4.09.ET - Equações Algébricas e Transcendentes

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CÁLCULO NUMÉRICO

Roberto Carlos Lourenço dos Santos


4 EQUAÇÕES ALGÉBRICAS E TRANSCENDENTES

Neste bloco, estudaremos as Equações Algébricas e Transcendentes. Será possível


conhecer métodos para solucionar Equações Algébricas, como Algoritmo de Briot-
Ruffini, as Relações de Girard e o Método de Newton-Raphson.

Aproveite esse momento para complementar seus estudos realizando uma breve
pesquisa sobre os nomes desses grandes ícones da Matemática.

Bons estudos!

4.1 Equações Algébricas

Nesse momento, conheceremos a definição e exemplos de equações algébricas. Em


muitos problemas da Engenharia há necessidade de se determinar um número λ para
o qual uma função f(x) seja zero, ou seja, f(λ) = 0. Chamamos esse valor λ de zero da
função f(x) ou raiz da equação f(x) = 0.

Definição de Equação Algébrica

Seja uma equação algébrica de grau n, sendo n ϵ N*:

Temos que:

P( x)  an .x n  an1 .x n1  an2 .x n2  ...  a0  0

Onde os coeficientes a i são números reais e a n  0.

O grau da equação algébrica P(x) = 0 é justamente o grau do polinômio P(x).

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Exemplos de equações algébricas que também são chamadas de equações
polinomiais:

a) 3x + 5 = 0 (grau 1)

b) 5x² - 9x + 1 = 0 (grau 2)

c) x³ + 12 x² - 5x + 2 = 0 (grau 3)

d) x 7  2 x 3  5x  9  0 (grau 7)

Toda equação algébrica de grau n (n ≥ 1) admite n raízes, distintas ou iguais.

Isolamento de Raízes

Para se calcular uma raiz duas etapas devem ser seguidas:

I) Isolar a raiz, ou seja, achar um intervalo [a, b], o menor possível, que contenha uma
e somente uma raiz da equação f(x) = 0.

II) Melhorar o valor da raiz aproximada, isto é, refiná-la até o grau de exatidão
requerido.

Teorema: Se uma função contínua f(x) assume valores de sinais opostos nos pontos
extremos do intervalo [a, b], isto é f(a) . f(b) < 0, então o intervalo conterá, no mínimo,
uma raiz da equação f(x) = 0, ou seja, λ ϵ [a, b] onde f(λ) = 0.

Ilustração do teorema:

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f(a) . f(b) < 0

Forma fatorada de um polinômio

Como toda equação algébrica e grau n (n ≥ 1) admite pelo menos uma raiz complexa,
temos que:

Para a equação algébrica:

P( x)  an .x n  an1 .x n1  an2 .x n2  ...  a0  0

Temos 1 tal que P(1 )  0 , ou seja:

P( x)  ( x  1 ).Q( x)  0

Realizando fatoração sucessivamente obtemos:

P( x)  ( x  1 ).( x  2 ).( x  3 )  ...  ( x  n ).Qn  0

Como o coeficiente de x n em P(x) é a n , concluímos por identidade de polinômios que

a constante Qn é a n e, então:

P( x)  an ( x  1 ).( x  2 ).( x  3 )  ...  ( x  n )

Sendo essa a forma fatorada do polinômio.


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Exemplo:

Apresente o polinômio P(x) na forma fatorada:

P(x) = 2x³ - 5x² + 3x

Resolução:

P(x) = 2x³ - 5x² + 3x

 P(x) = x. (2x² - 5x + 3)
  3 
 P( x)  x. 2.x  1. x   
  2 
 3
 P( x)  2 x.x  1. x  
 2

Relações de Girard

Em 1629 o matemático Albert Girard (1590 – 1633) obteve informações gerais sobre as
raízes de uma equação algébrica ao relacioná-las com os seus coeficientes.

Para estabelecer essas relações, consideremos a identidade entre um polinômio de


grau n e sua forma fatorada, onde comparecem as raízes 1 , 2 , 3 ,..., n .

A seguir temos as Relações de Girard:

Equação do 2° grau

ax ²  bx  c  0 a0
raízes 1 e 2
b
1) 1  2  
a
c
2) 1   2 
a

Equação do 3° grau

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ax ³  bx ²  cx  d  0 a0
raízes 1 ,  2 e 3
b
1) 1   2  3  
a
c
2) 1  2  1  3   2  3 
a
d
3) 1  2  3  
a

Equação do 4° grau

ax 4  bx 3  cx 2  dx  e  0 a0
raízes 1 , 2 , 3 e 4
b
1) 1  2  3  4  
a
c
2) 1  2  1  3  1  4  2  3  2  4  31  4 
a
d
3) 1  2  3  1  2  4  1  3  4  2  3  4  
a
e
4) 1  2  3  4 
a

E dessa forma é possível construir as Relações de Girard para as demais equações de


grau superior.

É importante destacar que equações de grau n, onde n ≥ 3, somente as relações de


Girard não é o suficiente para encontrar as raízes. Dessa forma, é necessário conhecer
alguma informação sobre as raízes para ser possível determinar a solução da equação.

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4.2 Equações Transcendentes

A leitura indicada apresenta a definição das Equações Transcendentes (Equações Não


Lineares) onde será possível rever os gráficos de funções importantes para a
compreensão desse conteúdo. Ótima leitura.

FRANCO, N. B. Cálculo Numérico. São Paulo: Pearson, 2006. p. 62-76.

4.3 Métodos para resolver Equações Algébricas

Nesse tópico temos como objetivos compreender e aplicar métodos para resolver
equações algébricas.

Algoritmo de Briot-Ruffini

Exemplo:

Resolva a equação P(x) = 2x³ - x² - 7x + 6 = 0, sabendo que o número 1 é raiz.

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Raízes Racionais

Nesse momento vamos estudar que nas equações algébricas com coeficientes inteiros
é possível descobrir as raízes racionais se elas existirem.

Exemplo:

Resolva a equação 2x³ - 11x² + 13x – 4 = 0.

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Método de Newton-Raphson

Para resolver uma equação com o Método de Newton-Raphson seguimos os passos:

1. Separar f(x) em g(x) e h(x);

2. Gráfico das funções no mesmo plano;

3. Determinar o intervalo da raiz;

4. Aplicar a equação para determinar o valor de xn  1 ;

5. Verifique a tolerância determinada.

Exemplo: Ache a raiz positiva de f(x) = x³ - 6, com є ≤ 0,001.

Resolução

1° Passo: Separar f(x) em g(x) e h(x)

f(x) = g(x) – h(x)

g(x) = x³

h(x) = 6

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5. Verifique a tolerância determinada.

є ≤ 0,001

Encontramos:

0,001 ≤ 0,166667

Como a tolerância não foi atendida ainda, é necessário calcular novamente.

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Novamente realizamos os cálculos:

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Conclusão

Neste bloco, estudamos as Equações Algébricas e Transcendentes, onde foi possível


conhecer métodos para solucionar Equações Algébricas, trabalhando com o Algoritmo
de Briot-Ruffini, as Relações de Girard e o Método de Newton-Raphson.

Referências

BARROSO, L. C.; BARROSO, M.M. A.; FREDERICO, F.C.F.; CARVALHO, M. L. B.; MAIA, M.
L. Cálculo Numérico. São Paulo: Harbra, 1987.

DANTE, L. R. Matemática. São Paulo: Ática, 2009.

FRANCO, N. B. Cálculo Numérico. São Paulo: Pearson, 2006.

IEZZI, G.; DOLCE, O.; TEIXEIRA, J. C.; MACHADO, N. J.; GOULART, M. C.; CASTRO, L. R. S.;
MACHADO, A. S. Matemática. São Paulo: Atual, 1995.

LAY, D. C; LAY, S. R; MCDONALD, J. J. Álgebra Linear e suas aplicações. Rio de Janeiro:


LTC, 2018.

LIPSCHUTZ, S. Álgebra Linear. São Paulo: Makron Books, 1994.

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