Aula Atividade Aluno

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AULA ATIVIDADE ALUNO

AULA
ATIVIDADE
ALUNO
AULA ATIVIDADE ALUNO

Disciplina: Homem, Cultura e


Sociedade
Teleaula: 03

Prezado (a) discente, seja bem


vindo(a)

A aula atividade tem a finalidade


de promover o autoestudo das
competências e conteúdos
relacionados ao debate sobre
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Cultura, Identidade e Formação


Nacional. A aula atividade terá a
duração de 1h20min e está
organizada em leituras e reflexões
sobre “Identidade, raça, etnia e
ações afirmativas”
Siga todas as orientações
indicadas e conte sempre com a
mediação do(a) seu(sua) tutor(a) e
a interatividade com a professora.
Bons estudos!
___________________***______
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____________

Avaliação de resultados de
aprendizagem

Objetivo da Atividade:
Reconhecer a influência das
diversas culturas na construção da
identidade brasileira, tendo como
orientação o debate sobre o
etnocentrismo e o papel das
políticas de ação afirmativas.
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Orientações do que fazer:


Nas discussões propostas pela
aula 3, você percebe a
importância do olhar
antropológico para a
compreensão das contradições
inerentes a formação do povo
brasileiro, sua constituição e
relação aos comportamentos
preconceituosos e atitudes
discriminatórias. Propõe-se,
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portanto, um debate orientado


pela análise sobre como os
indivíduos formam suas
identidades.
Historicamente, a formação da
identidade de um povo está
diretamente relacionada com à
nacionalidade, ou seja, um dos
elementos principais para
construção da identidade dos
indivíduos é o país de onde nasce;
contudo, não se pode perder de
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vista que, com a globalização e as


mudanças ocorridas ao longo do
século XX essa questão fica um
pouco mais complexa.
Hoje, o debate em torno da
identidade leva em conta muitos
processos sociais, culturais,
políticos e econômicos. Um dos
elementos importantes para essa
discussão, especialmente no
Brasil, está relacionado à questão
racial e étnica. Muitas pessoas
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argumentam, por exemplo, que


no Brasil não existe mais índios,
pois esses haveriam perdido sua
cultura, outros que no Brasil é
muito difícil dizer quem é negro,
pois seríamos uma sociedade
mestiça.
E você, como analisa essa
questão? É possível falar em
identidades indígenas no Brasil? E
o ser negro, como define-se quem
é negro? No que tange ao campo
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jurídico e legislativo, no Brasil


existem políticas de ações
afirmativas para a população
indígena e negra, a reserva de um
número de vagas para disputa
entre negros e entre indígenas.
Você considera que as ações
afirmativas são políticas justas e
necessárias?
Partindo desses questionamentos,
apresento fragmentos textuais
que contribuem para o debate.
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Orientações de como fazer:

1. Desenvolva a seguinte
reflexão: O que faz o indivíduo
sentir-se parte de um grupo e
de sua história? Afinal o que é
identidade nacional?

2. O fragmento textual 1, “O
que é ser indígena no Brasil
hoje” apresenta uma análise
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sobre o processo de
aculturação e a representação
do senso comum de que os
indígenas têm uma cultura
imutável. Como explicar essa
visão do senso comum sobre as
identidades indígenas?

3. A partir da leitura do
fragmento textual 2, explique o
que caracteriza a identidade
racial?
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4. No fragmento textual 3,
encontramos a seguinte
afirmação: “ações afirmativas
vão além: realizam a justiça
social, enquanto construção
moral e política baseada na
igualdade e nos direitos
coletivos”. Comente a
afirmação e justifique sua
veracidade?
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Após realizar as anotações da


atividade, solicitar ao(a) tutor (a)
que encaminhem a síntese de
entendimento dos conteúdos
apresentados para que possamos
interagir e dialogarmos sobre os
conhecimentos.

Fragmento textual 1
O que é ser indígena no Brasil
hoje, segundo 3 jovens e 2
antropólogos
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- Por que o senso comum nega aos


indígenas sua identidade quando
eles incorporam hábitos e
tecnologias não indígenas ao seu
dia a dia?
PEDRO CESARINO - O senso
comum desconhece a noção de
cultura, que é um processo
contínuo de transformação. Os
povos indígenas sempre
incorporaram hábitos e
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tecnologias seja uns dos outros,


seja de sociedades vizinhas como
os Incas, com os quais algumas
etnias da Amazônia ocidental
estabeleciam contato antes da
invasão dos europeus. Toda
cultura é por definição aculturada,
isto é, resultado de um processo
contínuo de apropriação de
conhecimentos e práticas alheios.
O senso comum pode até se dar
conta de que tal processo
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acontece com a sociedade


brasileira, que é mais brasileira
quanto mais incorpora hábitos
orientais, europeus ou africanos.
Mas não quando se trata das
sociedades indígenas. A ótica
colonialista corrente imagina que
índios são espécimes de museus,
que devem permanecer sempre
congelados para quem sabe,
merecerem os seus direitos.
Esquece-se assim de que os índios
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são pessoas reais, dotadas de


tradições dinâmicas que, assim
como outras tantas, são sempre
traduções.
RENATO SZTUTMAN - O "senso
comum" - que expressa os valores
da sociedade dita "moderna" -
precisa manter os índios no
passado. Sempre foi assim. Os
índios são parte da pré-história do
Brasil. Esse foi o jeito que o
Ocidente encontrou para "amar"
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os índios. 'Os índios nos ensinam,


entre outras tantas coisas, que é
possível coexistir com os não
índios sem renunciar aos modos
de ser específicos’. Veja-se o tão
famoso indianismo na literatura
brasileira; Índio "bom" é o índio
suficientemente distante - no
tempo, mas também no espaço.
São índios "de verdade" os
Tupinambá da época da
Conquista, nos séculos 16 e 17,
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que chegam a nós pelos relatos de


viagem e continuam a povoar
nosso imaginário com seus
lampejos de antropofagia. Ou
então os Zo'é, também falantes de
uma língua tupi-guarani, do
Cuminapanema, no Pará, que até
certo tempo eram categorizados
"isolados", o que provocou o
interesse retumbante de
fotógrafos e videastas ávidos por
imagens dos "últimos selvagens".
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Não são índios "de verdade", sob


esta ótica, os Guarani (plenos
falantes de outra língua tupi-
guarani) espalhados por um vasto
território que vai do Mato do
Grosso do Sul passando por toda a
costa Sul e Sudeste, uma vez que
vivem na cercania de grandes
cidades, comem comida de
brancos, usam roupas, fazem uso
de diferentes tipos de tecnologias.
'Ao se apropriarem de nossos
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hábitos e tecnologias estão


criando algo, algo que não
podemos muito bem dizer o que é
ou o que será'. As culturas se
transformam, são inventivas. Mas
a maneira como cada uma se
transforma depende sempre de
um estilo particular. A ideia de
que é um destino desejável a
ruptura radical ou a adesão a um
sistema-mundo homogêneo não é
algo abraçado por todas as
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sociedades. Os índios nos


ensinam, entre outras tantas
coisas, que é possível coexistir
com os não índios sem renunciar
aos modos de ser específicos, que
no mais das vezes se chocam com
a ética do neoliberalismo. O
problema, claro, é ao mesmo
tempo conceitual e político. Pois
exigir que os índios tenham uma
cultura imutável, que eles não
possam se apropriar de elementos
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exógenos é mantê-los à distância,


no tempo e no espaço, é como
promover um apartheid.
O problema passa a ser quando os
índios deixam de constituir um
imaginário para se tornarem
nossos vizinhos. Os Tupinambá do
passado, os "primeiros habitantes
do Brasil" que foram banidos de
suas terras, podem ter sua cultura
admirada. Mas os Tupinambá que,
na virada do milênio, reivindicam
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sua ascendência indígena, fazendo


a retomada de suas terras no sul
da Bahia ou no Pará, são vistos
como impostores, como mestiços
que se fingem de índios para
apropriar-se de pequenas porções
de terra, detidas sabe-se lá como
por latifundiários. E aqueles que
os defendem, mobilizando
conceitos que escapam à
imutabilidade, são vistos como
igualmente impostores. O direito
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de mudar torna-se, assim, o


direito de mudar em uma única
direção, a direção do sistema-
mundo neoliberal, isto é, um jeito
de mudar que só conduz ao
mesmo.
Mas os índios estão sempre
mudando ao seu modo particular.
Ao se apropriarem de nossos
hábitos e tecnologias estão
criando algo novo, algo que não
podemos muito bem dizer o que é
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ou o que será. Isso nos incomoda,


pois acreditamos que conhecemos
o sentido da história e que
exercemos o controle sobre ele.
- É possível definir os limites de
onde começa e termina a
identidade indígena no Brasil?
PEDRO CESARINO - Essa definição
não pode ser feita apenas da
perspectiva do Estado. O Estado
classifica e divide coletivos com
critérios quantitativos e
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substantivos. Ele imagina que a


identidade indígena tem um limite
dado por sua noção engessada e
equivocada de cultura. 'Não é bem
a cor da pele ou o uso de um cocar
que define o processo do
parentesco, sempre dinâmico e
flexível'. Assim, quantifica-se
como indígena aquele que vive
segundo uma noção arbitrária de
tradição e exclui-se outros que
não seguem tais padrões. Ora, os
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pressupostos indígenas são


qualitativos: a identidade se dá de
acordo com o parentesco, com um
modo de vida que envolve um
vínculo com a terra, com a
alimentação e a manutenção de
relações sociais. Não é bem a cor
da pele ou o uso de um cocar que
define o processo do parentesco,
sempre dinâmico e flexível. Como
quantificar essa dinâmica em um
censo? A definição sobre a
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identidade, então, só poderia ser


feita através de um amplo debate,
no qual os pressupostos dos índios
ocupariam o lugar central.
RENATO SZTUTMAN - Definir
"limites" é pressupor que temos o
direito de dizer quem é e quem
não é índio no Brasil. Índio é,
antes de tudo, quem se reconhece
como tal. Mas isso não é simples!
Antropólogos como Manuela
Carneiro da Cunha e Eduardo
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Viveiros de Castro têm reflexões


brilhantes sobre esse problema.
'Nomear-se índio é um ato de
resistência. Como o é nomear-se
negro, gay, trans'.
Não vou aqui acompanhar seus
argumentos, mas apenas
improvisar a partir deles. Índios
são aqueles que se reconhecem
como tais, e não aqueles que são
reconhecidos por nós. E esse
reconhecimento se dá por
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múltiplos fatores, por exemplo, a


relação com um determinado
território ou ambiente, o que
passa necessariamente por
relações de parentesco e
vizinhança, por histórias que
circulam entre diferentes
gerações. Como diz Viveiros de
Castro em uma entrevista de
2006, "índio é quem se garante".
Isto é, aquele que para se
reconhecer como tal tem o aporte
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de uma comunidade. Não se trata


de uma questão individual, de foro
íntimo. E essa comunidade tem de
bancar um estilo de vida que
escapa, digamos, à gramática de
uma sociedade estatal neoliberal.
Isso posto, há modalidades e
modulações do "ser índio". Aliás,
"índio" é uma categoria que fomos
nós que impusemos a eles. Se hoje
pode-se falar de um "movimento
indígena", de uma "causa
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indígena" é porque foi construída


historicamente uma conexão
entre esses diferentes povos, que
passaram a reconhecer formas de
vida comuns, para além das
disparidades e dos conflitos.
(José Orenstein - 29 de abr de
2017 Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/e
xpresso/2017/04/29/O-que-
%C3%A9-ser-ind%C3%ADgena-no-
Brasil-hoje-segundo-3-jovens-e-2-
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antrop%C3%B3logos. Acesso 12
de mar de 2021).

Fragmento textual 2

No Brasil, é sempre uma confusão:


meu pai é branco, minha mãe é
negra, tenho a pele clara e o
cabelo crespo. Ou, meu pai é
negro, minha mãe é branca, meu
cabelo é cacheado, minha pele é
clara e meu nariz é bem
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arredondado. Pele branca, pele


negra... pele meio a meio... como
o mundo te define e como você se
define no mundo? O que é a
identidade racial de uma pessoa?
Afinal, o que eu sou? Essa
incerteza de pertencimento é
muito mais comum do que se
imagina.
(...) Tivemos centenas de anos de
construção de um país sob um
regime escravocrata que, com a
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tentativa de embranquecer a
população, forçou a miscigenação
a partir do abuso sexual de
mulheres negras o que,
posteriormente, daria pano de
fundo para justificar
erroneamente a chamada
“democracia racial”. O fato é que,
atualmente, somos um país
bastante miscigenado, não só
pelas chamadas raças brancas e
africanas, mas por diversas etnias
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do mundo inteiro, sem contar a


indígena. E classificar este
processo sempre foi um desafio.
No século XVIII, por exemplo, a
sociedade brasileira era
classificada entre índios
civilizados, brancos e africanos e
seus descendentes. No século
seguinte, as classificações já
haviam mudado: brancos, negros
e mulatos. Hoje, o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e
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Estatística), que atua desde 1936,


tipifica a sociedade em cinco
categorias: branca, preta, amarela,
parda (incluindo-se nesta
categoria a pessoa que se
declarou mulata, cabocla, cafuza,
mameluca ou mestiça de preto
com pessoa de outra cor ou raça)
e indígena (considerando-se nesta
categoria a pessoa que se
declarou indígena ou índia).
Nesta metodologia adotada, em
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cada domicílio brasileiro apenas


uma pessoa responde por todos
os moradores, valendo a
“autodeclaração” da pessoa que
está respondendo a pesquisa. A
somatória da população preta e
parda é o que configura, hoje, a
população negra do país.
No Brasil, a última Pesquisa
Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD)
divulgada pelo Instituto Brasileiro
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de Geografia e Estatística (IBGE),


em maio, revelou um aumento na
população que se autodeclara
negra e uma redução na que se
identifica como branca. Segundo a
pesquisa, em 2018, a população
branca representava 43,1% , a
parda 46,5% e a preta 9,3%. Os
registros do IBGE apontam que, se
comparado com os últimos seis
anos, a população que se declara
negra aumentou em 4,7 milhões.
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Isso significa que no ano passado


19,2 milhões de pessoas passaram
a se entender como negras (pretas
ou pardas) no país.
(...) A identidade racial ou grupal
está ligada ao lugar que uma
pessoa está relacionada na
estrutura social. Ou seja, a
identidade racial não é uma
escolha do sujeito, elas estão
relacionadas a uma ideia de raça
construída historicamente no
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nosso país que está ligada ao


fenótipo do sujeito. O Estatuto da
Igualdade Racial define como
“população negra o conjunto de
pessoas que se autodeclaram
pretas e pardas, conforme o
quesito cor ou raça usado pela
Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), ou
que adotam autodefinição
análoga. O preto seria
caracterizado como uma
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identificação de cor e o negro


como raça.
E há uma complexidade maior
quando analisamos,
principalmente, a população
parda do país. “A gente tem uma
parcela de problemática na
identidade racial para o que o
IBGE classifica como pardo porque
eles podem nascer
fenotipicamente brancos ou
negros”, explica Lia Vainer
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Schucman, doutora em Psicologia


Social pela Universidade de São
Paulo (USP). Para esta população,
muitas vezes, o que vai definir seu
grupo racial socialmente é a sua
identificação enquanto sujeito,
que está relacionada aos seus
processos emocionais ou
psíquicos, ou seja, com as
identificações culturais ou
relacionais familiares; ou ainda
como esta pessoa é lida pela
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sociedade.
(Preto, pardo, negro, branco,
indígena: quem é o que no Brasil?
https://almapreta.com/editorias/r
ealidade/preto-pardo-negro-
branco-indigena-quem-e-o-que-
no-brasil . Acesso 12 de março de
2021).

Fragmento textual 3
O direito a uma política de
discriminação positiva
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A prerrogativa do poder público


de agir positivamente,
assegurando a representação de
grupos tradicionalmente excluídos
do mercado de trabalho e dos
processos de educação formal se
consolidou no pós-guerra. (...)O
projeto de Estado providência
pressupõe uma igualdade
substancial (material), na qual as
políticas de discriminação positiva
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estão necessariamente inseridas.


Essas políticas assumem que, para
concretizar a igualdade material
deve se assegurar um estímulo
para que determinados grupos
sociais estejam representados e
sejam reconhecidos no mercado
de trabalho e nas instituições de
ensino, por exemplo.
Ações afirmativas é uma
denominação genérica para um
conjunto amplo de políticas, das
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quais as cotas são tão somente


uma das formas de execução. A
“natureza multifacetária” das
ações afirmativas visa a impedir
que a discriminação se manifeste
tanto formalmente quanto nas
práticas cotidianas. Desde a
adoção das políticas de ação
afirmativa no Brasil, na década de
noventa, a sua conformidade à
Constituição brasileira de1988
tem sido objeto de estudo e
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questionamento judicial.
Concretamente, o
constitucionalismo
contemporâneo seria o resultado
de tensões entre um modelo
liberal e social de Estado de
Direito. A análise da
constitucionalidade das políticas
de discriminação positiva busca
enfrentar a questão: “que espécie
de igualdade veda e que tipo de
desigualdade faculta a
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discriminação de situações e de
pessoas, sem quebra e agressão
aos objetivos transfundidos no
princípio constitucional da
isonomia?”
No questionamento, restam
implícitas outras discussões do
direito constitucional, como os
critérios de justiça distributiva e
de justiça compensatória. De fato,
as políticas públicas de ação
afirmativa devem se prestar tanto
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a realização da justiça distributiva


quanto da reparadora. Logo,
enquanto esta objetiva reparar os
danos causados no passado, por
isso devendo atingir a própria
pessoa que sofreu a
discriminação, aquela corrige as
injustiças presentes.
Fato é que a justiça meramente
reparadora não modifica a
situação de desigualdade, apenas
a alivia. Assim, a ênfase na
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complementariedade entre justiça


distributiva e compensatória,
assinala que não se trata de casos
isolados de discriminação, mas de
repensar a forma como toda a
sociedade tratou historicamente
os grupos excluídos. Avançando
nesse argumento, tendo em
consideração o princípio da
diversidade, sustenta se que as
ações afirmativas vão além:
realizam a justiça social, enquanto
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construção moral e política


baseada na igualdade e nos
direitos coletivos.
A aplicação do princípio da
igualdade, tendo em vista o nexo
de causalidade entre a conduta
analisada e o ordenamento
constitucional é motivo de longa
análise jurisprudencial,
repercutindo em diversas áreas do
direito. Reconhece se o caráter
dúbio do princípio da igualdade a
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que se denomina o “paradoxo da


igualdade”. De fato, toda
igualdade de direito gera uma
desigualdade de fato.
Por sua vez, toda desigualdade de
fato tem como consequência uma
desigualdade de direito. Enfim, no
debate constitucional parece ser
consenso que a mera igualdade
formal não efetiva quaisquer
direitos. A simples “vedação da
desigualdade, ou da invalidade do
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comportamento motivado por


preconceito manifesto ou
comprovado (ou comprovável),
não pode ser considerado o
mesmo que garantir a igualda de
jurídica”
(LOBATO, ANDERSON O. C.;
BENEDETTI, EDUARDO J. B.
NEGROS E ÍNDIOS: AÇÕES
AFIRMATIVAS E A REALIZAÇÃO DA
JUSTIÇA SOCIAL SOCIAL. JURIS, Rio
Grande, 17: , 2012, p.84-85.
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Disponível em:
https://periodicos.furg.br/juris/art
icle/view/3608/2155 acesso em:
12. Mar. 2021)

Preparando-se Para a Próxima


Teleaula

Prepare-se melhor para o nosso


próximo encontro organizando o
autoestudo da seguinte forma:
1. Planeje seu tempo de estudo
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prevendo a realização de
atividades diárias.
2. Estude previamente as
webaulas e a Unidade de Ensino
antes da teleaula.
3. Produza esquemas de
conteúdos para que sua
aprendizagem e participação na
teleaula seja proveitosa.
4. Utilize a ferramenta de
comunicação online para registro
das atividades e atendimento às
AULA ATIVIDADE ALUNO

dúvidas e/ou dificuldades.

Conte sempre com o(a) seu(sua)


tutor(a) a distância e o professor
da disciplina para acompanhar sua
aprendizagem.

Bons Estudos!
Professora Maria Gisele de
Alencar

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