Diretrizes Sobre o Ministerio Do Leigo

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DIRETRIZES PARA A INSTITUIÇÃO DO MINISTÉRIO DA PALAVRA

DE DEUS E EXTRAORDINÁRIO DA SAGRADA COMUNHÃO

Província Católica Anglicana do Brasil


2020
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DIRETRIZES PARA A INSTITUIÇÃO DO MINISTÉRIO DA PALAVRA DE
DEUS E EXTRAORDINÁRIO DA SAGRADA COMUNHÃO

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APRESENTAÇÃO

É com imensa alegria que apresento ao clero católico anglicano do Brasil estas Diretrizes
sobre os Ministérios da Santa Palavra de Deus e Extraordinário da Sagrada Comunhão. Foi
colaborado com muito empenho, obedecendo às orientações e propostas dos Cânones
Gerais. Estas diretrizes nos nortearam para a organização dos tais ministérios nas paróquias
das dioceses que constituem a Província Católica Anglicana do Brasil. A graça batismal faz
do batizado pedra viva da Igreja, membro do Povo de Deus e alguém corresponsável pela
concretização da missão eclesial.
A Igreja necessita de uma variedade de serviços, carismas, ministérios e a participação
efetiva de seus membros, principalmente os leigos e leigas. São dons e carismas suscitados
pelo Espírito Santo que os concede a quem quiser.
A Igreja é constituída de inúmeras pequenas comunidades que formam as paróquias. Nelas,
os leigos se colocam a serviço das pessoas das comunidades e de outras pessoas não
pertencentes a ela. As modalidades destes ministérios são muito variadas, alguns
reconhecidos, outros confiados, alguns instituídos. Uma grande diversidade, mas que
sempre tem por preocupação a manutenção da unidade. Pois, a fonte do dom, que é Deus,
é o mesmo e o concede em vista do bem comum.
Cabe ao cristão leigo uma vida de espiritualidade plena, a espiritualidade cristã está ligada à
vida tendo como o Evangelho sua fonte primeira, é o equilíbrio em nossa vida, todo cristão
deve abraçar, e o Ministro leigo mais ainda, ser cristão no dia de hoje com tantas agitações
é ter acima de tudo Jesus Cristo como modelo de vida com suas palavras, suas ações seu
modo de relacionar- se com as pessoas.
Estes irmãos e irmãs são importantes no serviço ministerial da Igreja. Porém, é a presença e
a atuação no mundo que os cristãos leigos são “sal da terra e luz do mundo (Cf. Mt 5,13-
14)”. Deus continue chamando homens e mulheres para assumirem os ministérios em
nossas igrejas diocesanas.

Diácono Aderson O. da Silva


Coordenador Nacional de Liturgia.

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O MINISTÉRIO LEIGO
1. O Ministério leigo é um labor de caráter especial, exercidas por pessoas em plena
comunhão com a Igreja, devidamente preparadas para tal e admitidas oficialmente pelo
Bispo, ou autoridade eclesiástica da Diocese, sendo denominados de Evangelistas. A
investidura de Evangelistas ocorrerá sempre por disposição do Bispo Diocesano ou por um
clérigo autorizado pelo Bispo para tal ofício.

FUNÇÃO DO MINISTRO LEIGO (EVANGELISTA)


2. O Evangelista pode desempenhar as seguintes funções:
a) servir nos ofícios públicos como leitor, acólito e pregador,
b) instruir pessoas para o Batismo, Matrimônio e Confirmação;
c) dirigir ofícios litúrgicos em conformidade com o que estabelecem estas diretrizes próprias
do Ministério dos Leigos (Evangelista);
d) auxiliar o ministro ordenado nas tarefas relativas à educação cristã na comunidade.
e) auxiliar o ministro ordenado em outras funções cristãs, pastorais e administrativas
conforme as necessidades da comunidade local.
3. A autorização oficial para Evangelista deverá especificar suas funções junto ao ministro
ordenado e à comunidade ou missão onde ele deve servir.
A licença do Evangelista vigorará por um período definido até o máximo de 03 (três) anos,
podendo ser renovada ou suspensa pela autoridade eclesiástica.

O MINISTÉRIO DA PALAVRA DE DEUS

FINALIDADE DO MINISTÉRIO DA PALAVRA DE DEUS


4. A Província Católica Anglicana do Brasil quer com o Ministério Extraordinário da Palavra
de Deus ampliar o seu corpo ministerial ao investir publicamente o leigo de uma
responsabilidade eclesial. Trata-se de tornar ainda mais o leigo participante, e não
coadjuvante na missão de evangelizar. Ao mesmo tempo, com este Ministério se estabelece
mais claramente a distinção entre a função do Ministro Extraordinário da Sagrada
Comunhão e o Ministro Extraordinário da Palavra de Deus, diversificando os ministérios.
Assim, implementamos uma liturgia ministerial, na qual a função desempenhada pelo
ministro revela a face de uma igreja serviçal e samaritana, sendo a missão desempenhada
uma prestação de serviço apostólico e não posição de “status”. O desejo é este: construir
uma Igreja viva, participativa, comunidade de fé, centrada na Eucaristia e na Palavra de
Deus.
5. Na vida da Província Católica Anglicana do Brasil tal ministério se insere especialmente
em ordem à animação litúrgica, relacionado, portanto, à dimensão celebrativa. Entendendo a
riqueza do exercício deste Ministério de Leigo para a celebração propriamente litúrgica
(Celebração da Palavra, Exéquias), ele contribui também com outras dimensões da
evangelização como, por exemplo, para a formação bíblico/catequética e de agentes
coordenadores dos grupos de reflexão.
6. Enfim, queremos um Ministério cada vez mais fortalecido e empenhado no estudo e na
propagação da Palavra de Deus, para que o(a) ministro(a) além de proclamar a Palavra nas
Celebrações dos Sacramentos, seja também aquele(a) que conduzirá a Celebração da
Palavra e nela proclamará o Evangelho e fará a reflexão.

PORTANTO, CABE AO MINISTÉRIO DA PALAVRA


7. Capacitar leigos e leigas, promovendo o protagonismo laical, na medida em que são
preparados para proclamar e, conforme a necessidade, conduzir a reflexão da Palavra de
Deus nas Celebrações da Palavra.
8. Preparar com esmero a Celebração da Palavra, sobretudo nas comunidades onde não há
condições de se celebrar a Eucaristia aos domingos e os fiéis ficam impossibilitados de
participar da Celebração Eucarística.
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9. Valorizar o Dia do Senhor nas comunidades, especialmente as rurais. Desse modo, tal
ministério visa a colaborar para que nenhuma comunidade fique sem celebrar o Dia do
Senhor.

FUNÇÕES DO MINISTRO (A)


10. Preparar adequadamente as Celebrações da Palavra nas comunidades, seguindo as
orientações litúrgicas da Igreja e usar o roteiro da Celebração da Palavra de Deus, contido
no Livro do Culto Divino;
11. Atuar junto aos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística dirigindo a
Celebração da Palavra aos domingos (ou outro dia da semana), nas exéquias e em outros
momentos necessários;
12. Preparar-se adequadamente para proclamar a Palavra de Deus (leitor (a)) na
Celebração dos sacramentos e na Celebração da Palavra, de maneira que a mensagem
chegue ao coração dos fiéis. Não basta lê-la, é necessário proclamá-la com o coração, para
que o objetivo do anúncio e da compreensão da Palavra de Deus aconteça.
13. Na ausência do Diácono ou do Presbítero, fazer a reflexão sobre a Palavra de Deus,
exercendo e fortalecendo a dimensão profética do Batismo;
14. Dinamizar a pastoral bíblica e a animação bíblica de toda a pastoral, promovendo cursos
bíblicos, dinamização do mês de setembro e outras atividades.
15. Incentivar os grupos de reflexão e difundir a leitura da Palavra de Deus nos grupos,
pastorais, movimentos, associações e comunidades, realizando tais celebrações
periodicamente com a participação dos irmãos e irmãs no Ministério.

Obs. Há maneiras diferentes de se viver o Ministério Extraordinário da Palavra. Não é


necessário que todos os ministros dirijam a Celebração da Palavra, uma vez que nem todo
aquele que proclama a Palavra (leitor) tem facilidade para realizar reflexões acerca do texto
proclamado; no entanto não se pode reduzir o exercício do ministério a apenas proclamar as
leituras nas celebrações. Fica a critério do Pároco, junto com o coordenador dos ministros,
dividir as funções entre os mesmos.

CRITÉRIOS A SEREM OBSERVADOS NA INDICAÇÃO DOS MINISTROS DA PALAVRA


16. Pessoa de boa índole, responsável, que demonstre coerência de vida com os valores
evangélicos;
17. Dê testemunho de vida cristã no âmbito familiar e eclesial, valorizando os preceitos
morais e éticos;
18. Tenha desenvoltura para falar em público, boa dicção, clareza ao se expressar, e
humildade para aceitar com amor os compromissos.
19. Pessoa que seja estudiosa da Bíblia, frequentadora regular da Palavra de Deus, tendo
com ela um contato cordial, familiar e afetuoso.
20. Pessoa que tenha inserção eclesial, comprometida com a Igreja, demonstre capacidade
de viver em unidade com a Paróquia e a Diocese;
21. Pessoa que tenha vida de oração, abertura à ação do Espírito Santo, desejo de servir,
espírito missionário e que tenha embasamento bíblico, teológico, litúrgico e espiritual.
22. Pessoa que tenha interesse e disponibilidade para participar da formação oferecida aos
Ministros da Palavra a fim de melhor servir, antes e ao longo do Ministério.
23. Tenha no mínimo 21 anos.
Pessoa que tenha boa aceitação, sendo indicada pela comunidade, com aprovação do
Conselho Comunitário de Pastoral e do pároco. Caso houver auto indicação que seja
validada pela Junta Paroquial.
24. Esteja preparada para aceitar e submeter-se a uma função temporária, pois o ministério
não deve ser concebido para toda a vida, nem considerado como promoção pessoal.
25. Pessoa que não irá usar do ministério para seus interesses pessoais de autopromoção
ou busca de honrarias.
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QUANTO À FORMAÇÃO DOS MINISTROS DA PALAVRA
26. Numa visão mais ampla, a formação deve acontecer desde a catequese, com o
despertar para a importância da Palavra de Deus.
27. Para a formação do (a) ministro (a) deverão ser os postulantes ao ministério submetido a
uma preparação por um tempo razoável, com aulas teóricas e práticas, com orientação e
subsídios da Diocese. Nesse sentido, o postulante seja iniciado na prática da leitura e
meditação da Palavra de Deus e receba formação litúrgica, teológica e bíblica.
28. A formação deve contemplar as diretrizes do Plano diocesano de Pastoral, elaborado por
cada Diocese. O cunho doutrinário também é importante por meio do Catecismo da Igreja
Católica do Brasil.
29. Deve-se garantir formação permanente durante o tempo em que os ministros estiverem
investidos. Observe-se se os candidatos têm dedicação, buscam seu aprimoramento e
procuram estar sempre atualizados com as normas da Igreja.
30. Onde for possível, que haja treinamento com fonoaudióloga, com técnicas de
comunicação e exercício de oratória.
31. A formação dos ministros deve ser de acordo com a realidade de cada local. Portanto,
pode ser em nível paroquial ou por regional.
32. Na formação podem-se incluir seminários, retiros espirituais e incentivo de participação
em atividades que favoreçam intimidade com a Palavra de Deus. (Grupos de reflexão e
intercâmbio com outras Províncias anglo-católicas);
33. O período de formação deverá ser de acordo com a necessidade de se formar um corpo
ministerial competente e não se deve reduzir a um pequeno treinamento de preparação para
o exercício de uma tarefa.

TEMPO DE EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO


34. A pessoa deverá ser investida por três (03) anos, com possibilidade de renovação a
critério do pároco e do Conselho Pastoral Paroquial, a partir da avaliação da atuação do
ministro, uma vez consultados o próprio “corpo ministerial” e a comunidade onde atua.
O Ministro deverá atuar apenas nas comunidades da sua Paróquia.
35. Os Ministros da Palavra (Evangelistas) serão investidos desse ministério pelo Pároco
que deverá solicitar autorização para isso, mediante o envio da ficha de cada ministro à
Cúria Diocesana.

MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA SAGRADA COMUNHÃO


35. A denominação correta é Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão. Deve ser
corrigido o uso das denominações: “ministro especial da Santa Comunhão” ou “ministro
extraordinário da Eucaristia” ou “ministro especial da Eucaristia”.
36. Este ministério é realizado por leigos e leigas participantes de sua paróquia, com uma
caminhada espiritual amadurecida e comprometida e por um tempo determinado (por isso
são extraordinários).
37. Os leigos são convidados para o ministério pelos párocos. Quando é necessário, alguns
membros paroquiais podem indicar algum nome, mas quem os escolhe é o próprio Jesus. O
primeiro pensamento que ocorre nos corações dos convidados é, “eu não sou digno de
exercer este ministério”. Realmente ninguém o é, mas, a grande graça nos vem da
Misericórdia de Deus, que permite o transporte de Seu Filho Sacramentado em mãos tão
pecadoras em benefício, ou melhor, por amor aos seus filhos enfermos.
38. Após um tempo de formação e preparação espiritual, recebem do Senhor Bispo
Diocesano a imposição das mãos com a “grande missão de Distribuir a Sagrada
Comunhão”.
O Ministro extraordinário da Sagrada Comunhão deve sempre adequar a sua vida a vida
Daquele que carrega.

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39. Ser Ministro Extraordinário da Comunhão não é um status dentro da comunidade, mas,
sim um serviço na caridade. Ministério é serviço. Por isso, é importante que o ministro
entenda que ele recebeu da Igreja um mandato para servir.
40. São fiéis leigos, delegados pelo Bispo Diocesano, e serão revestidos de suas vestes em
celebração eucarística e receberão seus mandatos para exercerem a missão de Ministros
Extraordinários da Sagrada Comunhão.
41. Não podem usar túnica, mas, uma veste que expresse o serviço ministerial.
42. O Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão seja católico praticante, com profunda
devoção eucarística, com sólida formação doutrinal, com vivência comunitária, com boa
reputação e devidamente habilitado.

DEVERES DO MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA SAGRADA COMUNHÃO


43. Um dos deveres do Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão é ajudar também nas
Celebrações Eucarísticas, pois, seria inviável a distribuição da Sagrada Comunhão somente
pelos Sacerdotes e Diáconos.
a) Distribuição da comunhão na missa.
b) Distribuição da comunhão fora da missa, aos doentes ou outras pessoas que com razão o
solicitem.
c) Administração do viático.
d) exposição do Santíssimo Sacramento para adoração dos fiéis (mas não a bênção com o
mesmo).
44. Além da Sagrada Comunhão, somos preparados para os Ministérios das Bênçãos e
Exéquias ou Consolo. Não é necessário que cada Ministro Extraordinário da Sagrada
Comunhão exercer necessariamente os três Ministérios, somente aqueles em que o Senhor
tocar em seus corações.

TEMPO DO MANDATO DO MINISTÉRIO


45. O mandato do Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão é de 4 anos;
46. O Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão não substitui o Presbítero;
47. Ministro da exposição do Santíssimo Sacramento e da bênção eucarística é o Sacerdote
ou Diácono; em circunstâncias especiais, apenas da exposição e reposição, mas não da
bênção, é o acólito, ou Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão.
48. Como para os demais ministros não ordenados, haja no arquivo paroquial um fichário
com os dados e informações de cada um deles.
49. Cabe aos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão realizar visita prévia aos
doentes para saber a condição do enfermo, caso este necessite de atendimento de
confissão e/ou unção dos enfermos, que são ministrados pelo sacerdote.
50. Faz parte do ofício do Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão o atendimento aos
doentes e a distribuição do viático ao mesmo. Prepare-se uma mesa digna, coberta com
toalha e seja observado o rito litúrgico, seguindo as orações preparatórias do rito da
distribuição da Comunhão.
51. A Sagrada Comunhão será transportada na ”teca“ e guardada cuidadosamente em bolsa
própria. No caminho, o ministro conservará atitude de respeito, evitará deter-se em
conversas, passar em bares, feiras, casas de comércio, dirigindo-se diretamente para a casa
do enfermo.
52. Cabe ao Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão, após atender os enfermos com
a distribuição da Eucaristia, tendo sido consumidas todas as partículas, fazer a purificação
da teca ou âmbula (vasos sagrados).
53. A Cúria Diocesana fornecerá carteiras de identificação para os ministros extraordinários
da Santa Comunhão.

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Sede Provincial
Avenida Independência nº 58 - Bairro Coqueiro CEP 67 106- 426
E-mail: [email protected] - Cidade de Ananindeua - Pará

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