PORTARIA NORMATIVA N.

/PGF/AGU, DE DE DE 2024

Regulamenta o processo de seleção para autorização

de teletrabalho aos membros da carreira de
Procurador Federal nos órgãos de exercício da
Procuradoria-Geral Federal, em atendimento às
disposições da Portaria Normativa AGU nº 125, de 30
de janeiro de 2024.

A PROCURADORA-GERAL FEDERAL, no uso das atribuições que lhe

confere o art. 11, § 2º, incisos I e VIII, da Lei nº 10.480, de 2 de julho de 2002, e tendo
em vista o disposto no art. 7º da Portaria Normativa AGU nº 125, de 30 de janeiro de
2024, e de acordo com o que consta do processo administrativo nº 00407.045425/2024-
51,

RESOLVE:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta portaria normativa regulamenta o processo de seleção para

autorização de teletrabalho aos membros da carreira de Procurador Federal nos órgãos
de exercício da Procuradoria-Geral Federal.
Art. 2º O Procurador Federal em teletrabalho fica dispensado da
atribuição de atividades presenciais, ou seja, aquelas que exigem sua presença física nas
instalações de seu órgão de exercício ou de outros órgãos públicos, para a realização de
atos de representação, defesa judicial ou extrajudicial, consultoria e assessoramento
jurídico das autarquias e fundações públicas federais.
Art. 3º A adesão ao teletrabalho é facultativa e deve atender a critérios
de conveniência e oportunidade, não implica alteração de lotação, exercício e atuação,
e não gera direito adquirido à permanência em tal modalidade.

CAPÍTULO II
DO PROCESSO DE SELEÇÃO

Seção I
Dos órgãos de direção
 Art. 4° O número de vagas oferecidas para teletrabalho nos órgãos de
direção e no Gabinete da Procuradoria-Geral Federal será definido pelo Subprocurador-
Geral Federal, respeitado o limite máximo de:
I - 20% (vinte por cento) do número de membros em exercício nos órgãos
de direção responsáveis pelas atividades de consultoria e assessoramento jurídico; e
II - 40% (quarenta por cento) do número de membros em exercício
nos órgãos de direção, quando destacados para:
a) núcleo responsável por atividade contenciosa ou extrajudicial;
b) Equipe Nacional de Licitações e Contratos (ELIC); e
c) Equipe Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação (ECT&I).
Parágrafo único. Definido o quantitativo de vagas, o Subprocurador-
Geral Federal iniciará o processo de seleção.

Seção II
Das Procuradorias Federais junto às autarquias e fundações públicas federais

Art. 5° O número de vagas oferecidas para teletrabalho nas

Procuradorias Federais junto às autarquias e fundações públicas federais será definido
pelos respectivos Procuradores-Chefes, respeitado o limite máximo de 20% (vinte por
cento) do total de membros em exercício.
§ 1º Para o cálculo do número de membros em exercício, serão
considerados os Procuradores Federais em atuação nas unidades descentralizadas.
§ 2º Na hipótese do §1º do caput, o teletrabalho não será autorizado ou
mantido se houver apenas um Procurador Federal em exercício na unidade
descentralizada.
§ 3º Definido o quantitativo de vagas, o Procurador-Chefe iniciará o
processo de seleção.

Seção III
Das Procuradorias Regionais Federais e órgãos de execução vinculados

Art. 6º O número de vagas oferecidas para teletrabalho será definido

pelos Procuradores Regionais Federais para todos os órgãos de contencioso da
Procuradoria-Geral Federal vinculados à respectiva Procuradoria Regional Federal.
§ 1º O número de vagas deverá respeitar o limite máximo de 40%
(quarenta por cento) dos membros em exercício em cada órgão de contencioso,
realizado o cálculo separadamente para cada unidade de exercício.
 § 2º Para o cálculo do número de membros em exercício, serão
considerados os Procuradores Federais em exercício nos respectivos Escritórios
Avançados.
§ 3º Na hipótese do §2º do caput, o teletrabalho não será autorizado ou
mantido se houver apenas um Procurador Federal em exercício no Escritório Avançado.
§ 4º Definido o quantitativo de vagas, o Procurador Regional Federal
iniciará o processo de seleção no âmbito de cada um dos órgãos de execução de sua
região.
§ 5º A competência prevista no § 3º do caput poderá ser delegada aos
Procuradores-Chefes das Procuradorias Federais nos Estados e aos Procuradores
Seccionais Federais.

Seção IV
Disposições comuns relacionadas aos processos de seleção

Art. 7º Para os fins desta Portaria, considera-se exercício territorial

mínimo o número de Procuradores Federais em exercício na unidade no momento da
publicação do edital, computando-se os Procuradores Federais autorizados ao
teletrabalho com fundamento no art. 4º, § 1º da Portaria Normativa AGU nº 125, de
2024.
§ 1º O cálculo do percentual para cada órgão de direção ou de execução
não abrangerá os membros integrantes das Equipes Nacionais referidas no art. 4º, inciso
II, alíneas “b” e “c”.
§ 2º Os Procuradores Federais que cumprirem o disposto no art. 4º, §§
1º e 2º da Portaria Normativa AGU nº 125, de 30 de janeiro de 2024, terão sua
autorização para teletrabalho concedida independentemente da disponibilidade de
vaga nos seus respectivos órgãos de direção ou execução.
§ 4º Sempre que a aplicação dos percentuais previstos neste capítulo
resultar em número fracionado, esse será aumentado para o primeiro número inteiro
subsequente, em caso de fração superior a 0,5 (cinco décimos), ou diminuído para o
número inteiro imediatamente inferior, em caso de fração igual ou inferior a 0,5 (cinco
décimos).
Art. 8º O processo de seleção para autorização de teletrabalho de que
trata a Portaria Normativa AGU nº 125, de 30 de janeiro de 2024 será efetivado
ordinariamente a cada dois anos, iniciando-se em novembro e efetivando-se em 1º de
janeiro do ano seguinte.
Art. 9º. O processo de seleção para autorização de teletrabalho iniciará
com a publicação de edital no Boletim de Serviço Eletrônico da AGU que definirá:
I - o número de vagas disponíveis;
II - o prazo de cinco dias úteis para a manifestação dos interessados;
III - o prazo para publicação do resultado preliminar;
 IV - o prazo de três dias úteis para interposição de recurso ou pedido de
reconsideração; e
V - o prazo ou data para publicação do resultado definitivo.
§ 1º Os prazos de que trata este artigo iniciar-se-ão com a publicação
dos editais no Boletim de Serviço Eletrônico da AGU.
§ 2º Os Procuradores Federais integrantes das equipes referidas no art.
4º, inciso II, alíneas “b” e “c” concorrerão às vagas disponibilizadas no âmbito da
respectiva equipe.
§ 3º Os editais de seleção observarão os modelos nacionais
disponibilizados nos Sistema AGU de Inteligência Jurídica – SAPIENS.
§ 4º Os resultados preliminar e definitivo da seleção serão publicados em
Boletim de Serviço Eletrônico da AGU.
Art. 10. A classificação no processo de seleção para o teletrabalho
resultará da soma da pontuação total obtida pelo Procurador Federal, observados os
seguintes critérios:
I - exercício do cargo de Procuradora-Geral Federal: oito pontos, a cada
ano completo e ininterrupto;
II - exercício de Cargos Comissionados Executivos (CCE) ou Funções
Comissionadas Executivas (FCE) de nível 16 ou 17 em órgãos da Procuradoria-Geral
Federal: sete pontos, a cada ano completo e ininterrupto;
III - seis pontos, a cada ano completo e ininterrupto para o exercício de:
a) Cargo Comissionado Executivo (CCE) ou Função Comissionada
Executiva (FCE) de nível 15;
b) cargo de Procurador-Chefe em autarquia ou fundação pública federal,
independentemente do nível; e
c) cargo de Chefe de Gabinete da Procuradora-Geral Federal;
IV - exercício de Cargos Comissionados Executivos (CCE) ou Funções
Comissionadas Executivas (FCE) de níveis 13 e 14 em órgãos da Procuradoria-Geral
Federal: cinco pontos, a cada ano completo e ininterrupto;
V - exercício de Cargos Comissionados Executivos (CCE) ou Funções
Comissionadas Executivas (FCE) de níveis 10 a 12 em órgãos da Procuradoria-Geral
Federal: quatro pontos, a cada ano completo e ininterrupto;
VI - três pontos, a cada ano completo e ininterrupto para o exercício de:
a) Cargo Comissionado Executivo (CCE) ou Função Comissionada
Executiva (FCE) de nível 7;
b) encargo de responsável por equipes desterritorializadas de
abrangência nacional;
c) encargo de responsável pelas matérias de Cobrança e Recuperação de
Créditos, Administrativa, Finalística ou Previdenciária nas Procuradorias Regionais
Federais;
 d) encargo de responsável pelo gabinete das Procuradorias Regionais
Federais; e
e) encargo de responsável pelo Núcleo de Gerenciamento de Atuação
Prioritária;
VII- dois pontos, a cada ano completo e ininterrupto para o exercício de:
a) encargo de responsável por equipes regionais desterritorializadas de
Benefício por Incapacidade, de Segurados Especiais e Assistência Social, de Tempo
Especial, Ações Revisionais e Segurados Urbanos, de Cumprimento de Sentença
Previdenciária e de Tribunais; e
b) exercício do encargo de responsável por núcleos internos das equipes
desterritorializadas de abrangência nacional ou regional, exceto das equipes de matéria
previdenciária;
VIII - um ponto, a cada ano completo e ininterrupto para o exercício de:
a) encargo de responsável por núcleos internos das equipes
desterritorializadas de matéria previdenciária;
b) exercício de cargo ou encargo de Procurador Seccional Federal;
c) desempenho da atividade de Gerente Estratégico de Contencioso; e
d) integrante de núcleo de atuação prioritária;
IX - participação em projetos classificados como estratégicos pela
Procuradoria-Geral Federal ou pelas Procuradorias Regionais Federais, com pontuação
definida no edital de seleção: limitado a um ponto no total por ano;
X - conclusão de ações de capacitação, oferecidas pela Escola da
Advocacia-Geral da União, ou participação como instrutor dessas ações, sem
recebimento de gratificação, desde que expressamente reconhecidas como elegíveis
para pontuação no processo de seleção ao teletrabalho, mediante ato da Procuradora-
Geral Federal: 0,25 (zero vírgula vinte e cinco) ponto a cada capacitação concluída ou
participação comprovada, limitados a um ponto no total por ano; e
XI - conclusão da Pós-Graduação Lato Sensu oferecida pela Escola da
Advocacia-Geral da União: um ponto.
§ 1º A pontuação será atribuída com base no desempenho de funções,
encargos ou projetos no âmbito da Procuradoria-Geral Federal, nos dez anos
imediatamente anteriores à publicação do edital de seleção.
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo aos ocupantes de Cargos
Comissionados Executivos (CCE) ou Funções Comissionadas Executivas (FCE) ou
equivalentes de autarquias e fundações públicas federais, desde que em exercício
efetivo em Procuradoria Federal.
§ 3º Os substitutos dos cargos, funções ou encargos mencionados nos
incisos I a VIII do caput terão a pontuação reduzida à metade.
§ 4º É vedada a acumulação decorrente do exercício simultâneo dos
cargos, funções ou encargos previstos nos incisos I a VIII do caput, incluindo os casos de
substituição.
 § 5º Em caso de empate serão considerados os seguintes critérios
sequencialmente:
I - antiguidade na carreira; e
II - idade.
Art. 11. Na hipótese de existência de vaga fora do período de seleção
especificado art. 8º caput, caberá às autoridades descritas nos arts. 4º, 5º e 6º decidir
pela:
I - extinção da respectiva vaga, até que haja novo processo de seleção;
II - convocação do primeiro classificado não atendido em processo de
seleção cujo resultado definitivo tenha sido divulgado há menos de um ano; ou
III - abertura de novo processo de seleção.
Parágrafo único. O selecionado manterá sua autorização para
teletrabalho até o final do prazo do edital anterior.
Art. 12. Eventual revisão do quantitativo de Procuradores Federais no
respectivo órgão de exercício não implicará desligamento automático do teletrabalho
durante o prazo inicialmente autorizado, observando-se o art. 10, inciso I, da Portaria
Normativa AGU nº 125, de 30 de janeiro de 2024 .

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 13. É vedada a adesão ao teletrabalho dos Procuradores Federais nas

hipóteses do art. 6º da Portaria Normativa AGU nº 125, de 30 de janeiro de 2024.
Art. 14. É dever do Procurador Federal em teletrabalho, além de observar
o disposto nos artigos 8º e 9º da Portaria Normativa AGU nº 125, de 30 de janeiro de
2024, atender às convocações para a participação em eventos presenciais, tais como
reuniões técnicas, congressos, fóruns temáticos ou capacitações.
Parágrafo único. O Procurador Federal poderá ser acionado fora do
horário de funcionamento da Advocacia-Geral da União, excepcionalmente, por
necessidade do serviço.
Art. 15. Até que seja desenvolvido o sistema para processamento e
monitoramento dos processos de seleção para autorização de teletrabalho de que trata
o art. 13 da Portaria Normativa AGU nº 125, de 30 de janeiro de 2024, competirá ao
Departamento de Gestão e Cálculos da Procuradoria-Geral Federal disponibilizar
ambiente eletrônico próprio, bem como monitorar o preenchimento dos dados
relacionados ao teletrabalho.
Art. 16. Os Procuradores Federais que estão em teletrabalho na data da
publicação desta Portaria Normativa, terão suas autorizações revogadas em 31 de
dezembro de 2024.
 Parágrafo único. A autorização para o teletrabalho concedida em regime
anterior não obsta a concessão de nova autorização.
Art. 17. Concluído o processo seletivo e implementado o teletrabalho de
que trata esta Portaria Normativa, os órgãos de direção e execução da Procuradoria-
Geral Federal definirão mensalmente o quantitativo de Procuradores Federais com
presença física nas dependências das unidades para garantir participação diária mínima
de:
I - 70% (setenta por cento) dos membros em exercício que não estão em
teletrabalho nos órgãos de direção responsáveis pelas atividades de consultoria e
assessoramento jurídico ou nas Procuradorias Federais junto às autarquias e fundações
públicas federais; e
II - 40% (quarenta por cento) dos membros em exercício que não estão
em teletrabalho nos órgãos de direção e execução, quando destacados para núcleo
responsável por atividade contenciosa ou extrajudicial.
§ 1º A definição mensal de que trata este artigo será formalizada por
cada órgão de direção e de execução da Procuradoria-Geral Federal, até o dia vinte do
mês antecedente, em processo administrativo criado no Sistema AGU de Inteligência
Jurídica - SAPIENS para essa finalidade, no qual será inserida lista nominal que deve ser
integrada por todos os membros em exercício na unidade que não estão em
teletrabalho.
§ 2º O órgão de direção ou de execução da Procuradoria-Geral Federal
abrirá tarefa de ciência para todos os Procuradores Federais constantes da lista nominal
de presença física, que providenciarão a juntada de autodeclaração de cumprimento
mensal da presença física em formulário próprio.
§ 3º Os Procuradores Federais com atuação nas equipes referidas no art.
4º, inciso II, alíneas “b” e “c” e que não estão em teletrabalho serão incluídos na
definição de presença física das suas respectivas unidades de exercício.
§ 4º O Procurador Federal que ocupa cargo ou função comissionado cuja
localização tenha sido alterada no Sistema de Organização e Inovação do Governo
Federal – SIORG, e que não está em teletrabalho será incluído na definição de presença
física da unidade para a qual a localização foi alterada.
§ 5º Os dados da definição mensal deverão ser inseridos em ferramenta
virtual disponibilizada pela Secretaria de Governança e Gestão Estratégica, conforme
disposto no art. 5º, §6º da Portaria Normativa AGU nº 125, de 30 de janeiro de 2024.
§ 6º O Procurador Federal que não estiver em teletrabalho deverá
comparecer presencialmente sempre que convocado, independente de compor a lista
nominal de presença diária mínima.
Art. 18. Os casos omissos serão dirimidos pelo Subprocurador-Geral
Federal.
Art. 19. Fica revogada a Portaria Normativa PGF nº 4, de 8 de junho de
2021.
 Art. 20. Esta portaria normativa entra em vigor em 1º de novembro de
2024.

ADRIANA MAIA VENTURINI