Fotografia Básica

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FOTOGRAFIA BÁSICA Figura 2 | Cena do filme “Moça com Brinco de Pérola”

(2004) em que Vermeer (interpretado por Colin Firth)


❖ A História da Fotografia mostra como funciona a câmara escura para Griet
(Scarlett Johansson interpreta a personagem
• Século X: Há relatos que o erudito árabe principal). Fonte: captura de tela do streaming Prime
Alhazan descreveu como observar um eclipse Video.
solar no interior de uma câmera escura – um
quarto às escuras, com um pequeno orifício A câmara escura não registrava e não fixava a
em um dos lados aberto para o exterior. imagem, apenas refletia. Mas auxiliava muito os
pintores que colocavam na parede oposta um
papel ou tela e faziam os contornos do desenho.
O livro Fotografia – Manual Completo de Arte e A câmara escura tem o mesmo princípio do olho
Técnica, traz o desenho de uma câmera escura humano.
(Figura 1), construída em 1544 pelo médico e
matemático holandês Reinerus Gemma-Frisius. Num comparativo (Figuras 3 e 4), o orifício da
Era utilizada para observação de eclipses câmera é nossa pupila, a imagem é refletida de
solares, sem risco para os olhos. cabeça para baixo e invertida no lado oposto, na
câmara escura reflete no papel ou tela e no olho
humano, na retina. O nervo óptico se encarrega
de levar a imagem ao cérebro, que faz a inversão
da imagem.

Figuras 3 e 4 | Comparativo entre o olho humano


e a câmara escura

Figura 1 | Câmara Escura utilizada para


observação do eclipse solar. Fonte: Fotografia –
Manual Completo de Arte e Técnica (1978, p.
11).

Durante a Renascença (1350-1600),


acrescentou-se uma lente ao orifício a fim de
melhorar a qualidade da imagem. A câmara
escura tornou-se cada vez menor e as imagens
projetadas ganharam mais nitidez, o que
possibilitou artistas, engenheiros e pintores
utilizassem a câmera escura como ferramenta
para elaborar desenhos mais realistas do mundo.

No filme “Moça com Brinco de Pérola”, título


homônimo da famosa tela do pintor holandês
Johannes Vermeer (Figura 2), por exemplo, em
uma das cenas é possível ver o pintor mostrando
como funcionava a câmara escura para a moça Figuras 3 e 4 | Comparativo entre o olho humano
que interpretava a prensagem principal. e a câmara escura. Fonte: Google Image.

Primeira fotografia

O francês Joseph Nicéphore Niépce (Figura 5)


gostava muito de desenhar, mas tinha pouco
talento para a atividade. Foi então que começou
a pesquisar maneiras de fixar a imagem sem
depender da habilidade manual. Foram anos de
pesquisa, até que em 1826 revestiu uma placa de
estanho com uma fina camada de betume da
judeia.
O betume é um tipo de asfalto que endurece e cenógrafo, que tinha ouvido falar de seu trabalho.
fica insolúvel quando exposto à luz. Ele permite Como também estava interessado em gravar
que áreas mais claras e iluminadas da imagem imagens, quis saber de Niépce mais detalhes
fixassem mais o material se comparado com sobre suas pesquisas.
partes mais escuras.
Durante dois anos mantiveram correspondências,
Ele colocou uma de suas chapas revestidas com até que em 1829, a convite de Niépce, tornaram-
o betume dentro de uma câmera escura e, se sócios. Nos quatros anos seguintes
apontando sua lente através de uma janela trabalharam separadamente, relatando suas
aberta para um pátio interno, deixou-a ali durante experiências por carta. Infelizmente, Niépce não
todo o dia. Após 8 horas de exposição, retirou a viveu para usufruir do sucesso de seu trabalho.
chapa da câmara escura e a lavou com óleo de Morreu em 1833.
lavanda.
Daguerre prossegue com as pesquisas e,
Para sua surpresa, havia conseguido fixar a finalmente, em 1839 consegue chegar a um
imagem da vista do seu quarto: telhados e material muito mais sensível e eficaz para fixar a
chaminés, como mostra a Figura 6. Niépce imagem: o iodeto de prata. A partir desse
batizou seu invento de heliografia ou heliogravure momento seria possível fotografar pessoas,
– escrita ou gravura com a luz do sol. apesar do tempo de exposição ainda ser
demorado.

As pessoas tinham que ficar imóveis para não


saírem desfocadas. Difícil não piscar. Era comum
o retoque nos olhos. Em 19 de agosto de 1839,
ele apresenta seu invento para a Academia de
Ciências e Belas Artes em Paris (Figura 8).
Batizou o invento de daguerreótipo, uma
homenagem a ele mesmo. Nessa data passou a
ser comemorado o Dia Mundial da Fotografia.

O governo francês concedeu a ele uma pensão


vitalícia em troca dos direitos de apresentar a
Figura 5 | Joseph Nicéphore Niépce. Fonte: invenção como um presente da França para o
Busselle (1979, p. 30). mundo. A desvantagem do processo é que usava
o mercúrio, altamente tóxico, para a revelação da
imagem. Não era possível fazer cópias nem
ampliações.

Figura 6 | Imagem considerada a primeira


fotografia. Fonte: Google Image.
Figura 7 | Louis Jacques Mandé Daguerre. Fonte:
Como o processo para fixar a imagem era muito Busselle (1979, p. 30).
lento, na indicação das flechas na Figura 6,
mostra que a luz do sol foi registrada nos dois
lados da construção.

O daguerreótipo

Numa tentativa de melhorar a imagem e reduzir


os longos tempo de exposição, Niépce tentou
inúmeros outros materiais sensíveis à luz, porém
os resultados não eram encorajadores. Em
fevereiro de 1827, recebeu uma carta do também
francês Louis Daguerre (Figura 7), pintor e
Figura 8 | Daguerreótipo apresentado na de exposição. Fonte: Fotografia – Manual
Academia de Ciências e Belas Artes, em Paris. Completo de Arte e Técnica(1978, p. 17).
Fonte: Busselle (1979, p. 30).
A nova invenção veio para ficar. Seu consumo
Outros processos crescente e ininterrupto ensejou o gradativo
aperfeiçoamento da técnica fotográfica.
Em meados do século XIX, muitos outros Essencialmente artesanal, a princípio, esta se viu
processos fotográficos estavam sendo mais e mais sofisticada à medida que aquele
desenvolvidos e aperfeiçoados. O inglês Willian consumo, que ocorria particularmente nos
Fox Talbot foi inventor do primeiro processo de grandes centros europeus e nos Estados Unidos,
fotografia por negativo. justificou significativas de capital em pesquisas e
na produção de equipamentos e materiais
Seu processo conhecido como “papel salgado”, fotossensíveis. A enorme aceitação que a
consistia em banhar o papel em cloreto de sódio, fotografia teve, notadamente a partir da década
depois de seco, recobria um dos lados com uma de 1860, propiciou o surgimento de verdadeiros
solução de nitrato de prata. Quando o papel era impérios industriais e comerciais. (KOSSOY,
colocado dentro da câmara escura e exposto a 2014, p. 29)
luz, ele reagia quimicamente, ficando escuro nos
pontos mais claros da imagem, criando um Kodak
negativo.
O americano George Eastman (Figura 10)
Em seguida era colocado numa solução registrou o nome de uma marca que faria uma
neutralizadora de brometo de potássio para revolução na indústria fotográfica: a Kodak. É o
interromper a revelação. Este processo permitia grande responsável pela popularização da
reproduzir várias cópias, colocando esse fotografia, com duas grandes inovações: o filme
negativo sobre outro papel emulsificado, e em rolo, que substituiu as placas de vidro e a
novamente exposto ao sol. criação da câmera Kodak, colocando a fotografia
nas mãos das massas pela primeira vez.
O aprimoramento das lentes por Max Petzel, em
1840, aumentou em 22 vezes a captação de luz
se comparada com a lente utilizada por Daguerre
em 1939, diminuindo para segundos o tempo de
exposição para captação de uma imagem.

Em 1846, o químico francês Louis Menard


descobriu que a pólvora dissolvida numa mistura
de álcool e éter, produzia um líquido de grande
viscosidade que ao secar se transformava em
uma película transparente e dura. Deu a esta
substância o nome de colódio.

Em 1850, o químico inglês Robert Binghan usa o


colódio para revestir a placa de vidro, que em
seguida é sensibilizada num banho com nitrato
de prata. Ainda úmida, era colocada na câmara Figura 10 | George Eastman. Fonte: Wikimedia
escura. Quanto mais úmida, mais rápido gravava Commons.
a imagem, por conta disso o processo ficou
Tudo começou com seu interesse em registrar
conhecido como chapa úmida (Figura 9).
imagens através do processo fotográfico. Aos 23
anos, em 1877, funcionário de um banco em
Rochester em Nova York, comprou seu primeiro
equipamento e começou a ter aulas sobre a nova
técnica, a chapa úmida. Em pouco tempo se
desencantou e ficou insatisfeito com aquele
processo demorado, trabalhoso e caro.

Cada fotografia que iria tomar, era necessário


preparar a química, emulsificar a chapa de vidro,
colocar na câmara escura e tinha que ser rápido,
porque quanto mais úmida, mais rápido gravava
a imagem. Cada saída fotográfica era uma
Figura 9 | Fotografia feita com o processo de
aventura, além da câmara era necessário levar
chapa úmida, redução do tempo para 5 segundos
junto, literalmente, um mini laboratório.
Desanimado, resolveu pesquisar uma maneira transmitidas unicamente pela tradição escrita,
mais prática e rápida para fotografar. Iniciou as verbal e pictórica. (KOSSOY, 2014, p. 30).
pesquisas em sua casa, à noite, quando
retornava do trabalho. Queria elaborar um Unidade 01 – Aula 02
sistema fotográfico em que a pessoa
simplesmente tomasse a fotografia, nada mais. Principais características da fotografia
analógica
Após vários anos de pesquisa, tentativas e erros,
finalmente conseguiu, em 1888, chegar a um A Leica (Figura 1), lançada pela indústria alemã
processo que gravava a imagem em química em 1927, foi uma revolução no mercado
seca. Lançou a Kodak número 1, uma câmera fotográfico. A marca se destaca pelas câmeras e
pequena, fácil de carregar e manusear. A grande lentes de alto padrão.
inovação foi a invenção do filme com química Fotógrafos como Henri Cartier-Bresson se
seca. O rolo para 100 fotografias já vinha encantou pelo equipamento analógico, adquiriu
acoplado à câmera. Ele criou o slogan: “Aperte o sua primeira Leica 35mm, lente 50mm, em 1932
botão que nós fazemos o resto”. Ao terminar o e, com ela, testemunhou e registrou grandes
rolo, a pessoa levava a câmera até sua loja, que momentos históricos, desde o enterro de Gandhi,
tirava o filme, revelava, ampliava as fotografias e a personalidades como o artista francês Henri
devolvia a câmera com um novo filme. Esse Matisse e o filósofo Jean-Paul Charles Sartre.
processo revolucionou a fotografia, tornando-a Seu olhar era único e suas fotografias perfeitas,
simples e acessível. com organização visual impecável por agrupar
Os aperfeiçoamentos e outras inovações não todos os elementos, linhas, objetos, pessoas e
demoraram a acontecer. Em 1889, Eastman tons, em equilíbrio e harmonia.
lançou o filme de celuloide e outros modelos de Foi pioneiro no fotojornalismo e, ao lado de
câmeras. No final de 1890 já havia no mercado Robert Capa, fundaram a Agência de Fotografia
cinco tipos diferentes de câmeras. Magnum. Propôs o conceito do “instante
Em 1900, querendo alcançar um público ainda decisivo” para capturar as imagens. Segundo ele,
maior, lança a câmera Brownie (Figura 11), um esses momentos mágicos ocorrem quando os
modelo mais acessível, mas com boa qualidade elementos visuais da cena estão em perfeita
nas imagens. Durante o século XX, a história da sintonia. Quando isso acontece, é a hora certa de
fotografia passou a caracterizar-se mais pelo apertar o botão. E, é justamente nesse momento,
refinamento e aperfeiçoamento do que por que está a essência do clique.
inovações ou invenções.

Figura 1 | Câmera Leica analógia, modelo de


Figura 11 | A Evolução da Câmera fotográfica. 1927. Fonte: Google Image.
Fonte: Busselle (1979, p. 32).
Mas como se formam as imagens nas câmeras
A expressão cultural dos povos exteriorizada analógicas? Observemos as Figuras 2 e 3:
através de seus costumes, habitações,
monumentos, mitos e religiões, fatos sociais e
políticos passou a ser gradativamente
documentada pela câmera (...) O mundo tornou-
se de certa forma “familiar” após o advento da
fotografia; o homem passou a ter um
conhecimento mais preciso e amplo de outras
realidades que lhe eram, até aquele momento,
de fotos/exposições, o mais comum é o de 36
poses. Mas existem também de 12 e 24. Podem
ser coloridos ou preto e branco.

Quando o filme acaba, é necessário rebobinar


girando o botão A, para que todo o filme volte
para dentro do tubo do filme fotográfico. Puxa a
alavanca A para abrir a traseira da câmera e
retirar o filme.

Começa, nesse momento, a segunda etapa na


criação imagética: a revelação em laboratório. O
negativo precisa ser revelado para que as
imagens que estão gravadas, mas latentes,
possam aparecer. Para revelar o filme fotográfico
o ambiente precisa estar totalmente escuro.

O filme é enrolado em espirais, em seguida, é


colocado num tanque (Figura 5) com o revelador.
Depois de um tempo, é retirado do revelador e
vai para o fixador. Nessa etapa a luz já pode ser
acesa. Por último, retira-se da espiral, lava em
água corrente e colocado no varal para secar.

Figuras 2 e 3 | Câmera analógica, 35mm, que é o


tamanho no negativo. Fonte: adaptado do Google
Image.

A captação e formação da imagem fotográfica


analógica se dá a partir de um processo químico.
No exemplo da Figura 3, puxa-se a alavanca A
para abrir a parte traseira da câmera. No
compartimento B, coloca-se o filme fotográfico
(Figura 4) que vem sensibilizado com sais de
prata, sensível à luz e que grava a imagem. Este
negativo é puxado até a extremidade D.

Depois de se certificar que o filme está bem


encaixado, fecha-se a tampa traseira. A partir
desse momento, o negativo não pode ser
Figura 5 | Espiral para enrolar o negativo (1) e
exposto à luz. Essa primeira parte que ficou
tanque para revelação, onde são colocados os
exposta para ajustar na câmera, não gravará
espirais com os negativos (2). Fonte: Google
mais imagem porque já recebeu luz.
Image.

Quando estiver seco, o negativo é colocado no


ampliador para ampliar as imagens no papel. A
química que sensibiliza o papel fotográfico não é
sensível à luz vermelha, por isso elas podem ser
acesas, sem danos ao material fotográfico.

Sempre que vemos uma cena em novela ou filme


Figura 4 | Filme fotográfico, de 24 poses, e ISO em que estão num laboratório fotográfico com luz
400. Fonte: Wikipedia Commons. vermelha acesa, significa que estão ampliando as
fotos no papel. O papel também passa pelo
A alavanca E gira para à direita, cada giro, uma revelador, passa por uma segunda banheira com
parte do filme ficará exposto quando a cortina se interruptor, para cessar o processo de revelação,
abrir. A cortina do obturador, letra C abre e fecha em seguida no fixador, para garantir a
para gravar a imagem no negativo. Tudo durabilidade da imagem e por último em água
ajustado, é hora de começar a fotografar: só corrente. São levadas também para secar no
apertar o botão indicado pela flecha. Os filmes varal.
possuem números limitados e pré-determinados
Esse é um processo demorado e que exigia pode ser enviada pela internet, porque são
conhecimento e habilidade para misturar os informações numéricas. Pixel é número.”
elementos químicos: enrolar o filme na espiral e
calcular o tempo da revelação. Na época dos E o que os números representam? Os números
filmes em rolo havia a profissão do laboratorista, que formam uma imagem digital representam a
que era responsável pela revelação dos filmes e posição e a cor do pixel pixel. E, ainda, segundo
ampliação das fotografias. Com sua grande Thales (2023), “todos os pixels têm um endereço
experiência, corria-se menos risco de perder um dentro da imagem digital”. Por exemplo, se
filme na revelação. A temperatura errada para ampliarmos uma imagem, você conseguirá ver o
misturar os químicos ou enrolar errado o filme na quadriculado (Figura 6), cada quadradinho
espiral, podia comprometer todo o processo. representa um pixel. Cada pixel vai estar numa
Anos mais tarde esse processo foi automatizado posição dentro das coordenadas x/y (largura e
com os minilabs. altura) e sua cor também será representada por
números (Figura 7).
Com a chegada da fotografia digital, muitos
laboratórios se tornaram obsoletos, outros foram
parar em exposição nos Museus. Mas ainda tem
os apaixonados pela fotografia analógica, que
mantém viva e ativa essa forma de registrar
imagens, histórias e preservar memórias.
Principalmente os admiradores da fotografia em
preto e branco, eles garantem: a fotografia digital,
nem os programas de pós-produção conseguem
chegar no contraste das fotografias produzidas a
partir do negativo.

Principais características da fotografia digital

Desde meados dos anos 1990, a fotografia digital


vem sendo utilizada. O fotógrafo Thales Trigo
(2023) lembra que “em 1991, as câmeras digitais
eram muito caras, chegando a custar até 30 mil
dólares e com qualidade muito ruim, tinha apenas
1,3 megapixel. Muito rudimentares se
comparadas com as câmeras de hoje”.

Thales importou seu primeiro equipamento digital


da Suiça, em 1997. Uma câmera de grande Figura 6 | À esquerda, a fotografia digital da flor
formato e um computador. O investimento foi alto, do maracujá doce. A imagem da direita é um
e havia naquele momento pouca informação recorte da imagem da esquerda. Observe os
sobre o sistema digital. A internet ainda era muito quadradinhos, cada quadradinho é um pixel.
precária, mas aos poucos foi estudando e Fonte: elaborada pela auto
dominando o assunto.

O que levamos mais de 100 anos para mudar do


sistema analógico para o digital, o digital, em
pouco menos de 30 anos fez uma grande
revolução tecnológica. A partir dos anos 2000 foi
conquistando seu espaço, aperfeiçoou
rapidamente o processo e disponibilizou no
mercado câmeras de alta qualidade.

O princípio da fotografia é o mesmo: a luz entra


pelo diafragma, passa pela objetiva e ao invés de
fixar a imagem em suporte químico (filme), grava
a imagem em sensores digitais.

Segundo Thales (2023) “uma imagem digital é


representada por pixel, que não tem existência
física, são apenas números que indicam uma
posição e uma cor dentro de uma matriz que
‘mostra’ a imagem”. Por essa razão uma imagem
Figura 8 | Fotografia feita com microscópio
eletrônico de um sensor Nikon D600. A imagem
do microscópio eletrônico é monocromática.
Esses pontinhos são os fotodiodos. Fonte: Thales
(2023).

A era digital veio para ficar. As vantagens desse


processo em relação ao analógico é a
possibilidade de ver a imagem quando é
produzida, permitindo que o fotógrafo tenha um
Figura 7 | Ao selecionarmos um quadradinho controle maior de sua produção, corrigindo erros
(pixel) com a ferramenta conta-gotas no em tempo real.
photoshop, o seletor de cores vai nos mostrar
qual a quantidade de R ( Red -Vermelho), G ( A câmera digital, como usa cartões eletrônicos
Green - Verde) e B (Blue - Azul) foram usados para arquivar as imagens, permite a tomadas de
para formar aquele pixel. Na imagem abaixo, a muito mais fotografias em relação aos filmes
quantidade de R=220, G=103 e B=79. Na fotográficos, uma vez que tinham limitações no
imagem abaixo, o conta-gotas aponta para outro número de fotos. Acontecia muitas vezes de se
pixel, e a quantidade mudou: R=176, G=69 e perder o “instante decisivo” e até mesmo
B=42 momentos históricos porque o filme acabava bem
na hora. Levava um tempo até rebobinar o filme e
Toda câmera digital tem um sensor eletrônico trocar por outro.
que capta a luz e podem ser de dois tipos: CCD
(charge-coupled device), que é mais antigo e nos Foi o que aconteceu durante a Guerra do Vietnã.
sistemas mais modernos são os CMOS (metal Em junho de 1972 uma bomba de napalm atingiu
oxide-semiconductor), que possuem milhões de a vila em que Kim Phuc morava, uma menina
elementos que detectam a luz chamados de com 9 anos na época, que saiu correndo após
fotodiodos (Figura 8). Vejamos que no sensor ser atingida. O fotojornalista vietnamita Nick Ut
não existe pixel existe fotodiodos. registrou a tragédia, em seguida abaixou a
câmera e socorreu a menina. No registro de Nick
Esses fotodiodos possuem espessura de um Ut (Figura 8) observe o outro fotógrafo (indicado
décimo do fio de cabelo, equivalente a 10 pela flecha) rebobinando o filme.
microns, que recebem a luz, converte a luz em
informações e essas informações geram os
pixels. Cada fotodiodo gera um pixel. Por
exemplo: Um sensor com 33 mega (milhões) de
fotodiodo gera uma imagem com 33 megapixel.
Existem diferentes tamanhos de sensores e de
quantidade de fotodiodo.

Figura 8 | Fotografia do fotojornalista vietnamita


Nick Ut. Fonte: Robin (1999).
Outra mudança com a chegada da fotografia Características das câmeras analógicas: SLR,
digital foi no processo de revelação. Os antigos compactas e instantâneas
laboratórios químicos foram substituídos por
softwares como o Adobe Photoshop e Adobe A partir do daguerreótipo, as câmeras foram
Lightroom que possuem diferentes ferramentas evoluindo, ganhando uma grande popularidade
para o tratamento e edição das imagens digitais. com a Kodak N 1 e o filme em rolo. Mas foi no
Mas importante nessa hora: nunca perder o bom século XX que as câmeras analógicas se
senso e a ética! consolidaram.

Mudanças estéticas e de reprodução da As fotografias de estúdio eram feitas com


fotografia feitas por smartphones câmera de grande formato, como eram
chamados os equipamentos que utilizavam
Em 1999, quando foi lançado o primeiro celular negativos de 10x8 cm ou até maiores (Figuras 1
com câmera, no Japão, a qualidade da imagem e 2). Alguns apaixonados pela fotografia
não chegava a um pixel. Não imaginávamos a analógica ainda fotografam com esse modelo.
revolução tecnológica que aconteceria nos 25
anos seguintes. Atualmente, há vários modelos
disponíveis no mercado, com câmeras de ótima
qualidade e até mesmo com zoom óptico, muito
superior ao zoom digital. Nunca se fotografou
tanto.

A evolução da câmera dos celulares encontrou


outra aliada: a chegada das redes sociais.
Plataformas exclusivas para a divulgação das
imagens. Portanto, há uma linha tênue que
precisa ser analisada com cuidado para não
perder o bom senso. Na internet se vê de tudo,
mas quem quer seguir uma carreira séria precisa Figuras 1 e 2 | Câmera de grande formato, à
acompanhar e seguir os profissionais sérios e esquerda sanfona ou fole, indicada pela seta,
usar o celular como ferramenta de trabalho, permitia ajustar a distância focal. À direita,
estudar sempre e aprimorar-se. compartimento para colocar o negativo.
Muitas Redações de Jornais já se renderam às Alguns modelos de analógica fizeram muito
fotografias com celular. Os concursos de sucesso em suas épocas, mas modelos como
fotografia também estão aceitando as imagens Pentax, Zenit 122 e alguns modelos da Nikon
tomadas de um celular. Parece, então, uma ainda podem ser encontrados e em condições de
realidade que veio para ficar. uso. Confira a cronologia de algumas câmeras
analógicas:
Mas um vídeo que circulou na internet, chamou
muito a atenção sobre o uso do celular. A cena 1924 – Ermanox, produzida pela indústria
aconteceu na virada do ano, em Paris, na alemã, preferida entre muitos fotojornalistas.
avenida Champs Elysée. Muitos aparelhos
ligados, ao mesmo tempo, acendeu um alerta. 1933 – Exakta, câmera SLR, fabricada pela
Não pela quantidade de celulares, mas com a indústria alemã Ihagee.
visível preocupação em registrar o momento e
postar nas redes sociais, que foi muito mais 1947 – Polaroid Model 95, foi a primeira
intensa do que a troca de abraços e o desejo de câmera com filme instantâneo da história
um bom ano novo. projetada por Edwin Land.

Importante destacar, que a escolha do tipo de 1948 – Nikon I, foi a primeira câmera da Nikon.
fotografia – analógica, digital ou com celular, é
apenas uma parte do processo. O mais 1958 – Leica MP2 foi a primeira câmera com
importante é você, que vai produzir as imagens e motor elétrico acoplado.
escolher o momento certo para apertar o botão. 1959 – Canonflex, foi a primeira SLR da
Como diz Cartier-Bresson “Fotografar é colocar Canon.
na mesma linha de mira os olhos, o cérebro e o
coração”. 1967 – Olympus Trip 35, foi a câmera
compacta mais popular da década de 1970.
Unidade 01 – Aula 03
1976 – Pentax K 1000, foi uma popular câmera
SLR fabricada por mais de 20 anos.
1983 – Canon T 50, foi a primeira câmera SLR mesma objetiva várias opções como por
automática. exemplo, uma 18-50mm, quer dizer que ela
fotografa em ângulos diferente, de uma grande-
1990 – Zenit 122, câmera SLR, de baixo custo. angular até uma normal).
2004 – Nikon F6, última câmera analógica Uma desvantagem é o visor na lateral, o que se
produzida pela Nikon. via não era o que a objetiva estava capturando.
Essa distorção causada pelo desvio ótico entre o
visor e a objetiva é conhecida como erro de
SLR (Figuras 3 e 4) sigla em inglês que significa paralaxe.
– Single Lens Reflex (em português: monoreflex). Nas Figuras 5 e 6, à direita, as flechas mostram o
É um sistema em que um espelho e um prisma visor e a objetiva em posições diferentes, o que
são utilizados para permitir que o fotógrafo veja a resultava problemas nas fotografias, como por
imagem através da objetiva. O que você vê pelo exemplo, pés e cabeça cortados.
visor é o que a objetiva está capturando.

Esse sistema SLR é uma grande vantagem,


porque nos outros modelos, o visor ficava na
lateral da câmera, o que o fotógrafo via, não era
exatamente o que a objetiva estava capturando.
Era muito comum as surpresas ao revelar as
imagens: cortava-se os pés, a cabeça, mudava o
enquadramento. Muitas fotografias se perdiam.

Vejamos à direita, nas Figuras 3 e 4, as flechas


indicando que o visor fica na mesma direção que
a objetiva.

Figuras 5 e 6 | Modelo Olympus Trip 35. Fonte:


Google Image.

Instantâneas

Levam esse nome porque produzem a impressão


das imagens em tempo real, revelando-as em
papel fotográfico. As primeiras inventadas foram
da marca Polaroid, que acabou se tornando o
nome utilizado para indicar de forma geral esse
tipo de câmera, mas existem outras marcas no
mercado.

Antigamente ,os circos utilizavam muito desse


Figuras 3 e 4 | Câmera analógica Pentax K 1000, equipamento para fazer fotografias da plateia e
SLR. Fonte: Google Image. no final do espetáculo as vendiam, avulsas ou em
formato de chaveiro.
Compactas
As câmeras instantâneas (Figura 7) estão de
As câmeras compactas (Figuras 5 e 6) volta, repaginadas, com novo design, cores e
representam uma extensa gama de tipos de formatos, mas despertando o mesmo encanto
câmeras, sendo geralmente pequenas e de fácil que os primeiros modelos. Sucesso garantido em
transporte e uso. Normalmente, não permitem festas de aniversários e formaturas como
trocar as objetivas, tendo apenas uma lente fixa lembrancinha do evento.
que já vinha acoplada à câmera, que podia ser
ou não zoom (lente zoom é quando se tem na
Figura 8 | Modelo Sony, lançado em 2008. Fonte:
Google Image.

Figura 7 | Polaroide da Fujifilm, modelos lançados As digitais também lançaram seus modelos
em 2010 e 2017.Fonte: Wikimedia Commons. DSLR, seguindo o conceito das câmeras
analógicas SLR. Além da vantagem do visor na
Características das câmeras fotográficas mesma direção da objetiva, são modelos de
digitais: DSLR mirrorless, full-frame, sensor lentes intercambiáveis, ou seja, que podem ser
cropado e médio formato trocadas. Por exemplo: ao comprar uma câmera
com uma objetiva 18-55mm posso é possível
As câmeras digitais como conhecemos hoje, comprar uma objetiva 80-200mm e usar uma ou
foram uma sucessão de inventos. Podemos outra, dependendo do que pretendo fotografar.
voltar em 1969, quando George Smith e Willard Essa é uma grande vantagem sobre as câmeras
Boyle desenvolveram o CCD – sensor que que vem com a lente acoplada.
permitia converter a luz em sinais elétricos. Mas
ainda não se sabia que seria um dos primeiros Em janeiro de 2004, a Nikon lançou a D70
passos para os avanços tecnológicos na área da (Figura 9), sua primeira câmera digital reflex
fotografia digital. (DSLR). Em abril de 2005, lançou a D70s e em
agosto de 2008 a D90, até hoje encontra esse
Em 1975, o Engenheiro da Kodak, Steven modelo, usado, para comprar. O último
Sasson, cria a primeira câmera digital que iria lançamento da Nikon, a D6, chegou ao mercado
revolucionar o mundo da fotografia. Em 1988 foi só o corpo por quase 50mil reais.
a vez da Fuji apresentar ao mercado sua câmera
digital comercial, com cartão com capacidade
para armazenar de 5 a 10 fotos. Fechando o
século XX, a Sony lança a Mavica, uma câmera
digital em que o cartão de memória ainda era um
disquete, com capacidade para armazenar 10
fotografias. Oinício da digital também foi um
processo moroso e caro.

Na entrada do século XXI, que aconteceu a


grande virada e as inovações tecnológicas
aconteceram muito rápido. E, com valores mais Figura 9 | Nikon D70. Fonte: Google Image.
acessíveis, as câmeras digitais foram se
espalhando e conquistando cada vez mais o Em português, mirrorless significa “sem espelho”,
público. pois são câmeras (Figura 10) que não possuem
espelhos ou prismas internos como as DSLR.
Assim como a analógica, a digital também teve Também possibilitam a troca de lentes e
vários modelos compactos, um deles a Sony gravação de vídeos. Diferem das DSLR
DSC S 730 (Figura 8), lançada em 2008, ainda principalmente nos quesitos de tamanho e peso,
com funcionamento a pilhas. Como pois são mais leves e de dimensões reduzidas, o
descarregavam rápido. Outra desvantagem eram que tem agradado muitos fotógrafos. Esses
os poucos recursos técnicos que ofereciam para modelos não são melhores ou mais avançados
capturar a imagem. Não tínhamos controle de que as DSLR; as marcas principais de câmeras
abertura e velocidade. produzem tipos competitivos que irão ter
vantagens e desvantagens quando comparados.
lugar com muita luz, elas contraem, para entrar
menos luz.

Na câmera, o diafragma é um sistema metálico


de lâminas que pode ser controlado para abrir e
fechar, formando um orifício quase circular. Esse
orifício permite a passagem de luz e controla a
quantidade de luz que atinge o filme ou o sensor
eletrônico.

O diafragma é representado pela letra f


Figura 10 | Modelo mirrorless da Canon, gira em (minúscula) e apresenta uma lógica inversamente
torno de 6mil reais, acompanha objetiva 18- proporcional em sua numeração. Quanto mais
45mm. Fonte: Google image. aberto o diafragma, menor o número. Quanto
mais fechado o diafragma, maior o número.
Qual a diferença de sensores cropados e full- Vejamos na Figura 1.
frame? Os cropados são sensores menores e
corta o ângulo na imagem. Por exemplo: quando
você coloca uma objetiva 50mm numa câmera
com sensor cropado, a imagem é registrada com
ângulo de uma 80mm. Mas ela não dá o zoom na
imagem como daria uma 80mm, ela só faz o
corte.

Full-frame não é tamanho do sensor, é


tecnologia, por isso, sensores de tamanhos
diferentes, os dois podem ter tecnologia full-
frame. Que agora estão sendo substituídos pela
tecnologia interline.

Já a diferença entre a tecnologia frull- Figura 1 | Funcionamento do diafragma na


frame e interlines se dá pelo fato de Full- objetiva. Fonte: Wikimedia Commons.
frame tem uma pequena área para transporte de
informação, ao contrário do interline em que a Estes são alguns exemplos de diferentes
área de captura da luz é menor e a área de aberturas. Mas podemos ter aberturas ainda mais
transferência de informação é maior, deixando-os fechadas como f/16, f/22, e assim por diante.
mais rápidos, como o modelo R3, da Canon, que
consegue registrar até 30 fotos por segundo. Uma observação importante: por influência dos
Essa rapidez é uma grande aliada para quem for americanos escrevemos f/ 5.6; f/2.8 utilizando o
fotografar esporte, vida selvagem e ponto. Na língua portuguesa o correto seria com
fotojornalismo. vírgula.

O equipamento é apenas uma etapa da sua Outro ponto de observação é que chamamos de
formação, comece com a câmera que você tem lente (objetiva) luminosa quando ela tem
disponível, treine seu olhar, visite bons sites de diafragma f/2.8; f/1.8. Isso significa que essa
fotografia, siga ótimos fotógrafos, compre livros objetiva é capaz de fotografar em lugares com
de fotografia, estude a luz, o ângulo, os planos, pouca luz, uma vantagem sobre a objetiva com
leia bons livros e imagine que cena você poderia abertura máxima de f/5.6, por exemplo. Assim,
fotografar para representar aquele texto, e dependendo do trabalho que será realizado, será
sempre que assistir filmes ou documentários veja necessário fazer um investimento numa lente
de onde vem a luz. Lembre-se: Cartier-Bresson luminosa, como é o caso da fotografia de
fotografava com uma câmera da década de 1930. espetáculo.

Unidade 01 – Aula 04 Geralmente, em ambiente com pouca iluminação,


não se usa o flash para não prejudicar a
Abertura do diafragma iluminação do espetáculo e, como veremos mais
adiante, em – Tempo de Exposição do Obturador
Numa analogia com os nossos olhos, o – será possível usar uma velocidade alta para
diafragma é a pupila da câmera, é por onde entra congelar os movimentos da dança.
a luz. O que acontece com nossas pupilas
quando estamos num lugar escuro? Elas dilatam O número f de uma objetiva também está
para entrar mais luz. E quando estamos num diretamente relacionada ao custo do
equipamento. Por exemplo, um objetiva 200mm Este segundo pilar vai controlar o tempo de
com abertura máxima de f/5.6 e outra com f/2.8, exposição, que também é chamado de
pagará um valor bem mais elevado pela velocidade. Segundo Trigo (2023) “tempo de
segunda, mas o custo-benefício compensará o exposição é o período em que o obturador fica
investimento. aberto para que a luz atinja o nosso elemento
sensível – filme ou sensor eletrônico”.
E qual a influência estética na fotografia? Quando
utilizamos uma abertura maior – f/2.8, por Se optarmos por velocidades abaixo de 1/30 (Um
exemplo, teremos uma menor profundidade de trinta avos de segundos) estamos falando de
campo, ou seja, uma menor área focada. Esse velocidade baixa. Isso significa que a cortina do
efeito de áreas focadas e desfocadas na mesma obturador (Figuras 4 e 5) vai abrir e fechar bem
imagem, chamamos de foco seletivo. Com o uso devagar e a luz ficará mais tempo atingindo o
do foco seletivo conseguimos dar ênfase a um filme ou o sensor eletrônico. Assim, se
elemento na cena, deixando-o focado e se fotografarmos algo em movimento, sairá borrado.
destacando do restante da cena que estará
desfocada. O Fotojornalismo e a Fotografia E, se optarmos por velocidade alta, acima de
Publicitária utilizam muito desse recurso para 1/60, a cortina do obturador abrirá e fechará
passar uma mensagem, focando o que querem muito rápido, e a luz atingirá o filme ou o sensor
destacar na imagem. eletrônico num breve espaço de tempo. Se
fotografarmos algo em movimento com a
E se utilizarmos aberturas pequenas, quanto velocidade alta, conseguiremos congelar o
maior o número, mais área focada na imagem. movimento.
Utilizamos para dar ênfase no plano geral e não
especificamente em um ponto da imagem.

Vejamos alguns exemplos nas Figuras 2 e 3.

Figura 2 | A reportagem era sobre o plantio de


acerolas no Oeste Paulista. Foi utilizada a
abertura f/2.8 para as frutas ficarem focadas em
contraste com o fundo desfocado

Figuras 4 e 5 | À esquerda, cortina do obturador


de uma câmera fotográfica. À direita desenho
ilustrativo do obturador fechado e aberto. Quando
você aperta o disparador para fotografar, essa
cortina vai abrir, permanecer aberta pelo tempo
que você selecionou e em seguida vai se fechar.
Fonte: Trigo (2023, p. 20).

Observe a Figura 6, que mostra a sequência de


exposição de tempo, partindo de 30 segundos
Figura 3 | Cataratas de Foz do Iguaçu fotografas (velocidade baixa) até 1/8000 (velocidade alta):
de Helicóptero. Abertura f/16 para que toda a
paisagem ficasse focada

Tempo de exposição do obturador


noiva. Observe que para entrar a mesma
quantidade de luz nas duas imagens foram
alterados o valor do diafragma e do isso.

lembrando que para usar a velocidade baixa, a


Figura 6 | Tempo de exposição. Fonte: Trigo câmera deve estar no tripé e disparar a câmera
(2023, p. 20). Fonte: Trigo (2023, p. 21). pelo temporizador, porque o simples ato de
apertar o botão da câmera, a fotografia pode ficar
Entendendo a Figura 6, 1/8000 (um sobre oito mil
totalmente desfocada. Caso não tenha um tripé,
avos de segundos) significa que dividimos um
coloque a câmera num suporte, no chão, em
segundo em oito mil partes, e pegamos apenas
cima de uma pedra ou até em cima da bolsa do
uma fração desse tempo. O obturador vai abrir e
próprio equipamento.
fechar muito rápido, o que estiver em movimento
vai ficar congelado. Utilizamos a velocidade alta Duas situações diferentes para o uso da
para congelar as asinhas do beija-flor, carros de velocidade baixa – longa exposição. Na Figura 8
corrida, por exemplo. Muito utilizada para foi para congelar o que estava em movimento e
fotografia de esporte e espetáculos de dança. Na na Figura 9 para iluminar a fotografia, já que
fotografia de eventos, uma dica é usar a havia pouca luz no ambiente.
velocidade alta no estouro do frisante para
congelar a espuma e a rolha no ar ou ainda Uma outra possibilidade do uso da velocidade
quando a noiva jogar o buquê. baixa é para efeito na luz em movimento, como
mostra a Figura 10. A longa exposição – 5” (cinco
Já a velocidade baixa, abaixo de 1/30 (um sobre segundos) permitiu registrar somente a luz da
trinta avos de segundos), o que estiver em roda gigante que estava em movimento.
movimento ficará “borrado” e registrará o
movimento. Quanto maior o tempo selecionado,
mais borrada ficará a imagem. Na Figura 6, a
menor velocidade é 30. Mas podemos deixar a
cortina do obturador aberta por tempo ainda
maiores: minutos, horas e até dias, como é o
caso das imagens tomadas pelo fotógrafo alemão
Michael Wesely. Nessa opção, o obturador tem a
função B (bulb), que quando você seleciona, a
cortina permanece aberta pelo tempo que você
desejar.

O fotógrafo Zig Koch é especialista em


astrofotografia, nessa modalidade de imagem é
utilizada a longa exposição (Velocidade Baixa),
ficando a cortina do obturador aberta por um
longo período.

E qual a influência estética na fotografia?


Vejamos os exemplos a seguir. Nas Figuras 7 e
8, as imagens foram tomadas no mesmo lugar e
no mesmo horário. Observem que pelas flores
amarelas no primeiro plano, a quantidade de luz
que chegou em uma imagem e na outra é a
mesma, mas a estética é diferente.
Figuras 7 e 8 | À esquerda, velocidade alta -
Isso acontece porque na imagem da esquerda foi 1/1250 e à direita, velocidade baixa – 1/13
usado um tempo de exposição muito curto
(velocidade alta) - 1/1250 (com f/6.3 e ISO 500).
A cortina abriu e fechou muito rápido, quase
“congelando” a água dessa “cachoeira” no Lago
Igapó, em Londrina/PR.

Já na imagem da direita, foi selecionado um


tempo longo de exposição (velocidade baixa) –
1/13 (com f/29 e ISO 100), a cortina do obturador
abriu e fechou bem devagar, por isso a água
ficou “borrada”, criando o efeito chamado véu de
Figura 9 | Lago Azul, Bonito/MS Figura 11 | Fotografia tomada com velocidade

Neste caso, foi utilizada a bolsa da câmera como


tripé para fotografar o Lago Azul, em Bonito/MS
(Figura 9). O lago fica numa gruta, é preciso
descer 200 degraus, na rocha, para chegar até o
local. Por segurança não é permitido levar o tripé.
Para trabalhar com a velocidade baixa, a câmera
foi colocada em cima da bolsa do equipamento,
em velocidade de 1/15 e com a utilização do
temporizador. Não foi utilizado flash porque
poderia superexpor (muita luz) as estalactites
(depósitos de minerais formados no teto da
caverna) que estavam recebendo uma bonita luz
natural. Esse é um exemplo de adaptação 1/250
Figura 12 | Emídio Luise tomou a fotografia com
1/125 de velocidade.Fonte: Luisi (2013, p. 29).

Controle do ISO

Segundo Trigo (2023) “ISO é uma sigla que


significa International Organization for
Standardization, ou Organização Internacional de
Normalização. É uma organização fundada em
1947 com sede em Genebra, Suíça, que
congrega aproximadamente 160 países e
estabelece padrões para produtos e serviços”.
Aqui no Brasil é representada pela ABNT
Figura 10 | Para o efeito da luz na roda gigante (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
em movimento foi utilizada a velocidade do
obturador em 5”, f/11 e ISO 800 Na fotografia, o “padrão” ISO é uma medida da
sensibilidade à luz de um filme ou de um sensor
A seguir, as Figuras 11 e 12, exemplo do uso da eletrônico. Em lugares com pouca luz, usa-se
baixa exposição (Velocidade Alta), quando a ISO acima de 800 para clarear a imagem. Em
cortina abre e fecha bem rápido, “congelando” o lugares com sombra, usa-se o ISO 400 e em
movimento. Na fotografia do beija-flor foi utilizada lugares com muita luz, ISO 100 ou 200. Vejamos
a velocidade 1/250, f/2.8, ISO 100 e flash, modo na Figura 13:
M 1/16, rebatido, porque era um arbusto fechado,
com pouca luz. A imagem seguinte foi tomada
pelo fotógrafo Emidio Luisi, especialista em
fotografia de espetáculo. Ele utilizou velocidade
1/125.

Figura 13 | Em ambientes com muita luz,


recomenda-se ISO baixo como 100 e 200. Em
locais de sombra, o 400 e ambientes com pouca
luz, de 800 para cima. Fonte: Thales (2023, p.
14).

O ISO muito alto, acima de 1600 pode causar


ruído na imagem e deixá-la com aspecto
granulado, como mostra a Figura 14. É
importante fazer um teste com a câmera,
fotografando a mesma cena com diferentes
números de ISO até encontrar o ISSO ideal para
a fotografia, pois isso pode variar de
equipamento para equipamento.
Figura 14 | Variação de ISO. Fonte: Thales (2023,
p. 13).

Nos filmes das câmeras analógicas (Figura 15),


era comum encontrar ISO 100, 200, 400 e até
800. Os filmes ISO 800, eram feitos para serem
usados em local com pouca luz, por esse motivo
eram muito sensíveis, para conservá-los antes do
uso, eram guardados na geladeira!

Qual a desvantagem dos filmes? Comprando um Figuras 16 e 17 | ISO 400 e ISO 640
filme com ISO 100, por exemplo, as 36 fotos do
rolo eram com a mesma sensibilidade. Podia
acontecer do filme não ter acabado e o fotógrafo
Modos de câmera e suas aplicações
precisar fotografar um local com pouca luz. Ou o
contrário, um filme de ISO 800, de alta As câmeras DSLR, também conhecidas como
sensibilidade, estar na câmera e precisar fazer monoreflex, são equipamentos muito utilizados
uma foto no sol. pelos fotógrafos no mercado da fotografia. Elas
possuem diferentes modelos e marcas e uma de
Hoje, com as câmeras digitais isso facilitou, pois
suas grandes vantagens é a possibilidade de
numa sequência de fotografias, é possível ajustar
trocar as objetivas e ainda trabalhar em modo
um ISO diferente para cada uma. As câmeras
manual, com controle sobre os ajustes dos três
dos celulares, em muitos modelos, também vêm
pilares da fotografia: diafragma, velocidade e
com a opção do ISO.
ISO.

As câmeras DSLR são divididas em corpo e


objetivas/lente (Figuras 1 e 2), e são vendidos
separadamente. Num primeiro investimento, será
necessário comprar um conjunto completo: o
corpo com uma objetiva. Aos poucos, o
investimento pode ser em outras objetivas com
aberturas e ângulos diferentes, conforme a
Figura 15 | Filme ISO 200 muito utilizado para demanda que seu trabalha exigir.
ambientes com pouca luz. Fonte: Amazon. Por exemplo, ao fotografar futebol, com certeza
As Figuras 16 e 17 foram tomadas com a mesma terá que utilizar uma teleobjetiva para conseguir
abertura do diafragma f/3.2 e a mesma registrar os lances próximos ao gol. Por outro
velocidade do obturador 1/1000. O ajuste foi lado, se quiser trabalhar com fotografias do
somente no ISO, à esquerda ISO 400 e à direita, universo agrícola, terá que investir em uma
ISO 640. objetiva macro, para conseguir captar com
detalhes insetos e pragas causadores de
doenças nas plantas.
branca, indicada pela flecha. Fonte: Wikimedia
Commons.

Figura 4 | Anel de controle dos modos de


operação. Fonte: Wikimedia Commons.

Vejamos o significado de cada letra:

• M / Manual – Permite ajustar


manualmente a velocidade do obturador,
a abertura do diafragma e o ISO. Este
modo permite ao fotógrafo um maior
controlo criativo, permitindo-lhe ajustar as
Figuras 1 e 2 | À esquerda, somente o corpo da definições, de maneira a alcançar o
câmera e à direita, o corpo com uma objetiva resultado desejado na imagem. É o modo
zoom* 24-105mm. Fonte: Wikimedia Commons. preferido dos profissionais, pois permite
trabalhar com a luz do ambiente de forma
Observe, ainda, na Figura 1, uma flecha totalmente personalizada para seus fins e
indicando a posição do anel de funções da objetivos.
câmera. Muitos modelos têm letras e desenhos,
assim, cada ícone e cada letra indica uma • S/ TV Prioridade à Velocidade – Você
função. Este anel permitirá a escolha e troca ajusta manualmente a velocidade e a
entre os modos de operação de uma câmera câmera determina automaticamente o
DSLR. O posicionamento do anel de controle valor da abertura.
poderá variar de acordo com a marca e o
fabricante da câmera, mas sua lógica de • A/AV Prioridade à Abertura – Você
funcionamento é a mesma para as diferentes ajusta manualmente o valor da abertura e
DSLR. a câmera determina automaticamente o
valor da velocidade.
Veremos os mais comuns, considerados
semiautomáticos, porém a recomendação para • P e AUTO/Automático – A câmera
total controle das funções é sempre optar pelo determina automaticamente o valor da
modo manual M. Ao selecionar o modo de velocidade e da abertura. O ISO pode ser
operação, é necessário que a letra escolhida ajustado manualmente. O problema desse
esteja, geralmente, num pontinho branco (Figura modo é que a câmera “manda” na
3) ao lado do anel de funções (Figura 4). Só operação e o resultado final da imagem
assim terá certeza que a câmera está operando pode não ser o esperado pelo fotógrafo.
no modo escolhido.
Quanto às figuras, não é recomendado seu uso
nas câmeras DSLR porque elas oferecem muitas
outras possibilidades, mais eficientes, de controle
de exposição ou através de objetivas específicas
como é o caso da macrofotografia. Mas você
poderá encontrar esses mesmos ícones nos
celulares, o que pode ajudar em algumas
circunstâncias. Observe:

Macro (Tulipinha) – Nesse ajuste, é possível


aproximar a câmera do seu celular bem próximo
do objeto, flor, inseto etc., e a cena ficará focada.
Figura 3 | Deixe sempre alinhada a letra do modo
de operação que você escolheu com a marcação
Seguindo o anel de controle de modos de
operação, em sentido horário, depois da macro, a
montanha é para fotografias de paisagens, plano
geral. Bonequinho com a lua para fotografar
pessoas em ambiente com pouca luz, observe
que toda vez que aparece a lua, o celular deve
estar no tripé ou ser segurado bem firme, porque
funcionará como velocidade baixa.

Na sequência, o rosto é para retrato, para


aproximar da pessoa sem causar distorção, uma
vez que a objetiva do celular é grande-angular.
Em selfies é comum distorcer principalmente o
nariz das pessoas que estão em primeiro plano,
consequência das objetivas grande-angulares
que não são indicadas para fotografar retratos. E,
por último, o “corredor” para fotografias de cenas
em movimento, seria semelhante à velocidade Figura 5 | Capa do jornal Estadão, no dia
alta. seguinte à desclassificação da seleção brasileira
na Copa de 2014, depois do 7x 0 para a
Principais lentes e suas funções: 50mm, Alemanha. Fonte: Acervo Estadão.
grande-angulares, teleobjetivas e macro
Observemos as informações a seguir na Figura 5:
Toda fotografia conta uma história. No
fotojornalismo, por exemplo, muitas vezes uma
única imagem sintetiza toda uma reportagem. O
fotógrafo precisa estar muito atento, tanto na
visão geral do evento, quanto nos detalhes.

A fotografia tem uma máxima: “o menos é mais”,


pois às vezes um detalhe será muito mais
impactante do que mostrar a cena inteira. É
nesse momento de escolha do todo ou da parte,
que entram as objetivas ou lentes.

Observemos a Figura 5, capa da edição do


Estadão um dia após a derrota para a Alemanha
por 7 x 0, na Copa de 2014. A foto principal, que
acompanha a manchete, é do técnico Luiz Felipe
Scolari. As mãos no rosto sinalizam tristeza e até
mesmo vergonha. Reforçada por mais cinco
imagens dos rostos de torcedores. Figura 6 | Mudam os mm das objetivas, muda o
ângulo de visão captado por elas. Por exemplo:
Essas imagens, das diferentes expressões dos uma 8mm capta um ângulo de 180º enquanto
torcedores e técnicos, representam muito mais o que uma teleobjetiva de 600mm, capta uma
sentimento dos brasileiros naquele momento, do ângulo bem mais fechado em torno de 10º.Fonte:
que uma fotografia em plano geral, tomada com Wikimedia Commons.
uma grande-angular de muitos torcedores, por
exemplo, da arquibancada. Com certeza não Quando mudamos a objetiva, o ângulo de visão
representaria tão bem, quanto as fotografias também é alterado, consequentemente, a
tomadas com a teleobjetiva, com um recorte do mensagem que o fotógrafo deseja passar, como
rosto, que evidenciaram as expressões das mostrou a Figura 5. Ângulos diferente, mm
pessoas. diferentes.

As objetivas são divididas em:

• Grande-Angulares – São as objetivas


abaixo de 35mm, e possibilitam um
ângulo de visão mais amplo, captando
mais informações do cenário. Porém,
acabam criando uma distorção maior,
devendo ser usadas com cautela para
imagens de retrato, por exemplo. Dentro
das grande-angulares tem as chamadas
olho de peixe (fisheye) com mm abaixo de
10. Lembrando que quanto menor o mm,
maior o ângulo de visão, chegando até
180º. Recebem esse nome numa analogia
com os olhos do peixe, que ficam nas
laterais.

• Normais – São objetivas conhecidas por


manter de forma mais fiel a proporção dos
elementos fotografados. A mais conhecida
lente normal é a 50mm, ideal para
produzir retratos de pessoas por não
criarem distorções maiores como fazem
as grande-angulares. Temos um ângulo
de visão parecido com os nossos olhos:
em torno de 45º. Podem variar de 35 a
80mm.

• Teleobjetivas – Objetiva usada para


registrar objetos e elementos que estão
longe ou situações em que não é possível
se aproximar do assunto. Possuem um Figuras 9 e 10 | À esquerda, fotografia tomada
ângulo de visão mais fechado. São acima com uma objetiva normal de 50mm, à direita uma
de 80mm. Nas Figuras de 7 a 12, as objetiva normal de
fotografias foram tomadas do mesmo
lugar, com abertura, velocidade e ISO
iguais. Mudando apenas a objetiva. Veja
como o ângulo vai fechando. As imagens
são do Museu Histórico, antiga estação
Ferroviária da cidade, prédio histórico e
um dos cartões postais de Londrina/PR,
construído entre 1946/1950:

80mm

Figuras 11 e 12 | À esquerda, fotografia tomada


com uma teleobjetiva de 105mm, à direita com
uma teleobjetiva de 200mm

• Macro - São objetivas para fotografar a


curta distância do objeto. Por exemplo,
nas Figuras 13 e 14 é possível ver bem a
diferença. À esquerda, a imagem do
Figuras 7 e 8 | À esquerda, fotografia tomada campo de papoula, muito comum nas
com objetiva grande-angular olho de peixe de estradas da Toscana/Itália, foi tomada
10mm e à direita, uma grande-angular de 18mm com uma objetiva 50mm, o que não é
possível fotografar detalhe da flor, porque
não se pode aproximar que ela perde o
foco. Por isso é necessário uma objetiva
macro, que possibilita aproximar bastante
da flor, sem perder o foco.

Figuras 15 e 16 | À esquerda, “pinça” acoplada


ao celular, com área para rosquear diferentes
tipos de lentes. À direita, uma objetiva macro da
câmera fotografou a lente macro acoplada ao
celular

• *Zoom: São objetivas que possibilitam


variar o ângulo de visão, operando de
grande-angulares a normais ou de
Fotografias 13 e 14 | À esquerda, campo de grande-angulares a teleobjetivas em uma
papoula fotografado com uma objetiva 50mm e à única lente. Muito comum falar em
direita, a papoula fotografada com uma objetiva objetiva 24-105mm, que tem variações
macro começando por 24mm, passando por
50mm, 80mm até 105mm.Elas são
• É possível, também, fazer macrofotografia versáteis e agilizam no momento de
peloa celular. Nele há a opção de fotografar, porque você não precisa trocar
selecionar o ícone , aproximar bem do de objetiva para obter ângulos diferentes.
que se pretende fotografar e clicar. Ou, Há fotógrafos que preferem trabalham
ainda, há lentes no vendidas com objetivas com apenas um ângulo de
separadamente, para acoplar à câmera do visão. O investimento numa objetiva
celular (Figura 15 e 16). 50mm com abertura f/2.8, pode ser
interessante, levando em consideração o
seu custo-benefício.

Fotometria: funcionamento do fotômetro

Fotometria significa medir a luz. Assim, quando


selecionamos o modo M, contamos com o auxílio
do fotômetro (Figura 17) que nos indicará a
leitura da luz ambiente.

A escala do fotômetro vai de -2 a +2, onde -2


indica que a fotografia vai ficar subexposta (com
pouca luz, escura) ou +2 indica que a fotografia
vai ficar superexposta (com muita luz, clara
demais). O “ideal” é fazer os ajustes dos três
pilares (diafragma, obturador e ISO), até o
fotômetro indicar 0, o que é considerada uma
leitura “correta” da luz da cena que será
fotografada.
exemplo: se olharmos um objeto azul dentro de
casa, em ambiente com luz fluorescente e o
levarmos para a área externa da casa, na sombra
ou mesmo no sol, continuaremos vendo o mesmo
tom de azul, independente da luz em que ele está
exposto. Mas isso não acontece com a câmera.
Em cada luz, ela fará um registro diferente
daquele mesmo tom de azul.
Figura 17 | A Escala do fotômetro aparece no
visor da câmera ou você pode acessar pelo Para corrigir essa distorção na cor a câmera tem
menu. Fonte: Wikimedia Commons. a função WB – White Balance (Figura 21),
equivocadamente traduzido para Balanço de
Por que as palavras ideal e correta estão entre Branco, o correto é EQUILÍBRIO DE BRANCO.
aspas? Porque fotometria deve ser um guia e Geralmente o Equilíbrio de Branco no
não uma regra. automático, traz um bom resultado. Mas, ao
perceber algum desalinhamento em relação a cor
Vejamos exemplos de diferentes fotometrias, do ambiente, ajuste o WB na luz em que você
numa mesma cena (Figuras 18, 19 e 20): estiver fotografando.

A temperatura das cores é medida em Kelvin,


indo do azul para o vermelho. Também não tem
correto, o fotógrafo decide que tom deseja para
suas fotografias, como vemos na Figura 21:

Figura 21 | Escala do Equilíbrio de Branco. Fonte:


Wikimedia Commons.

Um equilíbrio de branco considerado “bem feito”


é aquele que deixa a imagem com as mesmas
cores que a situação real, ou o mais próximo
possível, porém, este pode se tornar um recurso
para fazer fotos com temperaturas diferenciadas.

Na fotografia publicitária, alguns fotógrafos optam


por trabalhar com o equilíbrio de branco na luz de
tungstênio (lâmpada amarela) para deixar a luz
natural em tom de azul. Muitos colocam as
modelos próximas à janela, a luz que entra pela
janela fica azul. Faça um teste, selecione o
Figuras 18, 19 e 20 | Cidade Proibida, equilíbrio de branco no tungstênio e fotografe na
Pequim/China. À esquerda, fotômetro -2, a luz do dia.
paisagem ficou muito escura. À direita, fotômetro
em +2, ficou com muita luz e abaixo, imagem Os celulares também têm a função do Equilíbrio
com o fotômetro em 0 de Branco, mas muitos modelos trazem as
opções em Kelvin. É importante atentar-se pois
Equilíbrio de branco alguns modelos de celulares trazem a escala em
Kelvin invertida, com as temperaturas trocadas.
A alteração de cores do real para a fotografia
acontece porque a interpretação da luz pela Uma dica para fotografias do nascer e do pôr do
câmera é diferente dos nossos olhos. Por sol fotografe em day light - luz do dia ou em
Kelvin entre 5.500 a 5.700. Observemos as
imagens abaixo, tomadas no mesmo lugar –
Lago Igapó/ Londrina-PR - com ISO, diafragma e
obturador iguais, mudando apenas o Equilíbrio de
Branco:

Fotografias 26 e 27 | À esquerda, WB nublado e


à direita, sombra
Figuras 22 e 23 | À esquerda, WB automático e à
Como operar o foco em modo manual
direita, tungstênio, observe como a imagem ficou
com tom azulado O foco é a parte da imagem que terá maior
nitidez. Assim, quando você quiser chamar a
atenção para um ponto específico da cena, é
para este ponto que você deverá direcionar o
foco. Observe as Figuras a seguir:

Figuras
24 e 25 | À esquerda, luz fluorescente e à direita,
luz do dia

Figuras 1 e 2 | Campo de hortênsias, em


Gramado/RS. Na imagem à esquerda, o foco
está na flor indicada pela flecha. Como foi
utilizada uma abertura de diafragma grande f/2.8,
a nitidez fica na flor onde o foco foi direcionado e
o restante vai desfocando. À direita, o foco foi o
centro da flor, o restante também foi perdendo a
nitidez. Fotografias tomadas com objetiva macro
Figuras 3 e 4 | Praia do Forte/CE. À esquerda, a
Figura 5 e 6 | Modo manual de foco, ajustar no
fotógrafa optou por colocar o foco no coco e
corpo da câmera (à esquerda) e modo manual de
desfocar o restante da paisagem. Mas poderia ter
foco na objetiva (à
feito o contrário, do mesmo lugar, com a mesma
direita)
abertura, velocidade e ISO, focado o mar e
desfocado o coco. À direita, foi utilizada uma
abertura pequena, a imagem toda ficou nítida,
somente ampliando a imagem é possível
perceber que o ponto de foco está no coqueiro da
esquerda

A mudança de área com maior nitidez traz mais


atenção para a área focada, enquanto a área
desfocada, apesar de compor a imagem, recebe
menor atenção de nosso olhar, como no exemplo
da Figura 3, o coco focado chamou mais atenção
que o mar. Figura 7 | Anel de foco da lente, indicado pela
Assim, no processo de construção de uma flecha
imagem fotográfica, a escolha da área com maior Em situações de baixa luminosidade, o foco
foco irá gerar percepções diferentes no manual pode ajudar nos casos em que o foco
espectador. A fotografia publicitária e automático não consegue operar por falta de
ofotojornalismo utilizam muito desse recurso para contraste em virtude das baixas luzes. O foco
destacar o que é mais importante na imagem. manual permitirá, assim, um ajuste mais preciso
Nas câmeras DSLR, para fotografar em foco e eficaz nessas situações de utilização das
manual (MF) é necessário ajustar o dispositivo no DSLR.
corpo da câmera em MF (Figura 5) e da objetiva Como operar o foco em automático
(Figura 6). Alguns modelos de objetiva não há
essa opção, basta ajustar a câmera em MF Nas câmeras DSLR, usa-se muito mais o modo
(Manual) que ela automaticamente passa a AF – Foco Automático, por ser muito mais preciso
funcionar no modo manual, gire o anel de foco e eficaz em seu processo de focagem dos
(Figura 7), observando no visor quando seu elementos. Ajustar o modo automático no corpo
assunto estiver em foco. Chegando no foco da câmera e na objetiva, quando tiver a opção.
desejado, aperte o disparador da câmera para Figuras 8 e 9.
gerar sua imagem.
Outra opção é selecionar o botão traseiro AE-L/
AF-L como o botão de foco. Aciona esse botão
para focar e o disparador apenas para fotografar.
É importante sabermos que nem todos os
modelos têm a opção de colocar o botão traseiro
para focar.

Figura 11 | Através do menu, definições


personalizadas, atribuir botão AE-L/AF-L,
Figuras 8 e 9 | Ajustar o modo automático no selecionar AF ON, para o botão de foco (indicado
corpo da câmera, à esquerda e na objetiva, à pela flecha) passar para a parte traseira da
direita, quando tiver essa opção câmera
Assim, o modo automático além de poupar o Nas DSLR, o foco automático é dividido em três
tempo natural do ajuste manual, evita que o categorias possíveis de funcionamento de acordo
fotógrafo perca algum momento rápido ou crítico, com a movimentação do assunto: One
como em fotografia de eventos. Shot (também chamado de AF-S), AI
Servo (também chamado de AF-C) e AI
A Figura 10 mostra um batizado, a cena é muito Focus (também chamado de AF-A): As Figuras
rápida, por isso corre-se o risco de perder o 12, 13 e 14 mostram como acionar um dos focos,
registro do momento mais importante. Nesse num modelo da Nikon:
caso, optar pelo foco no modo automático vai
agilizar e muito, as tomadas das suas fotografias.

Figura 10 | Foco no automático agiliza na captura


dos momentos importantes dos eventos. Nessa
imagem foi selecionada a velocidade alta para
“congelar” a água

Para executar o foco automático nas DSLR, é


necessário apertar o botão disparador até a
metade e ouvirá um beep, que é o indicativo de
que o foco foi travado no ponto de ênfase
desejado. Apertando novamente para fotografar.
Em alguns modelos de câmera, você também Figuras 12, 13 e 14 | À esquerda, seleciona no
verá uma luz vermelha que indicará qual ponto foco automático (flecha azul), enquanto pressiona
de foco está sendo usado para focar naquela o botão do foco (flecha vermelha), gira o botão
situação. traseiro, à direita. Conforme gira o botão, aparece
no visor das funções, as opções de foco manual
(figura abaixo)

• One Shot/AF-S: modo utilizado


principalmente para assuntos que estejam
parados, pois opera travando o foco no
elemento a ser fotografado. É ideal para
fotografia de retratos posados, fotografia
de comida, de produtos e de paisagens.

• AI Servo/AF-C: tipo de foco automático


ideal para assuntos que estejam em
movimento. Funciona como um foco
contínuo que acompanha o movimento do
Figura 1 | Botão de ajuste da dioptria (grau)
elemento a ser registrado. Muitos
fotógrafos gostam de utilizá-lo junto com o Para operar a câmera sem óculos ou lentes de
modo de disparo contínuo, que é uma contato, basta realizar o ajuste. Primeiramente, é
configuração da câmera que permite tirar preciso posicionar o olho que utilizará para
diversas fotos em sequência, diminuindo fotografar no visor da câmera; a partir daí, deve
as chances de perder o registro de girar a pequena rodinha em destaque na Figura 1
alguma parte do movimento. É ideal para para frente e para trás, nas direções dos sinais
fotografar carros, corredores, pássaros e (+) e (-), enquanto a visão do olho escolhido irá
outros temas que estejam se perceber a imagem ficando mais focada ou
locomovendo. desfocada no visor.
• AI Focus/AF-A: este modo mescla as Muitas vezes os graus de miopia, astigmatismo
configurações do One Shot e AI Servo, ou hipermetropia podem ser diferentes em cada
alternando entre elas de modo olho, de modo que o ajuste deve ser feito levando
automático. A câmera interpreta se o em conta o olho escolhido.
assunto está parado ou em movimento, e
assim executa uma das duas categorias Esse é um recurso muito útil pois permitirá que o
mencionadas. É muito usado em fotógrafo trabalhe sem os óculos, porque muitas
situações e eventos onde há uma vezes, a própria transpiração embaça as lentes.
variação de situações, como festas de Caso outra pessoa vá utilizar a câmera, é
criança, festas noturnas ou práticas de necessário fazer um novo ajuste, uma vez que o
esportes. ajuste anterior ficará desfocado ao grau de visão
dela.
• Assim, é importante analisar o tipo de
fotografia a ser tirada, a fim de escolher o Filtros para objetivas
modo mais eficaz de foco para a produção
das imagens. É possível alternar entre os Os filtros são acessórios feitos de vidro para
diferentes modos de automático e o modo serem colocados temporariamente acoplados à
manual caso perceba essa necessidade parte dianteira das objetivas. Pode ser para
proteção da objetiva, balanceamento de cores ou
Dioptria: o que é e como ajustar efeito visual como é o caso do cross star (Figura
2), que dá o efeito de estrela nas luzes, como
Alguém que utiliza óculos, pouco tempo atrás mostra a Figura 3.
teria que recorrer ao uso de lentes de contato ou
colocar uma lente, com o “grau” dos seus óculos
no visor da câmera para conseguir fotografar.
Mas os fabricantes resolveram esse problema:
nas câmeras DSLR, há um botão (Figura 1) que
permite criar um ajuste de dioptria semelhante ao
seu grau, adaptando a câmera à sua visão e
suas possíveis dificuldades visuais.
absorção da luz excessiva, evitando
escapes de luz e brilhos intensos que
possam afetar negativamente sua
imagem. É usado para atribuir uma maior
suavidade na imagem, balanceando a luz
do sol e evitando que sua imagem fique
muito superexposta (muito clara). Assim,
são muito úteis, por exemplo, para
situações em que se busca utilizar a longa
exposição em cenários muito iluminados,
evitando que a imagem final fique
estourada.

• Filtro amarelo – absorve algumas cores,


como o azul, por exemplo. Se estiver
fazendo fotografia em preto e branco e
colocar um filtro amarelo na objetiva, o
céu ficará mais escuro.

• Close-up – funciona como uma lente de


aumento. É um filtro responsável por
diminuir a distância mínima necessária
para focar um determinado assunto.
Utilizando-o, o fotógrafo poderá realizar
imagens de temas relacionados
Figuras 2 e 3 | Filtro cross star (à esquerda), note principalmente à macrofotografia, como
que ele é quadriculado e tem as opções de 4, 6 flores, insetos, entre outros. A Figura 4 é
ou 8 pontas de luzes. À direita, fotografia tomada um exemplo de fotografia feita com
com filtro de 4 pontas acoplado à objetiva. filtro close-up:
Fotografias – Wikimedia e Cássia Popolin.

Dentre os filtros mais usados, destacam-se:

• Filtro polarizador - ideal para a redução


de reflexos e o realce de cores, pois
promove um aumento de contraste nos
assuntos da sua imagem. Funciona muito
bem em cenários externos, principalmente
em paisagens com diversas tonalidades
de cor. A consequência do uso desse filtro
é tornar as cores da cena mais precisas e
saturadas. Trigo [s.d.] faz um alerta: para
superfícies metálicas o filtro polarizador
não reduz o reflexo, como por exemplo
nas fotografias de talheres. Figura 4 | Flor da maçã, tomada com filtro close-
up
• Filtro UV (ultravioleta) - trata-se de um
dos filtros mais difundidos no mercado de Os filtros têm de diferentes tamanhos de
equipamentos, funcionando diâmetro. Antes de comprar, é importante saber o
principalmente como uma proteção da tamanho do diâmetro da objetiva que será
lente contra riscos, poeira e outros colada, para assim comprar um filtro na medida
objetos/situações que possam danificá-la. compatível.
Pode auxiliar na captura de cores mais
• Parassol – Acessório que se acopla à
precisas em suas fotos. As câmeras
frente da objetiva da câmera fotográfica
DSLR não são tão afetadas pelos raios
para evitar que a luz do sol incida na
ultravioletas, de modo que a utilização
lente, faz uma filtragem da luz, impedindo
desse filtro para proteção desses raios era
que ela atinja o sensor de forma
mais comum em câmeras analógicas.
excessiva. Deve ser utilizado,
• Filtro de densidade neutra (ND) - esses principalmente, em dias ensolarados, e
filtros funcionam como um instrumento de acaba servindo como um protetor da
lente, sendo atingido primeiro em caso de
queda, pois é uma espécie de “capuz” da
lente. Assim como os filtros, o parassol é
rosqueado à objetiva, como mostra a
Figura 5:

Figura 6 | Flash externo, modelo speedlite


(portátil com pilhas) permite rotação e
direcionamento da luz. Fonte: Wikimedia
Figura 5 | Objetiva com parassol, assim como os Commons.
filtros há um tamanho certo de parassol para
cada objetiva. Fonte: Wikimedia Commons. Os flashes speedlite são modelos muito comuns
por sua versatilidade e portabilidade, e podem
Flash externo ser acoplados diretamente na sapata da câmera
O flash é um grande aliado no trabalho do ou utilizados de forma externa a partir de cabos
fotógrafo, pois ele permite resolver muitas de sincronismo ou rádio. Podem ser utilizados em
situações de locais com pouca iluminação. As conjunto com softbox, sombrinha, rebatedores e
câmeras vêm com flash embutido, mas há muitas outros modificadores de luz para criar uma
ressalvas quanto à sua utilização, principalmente iluminação suavizada, como exemplificado na
para a fotografia profissional, pois tem limitação Figura 7:
de direção e intensidade da luz.

Ao contrário do flash externo (Figura 6), que é


acoplado à câmera, é possível trabalhar com
ângulos diferentes, luz rebatida, fazendo
composições mais criativas. Ele permite ainda o
controle da intensidade da luz. São colocados em
posições elevadas em relação à lente da câmera,
o que significa que o feixe de luz emitido por eles
não causa sobras na lente, algo recorrente nos
flashs embutidos.

Outra vantagem do flash externo é que utiliza


alimentação própria. Tem modelos com até 5
pilhas, não consomem a bateria da câmera, e
nesses casos, a recomendação é por pilhas
recarregáveis de boa qualidade.

Muitos modelos de flash externo também tem a


opção Manual, que é possível controlar a
intensidade de luz. O que é muito positivo, pois
no mesmo ambiente há diferentes intensidades Figura 7 | Flash speedlite acoplado à sombrinha,
de luzes, o que vai exigir diferentes intensidade efeito de luz rebatida, o que resulta numa
de luz emitida pelo flash. iluminação mais suave. Fonte: Wikimedia
Commons.
Com o uso do flash, deve-se observar qual a
velocidade máxima de obturador você poderá O modelo e a quantidade de flash vai depender
utilizar para que haja sincronismo. Por exemplo, do segmento da fotografia. Para eventos e
há sincronismo de flash a 1/250 de velocidade, fotojornalismo, por exemplo, o speedlite e a
você poderá usar até esse limite, se ultrapassar, sombrinha atenderão boa parte da demanda,
sua fotografia sairá com uma faixa escura. mas se partir para a fotografia publicitária o
investimento será maior, com diferentes modelos O armazenamento dos arquivos deve ser feito de
de iluminação. forma organizada, para facilitar a busca do
acervo quando necessário. Ao longo da carreira
Dicas gerais e boas práticas de profissional, um fotógrafo que trabalha com
armazenamento de imagem utilizando cartões câmera digital irá produzir muitas imagens e sua
de memória organização é fundamental para que decida
quais arquivos vai manter e por quanto tempo,
Na transição do analógico para o digital, muitas considerando que os dispositivos de backup
coisas mudaram: o negativo foi substituído pelo podem ser custosos.
cartão de memória e o trabalhoso processo de
revelar negativos pelos programas de pós- No primeiro momento de trabalho, as imagens
produção, como o photoshop. As fotografias serão armazenadas em cartões de memória
ampliadas em papel eram “arquivadas” nos (Figura 1), no formato JPEG, que caberá mais
famosos álbuns de família, mantendo guardada imagens no cartão ou RAW, arquivo maiores e,
uma memória por gerações. Atualmente, esse consequentemente, menos imagens por cartão.
hábito foi substituído pelos álbuns digitais, tudo
se vê pelo computador ou celulares.

Desse modo, como garantir a preservação das


imagens na era digital? No cenário atual, é
necessário utilizar dispositivos diversos para
salvar os arquivos, como cartões de memória,
HDs externos e serviços on-line de nuvem. E,
ainda, fazer backup que são cópias de
segurança, visando a permanência desses
arquivos ao longo do tempo e evitando sua
perda.

Essa preocupação com a preservação será Figura 1 | Cartão de memória, primeiro


constante aos fotógrafos, uma vez que os armazenamento das imagens. Fonte: Wikimedia
backups farão parte da rotina de trabalho, pois do Commons.
mesmo modo que os negativos tinham que ser Importante destacar que há cartões com
alocados em lugares longe da umidade para tamanhos, capacidades e velocidades diferentes,
evitar o ataque de fungos, os arquivos digitais características importantes para você pensar
são “vítimas” dos vírus, que atacam e apagam quando for comprar o cartão para sua câmera.
tudo. Assim, ter mais de um para a realização de
Já existem programas que recuperam arquivos trabalhos profissionais para que não corra risco
de HDs, mas é comum também não conseguir de que um único falhe durante o evento.
reverter esse quadro, perdendo, assim, memórias A compra de bons cartões de memória é um bom
e trabalhos. investimento, pois ele é a matriz do trabalho do
É essencial que seja feito dois ou mais backups fotógrafo.
para garantir a preservação dos arquivos digitais. Dicas gerais e boas práticas de
Para quem trabalha em eventos, o ideal é armazenamento e backup de imagens
descarregar o cartão de memória no computador, utilizando HD e SSD
fazer uma cópia em dois HDs externos diferentes
e mantenha os três até a entregue final das Quando você termina um trabalho fotográfico,
fotografias para o cliente. suas imagens estão gravadas no cartão de
memória da câmera. É necessário transferir as
Ao fechar o contrato de um evento, é importante fotografias para outro dispositivo de
que tenha uma cláusula que diga que o fotógrafo armazenamento, como por exemplo seu
se responsabilizará pela preservação dos notebook ou computador, para serem tratadas e
arquivos em alta resolução por x meses. posteriormente, entregue ao cliente. Essa
Essa cláusula é importante porque, primeira transferência já é um backup, mas por
principalmente na fotografia de casamento, os garantia grave também em outros dispositivos,
clientes frequentemente demoram anos para como por exemplo no HD externo (Figura 2) ou
escolher as imagens para o álbum. Ela serve SSD.
tanto é para a proteção do profissional quanto
para agilizar as escolhas do cliente e, facilitando
a finalização do trabalho.
Os pendrives podem ser utilizados como
dispositivos de armazenamento, pois possuem
grande capacidade de armazenamento, porém,
eles são fáceis de serem esquecidos e perdidos
pelo seu pequeno tamanho, então a atenção
deve ser redobrada com eles.

Os próprios HDs internos dos computadores são


outra opção para arquivar as imagens, mas a
memória deve ser muito boa para não
sobrecarregar a máquina e deixar os programas
lentos. Importante ressaltar que a opção mais
Figura 2 | HDs externos, vários tamanhos e
segura será sempre fazer dois ou mais backups
marcas
de seus arquivos, independente dos dispositivos
O HD externo oferece uma opção prática e escolhidos.
acessível para salvar os arquivos. São portáteis,
Dicas gerais e boas práticas de
fáceis de conectar aos computadores, em sua
armazenamento e backup de imagens
maioria por entrada USB. Tem grande
utilizando nuvem
capacidade de armazenamento, podendo ser
superior a um terá, permitindo que fotógrafos Até aqui, vimos a importância de armazenar os
profissionais salvem suas imagens pesadas em arquivos a partir de mídias físicas – os
RAW e outros formatos com tranquilidade. Se hardwares, com vantagens e desvantagens em
tiver mais de um HD, numere cada um deles e seus aspectos de funcionamento. Agora veremos
arquive as fotografias por assunto ou data, ficará uma outra forma de armazenamento que está
mais prático para você acessar o acervo. muito presente no cenário digital atual: a nuvem.
É comum um HD apresentar defeito e até mesmo Trata-se de um formato que realiza uma espécie
parar de funcionar depois de cinco anos da data de backup on-line, em que os arquivos são
da compra do dispositivo. Fique atento e transfira hospedados em plataformas virtuais operadas
os dados para outro HD quando este prazo por empresas específicas. Algumas dessas
estiver expirando! plataformas oferecem planos gratuitos, mas com
limitação de espaço para seus usuários, como
Outro dispositivo recomendado para arquivar
por exemplo a Dropbox e Google Drive. Fazendo
suas fotografias são os SSD (Figura 3), são mais
a hospedagem na nuvem, você pode diminuir a
rápidos que os HDs externos, porém com um
quantidade de hardware (HDs e SSDs). A palavra
custo mais elevado. Os HDs utilizam placas
“nuvem” paz uma analogia com algo que não
magnéticas e os SSDs utilizam memória flash,
pode ser tocado e que está suspenso no ar.
por isso são mais eficientes e rápidos para o
armazenamento de dados. Fisicamente também Diferente do HD e do SSD que podem sofrer
são mais resistentes que os HDs tradicionais e danos como queda, perdas, panes inesperadas e
ainda ganham nos quesitos silêncio e consumo até mesmo furtadas, o backup em nuvem garante
de energia. a manutenção de seus arquivos a partir de
plataforma da internet, permitindo o acesso a
partir de diversos dispositivos.

Isso representa 100% de garantia no


arquivamento na nuvem? A resposta é não,
porque o espaço pode ser limitado se for de
forma gratuita, e se for um espaço pago, com
assinatura mensal, corre-se o risco de uma pane
no sistema, de modo que não seja possível
acessar os arquivos.

Vale ressaltar que a forma de armazenamento–


física ou na nuvem – vai depender do que melhor
atender sua demanda, agregando fluxo e
organização do acervo. E vale uma dica: que tal
Figura 3 | Um dos modelos de SSD. Fonte: imprimir no bom e velho papel ao menos umas
Wikipedia Commons. dez imagens de cada evento?
Elementos para a composição visual em
fotografia

Composição é uma proposta, um jeito de


organizar os elementos de uma cena dentro de
um enquadramento.

Já o enquadramento é um recorte da cena, é


aquilo que se quer fotografar, o que se coloca
dentro do retângulo da câmera.

Na fotografia, há basicamente duas


possibilidades: fotografar cenas totalmente
construídas, como é o caso da fotografia
publicitária, que se tem domínio da luz, ajusta a Figura 1 | Praia da Lagoinha, um dos cartões
cor e depois fotografa. Ou a fotografia tomada em postais do Ceará. Com o Plano Geral é possível
incontáveis e variadas situações, como ao ver registrar uma grande área da praia e pescadores
uma linda paisagem natural, a captura será feita trabalhando
do que está sendo visto, enquadrando-a
(selecionar uma parte do todo) e fotografando-a. • Plano médio: mais fechado que o Plano
Mas não tem como mudar a cor da paisagem, a Geral, pressupõe a interação equilibrada e
luz, a fotografia é feita da cena como o mundo a harmônica do homem com o ambiente.
apresenta. Geralmente com uma objetiva 50mm. Em
razão da proximidade de tomada,
Na fotografia, muitos elementos podem ser evidencia importante riqueza de detalhes
utilizados na construção de uma imagem. dos elementos fotografados. A interação
Existem conceitos tipicamente fotográficos, como homem-ambiente e o altíssimo poder
foco/desfoque, profundidade de campo, descritivo fazem deste plano o mais usado
variações de cores. Esses elementos fazem parte no fotojornalismo.
da linguagem fotográfica e são utilizados para
construir as mensagens que a imagem irá
transmitir.

Vejamos um conjunto de opções de


enquadramento e composições que são
possíveis para construir um discurso através da
fotografia:

Planos

• Plano Geral: é usado normalmente para


identificar ou referenciar o local onde
transcorre determinada ação, sem Figura 2 | Plano médio
destacar elementos componentes do
cenário com muita evidência. Uma das • Plano americano: recebeu esse nome
principais vantagens do Plano Geral é seu por ser um plano clássico nos filmes
valor descritivo. Ele tem a capacidade de americanos de bangue-bangue, em que
situar a ação e o homem no ambiente em pegava-se do chapéu ao revólver dos
que ocorre a ação. Tomada feita com a atores. Enquadramento do joelho para
objetiva grande-angular, como mostra a cima (Figura 3). E o Meio Corpo é da
Figura 1: cintura para cima (Figura 4).
Figura 3 | Plano Americano, do joelho para cima

Figura 5 | Primeiro Plano

• Plano de detalhe ou close: como a


própria denominação sugere, é um plano
de pormenor, que destaca apenas uma
parte do objeto ou do corpo de uma
pessoa, como os olhos, a boca ou as
mãos (Figura 6). Muito utilizado em
publicidade, principalmente nas
fotografias de joias, cosméticos e
Figura 4 | Meio corpo, da cintura para cima gastronomia. No fotojornalismo, é
normalmente utilizado para registrar as
• Primeiro Plano: isola sujeito do expressões e os sentimentos.
ambiente, chamando para cima dele a
atenção do leitor. Seu enquadramento é
bem fechado, próximo ou do ombro para
cima, que destaca a fisionomia do sujeito,
registrando em pormenores seus traços e
emoções. No fotojornalismo também é
conhecido como Portrait, ou retrato
(Figura 5).

Figura 6 | Plano de detalhe

• Regra dos terços ou pontos de


ouro: um recurso bastante utilizado na
fotografia. Nessa estratégia de
composição, o visor da camera é dividido
em três faixas na horizontal e três na
vertical. Na interseção das linhas, temos
os pontos de ouro: 1, 2 3 e 4 (Figura 7).
Figura 7 | Pontos de Ouro

Quando olhamos uma imagem (fotografia, tela do Figura 9 | Linha no horizonte na linha superior,
cinema, tela da TV, revista aberta), nossos olhos destaque para terra/mar
percorrem do ponto 1, depois vai para o ponto 2
(por isso a logo da TV Globo está nesse ponto, é
o ponto de maior visibilidade), depois para o
ponto 3 e, por fim, ponto 4 (que é o ponto de
menor visibilidade). Isso reflete também na
composição da fotografia. Pode-se optar por
colocar o elemento principal da imagem num
desses pontos (Figura 8).

Figura 10 | Linha do horizonte na linha inferior,


destaque para o céu

Figura 8 | Flor da vitória régia, no ponto de ouro


2, fotografia tomada em Belém/PA

A regra dos terços também será uma diretriz para


colocar a linha do horizonte. Na linha superior, o
destaque será para a terra ou mar (Figura 9). Na
linha inferior, o destaque será para o céu (Figura Figura 11 | Horizonte no centro da imagem
10). E no centro, terá a mesma proporção de céu
e terra/mar (Figura 11). • Padrão/ Repetição: são fotografias que
apresentam objeto da mesma natureza,
sequenciais e repetitivos. Como mostra a
Figura 12:
Figura 12 | Escadaria hotel em Porto/Portugal Figura 15 | Os galhos da árvore serviram como
moldura para os barcos e navios ancorados na
• Contraluz: para imagens na contraluz praia de Búzios/RJ
(Figuras 13), a recomendação é
selecionar o equilíbrio de branco em luz • Cor, P/B, Sépia – Segundo Farina (2020,
do dia. p. 2) “as cores influenciam o ser humano
e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico
como psicológico, intervêm em nossa
vida, criando alegria ou tristeza, exaltação
ou depressão, atividade ou passividade,
calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio,
ordem ou desordem”. Isso vale também
para as fotografias.

Há imagens que o colorido (Figura 16) e o


contraste passam melhor a mensagem que
desejada. Em outros momentos, o preto e branco
(Figura 17) é fundamental para intensificar um
sentimento e até mesmo dos momentos tristes ou
saudosistas. E o sépia (Figura 18), um tom
Figura 13 | Contraluz envelhecido, pode reforçar a mensagem de
imagens rurais ou vintage.
• Moldura: enquadramento dentro do
enquadramento (Figura 14) ou galhos de
árvores também servem como moldura e
a intenção é direcionar o olhar para o
objeto principal (Figura 15).

Figura 16 | Importante o colorido para mostrar

Figura 14 | A grade serviu como moldura para a


mulher
que o café está maduro que ressalta sua grandeza. Porém, ao
fotografar pessoas em contra-mergulho
poderá passar uma mensagem de
imponência ou até mesmo arrogância.
Esse é um dos ângulos mais comuns para
se fotografar políticos, para justamente
passar esse conceito. Já o ângulo
mergulho ou plongée (câmera de cima
para baixo – Figura 20) tende a diminuir o
elemento, desvalorizando-o.

Figura 17 | O preto e branco direciona o olhar e


intensifica o semblante melancólico dessa
senhora

Figura 19 | Ângulo Linear, câmera na altura dos


olhos

Figura 20 | Contra-mergulho, de baixo para cima,


passa a imponência do prédio

Figura 18 | O sépia reforça a mensagem de


imagem vintage

Ângulos

• Linear, Megulho e Contra-mergulho: o


uso do ângulo linear (câmera na altura
dos olhos – Figura 18) é o que retrata com
maior fidedignidade a forma e proporção
do elemento fotografado. Isso não
significa que estejamos sempre em pé
para fotografar com esse ângulo, se nos
abaixarmos, para ficarmos na altura de
uma criança, por exemplo, o ângulo Figura 21 | Ângulo mergulho, de cima para baixo,
continua linear. O ângulo contra-mergulho da série: Não são só números. Fonte: Bruno
ou contre plongée (viramos a câmera de Kelly, [s.d].
baixo para cima – Figura 19) valoriza os
elementos, criando uma ilusão de ótica Profundidade de campo
Quando falamos em profundidade de campo, No fotojornalismo (Figura 24) e na fotografia
estamos tratando da área da fotografia que está publicitária (Figura 24) é muito comum o uso do
em foco. Pode ser uma área maior, quando foco seletivo, menor área de profundidade de
utilizamos uma abertura menor do diafragma ou campo (menor área em foco), para chamar a
uma área menor, quando utilizamos o diafragma atenção para o elemento principal da cena.
maior. Observemos o uso desse recurso também pela
televisão e cinema. Muito comum áreas focadas
A profundidade de campo (área em foco) é um e desfocadas na mesma cena.
jeito, uma maneira de contar história, por isso faz
parte da linguagem fotográfica. Aquilo que se
deseja chamar a atenção, uma pessoa ou objeto,
por exemplo, deixa em foco, e as demais áreas
desfocadas. A isso dá-se o nome de foco
seletivo, como mostra a Figura 22.

Figura 22 | Nessa imagem, a borboleta é o Figura 24 | A moça é o elemento principal da


elemento principal. Com uma profundidade de reportagem e está em foco, num contraponto
campo menor (abertura do diafragma maior, com o fundo que está desfocado. Fonte: Pexels.
menor área em foco), a borboleta ficou focada e
o fundo desfocado. Com o foco seletivo, o “leitor”
da imagem percebe exatamente o elemento em
destaque

Mudando a abertura, muda-se a profundidade de


campo. Na Figura 23, utilizou-se uma abertura
menor do diafragma. Toda a imagem está em
foco, gerando a mesma importância para todas
as áreas da fotografia. Geralmente as fotografias
de paisagem são fotografas com diafragma
fechado, gerando uma grande profundidade de
campo, para se ter uma visão ampla do lugar.

Figura 25 | O uso do foco seletivo (menor


profundidade de campo) na fotografia publicitária.
O frasco em foco e o restante desfocado. Fonte:
Pexels.

Ações de enquadramento de elementos em


cenas fotográficas

A fim de aplicar de maneira correta e harmônica


os elementos da composição em uma fotografia,
Figura 23 – Praia de Itapuã/BA, grande é importante observar qual será a necessidade
profundidade de campo, diafragma fechado, é do projeto. Seguem algumas orientações:
possível ver nítido os coqueiros, as pedras e o
mar 1. Primeiro é importante definir a escolha do
ou dos assuntos principais da imagem.
2. Diante dessa escolha, definir qual a
melhor objetiva para se conseguir o
melhor resultado, lembrando que cada
objetiva define um campo de visão, aberto
ou fechado. O equipamento impõe certos
limites, não dá para fazer qualquer
fotografia com uma única objetiva. Por
exemplo: fotografar um surfista quebrando
onda. Será importante uma teleobjetiva
para aproximar a cena, se fotografar com
uma normal ou grande-angular o surfista
ficará muito pequeno e distante na
imagem.
Figura 27 | Fotografia tomada com uma grande-
Veja nas imagens a seguir, o resultado da angular
fotografia, levando em consideração os conceitos
Uma dica é fotografar em colorido, e depois no
acima. Na Figura 25, o assunto principal eram as
photoshop passar para o preto e branco ou o
alianças. Como é um objeto pequeno, a escolha
sépia. Abra a imagem no photoshop, para passar
da objetiva foi uma macro, para se conseguir
para o preto e branco, clica Ctrl + shift + a letra u.
registrar os detalhes. Também optou-se pela
Para o sépia clica Ctrl + alt + a letra u. Vai abrir
fotografia colorida, para ter contraste das
uma caixa, marque a caixa colorir, e leve os
alianças douradas com o braço do violão em
botões da matiz e saturação para a esquerda e
madeira escura. Diafragma aberto, para se obter
escolha o tom que melhor lhe agrade. Por
uma pequena profundidade de campo.
exemplo: +28 de matiz e 17 de saturação. A
Observemos que o primeiro plano e o fundo luminosidade sempre 0.
estão desfocados. E o ângulo escolhido foi o
A utilização de equipamentos para captura da
mergulho, de cima para baixo. É importante
imagem
contextualizar as imagens, nesse exemplo, o
noivo tocava violão, se apresentou durante a A palavra fotografia significa: Foto = luz e Grafia
festa do casamento e o violão era um objeto que = escrita, logo, fotografia é escrever com a luz. A
fazia parte da história dos dois, por isso a luz é nossa matéria-prima, uma boa fotografia
escolha para compor o cenário da tradicional depende de uma boa iluminação.
fotografia das alianças.
Temos a luz natural – o sol e até mesmo a luz
refletida pela lua. E a luz artificial. Entre elas,
podemos citar três tipos de luz: a rebatida, a
difusa e a direta, cada uma vai dar um efeito
diferente na fotografia.

Mas o grande diferencial da luz artificial é o


controle que o fotógrafo pode ter para corrigir e
evidenciar certos pontos da cena, que seja de
interesse do registro fotográfico. Antes de investir
nos equipamentos e montar seu estúdio, é
fundamental que decidir qual segmento da
fotografia vai atuar.
Figura 26 | As alianças são o foco da imagem
Por exemplo, se for para retratos corporativos é
Já na Figura 26, foi utilizada uma objetiva possível fazer o trabalho apenas com uma
grande-angular, 18mm, para se conseguir um sombrinha (luz rebatida), sem necessidade de
ângulo mais aberto, enquadrando as duas montar um estúdio. As imagens podem ser
janelas e as duas portas. A fotografia foi tomada tomadas no próprio local de trabalho do cliente,
em Paraty/RJ e por ser uma cidade histórica, que ficarão muito mais interessantes e
optou-se pelo preto e branco, para remeter e dar personalizadas.
sensação de passado. O ângulo foi o linear, na
Por outro lado, se desejar fotografar para
altura dos olhos.
agências de publicidade, atendendo a diferentes
clientes e demandas, você terá que montar um
estúdio com mais opções de iluminação e
diferentes equipamentos (Figura 1)
Figura 1 | Equipamentos de iluminação de Figura 2 | No sentindo horário, começando pelo
estúdio. Fonte: Freepik. centro, luz de cabelo, softbox ou hazy, colmeia
(tem esse nome por lembra uma colmeia de
Siga em Frente... abelha) e a sombrinha. Fonte: Freepik.
O processo de iluminação para o registro Esses equipamentos, utilizados em conjunto,
fotográfico permitem alcançar uma iluminação de acordo
com as necessidades do projeto fotográfico,
Qual a diferença entre luz direta, rebatida e
possibilitando que as intenções de visualização
difusa (Figura 2)?
da imagem sejam compreendidas pelo público.
• Direta: como o próprio nome diz, é uma Eles são desmontáveis e de fácil transporte para
luz que chega diretamente no objeto ou ambientes externos, mas é importante verificar a
na pessoa fotografada, também chamada real necessidade de uso nesse tipo de local para
de luz dura e pode ocorrer um grande não ficar com aparelhos em excesso.
contraste de luz/sombra, se comparada à
A seguir, vamos observar o efeito em cada uma
luz natural, seria a luz do sol num dia sem
das imagens utilizando técnicas diferentes de
nuvem. A luz direta é muito utilizada como
iluminação. A primeira delas é a iluminação
luz de cabelo, um ponto de luz
frontal. Como o próprio nome indica, é a luz de
posicionado atrás da modelo para iluminar
frente para o elemento a ser fotografado (Figura
seu cabelo.
3).
• Rebatida: a luz rebatida tem uma
vantagem, pois chega suave ao objeto ou
pessoa fotografados. A luz “bate” na
sombrinha e depois, já mais suave, atinge
o elemento que será fotografado. A
sombrinha é um exemplo de luz rebatida.

• Difusa: também conhecida como luz


suave. Numa comparação com a luz
natural, seria os dias com nuvens, que
encobrem o sol, deixando uma luz suave
e uniforme. No estúdio, o softbox ou hazy
faz esse tipo de luz, porque na sua frente
tem um tecido translúcido que suaviza a
luz. Ideal para fotografar pessoas, pois luz
uniforme traz um efeito satisfatório na
pele. A colmeia também pode ser
Figura 3 | Luz frontal, iluminação uniforme. Fonte:
adicionada ao flash para produzir uma luz
Pexels.
suave.
A luz lateral, por sua vez, favorecerá o lado em
que for posicionada e como estiver a posição do
modelo ou do objeto (Figura 4).
Figura 6 | Contraluz

Figura 4 | Luz lateral. Fonte: Pexels Luz natural

A luz três quartos ou Rembrandt recebeu esse O recomendado é fotografar até as 10h da
nome em homenagem ao pintor holandês manhã ou depois das 16h, basta lembrar que é o
Rembrandt Van Rijn (1606-1669), que mesmo horário ideal para tomarmos sol. Dois
popularizou o estilo dramático dessa iluminação conceitos ajudam na interpretação da sua
com o contraste claro e escuro. Suas escolha: golden hour e blue hour.
características são: a luz na metade do rosto, a
outra metade ficará escura, mas com a formação Golden Hour (Hora de Ouro): é o momento de
de um pequeno triângulo abaixo dos olhos. ouro, um pouco antes do pôr do sol, quando o sol
está no nível do horizonte emitindo uma luz
A maneira mais simples de reproduzir a quente em tudo. É definitivamente uma hora
iluminação Rembrandt é usar uma única fonte de mágica e pode gerar fotos incríveis (Figura 7).
luz posicionada a aproximadamente 45 graus do
objeto e um pouco mais alta que o nível dos Blue Hour (Hora Azul): É o momento que vem
olhos, iluminandoum dos lados (Figura 5). A fonte logo após a Golden Hour, imediatamente após o
de luz não precisa ser apenas artificial, embora pôr-do-sol (ou um pouco antes do nascer do
seja a mais comum e fácil de controlar, também é sol). Representa o período do final do amanhecer
possível usar a luz natural, por exemplo, uma luz e do anoitecer, quando o sol está localizado
de janela. abaixo do horizonte, criando um efeito de
tonalidade azul na luz que incide na atmosfera do
planeta. Pode ser encontrado um pouco de rosa,
roxo e tons avermelhados no céu
complementando o azul profundo (Figura 8).

Figura 5 | Luz três quartos ou Rembrandt. Fonte:


Wikimedia Commons.

Outra técnica é da contraluz (Figura 6),


posicionamos a iluminação atrás do modelo e Figura 7 | Golden Hour
criamos um efeito de contorno no objeto ou
pessoa. Podemos utilizar uma luz de led para
posicionar atrás da pessoa a ser fotografada.
Também, podemos aproveitar a luz da janela ou
de uma porta de vidro.
Figuras 1 e 2 | À esquerda, cortina do obturador
de uma câmera fotográfica. À direita desenho
ilustrativo do obturador fechado e aberto. Quando
você aperta o disparador para fotografar, essa
cortina vai abrir, permanecer aberta pelo tempo
que você selecionou e em seguida vai se fechar.
Fonte: Trigo (2023, p. 20).

Figura 3 | A tabela mostra a sequência de


Figura 8 | Blue Hour exposição de tempo, partindo de 30 segundos
(velocidade baixa) até 1/8000 (velocidade alta).
Luz natural ou luz de estúdio? As duas vão dar Lembrando que podemos selecionar minutos e
resultados incríveis nas suas fotografias. até horas para exposição. Fonte: (2023, p. 21).
A exposição da luz em fotografia Lightpainting
Para entendermos a longa exposição, Com a longa exposição (velocidade baixa), é
precisamos retomar um conceito técnico sobre o possível produzir imagens criativas, como é o
obturador (Figuras 1 e 2). Segundo o Trigo caso do lightpainting, que traduzindo significa
(2023) “tempo de exposição é o período em que pintar com a luz. É uma técnica simples, que
o obturador fica aberto para que a luz atinja o utiliza uma fonte de luz como a lanterna (Figura
nosso elemento sensível – filme ou sensor 4), para literalmente “pintar” a imagem (Figura5).
eletrônico”. Segundo Bernardazzi, Trigueiro e Nobre (2011,
p. 2) “o lightpainting consiste na linguagem que
Dessa maneira, podemos selecionar para que o se faz a partir de longas exposições tendo como
obturador (Figura 3) abra e feche bem rápido princípio a utilização de fonte de luz em
(curta exposição), fazendo com que elementos movimento, como forma de produção e
em movimento fiquem “congelados” ou que ele transmissão da mensagem, sendo a luz o
abra e feche bem devagar (longa exposição), o referente principal desse tipo de fotografia”.
que estiver em movimento vai sair “borrado”, ou
ainda para se fotografar em ambientes com
pouca luz, lembrando que quando optar pela
longa exposição (velocidade baixa) a câmera
deve ficar no tripé.

Ainda, é recomendável acionar o disparo pelo


temporizador, porque o simples toque no botão,
pode deixar a fotografia desfocada.

Figura 4 | Lanterna, luz amarela, a pilha utilizada


para fazer o lightpainting
Figura 5 | Fotografia produzida com a técnica
lightpainting

Para a produção da Figura 5 foi utilizado um


fundo preto de papel camurça. Foram distribuídos
os morangos, e o primeiro está levemente
apoiado no morango de trás. A sala é escura e a
única fonte de luz foi a luz da lanterna.
A câmera foi colocada num tripé, com 5” para a
velocidade do obturador e acionada pelo
disparador automático. Enquanto o obturador Figura 7 | Imagem iluminada com luz do abajur
estiver aberto, vai iluminando a cena. Observe
que também há luz no fundo. Foi utilizada uma
objetiva macro, com abertura f/2.8, por isso o
fundo desfocado.
não é recomendado o uso do tecido TNT, por ser
muito fino e aparecer no resultado os furinhos
que ele tem na trama.

Figura 8 | Fotografia produzida por um grupo,


com luz da lanterna do celular, cada pessoa fez

Figura 6 | Fotografia com a técnica lightpaiting,


dessa vez com a luz da lanterna do celular.
Fonte: Acervo da autora

A Figura 6 também utilizou o papel camurça para


o fundo infinito. E dessa vez a imagem foi
iluminada com a luz da lanterna do celular para
ficar uma luz branca. Você pode variar as fontes
de luz, até mesmo utilizar a luz do abajur, como
na Figura 7. uma letra

Figura 9 | Lightpainting da fotojornalista Gabriela


Biló, Ziraldo fez o M de Maurício de Sousa e o
Maurízio fez o Z de Ziraldo. Fonte: Gabriela Bilo,
[s.d.].
Panning e sobreposiçao de imagem fotografias (Figuras 13 e 14) e a câmera as
transforma em uma única imagem (Figura 15).
Panning, que significa panorâmico, é uma técnica
que permite ao fotógrafo criar um efeito de
movimento nas imagens. O objeto ou pessoa que
está em foco permanece nítido na fotografia,
enquanto o fundo da cena fica desfocado,
proporcionando uma sensação de passagem de
objetos.

Com a câmera no tripé, e a velocidade do


obturador baixa, o fotógrafo movimenta a câmera
e acompanha o movimento da pessoa, como na
Figura 10.

Figura 10 | Exemplo de panning. Fonte: Freepik.

Utilizando a técnica de panning, verifique o tipo


de evento a ser registrado, pois esse será o
ponto importante para criar o efeito de movimento
desejado. É importante estar posicionado no
ambiente em um local que permita uma visão
clara e limpa de obstáculos do objeto ou pessoa
a ser registrada. Quando chegar o momento, a Figuras 11 e 12 | Selecionar Exposição Múltipla
câmera deve ser movimentada a fim de para conseguir o efeito de sobreposição
acompanhar a cena.

Ao fotografar um ciclista, por exemplo, deve-se


seguir a direção em que ele virá de frente e
acompanhá-lo até sua traseira, sempre clicando
para capturar várias imagens e, assim, permitir a
possibilidade de escolher a melhor. O flash
acoplado à câmera poderá ser utilizado em um
local mais escuro, mas sempre que possível,
verifique se a luz natural é suficiente, assim
evitará reflexos indesejados.

A velocidade do obturador deverá ser de


segundos, para permitir a rápida sucessão de
cliques e a devida quantidade de luz, suficiente
para focar o objeto principal e desfocar o fundo.
Ajuste o ISO, geralmente entre 100 e 400, a
abertura do diafragma, de f/8 para cima e
selecione o modo contínuo da câmera, essa
função permite que você capture várias
fotografias em fração de segundos.

Para a sobreposição de imagens, há a opção


Exposição Múltipla no menu da câmera e aciona
on, como mostram as Figuras 11 e 12. Ao
selecionar essa função, é possível fazer duas
Figuras 13 e 14 | Com a função Exposição
Múltipla faça duas tomadas seguidas

Figura 15 | Automaticamente a câmera


sobrepões as duas imagens
Figura 2 | Para a tomada dessa fotografia, o tripé
Equipamentos auxiliares do processo (três pés) com a câmera acoplada foi levantado,
fotográfico conseguindo um ângulo mais amplo na imagem,
como a Figura 3, que está levantando a câmera
• Tripé: é um importante equipamento para no monopé (um pé). Foi acionado o disparador
a fixação da câmera fotográfica em um automático da câmera.
momento no qual a cena a ser registrada
exija muito tempo em uma mesma
posição. Ou na realização da captura de
imagens em longa exposição, a fim de
que a imagem tenha uma iluminação mais
completa em ambiente com pouca luz
(Figura 1).

Figura 3 | Levantando a câmera no tripé ou


Figura 1 | O uso do tripé é recomendado para
monopé você consegue ângulos diferentes na
fotografias com longa exposição. Fonte: Pexels.
fotografia. Fonte: Pexels.
O tripé cumpre a função de um agente
Rebatedor
estabilizador e de movimentação da câmera.
Pois, com ele, temos a liberdade de alterar a Em uma conceituação sobre os rebatedores,
altura (Figura 2) e lados de movimentação da observaremos que estes acessórios em fotografia
câmera para os quais apontaremos nossas lentes representam um processo de direcionamento da
ao realizar o registro da imagem desejada. luz natural ou artificial para um ponto específico
de um objeto ou pessoa. Ou seja, os rebatedores
Sendo assim, o tripé, como equipamento auxiliar,
poderão bloquear, dirigir ou intensificar a luz, de
será um elemento com funções múltiplas e o
acordo com as necessidades de um projeto
enquadramento mais preciso da imagem, para
fotográfico, permitindo que a iluminação tenha o
evitar trepidações ou desfoque no momento do
efeito desejado para o registro da imagem.
clique.
O rebatedor (Figura 4), também conhecido como
refletor, atenderá aos processos de iluminação
em uma posição auxiliar ao flash ou outro
equipamento que emite a luz para o registro
fotográfico.
Figura 4 | Há diferentes cores de rebatedores, um
ideal para cada situação. Fonte: Wikimedia
Commons.
Figura 5 | Fundo infinito em um estúdio de
Eles são: fotografia. Fonte: Freepik.
Dourado – cria uma sensação quente, de verão, O fundo infinito pode ser encontrado em formato
que funciona bem com tons de pele. de tecido ou pintura de parede. Permitindo que o
Prateado – ideal para fotografias de produto e segundo plano da foto esteja em uma cor neutra
imagens em preto e branco. como o branco, por exemplo, para ter a atenção
totalmente voltada ao item a ser fotografado.
Preto – elimina reflexos indesejados.
Podemos utilizar o fundo infinito nos dois
Branco – ressalta as cores neutras, funciona ambientes básicos da fotografia, o interno e o
como um preenchimento da fonte de luz para externo, de acordo com as especificações do
fotografias de produtos e retratos. local, capacidade de deslocamento do material e
sua devida montagem.
Fundo infinito
Para produtos, há a mesa de still (Figura 6),
É conceituado como um item para a captura de fundo infinito de tamanho reduzido, desmontável
imagem, em que os objetos ou pessoas estarão e fácil para transportar. A Figura 7, mostra a
posicionados sobre um local que terá a mesma mesa de still (1) e a iluminação utilizada para a
cor – do chão à parede, para modelos ou objetos produção da fotografia de gastronomia (Figura 8).
maiores. Ou de uma mesa à parede, para
produtos menores, tencionando criar uma
sensação de continuidade, como mostra a Figura
5.
Figura 6 | Mesa de still. Fonte: Wikipedia. JPEG (Joint Photographic Experts Group): é
um formato que comprime a imagem para
economizar espaço em disco e cartão de
memória. Os arquivos JPEG são adequadas para
fotografias de alta resolução e são amplamente
utilizadas na web. E é em JPG que se envia as
imagens para os minilabs para impressão. No
entanto, a compressão pode levar a uma perda
de qualidade.

Em uma câmera com 24megapixel, num cartão


cabem 440 fotografias no formato JPG e se for
em RAW, cabem 129 imagens nesse mesmo
cartão. Por que isso aconteceu? Vamos imaginar
os quadradinhos, cada quadradinho um pixel. Em
JPG esses quadradinhos se juntam em bloco
para representar uma cor, e no RAW cada
Figura 7 e 8 | A mesa de still (1) e como foi quadradinho se mantem único.
posicionada a iluminação para a realização da
fotografia de gastronomia. Fonte: Hicks; Schultz Por isso as fotografias tomadas em RAW
(1994, p. 32, 33). facilitam a pós-produção. Muitas vezes uma
imagem superexposta (muito clara) será muito
facilmente corrigida, se comparada a uma
imagem superexposta tomada na extensão JPG.

RAW (Raw Image Format): é um formato não


processado que contém todas as informações
capturadas pela câmera digital. Arquivos RAW
são úteis para fotógrafos profissionais que
desejam ajustar a exposição, a cor e outros
aspectos da fotografia no software de edição. O
formato RAW é específico para cada fabricante
de câmera e pode variar em termos de tamanho
e recursos. São abertos em software específico.

O XMP é um “arquivinho” ou “pastinha” que anda


junto com o RAW, indicando tudo o que foi feito
no arquivo. Se alterar o arquivo original, vai
aparecer no XMP.

TIFF: são amplamente utilizadas em design


gráfico, publicação e fotografia profissional. As
imagens TIFF são maiores que as JPEG e
oferecem uma qualidade superior. Por exemplo,
Figura 7 e 8 | A mesa de still (1) e como foi uma câmera de 20 megapixel, em TIFF gera um
posicionada a iluminação para a realização da arquivo três vezes maior que o JPG.
fotografia de gastronomia. Fonte: Hicks; Schultz
GIF (Graphics Interchange Format): é um
(1994, p. 32, 33).
formato animado que suporta animações de
Fonte: Hicks; Schultz (1994, p. 32, 33). quadro a quadro. O GIF é amplamente utilizado
na web para criar animações simples, logotipos e
Tipos de extensão outros elementos gráficos.

As extensões de arquivos de imagem digitais são BMP (Bitmap): é um formato sem perda, que é
códigos de formato de arquivo que determinam a útil para imagens de alta qualidade e que
maneira como as informações da imagem são requerem edição posterior. O BMP é geralmente
armazenadas e organizadas. Cada extensão tem grande e é utilizado em programas de desenho e
suas próprias vantagens e desvantagens e é design gráfico.
mais adequada para diferentes tipos de imagens
e usos. Aqui estão as principais extensões de As duas extensões mais utilizadas são o JPG e
fotografia digital: RAW. Cada profissional que trabalha com
imagens digitais escolhe salvá-las de uma forma
diferente seguindo as características listadas Por exemplo, uma fotografia de alta resolução é
acima. No entanto, não há extensões certas ou ideal para impressão em tamanho grande,
erradas, mas sim, próprias para cada utilidade enquanto uma de baixa resolução pode ser
e/ou tipo de software usado na manipulação suficiente para ser exibida em uma tela de
delas. computador ou dispositivo móvel.

O que é resolução de imagem? Além disso, a resolução afeta a qualidade da


fotografia quando ampliada ou reduzida. Se uma
Segundo Trigo (2023) “uma imagem digital é foto de baixa resolução for ampliada, ela pode
representada por pixel, que não tem existência parecer pixelizada (aparecem os quadradinhos)
física, são apenas números que indicam uma ou distorcida, o que resulta em uma qualidade
posição e uma cor dentro de uma matriz que inferior. Por outro lado, uma imagem de alta
‘mostra’ a imagem”. resolução pode ser ampliada sem perder
detalhes ou clareza.
Por essa razão, uma imagem pode ser enviada
pela internet, porque são informações numéricas. Para definir a resolução de uma fotografia digital,
Pixel é número. Os números que formam uma é importante considerar sua finalidade, ao
imagem digital representam a posição do pixel e imprimi-la em tamanho grande, geralmente é
a cor do pixel. Trigo (2023) diz que “todos os recomendada uma resolução de pelo menos 300
pixels têm um endereço dentro da imagem pixels por polegada (PPI). Para exibi-la em uma
digital”. Por exemplo, se ampliarmos uma tela, uma resolução de 72 PPI é suficiente.
imagem, você conseguirá ver o quadriculado
(Figura 1), cada quadradinho representa um Imagens destinadas a publicações em mídia
pixel. digital ou redes sociais, uma resolução mais
baixa é geralmente suficiente, pois ela será
Cada pixel vai estar numa posição dentro das visualizada em telas menores. O fotógrafo pode
coordenadas x/y (largura e altura) e sua cor optar por uma resolução menor para economizar
também será representada por números. espaço em disco na sua câmera digital e facilitar
o upload. No jargão da profissão são os
chamados “arquivos leves”.

Outro fator a ser considerado na escolha da


resolução é o tipo de câmera utilizada. Câmeras
profissionais geralmente permitem ajustes mais
finos na resolução, enquanto câmeras de celular
podem ter menos opções de escolha. Ao salvar
ou exportar a imagem em um formato digital,
também é possível selecionar a resolução
desejada.

É importante notar que ao diminuir a resolução


Figura 1 | Quando ampliamos uma imagem de uma imagem, a qualidade é perdida, portanto,
aparecem os quadradinhos, que tem um é recomendável manter a resolução original
“endereço” e uma cor na imagem. Flor do sempre que possível. Saber como e definir
pêssego ampliada corretamente a resolução de uma imagem digital
preserva a qualidade e evita distorções e perda
Chamamos de Pixel por polegada (PPI) a medida de detalhes.
de densidade de pixels em uma fotografia,
expressa como o número de pixels por polegada Observemos que na fotografia o correto
de comprimento físico. Essa medida é é PPI (Pixels por Polegada) e não DPI (em
comumente usada para descrever a qualidade de português, Ponto por Polegada) utilizado no
resolução de monitores, telas de dispositivos “mundo” gráfico.
móveis, câmeras digitais e impressoras.
Softwares de pós-produção
Quanto maior o número de pixels por polegada,
maior será a resolução e, portanto, a qualidade Existem no mercado inúmeros softwares para a
visual será melhor. Por exemplo, uma imagem edição das imagens e tratamento pós-produção,
com 300 PPI tem uma resolução mais alta do que entre eles, o Adobe Photoshop e o Lightroom.
uma com 72 PPI. Saber definir corretamente a Ambos são ferramentas de edição de imagem
resolução é essencial para o uso adequado muito populares entre profissionais de fotografia
pretendido. e design gráfico.
Photoshop (Figuras 2, 3 e 4): é uma ferramenta
muito poderosa com recursos avançados de
edição e tratamento de fotografias. Ele é
amplamente utilizado por designers gráficos,
fotógrafos, artistas digitais e outros profissionais
que precisam de controle total sobre a edição de
suas imagens. Algumas das principais funções
profissionais incluem:

• Edição avançada de fotos, como ajustes


de cor, brilho, contraste e nitidez. Figura 3 | Essa é a tela do Filtro Câmera RAW, à
direita há uma série de comandos para fazer o
• Retoque de fotografias para remover ajuste da imagem
imperfeições e manchas.

• Recorte e redimensionamento de
arquivos para diferentes tamanhos e • Lightroom (Figura 4): é uma ferramenta
proporções. de edição e gerenciamento de fotos muito
utilizada por fotógrafos profissionais. Ele
• Composição de imagens, incluindo a permite organizar, classificar e editar
criação de montagens e colagens. grandes volumes de fotos de forma rápida
e eficiente. Abre os arquivos em RAW.
• Fusão e efeitos especiais.
Algumas das principais funções
• Criação de ilustrações digitais, como profissionais do software incluem:
desenhos vetoriais, pinturas digitais e
o Importação e organização de
gráficos.
imagens em catálogos para
facilitar a localização e acesso.

o Edição de forma não-destrutiva,


preservando o arquivo original.

o Correção de cor, exposição e


outros ajustes em lote para
economizar tempo.

o Adição de metadados e palavras-


chave para facilitar a pesquisa e
Figura 1 | Tela aberta do Photoshop organização.

o Exportação de imagens em vários


formatos e tamanhos para
diferentes finalidades, como
impressão, web ou redes sociais.

Enquanto o Photoshop é mais abrangente em


termos de recursos avançados de edição e
manipulação de imagem, o Lightroom é mais
especializado em edição e gerenciamento de
fotos em grande escala, especialmente para
Figura 2 | Algumas versões do Photoshop fotógrafos profissionais. Imagine que você é um
trazem a opção Câmera RAW. Vá em filtros, abra fotógrafo que acabou de fazer uma sessão de
essa janela e selecione Filtro Câmera Raw fotos de um casamento e agora precisa editar e
tratar as imagens.

Em primeiro lugar, pode-se usar o Lightroom para


importar e organizar as fotografias em um
catálogo, aplicar ajustes básicos como correção
de cor, exposição e contraste, além de adicionar
metadados para facilitar a busca e classificação
das fotos.
Em seguida, abrir algumas fotos selecionadas no por meio das imagens. Identificar o
Photoshop para realizar edições mais avançadas, objetivo do ensaio fotográfico jornalístico,
como remover manchas ou objetos indesejados, como informar, sensibilizar, documentar
realizar ajustes específicos em determinadas um acontecimento, retratar uma realidade
áreas, fazer correções de cores mais avançadas ou despertar consciência sobre um tema
e até mesmo adicionar elementos ou fundos específico. Verificar as permissões
diferentes. necessárias para acessar os locais e
pessoas envolvidas no ensaio fotográfico.
Se houver restrições de acesso ou
necessidade de autorizações especiais, é
importante garantir que essas questões
estejam resolvidas antes do ensaio.

• Briefing de Eventos: Importante uma


reunião com os responsáveis pelo evento,
dias antes de sua realização, para saber
todos os detalhes. Essas informações vão
garantir que você não deixe de registrar
nenhum momento naquela celebração.
Figura 4 | Tela inicial do Lightroom Casamento, por exemplo, fundamental
uma ou mais reuniões com os noivos e
O que é briefing? até cerimonialista, para saber de toda a
O Briefing é um conceito que existe em diversas programação.
empresas e segmentos. Também conhecido Na Figura 1, temos a fotografia de um terço que a
como planejamento e roteiro. É aplicado em noiva carregou junto com o buquê. O terço era
diferentes projetos fotográficos. uma peça de família, com significado importante
• Briefing na Publicidade: definir o para ela. Uma foto que com certeza não poderia
objetivo do ensaio fotográfico, como faltar no álbum. Um detalhe, que só foi possível
destacar um produto específico, promover saber durante a reunião do briefing.
uma marca ou transmitir um conceito.
Estabelecer um processo criativo do
ensaio fotográfico, incluindo a atmosfera,
a história ou a mensagem que se deseja
transmitir por meio das imagens. Escolher
diferentes maneiras de realizar o projeto
para alcançar o objetivo desejado.

• Briefing Arquitetura: definir o objetivo do


ensaio fotográfico de arquitetura, como
documentar um edifício específico,
promover um projeto arquitetônico ou
capturar a essência de um espaço.
Identificar o edifício ou espaço
arquitetônico que será fotografado. É
importante fornecer informações
detalhadas sobre a localização, o acesso
e quaisquer restrições relacionadas à Figura 1 | A fotografia foi tomada com uma
fotografia no local. Estabelecer o conceito objetiva 50mm, abertura f/2.8, para o terço ficar
criativo e a intenção por trás do ensaio em foco e os noivos ao fundo, desfocados
fotográfico, como destacar a forma, as
linhas, a iluminação ou a interação com o Passo a passo do briefing
ambiente. Escolher o estilo visual
O passo a passo pode variar de acordo com a
desejado, que pode ser minimalista,
finalidade específica do projeto fotográfico. No
dramático, moderno etc.
entanto, aqui está um guia geral que pode ser
• Briefing no Jornalismo: definir a pauta seguido:
do ensaio fotográfico jornalístico, ou seja,
1 - Reunião com cliente: pode ser feita
o assunto ou evento específico que será
diretamente com o contratante ou intermediada
documentado. Determinar o tema central
por uma agência. Chegue sempre no horário,
do ensaio e as histórias que deseja contar
melhor uns 10 minutos ante, nunca 10 minutos também prazos claros para todas as etapas do
depois. Não se esqueça de manter sempre uma processo, desde a pré-produção até a entrega
postura profissional. final das fotos.

2 - Identifique o objetivo: determine o propósito 10 - Comunicação e aprovação: identifique o


da sessão de fotos, seja para um projeto pessoal, responsável pela aprovação final do briefing e
um cliente específico, uma campanha publicitária garanta que todas as partes envolvidas estejam
ou qualquer outro contexto. Essa é a etapa mais cientes e concordem com as informações
importante de todo o briefing e será seu guia para fornecidas. Lembre-se de que cada projeto
a decisão de todas as outras. Certifique-se de fotográfico pode exigir adaptações específicas ao
confirmar as informações. briefing, mas esse guia geral pode ajudar a
fornecer as informações necessárias para
3 - Conheça o público-alvo: entenda quem é o orientar a sessão de fotos de forma eficaz
público-alvo das fotos, suas características
demográficas, interesses, comportamentos e Como apresentar um briefing
necessidades. Isso ajudará a direcionar o estilo,
a abordagem e a escolha dos elementos visuais. Apresentar um briefing de fotografia para um
cliente é uma etapa importante para garantir que
4 - Defina o tema ou conceito: determine o tema ambas as partes estejam alinhadas em relação
geral ou conceito criativo que deseja transmitir ao projeto fotográfico. Há algumas dicas a seguir:
através das fotos. Pode ser uma ideia abstrata,
uma história, um estilo específico ou qualquer • Prepare-se: antes da reunião com o
outro elemento que guie a direção estética do cliente, revise e familiarize-se com todos
ensaio. Essa etapa pode ou não dar liberdade os detalhes do briefing. Certifique-se de
criativa ao fotógrafo. É importante seguir os que entendeu o objetivo, o conceito, as
direcionamentos e necessidades do cliente. especificações técnicas e as expectativas
do cliente.
5 - Especifique os detalhes técnicos: determine
os detalhes técnicos, como localização, • Organize as informações: estruture o
iluminação, equipamentos necessários e briefing de forma clara e concisa,
requisitos técnicos específicos. Considere se a agrupando as informações por tópicos ou
sessão será em estúdio ou em local externo, o seções. Isso facilitará a compreensão por
tipo de iluminação desejada (natural, artificial), as parte do cliente. Escolha as informações
lentes a serem usadas e outras configurações principais e que realmente interessam o
técnicas relevantes. cliente.

6 - Estabeleça a lista de fotos desejadas: crie • Destaque os pontos-chaves: identifique


uma lista das fotos específicas que você deseja os pontos-chave do briefing, como o
capturar durante a sessão. Isso pode incluir objetivo principal, o tema ou conceito, a
diferentes ângulos, composições, momentos- abordagem visual, as locações e qualquer
chave ou elementos visuais relevantes para o elemento distintivo do projeto fotográfico.
tema. Certifiquese de enfatizar esses pontos
durante a apresentação.
7 - Determine o estilo visual: defina o estilo visual
desejado para as fotos, como cores, tonalidades, • Utilize recursos visuais: considere o uso
contraste, edição de imagem, entre outros. Se de recursos visuais, como slides com
possível, forneça exemplos visuais de referência exemplos de referência, fotografias de
para ajudar a transmitir a estética desejada. Você inspiração, esboços de composição ou até
pode montar até um mood board (algo como um mesmo um mood board que represente a
painel de referências visuais). estética desejada. Isso ajudará o cliente a
visualizar o resultado e entender melhor a
8 - Considerações logísticas: inclua informações proposta.
logísticas relevantes, como data e horário da
sessão, duração estimada, número de pessoas • Explique o processo: forneça uma visão
envolvidas (fotógrafo, assistentes, modelos etc.) geral do processo fotográfico, destacando
e quaisquer requisitos adicionais (permissões as etapas-chave, desde a pré-produção, a
especiais, figurinos, adereços etc.). sessão de fotos até a pós-produção.
Esclareça o tempo estimado para cada
9 - Orçamento e prazos: determine o orçamento fase e enfatize a importância da
disponível para o projeto fotográfico, incluindo colaboração contínua com o cliente.
custos de produção (aqui deve entrar os custos
com equipe), edição e pós-produção. Estabeleça
• Seja claro sobre orçamento e público-alvo. Além disso, é necessário
prazos: apresente informações sobre o estabelecer um cronograma, determinar o
orçamento estimado, detalhando os orçamento disponível e realizar uma
custos envolvidos, como produção, análise detalhada do local e das
equipamentos, equipe, edição e entrega condições de iluminação. Um briefing
final das imagens. Discuta também os bem-elaborado é essencial para orientar
prazos para cada etapa do projeto. todas as etapas subsequentes do
processo de produção.
• Esteja aberto a perguntas e
feedbacks: dê espaço para que o cliente • Composição e enquadramento: a
faça perguntas, esclareça dúvidas e composição é um princípio-chave na
ofereça feedback sobre o briefing. Esteja produção fotográfica. Envolve a
preparado para responder a questões e disposição dos elementos visuais dentro
ajustar o briefing, se necessário, com do quadro, criando uma narrativa visual
base nas necessidades e expectativas do coesa e atraente. Ao considerar a
cliente. composição, é importante aplicar
conceitos como a regra dos terços, o
• Encerre com um resumo e próximos equilíbrio, o uso de linhas de condução e
passos: resuma os principais pontos a seleção cuidadosa dos ângulos de
discutidos durante a apresentação do visão. Também, o enquadramento
briefing e defina claramente os próximos adequado permite destacar o objeto
passos, como a confirmação do cliente, a principal, criar profundidade e transmitir
assinatura de contratos ou acordos, e emoções por meio da fotografia. Esse
quaisquer ações adicionais necessárias planejamento pode ou não estar contido
para dar continuidade ao projeto. no briefing. É escolha do fotógrafo
compartilhar essas informações com o
• A apresentação do briefing deve ser cliente.
adaptada de acordo com a personalidade
do cliente e o contexto da reunião. Há • Iluminação e cores: a iluminação
clientes formais e outros mais despojados. desempenha um papel essencial na
É importante estar alinhado e perceber produção fotográfica. A compreensão dos
como deve se portar. O objetivo é diferentes tipos de iluminação, como a luz
fornecer uma visão clara e convincente do natural e a luz artificial, é essencial para
projeto fotográfico, garantindo a criar efeitos desejados e controlar as
compreensão mútua e a concordância sombras. Além disso, a manipulação das
entre as partes. cores é uma ferramenta poderosa na
produção fotográfica. O uso adequado
É importante ser flexível, empático e cultivar uma das cores pode transmitir emoções,
postura profissional e colaborativa, pois o estabelecer uma atmosfera e direcionar o
fotógrafo contará a história de uma marca, por olhar do espectador. A compreensão dos
isso, é necessário saber se será permitido inserir princípios de cores, como a harmonia, o
sua personalidade no material ou não. contraste e a saturação, servem para
O que é produção em fotografia? obter resultados visualmente impactantes.

Na área da fotografia, a produção eficaz • Direção de arte e produção de


desempenha um papel fundamental na criação cenário: a escolha dos objetos,
de imagens impactantes e memoráveis. acessórios e elementos de cenário
Compreender e aplicar os princípios básicos de adequados contribui para a criação de
produção é essencial para garantir resultados uma narrativa visual consistente. A
consistentes e de alta qualidade. Vamos direção de arte envolve a seleção
entender alguns passos necessários para uma criteriosa de elementos visuais, como
produção básica em fotografia: figurinos e maquiagem, para
complementar a mensagem e o conceito
• Planejamento e briefing: o planejamento do projeto fotográfico.
é a pedra fundamental da produção
fotográfica. Antes mesmo de levantar a • Esse tipo de produção tem como objetivo
câmera, é crucial realizar um briefing criar um ambiente que ressalta o objeto
minucioso. O briefing engloba a definição principal, transmita uma sensação de
clara dos objetivos do projeto, a realismo e adicione profundidade à
compreensão da mensagem que se imagem.
deseja transmitir e a identificação do
• Pós-produção: é a última etapa da necessários, como maquiadores ou
produção e visa refinar o material modelos. Faça uma estimativa desses
entregue pelo fotógrafo. Nesse momento custos com base nas necessidades
é possível ajustar elementos como luz, específicas do projeto.
enquadramento, contraste e até mesmo
aplicar efeitos que condizem com o • Considere os impostos: verifique quais
objetivo do projeto. são os impostos aplicáveis à sua atividade
fotográfica em sua região e calcule a
• Normalmente, os fotógrafos contam com parcela correspondente a ser incluída no
um profissional de produção na equipe e orçamento.
ele será responsável por acompanhar
todas essas etapas passo a passo. • Adicione uma margem de lucro: para
garantir que o projeto seja rentável, é
• Como fazer um orçamento em importante incluir uma margem de lucro
fotografia no orçamento. Essa margem deve levar
em consideração o risco envolvido, a
• Compor um orçamento profissional para concorrência de mercado e suas metas
um projeto de fotografia requer atenção financeiras.
aos detalhes e consideração de todos os
elementos envolvidos. É preciso ter uma • Elabore um documento claro e
noção do escopo geral do projeto, detalhado: transfira todas as informações
construir bons relacionamentos de e cálculos para um documento formal.
networking (para eventualmente conseguir Certifique-se de que o orçamento seja
parcerias e melhores preços) e, também, claro, detalhado e compreensível para o
saber os valores praticados no mercado. cliente. Inclua uma descrição completa
A seguir, veremos as principais etapas de dos serviços, os valores de cada item e
um orçamento: uma visão geral dos custos totais.

• Reúna todas as informações • Apresente o orçamento ao


necessárias: antes de começar a montar cliente: agende uma reunião com o
o orçamento, é importante ter todas as cliente para apresentar o orçamento.
informações relevantes em mãos. Isso Explique todos os itens e custos de
inclui o escopo do projeto, os requisitos maneira clara e esteja aberto a discutir
específicos do cliente, o tempo estimado qualquer dúvida ou negociação
de trabalho, os custos envolvidos (como necessária. Esteja preparado para
equipamentos, locações, assistentes, justificar os valores e destacar o valor
transporte, alimentação, entre outros) e agregado que você oferece.
qualquer outra despesa que possa surgir.
• Faça ajustes, se necessário: após a
• Avalie o seu valor e taxa apresentação do orçamento, esteja aberto
horária: determine o seu valor como a fazer ajustes com base no feedback do
fotógrafo levando em consideração sua cliente. Avalie quais itens podem ser
experiência, habilidades e o mercado em negociados ou adaptados para atender às
que atua. Defina sua taxa horária com necessidades e expectativas do cliente,
base nesse valor e no tempo estimado sem comprometer sua lucratividade.
para a conclusão do projeto.
• Formalize o orçamento: após a
• Calcule os custos fixos: identifique os aprovação do cliente, formalize o
custos fixos que estão associados ao orçamento por meio de um contrato ou
projeto, como aluguel de estúdio, licenças acordo de prestação de serviços. Isso
de software, seguros, marketing e garantirá a segurança para ambas as
despesas administrativas. Some esses partes.
valores e divida-os pelo número de
projetos que você espera realizar durante Como apresentar um orçamento
um determinado período para obter a
parcela correspondente a cada projeto. Ao apresentar um orçamento de fotografia para
um cliente, é importante seguir algumas etapas
• Estime os custos variáveis: liste todos para garantir uma comunicação clara e eficaz.
os custos variáveis, como aluguel de Independente do tempo de atuação, o
equipamentos, despesas de transporte, profissional deve estabelecer padrões, tanto de
hospedagem, alimentação da equipe e postura quanto de apresentação. Confira alguns
eventuais serviços de terceiros passos para construir esse caminho:
• Agende uma reunião ou encontro: entre Figura 1 | Apresente seu trabalho em formato de
em contato com o cliente para agendar vídeo
uma reunião pessoalmente, por telefone
ou por videoconferência. Certifique-se de
que ambos os lados tenham tempo
suficiente para discutir todos os detalhes
do projeto e para que você possa
apresentar o orçamento de forma
abrangente. Chegue sempre no horário,
atrasos podem comprometer a maneira
como o cliente vai ver você como
profissional.

• Prepare-se e conheça o cliente: antes


da reunião, pesquise e conheça o cliente
em profundidade. Isso inclui entender
suas necessidades, expectativas,
preferências e estilo. Quanto mais
informações você tiver sobre o cliente,
melhor será capaz de personalizar e
adequar o orçamento às suas Fonte: Adaptado de Prexels.
necessidades específicas.

• Elabore o orçamento com • Destaque o valor agregado: durante a


antecedência: prepare o orçamento com apresentação, ressalte os benefícios e o
tempo suficiente para revisar, calcular e valor agregado que o cliente receberá ao
incluir todos os detalhes necessários. trabalhar com você. Mostre como sua
Certifique-se de que esteja completo, experiência, estilo fotográfico e visão
claro e organizado. Inclua todos os artística podem contribuir para a obtenção
custos, descrições dos serviços, prazos e de resultados excepcionais.
quaisquer termos e condições relevantes.
• Esteja aberto a discussões e
• Apresente-se e estabeleça uma negociações: permita que o cliente faça
relação: durante a reunião, comece perguntas e esclareça suas dúvidas em
apresentando-se de forma profissional. relação ao orçamento. Esteja aberto a
Estabeleça uma relação amigável com o discussões e negociações, se necessário,
cliente, mostrando interesse genuíno em com o objetivo de alcançar um acordo que
seu projeto e demonstrando que você seja mutuamente benéfico.
entende suas necessidades.
• Forneça opções e alternativas: se
• Descreva os serviços: explique em possível, ofereça diferentes opções ou
detalhes os serviços que você oferece e pacotes com diferentes níveis de serviços
como eles se alinham às necessidades do ou preços. Isso pode permitir que eles
cliente. Destaque as habilidades e a escolham a opção que melhor se adapte
experiência que você possui para realizar às suas necessidades e orçamento.
o trabalho de forma eficiente e eficaz.
• Finalize com um contrato: após chegar
• Apresente o orçamento: apresente o a um acordo sobre o orçamento, finalize o
orçamento. Explique cada componente de processo fornecendo um contrato formal.
forma clara e transparente. Divida os O documento deve detalhar todos os
custos por item ou serviço, e explique os serviços, valores acordados, prazos,
motivos por trás de cada preço. Se termos e condições.
necessário, forneça comparações com
projetos semelhantes ou com o mercado É importante acrescentar uma cláusula ao
em geral para justificar os valores. Você contrato especificando o prazo que o fotógrafo
pode fazer um vídeo para apresentação, ficará responsável por arquivar as fotografias do
com as melhores fotografias do seu evento. Por exemplo, até seis meses após o
trabalho, como na Figura 1: evento. Nesse período recomenda-se que tenha
esse arquivo gravado em três lugares diferentes.
Caso o cliente demore mais para escolher as
fotografias para o álbum você se isenta da
responsabilidade se caso acontecer algum dano preferência a fotos de alta qualidade e com
no arquivo original. composições interessantes. Procure por
variedade, incluindo diferentes gêneros, estilos e
Essa precaução é importante porque acontece temas fotográficos.
que o cliente, muitas vezes, demora até anos
para escolher as fotografias para o álbum e 3. Crie uma estrutura e fluxo: organize as
finalizar o contrato. Sem essa cláusula você fica imagens de forma lógica e coesa. Pense em
“preso” ao contrato e responsável pelo arquivo, como deseja que sejam visualizadas em
aguardando a “boa” vontade do cliente. conjunto. Evite repetições excessivas de estilos
Estabeleça prazos. ou temas semelhantes. Você pode agrupar as
fotografias por projetos, gêneros ou criar uma
O que é portfólio? sequência narrativa, dependendo do objetivo do
seu portfólio.
Um portfólio de fotografia é uma coleção
organizada de trabalhos de um fotógrafo. É uma 4. Cuide da apresentação: ao optar por um
ferramenta essencial para os profissionais portfólio físico, escolha um formato adequado,
apresentarem seu trabalho, exibirem suas como um álbum, uma pasta de apresentação ou
habilidades e conquistarem potenciais clientes, uma caixa personalizada. Certifique-se de que o
empregadores ou apreciadores da arte material seja de alta qualidade e durável. Se
fotográfica. O material pode ser físico, em preferir um portfólio digital, crie um site ou utilize
formato impresso, ou digital, apresentado em um uma plataforma online especializada para exibir
site ou plataforma online. suas imagens.
Ele geralmente contém uma seleção 5. Adicione informações
cuidadosamente curada de imagens que complementares: além das fotografias, inclua
demonstram a variedade de estilos, temas e informações que ajudem a contextualizar seu
técnicas fotográficas que o fotógrafo é capaz de trabalho. Adicione uma breve biografia que
realizar. Ao criar um portfólio, é importante destaque sua experiência e conquistas
selecionar as melhores imagens que mostrem a relevantes. Considere também incluir uma
capacidade técnica, a criatividade e a visão declaração de missão, que explique sua
artística do fotógrafo. abordagem e o que o diferencia dos outros. Se
tiver depoimentos de clientes ou
As fotografias podem abranger diferentes reconhecimentos, coloque-os no portfólio para
gêneros fotográficos como retratos, paisagens, adicionar credibilidade.
moda, fotojornalismo, natureza, arquitetura, entre
outros, dependendo da especialização do ao apresentar o portfólio a uma companhia de
profissional. Além das imagens, o book (outra dança para uma possível contratação, coloque
nomenclatura para portfólio) pode incluir também certificado de cursos na área. Isso vai
informações adicionais, como uma biografia do mostrar que está em constante aperfeiçoamento,
fotógrafo, declaração de missão, lista de prêmios como mostra a Figura 1.
ou reconhecimentos recebidos, depoimentos de
clientes anteriores e detalhes de contato. Ter
esse material bem elaborado é fundamental para
mostrar o talento e atrair oportunidades no
mercado fotográfico.

Ele deve ser atualizado regularmente à medida


que o fotógrafo adquire novas experiências e
realiza novos projetos, mantendo-se sempre
relevante e impactante. Para estruturar um Figura 1 | Certificados de cursos para comprovar
portfólio é preciso se atentar a alguns passos e seu constante aprimoramento
ser criterioso. Vamos aprender o passo a passo?
6. Revise e atualize regularmente: um book é
1. Defina seu objetivo: antes de começar a uma obra em progresso. Remova fotografias que
montar, é importante ter clareza sobre o não estejam mais alinhadas com sua visão atual
propósito do portfólio. Compreender seu objetivo e substitua-as por trabalhos mais recentes e
ajudará a guiar suas escolhas durante o processo relevantes. Mantenha seu portfólio sempre
de criação. atualizado.

2. Selecione seu melhor trabalho: analise as Portfólio impresso x digital


fotografias e escolha aquelas que representem
Aprendemos o passo a passo da montagem de
sua habilidade técnica, estilo e visão artística. Dê
um portfólio. Existem dois formatos de
apresentação desse material: físico e digital. A
escolha irá depender do seu estilo, público-alvo
e, também, levar em conta seu orçamento
disponível.

• Portfólio impresso: material tradicional e


pioneiro na apresentação de um grupo de
fotografias. Confira algumas
características:

• Material físico: um portfólio impresso é


tangível e feito de papel, capas,
encadernações e folhas impressas. Isso
proporciona uma experiência tátil e
visualmente impactante ao visualizar o
trabalho.

• Formato e tamanho: pode ser projetado


em diferentes formatos, como livros,
álbuns ou caixas personalizadas. O
tamanho também pode variar, desde
opções compactas e portáteis até
tamanhos maiores para exibição em
mesas ou estantes.

• Qualidade de impressão: é essencial


investir em uma alta qualidade para
garantir que as fotografias sejam
reproduzidas com precisão e nitidez. Isso
envolve a escolha de um bom papel
fotográfico e o uso de técnicas de
impressão profissionais.

• Organização e sequência: a
apresentação precisa ter lógica. As
fotografias devem fluir de forma coesa e
agradável, permitindo que o espectador
se envolva com o trabalho do fotógrafo.

• Edição: é importante destacar as


melhores imagens e as mais
representativas. Escolha com cuidado
para manter a qualidade e evitar
sobrecarregar o espectador com uma
quantidade excessiva de fotografias.

• Durabilidade e proteção: Escolha capas


resistentes, páginas antirreflexo ou
revestimentos especiais. Isso garante que
o portfólio permaneça em boas condições
mesmo com o manuseio frequente.

As Figuras 2, 3, 4, 5, 6 e 7 mostram um portfólio


impresso, fotolivro, tamanho aberto 50cm x 20cm,
papel fosco. Escolha uma fonte para fazer sua
assinatura, eu uso a Mistral.

Figuras 2, 3, 4, 5, 6 e 7 – Mostram um portfólio


impresso
• Portfólio digital: precisa focar na
usabilidade, na resolução das imagens e
no design atraente. É uma ótima opção
para exibir e compartilhar seu trabalho de
forma eficaz e acessível, alcançando
potenciais clientes e empregadores.
Vejamos algumas características:

• Exibição interativa: o formato digital Figura 8 | Portfólio disponibilizado através do site,


oferece recursos interativos, como Fonte: marcelocaetano.art.br,
galerias de imagens, slideshows, recursos
de zoom e navegação intuitiva. Isso
permite que os espectadores explorem as
fotografias, ampliando detalhes.

• Variedade de mídia: além das fotografias


estáticas, é possível incluir outros tipos de
mídia, como vídeos, áudio, animações e
apresentações de slides. Figura 9 | É possível folhear o álbum digital.
Fonte: marcelocaetano.art.br.
• Autonomia: o material se adapta a
diferentes dispositivos e tamanhos de tela. Dicas e boas práticas
Ele deve ser visualmente atraente e
funcional tanto em desktops quanto em Algumas dicas e boas práticas podem
tablets e smartphones. complementar esse processo de construção e
divulgação de portifólio.
• Personalização e design
flexível: característica que permite a • Defina o público-alvo: pense em quem
personalização, a aparência, o layout e o deseja impressionar e que tipo de trabalho
design de acordo com suas preferências e deseja atrair. Adaptar seu portfólio pode
estilo. Pode-se escolher entre diferentes ajudar a criar uma conexão mais forte e
templates, temas ou criar um design aumentar suas chances de sucesso.
personalizado para transmitir a identidade
visual e artística do fotógrafo. • Crie uma introdução impactante: isso
pode ser uma página de rosto ou uma
• Atualização contínua: diferentemente de breve declaração que transmita sua visão
um portfólio impresso, o digital pode ser artística, estilo fotográfico e o que o torna
atualizado facilmente e em tempo real. único como fotógrafo. Uma introdução
bem formulada pode capturar a atenção
• Integração com outras do espectador e despertar o interesse em
plataformas: pode ser integrado com explorar mais o seu trabalho.
outras plataformas ou redes sociais, como
Instagram, Facebook, LinkedIn ou Flickr. • Cuide da apresentação visual: a
Isso permite o alcance a um público mais estética do portfólio é crucial. Certifique-se
amplo. de que as imagens estejam bem-
organizadas, balanceadas e tenham uma
• Análise e métricas: uma vantagem é a aparência consistente. A composição,
possibilidade de rastrear e obter métricas cores, enquadramento e outros elementos
sobre o desempenho do portfólio, como visuais podem impactar a apresentação
número de visitantes, tempo de geral.
permanência nas páginas e origem do
tráfego. Essas informações podem ser • Mantenha o foco e a
úteis para entender a audiência e ajustar consistência: tenha em mente o objetivo
o material conforme necessário. do seu portfólio e mantenha o foco no
quer apresentar. Evite incluir trabalhos
• Modelo: o site de Marcelo Caetano é uma que não se enquadrem no estilo ou tema
das formas que o fotógrafo disponibilizou que deseja destacar. Isso ajuda a
seu portfólio: marcelocaetano.art.br transmitir uma imagem coesa e
(Figura 8). Tem uma galeria com os consistente do seu trabalho.
álbuns, onde é possível folhear
virtualmente (Figura 9) e visualizar o • Considere a apresentação online
álbum completo. e offline: considere criar os dois tipos de
portifólio. Um site ou plataforma on-line
permite que você compartilhe seu trabalho
facilmente e alcance um público mais
amplo.

• Um portfólio impresso, por outro lado, é


útil para reuniões presenciais, eventos e
oportunidades em que uma apresentação
física seja necessária. Outras opções para
criar um portfólio online inclui até mesmo
o Instagram. Considere outras opções e
redes sociais para expandir sua presença
online como fotógrafo.

• Peça opiniões e faça ajustes: apresente


seu portfólio a pessoas de confiança,
como colegas fotógrafos, mentores ou
profissionais do setor. Peça feedback
honesto e esteja aberto a sugestões.

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