Diretrizes para Enfrentamento Das Meningites Até 2030

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Ministério da Saúde
por meio do QR Code MINISTÉRIO DA SAÚDE

DIRETRIZES

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030


PARA
ENFRENTAMENTO
DAS
MENINGITES
ATÉ 2030

Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde


bvsms.saude.gov.br
Brasília DF 2024

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A

G R AT U
MINISTÉRIO DA SAÚDE

DIRETRIZES
PARA
ENFRENTAMENTO
DAS
MENINGITES
ATÉ 2030
Brasília DF 2024

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A

G R AT U
2024 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição –
Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida
a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde
do Ministério da Saúde: bvsms.saude.gov.br.

Tiragem: 1ª edição – 2024 – 50 exemplares

Elaboração, edição e distribuição: Eder Gatti Fernandes – DPNI/SVSA


MINISTÉRIO DA SAÚDE Evellin Bezerra da Silva – Desco/Saps
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente Grace Fátima Souza Rosa – DGCI/Saps
Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública
Elaboração:
Departamento do Programa Nacional de Imunizações
Aline Kelen Vesely Reis – CGVDI/DPNI/SVSA
SRTVN, quadra 701, via W5 Norte, Edifício PO 700,
Ana Priscila da Silva Teixeira – CGSPD/Daet/Saes
6º andar. CEP: 70723-040 – Brasília/DF
Camila Cristina Francisquetti – CGVDI/DPNI/SVSA
Site: www.saude.gov.br
Camilla de Miranda Ribeiro – CGVDI/DPNI/SVSA
E-mail: [email protected]
Carolina Ofranti Sampaio – Nucom/SVSA
Secretaria de Atenção Especializada à Saúde Caroline Gava – CGVDI/DPNI/SVSA
Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar Emerson Luiz Lima Araujo – DGCI/Saps
e de Urgência Felipe Augusto Reque – Cgurg/Dahu/Saes
Departamento de Atenção Especializada e Temática Fernanda Luiza Hamze – Dahu/Saes
SRTVN, quadra 701, via W5 Norte, Edifício PO 700, Gabriela Andrade Pereira – CGLAB/SVSA
6º andar. CEP: 70723-040 – Brasília/DF Greice Madeleine Ikeda do Carmo – CGVDI/DPNI/SVSA
E-mail: [email protected] Layza Nogueira Dias dos Santos – Cgesco/Desco/Saps
Miriam Teresinha Furlam Prando Livorati – CGLAB/SVSA
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Pâmela Moreira Costa – Cgurg/Dahu/Saes
Departamento de Gestão do Cuidado Integral
Raissa dos Santos Calado Sampaio de Alencar –
Departamento de Estratégias e Políticas de
CGVDI/DPNI/SVSA
Saúde Comunitária
Renali Souto Casado Medeiros Lemos – Cgadom/
SRTVN, quadra 701, via W5 Norte, Edifício PO 700,
Dahu/Saes
6º andar. CEP: 70723-040 – Brasília/DF
Sirlene de Fátima Pereira – Cgici/DPNI/SVSA
E-mail: [email protected]
Editoria técnico científica:
Ministra da Saúde:
Tatiane Portal – CGEVSA/Daevs/SVSA
Nisia Verônica Trindade Lima
Paola Marchesini – CGEVSA/Daevs/SVSA
Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente:
Diagramação:
Ethel Leonor Noia Maciel
Sabrina Lopes – CGEVSA/Daevs/SVSA
Secretário de Atenção Especializada à Saúde:
Revisão:
Adriano Massuda
Tamires Felipe Alcântara – Editora MS/CGDI
Secretário de Atenção Primária à Saúde:
Normalização:
Felipe Proenço de Oliveira
Delano de Aquino Silva – Editora MS/CGDI
Edição-Geral:
Aline de Oliveira Costa – Dahu/Saes
Aristides Vitorino de Oliveira Neto – Daet/Saes

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde.
Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância
em Saúde e Ambiente, Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Secretaria de Atenção Primária à
Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2024.
84 p. : il.

ISBN 978-65-5993-677-9

1. Meningites bacterianas. 2. Atenção à Saúde. 3. Prevenção de doenças. 4. Controle de Doenças


Transmissíveis. Título.

CDU 616.831.9-002
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2024/0257

Título para indexação:


Brazil's Guidelines to combat meningitis by 2030
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCM Associação Brasileira de Combate à Meningite


ACE agente de combate às endemias
ACS agente comunitário de saúde
Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APS Atenção Primária à Saúde
Ascom Assessoria Especial de Comunicação Social
Aspar Assessoria Parlamentar
BCG vacina contra tuberculose; bacilo de Calmette-Guérin
CDPD Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
CER Centros Especializados em Reabilitação
CGAH Coordenação-Geral de Atenção Hospitalar
Cgadom Coordenação-Geral de Atenção Domiciliar
CGCRIAJ Coordenação-Geral de Atenção à Saúde das Crianças,
Adolescentes e Jovens
Cgesco Coordenação-Geral de Saúde da Família e Comunidade
Cgesmu Coordenação-Geral de Atenção à Saúde das Mulheres
CGGI Coordenação-Geral de Gestão de Insumos e Rede de Frio
Cgiad Coordenação-Geral de Inovação e Aceleração Digital
na Atenção Primária
Cgiae Coordenação-Geral de Informações e Análise Epidemiológicas
Cgici Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização
CGLAB Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública
CGMAIA Coordenação-Geral de Monitoramento, Avaliação e Inteligência
Analítica da Atenção Primária à Saúde
CGSPD Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência
Cgurg Coordenação-Geral de Urgência
CGVDI Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis
CID Classificação Internacional de Doenças
CNIE Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica
CNS Conselho Nacional de Saúde
Conasems Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Conass Conselho Nacional de Secretários de Saúde
Cosems Conselho de Secretarias Municipais de Saúde
Crie Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais
Daent Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância
de Doenças Não Transmissíveis
Daet Departamento de Atenção Especializada e Temática
Daevs Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia
e Vigilância em Saúde e Ambiente
DAF Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos
Estratégicos
Dahu Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência
Decit Departamento de Ciência e Tecnologia
DEMSP Departamento de Emergências em Saúde Pública
Desco Departamento de Estratégias e Políticas de Saúde Comunitária
DGCI Departamento de Gestão do Cuidado Integral
DNA ácido desoxirribonucleico
DPNI Departamento do Programa Nacional de Imunizações
Dsei Distritos Sanitários Especiais Indígenas
EAD educação a distância
EGB estreptococo do grupo B
GAL Gerenciador de Ambiente Laboratorial
GVS Guia de Vigilância em Saúde
Hi Haemophilus influenzae
Hib Haemophilus influenzae tipo b
IAL Instituto Adolfo Lutz
Lacen Laboratório Central de Saúde Pública
LBI Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015)
LCR líquido cefalorraquidiano
LRN Laboratório de Referência Nacional
MS Ministério da Saúde
NGI Núcleo de Gestão da Informação
NHEs Núcleos Hospitalares de Epidemiologia
NIR Núcleo Interno de Regulação
Nucom Núcleo de Comunicação
OMS Organização Mundial da Saúde
ONGs organizações não governamentais
PCDT Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
PCR reação em Cadeia da Polimerase
VPC vacina pneumocócica conjugada
PL punção lombar
PNAISPD Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Pessoa
com Deficiência
PNI Programa Nacional de Imunizações
PTS Plano Terapêutico Individualizado/Singular
qPCR reação em cadeia da polimerase em tempo real
RAS Redes de Atenção à Saúde
RCPD Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência
Saes Secretaria de Atenção Especializada à Saúde
Saps Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Sectics Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo
Econômico-Industrial da Saúde
Seidigi Secretaria de Informação e Saúde Digital
SES Secretaria Estadual de Saúde
Sesai Secretaria de Saúde Indígena
SGTES Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
Sinan Sistema de Informação de Agravos de Notificação
Sisab Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SUS Sistema Único de Saúde
SVSA Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
UBS Unidades Básicas de Saúde
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFs unidades federadas
UPA Unidade de Pronto Atendimento 24h
SUMÁR IO
APRESENTAÇÃO 11

INTRODUÇÃO 13
Objetivo geral 16
Estrutura do País para enfrentar as meningites até 2030 16

PILAR I  17
PREVENÇÃO E CONTROLE DE EPIDEMIAS 17
Objetivo estratégico 1
Alcançar e manter elevada cobertura vacinal contra Neisseria
meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae,
com acesso equitativo 21
Objetivo estratégico 2
Introduzir novas vacinas contra Neisseria meningitidis, Streptococcus
pneumoniae, Haemophilus influenzae e Streptococcus β-hemolítico
grupo B (EGB) 26
Objetivo estratégico 3
Desenvolver políticas baseadas em evidências científicas para as
estratégias de vacinação contra Neisseria meningitidis, Streptococus
pneumoniae, Haemophilus influenzae e EGB, que confiram proteção
individual e possibilitem proteção de rebanho 27
Objetivo estratégico 4
Desenvolver e aplicar estratégias específicas em cada contexto,
a fim de prevenir a infecção por EGB em lactentes 28
Objetivo estratégico 5
Desenvolver e melhorar as estratégias de prevenção e respostas
frente a epidemias, incluindo vacinação, quimioprofilaxia, controle
de infecção e comunicação de riscos, em particular em concentrações
de massa e emergências humanitárias 29
PILAR II
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 31
Objetivo estratégico 6
Melhorar o diagnóstico das meningites bacterianas em todos
os níveis de atenção 35
Objetivo estratégico 7
Desenvolver e aplicar estratégia destinada a identificar gestantes
com risco de estarem colonizadas por EGB, com vistas à profilaxia
para a redução da transmissão do EGB aos recém-nascidos 38
Objetivo estratégico 8
Fornecer e implementar ferramentas e procedimentos
apropriados, específicos ao contexto de qualidade para orientação,
tratamento e cuidados de suporte para reduzir o risco de
mortalidade, sequelas e resistência antimicrobiana 39

PILAR III
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 41
Objetivo estratégico 9
Garantir a existência de sistemas eficazes de vigilância das
meningites e detecção dos principais patógenos das meningites 45
Objetivo estratégico 10
Desenvolver e implementar estratégias de vigilância da doença
invasiva pelo Streptococcus β-hemolítico (EGB) 50
Objetivo estratégico 11
Desenvolver e realizar pesquisas e estudos para determinar
a carga de doença das sequelas por meningite 51

PILAR IV
APOIO E ASSISTÊNCIA PARA AS PESSOAS AFETADAS
POR MENINGITE 53
Objetivo estratégico 12
Melhorar a detecção, o acesso e a assistência precoce aos
usuários com sequelas das meningites 61
PILAR V
COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL 63
Objetivo estratégico 13
Propiciar que os financiadores e as instâncias normativas
nacional e regionais reconheçam a necessidade de priorizar
a resposta às meningites, integrando o plano nacional a todas
as esferas de gestão 68
Objetivo estratégico 14
Sensibilizar as populações, os gestores e profissionais de saúde
a respeito da prevenção e do controle das meningites e suas
possíveis sequelas 69
Objetivo estratégico 15
Engajar a comunidade e a sociedade civil para o enfrentamento
das meningites 71
Objetivo estratégico 16
Manter alto o grau de confiança nas vacinas 72

REFERÊNCIAS 75
EQUIPE TÉCNICA 81

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 9


APRESENTAÇÃO
As meningites bacterianas produzem quadros graves nos
pacientes, geralmente agudos e potencialmente letais. Estima-se que uma
em cada seis pessoas afetadas pela meningite bacteriana morre, e uma em
cada cinco pessoas sobrevive com sequelas que comprometem a quali­
dade de vida e requer acompanhamento em longo prazo (WHO, 2024).
Por conseguinte, exige atenção de baixa, média e alta complexidade, em
tempo oportuno, na rede assistencial. A rápida confirmação do diagnóstico,
o tratamento antimicrobiano ideal e oportuno e o estabelecimento de medidas
de controle e prevenção corretas permitem reduzir as complicações, melhorar
o prognóstico e reduzir a morbidade e a mortalidade pela doença.

Algumas das meningites bacterianas atualmente são imunopreveníveis.


No Brasil, apesar da oferta gratuita à população da maioria das vacinas que
protegem contra as meningites, por meio do Programa Nacional de Imuni­
zações (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS), a ocorrência das meningites
bacterianas ainda é um fator de preocupação, especialmente as causadas
pela Neisseria meningitidis e pelo Streptococcus pneumoniae (Boletim
Epidemiológico, 2021). Frente a isso, o Ministério da Saúde (MS) reafirma seu
compromisso em enfrentar as Meningites até 2030, seguindo o roteiro global
da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece estratégias para
o combate às principais causas de meningite bacteriana aguda (meningococo,
pneumococo, Haemophilus influenzae e estreptococo do grupo B).

11
O roteiro global está sustentado por três objetivos visionários: i) eliminação
de epidemias de meningite bacteriana; ii) redução de casos de meningite
bacteriana imunoprevenível em 50%, e mortes em 70%; e iii) prevenção da
incapacidade e melhoria da qualidade de vida após a meningite (WHO, 2021).
Para fazer frente a essa iniciativa e atingir esses objetivos, o Ministério da
Saúde, em estreita cooperação com o Conselho Nacional de Secretários
de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems), propõe as Diretrizes para Enfrentamento das Meningites até 2030,
de modo a serem implementadas de forma articulada no SUS. Esta iniciativa
aborda a meningite não apenas como uma doença infecciosa que muitas
vezes pode ser prevenida e tratada, mas também com a necessidade absoluta
de apoio e cuidados para as pessoas que vivem com sequelas incapacitantes
após um episódio de meningite. As diretrizes encontram-se estruturadas em
cinco pilares, conforme roteiro da OMS: prevenção e controle de epidemias,
diagnóstico e tratamento, vigilância epidemiológica, apoio e cuidados
às pessoas afetadas, promoção e participação social (WHO, 2021).

12 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


INTRODUÇÃO
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem
o cérebro e a medula espinhal, de causalidade diversa, sejam microrganismos,
processos inflamatórios e até mesmo traumas, sendo as meningites virais
e bacterianas as de maior importância para a saúde pública, considerando
a magnitude de sua ocorrência. As meningites bacterianas destacam-se
por sua gravidade, podendo levar a óbito, e pelo potencial de causar surtos
e epidemias por determinados agentes etiológicos (American Academy
of Pediatrics, 2018; Brasil, 2019a).

Mundialmente, registra-se aproximadamente 1,2 milhão de casos de


meningites bacterianas em crianças menores de 5 anos de idade a cada
ano, com cerca de 180 mil óbitos (PAHO, 2021). Segundo a Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas), globalmente, estima-se que mais de 90%
das meningites bacterianas sejam causadas pelos patógenos Streptococcus
pneumoniae (pneumococo), Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e Neisseria
meningitidis (meningococo) (PAHO, 2021). Atualmente, o pneumococo
é a principal causa de meningite bacteriana na Região das Américas. Outro
patógeno que também acomete lactentes mais comumente é o Streptococcus
agalactiae (estreptococo do grupo B ou EGB) (Schiess, 2021).

O Derrotar a Meningite até 2030: um roteiro mundial (Defeat Meningitis by


2030: a global road map) da OMS aborda questões em torno das meningites
bacterianas de maior impacto em morbidade e mortalidade (meningococo,
pneumococo, Hib e o EGB) (Schiess, 2021) e tem como objetivo geral eliminar
as meningites como uma ameaça global para a saúde pública. A elaboração
desse roteiro se deu por meio de consultas públicas e a especialistas na área,
sendo aprovado na 73ª Assembleia Mundial da Saúde, em 2020, orientado em
cinco pilares: i) prevenção e controle de surtos; ii) diagnóstico e tratamento;
iii) vigilância epidemiológica; iv) atenção à saúde e cuidados às pessoas
afetadas pela meningite; e v) promoção e participação social (WHO, 2021).

Assim, para avançar nos objetivos de cada pilar do roteiro global, cada país
deve adaptar as ações ao seu contexto regional. Para o Brasil, as orientações
e diretrizes de cada pilar estão descritas neste documento.

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 15


OBJETIVO GERAL
Definir diretrizes para o desenvolvimento de ações estratégicas e atividades,
nas três esferas de gestão do SUS, para o fortalecimento das Redes de
Atenção à Saúde (RAS), das vigilâncias epidemiológica e laboratorial,
da imunização e da comunicação, visando à redução de casos e óbitos
de meningites bacterianas imunopreveníveis, conforme o Derrotar a Meningite
até 2030: um roteiro mundial.

ESTRUTURA DO PAÍS PARA ENFRENTAR AS MENINGITES


ATÉ 2030
O SUS conforma o modelo público de ações e serviços de saúde no Brasil,
orientado por um conjunto de princípios e diretrizes válidos para todo
o território nacional, e parte de uma concepção ampla do direito à saúde
e do papel do Estado na garantia desse direito, de maneira que caracteriza
um sistema gratuito e de acesso universal, com gestão descentralizada
(Brasil, 1990).

A gestão nacional do SUS se dá por meio do Ministério da Saúde, e as ações


das políticas de enfrentamento das meningites envolvem as RAS, com
componente da Atenção Especializada, da Atenção Primária e da Atenção
à Saúde Indígena; da Vigilância Epidemiológica e Laboratorial; e do Programa
de Imunizações; todos descentralizados para as 27 unidades federativas.
Além disso, as ações estratégicas envolvem, ainda, a manutenção e o apri­
moramento de educação na saúde; da ciência e tecnologia em saúde; e da
saúde digital.

Concomitantemente, há o controle sanitário desenvolvido pela Agência


Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sua rede, também descentralizada,
na execução das ações de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, de Saúde do
Trabalhador, no que diz respeito à normatização, ao controle e à fiscalização
de produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde. Cita-se
como exemplo o gerenciamento de antimicrobianos em serviços de saúde
(Anvisa, 2023), a regulamentação das medidas de biossegurança e precaução
nos serviços de saúde (Anvisa, 2017), entre outros.

As Diretrizes para Enfrentamento das Meningites até 2030 contarão com ações
direcionadas ao alcance de 16 objetivos estratégicos distribuídos nos 5 pilares
definidos no roteiro global, conforme as responsabilidades de cada setor
do SUS e gestão compartilhada entre os entes federados.

16 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


PILAR I
PREVENÇÃO
E CONTROLE
DE EPIDEMIAS
A prevenção e o controle de epidemias das meningites no SUS ocorrem em
todos os níveis de atenção à saúde. Desse modo, o Pilar I tem como objetivo
traçar as diretrizes para a realização de ações coordenadas e articuladas no
âmbito da prevenção e do controle da doença, nas três esferas de gestão.
Ainda, apoia o desenvolvimento da capacidade operacional das unidades
federadas e dos municípios, para a atenção adequada e oportuna aos casos,
e o acesso universal e equitativo à rede pública de serviços de saúde, inclusive
aos imunizantes.

O PNI tem sua relevância, ao tempo em que assume os compromissos


e acordos nacionais e internacionais, diante do cenário epidemiológico das
meningites, atento à disponibilidade de tecnologias neste campo, às doenças
de ocorrência em todo o mundo, em atendimento à sua responsabilidade
perante a população brasileira em todas as faixas etárias e grupos especiais,
proporcionando, assim, a proteção contra essas doenças imunopreveníveis
(Brasil, 1975).

Isso se reflete na drástica redução da incidência das meningites bacterianas


pelos principais agentes etiológicos, desde a introdução das vacinas que
protegem contra meningites no Calendário Nacional de Vacinação, e,
conse­quentemente, na morbimortalidade causada por essas enfermidades
(Brasil, 2019a). Nesse sentido, atualmente, o PNI oferta as seguintes vacinas
que protegem contra patógenos causadores de meningites bacterianas:
BCG, Haemophilus influenzae b – Hib (monovalente), penta (difteria, tétano,
pertussis, Hib e hepatite B), pneumocócica (VPC-10, VPC-13, VPC-23),
meningocócica (MenC e MenACWY) (Brasil, 2024b).

A Atenção Primária à Saúde (APS), componente fundamental deste Pilar,


é porta de entrada dos usuários do SUS e o centro de comunicação das RAS,
sendo coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e dos serviços de
saúde. A APS conta com um conjunto de ações de saúde individuais, familiares
e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância
em saúde. A oferta desses serviços é gratuita e integral a todas as pessoas,
de acordo com suas necessidades e as demandas do território, considerando
os determinantes e condicionantes de saúde (Brasil, 2017).

As ações realizadas nas três esferas de gestão e a ampla participação de


outros parceiros envolvidos, como as sociedades científicas e as organizações
não governamentais, têm sido fundamentais para o fortalecimento das estra­
tégias realizadas no Brasil para prevenção e controle das meningites.

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 19


Apesar dos avanços encontrados, os desafios ainda são grandes: na área
de vacinação, é urgente e necessário ampliar as coberturas vacinais contra
meningite; na área assistencial, ampliar o acesso ao atendimento, para
diagnóstico precoce e tratamento oportuno em todos os níveis de atenção.
Comunicação eficiente, sistema de informação qualificado e vigilância
epidemiológica eficaz são essenciais para o sucesso das ações propostas
a seguir.

No pilar de prevenção e controle das epidemias, temos o fortalecimento de


acesso às vacinas e estratégias eficazes de profilaxia e intervenções oportunas.
Para tanto, consideram-se ações distribuídas em cinco objetivos estratégicos:

20 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 1
Alcançar e manter elevada cobertura vacinal contra Neisseria meningitidis, Streptococcus
pneumoniae e Haemophilus influenzae, com acesso equitativo

Atividade Prazo para Periodi-


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade

◼ Realizar microplanejamento nas 27 UFs e nos municípios eleitos


e nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) – 2024. Não se
Sim Única Iniciado
◼ Repasse de recursos financeiros fundo a fundo para apoiar a aplica
vacinação na escola (Portaria n.º 3.288/2024).
◼ Apoiar e monitorar a implementação das estratégias desenhadas
no microplanejamento.
Fortalecer as estratégias
◼ Realizar a Operação Gota em parceria com as Forças Armadas
de imunizações
para vacinação da população em áreas de difícil acesso
apropriadas e adequadas
(quilombolas, ribeirinhos e indígenas).
às realidades locais, a
◼ Intensificar as ações de vacinação em áreas de difícil acesso ou ◼ Cgici/DPNI/
fim de alcançar e manter
remotas por meio das unidades fluviais, conforme realidade local. SVSA/MS;
alta cobertura vacinal
contra meningococo, ◼ Estimular a abertura da sala de vacinas em todo o período ◼ Cgesco/
pneumococo e de funcionamento da unidade e em horários alternativos, Desco/
Haemophilus influenzae caso necessário. Saps/MS;
b (Hib) nas unidades Não se ◼ Dsei/Sesai/
◼ Viabilizar o acesso à vacinação das pessoas que estiverem Contínua Rotina
federativas (UFs) Sim aplica MS;
sem o cartão de vacina ou sem o comprovante de residência
e nos respectivos nas Unidades de Básicas de Saúde (UBS). ◼ SES; SMS.
municípios, mediante
◼ Aproveitar as oportunidades para o acesso à vacinação:
o fortalecimento e a
complementação das recomendar que as equipes de saúde (médicas, de saúde bucal,
estratégias existentes. de enfermagem, e outros profissionais de saúde) na UBS façam
o encaminhamento dos usuários em consultas de rotina à sala
de vacinação; durante as visitas e os atendimentos domiciliares
de rotina e as atividades coletivas de saúde nas escolas, solicitar
o cartão de vacina para verificação da situação vacinal e proceder
à transcrição das doses administradas nos sistemas de informação,
quando necessário, e à mobilização dos conselhos de classe,
das sociedades científicas e outros.
continua

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 21


continuação

Atividade Prazo para Periodi-


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade

Fortalecer as estratégias ◼ Realizar ações de comunicação para as comunidades,


de imunizações apro- direcionadas ao público de adolescentes, sobre a importância
priadas e adequadas às da vacinação contra as meningites (Neisseria meningitidis,
realidades locais, a fim Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae b),
de alcançar e manter integradas com outras vacinas do calendário vigente.
alta cobertura vacinal ◼ Elaborar e disseminar cards e outras formas de comuni­cação,
contra meningococo, como campanhas publicitárias.
pneumococo e Haemo- ◼ Disponibilizar, em meios digitais, o Calendário Nacional de
philus influenzae b (Hib) Vacinação.
nas unidades federativas
◼ Articular e fortalecer parcerias com SES, Conass, Conasems,
(UFs) e nos respectivos
municípios, mediante o Cosems e sociedades cientificas e de classes.
fortalecimento e a com- ◼ Realizar manutenção do Pacto Nacional pela Consciência Vacinal
plementação das estra- (Ministério Público).
tégias existentes. ◼ Vacinar profissionais conforme exposição e risco.

◼ Realizar avaliação e diagnóstico situacional da rede dos Crie.


Ampliar o acesso
◼ Aperfeiçoar o sistema de informação de doses aplicadas, ◼ Cgici/
aos imunizantes para Única Iniciado
pessoas com condições relacionando à 11ª revisão da Classificação Internacional de DPNI/SVSA;
Doenças (CID-11). Não se
clínicas especiais nos Sim ◼ NGI/DPNI/
aplica
Centros de Referência ◼ Atualizar o Manual do Crie quando necessário. SVSA;
de Imunobiológicos ◼ SES; SMS.
◼ Disponibilizar ferramenta (painel digital) para o monitoramento Contínua Rotina
Especiais (Crie).
e a avaliação do acesso aos imunizantes especiais no Crie.
◼ Identificar populações vulneráveis a fim de recomendar ações
◼ Cgici/
Fomentar ações estratégicas para prevenção e controle, considerando fatores
estratégicas para de risco dos diferentes grupos populacionais (ex.: Plano de Ação Não se DPNI/SVSA; Quando
Sim neces- Rotina
populações em situação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública aplica ◼ Dsei/Sesai;
sário
de vulnerabilidade. por Desassistência no Território Yanomami, e recomendação de ◼ SES; SMS.
vacinação para os povos indígenas isolados e de recente contato).
continua

22 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


continuação

Atividade Prazo para Periodi-


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade

Manter a vigilância e
o monitoramento das
coberturas vacinais ◼ DPNI/SVSA;
para as vacinas BCG, ◼ Cgesco/
pneumocócica 10-valente, Desco/ Contínua
◼ Monitorar e avaliar a proporção de municípios com cobertura
penta (DTP/HB/Hib) Não se Saps;
adequada para as referidas vacinas, conforme os indicadores Sim (Trimes- Rotina
– vacina adsorvida aplica
preconizados. ◼ Sesai; tral)
difteria, tétano, pertussis,
hepatite B (recombinante) ◼ Seidigi;
e Haemophilus influenzae ◼ SES; SMS.
B (conjugada) e menin­
gocócica C e ACWY.
Revisar, atualizar e
divulgar documentos e ◼ Realizar a revisão, a atualização e a divulgação dos documentos
Quando
protocolos normativos normativos de imunizações, como subsídios técnicos e científicos Não se DPNI/SVSA/
Sim neces- Rotina
do PNI em consonância para formulação e execução da estratégia de vacinação, aplica MS
sário
com as estratégias fornecendo o apoio necessário à sua implementação.
globais e regionais.
◼ Realizar normatização – regularidade e transmissão dos dados
para melhoria do processo de migração de dados entre sistemas
relacionados ao Programa de Imunização.
◼ Estimular o registro de 100% das doses administradas nos
Qualificar o sistema sistemas de informação, em tempo oportuno.
de informação de ◼ Capacitar de estados e municípios em vigilância das coberturas ◼ DPNI/SVSA;
modo a permitir o vacinais e gestão do insumo. ◼ Seidigi;
Não se
monitoramento das Sim Contínua Rotina
◼ Aprimorar os sistemas e qualificar as informações para a gestão aplica ◼ Anvisa;
ações de imunizações,
seu desempenho e dos insumos e da logística. ◼ Saps.
resultados. ◼ Aprimorar os sistemas e qualificar as informações da
farmacovigilância.
◼ Ampliar o número de profissionais capacitados em sistemas de
informação relacionados à vigilância epidemiológica, imunizações
e farmacovigilância de vacinas.
continua

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 23


conclusão

Atividade Prazo para Periodi-


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade

◼ Realizar diagnóstico situacional da rede de frio. ◼ CGGI/


Investir na reestrutu­ Não se DPNI/SVSA; Única
◼ Adquirir e distribuir câmaras frias para as áreas de difícil acesso Sim Iniciado
ração da rede de frio. aplica
e/ou remotas (Dsei). ◼ Sesai.

Adotar estratégias que


garantam o fornecimento ◼ Investir nos laboratórios produtores públicos. Quando
Não se
dos imunobiológicos ◼ Ter a possibilidade de mais de um fornecedor para cada Sim MS neces- Iniciado
aplica
às UF, sem solução imunobiológico. sário
de continuidade.
◼ Qualificar e atualizar gestores e profissionais (multiplicadores) que
atuam na área de imunização, para as boas práticas da vacinação
◼ CGGI/
Educação continuada segura e segurança do paciente (MS, SES, UFMG, Conasems, outros).
DPNI/SVSA;
dos profissionais da sala ◼ Introduzir e/ou fortalecer o tema no Curso Saúde com Agente Sim 2024 - 2030 Contínuo Iniciado
◼ Saps; Sesai;
de vacinação. (ACS e ACE).
SGTES.
◼ Incluir a temática nos programas de educação continuada das UFs
e nas agendas relacionadas a imunizações.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030


1. Número de documentos e
protocolos normativos do
Programa Nacional de Imunizações
Cgici/DPNI/
com edição atualizada. Meta: no - 2 2 1 1 - -
SVSA
mínimo um documento e/ou
protocolo atualizado relacionado
à vacinação contra a meningite.
2. Proporção de cobertura adequada
para as vacinas BCG (90%), VPC10- 1 relatório 4 relatórios 4 relatórios 4 relatórios 4 relatórios 4 relatórios 4 relatórios
-valente (95%), penta (DTP/HB/Hib) DPNI/SVSA de coberturas de coberturas de coberturas de coberturas de coberturas de coberturas de coberturas
(95%) e meningocócica C (95%) e vacinais vacinais vacinais vacinais vacinais vacinais vacinais
ACWY (80%) – relatório trimestral*.
continua

24 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


conclusão

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030


Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento
3. Proporção de crianças de 1 ano de
de 3% em de 4% em de 5% em de 6% em de 7% em de 8% em de 9% em
idade, cadastradas na APS, vacina­ Desco/Saps
relação à relação à relação à relação à relação à relação à relação à
das com BCG (parâmetro: 90%).
linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base
4. Proporção de crianças de 1 ano Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento
de idade, cadastradas na APS, de 3% em de 4% em de 5% em de 6% em de 7% em de 8% em de 9% em
Desco/Saps
vaci­nadas com pneumo­cócica 10- relação à relação à relação à relação à relação à relação à relação à
-valente (PCV-10) (parâmetro: 95%). linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base
5. Proporção de crianças de 1 ano Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento
de idade, cadastradas na APS, de 3% em de 4% em de 5% em de 6% em de 7% em de 8% em de 9% em
Desco/Saps
vacinadas com meningo­cócica C relação à relação à relação à relação à relação à relação à relação à
(conju­gada) (parâmetro: 95%). linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base
6. Proporção de crianças de 1 ano Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento
de idade, cadastradas na APS, de 3% em de 4% em de 5% em de 6% em de 7% em de 8% em de 9% em
Desco/Saps
vacinadas com penta­valente relação à relação à relação à relação à relação à relação à relação à
(parâmetro: 95%). linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base
7. Proporção de adoles­centes de Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento Incremento
15 anos de idade, cadastrados na de 3% em de 4% em de 5% em de 6% em de 7% em de 8% em de 9% em
Desco/Saps
APS, vacinados com meningo­ relação à relação à relação à relação à relação à relação à relação à
cócica ACWY (parâmetro: 80%). linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base linha de base
8. Realizar eventos para formação de
multiplicadores em boas práticas
de vacinação. Meta: no mínimo um
DPNI/SVSA 1 1 1 1 1 1 1
evento por ano com a participação
de pelo menos um representante
de cada UF.
9. Número de documentos técnicos
em resposta a surtos, epidemias 1 documento 1 documento 1 documento 1 documento 1 documento 1 documento 1 documento
e/ou emergências em saúde /evento /evento /evento /evento /evento /evento /evento
DPNI/SVSA
pública/meningites. Meta: elabo­ (quando (quando (quando (quando (quando (quando (quando
ração e divulgação de, no mínimo, houver) houver) houver) houver) houver) houver) houver)
um docu­mento técnico por evento.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).


*Linha de base 2023: BCG – 80,96%; VPNC 10-V – 88,22%; penta – 85,34%; MenC – 87,90%; ACWY – 55,64%.

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 25


OBJETIVO ESTRATÉGICO 2
Introduzir novas vacinas contra Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenzae e Streptococcus β-hemolítico grupo B (EGB)

Atividade Prazo para


O quê? Como? Responsáveis Periodicidade Status
existente? implantar
◼ Avaliar a substituição da dose de reforço com MenC por
MenACWY no Calendário de Vacinação da Criança.
◼ Estabelecer alianças para incentivo à redução dos preços das
vacinas antimeningocócicas.
◼ Promover a implementação de parcerias público-privadas
no desenvolvimento tecnológico e na produção de
Introduzir novas produtos estratégicos para o País.
vacinas contra ◼ Fortalecer os Programas de Parcerias para o Desenvolvimento
Neisseria meningitidis Produtivo (PDP). Sectics; SVSA; Quando
SIM 2024-2030 Iniciado
e Streptococcus Anvisa. necessário
◼ Fortalecer os Programa de Desenvolvimento e Inovação
pneumoniae, e ampliar
o acesso sustentável. Local (Pdil).
◼ Apoiar o desenvolvimento, a aprovação e a pré-qualificação
de vacinas bacterianas combinadas eficazes, acessíveis
e seguras.
◼ Articular ações com a Sectics para introdução de novas
tecnologias e grupos populacionais.
◼ Avaliar a incorporação da vacina MenB.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

10. Incorporar, no mínimo, uma nova tecnologia de vacinação e/ou


ampliar o uso para novos grupos prioritários e/ou faixas etárias Sectics; SVSA; Anvisa. 0 0 0 0 0 0 1
até 2030.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

26 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 3
Desenvolver políticas baseadas em evidências científicas para as estratégias de vacinação
contra Neisseria meningitidis, Streptococus pneumoniae, Haemophilus influenzae e EGB, que
confiram proteção individual e possibilitem proteção de rebanho

Atividade Prazo para Respon­ Periodi-


O quê? Como? Status
existente? implantar sáveis cidade
◼ Realizar Avaliação de Tecnologia em Saúde para a vacina meningocócica B
(2024). DPNI/
◼ Acompanhar resultados de estudos regionais acerca de portadores e a SVSA/MS;
Fomentar estudos vacinação contra o meningococo com vacina conjugada polivalente (2024). Único
Ascom;
e pesquisas
◼ Implantar a Vigilância Sentinela de Doença Pneumocócica Invasiva e Dahu/Saes;
na produção
Doença Invasiva por Haemophilus influenzae para o monitora­mento dos CGLAB/
de evidên­cias
sorotipos circulantes no País (2025). 2024- SVSA; DAF/
científicas para Sim Iniciado
2030 Sectics;
apoiar a tomada de ◼ Estabelecer parcerias com sociedades científicas e entidades de classe.
Anvisa; uni-
decisão no campo ◼ Acompanhar os resultados dos estudos promovidos pela OMS acerca versidades;
da prevenção e do
das estratégias de vacinação antimeningocócica. instituições
controle da doença. Contínuo
◼ Acompanhar os resultados de sorogru­pagem do meningo­coco e de pesquisa;
sorotipagem do pneumococo e do H. influenzae, liberados pelo Laboratório SES.
de Referência Nacional.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

11. Número de estudos ou pesquisas realizados relacionados à prevenção


e ao controle das meningites bacterianas. Meta: elaboração e divulgação de, DPNI/SVSA 0 0 1 0 1 0 0
no mínimo, dois estudos ou pesquisas realizados no período de 2025-2030.
12. Número de UFs com a Vigilância Sentinela de Doença Pneumocócica Invasiva
DPNI/SVSA 5 15 27 27 27 27 27
e Doença Invasiva por Haemophilus influenzae implantada (meta: 27 UFs até 2026).

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 27


OBJETIVO ESTRATÉGICO 4
Desenvolver e aplicar estratégias específicas em cada contexto, a fim de prevenir a infecção
por EGB em lactentes

Atividade Prazo para Respon- Periodi­


O quê? Como? Status
existente? implantar sáveis cidade

Fortalecer a prática da ◼ Disponibilizar, em formato on-line, para profissionais de saúde


utilização de antibiótico e população em geral, o Caderno de Atenção Básica: atenção CGCRIAJ/
profilático intraparto para ao pré-natal de baixo risco e o Manual de Gestação de Alto Risco. Não se Saps;
Sim Contínua Rotina
parturientes com quadro de aplica Cgesmu/
◼ Apoiar continuamente as UFs e o Distrito Federal para a
risco aumentado de infecção Saps.
neonatal por EGB. qualificação do cuidado pré-natal e intraparto.

Revisão do Manual de Gestação ◼ Avaliar a atualização das diretrizes mundiais da prevenção


de Alto Risco levando-se em da infecção pelo EGB (prevista para 2025) e os resultados dos
Cgesmu/ Não
consideração as diretrizes estudos promovidos pela OMS acerca da transmissão e dos Não 2026 Única
Saps iniciado
mundiais da prevenção da fatores de risco para infecção precoce e tardia por EGB para
infecção pelo EGB atualizadas. a revisão do Manual de Gestação de Alto Risco.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

13. Realização de pelo menos uma atividade de apoio técnico relacionado


Cgesmu/Saps 0 27 27 27 27 27 27
ao cuidado pré-natal e intraparto por estado e o Distrito Federal ao ano.

14. Manual de Gestação de Alto Risco revisado. Cgesmu/Saps 0 0 1 0 0 0 0


Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

28 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 5
Desenvolver e melhorar as estratégias de prevenção e respostas frente a epidemias, incluindo
vacinação, quimioprofilaxia, controle de infecção e comunicação de riscos, em particular em
concentrações de massa e emergências humanitárias

Atividade Prazo para Periodi‑


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade
◼ CGLAB/SVSA/MS;
◼ DPNI/SVSA/MS;
◼ Prever estoque estratégico de insumos (testes de ◼ Sesai/MS;
Sim Não se aplica Anual Rotina
diagnóstico, imunobiológico, medicamentos, outros). ◼ DAF/Sectics;
◼ SES;
◼ SMS.
◼ Sistematizar o rastreamento e o monitora­mento ◼ CGVDI/DPNI/SVSA/MS;
Melhorar as de contatos. ◼ CNIE/Daevs/SVSA/MS;
estratégias de ◼ Aprimorar estratégias de detecção oportuna de surtos, Não 2026 ◼ CGCIEVS/DEMSP/SVSA/MS; Única Iniciado
prevenção e epidemias e alterações do perfil clínico-epidemioló­gico ◼ Cgiae/Daent/SVSA/MS;
respostas frente da doença (instrumento de análise de risco). ◼ Seidigi/MS.
a epidemias.
◼ Realizar o monitoramento de surtos e epide­mias no
Comitê de Monitoramento de Eventos de Saúde Pública
(CME) para tomada de decisão. ◼ CGCIEVS/DEMSP/SVSA/MS; Quando
◼ Recomendar medidas não farmacológicas.
Sim Não se aplica Rotina
◼ CGVDI/DPNI/SVSA/MS. necessário
◼ Recomendar ações estratégicas para populações em
situação de vulnerabilidade.
◼ Monitoramento dos indicadores. Sim Não se aplica CGVDI/DPNI/SVSA/MS Semanal Rotina

◼ Elaborar e divulgar plano de contingência de meningite


◼ SVSA/MS;
para resposta a situações de surto, contendo plano de
◼ Saps/MS;
Plano de comunicação de risco (e atualizar quando necessário). ◼ Saes/MS;
Não
contingência Não 2025 ◼ Sesai/MS; Única
◼ Prever estrutura de governança para resposta à emer­ iniciado
de meningite ◼ DAF/Sectics/MS;
gência (COE, sala de situação, outros).
◼ Ascom/MS;
◼ Realizar exercícios simulados nas UFs.
◼ Anvisa.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 29


Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

15. Número de estudos ou pesquisas realizados relacionados à prevenção ◼ DPNI/SVSA;


e ao controle da doença. Meta: elaboração e divulgação de, no mínimo, 0 0 0 0 0 1 0
◼ Decit/Sectics.
um estudo ou pesquisa realizada no período de 2025-2030.

16. Publicar um plano de contingência de meningites, com atualização


MS 0 1 0 0 0 0 0
quando necessário.

17. Realizar simulados do Plano de Contingência nas 27 UFs. MS 0 2 5 5 5 5 5

18. Elaborar um instrumento para rápida análise de risco de meningites


MS 0 0 1 0 0 0 0
com potencial epidêmico.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

30 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


PILAR II
DIAGNÓSTICO
E TRATAMENTO
No Pilar II de diagnóstico e tratamento teremos melhorias e fortalecimento dos
meios diagnósticos em todos os níveis de atenção à saúde, com capacitações
laboratoriais e assistenciais.

O diagnóstico laboratorial é fundamental para a detecção oportuna de


casos potencialmente relacionados à infecção pelos agentes etiológicos
que causam as meningites bacterianas. O diagnóstico das meningites
bacterianas é baseado em manifestações clínicas, avaliação quimiocitológica
e bacterioscopia no líquido cefalorraquidiano (LCR), testes de diagnóstico
bacteriológico (cultura do LCR, hemocultura e identificação bioquímica)
e, mais recentemente, testes de diagnóstico molecular (Obaro, 2019).

A cultura é realizada em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal


e está descentralizada para os laboratórios locais, assim como a bacterioscopia
do LCR. O isolamento do agente etiológico pela cultura é fundamental para
a vigilância epidemiológica, pois é o exame considerado padrão-ouro que
permite a caracterização final do agente (caracterização antigênica, genética
e de resistência antimicrobiana) (WHO, 2011).

De acordo com o fluxo estabelecido na rede de diagnóstico laboratorial


das meningites bacterianas, qualquer cepa de N. meningitidis, H. influenzae
e S. pneumoniae isolada de líquidos normalmente estéreis (sangue,
líquor, líquido pleural, líquido abdominal e outros) deve ser encaminhada
ao Laboratório de Referência Nacional (LRN) para caracterização comple­
mentar, fenotípica (sorogrupagem e sorotipagem) e genotípica (tipagem das
regiões variáveis das proteínas PorA e PorB) e para realização dos testes
de susceptibilidade aos antimicrobianos para avaliação do perfil de resistência
das cepas (Brasil, 2019b).

O teste de aglutinação do látex ainda é utilizado no Brasil em algumas UFs,


sendo sua aquisição responsabilidade do próprio estado. É um teste qualitativo
para o diagnóstico presuntivo e para a pesquisa de antígenos polissacarídicos
do meningococo A, B, C, W e Y, do Hib, do pneumococo e do EGB, a partir
de amostras de líquor (WHO, 2011).

Entre os testes moleculares, a detecção de DNA dos três principais patógenos


causadores de meningites bacterianas por PCR em tempo real (qPCR) tem sido
de grande importância na confirmação laboratorial dos casos de meningite
bacteriana no Brasil. Esse ensaio de qPCR, utilizado pelo LRN Instituto Adolfo
Lutz (IAL), desde 2010, no formato multiplex “in house” (mqPCR/IAL), é capaz de
detectar os três principais agentes etiológicos responsáveis pelas meningites
bacterianas (N. meningitidis, S. pneumoniae e H. influenzae). A incorporação desse

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 33


ensaio na rotina diagnóstica do IAL aumentou a detecção desses agentes em
52%, 85% e 20%, respectivamente, em relação à cultura (Sacchi et al., 2011).
A técnica de qPCR está descentralizada para todos os Lacen, fruto da parceria
do IAL com a Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB) na
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ministério da Saúde (MS).

De acordo com a Portaria de Consolidação GM/MS n.º 4, de 28 de setembro


de 2017, compete à SVSA/MS o provimento de insumos estratégicos para
as ações laboratoriais de Vigilância em Saúde, nos termos pactuados
na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) (Brasil, 2017). Assim, a CGLAB
é responsável por coordenar administrativamente as ações que envolvem
seleção, aquisição, armazenagem e distribuição de insumos estratégicos
necessários ao funcionamento de todo o sistema diagnóstico dos Laboratórios
Centrais em funcionamento em cada UF.

O Ministério da Saúde, por meio da CGLAB, é responsável por assessorar


e cooperar tecnicamente, junto aos estados e ao Distrito Federal, na imple­
mentação da Rede Nacional de Laboratórios, em articulação com as demais
unidades competentes, além de ajudar a promover o processo de educação
permanente e de capacitação dos profissionais de Vigilância em Saúde.

A meningite é uma emergência médica que pode levar a fatalidades se


o agente etiológico não for identificado rapidamente e o tratamento adequado
não for iniciado (Souto et al., 2024). Desta forma, o diagnóstico oportuno e
qualificado de meningites e doenças meningocócicas, com consequente
instituição de terapêutica adequada e imediata, é fundamental para otimizar
os resultados clínicos, prevenir complicações, e está diretamente relacionado
a prognósticos mais favoráveis.

Assim, o “Pilar II – Diagnóstico e tratamento” considera ações distribuídas em


três objetivos estratégicos:

34 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 6
Melhorar o diagnóstico das meningites bacterianas em todos os níveis de atenção

Atividade Prazo para Respon‑ Periodi­


O quê? Como? Status
existente? implantar sáveis cidade

◼ Identificar locais com necessidade de capacitação. Lacen;


Capacitar os laboratórios
CGLAB/ Quando
locais em cultura e ◼ Realizar capacitação para os laboratórios locais em cultura Sim 2024-2028 Rotina
SVSA/MS; necessário
bacterioscopia. e bacterioscopia. SMS; SES.

◼ Estimular a notificação dos casos de infecção congênita pelo EGB.


Sistematizar a notificação
◼ Realizar capacitação dentro da Estratégia Qualineo em todos os Saps/MS; Não
dos casos de infecção Não 2025-2027 Contínua
níveis de atenção, divulgar nos encontros nacionais de saúde da Saes/MS. iniciado
congênita pelo EGB.
mulher e da criança e em todos os níveis de atenção.

Capacitar equipes de ◼ Apoiar a elaboração de conteúdo e estimular a realização de


assistência a fim de capacitações para médicos e enfermeiros. Desco/
melhorar a identificação ◼ Apoiar a qualificação das equipes de assistência (nível técnico Saps/MS;
Não
de sinais e sintomas das e superior), por meio da oferta de capacitação e atualização Não 2025-2028 Dahu/ Contínua
iniciado
meningites e solicitar com materiais instrucionais, como podcast, webinários, Saes/MS;
exames laboratoriais infográficos, cursos EAD, outros, a partir de protocolos/guias SGTES/MS.
oportunamente. já publicados pelo MS.

◼ Elaborar estratégias para apoiar na solução das principais


Fortalecer a realização causas da não realização de PL e coleta de sangue para
de punção lombar (PL), hemocultura. Dahu/
Não
coleta de sangue e Não 2028 Saes/MS; Contínua
◼ Disseminar informação acerca da realização de PL e coleta de iniciado
hemocultura de casos SES.
suspeitos de meningite. sangue na rede de assistência, a fim de aumentar a realização
do procedimento.

Descentralizar a PCR CGLAB/


◼ Abastecer os Lacen com insumo de biologia molecular
em tempo real (qPCR) Sim 2024 SVSA/MS; Única Concluído
e capacitar a rede para realização do qPCR.
para os 27 Lacen. Lacen.
continua

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 35


conclusão

Atividade Prazo para Respon‑ Periodi­


O quê? Como? Status
existente? implantar sáveis cidade

Manter abastecimento CGLAB/


◼ Manter a aquisição dos insumos de biologia molecular para
dos Lacen com insumos Sim 2024-2030 SVSA/MS; Contínua Rotina
distribuição aos Lacen.
de biologia molecular. Lacen.

◼ Realizar avaliação do intervalo entre o recebimento da amostra


Melhorar a oportunidade e a liberação do resultado laboratorial dos exames de qPCR
no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). CGLAB/
de liberação dos exames Quando
Sim 2024-2028 SVSA/MS; Iniciado
de qPCR realizados ◼ Identificar a necessidade de intervenção/capacitação em caso necessário
Lacen
pelos Lacen. de não alcance da meta.
◼ Melhorar a oportunidade de liberação dos exames de qPCR.

Melhorar a identificação ◼ Realizar levantamento dos Lacen que apresentam resultados


de exames sem identificação de sorogrupo e sorotipo. CGLAB/
de sorogrupos de
Sim 2024-2028 SVSA/MS; Contínua Iniciado
N. meningitidis e sorotipos ◼ Manter a aquisição dos insumos de biologia molecular para
Lacen; LRN.
de H. influenzae. distribuição aos Lacen.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

36 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

19. Implantação de PCR em tempo real para o diagnóstico das meningites CGLAB/
100% 0 0 0 0 0 0
bacterianas nos 27 Lacen. SVSA/MS

20. Elaboração de relatório com o levantamento de unidades federadas com


necessidade de capacitação dos laboratórios locais para realização de cultura CGLAB/SVSA/
0 1 0 0 0 0 0
e bacterioscopia para a identificação de N. meningitidis, H. influenzae, MS; Lacen; SES
S. pneumoniae e EGB.

21. Promover capacitação dos laboratórios que apresentarem necessidade para


realização de cultura e bacterioscopia para a identificação de N. meningitidis, CGLAB/SVSA/
- 10% 30% 50% 70% 90% 100%
H. influenzae, S. pneu­moniae e EGB (meta: 100% dos laboratórios com MS; Lacen
necessidade sinalizada capaci­tados).

22. Aumentar a oportunidade de liberação dos exames de qPCR realizados pelos CGLAB/SVSA/ 90%
80% 85% 85% 90% 90% 90%
Lacen (em até cinco dias). MS; Lacen

23. Aumentar a proporção de amostras/cepas de Neisseria meningitidis CGLAB/SVSA/


50% 55% 60% 65% 70% 75% 80%
e Haemophilus influenzae com sorogrupo/sorotipo identificado. MS; Lacen

24. Disponibilização de ao menos um curso de capacitação e/ou atualização Saps; Saes;


- - - - 1 - -
voltado para a identificação de sinais e sintomas da meningite e assistência. SGTES

25. Capacitar UFs com necessidade de aumentar o percentual de coleta


de líquido cefalorraquidiano e/ou sangue para hemocultura dos casos
Saes; SES - - - 40% 80% 100%
suspeitos de meningite bacteriana (meta: 100% das UFs com necessidade
sinalizada capacitadas).

26. Conhecer a incidência de meningite por EGB em lactentes – publicar boletim. Saps - - - 1 - - 1

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 37


OBJETIVO ESTRATÉGICO 7
Desenvolver e aplicar estratégia destinada a identificar gestantes com risco de estarem colonizadas
por EGB, com vistas à profilaxia para a redução da transmissão do EGB aos recém-nascidos

Atividade Prazo para Periodi­


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade

◼ Atualizar o Manual de Gestação de Alto Risco.


Evitar a transmissão da EGB ao Cgesmu/DGCI/
◼ Atualização do Caderno de Atenção Básica 32: Quando
recém-nascido e seus possíveis Sim 2024-2026 Saps/MS; Iniciado
pré-natal de risco habitual (2013). necessário
desfechos desfavoráveis. Dahu/Saes/MS.
◼ Divulgação ampla dos documentos atualizados.

Conhecer o cenário brasileiro em ◼ Encomendar estudo.


Cgesmu/DGCI/
Saps/MS; Não
relação à problemática como subsídio Não 2025-2026 Única
◼ Realizar o estudo. iniciado
para a elaboração de políticas públicas. Sectics/MS.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

27. Manual de Gestação de Alto Risco atualizado e amplamente divulgado. Cgesmu/Saps - - 1 - - - 1

28. Caderno de Atenção Básica 32: pré-natal de baixo risco revisado e


Cgesmu/Saps - 1 - - - - 1
amplamente divulgado.

29. Estudo encomendado para conhecer o cenário brasileiro em relação


Cgesmu/Saps - 1 - - - - -
à problemática,

Sectics
30. Estudo realizado sobre o cenário brasileiro em relação à problemática, - - 1 - - - -
Cgesmu/Saps

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

38 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 8
Fornecer e implementar ferramentas e procedimentos apropriados, específicos ao contexto
de qualidade para orientação, tratamento e cuidados de suporte para reduzir o risco de
mortalidade, sequelas e resistência antimicrobiana

Atividade Prazo para Periodi-


O quê? Como? Respon­sáveis Status
existente? implantar cidade
◼ Articular com coordenações estaduais de serviços de saúde
a realização de oficinas virtuais sobre o tema, contemplando
profissionais dos estados e municípios.
◼ Elaborar e disponibilizar orientações assistenciais (protocolos Saps/MS;
Aprimorar a qualidade clínicos) para os serviços de saúde dos diferentes pontos da rede. Saes/MS;
do manejo clínico e Não
◼ Apoiar a elaboração de conteúdo e estimular capacitações para Não 2025-2030 SGTES/MS; Contínua
tratamento adequado iniciado
do paciente. profissionais de saúde. SVSA/MS;
◼ Apoiar a qualificação das equipes de assistência por meio da SES; SMS.
oferta de capacitação e atualização com materiais instrucionais,
como podcast, webinários, infográficos, cursos EAD e outros,
a partir de protocolos/guias/manuais já publicados pelo MS.

Apoiar a educação ◼ Fomentar a implantação de Núcleos de Educação em Urgência


permanente dos aos entes subnacionais para promoção de educação permanente
Saps/MS;
profissionais atuantes dos profissionais de saúde. Não
Não 2025-2030 Saes/MS; Única
nos diferentes pontos ◼ Apoiar na elaboração de cursos de maneira direcionada para iniciado
que integram a Rede SGTES/MS.
promoção de educação permanente dos profissionais atuantes
de Atenção à Saúde. nos serviços de saúde da Rede de Atenção às Urgências.
◼ Pactuar indicadores de monitoramento.
Fomentar a ◼ Avançar na implantação do e-SUS nas UPA 24h. Saps/MS;
elaboração de linha Não
◼ Apoiar a linha de cuidado das meningites junto aos NIR nos serviços Não 2025-2029 Saes/MS; Única
de cuidado da iniciado
meningite. hospitalares. SES; SMS.
◼ Atualizar o protocolo de regulação de urgência, definindo indicadores.
continua

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 39


conclusão

Atividade Prazo para Periodi-


O quê? Como? Respon­sáveis Status
existente? implantar cidade
◼ Fomentar o monitoramento do tempo de espera para transferência
de pacientes em serviços de pronto atendimento para leito
Fomentar a hospitalar, nos casos suspeitos ou confirmados de meningite/
elaboração de linha doença meningocócica.
de cuidado da
◼ Priorizar a transferência oportuna de pacientes das UPA 24h para
meningite.
leito hospitalar, nos casos suspeitos ou confirmados de meningite/
doença meningocócica.
Solicitar a elaboração
de Protocolos Clínicos Sectics/MS;
◼ Solicitar priorização do tema junto às instâncias superiores.
e Diretrizes Tera­ Saes/MS; Não
◼ Instituir, no âmbito do Ministério da Saúde, grupo técnico para Não 2025-2028 Única
pêuti­cas (PCDT) Saps/MS; iniciado
para meningites discussão e elaboração de PCDT para meningites bacterianas.
SVSA/MS.
bacterianas.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

31. Pelo menos uma ação educativa realizada por ano, iniciando pelos estados Saps
1 1 1 1 1 1 1
e municípios prioritários, até 2030. Saes
32. Até 15% de Núcleos de Educação em Urgência implantados até 2030. Saes - 3% 5% 7% 10% 13% 15%
33. Realizar um webinário por ano, até 2030, para orientações quanto aos fluxos
e protocolos de priorização e regulação dos casos de meningite aos Núcleos Saes - 1 1 1 1 1 1
Internos de Regulação (NIR).
34. Até quatro reuniões realizadas até 2029 para alinhamento dos indicadores
Saes - 0 1 1 1 1 0
e qualificação dos instrumentos.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

40 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


PILAR III
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
O Sistema de Vigilância Epidemiológica das Meningites (SVE/Meningites)
compreende todas as atividades e atores envolvidos, desde a identificação
de um caso suspeito até a adoção das medidas de prevenção e controle
da doença na comunidade. Desta forma, a operação desse sistema
pressupõe uma boa integração técnica entre as atividades de assistência
aos casos, de identificação e estudo das características do agente
etiológico, e de análise epidemiológica do comportamento da doença
na população (Brasil, 2005). Destaca-se que a gestão dessas ações
é compartilhada entre os entes federados.

No Brasil, atualmente, consta na Lista Nacional de Notificação Compulsória de


Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública a doença meningocócica (DM)
e outras meningites e a doença invasiva por Haemophilus influenzae, sendo
a notifi­cação compulsória obrigatória para os médicos, outros profissionais
de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde que
prestam assistência ao paciente (Brasil, 2022).

A notificação deve ser realizada em até 24 horas para as Secretarias Muni­


cipais e Estaduais de Saúde. Os surtos, os aglomerados de casos (clusters) ou
óbitos são de notificação imediata. Todos os casos suspeitos ou confirmados
devem ser notificados às autoridades competentes, por profissionais da
área de assistência, vigilância, e por aqueles de laboratórios públicos
e privados. A notificação deve ser registrada no Sistema de Informação
de Agravos de Notificação (Sinan), por meio do preenchimento da Ficha
de Investigação de Meningite ou da Ficha de Investigação de Surtos.
A investigação deve ser realizada para obtenção de informações quanto
à caracterização clínica do caso (incluindo a análise dos exames laboratoriais)
e às possíveis fontes de transmissão da doença (Brasil, 2024a).

Essa vigilância desencadeia as ações de prevenção e controle a partir de


todo caso suspeito, por meio das ações descentralizadas conjuntas com
os serviços de vigilância locais e serviços da Atenção Primária à Saúde, tendo
como objetivos:

◼ Prevenir casos secundários entre os contatos próximos de um caso sus­


peito de doença meningocócica ou meningite por Haemophilus influenzae.
◼ Prevenir caso de doença meningocócica entre crianças e adolescentes.

◼ Reduzir a morbimortalidade das meningites bacterianas, prevenindo casos


em crianças menores de 1 ano de idade por meio das vacinas contra
meningite tuberculosa, por H. influenzae e por S. pneumoniae.

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 43


Das medidas de prevenção e controle, recomendam-se as medidas farmaco­
lógicas, que tratam da realização de quimioprofilaxia aos contatos próximos
de um caso suspeito ou confirmado de DM ou de um caso confirmado de
meningite por Hi, conforme recomendado nas normativas do Departamento
do Programa Nacional de Imunizações da Secretaria de Vigilância em Saúde
e Ambiente, por meio da Coorde­nação-Geral de Vigilância das Doenças
Imunopreveníveis (Brasil, 2024c, 2024d).

Nesse contexto, o Ministério da Saúde mantém as UFs abastecidas com


o medica­mento de primeira escolha para quimioprofilaxia, a rifampicina, a fim
de viabilizar intervenção oportuna nos contatos de casos suspeitos de DM
e MHib, da mesma forma para as vacinas de rotina que atuam contra diferentes
tipos de agentes etiológicos causadores de meningites.

No “Pilar III – Vigilância epidemiológica” será realizada a vigilância dos


principais patógenos causadores das meningites bacterianas e suas
sequelas, com a finalidade de orientar as políticas de controle das meningites
e seguimento dos progressos. Consideram-se ações distribuídas em três
objetivos estratégicos:

44 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 9
Garantir a existência de sistemas eficazes de vigilância das meningites e detecção dos principais
patógenos das meningites

Atividade Prazo para Periodi­


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade

Atualizar documentos e ◼ Realizar a revisão, atualização e divulgação dos


protocolos normativos da documentos e protocolos normativos da vigilância CGVDI/DPNI/
vigilância epidemiológica, epidemiológica (notas técnicas e Guia de Vigilância em SVSA/MS;
Não se Quando
garantindo que estejam Saúde). Sim Rotina
aplica CGLAB/SVSA/MS; necessário
em consonância com ◼ Trocar experiências com especialistas. Decit/Sectics/MS.
as estratégias globais
e regionais. ◼ Revisar evidências científicas.

Sistematizar o registro CGVDI/DPNI/


do monitoramento de ◼ Elaborar e disponibilizar ferramenta para registro do SVSA/MS;
contatos de casos de monitoramento de contato de casos de meningite. Cgiae/Daent/
doença meningocócica ou Não 2025 Única Iniciado
◼ Implementar rotina de monitoramento de contato de SVSA/MS;
meningite por Haemophilus
casos de meningite nas UFs. Desco/Saps/MS;
influenzae e a realização
de quimioprofilaxia. Sesai/MS.

Implementar atualização
no sistema de notificação CGVDI/DPNI/
para que se torne on-line SVSA/MS;
◼ Reformular o sistema de informação
e interoperável com a Rede
para notificação dos casos de meningites Não 2025 Cgiae/Daent/ Única Iniciado
Nacional de Dados em
para o e-SUS Notifica. SVSA/MS;
Saúde (RNDS), mantendo
a garantia da proteção de Seidigi/MS.
dados sensíveis.
continua

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 45


continuação

Atividade Prazo para Periodi­


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade
◼ Adaptar os protocolos internacionais de moni­tora­mento
de sequelas pós-meningite para a realidade do Brasil. CGVDI/DPNI/
SVSA/MS;
◼ Atualizar a ficha de notificação e investigação dos casos
Cgiae/Daent/
de meningites, com inclusão da variável para registro e Não 2026 Única Iniciado
SVSA/MS;
seguimento de sequelas até o momento da alta hospitalar.
Estruturar, implantar e Renaveh/DEMSP/
apoiar a implementação ◼ Implantar e implementar atualização no sistema de SVSA/MS;
da vigilância de sequelas informação de notificação (Sinan/e-SUS Notifica). Daet/Saes/MS;
dos casos de meningite. ◼ Definir e publicar instrutivo e algoritmo da vigilância de Dahu/Saes/MS; Não
Desco/Saps/MS; Única
sequelas dos casos de meningite. iniciado
DGCI/Saps/MS;
◼ Capacitar profissionais da assistência, vigilância epidemio­ Não 2026
Sesai/MS; Não
ló­gica e vigilância hospitalar para identificação, registro Seidigi/MS. Contínua
iniciado
e seguimento de casos com sequelas pós-meningite.
◼ Acompanhar os padrões de resistência anti­microbiana
mundial.
◼ Acompanhar alterações do perfil clínico-epidemiológico CGVDI/DPNI/
Monitorar os padrões de dos principais patógenos de meningite bacteriana no País. SVSA/MS;
resistência antimicrobiana ◼ Realizar o monitoramento de resistência anti­microbiana Não se CGLAB/SVSA/MS;
Sim Anual Rotina
dos principais patógenos das cepas dos principais patógenos de meningites aplica IAL/MS;
de meningite bacteriana. bacterianas do País. DEMSP/SVSA/MS;
◼ Publicar um boletim anual do monitoramento de Anvisa.
resistência antimicrobiana dos principais patógenos de
meningite bacteriana no País.
◼ Elaborar curso de capacitação/atualização em vigilância CGVDI/DPNI/
Realizar educação
das meningites, incluindo a atuação dos Núcleos SVSA/MS;
continuada
Hospitalares de Epidemiologia (NHEs). Renaveh/DEMSP/
das equipes de assistência
SVSA/MS;
e vigilância epidemiológica ◼ Incluir a temática nos programas de educação continuada Não
Não 2026 Dahu/Saes/MS; Única
para detecção, notificação na Rede de Atenção à Saúde e nas agendas com as iniciado
Desco/Saps/MS;
e investigação adequada vigilâncias dos estados e municípios.
DGCI/Saps/MS;
dos casos suspeitos de ◼ Identificar e atender demandas dos estados para atuali­ Sesai/MS;
meningite. zação de profissionais multiplicadores acerca do tema. SGTES/MS.
continua

46 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


continuação
Atividade Prazo para Periodi­
O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade

◼ Monitorar a oportunidade de notificação dos casos de CGVDI/DPNI/


SVSA/MS;
meningite bacteriana. Não se
Sim Renaveh/DEMSP/ Contínua Rotina
◼ Sensibilizar profissionais de saúde para notificação de aplica
SVSA/MS;
casos suspeitos em qualquer nível de assistência.
Sesai/MS.
Melhorar a oportunidade
de notificação dos casos ◼ Publicar boletim informativo semestral com análise dos CGVDI/DPNI/ Não
Não 2026 Semestral
de meningite bacteriana. indicadores de monitoramento da vigilância das meningites. SVSA/MS iniciado
CGVDI/DPNI/
◼ Mapear possíveis unidades sentinelas para que apoiem e SVSA/MS; Não
Não 2026 Única
qualifiquem a vigilância epidemiológica das meningites. Renaveh/DEMSP/ iniciado
SVSA/MS.
Melhorar a oportunidade
CGVDI/DPNI/
das ações de resposta aos ◼ Monitorar a oportunidade das ações de resposta aos Não se
Sim SVSA/MS; Contínua Rotina
casos de doença menin­go­ casos de doença meningocócica e meningite por Hi. aplica
CGLAB/SVSA/MS.
cócica e meningite por Hi.
CGVDI/DPNI/
◼ Mapear ações exitosas de resposta em todos os níveis SVSA/MS;
de atenção acerca dos casos de doença meningocócica CGLAB/SVSA/MS; Não
Não 2027 Única
e meningite por Hi para reaplicação de acordo com a Renaveh/DEMSP/ iniciado
realidade local. SVSA/MS;
Melhorar a oportunidade Sesai/MS.
das ações de resposta CGVDI/DPNI/
aos casos de doença SVSA/MS;
meningocócica e Renaveh/DEMSP/
meningite por Hi. ◼ Qualificar a vigilância epidemiológica em serviços SVSA/MS;
Não
de saúde com vistas à promoção das atividades de Não 2027 Dahu/Saes/MS; Contínua
iniciado
prevenção e controle. Desco/Saps/MS;
DGCI/Saps/MS;
Sesai/MS;
SGTES/MS.
continua

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 47


conclusão

Atividade Prazo para Periodi­


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantar cidade
◼ Monitorar semanalmente as notificações e os indicadores
CGVDI/DPNI/
das meningites, especialmente as bacterianas.
SVSA/MS;
◼ Monitorar o cenário internacional de alterações do perfil Não se
Sim CGCIEVS/DEMSP/ Contínua Rotina
Monitorar o cenário clínico-epidemiológico, surtos e epidemias que possam aplica
SVSA/MS;
epidemiológico das constituir potencial emergência em saúde pública.
meningites pelos principais Sesai/MS.
◼ Gerar alertas quando necessário.
patógenos.
CGVDI/DPNI/
◼ Publicar boletim epidemiológico com análise dos casos Não se
Sim SVSA/MS; Anual Rotina
de meningite. aplica
CGLAB/SVSA/MS.
Desco/Saps/MS;
DGCI/Saps/MS;
◼ Levantar possíveis casos de meningite registrados nos
Identificar a captação Cgiad/Saps/MS;
prontuários eletrônicos, com distribuição por UF.
de possíveis casos de CGMAIA/Saps/MS;
◼ Identificar aplicabilidade do uso dessa informação para Não
meningite no sistema de Não 2025 CGVDI/DPNI/ Única
detectar alertas locais da ocorrência de casos. iniciado
prontuário eletrônico (via SVSA/MS;
Sisab). ◼ Identificar possíveis falhas no fluxo de notificação de
casos suspeitos (estudo de caso). CNIE/Daevs/
SVSA/MS;
Seidigi/MS.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

48 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

35. Número de documentos e protocolos normativos da vigilância epidemiológica


SVSA 1 0 1 0 1 0 1
atualizados (meta: pelo menos quatro documentos até 2030).
36. Número de UF com vigilância capacitada para uso da ferramenta de monitoramento
SVSA - 6 11 20 27 27 27
de contato de casos de doença meningocócica e meningite por Hi (meta: 27 até 2030).
37. Número de UF com Atenção Primária capacitada para uso da ferramenta de
monitoramento de contato de casos de doença meningocócica e meningite por Hi Saps; Sesai - 6 11 20 27 27 27
(meta: 27 até 2030).
38. Número de UF em uso da ferramenta de monitoramento de contato de casos
SVSA - - 10 20 20 27 27
de doença meningocócica e meningite por Hi (meta: 27 até 2030).
39. Número de UF com vigilância capacitada para o monitoramento de sequelas
SVSA - - 10 20 27 27 27
de meningite (meta: 27 até 2030).

40. Número de UF com Atenção Primária capacitada para identificação e


Saps; Sesai - - 10 20 27 27 27
monitoramento de sequelas de meningite (meta: 27 até 2030).

41. Número de UF com Atenção Especializada capacitada para identificação e


Saes - - 05 10 17 22 27
monitoramento de sequelas de meningite (meta: 27 até 2030).
42. Percentual de notificações de meningite no e-SUS Notifica (meta: 100% a partir SVSA; Saps; Saes;
- - 50% 100% 100% 100% 100%
de 2026). Sesai; Seidigi.
43. Número de boletim informativo do monitoramento de resistência antimicrobiana dos
SVSA; IAL 1 1 1 1 1 1 1
principais patógenos de meningite bacteriana no país publicado (meta: um por ano).
44. Curso de capacitação/atualização em vigilância das meningites elaborado
SVSA; SGTES 0 - 1 - - - 1
(meta: um curso elaborado e uma atualização).
45. Número de boletim informativo com análise dos indicadores de monitoramento da
SVSA - - 2 2 2 2 2
vigilância das meningites publicado (meta: dois boletins por ano a partir de 2026).
46. Número de boletim epidemiológico das meningites publicado (meta: um por ano). SVSA - 1 1 1 1 1 1
47. Número de UF com alcance de 80% de notificação oportuna (até 24 horas do SVSA; Saps;
- 10 15 25 27 27 27
atendimento) (meta: 27 até 2030). Sesai; Saes; SES.
48. Oportunidade da realização de quimioprofilaxia para contatos de casos suspeitos SVSA; Saps;
- 70% 75% 80% 85% 90% 90%
ou confirmados de doença meningocócica (até 24 horas da notificação) (meta: 90%). Sesai; SES; SMS.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 49


OBJETIVO ESTRATÉGICO 10
Desenvolver e implementar estratégias de vigilância da doença invasiva pelo Streptococcus
β-hemolítico (EGB)
Atividade Prazo para
O quê? Como? Responsáveis Periodicidade Status
existente? implantar

◼ Realizar estudo para identificar os fatores de risco, DGCI/Saps/MS;


Conhecer a situação
epidemiológica da medir a carga da doença. Decit/Sectics/MS; Não
Não 2026 Única
doença invasiva pelo ◼ Emitir recomendações acerca da vigilância do EGB Dahu/Saes/MS; iniciado
EGB e fatores de risco. no Brasil. Sesai/MS.

◼ Definir estratégias e instrumentos de vigilância das DGCI/Saps/MS;


infecções por EGB com definição de caso, metodologia
Vigilância das Decit/Sectics/MS; Não
e público de interesse. Não 2026 Única
infecções por EGB. Dahu/Saes/MS; iniciado
◼ Capacitar rede de assistência e vigilância epidemiológica
para vigilância das infecções por EGB. Sesai/MS.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

49. Número de Estudo de identificação de fatores de risco para infecção


Saps; Saes; Sesai; Sectics. - - 1 - - - -
por EGB (meta: um estudo até 2026).

50. Número de UF com a rede de vigilância e assistência capacitada para


Saps; SVSA; Saes; Sesai. - - 5 10 20 25 27
vigilância das infecções por EGB (meta: 27 até 2030).

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

50 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 11
Desenvolver e realizar pesquisas e estudos para determinar a carga de doença das sequelas
por meningite

Atividade Prazo para


O quê? Como? Responsáveis Periodicidade Status
existente? implantar

◼ Realizar estudo multicêntrico para identificar a prevalência SVSA/MS;


Conhecer a das sequelas por meningite no Brasil. Saps/MS;
prevalência de Saes/MS; Não
◼ Identificar os fatores de risco, medir a carga da doença. Não 2026-2029 Única
sequelas por Sectics/MS; iniciado
meningite no País. ◼ Emitir recomendações acerca da vigilância de sequelas
Sesai/MS;
de meningite.
parceiros.

◼ Integrar a estratégia de seguimento ao sistema de vigilância


SVSA/MS;
das meningites, que permita identificar o seguimento dos
Implementar casos diagnosticados com sequelas. Saps/MS;
o seguimento Saes/MS; Não
◼ Realizar uma oficina multidisciplinar para elaboração dos Não 2026-2030 Única
das sequelas Sectics/MS; iniciado
indicadores de monitoramento (laboratório, vigilância,
por meningite. Sesai/MS;
assistência, saúde indígena).
SES; SMS.
◼ Capacitação e implementação.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 51


Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

51. Número de estudos com identificação da prevalência das sequelas por meningite. MS - - - - 1 - -

52. Número de UF com vigilância capacitada para o monitoramento de sequelas de


SVSA - - 5 10 17 23 27
meningite (meta: 27 até 2030).

53. Número de UF com multiplicadores da Atenção Primária e da Atenção Saes; Saps;


Especializada à Saúde capacitados para seguimento de sequelas de meningite - - 5 10 17 23 27
(meta: 27 até 2030). Sesai; SVSA.

54. Publicação de documento técnico orientador para identificação e monitoramento


Saes; SVSA - - 1 - - - -
de sequelas de meningite no âmbito da Atenção Especializada.

55. Proporção de notificação de meningite bacteriana com registro de informação


sobre sequelas de curto prazo (identificada durante a hospitalização) (meta: 80% SVSA; Saes. - - 40% 50% 60% 70% 80%
até 2030).

56. Proporção de notificação de meningite bacteriana com registro de informação SVSA; Saps;
- - 30% 40% 60% 70% 80%
sobre sequelas de médio prazo (entre 50 e 60 dias) (meta: 80% até 2030). Saes.

57. Proporção de casos identificados com sequela de meningite, após implementação


Saps; Saes. - - - 30% 45% 60% 70%
da vigilância, referenciados aos serviços especializados (meta: 70% até 2030).

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

52 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


PILAR IV
APOIO E
ASSISTÊNCIA
PARA AS PESSOAS
AFETADAS POR
MENINGITE
A meningite é uma doença que pode evoluir com sequelas agudas, como
convulsão, hidrocefalia obstrutiva, derrame subdural, vasculites etc.; ou
sequelas de longo prazo, como paralisia ou amputação de membros, perda
auditiva, crises convulsivas, deficiências cognitivas, atraso no desenvolvimento
psicomotor e alterações compor­tamentais (Antoniuk et al., 2011; Schott et al.,
2023; Silva et al., 2020). Entre estas, as sequelas mais relatadas na literatura
são as deficiências auditiva e motora, como as mais importantes e frequentes
na infância, com estimativas de risco em desenvolvê-las chegando a mais
de 30% (Antoniuk et al., 2011; Ramakrishnan et al., 2009).

A revisão sistemática realizada por Chandran et al. (2011) apontou que


cerca de 50% dos sobreviventes entre 1 mês e 18 anos de idade (n=1.433)
apresentaram uma ou mais sequelas após cinco anos de seguimento.
Em consonância, o estudo coorte de Mohanty et al. (2024), com 3.623
participantes e 35 anos de acompanhamento, estimou que o risco de
desenvolver sequelas tendeu a ser mais elevado durante os primeiros
anos após o diagnóstico, mas permaneceu ainda mais elevado durante o
período que se inicia cerca de cinco anos após o diagnóstico, sugerindo que
a meningite bacteriana tem efeitos agudos e consequências em longo prazo.

As sequelas como déficits cognitivos, atraso no desenvolvimento psicomotor


e alterações comportamentais são mais comuns em pacientes que tiveram
complicações neurológicas agudas, como alterações no nível de consciência
e crises convulsivas durante o curso da doença (Grimwood et al., 1995, 2000;
Koomen et al., 2005 apud Antoniuk et al., 2011). Outros fatores de risco incluem
idade inferior a 12 meses, agente etiológico e imunocomprometimento. Além
disso, fatores relacionados à assistência também devem ser considerados,
tais como: atendimento tardio (mais de 48 horas após o início dos sintomas)
e atraso no início do tratamento com antibióticos (superior ao intervalo de
24 a 72 horas) (Antoniuk et al., 2011; Mohanty et al., 2024; Schott et al., 2023).

Em relação ao tempo para o diagnóstico dessas sequelas, este pode variar de


acordo com o tipo e o grau de acometimento decorrente da lesão neurológica.
Dessa forma, a identificação precoce das sequelas é fundamental, uma vez
que crianças e adultos em recuperação e sem deficiências aparentes ainda
estão sob risco de as desenvolverem em longo prazo (Silva et al., 2020).

Nesse contexto, a falta de serviços especializados e de profissionais quali­


ficados para o acompanhamento das pessoas afetadas e o diagnóstico
correto das sequelas da meningite é uma lacuna crítica, podendo resultar
em incapacidades permanentes para os sobreviventes. Tal problema
impacta significativamente suas famílias, agora confrontadas com a

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 55


dependência crescente de membros familiares com deficiência ou a
redução da renda familiar devido à dificuldade de reintegração de adultos
no mercado de trabalho pós-enfrentamento da doença (Ramakrishnan
et al., 2009).

Portanto, para alcançar os objetivos estratégicos deste Pilar, devem-se


considerar não apenas os sobreviventes, mas também os efeitos suportados
em suas redes de apoio (Olbrich et al., 2018). Cabe ainda salientar a importância
de reunir esforços para identificar crianças com maior suscetibilidade em
desenvolver complicações e sequelas, para que ocorra um planejamento
para acompanhá-las em longo prazo e assegurar uma adequada reabilitação
desses pacientes.

Conforme a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD)


e a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) (Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015),
a deficiência é entendida como o resultado da interação entre indivíduos
com impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial e as diversas barreiras existentes. Essas barreiras podem ser definidas
como quaisquer obstáculos, atitudes ou comportamentos que restrinjam
ou impeçam a participação social plena, bem como o exercício de direitos como
acessibilidade, liberdade de movimento e expressão, comunicação, acesso
à informação e circulação segura. Tais obstáculos comprometem a partici­
pação plena e em condições de igualdade com as demais pessoas na
sociedade (Brasil, 2015).

Ou seja, a deficiência será sempre a resultante da relação da pessoa com


tais impedimentos, em sua singularidade, na forma de estar no mundo e os
fatores contextuais que interagem com ele, não cabendo, pois, a concepção
de permanência ou irreversibilidade no conceito de deficiência.

Dessa maneira, é importante ressaltar que nem todas as pessoas com


sequelas podem ser consideradas pessoas com deficiência. Para que
uma pessoa seja oficialmente reconhecida como tendo uma deficiência,
é necessário passar por uma avaliação biopsicossocial. Essa avaliação é
realizada por uma equipe multiprofissional que considera não apenas os
impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo, mas também os fatores
socioambientais, psicológicos e pessoais, a limitação no desempenho de
atividades e a restrição de participação. Somente por meio dessa avaliação
é possível determinar se as sequelas vivenciadas por uma pessoa resultam
em uma deficiência conforme definido pelas diretrizes da CDPD e da LBI.

56 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


Em concordância, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Pessoa
com Deficiência (PNAISPD, atualizada em 2023) tem como principais objetivos
promover e proteger a saúde da pessoa com deficiência a partir de oito
eixos de atuação: promoção da saúde e prevenção de agravos; organização
dos serviços de saúde; formação, qualificação e educação permanente;
articulação intrasetorial, intersetorial e interinstitucional; pesquisa, produção
e tradução do conhecimento; informação e comunicação em saúde; gestão
de dados e sistemas de informação; participação comunitária e controle social
(Brasil, 2023).

Para tal, é responsabilidade do Ministério da Saúde coordenar a formulação,


a implementação, o monitoramento e a avaliação das políticas de saúde
da pessoa com deficiência, por meio da cooperação com estados, municípios
e Distrito Federal, considerando-se ainda a importância da articulação intra e
intersetorial, incluindo a sociedade civil, as organizações não governamentais
e instituições afins para a transversalização dessas ações (Brasil, 2023).

REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA (RCPD)


Instituída em 2012 para operacionalizar as diretrizes da PNAISPD, organizando
e integrando os serviços de saúde de forma coordenada e contínua. Assim,
a PNAISPD fornece o marco normativo e estratégico, enquanto a RCPD
implementa essas diretrizes na prática, assegurando que as ações sejam
efetivas e que os pacientes recebam um atendimento abrangente e integrado,
promovendo uma melhor qualidade de vida e inclusão social para as pessoas
com deficiência (Brasil, 2012b).

COMPONENTES E ORGANIZAÇÃO DA REDE DE CUIDADOS


À PESSOA COM DEFICIÊNCIA (RCPD):
Atenção Primária à Saúde (APS), porta de entrada e centro da comunicação
com toda a RAS, priorizando as seguintes ações estratégicas para garantir
e ampliar o acesso, além de qualificação da atenção à pessoa com deficiência
(Brasil, 2023):

aa. Identificação precoce e oportuna das deficiências: melhoria do pré-


-natal e atenção na primeira infância.
ab. Criação de linhas de cuidado e protocolos clínicos: orientação da
saúde das pessoas com deficiência.
ac. Estratégias de acolhimento e classificação de risco: análise de vulne­
ra­bilidade para pessoas com deficiência.

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 57


ad. Acompanhamento domiciliar: cuidado contínuo à saúde das pessoas
com deficiência.
ae. Apoio às famílias e acompanhantes: orientação e suporte.
A RCPD, no âmbito da Atenção Especializada do SUS, é composta pelos
Centros Especializados em Reabilitação (CER), que são unidades de
assistência ambulatorial especializada e voltadas para a reabilitação
de pessoas com deficiência (auditiva, física, intelectual e visual), oferecendo
diagnóstico, tratamento e apoio na obtenção, adaptação e manutenção de
tecnologia assistiva (Brasil, 2023). Funcionam como pontos de referência na
RCPD, proporcionando uma abordagem multiprofissional envolvendo também
cuidadores e familiares no processo de reabilitação. A partir de uma avaliação
inicial, é elaborado um Projeto Terapêutico Singular (PTS) para atender
às necessidades específicas de cada pessoa, considerando não apenas
aspectos físicos, mas também emocionais, sociais e ambientais, visando
melhorar sua funcionalidade e qualidade de vida. O CER é classificado conforme
o quantitativo de modalidades de serviços de reabilitação (Brasil, 2023):

◼ CER II: presta atendimentos de duas modalidades de reabilitação.

◼ CER III: presta atendimentos de três modalidades de reabilitação.

◼ CER IV: presta atendimentos de quatro modalidades de reabilitação.

OFICINAS ORTOPÉDICAS
Além dos CER, a RCPD conta ainda com as Oficinas Ortopédicas, que são
serviços de confecção, dispensação e adaptação de órtese, prótese e meios
auxiliares de locomoção (OPM). As OPM são dispositivos de tecnologia
assistiva de grande importância no processo de reabilitação que têm
como objetivo ampliar a funcionalidade, a participação e a independência,
proporcionando assim maior autonomia, qualidade de vida e inclusão social
da pessoa com deficiência, contribuindo fundamentalmente na superação
de barreiras (Brasil, 2022).

Para ter acesso a um serviço de reabilitação ambulatorial no âmbito da


RCPD, o usuário deverá primeiramente procurar a Unidade Básica de Saúde
mais próxima de sua residência para que seja realizada a avaliação pela
equipe da Atenção Primária e, caso necessário, ser encaminhado para um
serviço do componente da Atenção Especializada em Reabilitação onde o
usuário deverá ser submetido à avaliação biopsicossocial e multiprofissional,
composta por profissionais da área de reabilitação, a fim de estabelecer
o diagnóstico funcional, além de identificar as potencialidades e necessidades

58 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


do sujeito, de sua família e seu contexto de vida. Todos esses fatores serve
de base para a elaboração do PTS, desenvolvido por meio do trabalho
multiprofissional e interdisciplinar, visando ao planejamento da reabilitação,
à definição de objetivos terapêuticos e à indicação do uso de recursos e meto­
dologias terapêuticas que serão adotadas.

ATENÇÃO HOSPITALAR E DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA


É composta por Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPA 24h), Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) e hospitais de emergência,
responsáveis por (Brasil, 2023):

◼ Instituir equipes de referência em reabilitação em portas hospitalares de


urgên­cia e emergência vinculadas à avaliação de deficiência.
◼ Ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde para pessoa com defi­
ciência em leitos de reabilitação hospitalar.
◼ Promover a alta responsável, qualificada e referenciada aos demais pontos
da Rede de Atenção à Saúde.
◼ Ampliar o acesso regulado da atenção à saúde para pessoas com defi­
ciência em hospitais de reabilitação.

ATENÇÃO DOMICILIAR (AD) – PROGRAMA MELHOR EM CASA


(PMEC)
Integrando-se à Rede de Atenção às Urgências (RAU), a Atenção Domiciliar
(AD) torna-se um dispositivo potente na produção de cuidados por meio de
práticas inovadoras em espaços não convencionais (o domicílio), possibilitando,
dessa forma, um olhar diferenciado sobre as necessidades dos sujeitos. Nesse
contexto, visa à mudança do modelo assistencial, com o cuidado continuado,
responsabilizando-se por determinada população e, assim como os outros
pontos de atenção, devendo responder às condições agudas e crônicas dessa
população (Brasil, 2012a).

Dessa forma, a Atenção Domiciliar pode ser um mecanismo de articulação


entre os pontos de atenção em saúde, potencializando a rede a partir de um
cuidado com­partilhado, com corresponsabilização dos casos pelas equipes
de saúde, envolvendo desde as equipes de Atenção Básica até as equipes
dos hospitais e unidades de pronto-atendimento e equipes ambulatoriais
especializadas (Chayamiti, 2018).

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 59


Sendo assim, a Atenção Domiciliar pode promover agilidade no acesso
aos pacientes com sequelas, caso possuam alguma sequela agudizada,
e/ou ofertar assistência aos pacientes, favorecendo a reabilitação, de modo a
desenvolver e potencializar habilidades no cuidado no domicílio em relação
ao paciente e aos cuidadores (Brasil, 2012a).

Diante de toda a estrutura apresentada acima, o Pilar IV, de apoio e assistência


para as pessoas afetadas por meningite, será alcançado mediante atividades
direcionadas para assegurar que a rede e os serviços possam gerir e assistir
oportunamente as sequelas das meningites nos usuários, bem como suas
famílias e cuidadores, promovendo seu acesso aos serviços de apoio
e atenção adequados às suas necessidades de saúde, conforme as atividades
propostas no objetivo a seguir:

60 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 12
Melhorar a detecção, o acesso e a assistência precoce aos usuários com sequelas das meningites

Atividade Prazo para Respon­ Periodi­


O quê? Como? Status
existente? implantar sáveis cidade
◼ Aplicar diretrizes relativas à detecção, ao seguimento e à gestão de sequelas
por meningites em todas as faixas etárias, níveis de atenção e comunidade.
Desenvolver
◼ Identificar diretrizes da Organização Mundial da Saúde sobre as atividades
diretrizes relativas
à detecção, ao sistemáticas de detecção, seguimento e gestão das sequelas de meningites. Saes;
seguimento e à ◼ Identificar meios para detecção e seguimento de sequelas por menin­gites, Saps;
gestão de sequelas considerando os sistemas de informação disponíveis atualmente. 2026- SVSA; Não
Não Única
por meningites, ◼ Articular com coordenações estaduais das Redes de Atenção à Saúde 2028 Sesai; iniciado
em todas as faixas a realização de oficina virtual sobre o tema que estimule processos de SGTES;
etárias, níveis educação permanente nos territórios. Seidigi.
de atenção e
◼ Elaborar materiais instrucionais (infográficos, cartilhas e fluxogramas) de
comunidade.
modo a traduzir o conhecimento da Rede de Atenção e possibilitar consulta
rápida, tanto para profissionais de saúde quanto para usuários e cuidadores.
◼ Encomendar revisão sistemática sobre identificação de sequelas e defi­ciên­
cias oriundas do quadro de meningite bacteriana em médio e longo prazo.
Fomentar
pesquisas para ◼ Encomendar revisão sistemática sobre os efeitos socioeconômicos
identificar sequelas das sequelas em usuários pós-quadro de meningites e em suas Sectics;
e deficiências famílias/cuidadores. 2025- Saes; Não
Não Única
decorrentes ◼ Identificar instituições parceiras para desenho do estudo e padroni­zação 2027 Saps; iniciado
de meningites de instrumento de coleta e investigação. SVSA.
bacterianas na ◼ Estabelecer linha de base do País das principais sequelas e deficiências
população.
que acometem a população pós-quadro de meningite bacteriana para
planejar as políticas de saúde pública.
Implementar apoio ◼ Ampliar a oferta de serviços aos usuários com sequelas de meningites.
e assistência aos
◼ Orientar a definição de fluxos para encaminhamento do usuário e da família Saes;
usuários e à família
aos serviços de assistência social após avaliação biopsicossocial. Sim Até 2028 Saps; Única Iniciado
afetados pelas
◼ Orientar a organização da RAS para acolhimento e assistência psicológica SES.
sequelas pós-
-meningite. dos usuários com sequelas de meningite, seus familiares e cuidadores.
continua

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 61


conclusão

Atividade Prazo para Respon­ Periodi­


O quê? Como? Status
existente? implantar sáveis cidade

Saes;
Monitorar e publi­ Saps;
cizar dados acerca ◼ Incentivar o registro do código correspondente da CID da causa da sequela Sesai;
(G00 ao G09) nos sistemas de informação utilizados. Não
das pessoas afetadas Não Até 2028 SVSA; Contínua
iniciado
com sequelas por ◼ Elaborar boletim anual. Seidigi;
meningites. SES;
SMS.
Desenvolver e poten­­ Saes;
◼ Realizar treinamentos, capacitações, oficinas, encontros e elaborar materiais Quando
cializar habili­dades no Saps;
instrutivos para os cuidadores e as equipes de Atenção Domiciliar. 2025- necessário Não
cuidado domiciliar dos Não Sesai;
2028 iniciado
pacientes com seque­ SVSA
las pós-meningite. ◼ Fomentar o autocuidado aos usuários assistidos pelos serviços de saúde. Contínua
SES.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

58. Porcentagem de usuários identificados com sequelas de meningites, a partir da


implementação da vigilância, com necessidade de órteses, próteses, meios auxiliares
Saes - - 20% 40% 60% 80% 90%
de locomoção, medicamentos, insumos ou fórmulas nutricionais, contemplados, entre
todos os pacientes atendidos com sequelas (meta: 90% até 2030).
59. Proporção de usuários identificados com sequelas de meningites contemplados
com a reabilitação, entre o total de usuários com sequelas com necessidade de acesso Saes - - 20% 40% 60% 80% 100%
a serviços de reabilitação.
60. Proporção de registros realizados e validados, conforme códigos específicos da CID
RAS - - 20% 40% 60% 80% 100%
(G00 a G09), nos sistemas de informação utilizados.
61. Proporção de treinamentos, capacitações, oficinas, encontros e elaboração de materiais
Saes - - 20% 40% 60% 80% 100%
instrutivos para os cuidadores e as equipes de Atenção Domiciliar realizados, por estado.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

62 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


PILAR V
COMUNICAÇÃO
E PARTICIPAÇÃO
SOCIAL
CONTEXTUALIZANDO A COMUNICAÇÃO E SAÚDE
A “comunicação e saúde” é um campo de atuação em que a comunicação
é pensada de modo estruturante à saúde, sendo considerada não uma
ferramenta, mas uma estratégia para tomada de decisão de maneira mais
qualificada. Como comunicação refere-se a processo dialógico, a comunicação
em saúde destina-se a

prevenção de enfermidades, ao incentivo à cidadania por meio


da participação social, a transparência na gestão da saúde,
bem como a promoção da melhoria da qualidade de vida das
pessoas em seus diferentes contextos sociais, por meio de
relações interpessoais, da mídia e do conhecimento (Abarado;
Prado; Mendonça, 2019).

A comunicação desempenha um papel de extrema importância na resposta


à meningite, abrangendo desde a prevenção e a conscientização até o
diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a coordenação de esforços em
situações de surto e na gestão em saúde das políticas sobre o agravo. Nesse
contexto, o campo de atuação da comunicação em saúde tem papel essencial
na disseminação de informações precisas e confiáveis para profissionais de
saúde, pacientes, familiares e a população em geral. A conscientização sobre
os sinais de alerta, os grupos de maior risco, as medidas preventivas e a
importância das vacinas é fundamental para o fortalecimento da tomada de
decisão e a adoção de comportamentos preventivos da população.

No contexto da comunicação de risco (Brasil, 2014), no que diz respeito à meningite,


a comunicação é uma estratégia essencial para informar, educar e mobilizar
a população em relação a esse grave problema de saúde pública. A eficácia
da resposta a esse desafio reside em uma comunicação de risco eficaz, que
ofereça informações claras, precisas e oportunas que, além de conscientizar
sobre a doença, também auxilie no combate à desinformação.

O presente plano se pretende uma bússola para orientar as ações de


enfrentamento à meningite até 2030, sendo o “Pilar V – Comunicação
e participação social” o norteador para as ações no escopo da comunicação.

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 65


PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO
DA RESPOSTA NACIONAL À MENINGITE
Elaborar uma estratégia de comunicação eficiente para responder às menin­
gites envolve um planejamento cuidadoso, considerando os diversos aspectos
da doença, o público-alvo e os canais de comunicação mais relevantes.

◼ Análise da situação: identificar o perfil epidemiológico das meningites em


cada região, incluindo casos recentes, grupos de risco e demais padrões.
◼ Definição de objetivos: estabelecer objetivos claros para a estratégia
de comunicação, como aumentar a conscientização, promover medidas
preventivas, incentivar a busca por atendimento de saúde oportuno
e combater a desinformação.
◼ Identificação do público de interesse: segmentar o público em grupos
específicos, como pais, jovens, profissionais de saúde, educadores etc.
Cada grupo pode ter necessidades de informação diferentes.
◼ Mensagens-Chave: criar mensagens-chave claras e concisas que comu­
niquem informações essenciais sobre meningites. Adaptar as mensagens
a cada público de interesse, usando linguagem apropriada e relevante.
◼ Canais de comunicação: escolher os canais de comunicação mais eficazes
para atingir cada público. Isso pode incluir mídia tradicional (televisão, rádio,
jornais), mídia digital (redes sociais, sites), materiais impressos (folhetos,
cartazes); mídias alternativas (carros de som, por exemplo) e eventos
comunitários.
◼ Campanhas de conscientização: planejar campanhas de conscientização
que incluam materiais visuais atrativos, vídeos educativos, histórias de
sucesso de sobreviventes, depoimentos de profissionais de saúde etc.

PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO COMBATE ÀS MENINGITES


A sociedade civil organizada e as lideranças locais ou da comunidade
devem ser envolvidas na elaboração de estratégias de comunicação,
bem como na construção e na divulgação dos materiais realizados. Dessa
forma, a participação social se faz essencial e ela pode ser realizada por
meio dos conselhos de saúde, movimentos sociais, das organizações não
governamentais (ONGs) e de outros grupos que atuem com as populações
prioritárias. Assim, é importante realizar ações que visem manter um canal
aberto para o diálogo e a disseminação de informações confiáveis.

66 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


◼ Comunicação de risco direcionada e combate à desinformação: forta­
lecer a comunicação de risco utilizando dados demográficos, sociais
e analisando as lacunas de conhecimento para desenvolver mensagens
claras, baseadas em evidências e adaptadas ao contexto local. Construir
confiança pública implementando estratégias para combater a desin­
formação e a informação incorreta, trabalhando de perto com plataformas
de mídias sociais, organizações comunitárias e veículos de mídia para
fornecer informações de qualidade e desmentir mitos.
◼ Engajamento ativo e participação da comunidade: incluir as comuni­
dades no planejamento, na implementação, na avaliação e na prestação
de contas. Apoiar iniciativas lideradas pela comunidade, especialmente
das populações prioritárias, para promover a conscientização, a prevenção
e o apoio no tratamento, garantindo que as ações sejam desenhadas
com a contribuição direta da comunidade e respeitando a dignidade
e os direitos de todos os indivíduos.
◼ Proteção dos direitos humanos e combate ao estigma: implementar
ações direcionadas para combater o estigma e a discriminação associados
às sequelas. Treinar trabalhadores da saúde e líderes comunitários para
reduzir o estigma, promover mensagens positivas e advogar por políticas
que protejam os direitos dos indivíduos afetados. Assegurar o acesso
equitativo aos serviços e a proteção dos direitos humanos de todas as
pessoas afetadas.

O pilar de comunicação e participação social com o plano será alcançado


com a conscientização pública e política a respeito das meningites, dos sinais
e sintomas, de suas consequências e do tratamento, em particular sobre
seu potencial de causar epidemias e incapacidades. Consideram-se ações
distribuídas em quatro objetivos estratégicos:

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 67


OBJETIVO ESTRATÉGICO 13
Propiciar que os financiadores e as instâncias normativas nacional e regionais reconheçam
a necessidade de priorizar a resposta às meningites, integrando o plano nacional a todas as
esferas de gestão

Atividade Prazo de Periodi-


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantação cidade

Noticiar, no portal do Ministério da Saúde e para


Não
Incluir as meningites como a imprensa em geral, a realização das ações do Semestral
Ministério da Saúde; iniciado
prioridade sanitária junto plano de nacional para enfrentar as meningites. Outubro
Não Conass; Conasems;
às instâncias normativas e Realizar cerimônia de lançamento do plano de enfren­ de 2024
SMS/SES (Cosems).
sociedades civis. tamento, com divulgação nos diversos canais de Única Concluído
divulgação institucionais, parceiros e canais privados.
Pactuar o plano de ação
Ministério da Saúde;
nacional para enfrentar as Pautar as diretrizes na Comissão Intergestores Outubro
Não Conass; Conasems; Única Iniciado
meningites em consonância Tripartite (CIT). de 2024
SMS/SES (Cosems).
com o roteiro global 2030.
Promover atividades de apoio Realizar webinário de instrução e acompanhamento Ministério da Saúde;
Não
à implementação do plano da implementação das ações propostas para o Não 2026 Conass; Conasems; Anual
iniciado
nacional nas instâncias gestoras. enfrentamento às meningites. SMS/SES (Cosems).

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

62. Realizar o lançamento das diretrizes para o enfrentamento das meningites até 2030. SVSA 100% - - - - - -
63. Realizar cinco webinários de instrução e acompanhamento da implementação das
SVSA 20% 40% 60% 80% 100%
ações propostas para o enfrentamento às meningites.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

68 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 14
Sensibilizar as populações, os gestores e profissionais de saúde a respeito da prevenção e do
controle das meningites e suas possíveis sequelas

Atividade Prazo de Respon­ Periodi­


O quê? Como? Status
existente? implantação sáveis cidade
◼ Desenvolver estratégia de comunicação que proporcione notoriedade
ao Dia Mundial de Combate às Meningites com identificação de Anual
Desenvolver estratégia público-alvo, mensagens e canais de comunicação.
de comunicação e ◼ Criar materiais de alta qualidade, como infográficos, vídeos, artigos e
participação social
postagens para redes sociais, que expliquem o que são meningites, Nucom/
com ênfase no Outubro Semestral
septicemia e paralisia cerebral, seus sintomas, formas de prevenção e Não SVSA/MS; Iniciado
reconhecimento de 2024
tratamentos disponíveis. Ascom/MS.
do Dia Mundial
de Combate às ◼ Lançar campanha nas redes sociais incentivando as pessoas a
Meningites. compartilharem informações, fotos e histórias com hashtags dedicadas
Anual
ao tema (#DiaMundialdasMeningites, #JuntosContraasMeningites,
#CombateaMeningite).
◼ Promover vídeos nas redes sociais direcionados ao esclarecimento
Quando
à população sobre os sinais e sintomas, os riscos e as consequências
necessário
Desenvolver da meningite.
atividades integradas ◼ Campanha off-line de conscientização em relação aos sinais e
de comunicação Nucom/ Anual
sintomas e à forma de prevenção (cartazes e cartilhas).
que promovam a SVSA/MS;
conscientização do ◼ Pautar a imprensa e o portal do Ministério, fornecendo releases contendo
Ascom/MS;
público a respeito dados relevantes e principais ações de entrega para a população.
Sim 2025 Conass; Semestral Rotina
dos sinais e sintomas, ◼ Para caráter de monitoramento, levantar anualmente os veículos que
Conasems;
dos riscos e das foram responsáveis por divulgar o tema e as demandas veiculadas.
consequências da sociedade
meningite, bem como ◼ Criar campanha de conscientização e sensibilização focada em civil.
das medidas de crianças e seus responsáveis.
prevenção. ◼ Utilizar o Zé Gotinha como memória afetiva, desenvolver uma cartilha Única
em formato de história em quadrinhos e alinhar com o Programa
Saúde na Escola como endossador.
continua

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 69


conclusão

Atividade Prazo de Respon­ Periodi­


O quê? Como? Status
existente? implantação sáveis cidade

◼ Criar material gráfico que apresente a rede a partir dos pontos de Nucom/
Divulgar a Rede SVSA/MS; Único
atenção à saúde.
de Atenção à Saúde
profissionais Não
às pessoas (com Não 2026
◼ Reforçar a conscientização nos serviços de saúde acerca da de saúde; iniciado
deficiência ou não) Contínuo
importância do diagnóstico precoce e da conduta adequada. Saps/MS;
com meningite.
Saes/MS.
◼ Produzir produto de comunicação que possa ser utilizado para Nucom/
Desenvolver Único
materiais informa­tivos a capacitação de ACE e ACS. SVSA/MS;
destinados à formação ◼ Propor a inserção do tema na formação do Programa Mais Médicos Nucom/
especializada e Saps/MS;
pelo Brasil, direcionado para profissionais médicos que irão atuar na Único
continuada sobre Atenção Primária brasileira. Nucom/
as meningites para Saes/MS; Não
Não 2026
profissionais de saúde. ◼ Promover webinário sobre as diretrizes, com o foco para profissionais SGTES/MS; iniciado
Único
Isso os capacita de saúde, com o objetivo de esclarecer dúvidas. Conass;
a tomar decisões Conasems;
informadas e embasar ◼ Criar e lançar podcast com o objetivo de atualizar profissionais de
SMS/SES.
suas práticas clínicas saúde sobre as características da doença, estratégias de tratamento e (Cosems); Anual
em evidências. medidas de prevenção. Fiocruz.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030


64. Desenvolver sete campanhas orgânicas de comunicação (sem investimento publi­
Nucom/Ascom 1 1 1 1 1 1 1
citário) com ênfase no reconhecimento do Dia Mundial de Combate às Meningites.
Nucom/Ascom
65. Desenvolver atividades integradas de comunicação – vídeos e notícias
(SVSA; Saps; - 2 2 2 2 2 2
(meta: dois por ano).
Saes; SGTES)
Nucom/Ascom
66. Podcast anual sobre as meningites. (SVSA; Saps; - - 1 1 1 1 1
Saes; SGTES)

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

70 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


OBJETIVO ESTRATÉGICO 15
Engajar a comunidade e a sociedade civil para o enfrentamento das meningites

Atividade Prazo de
O quê? Como? Responsáveis Periodicidade Status
existente? implantação
◼ Utilizar a plataforma Brasil Participativo:
Realizar chamada Aspar/MS; Conass
pública para fazer Š Pesquisa 1 – 2026 e Conasems;
pesquisa sobre Š Pesquisa 2 – 2028 Comissão de Não
Não 2026 Saúde e Cidadania; Única
comportamentos, iniciado
Š Pesquisa 3 – 2030
atitudes e práticas Secretarias do
sobre meningite. ◼ Pesquisa de dois em dois anos (em um ano, faz
MS; CNS.
a pesquisa; no outro, estabelece os resultados).
◼ Levantar redes da sociedade civil organizada
e de outros atores para articulação e regionalização
Única
Apoiar organizações das ações de comunicação. Publicação no portal
da sociedade civil do Ministério da Saúde chamando para inscrição.
que possam promover Ascom/
◼ Fazer contato com organizações da sociedade Não
os interesses das Não 2025 MS; Conass;
pessoas afetadas civil que tratam dos interesses das pessoas com iniciado
Conasems; CNS. Única
pela meningite. deficiência para promover as informações sobre
as meningites e suas consequências.
◼ Divulgar materiais informativos acerca da rede de
Semestral
assistência às pessoas com sequelas pós-meningite.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

67. Chamada pública – três pesquisas sobre comportamentos, atitudes e práticas


SVSA - - 1 - 1 - 1
sobre meningite.
68. Divulgação semestral de materiais de comunicação para organizações da sociedade
Nucom/SVSA - 2 2 2 2 2 2
civil (meta: dois por ano).

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 71


OBJETIVO ESTRATÉGICO 16
Manter alto o grau de confiança nas vacinas

Atividade Prazo de Periodi-


O quê? Como? Responsáveis Status
existente? implantação cidade

Desenvolver estratégias Nucom/SVSA/MS;


◼ Desenvolver um plano de comunicação de riscos
sobre riscos e comunicação,
e crises em relação às vacinas (existentes e Cgesco/Desco/ Não
abordando questões Não 2026 Único
novas), fazendo frente à comunicação de eventos Saps/MS; iniciado
de acesso, aceitação e
supostamente atribuíveis à vacinação. DPNI/SVSA/MS.
demandas de vacinas.
◼ Acompanhamento de implementação do Painel
Informacional On-line de Detecção de Narrativas Contínuo Iniciado
Antivacina.
◼ Reforçar atuação do Projeto Saúde com Ciência,
Fomentar projetos de combate Nucom/SVSA;
provendo informações precisas e confiáveis sobre as
à desinformação de modo Contínuo
meningites, reduzindo assim a propagação de informa­ Sim 2024 DPNI/SVSA;
a estudar e aumentar o grau
ções errôneas e mitos que podem cercar a doença. CNIE/SVSA.
de confiança nas vacinas. Iniciado
◼ Chamada pública de incentivo a pesquisas que
contribuam para o desenvolvimento científico e
Único
tecnológico e para a inovação do País na área de
desinformação em saúde.

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

Indicadores Responsável 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

69. Elaboração de Plano: Estratégia sobre Riscos e Comunicação. Nucom/SVSA 100%


70. Elaboração de Painel Informacional On-line de Detecção de Narrativas Antivacina. Nucom/SVSA 100%

Fonte: elaborado pelos autores (Ministério da Saúde).

72 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que com o desenvolvimento das ações estratégicas e atividades
aqui propostas, nas três esferas de gestão, haja o fortalecimento das Redes de
Atenção à Saúde, das vigilâncias epidemiológica e laboratorial, da imunização
e da comunicação, visando à redução de casos e óbitos das meningites
bacterianas imunopreveníveis, conforme o Derrotar a Meningite até 2030:
um roteiro mundial da OMS.

Além de melhoria nos indicadores de qualidade da vigilância epidemiológica


e de morbidade e mortalidade da doença, espera-se conhecer a carga global
da meningite no Brasil, por meio da implementação da vigilância das sequelas
e da consolidação de uma rede capacitada para identificar, acolher e assistir
adequadamente esses usuários.

Dessa maneira, ao final do período para realização e implementação dessas


atividades e diretrizes, considerando os objetivos do roteiro global que foram
adaptados para o Brasil, estima-se que o País possa alcançar: i) a eliminação
de epidemias de meningite bacteriana; ii) a redução de casos de meningite
bacteriana imunoprevenível em 50% e mortes em 70%; e iii) a prevenção da
incapacidade e a melhoria da qualidade de vida após a meningite.

Para monitoramento da implementação e da eficácia das ações e estratégias


propostas neste documento, será realizada uma oficina de monitoramento
e avaliação a cada dois anos, a partir de 2024, com a produção de um relatório
conjunto do Ministério da Saúde, a saber: 2026, 2028 e 2030.

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030 73


REFERÊNCIAS
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incluir novas doenças na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças,
agravos e eventos em de saúde pública, nos serviços de saúde públicos e
privados em todo o território nacional, e modifica o Anexo XLIII à Portaria de
Consolidação MS n.º 5, de 28 de setembro de 2017, para revogar o item I da
Lista Nacional de Doenças e Agravos a serem monitorados pela Estratégia de
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80 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


EQUIPE TÉCNICA
Organização:
Aline Kelen Vesely Reis – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Bruna Battaglia De Medeiros – DPNI/SVSA/MS
Camilla de Miranda Ribeiro – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Caroline Gava – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Eder Gatti Fernandes – DPNI/SVSA/MS
Emerson Luiz Lima Araujo – DGCI/Saps/MS
Felipe Augusto Reque – Cgurg/Dahu/Saes/MS
Fernanda Luiza Hamze – Dahu/Saes/MS
Greice Madeleine Ikeda do Carmo – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Pâmela Moreira Costa – Cgurg/Dahu/Saes/MS
Raissa dos Santos Calado Sampaio de Alencar – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Sirlene de Fátima Pereira – Cgici/DPNI/SVSA/MS
Colaboração:
Adriana Regina Farias Pontes Lucena – Covisi/CGGAS/Dapsi/Sesai/MS
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas – Conasems
Amanda Dantas dos Santos – CGFNS/Dahu/Saes/MS
Ana Carolina Cunha Marreiros – Cgici/DPNI/SVSA/MS
Ana Catarina de Melo Araújo – Cgici/DPNI/SVSA/MS
Ana Cláudia Pinheiro Torres - CGSPD/Daet/Saes/MS
Ana Luiza Machado Lacerda – CGQBIO/Deceiis/Sectics/MS

81
Ana Paula Alves da Silva Ferreira – Cgurg/Dahu/Saes/MS
Arthur de Almeida Medeiros – CGSPD/Daet/Saes/MS
Bethania Ramos Meireles – Cgaes/Deges/SGTES/MS
Bruno Silva Milagres – CGLAB/SVSA/MS
Edgard Rebouças – Gerência de Projetos/GAB/SVSA
Elena de Carvalho Cremm Prendergast – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Flávia Furtado Mulinari – Decit/Sectics/MS
Francisco Silvanei dos Santos Gonçalves – CGCIEVS/DEMSP/SVSA/MS
George Bosco Barros de Araujo – Covisi/CGGAS/Dapsi/Sesai/MS
Indianara Maria Grando – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Jaime Enrique Castro Valencia – CGCRIAJ/DGCI/Saps/MS
José Eudes Barroso Vieira – Cgesco/Desco/Saps/MS
Kandice de Melo Falcão – Conasems
Laise Carvalho Ribeiro – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Lely Guzman – Opas/Brasil
Luciana Toledo – Conass
Marcela Alvarenga de Moraes – Conasems
Marcelo Yoshito Wada – CGVDI/DPNI/SVSA/MS
Márcia Vieira Leite – Cgici/DPNI/SVSA/MS
Marcos Aurélio Rocha Pereira Dornelas – ABCM
Marcos da Silveira Franco – Conasems
Marcos Jonathan Lino dos Santos – Cgae/Daet/Saes/MS
Mayra Fernandes Xavier – Cgesmu/DGCI/Saps/MS
Muriel Matos do Nascimento Silva – CGCIEVS/DEMSP/SVSA/MS
Nágila Paiva – Nucom/SVSA/MS
Nereu Henrique Mansano – Conass
Otto Henrique Nienov – CGCIEVS/DEMSP/SVSA/MS
Patricia Marques Ferreira – Opas/Brasil
Petra Santos Castro Rangel – Cgici/DPNI/SVSA/MS
Renata de Souza Reis – Cgesmu/DGCI/Saps/MS
Rosangela Treichel Saenz Surita – Conasems
Seiarameri Lana Viola Oliveira – Opas/Brasil
Sonia Isoyama Venancio – CGCRIAJ/DGCI/Saps/MS
Suelen Caroline Santiago Magalhães Rosalino – ABCM
Tatiana Raquel Selbmann Coimbra – Cacriad/Cgaci/DGCI/Saps/MS
Tayse Garcia da Silva – CGSPD/Daet/Saes/MS
Tiffany Marcia Tavares Neto – CGCIEVS/DEMSP/SVSA/MS
Vanessa Costa Souza – Cgesco/Desco/Saps/MS

82 Ministério da Saúde | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente


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Ministério da Saúde
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DIRETRIZES

Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030


PARA
ENFRENTAMENTO
DAS
MENINGITES
ATÉ 2030

Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde


bvsms.saude.gov.br
Brasília DF 2024

IT
A

G R AT U

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