Os Contos Na Escola A Arte Da Escrita Criativa

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 121

OS CONTOS NA ESCOLA

A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA


OS CONTOS NA ESCOLA
A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

UM LIVRO DE CONTOS E CONTOS FANTÁSTICOS


DE ALUNOS DA ESCOLA PÚBLICA DE CAMPINAS

Caio Violin (Organização)


2022 – Editora Uniesmero
www.uniesmero.com.br │ [email protected]

Os contos na escola: A arte da escrita criativa


Caio Felipe Gomes Violin (Organização)

Primeira publicação em
Campinas, São Paulo, Brasil.
2022

1ª Edição

Todos os direitos da obra


Caio Violin e os demais autores
reservados ao Autores

Copyright do texto © Caio Violin, 2022


Arte de capa — Ana Beatriz Duarte Coutinho Assis Silva 3ºA (ABD)
Revisores — Professores de Linguagem da Escola

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Violin, Caio Felipe Gomes
V795o Os contos na escola: A arte da escrita criativa / Caio Felipe
Gomes Violin (organizador). – Campinas (SP): Editora
Uniesmero, 2022. 120 p.: il.
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-84599-86-4
DOI: 10.5281/zenodo.7406469
1. Contos. 2. Escola. 3. Arte. 4. Escrita Criativa. I. Violin,
Caio Felipe Gomes. II. Título.
CDD: 801.02
CDU: 82
Editor Chefe: Jader Luís da Silveira
Editoração e Arte: Resiane Paula da Silveira
Imagens, Arte e Capa: Freepik/Uniesmero
Revisão: Respectivos autores dos artigos

Conselho Editorial
Dr. Jadilson Marinho da Silva, Secretaria de Educação de Pernambuco, SEPE
Dra. Claudia de Faria Barbosa, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
UESB
Dra. Náyra de Oliveira Frederico Pinto, Universidade Federal do Ceará, UFC
Dr. Lucas Dias Soares Machado, Universidade Regional do Cariri, URCA
Dra. Rosilene Aparecida Froes Santos, Universidade Estadual de Montes Claros,
UNIMONTES
Dr. Iran Rodrigues de Oliveira, Faculdade de Ciências e Tecnologia Professor
Dirson Maciel
de Barros, FADIMAB
Dra. Viviane Lima Martins, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais, IFMG
Dra. Cristiana Barcelos da Silva, Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro,
UENF
Me. Dirceu Manoel de Almeida Junior, Universidade de Brasília, UnB
Ma. Cinara Rejane Viana Oliveira, Universidade do Estado da Bahia, UNEB
Esp. Jader Luís da Silveira, Grupo MultiAtual Educacional
Esp. Resiane Paula da Silveira, Secretaria Municipal de Educação de Formiga,
SMEF

Os artigos, seus conteúdos, textos e contextos que participam da presente obra


apresentam responsabilidade de seus autores.
Downloads podem ser feitos com créditos aos autores. São proibidas as
modificações e os fins comerciais.
Proibido plágio e todas as formas de cópias.
Editora Uniesmero
CNPJ: 35.335.163/0001-00
Telefone: +55 (37) 99855-6001
www.uniesmero.com.br
[email protected]
Formiga - MG
Catálogo Geral: https://editoras.grupomultiatual.com.br/
DEDICATÓRIA

A todos e a todas que um dia irão descobrir sua capacidade


e mergulhar num surpreendente mundo que ainda não
descobriram. O MUNDO DA ESCRITA CRIATIVA.
AGRADECIMENTO

Agradecemos em primeiro lugar a confiança dos alunos em


participarem dessa proposta de eletiva. A comunidade
escolar da PEI Pedro Salvetti Netto, em especial a Edilene
Maria Mascherpe Neves (Coordenadora Pedagógica) que
sempre foi capaz de motivar e apoiar o projeto, ao
Ademilson Ribeiro (Vice-Diretor) e a Rita De Cassia Godoi
(Diretora) que com todo seu empenho oportunizaram os
ambientes da escola para elaboração do projeto e os demais
funcionários da escola. Por fim a toda equipe de
professores do Ensino Médio que abraçaram essa ideia e
sempre foram motivadores em especial ao professor
Christian Fialho De Jesus que foi um verdadeiro parceiro
durante a realização do projeto.
— SUMÁRIO —

DEDICATÓRIA 7

AGRADECIMENTO 8

APRESENTAÇÃO 12

INTRODUÇÃO 14

DESDE QUE ESTEJAMOS JUNTOS 17

AMIZADE SURPRESA EM PLENO LUAR 22

UMA LUZ NO MEIO DA ESCURIDÃO 37

VERMELON 39

O GATO E O RATO 43

BOCA INFERNAL 47

CONTO FANTÁSTICO 54

AURORA 60
O SEIS 63

PRIMÓRDIOS UNIVERSAIS 66

O CAOS GESTOU O MUNDO 72

OS LORDERIANOS E OS MANDALORES 78

MEU QUERIDO VAMPIRO 83

POSFÁCIO 96

APÊNDICE
PLANO DA DISCIPLINA DE ELETIVA 99

ANEXOS
ATIVIDADES 108

REGISTRO FOTOGRÁFICOS 118


CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

APRESENTAÇÃO
Lorena Eufrásio Cardoso - GECRIA

A
os poucos, a Escrita Criativa tem ocupado
universos particulares preenchidos por infinitas
narrativas: uma doce lembrança da infância, o
primeiro beijo desajeitado, uma gargalhada fora de hora
tornando-se peculiaridade em histórias que nascem das
mentes escritoras. A receita perfeita para o desabrochar de
um novo mistério que está prestes a ser narrado!
As histórias nascem de nossas percepções ao
observarmos o mundo que nos cerca e se constroem a partir
das vivências que nos tocam. Assim, consolidamos a
autoria de nossos textos e ousamos abrir espaço àqueles
que também querem ser escritores/as de suas próprias
narrativas.
A Escrita Criativa dentro da escola é mais do que
indispensável, ela é necessária! Necessária para mover
nossos sentimentos, registrarmos nossas percepções e

12
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

brincarmos com todas as possibilidades criativas que a


nossa língua oferece. O presente trabalho é o registro final
de um processo cuidadoso e empenhado em trabalhar a
autoria de diferentes crianças e adolescentes,
transbordando criatividade pelos dedos sedentos em
narrar.

13
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

INTRODUÇÃO
Caio Violin

O
livro nasce de uma iniciativa elaborada na
Disciplina de Eletiva, com nome “A Arte da escrita
criativa” dos professores Caio Violin e Christian
Fialho. O projeto foi desenvolvido durante o primeiro
semestre de 2022 na Escola da Rede Estadual do Programa
de Ensino Integral Professor Pedro Salvetti Netto,
localizada na cidade de Campinas-SP. A disciplina de
Eletiva, que compõe a parte diversificada do Currículo
Paulista, auxilia os alunos a articularem “conteúdos,
saberes e experiências que favoreça o multiletramento, isto
é, a apropriação e a produção reflexiva de conteúdos nas
diversas plataformas comunicacionais, em suas múltiplas
linguagens” (CURRICULO, 2022, p. 28) isto significa, que
ao terem contato com as eletivas, os estudantes buscam
adaptar-se segundo as várias realidades do mundo ao seu
projeto de vida.

14
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Desse modo, a elaboração da Eletiva “A Arte da


Escrita Criativa”, oportunizou aos alunos que a escolheram
adentrar ao fantástico mundo da escrita e se reconhecerem
grandes escritores e escritoras. A elaboração deste livro de
contos, contos fantásticos, elaborado pelos próprios alunos
e supervisionado pelos professores, tem sua base na
metodologia da escrita criativa, proposto pelo grupo de
pesquisa GECRIA da Universidade de Brasília, orientados
pela pesquisadora Lorena Eufrásio Cardoso e
supervisionado pela Profª Drª Juliana Dias, a dinâmica
proposta contribui para desmistificar os preconceitos
formados na elaboração de um texto e até mesmo na
criação de uma história. O projeto surge para oportunizar
aos estudantes um novo mundo, ou uma nova realidade,
na qual eles são capazes de escrever uma boa história e
assim publicar um livro.
Partido do gênero textual conto como uma
abordagem ao mundo fantástico, os autores e autoras dos
contos presente no livro buscaram se aventurar no mundo
do real e do imaginário para criar os contos fantásticos que
estamos a publicar. Durante as aulas da eletiva muito foi
discutido, muito foi criado e muito foi desenvolvido, os
alunos puderam perceber que tudo pode virar uma
história, desde uma Imagem até uma simples lista de
compras.
Fazer uma obra coletiva não é fácil, ainda mais com
alunos de escola pública que durante a pandemia tiveram
um vácuo de tempo no ensino e aprendizado.

15
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

O léxico textual prova a criatividade, não se optou


em momento algum pelo nexo nos textos, assim, em nome
da criatividade aboticou-se da coesão e coerência. Por mais
que os revisores buscassem trazer a essência dos autores,
foram realizadas algumas alterações para que o texto possa
ser minimamente, compreensível.
A protolinguagem dos alunos, em seu estado puro
trás à baila seus saberes, incentivando assim, seu
protagonismo com o fazer/escrever.
Inspirados pela proposta da Escrito Bel Hooks que
diz “A academia não é o paraíso, mas o aprendizado, é um
lugar onde o paraíso pode ser criado. A sala de aula com
todas suas limitações continua sendo ambiente de
possibilidades.” Por isso, caro leitor, esse livro é um paraíso
que foi criado e ao longo de sua leitura você irá perceber
novos mundos possíveis de contos fantásticos que alunos
escritores e alunas escritoras de uma escola pública
periférica foram capazes de criar.

TENHA UMA
INCRÍVEL VIAGEM
AO MUNDO DA LEITURA!

16
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

DESDE QUE
ESTEJAMOS JUNTOS
Bia Corsetti

E
m um dia quente e bem ensolarado, Patrícia estava
pintando seus quadros para sua aula de pintura, ela
amava pintar gatos roxos, sua mãe havia lhe dado
um de pelúcia um tempo antes de falecer.
O pai de Patrícia viajava muito a trabalho e a
deixava com os empregados de sua casa, ela tinha apenas
um amigo, seu vizinho Léo, que nasceu um dia antes dela,
eles são amigos desde seus 3 anos de idade e hoje com 17,
ainda são inseparáveis, Léo começou a gostar de Patrícia
quando tinha 13 anos, mas nunca a contou por medo de
perder ela, o que ele não sabe é que Patrícia gosta dele
desde que tinha 12 anos. Eles têm várias regras de amizade,
o que eles chamavam de "código dos amigos mais
fantásticos", eles deram esse nome com 10 anos de idade, e

17
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

não acharam necessário mudá-lo. Todos os dias, Léo ia até


a casa de Patrícia e eles maratonavam filmes e séries,
faziam um lanche e conversavam, o que eles mais amavam
ver era a saga de filmes de Harry Potter, também amavam
ler juntos, compravam os mesmos livros e liam para depois
discuti-los.
Patrícia sentia muita falta de sua mãe e de seu pai
também, ele quase nunca estava em casa, Léo era a única
companhia dela, ele a fazia esquecer de tudo, todos os
problemas apenas com uma conversa, ou simplesmente
por estar ali ao seu lado. O aniversário de ambos estava
próximo, Léo já havia comprado o presente que iria dar a
sua amiga, ele encomendou um gato roxo que vinha com
uniforme da Grifinória, não poderia haver um presente que
Patrícia iria gostar mais, Patrícia ainda iria comprar o
presente dele, ela iria lhe dar a coleção de livros de Percy
Jackson, já que ele fala desses livros a dias.
Enfim chegou o dia do aniversário de Léo, dia 21 de
Junho, eles não trocavam os presentes no dia, apenas no dia
seguinte ao de Patrícia, pois eles dizem que os dois dias já
haviam acontecido e ai poderiam comemorar juntos, Léo
como de costume foi para a casa de Patrícia e eles assistiram
os filmes favoritos dele, fizeram um piquenique no quintal
da casa dela e quando começou a anoitecer ele voltou para
sua casa, no dia seguinte, era o dia dela, eles maratonaram
Barbie e alguns documentários e Patrícia convenceu Léo
para deixá-la maquiá-lo, o que a fez muito feliz. Finalmente
eles foram comemorar e fazer a troca de seus presentes, os
dois combinaram de ir ao shopping e ao seu parque de

18
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

diversões favorito, após entregarem os presentes, Patrícia


começou a chorar, a pelúcia do gato roxo a fez lembrar de
sua mãe, ela amou tanto que não parava de abraçar seu
melhor amigo, Léo nem acreditou quando abriu o presente,
ele estava querendo aqueles livros a dias e finalmente iria
poder ler.
Eles tiveram um dia bem incrível e divertido, depois
de implorar muito aos pais de Léo, os dois convenceram
eles a deixarem ele dormir na casa de Patrícia, eles já
haviam feito todo o cronograma, e a primeira regra do dia
era que eles iriam passar a noite toda acordados assistindo
Teen Wolf e comendo muita pipoca amanteigada com suco
de morango, e assim eles fizeram, foi exatamente como eles
haviam planejado.
No dia seguinte, às 9:43 da manhã Patrícia recebeu
um telefonema de uma de suas instrutoras do curso de
pintura, ela falou a Patrícia sobre ter indicando-a para
faculdade de pintura em Orlando, a alguns anos esse vem
sendo o sonho de Patrícia e ela não conseguia acreditar no
que acabara de acontecer, só tinha um problema que estava
deixando-a muito agoniada, que era o seu melhor amigo,
ela sabia que seria muito difícil ficar longe dele.
Quando ela contou a Léo, ele chorou, de felicidade
pois sabia que era o sonho dela, mas também de tristeza
pois seu mundo começou a desabar a partir daquela
simples frase: ''em Orlando'', ele não veria mais a garota
que ama, não estaria mais ao lado dela todos os dias e nem
teve a chance de dizer o que sente.

19
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Foi então no dia 25 de junho que Patrícia teve que


tomar uma das decisões mais difíceis da sua vida, seu
sonho de fazer faculdade ou seu grande amor. Ela acabou
escolhendo a faculdade, pois imaginava que Léo não sentia
o mesmo por ela e não queria se decepcionar e muito
menos perder a amizade dele para sempre, foi uma semana
muito difícil para os dois, eles passaram cada minuto
desses últimos dias juntos, e então chegou o dia 04 de
junho, o dia em que eles iriam se despedir e Patrícia ficaria
em Orlando durante 4 anos, um dos piores dias para
ambos.
Gilberto o pai de Patrícia chegou para levá-la até o
aeroporto, lá se despediram das empregadas da casa que
ela era muito próxima desde pequena e dos pais de Léo que
ela tinha um carinho muito grande, quando foi a vez de se
despedir de Léo, os dois não conseguiam se soltar do
abraço e parar de chorar, eles choravam de soluçar e não
sabiam como iriam ficar sem o outro.
Quando Patrícia estava prestes a entrar no carro,
Léo se levantou e correu até ela, parecia que ele não tinha
certeza sobre o que estava prestes a fazer, mas sem hesitar
gritou:

— EU IREI COM VOCÊ!

Patrícia realmente não esperava por isso, ela apenas


olhou para ele sem saber o que dizer e então Léo disse:

20
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Eu te amo Patrícia! Desde que descobri que o amor


existia, eu te amo a cada dia e sei que se eu não falasse nada
você provavelmente iria entrar nesse carro para viver seu
sonho e nós iriamos estar mais distantes do que nunca, e
não posso deixar que isso aconteça, eu não me importo com
nada desde que estejamos juntos, então eu vou ir com você.

Não só Patrícia como todos que estavam lá ficaram


desacreditados, e foi quando ela apenas falou:

— Eu te amo Léo, eu te amo desde meus 12 anos, desde que


percebi que não podia viver sem estar ao seu lado e tive
tanto medo de não poder te dizer isso um dia.

Após ouvir o que Patrícia tinha acabado de lhe


confessar, ele apenas a abraçou mais forte do que nunca e
lhe deu um beijo doce e apaixonado.
Ele correu para dentro, fez suas malas e entrou no
carro, para ir viver uma nova etapa de sua vida.
Ao lado de seu primeiro... e único AMOR!

●●●

21
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

AMIZADE SURPRESA EM
PLENO LUAR
Gustavo Baltazar

E
m um dia normal um jovem estudante do sétimo
ano da escola chamado Gustavo, possuía 12 anos de
idade, olhos verdes, cabelo curto com ondulações
nas pontas e não tinha muitos amigos. Certo dia, estava
voltando da casa de um colega por conta do trabalho da
maquete de Ciência.
No caminho de casa, Gustavo passa na frente da loja
do senhor Gilberto que ficava perto do jardim Viracopos,
ao virar a esquina ele percebe que estava sendo seguido por
dois homens. Chegando no beco, na metade do quarteirão,
um dos caras o força a entrar no beco, que por sorte tem
uma saída. Sem escolha, Gustavo entra no beco, mas logo
percebe que que tinha uma garota bem familiar, de cabelo
longos e liso, com a cor marrom e olhos escuros, vestia uma

22
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

touca. A garota parecia que estava tentando achar alguma


coisa nas lixeiras, enquanto ela procurava emanava uma
aura misteriosa e gentil.
Ao avistá-la, Gustavo tenta fazer alguns barulhos
para chamar atenção, mas é ignorado de imediato solta um
grito:

— Eu não tenho nada de valor, os senhores podem sair de


perto?

Na hora em que termina de falar ele vê os dois caras


armados com facas e logo diz:

— FUD#U! Espero que o senhor Gilberto da loja tenha


percebido que eu estava sendo seguido por ladrões e
espero que ele já tenha ligado para polícia.

Quando a garota escuta a palavra “FUD#U!” ela


grita indo para direção de Gustavo e diz:

— Gustavo sai da frente para não se machucar.

Então, ele joga-se no chão de bunda e logo observa


a garota desarmar os dois meliantes com muita facilidade,
parecendo uma coisa rotineira. Ela parece brincar com os
ladrões desviando dos golpes, quando ela cansa deixas os
dois desacordos com apenas um golpe da palma da mão.
Gustavo ao perceber o que estava acontecendo, pega o
celular e começa a gravar, pensando que poderia usar as

23
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

imagens como provas para assim prender os meliantes caso


a garota seja incriminada por agressão. Ao perceber que os
ladrões estavam desacordados, Gustavo diz:

— Obrigado por isso! Aliais a gente já se conhece? É de


onde eu estou pensando?

Ela responde já nervosa:

—Não esquenta, é sim, é da escola. Não é óbvio? Eu sou da


mesma sala que você idiota.

Gustavo responde:

— Calma eu só queria confirmar. Se não me engano seu


nome é Aaaakkkkkiiiiirrrrrrr?

Ela grita com um ódio:

— NÃO, NÃO FALA O MEU NOME EU NÃO GOSTO


QUE FALEM ELE EM VOZ ALTA.

Ele responde:

— Calma de novo. Seu nome não é Akira? Acho ser um


nome tão lindo!

Ela responde muito nervosa:

24
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Mesmo assim o meu nome é KI. Que nervoso, você


quase faz eu falar o meu nome que, AI QUE RAIVAAAA!

Ao respirar fundo Ki diz novamente:

— Tá bom, pode me chamar de Akira é melhor que o meu


nome real... Aff.

Gustavo responde:

— Ok, Akira, apenas se acalme um pouco e olha para traz


tem vários policiais, vamos ali explicar o que aconteceu e
depois vamos dar uma socializada em algum lugar para
você me explicar melhor esse assunto do seu nome.

Quando Gustavo termina de falar, Ki se levanta e


vai falar com os policiais sobre o que tinha acontecido. Os
policiais chegam com a arma de choque em punho e
pensam que Gustavo é o ladrão, chegando perto dele pega
a algema e tenta prendê-lo. Ki ao perceber o que estava
acontecendo começa a se explicar para um dos policiais,
sendo ignorada observa Gustavo ser algemado e sai
correndo no sentido do policial e do Gustavo, de imediato
Ki pega as mãos do policial que estava indo em sua direção
para empurrá-la e arremessa o policial na parede,
deixando-o desacordado, ela solta um grito:

— PELO JEITO A GENTE VAI TER QUE FUGIR POR


CAUSA QUE GRITEI COM VOCÊ. EU QUASE FALEI O

25
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

MEU VERDADEIRO NOME E POR ISSO ESSES


COXINHAS NÃO QUEREM NOS ESCUTAR ENTÃO
VAMOS METE O PÉ.

Gustavo responde:

— Se é a única opção!

Os dois começaram a correr até o final do beco e


viraram a esquerda, ao virar Gustavo pergunta:

— Vamos para minha casa? Fica um pouco longe.

Akira responde ofegante:

— NÃO! Vamos para minha casa lá eu explico a situação


para os meus pais.

Gustavo concorda respondendo:

— Ok, chegando lá eu mando mensagem para os meus pais


também.

Gustavo e Akira correram até chegar na casa dela,


quando chegaram ele não fica surpreso de ver uma casa
com local de treinamento, além de ser um local para
aprender artes marciais. O local é praticamente perto da
academia onde o pai da Ki trabalha. Quando ela entra com

26
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Gustavo em casa, depara-se com a mãe na sala e já chega


explicando o que havia acontecido dizendo:

— Aconteceu o seguinte: Eu ajudei esse garoto de ser


roubado por ladrões, mas ele tentou explicar ao policial o
que tinha acontecido e os mesmos nem queria ouvir só
porque a situação parecia suspeita.

O Gustavo responde com um pouco de medo:

— Oi moça. Boa tarde! Akira eu tenho nome é GUSTAVO,


GUS-TA-VO, nós estudamos na mesma escola e na mesma
sala.

A mãe dela dá uma risada e logo fala:

—Olá Gustavo, meu nome é Lana, mas você pode me


chamar de Ayaka. Ki vou ter que ligar para seu pai no
trabalho, ele saberá resolver com seu amigo policial. Outra
coisa, vá imediatamente tomar um banho, você está toda
suada. Gustavo se quiser ficar para jantar, será uma alegria.
Gostaria de retribuir o que você fez pela minha filha hoje.

Gustavo responde:

— Está bem! Vou aceitar o convite, só preciso avisar meus


pais.

27
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Gustavo e Ki sobem para o quarto juntos, mas antes


deles entrar no quarto ele pergunta para Ki:

— Akira o que você estava procurando no lixo?

Ela responde:

— Eu estava procurando materiais reciclados para o


trabalho de ciências, precisava de algumas garrafas;

Ele responde:

— Quando meus pais vierem me buscar peço para trazer as


garrafas. É o mínimo que posso fazer para retribuir o que
você fez por min.

Ela responde:

— Está bom então. Obrigada!

Gustavo conclui:

— Relaxa! Isso é uma gentileza só, pois agora somos


amigos. Vai tomar o seu banho agora.

Na hora que ela entra no banheiro, sua mãe


pergunta:

28
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Qual as suas intenções para querer se aproximar da Ki?


Fale agora?

Ele responde:

— Calma! Senhora Lana, eu só quero ser amigo dela,


porque ela é sozinha na escola e eu não tenho nenhum
amigo. Penso que ela parece esconder a personalidade
como eu. No pouco que conversamos percebi que ela gosta
de todos até dos familiares, contudo, parece que ela sofreu
algum trauma como eu. Só quero ajudar.

A mãe de Ki responde:

— Se é isso então, vou contar para você por que ela odeia o
seu próprio nome. Akira é nosso dojo do Japão, um dia um
cara entrou no dojo e a Ki com 6 anos estava com uma
amiga que se chamava Karin, ela tinha a mesma idade de
Ki, as duas sozinhas na hora que ouviu um barulho elas se
esconderam atrás de alguns manequins, mas, na hora que
a Karin ia se esconder o cara viu-a entrando no esconderijo
e vai até ela, começa a agredi-la. O ladrão bate em Karin até
vê-la desmaiada. Ele bate muito forte na região do peito e
faz com que o osso da costela perfure o pulmão. Quando o
ladrão percebe o que fez tenta fugir, mas Kira com um
ataque de raiva, gruda no pescoço do ladrão e faz ele
desmaiar. Diante daquela situação Kira, olha no chão e
acha a máscara de festival que a Karin deu para ela,

29
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

rapidamente pega a máscara e coloca na amiga que está


quase morrendo.
Sentada do lado da amiga que está nos últimos
minutos de vida, começa a dizê-la: —Fica comigo. Você
prometeu que iriamos viajar pelo mundo juntas. Você
prometeu. Você prometeu. Ki cai em lágrimas. Gustavo
depois que cheguei e percebi o que estava acontecendo
liguei de imediato para polícia e a ambulância. Kira com
em choque e traumatizada com o que havia presenciado,
ainda busca forças para levar os policiais a verem as
câmeras de segurança do dojo. Depois do acontecido Kira
descobriu que o nome do ladrão era Kira o mesmo que o
seu. Revoltada, pois a fatalidade passou em todos os
noticiários do Japão, ela decide que não quer mais ser
chamada de Kira, mas de Ki. Os colegas da antiga escola,
começaram a fazer bullyings, pois descobriram que o nome
do assassino era o mesmo que o dela. Diante dessa situação,
resolvemos mudar para nossa casa no Brasil. Gustavo me
responde uma coisa, por que ela deixa você chamá-la de
Kira?

— Eu não a chamo de Kira. Eu a chamo de Akira,


justamente porque lembra o nome das antigas escolas
rivais de anime. E ela não incomodou muito.

A mãe da Ki responde:

— Ok, se ela deixou.

30
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Ele responde com um pouco de ressentimento:

— Eu compreendo um pouco do que ela sente. Perdi uma


amiga para o câncer, foi muito difícil, não tão
traumatizante quanto da Ki, mas, fico lembrando dela.

Ao terminar de falar, Gustavo percebe a voz de um


homem e logo pensa: Será que deve ser o pai da Akira
falando? Nesse momento, chega um homem na porta e diz:

— Olá jovem, sou o pai da Ki. Meu nome é Kazuha, mas


pode me chamar de Gabriel. Muito obrigado por ajudar a
minha filha.

Gustavo responde:

— Não tem o dique, o senhor sabe que, se ela não tivesse


deixado os ladrões desarmados, penso que não estaria nem
aqui agora.

Kazuha interrompe dizendo:

— Jovem, vamos ver o seu nível de artes marciais? Qual


deve ser sua experiencia nos treinos?

De imediato Gustavo responde:

31
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Olha, eu mesmo tenho pouco conhecimento de artes


marciais, mas vou esperar o jantar e Akira para assim
conversar.

Diante da resposta do Gustavo, o pai da Akira


pensa: ”Se ele for bom o bastante, poderá ser o primeiro
amigo da minha filhinha, então que comece o teste”.
Quando os dois entram no tatame para se preparar, o Sr.
Kazuha avança para lutar, mas, de algum jeito Gustavo
consegue desviar do golpe e consegue pará-lo, diante disso
Kazuha diz:

— Olha só, você disse que não sabia nada de artes marciais!
Mas conseguiu desviar de um golpe. Ai sim garoto você
merece a minha confiança!

Akira aparece dando um susto em Gustavo


dizendo:

— Já que você parece ser tão bom então assim, quero que
lute comigo caro Baltazar.

Gustavo interrompe dizendo:

— Agora a brincadeira vai ficar séria, você me chamou de


Baltazar, espero que não quebre nada.

32
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Os dois começaram a lutar, Gustavo desviava de


quase todos os golpes dados por Akira, mas, Akira já
cansada da luta diz com a voz embargada:

— Por que você quer me conhecer? Por que você quer me


ajudar? Por que você me deu um apelido?

No meio das perguntas Akira solta um grito:

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

Assustado Gustavo responde, continuando


defendendo-se dos golpes:

— Eu quero te conhecer melhor, porque, você esconde


quem você realmente é. Você tem uma história triste como
eu e não gostaria que você ficasse remoendo o passado e
pudesse ser mais verdadeira com sigo mesmo.

Quando Gustavo termina de dizer a frase


“Remoendo o passado”, Akira paralisa e começa a chorar
desesperadamente. Gustavo então agarra Akira com um
forte abraço, era tão forte que faz ela parar de chorar na
hora. Do nada a mãe da Akira chega na sala e avisa que a
comida já estava pronta e chama eles para a mesa de jantar
e ao ver a cena dos dois abraçados e pergunta:

— O que aconteceu com você minha filha? Faz muito


tempo que não a vejo assim.

33
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Gustavo toma a iniciativa e responde:

— Ela desafiou-me para lutar e começou a desabafar


durante a luta, disse meus motivos de querer-me
aproximar dela e do nada começo a chorar.

A mãe da Akira pensa: “aposto que depois disso ela


até apaixonou-se por esse garoto, aposto que ele deu uma
lição de moral nela. Acho que os dois entende-se bem, só
quero ver os dois daqui alguns anos. Acredito que isso será
o início de uma linda amizade “. Depois do jantar Gustavo
vai para casa, deita-se em sua cama pensativo e logo pega
no sono.

Após aquele fatídico dia, os dois tornaram-se


grandes amigos e começaram a fazer quase tudo junto. 5
anos depois do dia que se conheceram, os dois amigos
foram fazer uma viagem com os familiares de Akira. A
família de Akira gostava muito da presença de Gustavo,
por conta da conexão que os dois possuem. Gustavo
ajudava Akira nos treinos e os dois lutavam em torneios em
todo Brasil. Nessa viagem os dois combinaram de ir em um
lugar que Akira queria mostrar a Gustavo, por causa da
paisagem noturna que era lindíssima, chegando no local, já
de noite os dois foram até o ponto onde Akira queria levar
Gustavo. Contudo, ela não falava para Gustavo onde eles
iram, curioso Gustavo pergunta:

34
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Você não vai falar como que é esse lugar? Descreve ele
por favor? Você tá me deixando mais ansioso e aliais o que
tem nessa mochila que estou carregando? Está um pouco
pesada.

Akira responde ansiosa:

— Calma! Estamos quase chegando. Nessa mochila tem


minha máscara da sorte, a minha faca ainu e a lanterna
câmera, entre outras coisas.

Ele responde:

— Ok, se tudo isso é importante para tirar uma foto nossa


com essa paisagem eu topo.

Quando eles estavam chegando Gustavo


interrompe o silencio da floresta e diz:

— Você tem razão é muito lindo este lugar. Valeu apena


ficar acordado e enfrentar essa viagem.

Quando eles iam tirar a foto no local a lanterna


acaba a bateria e diante daquele breu os dois dão as mãos
para não se perderem. Quando eles sentem a mão um do
outro uma luz começa a surgir de baixo deles, assustados,
o chão começa a rachar parecendo não ter fim, apavorados
começam a gritar desesperadamente:

35
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— SOCORRO!!!! SOCORRO!!!! SOCORRO!!!!

De repente uma voz surge dizendo:

— Os dois foram escolhidos!

Depois de ouvirem isso, Gustavo e Akira aparecem


desacordos num jardim repleto de flores ao lado da
máscara e a faca ainu de Akira.

NA CINTURA DE GUSTAVO APARECEU UMA


BAINHA DE ESPADA E AO FUNDO UMA PESSOA
OBSERVAVA EM CIMA DE UMA GRANDE ÁRVORE
COM ARCO E FLECHA NO PUNHO AKIRA E
GUSTAVO LEVANTANDO-SE.

●●●

36
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

UMA LUZ NO
MEIO DA ESCURIDÃO
André Andy

E
m um certo dia em um mundo que não havia
nenhuma cor e nenhuma compaixão, sentimentos e
emoções. Tudo no preto e branco.
Inesperadamente, nasce um menino em uma aldeia.
Era perto do reino principal, o menino era diferente de
todos com cores vivas e com sentimentos, chamado de
Pedro D` Balsalore, como ele era oposto de todos da aldeia,
era humilhado e não gostavam dele.
Anos se passaram, a aldeia cresceu, os povos
evoluíram, e também com isso tudo o Pedro cresceu e está
com 15 anos. Ele era um muito arteiro e gostava de uma
aventura e coisas inusitadas. O sonho de Pedro era sair
para uma aventura e conhecer o mundo todo e espalhar o
seu sentimento, mas todos da aldeia e do reino não

37
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

gostavam dele. Pedro não se deixava levar pelas críticas e


humilhações, ao contrário ele aguentava tudo isso com um
sorriso, que fazia com que todos o odiassem mais.
Anos se passaram e Pedro já com 20 anos, começa
ter a ideia de sair de sua aldeia e ir explorar os reinos e o
mundo todo, então, começa a se preparar para ir nessa
grande aventura.
Uma semana depois, já preparado se despede de
todos que ele conhece em sua aldeia e inicia sua nova
aventura. Pedro passa por inúmeras aldeias deixando uma
lembrança dele, alguns sentimentos. As pessoas nas aldeias
se assustam com sua aparência muito diferente dos demais.
Ele não agrada a todos, uns gostam dele e outros não, mas
aos poucos ele vai trazendo cor para as aldeias, pelo reino
e pelo mundo todo.
Pedro faz praticamente pelo mundo todos sua
incrível aventura, conheceu lugares fantásticos e
diferentes, passou por vários terrenos, montanhosos,
rochosos, oceanos e gelo. Deixando sempre sua cor e seu
sentimento, fazendo o mundo sem cor se tornar brilhante e
bonito, e todos se lembram de Pedro, como o homem que
trouxe a luz no meio da escuridão.
Anos se passaram, com tristeza o povo da aldeia
noticiou sua morte, diziam sempre que ele morreu com um
sorriso no rosto como de costume e radiando toda sua cor.
Pedro deixa seu legado como o Homem Que Trouxe A LUZ
NO MEIO DA ESCURIDÃO. FIM...

●●●

38
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

VERMELON
Danion Oliveira

V
ermelon filho de Ray Charles se torna professor em
uma escola chamada Faras em Perteburg um bairro
simples. Vermelon um homem trajado de jazz.
Terno preto, sapatos engraxados, calça de alfaiataria
xadrez escuro, chapéu de mafioso italiano, carregava uma
maleta preta, porém, não possuía drogas e sim seu
equipamento de trabalho, um trompete.

Vermelon é um homem que não tem somente ás


habilidades de assoprar, mais possui habilidades em suas
mãos, no piano ele mostra que o sangue é próximo de seu
pai. Apesar de gostar de ensinar música para crianças sem
luz e habilidades, Vermelon busca fazer o nome de seu pai,
um velho homem negro cego, que virou referência do jazz
e blues, e inspira vários estilos musicais, veremos
realmente se Ray Vermelon é capaz?

39
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Vermelon, fará tudo que puder para mostrar seu


talento ao mundo, acredita grandemente que esse é seu
destino, viver sem música seria uma terrível morte. No seu
dia a dia lidar com os alunos de Peterburg é como jogar
uma partida de xadrez. Naquele dia, recebeu um papel da
coordenação no final da aula que para ele foi um
verdadeiro xeque mate e logo resmunga:

— Aposentadoria! Não!!!

Chegando em casa vai dar a notícia para sua mãe,


obviamente chateado, mas busca fingir para não chateia lá.
A mãe se alegra com a notícia, pois, pensa que os
aposentados podem pegar o cargo de supervisor, que
ganha muito mais do que professor, contudo, Vermelon
não se importa com isso, nem com salários o que o
desanima é estar afastando da música. Fica muito
pensativo, mas logo percebe que é sábado, isto é, um dia
especial, pois, é dia de tocar no bar do Tóta!

Anoite chama os angustiados cansados desse


mundo, e Vermelon se prepara para levá-los para outra
dimensão com a música.

Sobe para o quarto e diante do guarda-roupa pensa:


“O que temos?” Logo escolhe falando sozinho:

40
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Uma gravata dourada, um terno branco com


estufamentos de pena de ganso, e não poderia faltar o
broxe brilhante em formato de pássaro do meu querido pai.
Ops! Ia esquecendo, o sapato que hoje vai roubar a cena.
Tenho certeza de que ninguém na face da terra tem um
sapato platinado como o meu.

Vermelon veste-se ansiosamente e ao terminar de


pentear o cabelo diz:

— Prontos, ou não, lá vamos nós!

O bar do Tóda está lotado. Vermelon se prepara


para dar o melhor show de sua vida, como faz em todo
show. Luz acende no palco, o piano começa a emitir um
som, os aplausos começam a ressoar e o som suave da
música de Vermelon invade o ambiente e chega a
reverberar na alma do público que tenta sentir, o que está
acontecendo.

O piano, começa então com uma nota intensa e


repetitiva, que agrada a todos, com o tempo temos outras
notas dando apoio ao intenso som do trompete, e logo o
vozeiram de Vermelon invade todos os ouvidos, consegue
ouvir?
Ray Vermelon, canta a seguinte música em dó
sustenido:

41
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

"Eu vim de uma terra distante, as minhas


lembranças são as minhas mãos sujas, eu fui verme,
mas agora que cheguei aqui, eu serei o que eu quiser,
só não serei um verme!
Eu serei o mar difícil de se engolir, eu serei o sol para
iluminar o que eu perdi, serei a montanha com pedras
preciosas difíceis de se partir..."

O BAR DE TÓTA VIBRA AO SOM, TALVEZ


NOSSO RAY JUNIOR TENHA UMA CHANCE DE
MOSTRAS SUA VOZ AO MUNDO, CASO ELE NÃO SEJA
VERME!

●●●

42
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

O GATO E O RATO
Erik Ferreira

E
ra uma vez um gato, andando pelas ruas do Rio de
Janeiro. Neste dia estava tendo carnaval na cidade,
o gato estava numa rua atras de comida, quando de
repente conhece um rato.
O gato chega perto do rato e num susto, o rato diz:

— Vamos procurar comida juntos? Assim podemos comer


tudo junto o que acharmos. Sei de um lugar que tem pizzas.

Quando o rato fala sobre a pizza, o gato que adorava


pizza, aceita a proposta do rato e ambos vão para pizzaria
que ficava ali perto. Chegando na pizzaria o gato, avista
uma pizza quem tinha acabado de ser descartada, era
possível sentir que ainda estava quente.

43
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Imediatamente o gato e o rato correm até a pizza


para deliciar-se e dividir-se um pouco. Chegando o gato
solta um grito:

— NÃO RATOOOOOO! ERA SÓ UM PEDAÇO VOCÊ


COMEU TODAAA a pizza e ainda saiu correndo.

O gato desistiu da parceria com o rato e foi embora


sem comer e sem comida. Ao avistar uma senhora andando
pela rua o gato, começa a minha desesperadamente, a
senhora fica com dó leva-o para casa e cuida dele dando
comida banho e muito carinho.
A senhora que adotou o gato, é muito rica e é
apaixonada por gatos. Após um ano, o gato estava muito
bem curtindo a casa e nadando na piscina aquecida quando
avista de longe o mesmo rato que tempos atras havia
deixado com fome e logo grita:

— RATOOOOOO VOCÊ DE NOVOOOO O QUE FAZ


POR AQUI?

O rato magro de fome e quase sem força responde:

— Estava te procurando, vim pedir desculpas gato, sei que


naquele dia fui egoísta.

O gato ignorando responde:

44
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Nem quero olhar na sua cara rato. Você cometeu um erro


comigo, agora que estou numa ótima casa e com uma
senhora muito rica você vem atrás de mim? Naquele dia
estava morredo de fome, só não comi você quando te achei,
por que tínhamos feito um acordo. Vai embora!

O gato expulsa o rato da casa a xingos. Após dois


meses durante o passeio do gato os dois se encontram. Ao
avistar o rato o gato grita:

— Eiiiiii rato, qual foi seu doido?

O rato acuado diz:

— Eu sou seu amigo mano, vamos fazer as pazes?

O gato furioso responde:

— Oi! Que! Amigo! O que? Sua porcaria.

O gato rapidamente corre atras do rato e dá um soco


no rato, que leva um susto e sai voando... O gato começa a
rir:

— kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

O rato enquanto estava no ar e sentido a dor do soco,


pensa "mano porque ele tornou-se assim?". Ao ver o tombo
do rato o gato diz:

45
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Ei seu rato, quer um queijo?

O rato assustado responde:

— Me desculpe eu errei, não quero queijo, mas se quiser


posso conseguir uma pizza inteira para você e fazermos as
pazes.

O gato debochado diz:

— Haaaa. Eu quero minha pizza, você está me devendo e


quero com juros e correção.

O GATO QUERENDO SACANEAR O RATO PELA


HUMILHAÇÃO E FOME QUE FEZ PASSAR, PEGA A
PIZZA MIJA NO ROSTO DO RATO, O RATO O VOMITA
O QUE COMEU COM XIXI.

●●●

46
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

BOCA INFERNAL
Victoria Darkestrie

A
noite era um ótimo momento para sair de casa e se
divertir em bares ou baladas, um ótimo alvo para
os amantes do amor de uma única noite. Preencher
os espaços vazios da alma com o carnal, o mais simples e
puro prazer da luxúria que os seres humanos mais gostam.

Ethan era um dos rapazes denominados


"pegadores", jovem e de uma beleza estonteante, jamais
passara uma noite sozinho em seu quarto. E, um dos
motivos que mais se orgulhava: não precisava dormir duas
vezes com a mesma mulher. Gostava de dizer que seu
sorriso alinhado e radiante era o suficiente para fazer o
coração de qualquer uma se derreter, até mesmo daquelas
que se 'faziam' de difícil. Então, aquela noite não seria
diferente das outras milhares.

47
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Jogou seus longos cabelos loiros para o lado, a


música do bar estava alta ao ponto de incomodar uma
vizinhança inteira—e esse era o objetivo. Os corpos se
chocavam constantemente num ritmo frenético,
provavelmente havia mais de duzentas pessoas no recinto
e diversos alvos para o rapaz. Ele estava encostado numa
parede ao canto, o copo em suas mãos praticamente vazio
e Ethan já não pensava em pegar uma nova bebida.

Olhou um pouco mais ao redor, até seu olhar


encontrar uma bela donzela de cabelos negros e pele
pálida, tão pálida que ele jurou conseguir ver suas veias,
mesmo naquela distância. Ela não era seu tipo, parecida
deslocada daquele lugar ao utilizar roupas longas e soltas
do corpo, revelando somente a pele nua de seus braços
finos. Todavia, Ethan se viu incapaz de desviar o olhar
dela.

Tomou o restante de sua bebida já quente, e partiu


para o ataque se aproximando dela. Tocou gentilmente sua
mão, um arrepio percorrendo sua espinha ao fazê-lo como
se o alertasse que não era uma boa ideia. Porém, quando é
que o rapaz havia cometido um erro nessas situações?

— Olá, bela dama, está sozinha?

Disse num tom de voz alto o suficiente para chamar


a atenção dela.

48
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

A garota se virou, tirando outro suspiro com seu


rosto angelical. Deu um sorriso caloroso, trazendo ainda
mais luz para a sua beleza surreal. Ethan já sentia que havia
tirado a sorte grande, uma sorte que nunca havia
experimentado anteriormente.

— Estou, belo moço. Gostaria de algo?

Questionou num tom brincalhão, como se já


soubesse todos os pensamentos impuros e insanos onde ela
os protagonizava. Ethan se vangloriava por dentro, a
garota logo estaria a sua mercê pelas próximas horas.

— Quer beber alguma coisa... ou quer sair daqui e ir para


um lugar, somente eu e você?

Ela pareceu segurar uma gargalhada, seus olhos


brilharam junto com seu sorriso enorme. Parecia ter algo
errado em sua atitude, mas quem se importa?

— Diversão, certo? Sem nenhuma apresentação?

— Apenas diversão, e nunca mais nós veremos. — Ethan


logo respondeu, quase que sem pensar nas consequências
que aquilo iria trazer.

Sem mais enrolações, ambos saíram dali


rapidamente para se enfiarem em algum hotel barato que
estivesse disponível. Ao acharem, o loiro não perdeu

49
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

tempo em beijá-la assim que entraram no elevador e muito


menos se incomodou em parar de tocar seu corpo até
estarem no quarto.

Para sua surpresa, ela tomou as rédeas e o deitou na


cama, sentando-se em suas pernas. Ethan sorriu com a
atitude, gostava das agressivas.

A garota retirou a camisa de seu corpo, a usando


para amarrar os braços dele na cabeceira da cama.

— Tem esse tipo de desejo? Inesperado.

Comentou ele, completamente extasiado pela


luxúria. Então, a morena se pôs a rir histericamente ao
puxar o nó, a ação fez o sangue começar a parar de circular
para suas mãos, doendo absurdamente.

— Você está louca!? Solta isso.

— O que foi, docinho? Eu pensei que gostasse.

Antes que Ethan pudesse responder com ofensas,


ela parou diante à cama, retirando o longo vestido preto
que usava. Assim que se revelou, o rapaz passou a gritar
desesperadamente com aquela visão aterrorizante: o
estômago dela dava lugar para uma enorme boca, que
salivava constantemente.

50
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— QUE DIABOS É ISSO!? SEU MONSTRO!

A boca se abriu fazendo com que seu tronco fosse


para trás, um barulho alto de seus ossos quebrando atingiu
os ouvidos de Ethan.

— Chega!

A palavra saiu distorcida daqueles lábios


horrendos, uma enorme língua saindo para lamber o
sangue que escorria para fora.

Uma das mãos do corpo agarrou seu tornozelo, e


por mais que o loiro gritasse e se debatesse, tudo se tornava
completamente inútil. Aquele demônio tinha uma força
brutal. Uma dor enorme se alastrou por seu corpo, e ao
olhar para baixo notou que o pé agarrado tinha sido
devorado numa única mordida, os dentes afiados rasgaram
tudo sem um esforço sequer.

O sangue jorrava para todos os cantos, e pouco a


pouco todo o seu corpo era consumido.

ETHAN NÃO SE IMPORTAVA COM NADA QUE


PARECESSE ESTRANHO, MAS TALVEZ DEVESSE TER
SE IMPORTADO.

●●●

51
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

A PRIMAVERA DE CRIANÇA
Caio Violin

P
ensar em ser criança, é algo que quero, no início da
primavera e por isso faço essa aliança, com um jeito
único de ser.
Alegre, que vai ao encontro do mais infantil que
existe em mim.
Adentrar a esse percurso muitas vezes pode ser
dolorido, mas tenho uma estação inteira para resgatar essa
inocência que nunca saiu de mim.
Viver, viver e viver...esse é o meu lema de criança,
ir ao encontro do próprio eu, como se fosse um pássaro
livre que ao despertar, sai voando em busca de um lugar
para repousar.
Esse pássaro criança é meu caminhar, que vai
tecendo uma linda obra da minha vida e do meu
esperançar.

52
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Há uma criança que vive dentro de mim, precisa


desabrochar, renascer e precisa estar, estar, estar...
Mas estar o que na verdade? Isso não sei, quem vai
me contar é você.
Opa! Não esqueça que essa criança é você, chame,
grite, ela quer sair, alegrar, viver e acima de tudo; brincar!

E PARA TERMINAR,
TENHA FORÇA,
CORAGEM E
ALEGRIA,
NESSE SEU JEITO ÚNICO DE BRINCAR.

●●●

53
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

CONTO FANTÁSTICO
Yasmin de Souza

E
m um dia ensolarado numa bela manhã de uma
quarta-feira, em uma floresta encantada e cheia de
magia, havia um elfo chamado Colin com olhos
verdes, cabelos curtos, grisalhos e com relhas pontiagudas.
Colin morava em uma parte escondida na floresta cheia de
arvores roxas e com a possibilidade de curar quaisquer
doenças, sua casa ficava num lugar encantador e
certamente ninguém o encontraria ali.
Colin sempre foi muito sozinho, perdeu seu pai
numa armadilha de caçadores e sua mãe não aguentado o
luto, sucumbiu a solidão, não comia, não bebia, não saia e
assim acabou falecendo de tanta tristeza. Após perder seus
pais, Colin se manteve forte para cuidar de seu irmão
caçula, mas ainda sente uma grande tristeza ao lembrar de
seus pais que foram embora.

54
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Naquele dia, Colin andando pela floresta esculta um


baralho de passos, parecia estar bem próximo. O
sentimento de medo domina Colin, que fica nervoso e teme
ser um caçador. Criando coragem, resolve montar uma
armadilha, na qual, seu pai havia ensinado, antes de
falecer. Colin faz a armadilha e esconde-se, até que escuta
um grito bem alto:

— SOCORRO, SOCORRO, SOCORRO!

Colin ao escultar o grito de uma moça, vai até a


armadilha e diz:

— Quem é você? Por que está aqui?

Gaguejando de medo e assustada a moça responde:

— Eu... Eee....uuuuu.... Só estava andando pela floresta


acabei me afastando de casa e me perdendo.

Colin congela por um instante e observa a moça que


tinha uma pele negra, com olhos verdes claros, cabelos
longos e escuros. Interrompendo o silencio que havia se
formado a moça pergunta com lagrimas nos olhos e voz
embargada:

— Será que você poderia tirar-me daqui? Por favor. Faço


qualquer coisa.

55
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Colin sem dizer nada corta a corda que a pendurava


em uma rede, fazendo-a cair no chão com forte barulho.
Colin vendo o que fez pergunta desesperadamente:

— Machucou?

A garota tentando se levantar diz:

— Não, não. Está tudo bem. Só preciso fugir de casa.

Colin confuso responde:

— Como assim? Fugir? Você não tinha se perdido?

A garota desconfortável tenta responder:

— Olha, eu estou na verdade fugindo de um casamento


arranjado.

Perplexo elo o que acabara de escultar Colin


interroga:

— Então você fugiu para não se casar? É isso?

A garota responde rispidamente:

— Sim

56
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Colin olha fixamente para ela e seu olhos brilham,


sente um friozinho na barriga e não consegue parar de
olhá-la até que ela percebe e diz:

— Qual seu nome? Você ainda não me disse.

— Colin, prazer!

A garota encantada com o nome que acabara de


escultar diz:

— O meu nome é Elisabeth!

Colin com olhar de apaixonado responde:

— Bonito nome Elisabeth.

Sem graça a garota diz com sorriso no rosto:

— Obrigado! O seu nome também é. Olha se não for pedir


muito, pois, acabamos de nos conhecer, será que poderia
passar a noite em sua casa? Está escurecendo e ainda não
tenho para onde ir.

Colin espantado com a pergunta e meio sem jeito


responde:

— Eu não posso. Mas conheço um lugar que você poderia


ficar.

57
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Aliviada pelo que acabara de escutar a garota diz:

— Me mostre, por favor.

Colin segue em direção a um muro e ao passar atrás


tem uma enorme arvore cheia de flores amarelas e roxas,
ao puxar uma folha uma corda surge os dois puxaram-na e
logo subiram. Colin diz a Elisabeth:

— Olha a sua volta, o que você me diz?

Os dois acabara de subir na arvore da vida da


floresta, onde podia se ver toda a extensão da vida verde,
contemplando aquela riqueza Elizabeth diz com um brilho
no olhar:

— Que lugar incrível, muito bonito mesmo, nunca vi lugar


tão esplendido quanto esse.

Colin num estado de euforia diz:

—Este é meu lugar favorito. Além de confortável é muito


bonito. Agora veja aqui está onde você ira dormir

A garota encantada com a o que acabara de


acontecer em sua vida, e muito agradecida diz:

58
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— Está ótimo. Penso que podemos nos ver amanhã cedo, o


que acha?

Colin volta para sua casa deita em sua cama e


pensando no que havia acontecido começa a imaginar e se
questionar:

— Será que vamos ser amigos? Ela é muito bonita doce e


simpática, literalmente perfeita, mal posso esperar para vê-
la novamente. O que podemos fazer?

DIANTE DESSES QUESTIONAMENTOS CARO


LEITOR, SERÁ QUE ESSE VAI SER COMEÇO DE UMA
HISTÓRIA RUIM OU SERÁ UM COMEÇO DE UM
ROMANCE?

●●●

59
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

AURORA
Leonardo Lopes

E
m um reino distante localizado na Ucrânia uma
doença se espalhou e matou 40% da população do
reino. A enfermidade era mortal e matava as pessoas
à medida que transmitia entre a população, a praga era
conhecida de peste negra. A maioria das pessoas do reino
havia sido infectada pela doença mortal, até mesmo o rei.
E um ancião disse não havia cura para uma doença tão
infecciosa, mas que a única forma de se livrar da doença era
com um pedaço da escama de um dragão, muito raro.

O bicho era chamado de Barriga de Ferro


Ucraniano, a rainha mandou que matassem o dragão e
trouxessem todas as escamas que pudessem para curar a
todos do reino e o rei. Então, os quatro irmãos filhos do rei
partiram em uma jornada até a morte, sem garantia de que

60
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

iriam sair todos vivos da perigosa empreitada. Pelo


caminho, várias paradas para descanso.

Os príncipes aproveitavam para afiar as espadas.


Melhoravam seus escudos e rezavam para que voltassem
vivos para casa. Dos quatro príncipes herdeiros, todos
tinham personalidades diferentes. O mais novo era justo e
inteligente. O outro era inteligente e pensativo. Existia
também o mais sabido e esperto.

E por fim o mais velho era o mais forte e tinha sede


de poder. Esse era egoísta e mau-caráter. Na verdade, ele
só estava na missão para garantir que ela fracassasse. Para
que seu pai morresse e ele pudesse ocupar o trono. Os
irmãos iam cavalgando, entretanto, pelo caminho, foram
confrontados com criaturas malignas. Eles lutaram contra
legiões de Trolls, Ogros, Testralios, Gigantes e
Withwalkers.

Os soldados conseguiram chegar no começo do


território do dragão. Era uma floresta escura e densa,
vegetação sombria. Não tinha nenhum sinal de vida por ali.
A não ser bichos peçonhentos e rastejantes. Os soldados e
os príncipes sentiram um terrível odor fétido de morte. Já
estava anoitecendo, quando príncipe mais inteligente
avisou a todos para que parassem e começassem a montar
um acampamento. Claro que ratos e cobras não eram uma
ameaça tão grande para os príncipes e os soldados, mas

61
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

havia naquela floresta criaturas perigosas que habitam a


noite.

Os príncipes dormiam, tranquilamente, em suas


barracas. Enquanto isso, soldados vigiavam para que não
fossem atacados por alguma criatura. Noite adentro,
trocou-se os turnos e os soldados foram dormir. Os
príncipes assumiram as sentinelas. O príncipe mais justo
saiu para fazer uma ronda e seus irmãos ficaram vigiando
as barracas.

O príncipe mais novo vagava pela floresta pronto


para eliminar qualquer criatura que fosse uma ameaça, até
que viu uma luz forte vindo de uma parte mais clara da
floresta, de onde surgiu uma linda mulher. Ela tinha
cabelos brancos, como a lua. Olhos azuis e brilhantes, como
as estrelas. O rosto de um anjo. O infante real se aproximou
e perguntou a moça o que ela fazia naquele lugar tão
medonho, a mulher disse que havia sido enviada até lá
para lhe dar um presente.

QUANDO O PRÍNCIPE IA PERGUNTAR DO QUE


SE TRATAVA...

●●●

62
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

O SEIS
Otavio Grandi

E
ssa e uma estória como qualquer outra, mas,
contudo, entretanto e todavia, essa estória, não
termina com um final feliz.

Tudo começou quando ainda criança... Ops! Acho


melhor começar de outro jeito, depois falarei sobre o meu
passado, com riquíssimos detalhas, prometo.

Então, vamos lá: Vivi por muito tempo só, isso


mesmo, sozinho, sem amigos com quem pudesse
realmente conversar, sem primos, tios, vizinhos, irmãos e
até sem pais... Mais, até o dia seis do mês seis do ano de seis
mil, seiscentos e sessenta e seis, isto é, cerca de seis anos
atrás. Estava de carro no deserto do Saara e o carro
começou a falhar e apresentar pane. Parei o carro, desci e
vi que algumas coisas se quebraram no motor. Como não

63
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

tinha comigo um mecânico ou melhor passageiros,


preparei-me para empreender sozinho o difícil conserto,
era para min questão de vida ou morte, pois estava uns 66
Graus, todo o alimento e água que tinha só daria para seis
dias.

As seis e sessenta e seis daquela primeira noite


adormeci cansado do calor, tinha muita areia. A
cidadezinha mais próxima ficava milhas e mais milhas de
distância. Ou seja, estava eu, mais isolado que o náufrago,
perdido no meio do mar, distante de qualquer terra
habitada. Imagine então a minha surpresa quando ao
despertar as seis da manhã do dia seguinte uma vozinha
estranha me perturbando dessa forma:

— Ei, não se preocupe, tudo vai dar certo.

Surpreso, pus-me de pé, como atingido por um raio.


Esfreguei os olhos e olhei bem, vi ao fundo uma luz forte,
como se fosse a Luz do Sol. Talvez devesse ser uma ilusão
ou coisa da minha imaginação, mis parecia ser tão real.
Meio perturbado com o havia acabado de acontecer resolvi
voltar a consertar o motor. Não estava fácil, não havia todas
as ferramentas para isso. De repente quando estava
apertando um parafuso, ouvi novamente aquela voz, dessa
vez parecia estar mais intensa, e acrescentou:

— Querido, se não há ferramentas faça uma!

64
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Assustado, então resolvi responder a misteriosa


voz:

— Como vou fazer isso? Estou no meio do deserto, como


irei fazer uma ferramenta se aqui não há materiais.

Quando terminei de responder tudo ficou num


estremo silencio. Comecei a pensar que o que estava
escultando poderia ser uma ilusão novamente, mas quando
olhei para cima, observei no céu uma coisa caindo parecia
um pássaro carregando algo.

Chegando mais perto, resolvi correr atrás do


pássaro, até consegui segurá-lo, pude ver que era um corvo
que estava carregando a chave que precisava, com impacto,
de segurar aquela ave, quebrei meu dedo. Sentindo muita
dor, peguei a chave e fui arrumar o carro, até conseguir, e
só terminei no sexto dia, as seis horas e seis minutos.

TERMINADO CONTINUEI MINHA AVENTURA


SEMPRE PENSANDO O QUE SERIA AQUELA VOZ NO
DESERTO QUE ME SALVOU? POR QUE ESSA
COINCIDÊNCIA COM NÚMERO 6?

●●●

65
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

PRIMÓRDIOS UNIVERSAIS
Luyz Gabriel Oliveira

E
xistia um homem, musculoso, inteligente, charmoso
e orgulhoso de si mesmo, sempre se achava
melhores que os outros, por causa de sua força. Sua
pujança era tanta que poderia puxar até um carro com uma
simples corda.
Certo dia, resolveu construir um equipamento para
musculação superpesado, ao iniciar o projeto desenhou
várias partes do equipamento muito complexo. Depois de
vários dias tentando realizar o projeto, desanimou, pois,
diante da sua situação de pobreza, não conseguia dinheiro
suficiente para comprar as ferramentas necessárias para
execução do projeto. O homem era conhecido como Jorge
e ficou pensando consigo mesmo: “Quando e como vou
conseguir construir meu projeto?”

66
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Diante desses pensamentos, passaram-se três meses


e ao perceber todo esse tempo e o dinheiro que tinha
gastado Jorge fica furioso. Foram meses de sua vida
trabalhando em um projeto caro, nessa subida raiva Jorge
enlouquece, começa a rasgar e quebrar todas as coisas que
havia construído até aquele momento. Em meio a esse
estresse começa a ter vários surtos psicótico, rasga com os
dentes todo o desenho do projeto, amassa, pica e começa a
comer enfia tudo na garganta e começa a gritar
demasiadamente:

— AAAAAH AAAAHA AHAHAAAAA

Diante desse momento de surto, Jorge sente algo,


algo capaz de atravessar seu corpo. Ao sentir isso toma
consciência e sente-se forte novamente, isto é, sente-se um
homem resolvido e começa a falar sozinho:

— O que será isso? Que é sensação maravilhosa será essa?

Jorge sente o ar ventando como nunca, percebe o ar


fazendo parte do seu corpo literalmente, então, começa a
ter consciência do lugar e percebe que estava flutuando em
um lugar cheio de luz, brilhante, era um lugar
aconchegante. De repente um homem aparece em sua
direita e o cutuca no ombro, ele vira rapidamente e olha
para lado vê o homem e assusta, era um homem gigante
musculoso, fortemente bombado, seu nome era João.

67
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

João chama Jorge e começa a contar sua própria


história:

— Meu jovem, sou aquilo que na terra vocês chamam de


Deus, mas meu nome é João na verdade. Era um homem
como você na terra, trabalhava como professor de música,
malhava, tinha esposa e filhos, mas, quando descobri a
morte de minha mãe entrei numa profunda depressão, não
queira comer, não queria malhar, trabalhar e nem viver.
Queria na verdade me esvaziar dessa energia negativa que
estava tendo, então, em um sábado, resolvi ver a paisagem,
subi em cima do prédio mais alto da cidade, fui indo para
a beirada do prédio, quando então tropecei e cai, acabei
morrendo. Era uma profunda escuridão, quando acordo,
vejo que estou num lugar quente, cheio de fogo e
sofrimento. Tinha demônios e pessoas sendo torturadas,
fui então até uma cela de tortura e lá fui torturado por
meses. No meu último dia lá, eu senti uma energia
maravilhosa, senti algo incrível, comecei a destruir aquele
lugar, verdadeiramente destruí o inferno, matei vários
demônios, salvei inúmeras pessoas que se arrependeram
de seus pecados e fui capaz de criar um céu, as pessoas
tornaram-se aliados, aquilo que vocês conhecem como
anjos.

Jorge após ouvir essa incrível história e admirado


pergunta:

— ÉÉÉ... E o que eu tenho a ver com isso?

68
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

João busca responder a indagação de Jorge:

— Eu fiz você vir até aqui, pois, percebi que você estava
em sofrimento na terra, eu mesmo matei-o e libertei-o
desse mundo terrível de sofrimento que é a terra. O motivo
é porque hoje farei você virar Deus, mas, antes disso tenho
uma missão para você. É preciso que lute com Lúcifer, o
Deus dos infernos.

Jorge não compreendendo a proposta começa


pensar sobre a possibilidade ser ajudante de um Deus e
solta um grito:

— ESTÁ MALUCO! Lutar com Lúcifer? O diabo?


NÃOOO!

João energicamente diz em tom energético:

— SIM E PRONTO.

Deus João ao terminar de dizer a frase


teletransportar Jorge para uma ARENA DE PVP. Lúcifer já
estava lá preparando-se, milhões de demônios e anjos
estavam nas arquibancadas assistindo a luta. Jorge começa
a entrar em desespero e pensa “esse tal Deus está fica
louco” novamente ele começa a entrar em surto e grita
demasiadamente:

69
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— AAAAH AAAHAAAAH

Lúcifer ao escutar o grito começa a ficar assustado,


Jorge continua:

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

O grito de Jorge era tão forte que os decibéis vão tão


alto que chega aos ouvidos de Lúcifer de uma forma tão
rápida que ficou perturbado e tentava se matar, gritando:

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

O juiz da luta, diz a todos:

— O que está acontecendo? Meu Deus, Lúcifer está


sofrendo com os gritos?

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Ao perceber o que estava acontecendo, Jorge


concentra-se em suas cordas vocais, transferindo todo seu
fluxo de poder para sua garganta e soltando o grito mais
alto do mundo:

— HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Lúcifer a o sentir toda aquela energia morre, Jorge


vence a luta, com um simples grito.

70
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

E ESSA FOI A HISTÓRIA


DO HOMEM QUE MATOU LÚCIFER...

●●●

71
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

O caos gestou o mundo


Carl Neto

N
o começo dessa história existe um "Deus",
chamado de Abyss e comandava o vazio. Ele
criou mais quatro "deuses". A primeira
divindade, Heracles, deusa do Ar. A segunda, Nexous,
deus do Fogo. A terceira, Mary, deusa da Água. Por fim,
Merges, deus da Terra.
Juntos, eles poderiam criar vários filhos. Bastava
juntar as forças divinas, para gerar outras forças singulares
e onipotentes. O Magma, Neve, Fumaça entre outros filhos
poderosos.
Os Protagonistas são os humanos, eles conseguiram
obter uma tecnologia que é capaz de um humano normal
ficar com poderes onipotentes, ou Elementais, dado a
alquimia de forças naturais, manipuladas por deuses.
Eles descobriram uma fonte de sabedoria imensa.
Encontraram um mito que, se você colocar uma pessoa com

72
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

poucos anos de vida em qualquer lugar do mundo, essa


pessoa recém-nascida adquire o poder de onde ela estiver
morando no momento. Por exemplo, bastava deixá-la perto
de um vulcão para ter o poder do fogo e da terra. Dava até
para produzir uma bomba nuclear Elemental, capaz de
rachar o mundo quase ao meio.
Em 2700, aconteceu uma guerra chamada "A Guerra
Elemental". Essa guerra não durou muito tempo. A pessoa
que jogou a bomba nuclear Elemental acabou rachando ao
meio à Terra.
O planeta ficou sem gravidade e todos os humanos
morreram. Bem antes do fim, deixaram toda sabedoria
numa capsula, carregada por uma nave à deriva no espaço.
Passado cem décadas, a astronave foi localizada por
outros seres. Na abordagem, descobriram que não havia
tripulantes, apenas uma capsula. O chefe da tripulação
ordenou, então, que seu filho Mike tentasse abrir o
equipamento, já que era expert no assunto.
Depois de três horas, de puro esforço intelectual, ele
conseguiu abrir a capsula, mas resistiu a ideia de
comunicar ao pai. Curioso, queria saber o que havia dentro
do equipamento, especialmente, as informações. Tão logo
tomou pé do que havia, Mike fechou e escreveu a senha em
um papel, cujo números eram 7095821.
Meio sem jeito, entregou ao pai, que agradeceu
“bom trabalho filho". Mike, três semanas depois, resolve
colocar em prática as informações dos deuses, e se torna um
deles, um ser Elemental. Consegue desenvolver poderes da

73
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

escuridão, caos e abismo, esses poderes eram do deus


Abyss, o primeiro de todos os deuses.
Certo dia, Mike vai à escola e no recreio ele viu uma
garota chamada de Lucy. Ela tinha fama de sofrer bullying
no ensino médio. Mike tenta proteger Lucy, mas quando vê
é violentado e espancado até ficar fraco, caindo numa
verdadeira escuridão.
Diante da violência sofrida, Mike resolve treinar,
sistematicamente, conseguindo se regenerar com a
escuridão em sua volta. Depois de dois meses, Mike fica
treinando para ser forte e mais resistente. Após dois dias,
Mike vê Lucy sendo “bullinada” novamente por aqueles
caras, ao se aproximar da um soco na cara para defender
Lucy, os caras retribuem com muita porrada, mas Mike não
senti nada e diz:

— Agora é minha vez de bater.

Mike balançou sua mão esquerda e abaixou-a


rapidamente fazendo uma forte ventania deixando todos
que estavam bulinando-a com medo. Mike consegue,
assim, a popularidade e respeito de repente de todos os
colegas.

Na escola, os colegas de Mike escutaram que sua


força era advinda dos sucessores de Deuses antigos. Mike
se assusta com essa descoberta e acabou ficando com raiva
dessas criaturas e de sua força.

74
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Queria confrontar esses deuses, mas ele não era


poderoso o suficiente, precisaria de mais poderes para
conseguir derrotá-los. Mike procura Kratos, o Mestre da
arte da Luta, que o treina para que ele conseguisse derrotar
esses deuses com alguma ajuda. Kratos ensina a Fúria de
Sparta, a qual consiste em deixar mais forte e mais
resistente Mike para ataques.
Mike tentava e não conseguia até que um deus vem
atrás dele para matá-lo. Fugia para não ser pego, enquanto
fugia, viu Lucy sendo espancada por um deus. Revoltado
Mike desperta a fúria de Sparta, só que na versão sombria,
no qual daria mais força e ainda mais poder.
Diferente do que Kratos havia ensinado, Mike,
motivado pela raiva desperta uma fúria marcada pelo
Abismo. Ele então derrota três dos vinte deuses. Sabendo
do tamanho da sua força resolve derrotar todos os deuses.
Ao conseguir derrotar todos os deuses que conhecia fica
muito machucado, mais pensando que tinha acabado
apareceu o mais poderoso de todos, o Abyss o deus do
Vazio.
Nessa luta final, Mike estava muito fraco e
machucado e sem ter o que fazer para proteger a cidade do
céu, ele cai no chão sem forças. O deus do Vazio tinha
habilidade de tirar o poder de quem ele quisesse, vendo
Mike no chão aproxima dele e começa a tirar todo seu
poder. Sem forças e quase semimorto, Mike não consegue
fazer nada. Vazio então consegui esgotar todo poder da
alma de Mike, deixando-o com uma simples alma humana.
Muito furioso, Mike, decidi falar a verdade com sua

75
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

própria alma humana, inclusive da capsula, que estava a


história dos deuses do começo e o fim.
Na conversa com sua própria alma, Mike fica
sabendo da existência de um deus desconhecido, bem mais
velho do que o deus do Vazio, tem uma origem
desconhecida, esse deus, era nada mais nada menos que o
próprio Jeová. Sendo o criador de tudo e de todos. Jeová é
completamente, o Deus dos deuses. Jeová foi aquele que
criou Abyss e Abyss é aquele que criou os quatro deuses
que compõe os elementos terra, água, fogo e ar. Esses
quatros elementos fizeram outros deuses e se fundiram
para fazer mais e mais. Depois vieram os sucessores dos
deuses antigos, os sucessores fizeram o mesmo até chegar
na existência de todos os deuses conhecidos.
Mike semimorto percebe que na conversar com sua
alma humana, está desacordado a uns quatro minutos,
quando tenta recobrar a consciência começa a aparecer
uma aura de luz em sua volta.
O Vazio vendo o que está acontecendo se assusta
com o tamanho do poder que surge do nada e fica envolta
de Mike. Vazio toma consciência que Mike só pode ser o
verdadeiro herdeiro de Jeová, um deus que foi capaz de
derrotar o filho de Abyss por cinco vezes. Em outra
existência de milênios anteriores o filho de Jeová derrotou
cinco vezes os filhos de Abyss e aquilo estaria preste a
acontecer novamente.
Mike se levanta e com toda aquela força solta raios
em direção ao Vazio que o atinge com um tremendo
impacto sendo capaz de colidir com o espaço e o tempo,

76
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

criando uma fenda. O impacto reseta o universo no mesmo


instante, confrontando e mudando as realidades de todos
os universos. Vazio levanta do golpe e quando vê Mike está
indo em sua direção com o soco universal. Vazio ao receber
tamanho impacto de pura energia cai no chão. Mas
recupera forças e retribui os dois ataques com um chute nas
costas de Mike, ferindo-o brutalmente, pois abre um buraco
de pura luz. Mike então cai bruços, novamente come poeira
e percebe que pode pegar ainda mais força da terra, assim,
não desiste e tenta novamente se levantar, Vazio de
surpresa atinge-o com um chute e Mike explode de pura
luz.
Depois da derrota, Mike, observa o escuro total, isto
é, sua visão foi escurecida e ele não sabia o que fazer e então
aceita seu fim. Em algum momento depois de explodir vira
pó, que fica sobre a terra do local, após dois dias, Mike
ressuscita, pois foi contemplar o próprio Jeová e trouxe
assim um o imenso poder do universo. Vai até o Vazio e
com um simples sopro, vaporiza o sucessor do Abyss (deus
Vazio), com sua nova forma de existência torna o ser mais
poderoso de todos os universos possíveis e assim acaba
com todos os deuses.

POR ENQUANTO...
ESSE É APENAS UM NOVO COMEÇO OU
SERÁ QUE NÃO?
MAIS AGORA É UM FIM...

●●●

77
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

OS LORDERIANOS E
OS MANDALORES
Felipe Nora

E
ra uma vez num lugar muito distante chamado
Montanhas de Lukins. Lá havia dois povos
completamente diferentes. Os Lorderianos e os
Mandalores. Esses povos acreditavam em dois deuses
diferentes, o deus Hito e o deus Lukin.
Esses povos acreditavam em deuses diferentes e
acabavam não gostando um do outro. Ambas as
populações, tinham algo em comum, acreditavam que
depois das grandes montanhas de Lukins, havia um lugar
mágico e cheio de tesouros e riquezas. Lá eles chamavam
de Valhalla.
Então, os dois povos queriam ir para lá, mas havia
grande dificuldade para chegar naquele lugar. Tinham que
caminhar enormes montanhas. Depois disso, tinham que

78
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

passar por uma floresta. Lá havia algo desconhecido, já que


todos que foram e passaram por lá, nunca mais voltaram.
Os Mandalores acreditavam que lá havia uma fera
enorme, que se escondia nas sombras das árvores, algo
como se fosse vento passando, mas que matava todos que
pisavam pela primeira vez por lá. Já os Lorderianos
achavam que a magia dos deuses proibia. Eles pensavam
que só uma pessoa digna poderia chegar perto das magias
dos deuses. Porém, todos que lá estiveram não eram
pessoas confiáveis e erravam, quando lá chegavam. Os
Lorderianos acreditavam que alguém iria nascer perfeito e
de coração puro.
Os Mandalores queriam Valhalla por poder e
ganância. Os Lorderianos queriam Valhalla mais por
sabedoria e para protegê-la dos Mandalores. Mas como os
Mandalores ficavam mais perto das montanhas, os
Lordeiranos não podiam fazer grande coisa. Pois os
Mandalores tinham mais magia e mais poder que os
Lorderianos. Mesmo assim, os Lorderianos não se
rendiam.
Então, durante muito tempo, os povos se
encontravam para batalhar juntos.
Mesmo com tantas dificuldades para o lado dos
Lorderianos, eles não se rendiam, a guerra sempre
ocasionava num empate para ambos os lados. Com esse
empate, o chefe dos Mandalores chamado Leonard, propôs
o seguinte ``eles não batalhavam até se passar 500 anos``.
Com isso, ambos os lados podiam treinar o bastante para
acabar com um lado vencedor. Mas o chefe dos

79
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Lorderianos chamado Alu não aceitava a proposta, pois


queria que todos se unissem para o desafio de ir a Valhalla.
Leonard não gostava dessa ideia, queria dinheiro e poder,
investindo na guerra até vencer seus opositores. Então,
depois da última guerra, os Mandalores se curavam e
pensavam numa maneira de acabar com esse embate.
O chefe Leonard como sabia que Alu era bondoso
demais para continuar a guerra, ele pensou em um plano
para acabar com os Lorderianos. Então, que Leonard foi até
Alu sozinho, para aceitar sua proposta e ele sinalizou que
sim. E Alu muito feliz resolveu comemorar com uma
grande festa na divisa entre os dois países. Os Lorderianos
preparavam suas coisas para a festa, mas nem todos foram,
pois achavam que tinham algo errado acontecendo.
E lá foram os Lorderianos se encontrar com os
Mandalores para essa grande festa. Chegando lá, os
Mandalores já estavam lá mais era um número tão
pequeno, mas Alu não ligava, pois Leonard avisou que os
outros iam chegar mais tarde. Enquanto eles festejavam, as
pessoas que ficaram na vila. Lorderianos viram no
horizonte soldados Mandalorianos chegando lá armados,
soaram as trombetas da guerra.
Alu se virou e percebeu que era uma emboscada,
porém, por sorte dos Lorderianos. Leonard não sabia que
havia ficado os guerreiros Lorderianos. E lá começou algo
que mais para frente se chamaria ``A Grande Guerra´´. E lá
foram os Mandalores tentando invadir a vila dos
Lorderianos, mas como não sabiam que havia guerreiros
Lorderianos lá.

80
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Acabaram perdendo. Leonard, como não esperava


que havia só guerreiros, mandaram seus soldados irem só
com espada para matar os inimigos. Ao verem os
Mandalores sem seus escudos, os Lorderianos usaram
arcos e flechas, acabando com o exército de Mandalores.
Enquanto acontecia esse massacre, Alu ficou
irritado com Leonard e acabou indo para cima dele. Como
Leonard, por mais ambicioso que fosse, agiu antes,
partindo para cima de Alu. Leonard mandou todos
Mandalores partirem para cima dos Lorderianos, tentando
numa tacada final acabar com os empates das batalhas.
Os guerreiros que estavam na vila lorderiana, foram
até Alu para ajudar seu povo na Grande Guerra. E lá iria
acontecer a grande vitória de um dos povos.
Os soldados e guerreiros batalhavam entre si. Alu
foi até Leonard para ter respostas do "porquê ele traiu sua
confiança". Leonard disse após ouvir isso "Alu achou
mesmo que eu iria ficar do seu lado´´. Alu após, ouvi-lo,
partiu em direção do adversário. Estava tão furioso que só
queria vingança. E Leonard deu um sorriso irônico, já que
era o que ele queria lutar a sério com todas suas forças. E
lá foram batalhar Alu e Leonard.
Alu usando toda sua força e magia lançou um dos
seus poderes mais forte em Leonard, porém sem efeito e
Leonard adquiriu um conhecimento sobre a magia usada
por Alu. Alu desferiu uma magia forte e obteve uma
sabedoria enorme do oponente.

81
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Sem perda de tempo, Leonard feriu Alu com a


espada. Mesmo assim, Alu teve seu momento de atingir
Leonard, e reuniu toda sua força restante para atingir
Leonard. Com seu feitiço desconhecido por todos que
haviam por lá. Após lançar esse feitiço, acertar Leonard,
Alu acaba caindo pois usou toda sua força nesse único
golpe. Quando o feitiço pegou em Leonard, ele acaba
voando com tanta pressão do ataque de Alu, com tanta
força, que Alu acabou abrindo um buraco na barriga de
Leonard, onde também não conseguiu se mover de tanta
dor e sangue escorrendo.
Então, após Leonard e Alu estarem acabados, os
povos ainda batalhavam, mas, por sorte, por causa que os
Mandalores invadirem a vila de Lorderianos, sem grandes
armamentos, quem estava com vantagem numérica eram
os Lorderianos. E Alu mesmo com um grande corte na
barriga caminhou até Leonard e disse a ele "você foi um
bravo guerreiro lutando, eu admiro você, por isso".
Com um sorriso, Alu acaba caindo ao lado de
Leonard, e ambos acabam morrendo depois de sua grande
luta. E com Alu e Leonard mortos, os Lorderianos acabam
vencendo a Grande Guerra, e assim dando um fim a
Grande Guerra, e deixando para que futuras gerações
encontrem Valhalla.

●●●

82
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

MEU QUERIDO VAMPIRO


Letícia Natália Zogno

N
uma noite, tão escura como seus olhos, tão fria
como sua pele, lá estava eu, presenciando algo
que nunca tinha visto em meus 25 anos de vida.
Era ele... eu não queria acreditar no que estava diante de
meus olhos.

— Como ele pode?

Em um suspiro sai minha fala e de repente vejo


aqueles olhos me cercarem, meu coração já estava
disparado e antes que eu percebesse, tudo se apagou.
Às 6h, acordo com meu despertador soando, sem abrir
meus olhos desligo-o. Levanto-me e passo minhas mãos em
meus cabelos, estava toda soada e minha cabeça estava com
uma dor insuportável, da qual sinto a tempos.

83
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

— De novo esse sonho?!

Falo para mim, quando olhava em volta, estava em


meu quarto, a luz batia na janela e um raio de sol passava
entre as cortinas. Levanto-me e faço minhas higienes
matinais:

— Soube da notícia? Indaga, Miguel.

Miguel fala entrando no meu quarto com seu


notebook na mão. Miguel é meu melhor amigo desde
criança.

— Não, o que foi dessa vez?

— Ouve outro assassinato... e de novo é a mesma história


de sempre, a vítima ficou sem nenhuma gota de sangue em
seu corpo.

Narra Miguel.

— Isso é loucura... como isso pode estar acontecendo, não


é normal

Me perco em meus pensamentos sobre meu sonho


outra vez. Ouço Miguel falando ao fundo quando pego
meu celular e vejo a hora.

— Merda! Já estou atrasada.

84
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Falo rápido, deixando o garoto em meu quarto


calado. Corro para meu guarda-roupa, pego uma camisa e
uma calça. Visto-me correndo, calço o meu tênis, amarro
meu cabelo e vou para a cozinha, pego apenas um pão e
uma maça.

— Tchau!

Grito da porta mesmo e saio às pressas, já ia ser a


quarta vez que me atrasava só esse mês. Pego meu ônibus,
que, por sorte, ainda não havia passado e sigo em direção
ao trabalho.
Meu serviço é numa cafeteria, pouco longe de casa,
da qual acho que não irei mais trabalhar, caso continue
atrasando desse jeito.

Chegando lá, entro pelos fundos, coloco minhas


roupas e saio. Vejo Eduarda, minha colega de trabalho no
balcão atendendo os clientes, chego perto dela ficando ao
seu lado.

— Sorte sua que o chef ainda não chegou.

Disse Eduarda. Enquanto ela fala, serve o café para


o cliente.

— Vai ser a última vez.

85
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Retruco para Eduarda.

— Você disse isso ontem, e semana passada também.

Ironiza Edu, dando risada.

— O próximo é meu.

Disse a ela. Falo antes de ver quem era... era um cara


alto, com seus cabelos negros, olhos da mesma cor e sua
pele branca, se não estivesse se mexendo acharia que
estaria morto, mas... está ali, bem na minha frente... era tão
belo...

— Bom dia?!

Pisco algumas vezes quando ouço o mesmo falar e


Eduarda me cutucando.

— É, Bom dia! Bem-vindo! O que vai querer?

— Um café com leite, por favor.

Anoto seu pedido e vou fazer seu café, seus olhos


eram tão escuros e tão penetrantes que estava me dando
arrepios daquele homem olhando para mim. Término seu
café, ao entregar na mesa ele antecipa e vai pegar, sua mão
encosta nas minhas e um choque se passa por elas, sua mão
é tão fria que parecia ter sido tirada de um freezer, e olha

86
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

que ainda estava quente aquele dia. Tiro rapidamente


minha mão da sua e volto ao meu trabalho, quando vejo ele
está indo embora.

Te perder foi a coisa mais difícil que me ocorreu, sempre que


te vejo, vejo cada parte da nossa memória que morreu.

O resto do meu dia foi chato, almocei e voltei a


trabalhar, quando voltei para casa já era 20h30, estava
cansada de mais para fazer qualquer coisa, tomei um banho
e me deitei, ficando no celular. Até que Miguel entra de
repente em meu quarto dizendo.

— Se arruma, iremos sair.

— Não estou com vontade...

Me viro para o outro lado dando um gelo nele.

— Não perguntei se queria ir.

Miguel, me pega pelos braços e me faz levantar


dizendo:

— Mandei se arrumar, iremos sair.

— Aonde vamos, senhor mandão?

87
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Vou para o banheiro escovo meus dentes e arrumo


meu cabelo e Miguel diz sentado na cama:

— Me chamaram para sair, e eu disse que levaria uma


amiga, e a pessoa que me convidou vai levar um amigo
também.

— Você tem que parar de se meter nessas coisas, eu não


queria sair hoje Miguel.

— Amiga essa é a questão, o rapaz é um gato, e o amigo


dele também é.

— Uau... Finalmente está interessado em alguém?

— Não sei, vou ver no que vai dar.

Término de me arrumar para o bar que iriamos


encontrar eles. Entramos lá e era muito movimentado,
tinha gente bebendo, comendo e até fumando, mas tinha
uma coisa, ou melhor, uma pessoa que me chamava a
atenção naquele lugar inteiro, que não parava de olhar.

— Gostou?

Perguntou ele, arregalo meus olhos e balanço a


cabeça como se não estivesse entendendo. Quando vejo
dois homens estão vindo em nossa direção, um deles era o

88
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

mesmo homem da cafeteria, que eu estava babando agora


pouco.
Ele estava com seu cabelo desarrumado e uma
jaqueta preta, sua camisa branca e uma calça jeans colada
marcando bem seus pontos mais interessantes, meus
deuses, que homem!?
Do lado dele estava um homem um pouco mais alto,
acho que eram do mesmo tamanho, seus cabelos eram
grandes também, sua pele era tão branca quanto a de seu
amigo, ele estava usando uma camisa larga estampada e
uma calça jeans clara. Aonde foi que ele achou esses deuses
gregos??

— Olá.

O maior fala sorrindo, e que sorriso lindo, indo para perto


de Miguel.

— Aah. Esqueci de falar, esse é Luan.

O homem da cafeteria disse apontando para o maior ao seu


lado no qual cruzou em minha frente

— Meu nome é Gabriel, prazer em conhecê-la.

Esse homem lindo me lançou uma piscada. Esse aí sabia


como mexer com uma garota na hora minhas pernas
fraquejaram e meu coração disparou de tal maneira que até
a tensão de minhas respirações aumentaram. Parecia que

89
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

ele sabia como estava me sentindo, por que logo depois, ele
sorriu de lado, isso foi o bastante pra mim ficar sem
palavras.
Miguel interrompe aquele silencio dizendo:

— Então... vamos para a mesa?!

Sorri, Gabriel retribui e Miguel me puxa pelo braço


e falando em meu ouvido para me segurar, naquele
momento começo a rir de nervoso. Chegando à mesa nós
nos sentamos e Gabriel ficou ao meu lado com seu braço
atrás de meu banco, dava para sentir seu perfume. Ele
chegou perto do meu ouvido, me arrepiei todinha quando
senti seu calor e percebi que ele estava sentindo meu cheiro,
do nada ele coloca meu cabelo para trás e nesse momento
sinto a frieza de sua mão em meu pescoço, senti um
desconforto e fechei minhas mãos e comecei a pensar o
porquê estava sentindo aquilo? Saio de meus pensamentos
quando ouço Gabriel falar.

— Está linda hoje.

Sua voz era rouca e um tanto grossa, o que me fez


sorrir e olhar direto para ele, tão perto que deu para sentir
sua respiração, nossos olhos se encontraram e bem lá no
fundo senti como se já estivesse vivido aquele momento,
porém diferente, como se ele não me fosse estranho.

—Obrigada!

90
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Minha voz saiu baixa, porém alta o suficiente para


que ele possa escutar, pedimos nossas bebidas e
conversamos a noite toda, nem me importei pois amanhã
seria minha folga. A noite foi passando, Gabriel e Eu
ficamos trocando olhares e sorrisos, mais já Miguel e
Luan.... bom, já estavam até se beijando. A meia noite meu
sono bate e começo a bocejar.

— Se quiser te levo você para casa.

Quando ia responder ou até mesmo ouvir ele falar,


Miguel nos interrompe.

— Ela aceita, irei estar ocupado mais tarde.

Vejo um sorriso brotar em sua face e Luan sorrindo


junto, quando eles se olharam já tinha entendido. Pagamos
a conta e nos despedimos do pessoal, fomos o caminho de
casa inteirinho conversando. Nem o conhecia direito, mas
já gostava de sua presença. Ficamos falando por tanto
tempo que nem percebi quando cheguei em casa, ao virar
para me despedir sinto sua mão puxar minha cintura e seus
lábios me beijarem, retribuo seu beijo, ficamos assim por
alguns segundos quando ele morde minha boca, sinto um
gosto de sangue, quando eu pensei que ele iria parar, ele
começa a tomar o sangue que escorria de meus lábios.

91
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Ao sentir o doce sabor de seus lábios. Ao sentir o seu toque


sobre minha pele. Senti meu coração errar as batidas. Olhei o céu
vazio sem estrelas, sem brilho. Como o vazio de seus olhos. Me
pergunto, quando se tornou tão frio?

No dia seguinte, acordo com uma dor enorme em


meu corpo, tinha vermelhos e roxos por várias parte, me
assusto de primeira, mas logo lembro da noite passada,
veio logo um flash back da noite anterior. Deito-me na cama
em meio aos sorrisos, levando e vou ao banheiro, lavo meu
rosto e vejo no espelho, meus olhares que desce ao meu
pescoço e vejo algumas marcas, não só “roxos”, mas
também mordidas? O que? Mordidas? Passo a mão por elas
e sinto uma pequena dor, procuro por mais em meu corpo,
mas só vejo lá. Me sento na cama pensando, olho para o
lado e o observo, sem querer digo:

— Ele ainda está aqui?

Vejo algumas peças de roupas ainda no chão, e vou


para a cozinha, pode parecer meio clichê até para mim que
gosta de um romance, mas, lá estava ele, fazendo o café da
manhã, sinto um cheiro maravilhoso no ar e ali está, apenas
de calça na minha cozinha, se isso for um sonho, por favor
não me acorde.

— Gosta do que vê?

92
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Ele me olha e eu tomo um leve susto ao ouvir suas


palavras.

— Que?

— As panquecas!

Ele aponta para a bancada.

— Ah.... sim! Uau... elas estão lindas.

Ele dá um sorriso de lado e volta a olhar a panela no


fogão.

— Só não tão lindas quanto você.

Gabriel fala baixo e dá um sorriso.

Seu toque em minha pele. Me marcando em cada passo.


Estou... dançando com o diabo.

Terminamos o café, Gabriel vai embora e o dia vai


passando devagar, já eram 14h quando ouço a porta sendo
aberta, era Miguel que estava com um sorriso em seu rosto,
logo pensei quer dizer que a noite foi boa, quando me vê
ele vem correndo até mim e pulando.

— Acho que a noite foi boa por sinal.

93
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Finalmente ele para e se senta e pergunta.

— Como foi a sua noite?

— Boa e a sua?

— Boa também.

Nós nos olhamos e ao mesmo tempo sorrimos e


gritamos

— FOOOOI OOTIMA!

Miguel diz rindo:

— Não acredito cara.... ele é tão.

— Se eu mandar mensagens para eles será que eles


respondem e aceitariam se encontrar com a gente?

— Melhor não... manda amanhã, ainda é muito cedo

— Tem razão, vou tomar banho, depois nos falamos.

— Já que você vai para banho, vou ao mercado.

— Está.... AAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Começo gritar despertando e penso.

94
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Aqui estou eu de novo. Nesse pesadelo. Tento


correr, mas sempre tropeço. Tento gritar, mas minha voz
falha. Aqui sei que não tenho esperanças. Quando
finalmente vejo a lua, minha lua. Era você. Bem na minha
frente, tento gritar, mas não consigo, tento te alcançar, mas
parece que é inalcançável. Te vejo ir. Sem olhar para trás.
La eu sabia que era tudo passageiro.

Meu querido Vampiro. Sei que não pode ser meu.


Mas também sei que irá voltar. Como sempre volta em
meus sonhos. Somente lá posso te ter para mim, somente lá
posso te reencontrar. Nossa história ainda não acabou, mas
para você, deixo esse último verso de amor.

Varria para longe.


De passado e memória.
Talvez seja esse o fim da história?
Onde consigo ver nossas almas se distanciando?
Deixe o céu cair. E nossos corpos se desintegrarem.
Será que passaremos por isso juntos?
Mesmo nos mantendo de pé vejo ele cair aos poucos.
E MAIS UMA VEZ... "ESTAMOS LOUCOS".
E NÓS DISTANCIANDO AOS POUCOS.

●●●

95
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

POSFÁCIO

A
o ler esses pequenos escritores de uma escola
pública da periferia de Campinas, pode-se
imaginar o surgimento de importantes escribas.
Podemos estar diante, sem nos darmos conta, de um
Carlos Drumont de Andrade, Machado de Assis, Cora
Coralina, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Lima
Barreto, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Oswalde de
Andrade, Mário de Andrade, Adélia Prado, Carolina de
Jesus, Bell Hooks. Por que não? A literatura lida com
nossas impossibilidades, e nos aproxima de nossas
utopias, e toda vez que nos aproximamos dela, ela se afasta
novamente para continuarmos seres utópicos, sonhadores
e realizados.

Nossos futuros escritores: Erik José Ferreira – 1ºA,


Leonardo Lopes de Souza 1ºA, Yasmin Pinheiro de Souza

96
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

– 1ºA, Letícia Natália Dos Santos Zogno – 1ºA, Felipe Nora


da Silva – 1º NT, Otávio Fernandes de Lima Grandi– 1º NT,
Luys Gabriel Oliveira dos Santos – 1º NT, André Valentim
Pedrozo Filho – 2ºA, Bianca Corsetti Santos – 2ºB, Gustavo
Baltazar Vericimo de Sales – 2ºB, Victoria Oliveira de
Souza – 2ºB, Ana Beatriz Duarte C. Assis Silva – 3ºA, Carlos
Gomes Barreto Neto – 3ºA, Daniel Augusto Pereira de
Oliveira – 3ºA, Professor Caio Felipe Gomes Violin.

Sim, eles podem vir a ser escribas. É preciso, porém,


lapidar. A última Flor de Lácio sempre renasce, linda, bela
e vulgar, mediante a simplicidade de seres especiais e de
onde menos se espera. A criatividade é uma dádiva e
precisa ser cultivada. Este livro tem como objetivo semear
tais utopias.

E como sementes lançadas no solo do conhecimento, há


tempo para germinar ideias, tempo para crescer troncos e
galhos de seus saberes e, principalmente, dar os frutos tão
esperados de suas tramas. Cá na tenra idade, chamá-los de
escritores e escritoras, não parece exagero ou uma atitude
pretenciosa, já que o plantio foi feito em forma de livro.
E pensar que nossa literatura, começou com anotações
técnicas, com termos que mais revelavam o modo literato
de Pero Vaz de Caminha. Sujeito que revelou como era a
Terra de Santa Cruz numa prosa cheia de hipérboles e
alegorias. Aqui no futuro, Luiz Ayrão, letrista e cantor
popular, disse num samba que sonhar não custa nada, não
se paga para sonhar.

97
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Entre Caminha e Ayrão, há uma sintonia em apresentar o


mundo com cores e possibilidades. Não importa se for
uma lista rebuscada das belezas do Brasil, quando de sua
descoberta. Muito menos, se a vida lá fora é dura e o
sambista pede para que todos sonhem entre Pierrot e
Colombinas imaginários. A arte da Escrita Criativa será
sempre acompanhada de utopia e compromisso com o
outro e com seu tempo.

98
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

APÊNDICE
PLANO DA DISCIPLINA
DE ELETIVA

TÍTULO ELETIVA “A Arte da Escrita Criativa”


PROFESSOR(ES) Caio Felipe Gomes Violin –
Filosofia
Christian Fialho de Jesus – Física
EMENTA
A eletiva pretende explorar o universo ficcional da literatura e
mostrar que não é uma espécie de Olimpo, no qual o acesso seja
liberado apenas a pessoas especiais. Assim a proposta da eletiva
será apropriar-se da língua e de suas variantes de uso, além de
constituir-se em exercício de cidadania, significa utilizá-la com
propriedade na comunicação oral (fala) e escrita (criação e leitura
de textos). Dessa maneira, será explorado diferentes gêneros
literários ao longo dos encontros, de acordo com a demanda e
interesse dos estudantes, além da arte da oratória. Inicialmente,

99
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

é proposto o estudo do gênero narrativo, com enfoque na


produção de contos. O exercício da escrita, será voltada
exclusivamente para a produção de prosa literária, em autores de
língua portuguesa. A poesia servirá de base para muitos dos
exercícios desenvolvidos na eletiva. A ideia é de que o aluno, a
partir de suas experiências, desenvolva um projeto literário,
culminando, no fim do semestre letivo, com a edição e publicação
de um livro (físico ou digital, a se estudar) contendo produções
autorais. Portanto, a eletiva levará aos alunos a experiência da
arte da escrita criativa. Será também feita uma parceria com o
grupo de pesquisa Gecria da Universidade de Brasília.
JUSTIFICATIVA
A eletiva se justifica pois percebemos que a realidade atual vem
afastando cada vez mais nossos alunos do ato de ler e escrever.
Aspectos como computadores, videogames, TV, o acesso restrito
a leitura no núcleo familiar, e a falta de incentivo, têm ocasionado
pouco interesse para leitura/escrita e
por consequência dificuldades marcantes que sentimos na escola:
vocabulário precário, reduzido e informal, dificuldade de
compreensão, erros ortográficos, poucas produções significativas
dos alunos, conhecimentos restritos aos conteúdos escolares.
Faz-se entanto necessário que a eletiva busque resgatar o valor da
leitura e escrita, como ato de prazer e requisito para emancipação
social e promoção da cidadania.
A arte da escrita criativa nunca se fez tão necessária nos bancos
escolares. De um lado há o aumento nas fontes de pesquisa e uma
crescente preferência pelo construtivismo. De outro lado, vemos
a grande dificuldade de nossos alunos em compreender questões
eliminatórias no vestibular onde só se obtêm êxito quem tiver por
hábito se atualizar através de jornais, revistas e livros.
Através da arte da escrita criativa o ser humano consegue se
transportar para o desconhecido, explorá-lo, decifrar os
sentimentos e emoções que o cercam e acrescentar vida ao sabor

100
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

da existência. Pode então, vivenciar experiências que propiciem e


solidifiquem os conhecimentos significativos de seu processo de
aprendizagem da escrita e leitura.
OBJETIVOS
 Despertar a veia criativa além do prazer da leitura e
aguçar o potencial cognitivo e criativo do aluno;
 Promover o desenvolvimento do vocabulário,
favorecendo a estabilização de formas ortográficas;
 Possibilitar o acesso aos diversos tipos de leitura na
escola, buscando efetivar enquanto processo a leitura e a
escrita.
 Estimular o desejo de criação de textos e novas leituras;
 Possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia
e da imaginação;
 Possibilitar produções orais, escritas e em outras
linguagens;
 Proporcionar ao indivíduo através da leitura, a
oportunidade de alargamento dos horizontes pessoais e
culturais, garantindo a sua formação crítica e
emancipadora.
 Desenvolver e/ou ampliar os processos criativos por meio
da experiência de produção de minicontos, poesias e
histórias.
HABILIDADES DESENVOLVIDAS
 COMPETÊNCIAS GERAIS:
Competência 1: Valorizar e utilizar os conhecimentos
historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural
para entender e explicar a realidade (fatos, informações,
fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais,
econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando
para a construção de uma sociedade solidária.
Competência 2:Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à
abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a

101
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para


investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver
problemas e inventar soluções com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.
Competência 3:Desenvolver o senso estético para reconhecer,
valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais,
das locais às mundiais, e para participar de práticas diversificadas
da produção artístico-cultural.
Competência 4:Utilizar conhecimentos das linguagens verbal
(oral e escrita) e/ ou verbo-visual (como Libras), corporal,
multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital
para expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e, com eles, produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Competência 7: Argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis, para formular, negociar e defender
ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Competência 8: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde
física e emocional, reconhecendo suas emoções e as dos outros,
com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a pressão
do grupo.
Competência 9: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o
respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades,
culturas e potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia,
gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade,
convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-
se como parte de uma coletividade com a qual deve se
comprometer.

102
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Competência 10: Agir pessoal e coletivamente com autonomia,


responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na
escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.

 HABILIDADES:
(EM13LGG301) Participar de processos de produção individual
e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e
verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos,
para produzir sentidos em diferentes contextos.
(EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e
ferramentas digitais em processos de produção coletiva,
colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.
(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse,
preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas
diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação,
interpretação e intervenção crítica da/na realidade.
(EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para
interpretar e produzir criticamente discursos em textos de
diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais).
(EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas,
corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como
fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e
sensível aos contextos de uso.
(EM13LP45) - Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em
vista temas e acontecimentos de interesse local ou global, notícias,
foto de núncias, fotorreportagens, reportagens multimidiáticas,
documentários, infográficos, podcasts noticiosos, artigos de
opinião, críticas da mídia, vlogs de opinião, textos de
apresentação e apreciação de produções culturais (resenhas,
ensaios etc.) e outros gêneros próprios das formas de expressão
das culturas juvenis (vlogs e podcasts culturais, gameplay etc.),

103
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de


repórter, analista, crítico, editorialista ou articulista, leitor,
vlogueiro e booktuber, entre outros.
EIXOS TEMÁTICOS
(X) Investigação científica
(X) Processos criativos
(X) Mediação e intervenção sociocultural
( ) Empreendedorismo

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ETAPAS:
ETAPA 1 – Despertando a criatividade na escrita
ETAPA 2 – A linguagem não cabe em mim
ETAPA 3 – Movimentando minha escrita
ETAPA 4 – Reescrita e devolutiva
ETAPA 5 – Escrevendo o trabalho final
ETAPA 6 – Processos editorial – Finalizando o livro.
METODOLOGIA
Para a prática da eletiva será em formato de oficina mais extensa,
serão escolhidos trechos de romances, contos, crônicas e textos
teóricos, para serem trabalhados e discutidos a cada aula, de
acordo com o assunto a ser discutido naquela semana ou série de
semanas.
Sugestões de temas
• Diálogos;
• Tempo;
• Espaço;
• Construção de personagem;
• Conflito;
• Clímax e epifania;
• Linguagem;
• Tom;
• Outros temas.

104
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Em seguida, o aluno poderá sugerir, por aula, textos escritos sobre


a temática abordado em aula, também o aluno poderá através do
tema em estudo reproduzir algum recurso utilizado pelo autor,
presente no texto para discussão em sala de aula. Este texto será
lido e analisado pelo grupo, considerando as partes falhas e as
bem-sucedidas.
Por último, o facilitador deverá sugerir um exercício, relacionado
ou não aos recursos analisados no texto lido inicialmente.
RECURSOS DIDÁTICOS
Recursos humanos: disponibilizamos para a realização do plano
de ação a participação ativa dos alunos, da colaboração da direção
e de toda a equipe pedagógica
Recursos materiais: textos diversos, livros, revistas, jornais,
periódicos, cartolina, papel sulfite, pincel atômico etc.
Apresentação de conteúdo na forma de palestra; Apresentação de
documentários, filmes e vídeos; Pesquisas na internet;

Data show, vídeos, laboratório de informática e notebooks.


DURAÇÃO: Um semestre.

CULMINÂNCIA
Na culminância os alunos desenvolveram um trabalho final em
forma de livro ebook e que será apresentado em forma de sarau
literário.
AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada pela equipe gestora, professores,
alunos e pelo público presente no dia da culminância, seguindo o
modelo elaborado pelo professor responsável pela seletiva.
Diante do resultado da avaliação serão aceitas sugestões para
melhoria da seletiva e continuação no segundo semestre.
CRONOGRAMA SEMESTRAL – 1º SEMESTRE/2022
DATA ATIVIDADE DESENVOLVIDA
NA AULA

105
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

04/02/2022 Acolhimento – Início da vigência e


apresentação sobre eletivas em PPT
11/02/2022 Análise do Varal dos Sonhos
18/02/2022 Feirão das Eletivas
25/02/2022 Aula inaugural: Cultura e suas
características
04/03/2022 Aula inaugural: Introdução A arte da
escrita criativa
11/03/2022 Aula de introdução à oratória e arte
de falar – Iniciando o exercício da
escrita: análise de paisagem;
18/03/2022 Exercício de Escrita – Continuação
Análise de paisagem; Significado de
Biltre; 3 palavras e 1 imagem;
25/03/2022 Exercício de Escrita – Continuação
das 3 palavras e 1 imagem; Dinâmica
de Desbloqueio; Pensamento
Narrativo; escrever por 3 minutos
01/04/2022 Exercício de Escrita – Garrafa lançada
ao mar da vida; Lista de Compra e a
velhinha - (Criando Cena - Filme
Soul)
08/04/2022 Exercício de Escrita – O que é Conto -
Conto Fantástico - Criando um
personagem
15/04/2022 Sexta-Feira Santa – Feriado
22/04/2022 Recesso escolar
06/05/2022 Exercício de Escrita – A escrita e o
caminho da montanha; gramática da
fantasia; binômio fantástico; escrever
5 minutos

106
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

13/05/2022 Exercício de Escrita – Oráculo


Romano; Erro criativo;
20/05/2022 Organizando a história – Parte 1;
pensando na Capa e no nome do
Livro
27/05/2022 Organizando a história – Parte 2
03/06/2022 Organizando a história – Parte 3
10/06/2022 Finalizando a eletiva
24/06/2022 Culminância.
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. A importância do ato de ler. 41a ed., São Paulo: Cortez,
2001.
GADOTTI, M. Educação e Poder: introdução à pedagogia do
conflito. São Paulo: Cortez, 1980.
KLEIMAN, C. Oficina de Leitura. São Paulo: Martins Fontes,
1994.
LÜCK, G. Página à página: faça seus alunos se interessarem pela
leitura. Curitiba: Profissão Mestre, set.200, p.10-13.
SILVA, E. T. Elementos de pedagogia da leitura, 2 a ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1994.
COUTO, João Luiz Peçanha. Oficina de Escrita Criativa.
SECRETARIA DA CULTURA. Viagem Literária: Escrita Criativa.
DIAS, Juliana Freitas. No Espelho da Linguagem: diálogos
criativos e afetivos para o futuro.
DIAS, Juliana Freitas. AUTORIA CRIATIVA: por uma pedagogia
da escrita criativa.
HERMES, Ernani Silvério; SILVA, Denise Almeida. ESCREVER
À MARGEM: BELL HOOKS E A ESCRITA COMO FORMA DE
RESISTÊNCIA.
Website: https://www.autoriacriativa.com/

107
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

ANEXOS
ATIVIDADES

Material de Aula fornecido pelo grupo de Estudo GECRIA


e no site https://www.autoriacriativa.com/. Algumas
atividades foram adaptadas pelos professores

Vamos criar comunidades de escrita?


Sabe onde surge essa ideia?
Gloria Jean Watkins, mais conhecida pelo pseudônimo Bell
Hooks, foi uma autora, professora, teórica feminista, artista
e ativista antirracista estadunidense. Hooks publicou mais
de trinta livros e numerosos artigos acadêmicos, apareceu
em vários filmes e documentários, e participou de várias
palestras públicas. Wikipédia
Nascimento: 25 de setembro de 1952, Hopkinsville,
Kentucky, EUA

108
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Falecimento: 15 de dezembro de 2021, Berea,


Kentucky, EUA
Figura 1. Ilustração da Bell Hooks

Fonte: Google Imagens

Leitura e análise do texto: ESCREVER À MARGEM:


BELL HOOKS E A ESCRITA COMO FORMA DE
RESISTÊNCIA escrito por Ernani Silverio Hermes e Denise
Almeida Silva. Disponível em: https://cutt.ly/q1tsZ0p.
Acesso em: 24 nov. 2022

Autoria: um método?
Ontologia é o ramo da filosofia que estuda conceitos
como existência, ser, devir e realidade. Inclui as questões
de como as entidades são agrupadas em categorias básicas
e quais dessas entidades existem no nível mais
fundamental.
Epistemologia, em sentido estrito, refere-se ao ramo
da filosofia que se ocupa do conhecimento científico; é o

109
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

estudo crítico dos princípios, Figura 2. Gráfico do método


das hipóteses e dos resultados
das diversas ciências, com a
finalidade de determinar seus ONTOLOGIA
fundamentos lógicos, seu valor
e sua importância objetiva.
A metodologia é o
EPISTEMOLOGIA
estudo dos métodos. Isto é, o
estudo dos caminhos para se
chegar a um determinado fim.
Com o objetivo de analisar as METODOLOGIA
características dos vários
métodos indispensáveis tais
como: avaliar capacidades,
Fonte: Gecria
limitações e criticar os
pressupostos quanto sua utilização.

O que preciso para escrever?


Para escrever eu preciso de: PALAVRAS

1º Exercício: Verdade e Mentira


Vamos pensar em duas verdades e uma mentira. O
aluno deve escrever no caderno e após a escrita o professor
comenta com os alunos.

2º Exercício: A imagem
A partir da imagem que segue o aluno deve
descrever uma história levando em consideração os
elementos presentes na imagem.

110
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Figura 3. Arco no Jardim

Fonte: Google Imagens

3º Exercício: A palavra desconhecida


O professor deve fazer esse exercício com os alunos
e perguntar:
Como escrever textos com palavras que eu não
conheço?

Você sabe o que é BILTRE?

111
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Eu dou-te uma palavra, e tu jogarás nela


e nela apostarás com determinação.
Seja a palavra “biltre”.
Talvez ....................................................................................

Talvez ....................................................................................

Talvez ....................................................................................

Talvez ....................................................................................

Talvez...
Mas não.
Biltre é .....................................................................................

Poema da palavra exata (Antônio Gedeão)

Eu dou-te uma palavra, e tu jogarás nela


e nela apostarás com determinação.

Seja a palavra “biltre”.

Talvez penses num cesto,


Açafate de ráfia, prenhe de flores e frutos.

Talvez numa almofada num regaço


Onde as mãos ágeis manobrando as linhas
As complicadas rendas vão tecendo.

112
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Talvez num inseto de élitros metálicos


Emergindo da terra empapada de chuva.

Talvez num jogo lúdico, numa esfera de vidro,


Pequena, conta outra arremessada.

Talvez...
Mas não.
Biltre é um homem vil, infame e ordinário.
São assim as palavras

4º Exercício: Escrita Livre


Propor aos alunos para escrever por alguns minutos
com 3 palavras previamente escolhidas pelo professor
usando algum detalhe da imagem que segue abaixo:

Figura 4. Procura-se

Fonte: Google Imagens

113
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

5º Exercício: Dinâmica do desbloqueio


O professor deve propor um exercício espontâneo de
escolha de três palavras:

Quando eu solto minha palavra...


3 coisas que cheiram
3 coisas que caem do céu
3 coisas que se perderam

6º Exercício: Pensamento Narrativo


O professor deve propor aos alunos novos formatos
narrativos através das seguintes perguntas:
Vamos despertar nosso pensamento narrativo?
Você está em busca de uma história:
Então faça perguntas que tenham de ser
respondidas com uma história.
Ao invés de perguntas “o que significa isso”,
pergunte: “qual será o final disso?” ou “Como isso
termina?”

Vamos experimentar?

Escrever por 3 minutos uma resposta para a


pergunta: o que isso significa?

Escrever por 2 minutos: como isso termina?

7º Exercício: Carta do Eu do futuro

114
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

O professor deve propor aos alunos a seguintes


perguntas:
Em que cidade você estará?
Em que dia, mês e ano?
Que coisas você terá descoberto/aprendido?
Que mudanças terão acontecido em sua vida
profissional, pessoal, emocional?
Mande notícias para o eu do presente!

Poema do Fim
Entrou pela porta e saiu pela janela, quem quiser
que conte outra mais bela!
E acabou a história, quando vier me encontrar, eu
volto a recontar.

8º Exercício: Construindo uma personagem


Vamos criar personagens inspirados nas ideias,
listas de qualidades e fenótipos de vocês?

9º Exercício: Lista de Compras


O professor deve ajudar aos alunos a criar uma lista
de compras.
Vamos criar listas?
Listas: fazer listas de frases, imagens, palavras e
depois de um tempo fazer associações entre essas
anotações: tem padrão? Tem ligação? Vamos criar?
Escreva uma lista de compras e mostre para seus
colegas.
Agora façam um rodízio e troquem de listas.

115
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Leiam a lista do colega que ficou com você e comece


a imaginar que pessoa é essa que compra isso? Onde vive?
Do que gosta? O que vai acontecer após as compras? Quem
vai fazer essas compras?
Com essas respostas crie uma história.

10º Exercício: Continuando construir uma história de


cinema
O professor deve escolher uma cena de um filme de
animação e interromper a cena para que os alunos
continuem a história.
O filme de animação proposto é o da Disney/Pixar
Soul (2020)
A partir da primeira cena até o tempo de três
minutos e trinta segundos (00:03:30).

11º Exercício: Micro – Conto


O professor deve entregar uma palavra para cada
aluno recortado de uma revista e pedir para que eles
construam através daquela palavra um micro conto e
também possa ilustrar.

12º Exercício: Conto Fantástico


O exercício final proposto é a construção de um
conto fantástico, para que os alunos possam compreender
é utilizado os seguintes vídeos:
Disponível em: https://youtu.be/efyXBWf1MFg. Acesso
em 24 nov. 2022

116
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Disponível em: https://youtu.be/1EolWi_GWDk. Acesso


em 24 nov. 2022

117
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

REGISTRO FOTOGRÁFICOS

Figura 5. Exercício de Escrita Figura 6. Exercício de Escrita

Fonte: Zenaide
Fonte: Rocha,
Zenaide Rocha2022. Fonte: Zenaide Rocha, 2022.
Figura 7. Aula de escrita Figura 8. Aula de personagem

Fonte: Zenaide Rocha, 2022. Fonte: Zenaide Rocha, 2022.

118
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

Figura 9. Exercício de micro conto Figura 10. Micro conto

Fonte: Zenaide Rocha, 2022.

Figura 11. Cartaz Fonte: Zenaide Rocha,


2022.
Figura 12. Cartaz culminância

Fonte: Zenaide Rocha, 2022.


Fonte: Zenaide Rocha, Figura 14. Cartaz
2022.

Figura 12. Culminância Eletivas

Fonte: Zenaide Rocha, 2022. Fonte: Zenaide Rocha,


2022.
119
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

120
CONTOS NA ESCOLA: A ARTE DA ESCRITA CRIATIVA

121

Você também pode gostar