Ensaios de Laboratório

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INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA

COORDENAÇÃO DE ÁREA DE CONSTRUÇÃO CIVIL


PROFº: Edmilson Pedreira dos Reis
DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS -
______________________________________________________________________

ENSAIOS DE LABORATÓRIOS

MECÂNICA DOS SOLOS


Material reproduzido e adaptado das apostilas dos profº:
Gil Carvalho Paulo de Almeida (UFJF)
Silvio Raimundo G. Santos (IFBA/Campus Salvador)

Fevereiro, 2021
Instruções para os relatórios

1) TÍTULO DO ENSAIO
a) Exatamente como está na norma utilizada

2) INTRODUÇÃO

Fazer uma breve introdução sobre o conteúdo ilustrando a utilização e importância do tema
estudado

3) OBJETIVO

Normalmente presente nas normas técnicas.

4) APARELHAGEM (EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS)

Numerar todos os equipamentos e acessórios utilizados no ensaio. No caso de utilização de


equipamentos não citados na norma, dizer por que foi utilizado. Pode enriquecer, se quiser
com fotos dos equipamentos.

5) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Descrever todos os passos realizados na execução do ensaios inclusive as observações se


forem necessárias (podem enriquecer, caso deseje, com desenhos, esquemas e fotos).

6) RESULTADOS E DISCUSSÕES

Descrever e discutir os resultados obtidos.


Quando houver cálculos estes devem constar nos relatórios (fórmulas, gráficos, etc).

7) CONCLUSÕES

8) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Normas Técnicas consultadas e outras fontes.

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1 - ACONDICIONAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE QUANTIDADES DE
AMOSTRAS PARA ENSAIO DE CARACTERIZAÇÃO, COMPACTAÇÃO E
CBR/ISC.

OBJETIVO

Estas instruções têm como objetivo orientar o engenheiro e/ou técnico incumbido de
coletar amostras de solos, no sentido de proceder de modo adequado no acondicionamento e
identificação dessas amostras, bem como no sentido de que as mesmas sejam representativas e
em quantidades suficientes para realização dos ensaios.

ACONDICIONAMENTO

As amostras de ensaios para qualquer ensaio deverão ser acondicionadas em sacos


plásticos ou de lona próprios para solos.

IDENTIFICAÇÃO

Os sacos contendo as amostras deverão estar acompanhados dos cartões de identificação


contendo as seguintes informações:

 Obra ou estrada;
 Indicação precisa do local de amostragem ou estaca;
 Profundidade da amostragem;
 Aplicação prevista do material;
 Interessado no resultado dos ensaios;
 Data da amostragem;
 Descrição ou classificação expedita de campo do material coletado.

QUANTIDADES

A quantidade de amostras de solo será definida em função da quantidade de ensaios a serem


realizados, bem como do tipo de solo a ensaiar (com ou sem pedregulho).

Solos com pedregulhos


Solos sem
Ensaios
pedregulhos
Dmáx < 2,5 cm Dmáx > 2,5 cm
Caracterização:
Granulometria, Limites
de Atterberg, Massa 10kg 15kg 20kg
específica real e
aparente.
Caracterização e
35kg 43kg 55kg
compactação
Caracterização,
compactação e 40kg 50kg 60kg
CBR/ISC
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2 - PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ENSAIOS USUAIS DE
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA.

1. OBJETIVO

Este método fixa o modo pelo qual se procede à preparação de amostras de solo para
ensaios de caracterização, compactação e CBR/ISC.

2. REFERÊNCIAS:

NBR 6457 [ABNT], M2-61 [DER / SP], ME 041 [DNER], EM 035 [DNER], NBR 9604
[ABNT].

3. APARELHAGEM (para preparação com secagem prévia)

 Almofariz com mão de gral recoberta de borracha;


 Repartidor de amostras;
 Balança com capacidade até 20 kg, sensível a 1 g.
 Peneira de malha quadrada de 75 mm;
 Peneira de malha quadrada de 4,75 mm (peneira nº 4);
 Peneira alha quadrada de 2 mm (peneira nº 10);
 Tampa e fundo para o conjunto de peneiras;
 Bandejas galvanizadas, com 50x30x6 cm.

Nas peneiras mais finas, existe uma dupla nomenclatura. Quando uma peneira é designada
pelo número, esse número se refere a quantidade de malhas por polegada. (ASTM, AASHO)

PREPARAÇÃO COM SECAGEM PRÉVIA

4) OPERAÇÕES PRELIMINARES, comuns a todos os ensaios:

Com a amostra (mínimo de 10 kg), procede-se do seguinte modo:

3.1. Espalhar toda a amostra de solo em uma ou mais bandejas ou tabuleiros, colocando-as em
local bem ventilado a fim de permitir a evaporação das águas livres nela existentes.

O ambiente de laboratório é preferível, com ventiladores para circular ar sobre a amostra.


Também se recomenda o uso de lâmpadas infravermelhas colocadas a cerca de 50 cm da
amostra. No caso de solos predominantemente argilosos, recomenda-se um destorroamento
contínuo, à medida que a amostra perca água, a fim de evitar a formação de aglomerados de
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argila seca, de desagregação difícil. Embora algumas normas mencionem secagem ao sol,
solos orgânicos podem ser alterados por calcinação, se forem assim desidratados.
3.2. Fazer uma homogeneização cuidadosa após essa secagem prévia, destorroando com a mão
de gral.

3.3. Separar a amostra em quatro frações, por peneiramento:


a - Fração retida na peneira de 75 mm;
b - Fração que passa na peneira de 75 mm e fica retida na peneira nº 4 (4,75 mm);
c - Fração que passa na peneira Nº4 e fica retida na peneira nº10 (2,0 mm);
d - Fração que passa na peneira nº 10

3.4 Usando o almofariz e a mão de gral, desmanchar os torrões existentes em cada fração,
isoladamente, com o cuidado de não triturar partículas individuais.

O solo foi separado em frações para facilitar esta operação de desagregação, e garantir uma
rigorosa eliminação de torrões (também chamados grumos).

3.5. Reunir as frações já desagregadas, homogeneizando-as (primeiro com as mãos e a seguir


pela dupla passagem no repartidor de amostras). Nenhuma fração poderá ser descartada.

Terminadas estas operações, a amostra está pronta para dela serem tomadas partes para a
execução dos diversos ensaios.

QUANTIDADES DE AMOSTRAS PARA OS ENSAIOS ABAIXO DESCRIMINADOS

 Análise granulométrica por peneiramento via-úmida:


400g a 700g para solos argilosos, sem pedregulhos;
500g a 1000g para solos arenosos, sem pedregulhos;
1.000g a 1500g para solos com pequena % de pedregulhos;
1.500g a 3.000g para solos com mais de 20% de pedregulhos ou grãos com mais de
2,5 cm de diâmetro.

 Determinação da umidade:
50g do material que passa na peneira nº 10 (2,0mm).

 Índices físicos:
200g do material que passa na peneira nº40

 Massa específica real:


100g do material que passa na peneira nº 10 (2,0 mm), seco em estufa de 105ºC –
110ºC e esfriado em dessecador.

 Compactação:
6.000g para solos argilosos ou siltosos que passam na peneira de 3/4” (19 mm);
7.000g para solos arenosos ou pedregulhosos que passam na peneira de ¾” (19 mm);

 CBR ou ISC

6.000g para solos argilosos ou siltosos que passam na peneira de 3/4” (19 mm);
7.000g para solos arenosos ou pedregulhosos que passam na peneira de ¾” (19 mm);
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3 – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DE SOLOS

1. REFERÊNCIAS:

NBR 6457 [ABNT]; M1 – 61 (DER/SP)

2. APARELHAGEM (para preparação com secagem prévia)

 Balanças que permitam pesar 200 g, 1,5 kg e 5 kg, com resoluções de 0,01g,
0,1g e 0,5g, respectivamente, e sensibilidades compatíveis;
 Estufa capaz de manter temperatura entre 60-65oC e entre 105-110oC;
 Dessecador com agente de absorção de umidade (tipo sílica gel);
 Recipientes adequados, confeccionados com material não corrosível, como:
cápsulas metálicas com tampa ou pares de vidro de relógio com grampo, de
dimensões adequadas;
 Pinças metálicas com aproximadamente 30 cm. de comprimento e 15 cm de
abertura.

EXECUÇÃO DO ENSAIO:

1) Tomar uma quantidade do material, função da dimensão dos grãos maiores


contidos na amostra, como indicado na TABELA 5.1, em cápsulas metálicas
adequadas e fechar com a tampa. Pesar o conjunto com a resolução correspondente,
e anotar o peso como P1.

2) Remover a tampa e colocar a cápsula em estufa à temperatura de 105-110o C*,


onde deve permanecer até apresentar constância de massa.

* Trabalhos recentes tem recomendado usar temperaturas entre 100 e 105ºC

Solos orgânicos, turfosos ou contendo gipsita devem ser secados em estufa à


temperatura de 60-65o C, requerendo tempo maior de secagem. (Normalmente, um
intervalo de 16 a 24 horas é suficiente para a secagem do material, podendo ser necessário intervalo
maior, dependendo do tipo de solo ou se este estiver muito úmido.)

Não recolocar a tampa enquanto o material permanecer na estufa.

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3. Tampar e transferir a cápsula da estufa para o dessecador, onde deve permanecer
até atingir a temperatura ambiente. Pesar o conjunto, com a resolução
correspondente, e anotar como P2.

4. Efetuar, no mínimo, três determinações do teor de umidade por amostra.


Quando existe a necessidade de grande acurácia no resultado do ensaio de
determinação da umidade pelo processo da estufa (p. exemplo, ao executá-lo como
parte do ensaio de granulometria ou na determinação da densidade dos grãos), exige-
se que pelo menos duas das determinações não difiram mais que 0,2 %. A média dos
resultados válidos será adotada como teor de umidade da amostra.

(A probabilidade de que dois resultados falsos apresentem mesmo valor é


considerada pequena. Esta regra funciona como um controle para a qualidade do
ensaio).

Há casos em que tal precisão não pode ser exigida (por exemplo, quando a
amostra não pode ser homogeneizada). É preciso distinguir entre casos em que se
determina a média entre as determinações válidas de uma amostra (homogeneizada)
e casos em que se determina a média entre teores de umidade de amostras diferentes
de um mesmo solo (tomar como exemplo uma amostra indeformada, coletada com o
objetivo de determinação da massa específica aparente seca, da qual se colhem três
amostras distintas para a determinação do teor de umidade médio).

Dois ensaios (cada um com um mínimo de três determinações da umidade),


efetuados pelo mesmo operador para uma amostra de solo, não deverão diferir mais
de 0,2 %. Tendo sido utilizado este critério, o teor de umidade adotado deverá ser a
média dos resultados.

Sempre que a temperatura de secagem do material for diferente de 100-105ºC,


o fato deve ser indicado na ficha do ensaio.

Exemplo de ficha de ensaio, válida para os processos da ESTUFA, ÁLCOOL ETÍLICO


E BANHO DE AREIA.

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É preciso cuidado para evitar erros grosseiros, como a troca de tampas das
cápsulas. Para evitá-lo, recomenda-se que durante a secagem, a tampa da cápsula
permaneça sob ela, como se fosse uma bandeja.

Em laboratório, o processo da estufa deverá ter preferência sobre qualquer outro.


A possibilidade de controle da temperatura permite seu uso com amostras de solos
orgânicos outros materiais sensíveis a altas temperaturas. Por exemplo, em algumas
argilas, temperaturas na ordem de grandeza de 90ºC podem iniciar um processo de
quebra de sua estrutura cristalina (cracking), com perda de água de constituição.
Solos orgânicos podem começar a calcinar-se a partir de 70ºC. Nestes casos,
recomenda-se que a estufa seja regulada para que a temperatura oscile entre 60 e
65ºC, ainda que isto obrigue um tempo maior de secagem, a qual só terminará quando
se observar constância de peso (ver observação anterior).

A utilização mais frequente em laboratório para o teor de umidade é o cálculo do


fator de conversão, utilizado para se obter o peso seco de uma amostra. O peso seco
é utilizado nos cálculos de quase todos os demais ensaios de Mecânica dos Solos.
Os processos de campo são utilizados para decisões imediatas, como verificar se um
solo está pronto para ser trabalhado, se deve ser aumentado ou diminuído seu teor
de umidade antes de uma compactação, etc. Para tais finalidades, geralmente não é
necessária uma precisão tão grande quanto no processo da estufa, que é mais
demorado.

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4 - DETERMINAÇÃO DA UMIDADE PELO MÉTODO “SPEEDY”
(Speedy Moisture Test)

O Speedy” tem base na reação química da água existente em uma amostra com
o carbureto de cálcio, realizada em ambiente confinado.

CaC2 + 2 H2O → C2 H2 + Ca (OH)2


(Carbureto de cálcio + água → acetileno e hidróxido de cálcio)

O gás acetileno ao expandir-se gera pressão proporcional à quantidade de água


existente na amostra. A leitura dessa pressão em um manômetro permite a avaliação
da quantidade de água em uma amostra, e em consequência, do seu teor de umidade.

REFERÊNCIAS: DNER ME 052/94

APARELHAGEM:

a) Conjunto “Speedy” completo (ver fotos abaixo);


b) Ampolas com cerca de 6,5g de carbureto de cálcio (CaC2).

AMOSTRA: (usando o modelo alemão)

O peso da amostra a ser utilizada é escolhido pela umidade que se admite a


amostra possuir, de acordo com a tabela seguinte:

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ENSAIO: (Aqui é o ensaio é descrito para o modelo denominado “alemão”)

1) Pesar a amostra e colocar na câmara do aparelho;


2) Introduzir na câmara duas esferas de aço, seguidas da ampola de carbureto
de cálcio, deixando-a deslizar com cuidado pelas paredes da câmara, para que não
se quebre;
3) Fechar o aparelho e agitá-lo repetidas vezes para quebrar a ampola, o que se
verifica pelo surgimento de pressão assinalada no manômetro;
4) Ler a pressão manométrica após esta se apresentar constante, o que indica
que a reação se completou.

(Se a leitura manométrica for menor que 20 kpa [0,2 kg/cm2], o ensaio deve ser
repetido com peso de amostra imediatamente superior ao empregado, conforme a
tabela. Se a leitura for maior que 150 kPa [1,5 kg/cm2], interromper o ensaio,
afrouxando a tampa do aparelho devagar, e repetir o ensaio com um peso
imediatamente inferior. Apenas na faixa de 0,2 a 1,5 kg/cm2 o aparelho fornece leituras
confiáveis.)

5) Entra-se na tabela de aferição própria do aparelho com a leitura manométrica


e o peso da amostra utilizada no ensaio, obtendo a percentagem de umidade em
relação à amostra total úmida (h1).

RESULTADO DO ENSAIO (se realizado em temperatura próxima de 20ºC):


h = 100. h1 / (100 – h1)

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5 - DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE “IN SITU”

Existem vários processos para a determinação do peso específico aparente,


sendo feita a escolha de um deles em função do tipo de solo a ser estudado. Aqui os
grupamos em métodos diretos, métodos indiretos e métodos especiais.

Os principais processos de identificação da massa específica aparente por


métodos diretos consistem na coleta de uma amostra indeformada. Com a massa e o
volume dessa amostra calcula-se a massa específica aparente, e com o teor de
umidade dela obtido, a massa específica aparente seca. Os mais comuns são o do
cilindro de cravação e o do “cubo” esculpido.

Nos métodos indiretos, escava-se a amostra, que é totalmente recolhida e


pesada. O volume da amostra é obtido medindo o volume da escavação. O teor de
umidade da amostra deve ser determinado logo após sua pesagem. Os principais
utilizam o frasco de areia, o óleo grosso ou o balão de borracha.

Métodos especiais utilizam sonares, resistividade elétrica ou radiação. Destes, o


mais difundido no Brasil utiliza o densímetro nuclear.

Determinação da massa específica aparente, por métodos diretos:

5.1 - PROCESSO DO CUBO ESCULPIDO, UTILIZADO QUANDO O SOLO É


COESIVO, PODENDO TER PEDREGULHOS:

A extração da amostra é feita cortando-se cuidadosamente ao redor do terreno


compactado, obtendo-se um bloco de forma aproximadamente cúbica, com pelo
Menos 10 cm de lado. Logo que se obtenha a amostra colhe-se uma pequena
quantidade do solo, no mesmo local, para determinação do teor de umidade (h). O
teor de umidade também pode ser determinado a partir de três amostras (distintas)
colhidas ao partir o cubo, após ser determinado seu volume.

A amostra extraída é acertada na superfície e pesada (anotar a massa úmida


M1) e imediatamente envolvida em parafina (cuja massa específica é ρp = 881 g/cm3).
Esse envolvimento pode ser feito por pintura em toda a sua superfície ou por imersão
rápida em parafina quente, deixando-se escorrer o excesso, e esfriar. Depois de fria
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a parafina, torna-se a pesar, obtendo-se a massa do solo mais a parafina que o
envolve (anotar M2). Por diferença, obtém-se a massa da película de parafina usada:
Mp= M2–M1. Obtém-se então o volume da amostra (Va) envolvida em parafina
mergulhando-a em água em um recipiente graduado, medindo a quantidade do líquido
deslocado. O volume (V) da amostra será obtido pela diferença entre o volume de
água deslocado e o volume de parafina (Vp = Mp/ρp):

V = Va – Vp

Para transporte, a amostra (parafinada) é protegida com areia e acondicionada


em caixas de madeira.

CÁLCULOS:

Massa da amostra seca: Ms = 100 M1 / (100+ h)


Massa específica aparente seca: ρs = Ms / V

Densidade aparente seca: δ = γs / γ água = ρs / ρ água

5.2 - MÉTODO DO CILINDRO DE CRAVAÇÃO


Quando o solo é coesivo e não tem pedregulhos, um dos processos mais
convenientes para a determinação de γ utiliza o cilindro de cravação.

Utiliza um cilindro padronizado, com bordas cortantes, sendo o volume interno e


o peso já determinados.

Resumo do processo do cilindro de cravação:

Cravar cuidadosamente o cilindro com auxílio do soquete e da haste de cravação


(veja especificações para cilindro, haste e soquete na NBR 9813-ABNT). Cortar o solo
ao redor do cilindro, evitando choques com o mesmo, e retirar o cilindro com a
amostra, rasando a base superior e a inferior, evitando perda de material.
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Imediatamente, colher uma pequena quantidade do solo para determinação do teor
de umidade (h). É mais comum determinar o teor de umidade média da amostra
calculado a partir de três amostras retiradas do interior do corpo de prova, após sua
extração do cilindro. Quando o laboratório encontra-se distante, deve-se proteger a
amostra contra alteração da umidade durante o transporte.

Como o volume interno do cilindro é conhecido, conhecemos o volume da amostra.


Pesar a amostra com o cilindro (M1), e obter a massa da amostra subtraindo a massa
do cilindro (Mc). A massa da amostra seca será:

Ms=100.(M1-Mc)/(100+h)

A massa específica aparente seca será: ρs = Ms / V

Em solos arenosos, o processo de retirada da amostra pode ser semelhante ao


mostrado para solos coesivos sem pedregulho, utilizando um cilindro de cravação com
tampas para auxiliar a retirada da amostra sem perda de material.

Nos métodos indiretos, da amostra (deformada) retirada de uma escavação


obtém-se a massa. Medindo o volume da escavação é obtido o volume da amostra.
Os métodos indiretos mais comuns são o do frasco de areia, o do óleo grosso e o do
balão de borracha. O processo que utiliza o frasco de areia é o mais utilizado.

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5.3 - DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE “IN SITU” COM
EMPREGO DE CILINDRO DE CRAVAÇÃO
1. OBJETIVO

Obter a massa específica aparente de um solo, sendo aplicável somente a solos de


granulação fina, isentos de pedregulhos, coesivos e não muito duros.

2. REFERÊNCIAS: NBR 9813, NBR 6457.

3. APARELHAGEM

3.1. Equipamento de cravação;


a) cilindro de cravação calibrado;
b) haste guia e soquete de cravação;
c) colarinho destacável;
3.2. Balanças que permitam pesar nominalmente 1,5 kg e 10 kg, com resolução de 0,1g e 1g
respectivamente, tendo sensibilidades compatíveis;
3.3. Recipiente que permita acondicionar o cilindro de cravação com a amostra, sem perda de
umidade;
3.4. Estufa capaz de manter a temperatura entre 105oC e 110oC, e entre 60oC e 65oC;

* Estudos recentes recomendam para a maior temperatura de utilização da estufa a faixa de


100-105º, mantendo-se 60-65ºC para solos orgânicos e solos sensíveis ao calor.
3.5. Pá e picareta;
3.6. Régua de aço biselada de 30 centímetros;
3.7 Espátulas de lâmina flexível com cerca de 10 cm de comprimento por 2 cm de largura, e 12
cm de comprimento por 10 cm de largura;
3.8 Extrator de corpo de prova.

4. CONFERÊNCIA DO CILINDRO DE CRAVAÇÃO:

O cilindro prescrito pela NBR 9813 tem 115 mm de diâmetro externo, 110 mm de diâmetro
interno e altura 116 mm. As dimensões do cilindro de cravação e soquete de cravação podem
variar, desde que a relação abaixo definida esteja entre 10 e 15%:

Cv = 100. Vd / Vc

onde:

Cv = relação percentual de volumes, em %;


Vd = volume das paredes do cilindro (volume do aço), em cm3;
Vc = volume da amostra (volume interno do cilindro de cravação), em cm3.

4.1 Determinar, com resolução de 0,1 mm, a altura e o diâmetro interno do cilindro em quatro
posições igualmente espaçadas e calcular o volume utilizando as médias dos valores assim

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obtidos. Anotar como Vc. Tomar quatro medidas do diâmetro externo do cilindro, calcular o
volume externo Ve e anotar Vd =Ve – Vc. Pesar o cilindro e anotar a massa Mc.
4.2 Verificar periodicamente Cv e se o corte da borda cortante apresentar-se insatisfatório ou se
partes do cilindro estiverem danificadas ou deformadas, providenciar reparo ou descartá-lo, e
proceder à nova determinação de Cv.
4.3 Operando com mais de um cilindro, proceder de forma análoga, identificando cada cilindro.

5. EXECUÇÃO DO ENSAIO

5.1 Nivelar e limpar o terreno de partículas soltas. Assentar o cilindro de cravação, cujo interior
deve estar levemente lubrificado em óleo;

5.2 Montar o restante do equipamento e iniciar a cravação do cilindro por meio de queda livre
do soquete de cravação, mantendo a haste em posição vertical. A cravação deve ser contínua,
até que o cilindro fique com sua borda superior cerca de um (1) cm abaixo da superfície do
terreno;

5.3 desmontar o conjunto de cravação e com auxílio da pá e picareta escavar o terreno em volta
do cilindro, evitando esbarrar no mesmo. Cortar o solo em volta e em baixo do cilindro com as
espátulas, e a uma profundidade mínima de 5 cm abaixo da borda inferior. Com uma espátula,
remover o excesso de solo e rasar ambas as faces do corpo de prova, com auxílio da régua
biselada.

5.4 repetir a operação, caso se verifique que:


a) a amostra dentro do cilindro encontra-se amolgada, fissurada, ou não representativa do solo
local;
b) a amostra contém pedregulhos, raízes ou outros corpos estranhos;
c) o cilindro não se encontra totalmente preenchido;
d) o cilindro danificou-se durante a operação.

5.5 A massa do cilindro contendo o material (Mt) deve ser determinada imediatamente, de modo
a evitar perda de umidade, com resolução de 1g. Remover então o corpo de prova do cilindro,
e do centro do mesmo tomar uma amostra para determinar o teor de umidade (h), de acordo
com a NBR 6457. Neste momento verificar se houve alguma das ocorrências descritas em (5.4).
Nos casos em que seja impraticável a utilização de estufa, o teor de umidade pode ser
determinado por outro método, devendo o mesmo ser explicitamente indicado na apresentação
dos resultados.

6.1 Calcular a massa específica aparente natural do solo, utilizando a expressão:

ρnat = (Mt-Mc) / Vc
onde:

ρh = massa específica aparente natural do solo “in situ”, em g/cm3;


Mt = massa do cilindro com a amostra úmida, em g;
Mc = massa do cilindro, em g;
Vc = volume interno do cilindro, em cm3.

6.2 Calcular a massa específica aparente seca do solo “in situ”, por:

ρs = 100.ρ / (100+h)
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7. RESULTADOS

7.1 A massa específica aparente natural (ou seca) do solo “in situ” deve ser expressa com três
algarismos significativos, em g/cm3, e o teor de umidade com aproximação de duas casas
decimais.

7.2 Caso o teor de umidade não tenha sido obtido em estufa, indicar o processo usado.

Para exercitar:

Considerando os dados abaixo, determine os demais índices físicos deste solo:

g = 2,67 g/cm3 (Massa específica do quartzo - areia)


Mt = _________
Vt = _________
h = _________
nat = _________
s = __________
 = __________
 = __________
S = __________
A = __________
sat = _________

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5.4 - DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE “IN SITU” COM
O MÉTODO DO FRASCO DE AREIA

Aplicabilidade do método: aplica-se a solos com qualquer tipo de granulação,


contendo ou não pedregulhos, que possam ser escavados com ferramentas manuais,
e cujos vazios naturais sejam suficientemente pequenos para que a areia usada no
ensaio neles não penetre. O material em estudo deve ser suficientemente coeso e
firme para que as paredes da cavidade a ser aberta permaneçam estáveis e as
operações realizadas não provoquem deformações na cavidade.

REFERÊNCIA: NBR 7185 /86

APARELHAGEM

1. Frasco de vidro ou plástico translúcido (cerca de 3,5 litro) com gargalo


rosqueado, funil duplo metálico provido de registro e rosca;
2. Bandeja metálica plana quadrada com 30cm de lado e bordas de 2,5cm de
altura e furo no centro (10 cm) com rebaixo;
3. Placa de vidro quadrada de 30cm de lado;
4. Molde cilíndrico de metal de 10cm de diâmetro e 1000cm3 de volume;
5. Balanças com capacidade 1,5 kg e 10 kg, com resolução de 0,1g e 1g,
respectivamente, e sensibilidades compatíveis;
6. Peneiras de 1,2 mm a 0,59 mm (consultar NBR5734);
7. Talhadeira com cerca de 30 cm de comprimento;
8. Martelo de 1 kg;
9. Pá de mão (concha);
10. Pincel ou trincha;
11. Recipientes que permitam guardar amostra de solo sem perda de umidade.
12. Areia lavada e seca, de massa específica aparente conhecida e obtida como
especificado no item 2, constituída pela fração passante no peneira de 1,2 mm e retida
na peneira de 0,59 mm;
13. Nível de bolha (nível de pedreiro);
14. Cilindro metálico de volume conhecido (aproximadamente 2000cm3) com
diâmetro interno igual ao diâmetro interno do funil do frasco de areia) para
determinação da massa específica da areia.

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Trabalho prévio no laboratório:

Preparação da areia:

1. Secar ao ar;
2. Peneirar com as peneiras 1,2 mm e 0,59 mm, recolhendo a areia entre elas;
3. Lavar na peneira 0,59 mm;
4. Secar em estufa;
5. Peneirar na peneira 0,59 mm.

Determinação da massa de areia que preenche o funil e o orifício no rebaixo da


bandeja:

1. Colocar sobre uma superfície plana a placa de vidro. Sobre a mesma colocar
a bandeja de metal onde se encaixa o furo maior do funil;

2. Pesar o conjunto frasco + funil (M1) estando o frasco cheio de areia. Colocar
o conjunto frasco + funil + areia encaixado na bandeja e abrir o registro do funil,
deixando a areia escoar livremente até cessar seu movimento. Fechar o registro do
funil. Retirar o conjunto frasco + funil + areia restante, pesando-o [M2]. A diferença M3
= M1-M2 é a massa de areia que preencheu funil e orifício.

3. Repetir (2) várias vezes (sugere-se cinco vezes), até obter pelo menos três
valores M3 que não difiram da respectiva média mais que 1% do valor da média.

4. Adotar a média dos valores M3 que atendam esta especificação (3) como peso
de areia no cone.

O modo como se procede ao ensaio no laboratório visa reproduzir em


laboratório, tanto quanto possível, as mesmas condições de aleatoriedade ocorrentes
no campo. Isto inclui a altura de queda das partículas e o modo como elas se
acomodarão. Tanto no campo quanto em laboratório é proibida a ocorrência de
vibrações (como as causadas por tráfego e motores ligados) durante os ensaios.

Determinação da massa específica aparente da areia:

1. Pesar o conjunto frasco – funil contendo a sua máxima capacidade de areia,


preparada. (M4);

2. Colocar o conjunto frasco + funil + areia sobre a bandeja, e esta sobre o


cilindro; abrir o registro do funil deixando a areia escoar livremente até que cesse seu
movimento; fechar o registro do funil; retirar o conjunto frasco + funil + areia e pesá-lo
(M5);

17
3. A massa de areia que enche o cilindro será
M6 = M4 - M5 - M3

4. Repetir as operações (1) e (2) várias vezes. Compor a média dos valores M6,
não aceitando valores que difiram da respectiva média mais que 1% do valor da
média.

5. Calcular a massa específica aparente da areia pela fórmula

ρ areia = M6 / V

onde:

M6 é a média das massas de areia no cilindro (g);


V é o volume do cilindro (cm3)

Determinação do peso específico (aparente) do solo no campo (a realizar)

1. Limpar a superfície do terreno, tornando-a, tanto quanto possível, plana e


horizontal. (usar nível de bolha);

2. Colocar a bandeja, certificando-se se há bom contato entre esta e a superfície


do terreno, e escavar com martelo e talhadeira uma cavidade cilíndrica no terreno,
limitada pelo orifício central da bandeja e com profundidade até 15 cm (ou que atinja
toda a espessura da camada a ser analisada. Quando a camada possuir espessura
superior a 15 cm, a profundidade máxima do furo será de 15 cm).

3. Recolher todo o solo extraído da cavidade, determinar sua massa com


resolução de 1g e anotar como Mh;

4. Determinar o teor de umidade (h) do solo extraído da cavidade, conforme


prescreve a NBR 6457;

5. Pesar o conjunto frasco + funil + areia (M7);

6. Ajustar o conjunto frasco + funil + areia sobre o rebaixo da bandeja. Abrir o


registro do funil deixando a areia escoar livremente até cessar seu movimento no
interior do frasco. Fechar o registro, retirar o conjunto frasco + funil + areia restante,
pesando-o com resolução de 1 g e anotar (M8);

7. O peso de areia que preencheu a cavidade do terreno será M10 = M7-M8-M3

8. Completar o frasco com areia não usada;

9. Recolher a areia utilizada no furo para novo beneficiamento de laboratório.


18
10. A massa específica (aparente) seca do solo “in situ” será obtida por ρs = fc.
ρ areia.
Mh / M10 ou

ρs = [100/(100+h)] . ρ areia . Mh / M10 .

onde:

ρs = massa específica aparente seca do solo “in situ”, em g/cm3.


ρ areia = peso específico aparente da areia, em g/cm3.
Mh = massa do solo extraído da cavidade do terreno, em g
M10 = massa da areia que preencheu a cavidade no terreno, em g
h = teor de umidade do solo extraído da cavidade no terreno, em %
fc = fator de correção da humidade = 100 / (100 + h)

Expressão dos resultados:

Massas específicas devem ser expressos em g/cm3 com três algarismos


significativos e o teor de umidade com aproximação de 0,1%.

Caso o teor de umidade não tenha sido determinado com o uso da estufa, indicar
o processo utilizado.

RECOMENDAÇÕES DO DNER (processo do frasco de areia)

a) Tratando-se de camadas de sub-leito ou reforço de sub-leito que apresentem


fissuras ocasionadas por perda de umidade [fendas de contração], deverá ser
removida uma camada de no mínimo 5 cm de espessura a fim de se promover o
assentamento da bandeja;

b) Para a execução de furos, usar a talhadeira de modo a retirar sucessivamente


camadas de, no máximo, 3 cm de profundidade. Nunca deslocar o solo usando a
talhadeira como alavanca.

c) Se o solo retirado do furo apresentar uma fração retida na peneira de ¾” superior a


20 % , deve ser repetido o ensaio para confirmação do resultado.

d) Para a determinação da umidade em laboratório, usar uma amostra de, no mínimo,


100 g para solos coesivos, e 500 g para solos grossos;

e) O ensaio só pode ser feito com ausência de vibrações oriundas de tráfego ou


equipamentos, devendo o tráfego ser interrompido durante sua execução.

f) Durante o corte do buraco no leito da estrada e depois no ato de abertura do funil


não poderá haver deslocamento da bandeja;
19
g) Este controle de densidade deve ser feito em diversas seções da estrada em
distâncias de no mínimo 25 metros alternadamente no centro e nos bordos.

h) Algumas normas aconselham excluir do buraco feito na pista o volume do


pedregulho retido na peneira de 4,8 mm.

DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE “IN SITU” COM O


MÉTODO DO FRASCO DE AREIA

ESTACA OU OBRA: ________________________________________________________


DATA: __________
PROFUNDIDADE: __________

ITEM PARÂMETRO MASSA/


DENSIDADE/
VOLUME
A Massa do garrafão com areia antes do ensaio
B Massa do garrafão com areia depois do ensaio
C Massa da areia empregada (A-B)
D Massa da areia do cone
E Massa da areia empregada no buraco (C-D)
F Densidade aparente da areia
G Volume do buraco (E/F)
H Massa do solo retirado do buraco
I Densidade do solo úmido (H/G)
J Teor de Umidade
L Densidade do solo seco (I x 100/ (100 + J)
M Densidade máxima fornecida pelo laboratório
N Grau de Compactação (L / M) x 100

20
6 - DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS DE SOLO

NBR 6508

1) OBJETIVO

Determinar a massa especifica dos grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm, por meio
de picnômetro, através da realização de pelo menos 2(dois) ensaios.

2) APARELHAGEM

a) Estufa capaz de manter a temperatura entre 105oC e 110oC;


b) Balanças que permitam pesar nominalmente, 1,5 kg com resolução de 0,01 g e
sensibilidade compatível;
c) Aparelho de dispersão;
d) Dessecadores;
e) Picnômetro de 500 ou 1000 cm3, calibrado a 20°C, com a respectiva curva de calibração
(variando da massa do picnômetro cheio de água, até a marca da referência, em função
da temperatura);
f) Bomba de vácuo com registros, vacuômetro e conexões, capaz de aplicar um vácuo de
88 kPa (66 cm de Hg a 0OC), para remoção do ar aderente as partículas do solo;
g) Termômetro graduado em 0,1ºC de 0ºC a 500C;
h) Funil;
i) Conta gotas.

1) EXECUÇÃO DO ENSAIO

• Na preparação da amostra para o ensaio, tomar cerca de 250 g da amostra preparada de


acordo com a NBR 6457;
• Homogeneizar a amostra e pesar cerca de 50g no caso de solo argiloso e siltosos, e 60g
para solos arenosos, quando empregado picnômetro de 500 ml;
• Colocar a amostra a ser ensaiada em bécker imersa em água destilada por pelo menos
12 h;
• Com o restante do material determinar o teor de umidade, de acordo com a NBR 6457;
• Após as 12 horas de imersão, transferir a amostra para o corpo de dispersão, tendo
cuidado para não ocorrer a perda de material;
• Acrescentar água até cerca de metade do volume do copo e dispersar por 15 min;
• Transferir a amostra para o picnômetro com auxílio do funil de vidro lavando o bécker
e o copo de dispersão com cuidado para não haver perda de material;
• Acrescentar água até cerca de metade do volume do copo e dispersar por 15 min.;
• Transferir a amostra para o picnômetro com auxílio do funil de vidro lavando o bécker
e o copo de dispersão com cuidado para não haver perda de material;

21
• Adicionar água destilada até metade do volume do picnômetro. A seguir aplicar a
pressão de vácuo de no mínimo 88 kPa (66 cm de hg a 0ºC) durante pelo menos 15 min,
agitando o picnômetro durante intervalos regulares;
• Acrescentar água destilada até cerca de 1cm abaixo da base do gargalo e aplicar a
pressão de vácuo por 15 min;
• Acrescentar água destilada até cerca de 1cm abaixo da marca de calibração do
picnômetro;
• Deixar, em seguida, o picnômetro em repouso até que a temperatura do mesmo se
equilibre com a do ambiente;
• Com auxílio do conta-gotas, adicionar água destilada no picnômetro até que a base do
menisco coincida com a marca de referência;
• Enxugar a parte externa do picnômetro e a interna do gargalo acima da marca do
menisco;
• Pesar o conjunto picnômetro + solo + água, com resolução de 0,01g, e anotar como M2.
• Determinar logo a seguir, com resolução de 0,1g, a temperatura T do conteúdo do
picnômetro. Com esse valor, obter na curva de calibração correspondente, com
resolução de 0,01g, a massa do picnômetro cheio de água até a marca de referência, e
anotar como M3;
• Calcular a massa específica dos grãos do solo utilizando a fórmula:

𝑀1 𝑥100/(100 + ℎ)
𝜌𝑔 = 𝑥𝛿
[𝑀1 𝑥100/(100 + ℎ)] + 𝑀3 − 𝑀2 𝑇

• Onde:
• g = Massa específica dos grãos de solo em g/cm3;
• M1 = Massa do solo úmido;
• M2 = Massa do solo + picnômetro + água na temperatura T do ensaio;
• M3 = Massa do Picnômetro cheio de água até a marca de referência na temperatura T
do ensaio;
• T = massa específica da água, na temperatura T do ensaio, obtida na tabela anexa.

2) RESULTADOS

 Considerar os ensaios satisfatórios quando seus resultados diferirem 0,02 g/cm3 ou


menos;
 O resultado final, média obtida de pelo menos dois ensaios considerados satisfatórios
conforme (1), deve ser expresso com três algarismos significativos, em g/cm3;
 Deve ser indicado o processo de preparação de amostra (com secagem prévia ao ar ou
sem secagem prévia)

22
TABELA 1: Registros dos dados coletados no ensaio

1 2 3

Teor de umidade (%)

Massa do solo úmido (g) - M1

Massa do picnômetro +solo + água (g) - M2

Massa do picnômetro + água (g) - M3

Temperatura do ensaio (ºC) – T

Massa esp. da água na temp. T (g/cm3) - T

Massa específica real do solo (g/cm3) - g

Média (g)

23
24
7 –GRANULOMETRIA COM SEDIMENTAÇÃO

Embora a NBR 6502 defina textura como “conjunto de características de forma,


dimensão e arranjo dos elementos mineralógicos constituintes do solo”, neste texto
consideraremos TEXTURA como a relação entre as dimensões das partículas de um
solo e as proporções relativas com que as partículas com essas dimensões ocorrem
no solo. A medida da textura é feita pela análise granulométrica.

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

OBJETIVO DA ANÁLISE: Obter as coordenadas que permitam traçar a curva


granulométrica.

CURVA GRANULOMÉTRICA é o gráfico semilogarítmico, cujos pontos


representam: em ordenadas, em porcentagem, a massa dos grãos ou partículas de
dimensões inferiores às indicadas, por seus logaritmos, nas abscissas. A escala das
ordenadas é crescente, de baixo para cima e a das abscissas cresce a partir da
esquerda.

Neste texto, utilizaremos a escala granulométrica adotada pela ABNT 6502/95


na nomenclatura das partículas, conforme figura acima.

25
DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA

O processo de determinação da composição granulométrica de um solo envolve


três fases:

1. Obter uma amostra representativa;

2. Obter a dispersão das partículas da amostra de forma a conseguir a


individualização das suas partículas;

3. Determinar a porcentagem das partículas com dimensões entre limites


determinados.

Neste texto, é pressuposto que uma amostra de tamanho suficiente para a


execução da análise granulométrica foi corretamente colhida no campo e foi
preparada conforme as especificações da NBR 6457 para os ensaios de
caracterização (secagem ao ar, destorroamento). Após ser feita sua homogeneização
dela é retirada quantidade suficiente para a execução dos diversos ensaios de
caracterização. Um desses ensaios é a análise granulométrica, e o tamanho da
amostra para este ensaio será detalhado mais adiante.

A análise granulométrica de solos pode ser realizada por peneiramento ou por


uma combinação de peneiramento e sedimentação.

NORMAS PARA CONSULTA

NBR 7181 – Ensaio de Granulometria


NBR 5734 – Especificação de peneiras para ensaio
NBR 6457 – Preparação de amostras de solo para ensaio normal de compactação e
ensaios de caracterização
NBR 6508 - Grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm - Determinação da
massa específica – Método de ensaio

APARELHAGEM PARA O ENSAIO DE GRANULOMETRIA:

1. Estufa capaz de manter a temperatura entre 60o C e 65o C e entre 105oC e 110oC;

2. Balanças que permitam pesar nominalmente 200 g, 1,5 kg, 5 kg e 10 kg, com
resoluções de 0,01g, 0,1g, 0,5g e 1g, respectivamente, e sensibilidades
compatíveis;

3. Recipientes adequados, tais como dessecadores, que permitam esfriar amostras


sem absorção de umidade;

4. Aparelho de dispersão, com hélices substituíveis e copo munido de chicanas (a


rotação da hélice do aparelho não deverá ser inferior a 9.000 rpm);

5. Proveta de vidro, com cerca de 450 mm de altura, com traço de referência indicando
1.000 cm3 a 20o C;

6. Proveta de vidro, c/ capacidade de 250 cm3 e resolução de 2 cm3;

26
7. Béquer de vidro, com capacidade de 250 cm3;

8. Tanque para banho, com dimensões adequadas à imersão das provetas até o traço
de referência, capaz de manter a temperatura da suspensão aproximadamente
constante durante a fase de sedimentação. Este banho é dispensável quando o
ensaio for efetuado em ambiente com temperatura aproximadamente constante.

9. Densímetro de bulbo simétrico, calibrado a 20oC com resolução de 0,001, graduado


de 0,995 a 1,050;

10. Termômetro graduado de 0oC a 50oC, com resolução 0,1o C;

11. Relógio com indicação de segundos;

12. Agitador mecânico de peneiras com dispositivo para fixação de até seis peneiras,
inclusive tampa e fundo;

13. Escova de cerdas metálicas;

14. Baqueta (bastão) de vidro;

15. Bisnaga de borracha (piceta);

16. Peneiras de 50, 38, 25, 19, 9,5, 4,8, 2,0 mm (peneiramento grosso), 1,2, 0,6, 0,42,
0,25, 0,15,e 0,075mm (peneiramento fino), conforme a NBR 5734;

EXECUÇÃO DO ENSAIO (NBR 7181/84)

1. Preparação da amostra

Por quarteamento, tomar a quantidade* de amostra preparada com secagem prévia,


de acordo com a NBR 6457.

27
2. Operações preliminares

2.1 Determinar com as resoluções da Tabela 1 abaixo, a massa da amostra seca ao


ar e anotar como MT.

2.2. Passar este material na peneira de 2,0 mm, tomando-se a precaução de


desmanchar no almofariz todos os torrões eventualmente ainda existentes, de
modo a assegurar a retenção na peneira somente dos grãos maiores que a
abertura da malha.

Basicamente, o ensaio será dividido em três partes, o que pressupõe a existência das
seguintes amostras:

a) todo o material retido na peneira (# 10) de 2,0 mm;

b) material que passa na peneira 2,0 mm, do qual:

b.1) cerca de 100 g são usados para determinação da umidade, executada com três
amostras de pelo menos 30 g ;

b.2) 120 g, no caso de solos arenosos, ou cerca de 70 g, no caso de solos siltosos ou


argilosos, para o ensaio de sedimentação e/ou peneiramento fino.

3. Peneiramento do material grosso:

Lavar a parte retida na peneira de 2,0 mm (#10) a fim de eliminar o material fino
aderente e secar em estufa a 105o–110oC, até constância de massa.

3.1 Utilizando-se o agitador mecânico, passar esse material nas peneiras de 50, 38,
25,19, 9,5, 4,8 e 2,0mm. Anotar com a resolução indicada em 4.2.1 as massas
retidas acumuladas em cada peneira. A soma de todas essas massas retidas (ou
o retido acumulado na peneira de 2,0 mm) será anotada com MG (massa do
material graúdo).

28
Nota: Quando não se vai fazer o ensaio de sedimentação*, e a determinação da
distribuição granulométrica for feita apenas por peneiramento, proceder como se
segue com a fração fina:

a) Do material passado na peneira de 2,0 mm, tomar cerca de 120 g. Pesar esse
material com resolução de 0,01 g e anotar como Mh. Tomar ainda cerca de 100 g
para três determinações de umidade higroscópica [h] , de acordo com a NBR
6457; O valor do fator de correção da umidade deve ser anotado com quatro casas
decimais.
b) Lavar na peneira de 0,075 mm (nº200) o material assim obtido, vertendo-se
água potável à baixa pressão;
(recomenda-se usar junto uma peneira intermediária, como a de 0,25 mm, para
não sobrecarregar
a peneira nº 200, para aumentar sua durabilidade e evitar transbordamento, com
perda de solo. )
c) Proceder como descrito a partir de (5).
* A decisão de não fazer a sedimentação poderá ser tomada quando se verificar
que a proporção do material fino for tão baixa que este material não terá influência
significativa no comportamento do solo.

4. Sedimentação

4.1 Do material passado na peneira de 2,0 mm tomar cerca de 120 g, no caso de solos
arenosos, ou 70 g, no de solos siltosos e argilosos, para a sedimentação e o
peneiramento fino. Pesar esse material com resolução de 0,01 g e anotar como
Mh. Tomar ainda cerca de 100 g para três determinações de umidade
higroscópica (h), de acordo com a NBR 6457, o teor de umidade deve ser
expresso em porcentagem e calculado com duas casas decimais e o fator de
correção com quatro casas decimais;

4.2 Transferir o material assim obtido para um béquer de 250 cm3 e juntar, com auxílio
de proveta, como defloculante, 125 cm3 de solução de hexametafosfato de sódio
[3] com a concentração de 45,7 g do sal por 1 000 cm3 de solução. Agitar o béquer
até que todo o material fique imerso e deixar em repouso, no mínimo 12 horas.

[3] A solução de hexametafosfato de sódio deve ser tamponada com carbonato de


sódio até que a solução atinja um pH entre 8 e 9, evitando assim a reversão da
solução para ortofosfato de sódio.

Em solos para os quais o defloculante e a concentração indicados não forem


satisfatórios na dispersão, deve-se investigar o tipo e a dosagem do defloculante
mais adequados. São exemplos: polifosfato de sódio (21,6 g por litro de solução),
trifosfato de sódio (18,8 g pls), tetra fosfato de sódio (35,1 g pls).

29
4.3 Verter a mistura no copo de dispersão, removendo-se com água destilada, com
auxílio da bisnaga, o material aderido ao béquer. Adicionar água destilada até que
a hélice fique imersa e submeter à ação do aparelho dispersor durante cerca de
quinze minutos [4].

[4] Solos que contenham grãos susceptíveis de quebra podem ser dispersos em um intervalo
de tempo menor.

4.4 Transferir a dispersão para a proveta e remover com água destilada, com auxílio
da piceta, todo o material aderido ao copo. Juntar água destilada até atingir o traço
correspondente a 1 000 cm3; em seguida, colocar a proveta no tanque para banho
ou em local com temperatura aproximadamente constante. Agitar freqüentemente
a baqueta de vidro para manter, tanto quanto possível, as partículas em
suspensão. Logo que a dispersão atinja a temperatura de equilíbrio, tomar a
proveta e tampando-lhe a boca com uma das mãos, executar, com auxílio da
outra, movimentos enérgicos de rotação, durante 1 minuto, de forma que a boca
da proveta passe de cima para baixo e vice-versa.

4.5 Imediatamente depois de terminada a agitação, colocar a proveta sobre uma


mesa, anotar a hora exata do início da sedimentação e mergulhar
cuidadosamente o densímetro na dispersão. Efetuar as leituras do densímetro
correspondentes aos tempos de sedimentação (t) de 0,5, 1 e 2 minutos [5].

Retirar lenta e cuidadosamente o densímetro da dispersão. Se o ensaio não


estiver sendo realizado em local de temperatura constante, colocar a proveta no
banho onde permanecerá até a última leitura. Fazer as leituras subseqüentes a 4,
8 , 15 e 30 minutos, 1 , 2 , 4 , 8 e 24 horas, a contar do início da sedimentação.
Se espuma resultante da agitação prejudicar as primeiras leituras, pulverização
com éter a faz desaparecer sem prejudicar o ensaio.

[5] Recomenda-se repetir as três primeiras leituras. Para tanto, agitar novamente a
proveta, conforme descrito em (4.3.4) e refazer as leituras para os tempos de 0,5,
1,e 2 minutos.

4.6 Cerca de quinze a vinte segundos antes de cada leitura, mergulhar cuidadosa e
lentamente o densímetro na dispersão. Todas as leituras devem ser feitas na parte
superior do menisco, com interpolação de 0,0002, após o densímetro ter ficado
em equilíbrio. Assim que uma dada leitura seja efetuada, retirar o densímetro da
dispersão e colocá-lo em uma proveta com água limpa, à mesma temperatura da
dispersão.

4.7 Após cada leitura, excetuadas as duas primeiras, medir a temperatura de


dispersão, com resolução de 0,1o C.

4.8 Realizada a última, verter o material da proveta na peneira de 0,075 mm [Nº200],


remover com água de todo o material que tenha aderido às suas paredes e efetuar
a lavagem do material na peneira mencionada, empregando-se água potável à
baixa pressão.

5. Peneiramento do material fino:

30
Secar o material retido na peneira de 0,075 mm (nº. 200) em estufa, à
temperatura de 105o–110o C até constância de massa, e, utilizando-se o agitador
mecânico, passar nas peneiras de 1,2, 0,6, 0,42, 0,25,0,15, 0,075 mm. [6] Anotar com
resolução de 0,01g as massas retidas acumuladas em cada peneira.

[6] No caso de solos muito uniformes, pode ser necessário utilizar, tanto no
peneiramento fino como no grosso, peneiras intermediárias àquelas indicadas.

6. CÁLCULOS

6.1 Massa total da amostra seca

Calcular a massa total da amostra seca, utilizando-se a expressão:

MS = (MT-MG).fc + MG

onde:
MS = massa total da amostra seca;
MT = massa da amostra seca ao ar;
MG = massa do material seco acumulado retido na peneira de 2,0 mm;
fc = fator de correção da umidade = 100 / (100 + h);
h = umidade higroscópica do material passado na peneira de 2 mm.

6.2 Calcular as porcentagens de materiais que passam nas peneiras de 50, 38, 19,
9,5, 4,8, e 2,0 mm, utilizando a expressão:

Qg = 100 (Ms – Mi) / Ms

onde:

Qg = porcentagem de material passado em cada peneira


Ms = massa total da amostra seca
Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira

6.3 Porcentagens do material em suspensão

Calcular as porcentagens correspondentes a cada leitura do densímetro, referidas à


massa total da amostra, utilizando-se a expressão

Qs = N.δ.V.δc.Lc / [(δ-δd).Mh.fc)]

onde:
Qs = porcentagem de solo em suspensão no instante da leitura do densímetro;
N = porcentagem de material que passa na peneira de 2,0 mm, calculado como
indicado em (6.2);
δ = massa específica dos grãos do solo, em g/ cm3 ;
δd = massa específica do meio dispersor, à temperatura de ensaio, em g/ cm3 ;
V = volume da suspensão, em cm3;
δc = massa específica da água, à temperatura de ensaio, em g/cm3;

31
Lc = leitura corrigida = L – Ld + (erro causado pelo menisco)*;
L = leitura do densímetro na suspensão;
Ld = leitura do densímetro no meio dispersor ( ver anexo ), na mesma temperatura da
suspensão, durante o ensaio;
Mh = massa do material úmido submetido à sedimentação, em g ;
h = umidade higroscópica do material passado na peneira de 2,0 mm.
Para efeito de cálculo, considerar: δd = 1 g/cm3 ; V = 1 000 cm3 e δc = 1 g/cm3

6.4 Calcular o diâmetro máximo das partículas em suspensão 8, no momento de cada


leitura do densímetro, utilizando-se a fórmula de Stokes:

∅ = [1800 η . a / {t.(δ-δd)} ] 0,5

onde:

∅ = diâmetro máximo das partículas, em mm;


η = coeficiente de viscosidade do meio dispersor, à temperatura de ensaio, em
g.s/cm2;
a = altura de queda das partículas, com resolução de 0,1 cm, correspondente à altura
do densímetro, em cm (ver Anexo);
t = tempo de sedimentação, em segundos;
δ = massa específica dos grãos do solo, determinada de acordo com a NBR 6508, em
g/ cm3;
δd = massa específica do meio dispersor, à temperatura de ensaio, em g/cm3;

Para efeito de cálculo, considerar δd = 1,000 g/cm3 e η correspondente ao coeficiente


de viscosidade da água (ver tabela 2);

[8] O diâmetro máximo das partículas em suspensão, no momento de cada leitura do


densímetro, pode também ser determinado pelo método gráfico de Casagrande.

6.5 Calcular as porcentagens dos materiais que passam nas peneiras de 1,2, 0,6,
0,42, 0,25, 0,15 e 0,075mm, utilizando-se a expressão

Qf = N.(Mh.fc-Mi)/(Mh.fc)
onde:

Qf = porcentagem de material passado em cada peneira;


32
Mh = massa do material úmido submetido ao peneiramento fino ou à sedimentação,
conforme o ensaio tenha sido realizado apenas por peneiramento ou por
combinação de peneiramento e sedimentação, respectivamente;
fc = fator de correção = 100 / (100 + h);
h = umidade higroscópica do material passado na peneira de 2,0 mm;
Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira;
N = porcentagem de material que passa na peneira de 2,0 mm, calculado conforme
indicado em 5.2.

7. RESULTADOS

O resultado final deve ser apresentado graficamente, dispondo-se em abscissas os


diâmetros das partículas, em escala logarítmica, e em ordenadas as porcentagens
das partículas menores do que os diâmetros considerados, em escala aritmética.

Observações: Observando que, na fórmula para o cálculo da percentagem de


partículas em suspensão os valores Ps, N, V, δ e δc são constantes, e chamando (L
– Ld+ r) de Lc (Leitura corrigida ), calcular o fator

Q / Lc = N × δ / (Ps (δ -1))

permitirá uma interessante simplificação na ficha de cálculo, diminuindo a


possibilidade de erro humano, pois esse fator é constante. Mais tarde obteremos Q
apenas multiplicando o fator constante Q/Lc por cada um dos valores Lc.

( r) é a correção devida ao erro de leitura devido ao menisco, e tem por ordem de


grandeza 0,0012. A correção será feita quando as leituras densimétricas no meio
dispersor, durante a calibração, são feitas na base do menisco.

33
34
TABELA DE PENEIRAS:

Tabela de abertura (mm) das peneiras da ASTM (mesh), utilizadas para a granulometria de
solos:

Peneira Abertura
(Mesh) (mm)
- 50,0
- 38,0
- 25,4
- 19,0
- 12,5
- 9,5
4 4,76
10 2,0
16 1,20
20 0,84
30 0,60
40 0,42
50 0,30
60 0,25
80 0,175
100 0,150
140 0,105
200 0,075

Localizado na parte superior Localizado na parte inferior


do gráfico a seguir. do gráfico a seguir.

Observação: Tanto pode utilizar a abertura em Mesh (superior) quanto em milímetros (inferior).
Utilizar a unidade que tiver.

35
Classificação
NBR 6502/1995

36
DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO MÁXIMO DAS PARTÍCULAS PELO NOMOGRAMA
DE CASAGRANDE

A determinação do diâmetro máximo das partículas pela Lei de Stokes pode ser feita
utilizando-se o nomograma elaborado por Casagrande. A figura 7 fornece as indicações
necessárias para sua elaboração e a figura 8 apresenta um nomograma já construído. O
nomograma, constitui uma representação gráfica da Lei de Stokes, e é adaptável a
qualquer densímetro, desde que se tenha feito a correlação entre as alturas de queda e
as leituras do densímetro. Esta correlação pode ser feita no próprio nomograma,
marcando-se contiguamente à escala das alturas de queda as leituras correspondentes
do densímetro, lembrando, porém, que a correlação para as três primeiras leituras,
correspondentes aos tempos de sedimentação de 0, 5, 1 e 2 minutos, é diferente daquela
para as leituras subseqüentes. A chave para a utilização do nomograma está apresentada
na figura 8.

A.3.1.1 Para exemplificar, considerem-se os seguintes dados obtidos em ensaio:


L [ leitura do densímetro ] ............................. 1,028
t [ tempo de sedimentação ] .......................... 4 minutos
T [ temperatura da suspensão ] ..................... 21o C
δ [ massa específica dos grãos do solo ] ........ 2,56 g/cm3

Considere-se ainda que, para o densímetro utilizado no ensaio, as curvas de variação da


altura de queda das partículas sejam aquelas exemplificadas na figura 6.

Para L = 1,028 obtém-se, portanto, a’ = 17 cm.

A seguir, proceder como se segue:

A) ligar os valores 2,56 e 21 , das respectivas escalas δ e T, por uma reta que cortará a
escala A no ponto 11,6;

B) outra reta ligando os valores de 17,0 cm e 4 minutos, das respectivas escalas a e t ,


determinará, na escala V, a velocidade de 0,068 cm/s;

C) uma terceira reta, ligando esse valor ao ponto 11,6 , na escala A, cortará a escala d no
ponto 0,028, que é o diâmetro máximo procurado das partículas em suspensão, para esse
exemplo.

37
38
8 – LIMITES DE ATTERBERG

8.1 LIMITE DE LIQUIDEZ

Referências

NBR 6459 (ABNT) – Determinação do Limite de Liquidez;


NBR 6457 (preparação de amostras);
M4-61 (DER / SP);
ME 122 / 94 (DNER).

Aparelhagem

1. Estufa capaz de manter a temperatura entre 105 oC-110oC e entre 60oC-65oC


(atualmente se prefere 100-105ºC para a primeira faixa);
2. Bacia (almofariz) de porcelana com cerca de 120 mm de diâmetro;
3. Espátula de metal flexível com aproximadamente 80 mm de comprimento e 20 mm de
largura;
4. Aparelho de Casagrande com características e dimensões padronizadas (fig.1);
5. Cinzéis com as características e dimensões padronizadas;
6. Recipientes adequados, tais como pares de vidros de relógios com grampos, ou
cápsulas de alumínio, que evitem perda de umidade da amostra;
7. Balança que permita pesar nominalmente 200 g, com resolução de 0,01 g e
sensibilidade compatível;
8. Gabarito para verificação da altura de queda (1 cm) da concha ;
9. Esfera de aço com 8 mm de diâmetro.

EXECUÇÃO DO ENSAIO

AMOSTRA PARA O ENSAIO:

Geralmente os ensaios para a determinação dos Limites de Liquidez, Plasticidade e


Contração são feitos em conjunto. De uma amostra previamente preparada de acordo
com a norma NBR 6457 (seca ao ar, destorroada, homogênea) deve ser separada por
sucessivas passagens no repartidor de amostras uma quantidade que permita que do
passante na peneira 40 (0,42mm) sejam tomadas 250 gramas, para a execução dos três
ensaios. Para cada ensaio de determinação do LL serão separados cerca de 100 gramas.

AMOSTRA PREPARADA COM SECAGEM PRÉVIA:

1. Colocar a amostra na bacia de porcelana, adicionar água destilada em pequenos


incrementos, amassando e revolvendo vigorosa e continuamente com auxílio da espátula,
de forma a obter uma pasta homogênea, com consistência tal que sejam necessários
cerca de 35 golpes para fechar a ranhura;
O tempo desta primeira homogeneização deve estar entre 15 e 30 minutos sendo o maior
intervalo de tempo para solos mais argilosos;

39
2. Transferir parte da mistura para a concha, moldando-a de forma que na parte central a
espessura seja da ordem de 10 mm, evitando que fiquem bolhas de ar no interior da
mistura;

3. Dividir a massa de solo em duas partes, passando o cinzel através da mesma, de modo
a abrir uma ranhura em sua parte central, normal à articulação da concha, como indicado
na figura (4). O cinzel deve ser deslocando perpendicularmente à superfície da concha;

4. Recolocar, cuidadosamente, a concha no aparelho e golpeá-la contra a base, deixando-


a cair em queda livre, girando a manivela à razão de duas voltas por segundo. Anotar
o número de golpes necessário para que as bordas inferiores da ranhura se unam ao
longo de 13 mm de comprimento, aproximadamente;

5. Transferir, imediatamente uma pequena quantidade do material de junto das bordas


que se uniram para um recipiente adequado para determinação da umidade, conforme
a NBR 6457;

6. Transferir o restante da massa para a bacia de porcelana. Lavar e enxugar (toalha de


papel) a concha e o cinzel;

7. Adicionar água destilada a amostra e homogeneizar durante um a três minutos,


amassando e revolvendo vigorosa e continuamente com auxílio da espátula;

8. Repetir as operações (2) a (6), obtendo o segundo ponto do ensaio;

9. Repetir as operações (7) e (2) a (6) de modo a obter pelo menos mais três pontos do
ensaio, cobrindo o intervalo de 50 a 10 golpes de forma bem distribuída.

CÁLCULOS:

C1. Com os resultados obtidos, construir um gráfico no qual as abscissas (em escala
logarítmica) são os números de golpes e as ordenadas (em escala aritmética) são os
teores de umidade correspondentes e ajustar uma reta pelos pontos assim obtidos;

40
C2. Obter na reta o teor de umidade correspondente a 25 golpes, que é o limite de liquidez
do solo.

LIMITE DE LIQUIDEZ - NBR 6459

Cápsula
N° de Golpes
Massa Bruta Úmida (g)
Massa Bruta Seca (g)
Tara da Cápsula (g)
Massa da Água (g)
Massa do Solo Seco (g)
Umidade (%)

41
8.2 LIMITE DE PLASTICIDADE

O texto a seguir explica os procedimentos pela norma NBR-7180 de 2016 - Solo -


Determinação do Limite de Plasticidade - Método de ensaio.

Referências:

NBR 6457(Preparação de amostras);


NBR 6459 (Limite de Liquidez).

Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio (NBR-7180)

Aparelhagem:

1. Estufa (capaz de manter 60oC - 65 oC e de 100oC-105oC);


2. Bacia (almofariz) de porcelana com cerca de 120 mm de diâmetro;
3. Espátula de lâmina flexível, com aproximadamente 80 mm de comprimento e 20 mm
de largura;
4. Recipientes adequados que evitem perda de umidade da amostra, tais como pares de
vidros de relógio com grampo ou cápsulas com tampa;
5. Balança que permita pesar nominalmente 200 g, com resolução 0,01 g e sensibilidade
compatível;
6. Gabarito cilíndrico para comparação, com 3 mm de diâmetro e cerca de 100 mm. De
comprimento;
7. Dessecador, para resfriamento dos recipientes com amostras já secas, sem absorção
de umidade do ar.
8. Peneira nº 40 (0,42 mm de malha), fundo e tampa;
9. Placa de vidro (30 cm) esmerilhada em um dos lados

AMOSTRA PARA O ENSAIO:

De uma amostra previamente preparada de acordo com a norma NBR 6457 (seca
ao ar, destorroada, homogênea) deve ser separada por sucessivas passagens no
repartidor de amostras uma quantidade que permita que do passante na peneira 40
(0,42mm) sejam tomadas 250 gramas, para a execução dos três ensaios. Para cada
ensaio de determinação do LP serão separados cerca de 100 gramas.

ENSAIO:

1. Colocar a amostra na bacia de porcelana, adicionar água destilada com pequenos


incrementos, amassando de forma a obter uma pasta homogênea, de consistência
plástica.

42
2. Tomar cerca de 10 g da amostra assim preparada e formar com os dedos uma pequena
bola, que deve ser rolada sobre a placa de vidro com pressão suficiente da palma da
mão para lhe dar forma de cilindro (melhor usar os dedos, posicionados de forma
inclinada em relação à direção de movimento da mão);

3. Enquanto a amostra se fragmentar antes de atingir o diâmetro de 3 mm, retorná-la à


bacia de porcelana, adicionar água destilada, homogeneizar durante pelo menos 3
minutos, amassando e revolvendo vigorosa e continuamente com auxílio da espátula e
repetir o procedimento descrito em (2);
4. Quando a moldagem do cilindro com as dimensões mencionadas for conseguida, estará
caracterizado que o solo está no estado plástico. Refazer a esfera e repetir a rolagem
até que haja fragmentação do cilindro com dimensões próximas às do gabarito de
comparação;

5. Transferir imediatamente as partes fragmentadas para um recipiente adequado, para


determinação da umidade pelo método da estufa (NBR 6457);

6. Repetir as operações (2) à (5) para obter pelo menos três valores de umidade que
difiram de sua respectiva média menos que cinco por cento do valor dessa média. Na
prática, obtêm-se cinco ou seis valores, para que haja boa probabilidade de que pelo
menos três valores satisfaçam à esta condição (os que não a satisfaçam são
descartados).

O ensaio deve ser executado em condições ambientais que minimizem a perda de


umidade do material por evaporação, preferencialmente em recinto climatizado.

LIMITE DE PLASTICIDADE - NBR 7180


Cápsula
Massa Bruta Úmida (g)
Massa Bruta Seca (g)
Tara da Cápsula (g)
Massa da Água (g)
Massa do Solo Seco (g)
Umidade (%)
MÉDIA (teor de umidade)
Média  5%
Teor de umidade válido
NOVA MÉDIA
Limite de Plasticidade – LP (%)

ÍNDICE DE PLASTICIDADE (IP):

IP = LL - LP
43
8.3 LIMITE DE CONTRAÇÃO

O Limite de Contração deve ser determinado sempre que o Índice de Plasticidade


for alto. O Grau de Contração indica a tendência de aparecerem fissuras quando sofre
secagem, e em conseqüência sua qualidade para aterro de barragem (permite uma
avaliação dos efeitos negativos dos solos de alto IP). O valor do LC tem pouca utilidade
prática. Mas quando se executa o ensaio, determina-se também o Grau de Contração,
que permite prever e evitar ocorrência de vários acidentes causados por fissuração
causada por secagem em maciços. Seu valor tem forte relação com o da expansão (obtido
no ensaio CBR) de solos argilosos.

REFERÊNCIAS

NBR 7183/82(ABNT), ME087/94(DNER), M7–54T (DER/SP), NBR6457, NBR 6508

APARELHAGEM

1. Bacia de porcelana (12 cm de diâmetro e 5 cm de altura);


2. Espátula com lâmina flexível (8 cm de comprimento);
3. Cápsula circular de porcelana (ou aço inoxidável), de fundo plano, com cerca de
4 cm de diâmetro e 1 cm de altura, que será chamada cápsula de contração (figura
1);
4. Régua de aço de cerca de 30 cm de comprimento;
5. Cuba de vidro de cerca de 5 cm de diâmetro e 2,5 cm de altura;
6. Placa de vidro, com três pinos de metal (dimensões na figura 2);
7. Placa de vidro com aproximadamente as mesmas dimensões de (6);
8. Proveta com 25 cm3 de capacidade, graduada de 0,1 em 0,1 cm3;
9. Balança que permita pesar 100 g, sensível a 0,1 g;
10. Mercúrio em quantidade suficiente para encher a cuba de vidro;
11. Estufa capaz de manter a temperatura entre 105oC e 110oC;
12. Funil de vidro;
13. Luvas de proteção (o mercúrio é cancerígeno).

44
ENSAIO

1. Tomar cerca de 50 g do material que passa na peneira 40 (de uma amostra


homogênea);
2. Determinar o volume da cápsula de contração (V1) enchendo-a de mercúrio,
removendo o excesso por pressão da placa de vidro contra a face superior da cápsula,
e medindo o volume de mercúrio que a encheu, na proveta graduada de 25 cm3;
3. Colocar a amostra na bacia de porcelana e misturar lentamente água suficiente para
saturar o solo, até obter massa fluida, homogênea, facilmente manipulável com a
espátula e sem apresentar inclusão de bolhas de ar;
4. Lubrificar com vaselina ou óleo apropriado as paredes da cápsula de contração, de
modo a impedir aderência do corpo de prova. Colocar no centro da cápsula de
contração aproximadamente 1/3 do volume do solo necessário para enchê-la, batendo-
a, em seguida, de encontro a uma superfície firme, de modo que o solo ocupe todo o
fundo. Repetir por mais duas vezes esta operação, enchendo completamente a cápsula
de contração, de forma a obter uma superfície plana de solo. Em todo o processo
sempre evitar formação de bolhas de ar;
5. Secar ao ar até sensível mudança de tonalidade, deixando depois em estufa a 105oC-
110oC até constância de peso;

Determinar, com aproximação de 0,1g a massa do solo seco contido na cápsula de


contração (M2);

6. Determinar o volume da pastilha seca da seguinte forma:


6.1. Colocar na cápsula de porcelana a cuba de vidro, cheia de mercúrio, removendo o
excesso por aplicação da placa com pinos;
6.2 Retirar a pastilha da cápsula de contração, colocando-a cuidadosamente sobre o
mercúrio, na cuba; fazer pressão com a placa de vidro, de modo que os três pinos
obriguem a pastilha imergir inteiramente no mercúrio, como na figura 2, medindo na
proveta de 25 cm3 o volume de mercúrio deslocado pela pastilha, que deverá ser
anotado como volume de solo seco (V2);

Evite a permanência de ar entre a placa de vidro e a pastilha.

45
RESULTADOS:

LIMITE DE CONTRAÇÃO (LC):


LC = 100. (V2. μágua / M2 - 1 / δ) (%)

Onde:

δ = massa específica dos grãos de solo, obtida conforme a NBR 6508;


μágua = 1,000 g/cm3 (massa específica da água);

GRAU DE CONTRAÇÃO (C)

C = 100 (V1 - V2) / V1 (%)

Onde:

V1= volume inicial do corpo de prova (volume da cápsula de contração);


V2 = volume do corpo de prova após a contração.

Segundo Scheidig, e sem caráter decisivo,

A análise de Scheidig é voltada à aplicação de solos como barragens, mas também


pode ser aplicada à solos em encostas, como taludes de corte ou aterro, em que a
terraplanagem retirou a proteção natural da vegetação.

46
9 – COMPACTAÇÃO DE SOLOS

1. REFERÊNCIAS

NBR-7182 da ABNT; D698-70 e D1557-70 da ASTM; T99-70 e T180-70 da AASHTO.

2. INTRODUÇÃO

Os ensaios laboratoriais de compactação tipo Proctor surgiram da necessidade de


controlar os resultados conseguidos durante os trabalhos de compactação em obra. O
ensaio consiste na compactação de uma amostra de solo num molde, determinando-se o
teor em água e o peso volúmico seco. A repetição deste procedimento para diferentes
quantidades de água adicionadas ao solo permite obter a curva de compactação. O
procedimento de ensaio está normalizado e consta da especificação do LNEC E197-1966.

3. OBJETIVO

Proceder a realização do ensaio de compactação tipo Proctor Normal, com a reutilização


do solo, para a obtenção de sua curva de compactação.

4. EQUIPAMENTOS

Os principais equipamentos são:

Almofariz e mão com borracha; Peneira nº 4 (4,8mm);


Balança;
Molde cilíndrico de 1000cm3, com base e colarinho;
Soquete cilíndrico; Extrator de amostras;
Cápsulas para determinação de umidade;
Estufa;
Régua biselada;

47
5. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

- Toma-se uma certa quantidade de material seco ao ar e faz-se o destorroamento até que
não haja torrões maiores que 4,8mm;
- Peneira-se a amostra na peneira no .4 (4,8mm) e em seguida determina-se sua umidade
higroscópica.

6. PROCEDIMENTO

- Adiciona-se água à amostra até se verificar uma certa consistência. Deve-se atentar para
uma perfeita homogeneização da amostra;
- Compacta-se a amostra no molde cilíndrico em 3 camadas iguais (cada uma cobrindo
aproximadamente um terço do molde), aplicando-se em cada uma delas 25 golpes
distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada, com o soquete caindo de
0,305m;
- Remove-se o colarinho e a base, aplaina-se a superfície do material à altura do molde e
pesa-se o conjunto cilindro + solo úmido compactado;
- Retira-se a amostra do molde com auxílio do extrator, e partindo-a ao meio, coleta-se
uma pequena quantidade para a determinação da umidade;
- Desmancha-se o material compactado até que possa ser passado pela peneira nº
4 (4,8mm), misturando-o em seguida ao restante da amostra inicial (para o caso de reuso
do material);
- Adiciona-se água à amostra homogeneizando-a (normalmente acrecenta-se água numa
quantidade da órdem de 2% da massa original de solo, em peso). Repete-se o processo
pelo menos por mais quatro vezes.

7. CÁLCULOS

- Peso específico úmido:

 = [(Peso Cilindro + Solo Úmido) - (Peso Cilindro)] / (Volume Cilindro)

- Peso específico seco:


γd= (γ.100)/(100 + w)

- Peso específico seco em função do grau de saturação:

γd = (Sr.γs.γw)/(w.γs+Sr.γw)
Sr - Grau de saturação
w - Umidade
γs - Peso específico das partículas sólidas
γw- Peso específico da água.

48
8. RESULTADOS

- Curva de compactação - é obtida marcando-se, em ordenadas, os valores dos pesos


específicos secos (γd) e, em abcissas, os teores de umidade correspondentes (w);
- Peso específico seco máximo (γdmáx) - é a ordenada máxima da curva de compactação;
- Umidade ótima (wot) - é o teor de umidade correspondente ao peso específico máximo;
- Curvas de saturação - relaciona o peso específico seco com a umidade, em função do
grau de saturação.

8. RELATÓRIO E QUESTÕES

- A partir dos dados de ensaios apresentados, traçar a curva de compactação, mostrando


os ramos seco e úmido e determinando o peso específico seco máximo e a umidade ótima;

- Traçar as curvas de saturação a 80% e a 100% e determinar o grau de saturação do


material à umidade ótima;

- Qual a energia de compactação do ensaio em kilojoules por m3?

- Se usássemos um soquete mais pesado e caindo de uma altura maior, em que posição
ficaria a curva de compactação em relação a curva original?

- Quais as fontes de erro desse ensaio?

49
ENSAIO DE COMPACTAÇÃO – PROCTOR NORMAL

Determinação do peso específico seco (solo compactado)

Determinação do teor de Umidade das cápsulas

50
CURVAS DE COMPACTAÇÃO e SATURAÇÃO
s (g/cm3)

w (%)

51
10 – ÍNDICE DE SUPOTE CALIFORNIA (ISC) ou CBR

1. REFERÊNCIAS

NBR-9895/ABNT; D1883-73/ASTM; T193-83/AASHTO.

2. INTRODUÇÃO

O Índice de Suporte Califórnia (ISC ou CBR - California Bearing Ratio) é a relação,


em percentagem, entre a pressão exercida por um pistão de diâmetro padronizado
necessária à penetração no solo até determinado ponto (0,1”e 0,2”) e a pressão
necessária para que o mesmo pistão penetre a mesma quantidade em solo-padrão de
brita graduada. Através do ensaio de CBR é possível conhecer qual será a expansão de
um solo sob um pavimento quando este estiver saturado, e fornece indicações da perda
de resistência do solo com a saturação. Apesar de ter um caráter empírico, o ensaio de
CBR é mundialmente difundido e serve de base para o dimensionamento de pavimentos
flexíveis.

3. EQUIPAMENTOS

São os seguintes os equipamentos utilizados nesse ensaio: Molde cilíndrico grande


com base e colarinho; Prato-base perfurado; Disco espaçador, Prato perfurado com haste
central ajustável; soquete de 4,5kg; Extensômetro mecânico ou transdutor elétrico de
deslocamento; Papel-filtro;Prensa com anel dinamométrico ou com célula de carga
elétrica; Tanque de imersão; Cápsulas para umidade; Estufa; Balança; Peneira de 19mm.

4. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

- Seca-se a amostra ao ar e faz-se a pesagem;


- Destorroa-se a amostra e faz-se o peneiramento na peneira de 19mm;
- Determina-se a umidade higroscópica;
- Adiciona-se água até atingir a umidade prevista para o ensaio (normalmente a
umidade ótima).

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Expansão
- Coloca-se o disco espaçador no cilindro, cobrindo-o com papel filtro;
- Compacta-se o corpo de prova à umidade ótima (05 camadas e 55 golpes do
soquete caindo de 45cm) e, invertendo-se o cilindro, substitui-se o disco espaçador pelo

52
prato perfurado com haste de expansão e pesos. Esse peso ou sobrecarga corresponderá
ao do pavimento e não deverá ser inferior a 4,5kg;
Obs: Entre o prato perfurado e o solo coloca-se outro papel-filtro.
- Imerge-se o cilindro com o corpo de prova e sobrecarga no tanque durante 96
horas, de tal forma que a água banhe o material tanto pelo topo quanto pela base;
- Realizam-se leituras de deformação (expansão ou recalque) com aproximação de
0,01mm a cada 24h (Quadro 1);
- Terminada a “saturação”, deixa-se escorrer a água do corpo de prova durante 15
minutos e pesa-se o cilindro + solo úmido.

QUADRO 1
Tempo Data Hora Leitura no Diferença de
decorrido extensômetro leitura no
(dias) (mm) extensômetro
(mm)
Início
1
2
3
4
Altura inicial do
corpo de prova
(mm)

1. Penetração
- Instala-se o conjunto, molde cilíndrico com corpo de prova e sobrecarga, na
prensa;
- Assenta-se o pistão da prensa na superfície do topo do corpo de prova, zerando-
se em seguida os extensômetros;
- Aplica-se o carregamento com velocidade de 1,27 mm/min, anotando-se a carga
e a penetração a cada 30 segundos até decorridos o tempo de 6 minutos. Quadro 2.

53
QUADRO 2

Tempo Penetração Leitura (mm) Carga (N) Pressão (Mpa)


(min) (mm)
0,5 0,63
1,0 1,27
1,5 1,90
2,0 2,54
2,5 3,17
3,0 3,81
3,5 4,44
4,0 5,08
5,0 6,35
6,0 7,62
7,0 8,89
8,0 10,16
9,0 11,43
10,0 12,70

Área do pistão: _______

6. CÁLCULOS

6.1 Expansão

Para calcular a expansão (%) do solo num dado instante usa-se o quociente:

[(h - hi) / hi] x 100,

onde: (h - hi) - deformação até o instante considerado;


hi- altura inicial do corpo de prova.

6.2 Cálculo do CBR ou ISC

Com os pares de valores da fase de penetração, traça-se o gráfico que relaciona a


pressão, em ordenadas, às penetrações, nas abscissas. Se a curva apresentar ponto de
inflexão, traça-se por ele uma reta seguindo o comportamento da curva, até que intercepte
o eixo das abscissas. Esse ponto de interseção será a nova origem, provocando assim
uma translação no sistema de eixos.

54
Do gráfico obtém-se, por interpolação, as pressões associadas às penetrações de
2,5 e 5,0mm.
Gráfico de correção

55
CBR ou ISC = [(Pressão calculada ou corrigida) / (Pressão padrão)] x100.

Obs: A pressão a ser utilizada será a carga obtida dividida pela área do pistão.

QUADRO 3
Penetração Pressão (MPa) ISC (%)
(mm) Calculada Corrigida Padrão
2,54 6,9
5,08 10,35

7. RESULTADOS

O resultado final para o CBR determinado, será o maior dos dois valores encontrados
correspondentes às penetrações de 2,5 e 5,0mm.

56
57
58
9. RELATÓRIO E QUESTÕES

A partir das informações contidas em ficha anexa, o aluno deverá:


- Determinar as expansões para cada instante;
- Construir a curva pressão x penetração e determinar o CBR (comparar os CBRs
para 2,54 e 5,08 mm);
- Em rodovias, bons subleitos são aqueles que apresentam expansões inferiores a
3%. O presente solo atende esse requisito?

59

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