Protocolo de Intervenção Do As em Uti Geral
Protocolo de Intervenção Do As em Uti Geral
Protocolo de Intervenção Do As em Uti Geral
2014
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS
FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO – FUNDAP
2015
LARISSA LANDULFO DOS SANTOS
BANCA EXAMINADORA
Primeiramente à Deus, foi ele quem segurou minha mão nas horas mais difíceis, me
deu forças para seguir em frente em mais uma conquista.
Aos meus pais Arlete e Luciano, á minha irmã Layla, obrigado por acreditarem e
confiarem em mim.
Às queridas amigas aprimorandas, que entraram na minha vida e agora fazem parte
dela, vivemos momentos alegres, tristes e angustiantes nesses dois anos de aprimoramento,
que deixarão muitas saudades.
O presente trabalho tem por objetivo oferecer à Unidade de Terapia Intensiva - UTI Geral do
Hospital de Base de São José do Rio Preto -, um instrumental para o Serviço Social que
consiga associar atividades e discussões que estejam articuladas entre si, visando o
rompimento da dicotomia teoria e prática. Para tal, utilizamos a metodologia dialética e
pesquisa exploratória, associada a experiência vivenciada no cotidiano profissional. Assim,
focalizamos a importância do Assistente Social na política de saúde e no processo de
humanização e, após, registramos as atividades que foram estabelecidas a partir da vivencia
cotidiana da(o) Assistente Social nesta Unidade, respeitando as legislações vigentes. As
atividades descritas têm a função de lutar pela efetivação dos princípios ético-políticos da
profissão e melhoria da qualidade dos serviços prestados aos usuários do Sistema Único de
Saúde, o que pode contribuir para o fortalecimento da participação social e das lutas dos
sujeitos sociais pela ampliação da cidadania. Desta forma, o protocolo apresentado não tem
apenas por função descrever as atividades a serem realizadas, mas direcioná-las para o campo
da autonomia e emancipação social.
SANTOS, Larissa Landulfo dos. Intervention protocol of the social worker in a general UTI.
2014. p. 41 Working Professional Improvement Completion of course in Social Work in
Health Regional Medical Faculty Foundation - FUNFARME, Sao Jose do Preto / SP River,
2014.
This paper aims to provide the Unidade de Terapia Intensiva - UTI Geral do Hospital de Base
de São José do Rio Preto - an instrumental for Social Work that will relate to activities and
discussions are hinged together, aiming to break the dichotomy theory and practice.
Therefore, we used the dialectic methodology and exploratory research, associated with lived
experience in daily work. Thus, we focus on the importance of the social worker in health
policy and in the humanization process and after we recorded the activities that were
established from the everyday experiences of (the) social worker in this unit , respecting the
existing laws . The activities described are meant to fight for the realization of the ethical and
political principles of the profession and improve the quality of services provided to users of
the Unified Health System, which can contribute to the strengthening of social participation
and struggles of social subjects for expansion citizenship. Thus, the presented protocol has not
only function describe the activities to be performed, but direct them to the field of autonomy
and social emancipation.
HB Hospital de Base
INTRODUÇÃO................................................................................................................... 12
1 SAÚDE PUBLICA: SUS.............................................................................................. 13
1.1 Serviço Social na Saúde............................................................................................ 17
1.2 Considerações sobre o Hospital de Base.................................................................. 19
2.1.11Visita de Crianças................................................................................................. 30
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 37
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 39
12
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como discussão o papel do Assistente Social junto á
saúde pública, na perspectiva de análise e apresentação das funções e atribuições do
profissional na Unidade de Terapia Intensiva – UTI Geral 7° andar SUS. Tem por
objetivo apresentar um Protocolo de Intervenção do Serviço Social que possa direcionar
a realização das atividades inerentes ao Setor.
Nesta perspectiva, este estudo foi elaborado de acordo com o projeto ético-
político da profissão contendo objetivos, instrumentais e condutas de caráter didático
que visa facilitar a compreensão das atividades. Também tem o intuito de facilitar e
direcionar a realização das ações de forma competente, ética e humanizada.
A profissão do Serviço Social é regulamentada pela Lei nº 8.662/93, sendo o seu
exercício profissional regido pelo Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais,
resolução esta do Conselho Federal de Serviço Social.
Atua no campo das políticas sociais com o compromisso de defesa e garantia dos
direitos sociais da população, buscando o fortalecimento da democracia. O Assistente
Social, entre outras categorias de nível superior, é relacionado como profissional de
saúde pelo Conselho Nacional de Saúde (1997) e caracterizado como tal pelo Conselho
Federal de Serviço Social (CFESS, 1999).
A Resolução 383/1999, ressalta:
apontar que o interesse pelo tema se deu a partir de vivencias cotidianas da prática
profissional na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desenvolvidas durante o curso de
Aprimoramento Profissional em Serviço Social. Neste período, foi observada a
necessidade de criar e apresentar à unidade um instrumental sistematizado das
atividades realizadas pelo Assistente Social.
Assim, definimos iniciar este trabalho, abordando no primeiro capítulo o
histórico da saúde pública no Brasil; na sequência, apresentamos o papel do assistente
social junto à saúde pública, com o foco na importância do Assistente Social, o
entendimento geral das funções e atribuições do profissional. E, para finalizar esta
etapa, apresentamos o Hospital de Base de São José do Rio Preto e a Unidade de
Terapia Intensiva, objeto secundário deste estudo.
No segundo capítulo, realizamos uma breve discussão sobre a importância e o
papel dos protocolos utilizados em Unidades do HB que contam com estes instrumentos
como mecanismo de (re)planejamento e de reflexão continuada das atividades
desenvolvidas. Após este exercício, descrevemos todas as atividades do Assistente
Social na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), bem como os instrumentais que são
utilizados para o seu desenvolvimento.
Segundo Chueire (2007, p. 17) protocolos são normas, orientações e
recomendações desenvolvidas, de forma sistemática, para auxiliar os profissionais e os
pacientes a decidirem quais os cuidados em saúde mais apropriados, em circunstâncias
clínicas específicas e em uma realidade e condições locais.
Portanto, a criação e a utilização de protocolos na área de saúde pelo Assistente
Social contribuem significativamente para as intervenções desse profissional, sua
prática incidirá sobre os determinantes sociais que interferem no processo saúde-doença
dos usuários.
1988, como “um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social” (BRASIL, 1988).
Nesse período, a saúde passa a ser relacionada com a qualidade de vida da
população, composta por um conjunto de fatores que englobam a alimentação, o
trabalho, o nível de renda, a educação, o meio ambiente, o saneamento básico, a
vigilância sanitária e farmacológica, a moradia, o lazer, entre outras. (BRASIL, 2010).
Foram promulgadas duas leis importantes para sua efetivação, a Lei Orgânica da
Saúde n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. A segunda, Lei n° 8.142, de 28 de
dezembro de 1990, trata do controle social, ou seja, a participação dos usuários na
gestão do sistema, dispondo sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde e dá outras providências (BRASIL, 1990).
Os princípios estabelecidos no SUS perpassam pela universalidade, integralidade
e equidade, chamados de princípios ideológicos ou doutrinários. Enquanto a
descentralização, regionalização e hierarquização são chamados de princípios
organizacionais. Tanto princípios quanto diretrizes têm a função de direcionar as ações
para que sejam democráticas e participativas, a operacionalização e a gestão (BRASIL,
1990).
O SUS tem como conceito básico a universalização do atendimento. Isso
significa que “a saúde é direito de todos” como afirma a Constituição Federal, seu
propósito é que toda a população tenha acesso ao atendimento público de saúde. Para
isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas, econômicas, culturais e sociais que se
interpõem entre a população e os serviços, a barreira jurídica, foi eliminada com a
Constituição Federal de 1988, na medida em que universalizou o direito à saúde.
Do ponto de vista econômico, ainda que a população não precise pagar
diretamente pelos serviços, o financiamento é assegurado pelo Estado, mediante a
utilização de fundos públicos que são organizados e repassados pelos três poderes.
Não se pode negar que a enorme parcela da população pobre, que vive
em pequenos municípios com baixo grau de desenvolvimento
econômico ou habitam a periferia das grandes cidades, não dispõem
de condições mínimas de acesso aos serviços, às vezes até porque não
tem como pagar o transporte necessário para chegar a uma unidade de
saúde (TEIXEIRA, 2011, p. 3-4)
15
Está estabelecido na Costituição 88, Da Saúde, artigo 198, que “as ações e
serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I -
descentralização, com direção única em cada esfera de governo [...]”.
A regionalização e a hierarquização dos serviços, dizem respeito à forma de
organização dos estabelecimentos (unidades de unidades) entre si e com a população
usuárias. A regionalização dos serviços implica a delimitação de uma base territorial
para o sistema de saúde, que leva em conta a divisão político administrativa do país,
mas também contempla a delimitação de espaços territoriais específicos para a
organização das ações de saúde.
A hierarquização dos serviços, por sua vez, diz respeito à possibilidade de
organização das unidades segundo grau de complexidade tecnológica dos serviços, isto
é, o estabelecimento de uma rede que articula as unidades mais simples às unidades
mais complexas, através de um sistema de referência e contra-referência de usuários e
de informações. Inclui também as prioridades na atenção, desde a básica até a terciaria.
Também está prevista no mesmo artigo 198, inciso III, a “participação da
comunidade” nas ações e serviços públicos de saúde, atuando na formulação e no
controle da execução destes. O controle social é regulado pela Lei nº 8.142/90 1 Os
usuários participam da gestão do SUS através das Conferências da Saúde, que ocorrem
a cada quatro anos em todos os níveis federativos - União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
Nos Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os usuários têm
metade das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro quarto. Busca-se,
1
Lei n° 8.142 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras
providências.
17
2
Período de 1964 a 1985, no Brasil.
19
expressam por meio das determinações econômicas, políticas e culturais que impactam
as classes sociais” (CFESS, 2009, p. 22).
É a profissão que atua no campo das Políticas Sociais com o compromisso de
defesa e garantia dos Direitos Sociais da população, usando o fortalecimento da
democracia.
3
O PNHAH propõe um conjunto de ações integradas que visam mudar substancialmente o padrão de assistência ao
usuário nos hospitais públicos do Brasil, melhorando a qualidade e a eficácia dos serviços hoje prestados por estas
instituições. É seu objetivo fundamental aprimorar as relações entre profissional de saúde e usuário, dos profissionais
entre si e do hospital com a comunidade (BRASIL, 2001, p. 7)
5
Criada em 2003, a PNH tem por objetivo qualificar práticas de gestão e de atenção em saúde. Uma tarefa
desafiadora, sem dúvida, uma vez que na perspectiva da humanização, isso corresponde à produção de novas atitudes
por parte de trabalhadores, gestores e usuários, de novas éticas no campo do trabalho, incluindo aí o campo da gestão
e das práticas de saúde, superando problemas e desafios do cotidiano do trabalho ( BRASIL, 2010, p. 6).
22
5
Ver Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde, 2010.
24
e pragmáticas, bem como refletir sobre as novas demandas profissionais postas pelo
capital, que impõe a fragmentação da questão social e respostas focalizadas e
superficiais.
criança é toda pessoa com até 12 anos de idade incompletos. Assim, devemos evitar ao
máximo a permissão de entrada de crianças como visitantes no Hospital.
Em situação de extrema necessidade do paciente, o assistente social junto ao
Serviço de Psicologia, deverá avaliar a solicitação dos pais ou responsável pela criança
e após autorização da equipe multiprofissional, é prudente tomar por escrito o
consentimento dos pais da criança ou responsável legal, além do parecer médico
(autorização) que deverão ser encaminhados ao Setor de Informações.
Os pais ou responsável pela criança deverão trazer documentos pessoais com
foto e certidão de nascimento ou termo de guarda para fim de comprovação legal.
6
Todo corpo proveniente de morte considerada violenta (acidente de trânsito, brigas, suicídio, homicídio, ferimento
com arma de fogo, ou queda de própria altura), é encaminhado para o IML, de acordo com a Lei 5.452, de 22 de
dezembro de 1986 (Reorganiza os Serviços de Verificação de Óbitos no Estado de São Paulo).
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
aos direitos dos usuários, comprometidos com o Projeto Ético-político da Profissão bem
como o Projeto de Reforma Sanitária.
É imperativo formulação de metodologias, instrumentais e reavaliação de
trabalho para consolidar a competência profissional do Assistente Social. Refletindo
sobre a premissa de que a teoria não muda o mundo, a elaboração de um instrumental é
uma ferramenta que a práxis contempla.
Por esta razão, a construção do Protocolo constitui-se num instrumental de
direcionamento ético-político, teórico-metodológico e técnico-operacional para o
assistente social. O Protocolo das atividades na Unidade de Terapia Intensiva – UTI,
também pode contribuir para uma articulação intelectual entre as políticas sociais e de
humanização, ao mesmo tempo amplia o debate e possibilita maiores reflexões dos
profissionais.
Concluímos nossas reflexões pontuando que é a visão do profissional eticamente
comprometido e capacitado que irá possibilitar um olhar para além dos “muros do
hospital”, proporcionando um alcance profissional mais amplo que as demandas
imediatas e que as práticas rotineiras, burocráticas, pragmáticas e acríticas. Desse modo,
podemos dizer que somente a unidade teoria e prática podem contribuir para apreensão
da realidade e enfrentamento dos desafios do cotidiano profissional.
39
REFERÊNCIAS
______. Lei 8.842 de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso
e cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Disponível em
http:/www.ufrgs.br/3idade/Legisla%C3%A7%C3%A3o/lei8842.html. Acesso em: fev.
2014.
COSTA, M. E.; BENOSSI J.; SILVA J. P. C.; Os Assistentes Sociais nos Hospitais de
Emergência. XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro
Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. Disponível
em http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2009/anais/arquivos/1020_0631_01.pdf.
Acesso em: jul. 2014.