Adultez Emergente
Adultez Emergente
Adultez Emergente
Exploração da identidade:
✓ Exploração da identidade iniciada na adolescência de
maneira mais intensa, dado que agora os jovens tem maior
autonomia e liberdade.
✓ A exploração da identidade também tem um caráter mais
sério e menos transitório do que na adolescência.
✓ Áreas distintas são exploradas, principalmente na vida
profissional e afetiva, sem comprometimento a longo prazo.
✓ Período marcado pela experimentação ativa.
✓ Ex: alteração ou interrupção temporária nos estudos;
mudança profissional; reingresso no ensino após inserção
profissional; diferentes relacionamentos amorosos, etc.
O “adulto emergente” e suas características:
Instabilidade:
✓ Caracterizado por mudanças em diferentes domínios da
vida.
✓ Natureza não estruturada.
✓ Surge em decorrência do sentimento de liberdade de
escolha diante do vasto leque de possibilidades com o
qual os indivíduos se confrontam e o menor apoio externo
para orientar as suas opções.
✓ É tempo para lidar com paradoxos, sendo,
simultaneamente, um tempo de novas liberdades e de
novos receios e novas frustrações (Arnett, 2004).
✓ Ex: saída/retorno da casa dos pais.
O “adulto emergente” e suas características:
Autofocus:
✓ Período de maior foco em si mesmo;
✓ Busca crescente por autoconhecimento e autossuficiência;
✓ É facilitado pela ausência de obrigações com parceiros,
filhos e carreira;
✓ São mais livres para tomarem decisões importantes acerca
de suas vidas.
✓ Ex: O jovem que escolhe continuar os estudos em busca
da tão sonhada aprovação no concurso público ao invés da
inserção imediata no mercado de trabalho.
O “adulto emergente” e suas características:
Sentimento in-between ou “nem lá, nem cá”:
✓ É o “estar entre”;
✓ Caracterizado por uma certa ambivalência quanto à
percepção de si mesmo como adultos, isto é, sentem-se
parcialmente adolescentes e parcialmente adultos;
✓ Ao mesmo tempo que o jovem apresenta uma sensação de
entrada na idade adulta, lidando com seus desafios e
assumindo responsabilidades, também ainda se percebe
próximo aos pais e familiares, e não um adulto completo.
✓ Esse sentimento tende a desaparecer a medida que os
jovens se aproximam dos 30 anos.
✓ Está relacionado com os critérios, segundo os quais os
sujeitos se consideram adultos: assumir responsabilidade em
nome próprio, tomada de decisão independente e
independência financeira.
O “adulto emergente” e suas características:
Possibilidades:
✓ Relacionado com o otimismo e a esperança no futuro;
✓ Período que representa uma oportunidade crucial para os
jovens estabelecerem uma identidade independente, e
tomarem decisões acerca do tipo de pessoa que querem
ser e do tipo de vida que querem ter no futuro;
✓ Tendem a achar que as suas vidas vão ser melhores do que
as dos seus pais;
✓ Possuem esperança que tudo aconteça da forma como
idealizam (e.g., um emprego bem remunerado, um
casamento feliz).
✓ Essa idealização pode estar relacionada com a
inexistência com a realidade, uma vez que os jovens ainda
não assumiram compromissos definitivos e característicos
da vida adulta e, por isso, ainda não enfrentaram as
dificuldades inerentes a tais compromissos.
✓ É também neste período de vida que os jovens têm
oportunidade de se distanciar das suas famílias de origem
e tentar construir os seus próprios caminhos.
✓ São esperançosos e sonhadores.
✓ “Tenho total certeza que algum dia chegarei onde quero
na vida?”
Aspectos do desenvolvimento físico na
adultez emergente
As condições de saúde dependem de fatores genéticos,
ambientais e comportamentais.
Os hábitos que os jovens adultos desenvolvem durante esse
período da sua vida são altamente preditores da sua
probabilidade de ter boa saúde nos anos subsequentes (Liu
et al., 2012).
As questões de saúde desse período da vida espelham as da
adolescência; entretanto, as taxas de ferimento, homicídio
e uso de substância estão em seu nível máximo nessa
época.
Aspectos do desenvolvimento físico na
adultez emergente
Adultos emergentes e jovens têm a mais alta taxa de
pobreza e o nível mais baixo de seguro-saúde de qualquer
faixa etária, e com frequência não têm acesso regular a
tratamento de saúde (Callahan e Cooper, 2005; Park et al.,
2006).
A associação entre comportamento e saúde ilustra as inter-
relações entre aspectos físicos, cognitivos e emocionais do
desenvolvimento.
Aspectos do desenvolvimento físico na
adultez emergente
Influências comportamentais na saúde e na condição física
do adulto emergente:
✓ Dieta e nutrição: o que as pessoas comem afeta sua
aparência, como se sentem e a probabilidade de adoecer e
mesmo de morrer.
✓ Obesidade/sobrepeso: Obesidade em ascensão, em
decorrência das consequências inesperadas da globalização,
maior disponibilidade de alimentos processados, ricos em
calorias e pobres em nutrientes, e a urbanização do
ambiente. Estão ligados a mais mortes mundialmente do que
estar abaixo do peso.
✓ Transtornos de alimentação: Anorexia e bulimia são os
mais comuns.
✓ Atividade física: Ajuda a manter o peso corporal, auxilia
no funcionamento da musculatura, diminui o risco de AVC,
hipertensão, osteoporose, além de aliviar os sintomas
depressivos e ansiosos.
✓ Estresse: Interfere na saúde física e psicológica. Em
alguns casos pode desencadear comportamentos de risco,
como beber e fumar.
✓ Sono: A insônia é comum em decorrência do estresse, o
que tende afetar o funcionamento cognitivo
(aprendizagem verbal, memória, tomada de decisão,
articulação de fala, distraibilidade), emocional e social
(impaciência, irritabilidade, sintomas depressivos).
✓ Tabagismo: É a principal causa evitável de morte entre
adultos norte-americanos, ligado não somente ao câncer de
pulmão, mas também a um maior risco de doenças
cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças
pulmonares crônicas (NCHS, 2004). Está ligado a
aproximadamente 1 de cada 5 mortes norte americanas, o
que representa mais de 480.000 mortes ao ano.
✓ Uso de álcool: Prática que atinge o auge na adultez
emergente. O consumo exagerado pode levar a cirrose
hepática, a outros distúrbios gastrintestinais (incluindo
úlceras), doenças do pâncreas, certos tipos de câncer,
insuficiência cardíaca, AVC, danos ao sistema nervoso,
psicoses e outros problemas (NIAAA, 2017; Fuchs et al.,
1995).
Aspectos do desenvolvimento físico na
adultez emergente
Influências indiretas na saúde
✓ Nível socioeconômico: Pessoas com renda mais alta classificam
sua saúde como melhor e vivem mais tempo do que pessoas
com a renda mais baixa. Está relacionado com os recursos que
possibilitam uma melhor qualidade de vida (moradia adequada,
boa alimentação, acesso a saúde, saneamento básico e
educação, etc.).
✓ Educação: Relacionada aos estilos de vida e aquisição de
conhecimento para tratamento preventivo da saúde.
Relacionamentos: As relações sociais parecem ser vitais para a
saúde e o bem-estar. Pesquisas identificaram pelo menos dois
aspectos inter-relacionados do ambiente social que podem
promover a saúde: integração social e apoio social (Cohen,
2004).
Problemas de saúde mental mais comuns na
adultez emergente:
Alcoolismo
Uso e abuso de drogas
Depressão
Questões sexuais e de reprodução
Os adultos jovens tendem a ter mais parceiros sexuais do que
outros grupos etários, mas fazem sexo com menos
frequência.
Pessoas que se tornaram sexualmente ativas durante o início
da vida adulta tendem a envolver-se em menos
comportamentos de risco – aqueles que podem levar a ISTs
ou a gestações não planejadas – do que aqueles que
começaram na adolescência.
O sexo casual (o “ficar”) é razoavelmente comum,
especialmente nos campi universitários. As agressões
sexuais a mulheres também são um problema nesta faixa
etária. Ambos estão associados com outros
comportamentos de risco não sexuais, como beber e usar
drogas (Santelli et al., 2007).
Os estudantes universitários, em particular, estão se
tornando menos críticos e mais abertos em relação à
atividade sexual. Entretanto, ainda existe um padrão duplo:
é esperado que os homens tenham mais liberdade sexual que
as mulheres.
Na adultez emergente, a maioria das pessoas homossexuais,
bissexuais e transgênero são claras em relação à sua
identidade sexual. Na verdade, a mediana da idade em que
adultos gays, lésbicas e bissexuais relatam suspeitar que
poderiam não ser heterossexuais é de cerca de 12 anos, e
aquela em que informam ter certeza é de 17 anos (Pew
Research Center, 2013a).
Nos adultos emergentes de 18 a 25 anos são encontrados as
taxas mais altas de infecções sexualmente transmissíveis,
havendo uma prevalência para clamídia, gonorreia, sífilis e
HIV.
O risco é mais alto entre certos grupos étnicos, a exemplo
dos afro-americanos, além das populações que incluem
homens que fazem sexo com outros homens, pessoas que
compartilham agulhas hipodérmicas contaminadas,
populações carcerárias, trabalhadores do sexo e seus
clientes e indivíduos transgênero (World Health
Organization, 2018h).
Há uma dificuldade no estabelecimento do diagnóstico
médico e adesão ao tratamento (Lefkowitz & Gillen, 2006).
Prevalência para ocorrência de transtornos menstruais nas
mulheres, a exemplo da síndrome de tensão pré-menstrual
(STPM ou TPM) -transtorno produzindo sintomas de
desconforto físico e tensão emocional por até duas semanas
antes de um período menstrual.
Período marcado também pela infertilidade - incapacidade
para conceber um bebê após 12 meses de tentativas na
ausência de métodos contraceptivos- (a fertilidade
masculina é menos afetada pela idade, mas começa a
diminuir à medida que o homem se aproxima dos 40 anos;
nas mulheres o declínio da fertilidade acontece após os 30
anos).
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Desenvolvimento cognitivo na adultez
emergente
Embora Piaget tenha descrito o estágio operatório-formal
como o ápice da realização cognitiva, alguns cientistas do
desenvolvimento afirmam que as mudanças na cognição se
estendem para além daquele estágio.
Os neopiagetianos (psicólogos que adotaram e expandiram a
teoria de Piaget), propõem a existência de dois níveis mais
altos de pensamento, sendo estes: o pensamento reflexivo
ou raciocínio abstrato e o pensamento pós-formal, que
combina a lógica com emoção e experiência prática para a
resolução de problemas.
Desenvolvimento cognitivo na adultez
emergente
Pensamento reflexivo ou raciocínio abstrato:
✓ Surge entre os 20 e 25 anos;
✓ Consiste numa avaliação contínua, ativa, persistente e
cuidadosa das informações ou crenças levando em
consideração as evidências e implicações.
✓ É um tipo de pensamento lógico definido pelo filósofo e
educador americano John Dewey (1910-1991), a partir do
estágio operatório-formal de Piaget.
✓ Pensadores reflexivos questionam continuamente os fatos e
fazem inferências e conexões, isto é, praticam o
pensamento crítico frequentemente e espontaneamente.
Desenvolvimento cognitivo na adultez
emergente
✓ Criam sistemas intelectuais complexos que conciliam ideias ou
considerações aparentemente conflitantes – por exemplo,
reunindo várias teorias do desenvolvimento humano em uma
única teoria geral que explica muitos tipos diferentes de
comportamento (Fischer & Pruyne, 2003).
✓ O pensamento reflexivo surge em decorrência das mudanças
físicas cerebrais responsáveis pela formação de novos
neurônios, sinapses e conexões dendríticas.
✓ Embora quase todos os adultos desenvolvam a capacidade de
se tornar pensadores reflexivos, poucos obtêm uma ótima
proficiência nessa habilidade, no entanto, essa capacidade
pode ser estimulada a partir da educação universitária.
Desenvolvimento cognitivo na adultez
emergente
Pensamento pós-formal:
✓ Tipo de pensamento mais maduro e complexo que Piaget
descreveu (estágio superior da cognição humana).
✓ É caracterizado pela flexibilidade, abertura e
adaptabilidade, lidando com ambiguidades e
contradições. Além da capacidade de lidar com a
inconsistência, imperfeição e tolerância.
✓ Recorre à intuição, à emoção e à lógica, para ajudar as
pessoas a lidarem com determinadas situações, como
dilemas sociais, que muitas vezes são menos claramente
estruturadas e que são carregadas de emoção.
Desenvolvimento cognitivo na adultez
emergente
✓ O pensamento pós-formal é considerado tanto um modo de
pensar, como um estilo de personalidade.
✓ O pensamento pós-formal também é relativista,
reconhecendo que pode haver mais de um ponto de vista
válido para cada questão (o mundo é composto de tons de
cinza, e não de tons preto e branco, onde só existe uma
resposta certa e uma errada).
✓ O pensamento relativista com frequência se desenvolve em
resposta a eventos e interações que revelam maneiras
inusitadas de enxergar as coisas e contestam uma visão
simples e polarizada do mundo.
Desenvolvimento cognitivo: o modelo
de Schaie
Um dos autores que contribuíram para o desenvolvimento do
conceito do pensamento pós-formal foi o K. Warner Schaie.
Schai propos um modelo de desenvolvimento cognitivo para
o ciclo de vida, abordando o desenvolvimento dos usos do
intelecto dentro de um contexto social.
Para Schaie, o desenvolvimento cognitivo gira em torno de
metas motivadoras que passam por diversos estágios da vida.
Tais metas mudam da aquisição de informação e
habilidades (o que eu preciso saber) para a integração
prática do conhecimento e das habilidades (como utilizar o
que sei) e para a busca de significado e propósito (por que
eu deveria saber).
Desenvolvimento cognitivo: o modelo
de Schaie
Schaie classifica essas metas em sete estágios:
1) Estágio aquisitivo (infância e adolescência): as crianças e
os adolescentes adquirem informação e habilidades
principalmente por interesse próprio ou como preparação
para participar na sociedade. Ex: Lara ler sobre dinossauros
por puro interesse no assunto.
2) Estágio realizador (final da adolescência ou início dos 20
anos até o início dos 30): os jovens adultos não adquirem
mais o conhecimento por interesse próprio: utilizam o que
sabem para atingir metas como carreira profissional e
família. Ex: Guilherme se torna monitor da disciplina de
Psicologia do Desenvolvimento Humano I para se preparar
para a tão sonhada carreira de docente.
Desenvolvimento cognitivo: o modelo
de Schaie
3) Estágio responsável (final dos 30 anos até o início dos 60):
as pessoas utilizam a mente para resolver problemas práticos
associados a responsabilidades com os outros, como os
membros da família ou empregados. Ex: Maria Flor
descobriu uma forma mais eficiente de completar uma
tarefa no trabalho.
4) Estágio executivo (dos 30 ou 40 anos até a meia-idade):
as pessoas são responsáveis por sistemas sociais
(organizações governamentais ou comerciais) ou movimentos
sociais. Lidam com relacionamentos complexos em múltiplos
níveis. Ex: Ao perceber um clima de disputa, João faz uma
mediação entre dois colegas de trabalho para que tudo corra
melhor no escritório.
Desenvolvimento cognitivo: o modelo
de Schaie
5) Estágio reorganizativo (final da meia-idade e início da vida
adulta tardia): as pessoas que entram na aposentadoria
reorganizam suas vidas e energias intelectuais em torno de
propósitos significativos que ocupem o lugar do trabalho
remunerado. Ex: Margarida, uma senhora aposentada, decide
trabalhar voluntariamente como bibliotecária.
6) Estágio reintegrativo (vida adulta tardia): adultos mais
velhos podem estar vivenciando mudanças biológicas e
cognitivas e tendem a ser mais seletivos em relação às tarefas
a que dedicarão esforço. Concentram-se no propósito do que
fazem e nas tarefas que têm mais significado para eles. Ex:
Francisco já sente os efeitos da idade nas suas articulações,
portanto, decide trocar a corrida diária por aulas de
hidroginástica.
Desenvolvimento cognitivo: o modelo
de Schaie
7) Estágio de criação de herança (velhice avançada): próximo
do fim da vida, tão logo a reintegração tenha sido concluída
(ou juntamente com ela), as pessoas muito idosas podem
criar instruções para a distribuição das posses de valor,
tomar providências para o funeral, contar histórias
oralmente ou escrever a autobiografia como um legado para
seus entes queridos. Ex: Um idoso preenche uma diretiva
antecipada e distribui para os filhos.
Desenvolvimento cognitivo: Sternberg
o Conhecimento componencial:
✓ Diz respeito as habilidades analíticas e de pensamento
crítico para a resolução de problemas.
✓ Refere-se à compreensão das partes componentes de um
todo e como elas se relacionam entre si.
✓ É a capacidade de analisar e entender os conceitos
fundamentais de um conceito ou problema, assim como de
monitorar soluções e avaliar resultados.
✓ Exemplo: A montagem de um quebra-cabeça e a resolução
de problemas matemáticos.
Desenvolvimento cognitivo: Sternberg
o Experiencial:
✓ Diz respeito a inteligência empírica.
✓ É voltado para os insights, ao quanto a pessoa é criativa,
perspicaz e tem ideias originais.
✓ É a capacidade que as pessoas tem de comparar novas
informações com aquilo que já sabem e descubram novas
maneiras de juntar fatos – em outras palavras, é a
capacidade de pensar originalmente.
✓ Exemplo: cientistas que desenvolvem pesquisas
inovadoras.
Desenvolvimento cognitivo: Sternberg
o Contextual:
✓ Relacionado aos aspectos práticos da inteligência, ou seja,
ao conhecimento adquiridos por meio da experiência
prática e das habilidades de cada sujeito.
✓ Se refere ao conhecimento tácito, ou seja, a habilidade
de avaliar uma situação e saber o que fazer/prosseguir/se
posicionar.
✓ Reflete a acumulação de aprendizado/experiências
pessoais. É um tipo de conhecimento difícil de transmitir
apenas por meio de instruções.
✓ Exemplo: habilidades que um chefe de cozinha tem para
preparar uma receita complexa ou a capacidade que um
músico tem de improvisar diante de uma apresentação.
Desenvolvimento cognitivo: inteligência
emocional
Termo de Salovey e Mayer para a capacidade de entender
e regular as emoções; um componente importante do
comportamento inteligente efetivo.
Capacidade de perceber, usar, entender e administrar, ou
regular, as emoções – nossas e dos outros – a fim de
alcançar objetivos.
Permite que uma pessoa utilize as emoções para lidar
mais efetivamente com o ambiente social.
Requer a consciência do tipo de comportamento adequado
em uma determinada situação.
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral
Para Kohlberg, o desenvolvimento moral acompanha o
amadurecimento cognitivo.
Lembrem-se que Kohlberg dividiu o desenvolvimento moral
em três níveis:
Nível I - pré-convencional (4 a 10 anos):
✓ Estágio 1: Obedecem as regras para evitar punição (“o que
vai acontecer comigo se eu desobedecer os meus pais?”).
✓ Estágio 2: Pensamento egocêntrico, seguem às regras por
interesse pessoal e pelo o que as pessoas podem fazer em
troca; (“vou limpar a casa para minha mãe, assim posso sair
a noite”).
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral
Nível II – convencional (10 a 13 anos ou mais):
✓ Estágio 3: Buscam agradar os outros para manter as
relações mútuas (“eu sou um bom amigo, filho amigo?”)
*comum entre os adolescentes.
✓ Estágio 4: Há uma preocupação com as figuras de
autoridade e a consciência social, buscam manter uma
ordem social. (“E se todos fizessem o mesmo?”) *menos
comum, tende aumentar na vida adulta.
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral
Nível III - pós – convencional (início da adolescência ou
da vida adulta):
✓ Estágio 5: O raciocínio moral é baseado num “contrato
social” e nos direitos individuais; buscam obedecer à lei,
mesmo em situações conflitantes.
✓ Estágio 6: Princípios éticos universais. Agem de acordo
com padrões internalizados.
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral
Para Kohlberg, na vida adulta os julgamentos morais se
tornam mais complexos.
O avanço para o terceiro nível de raciocínio moral – a
moralidade pós-convencional totalmente baseada em
princípios–, ocorre principalmente em função da experiência
do sujeito.
Kohlberg destaca duas experiências que impulsionam o
raciocínio moral em adultos jovens: quando os jovens
encontram valores que entram em conflitos com os seus
(como pode acontecer na universidade) e quando se tornam
responsáveis pelo bem-estar alheio (como na maternidade e
paternidade).
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral
É a experiência que pode levar os adultos a reavaliarem seus
critérios em relação ao que é certo e justo. Por exemplo,
alguns adultos apresentam espontaneamente experiências
pessoais como razão para suas respostas a dilemas morais.
Ex: Pessoas que tiveram câncer, ou cujos parentes ou amigos
tiveram câncer, são mais propensas a perdoar um homem
que rouba um remédio caro para salvar a vida de sua esposa
e a explicar esta visão em termos de sua própria experiência
(Bielby e Papalia).
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral
Outros adultos têm experiências individuais que moldam
suas crenças sobre o que é moralmente certo e errado.
Ex: estudantes que frequentam a igreja regularmente são
menos propensos a colar em uma prova do que aqueles
que frequentam a igreja menos regularmente (Bloodgood,
Turnley & Mudrack, 2008).
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral
Kohlberg também propôs que a cultura pode afetar o
entendimento sobre moralidade.
Culturas como a dos Estados Unidos tendem a enfocar a
autonomia individual, enquanto culturas como a da China
se preocupam mais com harmonia e dinâmicas de grupo.
No Brasil, nossa cultura tende a valorizar a solidariedade,
o calor humano, a empatia, generosidade, honestidade e
a religião.
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral
Para Carol Gilligan, o raciocínio moral pode ser influenciado
pelas questões de gênero.
Carol afirmava que a teoria Kohlberg era marcada por um
viés predominantemente masculino, com enfoque nos
princípios de justiça e imparcialidade.
Em contrapartida, nos seus estudos desenvolvidos com
mulheres, Carol afirmava que o raciocínio moral feminino
tinha um enfoque diferente, sendo voltado para as suas
próprias necessidades e as necessidades dos outros.
Desenvolvimento cognitivo: raciocínio
moral