ou exposição à venda de carteira igual ao tipo
oficialmente adotado: Art. 51

CARTÓRIO DOS JUÍZOS DE DIREITO (*v. SERVI-


ÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO)

CASAMENTO
 falta abonada: Art. 473, II
 restrição ao direito da mulher; proibição: Art. 391

1492

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Índice Remissivo da Consolidação das Leis do Trabalho
C

CATEGORIA  procedimento: Art. 625-D


 econômica: Art. 511, § 1º  termo de conciliação: Art. 625-E
 profissional: Art. 511, § 2º
COMPENSAÇÃO
CERTIDÃO  arguição como matéria de defesa: Art. 767
 negativa de débitos trabalhistas; prova: Art. 642-A  desconto no salário; proibição: Art. 78, par. único
 registro de audiência: Art. 817, par. único.  jornada de trabalho; excesso de horas: Art. 59, § 2º
 jornada de trabalho; não atendimento das exigên-
CENTRAIS SINDICAIS cias legais: Art. 59-B
 aplicação do imposto sindical: Art. 593  rescisão do contrato de trabalho; compensação no
 recebimento de contribuição sindical: Arts. 589, II, pagamento: Art. 477, § 5º
b, §§ 1º e 2º, e 590
COMPETÊNCIA
CHEQUE  cartório dos Juízos de Direito: Arts. 716 e 717
 saque em conta corrente de entidade sindical: Art.  Conselho Fiscal: Arts. 522, § 2º, e 538, § 5º
588
 distribuidor das Juntas de Conciliação e Julgamento:
 visado; forma de pagamento no ato da homologa- Art. 714
ção: Art. 477, § 4º
 homologação de acordo extrajudicial: Art. 652, alí-
nea “f”
CITAÇÃO
 inclusão da decisão exequenda ou termo de acordo  Juízos de Direito: Art. 669
não cumprido: Art. 880, § 1º  Juntas de Conciliação e Julgamento: Arts. 651 a 653
 pelo oficial de justiça: Art. 880, § 2º  Presidente do Tribunal Superior do Trabalho: Art.
 por edital: Art. 880, § 3º 707
 Procuradoria-Geral da Justiça do Trabalho: Art. 746
COBRANÇA  secretaria das Juntas de Conciliação e Julgamento:
 amigável: Art. 650 Arts. 711 e 712
 judicial; multa: Arts. 641 e 642  Vice-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho:
Art. 708
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACI-  Tribunais Regionais: Arts. 677 a 680
DENTES – CIPA  Tribunal Pleno: Art. 702
 composição: Art. 164
 constituição obrigatória: Art. 163 CÔMPUTO DO TEMPO DE SERVIÇO
 designação do presidente: Art. 164, § 5º  afastamento por serviço militar e acidente de tra-
balho: Art. 4º, par. único
 despedida arbitrária; proibição: Art. 165
 duração do mandato dos membros eleitos: Art. 164 CONCILIAÇÃO
 eleição do vice-presidente: Art. 164, § 5º  dissídio coletivo: Arts. 860 a 864
 regulamentação das atribuições, composição e fun-  proposta pelo juiz: Art. 846
cionamento: Art. 163, par. único
 termo: Art. 625-E
 reintegração de membro da CIPA: Art. 165, par. único

COMISSÕES CONCORDATA (ATUAL RECUPERAÇÃO JUDICIAL)


 integração ao salário: Art. 457, § 1º  subsistência de direitos oriundos do contrato de
trabalho: Art. 449, caput e § 2º
 pagamento: Arts. 459 e 466
 participação em lucros e comissões: Art. 63 CONCORRÊNCIA PÚBLICA
 requisitos para a participação: Art. 607
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
 atribuição: Art. 625-A  venda de imóvel pelo sindicato: Art. 549, § 6º
 composição no âmbito da empresa: Art. 625-B CONCURSO PÚBLICO
 composição no âmbito do sindicato: Art. 625-C  impedimento ao acesso da mulher; discriminação:
 conciliador: Art. 625-B, § 2º Art. 373-A, V
 dispensa dos representantes da comissão; proibição:  nomeação e aprovação de juízes substitutos: Art.
Art. 625-B, § 1º 654, §§ 3º e 4º
 Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista:
Art. 625-H CONDENAÇÃO CRIMINAL DO EMPREGADO
 prazo para tentativa de conciliação: Art. 625-F  justa causa: Art. 482, d

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 1493 27/12/2023 18:01:38


MAURO SCHIAVI CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO COMENTADA
C

CONDUÇÃO COERCITIVA  forma: Art. 443, caput


 testemunhas: Arts. 825, par. único, e 852-H, § 3º  invenções do empregado durante a vigência do
contrato: Art. 454
CONFEDERAÇÃO  livre estipulação: Art. 444
 administração: Art. 538
 mudança na propriedade ou na estrutura jurídica
 associação sindical de grau superior: Art. 533 da empresa: Art. 448
 composição: Art. 535  prazo determinado: Arts. 443, §§ 1º e 2º, e 445
 denominação: Art. 562  prazo indeterminado: Arts. 451 e 452
 destinação de contribuição sindical: Arts. 589, I, a, II,
a, e 590
 prova: Art. 456
 receita: Art. 549  quitação anual: Art. 507-B
 penalidades: Art. 553  validade: Art. 443, § 2º
 verbal: Art. 447
CONFISSÃO
 trabalhadores rurais: Art. 505
 não comparecimento do reclamado: Art. 844
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
CONFLITO DE JURISDIÇÃO
 aplicação do imposto sindical: Arts. 592 a 594
 competência para julgar: Art. 808
 cobrança judicial: Art. 606
 competência para suscitar: Arts. 746, m, e 805
 durante a exceção de incompetência; vedação: Art.  desconto: Arts. 579 e 582
806  fixação e recolhimento de imposto: Arts. 578 a 591
 entre Juntas e Juízos de Direito: Art. 809  penalidades: Arts. 598 a 600
 entre Justiça Trabalhista e Justiça Ordinária: Art. 811  prova de quitação: Art. 601
 entre Tribunais Regionais: Art. 810
 ocorrência: Art. 803 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
 procedimento: Art. 809  celebração: Arts. 611, § 1º, 612, 617 e 618
 prova da existência: Art. 807  cláusula de aumento ou reajuste salarial: Art. 624
 cláusula de constituição e funcionamento de comis-
CONFORTO TÉRMICO: Arts. 176 a 178 sões mistas: Art. 621
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT  conceito: Art. 611
 regulamentação das relações individuais e coletivas  contrariedade às normas de Convenção ou Acordo
de trabalho: Art. 1º Coletivo: Art. 619
 relações de trabalho inaplicáveis: Art. 7º  denúncia: Art. 615
 duração: Art. 614, § 3º
CONTRATO DE APRENDIZAGEM
 instauração do dissídio coletivo: Art. 616, § 3º
 conceito: Art. 428
 prorrogação: Art. 615
 duração: Art. 432
 registro e arquivo: Art. 614
 efetivação: Art. 431
 menor: Art. 428, § 2º  revisão: Art. 615
 revogação total ou parcial: Art. 615
CONTRATO DE EXPERIÊNCIA  vigência: Arts. 614, § 1º, 615, § 2º, e 616, § 3º
 prazo: Art. 443, § 2º, c
COOPERATIVA
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO  anotação na CTPS pelo representante: Art. 34
 agrícola: Art. 506  aplicação do imposto sindical: Art. 592, I, e, II, e, III,
 conceito: Art. 442 e, IV, e
 disposições gerais: Arts. 442 a 456  de consumo e de crédito: Art. 514, par. único, a
 disposições especiais: Arts. 505 a 510  inexistência de vínculo empregatício: Art. 442, par.
único
 empregados em consultórios ou escritórios de pro-
fissionais liberais: Art. 505  possibilidade de associação das pessoas jurídicas:
Art. 390-E
 experiência: Arts. 445, par. único, e 478, § 1º
 força maior: Arts. 501 a 504 CRECHES

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Schiavi-CLT Comentada-4ed.indb 1494 27/12/2023 18:01:38

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