MAGNETISMO

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3.

Magnetismo e eletromagnetismo
3.1 Magnetismo
Em 1269, Pierre de Maricourt fez uma importante descoberta ao
colocar uma agulha sobre um ímã esférico natural em várias posições e
marcou as direções de equilíbrio da agulha. Descobriu então que as linhas
envolviam o ímã, da mesma forma que os meridianos envolviam a Terra, e
passavam por dois pontos situados sobre as extremidades de um diâmetro da
esfera. Em virtude da analogia com os meridianos terrestres, estes dois
pontos foram denominados os pólos do ímã. Muitos observadores
verificaram que, qualquer que fosse a forma do ímã, sempre havia dois
pólos, um pólo norte e um pólo sul, onde a força do ímã era mais intensa.
Os pólos de mesmo nome de dois ímãs repeliam-se e os de nome oposto
atraíam-se. Assim como nos mostra a figura abaixo:

O magnetismo é a expressão de uma forma de energia, normalmente


associada a forças de atração e de repulsão entre alguns tipos particulares
de materiais, chamados de Ímãs. Tais como ferro, aço, compostos de ferro,
ligas especiais, níquel e cobalto, são materias que apresentam propriedades
magnéticas.
Nota-se, entretanto, que só os corpos feitos com os materiais citados
no parágrafo anterior podem ser atraídos.
Os corpos que possuem magnetismo são denominados ímãs. Os ímãs
são normalmente produzidos pelo homem (ímãs artificiais); há, porém, o
ímã natural, um composto de ferro conhecido pelo nome de magnetita,
encontrado com relativa facilidade na natureza.
Um material apresenta propriedades magnéticas, quando há uma
predominância de imãs elementares orientados sobre os não orientados.

Materiais Magnéticos: são aqueles que permitem a orientação dos


seus imãs elementares. Exemplos: ferro, níquel e algumas ligas metálicas,
como o aço.
Materiais Não-Magnéticos: são aqueles que não permitem a
orientação dos seus imãs elementares. Exemplos: alumínio, madeira,
plástico, entre outros.

Quando se faz um corpo adquirir propriedades magnéticas,


ele pode perdê-las em pouco tempo ou conservá-las por toda a sua
existência. No primeiro caso temos um ímã temporário e no
segundo caso um ímã permanente. Um ímã natural é permanente.

Várias teorias têm sido apresentadas para explicar o


magnetismo, entre as quais destacamos a de Weberewing (Teoria
dos ímãs moleculares) e a dos Domínios magnéticos, esta última
mais moderna e mais completa.

A teoria dos ímãs moleculares diz que as moléculas das


substâncias magnéticas (as que podem apresentar propriedades
magnéticas) são pequenos ímãs, cujos efeitos não podem ser
apreciados porque estão dispostos no corpo de ta forma que suas
ações se anulam mutuamente. A imantação de um corpo consiste
em "arrumar" os Ímãs moleculares de modo que suas ações se
somem. Esta teoria, com o conhecimento atual da constituição da
matéria, cedeu lugar a novas idéias.
3.1.1 Teoria dos Domínios Magnéticos
Nos materiais com melhores características magnéticas de estrutura
cristalina, além de alguns átomos apresentarem resultante magnética, eles se
concentram em regiões de mesma direção magnética. Isto é chamado de
Acoplamento de Troca. Ou seja, um exame microscópico revela que um imã
é, na verdade, composto por pequenas regiões, na sua maioria com 1mm de
largura ou comprimento, que se comportam como um pequeno ímã
independente com os seus dois pólos. Estas regiões são conhecidas como
Domínios Magnéticos. Num material desmagnetizado os domínios estão
desalinhados, ou seja, estão numa disposição aleatórea. Os efeitos de um
domínio cancela o de outro e o material não apresenta um efeito magnético
resultante. A figura mostra os domínios magnéticos desalinhados de um
material.

Quando submetidos a campos magnéticos externos (aproximação de


um ímã, por exemplo), estes materiais têm a maioria de seus domínios
alinhados ao campo externo. Na verdade, existe um aumento daqueles
domínios que se encontravam inicialmente em direções próximas à direção
do campo em detrimento daqueles domínios que apresentavam direções
opostas, estes últimos diminuindo de tamanho. A figura mostra um material
sob a ação de um campo magnético orientando os seus domínios magnéticos.

Enquanto o material estiver com os seus domínios alinhados ele age


como um ímã. Se ao afastarmos o campo externo os domínios se desalinham,
o material perde o efeito magnético. Isso explica, por exemplo, porque um
ímã consegue atrair vários clipes e estes uns aos outros. Cada clipe age como
um pequeno ímã temporário.

3.1.2 Campo magnetico


Campo Magnético é a região ao redor de um imã, na qual ocorre um
efeito magnético. Esse efeito é percebido pela ação de uma Força Magnética
de atração ou de repulsão. O campo magnético pode ser definido pela medida
da força que o campo exerce sobre o movimento das partículas de carga, tal
como um elétron.
A representação visual do Campo Magnético é feita através de Linhas
de Campo Magnético, também conhecidas por Linhas de Indução
Magnética ou ainda por Linhas de Fluxo Magnético, que são linhas
envoltórias imaginárias. As linhas de campo magnético são linhas fechadas
que saem do pólo norte e entram no pólo sul.

As características das linhas de campo magnético:

• São sempre linhas fechadas: saem e voltam a um mesmo ponto;


• As linhas nunca se cruzam;
• Fora do ímã, as linhas saem do pólo norte e se dirigem para o pólo
sul;
• Dentro do ímã, as linhas são orientadas do pólo sul para o pólo norte;
• Saem e entram na direção perpendicular às superfícies dos pólos;
• Nos pólos a concentração das linhas é maior: quanto maior
concentração de linhas, mais intenso será ocampo magnético numa dada
região;
Se dois pólos diferentes de ímãs são aproximados haverá uma força de
atração entre eles e as linhas de campo se concentrarão nesta região e seus
trajetos serão completados através dos dois ímãs. Se dois pólos iguais são
aproximados haverá uma força de repulsão e as linhas de campo divergirão,
ou seja serão distorcidas e haverá uma região entre os ímãs onde o campo
magnético será nulo. Como mostra a figura.

3.2 Densidade de Campo Magnético ou Densidade de


Fluxo Magnético
O Fluxo magnético, simbolizado por Φ, é definido como o conjunto
de todas as linhas de campo que atingem perpendicularmente uma dada
área, como mostra a figura. A unidade de Fluxo Magnético é o Weber (Wb).
Um Weber corresponde a 1x108 linhas do campo magnético.

A Densidade de Campo Magnético também conhecida como


Densidade de Fluxo Magnético ou simplesmente Campo Magnético, é
uma grandeza vetorial representada pela letra B, cuja unidade é o Tesla (T)
e é determinada pela relação entre o Fluxo Magnético Φ e a área de uma dada
superfície perpendicular à direção do fluxo magnético. Assim:

𝛷
𝐵=
𝐴
onde:
B – Densidade de Campo Magnético ou Densidade de Fluxo
Magnético, Tesla (T);
Φ - Fluxo Magnético, Weber (Wb);
A – área da seção perpendicular perpendicular ao fluxo magnético, m2.
O número de linhas de campo magnético que atravessam uma dada
superfície perpendicular por unidade de área é proporcional ao módulo do
vetor B na região considerada. Assim sendo, onde as linhas de indução estão
muito próximas umas das outras, B terá alto valor. Onde as linhas estiverem
muito separadas, B será pequeno.

3.2.1 Indução Magnética – Imantação


É o fenômeno de imantação de um material provocada pela
proximidade de um campo magnético. Como podemos ver na figura, o
ímã induz magneticamente (imanta) os pregos e estes sucessivamente
imantam uns aos outros e atraem-se.

Quando o ferro encontra-se próximo de um imã, o campo magnético


faz com que a barra de ferro se transforme temporariamente em um imã. Isto
acontece porque na presença de um campo magnetizante (ou campo indutor)
os domínios magnéticos do ferro, que normalmente estão orientados em
todas as direções ao longo da barra, ficam orientados em uma direção
predominante, como num imã. Esta situação está demonstrada na figura.
Quando afastamos o ímã indutor, a maioria dos domínios magnéticos
do ferro volta ao estado de orientação desorganizada fazendo com que o
material praticamente perca as suas propriedades magnéticas.
3.2.2 Permeabilidade Magnética
A Permeabilidade Magnética(μ) de um material é uma medida da
facilidade com que as linhas de campo podem atravessar um dado material.
Esta grandeza é expressa pela relação
𝐵
𝜇=
𝐻

que é constante em meios não-magnéticos, porém apresenta variações


em meios magnéticos.

A permeabilidade magnética do vácuo, μo vale:

As permiabilidades dos outros meios são sempre comparadas com a


do vácuo, e os números resultantes dessas comparações são as
permeabilidades relativas(μr) dos mesmos.
Assim conclui-se que
𝜇
μr = e μ=μ0.μr
𝜇0

μ= permeabilidade de um material qualquer

μr= permeabilidade relativa


μ0= permeabilidade no vacuo

A permeabilidade de um material qualquer (μ) e a permeabilidade do


vácuo são dadas em uma unidade conhecida como HENRY/METRO (H/M);
a permeabilidade relativa de um matcrial qualquer é apenas um número que
exprime a relação entre as duas primeiras, não sendo acompanhado de
unidade.

3.2.3 Força magneto-motriz


OERSTED foi o primeiro homem a observar que uma corrente elétrica
pode dar origem ao magnetismo, mostrando que há estreita ligação entre
magnetismo e eletricidade. Sua experiência foi simples: fazendo passar uma
corrente por um condutor, pôde notar que isto provocava o deslocamento de
uma bússola próxima do mesmo, e que o sentido e a intensidade do
movimento da bússola estavam relacionados com o sentido e a intensidade
da corrente elétrica.

Força magnetomotriz(FMM) a causa do aparecimento de um


campo magnético no condutor percorrido pela corrente elétrica, aforça
magnetomotriz é a própria corrente,
𝑭=𝑰
e sua unidade é também o AMPERE. Observa-se, porém, que quando
o condutor é enrolado em forma de bobina (ou SOLENÓIDE), isto é, em
forma helicoidal ou semelhante, os efeitos do campo magnético tornam-se
"N" vezes mais fortes, conforme o número de VOLTAS ou ESPIRAS
descritas pelo mesmo, o que nos permite dizer que a força magnetomotriz é
então
𝑭 = 𝑵. 𝑰
Onde:
N=número de espiras

Neste caso, a unidade de força magnetomotriz pode ser denominada


AMPERE-ESPIRA, porém usa-se o símbolo (A).
3.2.4 Força Magnetizante (H) ou Intensidade de Campo
magnético
A força magnetizante em um ponto qualquer próximo do condutor que
conduz corrente depende diretamente da intensidade da corrente que produz
o campo magnético e é inversamente proporcional ao comprimento do
"caminho" magnético que está sendo considerado (caminho representado por
uma linha de força):

𝐼
𝐻=
𝑙

I= intensidade da corrente, em ampére (A)

l= comprimento, em metros (m)

No caso de uma bobina, teremos a segunte fórmula:

𝑁. 𝐼
𝐻=
𝑙
Conclui-se, das relações acima, que:

𝐹
𝐻=
𝑙

A unidade de força magnetizante ou intensidade de campo magnético


é o AMPÉRE/METRO (A/m).

3.2.4 Classificação das Substâncias quanto ao


Comportamento Magnético

As substâncias são classificadas em quatro grupos quanto ao seu


comportamento magnético: ferromagnéticas, paramagnéticas, diamagnéticas
e ferrimagnéticas.
Substâncias Ferromagnéticas:
Seus imãs elementares sofrem grande influência do campo magnético
indutor. De modo que, eles ficam majoritariamente orientados no mesmo
sentido do campo magnético aplicado e são fortemente atraídos por um ímã.
Exemplos: ferro, aços especiais, cobalto, níquel.

Substâncias Paramagnéticas:
Seus imãs elementares ficam fracamente orientados no mesmo sentido
do campo magnético indutor. Surge, então, uma força de atração fraca entre
o imã e a substância paramagnética. Exemplos: alumínio, manganês,
estanho, cromo, platina, paládio, oxigênio líquido, etc.

Substâncias Diamagnéticas:
Substâncias Diamagnéticas são aquelas que quando colocadas
próximas a um campo magnético indutor proveniente de um imã, os seus
imãs elementares sofrem uma pequena influência, de modo que eles ficam
fracamente orientados em sentido contrário ao campo externo aplicado.
Surge, então, entre o imã e a substância diamagnética, uma força de repulsão
fraca. Exemplos: cobre, água, mercúrio, ouro, prata, bismuto, antimônio,
zinco, etc.

Substâncias Ferrimagnéticas:
O Ferrimagnetismo permanente ocorre em sólidos nos quais os
campos magnéticos associados com átomos individuais se alinham
espontaneamente, alguns de forma paralela, ou na mesma direção (como no
ferromagnetismo) e outros geralmente antiparalelos, ou emparelhados em
direções opostas.
O Ferrimagnetismo ocorre principalmente em óxidos magnéticos
conhecidos como Ferritas.
3.2.5 Relutância magnética
A relutância magnética é uma medida da oposição que um meio
oferece ao estabelecimento e concentração das linhas de campo magnético.
A relutância magnética é determinada pela equação:

Onde:

R - relutância magnética, Ae/Wb (Ampéres-espiras por Weber);


l – comprimento médio do caminho magnético das linhas de campo
no meio, m;

μ - permeabilidade magnética do meio, Wb/Am;


A – área da seção transversal, m2.

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