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Qualidade e Eficiência

Energética
Objetivo:

Proporcionar aos alunos, conhecimento no campo gerencial de


projetos baseados em diversos conceitos, estratégias e técnicas
que permitam pensamentos e atitudes modernas perante a
eficiência e qualidade energética.
Bibliografia:

Autores*
Afonso Henriques Moreira Santos

* Professores e Pesquisadores da
Universidade Federal de Itajubá
** Eletrobrás / PROCEL

3ª Edição
Energia:

Definição:

“Em 1872, Maxwell propôs que a energia é aquilo que permite


uma mudança na conf iguração de um sistema, em oposição a
uma força que resiste à esta mudança”.

James Clerk Maxwell (1831-1879).


Físico e matemático escocês.
Tipos de Energia:

Energia nuclear e atômica:

A energia nuclear resulta da fusão dos núcleos de átomos leves,


como do hidrogênio, em um processo físico onde ocorre uma
diferença (déficit) de massa.
Tipos de Energia:
Energia nuclear e atômica:

A energia atômica relaciona-se com processos de f issão de


átomos pesados, como urânio, tório e plutônio, em decorrência
da instabilidade natural ou provocada de alguns isótopos destes
materiais, que tendem a converter-se em outros materiais com
número atômico mais baixo.
Tipos de Energia:
Energia Química:

Ocorre pelo fato de haver liberação da energia acumulada na


forma de ligações entre os átomos e moléculas. Por exemplo, a
energia dos combustíveis é, na realidade, energia química.
Tipos de Energia:
Energia Térmica:

A energia térmica, apresentar-se essencialmente de duas


formas: radiação térmica ou energia interna.

A radiação térmica, por exemplo, na radiação solar, a energia


térmica em forma de uma radiação eletromagnética, com
magnitude e distribuição espectral dada basicamente em função
da temperatura do corpo emissor.
Tipos de Energia:

Energia Térmica:

A energia interna corresponde à capacidade de promover


mudanças, associada à agitação térmica de um material, que
pode ser medida por sua temperatura.
Ex: Mudança de estado (fusão, evaporação, etc.)
Tipos de Energia:
Energia Mecânica:

Existe Três tipos principais de:

1) Energia Cinética: Corpos em Movimento

2) Energia Potencial Gravitacional: Altura de objetos em relação


à um nível.

3) Energia Potencial Elástica: Deformação de materiais, como


molas ou elásticos.
Tipos de Energia:
Energia Mecânica:

A energia cinética: É um tipo de energia que só existe quando há


velocidade, ou seja, quando há movimento em relação a um
determinado referencial e sempre levando sua massa como um
variável.
Tipos de Energia:
Energia Mecânica:

A energia cinética: A quantidade de energia (J) corresponde ao


produto a massa do objeto (Kg) e o quadrado do módulo de sua
velocidade (m/s), dividido por 2.
Tipos de Energia:
Energia Mecânica:

A energia Potencial Gravitacional: A interação entre a Terra e os


de m a i s obj e t os é de n a t u r e z a a t ra t i v a e de n om i n a da
gravitacional.
Tipos de Energia:
Tipos de Energia:

Energia Mecânica:

A energia Potencial Elástica: Quando uma mola é esticada ou


comprimida, ela adquire uma energia denominada potencial
elástica.
Tipos de Energia:
Energia Mecânica:

A energia Potencial Elástica: A quantidade de energia corresponde


ao produto da constante da mola (N/m) pelo o quadrado da
variação do seu comprimento(m), dividido por 2.
Tipos de Energia:

Energia Elétrica:

Frequentemente associada à circulação de cargas elétricas.

Corrente é o número de cargas por unidade de tempo que passa através


de uma seção.
Conversões Energéticas:
Conversões de Energia:

Quaisquer que sejam os sistemas considerados e as formas de


energia envolvidas, todos processos de conversão energética
são regidos por duas leis físicas fundamentais:

1) Lei da Conservação da Energia.

2) Lei da Dissipação da Energia.


Conversões de Energia:
1) Lei da Conservação da Energia.

C on h e ci da com o pr i m e i r a l e i da t e r m odi n â m i ca e f oi
formalmente estabelecida em torno de 1840 por Joule e Meyer,
trabalhando de modo independente. Ela permite efetuar
balanços energéticos, determinar perdas, quantif icar enf im ,
fluxos energéticos.
Conversões de Energia:
1) Lei da Conservação da Energia.

A Primeira Lei da Termodinâmica determina, basicamente, que "a


energia se conserva". Isso quer dizer que nos processos físicos a
energia não se perde, ela se converte de um tipo em outro.
Conversões de Energia:
1) Lei da Conservação da Energia.

A outra relação física básica dos processos energéticos é a Lei


da Dissipação da Ene rgia, se gundo a qual, e m todos os
processos reais de conversão energética, sempre deve existir
uma parcela de energia térmica como produto.
Conversões de Energia:
1) Lei da Conservação da Energia.

Um conceito muito importante relacionado com a dissipação


energética e as perdas em processos de conversão energética é
a entropia, cuja variação permite medir a perfeição de um
processo qualquer. De um modo geral, tem-se que a variação da
entropia em um processo pode ser calculada por:
PROCEL:
O P rogram a de Conse r v ação de Ene rgi a
Elétrica (PROCEL) é um programa do governo
brasileiro, criado em 30 de Dezembro de 1985
para reduzir o desperdício de energia elétrica e
p r o m o v e r a e f ic i ê n c i a e n e r g é t i c a .
Consequentemente, reduzindo o impacto
ambiental.
PROCEL:
As atividades deste programa envolvem:

• Identificar equipamentos e eletrodomésticos mais eficientes no consumo de


energia;

• Fazer recomendações e simulações para uso eficiente da energia nos edifícios;

• Apoiar as prefeituras no planejamento, implantação e melhoria da iluminação


pública;

• Reduzir o desperdício de energia na indústria e comércio com treinamento,


manuais e ferramentas;

• Ajudar o poder público em projetos de uso eficiente de eletricidade e água;

• Divulgar conhecimento de eficiência energética.


PROCEL:

Junto com o selo, os


eletrodomésticos
carregam esta etiqueta
com informações sobre
a tensão, consumo de
energia em kWh/mês
(kilowatt-hora por mês)
e eficiência do produto,
sendo A o mais
eficiente e G o menos
eficiente.
Termologia Energética:
Fluxos Energéticos:

Energia direta – Fluxos físicos de energia (calor e energia


elétrica);

Energia indireta ou embutida – Demandas energéticas realizadas


para atender aos fluxos de materiais e às demais
atividades, como custo energético de bens e serviços.
Termologia Energética:

Nem sempre uma disponibilidade energética está na forma


como se necessita, mas, felizmente, a energia pode ser
convertida e armazenada.
Termologia Energética:

Energia Primária: Energia fornecida pela Natureza, como a energia


hidráulica, petróleo ou lenha, podendo ser usada diretamente ou
convertida em outra forma energética antes de uso.

Energia Secundária: Corresponde à energia result ant e de


processos de conversão, no âmbito do setor energético, visando
facilitar o transporte e armazenamento e adequação ao uso.

Energia Útil: Corresponde à forma energética efetivamente


demandada pelo usuário, devendo ser algum f lu xo energético
simples, como calor de alta e baixa temperatura, iluminação, etc.
Tarifação de Energia Elétrica:

Compreender a estrutura tarifária e como são calculados os


valores expressos nas notas f iscais de energia elétrica é um
parâmetro importante para a correta tomada de decisão em
projetos envolvendo conservação de energia.
Tarifação de Energia Elétrica:

A análise dos elementos que compõem esta estrutura


tarifária seja convencional ou horo-sazonal, é indispensável para
uma tomada de decisão quanto ao uso eficiente da energia.

Horo-sazonal - Permiti a diferenciação na cobrança de energia


elétrica de acordo com os períodos do dia (horários de ponta e
fora de ponta) e com os períodos do ano (seco e úmido).
Tarifação de Energia Elétrica:

O órgão regulamentador do sistema tarifário vigente é a


Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, vinculada ao
Ministério das Minas e Energia - MME.

Tem por finalidade estabelecer o valor monetário da


eletricidade para as diferentes classes e subclasses de
unidades consumidoras.
Tarifação de Energia Elétrica:

O sistema elétrico de potência pode ser subdividido, na


prática em sub-sistemas de transmissão, subtransmissão e
distribuição:

• Transmissão: Alta Tensão (AT)


Grandes unidades consumidoras: 69 a 500 kV

• Subtransmissão: Média Tensão (MT) e AT


Médias unidades consumidoras: 13,8 a 138 kV

• Distribuição: MT e Baixa Tensão (BT)


Pequenas unidades consumidoras:
- Residencial
- Comercial
- Industrial
- Poder Público
- Rural
Tarifação de Energia Elétrica:

Energia Elétrica Ativa: É o uso da potência ativa durante qualquer


intervalo de tempo, sua unidade usual é o quilowatt-hora (kWh).
Uma outra def inição é “energia elétrica que pode ser convertida
em outra forma de energia”.

Energia Elétrica Reativa: É a energia elétrica que circula


continuamente entre os diversos campos elétricos e magnéticos
de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho,
expressa em quilovolt-ampère-reativo-hora (kvarh).
Tarifação de Energia Elétrica:

Demanda: É a média das potências elétricas ativas ou reativas,


solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em
operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo
especificado. Assim, esta potência média, expressa em quilowatts
(kW). Os medidores instalados no Brasil operam com intervalo de
tempo Dt = 15 minutos (Decreto n° 62.724 de 17 de maio de 1968).
Tarifação de Energia Elétrica:

Período úmido (U): período de 05 (cinco) meses consecutivos,


compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de
dezembro de um ano a abril do ano seguinte;

Período seco (S): período de 07 (sete) meses consecutivos,


compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de maio
a novembro.
Tarifação de Energia Elétrica:
Tarifação de Energia Elétrica:

O horário de ponta (P) é o período def inido pela concessionária e


composto por 3 (três) horas diárias consecutiva, considerando as
características do seu sistema elétrico. O horário fora de ponta (F) é
o período composto pelo conjunto das horas diárias consecutivas e
complementares àquelas definidas no horário de ponta.
Tarifação de Energia Elétrica:

Fator de carga: O Fator de Carga (FC) é a razão entre a demanda


m é di a ( DMED) e a de m a n da m á x i m a ( DMA X ) da u n i da de
consum idora, ocorridas no m e sm o int e r valo de t e m po (Dt )
especificado.

Tipicamente, consumidores residenciais e rurais apresentam fatores


de carga inferiores a 10%, enquanto em indústrias de grande porte
este fator pode estar acima de 90%.
Termologia Energética:

Margem de reserva: Utilizada para avaliar a folga na capacidade


instalada de suprimento de energia frente à demanda máxima do
consumidor, expressando percentualmente a relação de potências
dada abaixo, onde Pmax e Cmax referem-se respectivamente à
capacidade de geração e ao consumo máximo observado:
Termologia Energética:

Disponibilidade: Indica a fração do tempo total, Ttotal , que se


espera poder contar com um dado sistema de suprimento ou
conversão energética, em função das paradas programadas e
previstas para manutenção e ajustes, Tparado , conforme mostra a
expressão a seguir:
Termologia Energética:

Conf ia bilidade: Indica qual a fração do tempo esperado para


utilizar um dado sistema de suprimento ou conversão energética,
Tmax ,que pode efetivamente ser utilizado, em função do tempo
gasto em paradas imprevistas ou não programadas, Tperdido ,
conforme mostra a expressão a seguir:
Estrutura Tarifária:

A estrutura tarifária é um conjunto de tarifas aplicáveis aos


componentes de consumo de energia elétrica e/ou à demanda de
potência ativa, de acordo com a modalidade de fornecimento de
energia elétrica.
Estrutura Tarifária:
Estrutura Tarifária Convencional

Esta estrutura é caracterizada pela aplicação de tarifas de


consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência,
independentemente, das horas de utilização do dia e dos períodos
do ano.
Estrutura Tarifária:

Uma parte da fatura de energia elétrica para a unidade consumidora


incluída na estrutura tarifária convencional, pode ser determinada
pela equação que segue:

onde
VPF – Valor Parcial da Fatura de energia elétrica (R$)
CF - Consumo (kWh): é a quantidade de energia elétrica ativa faturada
TC - Tarifa de Consumo (R$/kWh): é o preço único para o consumo de
energia elétrica
DF - Demanda (kW): é a quantidade de demanda faturada
TD - Tarifa de Demanda (R$/kW): é o valor cobrado por unidade de demanda
ICMS - índice do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços.
Estrutura Tarifária:
Tarifa Azul: Será aplicada considerando a seguinte estrutura
tarifária:

I - demanda de potência (kW):


a) um preço para horário de ponta (P); e
b) um preço para horário fora de ponta (F).

II - consumo de energia (kWh):


a) um preço para horário de ponta em período úmido (PU);
b) um preço para horário fora de ponta em período úmido (FU);
c) um preço para horário de ponta em período seco (PS); e
d) um preço para horário fora de ponta em período seco (FS).
Estrutura Tarifária:

Onde

f - índice que indica o horário fora de ponta;


p - índice que indica o horário de ponta;
s - índice que indica o período seco;
u - índice que indica o período úmido.
Estrutura Tarifária:

A Tarifa Verde será aplicada considerando a seguinte


estrutura tarifária:

I - demanda de potência (kW): um preço único.

II - consumo de energia (kWh):


a) um preço para horário de ponta em período úmido (PU);
b) um preço para horário fora de ponta em período úmido (FU);
c) um preço para horário de ponta em período seco (PS); e
d) um preço para horário fora de ponta em período seco (FS).
Estrutura Tarifária:

Onde

f - índice que indica o horário fora de ponta;


p - índice que indica o horário de ponta;
s - índice que indica o período seco;
u - índice que indica o período úmido.
Auditoria Energética:

Auditoria energética - Mediante uma abordagem sistemática


dos f luxos energéticos em um dado sistema, visa determinar
qu e m , qu a n t o e com o se e st á con su m i n do e n e r gi a e
fundamentar a implantação de programa de uso racional de
insumos energéticos.
Auditoria Energética:

Auditoria energética - Temos como sendo a análise sistemática


dos f lu xos de energia em um sistema particular, visando
discriminar as perdas e orientar um programa de uso racional
de insumos energéticos.
Auditoria Energética:

Com a difusão da importância da sustentabilidade dos sistemas


energéticos e sobretudo com a elevação dos preços relativos
dos combustíveis em meados da década de setenta, emergiu a
necessidade do uso racional da energia, quer no âmbito das
empresas, quer no cenário institucional.

Desde então a chamada "conservação de energia" ou “ef iciência


energética” tem sido considerada como um recurso energético
adicional, em muitos casos mostrando maior economicidade do
que as alternativas disponíveis.
Auditoria Energética:

A promoção da ef iciência energética passa necessariamente


por uma mínima estrutura gerencial, de porte e abrangência
compatíveis à empresa e que visa, em relação aos f lu xos
energéticos, proceder às etapas mostradas na Figura;
Auditoria Energética:

Preciso conhecer, diagnosticar a


realidade energética, para então
e st abe le ce r as prioridade s,
implantar os projetos de melhoria e
de redução de perdas e acompanhar
seus resultados, em um processo
cont ínuo e com e ve nt uais re -
alimentações.
Auditoria Energética:

Esta abordagem é válida para


instalações novas, em caráter
preventivo, ou instalações
existentes, em caráter corretivo,
em empresas industriais ou
comerciais. Das quatro etapas
anteriores, a análise ou
auditoria energética atende às
duas primeiras.
Auditoria Energética:

Existente algumas metodologias padronizadas para efetuar


auditorias energéticas, sendo desenvolvidas em grande parte
patrocinado pelo PROCEL e são apresentadas a seguir:

Diagnóstico Energético - Este método, com algumas versões


em aplicativos computacionais, visa estudar as unidades
consumidoras industriais e comerciais, essencialmente
levantando o perf il de consumo por uso f inal e comparando
com uma amostra dos principais setores produtivos.
Auditoria Energética:
Auto-avaliação dos pontos de desperdício de energia elétrica - Trata-
se de um roteiro simples para identificar pontos de desperdício e
avaliar expeditamente as economias conseguidas com sua
eliminação, em um trabalho a ser realizado pelo próprio consumidor.
Visa diretamente as indústrias e não considera a utilização dos
combustíveis.

Estudo de Otimização Energética - Esta metodologia é bastante


desagregada, inclui análises econômicas e considera tanto o uso de
combustíveis como de energia elétrica, já se propondo alternativas e
priorizando as ações para melhorar a eficiência energética.
Auditoria Energética:
Auditoria Energética:

Permitem o início ordenado e a continuidade de um programa de


eficiência energética, através da resposta às seguintes questões:
Auditoria Energética:
Auditoria Energética:
Auditoria Energética:
Auditoria Energética:

A relação a seguir apresenta os dados que, em geral, são


requeridos para a auditoria em uma indústria, adaptado de
Kenney (1984).
Auditoria Energética:

Alguns instrumentos de medida básicos para o auditor energético são:

Termômetros digital com vários tipos de ponta sensora, analisadores


de gases de chaminé (por absorção química ou eletrônicos), medidores
de velocidade de ar/líquidos (anemômetros ou tubos de Pitot),
psicrômetros, tacômetros, luxímetros e amperímetros de alicate.

Entretanto, mais que qualquer instrumento, é essencial a capacidade


de observar, criticamente, as instalações. Assim, percorrer a empresa
com olhos clínicos, obse r v ando os de t alhe s, a post ura e
comportamento do pessoal é fonte de informações imediatas e
valiosas quanto aos eventuais desperdícios de energia.
Auditoria Energética:

Em geral, não se recomendam projetos com prazos de retorno


superiores a 24 meses e em alguns casos, até menos, porque
existem quase sempre diversas possibilidades de ação com
elevada rentabilidade, que pode ser mesmo de semanas.
Qualidade Energética:
Qualidade da energia elétrica (QEE) pode ser definida como:

A ausência relativa de variações de tensão provocadas pelo


sist e m a da conce ssionária, par t icularm e nt e a ausê ncia de
desligamentos, flutuações de tensão, surtos e harmônicos (este pelo
lado do cliente), medidos no ponto de entrega de energia (fronteira
entre as instalações da concessionária e as do consumidor).
Qualidade Energética:

Do ponto de vista do consumidor “energia elétrica de boa


qualidade, é aquela que garante o funcionamento contínuo,
seguro e adequado dos equipamentos elétricos e processos
associados, sem afetar o meio ambiente e o bem estar das
pessoas”.
Qualidade Energética:
Os atuais programas de conservação de energia, adotados
pelas mais diversas empresas governamentais (Programa
Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL) e não
gov e r na m e nt a i s ( Ene rgy S e r v i ce s Com pa ni e s - ES CO S e
Consultorias em geral), são elaborados e executados considerando
-se que o sistema elétrico de potência esteja trabalhando sob
condições praticamente senoidais, com níveis de tensão e
freqüência dentro de valores estabelecidos por normas.

Desta forma, os problemas associados com a qualidade da


energia elétrica não são levados em consideração.
Qualidade Energética:
Este assunto irá levar em consideração os problemas
associados com a qualidade a energia, na avaliação das
medidas de conservação.

Faz-se uma avaliação das medidas de conservação,


considerando-se:

• As perdas em cabos e transformadores;

• A ocupação do sistema elétrico;

• A nova proposta de tarifação para ambientes distorcidos;

• Algumas medidas de mitigação/eliminação dos distúrbios


da qualidade da energia.
Qualidade Energética:
No passado, a questão da qualidade da energia elétrica não era
importante por dois motivos principais:

• O prim e iro de le s porque a m aioria dos usuários não


ne ce ssit ava de um forne cim e nto de e ne rgia de alt a
qualidade, já que seus processos e equipamentos não eram
tão sensíveis aos distúrbios relacionados com a qualidade.

• O segundo deles est á relacionado com as em presas


brasileiras de eletricidade que, há quase meio século,
operaram dentro de um regime de monopólio de tarifas com
base no custo do serviço, signif icando que todo aumento ou
redução de custos não implicava em aumento ou redução
dos lucros respectivamente.
Qualidade Energética:

A Perda da Qualidade deterioração da qualidade pode provocar


inef iciências técnicas e econômicas com signif icativas perdas
para a comunidade. Devido a sensibilidade dos equipamentos aos
distúrbios originários do sistema elétrico tem aumentado.

Por outro lado a desregulamentação do setor elétrico incorpora


um a m uda nça na a t ua çã o da s e m pr e sa s bra si l e i ra s de
eletricidade, que reduzindo seus custos podem aumentar seus
lucros, sem que a tarifa seja modificada.
Qualidade Energética:
Distúrbios Relacionados com a Qualidade da Energia Elétrica

Em um sistema elétrico trifásico ideal, as tensões em qualquer


ponto deveriam ser, de forma permanente, perfeitamente senoidais,
equilibradas, e com amplitude e freqüência constantes. Qualquer
desvio, acima de certos limites, na característica desses parâmetros
pode ser considerado como uma perda de qualidade de energia.
Qualidade Energética:

Assim, a qualidade da energia pode ser caracterizada por um


conjunto de parâmetros, relacionados com a qualidade da fonte
de tensão e corrente.

A qualidade das fontes de tensão e corrente pode ser def inida


através de quatro parâmetros principais:

1. Freqüência;
2. Forma de onda;
3. Amplitude da tensão;
4. Assimetria em sistemas trifásicos.
Qualidade Energética:

Os principais fenômenos eletromagnéticos associados à QEE podem


ser agrupados em:

• Variações Instantâneas de Tensão;

• Variações Momentâneas de Tensão;

• Variações Sustentadas de Tensão;

• Variações Momentâneas de Freqüência;

• Distorção Harmônica Total, Flutuação de Tensão, Cintilação e


Desequilíbrio de Tensão.
Qualidade Energética:
Variações Instantâneas de Tensão (Transient Voltages):

São variações súbitas do valor instantâneo da tensão. Em


geral, dependem do montante de energia armazenada nos
elementos do sistema no instante inicial da ocorrência e do
comportamento transitório do sistema para atingir o seu novo
ponto de operação.

Neste grupo estão incluídos os Surtos de Tensão; Transitórios


Oscilatórios da Tensão e os Cortes na Tensão.
Qualidade Energética:
Variações Instantâneas de Tensão (Transient Voltages):

• Surtos de Tensão (Impulsive Transients): Usualmente


causados por descargas atmosféricas, são caracterizados
pelo tempo de subida (Tempo de Crista), tempo de caída
(Tempo de Cauda) e pelo valor de pico da tensão.

• Transitórios Oscilatórios de Tensão (Oscilatory Transients):


São oscilações do valor instantâneo da tensão sobreposta
ao seu valor instantâneo normal, à freqüência fundamental.
Em geral os Transitórios Oscilatórios são causados pelos
chaveamentos de equipamentos e linhas de transmissão.
Qualidade Energética:
Variações Instantâneas de Tensão (Transient Voltages):

• Cortes na Tensão (Notching): São descontinuidades do valor


instantâneo da tensão causadas geralmente pelos curto-
circuitos fase-fase durante a comutação da corrente entre as
fases do sistema sob operação normal dos conversores de
pot ência. Norm alm ent e, são seguidos de t ransitórios
oscilatórios.
Qualidade Energética:

Variações Momentâneas de Tensão (Short Duration Voltage


Variations):

São variações momentâneas no valor ef icaz (rms) da tensão


entre dois níveis consecutivos, com duração incerta, porém
menor do que 1 (um) minuto. Geralmente são causadas por
cur tos-circuitos no sistema elétrico e chaveamentos de
equipamentos que demandam altas correntes de energização.
Qualidade Energética:

Variações Mom entâneas de Tensão (Shor t Duration Voltage


Variations):

As Variações Momentâneas de Tensão podem ser classif icadas


como Subtensões e Sobretensões Momentâneas, e Interrupções
Momentâneas de Tensão:

• Subtensões Momentâneas ou Depressão Momentânea de Tensão


(Voltage Sags): São reduções momentâneas do valor rms da
tensão em uma ou mais fases do sistema elétrico, para valores de
tensão entre 10% e 90% da tensão nominal, e duração entre 1/2
ciclo e 1 (um) minuto.
Qualidade Energética:
Variações Mom entâneas de Tensão (Shor t Duration Voltage
Variations):

• Sobretensões Momentâneas ou Elevações Momentâneas de


Tensão (Voltage Swells): São elevações momentâneas do valor
rms da tensão, em uma ou mais fases do sistema, para valores de
tensão superiores a 110% da tensão nominal, e duração entre 1/2
ciclo e 1 (um) minuto.
Qualidade Energética:
Variações Mom entâneas de Tensão (Shor t Duration Voltage
Variations):

• In t e r r u p çõe s Mom e n t â n e a s de Te n sã o ( S h or t D u r a t i on
Interruptions): São reduções do valor rms da tensão, em uma ou
mais fases do sistema, para valores de tensão inferiores a 10% da
tensão nominal e duração entre 1/2 ciclo a 1 (um) minuto.
Qualidade Energética:
Variações Sustentadas de Tensão (Long Duration Voltage Variation):

São variações de valor rms da tensão entre dois níveis


consecutivos, com duração incerta, porém maior ou igual a 1
(um) minuto. Em geral, são causadas pela entrada e saída de
grandes blocos de carga, linhas de transmissão e equipamentos
de compensação de potência reativa (banco de capacitores e
reatores).
Qualidade Energética:
Variações Sustentadas de Tensão (Long Duration Voltage Variation):

Podem ser classificadas:

- Subtensão Sustentada (Undervoltage): Para valores de tensão


entre 10% e 90% da tensão nominal.

- Sobretensão Sustentada (Overvoltage): Para valores de


tensão superiores a 110% da tensão nominal.

- Interrupção Sustentada de Tensão (Sustained Interruption):


Para valores de tensão inferiores a 10% da tensão nominal ou
faltas de tensão.
Qualidade Energética:

Variações Momentâneas de Freqüência (Power Frequency Variations):

São pequenos desvios momentâneos do valor da freqüência


fundamental da tensão decorrentes do desequilíbrio entre a geração
da energia elétrica e a demanda solicitada pela carga. A sua duração
e m a g n i t u de de p e n de m e sse n ci a l m e n t e da di m e n sã o do
desequilíbrio ocorrido, da característica dinâmica da carga e do
tempo de resposta do sistema de geração às variações de potência.
Qualidade Energética:

Distorção Harmônica Total, Flutuação de Tensão, Cintilação e Desequilíbrio de


Tensão:

Est e s t e r m os, os qu a i s se r e f e r e m a os di st ú r bi os “ qu a se
permanentes”, causados pela operação de cargas não-lineares.

Flutuação de Tensão (Voltage Fluctuation): É uma série de Variações


de Tensão sistemáticas e intermitentes dentro de uma faixa entre
95% e 105% da tensão nominal.
Qualidade Energética:

Distorção Harmônica Total, Flutuação de Tensão, Cintilação e Desequilíbrio de


Tensão:

Cintilação (Flicker): É a impressão visual resultante da variação do


f luxo luminoso nas lâmpadas elétricas submetidas às Flutuações de
Tensão do sistema elétrico.

Desequilíbrio de Tensão (Voltage Imbalance): É a razão entre a


componente de seqüência negativa e a componente de seqüência
positiva da tensão do sistema trifásico.
Qualidade Energética:
Distorção Harmônica Total, Flutuação de Tensão, Cintilação e Desequilíbrio de
Tensão:

Distorção Harmônica Total (Total Harmonic Distortion): Este termo


tem sido usado tanto para os sinais de tensão como de corrente, para
quantif icar o nível de distorção da forma de onda com relação a
forma de onda ideal (senoidal), à freqüência fundamental (Figura
15.4).
Qualidade Energética:
Distorção Harmônica Total, Flutuação de Tensão, Cintilação e Desequilíbrio de
Tensão:

Existem também outros tipos de fenômenos ou arranjos que podem levar um


dispositivo ou equipamento a se comportar como uma carga não linear. Entre
eles, pode-se citar:

• Saturação do núcleo magnético de transformadores;


• Fornos elétricos a arco;
• Pontes trifásicas;
• Computadores e impressoras;
• Compensadores estáticos [VAr];
• Televisores;
• Fornos de microondas;
• Fotocopiadoras;
• Reatores Eletrônicos e Eletromagnéticos;
• Controladores de Velocidade de Motores.
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
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Qualidade Energética:
Qualidade Energética:
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