Estudo de Caso Final Dieto
Estudo de Caso Final Dieto
Estudo de Caso Final Dieto
Departamento de Nutrição
as
Prof : Dra. Kênia Baiocchi e Dra. Nathalia Pizato
Disciplina: Nutrição Clínica e Dietoterapia 1
2.1.Cuidado nutricional………..……………………………………………………..13
3. Conclusão………………………………………………...…………………………….....21
4. Referências bibliográficas.………………….....………………………...……………….23
Anexos………………………………………………………………………………………..2
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GLOSSÁRIO
1. Eupneico: respiração normal;
2. Sedestação: posição sentada;
3. LOTE: lúcido e orientado em tempo e espaço;
4. PA: pressão arterial;
5. FC:frequência cardíaca
6. FR: frequência respiratória
7. SpO2: saturação de oxigênio;
8. EVA: escala visual analógica;
9. MV + s/RA: Murmúrio Vesicular presente sem ruído adventício
10. TVP: trombose venosa periférica.
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escolha do caso era utilizar patologias estudadas durante a disciplina de Nutrição e
Dietoterapia, para que assim os alunos pudessem adquirir conhecimento prático.
1.1.Identificação do paciente
Procedência: Unaí, MG
Queixa principal (QP): Paciente relatou sentir dores em baixo do ventre, apresentando
sangramento nos últimos meses.
História da doença atual (HDA): A paciente foi diagnosticada com câncer de cólon,em
2016, em Unaí-MG. Relatou sentir dores há meses e que utilizava remédios para as dores. E
também apresenta sangramento nas fezes, nos últimos meses. Já foi internada no hospital
geral de Unaí, e nessa internação atual foi eletiva para realizar a colectomia.
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História patológica pregressa (HPP): A paciente relatou ter feito cirurgia de perineoplastia,
possui altos níveis de colesterol (tratada com sinvastatina 20mg), possuindo também
hipertensão (tratada com losartana potássica 50mg e digoxina 0,25mg, caverdilol 3,125mg),
osteoporose, osteopenia, e diabetes (tratada com insulina NHP humana e com insulina regular
humana). A paciente ainda possui prescrição de nove remédios, sendo eles: Losartana
Potássica 50mg, Digoxina 0,25mg comprimido, insulina NPH humana para tratamento de
diabetes tipo 1, Sinvastatina 20mg comprimido, Clonozepam 2mg, dipirona sodica
500mg/ml, Omeprazol 40mg frasco-ampola + diluente 10ml 40mg, Ondansetrona 2mg/ml
4ml (8mg) ampola 2mg/ml e tramadol 50mg/ml 2ml ampola 50mg/ml.
História familiar: Mãe e pai falecidos, a primeira por doença de chagas e o último por
câncer de cólon. A irmã mais nova da paciente também possui neoplasia maligna de cólon.
História social e ambiental: A paciente relatou não ser etilista e tabagista. Possui renda de 3
salários mínimos/habitação, possui quatro filhos e casa própria.
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Exames complementares e específicos do estado nutricional da paciente:
*Na tabela acima, apenas o sódio encontra-se abaixo do recomendado. Isso é explicado
devido ao desequilíbrio eletrolítico na paciente e doenças crônicas como insuficiência
cardíaca.
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Hemoglobina * 11,3 g/dL 12.0 a 16.0 g/dL
VCM 82fL 80 a 90
Terapêutica medicamentosa
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Insulina NPH humana indicado para tratar 10 UI de 12/12 ---
100Ui/ML diabetes mellitus horas
frasco-ampola manha e noite
Sinvastatina 20mg cmp Indicado para reduzir os 1 cmp, VO, noite Suco de
níveis de colesterol toranja
interfere no
metabolismo
deste
medicamento
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estômago
Tramadol 50mg/ml 2ml Indicado para dor 100mg, IV, de 8/8 ---
ampola 50mg/ml intensa e severa horas se houver dor
forte
Além dos pontos destacados, é necessário enfatizar também que de acordo com os
exames complementares os níveis de sódio deram abaixo do que o valor de referência, o que
pode ser explicado por um desequilíbrio eletrolítico que pode estar presente na paciente.
Terapêutica dietética
No período entre os dias 02/06/2019 a 06/06/2019, a paciente recebeu dieta por via
oral de consistência branda com carnes pastosas. Hipossódica, com VET de 1500 Kcal/dia
(30,9 kcal/KgP) e oferta proteica de 72 g/dia (1,5g/KgP). Específica para DM, e fracionada
em 6 refeições diárias, no padrão hospitalar. Sendo essa associada à Terapia Nutricional VO
de caráter hipercalórica e hiperproteica duas vezes ao dia (NutriDrink).
Evolução clínica
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A paciente estava em pré operatório, não sendo possível analisar possíveis
modificações no quadro em que ela se encontrava até a intervenção do problema, que neste
caso será uma cirurgia de retirada do câncer.
O diagnóstico pode ser feito pela colonoscopia ou pelo exame de peça cirúrgica.
Porém a colonoscopia é melhor pois ela abrange todo o intestino grosso além de a remoção
ou biópsia de pólipos que possam estar localizados fora da área de ressecção da lesão
principal (BRASIL,2014). É importante que se tenha um diagnóstico mais precoce, para isso
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é necessário que se defina bem os grupo de risco, para que os grupos de risco médio e alto
consigam fazer a colonoscopia (ASSIS, 2011).
Os principais sintomas são: sangue nas fezes, diarréia e prisão de ventre alternados,
dor ou desconforto abdominal, fraqueza, anemia, perda de peso sem causa aparente, fezes
finas e compridas e massa abdominal. O que dificulta o diagnóstico é porque esses sinais
geralmente não estão associados com o câncer, mas sim com doenças mais comuns
(hemorroidas, verminose, úlcera gástrica, etc.) e então não se investiga a fundo, por isso é
necessário que se vá a um médico quando aparecer um desses sintomas e principalmente se
estes persistirem (INCA,2018).
Para esse tipo de doença a cirurgia é primeiro tratamento, onde irá retirar a parte do
intestino afetada e os gânglios linfáticos, posteriormente realiza-se a radioterapia associada
ou não a quimioterapia para reduzir as chances de um retorno desse tumor. O resultado do
tratamento depende principalmente do tamanho do tumor e se ele se espalhou para outros
órgãos ou não, quanto maior e mais espalhado menor a chance de cura. Por ter um caráter
recidivo é necessário que mantenha acompanhamento com o médico sempre, para prevenir
uma volta ou tumor em outro órgão (INCA,2018).
O tratamento dietético é importante, pois pacientes oncológicos idosos têm uma maior
predisposição a desenvolverem desnutrição, o que prejudica ainda mais o quadro clínico. Por
isso pacientes que são submetidos a tratamento nutricional obtém uma melhor resposta ao
tratamento médico (BRASIL,2016).
A terapia nutricional visa adequar o estado nutricional, evitar caquexia, prevenir perda
de massa magra, ajudar no manejo dos sintomas, melhorar balanço nitrogenado, melhorar a
resposta imune e redução do tempo de internação hospitalar (BRASIL,2016).
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Para escolha da via deve-se analisar se o trato gastrointestinal está funcionando.
Quando escolhido a via oral, é importante ter associação da alimentação com os
complementos e se a ingestão alimentar é menor que 75% das recomendações em até 5 dias.
A terapia nutricional enteral é utilizada quando a via oral não pode ser utilizada e a ingestão
alimentar é menor do que 60% das recomendações em até 5 dias. Por fim, a terapia
nutricional parenteral é usada quando o trato gastrointestinal não está funcionando e nessa
precisa-se de uma atenção maior com o paciente (BRASIL,2016).
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analisada apresentou tais aspectos clínicos, sendo referido mudança nos hábitos alimentares,
como a diminuição em quantidade e variedade de consumo, e além disso constipação, que
possivelmente ocorreu devido ao crescimento do adenocarcinoma e em um momento inicial e
perda de sangue nas fezes também foram referidos pela paciente.
Vários são os fatores de risco associados a essa patologia, como a idade, sendo mais
suscetíveis indivíduos acima de 60 anos, com dieta caracterizada por baixo consumo de frutas
e hortaliças, consumo elevado de gordura animal e presença de vínculo familiar de primeiro
grau com diagnóstico da doença (BRASIL, 2003). Esse fatores estão associados a paciente,
uma vez que a mesma relatou consumir quantidades inferiores de frutas e hortaliças
habitualmente, de fazer uso de gordura suína para o preparo dos alimentos e de possuir pai e
irmã com a mesma patologia, além de apresentar idade superior a 60 anos.
Anamnese alimentar
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hortaliças e frutas, interrompendo o consumo de doces e refrigerantes, mantendo a quantidade
de consumo de sal, gordura suína e açúcar e aumentando a ingestão hídrica para 2L/dia.
Nesse período a paciente relatou evacuações mais frequentes, sendo de quatro vezes por dia,
com consistência endurecida e em pequena quantidade.
Almoço Arroz 30
12:00
Carne moída 25
Sopa 40
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Tabela 1. Análise do Valor Energético Total do recordatório de 24h
Proteínas 44 19,4
Micronutrientes Quantidade
Fibras 7,27g
Cálcio 635,85 mg
Selênio 64,6mcg
Vitamina A 638,8mcg
Vitamina D 7,79mcg
Vitamina C 69,36mg
Vitamina E 7mg
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associados a inibição ou prevenção de câncer de intestino (BRASIL, 2003; FRIEDRICH,
2008).
Tabela 3. Antropometria
Altura 1,43 -
IMC 24 Eutrofia
Peso usual 56 -
Peso ideal 50 -
C. Cintura - -
CB 26 -
PCT 13 -
Avaliação metabólica:
GET= TMB x FA x FI x FT
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GET= 1030 x 1,25 x 1,4 x 1
GET= 1800 kcal
O fator atividade utilizado foi 1,25 pois a paciente estava acamada + móvel, o fator injúria
usado foi 1,4 pois a paciente está com câncer e o fator temperatura usado foi 1, pois a
paciente estava sem febre.
Diagnóstico Nutricional
Figura 1 - Classificação do estado nutricional pela ASPEN.
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2.4 Objetivos e metas da dietoterapia
Objetivos Metas
Melhorar o estado nutricional a fim de Ganho ponderal de 300 g/semana até atingir
reduzir os riscos cirúrgicos peso ideal de 50kg, em 3 semanas.
Água: 2L/dia.
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prognóstico, no entanto, caso a inapetência da mesma continue e não haja aceitação da dieta,
a equipe buscará aumentar o fracionamento da dieta para 8x/dia e utilizar maior concentração
da TNVO na dieta, a fim de suprir as necessidades energético-proteicas da paciente.
Almoço Arroz branco cozido Arroz branco cozido Arroz branco cozido
Peito de frango Carne bovina Frango assado
cozido, temperado cozida, temperada (sobrecoxa),
com azeite de oliva com azeite de oliva temperada com
Batata inglesa Abóbora japonesa azeite de oliva
cozida cozida Cenoura cozida
Beterraba cozida Refresco de caju Refresco de limão
Suco de acerola
Jantar Arroz branco cozido Arroz branco cozido Arroz branco cozido
Carne moída Peito de frango Almôndegas de
refogada, temperada desfiado, temperado carne bovina,
com azeite de oliva com azeite de oliva temperadas com
Cenoura cozida Chuchu cozido azeite de oliva
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Sopa de legumes Sopa de ervilha Abobrinha cozida
Suco de abacaxi Refresco de Sopa de cebola
maracujá Refresco de manga
Calculado UL % RDA
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Ferro 14 mg 45 mg 170%
Fibras 10 g - 47%
Fósforo 1049 mg 3000 mg 150%
Magnésio 233 mg 350 mg 73%
Manganês 3 mg 11 mg 181%
Potássio 2366 mg - 50%
Selênio 72 mcg 400 mcg 130%
Sódio 1826 mg 2300 mg 152%
Zinco 12 mg 40 mg 152%
Vitamina A 971 mcg 3000 mcg 139%
Vitamina B1 1 mg ND 125%
Vitamina B2 2 mg ND 182%
Vitamina B3 15 mg 35 mg 107%
Vitamina B6 2 mg 100 mg 110%
Vitamina B9 241 mcg 1000 mcg 60%
Vitamina B12 4 mcg ND 164%
Vitamina C 966 mg 2000 mcg 1287%
Vitamina D 11 mcg 100 mcg 53%
Vitamina E 12 mg 1000 mg 83%
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Da mesma maneira, o aporte de potássio e ácido fólico não são prioridades no
momento para a paciente e sua presença está ≥ 50% da RDA, de forma que não apresenta
grande inadequação. A vitamina D, por possuir produção endógena, tem por característica ser
mais ativa através da exposição solar do que ingerida na forma alimentar.
Por fim, o aporte de todos esses micronutrientes será de suma importância na melhora
do estado nutricional da paciente em questão.
- Tente não pular as refeições, mesmo que não tenha tanto apetite. Nessas situações, dê
preferência para alimentos fáceis de mastigar, como mingau, sopas e vitaminas;
- No momento de se alimentar, esteja preferencialmente sentada;
- Coma em companhia;
- Dê preferência a doces e açúcares na versão diet;
- Opte por temperar seus alimentos com temperos naturais, como ervas, limão, alho,
orégano, cebola;
- Não deixe de consumir leite e seus derivados;
- Não deixe de beber água.
3. Conclusão
Sabe-se que a alimentação está diretamente relacionada tanto com a prevenção quanto
ao tratamento do câncer. Visto que existem grupos de alimentos que são fatores de risco para
o desenvolvimento do mesmo.
Pacientes com câncer possuem o estado nutricional debilitado, portanto vão ter uma
pior resposta ao tratamento. Dessa forma, é importante ver a nutrição como um fator
importante não para prevenir necessariamente um tumor que a depender do indivíduo já pode
estar presente no seu código genético, mas para postergar o aparecimento do mesmo em
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alguns casos.
A paciente tem caso de câncer de cólon na família, mas vale ressaltar que esse tipo de
câncer no intestino tem uma evolução lenta, isso explica o fato de que a paciente é idosa, e só
houve o surgimento do tumor há três anos, mas não necessariamente quer dizer que ela tinha
predisposição genética a esse câncer.
Portanto, o mais importante para a paciente nesse momento é melhorar o estado
nutricional para ela fazer frente à cirurgia, visto que ela possui um prognóstico reservado ao
observar a idade, a desnutrição e a doença grave que ela possui.
Dessa forma, é importante trabalhar com a densidade calórica, ou seja, diminuir o
volume e dar um bom aporte protéico-calórico. Sendo que o principal intuito é melhorar a
aceitação da paciente, para conseguir lidar com a inapetência, e conseguir responder melhor
ao tratamento.
4. Referências bibliográficas
22
ASSIS, R.V.B.F. Rastreamento e Vigilância do Câncer Colorretal: Guidelines Mundiais.
GED gastroenterol. endosc.dig, 2011. Disponível em:
http://files.bvs.br/upload/S/0101-7772/2011/v30n2/a2916.pdf. Acesso em: 1 de julho de
2019.
Guia de nutrição para pacientes e cuidadores: orientações aos pacientes/ Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva - 3ª ed. - Rio de Janeiro: Inca, 2015.
23
SILVA, E.J.; FREIRE, D.; SOUZA, Y.; ALMEIDA, E.Câncer de Cólon: Como
Diagnosticá-lo? Trabalho Prospectivo. Rev bras Coloproct, 2007. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbc/v27n1/a03v27n1.pdf. Acesso em: 03 de julho de 2019.
Anexos
Anexo A
Abacate 45g
Nutridrink 52,5g
24
Azeite de Oliva 8g
Nutridrink 52,5g
Azeite de Oliva 8g
25
Selênio 79 mcg Vitamina C 2537 mg
Anexo B
Nutridrink 52,5g
Azeite de Oliva 7g
Goiaba 40g
Nutridrink 52,5g
26
Jantar Arroz branco cozido 30g
19:00
Peito de frango desfiado 30g
Azeite de oliva 7g
Anexo C
27
Desjejum Pão de forma 42g
06:00
Muçarela 20g
Café 150g
Nutridrink 52,5g
28
Micronutriente Quantidade Micronutriente Quantidade
29