Roteiro

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ROTEIRO ADAPTADO, HAMLET – ATO 1

Ana: Bernardo e Cornélio

Bea: Rei (Cláudio) e Ofélia

Nardi: Horácio e Voltimando

Isa: Rainha

Miguel: Hamlet e Francisco

Pedro: Fantasma e Laertes

Valp: Marcelo e Polônio

Cena 1: noite, terraço do castelo; guardas trabalhando

Bernardo entra em cena, indo até Francisco

B: Quem está aí?

F: Eu é que pergunto! É Bernardo?

B: O próprio! Já deu meu horário, pode ir deitar.

F: Muito obrigado! O frio está de matar, mas nenhum rato sequer


apareceu.

B: Pelo menos isso! Se ver Marcelo e Horácio mande-os correr!

F: Boa noite.

Francisco saí. Marcelo e Horácio entram uns 5s depois.

M: Opa! Tudo Certo? Aquilo já apareceu?

B: Ainda não.

M: Horácio insiste que é mentira, por isso o trouxe!

H. E “aquilo” não virá!

B: Ouça bem, então: ontem e anteontem, à meia-noite, vim-


(interrompido)

M: Olhe ali!

Fantasma entra; Horácio perplexo.

B: Com a mesma aparência do finado rei! Olhe!

H: ...É...igual.

M: Fale com ele, Horácio!


H: Quem é você, que como nosso póstumo rei, anda? Fale!

M: Olhe lá, se ofendeu! Já vai embora.

Fantasma sai.

B: Pela segunda noite seguida, idêntico ao rei!

M: Sentem-se rapazes, preciso perguntar-lhes algo: Por que tanta vigília e


compra de armamentos? O que nos aguarda?

H: Posso responder-te! Nosso finado rei, que, bravamente, derrotou o


Fortinbrás da Noruega e tomou sua vida e terras para nossa amada
Dinamarca. Mas, agora, o príncipe Fortinbrás, com seu pequeno exército,
nos jurou vingança pelo desejo das terras perdidas. Por isso essa vigília.

B: Talvez, graças a esse tumulto, a figura morta do rei esteja nos


assombrando.

M: Talvez tenha algo a dizer.

H. Pois então devemos comunicar ao príncipe Hamlet!

M: Então vamos logo que o sol já raiou. Sei bem onde encontrá-lo esse
horário.

FIM DA CENA

Cena 2: sala de cerimônias

R: Mesmo que morte de meu irmão esteja ainda em nossas mentes,


devemos seguir em frente, em sua homenagem. Honramos também,
minha rainha, com um olho alegre e outro triste. Dado aos
agradecimentos, vamos aos fatos, o jovem Fortinbrás vem tentando
recuperar as terras de seu pai. Para impedir as loucuras desse menino
redigimos uma carta ao seu tio, para que impeça esse absurdo. Córnelio e
Voltimando, cabe a vocês levar a carta.

C e V: Cumpriremos com o ordenado, senhor.

Córnelio e Voltimando pegam a carta e vão.

R: E agora, Laertes, o que desejas?

L: Voltei à Dinamarca cumprir meus deveres e, agora que cumpridos,


desejo muito voltar à França. Gostaria da permissão do senhor. Já possuo
a permissão de meu pai.

P: Por favor, majestade, deixe-o ir, ele tem insistido muito.

R: Então, vá! Escolha a melhor hora. Agora, Hamlet, meu primo e filho
(interrompido)
H: Não me chame de filho.

R: Por que tanta tristeza, meu caro?

RA: Arranca de ti essa tristeza, filho. Pare de procurar seu pai no pó e


aceite seu tio. Quem vive morre, é o ciclo da vida.

H. É o esperado.

RA: Se é por que parece te afligir tanto?

H. Não parece, é! Não conheço o “parece”, minhas vestes e lágrimas são


o que são. O que vive em mim dispensa costumes, galas e mentiras.

R: Hamlet, dispense a tristeza! Seu pai também perdeu o pai e assim


será, dispense isso! Como herdeiro do meu trono amo-te, e por isso peço,
não volte aos seus estudos no exterior, precisamos de ti aqui.

RA: Fique, meu bem, por nós.

H. Está certo, se o desejo de vocês obedecerei.

R. Agora, devemos começar as preparações para a festa! Vamos todos!

Todos vão, Hamlet fica.

H: Oh, que esta carne tão maculada, derreteste, explodisse e evaporasse


em neblina. Se Deus não tivesse feito um mandamento contra o suicídio,
eu... Como são odiosas todas as práticas do mundo! Isso tudo me parece
mais um jardim abandonado, repleto de ervas daninhas, invadido por
veneno e espinhos! Morto faz dois meses, ou pior, menos de dois! Um rei
tão excelente, tão terno com minha mãe, será que é preciso lembrá-la?
Amava-a e, contudo, um mês depois...um mísero mês depois...é melhor
nem pensar! Ela mesma, ela- uma besta desalmada teria chorado mais
que ela! Ela se casou com o irmão de meu pai, antes que o sal das falsas
lágrimas secasse, ela se casou! Isso não pode acabar bem! Mas, ah,
coração! Devo segurar minha língua!

Horácio, Marcelo e Bernardo entram.

HA: Ah, devo a honra da visita de vocês à que? Horácio, faz o que tão
longe da nossa escola?

HO: Minha inclinação a vadiagem (riem). Na verdade, vim ver o funeral de


seu pai...

HA: Ou seja, ao casamento de minha mãe. Os assados do enterro foram


servidos como frios do casamento, questão de economia, meu caro.

(Silêncio)
HO: Senhor, vi seu pai ontem.

HA: Meu pai?

HO: Durante duas noites Marcelo e Bernardo o viram, seu pai


completamente armado. Fui com eles hoje e fui surpreendido.

HA: E falaram com ele?

HO: Não tive tempo, apesar de tentar. Mas acho que queria falar algo.

B: Estava armado, dos pés à cabeça. Apenas o elmo levantado. Parecia


jovem, barba preta, apesar da palidez e da expressão infeliz.

HA: E onde foi isso?

M. Na esplanada sul, senhor.

HA: Estarei com vocês lá antes da meia-noite, peço que guardem segredo.

HO: Conte conosco.

Saem todos, menos Hamlet.

H: O espírito de meu pai, armado! Não vejo a hora da noite chegar!


Acalme-se meu coração!

FIM DA CENA
Cena 3: Casa de Laertes, Polônio e Ofélia.

Laertes entra de malas feitas; Ofélia já está no cômodo.

L: Já estou pronto, tenho de ir! Sempre que a sorte nos sorrir apareça para
me ver. Quero-te por perto.

O: Aparecerei sempre que possível!

Abraço e beijinho na testa; Laertes olha nos olhos de Ofélia e diz:

L: Quanto a Hamlet, leve seu encantamento e afeições como capricho


doce, mas rápido. Nada mais.

O: Nada mais?

L: Nada. Hamlet pode te amar agora, mas é vassalo de seu berço,


subordinado as vontades da Dinamarca, acaba por não ter vontade
própria. Tome cuidado, esteja atenta e não caia em desejo.

O: Guardarei teu conselho em meu coração, irmão. Mas não faça como
muitos que pregam algo e no dia seguinte cometem o erro que
amaldiçoaram.

L: Não se preocupe comigo, mas já estou me demorando. Devo ir logo.


Polônio entra.

P: Mas ainda está aqui? Vá logo, só te esperam! (Polônio põe a mão na


cabeça de Laertes) Tenha juízo, filho!

L: Obrigado, pai! Nos vemos em breve! Tchau, Ofélia, não esqueças do


que te disse!

O: Está trancado em minha memória e só tu tens a chave.

Laertes saí.

P: O que era?

O: Sobre o Hamlet, papai.

P: Estão me falando que tens passado tempo demais com ele! O que está
acontecendo entre vocês?

O: Ele tem sido muito amável comigo, jura amor com as mais belas
palavras a mim.

P: Oh, Ofélia! Oriente-se! Isso é tudo bobagem! Não caia no papo furado
desse homem! Não quero que passes mais um minuto, sequer, com este
homem! É uma ordem!

O. Certo, senhor (Triste).

FIM DA CENA

Cena 4: terreno plano; noite

Hamlet, Marcelo e Horácio entram

HA: Ah, que frio!

M: Já passa da meia-noite.

HO. Então é perto do horário em que ele aparecia.

Barulhos festivos

HO. O que é isso?

HA: Uma das festas de Claúdio, meu tio. É um costume, mas agora não
vejo como nada além de um grande desrespeito que deveria ser evitado.

HO: Hamlet, lá está! (apontar para a direção em que o fantasma vem)

Fantasma entra em cena

HA: Anjos e demônios! Deus nos defenda! Tu és Hamlet, meu pai, senhor
da Dinamarca! Me responda! Não me deixe na dúvida, diga-me, por que
voltar? Diga para mim! Diga-me o que fazer!
Fantasma acena para Hamlet, chamando-o

HO: Está te chamando, como se quisesse te falar algo sozinho!

M: Um gesto gentil te chamando para ir sozinho com ele para longe. Não
vá!

HA: Por quê? Para que o medo? Minha vida não vale nada e minha alma é
tão imortal quanto ele! Segue me chamando. Eu vou!

HO: Mas, Hamlet, e se te jogar do penhasco no mar? Não vá!

HA: O meu destino chama. Devo ir. Vá que eu te sigo!

Fantasma e Hamlet saem de cena.

M: Vai morrer.

HO. Devemos segui-lo.

M. Vou junto, mas o que isso tudo quer dizer?

HO. Tem algo de podre no estado da Dinamarca.

Saem de cena

FIM DA CENA

Cena 5: noite; planície

H: Where are we going? I won’t go further.

F: Can you hear me?

H: I hear you.

F: Soon I’ll have to go, I need your open mind...and you swearing that you
are going to revenge me.

H: What?

F: I’m your father, doomed to, at night, wander. If I could I would tell you
all the secrets of life, secrets that would keep you awake at night, but I
can’t, so, now, if you ever loved your father, you must revenge this
murder!

H: Murder?

F: Yes, they say that, during one of my rests at the garden of our home, I
was bitten by a snake. This version of the facts fools all Denmark, but for
you to know: the snake that stole my life now uses my crown.

H: My uncle?!
F: Yes, this little traitor, with his sinful speech, mastered the, until then, so
lovely, queen. What a fall, my son! Our love promises were destroyed, and
my dignity devastated and now she sleeps on the sheets of my brother. I
can feel the sun coming, I must carry on, your uncle, stealthy, with a
bottle of poison invaded my sleep, spilling it in my ears. Therefore,
sleeping, my brother took, at the same time, my life, my wife and my
kingdom. If you have honor in your blood, you must not tolerate this act.
Revenge me, my son. Although you must not hurt your mother. Goodbye,
Hamlet, remember me. (Fantasma sai de cena)

H: Oh, poor dad! While my mind has memories, I’ll remember you! I’ll
erase from my brain everything that one day was taught to me and I will
only remember your order! You can smile while you can, uncle Claudius,
but know that I will catch you, for my father's name!

HO (FORA DE CENA): Hamlet?

M (FORA DE CENA): Onde está, senhor?

HA: Venham, venham!

Horácio e Marcelo entram em cena

HO: O que houve, meu amigo?


M: Está tudo bem?

HA: Contarei tudo a vocês, mas preciso que antes jurem não contar nada
do que viram hoje para ninguém!

M: Juro pela minha fé.

HO: Juro pela minha palavra.

HA: Jurem sob minha espada. (ESTICA A ESPADA) Repitam comigo:


TODOS: Eu juro não falar ou insinuar nada do que vi nesta noite.

HA: Muito obrigado, caros amigos. Nosso tempo está desnorteado, maldita
sina que me fez nascer para consertar tudo. Bom, vamos entrar.

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