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O BEBÊ DO MAFIOSO

EVIE ROSE

Traduzido por

VANESSA MARTIN
Copyright © 2023 Evie Rose
Traduzido por Vanessa Martin.
Todos os direitos reservados.
CONTENTS

1. Ren
2. Ren
3. Jasper
4. Jasper
5. Ren
6. Jasper
7. Ren
8. Jasper
Epílogo
Sobre a Autora
1

REN

Todos os dias, meu chefe e eu brincamos de morte ou donuts. Pelo menos,


eu acho que é um jogo. O Sr. Booth é o chefão da Fulham, a máfia mais
antiga e mais mortal de Londres. Eles são conhecidos por fazer com que
problemas incômodos desapareçam. Permanentemente.
Então, talvez ele leve isso mais literalmente do que eu?
Estou prestes a descobrir se um ano em que debatemos os méritos dos
donuts em relação à escolha duvidosa de tirar a vida, fez alguma diferença
em suas tendências assassinas. Porque hoje, a história que contarei a ele é
sobre mim.
Hesito à porta dele, borboletas voando em meu estômago como sempre
acontece quando estou prestes a ver o Sr. Booth.
Era de se esperar que eu estivesse acostumada com seus olhares
intensos, carrancas e humor seco. Mas não, eu ainda fico toda nervosa. A
cada manhã.
É ingênuo e bobo, mas adoro meu chefe, e sou apenas a faxineira dele,
aqui com meus tênis e leggings às cinco da manhã. Não ajuda que ele seja
lindo. Uma raposa prateada. Cabelos pretos com manchas cinzas e olhos
verdes profundos nos quais me perco toda vez que olho para ele.
Ele sempre usa um terno preto e uma camisa branca, tudo discreto, mas
da mais alta qualidade. Ele é clássico e refinado, assim como essa mansão
que serve como seu quartel-general.
Olhar direto. Ombros largos que imagino ver em todos os lugares.
Ridículo.
Quase todas as noites, há um motociclista do lado de fora do meu
apartamento, vestido de couro preto com detalhes em verde. Acho que ele
deve ser um mensageiro ou algo assim. Eu o espio através das cortinas
enquanto espera, às vezes digitando no celular. Eu o observo, viseira
abaixada, e tenho que me lembrar de que ele não pode ser o Sr. Booth.
Eu meio que queria que fosse. Mas o que eu realmente aprecio é como o
Sr. Booth me ouve e procura minha opinião. Ele nem sempre concorda
comigo, posso dizer, mas ele vai assentir e, embora sua boca se contorça
com desagrado, ele vai murmurar que estou certa.
Esse acordo considerado fez com que outras opiniões ameaçassem
borbulhar nos últimos meses. Palavras como: "Eu adoraria ter seus bebês" e
"Você aceitaria tirar a minha virgindade ?" Eu acho que ele seria um pai
perfeito. Sombrio, gentil e protetor.
E, admito, parte dos meus pensamentos definitivamente é sobre a
fantasia de como seria tê-lo dentro de mim. Como seria se ele estivesse em
cima de mim, concentrando toda aquela atenção escaldante e intensa em
meu corpo.
Quase todo dia eu mordo meu lábio para evitar dizer coisas que
arruinariam tudo. Poderosos bilionários, chefes da máfia não se interessam
por suas faxineiras. E eles não pilotam motocicletas pretas elegantes.
Meu chefe está tão longe de ser alcançável para mim quanto voar até a
lua. Hoje, porém, estou extra nervosa, além da preocupação com o que eu
poderia dizer se não me contivesse. Porque vou implorar a ele para me
ajudar, e rezar para que ele esteja de bom humor. Mais donuts do que morte.
Respirando fundo, exalo, e abro a porta, olhando para dentro com um
sorriso brilhante, como se fosse um dia normal e eu fosse repetir uma
história da internet que não tem nada a ver comigo. Como se minha vida
inteira não estivesse em jogo. O Sr. Booth me encara. Esperando. Seu rosto
é um trovão, olhos verdes como uma selva impenetrável cheia de cobras
venenosas.
Maneiro.
12 MESES ANTES

As pessoas dizem que vão morrer se bagunçarem o trabalho delas, e com


certeza, se você é um Navy SEAL ou algo do tipo, isso é verdade. Mas não
costuma ser o caso literal de uma faxineira.
Os avisos do braço direito do chefão ecoam em minha mente.
Não fale com o Sr. Booth. Não incomode o Sr. Booth. Não passe o
aspirador na mesma sala que o Sr. Booth. Não toque em nada da mesa do
Sr. Booth. Não pergunte o que aconteceu com a faxineira anterior.
Esses dois últimos? Muito importantes. O Sr. Harvey os enfatizou várias
vezes. Até mesmo os implacáveis chefes de máfia requerem que seus
suntuosos escritórios em mansões vitorianas sejam mantidos impecáveis, e
eu, buscando um emprego, me encontro aqui, no raiar do dia.
Cinco da manhã é uma hora que ninguém deveria ver.
Após ter sido deixada entrar por um guarda mal-humorado, vou fazer
todo o meu trabalho antes que mais alguém saia da cama. Eu subo dois
lances de escada bufando, meus músculos da coxa sonolentos rangendo em
protesto, e decido que começarei pelo escritório pessoal do Sr. Booth. Essa
é a opção mais segura. Assim, posso terminar de limpar os espaços comuns
no andar de baixo até ele aparecer.
Entro com o espanador na mão, arrastando meu fiel aspirador de pó
vermelho atrás de mim, e tateio no escuro antes do amanhecer em busca do
interruptor de luz. Quando o encontro, quase não ilumina nada, mas é o
suficiente.
É uma biblioteca antiquada, com paredes de livros encadernados em
couro, um tapete de pelúcia que poderia ser usado como colchão, e as
janelas são pretas com manchas de ouro alaranjado. Londres.
Há uma pesada escrivaninha de madeira escura coberta de papéis, vários
dispositivos caros e reluzentes e uma tela de computador brilhante que
ilumina o encosto de uma cadeira enorme voltada para a janela.
Faço uma pausa e admiro todo esse luxo. A vista de Londres. O cheiro
de cera de polimento e algo defumado e masculino.
Eita!
Sou um caso trágico. Pesquisei sobre o Sr. Booth, e deixe-me dizer, meu
estômago se encheu de borboletas, mas não de medo. Mesmo em uma foto,
ele exala poder e autoridade. Em seu escritório, é quase como se eu pudesse
sentir sua presença, talvez porque tenha uma vibe que é intimidadora e, ao
mesmo tempo, reconfortante e confortável.
É como ser amigo de um urso negro. Aterrorizante e, ainda assim,
macio e aconchegante. Começo a limpar o pó, no canto, cantarolando
enquanto me movo ao redor. Eu sei que todo mundo diz que limpar é o pior,
mas eu realmente gosto disso. Não há nada tão bom quanto deixar um
ambiente brilhante e com um cheiro agradável.
Admito que essa opinião talvez se deva à falta de experiência. Sempre
fui a garota tímida e desajeitada com o nariz enfiado em um livro, portanto,
há certas atividades que admito que a maioria das pessoas acredita serem
melhores do que limpar. Mas eu nunca as fiz, e sinto um brilho de orgulho
quando o ambiente está arrumado e impecável.
A parte de trás do meu pescoço arrepia enquanto trabalho. Eu a esfrego,
mas os pelos não abaixam. Talvez essa casa antiga seja assombrada? Talvez
isso tenha acontecido com a última faxineira? Viu um fantasma e fugiu. Ou
foi arrastada pela aparição. Ai, minha imaginação hiperativa.
Pisco os olhos para os livros, o dourado refletindo a luz da sala. E é aí
que eu vejo. Algo refletido no brilho. Não é tanto uma forma, mas... não sei.
Um movimento atrás de mim. Não é nada. Tem que ser nada. Mas eu me
viro mesmo assim. E na cadeira de couro da escrivaninha, está sentado o Sr.
Booth.
Ele é ainda mais intimidador e gato na vida real.
Barba negra cobre suas bochechas, e seu cabelo escuro está bagunçado,
como se ele tivesse passado as mãos por ele. Ele tem um queixo quadrado e
olhos verdes-musgo. E ele está me observando, uma carranca em seu rosto.
Não incomode o Sr. Booth.
Bem, isso foi um fracasso, não foi?
— Sinto muito, sussurro, e ele continua me observando, com as
sobrancelhas abaixadas.
Eu sou muito jovem para morrer. Eu não perdi a minha virgindade.
Nunca me apaixonei. Não me esfreguei toda no Sr. Booth como uma gata
demente.
Realmente não deveria fazer esse último. Mas eu quero fazer. Ele está
de camisa branca, gravata preta e abotoaduras de ouro. E suas mãos, oh,
uau, suas mãos. Elas são grandes e quadradas e parecem que cobririam todo
o meu torso. Ele usa um relógio caro e reluzente e tem uma leve camada de
pelos nos pulsos.
— Não nos conhecemos, senhorita...
— Smith.
Mas isso soa formal. Não se parece nem um pouco comigo.
— Renee Smith. Meus primeiros pais adotivos eram ingleses, mas me
encontraram em um barco pequeno que as autoridades pensavam que vinha
da França, então me chamaram de Renee. Mas as pessoas me chamam de
Ren.
Enquanto falo, torço meu espanador com as mãos e o Sr. Booth passa o
olhar pelo meu corpo - vestida com leggings e um sweat velho. Minha pele
arrepia mesmo enquanto falo sobre meu nome como uma idiota. Como se
ele estivesse interessado em mim.
— Achei que ninguém estaria aqui.
Oh, Deus, eu queria poder calar a boca, mas, na verdade, não disse a
única coisa que poderia me salvar.
— Sou a nova faxineira.
Fecho minha boca com força. Um traço de diversão ilumina brevemente
os olhos do Sr. Booth, tão rápido que não tenho certeza se realmente estava
lá.
— Estou vendo.
Não fale com o Sr. Booth.
Que porcaria. Bom trabalho, Ren.
— Eu vou embora.
Mas antes que eu possa me virar e sair correndo, uma única palavra me
impede.
— Não.
Estou tremendo, com o coração batendo forte, quando olho de volta
para o Sr. Booth. Mordo o lábio para me impedir de implorar.
Provavelmente não me mataria, mas não tenho certeza se não gostaria de
ser deitada naquela escrivaninha bagunçada dele e levar umas palmadas.
Devorada. Beijada. Todas as opções acima.
— Está tudo bem, diz ele com uma voz baixa e áspera, que lembra seda
quente e uísque. Por favor, continue, Srta. Smith. Não permita que minha
insônia a incomode. Um de nós é o suficiente, nesse aspecto.
Com um aceno brusco de cabeça, volto a limpar o pó das estantes. Atrás
de mim, ouve-se o ruído quando ele gira a cadeira e, em seguida, o som
suave de papéis embaralhados.
Leva alguns minutos, mas estou trabalhando, e ele também. O silêncio e
os sons suaves do pano na madeira e da caneta no papel são calmantes de
alguma forma. Contra todas as probabilidades, os músculos de cada lado de
minha espinha se relaxam. É perfeitamente doméstico.
Pim!
Fico paralisada.
— Seu namorado está mandando mensagens?
O Sr. Booth fala com uma voz perigosamente suave.
— Não!
Eu grito, pegando meu celular do bolso do sweat e cutucando-o
desesperadamente para tentar silenciar todas as mensagens. Dificilmente.
— É apenas uma notificação de um grupo do qual faço parte.
O Sr. Booth levanta uma sobrancelha.
— Eu não tenho um namorado. O alerta era de um site da Internet.
Isso é ainda pior, não é?
— Um grupo de aconselhamento, balbucio.
Por favor, não me mate.
— As pessoas contam suas histórias, e os comentaristas dizem se elas
estão certas ou o que merecem pelo que fizeram.
— Parece que eu seria bom nisso, ele responde secamente e se inclina
para trás na sua grande cadeira de couro preto. Vamos lá, então. Qual é a
pergunta?
Será que estou tendo alucinações? Examino a postagem, analisando-a.
— É uma disputa de escritório. Há um grupo de colegas de trabalho que
se unem e compram donuts toda sexta-feira.
Dou uma olhada para o Sr. Booth, mas sua expressão é
escrupulosamente neutra.
— Eles os deixam na mesa da sala de descanso até a décima primeira.
— Décima primeira, sendo...?
O Sr. Booth nunca teve décima primeira? Ele está acordado e em sua
mesa às cinco da manhã, mas não está com fome às onze. O que ele é, uma
máquina? Pffs. Nem mesmo meu telefone aguenta até a hora do almoço. Ele
precisa estar conectado à tomada antes ou morre.
— Você sabe. A décima primeira hora.
Dou de ombros.
— Uma xícara de chá e um lanche às onze horas.
— Entendo.
Sua boca se contrai como se fosse sorrir. Ele faz um círculo com a mão,
indicando que devo continuar.
— Agora há um cara novo no trabalho, e ele continua comendo os
donuts com cobertura no café da manhã. Tipo, às oito.
A expressão do Sr. Booth adquiriu um tom de paciência exagerada.
— Uma briga começou. O cara novo foi informado de que os donuts
são para a décima primeira, mas continua a comê-los logo de manhã. Ele
diz que os donuts deixados de fora durante toda a manhã são merecidos e
que, se eles não querem que ninguém os coma, não deveriam deixá-los na
mesa da sala de descanso. O grupo de donuts diz que gosta de antecipar o
seu deleite para o lanche quando passa pela sala de descanso e vê o que foi
comprado naquela semana. E ele deve manter suas mãos para si mesmo.
Todos os outros conseguem se conter. Em resposta, ele diz... Bem. Ele
continua. Essa é a parte mais importante.
Há um breve silêncio. Minha boca fica seca. Eu gostaria realmente de
uma xícara de chá e um donut agora.
— O que você acha?
O Sr. Booth bufa.
— Eu o mataria.
— Sério? Disse eu. Reação exagerada, não?
Duas batidas de sua caneta na mesa e o Sr. Booth estreita seus olhos
verdes.
— Parece que ele fica com fome com essa comida por perto, continuo.
Estou a fim de ir. Comprometida.
— O chefe precisa comprar donuts, para haver o suficiente para todos,
mesmo se quiserem comê-los na hora errada.
Porque lanche é às onze. Essa é a regra.
— Não é a morte? diz o Sr. Booth com ceticismo
— Não, definitivamente não é a morte. Donuts.
O canto de sua boca se encolhe.
— Ok.
Ele acena com a cabeça.
— Donuts. E quanto a isso?
Ele desliza uma folha de papel pela mesa em minha direção e, quando
hesito, faz um pequeno aceno de cabeça.
É um relatório meticulosamente compilado sobre a história, com idades,
datas e todos os fatos do caso claramente expostos.
Parece que esse homem era um dos funcionários do Sr. Booth. Não diz
qual era o papel dele, mas minha mente preenche com faxineiro. Ele era
casado com sua namorada de infância e estava se tornando informante para
a polícia. Ele também estava traindo sua esposa. Antes que Fulham pudesse
lidar com ele, ele encontrou um fim prematuro nas mãos de sua esposa
vingativa.
O relatório conclui que, após ajustes em seus registros, as autoridades
acreditam que o homem se mudou para a Espanha com uma amante não
nomeada. No entanto, o destino da pessoa que prejudicou um funcionário
de Fulham está pendente da decisão final do Sr. Booth.
Dou uma olhada em sua mesa. Ela está repleta de outros relatórios bem
compilados.
— O que você acha, Srta. Smith?
Ele toma decisões como essa o dia todo? É complicado, e ninguém é
inocente. Ela matou um de seus homens e até eu sei que as máfias protegem
os seus.
— Morte ou donuts?
Ele cruza os braços e sou levada novamente a notar o quanto ele é
bonito. Sua camisa é feita sob medida, mas as linhas de seus músculos são
claramente visíveis.
— Donuts.
Prendo a respiração, rezando para que eu tenha tomado a decisão certa.
Ele faz um som de discordância.
— Por quê?
Ai meu Deus. Eu errei.
— Ela fez um favor a você. Ele estava prestes a trair você com a polícia.
Ele acena lentamente com a cabeça.
— Ponto justo. Ele não teria conseguido, já que a polícia daqui trabalha
para mim. Mas eu vou enviar a ela donuts junto com minhas condolências e
votos de sucesso para o futuro.
Então ele para de tentar esconder o divertimento brilhando em seus
olhos e eu não consigo deixar de sorrir de volta. De alguma forma, eu sei
que qualquer coisa que eu dissesse, ele teria ouvido e aceitado minha
opinião como igual.
— Obrigado, Srta. Smith.
Eu não devo esquecer que ele é um predador perigoso. Um chefe da
máfia.
— De nada, Sr. Booth.
Eu pego um pano do meu bolso e continuo a limpar as prateleiras, e
nossa conversa acabou. Eu retomo meu trabalho, e ele o dele. Quando faço
uma pausa no ponto em que normalmente usaria o aspirador de pó, o Sr.
Booth lê minha mente e diz:
— Vá em frente.
Não passe o aspirador na mesma sala que o Sr. Booth.
O número de regras que estou quebrando hoje não é engraçado. Eu
limpo todo o chão e eventualmente estou me aproximando sorrateiramente
de sua mesa.
— Estou quase terminando, eu o asseguro.
Ele se levanta graciosamente e vai até a janela, olhando para o
amanhecer branco, rosa e amarelo de Londres. Suas mãos nos bolsos, seu
rosto de perfil.
Sua expressão é sombria. Solitária.
Meu coração se aperta, se estendendo até ele. Porque quantas vezes
olhei pela janela do meu quarto e me senti tão isolada quanto ele parece
estar agora.
Isso é um desastre. Não acho que ele vá me matar, mas o problema em
que estou me metendo é muito pior. Temo que acabei de me apaixonar pelo
bilionário chefe da máfia.
2

REN

A GORA

O Sr. Booth desvia o olhar, sacudindo displicentemente alguns papéis em


sua mesa. Desde o primeiro dia, toda vez que entro em seu escritório, o Sr.
Booth levanta os olhos, me perfura com aqueles olhos de arsênico dele e
pergunta: "Qual é a pergunta de hoje, morte ou donuts?".
Mas hoje, ele não faz isso. Ele pega uma caneta cara e gira
agitadamente entre os dedos.
Eu engulo em seco.
— Sr. Booth.
— Srta. Smith.
Não há nada do calor habitual ou do humor seco em seu tom. Isso é um
presságio maravilhoso. Meu coração está batendo tão forte que suspeito que
ele quebrará várias costelas quando a conversa terminar.
— Você gostaria de ouvir a pergunta de hoje?
Minha voz se quebra na última palavra. Ele não olhou para cima. Por
que ele não olhou para cima? É como se ele soubesse que vou pedir sua
ajuda e já o tivesse excluído.
Eu penso no sinistro homem loiro uniformizado que veio até meu
apartamento ontem à noite. Eu não posso falhar.
O Sr. Booth não responde. Mas lentamente, oh tão lentamente, ele ergue
a cabeça e olha direto através de mim. Está tão perto que duvido que mais
alguém percebesse que ele não estava olhando nos meus olhos. Mas há
meses que passo todas as manhãs com o Sr. Booth e sei o que seu olhar faz
quando está em mim. Ele formiga em minha pele como um brilho líquido
animado.
E isso, ao contrário, é frio. Ele joga a caneta na mesa, onde ela desliza
sobre a madeira brilhante, bate numa pilha de papéis e depois para.
Seus olhos estão mais sombrios do que o normal. Como se estivesse
cansado. Talvez ele não tenha dormido bem na noite passada. Eu
provavelmente pareço igualmente exausta, e muito pior, porque passei a
noite toda pensando nesse dilema. Eu gostaria de ter estado com ele.
— Sim.
Certo. Respiração profunda. Sem pressão, mas você só tem uma chance
nisso, Ren, e se falhar, nunca mais verá o homem que ama, possivelmente
acabará na prisão, ou talvez... Sim. Bom.
— Mulher, vinte e dois anos, vive sozinha. É órfã e perdeu contato com
suas famílias adotivas. Ela está apenas cuidando da sua vida quando, uma
noite, um homem bate à sua porta.
O Sr. Booth está imóvel, me encarando. Sua postura, recostado na
cadeira de couro, é enganosamente casual. Ele está irritado com alguma
coisa. Eu quase quero perguntar o que há de errado, mas provavelmente ele
não me diria, já que às vezes ele balança a cabeça e diz que é melhor eu não
saber alguns detalhes dos negócios da máfia.
— Ele diz que trabalha para o Departamento de Imigração e que
também está envolvido com uma das máfias de Londres. Então ele diz que
ela está sendo investigada, porque veio para Londres quando bebê,
ilegalmente, trazida por seus pais, agora presumivelmente falecidos.
Não deixo minha voz oscilar. Muito.
— E ela tem algum documento sobre seu status legal de imigração?
Acontece que não. Parece que quando ela foi passada de lar adotivo em lar
adotivo quando era criança, seus documentos se perderam. Portanto, ela não
tem direito a permanecer em Londres. Sua casa.
A mandíbula do Sr. Booth se tensiona, mas ele não diz nada.
— As autoridades irão atrás dela e a deportarão. Mas o homem ofereceu
uma saída para ela. Se ela lhe pagar um milhão de libras, ele lhe concederá
a cidadania. Ele diz para ela roubar de seu chefe da máfia, e que se ela
contar para ele, ele a matará.
O Sr. Booth fica muito, muito quieto.
— Então.
Meu lábio treme desta vez.
— Ela está se perguntando o que deve fazer. Ela não pode roubar o
dinheiro porque isso fará com que ela seja morta por seu chefe. Se ela
contar para o chefe dela, o homem pode matá-la. Mas talvez ela pudesse
pedir ao chefe dela para emprestar o dinheiro, ou dizer às autoridades que
seu trabalho não pode ser feito por mais ninguém, para que ela consiga um
visto? Ela não quer incomodar seu chefe, mas está com medo e não quer ser
deportada.
— De qual máfia era aquele homem?
Se possível, o Sr. Booth parece ainda mais irritado. O vinco em sua testa
pode ir até o seu crânio. Espera, aquele homem? Por que ele disse isso
assim em vez de "o homem"? Não importa.
— Não sei, ele não disse. Acho que foi intencional.
Minha garganta está mais seca do que quando deixei o jantar no forno
durante a noite.
— O homem vai voltar hoje à noite para pegar seu dinheiro. Então, a
pergunta é: se ela contasse ao chefe o que aconteceu, isso seria a morte? Ou
donuts?
Ele está completamente imóvel. Será que ele está respirando? O silêncio
se arrasta. É tão denso que está ligando o Sr. Booth e eu, e pode consumir a
nós dois.
— Morte.
Meu peito se encolhe, a dor é indescritível.
— Ou donuts, ele continua, não é a questão real aqui. Não é, Srta.
Smith?
— Não, eu sussurro.
Estou tremendo.
— Diga.
— Eu esperava que você pudesse ajudar. Por favor.
Fecho os olhos enquanto minha voz se quebra. Manter meu emprego
seria perfeito, e eu imploraria por isso. Mas não sou muito orgulhosa. Se eu
puder ficar em Londres, isso seria suficiente. Talvez eu possa passar por
este escritório. Ocasionalmente, eu o veria, à distância. Isso talvez evitasse
que meu coração se desintegrasse totalmente pela falta do Sr. Booth.
— Preciso de cidadania ou dinheiro. Não posso deixar o país. Por favor,
por favor, me ajude.
— Srta. Smith.
Sua voz é sombria e rouca.
— Eu a ajudarei.
Um alívio inunda meu ser, repentino e bem-vindo como água no
deserto.
— Muito obrigada. Se você pudesse apenas me dar uma declaração de
que meu emprego é…
— Você vai se casar comigo.
3

JASPER

Eu realmente não deveria ser possessivo em relação à Renee. Ela não é


minha. A raiva que me consumiu durante a noite desde que vi um homem
visitando-a foi direcionada para quem a ameaçou.
Ninguém ameaça Ren. Srta. Smith. Devo manter as coisas formais entre
nós. Ela tem metade da minha idade, o dobro da beleza que eu mereço, e,
apesar de toda a minha riqueza, ela tem doçura. Eu não deveria estar
seguindo-a, ou sendo tão protetor. Eu não tenho direito sobre minha
inocente funcionária.
Mas ela poderia ser minha esposa.
— O-o quê? Ren gagueja.
— O que você precisa é de cidadania, certo? Um casamento é a maneira
mais rápida de conseguir isso.
Além disso, como um bônus significativo, ela teria o meu nome.
O rugido de ciúme que está em minha cabeça desde que vi aquele
homem entrar no apartamento dela na noite passada não diminuiu. Nem
mesmo agora que sei que ele não foi convidado e não era seu amante. Não,
esse conhecimento apenas adicionou uma mancha protetora à minha
necessidade implacável por ela.
— Você vai morar aqui. Comigo.
Isso vai economizar muito tempo que eu passava do lado de fora do
prédio dela na minha moto, ou assistindo à vigilância dela no meu celular.
— Eles não vão te tirar da minha casa.
— Casamento?
Sua sobrancelha se franze em confusão.
— Eu pensei que você me daria um título de emprego mais chique para
que eles não pudessem me deportar? Chefe executiva sênior... especialista
em remoção de material particulado...
Eu reprimo um sorriso. Ela é engraçada quando fala demais.
— Algo que parecesse importante, mas eu poderia simplesmente
continuar com minha função atual, acrescenta.
— Se é isso que você prefere. Que tal, « esposa » ?
Ela fica boquiaberta.
— Ou você acha que « Sra. Booth » soa melhor?
Não me interessa qual, ou quaisquer nomes. A bola e a corrente. Ela em
casa. Problemas e brigas. Minha senhora. Eu a chamarei de qualquer coisa
que signifique que ela não sairá de minha vista. Só de pensar nisso, minha
alma se acalma de uma forma que eu não imaginava ser possível. Ela é a
chave para minha paz. No último ano, vê-la todas as manhãs e observá-la
me manteve firme. Alimentou uma obsessão crescente e uma necessidade.
— Você acha que eles não acreditariam que eu tenho um emprego
necessário? pergunta ela, um pouco desanimada, o que eu não entendo.
Como sempre, ela continua falando, mudando de um pé para o outro
nervosamente.
— Eu sei que sou apenas uma faxineira, e nada importante, e você está
brincando, sobre o negócio de esposa, não está?
Há tantas coisas erradas nessa afirmação, que é um desafio identificar
por onde começar.
— Eu não estou brincando, e esses bastardos não vão receber donuts ou
um milhão de libras. Eles vão receber a morte.
Há choque em seu rosto, mas eu ignoro. Ela conhece o meu negócio. Eu
contei a ela dia após dia sobre as escolhas que um chefe da máfia faz.
— Enquanto isso, você precisa não ser deportada. Um contrato de
trabalho pode ser contestado. Uma certidão de casamento não.
— Sim, mas…
— Ótimo, está resolvido.
Ela pisca os olhos.
— Casar para me dar cidadania?
— Sim.
— Apenas... Uma coisa só de fachada, certo? Um casamento de
conveniência.
Ren raspa o carpete com a ponta do tênis.
— Sem se apaixonar.
— Correto, eu digo, com honestidade, mesmo enquanto meu coração se
encolhe até se tornar uma crosta.
Eu não vou me apaixonar por ela, eu já o fiz, no primeiro momento em
que ela entrou no meu escritório como uma vela de cera de abelha, pequena
e quente e com cheiro doce. Eu não posso me apaixonar por ela novamente.
Eu alimentava esperanças secretas e estúpidas de que essa garota que é
boa demais para mim pudesse vir a me amar. Mas não. É tão provável
quanto ela pegar fogo espontaneamente.
— Apenas temporário, suponho, até que isso se resolva. Você estava
pensando em uns seis meses?
— Isso mesmo.
Eu forço as palavras a saírem. Meio ano é mais do que eu pensava que
poderia ter com Ren. Deveria estar grato, não pensando gananciosamente
em como poderia ter mais tempo com ela.
— E nós não consumiríamos o casamento, ela confirma, preocupação
puxando suas sobrancelhas.
Isso é mais difícil, porque há a respiração e há a procriação dessa
garota, e não tenho certeza do que eu escolheria se tivesse a oportunidade.
Posso ver as vantagens do oxigênio a longo prazo, mas se eu pudesse estar
dentro dela? Vê-la grávida de mim? Segurar nosso filho com um braço e
abraçá-la com o outro? Apenas uma vez? Valeria a pena.
— Eu não vou tocar em você. Eu prometo.
Seu aceno é rápido, e por um breve segundo antes dela sorrir, eu me
iludo que há tristeza em sua expressão.
— Você realmente se casaria comigo para que eu pudesse ter cidadania?
Por que você me ajudaria assim?
Garota querida. Ela pensa que eu sou altruísta, quando estou sendo
supremamente egoísta. Ela me deu a oportunidade de possuí-la e mantê-la
comigo. Mesmo sem sua pele na minha, estando dentro dela, vendo-a gozar
ou tendo seu amor, sou tão cobiçoso quanto um dragão. Vou tomar posse
dela no papel se for tudo o que eu tiver.
Se ela estivesse ao meu lado, talvez eu conseguisse dormir? Veja.
Egoísta.
Minha insônia piorou desde que nos conhecemos. Fico inquieto quando
ela não está aqui, impaciente com sua chegada. Além disso, a tentação de
olhar as câmeras de segurança de sua cozinha e verificar se ela está
acordada é forte. Eu estabeleci um limite na vigilância em seu quarto, mas
se ela estivesse aqui na minha casa, como minha esposa… Eu poderia vê-la
dormir.
— Você quer que eu resolva isso? O casamento é a solução que estou
oferecendo.
Não posso lhe dizer por quê. Ela tem apenas vinte e dois anos de idade.
Se ela soubesse que seu chefe mais velho, manchado de sangue, estava
obcecado por ela, ela escolheria a opção de deportação.
— Eles não vão acreditar em nós, Ren desabafa. Você? Apaixonado por
mim?
Ela puxa a camiseta grande demais e zomba.
— Ninguém vai achar que isso é real.
Um bebê. Instantaneamente, esse é o pensamento em minha cabeça,
sem ser solicitado. Se ela estivesse grávida de um filho meu, além de ser
minha esposa, não haveria dúvida de que nosso casamento era verdadeiro.
O fato de que seria verdade do meu lado, e uma pretensão do dela...
Bem. Nunca há uma solução perfeita. Os velhos chefes da máfia podem
comprar a companhia, mas não o amor, de belas jovens.
Mas não é isso que ela quer dizer. Há certas expectativas em relação às
esposas dos chefes da máfia. Eu alcanço a gaveta da minha mesa e pego um
cartão de crédito preto fosco que tem um limite grande o suficiente para
comprar propriedades em Londres. Deslizando-o em sua direção, desejo
que seu afeto pudesse ser comprado tão facilmente quanto vestidos bonitos.
— Use isso para comprar o que quiser.
Ela engasga e não se move para pegá-lo.
— Embora, você não precise mudar. Eu gosto de você do jeito que é.
— Sério? ela responde, fracamente, o olhar alternando entre meu rosto e
o cartão, a expressão dela uma de suspeita, como se estivesse com medo de
que pudesse ser uma armadilha.
— Sim.
Se houvesse um prêmio anual do Sindicato da Máfia de Londres para
subestimações, tenho confiança de que ganharia com essa resposta.
— O homem disse que voltaria esta noite e que, se eu não tivesse o que
ele queria, haveria homens para me deportar pela manhã.
— Você vai ficar aqui. Ninguém vai te machucar ou te tirar de mim.
— Mas você não pode impedir as autoridades, se elas tiverem um…
— Ninguém. Vou me livrar de qualquer um que tentar tocar em um fio
de cabelo seu.
Meu rosnado é incontrolável. Eu a choquei, posso dizer. Ela dá um
passo atrás, com medo em seus olhos, que está lá e desaparece antes que eu
possa analisá-lo completamente.
Donuts. Certo. Minha solução é sempre a morte, a dela são donuts.
— Me siga.
Levanto-me abruptamente, empurro minha cadeira para longe e me
dirijo à porta. Com muito esforço, não olho para trás enquanto subo as
escadas para meus apartamentos particulares nos andares superiores.
No momento em que eu destranco a porta, Ren está ao meu lado. Eu
estendo a chave, e Ren coloca sua mão sob a minha. Enquanto a entrego
para ela, eu acaricio seu pulso com o polegar. É um carinho rápido que não
consigo evitar, e sua pele é aveludada para aquele toque de meio segundo.
Roubado. Negável. Eu a amo tanto, droga. Eu sei que não deveria, mas eu a
desejo.
— Sinta-se em casa, digo, minha voz rouca. Este é o seu lugar enquanto
você for minha noiva e, depois, minha esposa.
Ela olha ao redor, e eu tento ver os quartos pelos olhos dela. Arrumados.
Simples. Talvez um pouco vazios. Poderíamos enchê-los com crianças…
Eu sacudo o pensamento.
— Há alguns quartos. Fique com o que você quiser. Eu digo essas
palavras com esforço.
— Você acha que vão acreditar que é um casamento real se não
dormirmos no mesmo quarto?
Ren me olha com firmeza, incerta, e ainda assim… Eu me pergunto se
ela tem alguma compreensão de como o fluxo de seus olhos azuis me
arrasta quando ela faz perguntas assim.
Eu poderia tranquilizá-la de que há um guarda armado em cada entrada.
Que eu vou trancar a entrada deste apartamento e protegê-la com minha
vida. Ninguém vai perguntar sobre como ela dorme.
— Não.
Aponto para o meu quarto. Através da porta aberta, é possível ver
lençóis brancos e lisos e as paredes de um cinza pálido.
— Fique com qualquer um dos quartos para seus passatempos ou o que
quiser fazer. Mas você dormirá ao meu lado.
Ela acena rapidamente com a cabeça.
— Vamos nos casar hoje. Vou pedir para o Harvey invadir o registro
para não haver atraso. Uma butique de casamento trará vestidos para você
escolher e um estilista entregará roupas novas de acordo com suas
especificações. Não estou arriscando que ninguém volte ao seu
apartamento.
Embora Harvey e uma equipe estejam à espreita para pegar o homem
que ameaçou Ren, descobrir para quem ele está trabalhando e se livrar dele.
De forma dolorosa.
— Quando eu disse que ninguém acreditaria em nós, ela me interrompe,
mudando de um pé para o outro. Eu quis dizer que...
— O quê? Eu pergunto.
Estou muito empenhado nesse plano. Nada vai atrapalhar.
— Ninguém vai pensar que estamos noivos porque nunca nos tocamos.
Minha cabeça fica leve. Para ter e acarinhar. Ela permitirá que eu a
abrace?
Há apenas duas noites, assisti a uma imagem granulada dela fazendo
uma xícara de chá e fiquei satisfeito com isso. Na noite passada, eu estava
morrendo de ciúmes achando que ela tinha um amante no outro quarto,
furioso comigo mesmo por não ter colocado uma câmera no quarto dela.
E agora eu posso tocá-la?
— Sim.
Ela estende uma mão hesitante, observando minha reação enquanto se
aproxima.
Tudo o que posso fazer é olhar para ela. Essa garota magra e delicada
que eu amo com todo o meu coração negro.
Seus dedos agarram minha lapela, e suas pupilas se dilatam quando ela
me puxa e se levanta nas pontas dos pés. Ela não pode estar falando sério...
Há momentos em que você sabe o que vai acontecer, mas sua mente não
aceita. Como se estivesse se protegendo, tentando encontrar alguma outra
explicação, porque aquela que todos os sinais indicam é demais para
desejar. Porque se você se permitir ter esperança, poderá se decepcionar.
Eu nunca me permiti nem um fragmento de esperança no que diz
respeito a Ren, então isso me pega de surpresa. Ela vai me beijar. Eu sei
disso, mas a impossibilidade me deixa estúpido. Seus lábios pousam nos
meus, ou talvez os meus vão até os dela.
É tão inocente e doce quanto ela. Uma pressão de lábios, mas meu
corpo se agita instantaneamente.
Meu pau lateja, duro e exigente. Minha mão vai até seu cabelo sem
pensar. Aquele cabelo liso cor de mel e manteiga sobre torradas. Eu gemo.
É ainda mais macio do que eu imaginava. Como seda líquida e quente.
Ela me beija timidamente, com toques questionadores e suspiros
ofegantes. E eu me pergunto, enquanto o desejo aumenta em mim, se ela já
fez isso antes. Será que esse é seu primeiro beijo? Será que isso é possível?
Ela se pressiona contra mim desde a coxa até a maciez de seus seios.
Permito que meus lábios se abram e segurando sua cabeça, aprofundo o
beijo, deslizando minha língua no calor de sua boca.
Ela se derrete enquanto eu a exploro, lenta e suavemente. Sua reação
não é a de uma mulher experiente liberada. Não, é o despertar suave da
inocente que sempre pensei que ela fosse. É a aceitação de tudo o que dou,
desde os movimentos provocantes de minha língua até o arrastar faminto de
meus lábios sobre os dela.
Suas mãos encontram minha cintura e meu braço, primeiro em um
toque incerto, depois se agarrando. E eu luto contra meu instinto de
empurrá-la para a cama mais próxima e ver até onde ela me deixará ir. Foi
ela quem começou.
Eu nunca pediria um beijo, já estou arriscando minha sorte, mas sou um
homem ruim.
Apresentado com o doce beijo de agradecimento e prática de Ren, eu a
beijo minuciosamente, como se nunca fôssemos fazer isso de novo e
estivesse tentando lentamente explorar cada variação possível de nossas
bocas juntas. Estou duro como pedra, dirigindo meus dedos ainda mais para
dentro daquele rabo de cavalo e puxando seu corpo macio contra mim. Eu a
quero tanto.
Eu tenho que deixá-la nua e estar dentro dela. Há roupas demais entre
nós. Esse pensamento me para, de alguma forma, mesmo enquanto Ren se
esfrega contra mim. Roupas demais?
Eu me afasto. Rápido demais. Ela pediu ajuda com aqueles chantagistas,
nada mais. Engolindo minha necessidade, eu a solto e, por precaução, dou
um passo para trás.
Um beijo e todos os pensamentos que eu tinha colocado no fundo do
poço sobre minha esposa ter um filho, sobre a família que eu imaginava que
teríamos, voltaram à superfície. Crianças fofas e divertidas, um pouco de
caos, Ren presidindo tudo, mantendo todos em ordem. Eu nunca
conseguiria dormir, mas por que me importaria com isso se eu tivesse Ren,
grávida, linda e sorridente?
Seu olhar é tímido quando ela me olha através dos cílios. Essa mulher
perfeita vai ser minha esposa.
— Vou providenciar a licença. Por favor, compre tudo o que quiser para
o nosso casamento.
Nosso casamento. Eu me viro antes de dizer algo ainda mais revelador.
Mas faço uma pausa na porta.
— Dinheiro não é problema. Estarei no meu escritório se precisar de
mim.
Então me afasto dela e desço as escadas atordoado. Embora eu queira
mais do que tudo que ela tenha o meu bebê, que fique ao meu lado, que seja
um equilíbrio para a minha escuridão, não posso.
Tudo o que posso fazer é mantê-la segura. De seus chantagistas,
eliminando da face da Terra esses canalhas que atacam pessoas vulneráveis.
Uma coisa é extorquir dinheiro de quem pode pagar. Mas de alguém como
Ren? É revoltante. Tentando chantagear Ren?
Vou me vingar de maneira sangrenta contra eles por assustá-la. Mas Ren
requer ainda mais proteção. De mim.
4

JASPER

Eu não teria ouvido a batida se estivesse realmente trabalhando. Mas não


estou. Estou pensando na minha noiva no andar de cima, planejando nosso
casamento.
— Sr. Booth? Ren sussurra, sem avançar para o escritório. Tudo bem se
eu entrar?
— Não precisa perguntar.
Meu coração bate mais alto do que quando ela bateu na porta.
— E você deveria me chamar de Jasper, já que vai ser minha esposa.
Ela entra, fechando a porta atrás de si. Então somos apenas eu e ela, sem
panos de limpeza. É a mesma coisa, mas nem um pouco. Porque não são
cinco da manhã e ela ainda está aqui.
— Jasper, sussurra ela, com as bochechas coradas de rosa.
Eu me levanto e indico o sofá no canto. Ren segue, sentando-se ao meu
lado, empoleirando-se na borda, com os ombros encolhidos, mas o corpo
inclinado para mim como uma flor se abrindo ao sol, apesar de si mesma.
Eu quero vê-la ganhar confiança.
— Eu queria perguntar sobre algumas coisas para o casamento.
— O Harvey já arranjou uma igreja, certo?
— Sim, e eles precisam saber os detalhes o mais rápido possível.
Ela parece um pouco em pânico.
— Número de convidados...
— Seus amigos? Ou alguém que você considera da família? Você quer
alguém com você?
Ela faz uma pausa, depois solta uma risadinha triste.
— Não. Na verdade, não. Todos os meus amigos estão on-line. E minha
família biológica...
— Eles não tiveram donuts, eu suponho secamente, e ela dá uma meia
risada. Eu também, confesso, e isso é cru de uma forma que não era há
décadas.
— Sinto muito.
Ren coloca a mão em minha coxa em um gesto de conforto, depois cora
e a pega de volta como se estivesse queimada.
— O que aconteceu?
— Meu pai morreu quando eu tinha dezessete anos. Foi uma bagunça.
Essa é uma maneira de dizer que acabei me livrando dos meus três
primos quando eles vieram atrás de mim depois que ele morreu de um
ataque cardíaco repentino. Eles subestimaram o quanto eu estaria
preparado, mesmo com aquela idade.
— Você já escolheu o vestido?
Isso lhe arranca um sorriso nervoso.
— Sim. Eles estão fazendo alterações, mas ele estará pronto. Quer ver?
Ela tira o celular do bolso.
— Eu não deveria vê-lo antes do casamento !
A última coisa de que preciso é de má sorte.
— O que mais?
— Temos que escolher os juramentos e escolher a decoração da igreja.
Não quero errar...
— Você não vai errar.
Eu defenderia cada decisão que ela tomasse.
— Tudo bem, mas e quanto a esse texto...
Ela tenta me mostrar na tela minúscula do celular, e eu reviro os olhos.
— Ah, imprima isso, depois podemos discutir. Ou resuma.
Gosto quando ela faz isso pela manhã, trazendo sua inteligência e
personalidade para as histórias.
— Desculpe, esqueci que você é...
Ela faz uma pausa.
— Um pouco mais velho do que eu e que tem preferências diferentes
em relação à leitura.
— Experiente, princesa, eu a corrijo.
Precisamos voltar ao ponto de ela não se lembrar da minha idade ou de
como é inadequado eu me casar com uma mulher com metade da minha
idade.
— E tenho um gosto impecável.
Ela solta uma gargalhada.
— Por que está se casando comigo então?
Minha mão se estende e tenho seu rabo de cavalo em meu punho e sua
cabeça inclinada para trás antes mesmo de analisar se aterrorizar minha
noiva é uma boa ideia.
— Não insulte minha futura esposa.
Minha voz é baixa, rouca e furiosa.
— Já matei homens por menos.
Seus lábios se abrem e ela congela, como a pequena presa macia que é.
Nossos olhares se encontram e há um frisson no ar.
Eu quero beijar essa atitude dela. Beijá-la ou bater em sua bunda doce
até que ela concorde comigo. Ela é uma princesa e ninguém vai me dizer o
contrário. Nem mesmo ela.
— Entendeu?
— Sim, ela choraminga.
A dor se instala em meu peito. Estou machucando-a. Solto seu cabelo e
me sento para trás.
— Agora, seja uma boa garota e imprima esses documentos para
podermos olhá-los juntos.
— Sim, Sr. Booth, ela responde, alisando a camiseta enquanto se
levanta, com a coluna mais reta e a cabeça mais erguida, mesmo quando
descobre como fazer a impressora funcionar.
Percebo um sorriso satisfeito enquanto ela recolhe os papéis. Huh.
Talvez ela não tenha se machucado...
— Eles também querem detalhes sobre música.
Ela se senta novamente, mais perto desta vez, e nossos dedos se tocam
enquanto ela me passa as impressões.
— Que música você gostaria ?
Juntando as mãos, como se ela estivesse valorizando o lugar onde
tocamos tanto quanto eu, ela morde o lábio.
— Algo tradicional? Clássico? Mas eu não conheço nenhum dos nomes
das peças, e estou confusa.
Lado a lado, com o braço dela roçando o meu quando um de nós indica
uma frase ou procura um papel, analisamos todas as decisões da lista dela e,
à medida que o fazemos, a confiança de Ren floresce. É tão natural. Assim
como quando brincamos de morte ou donuts, vamos e voltamos sobre os
detalhes, sérios e brincalhões ao mesmo tempo.
Ficamos ali por horas. Harvey traz o almoço, e Ren belisca os
excelentes sanduíches feitos pelo meu chef. Nunca tive ninguém com quem
trabalhar, além de Ren. Harvey pode ser meu segundo em comando, mas
não se atreveria a me desafiar, como ela faz.
O mais próximo que já estive de compartilhar meus fardos foi mostrar a
Ren os dilemas diários. Aquela pessoa que não está pagando o empréstimo,
aquele outro que está vendendo segredos para Westminster.
Ela é jovem e inexperiente, e acho encantador que, quando sugiro
flores, poemas ou música, ela claramente não sabe o que quero dizer, e
concorda, tomando muitas notas e me pedindo as grafias de lisianthus e
Mendelssohn. Fico pensando no que mais seria novidade para ela? Adoraria
apresentá-la a todos os melhores aspectos da vida...
Meu pau fica duro com a ideia, e preciso de tudo em mim para me
concentrar no que ela está dizendo em vez de especular se eu seria o
primeiro a lamber sua doce buceta.
Olhe, eu consigo me controlar perto dela. Mais ou menos.
— Há uma parte aqui sobre anéis... diz Ren timidamente. O que você
acha?
— Vou dar uma olhada nisso.
— Eu não quero incomodá-lo, ela protesta.
— Você não está incomodando.
Mas há algo mais, não há?
— Espere um pouco.
Ren suspira quando a prateleira mais baixa de livros atrás da minha
mesa se abre para revelar o cofre.
— Isso é tão legal!
Sorrio ao puxar o estojo de couro liso para fora. Outra novidade para
mim.
— Não tenho certeza do que tem aqui dentro, digo enquanto me
acomodo de volta no sofá ao lado dela, e ela se ajeita até que seu braço nu
toque minha manga de camisa.
Nunca tive nenhum impulso de pensar em anéis de noivado ou adornos
brilhantes. Até agora. O fecho está um pouco rígido, mas a tampa se abre e
Ren solta um suspiro quando fileira após fileira de anéis e colares
aparecem.
— Escolha o que quiser e considere-o um presente de noivado.
Gosto da ideia de ela usar meu anel.
— Por que você tem todas essas joias?
Ela passa o dedo indicador sobre as pedras preciosas.
— Fulham já existe há algum tempo.
Estou adorando meus eufemismos hoje.
— Eram de sua mãe?
Minha garganta fica seca.
— Provavelmente. Ela desapareceu quando eu tinha onze anos. Mais ou
menos na mesma época que a mãe do chefe de Westminster, diga-se de
passagem.
— Uau. Você acha que...?
— Imagino que elas estejam felizes, em algum lugar. Comendo donuts.
Espero que sim, de qualquer forma, e o comentário faz Ren sorrir.
— Esse aqui é demais? O quadrado?
Ela aponta para um anel grande, mas não o maior nem o mais vistoso,
com um único diamante em forma de pirâmide invertida incrustado em ouro
amarelo.
— Experimente-o.
Ela me olha por baixo dos cílios enquanto coloca o anel no quarto dedo
e então estende a mão, virando-a para os lados, admirando-o.
— Um diamante lapidação princesa para a minha princesa.
— É um pouco grande demais.
O anel tem uma pequena folga.
— Não quero perdê-lo.
— Se você puder lidar com isso por enquanto, nós o ajustaremos para
você.
Eu me pergunto se ela sabe que não estou falando sobre o anel, mas sim
sobre o papel. Esposa.
— Está bem.
Ela fecha a outra mão sobre ele, como se estivesse mantendo o anel em
seu dedo.
— Eu vou mantê-lo seguro.
Ela respira fundo e depois suspira.
— Isso é tudo sobre o casamento.
Estendendo a mão para os impressos, ela os embaralha.
— Então acho que vou voltar lá para cima, sair do seu caminho. Fazer
ligações. Resolver essas coisas.
— Muito bem.
Não é mais do que eu esperava que ela queira se afastar de mim. Mas há
algo como arrependimento em meu coração.
Talvez ela pudesse planejar um casamento para nós todos os dias, assim
ela teria que vir e me consultar sobre isso. Ou um bebê é uma opção ainda
melhor. Ela precisaria de conselhos sobre nomes, roupas e uma infinidade
de outras coisas.
Mantenho minhas mãos e pensamentos para mim mesmo enquanto me
acomodo de volta à minha mesa. Ela tem razão, há trabalho a fazer. Na
porta, Ren para, mexendo em seu anel novo e desconhecido.
Eu espero.
— Eu estava pensando em parecermos naturais.
Ela não olha para mim.
— E eu estava me perguntando...
— Continue.
— A maioria dos casais já foi..
Ela hesita, torcendo as pernas, pressionando as coxas juntas.
— Íntimos quando se casam.
— Compreendo.
Mal consigo respirar.
— O que você estava pensando? Outro beijo?
Ela morde o lábio e acena com a cabeça, mas seus olhos falam por ela.
Desapontamento. Ah, então não é só mais um beijo.
Afastando minha cadeira da mesa, inclino-me para trás e a observo. Tão
bonita. Minha futura esposa é cheia de curvas e linhas finas, com seus
cabelos claros e olhos azuis suaves. A cor do mar tempestuoso.
— Você não precisa fazer isso.
Eu forço as palavras para fora.
— Eu sei.
Ela abaixa a cabeça e se contorce.
— Mas eu não gostaria que ninguém pensasse que isso não é real.
Então eu vejo. Ela está se mexendo, com os quadris ondulando,
tentando continuamente obter contato com o clitóris. Algo a excitou e ela
precisa gozar.
Não vou me aproveitar. Ela disse que não queria um casamento de
verdade, portanto, vou seguir a letra da lei que ela estabeleceu quando
estava em um estado de espírito mais claro.
Com o cotovelo apoiado no braço da poltrona, eu a chamo com um
dedo. Um suspiro de alívio e ela quase pula para mim. Eu reprimo um
sorriso. Minha noiva não é dissimulada. Ela é tão fresca, doce e honesta
como uma margarida.
— Sente-se na escrivaninha, ordeno quando ela chega até mim.
Ela pousa sua bundinha fofa na beirada da madeira e coloca o monte de
notas de lado. Ela é tão pequena que não perturba o caos de papéis atrás
dela, e me olha como se eu fosse seu salvador pessoal.
Vou tirar suas leggings, mas antes de tocá-la, lembro-me de minhas
maneiras. Que droga. Ren me faz esquecer de tudo.
— Posso?
Ela lambe os lábios e faz um rápido aceno de cabeça. Deslizando
minhas mãos por baixo de sua camiseta, encontro o cós. Meu polegar toca
um pedaço de pele. Ela treme quando a acaricio, depois engancho o elástico
e o arrasto para baixo, tirando também a calcinha. Mas ela levanta a bunda
para permitir que eu role o tecido por suas coxas e a revele, tirando até
mesmo os sapatos enquanto coloco as leggings em seus tornozelos.
— Mmm, eu gosto muito da ideia de você presa, murmuro, dificilmente
para seus ouvidos, enquanto solto seus pés e jogo as roupas fora.
Mas ela ouve, e quando olho para cima, ela está corando lindamente.
— Puxe sua camiseta para cima para mim, princesa.
Sua obediência é inesperada e vertiginosa. Não há discussão. Ela
simplesmente agarra a bainha da camiseta, puxa-a por cima da cabeça e a
deixa cair no chão.
— Assim?
— Sim.
Uma palavra rouca é tudo o que consigo dizer.
Ela é deslumbrante, e não estava usando sutiã, o tempo todo. Ela esteve
tão perto de ficar nua enquanto eu vestia camadas e mais camadas de
roupas.
Seus seios são a mais bela obra de arte que já vi, sua pele macia e
sedutora. Observando seus olhos, me inclino e beijo sua barriga. É uma
promessa silenciosa. Eu colocarei um bebê lá, mais cedo ou mais tarde.
Uma coisa é certa. Eu não a deixarei ir embora.
Tudo o que eu disse sobre esse casamento durar apenas seis meses? Era
mentira. Não vou impedir que ela vá embora. Mas tenho seis meses para
transformar isso de um acordo em vontade de ela saltar entusiasticamente
em meu pau.
Vou apenas fazer com que ela não queira ir embora. Vou dar a ela
orgasmo após orgasmo. Vou repreendê-la se a conta do cartão de crédito
dela não estiver alta o suficiente. Diabos, vou começar a ir às malditas
reuniões do Sindicato da Máfia de Londres para que ela possa fazer
amizade com as outras esposas da máfia. Literalmente, qualquer coisa.
Farei tudo o que puder para fazê-la feliz. Delirantemente feliz, para que ela
fique comigo.
Não apenas para que eu possa dormir. Sim, ela acalma a fera dentro de
mim.
Descendo a partir de seu umbigo, sua respiração fica irregular enquanto
seguro seus quadris e finjo que seu estômago macio é tudo em que estou
interessado. Mas há um fim que tenho em mente aqui e, quando olho para
cima, vejo sua expressão cheia de confiança e admiração.
Não consigo conter meu sorriso.
— Abra suas pernas, princesa.
Timidamente, ela abre os joelhos, revelando suas partes rosadas. Elas
estão encharcadas. Meu cacete se agita.
— Você parece deliciosa.
Começo devagar, com beijos em suas coxas. Pressiono suavemente
meus lábios em sua carne macia. Flexível e tão adorável.
Eu me aproximo um pouco mais a cada beijo, e a expectativa faz meu
coração disparar. Eu a atraio, fingindo que isso é tudo em que estou
interessado. Eu me deleito em toques provocantes, não exatamente onde ela
precisa. Seus sucos já cobrem minha boca, e seu sabor? Oh, ela tem um
gosto incrível. Um pouco doce, um pouco salgado e totalmente de Ren.
Seu suspiro de surpresa se transforma em um gemido quando alcanço
seu clitóris com lambidas curtas e leves que exploram. Depois, mais firme,
muito mais. Circulo minha língua sobre o botão sensível repetidas vezes, e
ela se contorce e geme.
Tenho que senti-la. Mantendo uma mão em sua coxa, levo a outra à sua
entrada. Não há necessidade de umedecer meus dedos. Entre sua excitação
e minhas lambidas, ela está encharcada.
Toco a ponta de um dedo onde ela cede e continuo a sugar e lamber seu
clitóris. Estou esperando que ela se afaste, ou diga não, ou diga que não
devemos fazer isso. Tenho o dobro de sua idade. Sou seu patrão. Sou um
mandachuva da máfia e ela está numa posição vulnerável.
Ela não diz nenhuma dessas coisas. Nada disso. Ela implora.
— Por favor.
E abre mais as pernas para mim.
Eu deslizo meu dedo indicador em sua calorosa e úmida cavidade
apertada, e gemo, mesmo continuando a lamber ela. Meu pau está pingando
pré-gozo devido ao prazer indireto. Retirando, eu empurro novamente, mais
fundo, e ela geme baixinho, movendo os quadris em minha direção.
O tempo todo, estamos nos olhando. E após meses disso ser unilateral,
de eu observá-la sozinho, seus olhos em mim enquanto eu me delicio é um
tipo especial de carícia. Eu não preciso das mãos dela no meu pau, eu tenho
o olhar dela.
— Eu amo essa buceta, eu digo a ela, e raspo meus dentes sobre seu
clitóris, mordiscando gentilmente o botão sensível.
Ela se contorce, e eu, cruel como sou, rio antes de voltar a lambê-la.
Dessa vez, mais forte, mais insistente. Eu quero sentir ela tremer sob mim.
Depois, vou atrás de seu orgasmo com determinação. Ela geme
suavemente, com a cabeça jogada para trás, apoiando-se nas mãos.
— Jasper.
Ignoro a dor em minha mandíbula e a cãibra em minha língua e alterno
entre chupá-la e dar golpes fortes de um lado para o outro em seu clitóris,
acariciá-la por dentro e por fora. Um dedo, depois acrescento um segundo e,
droga, ela está apertada, quente e perfeita.
— Goza para mim, eu exijo.
Quando enfio um terceiro dedo nela, ela se desfaz, estremecendo e
agarrando meus dedos em sua buceta enquanto goza pulso após pulso. Seus
gemidos são tão altos que devem ser capazes de ouvi-la através do prédio,
apesar das velhas paredes de pedra.
Nunca ouvi nada tão bonito. Sinceramente, eu deveria ter gravado isso,
eu teria isso em loop. De fato...
— Isso foi ótimo, princesa.
Olho para cima, do meio de suas pernas. Meu pênis está tão duro que
chega a doer, um poste de metal cravado em minha barriga, mas também
latejando de desejo que não será satisfeito.
Quero me enfiar dentro dela e saborear. Obviamente, eu quero. Mas, por
enquanto, é outra necessidade que vou satisfazer. Dar prazer à minha garota
até que ela esteja exausta.
Pegando-a em meus braços, ela repousa a cabeça no meu peito enquanto
eu a levo para o grande sofá em que estávamos sentados antes. Ela
permanece enrolada ali por longos minutos, e eu acaricio seus cabelos e me
deleito com seu corpo pequeno e cheio de curvas em meu colo.
— E agora? ela diz eventualmente, tentando se mexer.
Era isso que eu estava esperando. Eu me desloco e me esparramo pelas
almofadas, deixando-a de pé, com a surpresa apertando seu rosto.
Agarrando sua bunda, eu a puxo para cima do meu peito, até que ela esteja
sentada em minhas clavículas, com os joelhos sobre meus ombros.
Eu a incentivo a ir mais para frente, sobre minha boca. Ela resiste.
— Jasper! Como você vai respirar?
Eu dou de ombros felizmente.
— Se eu morrer, eu morro. É o preço dos donuts.
— Você é louco.
Inclino meu pescoço para cima e dou-lhe uma longa e demorada
lambida. Ela se contorce, quase chorando, e eu sorrio.
— Que melhor maneira existe para nós garantirmos que confiamos um
no outro? Como você disse, para sermos convincentes, precisamos ter
estado próximos. O que poderia ser mais íntimo?
Ela abre a boca e obviamente considera se deve dizer sexo. E sim,
também estou disposto a isso. Literalmente. E há muitas outras coisas que
eu gostaria de fazer. Mas as horas em que ela escolheu um vestido de noiva
e nós decidimos como seria nosso casamento esclareceram alguns
princípios para mim.
Quando eu a reclamar, eu quero gerar filhos nela. Eu esperei e me
neguei isso por muito tempo, dizendo que ela era muito jovem para mim e
muito inocente para se envolver comigo.
Vou aceitar isso.
— Agora, princesa. De novo.
5

REN

Este vestido é excessivo. É pura seda branca, com um decote pronunciado e


a quantidade certa de enfeites. Quando olhei para ele no cabide, tive uma
sensação de reconhecimento semelhante à que tive quando vi o Sr. Booth
pela primeira vez.
Enquanto aliso minhas mãos sobre a saia, sinto-me como uma princesa
de conto de fadas. Uma muito nervosa. Talvez eu pudesse estar em um
filme fofo de férias? E embora hesite em dizer que o Sr. Booth é o Príncipe
Encantado, tenho certeza de que estou me casando com o amor da minha
vida.
Fico na porta da igreja enquanto o sol se põe cor-de-rosa, laranja e lilás
atrás de mim. De alguma forma, estou ainda mais ansiosa do que quando
estava prestes a pedir a ajuda do Sr. Booth, há apenas doze horas.
Naquela ocasião, o risco era apenas o de perder tudo. Agora, eu poderia
perder algo mais difícil de substituir: a esperança.
Jasper insistiu que fizéssemos isso corretamente. Cheguei por conta
própria numa limusine branca que tenho certeza de que é blindada - com
seis de seus homens como guarda-costas - e ele já está lá dentro. Pelo
menos, espero que esteja. Se Jasper não estiver na igreja, provavelmente
vou chorar como uma noiva em um filme romântico.
— Pronta?
Harvey pergunta, olhando para mim como se estivesse preocupado com
a possibilidade de eu fugir e com o que seu chefe faria com ele se eu fizesse
isso.
Isso é uma loucura. Mas vou me casar com o Sr. Booth e tentar extrair o
máximo de felicidade possível de nosso matrimônio falso.
Aceno para Harvey e as pesadas e antigas portas de madeira se abrem
diante de mim. Fico ofegante. A igreja está na penumbra, iluminada com
centenas de velas brancas, decorada com guirlandas de flores, e o caminho
até o altar está coberto de pétalas de rosa. É mágico.
O Sr. Booth está sozinho, o condutor de tudo isso, em seu habitual terno
preto perfeitamente ajustado e gravata escura. Ele está olhando diretamente
para a porta, para mim, com as mãos nos bolsos e uma expressão arrogante.
Despreocupado.
A barba dele está mais por fazer do que já vi logo de manhã, e vejo um
lampejo de alívio em seus olhos de pinho quando ele me vê. A música do
órgão aumenta e eu dou o primeiro passo em direção ao Sr. Booth sem
pensar, por puro instinto.
Meu vestido varre as pétalas enquanto ando devagar, como se fosse
compelida por sua vontade e pelo ambiente.
— Princesa, ele respira, pegando minha mão e me levando para a frente
da igreja, olhando para mim da cabeça aos pés.
As coisas acontecem como se eu estivesse em um sonho. Harvey pega
meu buquê, Jasper e eu nos voltamos juntos para o altar, o padre diz
palavras. Há respostas sobre o livre arbítrio e nossos nomes. O braço de
Jasper roça meu ombro, sólido e reconfortante. Mas não consigo parar de
olhar furtivamente para o meu futuro marido e, a cada vez, ele sente meus
olhos sobre ele e nossos olhares se encontram.
É como se houvesse uma bolha ao nosso redor, nos conectando. Faço
meus votos em um estado de torpor.
— Para ter e acarinhar.
Sua voz ressoa em mim.
— ...Amar e cuidar...
Eu poderia chorar de tanto querer que tudo isso fosse real.
A expressão de Jasper é séria enquanto repete as palavras, as
sobrancelhas franzidas, sem um traço de sorriso. Ele está odiando isso, não
está?
Eu deveria ter pedido um empréstimo e não ter lhe contado toda a
história. Isso certamente seria menos doloroso. Ou talvez eu devesse ter
insistido para esperarmos e planejado um casamento maior. Gente,
confusão. Se não fôssemos apenas nós dois e um padre e seus homens,
poderíamos justificar o humor sombrio de Jasper com algo diferente de que
ele está se casando comigo porque se sentiu mal por sua pequena faxineira.
Aff. Eu sou uma idiota. Porque apesar de tudo isso, este é o momento
mais especial da minha vida.
— E a troca de alianças, diz o padre.
— Troca? Eu digo antes que eu possa me censurar.
Eu sei que muitos homens não usam aliança de casamento. Nunca
imaginei que o Sr. Booth usaria, especialmente porque tudo isso é para
fachada.
— Sim, princesa. Eu pertenço a você tanto quanto você pertence a mim,
Jasper responde com paciência casual, como se fosse o tipo de coisa que ele
repetisse três vezes por dia.
Ele pertence a mim? Essa pantera selvagem de homem é minha? Sinto
um arrepio na espinha antes de me lembrar que ele é ótimo em fingir.
O Sr. Booth nem precisa levantar a mão um centímetro, e Harvey está
ao seu lado. Tirando uma aliança do travesseiro, meu quase-marido pega
minhas mãos nas dele, ignorando completamente o padre. É um simples
anel de ouro. Clássico, simples. Tenho um momento de apreensão de que
talvez não sirva, afinal, não discutimos isso. O ouro está frio enquanto ele o
desliza sobre a ponta do meu dedo.
— Eu lhe dou este anel, ele murmura enquanto desliza a aliança
brilhante sobre a junta do meu dedo e a coloca no lugar, assentada em meu
dedo. Como um sinal do meu amor.
As palavras fluem por mim, quentes e carinhosas. Como um sinal de
seu amor. Sei que isso é apenas um favor, um casamento de conveniência.
Mas meu corpo reage como se fosse verdade - um nó na garganta e lágrimas
de felicidade ameaçando atrás dos meus olhos - porque ele parece estar
falando sério.
O anel se encaixa perfeitamente.
Olho para o rosto dele e vejo meu chefe sorrindo para mim, e o que era
um momento terno de fingimento se torna mais doce e mais amargo ao
mesmo tempo. Porque ele é o melhor ator de Londres. Ninguém poderia ver
sua expressão e não acreditar que ele estava apaixonado. Exceto eu.
Ele passa o polegar possessivamente sobre meus dedos, demorando-se
na aliança de ouro. O silêncio se prolonga enquanto não fazemos nada além
de ficar ali, olhando um para o outro, minha mão na dele. Meu coração
também é dele.
— Muito bem, diz o padre suavemente. E a Srta. Smith?
O travesseiro com seu anel está lá, e Jasper não solta meus dedos, ainda
acariciando com firmeza, mas lentamente, com o que parece ser um instinto
possessivo.
Minha mão desliza sobre a dele e seu aperto se intensifica por uma
fração de segundo antes de ele me soltar e oferecer seus dedos.
— Eu lhe dou este anel como um sinal do meu amor.
Tento não pensar em como isso é unilateral. Todas as vantagens para
mim, todos os riscos e a prosperidade do lado dele...
Espere, e quanto a um acordo pré-nupcial? Este é um casamento de
conveniência, ele deixou isso bem claro. Mas quando nos separarmos,
Jasper perderá metade de sua considerável fortuna. Ele é um bilionário.
Minha cabeça gira.
— Agora, vamos assinar o registro. Por aqui, por favor.
Os olhos do padre brilham por trás de seus óculos de armação fina.
— E quanto a um acordo pré-nupcial?
Eu sibilo enquanto seguimos, desviando meu olhar para o lado,
esperando que o padre e seu assistente não ouçam.
— Não é necessário.
Os dedos de Jasper se apertam em meu braço, mas sua voz permanece
tranquila. Ele nos apressa a seguir o padre até uma sala onde há uma
pequena mesa com um livro aberto. Ele me faz sentar na única cadeira.
— Mas... eu protesto baixinho.
Ele não está protegido de forma alguma. Sou tão estúpida, como pude
fazer isso? Não quero que Jasper sofra por ter me ajudado.
— Eu disse que não era necessário, repete Jasper, suave, mas inflexível.
Você não vai desistir agora. Assine, princesa.
Ele está preocupado que eu não vá me casar com ele? Eu volto meu
olhar para os olhos dele, e eles são de aço. Eu pego a caneta. Não me
importo com o dinheiro, ou mesmo com a cidadania que começou tudo isso.
Eu o amo. Se eu apenas precisar confiar nele? Ok. Eu confio.
Com a mão do meu chefe segurando a folha, escrevo meu nome - ainda
não tenho uma assinatura adequada, como deveria ser? - enquanto Jasper
paira sobre mim. Isso é oficial, e estamos fingindo, e embora quando
dissemos as palavras na frente da igreja tenha sido romântico e
emocionante, isso parece... não sei. É muito confuso. Por que ele não queria
um acordo pré-nupcial?
E por que ele parecia chateado por achar que eu poderia desistir?
Assim que tirei a caneta do papel, o Sr. Booth a arrancou de meus
dedos, escreveu uma assinatura elegante, mas ilegível, ao lado de seu nome,
jogou a caneta de lado e me levantou.
Em seguida, ele solta um suspiro profundo, como se estivesse
prendendo a respiração, e arrasta o olhar com propriedade pelo meu corpo.
— Esposa.
E, apesar de ser um som baixo, há um sorriso em seus olhos.
— Ah-hum.
O padre esclarece sua garganta.
— O resto da cerimônia, Sr. Booth.
Meu chefe agarra minha mão e me leva de volta ao nosso lugar entre as
flores e velas na igreja. Ele nem se dá ao trabalho de nos virar para olhar
para o padre, com seus olhos verdes escuros na luz sombreada.
— Agora eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Minha frequência cardíaca dispara quando Jasper levanta meu queixo
com uma mão e desliza a outra em torno da minha cintura para me atrair
para ele com tanta ternura que mal consigo suportar.
— Minha, ele sussurra tão baixo que acho que imaginei antes que
nossos lábios se toquem e todo pensamento racional voa.
Ele me beija como se fosse seu direito, o que suponho que seja. Sou
como argila em suas mãos. Estamos fazendo uma excelente imitação de um
casal tão apaixonado que não conseguimos nos conter quando ele desliza
sua mão para segurar a nuca exposta do meu pescoço. Em parte porque
cinquenta por cento de nós estamos.
Ele me beija com a mesma intensidade de antes, pressionando nossos
corpos um contra o outro. Ele é duro onde eu sou macia, e o contraste me
tira o fôlego. Quando ele se afasta, fico ofegante e corada. Jasper sorri
lentamente enquanto eu continuo com a boca aberta.
— Vamos lá, princesa.
Entrelaçando seus dedos grandes com os meus menores, voltamos pelo
corredor sob os aplausos de seus homens, e de uma música épica digna de
filmes.
E começo a pensar que, por mais espetacular que tenha sido nosso
casamento, não era isso que eu estava esperando. Não. O que estou
esperando ansiosamente é por esta noite. Quando estiver na cama do meu
falso marido. Como sua esposa.
Então saímos da igreja e, no final da escada, está uma moto familiar.
6

JASPER

A declaração "Eu amo minha esposa" não deveria surpreender ninguém,


muito menos a própria esposa.
Mas eu prometi a ela um casamento de conveniência. Seis meses. Sem
amor, sem luxúria, sem demonstrações exageradas de raiva possessiva.
Apenas proteção e um passaporte.
Não é problema dela se as últimas dezoito horas tenham sido as mais
felizes de minha vida. Os últimos cinco minutos, quando o padre anunciou
que ela era minha esposa? Os melhores de todos. Então, é claro que agora
eu percebo que possivelmente estraguei tudo.
— Sr. Booth.
Ela lambe os lábios e fica olhando.
— Jasper...
— Se está procurando mais nomes para mim, pode tentar, marido.
Ela se vira, tirando sua mão da minha.
— Que tal, perseguidor?
Considerei brevemente a possibilidade de negar, mas em vez disso
enfiei as mãos nos bolsos.
— Você notou.
É tarde demais, eu lembro a mim mesmo. Estamos casados. Ela não
pode fugir de mim agora.
— Foi você.
Inclino a cabeça em um gesto que poderia ser um aceno, ou de
vergonha. Não tenho certeza do que é.
— Reconheci sua...
Ela faz um gesto.
— Moto.
— Não há muitas motocicletas Arch por aí, admito.
Principalmente porque se trata de uma moto personalizada em verde-
jaspe e preto fosco que custa mais do que a maioria das casas em Londres.
— Vamos.
Pego sua mão e ela me segue pelos degraus da igreja.
— Tem certeza de que isso é uma boa ideia? pergunta ela, com um
tremor na voz, quando Harvey aparece ao meu lado com nossos trajes de
couro e capacetes.
Em resposta, pego de Harvey a jaqueta que comprei presunçosamente
para ela na manhã seguinte ao nosso primeiro encontro. Apesar de seu
protesto, ela permite que eu deslize os braços dela na jaqueta e a encolha
nos ombros.
— Por que você quer fazer isso? Por que não o carro?
Fecho o zíper da jaqueta de couro preta lentamente até o queixo dela,
depois olho em seus olhos incertos. Aqueles olhos azuis suaves serão a
minha perdição.
— Porque o único momento em que estou livre é quando estou
pilotando essa moto. Ou quando estou com você.
Sua boca se abre.
Eu estendo a mão para o capacete dela, e quando pauso com ele acima
de sua cabeça - na altura dos meus olhos, droga, ela é tão pequena -, ela
assente. E meu coração se enche de alegria quando baixo a proteção
elegante e de última geração para cobrir seu rosto. Porque, como eu
esperava, ela entende.
O único momento em que deixo para trás todas as preocupações de ser
um mafioso é quando dirijo anonimamente por Londres nesta moto, e fico
em frente ao seu apartamento, vigiando.
É questão de um momento enfiar meu traje de couro, acenar para meu
segundo em comando e levantar Ren para o banco, enfiando sua saia
cuidadosa e seguramente sob suas pernas. Não me permito demorar,
jogando minha perna sobre a moto na frente dela.
— Envolva os braços em volta da minha cintura, segure-se e mova-se
comigo, murmuro, e ela solta um guincho de surpresa. Ligação de rádio nos
capacetes, explico com uma risada.
O rugido do motor duplica a paz que sinto quando ela segura minha
caixa torácica. Ela está segurando firme. Por muito tempo, essa moto foi
meu único prazer, um gênero de pedaço de normalidade numa vida de
privilégios e responsabilidades brutais.
Não há decisões complicadas a tomar, é tudo instintivo. Uma emoção de
me desafiar e à máquina. E enquanto acelero pelas ruas de Londres
banhadas em tinta e ouro, com Ren às minhas costas, minha mente se
aclara. É aqui que devo estar. Com ela.
— Meu deus! Ren grita e então se desmancha em risadinhas, me
abraçando enquanto eu aumento a velocidade. É como voar!
Ela tem um talento natural, inclinando-se comigo em cada curva
enquanto aceleramos no silêncio das estradas noturnas.
— Jasper, posso lhe perguntar uma coisa? diz ela depois que suas
risadas se dissipam e alguns minutos se passam.
— Sim, respondo prontamente, embora saiba que essa conversa tem o
potencial de arruinar tudo.
— Por que você ficava rondando meu prédio?
— Pelo mesmo motivo que eu tinha uma câmera escondida na sua
cozinha.
Sua respiração acelerada e profunda atinge meu peitoral esquerdo,
direto no meu coração. Ela agora é minha esposa. Ela não pode me deixar.
Digo isso a mim mesmo, mas sei que é mentira. O silêncio entre nós se
estende, embora o motor devesse bloquear todo o som.
— E por quê? ela pergunta eventualmente.
Não consigo me forçar a estragar nosso dia de casamento com meu
amor obsessivo por ela. Não suportaria que ela se afastasse. Ainda não.
Levanto os ombros minimamente.
— Por que você acha?
— Eu não sei.
— Para te proteger.
Isso é suficiente, não é? Plausível para um chefe da máfia. Deixo-a
imaginar que trato todos os meus funcionários com esse nível de escrutínio
e cuidado.
A viagem não é longa e, em pouco tempo, diminuo a velocidade para
entrar pelos portões da casa. Não estou pronto para quebrar o contato de ela
segurando em mim. Os dedos de Ren se apertam em meus abdominais.
— Podemos ir mais longe?
Ela ecoa tão de perto meus pensamentos que parece que sua voz está em
minha cabeça.
— Sim.
Acelero o motor e saio pela noite.

Já é tarde quando chegamos em casa novamente, depois de sairmos de


Londres em direção ao campo arborizado. Ren cede quando tiro o capacete
e a jaqueta, então eu a levanto da moto e a carrego - no estilo noiva, de que
outra forma? - para dentro, com a cabeça descansando em meu peito.
Eu demoro no banheiro, escovando os dentes e esperando ter forças
para não assustar minha esposa com a força do meu desejo. De quem foi a
ideia idiota de que deveríamos compartilhar uma cama? Ah, sim, foi minha.
As luzes do meu quarto estão baixas, e Ren está enfiada debaixo das
cobertas, com os olhos fechados e a respiração calma.
Lembro-me da visão dela mais cedo, mais bonita do que eu poderia ter
sonhado. Sua pele é cremosa e suave, seus seios foram feitos para serem
pressionados juntos e deslizar meu pau entre eles. Sua cintura é
perfeitamente curvada e suas longas pernas imploram por meus beijos.
Meu pinto ganha vida quando suas palavras desta manhã ecoam em
minha cabeça. Eu quero pular em cima dela e devorá-la. Em vez disso,
engulo em seco, convoco a paciência de algum deus que eu não achava que
existia, e me deito na cama, apagando a luz. Foi um dia absurdamente
longo. Estamos ambos exaustos.
Será que vou conseguir dormir com ela aqui? Não sinto que deveria,
mas ela oferece a mesma tranquilidade que a motocicleta, mas ainda mais.
Sou cuidadoso para não tocá-la, mas, deitado no escuro, há um farfalhar
de tecido. As pontas dos dedos de Ren tocam meus abdominais, acariciando
a trilha de pelos que leva para baixo. Oh Deus, eu quero deixar isso
acontecer, seja lá o que for.
— Ren? digo suavemente. Colocando minha mão sobre a dela, sinto o
pulso ali, acelerado.
— Pensei que, já que estamos casados...?
Meu estômago fica pesado, mesmo quando meu pau não consegue
deixar de responder. Ren me tocando é tudo o que eu sempre quis. Bem,
isso e o amor da minha falsa esposa. Mas ela só está oferecendo por dever
conjugal, e isso é um não definitivo.
— Você não me deve nada.
Minha voz é áspera. Desdenhosa.
Eu devo. Devo muito a você. Além disso, não quero que ninguém
suspeite que isso não é real, e eu sou...
Ela engole em seco.
— Virgem.
Eu queria que ela não tivesse me contado. Não sei como isso é possível,
mas eu a quero ainda mais agora do que antes. Eu seria o primeiro e único a
reivindicar minha esposa. O meu seria o primeiro caralho com que ela
gozaria. Minhas mãos limpariam aquela mancha de sangue virgem e
beijariam qualquer lágrima. E, acima de tudo, se consumássemos esse
casamento, teríamos filhos.
Quero tanto isso que meu coração pode explodir. Acho que ele já se
rachou, na primeira vez em que nos encontramos. Um relâmpago que me
abriu.
— Você está curiosa?
— Sim.
Eu a ouço dar de ombros, como se fosse indiferente se é comigo que ela
está casada ou com outra pessoa.
Deslizo nossas mãos pelo meu peito antes que eu possa pensar, para
longe do meu pênis latejante e como se quisesse estancar o sangramento do
meu coração, a dor é muito intensa.
— Vá dormir, Ren.
Ela não responde.
Há apenas o som de nossas respirações. Fico feliz com a escuridão para
que ela não veja o desejo em meu rosto. Os minutos passam. Não estou
dormindo, e ela também não.
— Jasper?
— Sim, princesa?
— E se alguém nos vir na cama juntos? E não estivermos nem nos
tocando?
Abro a boca para apontar que isso não vai acontecer. Mas ela está com
medo de ser pega em uma mentira, então a lógica não vai acalmar esse
medo. Vou matar quem sugeriu um casamento falso. Nenhum donut para o
Jasper do passado. Nenhum. Maldito sacana sádico.
— Você me abraçaria? ela pergunta com uma voz pequena.
Eu gemo internamente enquanto dou a única resposta possível. Eu a
pego em meus braços, com o cuidado de manter meu cacete sólido longe de
sua bundinha arrebitada. Sou um tolo. Enquanto qualquer outro homem
aceitaria o que ela está oferecendo ou a recusaria completamente, eu farei o
pior dos dois mundos.
Porque é o que é certo para ela. Um abraço caloroso e nenhuma de
minhas necessidades atendidas. Ela está rígida como uma tábua. Minha
pobre garota. Ainda na noite passada, ela estava sendo ameaçada por outra
máfia. Depois descobriu que seu chefe mais velho é seu perseguidor e que
ela acabou de se casar com ele. É muita coisa.
Não é descabido que ela precise de conforto para adormecer. Acaricio
suavemente seus cabelos e murmuro, aparentemente sem vontade própria.
— Está tudo bem. Você está bem. Minha boa garota. Minha doce
menina. Você está bem.
E, de alguma forma, toda vez que minha mão chega ao seu pescoço, ela
respira novamente. Meus movimentos se tornam mais lentos e, por fim,
acabo chegando ao final do carinho. Em sua garganta. Um lugar possessivo
e controlador. Eu poderia cortar seu ar. Seu pulso bate sob meu polegar. E
ela se acalma.
— Isso ajuda, não é? eu sussurro.
Ela não fala, mas faz um pequeno aceno de cabeça. Deixo minha mão
levemente sobre seu pescoço, e a tensão se dissipa.
— Ren.
Digo seu nome como se fosse uma oração.
— Eu estou aqui. Eles nunca vão levar você embora. Eu a protegerei de
qualquer coisa. Eu juro.
A escuridão é um cobertor que nos envolve juntos, longe de nossa vida
real e da dura realidade do dia. Seu corpo amolece. Relaxa com minha mão
sobre sua garganta. Uma reivindicação, uma promessa. Eu posso ser um
monstro que poderia roubar sua vida agora mesmo, mas eu sou o monstro
dela e sou possessivo. Não a entregarei a mais ninguém. Sua respiração se
estabiliza.
Ela está dormindo. E o alívio é a última coisa de que me lembro antes
de também cair na escuridão.
7

REN

Desperto no escuro. Três coisas me atingem como flashes de luz.


Primeiro, estou nos braços de Jasper. Seu bíceps está sob meu pescoço,
o outro braço sobre meu ombro e sua mão me envolve, completando o
colar. Nunca me senti tão segura. Sou seu animal de estimação com coleira,
quente, confortável e protegida.
A maioria das pessoas ficaria assustada, suponho, ao descobrir que
estão casadas com seu perseguidor. Mas saber que Jasper cuidava de mim o
tempo todo só me deixa mais feliz. Talvez sejam apenas seis meses, mas
tenho certeza de que ele cuidará de mim enquanto tivermos esse casamento
falso.
Segundo, Jasper estava me perseguindo. Ele se preocupa comigo e, sim,
não estou entusiasmada por ele estar me observando na minha cozinha -
espero realmente que eu não tenha feito nada estúpido enquanto ele estava
olhando - esse não é um nível normal de vigilância, mesmo para um
funcionário da máfia.
Por que você acha? ele respondeu antes.
E embora meu coração tenha se animado, não ousei responder com
sinceridade. Que talvez ele se importe comigo. Para me proteger, sim. Mas
há apenas um chefe de Fulham, e ele estava do lado de fora do meu
apartamento. De mais ninguém. Acho que sou especial para ele. Bem, eu
achava que sim até ele me aconchegar na cama em vez de aceitar minha
oferta de ser sua esposa de verdade.
Terceiro, esta é minha noite de núpcias. E embora eu não possa dizer
que estou insatisfeita - como poderia estar quando Jasper me chupou até
que eu implorasse por misericórdia mais cedo em sua mesa - eu ainda sou
virgem. Mesmo que ele tenha me feito gozar com sua língua e seus dedos
em minha boceta, preciso de mais.
E sim, eu amo essa versão doce e contida de Jasper, apenas me
segurando. Mas sei que há outro lado dele que eu poderia despertar. Eu vi
isso em seu escritório. Eu quero mais disso. Podem ter se passado minutos
ou horas desde que adormeci, mas agora estou acordada.
Enquanto estou deitada no escuro, sua mão é uma coleira segura sobre
meu pescoço, o pensamento flutua em minha mente. De novo. Um bebê. Eu
quero o bebê de Jasper. Ninguém poderia duvidar do nosso casamento se eu
tivesse um bebê.
E sim, essa é uma boa desculpa. Outra é que eu quero uma parte dele
para me lembrar desse tempo encantado e doce com ele. Mas também quero
o sexo que me deixaria grávida, e sim, eu ficaria muito machucada ao ir
embora, mas ele deixou claro que não me quer permanentemente. Caso
contrário, por que ele não aceitou minha oferta quando se juntou a mim na
cama?
Eu poderia lhe dar minha virgindade de presente.
Talvez ele nem acorde totalmente e aja por instinto? Talvez ele pense
que está sonhando e me aceite como faria com qualquer mulher em sua
cama? E daqui a alguns meses, antes de eu estar mostrando, eu poderia
seguir em frente. Eu nunca o teria, mas teria seu filho e a deliciosa
lembrança dele dentro de mim.
Isso é moralmente correto? Definitivamente, não. Sem dúvida, é a morte
e não os donuts. Mas estou desesperada. Preciso muito do Jasper. Estou
dolorida e vazia, e vi sua ereção mais cedo.
Ele é um homem, e todos os estereótipos dizem que os homens querem
sexo constantemente. E mesmo que isso seja verdade para alguns homens,
não pode ser correto para todos, e com certeza Jasper não é como a maioria
dos homens.
Ele tem mais honra em seu dedo mindinho do que qualquer outra pessoa
que já conheci. O que torna o que estou fazendo ainda mais repreensível.
Estou apenas desejando tocar o pênis do meu marido, e definitivamente sou
uma pessoa ruim. Mas estou tão eufórica depois de este dia. Ele realizou
todos os meus sonhos, exceto o mais importante, que não me importo.
Sutilmente, eu me contorço para trás sobre os lençóis. Sua mão ainda
está em meu pescoço, tão segura. Um pouco mais, movendo-me lentamente
para não o acordar, e então... suspiro de alívio quando minha bunda toca seu
pau duro. Seu corpo me quer, pelo menos.
Com a mão para trás, agarro delicadamente o cós de sua cueca bóxer de
algodão macio e a deslizo para baixo. Então, estamos pele contra pele, e é
indescritível a quão boa é a sensação. Ele é quente e sedoso. Pedra de
veludo aquecida. Levanto a minha perna e a apoio sobre sua coxa, me
abrindo.
Estou molhada. Meus mamilos estão formigando. Meu clitóris pulsa
enquanto me movo até... Ummph. Eu enfio meu punho na boca para segurar
um gemido.
A cabeça do pau dele repousa nas minhas dobras encharcadas. Ele é tão
sólido. E grande. Muito maior do que eu antecipava. A excitação me
percorre. Embora a logística esteja se mostrando mais difícil do que eu
pensava.
Me movendo nos lençóis, tenho medo de me mexer demais e acordá-lo.
Sim, é só a ponta, e o pau dele é incrível. Mas ele não está nem perto de
onde precisa estar. E como vou me mexer o suficiente para fazê-lo gozar
dentro de mim?
Só a ponta. Um soluço de frustração brota. Não consigo fazer isso.
Literalmente, ele é muito grande, acho que não caberá. Mas também, e se
ele acordar? Jasper ficaria furioso. Eu não iria querer que ele ficasse tão
irritado quanto ficaria se descobrisse o que eu estava fazendo. Vou me
afastar, voltando para o meu lado da cama.
Sua mão aperta mais meu pescoço, cortando meu ar durante o tempo
entre dois batimentos cardíacos.
— Ren.
É um rosnado gutural.
Fico paralisada.
— O que você está fazendo?
Então ele desliza a palma da mão para baixo, segurando meu ombro. É
posse, esse movimento. Um gemido escapa de mim, e eu me arqueio para o
toque dele. Estou desamparada pelo meu desejo por esse homem. Eu o amo
excessivamente. Sua proximidade alimenta minha alma, mesmo quando
estou tremendo.
O que meu perigoso marido, chefe da máfia, vai fazer sobre eu tentar
cavalgar seu pau sem a permissão dele?
Ele aperta meu quadril, com força suficiente para machucar. Oh, espero
que isso aconteça. Eu usaria suas marcas com orgulho.
— Eu lhe fiz uma pergunta, esposa, o que você está fazendo?
A ponta de seu pênis ainda está pressionada em minhas partes. Não
totalmente dentro, mas nenhum de nós se afastou. Acho que é óbvio o que
estou tentando fazer. Estou tentando colocar o pênis dele na minha buceta.
— Ops?
Digo a primeira coisa que me vem à cabeça.
— Eu escorreguei?
Seu peito treme com uma risada silenciosa.
— Tente de novo.
E sua voz está impregnada de descrença divertida. Ele rola os quadris o
mínimo possível.
— Uh?
Seu leve movimento me destruiu. Ele envia faíscas de prazer do meu
núcleo até os dedos dos pés.
— Diga-me, esposa.
— Eu quero um bebê, confesso, sem me importar com o fato de minhas
bochechas arderem de humilhação.
Fui pega. Posso muito bem falar a verdade.
— Quero que você me dê um bebê.
— Meu bebê?
Aceno com a cabeça. Ele se move, ainda segurando meu pescoço com
aquela ternura possessiva, e então sua respiração está em minha têmpora.
— Você quer que eu te engravide, Ren?
Seu polegar roça minha bochecha, e seu outro braço se arrasta pela
minha barriga, até chegar às minhas nádegas. Depois desce, deslizando para
o lugar macio e escorregadio onde seu membro rígido está na minha
entrada.
— Sim. Por favor.
Não me importo de estar implorando. Preciso tanto dele.
Ele explora minhas dobras escorregadias antes de levar as pontas dos
dedos em espiral até meu clitóris. E oooohhhh, minha mente fica em branco
com a incrível sensação de ele me tocar por dentro e por fora.
— Você está molhada aqui de novo, princesa, ele murmura em meu
ouvido. Você está no cio, como uma gata? Aposto que você está pronta, não
está? Fértil e carente.
— Me fecunde, marido.
Não tenho ideia de por que isso está me deixando tão quente, mas estou
pingando. Estou tão excitada com ele dizendo isso e com o meu pedido.
— Você quer o meu bebê? Eu lhe darei toda a porra para um bebê. Vou
encher você. Farei com que ela transborde e saia de você.
Há um beliscão quando ele empurra contra essa barreira, e isso dói
deliciosamente. Seus dedos continuam circulando implacavelmente sobre
meu clitóris.
— Quando você gozar de novo, desta vez no meu pau. Então eu vou
bombear em você, deixando-a grávida.
Um som de pura necessidade não adulterada escapa da minha garganta
enquanto ele lentamente, bem lentamente me enche com seu pinto.
— Isso mesmo, aceite todo o meu comprimento, ele sussurra em meu
ouvido.
Eu me contorço, mas ele me tem presa entre seu pau me perfurando, seu
braço sobre minha caixa torácica e sua mão em meus seios, e o outro sob
minha cintura e seus dedos no meu clitóris. Um ruído de minha garganta
pode ser um pedido por mais ou um suspiro de que já é demais. Ele é
enorme. O pênis massivo de Jasper está me abrindo.
— Uh-uh, você pediu por isso, princesa. Vou lhe dar exatamente o que
você precisa. Vou preenchê-la até transbordar.
Ele empurra com mais força e mais profundamente, e seus dedos não
param. Estou sendo possuída pelo meu macho alfa de marido. Eu queria o
pau dele? Eu tenho. Ele é enorme e nunca vai ser o suficiente.
É um ataque ao qual não tenho esperança de resistir enquanto ele me
abre completamente. Mesmo com aquela pontada de dor por ele ser tão
grande, cada deslize de seu corpo no meu provoca faíscas que sobem e
descem pela minha espinha. Eu agarro seu pulso, prendendo-o a mim
enquanto ele rola meu mamilo.
— Minha princesa safada, não é mesmo? Está sendo uma garota tão boa
para mim.
Sou apenas uma poça de garota. Eu sou o receptáculo dele. Não acho
que tenho mais cérebro. Sou um monte de células em espiral com um
desejo de reprodução e fome de prazer.
— Eu lhe darei um bebê se você gozar de novo, ele me persuade.
Aceno com a cabeça, incapaz de formar sequer uma palavra de três
letras, e a tensão aumenta cada vez mais.
— Tão receptiva e sua bucetinha é tão incrível no meu pau quanto foi
ao provar. Não consigo mais segurar por muito tempo.
Eu grito. Meu corpo não é mais meu. Quando ele disse que eu era dele,
não estava brincando. Agora, pertenço ao meu marido. A sensação é melhor
do que qualquer outra, mas ainda não é suficiente.
— Goza no meu pau.
Desta vez, ele não está pedindo, está me ordenando em um tom baixo e
rouco que, junto com um ajuste em seu ângulo dentro de mim, provoca uma
explosão. Tremo. Chuto. Estremeço enquanto o orgasmo me sacode e extrai
prazer de mim que eu não sabia que existia.
— Minha boa garota. Você está determinada a me fazer gozar também,
huh?
Ele soa como se estivesse cerrando os dentes. O êxtase ainda percorre
meus membros, e ele acaricia minha barriga como se fosse dono dela,
enquanto continua a me penetrar.
— Você está destinada a carregar meu bebê.
— Sim.
Não posso acreditar.
Enquanto meu orgasmo se esvai, meu corpo canta, zumbindo em
seguida. Há uma sensação de irrealidade porque isso é exatamente o que eu
sempre quis. Se isso for um sonho...
Eu estendo a mão para trás, precisando tocá-lo também, encontrando
seu quadril e os músculos tensos de seu traseiro. Enfio meus dedos,
incitando-o silenciosamente a continuar.
— Você está tão apertada.
Ele acelera, e embora eu tenha iniciado isso, ele está me usando para o
prazer de ambos. Deitada de lado, não consigo fazer nada além de aceitar o
que ele está me dando por trás. Isso pode parecer impessoal, mas a
escuridão, os cobertores, o calor de seu corpo, seus braços em volta de mim
e o calor de sua respiração em meu pescoço significam que isso é muito
mais íntimo do que eu poderia imaginar.
Ser seu receptáculo é pura alegria.
— Minha linda esposa. Meu amor.
E, da mesma forma que seu pau me penetrou mais fundo do que eu
imaginava ser possível, devido ao seu tamanho, suas palavras entraram em
minha mente, apesar de meus melhores esforços. Elas estão em minha
cabeça, tão entorpecentes quanto seu toque.
— Vou adorar vê-la com o nosso bebê. Segurar sua mão quando der à
luz pela primeira, segunda, terceira, sexta, sétima vez. Mal posso esperar
para fazer isso de novo para garantir que você esteja grávida.
É quase demais. A deliciosa extensão de seu corpo no meu e seus dedos
habilidosos, sim, mas o futuro sobre o qual ele está me falando é ainda mais
sedutor.
— É melhor você se acostumar comigo, esposa. Quando eu a preencher,
vou ficar dentro de você. Você é minha, agora.
As pessoas dizem todo tipo de coisa que não querem dizer durante o
sexo, sem se importar com os impulsos animalescos que estão à flor da
pele. Isso é o que a Internet diz, pelo menos. Não confie em nada que um
homem diz quando seu pênis está duro.
Mas eu quero acreditar em Jasper. Eu não posso, eu não deveria, eu não
devo. Só vou confiar nele, criar esperanças, e de manhã ele me
decepcionará. E eu não me importo. Se isso acontecer, não tem problema.
Terei o bebê do meu patrão.
— Você está incrível. Perfeita.
Ele geme e suas estocadas se tornam ligeiramente erráticas, como se ele
estivesse perdendo o controle.
— Você foi feita para ser amada por mim.
Acho que é isso que me dá coragem, ou imprudência, para revelar o que
está no meu coração desde sempre.
— Eu amo você.
Suspiro as palavras quase em silêncio. Jasper não deveria ouvir acima
dos sons abafados de nossos corpos se chocando. Ele deveria estar tão
concentrado em seu pau na minha buceta que não notaria. Afinal, ele está
me engravidando. Esse é o novo acordo.
Ele estremece e me segura junto a ele enquanto o calor úmido invade
meu interior. Seus braços estão apertados sobre meu peito, enquanto ele se
contorce, e sua respiração é quente e reconfortante em meu ouvido.
Nunca me senti tão segura. Ele não está apenas ao meu redor, ele está
dentro de mim. Seus grandes braços, seu torso enrolado atrás de mim. Eu
não poderia escapar, e não quero.
À medida que seus movimentos se acalmam, ele me mantém perto
como se não suportasse me deixar ir. Ele não sai de dentro de mim,
mantendo todo o seu sêmen onde é necessário, e tão desejado.
Eu colapso ainda mais, completamente desmoronada, segurada por ele e
perfurada pelo seu pênis. Nenhum de nós se move, e acho que parte disso é
um acordo não falado de que ele não vai me soltar, deixar qualquer sêmen
vazar, ou mesmo sair.
E ele diz em meu cabelo:
— Eu também te amo.
8

JASPER

Acordo com batidas na porta do quarto e do paraíso. Ren está encolhida


contra mim, minha conchinha. Seus cabelos loiros se espalham sobre o
travesseiro e suas costas estão aconchegadas contra o meu peito. Minha
ereção matinal está pressionada contra sua bunda.
Espere. Eu franzo a testa. Eu estava dentro dela quando adormecemos,
preenchendo-a. Estendo a mão e seguro sua boceta. Minha boceta, porque
ela é minha, agora. Ela está pegajosa com nossos sucos combinados, e um
sorriso de satisfação se insinua em minha boca. Que bom!
Vou acrescentar a isso. Preenchê-la de novo e de novo. Eu quero que ela
fique grávida, e se isso significa manter minha porra dentro dela, é um
bônus extra.
As batidas na porta soam novamente e Ren acorda.
— Bom dia, princesa.
Acaricio a pele macia de seu pescoço e me lembro de como ela
implorou para que eu a engravidasse e como ela queria minha mão em sua
garganta na noite passada. Minhas bolas se contraem e meu pau endurece
ainda mais.
— Sr. Booth, é o Harvey.
— Jasper.
Ela se arqueia contra mim, e eu gemo quando nos encaixamos. Uma
avalanche de batidas.
— Você tem que ir até a porta, Ren murmura.
— Sr. Booth! O homem não apareceu no apartamento da Sra. Booth
ontem à noite.
Solto um grunhido, mordo seu ombro, fazendo-a arfar, e saio da cama.
Atravesso o apartamento e abro a porta da frente.
— Eu lhe disse para mandar todo mundo se foder.
Meu segundo em comando parece envergonhado.
— Eu sei. Eu sei, me desculpe. Mas acho que pegamos nosso
chantagista. O chefe da máfia de Battersea está aqui. Ele disse que se você
não o recebesse, ele mandaria deportar a Sra. Booth.
— Battersea está por trás disso? Um merdinha arrivista.
Harvey acena com a cabeça. Battersea é dinheiro novo. Velho o
suficiente para não ser moderno, mas não o suficiente para ter classe. Ele é
um idiota grosseiro.
— Nós deveríamos tê-lo encontrado primeiro. E ele não pode fazer isso
com Ren.
Harvey olha para mim com aquela expressão eloquente que diz: “Sim,
eu sei que você consegue exatamente o que quer na maioria das vezes, mas
há algumas coisas que você não pode controlar, chefe”. Eu xingo.
— Eu o levei para a sala de recepção no andar de baixo.
— Você fez a coisa certa, reconheço a contragosto, e fecho a porta na
cara de Harvey.
Posso quase ouvir seu suspiro de exasperação enquanto me afasto. De
volta ao quarto, Ren me olha com seus olhos azuis suaves, tão arregalados
quanto pratos, e seu cabelo despenteado. Pelas minhas mãos, na noite
passada. Ela está nua, mas puxou os lençóis até o queixo, como se pudesse
se enfiar embaixo deles e desaparecer.
— Eles vieram me buscar, diz ela em voz baixa.
— Sim.
Embora a tentação de voltar para a cama e jogá-la no colchão
novamente seja quase insuportável, eu não o faço. Primeiro, vencer nossos
inimigos. Em seguida, fazemos mais bebês.
— Nós vamos enfrentá-lo. Juntos.
Abro nosso closet e sinto um brilho de satisfação ao ver todas as roupas
novas dela, penduradas ao lado dos meus ternos. Eu me visto como sempre.
Rápido até. Uma gravata e um paletó, abotoaduras elegantes.
— O que devo vestir?
Ela olha para as roupas com dúvida, franzindo a testa. Ela colocou um
conjunto combinando de lingerie branca e rendada e parece deliciosa. Boa o
suficiente para ser comida. No que me diz respeito, as leggings e a camiseta
são perfeitas. Mas, neste momento, precisa de algo mais para se sentir
confiante como minha princesa.
— Aquele.
É de um azul suave como os olhos dela, vai até o chão e tem camadas
de tecido transparente.
— Mas...
Eu o tiro do cabide e o sacudo, erguendo as sobrancelhas quando ela
hesita.
— Eu nem tomei banho, ela resmunga enquanto entra no vestido e eu o
deslizo pelo seu corpo, puxando o zíper para cima e acariciando a curva de
sua coluna enquanto o faço.
— Ótimo, então você vai cheirar a recém-fodida pelo seu marido.
Ela solta um som quieto de constrangimento e excitação, e eu a empurro
para se apoiar na cômoda enquanto procuro pelos sapatos embaixo de todos
os seus novos vestidos. Encontro um par que são obscenamente sexy. Tiras,
um salto alto. Eu adoraria ver Ren com esses e nada mais. Em vez disso, me
ajoelho aos pés dela e arrasto sua saia para cima, acariciando sua
panturrilha.
— Levante.
Ela faz o que eu digo e eu coloco o sapato no lugar. Ela balança um
pouco com um salto, agarra meu ombro enquanto coloco o outro e deixo a
saia cair.
Guiando-a até o espelho, fico atrás dela e admiro a minha esposa.
Minha.
— Sra. Booth.
Suas bochechas ficam rosadas quando a chamo assim.
— Você está linda.
Seu cabelo está bagunçado pela nossa noite juntos, mas isso apenas
adiciona à sua sensualidade, mesmo que o vestido seja relativamente
modesto.
— Pronta?
Ela acena com a cabeça e, embora eu queira falar sobre a incerteza em
sua expressão, temos que lidar com Battersea primeiro.
Quando chegamos ao andar de baixo, do lado de fora da porta da sala de
recepção onde Battersea está esperando, ela está tremendo. Passo minhas
mãos sobre seus ombros e beijo sua testa. É tentador dizer coisas, fazer
promessas. Mas eu já disse a ela. O que ela precisa é de provas.
Que a amo. Que farei qualquer coisa — arriscar uma guerra da máfia,
no mínimo — para mantê-la ao meu lado. Isso pode ter começado como um
casamento por conveniência, mas na noite passada, eu disse cada palavra
com sinceridade.
Battersea está se espreguiçando em uma cadeira quando entramos na
sala, batendo os dedos no que ele deve pensar ser uma demonstração
intimidadora de poder. Isso funciona com Ren, que empalidece.
— Battersea.
— Por que você não manda seus homens embora, Fulham? ele diz. Nós
dois sabemos que você faz parte desse clubinho bobo da máfia de Londres
que promete não machucar ninguém e eu deixei minhas armas na porta.
Podemos resolver isso de maneira civilizada.
Guio Ren até um sofá e me sento, colocando meu braço ao redor de seus
ombros e aconchegando-a. Em seguida, aceno para meus homens, que
estavam de guarda. Battersea acabou de revelar que não sabe nada sobre
mim ou sobre o Sindicato da Máfia de Londres.
— A senhora não compareceu ao nosso encontro de ontem, Srta.
Smith...
— Sra. Booth, eu o corrijo.
Battersea sorri de forma desagradável.
— O golpe do casamento. Eu teria preferido não envolver você,
Fulham. Mas tenha certeza de que isso não muda nada.
— Minha esposa não lhe pagará nada, e eu o convido a ir embora.
Eu deveria ganhar um prêmio por ser tão calmo e razoável quando
quero arrancar a garganta de Battersea. Sinceramente, talvez eu receba essa
recompensa na forma de transar com Ren neste sofá o mais rápido possível.
— Você ainda tem duas opções. Pagamento ou deportação. O que faz
você pensar que um casamento falso irá protegê-la?
Battersea zomba, olhando para Ren.
— Você poderia ser processada por falsamente tentar obter cidadania.
Isso não vai funcionar.
Ele realmente está me subestimando. Fascinante. Talvez eu devesse
mostrar meu peso em Londres um pouco mais. Tenho sido muito moderado,
claramente.
— Suponho que ele não tenha nem um milhão para gastar e, em vez
disso, casou-se com você.
Sinto a cabeça de Ren virar e olho para baixo. Nossos olhares se cruzam
e a expressão dela é de dúvida. Porque ela sabe que um milhão seria barato
comparado ao que custou ontem.
Ela ainda não entendeu que casar com ela poderia ter custado dez
bilhões, e eu teria encontrado o dinheiro porque, para mim, ela não tem
preço.
— Aposto que ele não sabe nada sobre você, Battersea continua
condescendentemente. Sua comida favorita, por exemplo.
— Donuts.
Nós dois falamos simultaneamente.
— Muito bem.
Ele faz uma careta.
— Você está praticando. Isso não é prova no tribunal.
— Nosso bebê será, responde Ren.
Battersea parece desconcertado por um segundo. Ren morde o lábio,
mas os cantos de sua boca se erguem enquanto ela alisa a palma da mão
sobre sua barriga perfeitamente plana.
— Esse bebê terá cabelos escuros e olhos verdes.
Eu sei disso. Tenho certeza. E se não tiver? Não importa, continuarei a
engravidar a minha garota até que tenhamos um bebê que seja minha
imagem no espelho.
— Isso será irrelevante para os funcionários do centro de detenção.
Battersea dá de ombros.
— A menos que você pague.
E é aí que minha paciência se esgota. Estou do outro lado da sala e
tenho o idiota pelo pescoço em um segundo, seus pés já não tocam no chão.
— Ninguém ameaça minha esposa.
Estou tão furioso que mal consigo reconhecer minha voz.
— Seu desgraçado.
Battersea se debate impotentemente, ficando com o rosto vermelho.
— Me solte! Westminster vai matar você por isso!
— Eu estudei com Westminster, respondo. Ele ama sua esposa. Não
faço ideia de por que você imagina que o senso de justiça dele me impediria
de proteger a minha.
Battersea fica parado e acho que finalmente reconhece que está em uma
situação terrível criada por ele mesmo.
— Apenas cem mil, então.
Eu bufo de tanto rir. Por incrível que pareça, ele ainda acha que tem
poder nessa situação.
— Ainda não jogamos de morte ou donuts hoje, Sra. Booth.
Não há nada que eu queira mais do que soltar meus homens nesse
pedaço de merda e deixar que todos os seus instintos mais selvagens se
rebelassem. Mas, aparentemente, não tenho dado provas suficientes de
minha própria crueldade, então não chamo ninguém.
— Suponho que não, ela responde, com um tremor na voz.
— Qual é o seu veredicto sobre um homem que tentou extorquir
dinheiro de uma jovem vulnerável? E abusar de sua posição de autoridade.
— Ele precisava fazer isso? ela pergunta.
Tão justa, minha esposa. Tão minuciosa. Eu amo isso nela.
— Não.
Eu faço uma careta.
— Ele é rico o suficiente.
— Não me parece que ele precise de donuts.
— Sua decisão, princesa?
Estou perdendo a compostura. Battersea se debate em um ângulo
estranho, agarrando minha mão, tentando me fazer soltá-lo.
— Donuts, ou...
Eu me viro para Ren. Sua expressão escurece e seu queixo se projeta
um pouco para a frente. Já estou sorrindo antes mesmo de ela dizer a
palavra.
— Morte.
— Nada de donuts para você.
— Uma arma!
Ren grita quando eu o sinto conseguir levar a mão ao tornozelo e sacar
algo. Mas eu sou mais rápido e tenho muito mais motivos para viver.
Arrancando a pistola de suas mãos, eu a jogo fora.
Minha outra mão vai até a têmpora de Battersea e eu a torço. Seu
pescoço se quebra instantaneamente.
Deixo seu corpo sem vida cair no chão e me viro para Ren, dando dois
passos antes de ser interrompido pela expressão dela. Puro medo. Terror
absoluto.
Eu arruinei tudo, revelei o horror do meu verdadeiro eu. Ela se precipita
sobre mim e, por um segundo, fico surpreso demais para fazer qualquer
coisa. Então eu ouço.
— Jasper. Oh, Jasper.
Ela está soluçando.
— Eu estava com tanto medo de perder você quando o vi sacar a arma.
Graças a Deus você está bem. Eu o amo tanto.
Meus braços a envolvem, segurando-a e mantendo-a bem junto a mim.
Mas não é necessário. Ela está se agarrando a mim, e meu coração está se
expandindo. Não há limite para o quanto eu amo minha esposa. Ela está
aliviada, e eu também estou. Eu a seguro ainda mais firme. Eu poderia tê-la
perdido.
Uma olhada para o outro lado da sala e vejo a arma que Battersea tirou
do coldre em seu tornozelo. Plástico impresso. Sem metal, deve ser assim
que passou pelas verificações dos meus homens.
— Eu sei que dissemos seis meses, mas, por favor, meu Deus...
— Para sempre. Eu lhe disse. Você é minha, agora.
A esperança aparece em seu rosto quando ela olha para cima.
— Mesmo?
— Você sempre foi. Eu amo você com cada fibra do meu ser, Ren.
— Não é só de fachada? ela verifica.
— Eu estive dentro de você. Eu a reivindiquei. Se você queria meu pau,
o preço era a posse total. Permanentemente. Sem meias-medidas. Sem
fingimentos.
Eu deveria ter dito isso a ela ontem. Eu preciso ter essa mulher. Preciso
possuí-la, de corpo, coração e alma.
Ela enterra o rosto na minha camisa, segurando-se. Respirando de forma
irregular, ela estremece e diz as últimas palavras que estou esperando.
— Obrigada.
Deslizo meus dedos em seu cabelo e puxo gentilmente até que sua
cabeça caia para trás.
— Não, “você me prometeu um casamento de conveniência”?
— Não.
Seu sorriso a ilumina.
— Eu sempre quis você também.
— Bem.
Eu a ergo pelo bumbum, em meus braços, e ela coloca as mãos em volta
da minha nuca, pressionando-se contra mim.
— Para onde estamos indo? ela pergunta quando chegamos à escada.
— De volta à nossa cama, para terminar o que começamos ontem à
noite.
Sinto, em vez de ouvir, sua risada deliciosa.
— Engravidar você.
EPÍLOGO
JASPER

10 ANOS DEPOIS

Era de se esperar que ter oito filhos diminuísse a novidade, mas não. Nem
um pouco. Ouço o barulho de pés pequenos na escada e depois no corredor,
e sorrio.
Meu escritório não é mais um bastião de solidão e silêncio. Livros
encadernados em couro e canetas-tinteiro deram lugar a livros de desenho e
lápis de cor. Eu adoro isso.
Antigamente, eu matava as pessoas por me interromperem. Mas as
crianças? Ren me disse com muita firmeza que elas sempre ganham donuts,
nunca a morte.
— Papai, onde estão minhas meias?
Olho para cima quando nossa filha mais velha, Justine, irrompe pela
porta.
— Na sua gaveta de meias, filhota?
Ergo uma sobrancelha. Sua boca fica em uma linha reta.
— Você é tão básico. Eu já dei uma olhada lá.
— É um bom lugar para encontrar meias.
— Estou me referindo às minhas meias cor-de-rosa.
Ela faz uma careta, parecendo particularmente adorável.
— Venha cá.
Para uma criatura tão pequena e descalça num carpete profundo, Justine
é surpreendentemente barulhenta. Na verdade, é muito doce. Nossa filha
mais nova, Marie, é um rato. Mais parecida com a Ren.
Justine bufa quando eu recuo minha cadeira e bato nos joelhos. Mas ela
sabe o combinado, senta-se no meu colo e aceita o carinho com toda a graça
de um texugo descontente.
Um dia, Justine me ajudará com a máfia de Fulham. Talvez ela assuma
o controle. Gosto dessa ideia. Ela é corajosa, nossa primogênita. Tenho
certeza de que ela entenderá o jogo da morte ou dos donuts.
— Papaaaaai, Justine reclama quando meu abraço se prolonga demais.
Ou seja, por mais de três segundos.
Eu suspiro. Só há duas maneiras de conseguir um abraço decente por
aqui, e nem minha esposa, nem nosso bebê recém-nascido estão neste
escritório.
— Muito bem, vamos procurar essas meias.
Justine sai do meu colo e galopa para fora do escritório como um
hipopótamo em miniatura, e eu a sigo. Fizemos alguns ajustes desde que
começamos nossa família. Um deles é que nosso apartamento agora
engloba o andar que costumava ser meu escritório, o que significa que as
crianças podem vir me buscar sempre que eu estiver trabalhando no dia a
dia. Se eu estiver no andar de baixo, numa das salas de recepção, é lá que
elas são estritamente proibidas.
Talvez eu deva vasculhar o cesto de roupa suja ou algo assim, mas vou
para a sala de estar, onde há risadas e gritos. Ao contrário de nossa filha
mais velha, posso ser furtivo. Eu pauso na porta.
Ren está sentada no chão, nosso filho mais novo esmagado contra seu
peito. Ela está apoiada no sofá, e nossos dois pequenos estão em cestos,
também profundamente adormecidos. Elodie, Clement, Lucas e Delphine
estão reunidos ao redor de um jogo de tabuleiro, focados intensamente.
— Tem certeza de que isso está dentro das regras? diz Lucas, nosso
filho mais velho.
Ele tem sete anos e é tão sério quanto Justine é brilhante. Ele ama as
regras. Acho que ele ficará horrorizado quando for mais velho e souber o
quanto sou flexível com a lei.
— É verdade, responde Elodie.
Vê-los, todos saudáveis, felizes e briguentos, faz meu peito doer de
contentamento.
Meu olhar se volta para Ren enquanto ela se apoia na borda macia do
sofá. Um vislumbre da barriga de Ren e meu pau se agita.
Minha esposa está grávida de cinco meses e tão madura, doce e perfeita
quanto uma ameixa do final do verão. Ela está mais cheinha do que quando
nos conhecemos, e eu a adoro ainda mais. Não há limites para meu amor
por ela e pela minha família.
Como se sentisse meu olhar, Ren olha para mim. Nossos olhares se
encontram, e eu arrasto o meu preguiçosamente pelo seu corpo e depois até
seus olhos, deixando meus pensamentos bem claros. Para nós dois, o fato de
Ren estar esperando - e o fato de eu a engravidar - é o melhor afrodisíaco.
— Eu amo você, eu digo.
— Eu também amo você, ela responde.
— E vou engravidar você, acrescento em silêncio.
O sorriso dela é positivamente perverso.
— Papai!
O grito de Justine soa atrás de mim.
— Você encontrou minhas meias?

Mais uma dose de "felizes para sempre"? Saiba mais sobre Jasper e Ren no
epílogo prolongado exclusivo aqui: https://evieroseauthor.com/portugues/

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deixe uma nota. As avaliações ajudam realmente os autores independentes e
contam para a contagem de donuts e não de mortes do dia.
SOBRE A AUTORA

Evie Rose escreve romances curtos deliciosamente improváveis, com heróis completamente
obcecados por suas heroínas. Ela adora heróis alfa possessivos, diferença de idade, toneladas de
picante, proximidade forçada desejo reprimido e momentos românticos arrebatadores.

Oi!
Agora que já tiramos isso do caminho, vamos nos cumprimentar direito?
Deixe-me falar sobre os heróis que eu amo - o tipo de homem que incendiaria o céu por seu amor.
Que não desistem, não importa o que aconteça.
Eles se apaixonam rápido e profundamente, e protegerão e cuidarão de suas heroínas. Eles são
fortes, ricos e poderosos. E, claro, são bonitos. Isso não faz mal, certo?
Eles podem ser moralmente cinzentos, mas meus heróis têm UMA prioridade - sempre - ela.
Adoro heroínas que são cautelosas e um pouco inseguras. Elas estão tentando encontrar seu lugar
no mundo (spoiler: é bem ao lado do herói. Ou melhor, ele estará ao lado dela enquanto ela alcança
tudo o que sonhou).
Amo uma heroína que, com o apoio do herói, faz muito mais do que jamais imaginou ser
possível. (Às vezes, isso pode ser um assassinato, mas ainda assim são objetivos, certo?)
Mas ela também quer desesperadamente ser acarinhada, protegida, mimada e amada
incondicionalmente. Receber orgasmos múltiplos e ser ajudada a descobrir o poder e a beleza de seu
corpo. E alimentada. Uma garota precisa comer carboidratos. Felizmente, ela pode ter tudo isso.

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