Lei N° 2.965/15
Lei N° 2.965/15
Lei N° 2.965/15
Art. 1º Fica aprovado o Plano Estadual de Educação de que trata o art. 199, da
Constituição Estadual de 1989, para o período decenal 2015-2024, nos termos do art. 8° da Lei n.
13.005, de 25 de junho de 2014, que instituiu o Plano Nacional de Educação.
CAPÍTULO I
Das Diretrizes
VIII – formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e
éticos, nos quais se fundamenta a sociedade acreana e o desenvolvimento do Estado;
IX – promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do Estado;
X – preservação da natureza em defesa do equilíbrio ecológico, considerando o ideal de
sustentabilidade e do desenvolvimento socioambiental; e
XI – integração da educação pública com as políticas de desenvolvimento sustentável,
científico e tecnológico do Estado.
CAPÍTULO II
Dos Objetivos
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IX – orientar e apoiar as escolas:
a) na definição de critérios de qualidade do ensino;
b) na redução dos índices de reprovação e evasão; e
c) na correção dos índices de distorção idade-série/defasagem idade-ano a partir de
programas especiais de aceleração de aprendizagens.
Art. 4° As metas previstas no Anexo I desta lei serão cumpridas no período de vigência
deste plano, em conformidade com as estratégias específicas.
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Art. 6° O Estado do Acre promoverá a realização de, pelo menos, duas conferências
estaduais de educação durante a vigência do Plano Estadual de Educação, precedidas de conferências
municipais, articuladas e coordenadas pelo Fórum Estadual de Educação.
TIÃO VIANA
Governador do Estado do Acre
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ANEXO I
Metas e Estratégias
Estratégias
1.1. Matricular cem por cento das crianças com quatro e cinco anos de idade na pré-
escola, até a metade da vigência deste PEE;
1.2. realizar, a cada dois anos, até o mês de julho, levantamento da demanda para o
atendimento das crianças de zero a três anos em creche, em cada um dos municípios,
por bairro, alcançando até o final da vigência deste plano a meta de atender trinta e
cinco por cento das crianças dessa faixa etária;
1.3. construir, ao longo de 2015, pacto com a sociedade civil sobre a universalização da
pré-escola e a ampliação do atendimento em creche, definindo cronograma da oferta,
padrão da estrutura física das instituições infantis, parâmetros de qualidade do
atendimento e das instituições e indicadores de avaliação da Educação Infantil;
1.4. estruturar, com o apoio da União, programa de apoio à construção e reestruturação
de creches e pré-escolas em regime de colaboração com os municípios;
1.5. estabelecer parceria com a Universidade Federal do Acre - UFAC e outras
instituições de ensino superior para a realização de pesquisas que possam auxiliar
creches e pré-escolas a avançarem em seu fazer pedagógico, a partir da apropriação
dos avanços técnico-científicos sobre a infância e a educação infantil;
1.6. desenvolver, a partir de 2015, programa de orientação e apoio às famílias,
integrando políticas de educação, saúde e assistência social, com ênfase no
desenvolvimento integral da criança, nos três primeiros anos de vida;
1.7. articular com as comunidades e os órgãos de proteção dos direitos da criança,
política para a oferta de matrículas gratuitas em creches certificadas como entidades
beneficentes de assistência social na área de educação, com a expansão da oferta na
rede escolar pública;
1.8. implementar programa de formação inicial e continuada para os profissionais da
Educação Infantil, docentes e não docentes, garantindo, até 2020, todos com nível
superior ou formação específica para o trabalho na Educação Infantil;
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1.9. ampliar e fomentar a oferta do atendimento educacional especializado,
complementar e suplementar às crianças de zero a cinco anos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento, transtorno do déficit de atenção e
hiperatividade, altas habilidades e/ou superdotação, dislexia, discalculia, disgrafia,
disortografia e distúrbio de processamento auditivo central, assegurando a educação
bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da
Educação Básica; e
1.10. definir, em legislação específica, no âmbito do regime de colaboração do Estado e
seus municípios, a forma de cooperação técnica, administrativa e financeira para o
cumprimento da meta e respectivas estratégias relacionadas à educação infantil.
Estratégias
2.1. Credenciar/recredenciar, até 2018, todas as escolas para assegurar a
implementação dos direitos, objetivos e expectativas de aprendizagem definidos na base
curricular nacional comum;
2.2. avaliar e redefinir, com base nas diretrizes nacionais, os currículos escolares como
egressão de culturas, contendo os direitos, objetivos e expectativas de aprendizagem
para cada ano do Ensino Fundamental, com a participação dos professores, a fim de
assegurar aos alunos a consolidação das capacidades e dos níveis de proficiência
previstos para cada ano;
2.3. assegurar à escola os meios e orientações que necessitem para a elaboração,
implantação, implementação e reestruturação dos projetos político-pedagógicos de
acordo com os direitos, objetivos e expectativas de aprendizagem;
2.4. realizar formação continuada para diretores e demais membros da gestão escolar,
bem como para professores e profissionais não docentes, com vistas à construção e
reestruturação dos projetos político-pedagógicos e sua implementação no espaço
escolar;
2.5. realizar formação continuada para os professores a fim de assegurar-lhes as
competências de gestores do currículo;
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2.6. assegurar à escola um conjunto de políticas de acompanhamento pedagógico
individual dos alunos do Ensino Fundamental, garantindo a inserção destas no âmbito do
projeto político-pedagógico;
2.7. definir metodologia para o acompanhamento do percurso escolar dos alunos,
considerando os padrões de aprendizagem satisfatórios para todos e cada um destes;
2.8. oferecer formação continuada para diretores e demais membros da gestão escolar,
bem como para professores, para atender especificamente as necessidades de
aprendizagem de cada aluno;
2.9. aprovar o Projeto Político-Pedagógico no sentido de articular diálogos com a
família para informá-la e envolvê-la sobre o processo de desenvolvimento de cada aluno;
2.10. equipar a escola para monitorar, periódica e continuamente, o desempenho dos
alunos em relação às atividades e respectivos conteúdos em sala de aula;
2.11. desenvolver política de avaliação que tenha como foco o desempenho qualitativo
do aluno no que se refere às capacidades leitoras, escritoras, de raciocínio lógico-
matemático, das artes, ciências e das diversas linguagens e suas tecnologias;
2.12. fortalecer e ampliar a equipe escolar no sentido de desenvolver ações de
intervenção pedagógicas na escola, de acordo com as necessidades de aprendizagem
de cada aluno, visando o cumprimento das metas e estratégias não alcançadas
estabelecidas no projeto político-pedagógico;
2.13. estabelecer nova organização didático-pedagógica do Ensino Fundamental,
considerando sua transição para os anos finais desse nível de atendimento, faixa etária,
tempo didático, quantidade de professores e profissionais não docentes, ruptura de laços
afetivos com o professor e organização;
2.14. desenvolver política intersetorial, com atuação de profissionais especializados,
para apoiar a elevação da auto-estima, a permanência e o sucesso dos alunos na
escola;
2.15. pactuar política de atendimento e acompanhamento com as Secretarias de
Saúde, Assistência Social, Conselhos Tutelares, Ministério Público e Poder Judiciário às
famílias de alunos em risco de reprovação e abandono escolar, bem como definir ações
de controle e combate à infrequencia e evasão;
2.16. desenvolver, em parceria com o órgão gestor das políticas públicas de saúde, a
política de atenção e promoção à saúde e qualidade de vida de crianças e adolescentes
das escolas;
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2.17. assegurar a cem por cento dos alunos beneficiários dos programas de
transferência de renda, ações de promoção de acesso, permanência e sucesso na
escola;
2.18. matricular todas as crianças, de seis a quatorze anos, até o segundo ano de
aprovação deste plano;
2.19. implementar/pactuar política de construção de escolas de acordo com a
densidade demográfica e necessidade de atendimento, visando garantir a matrícula, o
mais próximo possível, do local de residência dos alunos;
2.20. definir plano de construção de escolas para o decênio deste PEE, até o final do
seu segundo ano de vigência, assegurando em seus projetos arquitetônicos e na
execução das obras a economia no uso ou emprego dos recursos naturais e a
observância das normas da ABNT no tocante à acessibilidade, segurança, climatização,
acústica, ventilação, iluminação, vigilância sanitária e demais normas relativas à
construção civil;
2.21. universalizar o sistema de monitoramento da vida acadêmica dos alunos;
2.22. criar mecanismos de acompanhamento pedagógico individualizado on-line e
disponibilizá-lo para as famílias;
2.23. oferecer formação tecnológica para que professores criem grupos de interação
com alunos nas redes sociais, objetivando seu acompanhamento individualizado no
Ensino Fundamental;
2.24. promover política de formação, com foco na melhoria das relações intra-
escolares, para favorecer a construção de um ambiente emocionalmente saudável para
o desenvolvimento dos alunos;
2.25. articular as instituições de defesa dos direitos da criança, com a escola e a família,
visando o combate à toda forma de violência, preconceito e discriminação de qualquer
natureza;
2.26. desenvolver política para incorporar o uso das tecnologias educacionais na
construção de ambientes de aprendizagem de professores e alunos, para potencializar
seu desenvolvimento profissional e acadêmico;
2.27. fortalecer a política de formação continuada para professores, equipe gestora das
escolas e profissionais não docentes, incorporando o uso das tecnologias educacionais
na construção da aprendizagem utilizando ambientes virtuais;
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2.28. adequar às unidades escolares com equipamentos modernos e de qualidade e a
infraestrutura necessários para utilização das tecnologias da informação no
desenvolvimento das atividades acadêmicas;
2.29. assegurar o atendimento com internet para todas as unidades escolares até o
quarto ano de vigência deste plano;
2.30. promover a relação das escolas com instituições e movimentos culturais, a fim de
garantir a oferta regular de atividades culturais para a livre fruição dos (as) alunos (as)
dentro e fora dos espaços escolares, assegurando, ainda, que as escolas se tornem
pólos de criação e difusão cultural;
2.31. desenvolver política de incentivo ao desporto escolar e programas voltados
para a prática de atividades físicas, com foco na formação de habilidades e atitudes,
para a promoção da cidadania e da saúde; e
2.32. definir ações, no âmbito do projeto político-pedagógico de cada escola, que
estimulem a presença dos pais, durante o ano letivo, nas diferentes atividades
acadêmicas, curriculares e extracurriculares.
Estratégias
3.1. Desenvolver, até o final do segundo ano de vigência deste plano, a nova matriz
curricular do Ensino Médio, definindo conteúdos curriculares obrigatórios e eletivos
articulados com as linguagens, a ciência, a tecnologia, o trabalho, o esporte, a cultura e os
temas transversais:
3.1.1. elaborar, até o final do segundo ano de vigência deste plano, uma proposta
experimental de organização didático-pedagógica que contemple os conteúdos
obrigatórios e eletivos no Ensino Médio;
3.1.2. desenvolver programa de formação para coordenadores pedagógicos e
professores, com foco na construção e implementação de inovações didático-
metodológicas, que assegurem os direitos, objetivos e expectativas de aprendizagem
dos alunos;
3.1.3. desenvolver programa de formação para equipes gestoras das unidades
escolares com foco na construção e implementação de inovações didático-
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metodológicas, que assegurem os direitos, objetivos e expectativas de aprendizagem
dos alunos;
3.1.4. garantir, até o final do quarto ano de vigência deste plano, oferta diferenciada
para assegurar o domínio das quatro habilidades da comunicação em língua
estrangeira;
3.1.5. regulamentar a oferta do ensino religioso, nas hipóteses previstas em lei,
assegurando seu caráter ecumênico e interdenominacional, não sendo permitido
nenhuma forma de proselitismo ou espécie de direcionamento ou favorecimento a
qualquer denominação religiosa ou a outras formas de crença ou fé;
3.1.6. contemplar na construção da nova matriz curricular do ensino médio, os
diferentes temas transversais tais como: educação ambiental, educação de trânsito,
educação financeira, educação para o empreendedorismo, educação para os direitos
humanos, cidadania e diversidade, bem como as políticas públicas de
desenvolvimento econômico do Estado.
3.2. assegurar, até o final do segundo ano de vigência deste plano, a reestruturação e
adequação dos projetos político-pedagógicos das escolas, com vistas e garantir a todos
os alunos as aprendizagens definidas na base curricular nacional comum:
3.2.1. desenvolver, com a participação dos professores, a elaboração e
reestruturação dos projetos pedagógicos de acordo com os direitos, objetivos e
expectativas de aprendizagem dos alunos;
3.2.2. realizar formação continuada para diretores e demais membros da equipe
gestora das unidades escolares, bem como para professores e profissionais não
docentes, com vistas à construção e reestruturação dos projetos pedagógicos e sua
implementação no espaço escolar;
3.2.3. realizar formação continuada para equipe técnica da SEE, visando fortalecer a
política de assessoramento e acompanhamento pedagógico às escolas.
3.3. garantir a fruição de bens, serviços e espaços culturais, de forma regular, bem como
a ampliação da prática desportiva, integrada ao currículo escolar:
3.3.1. desenvolver política de acesso a bens e serviços culturais integrados ao
projeto pedagógico da escola;
3.3.2. diversificar a oferta de práticas esportivas e lúdicas nas unidades escolares,
para assegurar a inclusão de cem por cento dos alunos em atividades corporais e/ou
físicas, ressalvadas as excepcionalidades legais; e
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3.3.3. incentivar a escola a promover programas de educação e cultura, articulados
com as comunidades, com vista à ampliação dos espaços de convivência e
aprendizado.
3.4. fortalecer a escola nas políticas de correção de fluxo constantes do projeto político-
pedagógico para que, até o final do quarto ano de vigência deste plano, o índice de
distorção idade-série/defasagem idade-ano seja inferior a quinze por cento no Ensino
Fundamental e vinte por cento no Ensino Médio:
3.4.1.fortalecer a escola no desenvolvimento de políticas de acompanhamento
pedagógico individual, aos alunos do Ensino Fundamental com padrões de
desempenho abaixo do adequado, de acordo com o seu projeto político-pedagógico;
e
3.4.2. assegurar as condições de funcionamento aos programas de correção de fluxo
para que os alunos possam alcançar os níveis de aprendizagens adequados ao
Ensino Fundamental.
3.5. desenvolver política intersetorial para apoiar a permanência e o sucesso dos alunos
de Ensino Médio:
3.5.1. assegurar a matrícula dos alunos beneficiários dos programas de transferência
de renda no Ensino Médio;
3.5.2. fortalecer as políticas de controle e combate à infrequência escolar no Ensino
Médio;
3.5.3. garantir a execução do programa “Saúde na Escola”, expandindo-o para todos
os municípios, com foco na promoção da saúde e qualidade de vida dos
adolescentes, jovens e adultos;
3.5.4. garantir a universalização do sistema de monitoramento da vida acadêmica dos
alunos;
3.5.5. apoiar a escola na criação de mecanismos de acompanhamento pedagógico
individualizado on-line e disponibilizá-lo para as famílias;
3.5.6. promover política de formação para professores, gestores e profissionais não
docentes, com foco na melhoria das relações intraescolares de modo a favorecer a
construção de um ambiente emocionalmente saudável para o desenvolvimento dos
alunos;
3.5.7. desenvolver, no currículo das escolas, ações de defesa dos direitos da criança
e do adolescente, devidamente articulados com a escola e a família, visando o
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combate à toda forma de violência, preconceito e discriminação de qualquer
natureza;
3.5.8. desenvolver e implementar uma política de incorporação do uso das
tecnologias educacionais na construção de ambientes de aprendizagem de
professores e alunos, para potencializar seu desenvolvimento pessoal, profissional e
acadêmico;
3.5.9. fortalecer a política de formação continuada para professores, equipe gestora
das escolas e profissionais não docentes, visando a incorporação do uso das
tecnologias educacionais na construção da aprendizagem utilizando ambientes
virtuais;
3.5.10. adequar as unidades de ensino com os equipamentos e a infraestrutura
necessários para utilização das tecnologias da informação no desenvolvimento das
atividades acadêmicas;
3.5.11. estruturar o programa de apoio às escolas com elevado índice de reprovação,
evasão e abandono; e
3.5.12. implantar ações de apoio aos professores, no que tange à aprendizagem dos
conteúdos de componentes curriculares em que os alunos apresentem baixo
desempenho e elevado índice de reprovação.
3.6. redimensionar a oferta de Ensino Médio regular nos turnos diurno e noturno, bem
como a distribuição territorial das escolas, de forma a atender toda a demanda, de
acordo com as necessidades específicas dos(as) alunos(as):
3.6.1. definir, até o segundo ano de vigência deste plano, proposta de atendimento
para o Ensino Médio noturno em um formato que articule o uso das tecnologias com
a proposta curricular adequada a esse público; e
3.6.2. desenvolver políticas de formação para gestores, coordenadores, professores
e profissionais não docentes do Ensino Médio noturno, alinhando a utilização das
tecnologias à implementação da organização pedagógica que atenda as
peculiaridades desse público.
3.7. implementar políticas de prevenção à evasão motivada por violência, preconceito ou
discriminação de qualquer natureza, criando rede de proteção contra formas associadas
de exclusão:
3.7.1. desenvolver programa de prevenção e combate à violência, ao uso de
entorpecentes, discriminação e preconceito de toda e qualquer origem, fomentando
uma cultura de respeito e paz nas escolas;
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3.7.2. desenvolver, em parceria com outras secretarias, programa de atendimento
aos alunos vítimas de violência, drogadição, preconceito ou quaisquer formas de
discriminação;
3.7.3. implementar programas de incentivo ao protagonismo juvenil para ampliar a
discussão de temas relacionado a toda forma de violência, preconceito ou
discriminação de qualquer natureza; e
3.7.4. fortalecer rede de atendimento e formação com instituições parceiras tais
como: Secretaria de Assistência Social - SEDSS; Centro de Referência da
Assistência Social - CRAS; Ministério Público Estadual - MPE; Secretaria de Políticas
para as Mulheres - SEPMULHERES; Secretaria de Justiça e Direitos Humanos -
SEJUDH; Secretaria de Humanização; Secretaria de Estado de Saúde - SESACRE,
no combate ao preconceito, à violência e qualquer forma de discriminação.
3.8. estimular a participação dos adolescentes no desenvolvimento das áreas
tecnológicas, científicas, esportivas e culturais:
3.8.1. criar, por lei específica, até o final do segundo ano de vigência deste plano, um
programa institucional de bolsas para a educação básica, assegurando que alunos e
professores tenham apoio no desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão,
de iniciação científica e de natureza esportiva ou cultural;
3.8.2. ampliar e garantir a participação dos alunos do Ensino Médio nos eventos de
iniciação científica e olimpíadas do conhecimento; e
3.8.3. proporcionar parcerias entre as instituições acadêmicas e provedoras de curso
técnico, no que diz respeito a desenvolver estratégias de incentivo a ingresso nos
cursos das áreas tecnológicas e científicas.
3.9. garantir a presença e efetivar a participação da representação estudantil, por
intermédio de suas entidades, nas diferentes instâncias consultivas, normativas,
deliberativas e fiscalizadoras do Sistema Estadual de Educação, assegurando a
distribuição de participação por critérios geográficos; e
3.10. Assegurar, no interior das escolas da rede pública estadual e da rede privada de
educação básica, bem como nas instituições públicas e privadas de ensino superior, o
exercício da liberdade de organização no que tange à formação, eleições democráticas e
gestão das entidades de representação estudantil, tais como grêmios estudantis, centros
acadêmicos ou diretórios de estudantes.
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Meta 4: Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, altas
habilidades e/ou superdotação, dislexia, discalculia, disgrafia, disortografia e distúrbio de
processamento auditivo central, o acesso à Educação Básica e ao atendimento educacional
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema
educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes bilíngues, escolas
bilíngues ou serviços especializados, públicos e/ou conveniados.
Estratégias
4.1. assegurar ações e metodologias para o acesso aos alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade,
altas habilidades e/ou superdotação, dislexia, discalculia, disgrafia, disortografia e
distúrbio de processamento auditivo central, ofertando educação de qualidade com a
implementação de padrões de acessibilidade atitudinais, de recursos didáticos, mobiliário
e infraestrutura física, conforme as normas da ABNT, até o final do quarto ano de vigência
deste plano;
4.2. definir, até o final do primeiro ano de vigência deste Plano, um padrão de implantação
de salas de recursos multifuncionais, com respectivo padrão de atendimento por
profissionais capacitados, adequado às necessidades de aprendizagem de cada pessoa,
público alvo da educação especial;
4.3. desenvolver, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, programa de
formação continuada (stricto sensu e lato sensu) para docentes, equipe gestora,
profissionais não docentes e outros profissionais que prestam serviços de apoio, tais como
mediadores e auxiliares educacionais das escolas regulares, em especial as
contempladas com sala de recursos multifuncionais, bem como dos Centros de
Atendimento Educacional Especializado e Núcleos de Apoio Pedagógico e seus
respectivos profissionais;
4.4. assegurar, até o final do terceiro ano de vigência deste plano, que todos os
profissionais lotados na escola tenham formação para o atendimento das especificidades
das diversas deficiências, de forma a assegurar a mobilidade e orientação, comunicação e
outras necessidades do público-alvo da educação especial; e que, na sala de recursos
multifuncionais, sejam habilitados em cursos de proficiência oferecidos pelo MEC ou por
associações, em parceria com as secretarias de educação; ou que possuam pós-
graduação lato sensu em educação de Surdos/Tradução e Interpretação/LIBRAS e/ou
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certificados pelo Prolibras; ou que sejam habilitados em braile, soroban, comunicação
aumentativa, alternativa, audiodescrição, em sala de aula com demais ambientes
escolares, ensino de informática acessível, ensino de recursos ópticos acessíveis, práticas
educativas para uma vida independente e demais tecnologias assistivas, tais como
habilidades de orientação e mobilidade;
4.5. definir, até o final do segundo ano de vigência deste plano, indicadores de qualidade e
política de avaliação e supervisão para o funcionamento de instituições públicas e
privadas que prestam atendimento a alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, altas habilidades e/ou
superdotação, dislexia, discalculia, disgrafia, disortografia e distúrbio de processamento
auditivo central, assegurando a participação desse público na realização das avaliações
externas e internas da escola;
4.6. definir sistema de acompanhamento do desenvolvimento acadêmico dos alunos
matriculados nas salas de recursos multifuncionais, em instituições públicas, privadas,
confessionais e filantrópicas, para avaliar a qualidade do atendimento e do aprendizado;
4.7. implantar, progressivamente, nos municípios, priorizando aqueles com maior número
de alunos público-alvo da educação especial, Centro de Atendimento Educacional
Especializado, com equipe especializada, destinados ao atendimento de alunos com
deficiência, em parceria com os Municípios e as organizações da sociedade civil, em até
cinco anos;
4.8. desenvolver, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, programas
suplementares e complementares, atualizados e/ou específicos, que assegurem o acesso
e a permanência dos alunos público-alvo da educação especial, de forma a atender as
suas necessidades específicas;
4.9. garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS,
como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda
língua, aos alunos surdos e com deficiência auditiva, a partir de quatro anos, em escolas e
classes bilíngües, em todos os níveis e modalidades de ensino, de acordo com o art. 22
do Decreto n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005, bem como nos termos dos arts. 24 e 30
da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência;
4.10. fortalecer programa de produção de material em sistema Braille, mídias eletrônicas e
de Libras tátil, bem como outros formatos acessíveis, para cegos, baixa visão e
surdocegos;
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4.11. assegurar política de formação e acompanhamento dos tradutores/intérpretes de
Libras, instrutor de Libras surdo, professor ouvinte bilíngue, professores de Libras,
professores mediadores, professores de atendimento educacional especializado,
assistente educacional, professor brailista, professores de ensino de Libras e do ensino da
língua portuguesa como segunda língua, nas salas de recurso e nas salas inclusivas para
alunos surdos;
4.12. desenvolver política intersetorial de busca ativa de pessoas público-alvo da
educação especial, em todos os níveis e modalidades de ensino, na faixa etária de zero a
dezoito anos, beneficiários ou não dos programas de transferência de renda;
4.13. estimular a continuidade da escolarização dos alunos público-alvo da educação
especial, na educação de jovens e adultos, de forma a assegurar a educação ao longo da
vida, observadas suas necessidades e especificidades, garantindo o atendimento
educacional especializado, às pessoas maiores de dezessete anos, que não puderam
frequentar a escola em idade própria, nas modalidades educacionais condizentes com a
sua idade;
4.14. assegurar que as instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos, conveniadas com o poder público, participem do processo de inclusão dos
alunos público-alvo da educação especial;
4.15. envidar esforços junto aos entes federados para garantir o Atendimento
Educacional Especializado - AEE nas instituições públicas, comunitárias, confessionais
ou filantrópicas em todos os níveis e modalidades de ensino;
4.16. assegurar as condições de acessibilidade física, pedagógica, linguística, psicológica
e tecnológica, nas comunicações, informações e nos transportes dos alunos público-alvo
da educação especial;
4.17. garantir a criação de centros multidisciplinares de apoio, pesquisa e assessoria,
articulados com instituições acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de
saúde, assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o trabalho dos professores
de todos os níveis e modalidades de ensino com alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, altas
habilidades e/ou superdotação, dislexia, discalculia, disgrafia, disortografia e distúrbio de
processamento auditivo central;
4.18. garantir o estímulo às famílias para aumentar a participação dos alunos público-alvo
da educação especial, nas salas de recursos multifuncionais no contraturno;
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4.19. ampliar e fortalecer o programa de intervenção precoce para os alunos de zero a
sete anos, público-alvo da educação especial, independente de matrícula na rede pública
e instituições sem fins lucrativos e Centros Especializados;
4.20. garantir , para alunos com baixa visão severa e cegueira, a presença do professor
brailista na sala regular de ensino, bem como assegurar equipamentos de alta tecnologia
nas salas de recursos multifuncionais, tais como computadores com programas
específicos de voz e outros recursos necessários para o melhor desempenho do mesmo;
4.21. assegurar, até o final do quinto ano de vigência deste plano, a qualidade do
atendimento educacional especializado, com profissionais qualificados através de
concurso público para provimento de cargos efetivos, garantindo, assim, a continuidade do
trabalho e do investimento realizado na formação desses profissionais; e
4.22. garantir que a quantidade de alunos atendidos nas salas de recursos
multifuncionais não ultrapasse quinze alunos por professor, visando uma educação de
qualidade.
Estratégias
5.1. Alfabetizar todas as crianças em Língua Portuguesa e em Matemática até, no
máximo, o final do 3º ano do Ensino Fundamental;
5.2. estruturar os processos pedagógicos de alfabetização nos anos iniciais do Ensino
Fundamental articulados com estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e
valorização dos professores alfabetizadores e apoio pedagógico específico, a fim de
garantir a alfabetização plena de todas as crianças;
5.3. rever as orientações curriculares do Estado, adequando-as às orientações
curriculares nacionais, durante a vigência do plano;
5.4. fortalecer a política de formação inicial e continuada de professores alfabetizadores,
na perspectiva da construção de práticas pedagógicas mais eficazes e específicas, que
garantam a alfabetização plena de todas as crianças até, no máximo, o 3º ano do Ensino
Fundamental;
5.5. desenvolver processo de capacitação de professor alfabetizador, de modo a
assegurar que todos os profissionais tenham domínio de tecnologias educacionais
adequadas às necessidades das crianças, a fim de tornar o processo de alfabetização
mais eficaz e atrativo, fortalecendo o fluxo escolar da aprendizagem;
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5.6. desenvolver processos pedagógicos na perspectiva do letramento, da alfabetização e
do desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, que articule o trabalho na pré-escola
com os anos iniciais do Ensino Fundamental, considerando e respeitando as
características e peculiaridades do desenvolvimento infantil;
5.7. implementar novas práticas de avaliação compatíveis com o desenvolvimento infantil,
considerando a singularidade e os tempos de aprendizagem de cada um dos alunos;
5.8. desenvolver política de avaliação diagnóstica da aprendizagem dos alunos, como
ferramenta para a definição de atividades pedagógicas adequadas às necessidades de
todas as crianças, incluindo aquelas com déficit de aprendizagem, ainda que não sejam
pessoas público-alvo da educação especial;
5.9. desenvolver programa para o uso das tecnologias nos processos de letramento, da
alfabetização e do desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático; e
5.10. fomentar ações para a efetiva participação das famílias nos processos de
aprendizagem das crianças.
Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, cinquenta por cento
das escolas da rede pública, e atender, pelo menos, trinta por cento dos alunos da Educação
Básica nesta modalidade de ensino.
Estratégias
6.1. elaborar e aprovar, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, política de
educação integral e em tempo integral contendo proposta pedagógica, padrão
arquitetônico e de mobiliário, bem como de locais de construção, preferencialmente em
áreas de maior vulnerabilidade social;
6.2. institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programas de ampliação e
reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas,
laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades culturais, bibliotecas,
auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros, bem como equipamentos, produção de
material didático e formação de recursos humanos para a Educação em tempo integral;
6.3. ampliar a jornada do Ensino Fundamental e Médio para, no mínimo, cinco horas
diárias até o final do quarto ano de vigência deste plano, respeitando-se a peculiaridade
das escolas rurais e das florestas;
18
6.4. promover, estruturar e fomentar programa de formação continuada para as equipes
gestoras e professores, visando o desenvolvimento de propostas pedagógicas para
execução da educação integral e em tempo integral;
6.5. reestruturar o currículo da escola na perspectiva de tempo integral de maneira que as
ações formativas e de natureza multidisciplinar estejam contempladas nas propostas
pedagógicas e nos planos de ensino;
6.6. instituir uma política de constituição/formação de quadros permanentes (docentes e
não-docentes) nas escolas de tempo integral no sentido de resguardar o cumprimento de
carga horária em uma única instituição de ensino; e
6.7. definir, até o final do segundo ano de vigência deste plano, em legislação
específica, no âmbito do regime de colaboração do Estado e seus municípios, a forma de
cooperação técnica, administrativa e financeira para o cumprimento da meta e respectivas
estratégias relacionadas à educação integral e em tempo integral.
Estratégias
7.1. estabelecer e implantar, mediante pactuação federativa, diretrizes pedagógicas para
a Educação Básica e a base nacional comum dos currículos, observados os direitos,
objetivos e expectativas de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para
cada ano do Ensino Fundamental e Médio, respeitada a diversidade estadual e local;
7.2. assegurar que, no quinto ano de vigência deste PEE, pelo menos setenta por cento
dos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio tenham alcançado nível suficiente
de aprendizado em relação aos direitos, objetivos e expectativas de aprendizagem e
desenvolvimento de seu ano de estudo e cinquenta por cento, pelo menos, o nível
desejável;
19
7.3. desenvolver programas de formação continuada para professores e coordenadores
com foco na implementação de ações que efetivem os direitos, objetivos e expectativas de
aprendizagem para cada ano da Educação Básica, por componente curricular;
7.4. desenvolver, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, orientações para os
procedimentos de avaliação da aprendizagem para verificar se os direitos, objetivos e
expectativas de aprendizagem estão sendo alcançados nos padrões adequados;
7.5. fortalecer as ações de acompanhamento e monitoramento interno e externo às
escolas, com foco nas metas de aprendizagem;
7.6. desenvolver estratégias de formação continuada com vistas à utilização dos
resultados das avaliações internas e externas como orientadores do planejamento e das
intervenções pedagógicas das escolas e da SEE;
7.7. apoiar técnica e financeiramente, em regime de colaboração, programas de
assistência pedagógica e financeira para as escolas e os municípios com baixo
desempenho, de modo que alcancem as metas de aprendizagem;
7.8. realizar formação continuada para a equipe gestora das escolas, com ênfase na
utilização dos resultados das avaliações internas e externas, no planejamento e no
acompanhamento pedagógico;
7.9. implantar, com o apoio da União e dos Municípios, o Índice de Desenvolvimento da
Educação do Acre - IDEA, que definirá metas anuais de desempenho para escolas, redes
municipais e rede estadual, com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da
Educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos
disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes,
considerando as especificidades das modalidades de ensino;
7.10. Melhorar o desempenho dos alunos da Educação Básica nas avaliações de
aprendizagem no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, de acordo
com a seguinte projeção:
7.11. estabelecer, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, bônus para os
profissionais das escolas que alcancem as metas do IDEA e do IDEB;
7.12. fortalecer o Sistema Estadual de Avaliação da Aprendizagem Escolar - SEAPE, com
a colaboração técnica e financeira da União, com a participação, por adesão, das redes
20
municipais de ensino, para orientar as políticas públicas e as práticas pedagógicas, com o
fornecimento das informações às escolas e à sociedade;
7.13. instituir políticas e ações de combate à evasão, ao abandono e à reprovação,
elevando o índice de aprovação para, no mínimo, noventa e cinco por cento em todos os
anos do Ensino Fundamental e Médio;
7.14. desenvolver, com o apoio da União, pesquisas de modelos alternativos de
atendimento escolar, para a população da zona rural e das florestas, que considerem as
especificidades locais e as boas práticas nacionais e internacionais;
7.15. assegurar, a todas as escolas públicas de Educação Básica, o acesso a energia
elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos,
garantindo o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, a bens e serviços
culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e informática e, em cada
edifício escolar, a acessibilidade às pessoas com deficiência;
7.16. utilizar, em regime de colaboração com a União e os municípios, no prazo de dois
anos, os parâmetros mínimos de qualidade dos serviços da Educação Básica, definidos
pelo MEC, a serem utilizados como referência para infraestrutura das escolas, recursos
pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como instrumento para adoção de
medidas para a melhoria da qualidade do ensino;
7.17. garantir políticas de combate à violência na escola e no seu entorno, inclusive pelo
desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos
sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das
providências adequadas que promovam a construção da cultura de paz e um ambiente
escolar dotado de segurança para a comunidade;
7.18. implementar/ampliar políticas de inclusão e permanência na escola para
adolescentes e jovens que se encontram em regime de liberdade assistida e em situação
de rua, assegurando os princípios da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da
Criança e do Adolescente;
7.19. consolidar a educação escolar na zona rural e nas florestas, de populações
tradicionais, de populações itinerantes e de comunidades indígenas, respeitando a
articulação entre os ambientes escolares e comunitários e garantindo o desenvolvimento
sustentável e preservação da identidade cultural; a participação da comunidade na
definição do modelo de organização pedagógica e de gestão das instituições,
considerando as práticas socioculturais e as formas particulares de organização do tempo;
a oferta bilíngue na educação básica, na Educação de Jovens e Adultos e no Ensino
21
Superior, em língua materna das comunidades indígenas e em língua portuguesa; a
reestruturação e a aquisição de equipamentos; a oferta de programa para a formação
inicial e continuada de profissionais da Educação; e o atendimento em Educação Especial.
Estratégias
8.1. Ampliar a oferta da Educação de Jovens e Adultos – EJA, articulada com o mundo do
trabalho, para os segmentos populacionais que estão fora da escola de modo a ampliar as
oportunidades de escolarização e a conclusão da Educação Básica, com foco na
população de dezoito a quarenta e cinco anos;
8.2. propiciar programas específicos de formação de professores de EJA, em regime de
colaboração com o governo federal e universidades;
8.3. desenvolver, além de cursos presenciais, formatos de atendimento à distância na
EJA para a população trabalhadora, de modo a favorecer o acesso e a conclusão da
Educação Básica para este segmento;
8.4. garantir a oferta da Educação Básica para jovens e adultos privados de liberdade,
tendo o trabalho como princípio educativo e de formação para a cidadania, assegurando a
formação dos professores e a implementação das diretrizes nacionais para a oferta de
educação nas prisões em regime de colaboração;
8.5. expandir a oferta de EJA para os beneficiários dos programas de transferência de
renda, em ação articulada com o órgão gestor da área de assistência social, de modo a
assegurar uma cobertura de, no mínimo, cinquenta por cento da população que não
concluiu a Educação Básica;
8.6. garantir o acesso gratuito aos exames especiais para conclusão do Ensino
Fundamental e Médio para maiores de quinze e dezoito anos, respectivamente;
8.7. realizar busca ativa em todos os espaços urbanos e rurais no âmbito do Estado, em
parceria com áreas da assistência social, saúde e juventude, para identificar a população
maior de dezoito anos que não concluiu a Educação Básica e assegurar organização de
atendimento adequado;
8.8. promover, anualmente, mobilização na mídia televisiva e rádios para sensibilizar a
população jovem, adulta e idosa para matrícula na EJA, ampliando o atendimento e
22
qualificando a população economicamente ativa, para suprir as demandas do mundo do
trabalho;
8.9. implementar políticas públicas que promovam a integração da EJA com os setores da
saúde, trabalho, meio ambiente, cultura e lazer, na perspectiva da formação integral dos
cidadãos; e
8.10. desenvolver programa educacional de atendimento especial para jovens com idade
a partir de quinze anos, que cumpram medidas protetivas e socioeducativas, em regime
de internação, assegurando-lhes o direito de concluir a Educação Básica e a valorização
dos direitos humanos.
Estratégias
9.1 . Ampliar a oferta da educação de jovens e adultos a todos os que não tiveram acesso
à Educação Básica na idade própria, priorizando a população não alfabetizada na faixa
etária de quinze a quarenta e cinco anos;
9.2. ampliar a oferta da educação básica nas unidades prisionais assegurando a elevação
da escolaridade para pessoas em privação de liberdade; e ampliar a oferta da educação
básica nos centros de medidas socioeducativas e casas de apoio e recuperação a
dependentes químicos;
9.3. desenvolver programa de atendimento às pessoas a partir de sessenta anos,
integrado com políticas intersetoriais de atenção à pessoa idosa;
9.4. firmar pacto e estabelecer metas com os governos municipais pela elevação da
escolaridade da população jovem, adulta e idosa do Estado, definindo compromissos em
regime de colaboração;
9.5. realizar chamada pública regular, semestralmente, em todo o Estado, para identificar
a demanda dos jovens e adultos com Ensino Fundamental e Médio incompleto,
promovendo busca ativa, em regime de colaboração, ensejando a participação da
sociedade civil e das instituições não governamentais;
9.6. instituir o Comitê Estadual de Enfrentamento ao Analfabetismo para acompanhar e
avaliar as ações definidas no Plano Estadual de Alfabetização e Elevação da Escolaridade
23
de Jovens e Adultos, bem como de seus respectivos programas, ensejando a participação
da sociedade civil e das instituições não governamentais;
9.7. assegurar a continuidade de estudos aos egressos do Programa ALFA 100 no
primeiro segmento da EJA, em diferentes espaços, independente do seu tempo de
conclusão;
9.8. instituir política de valorização remuneratória ao professor alfabetizador e aos
coordenadores de turma de alfabetização, na perspectiva de ampliação do valor das
bolsas e estabelecimento de premiação por desempenho e cumprimento de metas;
9.9. instituir sistema de avaliação estadual que permita aferir o grau de alfabetização de
jovens e adultos, com mais de quinze anos de idade, a cada dois anos;
9.10. articular com setores da saúde, a inclusão dos estudantes da EJA e de programas
de alfabetização no atendimento realizado através dos programas “Olhar Brasil”, com
fornecimento gratuito de óculos, “Brasil Sorridente” e “Saúde na Escola”;
9.11. articular e assegurar estrutura, principalmente de transporte terrestre e fluvial, de
modo a atender o acompanhamento, dando suporte aos trabalhos realizados nas turmas
de alfabetização de adultos e EJA;
9.12. instituir programa de formação continuada específica para os professores
alfabetizadores que atuam nas classes de alfabetização, em regime de colaboração com o
governo federal e universidades;
9.13. implantar programa de atendimento aos alunos e egressos dos cursos de Educação
de Jovens e Adultos vinculado a uma política de inserção no mundo do trabalho, em
parceria com instituições que atuam no campo de estágio e da educação profissional;
9.14. estabelecer mecanismos e incentivos que integrem os segmentos empregadores,
públicos e privados, e os sistemas de ensino, para promover a compatibilização da
jornada de trabalho dos empregados com a oferta das ações de alfabetização e de
educação de jovens e adultos;
9.15. articular, com instituições de Ensino Superior, o desenvolvimento de programas de
extensão para a capacitação tecnológica da população jovem e adulta, inclusive para os
que apresentam deficiência e/ou dificuldades de aprendizagem, com tecnologias
assistivas que favoreçam a efetiva inclusão social e produtiva dessa população;
9.16. propiciar programas específicos de formação de professores de EJA em regime de
colaboração com o governo federal e universidades;
24
9.17. assegurar a produção de material específico e contextualizado à realidade do Acre
para a alfabetização de jovens, adultos e idosos residentes em comunidades isoladas e de
difícil acesso; e
9.18. realizar programa de busca ativa para atendimento da população, com mais de 15
anos de idade, não alfabetizada ou que não tenha concluído a Educação Básica.
Meta 10: Oferecer, no mínimo, trinta por cento das matrículas de educação de
jovens e adultos, nos níveis de Ensino Fundamental e Médio, na forma integrada à educação
profissional.
Estratégias
10.1. Expandir as matrículas na EJA, articulando a educação de jovens e adultos com a
educação profissional, objetivando a elevação do nível de escolaridade da população
trabalhadora e as possibilidades de inserção no mundo do trabalho;
10.2. estruturar um currículo de EJA que enseje a articulação da Educação Básica com a
Educação Profissional, considerando as especificidades das comunidades da zona rural e
das florestas, das populações urbanas e privadas de liberdade, capaz de responder às
exigências do mundo do trabalho;
10.3. fomentar a produção de material didático complementar para o desenvolvimento do
currículo, das metodologias específicas e instrumentos de avaliação que serão utilizados
nos cursos integrados, em parceria com instituições que atuam no campo da educação
profissional;
10.4. assegurar programa de formação em serviço para os profissionais que atuam na
EJA integrada à educação profissional, inclusive no formato de educação à distância, em
regime de colaboração com o governo federal, instituições de Ensino Superior e/ou
instituições públicas e privadas que atuem no campo da educação profissional;
10.5. implementar ações do programa nacional de assistência ao estudante, de modo
que contribuam para o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito
da educação de jovens e adultos articulada à educação profissional;
10.6. assegurar a implementação de mecanismos de reconhecimento de saberes dos
jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação curricular dos cursos
de formação inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio;
10.7. estruturar as unidades escolares para a oferta de EJA, nos aspectos de
infraestrutura, quadro de pessoal, docente e não docente, e recursos tecnológicos; e
25
10.8. Ampliar a oferta de EJA no período diurno, a partir do surgimento das demandas.
Estratégias
11.1. Promover a chamada pública, por município, a fim de ampliar a oferta de Educação
Infantil nas comunidades rurais, assegurando que todas as crianças de cinco anos de
idade estejam matriculadas até a metade da vigência deste Plano e a progressiva
matrícula das crianças de quatro anos de idade até 2019;
11.2. implementar ações de atendimento às populações da zona rural, das florestas e das
áreas de difícil acesso e baixa densidade demográfica, através de programas especiais
para assistência à primeira infância;
11.3. realizar chamada pública de dois em dois anos, por município, na zona rural, a fim
de assegurar matrícula de cem por cento das crianças de seis a quatorze anos de idade
no Ensino Fundamental até a metade da vigência deste plano, bem como para
universalizar o acesso ao Ensino Médio até o final da vigência do Plano;
11.4. assegurar o atendimento da população de quinze a dezessete anos de idade na
Educação Básica para que, até o final da vigência deste plano, a taxa líquida de
atendimento nesta faixa etária seja de oitenta e cinco por cento;
11.5. fortalecer os programas de atendimento para as áreas com baixa densidade
demográfica, assegurando as condições adequadas para o funcionamento das escolas,
salas e anexos, garantindo o alcance de padrões de aprendizagem satisfatórios;
11.6. desenvolver política de avaliação com foco no desempenho qualitativo dos alunos,
no que se refere às capacidades leitoras, escritoras, de raciocínio lógico-matemático e
ciências para todas as etapas do ensino;
11.7. fortalecer as escolas rurais em seu projeto político-pedagógico, para apoiar ações
pedagógicas de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar, a fim de corrigir a
distorção idade-série/defasagem idade-ano;
11.8. fortalecer o programa de alfabetização na idade certa, respeitando as peculiaridades
da zona rural;
11.9. desenvolver programa de avaliação qualitativa, assegurando as devidas
intervenções corretivas para os alunos concludentes dos anos iniciais, com o objetivo de
26
assegurar o domínio dos conhecimentos, habilidades e competências esperados para esta
etapa da escolarização;
11.10. promover o fortalecimento do atendimento nos anos finais do Ensino Fundamental
a partir do aperfeiçoamento das condições de oferta e aproximando o atendimento aos
locais de moradia dos alunos;
11.11. desenvolver material de apoio aos professores e alunos que contemple as
particularidades da zona rural e assegure o acesso aos conhecimentos e habilidades
necessários à formação integral, ao desenvolvimento da cidadania e à preparação para o
trabalho;
11.12. elaborar proposta de atendimento experimental até o final do segundo ano de
vigência deste plano para o Ensino Médio na zona rural, que deverá ser reavaliada até o
final do quinto ano de sua vigência, com a introdução de proposta curricular que
contemple a necessidade de formação profissional que respeite a diversidade geográfica e
as vocações produtivas locais;
11.13. assegurar a oferta da EJA aos jovens e adultos residentes em áreas de
assentamento, de floresta e ribeirinhas, com formato de atendimento adequado ao seu
tempo e espaço;
11.14. produzir material específico e contextualizado à realidade do Acre para a
alfabetização de jovens, adultos e idosos residentes em comunidades isoladas e de difícil
acesso;
11.15. aperfeiçoar, em regime de colaboração com a União e os municípios, o projeto
arquitetônico das escolas rurais para atender o padrão mínimo de qualidade para o
universo rural e assegurar que até o final do quinto ano de vigência deste plano todas
estejam adaptadas a esses padrões;
11.16. mobiliar e equipar todas as escolas rurais até o final do quinto ano de vigência
deste plano;
11.17. estabelecer política de atendimento na Zona Rural para aproximar a oferta da
escola à residência do aluno, garantindo a utilização do transporte escolar em casos
excepcionais;
11.18. estabelecer política de alimentação escolar diferenciada para as escolas da zona
rural que considere as distâncias percorridas e o tempo de permanência na escola;
11.19. ampliar os programas de atendimento a estudantes na área de educação e saúde,
com prioridade para alunos matriculados em áreas de baixa densidade demográfica;
27
11.20. assegurar e fomentar, até o final do quinto ano de vigência deste plano, que todos
os profissionais docentes, com atuação nas escolas rurais, tenham a formação inicial
exigida para o exercício do magistério;
11.21. desenvolver programa de formação continuada para os profissionais docentes
lotados nas áreas rurais que contemple o universo rural, os direitos, objetivos e
expectativas de aprendizagem definidos na base nacional comum e as estratégias
metodológicas adequadas a cada etapa da escolarização;
11.22. garantir a lotação, conforme normas em vigor, de servidores do quadro de apoio
administrativo, coordenador de ensino e pedagógico para todas as escolas rurais que
possuam mais de cem alunos, a partir do segundo ano de vigência deste plano;
11.23. assegurar política de formação continuada para os servidores do quadro de apoio
administrativo das escolas localizadas nas áreas rurais;
11.24. desenvolver políticas de uso de tecnologias para melhorar as práticas pedagógicas
das escolas localizadas nas diferentes áreas rurais;
11.25. assegurar sistema de rádio comunicação em todas as escolas localizadas em
comunidades isoladas;
11.26. ampliar a oferta de educação profissional integrada ao ensino médio, à educação
de jovens e adultos e a cursos pós-médio nas comunidades localizadas nas áreas rurais;
11.27. implantar os centros rurais dotados de infraestrutura técnico-administrativa e
pedagógica como instituições gestoras da Educação Básica na zona rural, assegurando
que, até o final do quarto ano de vigência deste plano, os mesmos funcionem em tempo
integral com a progressiva extensão a todas as escolas; e
11.28. implantar o Ensino Médio Regular nas escolas rurais onde haja números de alunos
suficientes e estrutura física adequada, até o final do quinto ano de vigência deste plano.
Meta 12: Universalizar a Educação Básica para todos os habitantes das diferentes
terras indígenas, até o final da vigência deste plano.
Estratégias
12.1. Realizar a chamada pública da população indígena da Educação Infantil até 2016
e universalizar a oferta, nas próprias aldeias, de forma a atender às especificidades
dessas comunidades, garantindo a participação das comunidades nas discussões e
decisões, por meio da consulta livre, prévia e informada;
28
12.2. universalizar a oferta do Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano e ampliar,
gradativamente, a oferta do Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano à população
indígena, nas próprias aldeias, de acordo com as especificidades socioculturais, a
territorialidade e em consulta livre, prévia e decidida pela comunidade;
12.3. realizar visitas periódicas nas comunidades indígenas para identificar a real
demanda do ensino fundamental e médio;
12.4. realizar consulta livre, prévia e informada nas comunidades com o objetivo de
ampliar, gradativamente, a oferta de ensino médio à população indígena, respeitando a
territorialidade e as condições socioculturais de suas comunidades, de acordo com o
levantamento do número de alunos realizado pela SEE;
12.5. implementar as tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada,
os modos próprios de ensino/aprendizagem, a organização social e o ambiente
comunitário das comunidades indígenas;
12.6. implantar salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação continuada
de professores indígenas, de modo a habilitá-los para atuar, conforme os preceitos da
educação especial inclusiva;
12.7. elaborar materiais didáticos específicos para todas as etapas da educação
básica, em Língua Materna e Portuguesa, para a alfabetização de crianças indígenas e
desenvolver instrumentos de acompanhamento pedagógico que respeitem as
condições sociolinguísticas de cada povo;
12.8. desenvolver estudos e políticas públicas para aperfeiçoar o sistema de
avaliação da educação básica, buscando a contextualização dos indicadores e levando
em consideração os múltiplos fatores que interferem na atuação da escola, em
especial, as condições socioculturais e linguísticas dos alunos indígenas;
12.9. desenvolver programa específico para promover a regionalização da merenda
escolar, considerando políticas e programas federais voltados para o tema, os hábitos
alimentares e a disponibilidade de produção local, a partir da articulação com as
comunidades indígenas e demais órgãos do governo;
12.10. oferecer programas de educação de Jovens e Adultos nas terras indígenas
para grupos que não foram contemplados com o Ensino Fundamental e Médio na
idade certa, observando as especificidades educativas dos povos, a partir de consulta
prévia, livre e informada;
12.11. implementar, por meio do regime de colaboração e aprovação da comissão
estadual de educação indígena, o território étnicoeducacional, afim de atender
29
especificidades sócioculturais e linguísticas das comunidades envolvidas, assegurando
consulta livre prévia e informada;
12.12. estabelecer padrões de infraestrutura para as escolas indígenas, com
acompanhamento técnico e fiscalização das obras, que garantam a adaptação às
condições climáticas da região e, sempre que possível, as técnicas de edificações
próprias, de acordo com o uso social e concepções do espaço próprias de cada povo,
além das condições sanitárias e de higiene, conforme consulta livre, prévia e
informada;
12.13. desenvolver estudos para adaptar ou instituir o Programa Dinheiro Direto na
Escola – PDDE estadual, para atender às especificidades da educação escolar
indígena;
12.14. realizar, até o quinto ano de vigência deste plano, a regularização das escolas
localizadas em terras indígenas e em áreas habitadas tradicionalmente por povos
indígenas;
12.15. implementar programas específicos para formação inicial e continuada,
acadêmica e em serviço, de professores, gestores e pessoal de apoio, para atender as
escolas de comunidades indígenas, diretamente ou por meio de convênio com
instituição de ensino superior , com a participação de entidades da sociedade civil , que
possuam comprovada atuação em formação de profissionais da educação;
12.16. implementar programa de educação escolar indígena para adultos, articulado
com a educação profissional, de acordo com a demanda, desenvolvendo tecnologias e
acompanhamento pedagógico necessários, que considerem todos os direitos
garantidos pela legislação vigente, a territorialidade e as condições socioculturais das
comunidades indígenas voltadas para a sustentabilidade local, garantindo consulta
livre, prévia e informada;
12.17. assegurar a oferta do Ensino Médio integrado à educação profissional, de acordo
com a demanda, reconhecendo experiências existentes, respeitando a territorialidade e as
condições socioculturais das comunidades indígenas, garantindo consulta livre, prévia e
informada;
12.18. realizar, a partir do primeiro ano de vigência deste plano, em parceria com
instituições públicas de ensino superior, estratégias que assegurem o acesso e a
permanência ao ensino superior de alunos indígenas, egressos das escolas indígenas;
12.19. possibilitar o acesso dos alunos indígenas em programas de ensino superior e de
pós-graduação nas instituições de nível superior;
30
12.20. qualificar vinte e cinco por cento dos docentes indígenas em nível superior, até o
final do sexto ano de vigência deste plano, em programas específicos para formação de
professores atuantes na educação básica das redes estadual e municipais, em parceria
com instituição pública de ensino superior;
12.21. qualificar cinquenta por cento dos docentes indígenas, até o oitavo ano de
vigência deste plano, em nível médio, em programas específicos para formação de
professores atuantes na educação básica, das redes estadual e municipais;
12.22. considerar as especificidades socioculturais das comunidades indígenas no
provimento de cargos efetivos para essas escolas;
12.23. criar, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, a categoria de escola
indígena, no âmbito do sistema de educação do estado, para assegurar especificidade
e o aprimoramento da oferta da educação escolar indígena;
12.24. instituir e regulamentar, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, a
carreira específica do magistério indígena, assegurando concurso de provas e títulos
adequados às particularidades linguísticas e culturais das sociedades indígenas;
12.25. estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares em escolas
indígenas, como instrumentos de participação e acompanhamento na gestão escolar,
por meio da criação de programa específico para formação de conselheiros, de forma a
assegurar suas condições de funcionamento;
12.26. assegurar, de acordo com a demanda, a constituição e o fortalecimento de
Comitês Executivos nas escolas indígenas, como instrumentos de gestão escolar, por
meio da criação de programas específicos para formação de conselheiros,
assegurando condições de funcionamento, bem como a consulta livre, prévia e
informada;
12.27. assegurar a participação e formação de representantes dos povos indígenas
nos conselhos de acompanhamento e controle social de políticas públicas voltadas
para a educação escolar indígena;
12.28. estabelecer parceria técnico-financeira, com os municípios, com lideranças
indígenas e com instituições não governamentais, onde houver educação escolar
indígena para o desenvolvimento da Educação Básica;
12.29. assegurar as condições para a criação e manutenção da Comissão Estadual
de Educação Escolar Indígena, formada pela Secretaria de Estado de Educação -
SEE, Institutos Federais de Ensino Superior – IFES, Fundação Nacional do Índio -
FUNAI, sindicatos, organizações indígenas e indigenistas e organizações não
31
governamentais da área indígena, com o objetivo de assessorar tecnicamente a
formulação e a execução de políticas para educação escolar indígena; e
12.30. instituir ações de monitoramento, acompanhamento e assessoramento
constante do trabalho dos professores indígenas nas aldeias.
Meta 13: Triplicar, até o final da vigência deste plano, a matrícula da educação
profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade de oferta, sendo setenta e cinco
por cento na rede pública em todos os municípios.
Estratégias
13.1. Articular a rede estadual de educação profissional, a rede federal e o sistema S para
desenvolver atendimento de educação profissional técnica de nível médio ,nos vinte e dois
municípios do estado, até o final do terceiro ano de vigência deste plano;
13.2. desenvolver programa para a oferta de Ensino Médio integrado à educação
profissional nas escolas estaduais, nos vinte e dois municípios do estado, até o final do
quarto ano de vigência deste plano;
13.3. desenvolver programa de oferta de Ensino Médio integrado à educação profissional
para as áreas rurais, de acordo com a vocação econômica da região, nos vinte e dois
municípios do estado, até o final do quarto ano de vigência deste plano;
13.4. assegurar, em regime de colaboração, utilizando-se também de Educação à
Distância, que trinta por cento da matrícula da educação de jovens e adultos seja
integrada à educação profissional até o final do quarto ano de vigência deste plano,
garantindo a capacitação dos profissionais e o aparato tecnológico necessário para a
efetivação dos cursos;
13.5. implantar e regulamentar sistema estadual de reconhecimento de saberes para fins
de certificação profissional;
13.6. ampliar a capacidade de atendimento da rede estadual de educação profissional e
tecnológica para os vinte e dois municípios do estado;
13.7. criar e institucionalizar sistema de avaliação da qualidade de educação profissional
técnica de nível médio das redes escolares públicas e privadas;
13.8. expandir o atendimento do Ensino Médio gratuito, integrado à formação profissional,
para as populações da zona rural e das florestas, levando-se em consideração os seus
interesses e necessidades;
13.9. estimular a oferta de matrículas gratuitas da educação profissional técnica de nível
médio pelas entidades privadas de formação profissional, vinculadas ao sistema sindical e
32
entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação
exclusiva na modalidade;
13.10. expandir a oferta da Educação Profissional técnica de nível médio às pessoas com
deficiências, transtornos globais ou invasivos do desenvolvimento, transtornos de déficit
de atenção e hiperatividade, altas habilidades ou superdotação, dislexia, discalculia,
disgrafia, disortografia e distúrbio de processamento auditivo central;
13.11. reduzir as desigualdades etnicorraciais e regionais no acesso e permanência na
educação profissional técnica de nível médio, inclusive mediante a adoção de políticas
afirmativas, na forma da lei.
Estratégias
33
14.7. instituir política de formação continuada nas temáticas relacionadas aos direitos
humanos, cidadania e diversidade, com ênfase na questão etnicorracial e demais temas
transversais; e
14.8. assegurar política e respectivos programas de formação inicial e continuada
(acadêmica e em serviço) dos profissionais não docentes, com atuação em todas as
etapas e modalidades de ensino, com cursos nas áreas técnicas e tecnológicas.
Meta 15: Envidar esforços junto a União no sentido de expandir oferta de nível
superior de modo regular, nos vinte e dois municípios do Acre.
Estratégias
15.1. definir, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, planejamento estratégico
para ampliação da oferta de cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu nos vinte
e dois municípios do Acre;
15.2. fortalecer, em regime de colaboração, a ampliação das instituições federais de
ensino superior com a construção de campi avançados nos vinte e dois municípios do
Acre, dotando-os de bibliotecas, laboratórios e demais espaços necessários para o ensino
de qualidade;
15.3. fomentar política de apoio, estimulando a ampliação dos programas de assistência
estudantil, visando assegurar as condições de transporte, mobilidade e segurança
alimentar a estudantes hipossuficientes ou de baixa renda, com vistas a conclusão do
Ensino Superior;
15.4. articular os programas de estágio curricular das licenciaturas no ensino superior
público com as políticas de desenvolvimento social e as demandas da Educação Básica; e
15.5. desenvolver programa de educação superior específico para as populações
indígenas e rurais do Estado.
Meta 16: Apoiar a formação, em nível de pós-graduação, de cinquenta por cento dos
professores e profissionais não docentes da Educação Básica por meio de programas com
instituições da Educação Superior até o último ano da vigência desse plano e garantir a todos
os profissionais da Educação Básica formação continuada em sua área de atuação
considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
Estratégias
34
16.1 Realizar, em regime de colaboração, o planejamento estratégico para
dimensionamento da demanda por formação continuada e fomentar a respectiva oferta por
parte das instituições públicas de Educação Superior, de forma orgânica e articulada às
políticas de formação da União, do Estado e do município;
16.2. implementar/ampliar parcerias para o oferecimento de cursos de formação de
professores, complementação pedagógica e pós-graduação aos docentes que atuam em
todos os níveis de atendimento da Educação Básica e na educação profissional;
16.3. criar o Portal do Professor para subsidiar a atuação dos profissionais docentes da
Educação Básica, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos
suplementares em formato acessível;
16.4. expandir programa de composição de acervo de obras didáticas, paradidáticas, de
literatura e de dicionários, e programa específico de acesso a bens culturais, incluindo
obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, sem prejuízo de outros, a serem
disponibilizados para os professores da rede pública de educação básica, favorecendo a
construção do conhecimento e a valorização da cultura da investigação;
16.5. fortalecer os programas de formação inicial em nível superior de profissionais
docentes e não docentes em parceria com os IFES, bem como instituir programa de
formação continuada acadêmica (pós-graduação latu sensu e stricto sensu) e em serviço,
com oferta regular de cursos;
16.6. consolidar política estadual de formação de professores e professoras da educação
básica definindo diretrizes e áreas prioritárias, instituições formadoras e processo de
certificação das atividades formativas.
16.7. fortalecer programas de concessão de bolsas para professores das redes públicas
de ensino, visando a realização de estudos em outros estados e países, até o final do
segundo ano de vigência deste plano;
16.8. regulamentar, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, políticas de
formação em especialização stricto sensu, para docentes e não docentes das redes
públicas da Educação Básica, garantindo as condições necessárias, financeiras e relativas
à vida funcional, tanto no Estado, quando fora deste.
Meta 17: Desenvolver, até o final do segundo ano de vigência deste plano, novos
planos de carreira para a rede estadual e redes municipais que assegurem a valorização dos
profissionais da Educação Básica e que tenha como parâmetro a equiparação do rendimento
médio dos professores ao de profissionais com formação equivalente.
35
Estratégias
17.1. Constituir e apoiar a organização de fórum permanente, com representação dos
órgãos gestores e dos trabalhadores em educação, para discussão e acompanhamento
da política de valorização e desenvolvimento dos profissionais da educação básica;
17.2. limitar em, no máximo, vinte por cento do total de professores em sala de aula, o
número de profissionais no exercício das demais funções de magistério, tais como
direção, coordenação e assessoria pedagógica, lotados nas unidades escolares e nos
órgãos centrais do sistema, excluídos laudos médicos e licenças;
17.3. assegurar que, até o final do quinto ano de vigência deste plano, cem por cento dos
profissionais da rede pública estadual de educação básica sejam efetivos e, noventa por
cento dos demais profissionais técnicos, sejam do quadro permanente da escola;
17.4. definir, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, um plano de gestão
estratégica que considere o fluxo dos alunos na rede, a expansão das unidades escolares
e as aposentadorias funcionais para assegurar o adequado funcionamento do sistema de
educação;
17.5. realizar concursos públicos periódicos para provimento dos cargos de professor e
profissionais não docentes;
17.6. reestruturar o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos profissionais da
educação, até o final do segundo ano de vigência deste plano, estabelecendo
mecanismos de atualização salarial;
17.7. priorizar a permanência de professores com dois contratos na mesma escola; e
17.8. estimular a participação de professores em fóruns, feiras de ciências e competições
nacionais e internacionais durante a vigência deste plano.
Meta 18: Assegurar, até o final do segundo ano de vigência deste plano, a
construção ou reformulação dos instrumentos jurídicos e processos para a efetivação da gestão
democrática da Educação pública do estado do Acre, associada a critérios técnicos de mérito e
desempenho e à consulta pública à comunidade escolar no âmbito das escolas públicas,
prevendo recursos e apoio técnico da União.
Estratégias
36
Estadual de Gestão Democrática do sistema de ensino público (Lei n. 1.513/2003), com a
revisão dos critérios fixados para o exercício da função de diretor, com base no art. 64 da
LDB, visando aprimorar a qualidade da gestão da aprendizagem e da gestão estratégica,
com vistas à elevação dos índices de ensino/aprendizagem;
18.2. ampliar os programas de apoio e formação aos conselheiros dos Conselhos de
Educação, dos Conselhos escolares, de acompanhamento e controle social do FUNDEB,
de alimentação escolar, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico
adequado, equipamentos e meios de transporte com vistas ao bom desempenho de suas
funções;
18.3. aprimorar os processos democráticos da eleição de gestores, com definição de
critérios que considerem a formação e o perfil profissional, as habilidades e competências
exigidas para o exercício das funções de gestão – com ênfase em sua dimensão
pedagógica – e no cumprimento das metas estabelecidas no Plano de Desenvolvimento
da Escola – PDE e em seu Projeto Político-Pedagógico – PPP;
18.4. assegurar o suporte financeiro para que o Conselho Estadual de Educação cumpra
suas funções de órgão normativo, consultivo, deliberativo, fiscalizador e de
assessoramento ao sistema estadual de educação;
18.5. estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos
municipais de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão
escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros,
assegurando-se condições de funcionamento autônomo;
18.6. estimular a participação e a consulta de profissionais da Educação, alunos e seus
familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos
de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na
avaliação de docentes e gestores escolares; e
18.7. fortalecer o Fórum Estadual de Educação, com o intuito de coordenar as
conferências municipais e estaduais de educação bem como de efetuar o
acompanhamento da execução desse plano.
Estratégias
37
19.1. Assegurar que cem por cento dos recursos destinados ao Estado, oriundos dos
royalties do pré-sal, sejam destinados exclusivamente a educação, cuja distribuição entre
as diferentes rubricas e espécies de despesas deverá ser disciplinada em lei específica;
19.1.1. garantir outras e novas fontes de financiamento permanentes e sustentáveis
para todos os níveis, etapas e modalidades da Educação Básica, observando-se as
políticas de colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art.
60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do § 1º do art. 75 da Lei n.
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacidade de atendimento e do
esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender suas demandas
educacionais à luz do padrão de qualidade nacional.
19.2. promover, até o final do quarto ano de vigência deste plano, o processo de revisão
e atualização da legislação educacional do Acre, contemplando, além do Plano de Cargos
e Carreira dos Profissionais da Educação (Lei Complementar n. 67/1999) e da Lei de
Gestão Democrática do Sistema de Ensino Público (Lei n. 1.513/2003), as seguintes leis:
19.2.1 . Lei do Sistema Estadual de Ensino (Lei Complementar n. 162/2006),
convertendo-a na Lei do Sistema Estadual de Educação;
19.2.2 . Lei do Sistema Público de Educação Básica do Estado do Acre (Lei n.
1.694/2005), convertendo-a na lei que institui e regulamenta o Regime de
Colaboração.
19.3. fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem a transparência e o
controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente
a realização de audiências publicas, o fortalecimento dos portais eletrônicos de
transparência e a capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento de
controle social do FUNDEB, dentre outros;
19.4. assegurar que a gestão dos recursos financeiros esteja condicionada ao
planejamento do alcance das metas deste plano;
19.5. definir, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, o planejamento
plurianual, assegurando os recursos para o desenvolvimento das políticas e metas
estabelecidas neste plano;
19.6. definir, até o final do primeiro ano de vigência deste plano, condições básicas para o
funcionamento da gestão do sistema e das escolas;
19.7. ampliar a política de descentralização de recursos financeiros para as unidades de
ensino;
38
19.8. fortalecer os conselhos escolares e garantir a participação da comunidade na gestão
financeira das unidades de ensino;
19.9. desenvolver política que assegure a lotação e a qualificação de profissionais para
garantir a execução dos recursos descentralizados para as unidades de ensino;
19.10. assegurar que as prestações de contas da SEE e das escolas estejam disponíveis
em sítio eletrônico, até o final do segundo ano de vigência deste plano;
19.11. ampliar o investimento público em educação, durante a vigência deste plano, para
o desenvolvimento de pesquisa com vistas à universalização e melhoria de qualidade do
ensino;
19.12. efetivar e aperfeiçoar os instrumentos oficiais que estruturam o regime de
colaboração, pactuando recursos e responsabilidades entre os entes federados, na
organização dos seus sistemas e desenvolvimento da Educação Básica;
19.13. implantar, em dois anos da vigência deste Plano, o custo Aluno-Qualidade inicial -
CAQi referenciado nos padrões mínimos estabelecidos e regulamentados nacionalmente.
ANEXO II
Diagnóstico Situacional
Apresentação
O Plano Estadual de Educação, que ora se apresenta para discussão com a sociedade
acreana, é um marco na história da educação em nosso Estado. E, para expressar o compromisso com
políticas educacionais, geradoras de avanços na qualidade da educação pública, faz-se necessário que
o poder público, a sociedade civil e os movimentos sociais se articulem e participem dos debates na
perspectiva de construirmos uma educação de qualidade, democrática, inclusiva e socialmente
referenciada.
Este Plano será o primeiro a ser instituído por Lei, mas ele não é a nossa primeira
experiência em construção de trabalhos dessa natureza. Em observância à Lei n. 10.172, de 09 de
janeiro de 2001, que instituiu o Plano Nacional de Educação para o período de 2001 a 2010, foi
39
desencadeado um amplo processo de reflexão e discussão com o setor educacional para a elaboração
do Plano Estadual de Educação, sob a coordenação do Conselho Estadual de Educação - CEE.
40
pressupostos da democracia, entendida como instrumento de promoção da equidade e da justiça
social.
A arrancada para a elaboração do PNE 2014/2024 foi proposta pela Conferência Nacional
de Educação – CONAE. A CONAE/2014, planejada e organizada durante os anos de 2011 e 2012,
proporcionou à educação acreana um período especial na construção das políticas públicas para o
setor educativo, constituindo-se espaço de deliberação e participação coletiva, envolvendo diferentes
segmentos, setores e profissionais interessados na construção de políticas de Estado para a educação
do Acre.
A elaboração dos Planos Municipais teve como etapa inicial um ciclo de debates e
discussões em cada um dos municípios acerca da realidade educacional local para se identificar
avanços e desafios, com o propósito de fundamentar o trabalho a ser realizado durante as
Conferências Regionais, nas quais foram discutidas e definidas as ações e os passos necessários para
a elaboração do PME em cada um dos municípios.
41
Branco, Bujari e Porto Acre; Feijó e Tarauacá; Brasileia, Assis Brasil e Epitaciolândia; Xapuri; Santa
Rosa; Marechal Thaumaturgo; Porto Walter.
Como resultado das Conferências Regionais, uma série de ações foi desenvolvida nos
municípios para a construção e elaboração dos Planos Municipais, dentre as quais, destacamos:
levantamento de dados e informações educacionais para a elaboração do diagnóstico
da educação do município. O diagnóstico – base para a definição das metas, estratégias,
condições e desafios técnicos, financeiros e políticos dos referidos Planos - foi realizado a
partir das orientações técnicas do Fórum Estadual de Educação;
construção de um conjunto de metas e estratégias coerentes com o PNE;
elaboração de um conjunto de indicadores;
ato normativo e Formação de uma Comissão Coordenadora com representantes da
sociedade para debater a proposta do PME, através do Fórum ou do Conselho Municipal
de Educação;
encaminhamento do Documento-Base à Comissão Coordenadora para análise e
compatibilização das metas e estratégias.
Vale ressaltar que este PEE tem suas metas e estratégias alinhadas ao Plano Nacional de
Educação, com vistas à consolidação do Sistema Estadual de Educação do Acre – instituído através da
Lei n. 1.694 de 21 de dezembro de 2005 – e expressa o compromisso político do Estado de trabalhar
em articulação com os demais entes federados, com o propósito de promover mudanças na política
educacional capazes de alavancar as conquistas alcançadas pela educação acreana nos últimos
dezesseis anos. O compromisso e a efetiva participação de todos serão fundamentais para o alcance
42
das metas, entendidas como geradoras e propulsoras de um maior legado educacional para a presente
geração e as que virão. Afinal, os destinatários deste Plano somos todos nós, com responsabilidades
distintas por colocá-lo em curso e que vão desde os orçamentos públicos e seus executores à
cotidianidade da sala de aula, onde o projeto político pedagógico se concretiza e a qualidade pode
fincar raízes a partir do trabalho e do envolvimento coletivo de professores, gestores, alunos, famílias e
comunidade, em prol de uma educação de qualidade para todos os que aqui vivem.
Cabe salientar que a efetivação deste PEE não se encerra com a sua elaboração, haja
vista a necessidade de instituí-lo como um Plano de Estado que perpassa a temporalidade de uma
gestão e incorpora a pluralidade e os diferentes olhares de todos os atores envolvidos e da sociedade
civil, devendo, desse modo, transcender instâncias administrativas da educação, sejam elas públicas
ou privadas. As metas e estratégias carecerão de acompanhamento e avaliação sistemáticos para os
ajustes que se farão necessários diante de conquistas e de novos desafios que se tornarão realidade
ao longo desta empreitada.
Há aqui metas e responsabilidades para todos: a União, com a perspectiva do acesso ao
Ensino Superior, o Estado e os municípios com o atendimento na Educação Básica, mas há,
sobretudo, o sentimento de que somente com o esforço conjunto de todos teremos a concretização de
um Plano que contemple as aspirações e necessidades de cada um e de todos na construção de um
novo tempo na educação acreana.
43
A região onde está situado o Acre já era ocupada por povos indígenas, muito antes da
chegada dos colonizadores. Há mais de cinco mil anos, uma migração de cerca de cinquenta grupos
indígenas, das famílias linguísticas Aruak e Pano, provenientes da Ásia, ocuparam toda a América do
Sul, habitando também o Acre. Segundo registros arqueológicos recentes, o povoamento humano do
Acre pode ter iniciado até mesmo entre vinte e dez mil anos atrás.
A ocupação do território do Acre teve início com o primeiro ciclo econômico da borracha,
por volta de 1800, que vinha suprir a demanda industrial da Europa e dos Estados Unidos da América,
ligada à Revolução Industrial. A invenção do automóvel na Alemanha, a invenção do pneumático e a
produção de automóveis em série nos Estados Unidos acarretaram uma demanda de borracha em
todo o mundo, e os seringais nativos da Amazônia representavam a maior fonte de matéria prima.
O Acre era quem mais produzia borracha na época, entretanto a distância geográfica
natural fez com que o poder político fosse exercido pelas Casas Aviadoras de Bélem ou Manaus e
mesmo pelo próprio Rio de Janeiro, no contexto político formal, de capital do Império.
44
A incorporação do Acre, entretanto, ocorreu na forma de território e não como Estado
independente, com forte dependência do poder executivo federal. Assim, a autonomia política tornou-
se a nova bandeira de luta do povo acreano, o que vem a ocorrer em 15 de junho de 1962, quando o
presidente João Goulart sanciona a lei que eleva o território do Acre à categoria de Estado.
45
com vistas a garantir o acesso, a permanência e o sucesso dos alunos dos sistemas públicos de ensino
do Acre. Mas, para além do sucesso acadêmico, os programas e projetos desenvolvidos pela
Secretaria de Estado de Educação e Esporte – SEE, na condição de órgãogestor das políticas
estaduais de educação, têm como premissa o entendimento de que é preciso que o espaço escolar se
configure território de convergência de políticas públicas de proteção aos direitos e polo irradiador da
consolidação e defesa dos direitos humanos, pois como nos lembra Umberto Eco “...educar para a
tolerância adultos que atiram uns nos outros por motivos étnicos ou religiosos, é pura perda de tempo.
Há que se combater a intolerância na mais tenra infância, antes que se torne uma casca
comportamental dura e espessa demais.”
Sob a égide dos valores inerentes à cidadania e à dignidade humana, o governo vem
empreendendo esforços para efetivar, ampliar e consolidar parcerias com os demais entes federados,
com órgãos governamentais e não governamentais e com a sociedade civil organizada, no sentido de
cumprir a Missão Estratégica de garantir Educação de Qualidade para Todos, através de um Sistema
Público de Educação que se pretende eficiente, eficaz e com a efetividade necessária à realização dos
anseios educacionais da população acreana.
46
Ao longo da história do nosso Estado, a educação esteve majoritariamente sob a tutela
estadual no que diz respeito ao atendimento de todas as etapas da Educação Básica. É neste
contexto que, em 2005, começa a se tornar realidade o Regime de Colaboração entre o Estado e os
Municípios com o reordenamento da rede física, a tipificação das escolas e a instituição da Matrícula
Cidadã, além do início do processo de municipalização da Educação Infantil e do compartilhamento do
trabalho pedagógico nas escolas de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental, ao tempo em que ocorre o
processo de estadualização da etapa final do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
O exemplo mais exitoso dessa experiência que pode ser considerada o embrião do
Sistema Público da Educação do Acre, ocorreu em Rio Branco, em função das condições políticas
favoráveis ao diálogo e ao trabalho em parceria. Tomando como referência a divisão da cidade em sete
regionais, a rede pública de ensino foi reorganizada de modo que em cada uma das regionais, todos os
níveis de ensino estavam contemplados, em escolas com atendimento exclusivo aos alunos de
Educação Infantil, de 1ª a 4ª série, da 5ª a 8ª série e do Ensino Médio. Tal tipificação ocorreu como
resposta as seguintes demandas:
necessidade de ampliação da oferta de vagas na Educação Básica;
necessidade de se definir o perfil das escolas para a constituição de padrões básicos
de qualidade;
fim das filas para efetuar matrícula, uma vez que ao concluir uma etapa da Educação
Básica, a escola encaminha o aluno para uma unidade de ensino da etapa seguinte, na
mesma regional. Aos pais e/ou responsáveis cabe apenas a confirmação da matrícula na
referida unidade escolar;
garantia de os alunos estudarem o mais próximo de suas residências;
otimização dos espaços e do quadro de profissionais existentes nas duas redes.
Com o reordenamento da rede alguns elementos inovadores são agregados à gestão do
Ensino Público, tais como:
a concepção do Sistema Público de Ensino;
o Município como protagonista das políticas públicas para a infância e responsável
pelo atendimento à Pré-escola e ao Ensino Fundamental de 1º a 4º série;
o Estado assume as políticas públicas para a juventude, as séries finais do Ensino
Fundamental e o Ensino Médio;
fluxo de matrículas e de lotação de professores entre as redes, possibilitando
racionalizar e potencializar o tempo pedagógico do professor e o planejamento escolar;
47
organização das escolas por regional.
a) Educação Infantil:
Creche - máximo de quatro salas (dois a três anos);
Pré-escola - máximo de seis salas de aula.
b) Ensino Fundamental:
1º a 4º séries – até dez salas de aula;
5º a 8º Séries – até doze salas de aula.
c) Ensino Médio: – até quatorze salas de aula.
término das filas para efetivação das matrículas.
Na zona rural do Estado, as ZAPs são constituídas por três tipos de comunidades com
diferentes tamanhos, cultura e grau de vulnerabilidade ambiental, descritas a seguir:
49
Para cada tipo de comunidade definiu-se um conjunto de medidas que favorecessem a
oferta de serviços educacionais com qualidade. Para a oferta da educação em CAUs e
CAPs foram desenvolvidos os seguintes programas:
a) Asinhas da Florestania Infantil: programa de atendimento domiciliar para crianças de
quatro e cinco anos;
b) Escola Ativa: estratégia metodológica de atendimento aos alunos do 1º ao 5º ano, de
comunidades rurais de difícil acesso, em classes multisseriadas;
c) Asas da Florestania Fundamental: oferta de ensino do 6º ao 9º ano com professor
unidocente em comunidades rurais;
d) Asas da Florestania Médio: oferta de ensino para alunos do 1º ao 3º ano do Ensino
Médio, organizado a partir das grandes áreas do currículo;
e) ALFA 100: programa de alfabetização de jovens e adultos;
f) EJA: Educação de Jovens e Adultos.
Nas Comunidades Polo - COP, definiu-se que o Programa de Inclusão Social e
desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado do Acre – PROACRE, fortaleceria o
atendimento ofertado pela SEE de modo a ampliar o acesso à escola e a melhorar a
aprendizagem dos alunos. A educação nesta comunidade seria ofertada através dos
seguintes níveis de ensino:
Educação Infantil;
anos iniciais do Ensino Fundamental;
anos finais do Ensino Fundamental;
Ensino Médio;
ALFA 100;
EJA;
subprojetos escolares.
Nas ZAPs urbanas, as ações tinham como foco a melhoria dos indicadores educacionais
como distorção idade-série, índice de aprovação e melhoria da aprendizagem escolar, verificada
através de avaliações externas. As ações do PROACRE previram intervenções nos seguintes níveis de
ensino e projetos:
Educação Infantil;
anos iniciais do Ensino Fundamental;
anos finais do Ensino Fundamental;
50
Ensino Médio;
ALFA 100;
EJA;
aceleração da aprendizagem para os anos iniciais do Ensino Fundamental;
aceleração da aprendizagem para os anos finais do Ensino Fundamental.
Nessa caminhada rumo à efetivação dos direitos educacionais de todos os que aqui
vivem, além do PROACRE, outros programas e projetos realizados foram decisivos para que os
avanços educacionais conquistados pela população acreana se traduzissem em elevação do patamar
da qualidade da educação do Acre e em melhoria da qualidade de vida das pessoas. Dentre essas
ações, destacamos as que produziram impacto significado na ampliação da oferta, no fortalecimento e
autonomia da escola e na qualidade do atendimento:
implementação do Ensino Fundamental de nove anos, em 2008, precedido de um
processo de formação para os professores docentes que atuavam nas classes de crianças
de seis e sete anos;
Implementação, em 2007, do Programa de Avaliação do Processo de Alfabetização –
PROA, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco, embrião do
Sistema Estadual de Avaliação da Aprendizagem Escolar – SEAPE. O objetivo principal
de tais avaliações foi nortear as ações de formação continuada para professores
alfabetizadores e orientar as ações de acompanhamento pedagógico às escolas;
implementação do Sistema Estadual de Avaliação da Aprendizagem Escolar – SEAPE,
que permite identificar as fragilidades das aprendizagens por escola, turmas e alunos. As
informações geradas a partir do desempenho dos alunos subsidiam tanto o planejamento
da escola, como o trabalho das equipes que assessoram pedagogicamente as escolas, de
modo que as formações e as orientações pedagógicas levem em conta as necessidades
das aprendizagens dos alunos. Além dos aspectos pedagógicos, a avaliação averigua o
clima escolar e a situação socioeconômica dos alunos por meio de questionários
contextuais;
formação continuada para professores e outros Profissionais da Educação Básica,
projeto que visa ofertar formação continuada em serviço para professores e outros
51
profissionais da rede pública de ensino, em todas as etapas, modalidades e disciplinas,
com ênfase na alfabetização e nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática;
elaboração das Orientações Curriculares para o Ensino Fundamental como parte
constitutiva das ações de formação continuada de professores, coordenadores
pedagógicos e gestores;
parcerias com Prefeituras e Órgãos Públicos para construção e ampliação dos espaços
escolares, transporte escolar, produção de materiais didático-pedagógicos e formação
inicial e continuada de professores;
Programa Dinheiro Direto na Escola do Governo do Estado do Acre (PDDE Estadual).
Assistência financeira às escolas públicas, que permite pequenos consertos, reparos,
aquisição de material de limpeza, material de consumo, bandas, manutenção dos
instrumentos de bandas e fanfarras, aquisição de uniforme escolar etc;
instituciionalização de um processo de certificação para os profissionais docentes que
desejem exercer a função de gestor escolar;
programa de Escolarização da Merenda Escolar (aquisição de gêneros alimentícios de
produtores locais);
ampliação da Jornada Escolar com a instituição do sexto tempo, além da
implementação das ações do Programa Mais Educação, em parceria com o Governo
Federal;
implementação do Ensino Médio integrado ao mundo do trabalho. Essa ação é
desenvolvida através da oferta de Educação de Jovens e Adultos, em parceria com o
Ministério da Educação;
implantação do Programa de reestruturação curricular do Ensino Médio Inovador
(PROEMI);
programa de aceleração da aprendizagem para alunos em distorção idade-série,
através dos Projetos: É Tempo de Aprender, que atende alunos do 1º ao 5º ano e é
realizado em parceria com as redes municipais de educação; Poronga para os
estudantes do 6º ao 9º ano do EF e PEEM - proposta pedagógica pensada para jovens e
adultos em distorção nesta etapa, sintonizada com as bases legais nacionais, centrada
nos princípios da co-responsabilidade no exercício da liberdade do aprender a aprender,
do ensinar, do pesquisar e de valorizar e divulgar a cultura, o pensamento a arte e o
saber; compromisso com a educação de qualidade e vinculação entre a educação, o
mundo do trabalho e a prática social;
52
projeto promoção da Educação Indígena que tem como escopo a formação de
professores indígenas e o acompanhamento e monitoramento de escolas indígenas das
redes estadual e municipais. A oferta de ensino é feita nas três etapas: fundamental I,
fundamental II e médio, de acordo com o que preconiza a Resolução do Conselho
Nacional de Educação n. 5, de 22 de junho de 2012, que define as Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Escolar Indígena na Educação Básica;
promoção da Educação Especial (Atendimento Educacional Especializado - AEE). Este
projeto fundamenta-se na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva, que tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade
nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação
especial em todas as etapas de ensino; oferta do atendimento educacional especializado;
formação para o atendimento educacional especializado para professores e demais
profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade;
acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e
informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
Um dos grandes desafios enfrentados pelo governo estadual foi a formação de todos os
professores para garantir a qualidade desses serviços e atender as exigências da LDB, promulgada em
1996. Dados do Censo Escolar e do Setor de Estatística da SEE mostram no ano 2000, 6.000
professores compunham o quadro efetivo, dentre os quais 1.700 eram leigos e apenas 26,6% tinham
nível superior. Para alterar esse quadro, o Governo do Estado do Acre construiu, em parceria com o
MEC/UFAC e Prefeituras um programa de formação de professores a ser desenvolvido em quatro
etapas: a primeira etapa foi realizada entre os anos 2001 e 2005 e formou 4.558 professores da zona
urbana de dezoito municípios nas diferentes licenciaturas; a segunda etapa se concretizou de 2006 a
2011 e formou 2.500 professores da zona rural em todas as licenciaturas; a terceira etapa ocorreu de
2006 a 2010, com a formação de setecentos e vinte professores de seis municípios de difícil acesso; e
a quarta etapa de 2007 a 2011, em parceria com a UNB e a UAB, formando dois mil e vinte e três
professores. Esse programa teve um grande impacto na qualificação dos professores e mesmo na
autoestima do corpo docente.
Os dados oficiais que serão analisados em cada uma das metas demonstram os
resultados do desenvolvimento educacional da última década e são exemplificadas:
na ampliação da Educação Indígena que sai de um atendimento de dois mil oitocentos
e quarenta e oito alunos e vinte e uma escolas no ano de 1998, para sete mil setecentos
e sessenta e três alunos, em 2014, atendidos em duzentas e uma escolas, cujo padrão
físico e arquitetônico respeita a cultura dos diferentes povos indígenas. Dos seicentos e
dois professores indígenas, cinquenta e três já concluiram o curso superior e duzentos e
noventa e quatro o Ensino Médio;
na Educação do Campo que avança no sentido de garantir a escolarização no nível do
Ensino Fundamental multisseriado do 1º ao 5º ano na zona rural de todo o Estado e nas
significativas experiências de Ensino Médio que foram implantadas em algumas
localidades, através do Programa Especial de Ensino Médio para Jovens e Adultos
(PEEM/PORONGA);
na ampliação significativa das oportunidades de Educação Infantil, sobretudo na zona
rural;
na construção de programas e na elaboração de materiais didáticos especiais para o
atendimento em áreas longínquas e de difícil acesso, e, especialmente, na expressiva
melhoria da aprendizagem dos alunos, verificada pelas avaliações do SEAPE e do
INEP/MEC.
Sem dúvida, sãoconquistas educacionais da mais alta relevância e significado que vêm,
pavimentando o caminho para a implementação de políticas públicas capazes de alçar a educação
54
acreana a um novo patamar de qualidade, ao mesmo tempo em que desvelam novos desafios a serem
enfrentados para que se prossiga no gradativo e crescente desenvolvimento da qualidade da educação
acreana.
Para cumprir as metas estabelecidas neste PEE, consoantes às metas do PNE, será
preciso ampliar em muito a oferta da Educação Básica, sobretudo da Educação Infantil e do Ensino
Médio, uma vez que os maiores índices de crianças e jovens que estão fora da escola pertencem a
essas faixas etárias. A implementação de ações que busquem ampliar o número de atendimento na
Educação Básica, especialmente na zona rural, exigirá o aprimoramento e a ampliação dos programas
desenvolvidos para as comunidades de difícil acesso (Asinhas da Florestania Infantil, Escola Ativa,
Asas da Florestania Fundamental e Médio) e dos programas destinados aos Jovens e Adultos que não
tiveram acesso à educação na idade adequada. Para tanto, o Estado e os municípios, de forma
articulada e em colaboração com a União, deverão envidar esforços para a implementação de ações
que assegurem o atendimento a todas as crianças em idade escolar que ainda não frequentam a
escola, além de ampliar a oferta aos jovens e adultos, considerando o aspecto territorial tanto urbano
como rural, de modo que o atendimento educacional responda às necessidades e peculiaridades das
comunidades e das regiões que não possuem escolas em quantidade suficiente para atender a
demanda.
Com um dos maiores percentuais do País de pessoas com quinze anos ou mais que não
sabem ler e escrever 14,6% (quatorze inteiros e seis décimos) o Estado precisará empreender, com a
colaboração de diferentes instâncias do poder público e da sociedade civil organizada, políticas e
ações capazes de atrair para a escola a população dessa faixa etária, considerando as peculiaridades
de quem desenvolveu estratégias para sobreviver em sociedades onde o conhecimento se faz, cada
56
vez mais, ferramenta de inserção e participação social. É preciso que as pessoas dessa faixa etária,
especialmente aquelas com mais de quarenta anos, encontrem sentido na escola e a enxerguem como
instuição possibilitadora da realização do desejo de ampliar conhecimentos e saberes.
Em cada uma das metas deste Plano Estadual de Educação, em construção, será
demonstrada a correspondente situação educacional do Estado que serviu de parâmetro para a
definição das metas a serem atingidas no período 2015-2024. O conjunto das metas estaduais é o
resultado da compatibilização dos Planos Municipais, ocorrida durante a Conferência Estadual
realizada de 11 a 13 de setembro de 2013, consoante ao Plano Nacional da CONAE 2014, com o
propósito de expressar os compromissos e as responsabilidades que envolvem os orçamentos públicos
e seus executores, os órgãos de controle, as famílias e a comunidade, a escola como instituição
aprendente, além do envolvimento, empenho e dedicação de cada um dos alunos, como destinatários
que somos todos nós, deste PEE.
A Educação Infantil avançou significativamente no País nos últimos anos, mas não o
suficiente para reverter a situação educacional da infância brasileira, haja vista que em 2013, apenas
23,2% das crianças de até três anos de idade frequentavam a creche e 82,2% das crianças de quatro
a cinco anos estavam na escola. O que significa dizer que cerca de setecentas mil crianças de zero a
cinco anos estavam fora da escola, sem a efetivação de seus direitos à educação escolar.
Nunca é demais lembrar que as desigualdades educacionais mostram toda sua iniquidade
já nos primeiros anos de escolaridade: quarenta e quatro por cento das crianças de zero a três anos
estão em creches, no quartil mais rico da população, contra apenas 16,2% das crianças das famílias
mais pobres. A desproporção se repete quando se consideram as crianças de quatro e cinco anos
matriculadas na Pré-Escola, definida por lei como obrigatória a partir de 2016: 94,6% das crianças da
população situada entre os vinte e cinco por cento mais ricos estão na escola, contra 77,6% das mais
pobres.
58
No Acre, o percentual de atendimento em creches, em 2013, não atingia dez por cento,
abaixo da média nacional e da média regional, como demonstra o gráfico abaixo. Esses dados
dimensionam o desafio que será alcançar a meta de ampliar a oferta do atendimento em creche para,
no mínimo, trinta por cento das crianças de zero a três anos até 2024. Tal tarefa só será possível com
o trabalho em colaboração dos entes federados e com a adequada dotação orçamentária e financeira,
além do envolvimento e da participação efetiva da sociedade e dos órgãos de controle na
implementação e na avaliação das estratégias previstas neste PEE.
Embora dados do Censo Escolar 2014 indiquem um aumento deste percentual de 58,6%
não se pode minimizar a gigantesca tarefa imposta aos entes federados no que diz respeito ao
cumprimento da referida lei, no Estado, no prazo que se finda, sobretudo, quando se considera o
número absoluto de crianças fora da escola, a distribuição da população no território e as
peculiaridades geográficas e climáticas que isolam populações dispersas pela floresta, em locais de
difícil acesso.
59
POPULAÇÃO DE QUATRO E CINCO ANOS QUE FREQUENTA A ESCOLA.
Quanto à pré-escola, os dados indicam que o atendimento a essa faixa etária segue a
tendência nacional de crescimento lento e gradual, com exceção de 2008 - ano da implantação do
Ensino Fundamental de nove anos, quando há redução expressiva das matrículas, como se pode
observar no gráfico abaixo:
61
Fonte: Censo Escolar
O fato de as crianças que completavam seis anos ao longo do ano letivo serem
matriculadas no Ensino Fundamental de 2008 a 2014, no Estado, sem dúvida, contribuiu com a
estagnação da matrícula pré-escolar no período 2005-2014, embora fatores como insuficiência de
recursos para a ampliação das redes nos municípios, queda na taxa de natalidade, distribuição
irregular e por vezes rarefeita da população no território e as dificuldades e mesmo impossibilidade de
acesso às comunidades mais isoladas, em determinada época do ano, constituem os maiores desafios
para a universalização da pré-escola e para a ampliação efetiva do atendimento à população de zero a
três anos em creche.
63
Comparando o movimento da matrícula pré-escolar na zona rural com a matrícula na zona
urbana, nesse período, constata-se que enquanto a oferta na zona rural foi ampliada em 100,6%, a
matrícula na zona urbana apresentou um decréscimo de 1,78%, ou seja, a oferta de vagas nas escolas
para crianças de quatro e cinco anos foi reduzida, como demonstram os dados:
Vale ressaltar que as Orientações Curriculares para a Educação Infantil foram elaboradas
com a participação dos professores, coordenadores pedagógicos e gestores de Rio Branco, ao longo
da formação continuada. O processo de elaboração do referido material foi concebido e realizado como
ação de formação continuada que foi garantida aos municípios, em 2010, quando a SEE assumiu o
compromisso de disponibilizar o estudo e a discussão da referida proposta curricular, através de
assessoria pedagógica, como contribuição para a organização do trabalho nas redes municipais
64
Dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios – PNAD 2013 mostram que
os três estados que mais tiveram alta na taxa de escolarização de crianças de quatro e cinco anos
foram Amapá (crescimento de 11,6 pontos percentuais, de 50,8% para 62,4%), Roraima (de 66,1%
para 73,8%) e Acre (de 51,2% para 58,6%).
As estratégias desta meta foram definidas a partir das conquistas alcançadas e dos
desafios evidenciados. Portanto, devem ser entendidas como caminhos a serem trilhados
coletivamente na construção de um atendimento educacional compatível com os direitos de todas as
crianças e com o cuidado necessário para que as especificidades tão caras às diversas infâncias aqui
vividas não se apaguem.
Em 2005, a Lei n. 11.114 altera o art. 32 da LDBN, tornando obrigatória a inclusão das
crianças de seis anos no Ensino Fundamental e, posteriormente, em 2006, a Lei n. 11.274, amplia a
duração do Ensino Fundamental para nove anos. A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos
no Brasil cumpre o objetivo de aumentar a escolaridade obrigatória e assegurar ,a todas as crianças,
um tempo mais longo de convívio escolar com maiores oportunidades de aprendizagem.
67
Fonte: IBGE/Pnad / Preparação: Todos Pela Educação
Quando se considera o total da população de seis a quatorze anos que aqui vive e os que
estavam na escola em 2013, o percentual de atendimento se eleva para noventa e sete por cento,
demonstrando o importante avanço na oferta para essa faixa etária. Por outro lado, esses mesmos
números ilustram a exata dimensão do quão significativo são os três por cento dessa população fora da
escola. É um imenso contingente de mais de cinco mil crianças e adolescentes sem a efetivação do
direito educacional, do qual são signatários, como demonstram os dados:
68
Fonte: Censo Escolar
O movimento das matrículas, nos anos finais do Ensino Fundamental, mostra que as
matrículas cresceram apenas na rede estadual, com evolução em torno de 31,56%, no período. Do
total de 64.617 matrículas, 51.866 estão na rede estadual, ou seja, 80,26% dos alunos matriculados
nessa etapa do Ensino Fundamental estudam em escolas estaduais. Nas dependências administrativas
municipal e privada observa-se um decréscimo de vinte por cento e quinze por cento respectivamente,
enquanto na esfera federal houve estagnação.
70
Fonte: Censo Escolar
71
Fonte:www.observatoriodopne.org.br
Outro aspecto a ser considerado diz respeito à enorme diferença nos percentuais de
distorção idade-série quando se compara a rede pública com a rede privada. Essa diferença
explicita as desigualdades socioeconômicas e culturais das crianças e adolescentes que
frequentam as escolas das referidas redes de ensino, o que demanda ao ensino público maiores
responsabilidades com a qualidade da aprendizagem, como fator de equidade de oportunidades.
Distorção Idade-Série / Rede anos iniciais Distorção Idade-Série / Rede anos finais
Ano Pública Privada Ano Pública Privada
2006 36,4 2,5 2006 41,6 5,5
2007 35,9 2,1 2007 37,3 3,4
2008 24,8 4,4 2008 26,9 3,4
2009 27,8 3,7 2009 27,5 4,9
2010 29,7 2 2010 31,1 4,1
2011 29,9 2,2 2011 31,7 4,2
2012 28,9 1,9 2012 32,1 3,5
2013 27,9 2,4 2013 31 3,6
Fonte: MEC/Inep/DEED/CSI Fonte: MEC/Inep/DEED/CSI
72
Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de
quinze a dezessete anos e elevar, até o final do período de vigência deste Plano Estadual - PEE,
a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para oitenta e cinco por cento.
O Ensino Médio no Estado do Acre, assim como nas demais Unidades da Federação, é a
etapa da Educação Básica com o maior grau de complexidade, tanto no que diz respeito à
universalização, como à estruturação e ao desenvolvimento de ações que respondam com eficácia e
efetividade às necessidades, expectativas e demandas dos jovens. Pesquisas recentes indicam que os
jovens não encontram sentido no currículo do Ensino Médio, currículo esse que lhes parece
desinteressante, desconectado do mundo real e de suas aspirações em relação ao futuro. Ao
desinteresse pela escola agregam-se a reprovação e a necessidade de trabalhar para ganhar o próprio
sustento como fatores decisivos para os altos índices de abandono, reprovação e distorção idade-série
nesta etapa final da Educação Básica.
É importante destacar que esses problemas não nascem no Ensino Médio. A taxa de
reprovação é alta em grande parte porque os alunos vêm do Ensino Fundamental com deficiências de
aprendizagem, ou seja, não sabem os conteúdos e não desenvolveram as habilidades desejadas ao
final dessa etapa. Ao entrar no Ensino Médio têm dificuldades para avançar para um grau maior de
complexidade. Os jovens chegam a essa etapa já em uma situação de defasagem de aprendizado,
mesmo estando na série adequada a sua idade.
Outro fator importante é que as políticas voltadas para o Ensino Médio são recentes no
Brasil, já que essa etapa só entrou na agenda pública federal na segunda metade da década de 1990
com a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação - Fundeb e com a Emenda Constitucional n. 59, que torna obrigatória a
educação dos quatro aos dezessete anos a partir de 2016.
Hoje, não pairam dúvidas sobre a estreita correlação entre os baixos índices de
escolaridade de nossa população e os entraves ao processo de desenvolvimento sustentável. Nenhum
país tem possibilidades de competição no mundo globalizado sem que a escolaridade média de sua
gente seja de, no mínimo, onze anos. A distância entre a escolaridade média desejada e a média
nacional de 7,2 anos de estudo demonstra o tamanho do desafio a ser enfrentado. Quando se olha
apenas para a população de vinte a vinte e quatro anos, a média nacional de escolaridade não
ultrapassa 9,6 anos, tempo suficiente para nossa juventude completar apenas o Ensino Fundamental.
74
Dados do IBGE-PNAD mostram que 83,3% da população de quinze a dezessete anos de
idade frequentava a escola, em 2013, no Brasil, independentemente de estarem cursando o ano
compatível com a idade. Na Região Norte o percentual era de 82,4%, enquanto no Acre não
ultrapassava os 79,9%. Números que sinalizam a necessidade de um grande esforço dos entes
federados para se alcançar a meta estabelecida na Constituição de, em 2009, universalizar o acesso
para esta faixa etária.
75
Porém, quando se analisa a taxa líquida, ou seja, o percentual de jovens dessa faixa
etária matriculados no Ensino Médio, esse índice não chega a cinquenta por cento , indicando a
necessidade de um grande esforço dos entes federados, em colaboração e articulação, através de
ações estratégicas capazes de alavancar a oferta, de modo que, ao final da vigência do PNE e deste
PEE, oitenta e cinco por cento dos jovens de quinze a dezessete estejam matriculados no Ensino
Médio.
Porcentagem de jovens de quinze a dezessete anos matriculados no Ensino Médio - Taxa líquida
de matrícula
Ano Total
2001 33,3% 8.622
2002 31,7% 9.557
2003 43,9% 12.463
2004 31,4% 12.715
2005 40,1% 14.998
2006 45,2% 20.562
2007 45,4% 19.698
2008 48,8% 20.628
2009 53% 20.436
2011 45,8% 21.327
2012 52% 24.946
2013 49,3% 23.516
Fonte: IBGE/Pnad / Preparação: Todos Pela Educação
Comparando os dados da próxima tabela, referente à matrícula inicial dos anos finais do
Ensino Fundamental e do Ensino Médio no Acre, verifica-se que a matrícula no Ensino Médio foi
34,62% menor que nos anos finais do Ensino Fundamental, em 2014. Porém, os mesmos dados
informam que a diferença da matrícula entre os segmentos vem diminuindo significativamente,
atingindo em 2014, o menor percentual do período analisado. Vale ressaltar que em 2013, pela
primeira vez, o número da matrícula do Ensino Médio corresponde a mais de sessenta por cento da
matrícula dos anos finais do Ensino Fundamental.
Outra informação importante extraída da tabela diz respeito ao crescimento de setenta por
cento da matrícula do Ensino Médio entre 2001 e 2014.
Os dados mostram que não é de hoje que o Ensino Médio preocupa. De todas as etapas
da Educação Básica é o que apresenta os piores resultados em nível nacional, regional e estadual. No
Brasil, somente metade dos jovens consegue terminá-lo até os dezenove anos e dos alunos que
chegam a concluí-lo apenas 9% aprendem o adequado em Matemática. No Acre, em 2013, 51,4% dos
jovens com até dezenove anos conseguiram concluir essa etapa da Educação Básica e dos alunos
que concluíram apenas vinte e um por cento aprenderam o adequado em Língua Portuguesa e 3,4%
em Matemática.
A taxa de distorção idade-série é muito elevada no Ensino Médio. Em 2013, 29,5% dos
alunos matriculados nessa etapa do ensino no Brasil estavam em distorção idade-série. Na Região
Norte, a situação é ainda mais grave: 45,2% e no Acre 34,2%.
Além disso, quando se compara a taxa da distorção entre as redes pública e privada, vê-
se uma disparidade ainda mais significativa: enquanto a taxa de distorção da rede privada, no Brasil, é
de 7,6%, na rede pública dispara para 32,7%; na Região Norte, a taxa da rede privada é de 9,8% e na
rede pública 48,2%; no Acre 5,5% na rede privada e 35,7% na rede pública. Situação que certamente
penaliza as populações mais vulneráveis.
Os desafios para melhorar a qualidade do Ensino Médio no Brasil são muitos e estruturais,
como por exemplo, a falta de professores, vagas no diurno e questões de estrutura e gestão dessa
etapa do ensino, com destaque para as relacionados à melhoria do currículo e da aprendizagem. É
necessária uma revisão curricular que, a partir de uma base nacional comum, oriente os currículos e
contribua para a equidade de resultados, sem interferir na autonomia das escolas. Um currículo capaz
de atrair e manter os jovens na escola, propiciando uma formação que contemple competências
78
cognitivas e socioemocionais relevantes e dialogue com os anseios legítimos dos jovens por maior
autonomia, participação e um ensino mais individualizado, consoante as suas expectativas e projetos
de vida.
Por fim, a gestão das redes de ensino e do cotidiano das escolas deve ser orientada para
assegurar resultados de aprendizagem, estabelecendo metas claras a partir de diagnósticos
contextualizados e definindo ações e responsabilidades a serem monitoradas de forma rigorosa e
contínua. A qualidade da gestão está na raiz de uma transformação técnica e política que coloque
como prioritário o direito à aprendizagem dos jovens, como está previsto no PNE e neste PEE.
A atual política educacional tem como diretriz a inclusão de todos os alunos nos sistemas
públicos de ensino. A década de 90 sinalizou mudanças consideráveis na política educacional
brasileira, resultando em novas perspectivas para a política de Educação Especial. Nesse período,
além dos referenciais normativos publicados no Brasil, houve ainda a realização de conferências e
declarações em âmbito internacional - Convenção da Guatemala (2001), a Convenção dos Direitos das
Pessoas com Deficiência, ratificada e incorporada a Constituição como Decreto Legislativo n. 186/2008
(BRASIL, 2008) que, entre outros dispositivos legais, marcaram a década e influenciaram a formulação
de políticas públicas orientadas à educação inclusiva em nosso País.
79
Retrocedendo no tempo, constatamos que as primeiras ações para atender as pessoas
com deficiência no Brasil datam do século XIX, quando o País dava seus primeiros passos após a
independência, forjava sua condição de Nação e esboçava as linhas de sua identidade cultural. O
Decreto n. 82, de 18 de julho de 1841, determinou a fundação do primeiro hospital “destinado
privativamente para o tratamento de alienados”, o Hospício Dom Pedro II, vinculado à Santa Casa de
Misericórdia, instalado no Rio de Janeiro. Em 1854, foi fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos,
atualmente denominado Instituto Benjamin Constant (IBC). Em 1856, o Imperial Instituto dos Surdos-
Mudos.
Durante o século XIX, apenas os cegos e os surdos eram contemplados com ações para a
educação. É importante destacar que a oferta de atendimento concentrava- se na capital do Império.
Com o decorrer do tempo, outras instituições surgiram, como o Instituto Pestalozzi, em 1926, e a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em 1954, ambas especializadas no
atendimento às pessoas com deficiência. É importante destacar que até a metade do século XIX, a
deficiência intelectual era considerada uma forma de loucura e era tratada em hospícios.
No Acre, atualmente, cem por cento dos alunos com dificuldade permanente de enxergar,
ouvir, caminhar ou deficiência mental/intelectual permanente e com quatro a dezessete anos de idade,
que está na escola, frequenta classes comuns, desde 2012. Indicador que coloca o Acre em uma
posição mais avançada que o País e a Região Norte na inclusão da matrícula dos alunos com
deficiência.
80
Percentagem de matrículas de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades ou superdotação matriculados em classes comuns 2007-2014
Ano Brasil Norte Acre
2007 46,8 47,7 55,1
2008 54 56,5 69,7
2009 60,5 64 78,1
2010 68,9 75,6 85,4
2011 74,2 83,5 92,5
2012 75,7 85,5 100
2013 76,9 87,3 100
2014 78,8 - -
Fonte: IBGE/Pnad / Todos Pela Educação
81
criação de centros de apoio educacional especializado;
implantação de 334 salas de recursos multifuncionais nas escolas publicas;
acompanhamento e fortalecimento das ações nos municípios;
efetivação de parcerias com associações de pessoas com deficiência.
Muitos são os desafios para garantir educação de qualidade a todas as pessoas com
deficiência em nosso Estado, haja vista a necessidade de:
ampliar a oferta do atendimento educacional especializado em salas de recursos
multifuncionais;
fomentar a formação de professores para o AEE;
manter e ampliar o programa nacional de acessibilidade nas escolas públicas;
aprofundar e efetivar a articulação entre o ensino regular e o AEE;
acompanhar e monitorar o acesso à escola de quem recebe o benefício de prestação
continuada;
ampliar o atendimento educacional especializado na zona rural;
consolidar ações de combate ao preconceito, pautadas na crença de que todos são
capazes de aprender, de acordo com suas potencialidades e possibilidades.
Para enfrentar esses desafios foram definidas as seguintes estratégias
A alfabetização precária de crianças é apontada por vários especialistas como uma das
questões cruciais a serem enfrentadas para melhorar a qualidade da educação. Em especial, porque
deficiências graves em leitura, escrita e operações matemáticas básicas tendem a se agravar ao longo
da vida escolar, em que esses conhecimentos são indispensáveis para seguir aprendendo e
avançando. As dificuldades tendem a se tornar cada vez maiores e a alimentar as taxas futuras de
repetência e evasão. Essa é uma enorme perda social, sobretudo para as crianças oriundas de lares
com menor desenvolvimento socioeconômico.
82
“É de grande relevância para todos os especialistas em alfabetização, pais e formuladores
de políticas públicas que as crianças aprendam a ler e a escrever no início de sua
escolaridade; quando as crianças experimentam dificuldades no início do processo de
aprendizagem, o objetivo torna-se assustador. Há evidências sugerindo que crianças que
se deparam com essa dificuldade ficam mais atrás de seus pares ao longo do tempo
(Stanovich, 1986) ou, no mínimo, permanecem entre os alunos de mais baixo
desempenho (por exemplo, Juel, 1988). McGill-Franzen e Allington (1991) sugeriram que
a alfabetização das crianças no final da primeira série prevê com precisão alarmante seu
sucesso ou fracasso não apenas nas tarefas escolares, mas em suas experiências de
vida.”
A premissa de que o direito à educação não se efetiva sem aprendizagem e, que sem
alfabetização não é possível avançar no processo escolar, não nos permite mais aceitar com
naturalidade o fato de crianças que frequentam a escola, não se alfabetizarem. Sem a garantia da
alfabetização, as crianças oriundas de lares com menor nível socioeconômico serão aquelas a pagar
mais caro pela inoperância dos gestores, pela pouca efetividade do trabalho pedagógico nas escolas e
pelo desperdício de recursos financeiros.
Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até os oito anos de idade durante os cinco
primeiros anos do Plano Nacional de Educação é uma meta importante porque estabelece um
denominador comum e gera um compromisso para toda a sociedade brasileira. Parece que, finalmente,
há um desejo genuíno de cumprir uma obrigação elementar da Educação, que é alfabetizar realmente
as crianças nos primeiros anos de escolaridade. Seguindo o texto da meta, a idade limite de oito anos
está posta apenas para os primeiros cinco anos de vigência do plano. Do sexto ao nono ano, as
crianças deverão estar alfabetizadas aos sete anos. E, no décimo ano do plano, todas as crianças de
seis anos deverão estar alfabetizadas.
Vale ressaltar que aos seis anos, o processo de alfabetização já está concluído na maioria
dos países desenvolvidos e para grande parte das crianças que estudam nas melhores escolas do
Brasil. O objetivo da meta é buscar que todos os alunos de escolas públicas brasileiras tenham
também essa oportunidade. A idade de oito anos deve, portanto, ser realmente um limite máximo para
a conclusão da alfabetização – e não ser tomada como um momento ideal para que isso aconteça.
83
São grandes os desafios que se apresentam para o alcance da Meta 5 do PNE, como
mostram e os resultados da Prova ABC, realizada pelo movimento Todos pela Educação em parceria
com o INEP, o Instituto Paulo Montenegro/Ibope e a Fundação Cesgranrio. Pela primeira vez, com
dados objetivos pode-se constatar que o nível de aprendizado das crianças brasileiras de 8 anos é
muito baixo. A prova foi aplicada a alunos do 3º ano do Ensino Fundamental no primeiro semestre de
2011 a cerca de 6 mil alunos de todas as capitais do país e avaliou as competências dos alunos em
matemática, leitura e escrita, com os seguintes resultados:
Como se pode observar nos dados acima os percentuais indicam a grave situação da
alfabetização no Brasil. Em nenhum dos itens avaliados pela Prova ABC, realizada em 2012, o
percentual de crianças com a aprendizagem adequada em leitura, escrita e matemática, alcançou o
percentual de cinqüenta por cento. O que significa dizer que a escola não tem sido capaz de garantir,
ao longo de três anos, as condições necessárias e favoráveis à apropriação dos conhecimentos
necessários ao processo de alfabetização na língua materna e em matemática. Para a maioria das
crianças, essa é uma das questões centrais e crucias a serem enfrentadas para a melhoria da
qualidade da educação em todos os âmbitos federativos, haja vista o consenso entre especialistas e
estudiosos do tema de que deficiências graves na aprendizagem da leitura, da escrita e das operações
matemáticas nos primórdios do processo escolar tendem a se agravar ao longo da escolaridade,
alimentando as taxas de evasão, repetência e abandono escolar, constituindo-se, ainda, o principal
fator do analfabetismo funcional.
Com a divulgação dos trabalhos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky sobre a psicogênese
da Língua Escrita, a partir dos anos 1980, a discussão sobre as práticas de alfabetização no Brasil
ganhou uma enorme relevância. Novos modelos de alfabetização foram sendo implementados em todo
o País, influenciados pelo construtivismo de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, além de especialistas
brasileiros, como Magda Soares, que introduziu a discussão sobre a diferença entre alfabetização e
letramento e a interdependência entre ambos para uma alfabetização mais significativa e produtiva.
84
Destarte toda a efervescência teórica a respeito da alfabetização na perspectiva do letramento e de
mudanças nas práticas do ensino da leitura e da escrita, muitos alunos – crianças e adultos –
continuam a concluir os primeiros anos do Ensino Fundamental sem o domínio e a apropriação devida
do sistema de escrita.
O quadro abaixo demonstra que o percentual de professores com nível superior completo
na alfabetização, evoluiu de 32,4% em 2007 para 79,2% em 2013. Na rede pública esse avanço foi
mais significativo que na rede privada, enquanto o número de professores com pós-graduação ainda
não atinge um por cento do total dos professores.
Percentual dos professores dos três primeiros anos do Ensino Fundamental com superior
completo e com pós-graduação
ANO SUPERIOR PÓS-GRADUÇÃO REDE PÚBLICA REDE PRIVADA
COMPLETO STRICTU SENSU SUPERIOR PÓS- SUPERIOR PÓS-
GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO
2007 32,4% 0,1% 30,2 0,1% 61,9% 0%
2008 34,1% 0,2% 31,4 0,3% 61,1% 0%
2009 34% 0,3% 31,9 0,3% 58,6% 0,8%
2011 50,2% 0,5% 49,2 0,5% 62,6% 0%
2012 73,1% 0,4% 73,4 0,3% 69,4% 0,7%
2013 79,2% 0,4% 79,8 0,3% 72,8% 0,7%
Fonte: www.observatoriodopne.org.br
86
A organização da escola pública de tempo integral ainda é um desafio para a sociedade
brasileira, uma vez que sua implantação exige a reestruturação das concepções de tempo e espaço e,
também, dos saberes, mantidos desde sua organização seriada. O conceito de educação integral vai
além dos aspectos da racionalidade ou cognição, ou seja, significa voltar o olhar, no contexto escolar,
para o desenvolvimento mais efetivo das dimensões afetivas, artísticas, espirituais e dos valores
inerentes à pessoa humana, o que exige outra lógica de aprendizagem, posto que a educação integral
diz respeito à integralidade do sujeito, pressupondo o trabalho mais amplo e abrangente, no sentido de
considerar e enxergar o ser humano em suas múltiplas facetas e dimensões. Uma lógica capaz de
superar o desafio simbólico de desnaturalizar a “escola de turno” de quatro horas pontificada no Brasil
ao longo do século XX, em função da ampliação do atendimento e dos baixos investimentos. Como
afirma a pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco, Ana Emília Castro, “estamos diante de
um cenário de quebra de paradigmas da forma de conceber e trabalhar com a educação integral, haja
vista a superação de barreiras culturais, que perpassam as relações interpessoais e de poder no
caráter organizacional da escola, impregnado de heranças burocráticas, tecnicistas e formalistas.
Torna-se um desafio trabalhar a ressignificação das ações pedagógicas.”.
O Brasil caminha, embora a oferta de vagas em período integral ainda seja tímida, como
demonstram os dados abaixo. Porém o processo de ampliação da jornada escolar rumo à escola em
tempo integral torna-se imperativo frente às demandas sociais. Podemos extrair da experiência dos
países que hoje são modelo em educação como Finlândia, Coréia do Sul, Irlanda e Chile, onde os
estudantes passam o dia todo na escola – em média, nove horas – enquanto, por aqui, a maioria dos
alunos não fica mais de cinco horas por dia em aula – lições que ajudem o País a construir e
implementar uma política de educação em tempo integral consoante às necessidade e diversidade que
caracterizam o Brasil e sua população.
Há um longo caminho a ser percorrido para que a educação em tempo integral se torne
efetiva nas escolas brasileiras como podemos verificar nos dados a seguir:
Percentual das escolas públicas da Educação Básica com matrícula em tempo integral
Outro aspecto importante a ser considerado para a ampliação do tempo escolar é a média
atual de horas-aula diária no Estado, em todos os segmentos da Educação Básica. Além de estar
abaixo da média nacional que é de 5 horas, não se observa crescimento nos últimos anos, ao contrário,
o que se vê é uma leve redução na média de horas-aula diária na creche e na pré-escola, o que passa
a ser significativo quando se considera que o objetivo do País é a ampliação progressiva da jornada
escolar para que se alcance a meta de tempo integral.
89
O quadro a seguir mostra a evolução do Programa Mais Educação no Acre, bem como os
investimentos realizados no período 2008-2014.
91
A garantia do padrão de qualidade é um dos pilares dos sistemas de ensino do País,
conforme determina a Carta Magna de 1988, em seu art. 206. O imperativo do padrão de qualidade,
determinado pela Constituição encontra-se presente no conjunto de normativas infraconstitucionais que
regem a educação nacional, de tal modo que o termo “qualidade” é recorrente na LDBN e utilizado para
definir todos os aspectos e insumos indispensáveis ao desenvolvimento dos processos de ensino e de
aprendizagem. No entanto, “o grande nó crítico do país é a qualidade da educação, especialmente em
relação ao aprendizado. O aluno está na sala de aula, mas não aprende. É uma exclusão intraescolar:
22% dos alunos saem da escola sem capacidades elementares de leitura e 39% não têm
conhecimentos básicos de matemática”, afirma Maria Rebeca Otero, coordenadora de educação da
UNESCO no Brasil.
Definir qualidade não é simples como indica o Documento Final da CONAE 2010 ao
afirmar que a qualidade da educação é um fenômeno complexo e abrangente, de múltiplas dimensões.
Porém, “um sistema educacional somente pode ser tão bom quanto seus educadores. Desenvolver o
seu potencial é fundamental para elevar a qualidade da aprendizagem. Dados mostram que a
qualidade da educação melhora quando os professores são apoiados – e pioram quando eles não o
são, o que contribui para os níveis alarmantes de analfabetismo juvenil”, afirma o 11º Relatório de
Monitoramento Global de EPT da UNESCO.
Se uma parcela significativa dos alunos que estão na escola não aprende, como
demonstram os dados educacionais do Brasil, a melhora da aprendizagem deve ser o ponto central do
PNE e deste PEE, sob pena de o Brasil e o Estado não alcançarem as metas de qualidade propostas
para a década vindoura, haja vista que, ao grande contingente de crianças e adolescentes que não
aprendem mesmo estando na escola, somam-se os milhões que estão deixando de aprender,
simplesmente por não estarem na escola.
92
entrava a erradicação do analfabetismo de adultos. Portanto, eis o grande desafio da educação
brasileira e acreana: todos na escola, aprendendo adequadamente, pelo menos, até o Ensino Médio. A
escolarização que as crianças recebem tem de ser de boa qualidade, para que elas de fato aprendam.
A partir deste ano de 2015, o Acre terá o seu Índice de Desenvolvimento da Educação
do Acre - IDEA, consoante ao IDEB, cujo cálculo terá como base o desempenho da proficiência dos
alunos avaliados pelo SEAPE e a taxa do rendimento escolar declarada pela unidade escolar no
Sistema Integrado de Monitoramento e Avaliação Educacional – SIMAED ou no Censo Escolar.
93
para o país e a Prova Brasil – para os municípios. Ele é a principal ferramenta para acompanhamento
de metas de qualidade da Educação Básica brasileira.
94
Fonte: MEC/INEP
No próximo quadro, observa-se que nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o Acre
alcançou em 2007 a meta projetada para 2009 e, em 2013, a meta projetada para 2017, sinalizando
que é possível alcançar até 2017, a meta projetada para 2021.
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB - Anos Iniciais do Ensino Fundamental
2007 2007 2009 2009 2011 2011 2013
Localidade 2013 meta
observado meta observado meta observado meta observado
Brasil 4,2 3,9 4,6 4,2 5 4,6 5,2 4,9
Norte 3,4 3,1 3,8 3,4 4,2 3,8 4,3 4,1
Acre 3,8 3,5 4,3 3,8 4,6 4,3 5,1 4,5
Fonte: MEC/INEP
Nos anos finais do Ensino Fundamental, o IDEB alcançado pelo Acre se manteve
crescente ao longo do período, atingindo em 2013, a meta projetada para a edição, o que não se
observa em relação ao IDEB do Brasil e o da Região Norte, como demonstram os dados da tabela
abaixo.
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB - Anos Finais do Ensino Fundamental
2007 2007 2009 2009 2011 2011 2013
Localidade 2013 meta
observado meta observado meta observado meta observado
Brasil 3,8 3,5 4 3,7 4,1 3,9 4,2 4,4
Norte 3,4 3,2 3,6 3,4 3,8 3,6 3,8 4,1
Acre 3,8 3,5 4,1 3,7 4,2 4 4,4 4,4
Fonte: MEC/INEP
95
A série histórica da nota padronizada do IDEB do Ensino Fundamental, por exemplo,
demonstra que a média de proficiência dos alunos do Acre em Língua Portuguesa e Matemática
avançou significativamente no período, superando a meta projeta em todos as edições.
A qualidade da educação pressupõe que todos os alunos aprendam cada vez mais e
melhor ao longo da vida escolar. Por isso, monitorar o percentual de alunos com desempenhos
superiores aos níveis adequados de habilidades é indispensável, posto que garantir a todos os
estudantes um padrão de aprendizagem elevado é estratégico para equidade dos Sistemas
Educativos. No Brasil, estar acima do nível adequado significa, para os alunos do 5º ano do Ensino
Fundamental, uma pontuação acima do nível adequado na Prova Brasil que é de 200 pontos em
96
Língua Portuguesa e 225 pontos em Matemática; para o 9º ano 275 pontos em Português e 300 pontos
em Matemática na Prova Brasil; e para o 3º ano do Ensino Médio uma pontuação acima do nível
adequado na Aneb: 300 pontos em Português e 350 pontos em Matemática.
97
Fonte: www.observatoriodopne.org.br
98
Matemática regrediu de 4,7% para 3,4%, revelando o enorme desafio que se há de enfrentar para
elevar a qualidade da aprendizagem nessa etapa da Educação Básica em todo o País.
Porcentagem de alunos do 3ª° do Ensino Médio com pontuação acima do nível considerado
adequado em Língua Portuguesa no SAEB
Porcentagem de alunos do 3ª° do Ensino Médio com pontuação acima do nível considerado
adequado em Matemática no SAEB
Fonte: www.observatoriodopne.org.br
A queda na taxa de distorção idade-série vem ocorrendo em todo o País de forma gradual,
porém sem a celeridade necessária, como mostram os dados a seguir:
Fonte: www.observatoriodopne.org.br
Apesar das altas taxas de distorção idade-série no Acre, como se pode verificar o quadro
abaixo, a análise dos dados confirma uma tendência sempre decrescente no percentual de alunos em
distorção idade-série nos anos iniciais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, etapa onde a queda
foi mais da distorção foi mais expressiva: -30%. No entanto, os dados demonstram um crescimento
significativo da taxa de distorção idade-série nos anos finais do Ensino Fundamental.
100
2008 54,8 4,4 26,9 3,4 33,2 4,5
2009 27,8 3,7 27,5 4,9 34,8 4,5
2010 29,7 2 31,1 4,1 38,1 4,7
2011 29,9 2,2 31,7 4,2 37,1 4,9
2012 28,9 1,9 32,1 3,5 36,3 4,8
2013 27,9 2,4 31 3,6 35,7 5,5
Como se pode observar no quadro 1, embora a redução na taxa abandono venha caindo
significativamente na rede pública, o percentual de alunos que abandona a escola ainda é muito alto
especialmente no Ensino Médio – superior a dez por cento e no Ensino Fundamental nas redes
municipais, que nos anos iniciais ultrapassa seis por cento. O Ensino Médio foi o segmento que
apresentou a maior redução na taxa de abandono no período: -5,30%, seguido pelos anos iniciais do
Ensino Fundamental das redes municipais: -5,18%
Enquanto a rede pública ainda apresenta altas taxas de abandono, na rede particular, o
percentual dos que abandonam a escola, na rede particular é residual, mostrando as desigualdades
que persistem entre o ensino público e o ensino privado.
TAXA DE ABANDONO
Estadual Federal Municipal Particular
Ano
Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos
Médio Médio Médio
Iniciais Finais Iniciais Finais Iniciais Finais Iniciais Finais
2007 5,45 5,92 16,02 0,00 0,45 0,00 7,86 9,44 0,44 0,38 0,46
2008 4,10 6,31 15,42 0,00 0,00 0,00 6,64 9,13 0,54 0,20 0,38
2009 3,76 5,13 13,83 0,00 0,00 0,00 6,16 6,38 0,14 0,27 0,69
2010 3,29 4,84 13,36 0,00 0,00 0,00 4,88 8,22 0,23 0,29 0,57
2011 2,64 4,17 12,63 0,00 0,00 0,00 3,41 6,55 0,00 0,20 0,08
2012 2,35 3,60 10,90 0,00 0,00 0,00 3,40 8,39 0,14 0,04 0,20
2013 1,96 3,25 10,72 0,00 0,00 0,00 2,68 6,10 0,00 0,10 0,10
% -3,49 -2,67 -5,30 -5,18 -3,33 -0,44 -0,28 -0,35
Fonte: Censo Escolar
O crescimento da taxa de aprovação foi significativo nas redes estadual e municipal, com
destaque para os anos iniciais do Ensino Fundamental da rede municipal que cresceu 16,29%, quase o
101
dobro da rede estadual. No entanto, o percentual de aprovação nos anos iniciais e nos anos finais do
Ensino Fundamental na rede municipal está abaixo de noventa por cento, o que significa que mais de
10% dos alunos não aprendem o mínimo necessário para progredir na escolaridade. Situação mais
grave é a do Ensino Médio estadual com taxa de aprovação abaixo de 80% em 2013.
Embora os indicadores de aprovação da rede particular estejam bem acima da média das
demais redes, é possível observar uma redução significativa da aprovação quando se compara a taxa
de aprovação dos anos iniciais, com os anos finais e o Ensino Médio.
Outro dado que chama a atenção são os baixos percentuais de aprovação do Ensino
Fundamental da rede federal, muito similares aos percentuais da rede municipal: abaixo de noventa por
cento, enquanto o Ensino Médio apresenta uma aprovação de mais de noventa e dois por cento.
Taxa de Aprovação
Estadual Federal Municipal Particular
Ano
Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos
Médio Médio Médio
Iniciais Finais Iniciais Finais Iniciais Finais Iniciais Finais
2007 81,95 86,62 74,46 84,87 86,36 85,59 72,04 82,88 98,28 96,37 94,21
2008 85,35 86,24 76,63 82,67 71,63 80,71 76,35 82,47 98,19 96,35 93,17
2009 87,63 88,70 77,97 87,60 87,79 90,00 80,30 84,44 98,87 96,38 93,47
2010 87,98 89,51 77,82 94,12 84,53 74,79 82,43 83,50 98,76 96,19 94,42
2011 89,01 90,43 78,54 94,12 85,33 91,18 83,17 87,21 98,36 96,41 95,55
2012 89,32 91,21 76,92 87,60 83,68 87,84 86,01 83,53 98,40 97,38 94,83
2013 90,76 91,26 77,90 88,06 87,10 92,93 88,33 86,08 99,22 97,80 95,12
% 8,81 4,64 3,44 3,19 0,73 7,34 16,29 3,20 0,93 1,42 0,91
Fonte: Censo Escolar
No que diz respeito à reprovação, vale destacar o crescimento de quase dois por cento no
percentual de alunos reprovados no Ensino Médio na rede estadual, atingindo um percentual de
11,38% dos alunos que não aprendem e por isso não avançam na escolaridade. Um aumento de
0,13% também é observado nos anos finais do Ensino Fundamental da rede municipal.
Esses dados demandam uma profunda reflexão e tomada de decisão com vistas ao êxito na
aprendizagem de todos os alunos.
É fato que a escolaridade média avançou no período 2009-2013, mas sabe-se que o
número médio de anos de estudo ainda se encontra em um patamar bastante insatisfatório,
especialmente quando se considera as diferenças socioeconômicas, de etnia, de localização e dos
diferentes padrões de qualidade educativa. Oferecer o mesmo e adequado padrão de qualidade
103
educacional para todos é a estratégia mais poderosa para que a educação brasileira atinja um patamar
compatível com a grandeza do País.
Fonte:www.observatoriodopne.org.br
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD 2011), o
brasileiro com mais de quinze anos estudou em média durante 7,7 anos. O tempo médio de estudo não
é suficiente para completar o Ensino Fundamental, que tem duração de nove anos. Se considerada a
população acima dos dez anos de idade, o tempo médio de estudo é de 7,3 anos. Os melhores
resultados estão entre as pessoas entre vinte a vinte e quatro anos (9,8 anos de estudo) e aqueles
entre vinte e cinco a vinte e nove anos (9,7 anos). E os piores, entre a população com mais de
104
sessenta anos (4,4 anos) e de dez a quatorze anos (4,2 anos). Mulheres estudam por mais tempo que
os homens. Enquanto aquelas com mais de quinze anos foram à escola por 7,9 anos, eles passaram
7,5 anos estudando. A região Sudeste é a que tem a média mais alta, a população com mais de quinze
anos estudou em média 8,4 anos. No Centro-Oeste, essa média é de 8,1 anos e no Sul, de anos. O
Norte aparece com média de estudo de 7,1 anos e o Nordeste com 6,5 anos.
A PNAD 2014 revelou a profunda desigualdade educacional entre ricos e pobres: jovens e
adultos de dezoito a vinte e nove anos têm, em média, quatro anos a mais de escolaridade entre os
mais ricos, em relação aos vinte e cinco mais pobres; há nove vezes mais jovens de dezoito a vinte e
quatro anos do primeiro quartil de renda matriculados no Ensino Superior na comparação com os vinte
e cinco por cento mais pobres. Isso se reflete no trabalho e na renda: enquanto o salário médio de um
cidadão dessa faixa etária com Ensino Superior completo chega a R$ 2,3 mil, os vencimentos das
pessoas que não completaram o Ensino Médio ficam em R$ 752,00, como demonstram os dados
abaixo:
Rendimento médio do trabalho das pessoas de dezoito a vinte e nove anos ocupadas por nível
de instrução Brasil
105
Médio incompleto ou equivalente R$ 597,81 R$ 630,60 R$ 634,28 R$ 707,99 R$ 752,68
Médio completo ou equivalente R$ 838,44 R$ 852,56 R$ 848,61 R$ 929,98 R$ 958,93
Superior incompleto ou equivalente R$ 1.125,08 R$ 1.162,17 R$ 1.160,91 R$ 1.188,84 R$ 1.234,54
Superior completo R$ 2.253,40 R$ 2.286,38 R$ 2.277,70 R$ 2.321,07 R$ 2.342,92
Fonte: IBGE/Pnad – Elaboração: Todos Pela Educação.
Notas: As estimativas levam em consideração a idade em anos completos em 30 de junho, ou idade escolar.
Apesar dos avanços, urge a efetivação de ações educativas, com padrões adequados de
qualidade para elevar a escolaridade média da população de dezoito a vinte e nove anos, como
estratégia poderosa para reduzir desigualdades educacionais e sociais entre ricos e pobres, negros e
não negros e a cidade e o campo, sob pena de não se atingir as metas definidas no PNE.
Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população maior de quinze anos para 96%
(noventa e seis por cento), até 2020 e, até o final da vigência deste PEE, erradicar o
analfabetismo absoluto, reduzindo o índice de analfabetismo funcional em sessenta por cento.
106
informações (causa/efeito, regra geral/caso, opinião/fato), reconhece a informação textual
mesmo que ela contradiga o senso comum.
Mesmo com a taxa de analfabetismo caindo, é importante observar (ver gráfico abaixo)
que crescem apenas os níveis intermediários (rudimentar e básico), quando o desejável seria um
aumento em cascata, resultando em taxas cada vez mais altas de alfabetismo pleno.
107
No Acre, a taxa de alfabetização da população de quinze anos ou mais avança
lentamente, como demonstram os dados a seguir:
Não menos grave é o fosso que separa o percentual de 98,3% de alfabetizados entre os
mais ricos do País, dos 86,0% que sabem ler e escrever entre os mais pobres. Apesar de tão grande
diferença, a boa notícia trazida pelos gráficos é que essa distância vem diminuindo significativamente,
especialmente entre os mais ricos e os mais pobres, como consequência da ampliação do acesso e da
permanência na escola das populações em situação de maior vulnerabilidade social e da melhoria da
qualidade do ensino, sobretudo nos anos iniciais.
108
Todavia, o maior obstáculo à erradicação do analfabetismo é, sem dúvida, a qualidade da
Educação Básica, especialmente da alfabetização. Alternativas urgentes para que todos se alfabetizem
109
no tempo devido, com a qualidade necessária, e construam as capacidades previstas para cada ano da
escolaridade é a estratégia mais poderosa para se erradicar o analfabetismo no País, reduzindo as
desigualdades entre ricos e pobres, negros e não negros, cidade e campo.
Meta 10: Oferecer, no mínimo, trinta por cento, das matrículas de educação de
jovens e adultos, nos níveis de Ensino Fundamental e Médio, na forma integrada à educação
profissional.
A educação de jovens e adultos assume na atualidade uma relevância antes nunca vista
no cenário educativo, em função da tarefa colocada ao indivíduo de superar por meios próprios os
condicionantes políticos e econômicos do novo mundo do trabalho, advindo da globalização de novas
tecnologias da informação. Dessa forma, são muitos os desafios impostos à EJA, como aponta o
Professor Sérgio Haddad, da PUC-SP: “Diferentemente das primeiras ofertas de ensino aos adultos,
quando apenas se reproduziam os conteúdos e as metodologias utilizadas com as crianças,
atualmente seu planejamento deve considerar as características, as necessidades e disponibilidades
dos sujeitos envolvidos. Procurar promover articulações com a sociedade onde estão inseridos,
garantindo ao jovem e ao adulto o direito ao acesso, à permanência e ao sucesso na escola. O respeito
às diferenças, à convivência, à solidariedade, à criatividade, à participação e ao incentivo à cooperação
são os valores que devem nortear a prática educativa da EJA, na busca de superar a fragmentação do
saber e da realidade, reorganizando seus espaços e tempos para melhor compreender e transformar a
realidade”.
Não há como negar que a EJA tem demandas próprias. É impossível desenvolver
programas de qualidade sem que os recursos estejam garantidos, portanto, implementar políticas de
forma mais efetiva, transparente, eficaz e responsável, envolvendo na decisão representantes dos
segmentos que participam da EJA é essencial para a profissionalização do corpo docente e o
enriquecimento dos ambientes de aprendizagem, fundamentais para a consecução dos objetivos dessa
modalidade de ensino.
111
Pode-se observar na tabela a seguir. que o número de alunos matriculados na EJA nos
anos iniciais do Ensino Fundamental, no Acre, aumentou em 1.141, no período de dezesseis anos,
enquanto nos anos finais, o número de matrículas caiu de 10.021 em 1998 para 8.705: uma redução de
13,13%. Quando se compara o aumento de 12,1% na matrícula dos anos iniciais com a redução de
13,13% da matrícula nos anos finais, conclui-se que houve redução em torno de 1% na matrícula de
EJA no Ensino Fundamental, no aludido período. Porém, as matrículas de EJA no Ensino Médio
cresceram 273,7%, com atendimento majoritário da rede estadual de ensino.
Ano EF EF EF EF EF EF EF EF
Anos Anos Médio Anos Anos Médio Anos Anos Médio Anos Anos Médio
Iniciais Finais Iniciais Finais Iniciais Finais Iniciais Finais
1998 7573 9564 2017 0 0 0 1849 457 0 0 0 52
2002 9197 15106 11159 0 0 0 9688 3287 15 82 66 121
2006 4342 11769 12375 0 0 0 6882 4663 95 220 95 105
2010 2849 8181 7038 0 0 0 3648 1599 0 95 344 773
2014 4980 7258 7064 0 0 127 5551 1300 0 32 147 541
112
Fonte: Censo Escolar
Fonte:www.observatoriodopne.org.br
113
Em decorrência do trabalho que vem sendo desenvolvido é possível perceber que há um
grande investimento do sistema público que converge para a ampliação da oferta e para a inovação
das práticas pedagógicas, a exemplo das diferentes modalidades de atendimento ofertadas a esse
público, fundamentalmente localizado nas áreas rurais de difícil acesso: Asas da Florestania de Ensino
Fundamental e Médio, EJA Fundamental e Médio, contribuindo de modo gradual para a permanência
dos alunos na escola e para o cumprimento das metas de escolarização desejadas.
Desse modo, para atingir a meta ora estabelecida, é necessário consolidar as políticas de
atendimento, ampliando o acesso, aperfeiçoando e ampliando os processos formativos dos educadores
e dos educandos e investindo para que o currículo dê conta de aspectos demandados pelo mundo do
trabalho, dialogando com a vocação produtiva das comunidades e de nossa região.
Tabela 1
Porcentagem de matrículas de Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental,
integradas à Educação profissional
Rede
Ano Federal Estadual Municipal Privada
2007 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
2008 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
2010 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
2011 0% 0 0,1% 15 0% 0 0% 0
Fonte:www.observatoriodopne.org.br
114
Tabela 2
115
A oferta da EJA nas unidades prisionais do Acre e nos Centros Socioeducativos vem
sendo ampliada significativamente nos últimos anos, como demonstram os dados abaixo:
Feijó 4 13 15 32 64
É oportuno destacar alguns fatores importantes que impulsionaram a EJA ao atual estágio
de desenvolvimento no Estado, embora com o reconhecimento de que há, ainda, um longo caminho a
ser trilhado por essa modalidade de ensino para o alcance das metas deste PEE.
116
do Estado e a flexibilização da oferta atendendo às particularidades dos trabalhadores das
comunidades rurais e/ou de baixa renda.
Por outro lado, alguns fatores que dificultaram a caminhada até aqui, permanecem como
desafios à implementação das estratégias definidas neste Plano para o alcance das metas, tais como:
rarefação da população rural, o que dificulta a formação de turmas; ausência de profissionais com a
formação mínima exigida nas comunidades onde existe demanda; limitações orçamentárias que
impedem a realização de monitoramento e assessoramento pedagógico às comunidades de difícil
acesso, com frequência, de maneira sistemática e com maior efetividade; insuficiência de dados para
projeção e mobilização da demanda, com vista a formação de novas turmas; insuficiência de
profissionais com a formação e o perfil adequados para a composição das equipes dos municípios;
inexistência de um plano de atendimento para a oferta de qualificação, consoante à demanda e a
inexistência de um currículo que atenda as especificidades das populações rurais.
Os quadros a seguir mostram a evolução da matrícula na zona rural nas diferentes etapas
e modalidades da Educação Básica.
117
Neste primeiro quadro pode-se verificar que no período 2005 – 2014, o percentual de
crescimento da matrícula total da creche foi de 164%, enquanto a matrícula na zona rural cresceu
396,66%, embora a matrícula da creche na zona rural corresponda a apenas 13,27% do total da
matrícula em creche.
ENSINO FUNDAMENTAL
Ano Anos Iniciais Anos Finais
Total Rural % Total Rural %
2005 98.198 40668 41,41 55119 10142 18,40
2006 100126 40676 40,62 55703 10876 19,52
2007 98237 39773 40,48 55692 11367 20,41
2008 104525 40433 38,68 59518 12908 21,68
2009 103859 39921 38,43 62209 14286 22,96
2010 100210 38614 38,53 65831 16255 24,69
2011 98223 38184 38,87 67994 17478 25,70
118
2012 97286 36562 37,58 67404 17919 26,58
2013 98426 36365 36,94 64868 17325 26,70
2014 99182 36774 37,07 64617 18173 28,12
Fonte: Censo Escolar
O que se verifica em relação à matrícula dos anos finais é o oposto do movimento dos
anos iniciais: um incremento de 9.468 matrículas, das quais 8.031 foram na zona rural: um aumento em
torno de mil novas vagas a cada ano.
É importante destacar que apesar da redução do número de matrículas nos anos iniciais,
a matrícula da zona rural corresponde a 37,07% das matrículas totais, enquanto nos anos finais
corresponde a apenas 28,12% do total.
Na EJA, as matrículas na zona rural caíram de 12.961 em 2005 para 8.276: uma redução de
36,14% do número de alunos matriculados entre 2005 e 2014, porém menor que a redução do número
total de matrículas da EJA no período: 39%.
EJA
Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Total 46317 40546 33494 29763 27721 24527 24558 28723 28382 28251
Rural 12961 12793 9044 7196 6680 5503 6457 7430 7887 8276
% 27,98 31,55 27,00 24,17 14,09 22,43 26,29 25,86 27,79 29,29
Fonte: Censo Escolar
É fato que avanços educacionais importantes foram conquistados pelas populações rurais
do Acre, haja vista que as taxas de abandono, aprovação e repetência na zona rural estão muito
próximas das taxas apresentadas pela zona urbana.
TAXA DE RENDIMENTO E EVASÃO - REDE RURAL / URBANA
ANO Localização Abandono Aprovado Reprovado
2013 Rural 7,56 78,47 8,29
2013 Urbana 6,78 78,94 6,57
Fonte: Censo Escolar
119
A questão é o grande contingente de crianças, adolescentes, jovens e adultos sem acesso
à escola, especialmente na idade devida, que se expressa na elevada taxa de distorção idade-série
que é mais que o dobro da já elevada taxa de distorção da zona urbana.
TAXA DE DISTORÇÃO
Ano Localização Matricula Distorção %
2014 Rural 60858 27023 44,40
2014 Urbana 145186 31459 21,67
Fonte: Censo Escolar
Meta 12: Universalizar a Educação Básica para todos os habitantes das diferentes
terras indígenas, até o final da vigência deste plano.
A educação escolar indígena no Acre tem início ainda no final dos anos de 1970, com a
mobilização para a fundação da organização governamental que posteriormente se chamaria
Comissão Pró-índio do Acre. O ano de 1983 inaugura o primeiro curso de formação com características
interculturais, específicas e diferenciadas, sendo que, naquele período, as ênfases do curso eram a
língua portuguesa e a matemática, instrumentos eficientes na luta contra injustiças vividas pelos
indígenas nas florestas que ainda não eram território demarcado.
120
ao Estado, sua expertise e consultores de longa data, dinâmica que dura apenas até 2001. Após, a
Secretaria de Educação do Acre promove periodicamente cursos de formação em três categorias: (a)
formação inicial em magistério indígena; (b) formação continuada; (c) curso para técnicos indígenas.
A população indígena acreana corresponde a cerca de quinze mil índios, falantes de dez
línguas, pertencentes às famílias linguísticas Pano (Apolima-Arara, Jamináwa, Katukina, Kaxinawá,
Náwa, Nukini, Puyanáwa, Saynáwa, Shawãdáwa, Shanenawá, Yawãnawá), Aruák (Asheninka,
Manxinéri) e Arawá (Madiha), distribuídos em todas as regiões do estado, que vivenciam diferentes
situações sociolinguísticas derivadas da experiência do contato com a sociedade nacional.
Meta 13: Triplicar, até o final da vigência deste plano, a matrícula da educação
profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade de oferta, sendo setenta e cinco
por cento na rede pública em todos os municípios.
121
Tanto a Constituição Federal de 1988 quanto a LDB (Lei n. 9.394/1996) situam a
educação profissional na confluência dos direitos do cidadão à educação e ao trabalho. A Constituição
Federal, em seu artigo 227, destaca o dever da família, da sociedade e do Estado em “assegurar à
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária”. O parágrafo único do artigo 39 da LDB define que “o aluno matriculado ou
egresso do Ensino Fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, contará com a
possibilidade de acesso à educação profissional”. A educação profissional, na LDB 9394/96, não
substitui a Educação Básica e nem com ela concorre. A valorização de uma não representa a negação
da importância da outra. A melhoria da qualidade da educação profissional, de acordo com o Parecer n.
16/1999, pressupõe uma Educação Básica de qualidade e constitui condição indispensável para o êxito
num mundo pautado pela competição, inovação tecnológica e crescentes exigências de qualidade,
produtividade e conhecimento.
1º Finlândia
• porcentual de jovens no ensino técnico – 82%
• média de anos de estudo da população – 12,4
2º Alemanha
• porcentual de jovens no ensino técnico – 72%
• média de anos de estudo da população – 13,4
3º Coréia
• porcentual de jovens no ensino técnico – 65%
• média de anos de estudo da população – 11,7
122
4º Suiça
• porcentual de jovens no ensino técnico – 65%
• média de anos de estudo da população – 11,5
5º Estados unidos
• porcentual de jovens no ensino técnico – 60%
• média de anos de estudo da população – 12,7
34º Brasil
• porcentual de jovens no ensino técnico – 9%
• média de anos de estudo da população – 6,1
Fonte: OCDE
Essa modalidade de ensino no Acre, não se configura muito diferente do restante do País.
O quadro abaixo mostra a evolução das matrículas na Educação Profissional no Brasil, na Região
Norte e no Acre, considerando todas as redes.
123
2007 86552 1 6021 0,8 0 0
2008 132519 1,6 8369 1,2 0 0
2009 175831 2,1 11043 1,5 0 0
2010 215718 2,6 14843 2 0 0
2011 257713 3,1 18366 2,4 77 0,2
2012 298545 3,6 19786 2,6 365 0,9
2013 338390 4,1 21973 2,8 467 1,1
www.observatoriodopne.org.br
124
O público-alvo prioritário dos cursos de qualificação profissional do IDM são os
beneficiários dos programas sociais cadastrados no Cad-Único, trabalhadores atendidos pelas
secretariais setoriais do governo e estudantes de Ensino Médio da rede pública de ensino e os cursos
são definidos a partir de pesquisas sobre as demandas existentes.
A oferta de educação profissional pelo Instituto Dom Moacyr vem aumentado a cada ano,
consoante ao crescimento da demanda da educação profissional, em virtude do desenvolvimento que
experimenta o Estado. Desde sua criação, em dezembro de 2005, a rede vem ampliando o número de
vagas e os cursos ofertados.
O início acadêmico do IFAC deu-se em julho de 2010 com a oferta de nove cursos com
ênfase em Recursos Naturais e Ambiente, Saúde e Segurança e aproximadamente 350 alunos.
125
“Apesar do aumento de matrículas na Educação Profissional registrado nos últimos anos,
no Brasil, escola e mundo do trabalho carecem de sintonia. As rápidas transformações proporcionadas
pelas novas tecnologias e os novos perfis profissionais, que valorizam muito mais a criatividade e a
capacidade de relacionar conhecimentos de forma interdisciplinar, na busca pela resolução de
problemas, ainda são características pouco valorizadas nos cursos de formação profissional. Além
disso, a amarra das disciplinas obrigatórias sobrecarrega o Ensino Médio profissionalizante, pois o
aluno é obrigado a cumprir não apenas as disciplinas relacionadas ao curso como também toda a
carga do Ensino Médio regular.” (www.observatoriodopne.org.br. 2014).
Fonte: www.observatoriodopne.org.br
Os números acima expressam não apenas a pequena oferta da educação profissional
técnica, evidenciam também as desigualdades na oferta: o número de matrículas na zona rural
representa apenas 7% do total; apenas 18 pessoas com deficiência, transtornos globais dos
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação estavam matriculadas na educação profissional
técnica em 2013, bem como não foram localizadas matrículas na Educação Indígena.
De acordo com o Censo Escolar 2012, o Brasil possuía a época, 2,1 milhões de docentes
na Educação Básica, sendo que quase 1,7 milhão são mulheres. Destes mais de dois milhões de
126
professores, “22% não possuíam formação adequada. Nesse número se incluem professores sem nível
superior ou formados em outras áreas, como engenharia ou saúde. Após 2006, prazo dado às redes
públicas e privadas para cumprir a obrigatoriedade do diploma de nível superior para os docentes
(LDB/1996), somente os já formados puderam participar de concursos, mas os indicadores só refletem
o fato a partir de 2010. Daquele ano até 2012, o número de diplomados cresceu quase 10 pontos
percentuais (68,9%, em 2010, a 78,1%, em 2012). Apesar disso, mesmo com projeções otimistas, não
será possível atingir 100% em 2014, como previsto na meta. Vale ressaltar que os dados por região
mostram grande disparidade entre o Norte e o Nordeste - onde há menos docentes com formação
adequada - e as outras regiões do Brasil. E boa parte dos professores da Educação Infantil ainda não
tem magistério nem curso superior (em 2009, eram 11%, segundo o INEP).
Para que aconteça um ganho de qualidade na formação do professor – seja ela inicial ou
continuada – é preciso que a Educação Básica entre na agenda de prioridade das universidades. Os
currículos das licenciaturas pouco tratam das práticas de ensino e são distantes da realidade da escola
pública. De modo geral, a formação continuada se propõe a tampar os buracos deixados pela inicial”.
(www.observatóriodopne.org.br)
De 2008 a 2014, o número de professores com nível superior cresceu 23,06 pontos
percentuais.
Ano Rede Fund. Inc. Fund. Compl. Magistério Ensino Médio Superior
2008 Pública 0,94 1,59 42,05 9,10 45,92
2009 Pública 0,88 1,54 39,75 10,51 46,98
2010 Pública 0,77 1,58 34,71 14,66 47,74
2011 Pública 0,82 2,05 23,33 16,79 56,25
2012 Pública 0,86 1,79 11,52 0,54 68,90
2013 Pública 0,92 1,97 8,42 0,55 69,37
2014 Pública 0,97 2,06 7,13 0,55 68,98
Fonte: Censo INEP/MEC
127
Apesar do avanço extraordinário do número de professores com nível superior na rede
pública, ainda está aquém do percentual da rede privada que tem 83,54% de seus professores com
nível superior.
Meta 15: Envidar esforços junto a União no sentido de expandir oferta de nível
superior de modo regular nos 22 municípios do Acre.
129
Para ampliar a escolaridade média da população do Acre e ampliar a oferta da Educação
Superior é fundamental a participação do poder público com a instalação de campus em todos os
municípios do Estado.
Dados da PNAD 2013 mostram que apenas 16% da matrícula da população de 18 a 24 anos
é no Ensino Superior. A média do Acre é igual à média nacional e superior ao índice regional, mas
ainda distante da meta do PNE.
Vale ressaltar que a única universidade do Acre é federal pública e as faculdades são
todas privadas.
Taxa de Conclusão média dos cursos de graduação nas instituições de Ensino Superior
Instituições 2011 2012 2013
Todas as instituições 103,7% 26,4% 27,8%
Universidade 150,6% 35,3% 36,7%
Faculdade 73,9% 24,9% 26%
132
Meta 16: Apoiar a formação, em nível de pós-graduação, de cinquenta por cento dos
professores e profissionais não docentes da Educação Básica por meio de programas com
instituições da Educação Superior, até o último ano da vigência desse plano, e garantir a todos
os profissionais da Educação Básica, formação continuada em sua área de atuação,
considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
Percentual de professores dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio que
atuam na área de sua graduação – Acre
2013
Área Ensino Fundamental Ensino Médio
Anos Finais
Total 10,10% 30,70%
Língua Portuguesa 10,10% 48%
Matemática 10,90% 48%
História 11,10% 57,30%
Geografia 10,70% 38,10%
Ciências 10,90 -
Química - 35,50%
Física - 11,80%
Biologia - 8,40%
Filosofia 0% 38,30%
Ed. Física 8,40% 43,50%
133
Artes 0,90% 7,40%
Língua Estrangeira 15,50% 0,30%
Fonte: observatoriodopne.org.br
Meta 17: Desenvolver, até o final do segundo ano de vigência deste plano, novos
planos de carreira para a rede estadual e redes municipais que assegurem a valorização dos
profissionais da Educação Básica e que tenha como parâmetro a equiparação do rendimento
médio dos professores e dos profissionais com formação equivalente.
“Um dos maiores desafios da Educação brasileira — no curto, médio e longo prazo —
está, sem dúvida, relacionado à formação de professores e, em especial, à valorização da carreira do
magistério.
Hoje, apenas 2% dos jovens querem seguir a carreira docente, e sobram razões para isso:
salários injustos, ausência de planos de carreira, o descaso ou a pouca prioridade dada aos cursos de
licenciatura pelas universidades — normalmente, tratadas como os “primos pobres” dos bacharelados
— e as difíceis condições de trabalho nas escolas e, muitas vezes, no entorno delas. Assim, não
surpreende o desinteresse dos jovens brasileiros em seguir essa carreira tão importante para qualquer
país que deseja ter um futuro sólido e saudável.” (RAMOS, Mozart Neves, 2013)
134
Segundo Paula Louzano, pesquisadora da Faculdade de Educação da USP e doutora em
educação em Havard, no Brasil “há o problema da atratividade da carreira e da formação dos
professores – e ambos estão interligados. Ao contrário de países com ensino considerado de alta
qualidade como Cingapura, Finlândia e Canadá, no Brasil o trabalho docente é visto como algo que
qualquer um pode fazer. A maioria não escolhe ser professor, é escolhido (por falta de outras
oportunidades)”.
135
O quadro abaixo mostra que a maioria dos professores leciona em apenas um
estabelecimento de ensino, em especial na Creche, na Pré-Escola e na Educação Especial, o que
representa um avanço importante e significativo. (Anuário da Educação Brasileira 2014).
O Acre avançou ainda mais no que diz respeito à quantidade de estabelecimentos em que
leciona o professor da Educação Básica quando comparados os percentuais do Brasil, das diferentes
regiões com os indicadores do Estado.
Docentes na Educação Básica por quantidade de estabelecimentos
em que lecionam – Brasil e Regiões - 2012
Docentes na Educação Básica
Quantidade de Estabelecimentos (%)
1 2 3 ou mais
Brasil 78,0 18,1 3,9
Norte 81,3 15,1 3,6
Nordeste 81,1 15,9 3,0
Sudeste 75,7 19,9 4,4
Sul 74,7 20,3 5,1
Centro-Oeste 81,0 16,3 2,7
Acre 83,2 15,6 1,2
Observa-se que o percentual de professores do Acre que trabalham em uma única escola
é superior ao do Brasil e de todas as regiões. Esse dado tem relevância porque estudos mostram que a
136
dedicação dos professores a somente uma escola, pode trazer resultados escolares considerados
positivos em termos de aprendizagem dos alunos, uma vez que esse fator permite que os docentes
dediquem-se mais plenamente às necessidades da escola, dos alunos e da comunidade escolar.
Meta 18: Assegurar, até o final do segundo ano de vigência deste plano, a
construção ou reformulação dos instrumentos jurídicos e processos para a efetivação da gestão
democrática da Educação pública do estado do Acre, associado a critérios técnicos de mérito e
137
desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas,
prevendo recursos e apoio técnico da União.
O Acre instituiu seu Sistema Estadual de Ensino, através da Lei Complementar n. 162, de
20 de junho de 2006. Constituem órgãos de gestão do Sistema Estadual de Ensino do Acre a
Secretaria de Estado de Educação e Esporte e o Conselho Estadual de Educação – CEE.
138
A SEE como órgão central do Sistema é responsável pela elaboração e execução das
políticas educacionais no Estado, enquanto o CEE é o órgão normativo, consultivo e deliberativo do
Sistema Estadual de Educação.
De acordo com a Lei Complementar n. 162, a gestão das escolas públicas que fazem
parte do Sistema Estadual de Educação será desenvolvida com base nos princípios da gestão
democrática, entendida como o processo intencional e sistemático de decisão e efetivação coletiva,
mobilizando meios e procedimentos para se atingir os objetivos da instituição escolar, envolvendo os
aspectos pedagógicos, técnico-administrativo e gerencial do processo escolar.
139
qual é imprescindível discorrer sobre a essencialidade dessa relação, em prol da melhoria da qualidade
de ensino.
O processo para provimento do cargo de diretor das unidades de ensino da rede pública
do Acre não é o mesmo nas diferentes esferas administrativas. Na rede estadual a direção das
unidades de ensino é exercida por diretor aprovado em todos os critérios e etapas - curso de
capacitação para gestores com exame final de certificação e eleição direta pela comunidade - definidos
na Lei n.1513, consoante às deliberações do Conselho Escolar e da Secretaria de Estado de Educação
e Esporte – SEE. Nas redes municipais, há outras formas de escolha do diretor.
141
O financiamento é fundamental, posto que a maior parte dos aperfeiçoamentos
relacionados à educação pública pressupõe alocação de recursos. Quanto à gestão, são duas as
consequências: em primeiro lugar, a gestão adequada dos recursos otimiza sua aplicação, evita
desperdícios e maximiza sua utilização social. Em segundo lugar, a adequada gestão pode melhorar o
bom funcionamento da escola e do sistema educacional como um todo. Em relação a esse último
aspecto, é importante salientar que algumas das modificações importantes a serem realizadas nas
escolas dizem respeito à melhoria da gestão, que não necessariamente envolvem aumento de recursos
e têm impacto positivo em uma educação de qualidade.
A luta por financiamento da educação remonta aos tempos do Brasil colônia, mas apenas
a Constituição de 1934 introduziu em seu texto a vinculação constitucional de recursos para a
educação. Ao criar o Plano Nacional de Educação, a referida Constituição estabeleceu a política de
vinculação de recursos a partir da arrecadação de impostos e que foi suprimida das Constituições
Federais de 1937 e 1967. A vinculação constitucional dos recursos para a educação se fundamenta na
ideia de que a educação é tão importante para o País que pressupõe a garantia mínima de dotação de
recursos no texto constitucional, sem as flutuações de quaisquer governos.
Assim como a grande maioria dos municípios brasileiros, os 22 municípios do Acre terão
dificuldades de cumprir as metas do PNE e deste PEE sem “receitas novas e olhar a educação como
prioridade de fato,” como observa Cleusa Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes
Municipais – UNDIME.
Não resta dúvida de que as metas do PNE são factíveis, mas é consenso entre os
especialistas que a União precisa aumentar a sua participação nos recursos destinados à Educação
Básica, uma vez que grande parte dos recursos vem dos municípios, 2,3% do PIB, segundo dados do
MEC, que constam no Anuário Brasileiro da Educação Básica 2014. Os estados gastam o equivalente
a 2,2% do PIB, enquanto a menor fatia- 1% do PIB - cabe à União, detentora da maior parte dos
recursos.
144
A falta de recursos para a ampliação e melhoria da qualidade do ensino é um enorme desafio
também, para os Estados e o percentual destinado à educação é insuficiente para enfrentar os desafios
da universalização da Educação Básica e da melhoria da qualidade. Embora, no Acre, a Constituição
Estadual em seu art. 197 determine que o “Estado do Acre aplicará, anualmente, com a educação,
nunca menos de trinta por cento da receita resultante de impostos, inclusive a proveniente de
transferências constitucionais da União”, esse percentual não é suficiente para que o Estado enfrente
os desafios assumidos neste PEE. Porém, convicto do estabelecimento e da consolidação do Regime
de Colaboração entre os entes federados, para o financiamento da Educação Básica, o Acre, definiu a
metas e estratégias para a educação acreana na próxima década, com o objetivo de garantir a todos,
que aqui vivem, uma educação com a qualidade que a cidadania requer.
______. Lei n. 12.796 de 04 de abril de 2013. Altera a Lei 9.394 [...] para dispor sobre a formação de
profissionais da educação e dar outras providências.
145
______. Lei n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
________. Lei 10.172, de 09/01/2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências.
Brasília, DF.
________. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2009. Rio de Janeiro: IBGE,
CASTRO, Ana Emília. A educação integral deixa a escola mais humana. Disponível em
http://porvir.org/porpensar/a-educacao-integral-deixa-escola-mais-humana/20130821. Acesso em
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ECO,Umberto; MARTINI, Carlo Maria. Em que crêem os que não crêem? São Paulo. Editora Record,
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Sites consultados
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http://www.anpg.org.br
http://www.deolhonosplanos.org.br
http://www.educacaointegral.org.br
147
http://www.ibge.gov.br
http://www.ideb.inep.gov.br
http://www.inep.gov.br
Http://www.ipea.gov.br
http://www.mieib.org.br
http://www.observatório do pne.gov.br
http://www.ucs.br/ucs/tplNoticias/noticias/1333031036/jornal_cefe.pdf
http://www.unesco.org.br
http://www2.camara.leg.br
http://wwwtodospelaeducação.org.br
148