Aguas Pluviais
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INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Os registros históricos apontam que as águas de chuva são utilizadas pela humanidade
há milhares de anos. Cisternas escavadas são datadas em até 3.000 a.C. A fortaleza de
Masada, por exemplo, localizada em Israel, possui dez reservatórios escavados na rocha
com capacidade de armazenamento de até 40 (quarenta) milhões de litros de água.
A civilização maia que abrangeu territórios de cinco países como: México, Honduras,
Belize, Guatemala e El Salvador, com existência datada em 2600 a.C e declínio em 400 d.C,
encontravam meios para captação das águas de chuva com cisternas, reservatórios, açudes
e canais destinados aos campos agrícolas. Os astecas, a qual a existência data do século IX
até o século XVI, aproveitavam a água de chuva assim como a civilização maia para fins
agrícolas.
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Este movimento permanente deve-se ação do Sol, que fornece a energia para que
água evapore saindo da superfície terrestre para a atmosfera, além da ação da gravidade,
fazendo com que a água antes condensada caia através das precipitações assim, uma vez na
superfície, circule através das bacias hidrográficas, reunindo-se em rios até atingir os
oceanos, a qual se denomina escoamento superficial ou infiltrem nos solos e nas rochas,
através dos seus poros, fissuras e fraturas (escoamento subterrâneo). Vale ressaltar que
nem toda a água precipitada alcança a superfície terrestre, haja vista que uma parte, na sua
queda, pode ser interceptada pela vegetação e volta a evaporar-se.
A água que se infiltra no solo, por sua vez é sujeita a evaporação direta para a
atmosfera e é absorvida pela vegetação, que através da transpiração, retorna à atmosfera.
Este processo chamado é chamado de evapotranspiração. A água que infiltra no solo é a
principal responsável pela recarga dos aquíferos ou lençóis de água subterrânea.
A quantidade de água e a velocidade com que ela circula nas diferentes fases do ciclo
hidrológico são influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, a cobertura vegetal,
altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia.
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De acordo autores, apesar de o Brasil possuir uma das maiores reservas mundiais de
água doce o problema também é perceptível. São Paulo, por exemplo, o estado mais
desenvolvido do país, enfrenta grande dificuldade devido às aglomerações como a da região
metropolitana. O caso do Nordeste já é clássico, além do semiárido, a região recebe chuva
de maneira irregular, sofrendo pela falta de água por uma série de características
geográficas e geológicas pertinentes à região.
A formação das chuvas está intimamente ligada a vários fatores peculiares, dentre eles
a quantidade de vapor d’água presente no meio atmosférico, a característica
geomorfológica local e o clima da região. Os tipos de precipitação em forma de chuva
podem ser classificados como convectivas, frontais ou ciclônicas e orográficas.
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As chuvas convectivas são mais frequentes em regiões equatoriais, onde os ventos são
mais brandos e a movimentação do ar é, geralmente, normal à superfície. São formadas a
partir do aquecimento do ar úmido próximo ao solo. Em seguida, essa massa de ar quente e
úmida, ao atingir determinada altura, se resfria e o vapor d’água presente se condensa
ocorrendo então a precipitação. São chuvas de fortes intensidades, pequena duração e que
atingem pequenas áreas. Grande parte das enchentes urbanas é ocasionada por esse tipo
de chuva.
Já as chuvas orográficas são as que têm sua formação muito ligada às características
geográficas. As massas de ar que seguem do oceano para o continente trazem junto a
umidade proveniente do mar. Ao chegarem à superfície e encontrarem relevos
montanhosos, essas massas de ar quente e úmido se elevam como se fosse para superar a
barreira geográfica. Sendo assim, elas se resfriam e se condensam formando nuvens e
chuvas. São chuvas com intensidades menores que as das chuvas convectivas, de grande
duração e áreas pequenas.
As águas pluviais são de grande importância para a humanidade, pois elas são
fundamentais nos processos da natureza, já que é uma das fases do ciclo hidrológico,
promovendo uma série de serviços ambientais, dentre elas podemos destacar:
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A busca por fontes alternativas de água é uma forma de se dispor de diferentes formas
de obtenção da mesma, evitando a dependência de uma única fonte e, em uma situação de
emergência, problemas graves de abastecimento. A dependência de um abastecimento de
água baseado somente na retirada em rios e lagos pode deixar a população exposta a
problemas sérios na ocorrência de eventos naturais ou contaminações por produtos
químicos ou nocivos para a saúde humana.
A água de chuva não possui a qualidade de uma água tratada ou mineral, entretanto
consiste em um recurso limpo se comparado a alguns rios onde é captada água para
tratamento e abastecimento. Portanto, torna-se claro que esse recurso deve ter algum
aproveitamento, basta analisar onde este trará maior retorno econômico.
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como estas áreas já costumam ter seu balanço hídrico alterado significativamente, o
impacto do aproveitamento de água de chuva em grande escala pode vir a ser insignificante
em relação ao impacto da urbanização.
Também deve-se analisar os impactos da retenção e desvio dessas águas para a rede
de esgotos sanitários nos cursos d’água, que a usam como solvente e como carreador de
impurezas, havendo maior concentração de poluentes nos cursos d’água.
As águas pluviais podem ser classificadas pelo uso, em potável e não potável. Os usos
potáveis são: ingestão, assepsia, preparo de alimentos e lavagem de utensílios. Os usos não
potáveis são: vasos sanitários e mictórios, lavagem de roupa, pisos, veículos, irrigação e
enchimento de piscinas.
Uma das principais razões para que o uso de água de chuva para fins potáveis não seja
viável em áreas urbanas é a falta de indicadores da qualidade das águas pluviais, para poder
estabelecer um tratamento adequado, sendo necessário controle constante da qualidade da
água para garantir o cumprimento das exigências de qualidade da água, o que pode ser
muito oneroso e dispendioso.
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A viabilidade do aproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis deve ser
analisada em cada caso, pois cada região possui suas singularidades, mas em geral para
consumo doméstico pode ser bem vantajoso, assunto a ser tratado na Aula 09.
No caso de indústrias ela pode ser até viável para tratá-la para consumo humano, já
que por ser uma água livre de produtos químicos diferente da fornecida pela
concessionária, usualmente possui um custo de tratamento (retirada do cloro e do flúor)
menor para os processos produtivos.
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