História Da Paraíba - PMPB
História Da Paraíba - PMPB
História Da Paraíba - PMPB
2. Exercícios
3. Gabarito
1-C
2-A
3-C
- A Criação Da Capitania Da Paraíba
A Capitania de Itamaracá (Antiga
Ortografia: Capitania de Tamaracá) foi
uma das quinze divisões originais do
território brasileiro entregues a
donatários em regime de
hereditariedade. A capitania foi doada a
Pero Lopes de Sousa, em 1534. O
território da capitania estendia-se
desde a linha imaginária de Tordesilhas
até a costa, tendo como limite norte a
Baía da Traição (Paraíba) a Igarassu
(Pernambuco).
GABARITO:
1-A
2-B
3-B
AS EXPEDIÇÕES DE CONQUISTA DA PARAÍBA I
1. CRIAÇÃO DA CAPITANIA DA PARAÍBA
Em 1540, foi nomeado João Gonçalves como administrador real, mas este
só chegaria em 1548.
2
A capitania da Paraíba foi criada depois, após o declínio de Itamaracá
2. EXERCÍCIOS
3
C) Acreditavam que a presença de religiosos contribuiria para a
catequização e a “pacificação” das aldeias indígenas das proximidades,
garantindo a segurança da população branca.
3. GABARITO
1-A
2-B
3-A
4
AS EXPEDIÇÕES DE CONQUISTA DA PARAÍBA
1. HISTÓRICO
2
▸ TEXTO I
▸ TEXTO II
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
2. EXERCÍCIOS
3
d) transposição direta das categorias originadas no imaginário
medieval.
02. “A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras;
convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de
espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira
vivem desordenadamente; sem terem, além disto conta, nem peso,
nem medida.”
GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que
vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).
d) a ausência de artesanato.
4
3. GABARITO
1. C
2. D
3. A
5
OS EUROPEUS NA PARAÍBA
1. POPULAÇÕES INDÍGENAS
Havia ainda um terceiro grupo: o dos tarairiús, que era conhecido como
cariris. Como eles ficaram, deram apoio aos holandeses e participaram da
guerra contra os portugueses, foram praticamente execrados,
considerados selvagens e foram desprezados. Esse grupo era muito
pequeno.
2
Quando os portugueses começaram a entrar para o sertão, começaram a
lutar contra os tarairiús, que tinham sido aliados dos holandeses. Mesmo
depois da guerra dos holandeses, quando foram feitas as pazes, o Tratado
de Paz feito entre o Brasil e a Holanda não citava o perdão aos índios
tarairiús. Janduí exigiu e os governos português e holandês tiveram que
aceitar, dando perdão a Janduí, que era o cacique tarairiú. Porém, o
governador André Fernandes Vieira não tolerava esses índios, os quais
havia combatido, chegando a aprisionar alguns deles aqui e os mandar
para Portugal; mas a Coroa os devolvera, porque já havia feito as pazes.
Nestes cem anos de guerra, quase foi dizimada praticamente quase toda a
população tarairiú. Existe apenas um remanescente tarairiú, que está em
Pernambuco, na serra de Ararobá, próximo a Pesqueira, com o nome de
sucurus. Existem lá cerca de 3.000 índios. Eles já perderam a língua de
origem, restando apenas algumas palavras.
3
Sacramento, o primeiro bispo de Pernambuco, foi catequizar esses índios
logo depois da saída dos holandeses e os trouxe para Pernambuco, em
Limoeiro; depois conseguiu com João Fernandes Vieira e outros, as terras
da serra de Ararobá, onde estão até hoje os remanescentes dos sucurus da
Paraíba e do Rio Grande do Norte.
Sobre esses índios, já foram coletadas algumas palavras da sua língua por
alguns membros da Fundação do Índio; outras palavras, já haviam sido
coletadas por Nimiendaju, e eu pude coletar um vocabulário de mais ou
menos 200 palavras para comparar com os outros topônimos tarairiús das
sesmarias, para verificar algo mais sobre a Língua.
4
2. EXERCÍCIOS
01. A fundação, no final do século XVI, de conventos e mosteiros na
Paraíba, então denominada Filipéia de Nossa Senhora das Neves, foi
vista com bons olhos pelos colonos, pois estes
5
3. GABARITO
1. D
2. E
6
POPULAÇÕES INDÍGENAS NA PARAÍBA
1. A PRESENÇA HOLANDESA NA PARAÍBA
Portugal, desde 1580, estava sob domínio espanhol; e consequentemente,
também o Brasil. A instalação da empresa açucareira no Brasil contou com
a participação holandesa desde o financiamento das instalações até a
comercialização no mercado europeu. Assim, quando Felipe II proibiu a
manutenção dessas relações comerciais, tirou dos holandeses uma grande
fonte de lucros, levando-os a reagirem com a invasão ao Nordeste
brasileiro. Para isso, os holandeses organizaram uma Companhia – a
Companhia das Índias Ocidentais – e decidiram invadir a capital em 1624.
Prenderam o Governador Geral e o enviaram para a Holanda.
Felipe II e os Holandes
Sempre em Disputas Pela
Europa
( Concorrências açucareiras )
- EXERCÍCIOS
3
e) a exclusão da holanda da economia açucareira e a mudança de
interesses da Companhia das Índias Ocidentais
- GABARITO
1-B
2-E
3-C
4
NOMENCLATURA HISTÓRICA DA PARAÍBA
1. PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA
O Brasil recebeu visitas de inquisidores, cujo objetivo era investigar
comportamentos e inibir qualquer prática alheia aos princípios
estabelecidos pela igreja. Historicamente, se fala em três ou quatro visitas:
a primeira entre 1591 e 1595, a segunda entre 1618 e 1621, a terceira entre
1627 e 1628 e a quarta, supostamente, entre 1763 e 1769. O primeiro
inquisidor do Brasil se chamava Heitor Furtado de Mendonça. Os
inquisidores, por sua vez, nomearam clérigos, que seriam os responsáveis
pelo controle de hábitos e de costumes nessa colônia portuguesa, cujo
objetivo principal era exterminar qualquer prática adversa do catolicismo.
Não só os padres eram orientados a observar o comportamento dos fiéis,
mas também qualquer pessoa, as quais poderiam acusar outras; inclusive
anonimamente, o que propiciava a vingança entre vizinhos ou parentes
em decorrência de desavenças cotidianas. Havia uma lista preparada pela
igreja, especificando o que era considerado crime de heresia, como
feitiçaria, práticas judaicas, bigamia, adultério, sodomia, entre outros.
Assim, os principais perseguidos - considerados hereges (ameaça para a
doutrina cristã) - eram curandeiros e especialmente judeus convertidos
(cristãos novos - pois se acreditava que mantinham às escondidas seus
costumes religiosos).
Vale lembrar que os primeiros habitantes do Brasil eram os índios, cujas
práticas de cura de enfermidades iam sendo disseminadas pelos novos
habitantes. Tais práticas influenciaram os curandeiros, então perseguidos.
No que diz respeito aos cristãos novos (judeus), eles tinham sido obrigados
a se converter em Portugal. Porém, como muitos deles fugiram para o
Brasil, Portugal acreditava que, distantes, teriam a oportunidade de
regressar ao judaísmo, praticando e disseminando sua fé.
Desde que houvesse suspeitas, os clérigos nomeados abriam processos
para os acusados (houve cerca de mil casos no Brasil). Em seguida, as
pessoas eram presas - muitas vezes sem conhecer o crime de que eram
acusadas - e eram extraditadas para Portugal, onde eram julgadas e
torturadas através de métodos como a roda, polé ou mesmo morte na
fogueira.
2
roda: instrumento de tortura. O réu era amarrado com as costas na parte externa da roda. Sob a
roda, colocavam-se brasas incandescentes. O carrasco, girando lentamente a roda, fazia com que
o réu morresse praticamente "assado". Podendo no lugar das brasas colocarem agulhões que
estraçalhavam os membros inferiores.
polé: consistia de uma roldana presa no teto, onde a vítima era suspensa, com pesos nos pés,
deixando-a cair em brusco arranco sem tocar no chão.
3
2. EXERCÍCIOS
01. Realizada a emancipação política em 1822, o Brasil como Estado:
a) surgiu pronto e acabado, em razão da continuidade dinástica, ao
contrário do que ocorreu com os demais países da América do Sul.
b) sofreu uma prolongada e difícil etapa de consolidação, assim como
ocorreu com os demais países da América do Sul.
c) vivenciou, tal como ocorreu com o México, um longo período
monárquico e uma curta ocupação estrangeira.
d) desconheceu, ao contrário do que ocorreu com os Estados Unidos,
guerras externas e conflitos internos.
e) adquiriu um espírito interior republicano muito semelhante ao
argentino, apesar da forma exterior monárquica.
4
03. O processo político de emancipação do Brasil desenvolveu-se
dentro de condições bastante especiais, dentre as quais é correto
assinalar:
a) A presença de D. Pedro I, como regente do trono, estabelecia a
possibilidade de uma separação entre Portugal e Brasil; sem, contudo,
romper radicalmente com o regime monárquico.
b) As primeiras notícias chegadas ao Brasil sobre os acontecimentos do
Porto deflagraram, em todas as províncias brasileiras, movimentos de
repúdio à revolução lusa, formando-se “Juntas Constitucionais”.
c) A Revolução do Porto, fundamentada em ideias liberais, tinha entre
seus objetivos a reforma constitucional portuguesa e a emancipação
política de suas Colônias, entre elas, o Brasil.
d) Nas Juntas Constitucionais formadas por brasileiros e portugueses,
nas quais os brasileiros eram em maior número, havia a firme decisão de
não se acatarem as resoluções tomadas pelas cortes em Lisboa, o que
contrariava os interesses lusos.
e) Com relação ao Brasil, os revolucionários portugueses do Porto
mantinham a coerência com os postulados liberais, mostrando-se
intransigentes defensores da emancipação política brasileira.
3. GABARITO
1. B
2. B
3. A
5
A SANTA INQUISIÇÃO E A PARAÍBA
2
2. EXERCÍCIOS
01. Contando, em 1774, com uma população total de 52.000
habitantes em toda capitania, a Paraíba tornou-se presa para o Tribunal
do Santo Ofício. Especialistas sustentam que ela fora a capitania mais
perseguida pela instituição, depois do Rio de Janeiro. No Brasil, a
Inquisição significou mecanismo do Pacto Colonial, ou seja, de
transferência de riqueza de Colônia para a Metrópole.
(José Octávio de Arruda Mello. História da Paraíba, lutas e resistência. Paraíba, Conselho
Estadual de Cultura (SEC): União Editora, s/d. p. 81-82)
3
e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo
exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.
3. GABARITO
1. A
2. B
3. A
4
PROCESSO INQUISITORIAL
NA PARAÍBA
1. CENÁRIO EUROPEU
CURIOSIDADE
2
Com o bloqueio, os portugueses começaram a repensar na proposta de se
mudarem para o Brasil a fim de fugir do alcance de Napoleão. Portugal não
aceitou aderir ao bloqueio, porque as relações com os ingleses eram boas e
estavam de pé por séculos. A situação estendeu-se até meados de 1807,
quando Napoleão realizou um ultimato.
Como não houve solução, Napoleão ordenou o envio de tropas para invadir
Portugal. Em 24 de novembro, D. João informou que as tropas francesas
chegariam a Lisboa em até quatro dias e autorizou o início dos
preparativos de uma viagem ao Brasil. A corte portuguesa tinha o
compromisso dos ingleses de ser escoltada em segurança até o Brasil.
3
2. EXERCÍCIOS
4
3. GABARITO
1. A
2. C
5
A PARAÍBA NOS PROCESSOS DE INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL
1. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
2
em muitos de que permanecesse o vínculo com Portugal.
3
Essas medidas reforçavam a progressiva separação entre Brasil e Portugal,
uma vez que as ordens de Portugal já não teriam validade aqui conforme
determinava o “Cumpra-se”. Além disso, esboçava-se a elaboração de uma
nova Constituição para o país, com a convocação de uma Constituinte.
A relação das Cortes Portuguesas com as autoridades brasileiras
permaneceu irreconciliável e prejudicial aos interesses brasileiros. Em 28
de agosto de 1822, ordens de Lisboa chegaram ao Brasil com a mensagem
de que o retorno de D. Pedro para Portugal deveria ser imediato. Além
disso, anunciava-se o fim de uma série de medidas em vigor no Brasil e
tidas pelos portugueses como “privilégios”; os ministros de D. Pedro foram
ainda, acusados de traição.
A ordem, lida por Maria Leopoldina, convenceu-a da necessidade de
rompimento com Portugal. Assim, em 2 de setembro, organizou uma
sessão extraordinária, assinou uma declaração de independência e a
enviou para D. Pedro que estava em uma viagem a São Paulo. O
mensageiro, chamado Paulo Bregaro, alcançou a comitiva de D. Pedro, na
altura de São Paulo, nas proximidades do Rio Ipiranga.
Na ocasião, D. Pedro I estava sofrendo de problemas intestinais (cuja causa
específica não se sabe). O príncipe regente leu todas as notícias e ratificou
a ordem de independência com um grito às margens do Rio Ipiranga,
conforme registrado na História oficial. Porém, os historiadores não
possuem evidências que comprovem o grito do Ipiranga.
4
2. EXERCÍCIOS
3. GABARITO
1. B
2. B
5
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E A PARAÍBA
A Independência do Brasil, que ocorreu em 7 de setembro de 1822, foi
um marco histórico que resultou na separação política entre o Brasil e
Portugal, culminando na criação do Império do Brasil e na coroação de
Dom Pedro I como seu primeiro imperador. No contexto geográfico da
Paraíba, assim como em outras partes do Brasil, a Independência também
teve impactos significativos.
2
Um episódio importante na história da Independência na Paraíba foi a "Noite das
Garrafadas", ocorrida em 7 de junho de 1824. Nesse evento, partidários das diferentes
facções políticas entraram em confronto violento em João Pessoa, a capital da província,
demonstrando as divisões e as paixões políticas envolvidas no processo.
1. EXERCÍCIOS
01. As regiões nordeste, norte e sul continuaram fiéis às Cortes de
Lisboa, mantendo as tropas portuguesas em seus territórios e
resistindo à independência do Brasil. Com isso, diversos conflitos
passaram a ocorrer, entre os anos de 1822 e 1823, conhecidos como
a) Guerras Luso-brasileiras.
b) Guerras do Brasil.
c) Guerras do Porto.
d) Guerras de Independência.
3
c) Transferência da Corte Portuguesa para a colônia, em 1808; fechamento
dos portos brasileiros; construção de bibliotecas, teatros e universidade;
elevação do país à condição de reino; Revolução Liberal do Porto; Noite das
Garrafadas.
d) Transferência da Corte Portuguesa para a colônia, em 1808; abertura dos
portos brasileiros; construção de bibliotecas, teatros e universidade;
elevação do país à condição de reino; Revolução Liberal do Porto; Dia do
Fico.
2. GABARITO
01 - D
02 - D
03 - B
4
A PARAÍBA NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
2. APOIO
Para tanto, escolheu o Vale do Paraíba, uma das regiões mais ricas daquela
época, por causa do auge da produção do café, a qual era baseada na
exploração do trabalho escravo. As fazendas do Vale estavam no topo da
cadeia produtiva cafeeira da Colônia.
2
"É um pecado os livros de história não levarem em consideração, mas o
Brasil nasceu no Vale do Paraíba", diz Diego Amaro, mestre em História
Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor do
Centro Unisal de Lorena, ele também é membro do IEV (Instituto de
Estudos Valeparaibanos) e da Academia de Letras de Lorena.
Vale do Paraíba
3. VIAGEM
Com várias obras sobre o período, o historiador José Luiz Pasin (morto em
2008), atesta a importância do Vale para o contexto histórico daquela
época. Ele escreveu: "O Vale do Paraíba foi a única região do Brasil a
participar diretamente dos acontecimentos que culminaram com a
separação do Reino do Brasil do Reino de Portugal".
Segundo Amaro, Dom Pedro sabia que, sem o apoio dos nobres do Vale do
Paraíba, a questão da independência teria problemas. Então, nessa
viagem, ele passou a juntar aliados na região e a aumentar sua comitiva.
Amaro explica que, por ser a aristocracia do Vale mais ligada ao trabalho do
que à política - ao contrário do que ocorria no Rio - Dom Pedro teve pouco
problema em garantir apoio na região. Além de ser uma honra estar ao
lado do príncipe, pois isso aumentaria sua competitividade econômica,
pois "Estar ao lado do rei dá status. Todos queriam estar ao lado do
príncipe, o qual ia agregando pessoas da elite da região até chegar às
margens do Ipiranga", afirma o historiador.
Para entender a decisão do rei de pedir apoio aos nobres do Vale, Amaro
diz que, se a independência fosse nos dias de hoje, Dom Pedro recorreria
aos atuais barões do agronegócio, percorrendo a região Centro-Oeste. "A
força do Vale vinha das fazendas de café, as quais estavam no auge, pois as
plantações estavam começando a se desenvolver. Havia também a riqueza
do ouro, mas foi o café que começou a consolidar a sua pujança. A base
econômica da nação veio disso", diz o historiador.
4
5. EXERCÍCIOS
5
03. A respeito da independência do Brasil, é correto afirmar que:
6
6. GABARITO
1. C
2. D
3. D
7
PARAÍBA NA REVOLUÇÃO PRAIEIRA
2. POLÍTICA EM PERNAMBUCO
A política brasileira, durante o Segundo Reinado, foi uma grande disputa
entre liberais e conservadores, dois grupos políticos que tinham a mesma
2
origem social e que muitas vezes mantinham posições parecidas (como na
questão da manutenção da escravidão). Os dois grupos diferenciavam-se
em poucos aspectos.
Recife foi palco de tensão entre praieiros e conservadores na década de
1840. Recife foi palco de tensão entre praieiros e conservadores na década
de 1840.
Os primeiros anos do Segundo Reinado ficaram marcados pelo
revezamento desses partidos no poder. Essa disputa acontecia no
Parlamento, mas também se dava nas províncias brasileiras e, no caso
pernambucano, foi crucial para que a Revolução Praieira acontecesse. No
contexto da província de Pernambuco, essa disputa se deu entre o Partido
Praieiro e o Partido Conservador.
O Partido Praieiro surgiu como uma dissidência nascida no interior do
Partido Liberal por causa da influência que a família Cavalcanti tinha entre
liberais e conservadores em Pernambuco. O Partido Praieiro levou esse
nome porque os seus membros se reuniam em um jornal que publicava as
ideias deles: o Diário Novo, localizado em Recife, na Rua da Praia.
Essa disputa dos praieiros contra os conservadores, sobretudo como
oposição aos Cavalcanti, ganhou um novo contorno a partir de 1845. Neste
ano, o gabinete ministerial passou para as mãos dos liberais, e os praieiros,
aproveitando-se da sua proximidade com um dos nomes que formavam o
gabinete – Aureliano de Souza Coutinho –, conseguiram a nomeação de
Antônio Pinto Chichorro para a presidência da província.
A partir daí, os praieiros começaram a realizar uma série de intervenções,
que tinham como objetivo entregar cargos de influência da província para
pessoas que os apoiassem. Assim, diversas pessoas que tinham ligações
com os Cavalcanti e com os conservadores começaram a ser desligadas de
seus cargos, e praieiros foram nomeados no lugar.
A ação dos praieiros para destituir os aliados dos conservadores resultou
na demissão de cerca de 650 pessoas de cargos como os de delegados e
outras funções importantes no interior da Polícia Civil e da Guarda
Nacional, por exemplo. Aliados dos praieiros do campo e das cidades
começaram a ocupar esses lugares. Além disso, os praieiros começaram a
desarmar os aliados dos conservadores. Isso se explica porque, quando os
conservadores estavam à frente da província, seus aliados que ocupavam
cargos na polícia e na Guarda Nacional recebiam armas do governo
pernambucano. Os praieiros aproveitaram que a força policial estava em
suas mãos agora para desarmar os conservadores.
Assim, autoridades praieiras começaram a invadir propriedades de
conservadores e aliados dos Cavalcanti para apreender armas do Estado,
prender criminosos que se escondiam nesses locais e capturar escravos
que tinham sido furtados de outros engenhos. Isso começou a gerar
3
pequenos conflitos, uma vez que aqueles que tinham suas propriedades
invadidas começaram a se defender.
Além disso, os conservadores e aliados dos Cavalcanti começaram a se
utilizar de jornais locais para denunciar a ação dos praieiros,
principalmente porque essas ações só eram realizadas nas propriedades
de opositores dos praieiros.
Na questão popular, os praieiros começaram a organizar eventos públicos
com uma retórica mais popular e que fazia uma grande defesa da
nacionalização do comércio a retalho, isto é, do comércio a varejo. Na
época, essa atividade era dominada por portugueses e ingleses, e a
população recifense, insatisfeita com o alto desemprego e com o
encarecimento do custo de vida, viu nessa questão uma solução imediata
para os seus problemas.
Os praieiros chegaram a levar essa pauta para a Câmara dos Deputados, e
essa questão do comércio a retalho começou a radicalizar a população
recifense contra os estrangeiros. Tanto que, entre 1845 e 1848, foram
comuns ataques da população contra estrangeiros e suas lojas. Esses
ataques receberam o nome de “mata-marinheiros” e, no mata-marinheiro
de julho de 1848, cinco portugueses morreram espancados.
4
No começo de 1848, os liberais perderam o controle do gabinete
ministerial, sendo substituídos pelos conservadores. Isso fez com que os
conservadores recuperassem o poder na província de Pernambuco e,
então, dessem início à sua vingança. Os praieiros que haviam sido
nomeados para a Polícia Civil e a Guarda Nacional de 1845 em diante
começaram a ser demitidos.
Os conservadores realizaram o mesmo que haviam sofrido: demissões de
seus opositores, nomeações de aliados e o desarmamento dos praieiros.
Entretanto, os praieiros começaram a resistir às ações dos conservadores.
Marcus de Carvalho fala que cerca de 40 proprietários rurais ligados aos
praieiros não aceitaram entregar os seus cargos e nem a devolver as suas
armas.
Os historiadores consideram que a Revolução Praieira se iniciou quando
um dono de engenhos chamado Manoel Pereira de Moraes reagiu à
tentativa de tropas dos conservadores de desarmá-lo. Os principais
conflitos entre praieiros e conservadores espalharam-se por toda a
província de Pernambuco e estenderam-se de novembro de 1848 a
fevereiro de 1849, embora conflitos localizados tenham acontecido na
província até 1850.
Um dos nomes mais importantes do Partido Praieiro foi Pedro Ivo, um
arrendatário que esteve à frente de um grupo de populares que moravam
no interior de Pernambuco. Ele liderava 1600 homens e atraiu forças do
Exército para o interior e, logo em seguida, levou os seus homens para a
capital, Recife.
Em Recife, eles encontraram a cidade protegida por tropas da Guarda
Nacional. Iniciou-se, então, uma batalha que durou 12 horas e resultou na
morte de 200 dos homens que formavam a tropa de Pedro Ivo. Do lado da
Guarda Nacional, houve cerca de 90 mortos. Nessa batalha, um dos nomes
mais expressivos dos praieiros morreu: o deputado Nunes Machado. Esse
ataque aconteceu em 2 de fevereiro de 1849 e a derrota praieira
enfraqueceu severamente o movimento.
Enquanto os combates ainda aconteciam no interior de Pernambuco, um
nome expressivo na província aderiu à luta dos praieiros. Borges da
Fonseca era um liberal radical que, durante os anos de governo dos
praieiros, tinha sido perseguido e preso, mas com o início do conflito, viu
nele uma possibilidade de realizar uma transformação na província.
Borges da Fonseca representou o lado nativista e com maior apelo popular
da Revolução Praieira. Esse liberal escreveu um manifesto, que foi apoiado
por muitos senhores de engenho defensores dos praieiros. Esse manifesto
ficou conhecido como Manifesto ao Mundo e trazia algumas reivindicações
que ecoavam ideias manifestadas pelas classes populares europeias e que
eram muito influenciadas pelo socialismo utópico.
5
O MANIFESTO DE BORGES DA FONSECA CONTINHA AS SEGUINTES
EXIGÊNCIAS:
4. DESFECHO
4. EXERCÍCIOS
6
d) Foi um movimento popular que visava a reformas sociais,
principalmente a nacionalização do comércio e a desapropriação dos
engenhos.
e) Tinha um cunho nitidamente republicano como os demais
movimentos de oposição à ordem imperial.
a) Guerras Napoleônicas
b) Primavera dos Povos
c) Comuna de Paris
d) Revolução Francesa
e) Revolução Industrial Inglesa.
5. GABARITO
01 - D
02 - B
03 - B
7
A REVOLTA DO QUEBRA-QUILOS
1. A REVOLTA
Ficou conhecida pelo nome de Revolta do Quebra-Quilos o
movimento popular iniciado na Paraíba, a 31 de outubro de 1874, e que se
opunha às mudanças introduzidas pelos novos padrões de pesos e
medidas do sistema internacional, recém introduzidas no Brasil.
Praticamente sem uma unidade e sem liderança, a revolta logo se alastrou
por outras vilas e povoados da Paraíba, estendendo-se a Pernambuco, Rio
Grande do Norte e Alagoas.
A denominação de quebra-quilos teria surgido na cidade do Rio de
Janeiro, quando elementos populares invadiram casas comerciais que
haviam começado a utilizar o novo sistema de pesos e medidas, e aos
gritos de "Quebra os quilos! Quebra os quilos", depredavam tais
estabelecimentos. A expressão começou a ser utilizada
indiscriminadamente para se referir a todos os participantes dos
movimentos de contestação ao governo com relação ao recrutamento
militar, à cobrança de impostos e à adoção do sistema métrico decimal.
No entendimento supersticioso da gente do nordeste rural, o metro e
o peso, tornados válidos por decreto imperial em 1872, consistiam em
representações do demônio, e a tentativa de adotá-los criou entre o povo a
ideia que estavam sendo enganados pelos comerciantes e poderosos. Os
revoltosos, sentindo-se ofendidos em seus sentimentos, deixavam
extravasar suas queixas e partiam para os povoados e se apoderavam das
"medidas", quebrando-as e lançando-as no rio.
2
Como resultado, o governo imperial enviou forças militares para conter os
distúrbios. A repressão que se seguiu foi violenta, com prisões em massa.
Somente em janeiro de 1875, as autoridades provinciais conseguiram
sufocar as manifestações populares nas quatro províncias nordestinas.
Uma das práticas repressivas comum empregada no castigo aos acusados
de serem quebra-quilos foi o chamado colete de couro, que consistia num
pedaço de couro cru colocado sobre o tórax e as costas do prisioneiro. Em
seguida, esse couro era molhado e, ao secar, este comprimia o peito
violentamente, causando lesões cardíacas e tuberculose como sequelas.
2. EXERCÍCIOS
3
( ) Revolta que ficou assim conhecida pela modificação que provocou no
sistema de pesos e medidas.
( ) Revolta contra a atitude autoritária de D. Pedro I. O objetivo do seu líder
era reunir as províncias do Nordeste em uma república
( ) Foi o último movimento revolucionário do Império. Teve início com os
choques entre liberais e conservadores de Olinda
( ) A revolta deu-se nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba
com o intuito de fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com o
fim do tráfico negreiro, os homens livres tiveram que trabalhar.
( ) Movimento de caráter republicano e separatista. Teve início em
Pernambuco e logo se estendeu às províncias de Alagoas, Paraíba, Rio
Grande do Norte e Ceará.
Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA.
A) 4, 1, 3, 2, 5
B) 4, 2, 3, 5, 1
C) 2, 4, 1, 3, 5
D) 5, 3, 1, 2, 4
E) 5, 1, 4, 3, 2
4
D) Revolução de Princesa; Revolta do Quebra-Quilos; Intentona
Comunista de 1935.
3. GABARITO
01 - E
02 - B
03 - A
5
SUMÁRIO
1. HISTÓRIA 3
2. ELEIÇÕES DE 1930 3
3. ASSASSINATO DE JOÃO PESSOA 4
3. GOVERNO PROVISÓRIO DE VARGAS 4
4. EXERCÍCIOS 5
5. GABARITO 6
2
A PARAÍBA E A REVOLUÇÃO DE 1930
1. HISTÓRIA
Até 1930 a política no Brasil era conduzida pelas oligarquias de Minas Gerais
e São Paulo, por meio de eleições fraudulentas e que mantinham o país
sob um regime econômico agroexportador. As elites paulista e mineira
alternavam a presidência da República elegendo candidatos que
defendiam seus interesses. Este sistema político ficou conhecido como
"política do café com leite" ou política dos governadores.
O modelo funcionou até os demais estados brasileiros crescerem em
importância e reivindicarem mais espaço no cenário político brasileiro.
Por outro lado, a Crise de 1929 atingiu a economia brasileira, provocando
desemprego e dificuldades financeiras. O fato do Brasil ser um país de
monocultura cafeeira fez que a crise fosse profunda, pois as exportações do
produto caíram vertiginosamente. A crise econômica contribuiu para o
clima de insatisfação popular com o governo de Washington Luís.
2. ELEIÇÕES DE 1930
3
3. ASSASSINATO DE JOÃO PESSOA
4
A Revolução de 1930 foi chamada desta maneira pelos seus
membros. No entanto, trata-se de um golpe de estado e não uma
revolução, pois uma revolução possui amplo apoio popular, propõe e causa
drásticas mudanças quando instalada no poder. Já o golpe de Estado é a
retirada do poder por meio da violência de um político
constitucionalmente eleito ou consagrado para aquele cargo.
Os acontecimentos de 30 foram uma luta pelo poder entre as elites, com
margem de vitória a qualquer uma delas e que pouco mudariam a
estrutura social brasileira em profundidade.
CURIOSIDADES
Washington Luís só retornaria ao Brasil em 1947. Por sua vez, Júlio Prestes
pediu asilo ao consulado britânico e voltaria em 1934.
Três ex-ministros de Getúlio Vargas e três tenentes de 1930 chegaram à
Presidência da República: Eurico Gaspar Dutra, João Goulart e Tancredo
Neves (ministros); Castelo Branco, Emílio Médici e Ernesto Geisel
(militares).
Getúlio teve quase 100% dos votos no Rio Grande do Sul durante a eleição
de 30.
4. EXERCÍCIOS
5
02. A política cultural do Estado Novo com relação aos intelectuais
caracterizou-se:
5. GABARITO
01 - E
02 - B
6
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
1. REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA
Para muitos historiadores, o termo "revolução" para o movimento
constitucionalista de 1932 não é o mais adequado. Isso porque foi um
movimento planejado pelas elites, cabendo melhor o termo "revolta" para
descrevê-lo.
De qualquer forma, a Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de
1932 ou Guerra Paulista foi o primeiro grande levante contra a
administração de Getúlio Vargas e também o último grande conflito
armado ocorrido no Brasil.
O movimento foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou
com a autonomia dos estados garantida pela Constituição de 1891.
Os insurgentes exigiam do Governo Provisório a elaboração de uma nova
Constituição e a convocação de eleições para presidente.
2
Houve mais de 200 mil voluntários, sendo 60 mil combatentes. Por outro
lado, enquanto o movimento ganhava apoio popular, 100 mil soldados do
governo Vargas partiram para enfrentar os paulistas.
2. COMBATES MILITARES
Os paulistas esperavam o apoio de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. No
entanto, ambos os estados não aderiram à causa. Em pouco tempo, São
Paulo, que planejava uma ofensiva rápida contra a capital, viu-se cercado
de tropas federais. Assim, apelaram à população para doarem ouro a fim de
comprar armamentos e alimentar as tropas.
No total, foram 87 dias de combates, de 9 de julho a 4 de outubro de 1932,
sendo os últimos enfrentamentos ocorridos dois dias depois da rendição
paulista. Em 2 de outubro, na cidade de Cruzeiro, as tropas paulistas se
rendem ao líder da ofensiva federal e no dia seguinte, 3 de outubro,
assinam a rendição.
Até hoje, o dia 9 de julho é uma data comemorada por todo estado de São Paulo e
lembrada em diversos monumentos.
3
A PARAÍBA NA INTENTONA COMUNISTA
1. PRINCIPAIS OBJETIVOS DA INTENTONA COMUNISTA
2. EXERCÍCIOS
1. É correto indicar como causas da Revolução Constitucionalista de
1932:
a) A exigência de uma nova Constituição para o país, o fim do Governo
Provisório e a oposição da oligarquia paulista à centralização política
promovida por Vargas.
2
b) A manutenção do governo provisório, a insatisfação com a
Constituinte convocada pelo governo e a oposição à centralização fiscal por
parte do governo federal.
c) A exigência de uma nova Constituição para o país, a manutenção do
governo provisório e a oposição à centralização fiscal por parte do governo
federal.
d) O desejo de convocar uma Constituinte Estadual, a crítica ao governo
provisório e a oposição à centralização política promovida por Vargas.
e) A exigência de apoio à produção cafeicultura, a demanda por maior
participação dos paulistas no governo federal e o desejo de convocar uma
Constituinte Estadual.
3
3. GABARITO
01 - A
02 - E
03 - C
4
A PARAÍBA E A SEGUNDA GUERRA
1. EXERCÍCIOS
1. A decretação do Estado Novo (1937) foi precedida de uma
radicalização do processo político que pode ser expresso no(a):
a) Apoio dos “Tenentes” mais radicais, como Luiz Carlos Prestes, à
revolução Constitucionalista de 1932.
b) Levante comunista em várias guarnições do Exército, em 1935,
conhecida como “Intentona Comunista”.
c) Fechamento da Ação Integralista Brasileira e perseguição dos seus
militares, já que o governo opunha-se aos ideais fascistas.
d) Oposição das classes médias urbanas, operárias e militares à aliança
com os EUA visando à entrada do país na Segunda Guerra.
e) Reorganização das oligarquias estaduais afastadas do poder em 1930,
mas agora pregando o separatismo dos Estados.
Gregório Bezerra
2
O fragmento de texto acima faz referências à revolta que se restringiu
às cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro e foi rapidamente sufocada
pelas forças leais ao governo. Trata-se:
a) das Ligas Camponesas.
b) da Greve dos Marinheiros.
c) da Revolta da Chibata.
d) da Intentona Comunista.
e) da Greve Geral de 1917.
2. GABARITO
01 - B
02 - C
03 - B
3
RONCO DA ABELHA
1. RONCO DA ABELHA
Ficou conhecida como Revolta do ronco da abelha o movimento popular
armado ocorrido entre dezembro de 1851 e fevereiro de 1852, que envolveu
vilas e cidades de cinco províncias do Nordeste:
● Paraíba;
● Pernambuco;
● Alagoas;
● Ceará;
● Sergipe.
Sendo mais forte nas duas primeiras províncias. Nos dias de feiras, os
revoltosos causavam um enorme burburinho entre a população. Quando
perguntavam o porquê de tantos comentários, as vozes mais precavidas
diziam que era apenas "o ronco da abelha", nome por qual acabou ficando
conhecido o movimento.
2
Em meio à violência destas ações, o governo foi obrigado a reagir,
mobilizando mais de mil soldados da polícia, além da convocação da
Guarda Nacional e da utilização de padre Capuchinhos que, ao se darem
conta de que o movimento fugiu do controle, passaram a conclamar os
fiéis para o respeito à ordem pública, prometendo ao revoltoso que
desistisse dos protestos a salvação, e o fogo do inferno a quem não se
submetesse.
Já no final de janeiro 1852, a paz social foi restabelecida, mas, em meio à
baderna resultante, ficou difícil identificar os verdadeiros líderes do
movimento. Muitas pessoas são acusadas, mas não se consegue obter
provas concretas do envolvimento das mesmas. Finalmente, o governo
edita o decreto 970, de 29 de janeiro de 1852, que suspende os decretos 797
e 798, adiando a realização do primeiro censo no Brasil para vinte anos
depois, sendo que o registro civil só será adotado com o advento da
república.
2. EXERCÍCIOS
3
e) a independência brasileira resultou do receio de D. Pedro I de perder
o poder aliado ao seu espírito de brasilidade.
3. GABARITO
01 - D
02 - B
03 - A
4
SUMÁRIO
2
1. A REVOLTA DA PRINCESA ISABEL
3
Por esta época, esses coronéis exportavam seus produtos através do
principal porto de Pernambuco, em Recife, provocando enormes perdas de
divisas tributárias para a Paraíba. Procurando evitar esta sangria financeira
e efetivamente cobrar os coronéis, João Pessoa implantou diversos postos
de fiscalização nas fronteiras da Paraíba, irritando de tal forma estes
caudilhos, que pejorativamente passaram a chamar o governador de “João
Cancela”.
A gota d'água foi a escolha dos candidatos paraibanos à deputação
federal. Como presidente do estado, João Pessoa dirigiu o conclave da
comissão executiva do Partido Republicano da Paraíba que escolheu os
nomes de tais pessoas. A ideia diretriz era a rotatividade. Quem já era
deputado não entraria no rol de candidatos. Tal orientação objetivava
afastar o Sr. João Suassuna, grande aliado de José Pereira que, como
presidente do estado que antecedeu a João Pessoa, teria maltratado
parentes de Epitácio na cidade natal de ambos, Umbuzeiro. No entanto,
João Pessoa deixou na relação dos candidatos o nome de seu primo, Carlos
Pessoa, que já era deputado. Isso valeu controvérsia na comissão executiva
e apenas João Pessoa assinou o rol dos candidatos.
No dia 19 de fevereiro de 1930, o presidente do estado da Paraíba,
João Pessoa, na tentativa de contornar a crise política provocada pela
divergência na composição da chapa para deputado federal, viaja a
princesa. A chapa para deputado federal fora publicada um dia antes da
viagem, no jornal “A União”. O presidente é recebido com festa. Por falta de
habilidade política, o presidente João Pessoa e o “coronel” José Pereira,
chefe político princesense, não encontraram um denominador comum.
4
funcionários do Estado, lotados em Princesa; quase todos os parentes do
“coronel”, e exonera o prefeito José Frazão de Medeiros Lima, o
vice-prefeito Glicério Florentino Diniz e o adjunto de promotor Manoel
Medeiros Lima, indicados pelo oligarca princesense. O juiz Clímaco Xavier
abandonou a cidade por falta de garantias. O jornal “A União” de 28 de
fevereiro de 1930, trazia decretos de exoneração do subdelegado de
Tavares, Belém, Alagoa Nova (Manaíra) e São José, distritos de Princesa na
época. Com o rompimento oficial do “coronel” José Pereira em 22 de
fevereiro de 1930 no município de Princesa, a justiça deixou de funcionar,
as aulas foram interrompidas e foi suspensa a arrecadação de impostos.
Combatentes da Guerra de Princesa (2) Como resposta, José Pereira
declarou a independência provisória da Princesa do Estado da Paraíba.
Neste mesmo dia 28, foi\ publicado o Decreto nº 01 foi aclamado pela
população, que declarou oficialmente a independência da cidade
(República de Princesa), com hino, bandeira e leis próprias. Ainda em 28 de
fevereiro de 1930, data aceita como início da Revolta de Princesa, João
Pessoa mandou a polícia estadual ocupar o município de Teixeira, sob o
comando dos capitães João da Costa e Irineu Rangel reduto dos Dantas,
aliados de José Pereira, prendendo pessoas da família e impedindo que
ocorresse votação naquela cidade. Houve reação armada dos Dantas.
5
estrategistas, um feiticeiro que “benzia a estrada, a cada parada, dizendo:
‘Vamos pegar Zé Pereira à unha!’. Os soldados sentiam-se mais
protegidos e aplaudiam com entusiasmo o novo protetor, pois com ele
estariam imunes às balas. Não foi o que aconteceu. Ao chegarem ao
povoado de Água Branca, no dia 5 de junho de 1930, foram recebidos à
bala, numa emboscada fulminante. O primeiro a ser atingido, com um tiro
na testa, foi o dito feiticeiro. Os caminhões foram queimados; quem não
conseguiu fugir, morreu; inclusive o tenente Francisco Genésio. Mais de
cem mortos e quarenta feridos.
João Pessoa tenta nova investida. Incapaz de dominar a cidade
rebelde, ele apela para a guerra psicológica. Uma avioneta, pilotada por
um italiano, lança panfletos sobre Princesa, exortando a população a depor
as armas. Caso contrário, haveria bombardeio aéreo. Mas a resistência
continua e as bombas não vêm. Nas semanas seguintes, os homens do
“coronel” José Pereira, usando táticas de guerrilha, espalham sua ação pelo
sertão, dando a entender que o conflito seria longo.
6
sabendo que João Pessoa estava de visita ao Recife, saiu em sua procura
para matá-lo.
Com sua morte, o movimento armado de Princesa, que pretendia a
deposição do governo, tomou novo rumo. Os homens de José Pereira
comemoraram, mas o coronel, pensativo, teria dito: “Perdemos…! Perdi o
gosto da luta. Os ânimos agora vão se acirrar contra mim”. Essa data é
considerada para o encerramento do conflito, faltando dois dias para
completar quatro meses.
7. EXERCÍCIOS
7
02. Como explica a professora Alômia Abrantes em seu texto ‘Paraíba
Masculina’: honra e virilidade na Revolução de 1930”, o baião Paraíba,
composto por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, homenageia o estado
ao fazer referência indireta a um conflito interno entre “coronéis” e o
poder público estadual cujas consequências impactaram na política
nacional em 1930. Os versos que fazem alusão ao conflito são: “Paraíba
masculina, Muié macho sim sinhô”; “Eita pau pereira, que em Princesa
já roncou”; “Eita Paraíba, Muié macho sim sinhô.” A respeito do conflito
aludido no baião Paraíba, assinale a alternativa que indica
corretamente o nome dele e sua consequência para a política nacional
da época.
a) Guerra dos Mascates. Expandiu o “coronelismo” para o território
brasileiro
b) Revolução de 1930. Getúlio Vargas foi eleito o presidente do Brasil
c) A Revolta do Ronco da Abelha. Dividiu as fronteiras das províncias de
Pernambuco e Paraíba
d) A Revolta da Princesa. Assassinato de João Pessoa, candidato a
vice-presidente de Getúlio Vargas.
03. “Esse estudo traz em sua essência a discussão sobre os fatos que
ocorreram na Paraíba, durante o período da ‘Primeira República’. Fatos
estes que vieram a desencadear um conflito armado, dentro deste
estado, entre dois tipos de poder: o ‘poder privado’ [representado, no
conflito específico, pelo ‘coronel’ José Pereira Lima] e o ‘poder
instituído’ [representado por João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque].
O primeiro, caracterizado pelo coronel, figura que constituía a base do
sistema político da época; e, o segundo, concentrado nas mãos do
chefe político estadual.
Fonte: JANUÁRIO, 2009. (Adaptado).
Assinale a alternativa que indica corretamente o nome do conflito
aludido no texto acima Alternativas
A) Guerra de Canudos
B) Revolução Praieira
C) A Revolta de Princesa
D) A Revolta do Quebra-Quilos
8. GABARITO
01 - D
02 - D
03 - C