Inclusão Marco Zero Começando Pelas CR
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junqueira&marin
editores
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Coordenação: Prof. Dr. Dinael Marin
Produção: ZEROCRIATIVA
Imagens da capa: responsabilidade exclusiva da autora
Revisões: Fabiana Abi Rached de Almeida
Impressão: Gráfica Viena
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Conselho Editorial da Junqueira&Marin:
M49i
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-86305-84-9
15.09.10 24.09.10
021626
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Jardim Santa Angelina
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Esta edição recebeu apoio institucional.
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Proibida a reprodução total ou parcial desta edição, por qualquer meio ou forma, em
língua portuguesa ou qualquer outro idioma, sem a prévia e expressa autorização da
editora.
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
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SUMÁRIO
Apresentação.................................................5
Capítulo 1.....................................................11
Histórico do movimento pela inclusão escolar
Capítulo 2.....................................................29
Perspectivas da educação inclusiva no Brasil
Capítulo 3.....................................................37
Tendências atuais na área de formação
do professor e a perspectiva de inclusão escolar
Capítulo 4.....................................................47
A educação infantil e a inclusão escolar
de alunos com necessidades educacionais especiais
Capítulo 5.....................................................59
Inclusão marco zero: começando pelas creches
Capítulo 6.....................................................69
Conhecendo o contexto, a população
alvo e gerando indicadores
Capítulo 7....................................................103
O que pensam os educadores de
creche sobre a inclusão escolar?
Capítulo 8...................................................145
Conhecendo a prática nas creches
Capítulo9....................................................199
Como os educadores de creches lidam com os alunos
especiais inseridos em suas turmas: do discurso à prática
Capítulo 10.................................................249
Inclusão escolar marco zero:
é possível começar pelas creches?
Notas..........................................................273
Referências.................................................279
◎ Apresentação
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INCLUSÃO MARCO ZERO Enicéia Gonçalves Mendes
começando pelas creches
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Capítulo 1
Histórico do movimento pela inclusão escolar
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Capítulo 2
Perspectivas da educação inclusiva no Brasil
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especializado”.
De modo geral, a legislação não define que a matrícula
do aluno com necessidades educacionais especiais tenha que ser
obrigatoriamente na classe comum da escola regular. Entretanto,
a ênfase poderia ser na matrícula do aluno preferencialmente em
classe comum, e com apoios centrados nessa sala de aula para
que a inclusão escolar, ao contrário da integração escolar, saísse
definitivamente dos discursos e chegasse definitivamente nas
escolas e salas de aula.
Quanto ao modelo de educação inclusiva a ser
adotado, podemos concluir, com base no atual estágio do
conhecimento científico, que a “inclusão total” é uma resposta
muito simplista e equivocada a um tema demasiadamente
complexo e que se caracteriza no momento por uma confiança
excessiva na retórica e pela falta de evidências científicas.
Na atualidade, qualquer proposta essencialmente
ideológica e com posições radicais parece perigosa porque a
filosofia da “inclusão” já está no contexto brasileiro, servindo de
justificativa para o fechamento de programas e serviços (como
as classes especiais nas escolas públicas ou de escolas especiais,
por exemplo); e para deixar de prever (e consequentemente
de custear no futuro) na nova reforma na política educacional
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Capítulo 3
Tendências atuais na área de formação do
professor e a perspectiva de inclusão escolar
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Capítulo 4
A educação infantil e a inclusão escolar de
alunos com necessidades
educacionais especiais
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2002).
Assim, constata-se que ocorrem aprendizagem e
desenvolvimento por meio da participação em ambientes mais
desenvolvidos e esse tem sido um dos principais argumentos
utilizados para apoiar programas inclusivos na Educação Infantil.
Ambientes inclusivos podem favorecer o desenvolvimento das
crianças por oferecer um meio mais estimulador (cognitivamente,
socialmente e linguisticamente) do que ambientes segregados. Os
estudos indicam ainda que, com suporte necessário e apropriado,
as crianças pequenas com necessidades educacionais especiais
podem adquirir habilidades complexas e participar com sucesso
de ambientes inclusivos.
Embora o sucesso de programas inclusivos na
Educação Infantil já tenha sido comprovado na literatura, no
Brasil, essas práticas e consequentemente as pesquisas sobre
o tema são escassas. No caso da Educação Infantil, apenas
recentemente e especificamente a partir da promulgação da LDB
de 1996, este nível de ensino passou a ser garantido como um
direito das crianças pequenas. Em decorrência destes dispositivos
legais, as creches passaram a se tornar parte do sistema de
Educação Básica.
A previsão de serviços de Educação Infantil para a
população com necessidades educacionais especiais aparece no
artigo 58, do capítulo V da LDB/96. Tal artigo restringe-se a
afirmar que o atendimento à população infantil seria de zero a seis
anos em creches e pré-escolas. Entretanto, ainda parece escasso
o processo de atenção a essa população nessa faixa etária, sendo
que uma política de educação inclusiva poderia caminhar no
sentido da universalização, num momento onde há uma bandeira
mais ampla no país, que defende a ampliação das oportunidades
educacionais na Educação Infantil para todas as crianças.
Assim, diante do contexto atual da realidade do
nosso sistema educacional, elegemos como objeto de estudo a
temática da inclusão escolar, circunscrita ao nível da Educação
Infantil, especificamente nas creches. Direcionamos, então, nosso
objetivo para conhecer a forma como os educadores de creche
estão trabalhando em turmas nas quais existem crianças com
necessidades educacionais especiais inseridas, sendo atendidas
juntamente com os demais alunos de sua mesma faixa etária.
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Capítulo 5
Inclusão marco zero: começando pelas creches
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Capítulo 6
Conhecendo o contexto, a população alvo e
gerando indicadores
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Conhecendo o contexto
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ensino.
Este era o contexto quando iniciamos o estudo e nos
propomos inicialmenteainvestigareacontribuircomaconstrução
da política daquele município. O primeiro desafio enfrentado foi
a falta de informações precisas sobre o número de alunos com
necessidades educacionais especiais na rede municipal. Nossa
meta passou a ser então realizar um levantamento para identificar
e caracterizar o perfil de nossa população de interesse: as crianças
pequenas com necessidades educacionais especiais.
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Procedimentos de identificação
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O instrumento de identificação
O instrumento apresentado é uma versão que vem
sendo aperfeiçoada desde 2001; é composto por um manual
explicativo e por uma ficha a ser preenchida. A primeira instrução
oferecida pode ser lida no Quadro I, descrito abaixo.
Quadro I – Instruções Iniciais
Nosso objetivo consiste em identificar se há nesta creche "crianças com
necessidades educacionais especiais". Definimos como crianças com necessidades
especiais aquelas que: Apresentam necessidades consideradas próprias e diferentes
das demais crianças e que, por isso, requerem recursos pedagógicos e metodológicos
educacionais específicos para aprenderem.
Podem ser consideradas crianças com necessidades educacionais especiais, por
exemplo, aquelas que são portadores de deficiências ou outras limitações, cujas
limitações tenham implicações educacionais, as com distúrbios de condutas ou ainda
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Considerando tal definição, tente identificar os alunos que você considera que
tenham necessidades educacionais especiais em sua creche ou turma. Temos interesse
em identificar justamente aquelas crianças com as quais você está preocupado(a).
Assim, preencha a ficha mesmo que você suspeite, mas não tenha certeza sobre o fato
da criança ser ou não um aluno com necessidades educacionais especiais .
Analisando os dados
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II 86 2 2,3 72 4 5,5
III 136 12 8,8 120 3 2,5
IV 97 4 4,1 64 1 1,5
V 118 4 3,4 80 8 10,0
Total 588 43 7,1 480 30 6,25
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creches
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2001
40
2003
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masculino feminino
sexo
19 18,5 18 43
2. Sintomas de doenças e/ou presença de
fatores orgânicos de risco
7 7 14 33,5
3. Atendimento especializado de apoio
4. Problemas de desenvolvimento 38 37,5 16 38
•
Cognição/Inteligência 0 0 11 26
• Autocuidados
• Emocionais 1 1 0 0
especiais 2 2 0 0
•
Habilidades esportivas
3 3 0 0
• Criatividade
•
Inteligência 1 1 0 0
• Memória 3 3 0 0
•
Percepção
Conclusão
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precisade
apoios,
e istode modo
poderiaa agilizarmanter otaisencaminhamentocriançasno
sistema
pararegular
a ofertae
prevenir o agravamento das necessidades educacionais especiais.
ANEXOS
NOME DO ALUNO:
Filiação Pai:
Mãe:
Endereço
Idade Data de nascimento: Sexo:
Nível de escolaridade/turma: Período
( ) Matutino ( ) Vespertino
Professora responsável
Unidade escolar:
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2. Linguagem:
3. Motricidade:
4. Cognição/Inteligência:
5. Autocuidados:
Deficiências e Limitações :
Se você tiver algum aspecto a mais para comentar sobre a criança, descreva abaixo:
Assinatura :
Data:
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IdentificaçãodeAlunoscomNecessidades EducacionaisEspeciais
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1) PROBLEMAS
SAÚDE (PS) DE Referência à presença de fatores orgânicos de riscos conhecidos na
história de vida da criança, ou à necessidade de cuidados especializados
da área médica e psicológica, ou ainda a sintomas de doenças.
Presença de fatores Exemplos de relatos: “baixa oxigenação do cérebro”; “suspeita de
orgânicos de riscos tentativa de aborto”; “prematuridade”; “problemas no parto”; “fora do
conhecidos na história de peso”; “problemas de crescimento - baixo para a idade”; “pequeno para
vida da criança a idade gestacional”; “desnutrição”; “uso de cigarro pela mãe durante a
gestação”.
Necessidade de cuidados Exemplos de relatos: “necessidade de acompanhamento psicológico”;
especializados da área “precisa de psicóloga e neuropediatra”; “falta de atendimento médico”.
médica e psicológica
Sintomas de doenças Exemplos de relatos: “dores de cabeça”; “olhos lacrimejantes e
avermelhados”; “nariz escorrendo líquido/água”; “movimento de
balanço para frente e para trás”; “o médico disse que pode ser autista”;
“internações frequentes”; “portadora dos vírus HIV”; “otite crônica”;
“sonolento”; “convulsão”; “não tem controle fisiológico”; “anemia”;
“descalcificação óssea”; “medicação: Gardenal diariamente e
antibióticos”; “medicamentos: sulfato ferroso e Supervit”; “suspeita de
portar o vírus HIV”.
2) DEFICIÊNCIAS (D) Referências às características típicas de quadros de deficiência, ou ao
recebimento de atendimento especializado de apoio na área de
reabilitação ou ainda ao uso de recursos assistivos.
Física / Motora (DF) Exemplos de relatos: “má formação congênita”; “dificuldade de andar”;
“problemas de coordenação motora”; “problemas de locomoção”; “falta
de mobilidade dos braços”; “não tem equilíbrio constante”; “dificuldade
motora”; “não mexe o lado esquerdo”; “anda mal”; “usa bengala”; “não
senta sozinho”; “paralisia cerebral”; “mielomeningocele”.
Visual (DV) Exemplos de relatos: “não enxerga direito”; “dificuldades de
visualização”.
Auditiva (DA) Exemplos de relatos: “utiliza aparelho auditivo”; “não responde ao ser
chamado pelo nome”.
Cognitiva / Mental (DM) Exemplos de relatos: “problemas na compreensão de instruções”;
“problema mental”; “atraso em relação à idade”; “atrasada para idade”.
Múltipla (DMu) Associação de dois tipos de deficiência (por exemplo, física e visual).
Autismo (AU) Somente quando houver diagnóstico fechado.
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6.a.) Fatores protetivos Referências positivas sobre práticas educativas e condições familiares.
(FAP)
6.b. ) Fatores negativos Referências a presença de fatores familiares e sociais que afetam
(FAN) negativamente o aluno , ou relatos de casos de abuso de substâncias,
desemprego, violência doméstica, pobreza, orfandade, deficiências ou
doenças crônicas de familiares .
Presença de fatores " mãe grávida ” ; “ mãe casou- se logo em seguida ao falecimento do pai e
familiares e sociais que está grávida"; "desordem na relação pais-criança ” ; “separação entre
afetam a criança irmãos " ; " adoção” ; “pai faleceu"; " separação pais-criança";
" abandono "; "pais separados ” ; “mãe adolescente ” ; “mãe solteira” ; “pais
já estiveram presos várias vezes ”; “pais estão presos ” ; “ mãe
desaparecida ” ; “mãe tem problemas de saúde ”; “ ele veio do orfanato, é
adotado" .
Doença na família "pais falecidos por HIV” ; “mãe portadora do vírus HIV" .
Deficiência na família "pai com deficiência física nos pés ” ; “três tios são atendidos na APAE”.
Desemprego "pai desempregado " .
As educadoras entrevistadas
106
escolaridade
anos
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Creches
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começando pelas creches
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completo
1. Ingresso do aluno-alvo
Não, ele nunca frequentou a creche, inclusive ele já ia fazer cinco anos,
fora da faixa etária, mas eu consegui trazer ele... Ele passou a frequentar
todos os dias, e foi esse o jeito que eu consegui trazer ele pra creche...
(educadora C)
...a4 veio como bebê no começo do ano efomos notando a diferença com as
outras crianças. (educadora A)
Não, eu sabia que ele tinha o probleminha e que ele tava do lado de lá. Eu
sabia, mas eu não sabia que ele iapassarlogojápra mim. (educadora F)
...mas ele veio como uma criança totalmente normal... por causa que aí a
mãe de e2 chegou efalou pra gente qual era a deficiência dela, como é que
era, então ela não veio assim... (educadora E)
Eu, de início, achava que não teria capacidade pra trabalhar com uma
criança assim. (educadora H)
Achava que era todas as crianças normais até os que vêm com alguma
dificuldade a mais de convivência, fica normal, não dá para tirar diferença.
(educadora A)
Eu pensei comigo que eu ia ter mais trabalho com uma criança que tem o
problema de não ir ao banheiro. (educadora F)
Ah, mesmo assim, pensando que eu não seria capaz, mas a gente como
educadora, tudo a gente aprende no dia-a-dia, na prática, na experiência
e... e aquele pensamento então de receber, trabalhar sem fazer diferença,
né. Como tivesse trabalhando normal, com qualquer um, dando amor,
carinho, se for preciso chamar atenção. (educadora H)
Eu nunca vi uma criança assim, porque eu vejo a minha filha, né, do jeito
que ela é, com quase a mesma idade... Tem hora que eu paro, penso, fico
olhando, olha como ela poderia ser, né, se não tivesse. Me corta o coração
eu vê uma criança desse tipo, que não se movimenta, não pára em pé, não
senta. (educadora L)
Você fica... no fundo, no fundo você acaba ficando com dó das crianças.
(educadora D)
2. Preparação/Formação
curso da Lfoi uma coisa mais voltada, foi mais assim aconchegante,
a gente se sentiu mais a vontade para estar discutindo certos assuntos,
foi uma dinâmica diferente, mas mesmo assim faltou aquela coisa da
práticada gente estar até onde está a criança com necessidades educacionais
especiais... o que a gente tem de base é o que éfalado teoricamente e o
dia que colocarem a criança com necessidades educacionais especiais, cega,
deficiente. (educadora B)
Nósfizemos um curso ano passado, que foi dado pala prefeitura sobre
Inclusão, então... É... as informações são muito deficitárias nessa parte.
Eles não... nós não... nós não somos assim com um profissionalpra tratar
de uma criança com problemas ortopédicos, então... o que nós vamos
fazer?.. A gente vê a melhor forma possível de conseguir conviver com
aquela criança. Você vê, quase sempre ela precisa que você ajude ela a se
alimentar, eu acho que essa parte aí é uma coisa que vem muito da parte
meiga que nós temos, porque só numa palestra uma pessoa chega lá efala
assim: "Olha, a Inclusão éisso ” comofoi aquela sessão de palestras, tudo
bem,foi uma sessão de palestras muito bemfeita... é deficitário, no dia a
dia não é bem assim, éfácilfalar. (educadora E)
Não, eu comecei mesmo foi agora quando eu recebi esse bebê e que foi a
S, Coordenadora de Educação Especial, quefoipassar as orientaçõespra
mim. Depois veio esse curso de Inclusão, né?Que todo mundo da redefez...
então esclareceu tudo. (educadora G)
É muito pouco tempo que esses profissionais que vêm aqui ficam aqui
com as crianças. Acho importante o dia a dia, você entendeu? Por isso
que eu acho que a gente deveria ter uma capacitação. Porque a gente vai
tá sabendo o quefazer com essa criança no dia a dia. Então, eu procurei
conversar, mas fica por isso mesmo, né? Porque os profissionais que não
aparecem, você entendeu ? Então, você procura ler algum livro e tal, mas é
muito pouca coisa. (educadora C)
Teria que ter alguém que viesse todo, sempre assim... tem que haver algum
acompanhamento, assim para gente, né, dia a dia... não foi suficiente, ela
veio só uma vez conversar com a gente, teria que estar sempre visitando, vê
o jeito como a gente está trabalhando com ela. (educadora L)
Ah, orientando como a gente trabalhar com eles, o que passar para eles,
né? As atividade... (educadora J)
3. Aceitação
Pelo trabalho que está sendo feito e, como tem um grupo muito bom, a gente
achou que ia ter mais suporte, mais cobertura. (educadora C)
Agora se o governo falar assim: Vai ter crianças com necessidades especiais,
mas a escola continuar tendo escada, e essa criança que tem deficiência
física não puder subir pra estudar no andar superior, a professora não for
preparada pra lidar com uma criança que tenha que... acho que qualquer
coisa, qualquer trabalho na área educacional é assim, com a falta do
preparo... (educadora E)
Eu achava que ele não poderia ficar na creche, ele precisaria de um lugar
especial. Se eu não estivesse vendo essa situação, convivendo acharia que
na creche não dá para ficar. Mas no fundo, no fundo, acaba ficando tudo
igual. (educadora D)
Eu acho assim, a vantagem é deles estar sempre em grupo, que eles tão
aprendendo entre si... então, as crianças incentivam porque eles conversam
entre eles, você vê eles conversando, na hora de comer, na hora de lavar as
mãozinhas, escovar os dentes... então, um incentiva o outro, né? Então,
eu acho que a criança vai melhorando, ela vai progredindo com isso.
(educadora F)
Eu acho que eles vão sair daqui e não vão ter problema. Acho que, o que
não fala bem, vai conseguir uma hora, e outro vai ver que um braço não
faz falta para ele. E quando sair daqui, não vai ter nenhum problema.
(educadora D)
Espero que saiam daqui com menos dificuldades do que eles entraram.
(educadora E)
Vai ficando pra trás essa criança, né?... esse problema da criança, não sei
se ela mesmo vai se sentir mal, os outros coleguinhas... (educadora F)
Positivo tem... Uma coisa que eu vejo que, quando tem uma criança com
necessidade especial, as outras têm mais carinho. Eles dão mais e atenção,
todos dão mais atenção, se enturma mais com aquela criança. (educadora D)
Agora estou mais apta, percebo mais, procuro observar mais a criança
quando ela chega no primeiro dia, depois e o andamento e desenvolvimento
dela a cada dia. (educadora A)
Acho que traz. Acho que, assim, a gente trabalha com criança sempre e é
um aprendizado, tudo é rico, o que a gente vive com eles é tudo rico. Então,
cada vez, assim, tudo que é novo pra gente é um novo aprendizado pra
você tá recebendo uma criança que você não conhece e você tá lá buscando
informações sobre ela, sobre o tipo de deficiência dela, você vai tá se
empenhando em saber como cuidar daquela criança... então pra gente é
um eterno aprendizado. Pra gente é rica a experiência. (educadora B)
Ah, é muito bom, né? Ele não é tanto, mas se tivesse assim... acho que
parece que você se sente importante. Porque é uma luta trabalhar com
criança assim, é uma coisa muito bonita, dedicação que a gente tem de
sobra, você começa a se dedicar mais, então, você se valoriza muito mais.
Essas pessoas que trabalham na APAE devem se sentir muito bem,
porque são pessoas que trabalham com criança, deve se um trabalho muito
bonito. Eu não fui visitar, não sei, mas penso comigo que eu acho que...
acho lindo, muito bom mesmo. (educadora F)
Ah, hoje eu acho que não vai ter nenhuma, é o que eu falei, de primeiro
tinha, né? Hoje eu já aprendi, aprendi não, hoje eu sou mais forte. Já
consigo olhar de uma outra maneira, você entendeu, então eu acho que
não vai ter nenhum. Hoje não, há uns tempos atrás teria, mas hoje não...
(educadora I)
...mas, por um lado, a gente acaba se envolvendo demais, a não ser que a
pessoa é insensível, senão você acaba, se envolvendo demais, levando pra
sua casa aquele problema, você acaba se apegando àquela criança, não
tem como, porque aí a criança vai embora, você fica naquela preocupação:
“Como vai ser? Até agora ele tava embaixo da minha asa e depois?”
Então, a gente acaba se envolvendo com a criança, acaba se apegando à
criança, não fazendo diferença com as outras, mas a gente acaba dando
uma atenção especial... e, de repente, se você não tá com uma preparação
psicológica, emocional bem preparada, acaba assumindo os próprios
problemas dos alunos. (educadora B)
... muitas vezes ela pode ser negativa na forma que... quando você não sabe
lidar, muitas vezes você não sabe o que fazer, você se sente incapaz de poder
ajudar eles... (educadora E)
Ah, só se eu me sentir muito bem, estiver muito bem comigo pra trabalhar
com esse tipo de criança assim. Mas agora não... eu acho que não seria
muito bom assim não. (educadora F)
Ah, eu acho que tende a melhorar, que isso aí vai ter que ser trabalhado,
as pessoas vão ter que buscar mais informação, mais conhecimento pra
poder trabalhar, ela não vai poder ficar parada, aí ela vai ter que mostrar
Ah, eu acho que não vai melhorar, não, acho que piora. O sistema que a gente
tem hoje? Não acho muito bom, não. (educadora F)
Olha, se for assim, do jeito que tá, colocar a criança só pra tá na política
da Inclusão, eu acho que tende a piorar, porque o que acontece tanto nas
creches quanto na escola? Você não esta preparada, ou você vai dar atenção
demais praquela criança com necessidades e descuidar dos outros, ou vai tá
acontecendo o inverso, você vai continuar o seu ritmo e vai descuidar dele
porque você não tá tendo aquele preparo. (educadora B)
4. Compromisso
Não, a minha não porque é o caso de não ser uma necessidade tão severa,
então, não modificou, dá pra dar uma atenção pra ele assim, tipo, ele
não necessita daquela atenção individualizada, os que eu tenho na sala.
(educadora B)
Modificou. Porque eu tenho que dar um pouco de atenção pra ela, né?
Especial pra ela, né? Às vezes tem que voltar pra pegar ela, levar ela no
banheiro, por ela no peniquinho ainda, tirar fralda... Modificou bastante,
por dar atenção pra ela. Ainda pra ela é uma atenção especial, é diferente
dos outros. (educadora J)
Ah, a gente põe no chão, dança, pula e ela, não, ela você tem que.... você
faz, tá fazendo e ela não reage, mas você tem que fazer pra ver se ela reage,
né? A única coisa que mudou eu acho é isso daí. (educadora I)
Porque eu acho que tudo é... O seu jeito de trabalhar, seu jeito de agir
com eles... A gente acaba... Mesmo eles tendo a deficiência, acaba ficando
normal. Para mim, né? No caso, para mim, que iria trabalhar com eles.
(educadora D)
Sou mais atenciosa com ela, atenção dela tem que ser dobrada, só isso que
é a diferença. (educadora A)
E, se ele não quer fazer, a gente não força a fazer. A gente põe sentadinho
pra fazer, mas, coisa de um minuto, ele já rasga o papel... o problema é
que ele não pára, né? (ri) Ele não tem isso... você fala, ele não para...
(educadora F)
Como assim o banho, porque o g1 é uma criança que precisa tomar o banho
aqui na creche, aí eu sempre dou um jeitinho, peço pra elas ficarem com as
outras crianças e eu vou, dou banho, dar comida na boca, eu tô... procurando
incentivar ele a andar, então são coisas que eu vou fazendo, já não faço mais
pros outros e pra ele eu preciso fazer. Mas é coisa que eu faço com tão boa
vontade que elas se prontificam pra me ajudar. (educadora G)
Entre eles, eles brigam muito, mas com o h1, não. Todos eles dizem: ‘O
h1 é pequenininho, não bate no h1 porque ele é pequenininho’, entendeu?
(educadora H)
Aí depende de como a criança é, né? Mas sempre tratar com muito carinho.
Eu acho que eles precisam de mais atenção que os outros, muito mais,
muito mais carinho. Que só tende a ajudar a criança. (educadora K)
5. Autoavaliação do educador
Acho que a gente não está capacitado não por falta de vontade. Eu
particularmente preferia estar trabalhando com a criança deficiente do que
com a normal, mas eu não tenho preparação... Pelo que eu converso com
outras... o pessoal do núcleo comunitário que realmente recebe uma criança
com hidrocefalia, paralisia cerebral, ela simplesmente olha para a criança
e se desespera porque vai fazer o quê? (educadora B)
Ah, eu acho assim que tem que conversar muito com a família, ter um
contato com a família. A gente devia ter assim mais curso sobre o assunto,
coisas que adapta a criança dentro da creche, né? Que a gente não tem.
Essas coisas assim, né? Eu acho que seria isso. Palestras ensinando,
mostrando outros lugares que têm essas crianças com problemas... seria
legal até a gente fazer uma visita na APAE. Eu acho que seria legal pra
nós que trabalhamos com criança. (educadora F)
6. Sugestões
Olha, com as crianças, eu tenho condição, mas é interessante você levar para
um profissional para fazer um trabalho com as famílias. (educadora G)
Eu acho que ele devia ter meio período pra essa Educação Especial, em um
lugar próprio pra ele, com profissionais especializados no caso dele, e meio
período ele devia tá tendo essa inclusão com as crianças... assim, normais,
pra ele não achar que ele é... só porque tem uma deficiência. Eu acho que
deveria ser assim, dois períodos, um pra ele estar trabalhando assim com
profissionais mais adequados, tá tendo aquela atenção individualizada
pelo problema dele... e meio período ele deveria estar com as crianças...
(educadora B)
7. Residual
Conclusões
ROTEIRO DE ENTREVISTA
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Creche: _____________________________________________________
Educador: ___________________________________________________
Data de nascimento: _________________ Idade: _________
FORMAÇÃO:
( ) 1° grau incompleto ( ) 1° grau completo
( ) Magistério
( ) 2° grau incompleto ( ) 2° grau completo
Curso Superior
( ) NÃO ( ) SIM Qual(is)?___________________________
1. Vocêfoiconsultadasobreainserçãodoaluno ²¹_________________
em sua turma?
2. Como teve conhecimento de que esse aluno ingressaria em sua
turma?
3. Se você tivesse a opção de escolher entre receber e não receber esse
aluno, qual seria sua opção? Por quê?
4. Qual foi o seu pensamento/sentimento ao saber que teria um aluno
com necessidades educacionais especiais em sua turma?
5. Qual foi o seu sentimento a respeito do aluno antes de conhecê-lo?
6. Você já recebeu em suas salas, em anos anteriores, alunos com
alguma deficiência? Se sim, como foi essa experiência?
7. Você já havia recebido alguma orientação ou informação a respeito
da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino
regular? Em caso positivo, qual(is)?
8. Quando um educador recebe pela primeira vez, em sua turma,
um aluno com necessidades educacionais especiais, quais deveriam ser os
procedimentos a serem adotados? Tem alguma sugestão?
2a categoria: ACEITAÇÃO
educacionais especiais em sua sala) afetará sua carreira? Como? Que impacto
você acha que a política de inclusão escolar poderá ter na sua vida pessoal?
23. Na sua opinião, a inclusão escolar de crianças com necessidades
educacionais especiais poderá melhorar ou piorar o sistema educacional? Por
quê?
3a categoria: COMPROMISSO
24. Quaissãoasexpectativascomrelaçãoaoaluno__________________
na sua turma?
25. Quais as vantagens você imagina que ele poderá ter em sua turma?
26. Quais as desvantagens você imagina que ele poderá ter em sua
turma?
27. Você pensa que o fato de ter um aluno com necessidades educacionais
especiais implicará ou não em mudanças na sua rotina de trabalho? Em caso
positivo, quais?
28. Quais são suas metas e alvos para a turma a serem atingidos até o
final do ano?
29. Você modificou seu planejamento em função do aluno com
necessidades educacionais especiais? Em caso afirmativo, qual(is) modificação
(modificações) fez?
30. Você pretende desenvolver um programa diferenciado para o aluno
com necessidades educacionais especiais?
31. Você acha que ele deverá ser tratado igual ou diferente dos demais?
Você acha que deve esperar que ele faça as mesmas coisas, coisas diferentes
ou menos que os outros?
32. Em caso de pretender fazer mudanças, o que pensa fazer de
diferente?
33. Você tem condições de fazê-las ou precisaria de ajuda de um
profissional especializado?
34. No caso de achar que precisaria de ajuda, que profissional(is) você
acha que poderia(m) te ajudar?
39. Você está satisfeito com as alterações? Você considera que precisaria
outras mudanças? Em que aspectos?
40. Quais alterações auxiliaram você na sua prática com o aluno?
41.
De onde vieram as ideias para as mudanças (leitura, sugestões
de colegas que trabalham ou já trabalharam com alunos com necessidades
educacionais especiais, ideias próprias, etc)?
42. Qual(is) ideia(s) mais te auxiliou(am) na sua prática em sala de aula?
43. Como você acha que a criança vem se desenvolvendo em sua turma?
Creche II
Creche III
Analisando as videogravações
11
41 inclusivo
situação problema
41 neutro
Total 41 44 41 44 11 12 93 100
100
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inclusivo
60
situação
40
problema
neutro
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0
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creches
situação
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Inclusivo
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problema
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situações observadas
Legenda:
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AA - Atividades Acadêmicas H - Higiene AL - Alimentação
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45-
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situação problema
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10-
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Legenda:
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B - Criança alvo
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comportamentos
Legenda:
A1 Iniciar interação com criança-alvo.
A2 Fazer carinho na criança-alvo.
A3 Dar instruções.
A4 Impedir participação de criança-alvo na atividade do grupo.
A5 Favorecer participação de criança-alvo na atividade do grupo.
A6 Responder a tentativa de interação de criança-alvo.
A7 Ignorar tentativa de interação de criança-alvo.
A8 Engajar na atividade acadêmica.
A9 Encorajar colegas a interagir com criança-alvo.
A10 Encorajar colegas para ajudar criança-alvo.
A11 Fornecer atenção diferenciada.
A12 Outros.
episódiosdiferentesnos
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Nº
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B1 B2 B3 B4 B5
comportamentos
Legenda:
B1 Interagir com outras crianças. B2 Disputar brinquedo.
B3 Isolamento. B4 Interagir com educador. B5 Outros .
25
20
15-
10-
5-
0
C1 C2 C3 C4 C5
comportamento
Legenda:
C1 Iniciar interação com CA. C4 Brincar junto.
C2 Responder a tentativa de interação de CA. C5 Ajudar criança-alvo.
C3 Ignorar tentativa de interação de CA.
Legenda:
BP: Brinquedo Paralelo. OBS: Observação.
BI: Brinquedo Interativo. IIC: Inicia interação com Criança.
IIA: Inicia interação com Adulto. I: Isolamento.
CIC: Continua Interação Iniciada por Criança.
CIA: Continua Interação Iniciada por Adulto. EA: Engajado na Atividade.
AC: Ajuda
AG: Agressão. AUX:
outra criança. DB: Disputa É auxiliada porOUT:
de Brinquedo. outra Criança.
Outros.
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189
INCLUSÃO MARCO ZERO
INCLUSÃO MARCO ZERO Enicéia Gonçalves Mendes
começando pelas creches
I: Espaço Físico
Acesso
• A creche possui uma estrutura de fácil acesso e
segura para todos, ou seja, os percursos possíveis
são sinalizados, bem iluminados e livres de qualquer
obstáculo; bem como devidamente adaptados, com
rampas de acesso, portas largas e ganchos na parede
e equipamentos (mobiliário, pias, bebedouros, etc.)
ao alcance das crianças.
• O acesso externo à creche é adequado com a
presença de guias rebaixadas, rua asfaltada ou ponto
de ônibus próximo.
• A superfície é verificada em relação, por exemplo,
se há buracos no chão, pedras, terra, etc.
Sala de aula
• O local é arejado, iluminado, com baixo nível
de ruído, amplo e limpo, com áreas definidas por
carpetes e estantes.
• O tamanho e a posição dos móveis são
adequados, e estes são dispostos de modo a facilitar
a movimentação e o posicionamento das crianças
nas várias atividades que elas realizam.
• Existem materiais adequados para estimulação
do desenvolvimento, materiais estes observados
quanto às suas formas, cores, tamanhos, comodidade
e praticidade.
• A relação professor/criança é adequada.
• São feitos ajustes no espaço físico para que se
evitem possíveis acidentes, como manter a porta
fechada ou a tomada tampada.
• Existem equipamentos necessários para que a
criança com necessidades educacionais especiais
possa se adaptar melhor às atividades de rotina.
190 junqueira&marin editores
Enicéia Gonçalves Mendes INCLUSÃO MARCO ZERO
começando pelas creches
Banheiro
Refeitório
Parquinho
montar.
• As superfícies são adequadas de modo a não
oferecerem riscos ou maior dificuldade para as
crianças.
• A educadora auxilia no posicionamento das
crianças nos brinquedos.
• Há promoção de atividades e jogos que possam
incluir as crianças com necessidades educacionais
especiais.
junqueira&marin editores 191
INCLUSÃO MARCO ZERO Enicéia Gonçalves Mendes
começando pelas creches
Estabelecimento de regras
• A educadora comunica as regras aos alunos de
um modo adequado em relação ao tom de voz.
• Comunicações diversas são utilizadas (verbal,
não-verbal, sinais, gestos, etc) a fim de instruir a
todos efetivamente.
• São postos cartazes/ lembretes que deixem mais
claras as instruções.
• A educadora chama a atenção de maneira
adequada dos alunos quando eles desobedecem às
regras e os elogia contingentemente quando eles as
cumprem.
• Existe constância das regras pré-estabelecidas.
Rotina
•
A educadora procura rever a lição aprendida no
final do dia e sinalizar às crianças o que será visto na
próxima aula.
Atendimento de necessidades gerais ou
adaptativas
•
A educadora se posiciona na sala de modo a ter
um alto grau de visibilidade e examina a sala e os
alunos frequentemente, mantendo contato visual
com eles.
•
A educadora se locomove na sala, observando
grupos diferentes ou alunos diversos enquanto
trabalham, a fim de atender às necessidades dos
alunos .
•
São enfatizadas as semelhanças ao invés das
diferenças entre as crianças.
•
Interações espontâneas entre as crianças são
permitidas e incentivadas.
•
A educadora tenta incluir as crianças com
necessidades educacionais especiais no grupo das
outras crianças (por exemplo, para sentar junto,
responder às perguntas feitas pela educadora, etc) .
• A educadora procura fazer adaptações
curriculares na sala e nos materiais utilizados para
facilitar a participação da criança com necessidades
educacionais especiais.
•
A estimulação dos alunos com necessidades
educacionais especiais é feita de modo a atender
necessidades.
•
É permitida a exploração ativa das crianças no
espaço físico da sala.
•
Há atividades que estimulam o desenvolvimento
da criança (motor, cognitivo, socialização,
autocuidados, etc) .
•
Existe uma relação afetiva entre o educador e a
criança. O educador preza pela higiene da criança.
Cuidados médicos
Apresentação de atividades
Administração do tempo
Comportamento da criança
Comunicação
• O tipo de comunicação utilizado pela criança
é identificado (gestos, vocalização, fala, etc.) e
garantido o entendimento dessa comunicação pela
Comportamentos desafiadores
• Frente à situações de comportamentos
problemáticos, a educadora ignora/remove objetos
que facilitem o comportamento desafiador, toca a
criança ou usa técnicas de relaxamento.
• A educadora procura identificar e reforçar outros
comportamentos a fim de extinguir/diminuir a
ocorrência do comportamento desafiador.
• A educadora consegue identificar as causas do
comportamento agressivo da criança.
• É observado se o comportamento desafiador
prejudica alguém, se tem uma ocorrência regular e
se aumenta ou continua.
Avaliações individuais
Treinamento de habilidades
especiais, ela afirmou: “receberia porque acho que tem direito também da
creche, direito do convívio com outras crianças”.
Ao longo das sessões de observação de sua turma,
constatamos que, na maioria dos dias, Ademir estava ausente
por motivo de doença. Amélia afirmou que ele tinha “febre e
convulsões”, mas informou desconhecer “realmente o que ele tem”.
As educadoras com frequência faziam comentários depreciativos
sobre a família de Ademir, principalmente sobre o fato de o pai
estar preso e sobre o “desleixo” da mãe.
Nos poucos dias nos quais Ademir esteve presente,
foram registrados alguns episódios, nos quais a situação mais
comum era de brinquedo livre, onde as crianças que já sabiam
andar se movimentavam livremente pela sala ou pátio, tendo
acesso aos brinquedos, entrando numa cabaninha que lá existia,
brincando no balanço, etc. Enquanto isso, as crianças que ainda
não andavam, como Ademir, passavam quase que o tempo todo
nos berços, carrinhos ou andadores. Os episódios extraídos dos
diários de campo referentes a essa criança alvo ilustram a situação
mais observada.
lindo, muito bom, mas é que a gente não tá preparada ainda', e sugeriu:
"Eu acho que falta isso, umprofissional assim pra estar... ou mesmo ита
nova capacitação mais assim ...para creche por creche ”.
Ela contou que não modificou sua rotina de
trabalho " porque é o caso de não ser uma deficiência tão severa ”. As
metas dela para a turma eram o aprendizado de formas, cores e
desenvolvimento da coordenação motora; e que, para os alunos
com necessidades educacionais especiais, sua expectativa era de
que eles conseguissem se desenvolver e que ela pudesse " suprir a
carência deles nas necessidades especiais e conseguir superar as dificuldades ".
Ela ponderou, ainda, que poderia fazer modificações dependendo
da atividade e da deficiência da criança, e citou como exemplo,
“se fosse uma criança cega eu iria trabalhar de cabra-cega com eles para
entenderem como é não enxergar... ", e afirmou que dependendo da
mudança a ser feita “precisaria da ajuda de um profissional”.
Começamos, então, a visitar a classe da Educadora
Janete, onde estavam as três crianças: Julinho, Joãozinho e
Janaína. A princípio houve certa dificuldade para se descrever a
turma, porque ela tinha em torno de 20 crianças e, toda manhã,
era dividida em dois grupos de forma aleatória30. As crianças
chegavam por volta das 7h30min da manhã e ficavam até às 10
horas em atividades de brincadeira dentro da sala. Entre 10, 11
horas era servido o almoço e logo vinha o horário de dormir, que
se prolongava até às 14 horas. A partir das 14 horas era servido o
lanche, seguido pelo horário do banho e atividade de brinquedo
livre até às 16 horas. A partir das 16 horas, começava o horário
de saída das crianças da creche.
A sala de aula era bem iluminada com janelas grandes
que davam para um dos parquinhos. Na sala, havia um baú de
brinquedos, como bonecas, carrinhos, brinquedos de montar e
duas mesas pequenas, uma escrivaninha e algumas cadeiras. O
banheiro era junto com a sala de aula e tinha chuveiro, trocador,
pia e sanitário. As paredes exibiam folhas com exercícios feitos
pelas crianças. Havia também um armário e uma mesa com uma
cadeira para a educadora.
Logo no início das primeiras sessões de observação,
a Janete saiu dessa turma e ingressou em outra. Entretanto, as
observações continuaram nesta turma, após o consentimento
da nova educadora, Joice, que assumiu a classe. Na turma, além
da educadora havia uma ajudante. Esta turma particularmente
têm muitos problemas e deveriam ser tratadas antes defazer inclusão. Porque
imagina o número de crianças que têm problemas psicológicos, crianças de
risco?"
Ela relatou também em relação à política de inclusão
que “ num primeiro momento, a gente viu isso como uma salvação... " e
teve a expectativa de que iria finalmente ter “uma fonoaudióloga
pra trabalhar com a gente e com ele". Mas depois avaliou que foi só
“ teoria ”, que houve “ uma dificuldade muito grande' e afirmou: “ não
conseguimos botar em prática" .
Por ocasião da entrevista, Célia também informou
que não trabalhava mais no projeto "Criando Asas ", mas
que, quando tinha problemas, buscava “conversar com as demais
educadoras ", porque segundo ela “não tem vindo nenhum profissional
No parquinho, Dara, que não podia ficar no sol nem mexer na areia,
ficou o tempo inteiro sentada sozinha num canto. Algumas vezes tentava
dar uma escapadinha para ir brincar e logo era chamada para que se
sentasse.
Diane ficou andando sozinha pela sala com alguns brinquedos na mão a
maior parte do tempo e só às vezes interagia com algumas crianças. Houve
um momento em que uma criança tentou tirar seu brinquedo, e as duas
foram chorando até a professora. Denise deu o brinquedo para Diane,
que ficou sentada brincando sozinha por um tempo ao lado da cadeira da
educadora.
pensar que ele não podefazer”. Ela informou ainda que não se pode
pensar que a criança “ nãopossafazer", mas sim, que ela pode, mas
66
Eder ficou o tempo inteiro ao meu lado, não interage muito com as crianças,
é quietinho. Ele achava ruim quando outra criança chegava muito perto de
mim e quando pegava o brinquedo que ele estava brincando.
CASO 6: “A gente tem dó... então a gente tem de deixar fazer o que
ele gosta.”
trocar porque a gente não tem o fraldário, não tem como trocar... É difícil
porque ou você tem que carregar a sua turma junto pra ir todos no banheiro,
ou você tem que pedir ajuda a alguém pra você levá-lo, né? Eu mesmo não
tenho uma auxiliar pra isso!”
Fátima relatou que, antes de fazer o curso quando
via crianças com necessidades educacionais especiais, pensava:
“Meu Deus do céu, acho que eu não conseguiria ficar com uma criança
assim. Eu achava que era muito difícil. Depois do curso, passou a
pensar que “é difícil, mas, pelo curso que... (pausa) você tendo uma
estrutura, eu acho que dá pra trabalhar bem com as crianças assim, né?”
Quando recebeu Flavinho em sua turma, a educadora
relatou ter procurado “saber do problema de seu aluno com colegas e
um pouco com a mãe”, porque ele tinha convulsão e pelo fato dele
ter feito uma cirurgia para implante da válvula e precisar evitar
quedas e batidas na cabeça. Então, ela concluiu que teria que ter
“um cuidado redobrado, especial com ele”. Ela disse ainda que sempre
chamava a atenção da mãe dele porque ele faltava muito e devido
ao problema de “falta de higiene”. A educadora acha que a mãe é
uma pessoa muito boazinha, mas que “parece que não liga muito”.
Ao descrever como lidava com Flavinho em sua
turma, Fátima informou: “Ele fica disperso, ele faz o que ele acha que
ele deve fazer. Não sei se por causa do probleminha dele, a gente fica até
meio assim, ele ser pequenininho, a gente não quer chamar atenção dele, e ele
é muito engraçadinho (ri), é uma graça ele... Tenho dó, tinha muita dó dele,
muita dó. Bom, mas eu acho que é igual os outros, tem que tratar igual os
outros, né?” Em outros momentos, ela concluiu: “Eu não tô tendo
dificuldade com ele, só tenho ele assim, eu não acho que ele tenha problema
de nada, eu acho que pra mim é uma criança normal. O único problema é
dele não segurar, sabe, assim, mas eu trato ele como se fosse igual os outros,
né? Então eu não tô tendo problemas não”.
Em relação à rotina da turma, ela apontou que houve
um pouco de mudanças e exemplificou: “a minha turminha todos
eles fazem, vão ao banheiro, ele não, eu tenho que ir, tenho que ficar atrás
dele vendo se ele fez... né?... Ele não obedece também... às vezes ele tira a
roupa, tira sapato, você pede pra ele não tirar e ele tira. Então o tempo todo
ele tá tirando, eu tenho que estar colocando. Os outros só tiram o sapato se
eu peço pra tirar. Ele não, né? Ele tira a hora que ele quer, você coloca, se
ele cismar que vai tirar, ele tira”.
Ela relatou também que não mudou as atividades
propostas em função de Flavinho e que propunha a eles “ fazer
algum risco, alguma coisa no papel, porque eles só riscam mesmo, né?”,
mas informou que com Flavinho “se ele não quer fazer, a gente não
força a fazer” e isso parece acontecer com frequência, conforme
demonstra seu relato seguinte: “A gente põe sentadinho pra fazer, mas
coisa de um minuto ele já rasga o papel... o problema é que ele não para, né?
(ri) Ele não tem isso... você fala, ele não para..”. Ela informa, entretanto
que “quando ele gosta muito, ele para, somente os caminhãozinhos... então
a gente tem de deixar fazer o que ele gosta, né?”
Ao explicar o comportamento de Flavinho, ela
comentou: “eu acho que um pouco foi porque não foi colocado limites
nele, mas um pouco deve ser também do probleminha dele, né? Também. Eu
não sei se ele é uma criança muito mimada também porque, por causa do
problema... o pessoal já... né, dá um mimo a mais pra criança... até a gente,
sem querer, né?”
A educadora considerou que um dos possíveis
prejuízos da inclusão para aluno com necessidades educacionais
especiais seria “ficar para trás” e ser vítima de preconceito. A
vantagem que a educadora vê “é deles estarem sempre em grupo, eles tão
aprendendo entre si”. Em relação a Flavinho, a educadora relatou:
“Ele melhorou bastante, sabe? Ele conversa mais, ele brinca, ele dança!
Nossa, ele... ele mudou muito, mudou bastante... Quando ele saiu do berçário
- eu não sei se é um pouco mais fechado - e passou pro outro lado – então,
a gente usa muito a parte exterior da creche, a parte de fora. Ele brinca,
ele corre, ele pega carrinho, ele brinca com carrinho, faz barulho, os sons, ele
faz os sons, ele fala bastante, então eu acho que melhorou”. Ela apontou
ainda que “as crianças incentivam porque eles conversam entre eles, você vê
eles conversando, na hora de comer, na hora de lavar as mãozinhas, escovar
os dentes... então um incentiva o outro, né? Então, eu acho que a criança vai
melhorando, ela vai progredindo com isso”.
Em relação à reação dos colegas, Fátima informou:
“eles não ficaram assim curiosos... eu não sei se é porque eles são muito
pequenininho ainda, né? E não tem nada assim que mostre que ele é
diferente”. Entretanto, ela considera que “se outra criança com problema
mais grave vier pode ser... a gente, lógico, ensina que não, que é amiguinho,
que é igual, que é um probleminha que tem, mas que... se for um problema
mais grave, eu acho que tem assim das outras crianças preconceito, é”.
Sobre o impacto da inclusão escolar para sua
experiência pessoal, afirmou “que se sente importante porque é uma
luta trabalhar com criança assim, é uma coisa muito bonita, dedicação da
gente dobra, você começa se dedicar mais, então você se valoriza muito mais”.
creches inclusivas?
4. No episódio da brincadeira de roda, a
professora tentou várias vezes engajar Flavinho na atividade. Em
determinado momento, uma criança é quem toma a iniciativa
de tentar envolver Flavinho. Se o comportamento de Fátima
fosse de repreensão de Flavinho, será que os colegas tomariam
esse tipo de iniciativa? Que efeito tem o comportamento da
educadora sobre o comportamento dos colegas direcionado para
com Flavinho?
CASO 7: A gente tem que procurar ajudar e fazer o que pode, né?
você tem que.... vocêfaz, táfazendo e ela não reage, mas você tem quefazer
pra ver se ela reage, ne?"
Para Lara, ter Isis na sala mudou a rotina e disse que
todo dia que chega na creche pensa: “Ai meu Deus o que eu vou
fazer com ela hoje?" Sua preocupação é lidar com Isis e com todas
as demais crianças porque, se ela a coloca no chão, vêm todas as
outras crianças em cima e que ela fica sem saber o que fazer. Ela
informa que ao todo são 12 crianças, sendo a maioria bebê de
4 a 5 meses até um ano de idade. Ela ilustrou suas dificuldades,
“eu não posso deixar ela deitadinha, tem vezque eu ponho no colchãozinho,
deito ela no chão, não posso deixar ela sozinha vai tudo em cima porque eles
não entendem ”. Além disso, quando Isis está no berço “tem quepegar
ela, virar ela de costas,fazer massagem, mexer as perninhas dela, fazer isso,
fazer aquilo... " e cuidar dos outros onze bebês.
A opção de Irene, se pudesse escolher entre receber
ou não uma criança com necessidades educacionais especiais, foi:
“eu acho que a gente pode receber, desde que tenha um lugar suficiente pra
eles, né? Tenha gente pra ajudar, aí eu acho que eles têm os mesmos direitos
que um normal tem, o que a gente puderfazer". Lara manifestou que
preferiria não receber crianças assim em sua turma, porém, mais
adiante ela colocou: “tem mais que aceitar, né, na idade dela, né,
coitada. Como a gente fala: 'ela não pediu para vir ao mundo ."
Ao ser questionada sobre sua opinião a respeito do
ingresso de crianças com necessidades educacionais na creche,
Irene falou: "Ah... eu acho bom. Eles também têm direito. Hoje, по
caso, eu acho bom que eles tenham direito, mas há uns tempo atrás eu
achava quejá que era assim, então, era um caso perdido. Era esse o meu
pensamento antigamente, aí depois que eu fiz o curso já mudou o minha
cabeça ". Exemplificando o caso de Isis, a educadora comparou
a alternativa de colocação na creche comum em relação à
permanência no ambiente doméstico: “a gente presta atenção que
quando ela tá ali, se ela ouve o barulho das crianças, ela se movimenta, né?
Música, ela ouve música, a gente percebe que elafaz alguma coisa. Que se
elaficasse na casa dela sozinha seria diferente, né? ”
Em relação à reação das outras crianças, a Irene
relatou que os colegas “nãofizeram diferença, a única coisa éque quando
eu boto ela no chão, você tem que ficar em cima porque eles acham que é
uma criança normal, eles querem brincar com ela como sefosse uma criança
normal, então você tem que ficar sempre em cima. Eles querem brincar e ela
não brinca, então tem queficar ali, tem quefalar, é nenê, mas eufalo é nenê
com ela, um exercício”. Ela sugere “botar mais uma pessoa... nós seríamos
em três, enquanto duas está dando atenção pros outros, uma daria atenção
pra Isis” e que tendo “uma outra pessoa, seria melhor pra dar atenção,
fazer mais os exercícios dela, que a gente faz o possível, mas não dá pra dar
muita atenção pra ela”.
Por último, ela expressou que seria bom ter “um
profissional pra orientar, porque o pouquinho que a gente sabe, a gente faz,
agora, uma pessoa orientando é mais fácil, né? Porque eu não tenho estudo,
a única coisa que eu tenho bastante pra dar é amor. Agora, ter uma pessoa
que vai me orientando é melhor.”
A educadora Lara sugeriu que houvesse na creche
“uma sala para ela, que daí você trabalharia melhor com ela” e com
“uma pessoa do lado”. Ela acha que acompanhamento e palestras
auxiliariam na prática e sugeriu ainda: “acho que deveria ter uma
reunião, conversar com a gente antes de chegar a criança. Uma semana para
explicar como você deveria trabalhar com ela. Você estando do lado de uma
pessoa”.
Nas visitas à creche, constatamos que a sala dessa
turma era grande (media aproximadamente 5m x 5m), tem três
portas, que davam para um pátio onde ficava o refeitório, para o
banheiro e para um banco de areia. Era um ambiente com poucos
móveis, possuía uma lousa (na qual todos os dias a professora
escrevia o dia, o mês e o ano e algumas vezes uma música). Era
uma sala alegre, havendo vários enfeites, como desenhos do Sítio
do Pica Pau Amarelo, alfabeto colorido e números de um a dez.
Junto à parede, à esquerda da entrada, ficavam três berços, num
dos quais, Isis permanecia quase o tempo todo. Havia prateleiras
com objetos e um aparelho de som ligado praticamente todo
o período. Junto à outra parede, ficavam algumas estantes com
brinquedos, em nível baixo, de modo que os objetos estavam
acessíveis às crianças. A sala possuía um armário com alguns
materiais e um painel de cantinho da leitura com livros, gibis e
revistas.
Em um canto ao lado da sala oposto à parede com
os berços, ficava um colchonete grande com almofadas onde a
maioria das crianças permanecia; e, ao lado, duas cadeiras e um
armário. Na parede restante, ficavam o trocador e cabides, onde
as crianças guardavam as suas mochilas e onde também havia
fotos de cada uma delas. As crianças tinham acesso todo o tempo
a qualquer lugar da sala bem como aos objetos presentes nela.
definir os suportes:
do desemprego?
Um terceiro aspecto a ser considerado no tocante à
identificação se refere à dificuldade em identificar grande parte da
população de crianças com necessidades educacionais especiais
na faixa etária até seis anos, porque, nestes casos, o principal
indicador é o atraso no desenvolvimento que muitas vezes passa
despercebido. Se por um lado a dificuldade de identificação
pode agravar o atraso comprometendo o futuro processo de
escolarização destas crianças, por outro lado, identificar crianças
em situação de risco de desenvolvimento ainda não é uma tarefa
fácil.
Como implicações práticas, o estudo parece indicar a
necessidade de sistemas mais efetivos de triagem para identificação
de crianças pequenas com necessidades educacionais especiais.
Neste caso, programas de treinamento adicional de pediatras
e de médicos de família seriam indicados a fim de melhorar as
habilidades de reconhecer fatores de riscos e conhecer processos
de encaminhamentos na comunidade. Adicionalmente,
programas comunitários que têm abrangência ao lar de crianças,
principalmente aos de lares de famílias de baixa renda, poderiam
incorporar a função de triagem e encaminhamento para criar um
meio alternativo para alcançar, identificar e encaminhar crianças
pequenas com necessidades educacionais especiais.
Também é necessário definir quem são as crianças
com necessidades educacionais especiais na idade entre zero a seis
anos, para que se possa determinar os critérios de elegibilidade
para os programas e planejar as ações necessárias, tais como
alocar recursos, formar pessoal, etc.
Com o aumento da diversidade nas turmas das
creches e nas escolas em geral, os educadores já na formação
inicial devem aprender a enfrentar o desafio de criar uma
classe que acomode as necessidades de todos os alunos,
incluindo aqueles com necessidades educacionais especiais.
É recomendável, portanto, que informações sobre Educação
Especial e experiências práticas constem desde o início dos
programas de formação de professores da educação comum. Por
outro lado, parece necessário também reestruturar a formação
de profissionais que atuam em Educação Especial com ênfase na
atuação colaborativa.
Um último indicador a ser destacado se refere ao fato
21
Quando houver mais de um aluno, fazer várias perguntas.
22 Tradução nossa.
2000.
moderadade
SOUSA,da
inserção
Mestrado.
F. M.
em
de
UF.
niversidade
ceducandos
lasses
E por falar em classes
especiais
Federal
portadores
por
de suasSão
de
especiais
deficiência
Carlos.
mães. aDissertaçãoSão
avaliaçãomental
Carlos,
ofp.102-111,
STAINBACK,
Special and
1984.
Regular
S. & STAINBACK,W.
Education. Exceptional
A RationaleChildren,
for the Merger
v. 51,
disabilities. In: B.
THOMPSON,family-centered et al.D.AllHfor
HER,
services .children
L.young&
BROWN,
should
children
know
F.with
(Eds.).
joy:significant
Inclusive,
People
with disabilities who challenge the system. Baltimore: Paul
H. Brookes, 1996.