Introdução Ao Direito Penal
Introdução Ao Direito Penal
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do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
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CÓDIGO:
240222554429
THIAGO PACHECO
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Direito Penal
Introdução ao Direito Penal: Conceito, Características e Funções
Thiago Pacheco
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Introdução ao Direito Penal: Conceito, Características e Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Introdução ao Tema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2. Conceito de Direito Penal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3. Direito Penal x Direito Criminal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4. Características do Direito Penal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5. Funções do Direito Penal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.1. Proteção de Bens Jurídicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5.2. Instrumento de Controle Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5.3. Garantia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5.4. Função Ético-Social do Direito Penal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5.5. Função Simbólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5.6. Função Motivadora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5.7. Função de Redução da Violência Estatal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5.8. Função Promocional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
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Thiago Pacheco
APRESENTAÇÃO
Opa!!!
Como vão as coisas?
Tudo certinho?
Espero que esteja tudo bem!
Preparado(a) para mais um conteúdo?
Aqui fala (ou escreve né! Rs) seu professor Thiago Pacheco, Delegado de Polícia em
Minas Gerais, formado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, pós-graduado
e especialista em Direito Penal, Direito Processual Penal e Direito Público e mestre em
Administração Pública.
Sou professor universitário e coordenador de algumas pós-graduações em Minas Gerais
e leciono em cursos preparatórios pelo Brasil afora, inclusive aqui no GRAN.
Eu sempre gosto de registrar minha alegria em estar aqui escrevendo mais uma aula
digital para você atingir o sucesso na carreira pública que tanto almeja.
Estaria aqui até de graça, acredite!
Mas sou muito bem pago para te entregar conteúdo de qualidade. Ensinar é o meu
propósito e o que eu mais gosto de fazer nesse mundo.
E registrando, ainda, que nos últimos 15 anos, eu atuo na preparação para concursos
como professor, escritor, mentor e palestrante, e tenho certeza de que minha experiência
vai te ajudar nesta caminhada.
Pode me cobrar isso viu!
Aliás, qualquer dúvida na matéria, ou mesmo de caráter pessoal, pode me chamar
no Instagram @delegadothiagopacheco ou me visitar no meu blog pessoal (https://
planodeaprovacao.com.br) que eu terei o maior prazer em te ajudar.
Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te entregar mais um conteúdo na sua mão.
Como eu sempre falo, tudo mastigado, bem direto ao ponto e, principalmente, no
formato mais favorável à sua aprendizagem permanente.
Por isso deixo várias questões de concurso comentadas disponibilizadas ao final da aula.
São questões retiradas de provas realizadas pelas bancas tradicionais, de modo geral. E,
se for preciso, eu ainda finalizo com algumas questões redigidas por mim mesmo, com a
finalidade de preencher todo o conteúdo da matéria.
Assim, sua revisão por questões fica completíssima.
Mas antes mesmo das questões, logo após finalizar o conteúdo teórico, eu deixo um
resumo bem compacto, mas completo, de toda a aula para, também, facilitar sua revisão.
As referências bibliográficas estarão presentes ao final dessa aula digital. Diante disso,
você terá um suporte caso queira se aprofundar nos estudos ou adiantar as próximas fases
do seu concurso.
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Thiago Pacheco
Mas eu insisto, este material é completo e, ao mesmo tempo, direto ao ponto. Quanto
menos doutrina você pegar para ler, mais tempo ganha estudando de forma direcionada.
Então, doutrina é para ser usada pontualmente, de forma excepcional, somente naquelas
dúvidas que você realmente não deu conta de tirar aqui comigo.
Para evitar de você ter que ficar abrindo vade-mécum ou procurando legislação no
site do planalto ou similares, eu sempre faço a transcrição da lei seca quando necessário,
porém, destacando apenas aquilo que for importante no tema da aula.
Mas você sabe que não basta o conhecimento da legislação. Conhecimento doutrinário
e jurisprudencial são essenciais!
Mas fica tranquilo, tudo o que você vai precisar está aqui: teoria, jurisprudência, questões,
resumo etc.
Espero que você goste do que vamos estudar neste material.
E, para finalizar, estou esperando suas dúvidas no Fórum do aluno! Qualquer dúvida que
você tiver, por favor, não deixe de acionar nosso Fórum.
Estude da forma correta. APRENDIZAGEM ACELERADA é o segredo da aprovação rápida.
Me siga também nas redes sociais e no portal para estreitarmos a relação.
Vamos começar então?
@delegadothiagopacheco
https://planodeaprovacao.com.br
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1. INTRODUÇÃO AO TEMA
Neste primeiro capítulo introdutório, iniciaremos nossa jornada pelo vasto campo do
Direito Penal, explorando seus conceitos fundamentais, suas características distintivas e
suas diversas funções na sociedade contemporânea.
O Direito Penal, também conhecido como Direito Criminal, é um dos ramos mais
emblemáticos e essenciais do ordenamento jurídico de qualquer nação.
Em sua essência, o Direito Penal trata das normas que regulam o comportamento
humano em sociedade, estabelecendo o que é considerado crime, as consequências legais
para quem o comete e os meios para aplicação das sanções correspondentes.
Para compreender plenamente o Direito Penal, é crucial entender suas características
distintivas como ciência sob o aspecto de uma CIÊNCIA CULTURAL, NORMATIVA VALORATIVA
E FINALISTA.
Será objeto dessa aula/PDF, além do conceito em si e suas características, as funções
do Direito Penal, ou seja, o papel que este desempenha na sociedade, como, forma de
controle social, ou seja, a ferramenta limitadora do dever de punir do Estado isso como
FUNÇÃO MEDIATA.
Contudo, cabe também como objeto de análise, a visão de uma FUNÇÃO IMEDIATA,
para a qual há duas visões distintas.
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Por ser um ramo do Direito Público e pelo fato do poder punitivo ser concedido com
exclusividade ao Estado, devemos lembrar que, na ocorrência de qualquer infração penal,
seja crime ou contravenção penal, o Estado é considerado o sujeito passivo ao lado do
titular do bem jurídico violado.
Conforme o exposto até aqui, o Direito Penal é, primordialmente, uma disciplina científica.
De acordo com Aníbal Bruno, consiste no conjunto de princípios e leis destinados a
combater a criminalidade, mediante a imposição de sanção penal:
Nestes termos, afirma o autor:
O conjunto das normas jurídicas que regulam a atuação estatal nesse combate contra o crime,
através de medidas aplicadas aos criminosos, é o Direito Penal. Nele se definem os fatos puníveis
e se cominam as respectivas sanções – os dois grupos dos seus componentes essenciais, tipos
penais e sanções. É um Direito que se distingue entre outros pela gravidade das sanções que
impõe e a severidade de sua estrutura, bem definida e rigorosamente delimitada (Bruno, 1967,
p. 11-12).
EXEMPLO
Derrogação: adultério e sedução deixaram de ser crimes (abolitio criminis).
Restringir o alcance: esta atividade é exercida, de modo geral, pelo STF).
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Thiago Pacheco
Parte da doutrina argumenta que a designação Direito Penal seria inadequada, uma
vez que não abarca a medida de segurança, uma das formas de sanção penal. Assim, seria
mais apropriado utilizar o termo Direito Criminal, que é mais abrangente por enfatizar o
crime em si, e não apenas a pena. Essa preferência já foi adotada no ordenamento jurídico
brasileiro, no Código Criminal do Império de 1830, para ser mais exato.
Contudo, na visão da doutrina majoritária, como crime e pena estão intimamente
relacionados, ambas as denominações são aceitáveis. O fato de se usar uma ou outra não
prejudica a sua essência que busca controle e punição.
É claro que a preferência pelo termo Direito Penal é evidente, não apenas no Brasil, mas
também em outros países.
Atualmente, é mais adequado (e não necessário) utilizar o termo Direito Penal, visto que
o Código Penal em vigor é regulamentado pelo Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (modalidade normativa já extinta do ordenamento jurídico brasileiro), recepcionado
pela Constituição Federal de 1988 como lei ordinária.
Conforme disposto por Basileu Garcia (1975, p. 7-8):
É uma razão prática que nos leva a seguir o critério dominante. Possuímos um Código Penal,
não um Código Criminal. Portanto, para o título da matéria, deve ser aceito o sugerido pela lei
positiva.
Além disso, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 22, inciso I, utiliza a expressão
Direito Penal.
É importante ressaltar que a legislação penal brasileira não se limita apenas ao Código Penal.
O estatuto mais significativo em vigor é o Código Penal (Decreto-lei n. 2.848/1940,
cuja parte geral foi completamente alterada pela Lei n. 7.209/1984). No entanto, existem
numerosas leis especiais que compõem nossa legislação penal, como a Lei das Contravenções
Penais (Decreto-Lei n. 3.688/1941), o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003), a
Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006, a Lei de Tóxicos (Lei n. 11.343/2006), entre outras.
O Direito Penal, por meio das penas, é uma forma de violência que se considera justa e
necessária em relação aos delitos que visa regular e combater.
É uma faca de dois gumes, pois implica em lesão aos bens jurídicos para protegê-los.
Assim, o Direito Penal é uma forma de violência a serviço do controle da violência, que visa
proteger os bens jurídicos mais importantes para a convivência em sociedade.
No entanto, é importante destacar que essa forma de violência não é injusta nem grave
para o infrator, uma vez que a repressão do Estado é um ato público com o objetivo de
prevenir novos delitos.
Portanto, o Direito Penal não se resume apenas à execução de penas e à prevenção
de novos crimes, mas também é uma forma de limitar o poder do Estado na punição e
determinar até que ponto ele pode aplicar as punições.
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4. CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
Segundo o renomado penalista, Edgar Magalhães Noronha, o Direito Penal é caracterizado
por ser uma disciplina analisada como ciência cultural, normativa, valorativa e finalista.
Contudo, a doutrina vai além, nos trazendo outras formas de análise que vão além das
quatro anteriores.
• Ciência Cultural
• Ciência Normativa
O Direito Penal pode ser visto como uma ciência normativa, uma vez que seu objeto de
estudo é a norma, que possui regras e princípios como componentes essenciais.
Ou seja, o Direito Penal é caracterizado como normativo, uma vez que consiste em um
conjunto de normas jurídicas, incluindo princípios e regras, que estabelecem as infrações
de cunho penal e suas respectivas consequências jurídicas, como penas ou medidas de
segurança.
• Ciência Valorativa
O Direito Penal é uma ciência valorativa, pois possui uma escala própria de valores para
avaliar os fatos que são submetidos a ele. Em outras palavras, o Direito Penal é considerado
valorativo pois a proibição legislativa de certos comportamentos, através das normas
penais, implica em uma avaliação negativa que resulta na criminalização dessas condutas.
Isso envolve mandamentos e proibições relacionados a bens jurídicos específicos, que
determinam o que constitui um ato ilícito penal e as consequências para tais comportamentos
desviados, estabelecendo o desvalor de certas ações e seus resultados.
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• Ciência Finalista
Apesar de não se confundir com o finalismo penal do sistema clássico, o Direito Penal é
considerado uma ciência finalista devido à sua finalidade prática e não apenas acadêmica.
De acordo com a visão de Claus Roxin, a finalidade do Direito Penal é a proteção de bens
jurídicos.
EXEMPLO
Enquanto o Direito Civil estabelece a posse e a propriedade, o Direito Penal é empregado para
sancionar condutas que afetem esses bens jurídicos, como no caso do furto. Em situações
excepcionais, o Direito Penal cria institutos jurídicos que não existem em outros ramos do
direito, como é o caso do sursis.
• Ciência Sancionadora
O Direito Penal é sancionador, não constitutivo, pois a antijuridicidade do injusto é única
e abrange todo o ordenamento jurídico, indo além da esfera penal para abranger o direito
como um todo.
Assim, o Direito Penal não cria bens jurídicos, mas adiciona proteção a bens que já são
protegidos por outros ramos do direito, por meio da sanção àqueles que violarem o bem
jurídico protegido.
• Ciência Instrumental
O Direito Penal é instrumental, pois foi estabelecido com um propósito específico:
proteger bens jurídicos.
• Ciência Fragmentária
O Direito Penal é fragmentário, aplicando-se apenas a uma pequena parcela dos
fatos ilícitos, pois sua utilização é reservada para lesões mais graves aos bens jurídicos
mais importantes.
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• Ciência Subsidiária
• Ciência Garantista
Por fim, o Direito Penal é garantista, pois suas normas estabelecem um sistema que
protege o cidadão contra o poder punitivo, exigindo uma série de condições para sua
aplicação.
Assim, o Direito Penal não apenas controla o comportamento social, mas também
desempenha um papel de proteção e garantia dos direitos individuais, mesmo que sua
intervenção possa implicar na restrição de direitos constitucionais do indivíduo.
Segundo o Professor Cezar Roberto Bitencourt, o Direito Penal é uma das esferas mais
sensíveis e essenciais do ordenamento jurídico, regendo as interações entre os indivíduos
na sociedade e suas relações com a coletividade.
A persecução criminal deve ocorrer estritamente dentro das normas previamente
estabelecidas, fruto de um processo legislativo democrático. Nesse contexto, os interesses
protegidos pelo Direito Penal transcendem o âmbito individual, alcançando toda a sociedade.
Diante desse pensamento, é pertinente analisar as seguintes assertivas:
• O Direito Penal moderno é caracterizado por sua natureza fragmentária, sendo a
última medida adotada para proteger os bens e interesses mais significativos tanto
para o indivíduo quanto para a comunidade. Esta afirmação reflete a compreensão
de que o Direito Penal deve intervir apenas quando outros meios de controle se
mostram insuficientes para proteger esses bens.
• Conforme ensinamentos de Paulo César Busato, o Direito Penal representa o
instrumento mais enérgico de controle social disponível para o Estado, mas sua
intervenção é intrinsecamente violenta. Portanto, sua aplicação deve ocorrer somente
quando houver uma urgente necessidade de preservar a ordem social, evitando assim
excessos e arbitrariedades.
• No que se refere aos objetivos do Direito Penal, prevalece a opinião majoritária de
que sua missão primordial é proteger os bens jurídicos essenciais para a existência
da sociedade. Estes bens são fundamentais para assegurar as condições básicas de
convivência em comunidade, garantindo a preservação dos aspectos mais vitais da
vida em sociedade.
• Embora Welzel tenha proposto uma dupla missão para o Direito Penal, envolvendo
não apenas a proteção de bens jurídicos, mas também a preservação dos valores
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No entanto, essa teoria é criticada por deslocar o foco do indivíduo, que é o elemento
central do direito penal, para uma posição secundária, enquanto a norma é elevada a uma
posição de maior relevância.
Além disso, ao afirmar que a principal missão do direito penal é proteger a vigência da
norma, essa abordagem não considera que a validade da norma pode ser independente
de seu conteúdo, podendo até mesmo ser contrária aos princípios do Estado Democrático
de Direito.
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5.3. GARANTIA
De acordo com Franz Von Liszt, renomado jurista alemão, o Código Penal é como
a “carta magna” do delinquente, pois antes de punir, ele serve para proteger contra o
abuso do poder estatal, agindo como um escudo para os direitos humanos. Essa função é
evidenciada pelo princípio da legalidade, que estipula que a punição só pode ocorrer quando
uma conduta está prevista em lei.
EXEMPLO
Os crimes ambientais são um exemplo dessa função, pois ao criminalizá-los, reforçam a
importância da preservação ambiental.
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EXEMPLO
A Lei dos Crimes Hediondos foi promulgada em resposta à onda de sequestros ocorridos no
Brasil na década de 1990.
Essa função simbólica está associada ao “Direito Penal do Terror” ou “Direito Penal de
emergência”, que busca intimidar as pessoas e criar uma sensação de segurança, embora
não seja eficaz na redução da criminalidade a longo prazo.
Em um horizonte imediato, a função simbólica é empregada para promover a imagem
das campanhas governamentais.
Contudo, em prazos mais amplos, ela conduz à perda de confiança e à trivialização do
Direito Penal, visto que sua eficácia é questionada e não resulta na redução da prática
dos delitos.
Diante destas ideias de efeito do Direito Penal a longo prazo surge a ideia de inflação legislativa
que faz relação ao conceito de Direito Penal do Terror, essa abordagem é caracterizada por
ser uma resposta emergencial a novos desafios sociais.
À medida que surgem problemas na sociedade, novos crimes são estabelecidos e novas
penas são determinadas, criando uma ilusão de segurança.
EXEMPLO
O art. 121 do Código Penal adverte: “Não cometa homicídio, pois você enfrentará uma pena”.
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Portanto, o Direito Penal deve adotar uma abordagem de intervenção mínima, sendo
utilizado apenas em situações estritamente necessárias, quando os outros ramos do direito
falharam em resolver o problema.
EXEMPLO
A prisão de políticos e funcionários públicos corruptos demonstra aos cidadãos que cometer
crimes tem consequências, mesmo para aqueles em posições de poder.
Neste passo, interessante fazer menção da visão do professor Gianpaolo Poggio Smanio,
que defende a ideia de que, diante dos casos polêmicos envolvendo crimes graves e hediondos
que têm recebido grande atenção da sociedade, como terrorismo, homicídio, corrupção,
lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, é importante analisar as funções que o Direito
Penal desempenha na sociedade.
O Direito Penal faz parte do sistema de controle social, distinguindo-se das outras
instituições sociais pela formalização do controle que exerce, o que o liberta das incertezas
e subjetividades presentes em outras formas de controle.
Enquanto a sociedade faz julgamentos morais, políticos e sociais baseados em notícias,
valores da mídia e paixões momentâneas, o controle sociojurídico-penal é realizado por
meio de um conjunto de normas preestabelecidas.
O princípio da legalidade demonstra a necessidade desse formalismo na aplicação da
lei penal.
Historicamente, no Estado liberal clássico, o poder punitivo era limitado pela busca pela
justiça e pela retribuição penal, com base em um ordenamento jurídico que estabelecia
um limite para esse poder.
Com a chegada do Estado social, a luta contra a delinquência foi intensificada, com foco
na prevenção especial sobre o delinquente.
No entanto, o Estado social trouxe consigo o risco de sistemas políticos totalitários,
destacando a importância de um Estado que, sem abandonar a intervenção na sociedade,
fortalecesse seus limites jurídicos de maneira democrática.
Nesse contexto, o Direito Penal passou a assumir as funções de proteção efetiva dos
cidadãos e de prevenção dentro dos limites estabelecidos pelos princípios democráticos.
A prevenção realizada pelo Direito Penal é limitada, combinando a proteção da sociedade
com as garantias oferecidas pelos princípios limitadores.
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Além disso, a norma penal desempenha uma função protetora e motivadora. Ao proibir
os delitos, as normas primárias motivam os cidadãos a não os cometer.
A prevenção geral do Direito Penal não visa apenas intimidar, mas também conciliar a
prevenção geral com a especial, atingindo diretamente o indivíduo.
No entanto, a sociedade atual não pode depositar todo o peso da segurança nas mãos
do Direito Penal. O sistema penal pressupõe investigação prévia, um sistema acusatório
transparente e um julgamento imparcial, afastando o arbítrio e as paixões momentâneas.
É importante respeitar e preservar outras formas de controle social, como o julgamento
político, moral e social, mas sem afetar a atuação do Direito Penal. O sistema penal tem
seu próprio curso e tempo, fundamentais para um Estado democrático de Direito.
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RESUMO
Nessa aula, você deve fixar os seguintes pontos:
• O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas voltadas para lidar com o crime e a
contravenção penal, aplicando sanções legais, como penas ou medidas de segurança.
• Sob a ótica de Rogério Sanches, sua definição pode ser abordada em três perspectivas:
formal, material e sociológica.
• O aspecto formal trata das normas que definem as infrações penais e suas punições.
• O aspecto material se refere a condutas prejudiciais à sociedade.
• O aspecto sociológico considera o Direito Penal como um instrumento de controle
social para promover a harmonia e o bem-estar da sociedade.
• A manutenção da ordem social requer normas para estabelecer padrões de conduta,
e quando essas normas são violadas, cabe ao Estado aplicar sanções.
• O Direito Penal se destaca pela consequência jurídica de suas normas, que é a punição.
Ele regula o poder punitivo do Estado, sendo um ramo do Direito Público, e considera o
Estado e o titular do bem jurídico violado como sujeitos passivos em qualquer infração.
• O Direito Penal é considerado uma disciplina científica, destinada a combater a
criminalidade por meio da imposição de sanções.
• Divide-se em objetivo, que engloba as normas penais em vigor, e subjetivo, que se
refere ao direito de punir do Estado, limitado pelo direito penal objetivo.
• O termo Direito Penal geralmente é associado à ideia de pena, enquanto o termo
Direito Criminal remete ao direito relacionado ao crime em si.
• Apesar de ambas as designações serem aceitáveis, a preferência pelo termo Direito
Penal é mais comum, especialmente devido à existência do Código Penal. No entanto,
o uso de Direito Criminal é mais abrangente por enfatizar o crime em si, não apenas
a pena.
• No Brasil, o Código Penal, regulamentado pelo Decreto-Lei n. 2.848/1940, é a legislação
mais significativa, mas há diversas leis especiais complementares.
• O Direito Penal, por meio das penas, é considerado uma forma de violência justa e
necessária para regular e combater os delitos, protegendo os bens jurídicos mais
importantes da sociedade. No entanto, é fundamental que essa forma de violência
seja controlada pelo Estado para evitar abusos e garantir a justiça na aplicação das
punições.
• O Direito Penal é uma disciplina caracterizada por diversas dimensões, segundo o
especialista Edgar Magalhães Noronha.
• Primeiramente, é considerado uma ciência cultural, pois reflete as circunstâncias
históricas e geográficas de um determinado período, moldando as normas jurídicas
que regulam o comportamento humano.
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Introdução ao Direito Penal: Conceito, Características e Funções
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• Além disso, é uma ciência normativa, centrada na análise das normas que definem
as infrações penais e suas consequências jurídicas.
• Também é valorativa, pois implica em uma avaliação negativa das condutas proibidas,
resultando em sua criminalização.
• Em termos práticos, o Direito Penal é finalista, tendo como principal objetivo a
proteção dos bens jurídicos.
• Quanto à natureza do Direito Penal, há debate se é constitutivo ou sancionador.
• Segundo Zaffaroni, é principalmente sancionador, pois não cria novos bens jurídicos,
mas reforça a proteção conferida por outros ramos do direito.
• O Direito Penal é considerado instrumental, fragmentário e subsidiário.
• Ele é instrumental por ter sido estabelecido com o propósito específico de proteger
bens jurídicos.
• Além disso, é fragmentário, aplicando-se apenas a uma parte dos fatos ilícitos,
reservando-se para lesões mais graves aos bens jurídicos mais importantes.
• Sendo subsidiário, sua intervenção só é justificada quando outros ramos do Direito
se mostram insuficientes para proteger eficazmente o bem em questão.
• O Direito Penal é garantista, pois suas normas estabelecem um sistema que protege o
cidadão contra o poder punitivo, exigindo condições para sua aplicação e respeitando
os direitos individuais, mesmo que sua intervenção possa implicar na restrição de
direitos constitucionais do indivíduo.
• O Direito Penal desempenha diversas funções na sociedade, de acordo com diferentes
correntes doutrinárias.
• Segundo Rogério Sanches, ele possui uma função mediata e uma imediata.
• A função mediata inclui o controle social e a limitação do poder punitivo do Estado.
• Já a função imediata é debatida entre duas correntes: o funcionalismo teleológico
de Roxin e o funcionalismo sistêmico de Jakobs.
• O funcionalismo teleológico de Roxin defende que a função do Direito Penal é garantir
os bens jurídicos essenciais para a convivência humana, por meio da implementação
de políticas criminais. No entanto, essa abordagem enfrenta críticas, pois os bens
jurídicos são fluidos e sujeitos a mudanças ao longo do tempo.
• Por outro lado, o funcionalismo sistêmico de Jakobs considera que cometer um delito
é uma violação ao direito e ao sistema jurídico, deslocando o foco do indivíduo para
a norma. No entanto, essa teoria é criticada por sua ênfase excessiva na norma em
detrimento do indivíduo.
• Além dessas perspectivas, Cleber Masson destaca outras funções do Direito Penal:
− Proteção de bens jurídicos: O Direito Penal resguarda valores cruciais para o
bem-estar da sociedade e do indivíduo, selecionando os bens jurídicos mais sig-
nificativos para proteção.
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EXERCÍCIOS
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c) em branco heterogênea.
d) em branco homogênea homovitelina.
e) em branco às avessas.
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I – Uma das principais características do Direito Penal moderno é seu caráter fragmentário,
no sentido de que representa a última ratio do sistema para a proteção daqueles bens e
interesses de maior importância para o indivíduo e a sociedade à qual pertence.
II – Segundo leciona Paulo César Busato, o Direito Penal atua como o instrumento mais
contundente de que dispõe o Estado para levar a cabo o controle social. Sua intervenção,
portanto, constitui uma violência, por si só, razão pela qual o seu emprego deve dar-se
somente e na exata medida da urgente necessidade de preservação da sociedade.
III – Pode-se afirmar, no tocante aos objetivos e às missões do Direito Penal, que a opinião
majoritária considera que a missão do Direito Penal é a de proteger bens jurídicos de possíveis
lesões ou perigos, sendo que tais bens devem ser aqueles que permitem assegurar as
condições de existência da sociedade, a fim de garantir os aspectos principais e indispensáveis
da vida em comunidade.
IV – Foi Welzel quem tentou atribuir uma dupla missão ao Direito Penal, pois, sem negar a
missão de proteção de bens jurídicos, acrescentou-lhe a missão de proteção dos valores
elementares da consciência, de caráter ético-social. O que não é admitido pela maioria da
doutrina, já que o Direito Penal não deve se ocupar de exercer um controle moral sobre as
pessoas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e IV.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
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Acerca do tema trazido pelo texto acima reproduzido, julgue os itens a seguir.
A proteção penal faz-se pela criminalização protetora do bem jurídico constitucional,
tutelando-o não só diretamente, mas, às vezes, por necessário, apenando condutas
preparatórias que, se não fossem enfrentadas, tornariam inócua a proteção do bem jurídico
fim. Nesse caso, a proteção penal se antecipa, criminalizando situações que ponham em
perigo o bem jurídico.
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GABARITO
1. E 35. C
2. d 36. C
3. b 37. C
4. c
5. e
6. d
7. e
8. d
9. c
10. E
11. E
12. d
13. b
14. b
15. E
16. C
17. C
18. d
19. E
20. E
21. C
22. E
23. C
24. C
25. C
26. C
27. E
28. E
29. C
30. C
31. C
32. E
33. E
34. E
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GABARITO COMENTADO
a) Errada. Não se contenta somente a pena com a retribuição, mormente pelo art. 59 do
CP, que traz a expressão “prevenir” o crime.
b) Errada. Referido atendimento ao clamor popular tende ao período Medieval.
c) Errada. Na realidade, o direito penal deve evitar a seletividade.
d) Certa. Trata-se da função principal, fornecer garantias ao criminoso. Ainda que não seja
a única, as demais alternativas são teratológicas.
Letra d.
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dizendo respeito somente às de cunho penal. Não produz efeitos externos, mas somente na
mente dos governantes e dos cidadãos. […] Manifesta-se, comumente, no direito penal do
terror, que se verifica com a inflação legislativa (direito penal de emergência), criando-se
exageradamente figuras penais desnecessárias, ou então com o aumento desproporcional
e injustificado das penas para os casos pontuais (hipertrofia do direito penal).” O autor
ainda conclui que a função deve ser afastada, pois cumpre funções governamentais, ou
seja, tarefas que não podem ser atribuídas ao direito penal.
No texto apresentado anteriormente, Cleber Masson está se referindo à função denominada
a) ético-social.
b) simbólica.
c) instrumento de controle social.
d) motivadora.
e) promocional.
A função simbólica é inerente a todas as leis, não dizendo respeito somente às de cunho penal.
Não produz efeitos externos, mas somente na mente dos governantes e dos cidadãos. Em
relação aos primeiros, acarreta a sensação de terem feito algo para a proteção da paz pública.
No tocante aos últimos, proporciona a falsa impressão de que o problema da criminalidade se
encontra sob o controle das autoridades, buscando transmitir à opinião pública a impressão
tranquilizadora de um legislador atento e decidido. Manifesta-se, comumente, no direito penal
do terror, que se verifica com a inflação legislativa, criando-se exageradamente figuras penais
desnecessárias, ou então com o aumento desproporcional e injustificado das penas para os casos
pontuais (hipertrofia do Direito Penal). A função simbólica deve ser afastada, pois, em curto
prazo, cumpre funções educativas e promocionais dos programas de governo, tarefa que não
pode ser atribuída ao Direito Penal. Além disso, em longo prazo resulta na perda de credibilidade
do ordenamento jurídico, bloqueando as suas funções instrumentais”.
(MASSON, Cléber. Direito penal: parte geral esquematizado. 6. ed. São Paulo: Método, 2012. p. 11)
Letra b.
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De forma direta, podemos afirmar que as normas penais em branco são aquelas que possuem
um preceito incompleto, genérico ou indeterminado, e que, por tal motivo, necessita de
complementação por outras normas. A doutrina distingue as normas penais em branco
em sentido lato, também ditas homogêneas, e em sentido estrito, também chamadas de
heterogêneas.
As normas penais em branco, em sentido lato (homogêneas), são aquelas cujo complemento
é originário da mesma fonte formal da norma incriminadora. Nesse caso, a fonte encarregada
de elaborar o complemento é a mesma fonte da norma penal em branco, há, portanto,
uma homogeneidade de fontes legislativas. Ademais, vale dizer que as normas penais em
branco homogêneas se subdividem em homovitelinas, quando o complemento da norma
está contido em seu próprio texto, mas em outro trecho, e em heterovitelinas, quando o
complemento é encontrado em texto legal diverso. Por seu turno, as normas penais em
branco, em sentido estrito (heterogêneas), são aquelas cuja complementação é originária
de outra instância legislativa, diversa daquela responsável pela elaboração da norma a ser
complementada; havendo aqui, portanto, heterogeneidade de fontes normativas, ante a
diversidade na própria origem legislativa.
Com base nesse breve resumo, podemos concluir que o enunciado da questão em análise
faz referência a um legítimo exemplo de norma penal em branco heterogênea, considerando
que o complemento da Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006), uma lei ordinária, é encontrado
na Portaria n. 344/1998, da SVS/MS. Assim, há evidente diversidade não apenas na origem
das normas, como também na própria hierarquia existente entre elas.
Letra c.
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c) I e II.
d) I e III.
e) I, II e III.
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I – Uma das principais características do Direito Penal moderno é seu caráter fragmentário,
no sentido de que representa a última ratio do sistema para a proteção daqueles bens e
interesses de maior importância para o indivíduo e a sociedade à qual pertence.
II – Segundo leciona Paulo César Busato, o Direito Penal atua como o instrumento mais
contundente de que dispõe o Estado para levar a cabo o controle social. Sua intervenção,
portanto, constitui uma violência, por si só, razão pela qual o seu emprego deve dar-se
somente e na exata medida da urgente necessidade de preservação da sociedade.
III – Pode-se afirmar, no tocante aos objetivos e às missões do Direito Penal, que a opinião
majoritária considera que a missão do Direito Penal é a de proteger bens jurídicos de possíveis
lesões ou perigos, sendo que tais bens devem ser aqueles que permitem assegurar as
condições de existência da sociedade, a fim de garantir os aspectos principais e indispensáveis
da vida em comunidade.
IV – Foi Welzel quem tentou atribuir uma dupla missão ao Direito Penal, pois, sem negar a
missão de proteção de bens jurídicos, acrescentou-lhe a missão de proteção dos valores
elementares da consciência, de caráter ético-social. O que não é admitido pela maioria da
doutrina, já que o Direito Penal não deve se ocupar de exercer um controle moral sobre as
pessoas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e IV.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
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O direito penal simbólico consiste na utilização do direito penal como instrumento demagógico,
normalmente por meio da aprovação de leis mais severas após fatos que causam grande
comoção, não em função da gravidade do crime, mas, sim, de sua ampla divulgação e da
consternação causada.
Letra d.
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O direito penal subjetivo refere-se ao direito de punir do Estado, enquanto o direito penal
objetivo relaciona-se ao conjunto de normas.
Errado.
O direito penal subjetivo é o direito de punir do estado (jus puniendi), ou seja, o direito do
Estado de aplicar as normas penais. O direito de punir possui três momentos:
1 – ameaça da pena;
2 – aplicação da pena;
3 – execução da pena.
Até mesmo na hipótese de ação penal privada o Estado não transfere o jus puniendi a vítima,
mas sim possibilita por parte desta o exercício do jus accusations.
Fonte: Alexandre Salim e Marcelo de Azevedo.
Errado.
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a) não é considerada uma ciência, por tratar do “dever ser” … é uma ciência empírica e
interdisciplinar, fática do “ser”
b) é uma ciência normativa e multidisciplinar, do “dever ser” … é uma ciência empírica e
fática, do “ser”
c) não é considerada uma ciência, por tratar do “ser” … é uma ciência jurídica, pois encara
o delito como um fenômeno real, do “dever ser”
d) é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser” … é uma ciência jurídica, cultural
e normativa, do “dever ser”
e) é considerada uma ciência jurídica, por tratar o delito como um conceito formal, normativo,
do “dever ser” … não é considerado uma ciência, pois encara o delito como um fenômeno
social, do “ser”
Letra d.
a) Certo. A crítica recai sobre o fato de que o direito penal lida apenas com a parte
consequencial, quer dizer, com as consequências do delito, sem buscar a sua solução na
causa, na origem.
b) Errado. A intervenção sobre situações, e não sobre pessoas, não caracteriza uma crítica
deslegitimadora do direito penal. Pelo contrário, defende que o direito penal deve recair sobre
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as condutas, quer dizer, um direito penal fato, e não sobre as pessoas, o que configuraria
o direito penal do autor.
c) Certo. A reificação delitiva com a neutralização da vítima pelo sistema é uma crítica feita
em virtude do tratamento dado à vítima, em que ocorre uma neutralização do sujeito passivo
do delito, transformando-as em meros objetos, abstrações. O caráter punitivo do direito
penal visa mais à coletividade e a punição ao praticante do delito pelo Estado, detentor do
jus puniendi, marginalizando a vítima no processo.
d) Certo. Isto porque as cifras ocultas da criminalidade dizem respeito ao fato de que
inúmeros crimes são praticados, contudo não são levados ao conhecimento das autoridades,
podendo ser algumas dessas causas a falta de interesse das vítimas, falta de interesse delas
ou ainda quaisquer erros que possam ser praticados pelo próprio poder público na coleta
desses dados. Dessa forma, não é possível realizar corretamente as estatísticas criminais
e identificar o liame entre os ilícitos penais e os demais fatores que influem na sua prática.
Portanto, há uma defasagem entre a quantidade e quais crimes ocorrem de fato e quais
são reportados às autoridades.
Letra b.
Art. 5º […]
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) Errada.
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Art. 5º […]
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
c) Errada.
Art. 5º […]
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;
d) Certa.
Art. 5º […]
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e
a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
e) Errada.
Art. 5º […]
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Letra d.
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Acerca do tema trazido pelo texto acima reproduzido, julgue os itens a seguir.
A proteção penal faz-se pela criminalização protetora do bem jurídico constitucional,
tutelando-o não só diretamente, mas, às vezes, por necessário, apenando condutas
preparatórias que, se não fossem enfrentadas, tornariam inócua a proteção do bem jurídico
fim. Nesse caso, a proteção penal se antecipa, criminalizando situações que ponham em
perigo o bem jurídico.
Na hipótese, nem sempre se tem um crime de dano (efetiva lesão ao bem jurídico), mas
também de perigo (periclitação do bem jurídico), a fim de salvaguardar os interesses
necessários à tutela penal.
Certo.
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Atente-se:
O Direito Penal é o segmento do Direito Público que regula o poder punitivo do Estado. Ele
detém a competência de selecionar as condutas humanas que são consideradas indesejadas,
possuidoras de certa gravidade e reprovação social, e capazes de colocar em risco a convivência
em sociedade
Leia, ainda, as palavras dos mestres Victor Eduardo Rios Gonçalves e André Estefam (Direito
Penal Esquematizado – Parte Geral: Cuida-se do ramo do Direito Público, que se ocupa de
estudar os valores fundamentais sobre os quais se assentam as bases da convivência e
da paz social, os fatos que os violam e o conjunto de normas jurídicas (princípios e regras)
destinadas a proteger tais valores, mediante a imposição de penas e medidas de segurança.
Certo.
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Aspecto formal, Direito penal é um conjunto de normas com a missão de elevar certos
comportamentos humanos a categoria de infrações penais, define os seus agentes e fixa
as sanções a serem-lhes aplicadas. Sob o aspecto material o Direito Penal refere-se a
comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social,
afetando bens jurídicos indispensáveis a sua própria conservação e progresso.
Certo.
Errado.
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O Direito Penal moderno é caracterizado por sua natureza fragmentária, sendo a última
medida adotada para proteger os bens e interesses mais significativos tanto para o indivíduo
quanto para a comunidade. Esta assertiva reflete a compreensão de que o Direito Penal
deve intervir apenas quando outros meios de controle se mostram insuficientes para
proteger esses bens.
Certo.
Conforme ensinamentos de Paulo César Busato, o Direito Penal representa o instrumento mais
enérgico de controle social disponível para o Estado, mas sua intervenção é intrinsecamente
violenta. Portanto, sua aplicação deve ocorrer somente quando houver uma urgente
necessidade de preservar a ordem social, evitando assim excessos e arbitrariedades.
Certo.
Pode-se afirmar, no tocante aos objetivos e às missões do Direito Penal, que a opinião
majoritária considera que a missão do Direito Penal é a de proteger bens jurídicos de possíveis
lesões ou perigos, sendo que tais bens devem ser aqueles que permitem assegurar as
condições de existência da sociedade, a fim de garantir os aspectos principais e indispensáveis
da vida em comunidade.
Certo.
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Embora Welzel tenha proposto uma dupla missão para o Direito Penal, envolvendo não
apenas a proteção de bens jurídicos, mas também a preservação dos valores ético-sociais,
tal abordagem não é amplamente aceita pela doutrina. A maioria entende que o Direito
Penal não deve exercer um controle moral sobre as pessoas, limitando-se à proteção dos
interesses fundamentais da sociedade.
Welzel propôs uma abordagem que atribui ao Direito Penal uma dupla missão: além da
proteção dos bens jurídicos, ele também seria responsável por salvaguardar os valores
fundamentais da consciência, de natureza ético-social. Contudo, essa perspectiva não é
amplamente aceita pela doutrina, que entende que o Direito Penal não deve se envolver
no controle moral das pessoas.
Certo.
O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas voltadas para lidar com o crime e a
contravenção penal, aplicando sanções legais, como penas ou medidas de segurança.
Sob a ótica de Rogério Sanches, sua definição pode ser abordada em três perspectivas:
formal, material e sociológica.
O aspecto formal trata das normas que definem as infrações penais e suas punições.
Já o aspecto material se refere a condutas prejudiciais à sociedade.
Por fim, o aspecto sociológico considera o Direito Penal como um instrumento de controle
social para promover a harmonia e o bem-estar da sociedade.
Errado.
O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas voltadas para lidar com o crime e a
contravenção penal, aplicando sanções legais, como penas ou medidas de segurança.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Direito Penal
Introdução ao Direito Penal: Conceito, Características e Funções
Thiago Pacheco
Sob a ótica de Rogério Sanches, sua definição pode ser abordada em três perspectivas:
formal, material e sociológica.
O aspecto formal trata das normas que definem as infrações penais e suas punições.
Já o aspecto material se refere a condutas prejudiciais à sociedade.
Por fim, o aspecto sociológico considera o Direito Penal como um instrumento de controle
social para promover a harmonia e o bem-estar da sociedade.
Errado.
O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas voltadas para lidar com o crime e a
contravenção penal, aplicando sanções legais, como penas ou medidas de segurança.
Sob a ótica de Rogério Sanches, sua definição pode ser abordada em três perspectivas:
formal, material e sociológica.
O aspecto formal trata das normas que definem as infrações penais e suas punições.
Já o aspecto material se refere a condutas prejudiciais à sociedade.
Por fim, o aspecto sociológico considera o Direito Penal como um instrumento de controle
social para promover a harmonia e o bem-estar da sociedade.
Certo.
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Introdução ao Direito Penal: Conceito, Características e Funções
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A função simbólica é inerente a todas as leis, não dizendo respeito somente às de cunho penal.
Não produz efeitos externos, mas somente na mente dos governantes e dos cidadãos. Em
relação aos primeiros, acarreta a sensação de terem feito algo para a proteção da paz pública.
No tocante aos últimos, proporciona a falsa impressão de que o problema da criminalidade se
encontra sob o controle das autoridades, buscando transmitir à opinião pública a impressão
tranquilizadora de um legislador atento e decidido. Manifesta-se, comumente, no direito penal
do terror, que se verifica com a inflação legislativa, criando-se exageradamente figuras penais
desnecessárias, ou então com o aumento desproporcional e injustificado das penas para os casos
pontuais (hipertrofia do Direito Penal). A função simbólica deve ser afastada, pois, em curto
prazo, cumpre funções educativas e promocionais dos programas de governo, tarefa que não
pode ser atribuída ao Direito Penal. Além disso, em longo prazo resulta na perda de credibilidade
do ordenamento jurídico, bloqueando as suas funções instrumentais.
(MASSON, Cléber. Direito penal. Parte Geral esquematizado. 6. ed. São Paulo: Método, 2012. p. 11)
Certo.
De acordo com o funcionalismo sistêmico (ou radical), defendido por Gunther Jakobs, a
função do Direito Penal é a de assegurar o império da norma, ou seja, resguardar o sistema,
mostrando que o direito posto existe e não pode ser violado. Para o funcionalismo teleológico
(ou moderado), que tem como maior expoente Claus Roxin, a função do Direito Penal é
assegurar bens jurídicos.
Certo.
Não se contenta somente a pena com a retribuição, mormente pelo art. 59 do CP, que traz
a expressão “prevenir” o crime.
Errado.
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Atualmente atender o clamor popular não constitui uma missão do Direito Penal. Referido
atendimento ao clamor popular tende ao período Medieval.
Errado.
O Direito Penal se destaca pela consequência jurídica de suas normas, que é a punição. Ele
regula o poder punitivo do Estado, sendo um ramo do Direito Público, e considera o Estado
e o titular do bem jurídico violado como sujeitos passivos em qualquer infração.
Certo.
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Introdução ao Direito Penal: Conceito, Características e Funções
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Divide-se em objetivo, que engloba as normas penais em vigor, e subjetivo, que se refere
ao direito de punir do Estado, limitado pelo direito penal objetivo.
Certo.
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REFERÊNCIAS
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BONFIM, Edílson Mougenot. Código de Processo Penal anotado. São Paulo: Saraiva, 2012.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995 que dispõe sobre os Juizados Especiais
Cíveis e Criminais e dá outras providências. Brasília, DF: Senado Federal, 1995. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Acesso em: 8 maio 2024.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Disponível em: www.stj.jus.br. Acesso em: 8 maio
2024.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: www.stf.jus.br. Acesso em: 8 maio 2024.
BRUNO, Aníbal. Direito Penal: parte geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1967. t. l, p. 11-12.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
ESTEFAM, André. Direito Penal esquematizado: parte geral. 7. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2018.
GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. 4. ed. 37. tir. São Paulo: Max Limonad, v. 1,
1975. t. l, p. 7-8.
GRECO FILHO, Vicente. Manual de Processo Penal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MEZGER, Edmundo. Tratado de Derecho Penal. 2. ed. Madrid: [s. n.], v. 1, 1946. p. 27-28.
MIRABETE, Júlio Fabrini. Manual de Direito Penal: parte geral. 26. ed. rev. e atual. São Paulo:
Atlas, 2010.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 13. ed. rev., atual.
e ampl. Rio de Janeiro: [s. n.], 2016.
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Introdução ao Direito Penal: Conceito, Características e Funções
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PACELLI, Eugenio. Curso de Processo Penal. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal brasileiro. 10. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais, v. 1, 2011.
TAVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal. Salvador, BA: Jus Podivm, 2010.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva.
2009.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl; PIERANGELI, José Henrique. Manual de Direito Penal brasileiro:
parte geral. 5. ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
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