Artigo - Congresso - FAED SUBMETER
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CONTEXTO DA BNCC1
Introdução
1
Este trabalho está inserido no âmbito de uma pesquisa maior: “Projeto de Línguas e Culturas Kaiowá e Guarani
no contexto escolar: produção de livros diferenciados para as escolas indígenas”, realizada com apoio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
2
Mestranda em Educação pelo Programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Federal da Grande
Dourados/PPGEDU/FAED/UFGD. [email protected]
3
Professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação/PPGEDU/FAED/UFGD – Orientadora.
[email protected]
VI Congresso de Educação da Grande Dourados FAED/UFGD.
Evento de 2, 3, 4 e 5 de outubro de 2023. Dourados-MS.
currículo com a promulgação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A partir
da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), os indígenas garantiram o direito a
uma educação diferenciada com o uso de processos próprios de aprendizagem e a
utilização de suas línguas maternas, porém a imposição da BNCC tem trazido
muitos desafios às escolas indígenas (Troquez; Nascimento, 2020).
A pesquisa atenta para as propostas curriculares, no sentido de compreender
como as escolas indígenas estão reestruturando seus currículos frente à aplicação
das políticas nacionais de educação, em especial, após a implementação da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC – Brasil, 2018).
A BNCC foi constituída para ser o documento nacional que normatiza e define
a construção das aprendizagens essenciais que os alunos brasileiros precisam
desenvolver no decurso das etapas e modalidades da Educação Básica, garantindo-
lhes os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em consonância com o Plano
Nacional de Educação (PNE, 2014-2024).
Os povos indígenas conquistaram o direito de usufruir de suas línguas e
culturas, sem deixar para trás suas histórias na aquisição de novos conhecimentos.
Com a instituição da BNCC, é possível notar um impasse entre o currículo nacional
proposto e o que foi pleiteado pelas comunidades indígenas; sobre o que é ideal
para um ensino indígena decolonizado e diferenciado (Troquez; Nascimento, 2020).
A construção curricular da Educação Escolar Indígena deve seguir as
orientações e normatizações exigidas para Educação em nosso país com direito às
propostas de diferenciação conforme legislação específica, como explicitada nas
Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Escolar Indígena (Brasil, 2012).
Conforme discutem Troquez e Nascimento (2020, p. 03), as políticas
indigenistas no país foram orientadas por uma lógica de colonialidade e estiveram
submissas a uma estrutura “global de controle do trabalho” (Quijano, 2005, p. 228).
[...] “sob esta estrutura, os modos próprios de viver, as diferentes histórias,
cosmologias e/ou epistemologias, assim como os processos próprios de ensinar e
aprender foram ignorados” (Troquez; Nascimento, 2020, p. 03). Neste contexto, toda
a rica representação das culturas brasileiras, não só as indígenas, foram
classificadas como componentes diversificados na BNCC, associando as “histórias,
cosmologias e/ou epistemologias” de diversos povos brasileiros, aos conhecimentos
Objetivo Geral
- Compreender o lugar das línguas e culturas indígenas no currículo das escolas
indígenas no contexto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Objetivos Específicos
- Discutir o lugar das línguas e culturas no currículo das escolas municipais
indígenas;
- Levantar histórico do processo de implantação da BNCC nas escolas municipais da
Reserva Indígena de Dourados (RID);
- Identificar limites e possibilidades para o ensino e fortalecimento das línguas e
culturas indígenas no contexto da BNCC;
MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu. (Org.). Currículo, cultura
e sociedade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997.