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Uma produção

MATERIAL DE APOIO DO DOCUMENTÁRIO

www.quantosdiasquantasnoites.com
SUMÁRIO
4. COMO USAR ESSE MATERIAL

6. SINOPSE

8. EXISTIRMOS, A QUE SERÁ QUE SE DESTINA?

12. ENVELHECER: PRINCIPAIS DADOS

16. COMO ORGANIZAR UMA SESSÃO DO FILME


“QUANTOS DIAS. QUANTAS NOITES”

20. O QUANTO CABE NO ENVELHECER:


20. FINITUDE
30. IDADISMO
38. LONGEVIDADE

47. O ENVELHECIMENTO NO CONTEXTO GLOBAL

49. NOTA DOS APOIADORES

58. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

63. FICHA TÉCNICA DO FILME

63. REDE DE IMPACTO

2
Qualquer idiota consegue ser jovem. (...)
É preciso muito talento para envelhecer.

Millôr Fernandes

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COMO USAR
ESSE MATERIAL

Esse é um livreto feito para quem quer continuar a


conversa que começamos no documentário “Quantos
dias. Quantas noites”. Ele tem duas funções principais:
auxiliar quem quer organizar rodas de conversa e
debates a partir do filme, e que deseja aprofundar o
conhecimento sobre os temas nele tratados.

Aqui você vai encontrar mais informações sobre os


temas, como eles se conectam com os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da ONU, dicas de outras
leituras e filmes e um guia de como organizar uma
sessão.

Esperamos que ele te ajude a navegar.

Boa leitura!

4
Envelhecer ainda é a única maneira
que se descobriu de viver muito tempo.

Charles Saint-Beuve

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SINOPSE

Estudos dizem que o humano que vai viver 150 anos já


nasceu. Mas o que estamos de fato fazendo com essa
oportunidade? “Quantos dias. Quantas noites”, novo
documentário da Maria Farinha Filmes (“Aruanas”, “Começo
da Vida”) dirigido por Cacau Rhoden (“Nunca Me Sonharam”,
“Tarja Branca”), realiza um profundo mergulho nos
propósitos da nossa existência no planeta. Especialistas
e pensadores nos convidam a enxergar as oportunidades
e as desigualdades nesse tema, além da nossa própria
conexão com o tempo e com a idade. Com a participação
de Alexandre Kalache, Sueli Carneiro, Ana Claudia
Arantes, Mona Rikumbi, Ana Michelle Soares, Mórris Litvak,
Tom Almeida e Alexandre Silva, o filme traz à tona uma
investigação essencial no nosso século: a revolução da
longevidade já começou, e veio para transformar o futuro
de todas as gerações.

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Envelhecer é um processo extraordinário em que você
se torna a pessoa que você sempre deveria ter sido.

David Bowie

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EXISTIRMOS, A QUE SERÁ
QUE SE DESTINA?

“Quantos dias. Quantas noites” é um filme que fala sobre a vida e a morte. Sobre
envelhecer e viver bem. Sobre privilégios e desigualdades. Sobre cuidado e
desamparo.

Somos a geração que viverá a revolução do tempo: viveremos por mais dias que
os nossos antepassados. Mas o que isso significa?

Envelhecer na sociedade de hoje pode ser tão gratificante quanto desafiador.


Por um lado, são inúmeros os avanços na medicina e na tecnologia que têm
possibilitado que se viva vidas mais longas e saudáveis. Muitas pessoas em
seus últimos anos de vida têm acesso a recursos, incluindo assistência médica,
programas sociais e tecnologias assistivas, para apoiar sua saúde e bem-estar.
Ao mesmo tempo, boa parte da sociedade se vê à mercê da própria sorte.

A experiência do envelhecimento não é igual para todos os indivíduos, e muitos


são os fatores que podem contribuir para essas desigualdades, como contexto
socioeconômico, raça, gênero, acesso aos cuidados de saúde e ao lazer.

Por exemplo, pessoas que passaram por dificuldades econômicas ao longo de


suas vidas podem ter maior probabilidade de enfrentar insegurança financeira
em seus últimos anos. Elas podem ter menos opções de alimentação saudável
e ambientes de vida seguros, saneamento básico, rede de apoio, o que pode
afetar negativamente sua saúde e bem-estar à medida que envelhecem.

Da mesma forma, as pessoas que pertencem a grupos raciais ou étnicos


socialmente vulneráveis e historicamente segregados podem sofrer
discriminação e outras formas de desigualdade social e econômica, o
que contribui para disparidades nos resultados do envelhecimento. Elas
experimentam maior isolamento social e enfrentam barreiras no acesso aos
serviços de saúde. O mesmo acontece com pessoas LGBTQIAP+ ao envelhecer.

O gênero também é um fator decisivo na matemática do envelhecimento. As


mulheres, por exemplo, podem ser mais propensas a experimentar a pobreza em
seus últimos anos, devido a fatores como a disparidade salarial entre os sexos e

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o fato de que, comumente, passam mais tempo fora da força de trabalho formal
e remunerado, cuidando de crianças ou de parentes idosos.

Essas desigualdades nas experiências de envelhecimento podem ser vistas


como uma forma de injustiça social, pois muitas vezes são resultado de fatores
sistêmicos e estruturais que estão fora do controle dos indivíduos. É importante
reconhecer e enfrentar essas desigualdades para promover uma sociedade
mais justa e equitativa para pessoas de todas as idades. Isso pode envolver
políticas e programas que apoiem a saúde e o bem-estar de idosos de todas as
origens, bem como esforços da sociedade e do Estado para abordar as causas
profundas da desigualdade em nossa sociedade.

Envelhecer também traz desafios de ordem individual, como o sofrimento com o


declínio físico e cognitivo, o que pode afetar a capacidade de realizar atividades
diárias e manter a autonomia. Há também o isolamento social e a solidão, que
muitas vezes se impõem ao se aposentar do trabalho ou perder conexões com
familiares e amigos.

Além disso, existem estigmas sociais em torno do envelhecimento, como


estereótipos negativos ou discriminação, que fazem com que as pessoas se
sintam marginalizadas ou desvalorizadas. Os estigmas estão relacionados com
padrões de beleza, com a crença na incapacidade física e mental ao envelhecer,
entre outros. Essas atitudes são especialmente desafiadoras para pessoas de
comunidades historicamente marginalizadas.

Apesar desses desafios, muitas pessoas encontram significado e realização


justamente na velhice. Elas têm mais tempo para se dedicar a hobbies ou
interesses que antes não conseguiam e podem encontrar novas maneiras de
contribuir com suas comunidades. Com suporte social e acesso a recursos, o
envelhecimento pode ser uma fase de crescimento e desenvolvimento contínuo.
Uma pesquisa feita pelo Brookings Institute, revelou que pessoas com 60 anos
ou mais geralmente têm uma sensação maior de bem-estar do que as pessoas
mais jovens. Pesquisas sobre felicidade realizadas em países desenvolvidos
mostram consistentemente um padrão de “gráfico em forma de U”, com as
pessoas em cada extremo da curva declarando maior satisfação: a felicidade
era alta para jovens de 18 a 21 anos,caía continuamente até os 40 anos e atingia
seu ponto mais alto aos 98 anos.

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Curva U da felicidade e “U de cabeça para baixo”
Nível de Felicidade

Idade

Países mais felizes Países felizes Países menos felizes

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O homem não se justifica por sua simples presença no mundo.
O homem só é homem por sua recusa em permanecer passivo,
pelo vigor com que se projeta do presente para o futuro e se
orienta para as coisas, a fim de dominá-las e dar-lhes forma.
Para o homem, existir é refazer a existência.
Viver é a vontade de viver.

Simone de Beauvoir.

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ENVELHECER:
PRINCIPAIS DADOS

O mundo está testemunhando uma importante mudança na pirâmide etária. A


população mundial está envelhecendo progressivamente. Segundo estimativas
da ONU, em 2020 havia cerca de 703 milhões de pessoas com 65 anos ou mais
em todo o mundo, e a previsão é que esse número cresça para 1,5 bilhão em
2050.

Além disso, a proporção de pessoas acima de 80 anos está aumentando ainda


mais rapidamente do que a população idosa em geral. Em 2020, havia cerca de
146 milhões de pessoas com 80 anos ou mais em todo o mundo, e a previsão é
que esse número cresça para 434 milhões em 2050.

O mesmo acontece no Brasil. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística), em 2020 havia cerca de 30 milhões de pessoas com 60
anos ou mais no país, o que representa 14,3% da população total. A previsão é
que esse número continue aumentando nas próximas décadas, chegando a 73
milhões de idosos em 2060, o que representará 34,1% da população total.Para
efeito de comparação, na década de 1940, a expectativa de vida no Brasil era de
45 anos.

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Essas mudanças demográficas têm implicações significativas para
a sociedade, incluindo o aumento da demanda por cuidados de saúde, a
necessidade de políticas públicas para garantir a segurança financeira
dos idosos, a necessidade de adaptações nos locais de trabalho e na
infraestrutura urbana, o aumento do debate sobre idadismo e a importância
da intergeracionalidade. Será que estamos preparados para envelhecer e para
acolher os mais velhos em nossa sociedade?

Envelhecer

Antes, todos os caminhos iam


Agora, todos os caminhos vêm
A casa é acolhedora, os livros poucos
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas

Mário Quintana

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TODAS AS PESSOAS ENVELHECEM,
MAS NÃO DA MESMA FORMA

No Brasil, o racismo e a desigualdade social são marcadores importantes


quando se fala de envelhecimento. Todas as pessoas envelhecem, mas não da
mesma forma. Os dados mostram isso de forma direta.

Em Santa Catarina, estado com uma das maiores rendas per capita do Brasil, a
expectativa de vida de uma pessoa era 79,9 anos em 2019, segundo pesquisa
do IBGE. No Maranhão, cuja renda per capita é a menor do Brasil, a expectativa
média de vida naquele mesmo ano foi de 71,4 anos.

O envelhecimento é diferente para ricos e pobres, para quem sabe ler e para
os analfabetos, para quem mora nos centros urbanos, nas comunidades
vulneráveis, no campo e nos condomínios fechados. Na cidade de São Paulo,
a diferença de idade de morte entre dois bairros é enorme segundo dados do
Mapa da Desigualdade, de 2020. Enquanto no Jardim Paulista, região nobre, a
população morria, em média, com 81,5 anos, no Jardim Angela, periferia, essa
média era de 58,3 anos. São 23 anos de diferença.

Ainda assim, é possível encontrar histórias de resiliência e vida longa, mesmo


em comunidades mais vulneráveis. Aqui você pode conhecer idosos quase
centenários que contam sobre a ocupação de áreas periféricas.

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Os Velhos

Todos nasceram velhos — desconfio.


Em casas mais velhas que a velhice,
em ruas que existiram sempre — sempre
assim como estão hoje
e não deixarão nunca de estar:
soturnas e paradas e indeléveis
mesmo no desmoronar do Juízo Final.
Os mais velhos têm 100, 200 anos
e lá se perde a conta.
Os mais novos dos novos,
não menos de 50 — enorm’idade.
Nenhum olha para mim.
A velhice o proíbe. Quem autorizou
existirem meninos neste largo municipal?
Quem infringiu a lei da eternidade
que não permite recomeçar a vida?
Ignoram-me. Não sou. Tenho vontade
de ser também um velho desde sempre.
Assim conversarão
comigo sobre coisas
seladas em cofre de subentendidos
a conversa infindável de monossílabos, resmungos,
tosse conclusiva.
Nem me vêem passar. Não me dão confiança.
Confiança! Confiança!
Dádiva impensável
nos semblantes fechados,
nos felpudos redingotes,
nos chapéus autoritários,
nas barbas de milênios.
Sigo, seco e só, atravessando
a floresta de velhos.

Carlos Drummond de Andrade

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COMO ORGANIZAR
UMA SESSÃO DO
FILME “QUANTOS DIAS.
QUANTAS NOITES”

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O Filme está disponível para solicitação de exibições gratuitas no site
www.quantosdiasquantasnoites.com

Quer promover uma roda de conversa depois do filme? Então deixa que a gente
te ajuda!

Algumas dicas de como fazer uma exibição pública, gratuita e com debate:

Antes da exibição:
1) Assista ao filme com antecedência, assim dá tempo de você se preparar.
Pense em como o filme te tocou, quais temas te chamaram mais atenção.

2) Faça testes antes da exibição pública, verifique a qualidade do som, da


imagem. É importante baixar o filme antes da exibição, para que você não
dependa da qualidade da internet no momento da apresentação.

3) Leia todo este material de apoio com as informações sobre o filme e os


temas propostos. Isso fará com que você se sinta mais preparada/o para falar
e pode ajudar nas conversas após a exibição. Lembre-se que esse material é
apenas uma sugestão de como conduzir a exibição e o debate. Não existem
regras. Você pode conduzir a atividade como achar melhor.

4) É importante se preparar para ouvir opiniões diferentes da sua, para


conduzir o bate-papo de forma que ninguém se sinta excluído e que todas
as opiniões possam ser ouvidas e debatidas com respeito.

5) A função do exibidor/mediador é a de criar um ambiente propício para a


troca de ideias, não a de levar o grupo a um consenso ou a uma conclusão
pronta e acabada sobre os temas discutidos.

Após a exibição:
Quando o filme acabar, uma forma interessante de começar a conversa
é pedir que cada pessoa presente fale UMA palavra que defina o que ela
sentiu ao ver o documentário. Este exercício ajuda a quebrar o gelo e já
traz diversos elementos que podem ser usados.

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Sugestões de perguntas:

• Qual é o seu maior medo em relação ao envelhecimento?

• Como é possível apoiar as pessoas que envelhecem?

• Qual você acredita ser o papel do cuidado com as pessoas que envelhe-
cem e adoecem?

• Você acha que uma equipe com pessoas com diferentes idades pode
contribuir com o trabalho? Por quê?

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Páscoa

Velhice
é um modo de sentir frio que me assalta
e uma certa acidez.
O modo de um cachorro enrodilhar-se
quando a casa se apaga e as pessoas se deitam.
Divido o dia em três partes:
a primeira pra olhar retratos.
A segunda pra olhar espelhos,
a última e maior delas, pra chorar.
Eu, que fui louca e lírica,
não estou pictural.
Peço a Deus,
em socorro da minha fraqueza,
abrevie esses dias e me conceda um rosto
de velha mãe cansada, de avó boa,
não me importo. Aspiro mesmo
com impaciência e dor.
Porque sempre há quem diga
no meio da minha alegria:
“põe o agasalho”
“tens coragem?”
“por que não vais de óculos?”
Mesmo rosa sequíssima e seu perfume de pó,
quero o que desse modo é doce,
o que de mim diga: assim é.
Pra eu parar de temer e posar pra um retrato,
ganhar uma poesia em pergaminho.

Adélia Prado

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O QUANTO CABE NO ENVELHECER

FINITUDE
No final do filme da vida, todo mundo morre. Essa é uma verdade da qual não
se pode fugir. A finitude pode ser libertadora e assustadora. Por um lado, o
reconhecimento de que tudo é finito pode ajudar a perceber a preciosidade e o
valor de cada momento da vida. Pode inspirar a aproveitar ao máximo o tempo,
perseguir paixões e valorizar os relacionamentos.

Por outro lado, também pode ser avassalador, produzindo ansiedade e uma
sensação de falta de sentido. Mas é justamente esse reconhecimento da
finitude que dá sentido e propósito à vida, pois obriga a que cada um confronte
a realidade da própria mortalidade e viva com propósito e intencionalidade.

Existe um tabu em torno da morte. Porém, não falar sobre mortalidade pode
trazer consequências difíceis para todos. Ao discutir nossos desejos e valores
com os entes queridos, podemos garantir que nossos cuidados de fim de vida
estejam alinhados com nossas crenças e desejos pessoais. Ouvir os desejos
dos mais velhos, permitir que eles tenham autonomia na escolha de como
querem que seja o final de suas vidas é um princípio ético de cuidado.

Iremos vivenciar momentos de perda de pessoas queridas e de luto. Falar sobre


isso pode nos ajudar a processar essa dor. Ao falar abertamente sobre nossas
emoções e compartilhar nossas experiências com outras pessoas, podemos
nos sentir mais conectados e apoiados em tempos difíceis.

Além disso, falar sobre morte e finitude pode ajudar a construir uma sociedade
mais compassiva e empática. Ao reconhecer que todas as pessoas são mortais
e que todos experimentaremos perdas e luto em algum momento de nossas
vidas, podemos promover um maior senso de compreensão e solidariedade com
os outros.

Discutir a morte e a finitude pode ser desconfortável ou difícil, mas é parte


importante de uma vida plena e significativa. Falar sobre a morte e o fim nos

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fortalece para viver melhor o presente. E conversar sobre esse assunto com quem
está preparado para acolher as angústias e dúvidas é ainda melhor. InFINITO é
um movimento que promove conversas sinceras sobre o viver e o morrer. Um
ambiente acolhedor para assuntos do correr da vida: envelhecimento, cuidados
paliativos, morte e luto.

Quer saber mais sobre finitude?

Livros escritos por


quem está no filme

A morte é um dia que vale a pena viver - Ana Claudia Quintana Arantes

Histórias lindas de morrer - Ana Claudia Quintana Arantes

Pra vida toda valer a pena viver - Ana Claudia Quintana Arantes

Enquanto eu respirar: dançando com o tempo e com todas as possibilidades de


estar viva até o último suspiro - Ana Michelle Soares

Contém esperança: histórias sobre viver e conviver com uma doença grave - Ana
Michelle Soares, Ana Claudia Quintana e outros

Vida Inteira: uma jornada em busca do sentido do sagrado de cada dia - Ana
Michelle Soares

Entre a lucidez e a esperança:um olhar sobre a finitude para quem não tem tempo
a perder - Ana Michelle Soares

Luto por perdas não legitimadas na atualidade – Gabriela Casellato e outros

Quando a morte chega em casa - Teresa Vera de Sousa Gouvêa

Mortais - Atul Gawande

Pacientes que curam: o cotidiano de uma médica do SUS – Julia Rocha

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Livros escritos por
outros autores

Os últimos melhores dias da minha vida - Gilberto Dimenstein e Anna Penido

Uma questão de vida e morte: amor, perda e o que realmente importa no final - Dr.
Irvin Yalom

De mãos dadas: um palhaço e um psicólogo conversam sobre a coragem de


viver o luto e as belezas que nascem da despedida - Claudio Thebas e Alexandre
Coimbra

Sobre a morte e o morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar a médicos,
enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes - Elizabeth Kübler-Ross

A Roda da Vida - Elizabeth Kübler-Ross

Luto é outra palavra para falar de amor - cinco formas de honrar a vida de quem vai
e de quem fica após uma perda - Rodrigo Luz

Os cinco convites: descobrindo o que a morte pode nos ensinar sobre viver
plenamente - Frank Ostaseski

O ano do pensamento mágico - Joan Didion

O pai da menina morta - Tiago Ferro

Lista de filmes sugeridos pelo Cineclube da Morte

Cinemateca do Infinito

Podcast

Finitude Podcast: podcast sobre questões de envelhecimento, saúde mental,


adoecimento, cuidados paliativos, morte e luto. Apresentado pelos jornalistas
Juliana Dantas e Renan Sukevicius.

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Outros
materiais
Cartilha para jornalistas que querem se atualizar sobre a linguagem a respeito de
questões de adoecimento, diagnóstico, cuidados paliativos, morte e luto

Luto LGBTQIA+

Amarelo inFINITO: Suicídio, um problema de todos

Retrospectiva inFINITA: coletânea dos oito artigos mais lidos no blog inFINITO em
2022

Portal “Vamos falar sobre o Luto”: sete amigas que viveram histórias de luto
contam suas jornadas.

Blog Morte sem tabu: tocado por duas jornalistas, aborda temas sobre viver e
morrer.

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Eu vou envelhecer, mas nunca perderei o
gosto pela vida, porque a última curva
da estrada será a melhor.

Henry Van Dyke

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24
QUANDO FALAMOS DE
FINITUDE, PRECISAMOS FALAR
DE CUIDADO
O sofrimento é inerente à vida humana. E, quando vivido sozinho, pode ser
insuportável. Por isso, para falar sobre os desafios de envelhecer, adoecer e
morrer, precisamos colocar no centro de tudo o cuidado. Cuidar uns dos outros
e de si mesmos é o caminho para uma longevidade plena.

Todos os seres humanos dependem do cuidado para existirem. Assim que


nascem, as pessoas precisam de colo, de ser alimentadas, ninadas, seguradas.
Conforme crescem, ganham autonomia e uma ilusão de que não precisam mais
de cuidado. Mas, em algum momento da vida, o cuidado torna-se imprescindível
novamente. Seja por algum acidente, doença, envelhecimento. Ainda que se
tenha uma velhice saudável, os movimentos e a autonomia diminuem. Às vezes é
preciso de alguém que ajude a ir ao banco, a amarrar os sapatos, a tomar banho.
Às vezes o cuidado necessário é ainda mais básico: se alimentar, respirar. Cuidar
é uma ética que nos mantém vivos e humanos.

CUIDADOS COM
QUEM ENVELHECE
Com o aumento da população idosa, muitas famílias têm enfrentado um novo
desafio: organizar a rotina e as finanças para cuidar de uma pessoa que precisa
de ajuda. Mesmo que a pessoa mais velha esteja com saúde, muitas vezes a
mobilidade e a autonomia diminuem. Além disso, são necessários cuidados
como ir ao mercado, acompanhar em uma consulta médica ou levar para um
momento de lazer. Atividades cotidianas que antes eram feitas sem ajuda de
ninguém, passam a precisar de companhia.

Cada família encontra uma solução, dentro de suas condições materiais,


financeiras e afetivas. Mas será que estamos prontos para ter essa conversa para
além da intimidade da casa de cada um? É possível pensar em uma comunidade
de cuidado? Vizinhos, amigos, centros culturais, espaços comunitários de
convivência, de alimentação?

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A responsabilidade do cuidado com quem envelhece, quando deixada apenas
sob o encargo das famílias, tende a sobrecarregar especialmente as mulheres
- mães, filhas, sobrinhas e netas - que são a maioria a abandonar o emprego,
a modificar horários e assumir as obrigações com a pessoa idosa da família.
Quando o cuidado é compartilhado entre família, sociedade e Estado, ele se
torna um cuidado com todos: com quem cuida e com quem é cuidado.

Algumas famílias podem contar com a ajuda de um cuidador profissional, alguém


preparado e remunerado para o trabalho de cuidar de quem precisa de ajuda
conforme envelhece. Apesar de ser uma profissão cada vez mais necessária,
por conta do envelhecimento da sociedade, ainda não é uma profissão
regulamentada. Os cuidadores estão lutando para terem o seu reconhecimento
profissional. Para isso, é importante definir suas funções profissionais (o que
ele pode ou não fazer), garantir base salarial e jornada de trabalho.

A profissão consta da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério


do Trabalho, mas o projeto de regulamentação foi vetado pela Presidência da
República, em 2019, e o Congresso manteve o veto. Em 2023, o projeto voltou a
seguir em tramitação novamente.

CUIDADOS PALIATIVOS
Quando uma pessoa recebe um diagnóstico de doença que ameaça a
continuidade da vida, ela pode contar com um cuidado específico: o cuidado
paliativo. São cuidados multidimensionais - físico, emocional, familiar, social e
espiritual - oferecidos por uma equipe de diferentes profissionais da saúde para
dar suporte nesse momento da vida, tanto para o paciente quanto para a família.

A ideia é melhorar a qualidade de vida de quem adoece: aliviar o sofrimento


com a evolução da doença, ajudar a se preparar para a despedida e a morte, dar
sentido e valor para a vida e os afetos.

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Segundo a Organização Mundial de Saúde, cuidados paliativos é

“Abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes (adultos e


crianças) e suas famílias, que enfrentam problemas associados a doenças
que ameaçam a vida. Previne e alivia o sofrimento, através da identificação
precoce, avaliação correta e tratamento da dor e de outros problemas
físicos, psicossociais ou espirituais”.

O cuidado paliativo não é um diagnóstico médico, nem diz respeito a uma


fase específica de alguma doença. Também não é negado o uso de outros
tratamentos médicos. O que se olha, ao se tratar com cuidados paliativos, é a
pessoa doente, o que ela está enfrentando e quais são as melhores alternativas
entre o tratamento e a qualidade de vida.

Os cuidados paliativos são normalmente prestados por uma equipe de


profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, assistentes sociais,
psicólogos e outros especialistas, que trabalham em conjunto para prestar
cuidados abrangentes e adaptados às necessidades individuais do paciente.
Isso pode incluir controle da dor, controle dos sintomas, assistência nas
atividades diárias, apoio emocional e espiritual e ajuda na tomada de decisões
sobre o tratamento.

No site da Casa do Cuidar, um centro especializado em cuidados paliativos


fundado pela Dra. Ana Claudia Quintana Arantes, encontramos os princípios
que regem esse tratamento:

1. Respeitar a dignidade e autonomia dos pacientes.

2. Honrar o direito do paciente de escolher entre os tratamentos,


incluindo aqueles que podem ou não prolongar a vida.

3. Comunicar-se de maneira clara e cuidadosa com os pacientes, suas


famílias e seus cuidadores.

4. Identificar os principais objetivos dos cuidados de saúde a partir do


ponto de vista do paciente.

5. Prover o controle impecável da dor e de outros sintomas de


sofrimento físico.

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6. Reconhecer, avaliar, discutir e oferecer acesso a serviços para o
atendimento psicológico, social e questões espirituais.

7. Proporcionar o acesso ao apoio terapêutico, abrangendo o espectro


de vida através de tratamentos de final de vida que proporcionem
melhora na qualidade de vida percebida pelo paciente, por sua família
e seus cuidadores.

8. Organizar os cuidados de modo a promover a continuidade dos


cuidados oferecidos ao paciente e sua família, sejam estes cuidados
realizados no hospital, no consultório, em casa ou em outra instituição
de saúde.

9. Manter uma atitude de suporte educacional a todos os envolvidos


nos cuidados diretos com o paciente.

O cuidado paliativo é um direito humano - não um privilégio de quem pode pagar


- de ter tratamento digno ao enfrentar uma doença. Por isso é muito importante
que sejam definidas políticas públicas de acesso gratuito ao tratamento. Em
2018, o governo federal publicou uma resolução para uso no SUS. Para conhecer
os detalhes, acesse o site do Ministério da Saúde.

Saiba mais sobre cuidados paliativos:

Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP)

Cuidados paliativos: revolucionária forma de cuidar

Cuidados paliativos: aspectos jurídicos - Luciana Dadalto, Ana Carla


Harmatiuk Matos e outros

Manual de Cuidados Paliativos ANCP

Conheça o testamento vital: documento registrado em Cartório de Notas,


em que o/a paciente declara suas pretensões sobre seu tratamento futuro,
diante da possibilidade de estar incapacitado/a por enfermidade grave, para
expressar livremente sua vontade.
https://www.testamentovital.com.br/ e https://www.instagram.com/
lucianadadalto/

Testamento Vital. - Luciana Dadalto


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FAVELA COMPASSIVA
Outra iniciativa que pensa no cuidado como parte integral é a Favela
Compassiva. São coletivos organizados para o cuidado com pessoas
socialmente mais vulneráveis. Ela nasce dentro da própria comunidade e
é integrada principalmente por pessoas locais, que atuam para cuidar de
quem sofre com doenças graves e seus familiares.

É um jeito complementar de estar presente e ajudar a aliviar o sofrimento humano,


em situações de extrema vulnerabilidade. Em geral, as favelas compassivas
existem em bairros, favelas e comunidades vulneráveis. Não é um cuidado que
substitui os profissionais de saúde e o dever do Estado. É um laço de compaixão
entre pessoas para ajudar a atravessar tempos difíceis.

A Favela Compassiva tornou-se realidade graças ao trabalho de Alexandre Silva,


enfermeiro paliativista e professor universitário. Ele implantou as primeiras
comunidades nas favelas da Rocinha e do Vidigal, no Rio de Janeiro.

Saiba mais sobre Favela Compassiva

https://www.comunidadecompassiva.com.br/

Comunidades compassivas: um modelo de cuidado para o Brasil

Leia mais em:

Comunidades Compassivas

Instagram da Favela Compassiva

Instagram do Prof. Alexandre Silva

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O QUANTO CABE NO ENVELHECER

IDADISMO
Idadismo e etarismo são duas palavras para falar sobre a mesma coisa: o
preconceito contra pessoas mais velhas. Apesar de ser algo que acontece há
tempos, ainda não há uma definição de qual palavra é a melhor para descrever
essa discriminação e nenhuma das duas consta nos dicionários da língua
portuguesa. Aqui neste material iremos usar o Idadismo, mas entendemos que
o etarismo também representa o mesmo preconceito.

Os dois termos derivam do inglês “aging”, cunhado em 1969 pelo médico


gerontólogo e psiquiatra Robert Neil Butler, que diz respeito à discriminaçãode
pessoas ou grupos com base na idade desses indivíduos. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) define que idadismo são os estereótipos (como
pensamos), preconceitos (como nos sentimos) e discriminações (como
agimos) direcionados às pessoas, com base em sua idade.

O preconceito pode existir de diversas maneiras: falta de acesso a


espaços públicos, demissão compulsória de pessoas mais velhas, pouca
representatividade nas artes e na moda, barreiras de acesso ao lazer e à
educação, poucas oportunidades de autonomia financeira, ridicularização,
piadas e exclusão.

Com o envelhecimento da população, situações de idadismo estão


aumentando, deixando a parcela acima de 60 anos vulnerável e suscetível a
diversos problemas. É importante que empresas e Estado pensem em políticas
de inclusão e acesso específicas para os mais velhos. É uma maneira de garantir
direitos como a autonomia, a segurança e o acesso a serviços de saúde.

O idadismo pode acontecer de diferentes formas e em diferentes esferas:


• Idadismo institucional se refere às leis, regras, normas sociais, políticas
e práticas institucionais que restringem injustamente as oportunidades e
prejudicam sistematicamente indivíduos em função de sua idade.
•Idadismo interpessoal surge em interações entre dois ou mais indivíduos.

Saiba mais sobre idadismo:


https://vitat.com.br/etarismo/
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QUANDO FALAMOS EM IDADISMO, PRECISAMOS PENSAR EM:

MERCADO DE TRABALHO
Com o aumento do tempo de vida, como a sociedade e as empresas vão se
preparar para manter os empregos e a atividade criativa de pessoas mais velhas?
É uma prática comum, em diversas organizações, a demissão compulsória de
profissionais a partir de uma certa idade. Como se a idade fosse um atestado
da incapacidade de adaptar-se ou de produzir algo.

Mas além da extensão da vida - com inversão na pirâmide etária - as mudanças no


mundo do trabalho também estão aceleradas. A tecnologia, as transformações
nas relações de trabalho, o uso cada vez mais comum de Inteligência Artificial,
todas essas mudanças fazem com que mesmo profissionais jovens precisem se
adaptar e estudar constantemente. A capacidade de adaptação é algo que existe
em todas as idades. Qualquer pessoa, jovem ou velha, que não se mantiver ativa e
aprendendo, terá menos espaço no mercado de trabalho. Portanto, não deveria
ser a idade um fator que impedisse profissionais de continuar trabalhando.

Uma pesquisa realizada em 2022, pela plataforma Vagas.com, mostrou que uma
a cada quatro pessoas acima de 40 anos foi demitida por conta da idade. Cerca
de 24% perderam seus empregos por serem consideradas velhas. Segundo
relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mais
de 700 mil profissionais com mais de 50 anos perderam seus empregos durante
a pandemia.

Além de ser uma prática discriminatória e preconceituosa, a demissão de


pessoas mais velhas é contrária aos processos de diversidade e inclusão
que tantas empresas propagam. E uma equipe diversa é aquela que reflete a
sociedade em que vivemos. O público de mais de 50 anos é o que mais cresce
e é onde se concentra a maior taxa de desemprego. Profissionais mais velhos
não deveriam ter prazo de validade no mercado profissional.

POTÊNCIA DA
INTERGERACIONALIDADE
O encontro e a convivência entre pessoas de diferentes idades pode ser benéfico
para todos, inclusive para as empresas. Uma pesquisa da Associação Norte-

31
Americana de Pessoas Aposentadas (AARP) mostrou diversos benefícios da
intergeracionalidade no mercado de trabalho:

• Mais produtividade: pessoas mais velhas podem compartilhar


conhecimento, ajudar os mais novos na empresa a circularem no
ambiente corporativo, orientar, desenvolver talentos e trazer um olhar
mais experiente para enfrentar problemas.

• Mais oportunidades de negócios: empresas que refletem a


diversidade da sociedade tendem a estabelecer vínculos mais fortes
com os clientes e assim gerar mais vendas. Quando pessoas de
diferentes idades se enxergam nos produtos e nos vendedores, elas
são mais propensas a comprar. Além disso, ter pessoas mais velhas no
desenvolvimento de produtos ajuda a ter uma experiência de usuário
melhor.

• Mais inovação: quanto mais diferentes e diversas forem as equipes,


maior a probabilidade de inovação. Equipes multigeracionais
encontram soluções inovadoras.

• Fortalecimento dos negócios: empresas inclusivas são mais


resilientes e se recuperam mais rápido quando há uma crise
econômica, segundo a pesquisa norte-americana do Great Place To
Work.

• Melhora do PIB: com mais pessoas acima dos 50 anos trabalhando, o


PIB dos países cresce e melhora a economia de toda a sociedade.

O benefício de contratar profissionais 50+ não é apenas para esses indivíduos.


O impacto é positivo para toda empresa e a sociedade. Por isso, é preciso que
as organizações, especialmente as pessoas responsáveis pelas contratações,
trabalhem para reconhecer vieses inconscientes que impedem que pessoas
mais velhas sejam contratadas ou recolocadas, ou que desencorajam a criação
de vagas afirmativas.

Organizações como Fórum Gerações, Labora e Maturi podem ajudar empresas


que queiram fortalecer esse compromisso em aumentar a diversidade
geracional. Elas oferecem banco de currículos, formação, produção de conteúdo
e networking. Além de consultoria para as organizações.

32
Uma pesquisa publicada em 2022, realizada pela consultoria EY e pela Maturi,
demonstrou que quase 80% das empresas respondentes não possuem
políticas específicas e intencionais de combate à discriminação etária em seus
processos seletivos.

E as empresas que trabalham com diversidade, equidade e inclusão (DEI),


responderam que os temas principais são Gênero e Étnico/Racial (ambos com
75% de citações). Apenas 45% trabalham o pilar Etário/Geracional. Em um país
que envelhece rapidamente, esse pilar já deveria estar sendo considerado como
uma das prioridades.

Para conhecer todos os resultados da pesquisa, entre aqui.

Outros
materiais

Ebooks e pesquisas da Maturi

Artigos disponíveis no blog da Maturi. Acesse: https://www.maturi.com.br/


artigos

Vídeos de lives, podcasts, palestras e aulas no canal do YouTube da Maturi.


Veja em https://www.maturi.com.br/acoes-e-eventos e http://www.youtube.
com/@soumaturi

Lançamento pesquisa Tsunami Prateado Latam - Data8

Livro Economia da Longevidade - Dr. Jorge Félix

Livro Etarismo: Um novo nome para um velho preconceito - Fran Winandy

Livro As Múltiplas Faces da Velhice no Brasil - Anita Neri, Meire Cachioni e


Olga Von Simson

Artigo sobre carreiras com maior e menor probabilidade de sofrer impacto para
a automação - iDados - (em inglês) SciELO - Brasil - Automation and job loss:
the Brazilian case Automation and job loss: the Brazilian case

Estudo Retrato do Trabalho Informal no Brasil - Instituto Veredas, Fundação


Arymax e B3 Social

33
Estudo Retrato do Trabalho Informal no Brasil (vídeo de lançamento)

Livro Não aguento mais não aguentar mais: como os Millennials se tornaram
a geração do burnout - Anne Helen Petersen

Estudo sobre etarismo nas organizações - Maturi e EY

Mais dicas:
Foi dada a largada para a inclusão da diversidade geracional nas empresas

Dicas e informações do Labora

Site do Fórum Gerações


Gerando Sinergia | Fórum Gerações (forumgeracoes.com.br)

Empresa contrata funcionários com mais de 45 anos e absenteísmo despenca

Quando a sua história é um caminho de futuro

A potência da mulher 50+ para as empresas e sociedade

Diversidade geracional, uma causa que beneficia a todos

A era da diversidade geracional no mercado de trabalho

Filme Um Senhor Estagiário: conta a história de um homem mais velho que volta
ao mercado de trabalho, convivendo com pessoas mais jovens.

Filme Amor Sem Escalas (2009): um homem tem como função demitir pessoas
que estão mais velhas. Mas acaba tendo o seu próprio trabalho comprometido.

34
ECONOMIA PRATEADA
O aumento da população 50+ também criou um nicho de consumidores.
A chamada economia prateada representa produtos e serviços que são
consumidos por pessoas mais velhas. Também chamada de economia da
longevidade, no mundo, esse mercado já gera US$ 15 trilhões ao ano. No Brasil,
movimenta cerca de R$ 2 trilhões.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em


parceria com a Coalizão Global sobre o Envelhecimento (GCOA), apontou o que
é necessário para que a economia prateada se fortaleça e gere benefícios a
uma população cada vez mais numerosa:

• Reformas políticas para corrigir preconceitos sobre o envelhecimento


e combater as desigualdades no envelhecimento.

• Soluções tecnológicas para capacitar a população 50+ a construir


novos mercados.

• Criar novos produtos e serviços, apoiar práticas de trabalho e criar


comunidades conectadas

• Novas formas de financiamento para impulsionar o mercado


prateado: incentivar investimentos pode impulsionar a inovação e
o crescimento do mercado em coordenação com a filantropia e o
financiamento público.

• Pensar em novos modelos de carreira, mais flexíveis, com


requalificação para os mais velhos: essas mudanças na força de
trabalho podem levar a uma maior produtividade, mais empregos e
crescimento econômico.

A newsletter da The Shift, fez um apanhado de empresas que estão lucrando


com a longevidade. Segundo eles, desde 2015, 75 empresas com foco principal
na longevidade arrecadaram US$ 12,5 bilhões para financiar pesquisas sobre a
extensão e a qualidade da vida natural. Projeções apontam que essa nascente
indústria chegue a US$ 64 bilhões até 2026.

35
A inovação trazida por pesquisa e investimento em medicina e tecnologia pode
aumentar a quantidade e a qualidade dos anos de vida. Mas também faz crescer
a desigualdade de acesso.

Enquanto os muito ricos gastam parte de sua fortuna descobrindo a fórmula


mágica para frear o envelhecimento, milhões de pessoas lutam para acessar o
básico, como comida, teto e saúde. Em uma reportagem (em inglês) no Financial
Times eles são chamados de elite de idosos projetados (em tradução livre).

No Brasil, a SilverHub, uma aceleradora de startups focada no mercado da


longevidade, comemora um ano de vida neste início de 2023 se preparando para
uma nova rodada. A previsão é investir entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões na
aceleração de 15 a 20 empresas em estágio inicial, nos próximos 36 meses.

No Brasil, a SilverHub, uma aceleradora de startups focada no mercado da


longevidade, comemora um ano de vida neste início de 2023 se preparando
para uma nova rodada. A previsão é investir entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões
na aceleração de 15 a 20 empresas em estágio inicial, nos próximos 36 meses.

Saiba mais

Tsunami 60+

Economia Prateada

A Potência da Economia Prateada

Plataforma Hype 50+

36
Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem


Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

Vinicius de Moraes

37
O QUANTO CABE NO ENVELHECER

LONGEVIDADE
Acrescentar anos à vida e vida aos anos. Estamos caminhando para viver cada
vez mais. Como será a qualidade de vida? Como queremos passar esses anos
que temos pela frente? Como se preparar para viver plenamente? Quem estará
ao nosso lado? Uma vida longa requer cuidados para ser bem vivida. E esses
cuidados precisam abarcar toda a complexidade do que é ser humano: o corpo,
a mente, a vida espiritual, as relações e a capacidade de continuar sonhando e
criando.

Envelhecer não deve significar estar parado. Nem no tempo, nem na mente, nem
no corpo. É preciso se manter ativo e curioso. Há questões sobre a qualidade
do envelhecimento que dependem de escolhas individuais e de mudanças de
hábito.

O Plenae, um portal que reúne conteúdos de referência sobre bem-estar e


qualidade de vida, traz uma perspectiva de 6 pilares para uma vida plena ao
envelhecer:

1. Corpo - É preciso manter o olhar atento sobre seu Corpo, que é mais do
que o seu veículo: é a sua morada.

2. Mente - Não deixe para amanhã as questões da sua Mente, escute os


seus ecos internos e não se perca de si mesmo.

3. Espírito - É preciso, todos os dias, alimentar o seu Espírito, e manter as


suas crenças coordenadas e atuantes.

4. Relações - Fortalecer seus elos em suas Relações é colocar em prática


todo dia o que já dizia o poeta: é impossível ser feliz sozinho.

5. Contexto - Olhe ao seu redor: o que você vê? Tudo é o Contexto. Participe
mais ativamente de sua própria vida.

6. Propósito - Não ignore seu chamado, escute a voz interior, que ora
sussurra, ora grita: qual é o propósito que te faz levantar todos os dias?
38
Um olhar holístico e integral é essencial para a longevidade e a qualidade
de vida. As pessoas são seres complexos e que precisam ter todas as suas
demandas observadas e levadas em conta. Um projeto de longo prazo desenvolvido
pela Universidade de Harvard, chamado de Estudo do Desenvolvimento Adulto,
afirmou que pessoas que interagem com frequência com famílias, amigos e
comunidade são mais saudáveis e felizes. Já pessoas que sofrem com isolamento
social e solidão têm um risco de 30% de morte prematura, segundo o estudo.

Continuar desejando, fazendo planos, ter um motivo para acordar todos os dias.
Uma pesquisa feita por diversas universidades mostrou que pessoas que têm
um propósito de vida têm 30% menos chance de morrer e vivem, em média, dois
anos a mais.

Além do cuidado com as relações, com a mente e com o propósito, é preciso olhar
para o corpo. Mudar hábitos é essencial, mas não é uma jornada fácil. Pesquisas
já demonstraram - e seguem confirmando - que cuidar da alimentação, manter-
se em movimento, dormir bem e abandonar hábitos como fumar ou beber álcool
em excesso só traz benefícios. O corpo é a casa que cada um tem aqui na Terra,
precisamos cuidar bem dele.

Você já ouviu falar de Salutogênese? Salutogênese significa “origem da saúde”.


Focada na prevenção, é um caminho para envelhecer bem, segundo artigo de
Monica Rosales, presidente da Associação São Joaquim. É a aptidão do indivíduo
para viver com qualidade, resistir aos males, movido por um senso de coerência e
por outros valores subjetivos positivos. A ideia é enfrentar as situações adversas
da vida e ainda assim tornar-se flexível, interior e exteriormente. É buscar a
origem da saúde dentro de uma visão integral do ser humano. Segundo a autora:

“Para isso, é preciso manter o sentido de coerência interna. Desde a


infância, a criança deve aprender que o mundo deve ser compreendido,
que ele é significativo e valioso, e que pode ser manejado. A convivência
com os mais velhos, que passaram por situações duras e que mesmo
assim parecem estar de bem com a vida, é talvez uma das maiores fontes
de aprendizado. Pessoas idosas que por sua vez têm um sentido de valia
e pertencimento no meio em que atuam, certamente têm mais forças de
saúde renovadas.”

39
Saiba mais

Como manter um hábito saudável em uma rotina acelerada

Hábitos que fazem você viver mais e melhor

Salutogênese: um caminho para viver melhor

Como manter um novo hábito

O que a ciência tem a dizer sobre gratidão

Precisamos falar de amor

TeDx sobre Longevidade

Como acordar melhor

Como alimentar a sua fé

Como ser mais resiliente

Planner semanal para bons hábitos

Desafios para melhorar sua saúde mental

Podcast com histórias inspiradoras, conselhos de especialistas e dicas


culturais. Disponível em todos os tocadores, como: Spotify | Google | Apple |
Deezer

Podcast do Plenae:
Geraldo Rufino: história de superação, sonho e prazer em ajudar ao próximo

Veruska Boechat: fala sobre os aprendizados que o luto trouxe para a vida dela

40
Adriana Barbosa: a empreendedora organiza o maior evento de cultura negra da
América Latina e muda não só a sua mas a realidade de outras pessoas também

Pedro Pimenta: um novo olhar para a vida. ‘’ De 1% de chance de sobrevivência a


100% de independência’’

Eduardo Lyra: o empreendedor fez de uma infância difícil o combustível para alçar
voos e mudar realidades

Podcast “De bem com você” por Vitat:


Vida Saudável: afinal, o que é isso?
Estresse: maneiras de controlar a mente em tempos difíceis
Hábitos: pequenos hábitos saudáveis para mudar hoje

Alimentação e longevidade

Os melhores exercícios para a longevidade

Porque controlar o estresse é importante para a saúde

Atividade física para os idosos

41
A cada chamado da vida, o coração deve estar pronto para a
despedida e para novo começo, com ânimo e sem lamúrias.
Aberto sempre para novos compromissos. Dentro de cada
começar mora um encanto que nos dá forças e nos ajuda
a viver.

Hermann Hesse
42
42
SEXUALIDADE
Há quem acredite que, ao envelhecer, as pessoas deixam de ter libido e de
exercer a sua sexualidade. Falar sobre sexo entre pessoas mais velhas ainda
é considerado um tabu. É preciso ressignificar a sexualidade e a velhice. As
mudanças no corpo são inevitáveis: hormônios, mobilidade, performance. Por
esse motivo, especialistas afirmam que é preciso olhar a sexualidade de uma
forma holística e sem estereótipos.

Quais são as fontes de prazer físico e emocional? Cada pessoa traz consigo
uma história que mistura sentimentos de ternura, afeto, excitação, aceitação.
As formas de prazer mudam em cada fase, mas sempre é preciso encontrar
maneiras prazerosas de estar no mundo e na relação com o outro. Viver
plenamente o seu desejo também é uma maneira de longevidade. E não precisa,
necessariamente, ser o ato sexual. Pode envolver carinho, beijos, afeto, toque,
cheiro, companhia.

Como em todos os momentos da vida, é importante tomar alguns cuidados


com a saúde sexual e evitar doenças. O uso de preservativos, de lubrificantes
e a realização de exames regulares para checagem da saúde são essenciais.
Nos últimos anos houve um aumento de casos de doenças sexualmente
transmissíveis entre pessoas idosas. Além do cuidado individual, é importante
que o Estado promova campanhas de saúde com esse foco, voltadas para a
população mais velha.

Saiba mais

Filmes sobre sexualidade na velhice:

Saraband, do cineasta sueco Ingmar Bergman. No drama, Marianne decide


impulsivamente ir visitar seu ex-marido, de quem se separou há 30 anos.

O Amor é Estranho , longa dirigido por Ira Sachs, traz a história de Ben e George,
um casal que vive junto há 39 anos e que finalmente se casa quando o casamento
de pessoas do mesmo sexo é legalizado em Nova York.

43
O brasileiro Em Três Atos, de Lucia Murat, conta o drama que traz Nathalia
Timberg e Andréa Beltrão no elenco e trata sobre uma intelectual idosa que
é confrontada com questões ligadas à finitude da vida. A partir da dança
contemporânea, o filme apresenta uma bailarina de 85 anos e uma jovem
bailarina em seu auge, com diálogos inspirados nos escritos de Simone de
Beauvoir sobre a velhice e a morte.

Envelhecer: sexualidade

Acende a Luz

Leia mais:

Doenças sexualmente transmissíveis na terceira idade

Artigos científicos sobre envelhecimento

Sexualidade na Terceira Idade

A sexualidade na velhice

Amor e sexualidade na velhice

Fronteiras de gênero e a sexualidade na velhice

Precisamos falar sobre sexualidade

BELEZA E PADRÕES ESTÉTICOS


Vivemos em uma sociedade que valoriza a juventude e seus padrões estéticos.
O envelhecimento pode trazer uma outra questão: como enxergar beleza em
um corpo que não é jovem? Os padrões mudam de acordo com o gênero, sendo
mais cruéis para as mulheres, que têm seu valor também associado à beleza
estética.

44
Enxergar no espelho rugas, corpo mais flácido, alguns quilos a mais, pele
ressecada - todos fenômenos comuns e naturais do envelhecimento físico -
pode mexer com a autoestima e o senso de pertencimento. O sujeito também
é seu corpo e as transformações trazem impacto real sobre como as pessoas
se vêem e nas relações sociais. Por isso, é importante fazer novas perguntas e
encontrar outras referências. O que é a beleza? Como se reconhecer belo/bela
com o passar dos anos? Quem são as pessoas com 50+ que ocupam espaços
de moda, beleza e estética? Quais são as empresas que estão empenhadas em
fazer produtos para quem envelhece?

Aos poucos, mais homens e mulheres acima de 50 anos estão se colocando


na conversa sobre estética e beleza. Encontrar a sua forma de estar bem com
seu corpo e sua beleza, independentemente da idade ou forma física, traz bem-
estar e contentamento. Em qualquer idade.

Saiba mais

Documentário Branco e Prata

Beleza Pura: o movimento das mulheres 50+

Até quando mulheres 50+ serão valorizadas por padrões de jovens?

Ressignificar o padrão de beleza

Padrões de beleza

Percepção estética do envelhecimento

45
A cada chamado da vida, o coração deve estar pronto para a
despedida e para novo começo, com ânimo e sem lamúrias.
Aberto sempre para novos compromissos. Dentro de cada
começar mora um encanto que nos
dá forças e nos ajuda a viver.

Hermann Hesse

Nisto erramos: em ver a morte à nossa frente, como um


acontecimento futuro, enquanto grande parte dela já ficou para
trás. Cada hora do nosso passado pertence à morte.
Sêneca 46
46
O ENVELHECIMENTO
NO CONTEXTO
GLOBAL
Você sabe o que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da
ONU?

São 17 Objetivos estabelecidos pelos Estados Membros da ONU como


fundamentais para transformar nosso mundo até 2030: uma agenda mundial
para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar para todos,
proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas. Tudo isso sem
deixar ninguém para trás.

Nós da Maria Farinha Filmes sempre conectamos nossas produções aos ODS. É
uma forma de contar para mais pessoas o que são esses objetivos e como eles
podem ser colocados em prática a partir dos temas e discussões dos nossos
filmes.

O filme “Quantos dias. Quantas noites” se conecta com as seguintes ODS:

A preparação para o envelhecimento da população é vital para a realização da


Agenda 2030 integrada, para isso é preciso não apenas abordar a exclusão e a
vulnerabilidade de pessoas idosas em relação aos seus grupos sociais, mas
também ir além de tratar todos os idosos como um grupo vulnerável: eles
devem ser reconhecidos como agentes ativos do desenvolvimento social, a fim
de alcançarmos uma realidade verdadeiramente transformadora, inclusiva e
com resultados para o desenvolvimento sustentável.

47
Década do Envelhecimento Saudável nas
Américas (2021-2030)

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou, em dezembro de 2020, o


período de 2021 a 2030 como Década do Envelhecimento Saudável. Uma
iniciativa global que reúne governos, sociedade civil, agências internacionais,
profissionais, pesquisadores, empresas e meios de comunicação para, juntos,
pensarem em estratégias de melhoria da vida de pessoas idosas, suas famílias
e comunidades.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lidera a agenda concentrada


da Década do Envelhecimento Saudável nas Américas 2021-2030. Analisando o
cenário brasileiro de 2023, a OPAS listou ações do contexto brasileiro que podem
contribuir para apoiar a situação global. Para saber mais, entre no site oficial.

Além disso, o UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, agência da


ONU que cuida das questões populacionais, publicou um estudo sobre
envelhecimento, destacando os desafios e as celebrações. Em seu relatório
de populações mais recente, “8 Bilhões de Vidas, Infinitas Possibilidades: Em
defesa de direitos e escolhas”, publicado em 2023, destaca as oportunidade
e desafios em um planeta desigual, onde as pessoas estão vivendo vidas mais
longas e saudáveis e desfrutando de mais direitos e escolhas do que nunca.

Conheça iniciativas no Brasil que cuidam de pessoas idosas


e que precisam da sua ajuda para continuar a existir:

Associação São Joaquim

Associação das Amigas da Jova Rural

Instituto Velho Amigo

Grupo Gaia

Favela Compassiva

Aliança Pró-Saúde da População Negra

48
NOTA DOS
APOIADORES

Família Pipponzi

Rápido ou devagar, pouco ou muito, sem aviso ou de repente:


todos nós, seres humanos, vamos, em tese e com sorte,
envelhecer. Ainda assim, aterrorizados pelo fantasma da
velhice e dotados de informação, vivemos em uma sociedade
na qual viver por mais tempo precisa ser com menos cabelo
branco, menos pele enrugada e mais disposição física; e não
com mais autonomia, mais produtividade e mais propósito.
Nossa sociedade desigual, que forma mais cirurgiões plásticos
do que geriatras e não discute a fase terminal da vida, não
entendeu a importância de se preparar para o envelhecimento
de seus indivíduos. Este filme nasce da vontade de colocar
uma nova luz sobre essas questões e enfrentar com decência
e clareza os desafios do envelhecimento saudável.”

Marta e Família Pipponzi

49
49
RD-RaiaDrogasil

Nos últimos anos, a RD-RaiaDrogasil cresceu conquistando


novas fronteiras e ajudando milhões de brasileiros a enfrentar
os seus desafios de saúde.
Nesse período, entendemos que a nossa vocação de empresa
de saúde vai muito além do físico. Até 2030, queremos ser o
grupo que mais contribui para uma sociedade mais saudável.
Para isso precisamos ampliar a forma como colocamos em
prática nossas fortalezas: o cuidado com as pessoas e a
capacidade de construção do futuro.
É assim que a RD vem trabalhando pela saúde integral, física,
mental, social e ambiental, pela diversidade e inclusão e pela
valorização das pessoas. Estamos engajados em fazer, cada
vez mais, por uma sociedade mais saudável.
O apoio ao filme Quantos dias. Quantas noites tem tudo a ver
com o nosso propósito, porque acreditamos que o futuro só
será possível com pessoas mais saudáveis, negócios mais
saudáveis e um planeta mais saudável.’’

Giuliana Ortega
Diretora de Sustentabilidade do RD-RaiaDrogasil

50
ASHOKA

A mudança demográfica no Brasil e no mundo aponta


diretamente para a necessidade e a oportunidade de
entendermos como as pessoas planejam e vivem o
envelhecimento, e como a sociedade cria oportunidades
para mantê-las integradas, saudáveis e contribuindo. A
comunidade Ashoka tem trabalhado para que todas as
pessoas cultivem a capacidade de encontrar propósito,
segurança e bem-estar na jornada do envelhecimento.
O filme Quantos dias. Quantas noites nos convida a fazer
uma reflexão profunda sobre o tema e abre caminhos para a
construção de novas ideias que podem transformar a forma
como entendemos e vivemos o envelhecimento.”

Maria Clara Pinheiro


Colíder de Nova Longevidade da Ashoka

51
UNFPA

Dados globais indicam que, até o ano de 2050, cerca de 80%


das pessoas com 60 anos ou mais viverão em países em
desenvolvimento.
O envelhecimento não é apenas impulsionado pela queda nas
taxas de fecundidade, os avanços médicos e as melhorias
na saúde e na nutrição também contribuem para uma
expectativa de vida mais longa. Os resultados dessas grandes
conquistas devem servir de base para garantirmos que, à
medida que envelhecemos, a qualidade de vida também
seja mantida em todo o mundo. O UNFPA apoia os países no
fortalecimento da resiliência demográfica, desenvolvimento
de políticas abrangentes de população, com base na
inteligência demográfica e nos compromissos com os
direitos e escolhas reprodutivas e com a igualdade de gênero.
Trabalhamos com governos, sociedade civil e setor privado
para uma distribuição mais igualitária de responsabilidades
de cuidado entre homens e mulheres, promovendo o
envelhecimento saudável e edificando sociedades para
todas as idades.”

Florbela Fernandes
Representante do UNFPA no Brasil

52
Instituto Beja

O Instituto Beja tem o prazer de apoiar o filme Quantos


dias, Quantas noites. Uma das causas do Instituto Beja é a
geração de renda para as pessoas com mais de 50 anos e
enxergamos nessa causa uma tendência que veio pra ficar,
a longevidade. Ao mesmo tempo, estamos num país que
precisa melhorar o sistema de saúde, o apoio à saúde mental
e a empregabilidade dessas pessoas, para que possam ter
mais dignidade. Achamos o filme maravilhoso como forma de
propagar e disseminar essa causa e mostrar sua importância.
Estamos muito felizes com esse lançamento e em fazer parte
desse movimento.”

Cristiane Sultani
Presidente e Fundadora do Instituto Beja

53
Movimento inFinito (@infinito.etc)

Se eu morrer...
Já ouvi este comentário em diferentes contextos e muitas
vezes seguido pelo clássico “a morte é a única certeza
que temos”. Vivemos entre a certeza(?) e essa esperança
fantasiosa em relação ao nosso fim.
E essa esperança fantasiosa do “se eu morrer” vem sempre
acompanhada da descrição de uma morte idealizada
que acontecerá em um momento muito longínquo da vida,
durante um sono gostoso em casa e sem nenhum
sofrimento.

Porém dados globais nos mostram que apenas 12% das


pessoas irão morrer repentinamente. As outras 88% irão
vivenciar o processo de morte lidando com diagnósticos
como câncer, Alzheimer, Parkinson e outras doenças
degenerativas. Ganhamos muitos anos de vida e todo esse
espectro e realidade dos diagnósticos.

Segundo artigo de 2015 da revista The Economist, “Best


and Worst Place to die”, o Brasil figura em uma posição nada
privilegiada. Estamos em 42º lugar e dois critérios se destacam:
baixa prescrição per capita de morfina para alívio de dor e o
número de profissionais atuando em Cuidados Paliativos, que
são profissionais preparados para CUIDAR do paciente que
vive uma doença grave que coloca sua vida em risco.

O Movimento inFINITO tem como propósito colocar o Brasil


entre os 10 países com melhor qualidade de morte no mundo
e, para isso, atuamos em diferentes frentes promovendo
conversas sinceras sobre viver e morrer. O documentário
Quantos dias. Quantas noites é fundamental nesse processo,
pois nos convida de forma pungente para esse diálogo e se
junta ao nosso movimento de construção de repertório e
oportunidades de diálogo sobre esse assunto fundamental
para nossa vida.”

Tom Almeida
Fundador do Movimento inFINITO

54
Plenae

Nossos hábitos impactam diretamente a qualidade de vida


e a longevidade onde queremos chegar. Essa é a missão do
Plenae: preparar as pessoas para que elas tenham uma vida
melhor, começando em qualquer estágio. Essa é a verdade
que o casal Geyze e Abilio, nossos fundadores, acreditam, e
toda a nossa equipe também. Esse filme se conecta com a
nossa missão dessa maneira. É mais um formato que possui
justamente o mesmo objetivo. O amanhã começa hoje e esse
futuro só depende de você e de suas escolhas.”

Ligia Korkes,
Diretora do Plenae

55
Associação São Joaquim de Apoio à Maturidade

O filme contribui colocando luz na questão do envelhecimento


da nossa sociedade.
Envelhecer é uma conquista, uma fase importante do ciclo da
vida. Fase essencial para a biografia de cada ser e, porque não
dizer, determinante da história que estamos consolidando
a respeito da presença dos seres humanos na Terra.
Sustentabilidade está ligada com a longevidade. É tempo de
pensar no sentido da velhice e de valorizar a vida. E também
de cuidar da urgência que é garantir dignidade para todas as
velhices, fazendo valer de fato os direitos das pessoas idosas
no Brasil.”

Lia Nasser Marques


Comunicadora na Associação São Joaquim de
Apoio à Maturidade

56
Viver sem tempos mortos

(…) Não mais me deitar no feno perfumado ou deslizar na neve


deserta.
Onde eu exatamente me encontro?
O que me surpreende é a impressão de não ter envelhecido,
embora eu esteja instalada na velhice.
O tempo é irrealizável.
Provisoriamente o tempo parou para mim.
Provisoriamente.
Mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como
também não ignoro que é o meu passado que define a minha
abertura para o futuro.
O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo
ultrapassar.
Portanto, ao meu passado, eu devo o meu saber e a minha
ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a
minha cultura e o meu corpo.
Hoje, que espaço o meu passado deixa para a minha liberdade
hoje? Não sou escrava dele.
O que eu sempre quis foi comunicar unicamente da maneira mais
direta o sabor da minha vida. Unicamente o sabor da minha vida.
Acredito que eu consegui fazê-lo.
Vivi num mundo de homens, guardando em mim o melhor da
minha feminilidade.
Não desejei e nem desejo nada mais do que viver sem tempos
mortos. (…)

Trecho da peça “Viver sem tempos mortos”, inspirada na


correspondência de Simone Beauvoir e Jean-Paul Sartre. A peça
foi protagonizada por Fernanda Montenegro pela primeira vez
em 2012 e reapresentada em 2018.

57
Outras Referências:

Desigualdades Raciais no Envelhecimento - Estudo Cebrap

Guia de combate ao Etarismo

Grupo Assistencial Multidisciplinar do Idoso Ambulatorial

Envelhecimento no Século XXI

Público 50+ é foco de plataforma de conteúdo digital

Cinco dicas para ter uma comunicação eficaz com os 50+

Getty Images lança coleção contra o esterótipo de idosos

Influenciadores acima dos 50 anos mostram que não há idade para se


reinventar

Boticário tem projeto para tornar influenciadoras mulheres com mais de 40

Mulheres Ageless

A existência elástica é a existência do sentir

O dia que minha mãe envelheceu

Cris Guerra e manifesto contra Porta dos Fundos

Jorge Grimberg sobre termo Ageism

Perfil da Consuelo Blocker

De Camila Faus e Fê Guerreiro nasceu SHEt.

#mulheresde45mais60menos

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Plataforma digital promove uma seleção de conteúdos, experiências e
benefícios atualizados diariamente e garimpados visando a inclusão e
visibilidade de um público que viveu o suficiente para saber que merece
nada menos do que o melhor

Influenciadores digitais 50+

Márcia Tiburi recebe o historiador e mestre em ciências da religião Vagner


Marques e a atriz e cantora Roberta Estrela D’Alva para falar sobre a morte
e a finitude da vida. Durante o programa, a morte é analisada através dos
aspectos éticos, sociais, econômicos e políticos. Todos eles refletem a
dificuldade da sociedade contemporânea experienciar os ciclos, o tempo
das coisas e lidar com a finitude da vida

Setsuko Saito é uma modelo sênior e a prova de que não existe idade certa
para a moda

Economia prateada: como o novo idoso está consumindo?

Influenciador Geraldo Rufino\Instagram

Relatório Kantar sobre os “Masters”, um público economicamente ativo,


aberto ao uso de novas tecnologias e pronto para consumir conteúdo, bens
e serviços

Tempo sem limite: o valor de profissionais experientes como Tom Brady

Influenciadores da terceira idade brilham durante a pandemia

Vovó também transa

Idoso, velho ou grupo de risco? A pandemia depois dos 60

Influenciadores virtuais devem envelhecer

Covid rouba dois anos da expectativa de vida dos brasileiros

Nestlé aposta em influenciadores com mais de 50 anos

O que é etarismo e como a discriminação por idade impacta a vida de idosos

Não valorizamos os cuidadores porque não valorizamos as pessoas que são


cuidadas por eles

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Mórris Litvak e Andrea Tenuta (Maturi) - Podcast 50 Mais - #18
Como incentivar as empresas a contratar funcionários com mais de 50 anos?
Fábio Atui e Fernando Rocha conversam com Mórris Litvak e Andrea Tenuta,
da Maturi, empresa que ajuda pessoas maduras a continuarem ativas no
mercado de trabalho.

Portugal aposta na atualização de profissionais mais velhos para o mercado


de trabalho

Assembleia Geral da ONU declara 2021-2030 como Década do


Envelhecimento Saudável

“Velhofobia”, “velheuforia” e “velhautonomia”: as diferentes maneiras de


encarar o envelhecimento

A revolução das velhas ridículas

Por que o envelhecimento ainda nos perturba tanto?

Influencers acumulam um milhão de views no Instagram com série sobre


envelhecimento

Idade é motivo de demissão de um em cada quatro profissionais, diz


pesquisa

Longevidade de negros em relação a brancos piora em 20 anos no Brasil

Idosos consomem R$ 1,6 tri por ano, mas ainda não são foco das marcas,
dizem especialistas

Os idosos estão dominando o WhatsApp, Instagram e Youtube

A cultura jovem está entrando em seu futuro de idade plana

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Outros Livros:

Longevidade: como se preparar para uma longa e bem sucedida - Clovis


Dattoli

Corpo sem idade, mente sem fronteiras - Dr. Deepak Chopra

O olho da rua - Eliane Brum

The philosophy of loyalty - Josiah Royce

Mortais, Atul Gawande

Artigos, Podcasts, Documentários, Filmes


e Redes Sociais:
Projeto Fotográfico Embaúba: @embaubaprojetofotografico

Episódio “Sardenha” da série Down to Earth (Netflix)

Da Velhice e da Morte

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Materiais em inglês:
Iniciativa da ASHOKA sobre a Nova Longevidade

Vídeos para o programa da PBS nos EUA (Brief But Spectacular):


Marc Freedman, CoGenerate
Emi Kyota, Ibasho
Ole Kassow, Cycling Without Age
DY Suharya, Alzheimer’s Indonesia
Bill McKibben, Third Act

Age-Friendly Employer Pledge do Centre for Ageing Better (Inglaterra) –


documento para guiar empresas que estão apoiando a empregabilidade de
pessoas 50+

Relatório da AARP e Economist Impact com ideias/soluções globais para


promover envelhecimento saudável.

Relatório do Instituto de Saúde da Mckinsey com tendências e importantes


mudanças que devem acontecer no campo da longevidade.

Death Café

Podcast sobre “Backcasting”

“I am not going to color my hair just so I can stay relevant”.

Blue Zones

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FICHA TÉCNICA:

Uma produção MARIA FARINHA FILMES Produção Executiva FLAVIA DORIA,


GEISA FRANÇA, MARIANA MECCHI,
Idealizado por MARTA PIPPONZI TAÍS CAETANO

Montagem ANDRÉ FINOTTI Produzido por ANA LÚCIA VILLELA,


ESTELA RENNER, LUANA LOBO,
Montagem Adicional KEILY J. ESTRADA, MARCOS NISTI, MARIANA OLIVA
NATARA NEY, MARIANA MORAES
Direção e roteiro CACAU RHODEN
Direção de Fotografia VITOR AMATI

Trilha Sonora Original CONRADO GOYS

Uma produção: Apresentam:

Apoio institucional: Apoio:

Realização:

Rede de impacto

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Uma produção

MATERIAL DE APOIO DO DOCUMENTÁRIO

www.quantosdiasquantasnoites.com
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