Relatorio 9

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Estúdio I- Relatório de Conferência

2024/2025

Dia 14 de Novembro de 2024 foi proferida a nona conferência, relativa ao ciclo de conferências
PRÁXIS de arquitetura Paisagista. Os oradores foram a arquiteta paisagista Catarina Viana e Luís
Ribeiro, atelier Topiaris.

Foram abordados três projetos: tagus linear park, em Vila Franca de Xira, Loures Riverfront e
Barrocal park, em Castelo Branco.

Os oradores começaram por explicar como o conceito de jardim seria mais ancestral que o conceito
de paisagem, como o jardim olha para o interior e como muitas vezes encontrava-se desconexo com
a paisagem. Só no renascimento, séc xix, é que os jardins começam a abrir-se para a paisagem,
procurando estudar as relações visuais, surgem questões também relacionadas com problemas de
drenagem e a procura de proporcionar espaços de lazer e contemplação.

O primeiro projeto, parque Linear do Tejo, era uma área industrial próxima de um rio no qual não
havia acesso. A ideia principal seria, por tanto, a de permitir e proporcionar às comunidades vizinhas
a relação com o rio criando desse modo espaços de lazer. Desenvolveram, assim, espaços de
recreação em contacto direto com a margem do rio, que até então estava bloqueada por grandes
terrenos industriais, e desse modo, proporcionar uma ampla gama de equipamentos e atividades:
desporto, pesca, caminhada, ciclismo, educação ambiental, ou contemplação da paisagem.

O espaço seria então caracterizado pela sua multifuncionalidade, com caminhos pedestres
associados aos cursos de água, riachos, vales de drenagem, que convergem para a praia dos
pescadores permitindo desse modo conectar as áreas urbanas e espaços verdes- observatório de
aves miradouro.

O nome praia dos Pescadores, procurou homenagear os pescadores locais, e preservar a identidade
do lugar.

O segundo projeto Loures riverfront, teve como objetivo principal estabelecer um corredor contínuo
pedonal e ciclável, de modo a conectar os municípios vizinhos de Lisboa e Vila Franca de Xira,
facilitar também a proximidade e acessibilidade entre as áreas residenciais e o estuário do Tejo.

Preservar os habitats, sendo este um local crucial para as rotas de aves migratórias, e desse modo,
encontrar soluções de projeto que minimizem os impactos sobre o ecossistema natural. A solução
proposta seria a de um passadiço de madeira, elevado apoiado em estacas de modo então a
promover a circulação sem pôr em causa o habitat dos sapais. Criaram também pontos de descanso
e observação que oferecessem espaços para relaxamento e contemplação da fauna e flora locais.

O terceiro projeto, Barrocal Park, localiza-se em Castelo Branco e a paisagem caracteriza-se por ser
uma paisagem de transição entre o campo e a cidade. Apresenta elementos de valor geológico,
arqueológico e natural, Barrocal e está integrado no Geoparque Naturtejo da UNESCO e na Reserva
da Biosfera Tejo Internacional.

O projeto consistiu na criação de um parque com o objetivo de preservar os valores naturais do


Barrocal e de proporcionar espaços para a população urbana de Castelo Branco, de interpretação
científica, geológica e arqueológica, um espaço de conservação da natureza.
Procuraram que a intervenção fosse subtil e minimalista, criaram desse modo, plataformas para
contemplar e vivenciar a paisagem do Barrocal e também uma rede de caminhos suspensos e
miradouros proporcionando assim relações visuais para a paisagem.

O que aprendi? O que captou mais a minha atenção? No caso desta conferência, as duas questões
acabam por se relacionar, creio que nos três projetos, na procura das soluções projetuais houve
sempre uma busca por relacionar as áreas urbanas com as áreas verdes, perceber como se pode
dar acesso às linhas de água às comunidades e como os espaços relacionados com estas mesmas
linhas de água proporcionam espaços de estar e de contemplação muito importantes tendo em conta
a poluição, tendo em conta todo o ruído citadino, tendo em conta a densidade urbana e a velocidade
com que vivemos. No projeto de Loures foi interessante perceber como os arquitetos equilibram a
preservação ecológica com a melhoria da mobilidade e conectividade e como transformaram a
paisagem estuarina num espaço público sustentável e acessível, beneficiando as comunidades
locais, promovendo o ecoturismo e respeitando a importância ambiental.

Foi importante para mim também perceber como utilizam as estratégias de projeto de modo sempre
a preservarem a essência do espaço e do local, de modo a responder às características naturais e
culturais da paisagem, e de criar diversas opções de lazer e recreação, protegendo os sistemas
naturais existentes e promovendo a regeneração ecológica de áreas degradadas, um equilíbrio entre
recreação e conservação da natureza, demonstrando que é possível ter um autêntico parque natural
dentro da cidade e adaptando as soluções de design às especificidades do local, necessidades
funcionais, orçamento disponível e, por vezes, baixo nível de manutenção.

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