Artigo Adequabilidade de Diferentes Tipos de Soro
Artigo Adequabilidade de Diferentes Tipos de Soro
Artigo Adequabilidade de Diferentes Tipos de Soro
Junio Cesar Jacinto de Paula1*, Juliana Nogueira Boccia2, Paulo Henrique Costa
Paiva1, Denise Sobral1, Renata Golin Bueno Costa1, Vanessa Aglaê Martins Teodoro2
RESUMO
1
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Instituto de Laticínios Cândido Tostes (EPAMIG
ILCT). Rua Tenente Luiz de Freitas, 116, Juiz de Fora – MG, Brasil. Tel: 32-3224-3116. E-mail:
[email protected].
2
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Juiz de Fora – MG, Brasil.
1. INTRODUÇÃO
Soro Permeado de UF
Variável
(média* ± DP )
O nome ricota é derivado da palavra latina "recocta" que significa cozido duas
vezes. É um queijo suave, não maturado, que foi originalmente produzido na Itália com
leite de ovelha. Na atualidade, atingiu maior popularidade, sendo elaborado de soro ou
de mistura de soro e leite bovino pasteurizado integral ou desnatado. O princípio de sua
fabricação é baseado na precipitação das proteínas do soro (α-Lactioalbumina e β-
Lactoglobulina) por meio de calor associado à acidificação ou por adição de um sal
(BRUGNERA, 2011).
No Brasil, não existe Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade para a
ricota e a única legislação existente é o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária
de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). De acordo com o RIISPOA, ricota fresca é
o queijo obtido pela precipitação ácida a quente de proteínas do soro de leite, com
adição de leite até vinte por cento do seu volume (BRASIL, 2017).
O rendimento da sua fabricação situa-se em torno de 5% em relação ao volume
de soro de queijo utilizado. O soro resultante da fabricação de ricota é composto por
0,15-0,22% de proteínas, 4,8-5,0% de lactose, 1,0-1,3% de sais minerais e 0,20-0,25%
de ácidos orgânicos (SANSONETTI et al., 2009).
Em uma quantidade razoável de casos, o soro proveniente da fabricação de
queijos é utilizado para a fabricação da ricota, o que extrai a maioria das suas proteínas.
Entretanto, a lactose (sólido mais abundante no soro) permanece, restando
consequentemente, a maior parte responsável pelo poder poluente do soro (RAMOS,
2010). O soro resultante da fabricação da ricota possui gosto ácido e elevado teor salino,
o que tem sido um fator limitante para o seu aproveitamento na alimentação humana.
Porém, este soro possui características nutricionais importantes (alto teor de lactose,
minerais e vitaminas) que podem agregar valor ao desenvolvimento de novos produtos,
principalmente bebidas lácteas fermentadas ou não, além de eliminar problemas com
descarte inadequado do meio ambiente (ANTUNES, 2003). A composição média do
soro obtido da fabricação de Ricota encontra-se na Tabela 4. Algumas etapas de
obtenção do soro de Ricota estão apresentadas na Figura 2.
Soro de Ricota
Variável
(média* ± DP )
* Média de três repetições; DP = Desvio Padrão; EST = Extrato Seco Total; RMF = Resíduo Mineral
Fixo.
A B C
Soro ácido
Variável
(média* ± DP )
* Média de três repetições; DP = Desvio Padrão; EST = Extrato Seco Total; RMF = Resíduo Mineral
Fixo.
A B C
CONCLUSÕES
No Brasil, o soro de leite normalmente é visto como um produto de pouca
importância sob o ponto de processamento, sendo considerado, em muitos casos, como
resíduo industrial destinado para alimentação animal ou descartado inadequadamente.
Devido ao baixo teor de proteínas, existe uma maior resistência por parte das indústrias
em relação ao aproveitamento do soro desproteinado, que é considerado o último soro
da indústria de laticínios. Nesse contexto as indústrias não têm muito interesse em
aproveitá-los por acharem que não possuem valor agregado, mas ainda apresentam
diversos nutrientes importantes podendo gerar produtos de elevada qualidade. Assim, o
conhecimento da composição e do valor nutricional dos diferentes tipos de soro,
mostrando sua composição e adequabilidade de utilização, como apresentado neste
artigo, pode incentivar o seu aproveitamento sustentável e evitar que ele seja
simplesmente descartado. No entanto, a questão do soro de leite é um assunto extenso e
que ainda precisa ser discutido em muitos estudos futuros, para que seja valorizado e
possa aumetar a eficiência de sua utilização.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
FOX, P. F. Advanced Dairy Chemistry. Ed. Chapman & Hall. v.3, 519 p.1997.
GIRALDO-ZUNIGA, A. D. Propriedades funcionais e nutricionais das proteínas do
soro de leite. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.57, n.325, p.35-46,
2002.
KRÜGER, R.; KEMPKA, A. P.; OLIVEIRA D.; VALDUGA, E.; CANSIAN, R. L.;
TREICHEL, H. Di LUCCIO, M. Desenvolvimento de uma bebida láctea probiótica
utilizando como substratos soro de leite e extrato hidrossolúvel de soja. Alimentos e
Nutrição, v.19, n.1, p.43-53, 2008.
WALSTRA, P., WOUTERS, J. T. M., & GEURTS, T. J. (2006). Dairy Science and
Technology. 2. ed. Taylor & Francis Group, Inc. Broken Sound Parkway, New York.
763 p.