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Crime Tentado

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Crime Tentado

Pergunta 1 (Discursiva):

O crime tentado é uma figura do direito penal que se caracteriza pelo início da
execução de um crime, com a intenção de consumá-lo, mas que não chega a produzir
o resultado final esperado. Essa definição se insere dentro do contexto do Código
Penal Brasileiro, que, em seu artigo 14, inciso II, estabelece que se considera crime
tentado a "ação que, iniciada, não se consumou". A tentativa é um tema relevante na
discussão sobre a culpabilidade, a responsabilidade penal e a aplicação das penas,
pois envolve a análise do comportamento do agente e das circunstâncias que
envolvem a sua conduta.

Para que uma conduta seja considerada tentada, é necessário que exista a
intenção clara de cometer o crime (o chamado dolo), além do início da execução. O
simples planejamento ou a cogitação de um crime não é suficiente para caracterizar a
tentativa. É essencial que o agente tenha iniciado a execução do ato criminoso,
embora este não tenha sido completado. Essa distinção é crucial para a aplicação da
norma penal, pois a tentativa é considerada um crime autônomo e, portanto, deve ser
analisada sob a perspectiva da culpabilidade e das circunstâncias que a cercam.

Um exemplo clássico de crime tentado seria a situação em que uma pessoa tenta
roubar uma loja. Se o indivíduo entra na loja, aponta uma arma para o atendente e
exige que ele entregue o dinheiro, mas, por alguma razão (como a chegada da polícia
ou a reação da vítima), não consegue levar o dinheiro, a conduta é classificada como
tentativa de roubo. Nesse caso, o agente teve a intenção de consumar o crime e iniciou
sua execução, mas não obteve sucesso.

No contexto do direito penal brasileiro, a tentativa é punida com base na pena do


crime consumado, mas, de acordo com o artigo 14, parágrafo 1º, a pena deve ser
reduzida de um a dois terços. Isso significa que a lei penal reconhece que, embora o
agente tenha iniciado a prática de um crime, sua culpabilidade é considerada menor
do que a de alguém que consumou o crime efetivamente. Essa redução reflete a ideia
de que o agente não alcançou o resultado desejado e, portanto, a penalização deve ser
proporcional à sua conduta.

Existem, no entanto, algumas nuances a serem consideradas em relação à


tentativa. Um dos aspectos mais discutidos na doutrina é a distinção entre tentativa
perfeita e tentativa imperfeita. A tentativa perfeita ocorre quando o agente realiza
todos os atos necessários para a consumação do crime, mas a consumação não se dá
por fatores alheios à sua vontade. Por exemplo, se o autor do crime não consegue
efetivamente completar o roubo porque a vítima reagiu e o impediu, mas ele fez tudo
o que estava ao seu alcance para consumá-lo. Por outro lado, a tentativa imperfeita é
caracterizada quando o agente não chega a realizar todos os atos que compõem o tipo
penal, por exemplo, quando ele se prepara para o crime, mas não consegue executá-
lo por sua própria ineficácia ou inabilidade.

A tentativa também pode ser abordada sob a perspectiva das causas de exclusão
de ilicitude e de culpabilidade. Existem casos em que o agente pode se ver livre de
pena, mesmo que a tentativa tenha se configurado. Por exemplo, se o agente estava
agindo em legítima defesa e, durante essa defesa, tentava causar um resultado que,
em outra circunstância, seria considerado crime, ele pode não ser punido pela
tentativa, pois sua ação estava justificada.

A discussão sobre crime tentado é de extrema relevância no campo do direito


penal, pois permite refletir sobre a natureza da ação humana e a necessidade de
proporcionalidade nas respostas do sistema penal. A análise das tentativas e das
motivações dos agentes é fundamental para garantir que o sistema de justiça criminal
seja justo e que as penas aplicadas estejam de acordo com a gravidade da conduta
praticada, levando em conta as circunstâncias e os contextos específicos de cada caso.

Pergunta 2 (Múltipla Escolha):

Qual das alternativas a seguir define corretamente o crime tentado?

A) Um crime que foi consumado, mas não resultou em punição.


B) Um crime que foi planejado, mas não executado.
C) Um crime em que o agente iniciou a execução, mas não consumou o resultado.
D) Um crime que foi consumado, mas o autor foi absolvido.

Resposta: C) Um crime em que o agente iniciou a execução, mas não consumou o


resultado.

Explicação: O crime tentado se refere à situação em que o agente tem a intenção


de cometer um crime e inicia a execução, mas não alcança o resultado final.

Pergunta 3 (Múltipla Escolha):

De acordo com o Código Penal Brasileiro, qual é a penalidade prevista para o


crime tentado?

A) A pena deve ser aumentada em até um terço.


B) A pena deve ser reduzida de um a dois terços.
C) A pena é a mesma do crime consumado.
D) Não há pena para crime tentado.

Resposta: B) A pena deve ser reduzida de um a dois terços.


Explicação: O Código Penal prevê que a pena para o crime tentado deve ser
diminuída em relação à pena do crime consumado, refletindo a menor culpabilidade
do agente.

Pergunta 4 (Múltipla Escolha):

Qual é a diferença entre tentativa perfeita e tentativa imperfeita?

A) A tentativa perfeita ocorre quando o agente não realiza nenhum ato, enquanto
a imperfeita ocorre quando ele realiza todos os atos.
B) A tentativa perfeita é quando o agente realiza todos os atos necessários, mas não
consegue consumar o crime, enquanto a imperfeita é quando ele não consegue
realizar todos os atos necessários.
C) A tentativa perfeita é mais grave do que a imperfeita, pois o agente teve a intenção
de causar dano.
D) Não existe diferença entre tentativa perfeita e imperfeita.

Resposta: B) A tentativa perfeita é quando o agente realiza todos os atos


necessários, mas não consegue consumar o crime, enquanto a imperfeita é quando
ele não consegue realizar todos os atos necessários.

Explicação: A tentativa perfeita e a tentativa imperfeita são categorias que


ajudam a entender a forma como o agente se comporta em relação à consumação do
crime e os atos que realiza para tentar alcançar o resultado.

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