Resumos Nº2 - Geologia

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As rochas

Tipos de rocha
Rochas são corpos sólidos constituídas por minerais e distinguem-se pela sua textura e
mineralogia
Rochas magmáticas
Os magmas formam-se no interior da Terra, nos locais onde as condições de pressão e
temperatura permitem a fusão das rochas.
→ Rochas magmáticas plutónicas (intrusivas)
• resultam do arrefecimento lento do magma
• formam-se em profundidade
• apresentam textura granular, cristais bem desenvolvidos, sendo
facilmente visíveis a olho nu
• exemplos: granito e diorito

→ Rochas magmáticas vulcânicas (extrusivas)


• resultam do arrefecimento rápido do magma
• formam-se à superfície ou à sua proximidade
• apresentam textura granular com cristais pouco visíveis
• exemplos: basalto e pedra-pomes
Rochas Sedimentares
As rochas sedimentares formam-se a partir de rochas preexistentes quando expostas a
condições superficiais, incluído duas etapas, a sedimentogénese e a diagénese.
Nota: em algumas rochas pode ocorrer recristalização de minerais
→ Sedimentogénese
• meteorização - alteração de uma rocha exposta à superfície, por ação da
água, do vento e dos seres vivos
o meteorização química - dissolução da rocha ou formação de
novos minerais (exemplo: argilas)
o meteorização física - inclui a fragmentação das rochas
• erosão - remoção dos materiais rochosos que resultaram da meteorização,
que passam a constituir os sedimentos. Principais agentes: água, vento e
gravidade
• transporte - os sedimentos podem sofrer transporte para outros locais,
onde serão depositados. Principais agentes: a água, o vento, os glaciares
e a gravidade
• sedimentação - deposição dos materiais detríticos em camadas
geralmente horizontais a que se dá o nome de estratos, quando os agentes
de transporte perdem energia e deixam de ser capazes de movimentar os
detritos (pode ocorrer quando as condições físico-químicas se alteram e
provocam a precipitação de sais dissolvidos)
→ Diagénese (litificação)
• compactação - devido ao peso, os sedimentos sofrem afundamento,
ficando mais compactados e desidratados
• cimentação - devido à precipitação de substâncias dissolvidas que atuam
como um cimento, vai ocorrendo a união dos sedimentos

Permite formar rochas consolidadas a partir de sedimentos soltos

classificação das rochas sedimentares


→ Detríticas - também designadas por clásticas, resultantes da acumulação de grãos
de rochas preexistentes (ex: areias, conglomerados, arenitos e argilitos)
→ Quimiogénicas - resultam da precipitação de compostos dissolvidos na água,
quando as condições físico-químicas se alteram (ex: calcários e sal-gema)
→ Biogénicas - formadas a partir de sedimentos provenientes de seres vivos ou da
sua ação (ex: conchas, calcário-recifal e carvão)

Rochas metamórficas
As rochas metamórficas são as que resultam da alteração de rochas preexistentes
(protólito) quando sujeitas a pressões e temperaturas elevadas. O protólito pode ser uma
rocha sedimentar, metamórfica ou magmática.
Ocorre recristalização dos minerais para formar associações mineralógicas estáveis nas
novas condições de pressão e temperatura.
→ Metamorfismo regional
• as rochas são sujeitas ao aumento da temperatura e da pressão
• pode formar-se uma foliação (alinhamento preferencial de cristais)
• exemplo: ardósia, gnaisse e xisto
→ Metamorfismo de contacto
• as rochas são sujeitas ao aumento da temperatura causado pela intrusão
magmática (acumulação do magma)
• não se forma uma foliação
• exemplo: corneanas, alguns mármores e alguns quartzitos

Dos princípios do raciocínio geológico à tectónica de placas


Princípios do raciocínio geológico
Catastrofismo
→ defendido por Cuvier e outros cientistas do século XIX
→ As mudanças na terra ocorreram de forma súbita e violenta, podendo ter um
carácter global
→ foi influenciado pela interpretação dos textos religiosos
→ as mudanças bruscas são as responsáveis pela extinção em massa de muitas
espécies. Nesta perspetiva, as variações do registo fóssil, verificadas em
diferentes estratos de um mesmo local, seriam a consequência de várias
catástrofes ocorridas em diferentes momentos
→ ex: sismos, grandes erupções…
Uniformitarismo
→ Elaborado por Hutton, nos finais do século XVIII, após observar o Siccar Point,
um afloramento (exposição de rochas ou solos na superfície da terra) na região
costeira da escócia
→ Este afloramento levou Hutton a defender que as mudanças na Terra ocorrem de
forma uniforme e lenta e que a Terra possui uma idade muito superior à prevista
na época.
→ “O Presente é a chave do passado” - Hutton

A teoria do Uniformitarismo considerava que os movimentos


tectónicos atuavam de uma forma gradual, o que contrariava as
ideias Catastrofistas.

• Gradualismo - os fenómenos geológicos ocorreram de forma lenta e


gradual como, por exemplo, a erosão, a deposição de sedimentos e os
movimentos tectónicos
• Atualismo - os processos que ocorrem na atualidade são os mesmos que
ocorreram no passado, logo o seu estudo permite reconstruir o passado.
Neocatastrofismo
→ Dá um grande destaque os fenómenos catastróficos que ocorrem na atualidade,
explicando-os com uma base racional.
→ Por exemplo: vulcanismo intenso, impacto meteorítico, transgressões e
regressões marinhas.
→ Não põe em causa os processos lentos e graduais do uniformitarismo.

Da hipótese da deriva continental à teoria da tectónica de placas


A tectónica de placas, considerada atualmente o pilar da geologia, defende o mobilismo
geológico e resultou de contributos de várias áreas do conhecimento geológico.
Hipótese da deriva continental
→ Wegener propôs o mobilismo dos continentes no início do século XX.
→ segundo Wegener, as atuais massas continentais já estiveram unidas num
supercontinente denominado Pangeia.
→ apoiou-se em diversos argumentos litológicos, morfológicos, paleontológicos e
paleoclimáticos para suportar a existência de um supercontinente.
• argumento litológico - Wegener analisou a semelhança entre as cadeias
montanhosas e entre as rochas existentes em zonas continentais,
separadas pelo oceano Atlântico
• argumento morfológico - a cartografia tornou evidente que algumas
margens continentais se ajustam como as peças de um puzzle, como, por
exemplo, as costas atlânticas de África e da América do Sul
• argumento paleontológico - a presença de fósseis da mesma espécie em
continentes afastados atualmente por oceanos e pertencentes a animais
que não seriam capazes de o atravessar, sugere que esses continentes
estiveram unidos no passado. Do mesmo modo, os fósseis de plantas da
mesma espécie, encontrados em áreas continentais com climas muito
distintos, indicam que os continentes estiveram sujeitos às mesmas
condições climáticas
• argumento paleoclimático - em algumas áreas continentais atualmente
localizadas em zonas quentes, existem vestígios da ação de glaciares.
Wegener considerou que esses vestígios provam que, no passado, essas
regiões tinham uma localização próxima do Polo Sul
→ a deriva dos continentes permitiu a sua separação até à posição atual.
→ Wegener não foi capaz de explicar o mecanismo físico associado à deriva.
→ a hipótese da deriva continental não foi aceite pela comunidade científica da
época.

Expansão dos fundos oceânicos


→ O uso de sonares desenvolvidos durante a segunda guerra mundial permitiu
conhecer a morfologia detalhará dos fundos oceânicos
→ Com base nesses dados, Harry Hess e Robert Dietz, em 1962, formularam a
hipótese da expansão dos fundos oceânicos, segundo a qual o fundo oceânico se
forma nos riftes, expandindo-se a partir daí, em direções opostas. Esta formação
e expansão é compensada pela destruição dos fundos oceânicos na região das
fossas oceânicas
→ O registo paleomagnético caracteriza-se pela existência de um padrão de bandas
de polaridade normal a alternar com polaridade inversa, sendo simétricas
relativamente ao rifte
→ O paleomagnetismo permitiu concluir que ocorre expansão dos fundos
oceânicos nos riftes localizados nas dorsais oceânicas
Tectónica de placas
Esta teoria considera que a litosfera, a camada rochosa rígida e sólida mais superficial
da terra, está fragmentada em grandes porções: as placas tectónicas ou litosféricas que
se movem umas em relação às outras sobre a astenosfera.
Algumas placas litosféricas são constituídas apenas por áreas da litosfera oceânica, mas
a maioria contém áreas de litosfera oceânica e litosfera continental.
Aquando da formulação da teoria da tectónica de placas, considerou-se que o
movimento das placas litosféricas estaria unicamente dependente de correntes de
convecção. Estas correntes resultam da diferença de temperatura entre os materiais que
compõem o manto, sendo a causa de ascensão do magma na zona de rifte e de
deslocação das placas litosféricas. Neste cenário, a subducção, que corresponde ao
fundamento das placas litosféricas na região das fossas oceânicas será uma
consequência da expansão dos fundos oceânicos na zona de rifte.
Tipos de limites de placas
→ Limites divergentes:
• nos riftes ocorre a formação de novas rocha a partir de magma que
ascende do manto em direção a superfície.
• É este fenómeno, responsável pela formação de nova crusta oceânica e
consequente expansão dos fundos oceânicos, que justifica a classificação
dos riftes como limites construtivos.
• A instalação de riftes foi essencial na fragmentação do supercontinente
Pangeia, através de novos limites divergentes.
• Formam-se bacias oceânicas profundas
→ Limites convergentes:
• Ocorre colisão de placas litosféricas, sendo limites destrutivos
• As forças são compressivas
o Continente-continente:
▪ Colisão de dois continentes, que não sofrem subducção,
pois são ambos pouco densos.
▪ Ocorre espessamento crustal e na formação de uma cadeia
de montanhas.
▪ Intensa atividade sísmica em ambas as placas.
▪ Exemplos: Himalaias e Alpes
o Continente-oceano
▪ Subducção da placa oceânica mais densa.
▪ Forma-se uma fossa oceânica no contacto da placa
oceânica com a continental.
▪ Intensa atividade sísmica em ambas as placas.

Formação de uma cadeia montanhosa com intensa
atividade vulcânica na placa continental.
▪ Exemplo: Andes
o Oceano-oceano
▪ Subducção da placa oceânica mais antiga (mais densa e
mais fria).
▪ Forma-se uma fossa oceânica no contacto das placas
oceânicas.
▪ Intensa atividade sísmica em ambas as placas.
▪ Intensa atividade vulcânica na placa que não subducta,
formando-se um arco insular
▪ Exemplos: Ilhas Aleutas e Indonésia
→ Limite conservativo
• Não ocorre construção nem destruição de placas litosféricas – as placas
deslizam horizontalmente.
• São comuns nas dorsais oceânicas perpendiculares ao rifte.
• A falha de Santo André corresponde a um limite conservativo ou
transformante.
• Nos limites conservativos ocorre intensa atividade sísmica.
Datação das rochas e idade da Terra
Datação das rochas
Princípios estratigráficos
→ Princípio da horizontalidade inicial - os estratos formam-se, geralmente, por
deposição de sedimentos na posição horizontal ou próximo desta. Qualquer
alteração desta posição inicial resulta, geralmente, de processos tectónicos
posteriores.
→ Princípio da sobreposição de estratos - estabelece que, numa sequência de
estratos que mantém a sua posição original, um estrato é mais antigo do que
aqueles que estão por cima e mais recente do que aqueles que estão por baixo.
Desta forma, a história geológica de uma região pode ser interpretada de acordo
com a ordem de estratos numa sequência. As dobras e as falhas são estruturas
geológicas que podem alterar a posição horizontal dos estratos, colocando
estratos antigos por cima de outros mais recentes, dificultando a determinação da
sequência original de formação dos estratos.
→ Princípio da interseção - toda a estrutura que interseta outra é mais recente do
que ela.

Sequência do mais antigo para o mais


recente: A - B - C - D - E - F

→ Princípio da inclusão - a rocha que contém a inclusão é mais recente do que a


rocha incluída.
→ Princípio da identidade paleontológica - princípio onde é possível atribuir a
mesma idade relativa a estratos que apresentam os mesmos fósseis.
Datação relativa
→ Permite datar um estrato ou fenómeno relativamente a outro, em mais antigo ou
mais recente, sem atribuir uma idade numérica.
→ Depende dos princípios da horizontalidade inicial e da sobreposição de estratos.
→ Utiliza também os fósseis para datar de forma relativa as rochas que os contêm.
→ Os fósseis usados na datação relativa (fósseis de idade) correspondem a espécies
com grande dispersão geográfica que viveram num intervalo de tempo
relativamente curto, permitindo datar com maior precisão os estratos que os
contêm, possibilitando também a comparação da idade de formações rochosas
existentes em diferentes regiões.
Datação absoluta
→ Permite datar um estrato ou fenómeno, atribuindo uma idade, geralmente, em
Ma (milhões de anos).
→ Um determinado elemento químico é um isótopo de si mesmo, quando possui o
mesmo nº atómico e diferente nº de massa.
→ Alguns isótopos de um determinado elemento são estáveis e outros instáveis.
→ Quando uma rocha se forma incorpora isótopos instáveis. A desintegração dos
isótopos instáveis ocorre sempre no sentido da obtenção dos átomos mais
estáveis, verificando-se a libertação de partículas e radiação eletromagnética –
radioatividade (passagem do isótopo-pai para isótopo-filho)
→ Partindo de um número determinado de átomos-pai, metade destes transformam-
se em átomos-filho, ao fim de um período de tempo que é designado tempo de
semivida.
→ O tempo que demora a que metade dos isótopos-pais sofra decaimento designa-
se por tempo de semivida e é constante para cada par isótopo-pai/isótopo-filho.

→ Os valores de semivida obtidos numa determinada rocha, até à atualidade,


permitem-nos datar radiometricamente a rocha, sendo que esses átomos
apresentam diferentes valores de tempo de semivida.
Datação relativa Datação absoluta
Não permite obter uma Tecnologicamente
idade numérica. complexa.
A erosão dos estratos e do Depende da incorporação
Limitações conteúdo fóssil limita o de isótopos radioativos
uso da datação relativa. instáveis em minerais.
Mais complexa de aplicar
a rochas sedimentares.
Aplica-se com mais Permite obter uma idade
facilidade a rochas numérica.
Vantagens sedimentares, em especial Pode ser aplicada em
as que contêm abundante rochas magmáticas e
registo fóssil. metamórficas.

Memória do tempo geológico


Fenómenos geológicos: → alterações climáticas profundas
provocam
→ queda de meteoritos → regressões marinhas (descida
→ vulcanismo intenso do nível dos oceanos) ou
→ atividade tectónica transgressões marinhas (subida
do nível dos oceanos)
→ anóxia (redução significativa
dos níveis de oxigénio nos
oceanos)

Vulcanismo
Origem e classificação do vulcanismo
A vulcanologia é o ramo da geologia que estuda a formação, a distribuição e a
classificação dos fenómenos vulcânicos.
O estudo dos fenómenos vulcânicos é importante pois:
→ o vulcanismo é um processo fundamental para a formação d crusta terrestre.
→ As erupções vulcânicas constituem riscos naturais para a sociedade humana.
→ Os materiais que são libertados durante os fenómenos eruptivos fornecem aos
investigadores informações sobre os processos físicos e químicos que ocorrem
no interior da geosfera.
Vulcão:
→ Abertura na crusta terrestre que permite a libertação de materiais sólidos
(piroclastos), líquidos (lava) e gasosos que compõem o magma.
→ O magma resulta da fusão de rochas da crusta ou do manto, com composição,
essencialmente, silicatada.
→ Constituído geralmente pela chaminé vulcânica, cone vulcânico, cratera
vulcânica e câmara magmática.
→ A progressiva acumulação de magma na câmara resulta na sua ascensão até à
superfície, onde liberta os gases e se transforma em lava, um material líquido
cuja viscosidade depende da composição química do magma e da sua
temperatura.
• Vulcão inativo: não apresenta atividade, havendo possibilidade de
acontecer uma erupção no futuro.
• Vulcão extinto: quando é improvável ocorrer erupções ou caso não
tenham ocorrido nos últimos 10 000 anos.

Tipos de vulcanismo
Vulcanismo primário: corresponde à ocorrência de uma erupção vulcânica, com
libertação de magma ou materiais associados.
→ Central: a emissão de material ocorre através de uma
conduta associada a um cone vulcânico.
→ Fissural: a emissão de material vulcânico ocorre ao
longo de uma fratura que pode ter vários
quilómetros de extensão

Formação de uma caldeira


Os vulcões podem apresentar caldeiras vulcânicas que resultam do abatimento do
edifício vulcânico, por falta de suporte, na sequência de erupções em que se verifica o
esvaziamento rápido da câmara magmática. Nessas depressões, onde a acumulação de
água forma habitualmente lagoas, também podem ocorrer cones vulcânicos
intracaldeira, resultantes de erupções posteriores à formação da caldeira.
Vulcanismo subaéreo: ocorre à superfície, exposto a condições atmosféricas.
Vulcanismo subaquático: ocorre debaixo de água, em especial nos limites divergentes,
formando lavas em almofada que podem estar atualmente à superfície.
Materiais expelidos:
→ Piroclastos de queda
• Poeiras vulcânicas
• Cinzas vulcânicas
• Lapilli
• Bombas vulcânicas
• Blocos vulcânicos

→ Piroclastos de fluxo
• Escoadas piroclásticas ou nuvens ardentes
• Escoadas de lama ou lahars

Composição da lava
A quantidade de sílica presente numa lava, é um importante parâmetro de classificação
das lavas, que permite dividi-las em lavas básicas, intermédias e ácidas.
→ Lava básica (sílica < 52%)
→ Lava intermédia (52% < sílica < 65%)
→ Lava ácida (sílica > 65%)
Outro critério de classificação das lavas é a sua viscosidade.
Classificação da lava em função da viscosidade
Lavas muito viscosas Lavas pouco viscosas
Temperatura 800° C a 1000° C 1000° C a 1200° C
Sílica Rica em sílica Pobre em sílica
Capacidade de retenção Dificuldade em libertar Facilidade em libertar
dos gases gases gases
Teor em gases Rica em gases (4% a 6%) Pobre em gases (1% a 2%)

Tipos de solidificação de lavas pouco viscosas

Lavas encordoadas Lavas escoriáceas Lavas almofada ou


ou pahoehoe ou aa pillow lavas
Lavas encordoadas: têm origem em magmas menos viscosos que se encontram em
temperaturas mais elevadas. Durante a escorrência dessas lavas, a parte superficial, em
contacto com o ar, solidifica mais depressa do que a lava que continua a escoar por
baixo.
Lavas escoriáceas: quando a lava é mais viscosa, a sua solidificação origina superfícies
irregulares e rugosas.
Lavas em almofada: no caso de erupções submarinas, as lavas arrefecem bruscamente
debaixo de água, adquirindo o aspeto arredondado.
Tipos de solidificação de lavas muito viscosas

agulhas vulcânicas, domos ou cúpulas nuvens ardente ou


pitões ou neck vulcânico escoadas piroclásticas

Após a acumulação das lavas, o seu arrefecimento pode originar a contração do basalto,
provocando, por vezes, a sua fratura. Desta forma, originam-se colunas de rocha com
disjunção prismática ou colunar.
Tipos de atividade vulcânica
características
Efusiva Explosiva Mista
Lavas básicas Lavas ácidas Lavas intermédias
Formação de Libertação de piroclastos e Emissão de lavas
Materiais escoadas de lava e elevado teor de gases, com e piroclastos
expelidos libertação reduzida formação de nuvens
de gases. ardentes
Cones de vertentes Cones de declive Estratovulcões
suaves acentuado com cones altos,
Outros Pode formar: resultantes da
aspetos → Nuvens ardentes acumulação
→ Domos e agulhas alternada de lavas
vulcânicas e piroclastos.

Nota: Um mesmo vulcão pode manifestar atividade de diversos tipos ao longo da sua
história geológica – efusiva ou explosiva –, em diferentes momentos e, até mesmo,
mista, isto é, fases explosivas menos violentas e emissão de algumas lavas.
Vulcanismo secundário / residual

O vulcanismo ativo, engloba outras manifestações para além da atividade eruptiva.


Estes fenómenos correspondem ao vulcanismo secundário, assumindo particular
relevância as fumarolas, os géiseres e as nascentes termais, todos resultantes do calor
emitido pelo magma ou por rochas por eles aquecidos que se encontram na crusta.

As fumarolas correspondem à libertação de gases através de aberturas à superfície,


provenientes de uma câmara magmática ou de fluidos aquosos que circulam nas suas
proximidades. As fumarolas podem ser classificadas, de acordo com os gases que
libertam:
→ Mofetas: quando as emanações são ricas em dióxido de carbono.
→ Sulfataras: quando são ricas em compostos com enxofre
• Em qualquer das situações, outros gases podem ser libertados, como o
vapor de água.

Vulcanismo e tectónica de placas


A distribuição geográfica do tipo de atividade vulcânica encontra-se fortemente
dependente do contexto tectónico. A atividade vulcânica concentra-se, sobretudo, nas
zonas de fronteira de placas - vulcanismo interplaca, apresentando uma expressão
reduzida no interior das mesmas - vulcanismo intraplaca. Uma vez que os distintos
contextos tectónicos determinam a formação de diversos tipos de magma, as diferentes
localizações podem ser associadas a um determinado padrão de atividade vulcânica.

O vulcanismo interplaca está associado aos limites divergentes e convergentes,


ocorrendo, principalmente:

→ Nas dorsais oceânicas, responsáveis pela maioria de vulcanismo submarino, e


nos riftes continentais.
→ No anel de fogo do Pacífico, localizado nas margens do oceano pacífico,
associado a zonas de subducção.
→ Da cintura do Mediterrâneo aos himalaias onde se incluem os locais de Itália.

O vulcanismo intraplaca está associado, sobretudo, a pontos quentes ou hotspots, que


podem ocorrer no interior de placas oceânicas. A posição dos pontos quentes na
superfície terrestre não está dependente do movimento das placas litosféricas,
podendo coincidir com limites tectónicos.

Os pontos quentes formam-se na sequência de acontecimentos que têm início com o


aquecimento de rochas do manto profundo, provavelmente nas proximidades do núcleo.
Essas rochas tornam-se menos densas e ascendem em direção ao manto superior, sob a
forma de plumas mantélicas. Na base da litosfera, parte deste material sofre fusão,
originando um magma básico que alimenta o vulcanismo dos pontos quentes.
Pensa-se que as plumas mantélicas são relativamente estacionárias, mantendo-se
ativas por longos períodos. À medida que a placa litosférica se vai deslocando sobre a
pluma, os vulcões nela edificados vão sendo afastados, tornando-se extintos.

Caso a pluma mantélica se situe por baixo de uma placa oceânica, pode formar-se um
alinhamento de ilhas. A ilha mais recente e com vulcanismo ativo localiza-se por
cima do ponto quente. A idade das restantes ilhas aumenta com o afastamento ao
ponto quente, com a extinção da atividade vulcânica. Usando a posição geográfica e a
idade das ilhas, os cientistas foram capazes de determinar a direção e a velocidade de
deslocamento da placa oceânica.

Nas situações em que o ponto quente se localiza na crusta continental, mais espessa,
é mais difícil o magma básico chegar até à superfície. Nestes casos, o calor libertado na
câmara magmática pode fundir as rochas da crusta continental e formar o magma mais
ácido, que alimenta o vulcanismo explosivo à superfície.

Ponto quente

Vantagens do vulcanismo: agricultura, turismo, construção, produção de energia...

Prevenção de riscos vulcânicos


A maior parte dos esforços de previsão centra-se na monitorização de aspetos que
podem indicar a aproximação do magma à superfície, salientando-se:
→ O registo de ondas sísmicas, através de sismógrafos, com vista a inferir
movimentos do magma no interior do aparelho vulcânico.
→ A medição da temperatura das águas em fontes termais e dos níveis de
emissões de gases, que aumentam coma proximidade do magma.
→ Recolha de amostras de lava
→ Desenvolvimento de planos de evacuação das populações.
De entre fenómenos vulcânicos com elevados riscos destacam-se:
→ Nuvens ardentes que causam elevado nº de mortos
→ Tsunamis resultantes do colapso de vulcões
→ Escoadas de lava, que causa a destruição de habitações e campos agrícolas
→ Queda de cinzas, que provocam problemas respiratórios e destruição agrícola

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