Artigo Adequabilidade de Diferentes Tipos de Soro

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 21

ADEQUABILIDADE DE DIFERENTES TIPOS DE SOROS DE LEITE PARA O

APROVEITAMENTO EM PRODUTOS LÁCTEOS

Junio Cesar Jacinto de Paula1*, Juliana Nogueira Boccia2, Paulo Henrique Costa
Paiva1, Denise Sobral1, Renata Golin Bueno Costa1, Vanessa Aglaê Martins Teodoro2

RESUMO

No Brasil o soro de leite ainda representa um problema tanto para as indústrias


de laticínios, devido ao volume produzido, quanto para a sociedade, se for descartado de
forma inadequada. Atualmente é cada vez maior a utilização de tecnologias geradoras
de soro desproteinado (separação por membranas, produção de ricota e queijos de
coagulação ácida). No entanto o aproveitamento adequado desses tipos de soros ainda é
muito restrito devido à indisponibilidade conhecimento tecnológico. Os soros de leite
desproteinados são fontes de diversos nutrientes, contudo, no Brasil ele ainda é utilizado
de forma ineficiente ou simplesmente descartado. Porém nesse tipo de soro a lactose,
sais minerais e vitaminas ainda permanecem, remanescendo, em consequência, grande
valor nutricional e também o seu poder poluente. Entre as diversas formas de utilização
do soro de leite a elaboração de bebidas constitui uma das alternativas mais simples e
atrativa para o aproveitamento, uma vez que existe a possibilidade de uso dos
equipamentos previamente disponíveis nas indústrias. Através do conhecimento de sua
composição e da tecnologia de utilização existe viabilidade tecnológica e a
aplicabilidade do aproveitamento sustentável dessa matéria-prima ainda muito valiosa.
Produtos de soros desproteinados, que seriam descartados são altamente competitivos e
nutritivos e podem incentivar o consumo de lácteos melhorando a nutrição das pessoas
além de reduzir problemas ambientais gerando aumento da receita e da competitividade
produtiva das indústrias.
Palavras-chave: soro de Ricota, permeado, soro ácido, processamento.

1
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Instituto de Laticínios Cândido Tostes (EPAMIG
ILCT). Rua Tenente Luiz de Freitas, 116, Juiz de Fora – MG, Brasil. Tel: 32-3224-3116. E-mail:
[email protected].
2
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Juiz de Fora – MG, Brasil.
1. INTRODUÇÃO

A cadeia produtiva do leite no Brasil cresceu mais de 30% na última década,


alcançando 35 bilhões de litros de leite em 2015, segundo dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2016). A fabricação de queijos é o principal destino
do leite produzido no país, correspondendo a 46% (11 bilhões de litros) do leite
inspecionado e processado e alcançando 1,105 milhão de toneladas segundo a
Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ, 2016).
São três os subprodutos gerados pelas indústrias de laticínios sob a forma de
resíduos líquidos: o soro, o leitelho e o leite ácido. Destes, o primeiro é o de maior
importância, tanto pelo volume produzido quanto pela própria característica de matéria-
prima em termos de qualidade. Mas apesar de seu amplo espectro de possibilidades de
reutilização, o soro de leite ainda constitui-se um poluidor em potencial, com elevada
demanda bioquímica de oxigênio (PELEGRINE e CARRASQUEIRA, 2008;
GIRALDO-ZUNIGA et al., 2002).
Considerado como subproduto da fabricação de queijos, o volume de soro de
leite gerado depende do tipo de queijo produzido. Segundo Walstra (2006), a coalhada
obtida durante a fabricação do queijo compõe 10% a 30% do volume original de leite.
Ou seja, em média, cada quilo de queijo gera de 7 a 9 litros de soro. Assim se
considerarmos o volume de queijos produzidos no Brasil, pode-se considerar que
atualmente são gerados aproximadamente em média 8 milhões de litros de soro por ano.
No Brasil, o soro de leite ainda é visto como um produto de pouca importância
sob o ponto de vista nutritivo, sendo considerado em muitos casos como resíduo
industrial destinado para alimentação animal ou descartado inadequadamente no meio
ambiente, Segundo Magalhães et al. (2011), cerca de 50% do soro não é aproveitado,
gerando desperdícios nutricional, financeiro e impactos ambientais relevantes, pois é um
resíduo com alto teor orgânico. O soro é um dos efluentes líquidos que mais contribuem
para a alta carga poluidora das indústrias de laticínios. A Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO) do soro varia de 25.000 a 120.000 mg L-1, sendo que nele está contida
aproximadamente metade dos sólidos do leite integral.
Segundo Baldissera et al. (2011), no Brasil ainda há resistência no uso do soro
na alimentação humana e muitas vezes é utilizado para alimentação animal e/ou
adulteração de produtos, ao contrário do que ocorre na Europa e na América do Norte.
As principais alternativas tecnológicas para industrialização do soro e aproveitamento
de seus componentes são produção de ricota, bebidas lácteas, doce de leite, soro em pó e
concentrados proteicos, além do fracionamento de seus componentes (lactose e isolados
proteicos de soro) e utilização como ingrediente em produtos cárneos, de panificação e
confeitaria. Entretanto, há uma constante preocupação em buscar novas aplicações do
soro de leite no desenvolvimento de produtos.
Devido ao baixo teor de proteínas, existe uma maior resistência por parte das
indústrias em relação ao aproveitamento do soro desproteinado, que é considerado o
último soro da indústria de laticínios, considerando-o como subproduto de baixo valor
nutricional. Entretanto, ele apresenta outros componentes importantes como lactose,
minerais, nitrogênio não proteico e vitaminas. Contém nutrientes importantes como
cálcio, fósforo, potássio e sódio.
Dentre as diversas formas de aproveitamento do soro de leite, a elaboração de
bebidas lácteas constitui uma das mais simples e atrativas, uma vez que existe a
possibilidade de uso dos equipamentos previamente disponíveis nas indústrias de
laticínios (PINTADO et al., 2001; CASTRO et al., 2004; PAULA, 2005). No Brasil,
verifica-se uma crescente aceitação para as bebidas semelhantes ao leite, que são
produzidas pela mistura de leite e soro obtido da fabricação de diversos tipos de queijos.
Pode-se observar que a produção de bebidas lácteas tem ganhado mercado em razão de
sua boa aceitação sensorial, elevado valor nutritivo, baixo custo de produção e preços
acessíveis ao consumidor, o que as tornam alternativas viáveis no momento da compra
de produtos como iogurte e outros leites fermentados (PAULA, 2005; THAMER e
PENNA, 2006; GALLARDO-ESCAMILLA et al., 2007; SANTOS et al., 2008). O
desenvolvimento de novos produtos na linha das bebidas lácteas constitui uma boa
oportunidade de mercado, além de apresentar-se como uma alternativa para
cumprimento das legislações ambientais referentes à geração de efluentes pelas
indústrias de laticínios.
Pretende-se com este artigo incentivar a utilização sustentável de diferentes tipos
de soros lácteos (permeado de ultrafiltração, soro de ricota e soro ácido obtido da
fabricação de queijos coagulados por acidificação direta), disponíveis na indústria de
laticínios mostrando sua composição e adequabilidade de utilização para o
desenvolvimento de produtos de elevado valor nutricional e comercial. Esses tipos de
soros normalmente são descartados na estação de tratamento de efluente ou no corpo
receptor de água, principalmente pela dificuldade de aproveita-los devido à composição
física química e por possuírem baixo teor de proteínas. Nesse contexto as indústrias não
têm muito interesse em aproveitá-los por acharem que não possuem valor agregado,
mas ainda apresentam diversos outros nutrientes importantes podendo gerar produtos de
elevada qualidade.

2. Características do soro de leite

Soro de leite é um coproduto da fabricação de queijos e de outros produtos e


processos na indústria de laticínios. Após a coagulação do leite pela ação da quimosina
ou de um ácido orgânico, a coalhada de caseína se separa e o líquido aquoso e fino
remanescente é chamado de soro (GIRALDO-ZUNIGA et al., 2002).
O soro tem uma cor amarela esverdeada dependente da qualidade e do tipo de
leite utilizado. Pode ser obtido a partir de qualquer tipo de leite, sendo o de vaca o mais
popular nos países ocidentais, enquanto em algumas regiões do mundo, o leite de cabra,
de ovelha e até mesmo o de camelo podem ser usados na fabricação de produtos lácteos
que resultam na geração de soro (SMITHERS, 2008).
O soro de leite é um importante coproduto da fabricação de queijos gerado pelos
laticínios, variando suas características de acordo com a qualidade do leite e tipo de
processamento (MARSHALL, 2004; SMITHERS, 2008). Segundo Paula (2005), os
tipos básicos de soro fluido são: o soro doce, que é obtido da fabricação de queijos de
coagulação enzimática (coalho), tipo cheddar, suíço, mussarela, prato e similares; o soro
ácido, que provém da coagulação por adição direta de ácido, como na obtenção de
alguns tipos de massa para a fabricação de requeijão e caseína, ou por fermentação do
leite durante fabricação de queijos como Cream Cheese, Petit Suisse, Cottage e Quark;
o soro desproteinado, obtido a partir da coagulação das proteínas a uma temperatura de
90 ºC na fabricação de ricota, e o soro permeado de ultrafiltração, obtido através da
tecnologia de separação por membranas.
O soro representa 85% a 90% do volume original do leite utilizado na fabricação
de queijo. Mais da metade dos sólidos presentes no leite são constituintes do soro,
incluindo grande parte da lactose, proteínas do soro, sais minerais e vitaminas solúveis
(GONZÁLEZ SISO, 1996; ATRA et al., 2005). A lactose é o carboidrato característico
do leite. É um dissacarídeo constituído de glicose e galactose, sendo que no leite
integral é responsável por 40% dos sólidos totais e no leite desnatado corresponde a
54% dos sólidos totais. No soro é o componente sólido em maior quantidade,
correspondendo aproximadamente a 70% dos sólidos totais. A concentração de lactose
no leite e no soro de leite varia amplamente entre as espécies. O conteúdo de lactose do
leite bovino depende da raça, individualidade e, principalmente, da fase de lactação do
animal (FOX, 1997; MATTILA-SANDHOLM e SAARELA, 2003).
As proteínas do soro correspondem a aproximadamente 20% do total das
proteínas do leite. Ou seja, na composição aproximada do leite de vaca a proteína total
apresenta 3,23% (m/m), sendo 2,6% (m/m) caseínas e 0,63% (m/m) proteínas do soro.
(WALSTRA, 2006). As proteínas do soro são solúveis em ampla faixa de pH.
Apresentam estrutura globular e contêm pontes dissulfeto, que conferem um
determinado grau de estabilidade estrutural. A β-lactoglobulina (β-Lg) e α-
lactoalbumina (α-La) são as proteínas em maior concentração, consistindo de 70% a
80% das proteínas totais do soro. No soro podem ser encontradas também a albumina
do soro bovino (BSA), as imunoglobulinas (Ig) e o glicomacropeptídeo (GMP), além de
pequenas concentrações de lactoferrina, lisozima e lactoperoxidase, dentre outras
(MATTILA-SANDHOLM e SAARELA, 2003; AIMUTIS, 2004;
METSÄMUURONEN e NYSTRÖM, 2009). A Tabela 1 apresenta a composição
proteica média do soro de leite de vaca.

Tabela 1 – Composição proteica média do soro de leite de vaca.


Componente proteico % (m/v)
beta-lactoglobulina 50 - 55
Alfa-lactoalbumina 20 - 25
Imunoglobulinas 10 - 15
Lactoferrina 1-2
Lactoperoxidase 0,5
Albumina do soro bovino 5 - 10
Glicomacropeptídeos 10 - 15
Fonte: Adaptado de MARCHALL, 2004.

As proteínas do soro de leite são ricas em aminoácidos contendo grupo sulfeto,


como cisteína e metionina (MARCHALL, 2004). Apresenta todos os aminoácidos
essenciais e em maiores concentrações do que várias fontes de proteínas vegetais, como
soja, milho e glúten de trigo. Além de um espectro completo de aminoácidos
encontrados no soro que são eficientemente absorvidos e utilizados pelo organismo
(WALZEM, 2002). Segundo Sgarbieri (2004), quase todos os aminoácidos essenciais
estão presentes no soro em quantidades acima das recomendações, exceto os
aminoácidos aromáticos, fenilalanina e tirosina, contudo, atendem às recomendações
para todas as idades, exceto pré-escolares.
Além da lactose e de suas proteínas com alto valor biológico, o soro também
possui importantes minerais e é rico em vitaminas hidrossolúveis do complexo B. A
composição média do soro de leite de vaca, seus principais minerais e vitaminas são
apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Composição média do soro de leite de vaca.


Componentes % (m/m)
Umidade 93,4
Lactose 4,9
Proteína 0,8
Gordura 0,5
Cinzas 0,5
Minerais mg L-1
Cálcio 430
Sódio 500
Magnésio 88
Potássio 1600
Fósforo 400
Vitaminas mg L-1
Tiamina (B1) 0,38
Riboflavina (B2) 1,2
Ácido nicotínico (B3) 0,85
Ácido pantotênico (B5) 3,4
Piridoxina (B6) 0,42
Cobalamina (B12) 0,00003
Ácido ascórbico (C) 2,2

Fonte: Adaptado de MELLO, 1989; FOX, 1997; WALSTRA et al., 2006.

O soro e os concentrados de soro são importantes fontes de cálcio, magnésio e


fósforo. Na indústria de alimentos, ingredientes à base de soro podem ser incorporados
a produtos fortificados, aumentando desta forma o teor de nutrientes minerais do
produto final (MATTILA-SANDHOLM e SAARELA, 2003).

2.2. Soro de leite desproteinado


2.2. Soro permeado de ultrafiltração

A tecnologia de membrana envolve a passagem do leite ou do soro fluido por


uma membrana semipermeável. Esta membrana contém poros ultrafinos, o que
possibilita a retenção de macromoléculas e partículas coloidais, além da permeação de
pequenas moléculas. Com a finalidade de agregar valor ao soro de leite, grande
destaque tem sido dado aos processos que envolvem a separação por membranas, sendo
quatro deles amplamente utilizados: osmose reversa, nanofiltração, ultrafiltração e
microfiltração (CHEANG e ZYDNEY, 2003).
A ultrafiltração (UF) corresponde a um processo de separação por membrana
tipicamente usado para retenção de macromoléculas do leite, permitindo uma variação
na concentração dos componentes do soro de leite ou leite devido à retenção de
proteínas e permeabilidade seletiva de lactose, minerais, água e compostos de baixa
massa molar. É um método alternativo muito atraente, pois não utiliza calor e, como
consequência, não envolve mudança de fase, o que torna o processo de concentração
mais econômico (BALDASSO et al., 2011; BRANS, 2006).
As membranas utilizadas na ultrafiltração apresentam poros de diâmetro na faixa
entre 0,01 e 0,1 µm. Como os poros das membranas de UF são menores, é necessária
uma força motriz maior para obtenção de fluxos de permeado elevados. Por isso, as
diferenças de pressão através da membrana variam na faixa de 2 a 10 bar (HABERT et
al., 2006).
A UF pode ser utilizada na indústria de laticínios para concentração de proteínas
do soro de leite, para obtenção de concentrados proteicos de soro (WPC) e isolados
proteicos de soro (WPI) e de algumas frações concentradas, como α-La e β-Lg. Além
disso, essa operação pode ser aplicada na pré-concentração do leite para a fabricação de
queijos, o que permite aumentar o rendimento da produção pela incorporação de
proteínas do soro e outros componentes do leite na matriz do produto (POULIOT, 2008;
CARVALHO e MAUBOIS, 2010).
Vojnovié et al (1993) prepararam bebidas lácteas a partir de permeado de soro
ultrafiltrado pasteurizado e cinco tipos de sucos de frutas, sacarose e ácido ascórbico em
várias concentrações. Amostras das bebidas de frutas à base de permeado de soro
ultrafiltrado foram avaliadas sensorialmente por painel de provadores treinados e os
autores concluíram que o permeado pode ser usado com sucesso para produzir bebidas
de frutas à base de soro.
Em função do tipo de processo a que é submetido o leite (ou o soro), isto é, se for
apenas ultrafiltrado, microfiltrado ou nanofiltrado, os permeados apresentarão diferentes
composições e poderão ter aplicações diversas na formulação de produtos não lácteos e lácteos,
destacando-se as bebidas à base de soro. O soro permeado de ultrafiltração possui em sua
composição uma solução diluída de lactose, nitrogênio não proteico, minerais e vitaminas.
Apresenta nutrientes importantes como cálcio, fósforo, potássio e sódio. A composição média
do soro permeado de ultrafiltração encontra-se na Tabela 3. O equipamento utilizado para
obtenção do soro permeado de ultrafiltração está apresentado na Figura 1.

Tabela 3 - Resultados das análises físico-químicas de composição centesimal média do


soro permeado de ultrafiltração (UF) produzido na EPAMIG Instituto de Laticínios
Cândido Tostes.

Soro Permeado de UF
Variável
(média* ± DP )

Proteína (% m/v) 0,20 ± 0,03


Gordura (% m/v) 0,00 ± 0,00
Umidade (% m/v) 94,94 ± 0,10
EST (% m/v) 5,06 ± 0,20
Carboidrato (% m/v) 4,43 ± 0,10
RMF (% m/v) 0,43 ± 0,04
pH 6,39 ± 0,03
Acidez titulável (% m/v) 0,11 ± 0,01
* Média de três repetições; DP = Desvio Padrão; EST = Extrato Seco Total; RMF = Resíduo Mineral
Fixo.
Figura 1 - Equipamento de concentração por ultrafiltração utilizado na EPAMIG
Instituto de Laticínios Cândido Tostes.

2.2.2. Soro de ricota

O nome ricota é derivado da palavra latina "recocta" que significa cozido duas
vezes. É um queijo suave, não maturado, que foi originalmente produzido na Itália com
leite de ovelha. Na atualidade, atingiu maior popularidade, sendo elaborado de soro ou
de mistura de soro e leite bovino pasteurizado integral ou desnatado. O princípio de sua
fabricação é baseado na precipitação das proteínas do soro (α-Lactioalbumina e β-
Lactoglobulina) por meio de calor associado à acidificação ou por adição de um sal
(BRUGNERA, 2011).
No Brasil, não existe Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade para a
ricota e a única legislação existente é o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária
de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). De acordo com o RIISPOA, ricota fresca é
o queijo obtido pela precipitação ácida a quente de proteínas do soro de leite, com
adição de leite até vinte por cento do seu volume (BRASIL, 2017).
O rendimento da sua fabricação situa-se em torno de 5% em relação ao volume
de soro de queijo utilizado. O soro resultante da fabricação de ricota é composto por
0,15-0,22% de proteínas, 4,8-5,0% de lactose, 1,0-1,3% de sais minerais e 0,20-0,25%
de ácidos orgânicos (SANSONETTI et al., 2009).
Em uma quantidade razoável de casos, o soro proveniente da fabricação de
queijos é utilizado para a fabricação da ricota, o que extrai a maioria das suas proteínas.
Entretanto, a lactose (sólido mais abundante no soro) permanece, restando
consequentemente, a maior parte responsável pelo poder poluente do soro (RAMOS,
2010). O soro resultante da fabricação da ricota possui gosto ácido e elevado teor salino,
o que tem sido um fator limitante para o seu aproveitamento na alimentação humana.
Porém, este soro possui características nutricionais importantes (alto teor de lactose,
minerais e vitaminas) que podem agregar valor ao desenvolvimento de novos produtos,
principalmente bebidas lácteas fermentadas ou não, além de eliminar problemas com
descarte inadequado do meio ambiente (ANTUNES, 2003). A composição média do
soro obtido da fabricação de Ricota encontra-se na Tabela 4. Algumas etapas de
obtenção do soro de Ricota estão apresentadas na Figura 2.

Tabela 4 - Resultados das análises físico-químicas de composição centesimal média do


soro de Ricota produzido na EPAMIG Instituto de Laticínios Cândido Tostes.

Soro de Ricota
Variável
(média* ± DP )

Proteína (% m/v) 0,47 ± 0,10


Gordura (% m/v) 0,00 ± 0,00
Umidade (% m/v) 93,95 ± 0,20
EST (% m/v) 6,05 ± 0,20
Carboidrato (% m/v) 5,09 ± 0,10
RMF (% m/v) 0,49 ± 0,05
pH 5,83 ± 0,20
Acidez titulável (% m/v) 0,13 ± 0,15

* Média de três repetições; DP = Desvio Padrão; EST = Extrato Seco Total; RMF = Resíduo Mineral
Fixo.
A B C

Figura 2 - Etapas do processo de obtenção do soro de ricota: A) coleta da massa de


ricota; B) Enformagem da ricota; C) Filtração do soro de ricota para a elaboração da
bebida láctea.

2.2.3. Soro Ácido

O soro ácido é obtido pela coagulação por acidificação direta, na obtenção de


alguns tipos de massa para a fabricação de requeijão e caseína, ou por fermentação do
leite durante fabricação de queijos como Cream Cheese, Petit Suisse e Cottage
(PAULA, 2005).
Enquanto o soro chamado doce possui pH entre 5,9 e 6,6, o soro ácido possui pH
entre 4,3 e 5,1. O soro doce pode ter maior teor de lactose comparado ao soro ácido,
enquanto que esse último possui maior concentração de sais minerais. A concentração
de lactose no soro ácido pode ser menor do que no soro doce, devido ao processo de
fermentação, em que uma fração de lactose é transformada em ácido lático. Por outro
lado, o soro ácido contém maior teor de cálcio e fósforo que o soro doce, associado à
solubilização do complexo fosfato de cálcio existente nas micelas de caseína, em pH
ácido (MIZUBUTI, 1994). No soro doce, a ação da enzima renina não provoca a
redução do pH, logo os íons de cálcio são retidos, associados às caseínas, no queijo. A
composição proteica de ambos os soros pode ser semelhante no que se refere à maioria
das proteínas. As proteínas do leite compreendem duas frações principais: as caseínas
(80%) e as proteínas do soro (20%).
No que se refere às aplicações industriais, o soro ácido pode ser utilizado
como realçador de sabor de molhos cremosos para saladas, retentor de água,
emulsificante e como fonte de cálcio (WALSTRA, 2006). O aproveitamento dos soros
líquidos desproteinados na fabricação de bebidas lácteas é uma alternativa bastante
atrativa para a indústria devido à simplicidade do processo e a possibilidade de
utilização dos equipamentos já existentes na fábrica, reduzindo assim alguns custos
(CALDEIRA et al., 2010). A composição média do soro ácido obtido da fabricação de massa
de requeijão encontra-se na Tabela 5. Algumas etapas de obtenção do soro de ácido estão
apresentadas na Figura 3.

Tabela 5 - Resultados das análises físico-químicas de composição centesimal média do


soro ácido obtido da fabricação de massa de requeijão produzido na EPAMIG Instituto
de Laticínios Cândido Tostes.

Soro ácido
Variável
(média* ± DP )

Proteína (% m/v) 0,54 ± 0,05


Gordura (% m/v) 0,00 ± 0,00
Umidade (% m/v) 93,41 ± 0,10
EST (% m/v) 6,59 ± 0,20
Carboidrato (% m/v) 5,42 ± 0,10
RMF (% m/v) 0,63 ± 0,05
pH 5,02 ± 0,20
Acidez titulável (% m/v) 0,28 ± 0,04

* Média de três repetições; DP = Desvio Padrão; EST = Extrato Seco Total; RMF = Resíduo Mineral
Fixo.
A B C

Figura 3 - Etapas do processo de obtenção do soro ácido: A) precipitação da massa após


aquecimento e acidificação do leite; B) coleta da massa; C) filtração do soro ácido para
a elaboração da bebida láctea.

3. Aplicações dos produtos de soro em alimentos

O soro se diferencia como um ingrediente de inovação em alimentos e bebidas


porque demonstra uma grande versatilidade. A crescente sofisticação no mercado de
alimentos para atender às demandas dos consumidores por alimentos saudáveis,
saborosos e convenientes, levou a novos e receptivos mercados (por exemplo, alimentos
funcionais e nutracêuticos) e, portanto, oportunidades para novos ingredientes com alto
teor de soro (SMITHERS, 2008; KLEIBEUKER, 2009).
Paralelamente aos avanços no estabelecimento de uma sólida base científica
sobre os componentes do soro e seu comportamento, avanços similares ocorreram nas
tecnologias de processamento de soro. Estes incluem operações unitárias eficientes e
econômicas para a concentração, transformação, fracionamento e desidratação do soro,
juntamente com a introdução de técnicas bioquímicas modernas, algumas de fora das
indústrias de produtos lácteos e de alimentos, para a fabricação de novos ingredientes a
base de soro de leite a serem utilizados por mercados cada vez mais receptivos
(SMITHERS, 2008).
Atualmente, o soro de leite é reconhecido como um dos mais versáteis
coprodutos da indústria de alimentos e uma fonte útil de proteínas de alta qualidade
nutricional e funcional. Devido ao volume produzido e seu alto valor nutricional
(aminoácidos essenciais, alto valor de proteínas do complexo B, lactoferrina, β-
lactoglobulina, α-lactoalbumina, glicomacropeptideos, imunoglobulinas e minerais
importantes, como o cálcio), empresas que buscam inovação utilizam-se de ingredientes
funcionais associados ao soro de leite como matéria-prima (MARSHALL, 2004).
Dentre as alternativas para a utilização direta do soro de leite incluem a
fabricação de produtos como ricota e bebida láctea, a produção de soro em pó, bem
como a concentração e fracionamento das proteínas, com posterior secagem
(CANCINO et al., 2006).
Segundo Rezaei et al. (2011), vários fatores influenciam na composição e nas
características funcionais dos produtos obtidos a partir das proteínas do soro, dentre eles
a fonte do leite, o método de produção, o tipo de queijo e o processamento.
As propriedades tecnológicas e funcionais das proteínas do soro são as
propriedades físico-químicas que contribuem para obter uma determinada característica
no produto alimentar final em que são utilizadas como ingredientes. A grande aplicação
destas proteínas em alimentos é determinada não por proporcionar apenas uma
propriedade física particular aos alimentos, mas também pela reprodutibilidade dessas
propriedades e capacidade de proporcionar mais que uma finalidade funcional na
aplicação como ingredientes alimentícios (WALSTRA et al., 2006).
Baldasso (2008), cita as propriedades funcionais das proteínas do soro:
i. Solubilidade: as proteínas do soro possuem alta solubilidade em uma ampla
faixa de valores de pH, se não tiverem sido desnaturadas pela ação do calor. O
poder de solubilidade destas proteínas em pH ácido é de grande importância na
aplicação em bebidas, pois conferem viscosidade e turbidez.
ii. Retenção de água e viscosidade: as proteínas do soro possuem baixa viscosidade
se comparadas com outras proteínas, permitindo sua utilização em produtos
dietéticos. Na sua forma nativa, por serem muito solúveis, elas não tem grande
capacidade de retenção de água. O tratamento térmico causa desnaturação,
aumentando a capacidade de retenção de água e viscosidade. Portanto, o uso de
produtos proteicos de soro com essa finalidade limita-se a alimentos que
recebam tratamento térmico como sopas, bolos e produtos cárneos.
iii. Gelificação: em determinadas condições de aquecimento as proteínas do soro
formam géis, aumentando a capacidade de reter água e alterando a textura dos
alimentos.
iv. Emulsificação: por possuírem regiões hidrofóbicas e hidrofílicas, as proteínas do
soro podem atuar como emulsificantes. Esta propriedade, bem como sua
capacidade de se manterem solúveis em valores baixos de pH, permite sua
aplicação em molhos, cafés, bebidas ácidas e formulações para crianças.
v. Formação de espumas: com o tratamento térmico e a desnaturação, aumenta-se a
capacidade espumante das proteínas do soro. A estabilidade da espuma depende
de fatores como o tipo de proteína, o grau de desnaturação, conteúdo de gordura,
pH e equipamentos utilizados no processamento do soro. Esta é uma propriedade
desejável, por exemplo, em sorvetes, merengues e sucos de frutas fortificados.
Alguns produtos derivados do soro de leite comercialmente disponíveis são:
concentrado proteico de soro (whey protein concentrate – WPC), que é o produto obtido
pela remoção de constituintes não proteicos do soro de forma que o produto final seco
contenha, em geral, entre 35% e 80% de teor proteico; e o isolado proteico de soro
(whey protein isolate – WPI) que é a forma comercial mais pura das proteínas do soro e
contém entre 80 e 95% de proteínas (BRANS, 2006).
O uso de proteínas do soro como ingredientes em alimentos funcionais lácteos e
não-lácteos está aumentando progressivamente devido ao aumento da capacidade
tecnológica da indústria para produzir WPC e WPI ou, mais recentemente, frações
enriquecidas em proteínas do soro individuais (RICHARDS, 2002).
Na forma em pó, o uso do soro de leite permite intensificar o desenvolvimento
de cor durante o cozimento de produtos cárneos embutidos (DAGUER et al., 2010),
aumentar o volume dos pães e bolos e atuar como veículo anti-aglutinante em misturas
secas (ZAVAREZE et al., 2010). Já nos sorvetes e sobremesas lácteas, o uso do soro
doce é associado à formação de espumas estáveis e aumento da aeração do produto
(ANTUNES, 2003; KRÜGER et al., 2008; CALDEIRA et al., 2010), além de melhoria
da textura de doces de leite (VIOTTO e MACHADO, 2007).
O WPI possui excelentes propriedades de gelificação, aeração emulsificação,
retenção de água e gordura. As principais aplicações incluem produtos lácteos, de
panificação e confeitaria, snacks, salgadinhos, aperitivos e carnes processadas
(RICHARDS, 2002). WPC pode ser utilizado como substituto de gordura em
sobremesas lácteas congeladas, como frozen yogurt (NIKAEDO et al., 2004).

2.4. Aproveitamento do soro em bebidas lácteas


Segundo o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Bebida Láctea,
“entende-se por bebida láctea o produto lácteo resultante da mistura do leite (seja in
natura, pasteurizado, esterilizado, UHT, reconstituído, concentrado, em pó, integral,
semidesnatado ou parcialmente desnatado e desnatado) e soro de leite (seja líquido,
concentrado ou em pó) adicionado ou não de produto(s) ou substância(s) alimentícia(s),
gordura vegetal, leite(s) fermentado(s), fermentos lácteos selecionados e outros
produtos lácteos. A base láctea representa pelo menos 51% (cinquenta e um por cento)
massa/massa (m/m) do total de ingredientes do produto” (BRASIL, 2005). As bebidas
lácteas podem ser classificadas, de acordo com a fermentação lática, em bebida láctea
não fermentada e bebida láctea fermentada (BRASIL, 2005).
Venturini Filho (2010) classifica as bebidas lácteas de acordo com
características específicas: bebidas refrescantes (baixos preços e curta vida de
prateleira); bebidas destinadas a dietas esportistas ou outras dietas específicas (altos
preços e média vida de prateleira); bebidas fermentadas (possuem ação sobre a
microbiota intestinal, propriedades metabólicas e grande aceitação); e as bebidas
nutritivas (alto valor nutritivo, baixos preços e extensa vida de prateleira).
As bebidas lácteas constituem uma forma simples e racional de aproveitamento
do soro e são uma realidade do mercado brasileiro, sendo processadas de diversas
maneiras e em diversos sabores. A sua produção tem ganhado mercado em razão de sua
boa aceitação sensorial, elevado valor nutritivo, baixo custo de produção e preços
atrativos para o consumidor, sendo uma alternativa a produtos clássicos como, por
exemplo, o iogurte (PFLANZER et al., 2010; THAMER e PENNA, 2006; SANTOS et
al., 2008).
Bebidas lácteas acidificadas são produzidas em diversas partes do mundo,
existindo em diferentes variações, como por exemplo, bebidas com leite e frutas,
bebidas com iogurtes, com leitelho, bebidas de soro, kefir, etc. Estes produtos podem
ser descritos como um sistema líquido protéico acidificado com a estabilidade e a
viscosidade do leite. A tais bebidas são adicionados estabilizantes para evitar a
formação de sedimentos e separação de fase. De acordo com Holsinger et al. (1974), o
soro de leite pode ainda ser utilizado na produção de diversos tipos bebidas onde são
adicionados sucos de frutas, além de bebidas fermentadas não-alcoólicas e alcoólicas,
como cervejas, champagnes e vinhos.

CONCLUSÕES
No Brasil, o soro de leite normalmente é visto como um produto de pouca
importância sob o ponto de processamento, sendo considerado, em muitos casos, como
resíduo industrial destinado para alimentação animal ou descartado inadequadamente.
Devido ao baixo teor de proteínas, existe uma maior resistência por parte das indústrias
em relação ao aproveitamento do soro desproteinado, que é considerado o último soro
da indústria de laticínios. Nesse contexto as indústrias não têm muito interesse em
aproveitá-los por acharem que não possuem valor agregado, mas ainda apresentam
diversos nutrientes importantes podendo gerar produtos de elevada qualidade. Assim, o
conhecimento da composição e do valor nutricional dos diferentes tipos de soro,
mostrando sua composição e adequabilidade de utilização, como apresentado neste
artigo, pode incentivar o seu aproveitamento sustentável e evitar que ele seja
simplesmente descartado. No entanto, a questão do soro de leite é um assunto extenso e
que ainda precisa ser discutido em muitos estudos futuros, para que seja valorizado e
possa aumetar a eficiência de sua utilização.

AGRADECIMENTOS

À FAPEMIG, pelo financiamento do projeto e concessão das bolsas.

REFERÊNCIAS

ABIQ, Associação Brasileira das Indústrias de Queijo. Disponível em:


<https://www.milkpoint.com.br/industria/cadeia-do-leite/giro-de noticias/producao-de-
queijos-no-brasil-perde-folego-em-2015-100443n.aspx>. Acesso em: 28 jun. 2017.

AIMUTIS, W. R. Bioactive properties of milk proteins with particular focus on


anticariogenesis. The Journal of Nutrition, v.134, n.4, p.989-995, 2004.

ANTUNES, A. J. Funcionalidade de Proteínas do Soro de Leite Bovino. 1. ed. 1.


Barueri: Manole, 2003. 142 p.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS (AOAC). Official


methods of analysis. 14.ed. Arlington: Sidiney Willians, 1984. 1141 p.
ATRA, R. et al. Investigation of ultra-and nanofiltration for utilization of whey protein
and lactose. Journal of food engineering, London, v.67, n.3, p.325-332, 2005.

BALDASSO, C. et al. Concentration and purification of whey proteins by


ultrafiltration. Desalination, v.278, p.381-386, 2011. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/journal/00119164/278/1-3>. Acesso em: 10 jun
2017.

BALDISSERA, A. C.; BETTA, F. D.; PENNA, A. L. B.; LINDNER J. D. Alimentos


funcionais: uma nova fronteira para o desenvolvimento de bebidas protéicas a base de
soro de leite. Semina: Ciências Agrárias, v.32, n.4, p.1497-1512. 2011.

BRANS, G. Design of membrane systems for fractionation of particles suspensions.


PhD Thesis, Wageningen University, Netherlands, 2006.

BRASIL, DECRETO Nº 9.013, DE 29 DE MARÇO DE 2017. Regulamenta a Lei nº


1.283, de 18 de dezembro de 1950, e a Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989, que
dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. Diário
Oficial da União, Brasília, mar 2017, seção 1. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9013.htm.>
Acesso em 06 de junho 2017.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n°


16, de 23 de agosto de 2005. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de
Bebida Láctea. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 agosto 2005, sec. 1, p. 7.

BRUGNERA, D. F.; Ricota: qualidade microbiológica e o uso de especiarias no


controle de Staphylococcus aureus. Lavras. MG, 2011, 106 p. Dissertação de
Mestrado em Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras, 2011.

CALDEIRA, L. A.; FERRÃO, S. P. B.; FERNANDES, S. A. A.; MAGNAVITA, A. P.


A.; SANTOS, T. D. R. Desenvolvimento de bebida láctea sabor morango utilizando
diferentes níveis de iogurte e soro lácteo obtidos com leite de búfala. Ciência Rural,
v.40, n.10, p.17-22, 2010.

CANCINO, B. et al. Whey concentration using microfiltration and ultrafiltration.


Desalination, v.200, n.3, p.557-558, 2006.

CARVALHO, A. F.; MAUBOUIS, J. L. Applications of membrane technologies in the


dairy industry. In: COIMBRA, J. S. R.; TEIXEIRA, J. A. Engineering aspects of milk
and dairy products. Boca Raton: CRC Press, 2010. cap. 3, p.33-57.

CASTRO, I. A.; TIRAPEGUI, J.; SILVA, R. S. S. F.; CUTRIM, A. J. S. Sensory


evaluation of a milk formulation supplemented with ω3 polyunsaturated fatty acids and
soluble fibres. Food Chemistry, London, v.85, n.4, p.503-512, 2004.

CHEANG, B.; ZYDNEY, A. L. Separation of alpha-lactalbumin and beta-lactoglobulim


using membrane ultrafiltration. Biotechnology and Bioengineering, v.83, n.2, p.201-
209, 2003.

DAGUER, H.; ASSIS, M. T. Q. M.; BERSOT, L. S. Controle da utilização de


ingredientes não cárneos para injeção e marinação de carnes. Ciência Rural, v.40, n.9,
p.2037-2046, 2010.

FOX, P. F. Advanced Dairy Chemistry. Ed. Chapman & Hall. v.3, 519 p.1997.
GIRALDO-ZUNIGA, A. D. Propriedades funcionais e nutricionais das proteínas do
soro de leite. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.57, n.325, p.35-46,
2002.

GONZÁLEZ SISO, M. I. The biotechnological utilization of cheese whey: a review.


Published by Elsevier Science Limited. Great Britain. 1996.

HABERT, A. C. Processos de separação por membranas. Rio de Janeiro: e-papers,


2006. 180 p.

HOLSINGER, V. H.; POSATI, L. P.; DE VILBISS, E. D. Whey beverages: a review.


Journal of Dairy Science, v.57, n.8, p.849-859, 1974.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:


<.https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm/quadros/brasil/2015>. Acesso em: 28 jun.
2017.

KLEIBEUKER, J. Whey, the way of innovation in the dairy sector. International


Dairy Magazine, Madison, v.9, n.15, p.30-31, 2009.

KRÜGER, R.; KEMPKA, A. P.; OLIVEIRA D.; VALDUGA, E.; CANSIAN, R. L.;
TREICHEL, H. Di LUCCIO, M. Desenvolvimento de uma bebida láctea probiótica
utilizando como substratos soro de leite e extrato hidrossolúvel de soja. Alimentos e
Nutrição, v.19, n.1, p.43-53, 2008.

MAGALHÃES, K. T. et al. Comparative study of the biochemical changes and volatile


compound formations during the production of novel whey-based kefir beverages and
traditional milk kefir. Food Chemistry, v.126, n.1, p.249-253, 2011.

MARSHALL, K. Therapeutic applications of whey protein. Alternative Medicine,


Buffalo, v.9, n.2, p.136-156, 2004.

MATTILA-SANDHOLM, T.; SAARELA, M. Functional Dairy Products. Woodhead


Publishing, England, 392 p. 2003.

METSÄMUURONEN, S; NYSTYÖM, M. Enrichment of α-lactalbumin from diluted


whey with polymeric ultrafiltration membranes. Journal of Membrane Science, v.337,
n.1-2, p.248-256, 2009.

MIZUBUTI, I. Y. Soro de Leite: Composição, Processamento e Utilização


na Alimentação. Universidade Estadual de Londrina, Londrina. Semina:
Ciências Agrárias, v.15, n.1, p.80-94, 1994.

NIKAEDO, P. H. L.; AMARAL, F. F.; PENNA, A. L. B. Caracterização tecnológica de


sobremesas lácteas achocolatadas cremosas elaboradas com concentrado proteico de
soro e misturas de gomas carragena e guar. Brazilian Journal of Pharmaceutical
Sciences, v.40, p.397-404, 2004.
PAULA, J. C. J. Elaboração e estabilidade de bebida carbonatada aromatizada à
base de soro de leite. 2005. 70 p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de
Alimentos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2005.

PELEGRINE, D. H. G.; CARRASQUEIRA, R. L. Aproveitamento do soro do leite no


enriquecimento nutricional de bebidas. Brazilian Journal of Food Technology, VII
Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages (BMCFB), p.145-151, 2008.
Disponível em: http://bjft.ital.sp.gov.br/ artigos/especiais/especial_2009_2/v12ne_
t0305.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2017.

PFLANZER, S. B. et al. Perfil sensorial e aceitação de bebida láctea achocolatada.


Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.30, p.391-398, 2010.

PINTADO, M. E.; MACEDO A. C.; MALCATA, S. X. Review: technology, chemistry


and microbiology of whey cheeses. Food Science Technology International, London,
v.7, n.2, p.105-116, 2001.

POULIOT, Y. Membrane processes in dairy technology-from a simple idea to


worldwide panacea. International Dairy Journal, v.18, n.7, p.735-740, 2008.

RAMOS, T. M. Produção de xarope de lactulose a partir do soro de ricota e seu


emprego em iogurte e queijo Quark. 2010. 99 p. Dissertação de Mestrado em Ciência
dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras, 2010.

REZAEI, H.; ASHTIANI, F.; FOULADITAJAR, A. Effects of operating parameters on


fouling mechanism and membrane flux in cross flow microfiltration of whey.
Desalination, v.274, n.1-3, p.262-271, 2011.

RICHARDS, N. S. P. S. Soro Lácteo: perspectivas industriais e proteção ao meio


ambiente. Food Ingredients, v.3, n.17, p.20-27, 2002.

SANSONETTI, S.; CURCIO, S.; CALABRO, V.; IORIO, G. Bio-ethanol production


by fermentation of ricotta cheese whey as an effective alternative non-vegetable source.
Biomass & Bioenergy. Oxford, v.33, n.12, p.1687-1692, 2009.

SANTOS, C. T.; FONTAN, G.; COSTA, A.; BONOMO, R. C. F. Influência da


concentração de soro na aceitação sensorial de bebida láctea fermentada com polpa de
manga. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v.19, n.1, p.55-60, 2008.

SGARBIERI, V. C. Revisão: Propriedades fisiológicas-funcionais das proteínas do soro


de leite. Revista de Nutrição, v.17, n.4, p.397-409, 2004.

SMITHERS, G. W. Whey and whey proteins – from ‘gutter-to-gold’. International


Dairy Journal, Alberta, v.18, n.7, p.695-704, 2008.

THAMER, K. G.; PENNA, A. L. B. Caracterização de bebidas lácteas funcionais


fermentadas por probióticos e acrescidas de prebiótico. Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Campinas, v.26, n.3, p.589-598, 2006.
VENTURINI FILHO, W.G. (coordenador). Bebidas não alcoólicas: Ciência e
Tecnologia. v.2. São Paulo: Editora Blucher, 2010.

VIOTTO, W. H.; MACHADO, L. M. P. Estudo sobre a cristalização da lactose em doce


de leite pastoso elaborado com diferentes concentrações de soro de queijo e amido de
milho modificado. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.62, n.4, p.16-
21, 2007.

VOJNOVIÉ D. D. V.; RITZ M.; VAHCIÉ, N. Sensory evaluation of whey-based fruit


beverages. Faculty of Food Technology a n d Biotechnology, University of Zagreb,
Zagreb, C r o a t i a , v.73, p.246-251, 1993.

WALSTRA, P., WOUTERS, J. T. M., & GEURTS, T. J. (2006). Dairy Science and
Technology. 2. ed. Taylor & Francis Group, Inc. Broken Sound Parkway, New York.
763 p.

WALZEM R. L.; DILLARD C. J.; GERMAN J. B. Whey components: millennia of


evolution create functionalities for mammalian nutrition: what we know and what we
may be overlooking. Critical Reviews in Food Science and Nutriton, v.42, p.353-375,
2002.

ZAVAREZE, E. R.; MORAES, K. S.; SALASMELLADO, M. M. Qualidade


tecnológica e sensorial de bolos elaborados com soro de leite. Ciência e Tecnologia de
Alimentos, v.30, n.1, p.102-106, 2010.

Você também pode gostar