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Upwelling no canhão da Nazaré

Um canhão submarino trata-se de um vale submarino encaixado, geralmente embutido em uma


margem continental, sendo alvo de passagens de correntes, transporte de sedimentos e fenómenos
erosivos.

Os canhões submarinos funcionam como condutas sedimentares, ao longo das quais há


intensificação dos processos de transporte de partículas entre a zona costeira e o domínio profundo,
eles são vias de drenagem de materiais do continente para a planície abissal.

O Canhão da Nazaré é o mais longo da Europa, com um comprimento total superior a 200km, entre
a batimétrica dos 50 m (a cerca de 500 m da costa), individualizando dois domínios, norte e sul, com
comportamentos tectônicos e sedimentares distintos

Apresenta as características de um canhão do tipo gouf, nomeadamente as suas grandes


dimensões, o declive longitudinal baixo (entre 10 a 20%) e a cabeceira profundamente entalhada na
orla costeira.
A sul do canhão existe uma relativa escassez de cobertura sedimentar, expressa nos extensos
afloramentos rochosos, que ocupam 40% da área total. A norte a cobertura sedimentar é mais
expressiva, os afloramentos rochosos ocorrem pontualmente nos bordos superiores das vertentes do
canhão ou como bancos submarinos associados à presença da Falha da Nazaré.

A norte do canhão existem depósitos grosseiros ricos em cascalho (cascalhos e areias


cascalhentas) a 40-80 m de profundidade.
O Canhão da Nazaré é também responsável pela afluência de águas ricas em nutrientes e plâncton
à superfície, que resultam numa fauna rica em espécies que despertam interesse comercial, numa
vila piscatória como a Nazaré.

“Upwelling” é um fenômeno oceanográfico, também conhecido por afloramento costeiro, que consiste
na subida de águas provenientes das camadas inferiores do oceano para a camada de água à
superfície.
A origem do canhão da Nazaré ainda é um mistério, pois encontra-se numa zona geológica
complexa. No entanto, considera-se estar relacionada com a falha da Nazaré, uma fratura da crosta
onde existem movimentos que podem causar sismos.

Como a Natureza fabrica a onda gigante na Nazaré?

As grandes tempestades de alto mar no Oceano Atlântico podem provocar fortes ondulações,
quando têm período alto e direção Noroeste (NO), o Canhão da Nazaré divide a ondulação em duas
partes distintas: uma ondulação afunilada pelo canal do canhão e outra ondulação ao lado do
canhão. A ondulação que atravessa o canal do canhão mantém sua potência e velocidade graças à
grande profundidade e altera sua direção para ficar mais perpendicular à costa, devido à geografia
do próprio canal. Quando essas duas ondulações se reencontram novamente mais próximo à costa,
elas chocam, provocando uma interação construtiva em triângulo que amplifica consideravelmente o
tamanho final das ondas.

Além disso, a corrente que vem da praia em sentido oposto acrescenta mais alguns metros às
ondas, e a interação do vento também pode ser construtiva com o vento de Nordeste (NE).

Esses fatores combinados resultam em ondas muito maiores e mais poderosas do que noutras
zonas da costa portuguesa, mesmo a poucas centenas de metros da Praia do Norte.

O Canhão da Nazaré pode amplificar até 3 vezes o tamanho da onda prevista para a zona da
Nazaré.

O fator mais importante é a ocorrência de tempestades fortes no Atlântico Norte, no Outono/ Inverno,
que trazem uma ondulação considerável até ao canhão.
Se por acaso quisermos por uma curiosidade no pôster até ficava fixe:

Curiosidade:

A praia do Norte, na Nazaré, é distinguida como palco da maior onda de sempre surfada
no mundo.O alemão Sebastian Steudtner bateu o recorde da maior onda surfada até hoje
na Nazaré. Com, aproximadamente, 26, 21 metros no dia 29 de outubro de 2020.
Organismos mais abundantes:
Os foraminíferos bentônicos estão entre os organismos vivos mais abundantes, os foraminíferos
constituem um grupo de organismos unicelulares que vivem sobre o fundo do mar ou como parte do
plâncton marinho. Possuem conchas que frequentemente são calcárias.

Eles atuam como ferramentas de estudo nesse ambiente, pois são capazes de oferecer indicadores
de quando o ambiente onde vivem está em estresse, apontando alterações hidrográficas. Muito
importante por oferecer dados geológicos,e informações sobre a variação da qualidade da água na
região, por exemplo.

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