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UC Avaliação Psicológica

Aula #06 - 26 de setembro de 2023


Professor Leandro Macedo
Centro Universitário Una de Bom Despacho
Alinhamentos
➔ Estamos novamente em alinhamento com a turma de BH
Ambiel, R. A. M., Rabelo, I.
S., Pacanaro, S. V., Alves, G.
A. S., & Leme, I. F. A. S.
(Org.). (2011). Avaliação
Psicológica: Guia de consulta
para estudantes e
profissionais de Psicologia.
São Paulo: Casa do Psicólogo.
Capítulo 3

"E viveram felizes para


sempre": a longa (e
necessária) relação entre
psicologia e estatística.

Rodolfo A. M. Ambiel Josemberg


Moura de Andrade Lucas de
Francisco Carvalho Vicente
Cassepp-Borges
Por que a psicóloga deve
aprender estatística?
Objetivo

Apresentar conceitos estatísticos básicos e


essenciais para uma boa utilização e compreensão de
manuais e de testes psicológicos de uma forma simples
e clara.
Objetivo

A intenção não é formar estatísticos e, sim,


instrumentalizar os estudantes e os profissionais da
psicologia para uma boa utilização de manuais de
testes psicológicos e aplicação em pesquisa.
A estatística na
psicologia
A estatística na psicologia

Os primeiros pesquisadores interessados em conhecer


os processos psicofísicos das pessoas começaram a
fazer uso de procedimentos estatísticos para atribuir
validade científica aos seus achados.

Sass (2008)
A estatística na psicologia
No momento histórico inicial da psicologia como
ciência, um dos pesquisadores que melhor utilizaram a
estatística em seus estudos foi Galton. Galton teve a
ajuda de Cattell, que mais tarde viria a se tornar um
dos principais cientistas no campo da personalidade.

Memória (2004); Schultz & Schultz (2007)


A estatística na psicologia
A partir desse avanço inicial, ao longo do século
XX as testagens psicológica e educacional se
desenvolveram sobremaneira, com a contribuição e o
refinamento das análises estatísticas. Além disso, a
necessidade de selecionar soldados para as grandes
guerras mundiais (...)

Urbina (2007)
População e
amostra
População e amostra

A estatística é um ramo de conhecimento formado por


um conjunto de métodos matemáticos que ajudam as
pessoas a tomar decisões.
População e amostra

O termo é derivado de status (estado) e pode ter


duas interpretações: estado, enquanto condição atual
de determinada situação (por exemplo, “meu estado
financeiro atual está péssimo”);

Memória (2004)
População e amostra
ou Estado, enquanto administração pública, ou seja,
métodos adotados pelo Estado para monitorar o
desenvolvimento de alguma característica da população
(por exemplo, “a renda per capita do brasileiro subiu
5% nos últimos anos”)

Memória (2004)
População e amostra
Por exemplo, em exames médicos clínicos, a
estatística ajuda os médicos a entender a condição de
saúde do examinado a partir de uma amostra de alguma
substância biológica, como o sangue. Na psicologia, os
dados dizem respeito a comportamentos coletados de uma
parte da população.

Pasquali (2010)
População e amostra

Dificilmente será possível para um psicólogo fazer


uma pesquisa com toda uma população e, por isso,
seleciona-se uma amostra para a realização da
pesquisa.
População e amostra

Portanto, uma amostra é uma parte de uma população,


selecionada com base em algum critério.

População, por sua vez, é o conjunto de todos os


indivíduos de uma determinada classe.
Fonte: https://fernandafperes.com.br/blog/intervalo-de-confianca/img1.png
População e amostra
Por exemplo, um pesquisador quer verificar os
níveis do traço de personalidade Extroversão em
estudantes de psicologia brasileiros; a população em
questão seria composta por todos os estudantes de
psicologia do Brasil, de todas as universidades, de
todas as cidades, de todos os estados brasileiros no
momento da pesquisa.
População e amostra
Como isso seria muito complicado e caro, o
pesquisador seleciona uma amostra de estudantes de
psicologia para realizar seu estudo, a qual pode ser
uma turma, algumas turmas de uma universidade, algumas
universidades de um estado ou, aleatoriamente, uma
parte dos estudantes de psicologia do Brasil.
População e amostra
Por exemplo, seria errado que um estudo cujos dados
foram coletados em apenas uma turma de psicologia da
Una Bom Despacho, concluísse que os resultados
encontrados, naquela amostra, refletem as
características dos estudantes de psicologia do
Brasil.
População e amostra

Afinal, quando se fala em seleção da amostra, deve


ser considerada a ideia de representatividade.
População e amostra
É necessário que a amostra selecionada (a) tenha
uma quantidade de pessoas suficiente, (b) mantenha
características próprias que a diferenciam do “normal”
da população e (c) seja escolhida de maneira
aleatória; desse modo, o pesquisador não deve escolher
os sujeitos que interessam para chegar ao resultado
que deseja.
Medidas de
tendência central
e variabilidade
Medidas de tendência central e variabilidade

Basicamente, o uso da estatística em psicologia tem


a finalidade de descrever e resumir dados provindos de
observações de comportamento, que podem ser feitas de
diferentes formas, como testes, questionários e
entrevistas.
Medidas de tendência central e variabilidade
A função de descrever e resumir resultados é do
domínio da estatística descritiva. Já a função de
interpretar resultados, especificamente quando se
deseja generalizar os resultados de uma amostra de
respondentes para a população alvo, é do domínio da
estatística inferencial.

Glassman & Hadad (2008); Urbina (2007)


Medidas de tendência central

Uma medida de tendência central de um conjunto de


dados fornece uma indicação do escore típico (mais
comum) deste conjunto de dados.

Dancey & Reidy (2006)


Medidas de tendência central

As medidas de tendência central comumente


utilizadas para descrever dados são a moda, a mediana
e a média.
Medidas de tendências central

Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

[8, 6, 8, 7, 5, 7, 10, 8, 6, 7, 8]
Medidas de tendências central
Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

1 candidato nota 5
2 candidatos nota 6
3 candidatos nota 7
4 candidatos nota 8
1 candidato nota 10
Moda (Mo)

A medida de tendência central mais simples de se


obter é a moda (Mo), que é simplesmente o valor mais
freqüente, mais típico ou mais comum em uma
distribuição de dados.
Moda (Mo)
Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

1 candidato nota 5
2 candidatos nota 6
3 candidatos nota 7
4 candidatos nota 8
1 candidato nota 10

O valor da moda é 8.
Moda (Mo)

Algumas distribuições de frequência podem conter


duas ou mais modas; por exemplo, quando se têm duas
modas, falamos que a distribuição é bimodal.
Mediana (Mdn)

Uma segunda medida de tendência central é a mediana


(Mdn), a qual diz respeito à pontuação que está no
meio da distribuição da frequência.
Mediana (Mdn)
Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

1 candidato nota 5
2 candidatos nota 6
3 candidatos nota 7
4 candidatos nota 8
1 candidato nota 10

O valor da mediana é 7.

5, 6, 6, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 10.
Mediana (Mdn)
Suponha que 10 candidatos fizeram uma prova (...).

2 candidatos nota 6;
3 candidatos nota 7;
4 candidatos nota 8;
1 candidato nota 10.

O valor da mediana é (7 + 8) ÷ 2 = 7,5.

6, 6, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 10.
Média (M)

A medida de tendência central mais comum, intensa e


extensivamente utilizada, é a média aritmética,
geralmente denominada de média (M).

Ferreira (2005)
Média (M)

Para calcular-se a média, deve-se somar o escore de


cada sujeito e dividir o resultado pelo número de
sujeitos.
Média (M)
• X/ = média (lê-se ‘X barra’);

• 𝚺 = soma (letra grega maiúscula sigma);

• Xi = escore bruto em um conjunto de escores;

• n = número total de escores no conjunto

Levin & Fox (2004)


Mediana (Mdn)
Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

1 candidato nota 5
2 candidatos nota 6
3 candidatos nota 7
4 candidatos nota 8
1 candidato nota 10

O valor da média é 7,27.

(5 + 6 + 6 + 7 + 7 + 7 + 8 + 8 + 8 + 8 + 10) ÷ 11 = 7,27…
Média (M)
A média é comumente utilizada devido a duas
características ou vantagens. Primeiro, não é
necessário dispor as pontuações em uma ordem
sequencial para calcular a média; segundo, ao
contrário da mediana ou da moda, a média reflete todas
as pontuações, ou seja, se você mudar uma pontuação, a
média também vai mudar.
Glassman & Hadad (2008)
Média (M)

Um dos problemas da média é que ela é sensível aos


casos extremos, os famosos outliers [fora da curva] no
jargão da estatística.

Dancey & Reidy (2007)


Medidas de tendências central
Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

1 candidato nota 5
2 candidatos nota 6
3 candidatos nota 7
4 candidatos nota 8
1 candidato nota 10

[5, 6, 6, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 10]

Moda = 8. Mediana = 7. Média = 7,27.


Distribuição Normal Padrão (Z)
Em uma distribuição perfeitamente normal, o ponto
mais elevado ocorre no meio da distribuição, ou seja,
a moda, a mediana e a média são iguais. Assim, em uma
distribuição normal, não importa qual medida de
tendência central você usará, porque todas produzem o
mesmo resultado.
Fonte: https://aprenderdatascience.com/tudo-sobre-distribuicao-normal/
Fonte: https://aprenderdatascience.com/tudo-sobre-distribuicao-normal/
Medidas de variabilidade

As medidas de tendência central, todavia, nunca


devem ser utilizadas sozinhas, pois (...) elas
representam os dados de maneira incompleta. Nesse
sentido, uma medida de tendência central deve vir
sempre acompanhada de alguma medida de variabilidade.
Medidas de variabilidade

As medidas de variabilidade mais utilizadas são a


amplitude, a variância e o desvio-padrão.
Amplitude

Um indicador simples da variabilidade é a


amplitude, que nada mais é do que a diferença entre a
pontuação mais alta e a pontuação mais baixa.
Amplitude
Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

1 candidato nota 5
2 candidatos nota 6
3 candidatos nota 7
4 candidatos nota 8
1 candidato nota 10

O valor da amplitude é 5.

pontuação mais alta 10 - pontuação mais baixa 5 = 5


Amplitude

Como a amplitude só reflete as duas pontuações mais


extremas, é apenas uma medida bruta da variabilidade.

Glassman & Hadad (2008)


Variância e Desvio-padrão

Uma medida mais informativa da variabilidade dos


dados é o desvio padrão, caracterizado pela medida de
quanto os valores da nossa amostra variam em torno da
média. Para calculá-lo, é necessário, antes, calcular
a variância da distribuição de dados.
Variância e Desvio-padrão

De forma simplificada, se subtrairmos a média de


cada valor observado, obteremos os desvios, que são
uma indicação de quão longe cada um desses valores
está da média.
Desvios

Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

[5, 6, 6, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 10]

Média = 7,27
Desvios
5 - 7,27 = -2,27
8 - 7,27 = 0,73
6 - 7,27 = -1,27
8 - 7,27 = 0,73
6 - 7,27 = -1,27
8 - 7,27 = 0,73
7 - 7,27 = -0,27
8 - 7,27 = 0,73
7 - 7,27 = -0,27
10 - 7,27 = 2,73
7 - 7,27 = -0,27
Variância

Cada um dos desvios deve ser elevado ao quadrado


para evitar valores negativos.
Variância
-2,27 x -2,27 = 5,1529
0,73 x 0,73 = 0,5329
-1,27 x -1,27 = 1,6129
0,73 x 0,73 = 0,5329
-1,27 x -1,27 = 1,6129
0,73 x 0,73 = 0,5329
-0,27 x -0,27 = 0,0729
0,73 x 0,73 = 0,5329
-0,27 x -0,27 = 0,0729
2,73 x 2,73 = 7,4529
-0,27 x -0,27 = 0,0729
Variância
Feito isso, pode calcular-se a média dos desvios ao
quadrado para obter uma indicação da variabilidade do
conjunto como um todo. Esse resultado é conhecido como
variância e, embora seja usada de várias maneiras
pelos estatísticos, ela nos dá um número inflado, pois
é baseada nos quadrados dos desvios.
Variância
5,1529 + 0,5329 +

1,6129 + 0,5329 +

1,6129 + 0,5329 +

0,0729 + 0,5329 +

0,0729 + 7,4529 +

0,0729 + = 18,1819
Desvio-padrão

Para obtermos uma medida compatível com os valores


originais das nossas variáveis, utilizamos a raiz
quadrada da variância, que é denominada desvio padrão.

Dancey & Reidy (2007)


Desvio-padrão

√18,1819 = 4,264
Medidas de variabilidade

Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

[5, 6, 6, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 10]

Amplitude = 5. Variância = 18,1819. Desvio-padrão = 4,264.


Medidas de variabilidade

Considerados juntos, a média e o desvio padrão nos


dizem muito sobre o nosso conjunto de dados, pois, em
geral, quanto maior o desvio padrão, maior a
variabilidade das respostas.

Glassman & Hadad (2008)


Medidas de tendência central e variabilidade

Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

[5, 6, 6, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 10]

Moda = 8. Mediana = 7. Média = 7,27.

Amplitude = 5. Variância = 18,1819. Desvio-padrão = 4,264.


Separatrizes
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/3658686/
Escore padrão
ou Escore z
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1871319/
Fonte: https://www.cardiosurgerypost.com/single-post/2019/02/02/preservar-o-anel-pulmonar-ou-usar-patch-transanular-na-tetralogia-de-fallot-uso-cr%C3%ADtico-d
Escore Z
Suponha que 11 candidatos fizeram uma prova (...).

[5, 6, 6, 7, 7, 7, 8, 8, 8, 8, 10]

Média = 7,27 Desvio-padrão = 4,264

Escore Z (5): (5 - 7,27) ÷ 4,264 = -0,532


Escore Z (6): (6 - 7,27) ÷ 4,264 = -0,297
Escore Z (7): (7 - 7,27) ÷ 4,264 = -0,063
Escore Z (8): (8 - 7,27) ÷ 4,264 = +0,171
Escore Z (10): (10 - 7,27) ÷ 4,264 = +0,640

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